A Carreira de Gilberto Freyre (Paul Freston)
A Carreira de Gilberto Freyre (Paul Freston)
A Carreira de Gilberto Freyre (Paul Freston)
Paul Freston
XI ENCONTRO ANUAL DA ~
Aguas de S.Pedro
1987
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Gil' erro Fre '~'e Jt; csc r-o ve u mui t.o a r-e s p c t o de si mc srnc .
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..TT.O ! [;j~: . 1:'''':,n-
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~E- ro i í c a
í (sendo c':nhado cio e n ão í chefe de policia), e finalmente
::.
~'JéL se o e v e r-n o ., r í g a r' os lu t ndo r-c s de convicções" (in Martins,
,2' rÓ» Estas oa i av r a s n:io ilpé1reCem nAS suas mcmo r i as , que apre-
ar.e r c an a (é
í ce v co ) ao
í mé o do da s SUé.'lS c s c o La s , c u j a substância
e ap:,enà~r agindo" (Fr-e v e, A., p.lr.).
e nbo r-a nao f os e rncmb r' de urna igreja ba Li s t a . Seu filho Gilberto
por em, chegou a ser . Tendo PSl\l,;;)do no Colégio Ame r+ c ano riesde os
se~e anos (onde o irmao mais velho também escudou), Gilberto Freyre
é de s c i t o à a se gu i n te f o r ma n \l m r e 1 a t Ó I' i o rni s s i on á r i o de 19 18 :
b a r-r-o
í s pobr-s, foi
e s c c hido como r e p r-e s c n t an t C j U 11 L O il C Onv Cn ç 8. o íl a l j S t a fi e g i 0-
r.a L. ra r-e u .:iàú des a c oriv e nç ao , que f'o i in errompida por persegui-
ç oe s , ele c he gou a ci.ar um p ar-e c e r s ob r e rni s s ce s . Um dos seus sonhos
cie.
érFse tornar um m s s oria r o ,
í í í í n f l uenc í aoo no La lei ur a de Bunyan
e Davià L'vin s~one. Logo depoi§, "iajou para es udar numa univer-
s c ao e b a t i s
í a nos Es aàos Uni '05, Baylor (onje vários b;'ôsi-
, .
r2C8Q-1.nauguraca com cinco alunos
e QUe::>
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ni~os, a~~~é~êr.~~ ;,_cor.~eSari3fi1 a sua confiança no nascente
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universidade mui-
--I. -
to ~ouco co~hecida, se estiv'?sse effiCOt"lulçOeS de susten' 3-lo
tes com a auto-imagem que dcsejn propagar. "Em Tempo Morto, Freyre
ac en t ua o asoec .0 tolstoiano do seu cristianismo de adolescência .
.:iada de eclesiasticis.rno;
reI rg ao viva í fazendo que a gente mais
a hilpotese
, ~E tr~s • outros motivos e~istenci~is ~2ra explicar
~ 5 crrcul~s i,'t:::'::Ct'13is
e ;-0-
:a r.:issãobo-
.1... ~+v
I...·_v
,..1- _ o_v,
?C converSGO 2 Uril
. , 1
.0 S2CU o,
Crasil ~ .
que r3Va..LOI'lz:sse
o '-;ortuLuês e o mastico
~ e criticasse
Sli d o a b sorvldo
" r~ as ativi~ades de 1 ",
0_3mls~a .-,
e ~rega~or. ~a
n ".l- ri c
.... .
rasJ.._
no seu temí-o em Colúmbia sle .s c r e ve :ara Q .•
ev a s "a '-10
~ulslçao. •• -
~nLreLan t o, e"
r-.1. .1.
s Vên t as desses .L.
cas~ra t'J..
. .l- 1 ec"u J..S
J..n~e .1. •
Cé'-' (!!~~nte
sobre a sua própria p crnamb oqu í ce " (Ribeiro, p.73).
,
Na Co lumb i a , Gilb01'tO e colega de Her&kovits, Benedict
e Mead, e aluno de ew y, Giddings, e acima de tudo, Boas. É cos-
tume considerar Boas e Oliveira Lima como as duas maiores influ~n-
clas na sua forma ão 1n electual (por exemplo, Edson Nery da Fonse-
ca, in C & T 2:2, 1974, pp.172-3). Este, casado com u~a parente
1.. g r-aLís t as ' isto é, rnon ar-qu í cos 'd'[want g a r-ô e ' ..• [O I n te g l' a-
uajs. Eram mais -1'0 enS0S a jnvestir nos gêneros ]jterários mais
arrjscados. como o romance' social 0\1 as ci~ncias sociais. No ro-
rnanc e soe i a I "con 'knsa arr. no espaço ficc ioria l , a ambigUi dade da
sua própria trajetória (apropriando-se) simbólicamente do mun-
do social em que se viram colocados à margem" (Miceli, pp.93-94).
Eram autodidatas, ou de escolaridade precária. Sendo órfãos ou de
~ Sl~~ J.ct ir..,o~l
pais separados, ou de ou ra forma . '~ viam-se afasta-
dos "de vez dos espaços da classe dirigente em que poderiam acio-
nar o capital de relações 50c1315 em favor de carrelrà5 objetl-
41
15
16
c:ional. r"lnso
.-
mov i rnr n to p ar-o c0 te r se r-e st rin g do oas ie arne n te ao
í
so, rr.a s - .
,
não I ev av a c titulo de "Manifesto" nem foi publicado.
!::sse ex t c e ue a a r-c
c e r i a , "revisto pelo autor", como o primei-
ro ar t go do or rne r-o numero
í í í do Boletim do JJN em 1952, precedido
por uma introdução feita por Gilberto qúando se comemorou o 25Q
aniversario do Congresso, m 1951 no recém-inagurado Instituto.
açucareira produziu COlTiO sua 0\1( r-a f ac e . E essa r-e n t e r-pr-et aç ao vem
í
logo em seguida, na I'o rma do c Lo g o ao muc amb o . "É que o muc arnb o
í
29,
SolN-e a. u-;",c.cw &.o IJN,
I
Quanto à e x t c n s ao o o l~ g o n a l ismo
í a pesquisa social, o
: :'::vjl'OS v i
.. í t ari s no l ns t t t u t.o .Jo aqu í.m Nrib uc o , para quem a ci-
nos pai se c::: subde s('envo1\ ielos, e t eride a concen trar-se no "ru ral" .
t v s t a , r'I.">usanoo-sc
í í a "! I') 'lir lug a r fundamental a raça e ao meio
.gado à literatura. Como disse Gjlberto Freyre sobre seu livro Nor-
gico".
56
30
ver um livro sobre "a minha própria infância e sobre o que foram
no Brasil, durante quase quatro seculos, os infâncias dos diver-
sos tipos regionai s de o r-a s lei I~OS". É I.ins elo Rego que é confiden-
í
o me rf'uJ
h o no passado , o me 1 hOI' 1'0CU rso [IR ra um a ri s toc ra ta sauào-
s t.a m epoca de rnuo anc as .
A dive s dao
í de t ecn i cas de 'pe squ sa e herança í de, en-
, ,
t r-e outros Fr an ; Boas, seu <'In j['.o
mc s t.r-c- em Columbia. Ha tambem,
ou t ras in fluênc j ds boas iaria s em Cas<l-Gr-aride e Sen za I a, por exemp 10,
a tese culturalis a que rejeitél explicaçoes em termos de caracte-
risticas inatas das raças. Não existem raças super~ores e inferio-
res (Gilberto e sc r-e v a o rn 1~33) .lororn.
í e rn matéria de teoria, diz Dar-
c Ribeiro, Boas não ia muilo aJém disso, mas por razões políticas
se prendia a um ateoricismo com forte ênfase na descrição etnográ-
fica. Gilberto nessas c ar-ac t e r s i cas o acompanha
Í novamente. "Casa-
Grande e Senzala não aspira à formulação de uma teoria geral sobre
coisa alguma. O que ela quer é levar-nos, pela"mão, ao engenho ...",
fazendo como Boas uma IIdescrição sistemática, criteriosa, exausti-
,
va, euidadosissima de especirrens eul cu r-a í.s v • O que resul ta e uma
monogralia etnográfiea regional, um tipo de "estudo de comunidade"
,ampliadissimo e si uado no passado (Ribeiro, pp.74-77).
60
d s os
í í ç ao pOI'é1 8 m sc nc n.acno .
í í Â m i sc Lg c n aç ao O p e r-m t u povoar
í í
"ociden .•..
al".
I~"G
lO r : nCI8' (;0
t C'
~U 1 nfl COI.l~ i nr,',za :·8 -
..;OS::., L"x ns ,-.
fJO .. ego: c) con-
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r :::.;-e r i n ,~o - s e 2> u 11 recente ~ncontro ~os dois em qU!? 11[-"';0' f •••• __ 011-
02 ma~srla
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nos palses
,
~merlcanos
. ~cr~
caria a rnis:;;ão
••• Estou carta ta~b2m d~ Que o ~residente
, 1"'1
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. rJUI"aç2l0c e -,J.J ,..
':1'85 r·'GS2S.
De Guenos ,,'
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baixadas tinham ~ualnuer ln.ormaçêo seu res[.:eito ~ •• foi
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era ~i7. fi--.2'S] sem c s gr2\ças do Lt.arna ra t L
.•ntro:-
do Sul, o 00 r .:--r.:J.ná
~ o r~in5 ~oJriQues C:2. Sahia." (in Schwartz-
liial"i a I , r- IJ •
'
LD~ Gilberto fo:: :::-8-
circunst3nc':' s.
do em lS4l;, D':'o1]o
de ;-,:-,10
r',..,neses
po de f aLa r do seu ! r í.mo como
" . 11
u9moc:ra-':_C3S
de UI l1ir:1í-·ressionante
unan í.c i dade de r ens arnent.o dos e Lcme nt.os
'" '
toF~Freyre!' 'r..24'. Claro que tal f' rase foi co Lnc a da r'0l'C)ue
Che ça r c o d a am
í í U2 o U2sqU2réista" r õ: outrora 'teria motivo
._l..
'0.:"\ 10'77
_ .....•. , .l.r:.n
t,........ '- o nov o
"8Cl . f e se '
08 f'a n i.co
.. ra
.c on t".L
diz
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os man~oGs Dst3~uals,. C"b
l~ ~r
~ a •••
t o Tor rr~soll",
~ - • ',.ôrtir
. de
sua colabor~çao -
~~ ,
~ornals'..!.r.
~e cora
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~s.1.ajo
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Sua C::lsa llvive
~ ••• J...
·S.!....,S F'r on
rr
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Gelo OI'Ut-::o
~ C3"CG':':;.co
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l.::?lrasc Tr e""...I.,;U-.
~ cà o ·.I·,_·~.S na sua v l'S,L: +_0'\
-- à Be h ia e rn 1943. ,
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.r. •
c3bido int~l::c-tuê:!.2 as autoridad25 1802-
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t: coric -Lu ;..
.. " .-..•.l.l-·:r~
'._~ __ ,-,.:J. 0- .::~....,.
I"""L-'
foi !='~: ~srnaQbuco.
adotou
uma postura centralizadora e an i-comunista.·A partir de janeiro
de 1937, acumulou a pasta da Justiça e se pôs a destruir politicé-
mente o governado. Lima Cavalcanti. Com a decretação do Estado
Novo, foi nomeado interventor em Pernambuco, permancendo ali at~
~evereiro de 1945, qu~ndo novamente assumiu o Minist~rio da Justi-
ça.
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~_ ,~, .i e nr a s q~o
_0.1 _u
_ o _~I,õ,V[.;-
--
Nabuco.
. ,
e ~-e...t'+ove r &e. \/o+t> ~ c"ll I (e Urv\..r.--o..l "'- -e.\~' 'l~ &.e.. vü-\3O<...r e S'
"
.í'o
!'p.20S-215) •
S2US c:;
em 19~,G tam b'em 1\ se e s T,..orçou
leiro, nas duas ou tr~s áreas principais em que o Brasil pode ser,
dos, tais institutos regionais, lutando contra a "c c t.andavo í zaç ao "
deu a seguinte -
versao dos acontecimentos:
rio de ••. Nabuco ... Meu projeto previa que ... o funcionamen o
pp.86-87).
1953 uma nova lei muda ljgeir~mente a redaç~o, rle i x arido c I a r-o <]\1('
so
.
te r sido. -. -,r-r-
V..J'-' __ •....• -'...,
~-e_o ~·.enesQs, 1 S 4 l~: v - ri; o S
c m outr, Gstr;)-
e c a b e . o .Ie
c o ço o - 1
\;8 um r e c on s c r ií r ;J. SUõ
t~...
êuO no -~~,'1
U1.<:.;J __ . mti-
I_~-;n Ll.E'
t: '"
~ -ocursos
J. - - r-r·
i"-'- ca ·l·t~_'_
~. ..
i7ar
~ seus
A <lscen.-:ente·
d r-et.e da Fundac:ão JOê~uim
í r~:buco$
•.. , --I
berto, Ta.J.eCl.uOem dezembro de 1943J, como a ~5cola paTê
ÚO
f C ongreSGo " T.!.
n ...~ o-úrôsl
r- p. l' ro
., .... -.....
:;:,,, lor4
_ ~ (I.:l_'s-::,"!S
__ ~ - SP- Ln t.e r c s s a va v_ ~ U
. ,
s~r um m~~ico amplia~o am cisntist SOC1--...I.
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lO~5 OS ma~ s Oll'V_;O jr'-,011t2-
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113S'"'-
( I..í- ~,..,,!.l.:.c-
r.L"_.Ll.._ ,:;,
n
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,_'o I_ Em
.l.d -'''', '.
.-)'0_15, í
negro e -',
~~LV_O . RabeIo, havia:::lançado o "r.1anifesto contra
ê".1ilbora
na 3poca resultasse em p8rseguiçéios dOS seus autoras,
r,~e s...
o con o de puta ~o, c om to do o
o fez contrC'! o
de Lf i.m, ;:'~amanon r: ç;alhães ••• P.Ç' menon nao at .cav a f rorrta L>
com a aj ·....
2 do sene do z- r-ernambucano .-.ntonio flov2is Filho,
elo PSD em 1 45
::0 ""'''''~o--lo
r --- ..J s víncules (:la ala tra-
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("1 ç U c ('1 r --I • -
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,., •
rl~ J..1l
(,
-' - 1 •L c:
or _ ~ -1 1
. , 1 i tôi"ja '.le ter um seu mnmb ro
ir.:f'ossibi
(do I~rD xs± infe 1Lz rae n t a está t.ardan do 11 - Q Uêi se P 011tica,
,. S ou t o {_I"\.
na ~o Centro Region21 do I~EP ( H2r3J..::o .a a o r , entre-
vi.st a di1 7/5/87) ,.dcs 'nvolve urnn nov n f ns« d<1 sua carreira
•
t n t e l e c t u a l - a 'f.é'lse l u s o t r-op í c a l c s t a . O Lus o t.r-op i c a Li srno é, evi-
de n t emen t.e , e xt e rrs ao rie certas teses giJbcrlianas antigas, mas
o conceito em si data de 1951, q u a n do . roferiu uma serie de c ori-
fe~en~ias em Goa dur~n uma vjS~·.a ofjcié'll n quase todos os ter-
~
ri~orjos do imperio p r-u~ues.
t,
~ ~.e
, 30 \Oe:rçun..,c:n
.1.. - c:U C" r
'.0~ .... o_ o _"'.-,'11+,,-l' do de- U ~o')-.
li
V ,:L .-:
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;-·rcr--I'lO. ".L.
C·rG.!.ü ...o 3'. lr.~:r33S10nlS':I,
" t s~mr:r2
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aS18..,lCOS
h"a uma ca~sgor13
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':-J'~
!.....
, ::ra.
••• o ••
~.I
,'
"
J
t.u re 1,
s livros J2':"X:'~
são riO~3S até ~~ ~u_ n Sul ~os Est~jos Unijcs, "ê-s com a
e Roti 3, ~.521J.
S m duv i ü a , a )<4C'0]0!'):\ dil "c()n1unidnde Lu s o t.r-o p í c a I.'! ,
Por ugue s nas suas atu-ais r-c l aç oe s com populações e c u I turas tro-
'PU3'"""'~
Uma pesqlliga 6bvia sobre o lusotropicalismo é como seu
(p.1I).
r e Je
í Br-as s Lus o t r-op i c n i s , s cc r c os quais
í certamente o Brasil
i.e r i a a
,
r a maz i a de mog r a f j c a , cul t 1l1'é1e
~-
economica, nao correspon-
dia (como ele reconhece agora) (\ s verdadeiros desejos do governo
po r t ugu e s (")o r mat s qu c a i de i n 1uso L r op i c a 1 f os s e ú til pa r a fi n s
pro agandisticos), e nem corres ondia (o que ele n~o parece reco-
nhecer at~ hoje) ~ realidade dé1s re]aç~es raciais nas col;nias.
Gi Lbe r o lenta í ap l c a r
í ;1 s ua 1('1 t.u r a r-nc a l democ r-a t t c a da histó-
í c
c a s na ;-.:~'::"~: !"':--:':uclcsa
í í ' ... a r a concluir que o papel determi-
nante que C0,' :'. !".' ;:0 I pg<,do I~OI't llr,ues ... carece de f urid amen t aç ao
hi s t or í c a" .: .·:',~s. ,~q"
~
Co n st a t amo s a p r-e scnc a de varios desses generos nos pe-
1'io01cos do IJN (a hjst6rj~ SOCiAl nordestina; o regionalismo mais
cu l t u r-a I e até pitoresco: os "perfis" bibliográficos; a li eratu-
r-a : e a e o Luso t r-cp i c. Lí srno ) , r'iasdevemos ressaltar a r-e La t v a
í
si s a di an e dos do is [:!'(\ll(leS
fenômenos do mundo mo de rno, o c ap i-
<:21is80 e o socialismo r.o s= c ap í t.aLí s a ou mo de r-n zan t e . Nao í deixa
,
de lembrar um pouco O "soci?.lismo íeuoal, de que fala o Manifes-
, ,
ções históricas, e q u (. h o j c o.C 0. 1. t a, c o mo U ti 1 ca sa i da, a posição
~
No seu di SCU1~SO na amar-a em 19'18, Gilberto Freyre recor-
da "o brado de alerta que, m 193'1, 0mos '" contra o desdem de
governos de particulares ricos c da Igreja pelas populações rurais
as a reas de rno nocu Lt.ura 1 a t i f urid í il!'L1. , o rno s t r-e de psiquiatria
social Ulysses Pe r-n amb uc ario de 1\'1<'10, c dois ou três outros", inclu-
si 'e o proprio - brado que "ficou quase sem eco nos meios oficiais"
(301etim nQ 1, 1952, p.IO). Parece que a Revolução de 1930 conven-
ceu Gilberto e ou t r-os de que não b as t av a mais o apelo à unidade
regional sob a liderança de PernAmbuco, mas que era necessario
apelar diretamente ao governo federal. A primeira oportunidade
ce concre izar seu projeto de um 'nstituto sus entado pelo gover-
no federal que e s ten cic ss seu .'eGion a li.smo 1 i t.c rar o em pesquisas í
de que Gilberto acei ou ser deputado para levar adiante seu plano,
ou pelo menos e~ boa pAr e por isso.
I j' s t i tu to , "'.,,.
70, r o eu 1'9 1',,0;3 \..1") r
• .L r
sua Sln vania com 0<'<
~ - I ~
0<:::
,.' .. :'.1.... rl'!->.
- -
'
.1:'; S ']
nvo •
v1 t
m' no'" o 0 o v 'J r no, c: 8-
,a o,'e c a
.. d:d J.
::'I:) "E'-
(D 13r10 " .
. de rornam-
buco, 2Gj7j69, cit~~o ~m Clau·.i_ino, 1-.4?), essa
- ··ereo 'dA.,
:=nc16ds
vazes obriga a mo~ificar rer?ntinamsntc o discurso.
Numa mistura de oportunismo e veracida-
de, Gilberto diz em 1985; "Nuncé:. me nganei com esse surto militar
inic~ado em 1964 '" Os militares se deram aos tecnocratas, que
comprometeram os valorps ~ticos rio Dlas;l e nada fizeram para dimi-
n ir o d e sp r-ezo pelo No r-ôe s t c . (DpJfim NcLto era) um quase patoló-
g c o an t no r-des ino"
í í (Ci:-'ncin Hoje, p.87). l\1asparece que, mesmo
assim, na Nova Re pub I j c a o Fund;1ç?ío e s t a com problemas finance i ros
e não oferece os mesmos nt l'R 1\10S salariais de antigamente.
rlade ("Impor'tância ... ", pp.)~-20) como também algo mais controla-
vel, ou como ele o z í m no s "bt :'oct'Rtizndo". Além disso, parece
o . o modelo de un í n s t t u t o i l\~nljsciplinr1r se adapta melhor
2. tradição rn t e Le c u a I pc r-narnbucan a , i11C'rej í t.a, como O jovem
Freyre rejeitou, a spC'cia]izaç~o C'xc~ssiva, em favor do ideal do
hurnan í s t a cu Lt o . A S a ";ndjscirlinn" d i s.c p l Ln ar- d f í.c Lme ..te se
í í í
an'o e1 rne smo como f o r-rnu Lad: (' (l1S .r-an c s s n t escs I "lusotro-
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no livro , I . I " ,
rna s s o (e~OlS u9 VO.!.t.::- '3
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. a s c a r LI une mes.Js sem outras r re o cu.veç o s ,!U9 õ ZI ~i-J s crrt í r
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+u r a na cr.r r e í.r e de C:i.' bp.rt.o.r~,-,s e po na s no e n t Lclo r_e r o fo r-
ça r e t~lvez 0, r oss er
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a cesa de ~pipucos. Se j~ n~o mais Mo t~rrano cl8n'ClTlco, ~U8
santa escolha
.
da :--alôvras, consi~erando ,.
sua proprla -
relaçao
,. ,---..
olograTlca com o objeto da trilogia sobre a socieda e ratri-
no :-' . ;unàarlor', como ji, ob:=,·']'\",::, ~: r" r x arne das revistas. Não
:::..,mucanç a s no c ori r-u o de' ô t a s sejam p Len arne n t.c explicaveis
C0SS~ f0~ma, pois obed0cem nmbem a falares externos e provavel-
men r e Ô vontade de ou r r-o s ]jeien'c:: clél. t n s t ít u í ç ao . Certamente, é
d : f c I imaginar
Í í os úl t Lrno s nurne 'os"] í t.e r-a r o s " de C & 'I' saindo
í
p a r-a c í e n t i s t a s s oc í a s , nl
í p.,.,ndo qn e c s t.o s dr-v c r am aspirar í a
c orrc í ç ao de human r s t a s , no s e n t i rio r-o n a s c e n i s t.a (C~, vo1. 6:1,
1978, pp.159-168).
mais
j
.s t e trabalho
pre_ 1 lffilnar
- .
...
InnLIOGi~AFJ A CONSULTADA
. -----
., -- ---
AR.l\ÚJO,Rí cardo [,enzaquem de - f.1odcl'llismo
e ~10dcrnidade em Gilberto
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FH:~Y:)r.:. /1.1 fl'('do - nos n ;ln~:; ElO (' t.nn \'()S - Ro c i [o: Un:i v e r-s í de de Fe-
L.': t e 1, 19 C.
:.~ .EY~i-; Gj Lb e r t.o - "/\t\Jal j d aric de .Jo aqu í rn Nabu c o " - Boletim do Ins-
-••....._----------
I r > 3- 2.
79
Gilbert.o ;\soionalis
,J .'"~ . . ed, - R'3cife:
J
_-
--_ ~or.f2r~nc;ês
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..•....
~m ôUSCé' m L::itor
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";ilb2rto Rio
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lcc-Il
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de 1983