1 - Chase - Sassie Lewis
1 - Chase - Sassie Lewis
1 - Chase - Sassie Lewis
Sassie Lewis
#1 Chase
Data: 10/2017
~2~
SINOPSE
Duas coisas das quase Chase nunca foge: seu clube e sua
mulher.
~3~
Nessa inspecionou o papel outra vez. Algo não estava certo, mas
ela não podia ver qual era o problema. Gah. Empurrando para trás o
seu banco, ela andou até a área depois das cortinas; a loja estava
explodindo em atividade. Os clientes conversavam, alguns deixavam
escapar pequenos choramingos de dor, e o cheiro de tinta misturado
com antisséptico enchia o ar. Porra, ela amava isso, amava a carreira
que tinha escolhida. Quando ela não estava trabalhando, estava de mau
humor.
Seu chefe riu dela. — Claro que não. Nessa, você pode ser a mais
nova por aqui, mas também é a melhor artista que nós temos. Seu
problema é que você pensa demais. Vamos dar uma olhada antes que
meu próximo cliente chegue.
Frog a levou de volta para a sala de desenho. Essa era uma das
coisas que ela amava em trabalhar aqui. Uma grande sala pronta para
que qualquer um dos tatuadores passasse seu tempo em uma das
muitas mesas de desenho, e com material suficiente para fazer qualquer
garota molhar a calcinha. Como seu dinheiro era curto, qualquer
material de arte de uso livre era incrível.
~4~
saído de casa e começado a trabalhar. Graças a Deus pela sua amiga
Becca e os pais dela. Eles a deixaram ficar na casa deles. O fato dela
estar morando com o Presidente do MC local só irritou seus pais ainda
mais. O que para Nessa era um bônus. Mas ela tinha que começar a
procurar pelo seu próprio lugar em breve. Ela não podia continuar
abusando dos pais da sua melhor amiga por muito tempo mais. Isso
não era certo. Além disso, machos alfa não eram a sua praia, e o
excesso de testosterona arrogante que existia por todo o clube estava
começando a lhe dar nos nervos. Portanto, não ter que gastar o pouco
que ela ganhava em materiais de arte era algo totalmente maravilhoso.
Isso significava que ela poderia começar uma conta poupança decente.
~5~
— Se você tocar nisso, garota, eu nunca mais vou deixar você
trabalhar em outra tatuagem, — o grande homem pegou a sua mão
antes que ela alcançasse o papel. — Para quem é isso?
~6~
esqueceu do desenho na mesa quando seus neurônios criativos
estalaram para a vida e seus dedos contraíram para segurar uma
pistola de tinta. Dando um gritinho de prazer, Nessa passou pela
cortina e entrou na área de espera. Suas botas derraparam no chão
quando ela parou de repente na frente do cara que estava esperando.
Um grande motoqueiro musculoso de 1,95m – a paixão da sua
adolescência, Chase Anderson – estava inclinado contra o balcão, seus
olhos atirando punhais para ela.
Nessa ignorou o homem arrogante. Ele não tinha sido nada além
de cruel com ela da última vez que eles se viram. Aos quinze anos, ela
achava o motoqueiro de trinta totalmente quente. Então ele foi e abriu a
boca, quebrando o seu ego não tão frágil. Não era uma tarefa fácil,
quando você já era considerada a garota gorda da escola. A forma como
ele a tratou foi agravada pelo fato dele não ser um adolescente, mas um
homem adulto.
— Nada mudou e eu vejo que você ainda não sabe ler. A placa
acima da porta diz que aqui só podem entrar funcionários, — ela
~7~
apontou o dedo na direção da placa para enfatizar, então olhou para o
seu chefe e esperou que o grande homem colocasse Chase para fora. E
de uma forma não muito gentil.
Oh, ele ia jogar a carta de grande motoqueiro mau para ela, não
ia? Ele obviamente não sabia que ela estava na cama com o Prez. Bem,
ela estava dormindo sob o seu teto, de qualquer maneira.
— Quem fez isso? — ela não ia responder, mesmo que a voz dele
estivesse cheia de apreciação. Foda-se ele, ele era um imbecil...
~8~
— Isso é trabalho da Nessa. Eu ia pedir a ela que fizesse a sua
nova tatuagem.
Droga, Frog. Ela tinha esquecido que ele estava na sala com eles.
Onde seu chefe tinha estado quando o motoqueiro raivoso a estava
perseguindo?
Foda-se ele; ela não ia deixar que Chase entrasse sob a sua pele.
Endireitando a espinha, Nessa se afastou da parede e puxou o seu
desenho dos dedos dele, que continuavam acariciando a imagem, e
enrolou o papel em um tubo. As grandes mãos dele seguraram seu
braço quando ela terminou.
Chase olhou para ela. Algo passou nos seus olhos verde-
esmeralda antes que ele a soltasse. — Sim, ela não se atreveria... minha
irmã mataria ela, — o desgraçado estava jogando o seu Ás. Se ele
simplesmente dissesse que a mataria, Nessa estaria seriamente tentada
a estragar a tatuagem, mas colocar Becca no meio era um golpe baixo.
~9~
— Mas vou deixar para amanhã. Dê a ela o desenho para dar uma
olhada. Quero ver o que ela vai sugerir.
— Venho pelas cinco. Tenho coisas para fazer antes, — com isso,
o homem arrogante saiu como se fosse o dono do maldito lugar. Merda.
— Por favor, me diga que esse lugar não é parte dos negócios do
Hell’s Exiles?
— Nah, Nessa. A loja é minha. Por quê? Pensei que você estivesse
bem próxima do nosso Prez. Você está vivendo na casa dele, certo? —
porra, Nessa quase sempre esquecia que Frog era um dos membros.
Provavelmente porque o homem passava mais tempo na loja de
tatuagens do que em qualquer outro lugar.
~ 10 ~
Chase estacionou sua moto na frente do clube. Depois de passar
três coisas, ele estava de volta pra ficar. Na noite anterior, seu pai tinha
preparado uma grande festa de boas-vindas. A bebida tinha rolado
solta, os caras foram todos acolhedores e as bucetas eram incontáveis.
Mas hoje era dia de fazer com que todos na cidade soubessem que ele
estava de volta e conseguir uma nova tatuagem. Isso foi até que uma
pequena garota atrapalhasse os seus planos.
Com uma cerveja em mãos ele esperou sentado pelo seu pai em
uma das mesas, enquanto observava os atos sexuais ao seu redor.
~ 11 ~
uma boca espertinha. A melhor amiga da sua irmã e a garota de quem
ele realmente devia ficar longe.
Três anos atrás Vanessa era uma fofa, seguindo ele por todos os
lados como um cachorrinho perdido. E com quinze anos,
completamente fora dos limites. Mas agora a maldita garota tinha
crescido. Ela estava com apenas dezoito, mas tinha se desenvolvido em
todos os lugares certo. Seu grosso cabelo castanho escuro caía solto ao
redor deus seus quadris. Quadris que foram feitos para enterrar os
dedos enquanto ele batia as bolas contra aquela bunda cheia dela. E
seus peitos, Jesus, ele podia passar horas apenas explorando aqueles
bebês. Se mexendo em seu assento, Chase arrumou a ereção completa
que agora latejava em seu pau. Talvez ele devesse chamar de volta a
garota sem nome. Mas ele tinha a sensação de que assim que ela
chegasse perto dele, a sua ereção ia desaparecer.
— Oi, mano...
— Becca, eu não estou de bom humor. Por que Vanessa não está
na escola?
— Ok, ok. Ela largou a escola mês passado quando seu professor
de arte foi um completo babaca sobre um dos seus desenhos. Um filho
da puta cego, se você quer saber.
~ 12 ~
— Olha a língua, — embora ele tivesse que concordar com ela. Ele
só tinha visto um dos desenhos de Vanessa, mas era incrível pra
caralho.
— Sim? — ele tinha certeza que tinha sido. Mas então ele não era
realmente uma pessoa legal, como um todo. Por que isso importava
para a sua irmã, afinal?
— Olha a língua. E que porra eu fiz? Ela que começou assim que
me viu.
— Hey...
Que porra será que tinha Vanessa que o deixava com mais tesão
que um homem recém-saído da prisão? O tapa na parte de trás da sua
cabeça interrompeu a resposta se formando e deixou Chase pronto para
matar quem tinha lhe batido. Foi então que sua madrasta lhe deu um
beijo suave no lugar em que tinha acertado e se deixou cair na cadeira
ao lado dele. Seu pai rapidamente levantou a mulher e a colocou no seu
colo quando se sentou na mesma cadeira. Seria uma imagem nauseante
se Chase não estivesse tão acostumado com ela. E não eram apenas
eles dois, mas todos os irmãos do MC que tinham se acomodado. Eles
fodiam qualquer coisa que se movia, e então passavam para a próxima
até reivindicar uma old lady. E então era como se eles se
~ 13 ~
transformassem em cães treinados. Mal olhavam para outra buceta e
nenhum deles jamais ia ser pego fodendo alguma garota aleatória.
Ele viu seu pai ir de puta em puta do clube, até que Bianca
entrou nas suas vidas. Depois disso, seu pai se tornou um cãozinho
dócil. Dentro de um ano, Chase ganhou uma madrasta e uma
irmãzinha. O que o levou de volta para o seu problema.
Quando sua madrasta saiu, seu pai, seu Prez, se inclinou sobre a
mesa. — Você esqueceu com quem está falando, garoto?
— Eu estou feliz como seu VP. Não há nenhum desafio aqui, Prez,
— Chase levantou as mãos em rendição. Porra, ele queria assumir o
cargo mais alto, mas não nesse momento.
~ 14 ~
— Certo! Cerca de um mês atrás, ela teve uma grande briga na
escola. O seu maldito professor de artes é um invejo do caralho, se você
quer saber, porque aquela garota tem talento.
Seu pai bufou para ele. — Tem certeza? Ela é boa, mas não acho
que gosta muito de você.
Por que todo mundo achava isso? Foda-se eles, Vanessa ia fazer a
sua tatuagem. O pensamento de ter as mãos dela na sua pele fez seu
pau bater contra o zíper da calça. Isso ia irritar a sua irmã, e
provavelmente Vanessa também, mas ele ia ter ela. Quanto mais ele
pensava na garota venenosa e impertinente, usando um curto short de
couro apertado sobre meias-arrastão, uma regata florida justa e aquelas
malditas botas acima do joelho, mais ele queria sentir sua pele macia
debaixo dele.
~ 15 ~
Nessa não tinha matado Becca. Ah, ela estava pronta para fazer
isso, até mesmo tinha escolhido a meia que ela ia passar ao redor do
pescoço da garota. Mas quando a primeira coisa que ela disse quando
passou pela porta foi, então o babaca do meu irmão voltou e está agindo
como um imbecil, hm?, a raiva de Nessa diminuiu um pouco. E quando a
garota lhe deu uma caixa de Hershey’s Kisses, todos os seus
pensamentos assassinos desapareceram enquanto ela ficava chapada
de chocolate. Kisses1 eram a resposta para tudo, especialmente esses
da Hershey’s.
~ 16 ~
Tomando uma respiração profunda, ela bloqueou os sons da loja
e as imagens de Chase nu e deixou o desenho ganhar vida. Ela esboçou
e sombreou a visão em sua mente até que ela estivesse no papel.
— Não, — bem, isso não era uma mentira total, ela algum dia
podia ter desejado – e ainda desejava – o corpo perfeito do homem, mas
ela não gostava nadinha dele. Não mesmo!
— Certo. Mas se ele não amar isso, ele é um idiota. Agora, vamos
lá. Eu estou com fome e você vai ter que ficar até tarde, então vamos
comer.
Essa conversa não estava ajudando. Nessa saiu da loja com Sally.
Talvez açúcar lhe ajudasse outra vez!
***
~ 17 ~
jeans apertado. Porra, ela odiava o homem e ele nem sequer estava na
sala ainda, mas já estava fodendo com a sua cabeça.
Nessa quase caiu quando ouviu a voz do seu chefe. O homem era
grande como um urso, mas ela não o viu entrar na sala. Jesus, ela
estava uma bagunça.
— O quê?
~ 18 ~
Porra, ele quase mordeu a língua quando a viu. Esses shorts que
ela usava eram sequer legais? E ela estava usando aquelas malditas
botas outra vez.
Chase sabia que ele não podia estar falando de sexo. Mas foda-se
se o seu cérebro não estava projetando empurrar ela sobre a mesa e
montá-la duro ali mesmo. Ele não pensou no fato de que ela talvez fosse
virgem. Mas agora ele realmente esperava que ela fosse. Porque a ideia
de ser o primeiro a empurrar dentro do seu calor apertando o deixou
mais duro do que qualquer outra coisa.
— Sim cara, se você não se importa eu vou deixar ela fazer essa
sessão sozinha. Eu tenho outro cliente e Nessa realmente não precisa
da minha supervisão. Eu juro que a garota nasceu com uma agulha e
um tinteiro na mão.
Ele ouviu cada palavra que Frog disse, mas Chase estava tendo
dificuldade em pensar em qualquer coisa que não fosse arrancar o
pequeno short jeans de Vanessa.
~ 19 ~
— Claro, cara. Por mim tudo bem, — com um tapa nas costas de
Chase, Frog saiu da sala, fechando a porta atrás dele.
Vanessa girou para longe dele, sua cabeça inclinada para trás
enquanto ela murmurava para o teto. Chase não conseguia entender
todas as palavras, mas havia alguns nomes sendo amaldiçoados.
Provavelmente o dele, embora não tivesse certeza. Ele estava ocupado
demais olhando para a sua bunda, a maneira como o final da sua
trança caía entre os globos cheios. Ela era um pequeno pacote cheio de
curvas. Ele era uns bons 30cm mais alto do que ela, mas o que lhe
faltava em altura, ela compensava com montanhas de curvas. Quando
ela balançou de volta para ele, seu top solto se mexeu para o lado e lhe
deu um rápido vislumbre da sua barriga macia.
— Sim.
~ 20 ~
— Você não precisava saber isso antes de fazer o desenho? — ele
levantou a folha de papel.
Ela deu de ombros como se isso não fosse nada. Chase tinha
tatuagens o bastante para saber que era. Quantas vezes o tatuador teve
que ajustar o desenho para passar pelas curvas da sua pele sem foder o
desenho? Muitas.
Olhando para o colo dele outra vez, seu rosto ficou vermelho
antes dela se virar e marchar para fora do quarto. Chase estava prestes
a saltar da mesa e ir atrás dela, quando ela voltou e jogou um pano de
prato sobre o seu pau dolorido. Com um aceno de cabeça, ela voltou ao
trabalho. Nada de estêncil para a sua garota; não, ela apenas fez
algumas marcas e começou direto na sua perna. Com cada escovada da
sua mão e contato com sua respiração quente, o pau dele torcia. No
momento em que estava pegando a máquina de tinta, Chase estava
mais do que pronto para a picada das agulhas. Mais um pouco dos seus
toques suaves e ele ia explodir ali mesmo.
~ 21 ~
Quando o zumbindo da máquina invadiu o quarto, ele deitou para
trás e fechou os olhos. A dor não estava fazendo nada para diminuir seu
desejo por Vanessa. E com a quantidade de pré-gozo que estava
vazando do seu pau, ele ia precisar tomar um banho de cueca. Ou
arriscar rasgar a ponta fora. Ele estava pronto para ela. Apertando os
dentes, ele tentou pensar em outra coisa que não fosse o jeito que ela
mordia o lábio quando estava concentrada. Ou como sua respiração
corria pelas suas pernas. A garota estava testando a sua paciência. A
única razão pela qual ele não tinha empurrado a cabeça dela para o seu
colo era porque ele tinha fechado as mãos em punhos para se impedir
de agarrar a sua trança e puxá-la para o lugar que ele realmente a
queria.
— Porra, não!
Ele não queria que sua resposta saísse dessa forma, mas se ela
parasse agora ele nunca veria a tatuagem terminada. Ele a colocaria em
cima da mesa e teria seu pau enterrado dentro dela em questão de
segundos. E ele não a deixaria ir até que a tomasse de cada jeito
possível. A única coisa que tinha levado tão longe era dizer a si mesmo
que assim que ela terminasse de fazer a tatuagem, ele ia reivindicá-la
com o seu pau.
~ 22 ~
Nessa tinha surtado quando Chase baixou as calças, não só
porque o homem tinha acabado de fazer uma nua aparição estelar em
seus sonhos. Mas... bem... droga. Ok, ela gostava de surfar na Internet,
e sites pornô eram um dos seus prazeres vergonhosos, mas sério,
aquela coisa entre as pernas dele não podia ser real. Podia? Depois que
ela superou a frustração inicial com o homem que estava fodendo com a
sua cabeça outra vez, Nessa conseguiu se concentrar na tatuagem. Não
havia nada além de pele, tinta e ela. Então por que sua calcinha estava
molhada? Ela sempre tinha prazer em fazer o que amava. E se ela
repetisse isso várias vezes, talvez se convencesse de que essa era a
única razão para ela estar molhada, e que a dor em sua fenda não tinha
nada a ver com o grande motoqueiro deitado na mesa à sua frente.
~ 23 ~
pela sua mente, mas ela não conseguiu escolher a resposta vencedora
para essa pergunta específica.
Não era uma pergunta, mas ela respondeu mesmo assim. — Sim.
Estava faltando alguma coisa. Não precisa surtar, motoqueiro,
nenhuma das suas putas do clube vai pensar que você é um frouxo
porque tem um pouquinho de cor em uma das suas tattoos.
— Hmm, obrigada.
~ 24 ~
Ela não precisava pensar sobre isso. O desenho não estava
pronto. Como ela disse a ele, algo não estava certo. Mas era legal saber
que quando a hora chegasse, alguém iria fazer essa tatuagem para ela.
Confusa pelo seu tom de voz, ela olhou para ele. Ele ainda parecia
que queria matá-la, mas sua voz estava áspera com algo mais, algo que
ela não tinha certeza se queria parar para pensar. Seus hormônios
realmente não precisavam de mais encorajamento que a simples
presença dele.
— Está tudo pronto para limpar a tinta, você ou Frog querem que
eu termine? Tenho certeza de que Tommy está esperando por mim lá
fora.
~ 25 ~
Chase saiu correndo atrás dela enquanto ela gritava algo sobre
um cara chamado Tommy ser o seu amante, quando então Frog o pegou
pelo braço o puxou de volta para dentro da loja.
~ 26 ~
— Porque aqui não é o clube, Chase, é a minha loja. E essa garota
é uma super artista. Olha, isso não é da minha conta, mas de irmão
para irmão, não estrague as coisas com a Nessa. Ela não é uma das
vadias do clube.
***
~ 27 ~
reconhecia, mas não sabia o nome. Tudo que ele sabia era que ficava
bom pra caralho nela, e o fazia querer se cobrir desse cheiro.
— Não grite, Vanessa. A menos que você queira que o meu pai
entre aqui atirando, — ela acenou, o movimento esfregando ainda mais
seu aroma doce na pele dele.
Ela piscou seus grandes olhos azuis para ele. — Ir para onde? Eu
não tenho a menor ideia de que merda você está falando.
~ 28 ~
Vanessa abriu a boca, fechou e abiu de novo. Levantando a mão,
ela coçou o lado da cabeça. — Me desculpe? Acho que deixei entrar
água no ouvido, você pode repetir?
— Me solta, porra.
— Nunca.
— Por que diabos você está fazendo isso, Chase? Você nem sequer
gosta de mim.
Ele precisava saber, porque por debaixo da sua raiva ele podia ver
tristeza. Nunca na vida ele tinha dado a mínima para as emoções de
alguma garota, mas com Vanessa ele descobriu que queria saber tudo.
~ 29 ~
e ele não gostou de ver lágrimas em seus olhos. Ele podia lidar com a
raiva, mas tristeza era demais.
— Oh.
Soltando suas mãos, ele não ficou surpreso quando ela não tirou
a que estava pressionada contra o seu pau. Ela estremeceu contra ele e
se inclinou para trás quando ele correu a língua pela curva superior de
um dos seus seios, capturando uma gota de água que escorreu do seu
cabelo.
~ 30 ~
pernas ao seu redor, os braços se cruzando atrás do seu pescoço.
Esfregando o pau contra o seu centro, ele assobiou com o calor que
irradiava através do jeans. Porra, ela o queimou.
— Pense nisso, Nessa. Como você acha que as coisas teriam sido
se eu tivesse feito isso com você três anos atrás?
A maldita mulher estava lhe matando. Ele fez uma promessa para
si mesmo de que não ia tomá-la, mesmo que precisasse. Mas ele não ia
ter nada com ela com sua família por perto para interferir. Além disso,
ele a queria na sua casa. Na sua cama.
Ele tinha que ir embora, porque se ficasse perto dela mais tempo,
não ia conseguir se controlar. Levando Nessa para a cama, Chase
puxou as cobertas e a colocou deitada, beijando-a mais uma vez antes
de se afastar da deusa tentadora. Os olhos dela estavam fechados e um
sorriso suave marcava seus lábios.
~ 31 ~
Seguindo seu pai pela escada que levava para o andar de baixo e
até a cozinha, o pau de Chase protestava a cada passo que ele dava. Ele
só queria ir para casa e bater uma com a memória de Vanessa gozando
em seus braços. Mas parecia que seu velho queria conversar.
Essa era uma das regras do Hell’s Exiles. Se você nascia no clube,
tinha que passar um tempo em alguma outra facção. Todos os membros
tinham que ser prospectos no começo, mas os que nasciam no clube
eram enviados para fora por alguns anos. Se você quisesse voltar, era
sua escolha. Mas se você quisesse fazer parte do clube, precisava
cumprir o seu tempo.
~ 32 ~
— Não. Mas eu me perguntei porque você me mandou embora no
meio da organização de uma corrida.
— Sim porra, ela tinha só quinze anos e eu via o jeito que você
olhava para ela.
— Olha com você fala comigo, garoto. Isso não é uma conversa
entre pai e filho. Parece mais um desafio direto ao seu Presidente.
— Ela está bem, Chase. Como diabos você acha que eu sabia que
você estava aqui antes mesmo de você entrar na rua?
~ 33 ~
— O fato de sermos os últimos não parece coincidência para mim.
E nós não deixamos público que somos a facção principal.
O jeito que Quin disse isso fez o estômago de Chase revirar. O seu
MC tinha uma regra rígida: jamais machucar inocentes. — Os filhos da
puta não foram atrás apenas do clube, certo? — ele sabia a resposta
antes que o seu Prez falasse em voz alta.
— Não!
Não, ele não achava isso, mas no momento ele não conseguia
pensar em nada que não fosse Vanessa. Se virando para longe do lugar
em que sua mulher dormia, ele olhou para o seu Prez e começou a
pensar como um VP.
~ 34 ~
— Entendido, Prez, — se virando de novo para a casa, ele olhou
para a janela outra vez e fez a pergunta mais importante.
— Lamento muito. Você vai contar para Bianca sobre tudo isso?
— os negócios do clube diziam respeito apenas ao clube, e por regra não
deviam ser compartilhados, nem com as esposas. Mas seu pai quase
tinha perdido Bianca da última vez que merdas assim aconteceram,
porque ele escondeu coisas delas.
— Apenas o que ela precisa saber. Ela vai ficar bem com isso.
— Certo. Amanhã.
~ 35 ~
Mais uma noite. Era tudo que ele tinha que esperar até fazê-la
totalmente sua.
~ 36 ~
Nessa rolou e esfregou o rosto no travesseiro. Ela tinha tido o
sonho mais estranho de todos. Chase e ela tinham tido uma espécie de
discussão, antes que ele a fizesse ter o melhor orgasmo da sua vida.
Saber que tinha sonhado com ele outra vez a irritou, mas ela estava se
sentindo relaxada demais para ficar puta com o seu inconsciente por
sonhar com o maldito homem outra vez.
~ 37 ~
— Bom dia, Momma A.
Se virando depois de pegar uma maçã, Nessa olhou para sua mãe
adotiva. A preocupação era clara em seus olhos. — Está tudo bem?
***
— Você não pode falar de mim, potranca. Agora vamos dar o fora
daqui, eu estou com fome e quero torta.
~ 38 ~
— Você acha que essa bunda realmente precisa de torta?
Pegando sua mão, Becca arrastou Nessa para fora da loja e até a
cafeteria. Ainda rindo, foi só quando elas se sentaram a uma mesa que
ela se lembrou. — Merda, eu não deveria ir a lugar nenhum sem
Tommy, — se levantando, Nessa olhou ao redor para ver se ele a tinha
seguido.
~ 39 ~
Merda. Sua melhor amiga não parecia feliz. Ignorando-a por um
segundo, Nessa se desculpou com Tommy antes de se virar para uma
Becca muito irritada.
— Mentira!
— Foda-se eles, — ela acenou com a mão como se ela fosse uma
espécie de princesa, o que ela era, de certa forma. Só que a sua coroa
era um capacete de moto, em vez de uma tiara. — Ok, eu deveria estar
totalmente enojada, porque você sabe, irmão e tudo mais, mas detalhes,
garota. Eu quero detalhes!
— ... mas eu ainda estou confusa sobre o que ele realmente quer
de mim, Becca, — Nessa terminou de contar apressadamente cada
~ 40 ~
minuto dos últimos dois dias. Becca apenas a encarou, lambendo a sua
colher. Então a potranca atirou o utensílio na cabeça de Nessa.
Droga, isso era mais ou menos o que ela estava pensando. Mas
foda-se, o homem nem a tinha levado em um encontro ainda. E sim, ela
amava o clube, mas a ideia de sempre ficar em segundo lugar não
parecia muito boa para ela. — Hmm, eu não tenho certeza sobre nada
disso ainda, Becca.
Como não estava pronta para lidar com o que Becca estava lhe
dizendo – porque, honestamente, quem não ficaria um pouco louca
descobrindo que o seu crush da adolescência não apenas estava te
correspondendo, mas aparentemente também te via como uma
propriedade que ele podia manter? – Nessa mudou de assunto. —
Então, você sabe o que está acontecendo para deixar todos tão
nervosos?
~ 41 ~
Levantando o olhar, Nessa estremeceu com o olhar intenso de
Blake. Afastando essa sensação, ela pegou a mão de Becca. — Apenas
fique segura, ok?
— Sim, sim. Mas eu tenho que ir, tenho que estudar para
algumas provas. Eu já te disse o quanto te odeio por me deixar sozinha
naquela maldita escola?
~ 42 ~
Chase andava pela fábrica. A maioria dos garotos tinha partido,
apenas aqueles do círculo mais íntimo tinham ficado. A reunião tinha
sido para se certificar de que cada membro do Hell’s Exiles sabia o que
fazer se e quando as coisas piorassem, e ver se alguém tinha ouvido
alguma coisa. O que era, basicamente, nada. O que eles tinham
descoberto não parecia certo. Puta merda, eles não tinham sequer uma
pista do que provocou o ataque. Não houve um aviso de que eles iam
sofrer esse golpe. E não havia nenhuma guerra entre clubes
acontecendo. Sempre que possível eles tinham a maldita certeza de não
atravessar o território dos outros. Se fosse necessário, eles pagavam o
que deviam ao outro clube, ou se certificavam de serem mais do que
discretos sobre o fato de estarem onde não deveriam.
Todos estavam no limite. Não porque essa era a sua primeira luta,
e com toda certeza do caralho não seria a última, mas nunca antes eles
tinham sido atacados sem ter a menor ideia de quem era o autor. Se
não fosse a sua necessidade de reivindicar e proteger Vanessa, Chase
estaria há horas indo para Charleston em sua moto.
~ 43 ~
Depois de pegar algumas cervejas na geladeira, Chase esperou
que eles entrassem. Ele queria resolver logo essa merda para poder ir
pegar Vanessa.
— Não. Nós temos coisas mais importantes para lidar. Mas nós
vamos ter um problema se outra pessoa não for cuidar da princesa.
~ 44 ~
— Eu estava falando com uma das garotas de lá. Ela não fazia
parte do clube, trabalhava em uma loja de bebidas, — Zane parou
quando Chase o olhou interrogativamente. O homem deu de ombros
para ele. — Ela é uma boa foda. Enfim, Mel disse que não viu nada de
diferente na cidade, mas dois motoqueiros apareceram algumas
semanas antes. Compraram bebidas e ela nunca mais os viu.
— Seja lá quem fez isso, não se apressou. Eles sabem como nós
corremos.
— Por que você diz isso, Blake? Eu entendo que eles sabem como
nós fazemos as coisas, mas por que você acha que eles não se
apressaram?
~ 45 ~
isso com o máximo de danos e quase sem testemunhas, isso leva
tempo, — Blake se inclinou para frente, descansando os cotovelos na
mesa. — Olhe, se eu estou lidando com alguém e não me importo, ou
quero que eles saibam quem está atrás deles, levaria apenas alguns
minutos, no máximo duas horas, para ter o negócio feito. Mas quando
não queremos que eles saibam que eu estive lá, isso exige algumas
semanas para organizar as coisas. Até mesmo Zane, que cuida das
coisas à distância, precisa de tempo para se preparar.
— Você realmente acha que eles vão nos deixar por último? Ou a
lista é só uma maneira de fazer a gente se espalhar enquanto algo
acontece? — Horse perguntou.
~ 46 ~
que têm que fazer, então façam. Me mantenham informado, e se não me
encontrarem, vão direto para o nosso Prez. Eu estou indo, tenho que
pegar a minha mulher.
— Ah, eu mal posso esperar por isso. Estou morrendo para ver a
bunda daquela garota ao vivo.
~ 47 ~
— E eu disse que não vou me mudar, por isso não tinha nada
para contar para você, — a fúria de Nessa crescia enquanto ela gritava
no telefone.
— O qu...
~ 48 ~
Com a arma ainda na mão e parecendo ter percebido que não
havia mais ninguém ali, Chase caminhou na sua direção e a prendeu
contra a mesa. Seus lábios esmagaram os dela. Lutar contra o beijo era
inútil, não apenas porque ele se erguia sobre ela, enrolando seu cabelo
em seu punho com tanta firmeza que ela podia sentir o cabo da arma se
enterrando em seu crânio, mas porque no momento em que ele pôs
seus lábios nos dela e girou a língua em sua boca, aquela garota de
quinze anos de idade – a mesma que queria cair de joelhos cada vez que
ele chegava perto – apareceu correndo, com o cabelo ruim e tudo. E por
vontade própria suas pernas se prenderam em volta da cintura dele, o
puxando para mais perto.
— O que há de errado?
Porra, ela odiava quando ele usava o seu nome completo. E que
tipo de resposta era essa, afinal de contas? Era uma espécie de código
secreto alienígena para roubar as suas coisas, mas estava tudo bem
porque afinal ela era dele, então o mundo não ligava?
~ 49 ~
cair. Frog acenou quando ela passou, e Nessa lhe mostrou o dedo do
meio. O babava tinha a mantido ali, não a deixou ir embora quando ela
terminou a sua última tatuagem. Ele devia saber que Chase estava
vindo buscá-la. Ela ia cuidar do seu chefe mais tarde.
~ 50 ~
Nessa tinha aceitado o tamanho 18 da sua bunda a muito tempo atrás
– para o desgosto dos seus pais. E se Chase tinha algum problema com
o seu tamanho, ele ainda não tinha demonstrado isso.
— Não.
Ela queria responder esse não é o meu lar, mas ele a chamou de
Nessa. E o jeito que o nome vibrou na sua língua a fez perder o
equilíbrio. Entre estar de cabeça para baixo e com o cabelo todo na
cara, ela só conseguia ver o seu traseiro bonito e o chão de madeira
polida.
~ 51 ~
depois. A pergunta que ela vinha se fazendo, ela queria que ele
continuasse? A pergunta era um resoluto porra, sim!
Se afastando da sua boca, Nessa lutou por ar. Só para ter isso
arrancado dos seus pulmões outra vez quando ela entrou voando pela
porta do quarto, aterrissando sobre um colchão firme. Chase ainda
parecia exausto, mas agora havia um brilho predador naqueles olhos
injetados. Droga, quando ele olhava assim para ela, seu instinto de
fugir, lutar ou foder vinha à vida outra vez. Nesse momento, e excitada
como ela estava, o foder ganhava.
~ 52 ~
***
Ela era espetacular pra caralho. Ela pode ter pensado que ele
estava brincando sobre tomar ela três anos atrás. Mas ele não estava.
Não foi a sua idade que o impediu naquele dia. O que Vanessa
provavelmente não entendia era que o Presidente dos Hell’s Exiles a via
como uma outra filha. E se Chase a tocasse antes dela ser maior de
idade, seu pai arrancaria o seu couro. O cabelo dela caía em cascata ao
redor da pele macia e dourada. E o jeito que ela respondia a ele só fez a
necessidade de Chase aumentar. Não havia nada dócil sobre Nessa; ela
dava tanto quanto recebia. Essa era uma das qualidades que ele
gostava nela. Chase sabia que ele era um homem duro e, embora ele
sempre quisesse as coisas do seu jeito, ele também não queria uma
mulher que apenas o seguisse cegamente. Ele precisava dessa faísca de
desafio para manter o interesse. E Nessa tinha isso de sobra.
~ 53 ~
em seu quadril. Ele girou o metal brilhante em sua palma, o cetim preto
evidentemente não era páreo para o fio da faca e a habilidade de Chase
a usando. Os gemidos suaves de Nessa estavam lhe deixando louco.
Cansado dos jogos, ele rapidamente repetiu a cerimônia de corte da
calcinha do outro lado. Então Chase jogou a faca no chão e arrancou do
corpo dela o que tinha sobrado do tecido.
Caindo sobre ela, Chase esmagou seus lábios. Porra, não mesmo!
De jeito nenhum ele ia parar agora para discutir sobre a sua falta de
cuidado com a tatuagem. Ele estava ocupado demais para pensar nisso.
~ 54 ~
Além disso, ele não podia esperar mais. Não agora, que ele tinha o gosto
dela na boca e seu pau estava implorando para encher a sua buceta.
Ele iria cuidar das consequências depois.
Nessa não lutou com ele. Ela o beijou de volta com a mesma
ferocidade que ele, e abriu ainda mais as pernas. O calor da sua buceta
alcançou a ponta do seu pau. Esfregando os quadris nos dela, Chase
cobriu o seu eixo com o creme dela. Cada vez que ele batia no clitóris,
Nessa se arqueava mais firme contra ele. A garota ardilosa estava lhe
deixando louco com a maneira que respondia a ele. Sem separar suas
bocas, Chase mexeu os quadris, alinhou seu pau dolorido e começou a
entrar nela lentamente. Ainda que ela estivesse muito molhada, era
bastante apertada; apertada demais. Chase parou de se mexer, segurou
os cabelos dela ao redor do seu punho e se afastou da sua boca
faminta. Olhos azuis brilhantes o encararam.
Porra!
~ 55 ~
Chase nunca foi de se segurar durante o sexo, e com Nessa ele não
tinha essa sensação de que ela talvez fosse quebrar sob o seu peso.
Correndo as mãos pelo seu corpo, ele cobriu os seus seios e rolou
os mamilos entre os dedos, antes de lhes dar um puxão afiado. Ela
estalou os olhos abertos, e as paredes da sua buceta gostosa
começaram a se contrair ao redor dele, apertando forte, o lavando com
uma onda quente de gozo. Então seus gritos cheios de prazer ecoaram
pelo quarto. Era como se o som fosse um gatilho, e enquanto a buceta
dela o apertava e ordenhava, ele chegou ao seu limite.
Caindo para a frente, ele bateu seus lábios nos dela. O fogo se
espalhou pelo seu estômago, encheu suas bolas e então estourou pela
cabeça do seu pau. Ele já não tinha mais controle dos seus quadris.
Eles saltavam enquanto um tiro de gozo atrás do outro enchia a luva de
látex. Porra, ele mal podia esperar para comer ela sem nada. Para senti-
la sem nada entre eles. Com um último estremecimento duro, a força de
Chase se foi, e ele desmoronou sobre ela. Nessa gemeu debaixo dele,
mas não reclamou.
~ 56 ~
Nessa rolou e bateu com a mão na coisa chata que não parava de
tocar. Seus dedos colidiram com o despertador com força o bastante
para enviá-lo para o chão, mas o maldito barulho não parou. Pela
primeira vez desde que Chase a sequestrou ela estava tendo um sono de
verdade. Não que as suas rotineiras chamadas para acordar fossem
desagradáveis. Em realidade, elas eram um jeito realmente incrível de
tirar uma mulher dos seus sonhos. Durante a última semana, Chase
garantiu que ele tivesse o seu café da manhã todos os dias. E o que ele
comia era justamente o que havia entre as coxas dela. Então não, o
problema não estava nos múltiplos orgasmos que ele lhe dava para ela
acordar. O problema estava no fato de que ele a estava acordando uma
hora mais cedo do que o normal – todos os malditos dias – para poder
desfrutar da sua primeira refeição.
~ 57 ~
A ideia de passar o dia com a sua melhor amiga fez Nessa se
animar. Ela não conseguia lembrar da última vez em que elas passaram
mais de um dia sem se ver, e agora já faziam quase quatro.
***
~ 58 ~
Em exatos trinta minutos, Nessa estava sentando no banco do
passageiro do pequeno carro vermelho de Becca. Muito diferente dela
própria, que era toda bad girl, com shorts rasgados, botas e tops florais
– bem, ela gostava de coisas bonitas, também – Becca era a perfeita
patricinha. Ela gostava de vestidos ajustados que mostravam todas as
suas curvas. A maquiagem era sempre perfeita, e ela nunca tirava seus
saltos de 10cm. Então o pequeno New Beetle2 vermelho, com as rodas e
os bancos brancos, eram totalmente a cara de Becca.
— Ah não, porra, você não fez isso, não é? Não usou a poção? —
Nessa cutucou a cadela sádica, já sabendo a resposta. Pobre Tommy.
2Na época do seu lançamento, esse carro ficou conhecido como “o carro da Barbie”,
uma vez que a boneca ganhou a sua própria versão do carro, todo cor-de-rosa.
~ 59 ~
Uma vez, irritadas com a sua professora de ciências, elas
acharam uma receita na Internet. O líquido em si não era tão ruim, mas
no momento em que se colocava calor à fórmula, o vapor exalava um
fedor que induzia ao vômito. O lado ruim – elas descobriram depois – é
que o vapor grudava em tudo o que ele tocava. Mas tinha valido a pena
ver todos os banhos de suco de tomate que o Irmão Phillip tinha dado
em Wendy Collins. Nessa apenas esperava que Tommy a perdoasse,
porque se ela soubesse o que Becca ia fazer, ela teria impedido a cadela
louca.
Pois bem, não havia nada que ela pudesse fazer agora, no
entanto.
— Você acha que é seguro para nós estar aqui fora sem ao menos
um deles? — Nessa ainda tinha aquela sensação inquietante de que
algo não estava certo.
— Ei!
Nessa esperou até que ela tivesse parado, e então pegou a mão de
Becca. — Ei, o que está acontecendo?
~ 60 ~
Tristeza encheu os seus olhos. — Minha unidade parental tem
brigado. Eu quero dizer, a coisa está bem feia e eles se pegam pra valer.
Eu não falei nada antes porque quando você se mudou para nossa
casa, as coisas pareciam ter voltado ao normal. Você sabe, eles se
pegavam para valer, mas de um outro jeito. Um jeito que uma filha
jamais deveria ter testemunhado, — Becca fez uma careta. — Enfim, as
coisas ficaram feias de novo e agora meu pai está dormindo no quarto
de hóspedes.
— Ok, querida, não vamos nos preocupar com isso hoje. Vamos
gastar o seu dinheiro, comprar merdas legais para você e fazer você se
sentir muito melhor.
Ok, isso era muito estranho. Elas não se tratavam por nomes
gentis. Nessa só podia culpar a sua falta de sono e sua reação à tristeza
de Becca.
***
~ 61 ~
contra o carpete industrial da loja. — Ok, vamos desenhar isso para as
crianças lentas da sala, — levantando uma mão, Becca ergueu um
dedo.
— Por que nós continuamos voltando para isso? Não seja invejosa
com a minha bunda! — Nessa segurou a risada. Porra, ela amava essa
garota. — Agora dê o fora da terra da fantasia, querida, — a cadela
bateu os cílios para ela. — Você é uma mulher comprometida agora,
então aceite de uma vez.
— Então o idiota do meu irmão não explicou nada sobre ser uma
old lady para você?
~ 62 ~
— Bem, ele disse que eu sou dele.
— Por quê?
— Apenas me dê, cadela. Nós não temos o dia todo para ficar aqui
discutindo. Agora, me dê a sua carteira, — Becca estendeu a mão.
Certo. A vadia podia ficar ali sentada o dia todo se Nessa não
cedesse. Pegando a carteira de dentro da bolsa, ela a entregou. Becca
abriu o couro gasto e imediatamente puxou um cartão de crédito preto
que Nessa nunca tinha visto antes. A vadia então bateu com a coisa na
sua testa.
— Viu, você é a old lady dele. Agora levante essa bunda gorda daí
e ache alguma coisa para experimentar.
Nessa ficou ali sentada por alguns minutos olhando para o cartão
de crédito preto que caiu no seu colo. Ela estava um pouco confusa se
ficava feliz por Chase querer que ela tivesse acesso ao seu dinheiro, ou
irritada, por ele não ter debatido isso com ela. Então ela pensou no
vestido de veludo arrasador que ela viu na vitrine, e nas botas de
morrer que faziam um par perfeito. Foda-se ele. Se ele tinha colocado
um cartão de crédito na sua carteira sem nem ao menos conversar
sobre o valor que ela podia gastar, então ele era um idiota. Ele não
sabia o tipo de estrago que uma garota de dezoito anos que nunca teve
a liberdade de entrar em uma loja e comprar o que quiser podia fazer?
Que seja.
Correndo pela loja, Nessa saiu pegando várias peças para provar.
~ 63 ~
— Então eles não atacaram a sede do clube dessa vez, apenas
alguns dos nossos negócios, e eles não estão seguindo a lista! — porra,
ele parecia um disco quebrado. Chase andava de um lado para o outro
na sala quase vazia. Todos tinham ido embora, cuidar do que
precisavam fazer, o deixando sozinho com Quin para discutir coisas
privadas.
— Sim, bem, nós suspeitamos que a lista foi deixada para nos
colocar fora do seu caminho. Agora nós sabemos qual era, — Quin se
serviu um copo de uísque e foi para o sofá. O homem parecia acabado e
Chase não acreditava que os ataques eram a única causa das
frustrações do seu pai. Mas no momento Quin não era o seu pai, ele era
o Prez de Chase. Então ele não ia perguntar o que estava acontecendo
fora dos negócios do clube. E sinceramente, eles já tinham merda
demais para lidar.
— Então mais uma vez nós fodemos tudo! — Quin bebeu todo o
seu uísque. Dessa vez ele nem se serviu outra dose, mas sim pegou a
garrafa e bebeu direto dali.
Porra, eles tinham que estar deixando passar algo. Chase podia
sentir isso nas suas entranhas. O primeiro ataque teria parecido
aleatório, se não fosse a lista. Sim, eles sabiam que o ataque era uma
~ 64 ~
afronta direta ao clube no Leste, mas uma afronta a todo o Hell’s
Exiles? Isso não estava fechando. Colocando a lista de lado, um ataque
ao clube de strip parecia mais... direto. Pessoal. Como se eles
estivessem mirando em pessoas específicas. Os irmãos que tinham sido
mortos eram descendentes dos quatro originais. Logan era neto de um
dos fundadores e o presidente da facção do Texas. E Danny era primo
de segundo grau de Chase. O maldito garoto estava dando duro para
crescer no clube. Ele ainda não era um membro pleno, e tinha tirado
alguns dias de folga para visitar a mãe – a tia-avó de Chase, Patty.
Merda, ele nem ao menos devia estar naquele clube.
Essa era a parte que não estava fazendo sentido para Chase. Por
que diabos esperar tanto tempo? Porra, Chase era da quarta geração de
Hell’s Exiles. Então se toda a situação tinha a ver com os membros
originais, era um tempo bem longo para guardar tanto rancor. Mas
~ 65 ~
mesmo considerando tudo isso, este era o único cenário que ainda fazia
algum sentido para ele.
— Meu palpite...
~ 66 ~
— Eu vou cuidar de você mais tarde, — Chase não ligava se era
culpa da sua irmã, Nessa estava sem proteção. O garoto tinha uma
missão e deveria tê-la cumprido melhor.
— Achei!
Quin nem sequer piscou. Havia uma razão para ele ser o
Presidente do Hell’s Exiles; o homem era um filho da puta cruel, que
não aceitava merda de ninguém, especialmente de um dos seus garotos.
Chase não tinha tempo para isso, ele queria ir até a sua mulher
agora, não desperdiçar tempo observando os dois em uma disputa de
quem era o mais durão.
Ele tentou acalmar a situação antes que ficasse pior. — Nós todos
estamos cansados e frustrados. Se você sabe onde estão as garotas,
vamos até elas. Eu não quero a minha mulher sem proteção. Não
quando nós não sabemos onde é o próximo lugar que esses filhos da
puta vão atacar. E eu tenho certeza que Blake só está puto porque ele
não teve essa ideia de colocar um rastreador no carro de Becca, — na
verdade, Chase estava irritado porque ele mesmo não tinha pensando
em fazer isso com Nessa. Ela não era imprevisível como Becca, mas ela
~ 67 ~
era a melhor amiga da vadia louca, e isso devia ter sido o bastante para
deixar Chase atento.
~ 68 ~
— Você quer ir ver um filme? — Becca perguntou quando
terminou o seu hambúrguer
— É claro que estão. Você está gostosa pra caralho nessa roupa,
— Becca balançou as sobrancelhas para ela. Nessa colocou uma das
roupas novas que tinha acabado de comprar. A saia justa de couro, a
blusa rosa soltinha e as botas que subiam até as coxas eram
estonteantes, mas não, quem a estava observando não estava
apreciando a visão. Bem, pelo menos não era isso que ela sentia.
~ 69 ~
— Isso é algo mais do tipo quero matar você lentamente do que
quero tirar as suas roupas. Olhe, Becca, você sabe que algo está
acontecendo no clube. Talvez fugir dos caras não tenha sido uma boa
ideia.
***
Não importava que Chase estava além do furioso, assim que ele a
viu, seu pau virou uma barra de aço entre as suas pernas no mesmo
instante. Vanessa estava usando uma blusa solta e uma saia justa de
couro. E aquelas botas que gritavam me fode o fizeram querer dobrá-la
sobre a mesa e tomar ela ali mesmo. A maldita garota estava mexendo
com a sua cabeça. Ele estava assustado pra caralho, irritado porque ela
o desobedeceu, e mesmo assim tudo que ele podia pensar era em foder
ela até perder os sentidos.
Ela piscou para ele. Sua respiração engatou e ele viu o alívio
encher os seus olhos.
Isso fez com que todos os seus instintos viessem à tona; Vanessa
não estava sendo atrevida como sempre. A puxando para o seu peito,
~ 70 ~
ele a segurou apertado e estudou o restaurante. Nada parecia fora do
lugar, mas havia uma sensação em seu peito de que eles estavam sendo
observados.
Ele não ia deixar de lado o fato dela ter saído de casa – quando ele
tinha dito a ela para não fazer isso – mas com esse formigamento na
sua nunca aumentando a cada minuto, estava na hora deles irem
embora. Querendo manter as mãos livres, Chase não a ajudou a
carregas suas sacolas. Quando ela se ajeitou e olhou para o
restaurante, ele colocou uma mão no meio das suas costas e a levou
para fora do shopping. Um movimento à sua direita chamou sua
atenção. Porra! Não havia dúvidas de que as garotas tinham sido
seguidas. O cara usando um jeans sujo e uma camiseta rasgada não
era um dos seus garotos. E ele estava muito fora de lugar para ser
qualquer outra coisa que não um motoqueiro.
Ele agarrou a mão dela para afastá-la do seu peito e usou isso
para puxar todo o corpo dela mais perto do seu, prendendo suas duas
mãos nas costas. Ela rosnou para ele, seus seios lindos subindo e
descendo a cada respiração pesada que ela dava.
— Sim. Mas você talvez não goste da fatura do seu cartão, quando
ela chegar, — ela esfregou a buceta contra ele enquanto falava.
~ 73 ~
***
Nessa estava exausta demais para pensar no fato de que eles não
tinham usado camisinha. Porra, sua menstruação estava para vir a
qualquer dia, então eles estavam bem, certo? Seus pensamentos foram
cortados quando ela sentiu uma brisa gelada em suas costas e seus
joelhos bateram no chão de madeira. Chase mudou as suas posições e
deslizou pela porta até sentarem no chão da varanda, seu pau ainda
agitado dentro dela.
~ 74 ~
— Você se divertiu fazendo compras? — ele correu uma mão
grande pelas suas costas, sua voz grave quebrando o silêncio. Ela ainda
podia sentir sua raiva e seu medo, mas respondeu para ele com
honestidade.
Ela queria discutir com ele, mas era inteligente o bastante para
saber que agora não era o momento. Em vezes disso, ela fez as duas
perguntas que a estavam atormentando.
Ok, isso não era uma declaração de amor, e quando o corpo dela
mais uma vez alcançou o clímax e a doce felicidade do orgasmo a
atingiu, Nessa mordeu a língua e segurou a palavra que ela queria
deixar correr pelos seus lábios. Talvez em outra hora, mas por agora ela
estava feliz com aquela que ele sempre repetia: minha!
~ 76 ~
Depois de um cochilo, e enquanto estava cozinhando o jantar –
algo no qual ela descobriu que ele era muito bom, ao longo da semana –
Chase cumpriu com a sua palavra. A cada palavra que ele dizia, o
coração de Nessa doía.
Droga.
— Mas...
~ 77 ~
largou, ele provavelmente estava implorando pela sua última
respiração. Nós vamos ter que arejar o celeiro por uma semana antes do
fedor ir embora, — Chase não pareceu achar graça.
Maldito motoqueiro teimoso. Foda-se ele, ela sabia que ele estava
irritado com ela e preocupado com o clube, mas ela também estava; ela
estava preocupada com o clube. Sobre a parte de estar irritada... bem,
ela estava irritada com ele também. Se ele tivesse apenas explicado o
que estava acontecendo, ela não teria ido a lugar algum sem proteção –
ou a lugar algum, ponto final. Mas ela não ia dizer isso para o idiota.
Maldito o seu corpo por sempre reagir à voz dele. Seu núcleo
apertou, seus mamilos endureceram e seu coração acelerou. Graças a
Deus sua menstruação tinha descido hoje. A sua pobre buceta acabaria
parecendo um gato mutilado se ele chegasse perto dela outra vez. Sua
libido não estava entendendo que o seu corpo precisava de um
descanso depois do interlúdio frenético de mais cedo. Se libertando do
seu aperto, ela continuou a descer as escadas, ignorando a sua libido e
o motoqueiro temperamental.
— Eu não tinha ideia do que ela ia fazer com você, Tommy. Foi só
quando nós estávamos quase no shopping que eu percebi que você não
estava me seguindo, e Becca me contou o que tinha feito. Eu sinto
muito, — ele não disse nada, apenas a encarou, pura irritação se
mostrando em seu rosto.
~ 78 ~
apenas um homem que tinha ordens de protegê-la; antes de Chase
voltar para a cidade, ele tinha sido seu amigo.
~ 79 ~
virou para Tommy. — E você não vai dormir nesse celeiro. Tem um
quarto vazio dentro de casa, — mais uma vez Nessa foi cercada por
braços fortes, mas agora eram aqueles que ela tinha não apenas se
acostumado, mas também estava ficando viciada. Chase bateu os lábios
nos dela; um beijo rápido, mas feroz. Tão rápido como começou,
acabou, e ela foi colocado de volta no chão.
~ 80 ~
Mais uma vez, Chase estava na fábrica cercado por seus irmãos.
Por quase uma semana, tudo esteve calmo. Nada de ataques. Nada. E
isso o estava irritando.
Como diabos eles iam lidar com essa merda se não aparecia
ninguém reivindicando a fama por ter abatido parte do Hell’s Exiles? Ele
não estava nem conseguindo diminuir sua tensão entre as coxas macias
de Nessa. O fato dela estar menstruada não era o problema; a única
coisa que o mantinha longe dela eram os seus contínuos protestos de
não, você me quebrou. Então sexo está fora de cogitação. Isso, e o fato
dela estar andando um pouco engraçado depois que eles transaram na
varanda.
— Estamos limpos?
~ 81 ~
Puta merda, por essa Chase não esperava. Razor era um filho da
puta. O ex-presidente do Hell’s Exiles era um parasita cruel, e a pessoa
que ele mais odiava no mundo era Quin. o fato deles serem pai e filho
só fazia a raiva ser ainda maior. Porra, os dois homens mal se falavam,
e geralmente as suas conversas envolviam os punhos. O único membro
da família para quem Razor tinha algum tempo era... — Merda. Não me
diga que você arrastou Becca para o meio disso? — Chase não
conseguiu para a pergunta. Ele podia estar puto com Becca por colocar
Nessa em perigo, mas ela era sua irmã.
— Mas é óbvio que sim, porra. Você acha realmente que aquele
filho da puta teria me visto de outra forma? — Quin bateu o punho na
mesa, a raiva saindo dele em ondas. — Como presidente, eu fiz o que
precisava fazer. Não me questione outra vez, garoto.
~ 82 ~
— Razor ficou surpreso por quanto esse Rick sabia do clube. E
quando Deno o mandou embora, ele prometeu se vingar, mas não fez
nada a respeito.
— Então por que agora? Se esse cara é seu tio, ele ter o quê? Uns
setenta anos? — Horse fez a pergunta que todos estavam pensando.
Isso com certeza também passou pela cabeça de Chase. Por que diabos,
depois de tanto tempo, agir agora? E porra, ele deve ter tido ajuda.
Como Horse disse, o homem tinha uns setenta anos.
***
Malditos hormônios!
~ 83 ~
— Ei, potranca, sua mãe chegou, — ela disse quando um carro
parou em frente à casa.
É tarde demais. Tarde demais... ela queria dizer a ele. Seu coração
gritava em pesar, porque não havia o que fazer com aquele tipo de
ferimento.
~ 84 ~
No momento em que elas chegaram na varanda, Nessa empurrou Becca
para o chão, a protegendo das balas que vinham voando. Uma dor
afiada atravessou seu braço. Ignorando-a, ela sussurrou no ouvido de
Becca — Não se levante, não se mova, eu volto em um segundo.
De proteger.
De sobreviver.
Ela nunca tinha apontado uma arma para um ser humano antes,
mas em sua mente aquele não era um grupo de homens. Para ela, eles
não eram nada mais do que vermes que precisavam ser erradicados.
Eles tinham ferido o clube. Eles tinham matado mulheres e crianças
inocentes.
~ 85 ~
um baque duro no chão, não morto, mas ferido. Essa animação não
durou muito, pois a chuva de balas se virou de repente na sua direção.
Tropeçando, ela puxou Becca junto com suas armas para o outro lado
da varanda, procurando por um lugar mais abrigado. Uma bala passou
voando pela sua cabeça, o calor do metal queimando sua pele. Outra
fisgada de dor explodiu em seu ombro e a fez rolar por cima de Becca.
Uma intensa agonia queimou pelo seu corpo, fazendo-a soltar um silvo
de indignação e um interruptor ser acionado em seu cérebro.
~ 86 ~
Eles aceleraram pela estrada como se estivessem sendo seguidos
pelos demônios do Inferno.
Ela girou uma das pistolas na direção dele, mas antes que ele
pudesse se preocupar que ela atirasse, a visão de sangue decorando a
parte superior do seu peito enviou um medo que ele jamais havia
conhecido pelo seu sistema. A força desse medo ameaçou derrubá-lo. O
ar ficou preso nos seus pulmões e seu coração congelou no peito
quando ele viu um pequeno sorriso se formar nos lábios de Nessa, e
então ela desabou no chão.
~ 87 ~
Pulando da sua moto ainda em movimento, Chase correu através
do chão ensopado de chuva e sangue. Subindo os degraus em um pulo,
ele chegou até Nessa. Seu coração parou de bater, o medo finalmente o
paralisando. Sob a fuligem e o sangue, a pele de Vanessa estava pálida.
Se ajoelhando ao lado do seu corpo inclinado, seu rugido de angústia foi
repetido por alguém no jardim. Chase podia sentir seu peito sendo
arrancado do peito, até que ela abriu os olhos, revelando o tom azul que
ele não podia começar o dia sem ver.
Ele não tinha tempo para se preocupar com mais ninguém. Nessa
estava perdendo muito sangue, e ele não ia perde-la só porque não
aproveitou o tempo para tentar estancar a hemorragia.
~ 88 ~
— Chase, nós temos que ir. Os policiais estão a caminho, — Blake
se agachou ao lado dele. — Merda. Nessa. Você está bem, garota?
~ 89 ~
Outra vez ele engoliu o seu grito de dor quando ele a pegou nos
braços e a levou para longe da casa em chamas. Colocando-a com
cuidado no chão, ele a beijou mais uma vez antes de se afastar. Ele
precisava se recompor e agir como VP do Hell’s Exiles, e não como um
namorado apavorado. Ele precisava proteger o clube. E isso significava
levar os seus garotos para um lugar seguro.
Com o som das sirenes vibrando no ar, ele correu até a varanda e
pegou as armas que Nessa tinha usado. Limpando suas digitais da
melhor forma possível, ele as colocou nas mãos de Rico. Apertando a
mão do homem morto ao redor da pistola, ele disparou um tiro. Ele não
se sentiu culpado em colocar as mortes nas costas do seu irmão
falecido. Qualquer um dos irmãos do clube teria assumido a culpa, ao
invés de deixar que uma das mulheres fosse acusada de assassinato.
Mesmo que fosse em legítima defesa, as garotas eram parte do Hell’s
Exiles, e não importava qual fosse a situação, os policiais não iam
esquecer esse fato.
***
~ 90 ~
— Acho que ele se foi, Chase, — Blake pegou o seu ombro antes
que Chase pudesse acertar mais um soco.
— Diga para Charlie dar uma olhada nele. Eu o quero vivo, mas
diga ao médico para não lhe dar nada para dor. O desgraçado vai ser
morto pelo Quin, — Chase se afastou do homem choramingando atrás
dele, tirando suas roupas no caminho. A fábrica estava totalmente
equipada com tudo que eles precisavam, incluindo um bloco de
chuveiros como dos vestiários.
— Eu acabei de falar com Hound, ele disse que nosso Prez já está
na segunda garrafa.
~ 91 ~
Porra! Embora ele soubesse que o casamento do seu pai não era
sempre feliz, o homem devia estar se sentindo da mesma forma. Não
havia nada que ele pudesse fazer por Quin agora, mas Chase jurou que
seu pai e seus irmãos do Hell’s Exiles teriam a sua vingança.
3 É um modelo de moto.
~ 92 ~
Nessa não podia acreditar na audácia dessas pessoas. Por quase
um mês eles ignoraram completamente a sua existência, e agora
queriam agir como pais preocupados. Três vezes ela pediu a enfermeira
para ligar para Chase, ou droga, pelo menos lhe trazer o maldito
telefone, e três vezes seus genitores interferiram. Na verdade, as
palavras do seu pai foram — Eu proíbo qualquer um de ligar para
aquele criminoso, — enquanto resmungava o tempo todo sobre ser um
advogado. Nessa queria ainda ter uma das armas. Assim ela podia
colocá-los para fora até que alguém chamasse o seu homem.
~ 93 ~
Primeiro ela pensou que ele estava falando com ela, e então
percebeu que era com eles. No tempo em que estiveram juntos, ela
tinha contado para Chase os detalhes não tão bonitos da sua infância e
adolescência na casa dos Randall. Ela nunca foi fisicamente abusada;
seu abuso veio na forma de uma negligencia flagrante. Ela não se
encaixava na agenda ou no mundo deles, então era fácil para eles
colocá-la de lado e esquecer que ela estava lá. Dizer que Chase estava
irritado por eles estarem aqui seria um eufemismo.
— Eu acho isso meio difícil. Vocês nunca estiveram por perto. Ela
passou a maior parte da vida na casa do meu pai, — Chase a colocou
de volta na cama, suas mãos correndo gentilmente pelos seus braços,
mas ela podia ver a raiva endurecendo o seu rosto enquanto ele olhava
para o casal.
Ao se sentar na cama, ela ficou bem feliz por deixar Chase lidar
com eles. Ela estava com muita dor para discutir com o par de idiotas.
Com toda essa gritaria, primeiro dela, depois do seu pai, Nessa
estava surpresa pela segurança do hospital ainda não ter aparecido.
Olhando para a entrada do quarto, ela viu Blake parado ali como uma
sentinela. Sim, ninguém ia passar pelo grandão. A maioria das pessoas
temia Chase devido à sua posição no Hell’s Exiles, mas uma simples
olhada para Blake os fazia sair correndo, com medo pela sua vida; ele
era um cara realmente muito assustador. Ele deve ter sentido os olhos
dela nele, porque viril a cabeça, aquelas órbitas negras a encarando. Ele
acenou uma vez, então voltou a vigiar o corredor.
~ 94 ~
A voz de Chase trouxe sua atenção de volta para o quarto. —
Prestem muito atenção no que eu vou dizer, porque eu não gosto de ter
que repetir, e vocês não vão gostar das consequências se eu precisar
fazer isso. Nessa é minha. Minha mulher, e logo ela vai ser minha
esposa... — seu coração saltou uma batida com essas palavras, e
lágrimas se formaram nos cantos dos seus olhos. — Ela não quer vocês
aqui, e nem eu. Então, quando eu te soltar, vocês vão levantar esses
rabos metidos e dar o fora daqui. Não olhem para trás, não façam
contato com ela outra vez. Se ela um dia quiser ver vocês... bem, vamos
ver se isso vai acontecer um dia, — seus dedos ficaram brancos quando
ele apertou a mão de Nathan Randall ainda mais forte, até que seu pai
estava acenando em concordância. Então ele deixou o homem cair
completamente no chão.
***
~ 95 ~
— Eu estou assustada, triste, preocupada e com raiva, tudo ao
mesmo tempo. É como se eu estivesse em uma montanha-russa de
emoções. E então tem essa dor que não está ajudando em nada.
— Você não precisa dizer isso. Então vamos pular essa parte. Mas
Chase, você acha que pode trazer uma enfermeira aqui? Eu pareço
estar sangrando por todos os lugares, — ela esfregou o rosto da maneira
mais adorável.
— Tudo vai ficar bem, Nessa. Um dos irmãos é advogado e ele vai
estar lá com a gente.
~ 96 ~
— Calma, baby, você não fez nada. Seus tiros foram aleatórios.
Rico disparou os tiros que mataram. Você me entendeu? — ele falou
com os lábios pressionados nos dela.
***
— Ela vai ficar bem, cara, — Blake parou ao seu lado na sala de
espera.
— Você acha que eles vão vir diretamente para nós outra vez? —
ele se inclinou casualmente contra a parede, mas Chase estava tudo,
menos calmo. Linhas apertadas emolduravam sua boca, e suas mão
estavam fechadas em punhos apertados que deixavam seus dedos
brancos.
~ 97 ~
— Ela é uma guerreirinha, essa daí.
— Mantenha suas patas longe dela. Porra, ela é minha. Não pense
que eu não notei o jeito que você esteve seguindo todos os seus
movimentos.
~ 98 ~
Chase levantou suas sobrancelhas para isso. — Com certeza esse
é meu território, Hell. Mas nós vamos convidar vocês todos para a luta.
Mais uma vez, seus olhos correram para Nessa. Ela era como um
farol, brilhando com uma luz interior. Por causa dele, seu mundo tinha
virado de cabeça para baixo e então se partido. Se ele fosse mais forte, a
deixaria ir. Deixaria que a sua luz continuasse brilhando, intocada pela
loucura que era ser uma old lady. Mas desistir dela era como desistir de
respirar.
~ 99 ~
encontrar, Chase tinha certeza absoluta que a sua reação ia ser um
pouco mais violenta.
Chase tomou outro gole de cerveja, seus olhos correndo mais uma
vez para Vanessa. — Nah, cara, hoje não é dia para essa merda. Além
disso, acho que está na hora de levar minha mulher para casa.
***
— Nah, eu acho que isso vai pegar. Além do mais, ele é muito
preciso, — o idiota bateu com o dedo na ponta do seu nariz, um sorriso
malvado iluminando seu rosto. — Você com certeza impressionou os
caras do Hades pra caralho, para eles te darem um apelido.
Nessa riu. Ela tinha certeza que a única razão para ser chamada
de guerreirinha, em primeiro lugar, era porque o grande fumante careca
presidente do Hades tinha esquecido seu nome. Isso podia ter algo a ver
com o fato dele só ter olhado para os seus peitos, e não para o seu
rosto, quando Chase os apresentou. A pior parte era que havia gente o
bastante ao redor quando ele a chamou de Guerreirinha, então o seu
nome apelido se espalhoy rápido e parecia que ia pegar.
~ 100 ~
— Que seja, Tommy. Eu vou encontrar Becca. Você vai ficar bem
aqui?
— Quem é você, minha mãe? Vá achar ela, mas não saia da casa,
entendeu?
Onde ela estava indo? E por que ele estava fazendo essas
perguntas enquanto a provocava? Ele sabia que ela não conseguia
pensar direito quando ele a tocava. — Hmm, algum lugar... Porra,
Chase, não comece algo que você não vai acabar, — ela saiu do seu
abraço, girando para poder encará-lo.
Seu coração pulou uma batida antes de acelerar. Ele não tinha
feito nada além de dormir de conchinha com ela desde sua alta do
hospital, preocupado que qualquer outra ação poderia machucar mais o
seu ombro. O homem idiota não entendia que acordar com o seu pau
duro batendo nas suas costas a machucava muito mais. Era um grande
desperdício não deixar que ela se aproveitasse da excitação dele.
~ 101 ~
— Que tal eu te dar uma pequena prévia antes de nós irmos para
casa?
— Ou o que, Quin?
— O que você vai fazer comigo, Quin? Você e o seu clube fodido já
me tiraram a única coisa que eu amava de verdade, e você não pode
nem ao menos honrar a sua memória mantendo isso aí dentro das
calças no dia em que você a enterrou. Eu queria que fosse você naquela
cova. Você não é o meu maldito Prez, e até onde eu sei, você não é mais
meu pai também, então vá se foder, Quin, — e com isso Becca veio
marchando na direção de Nessa. A dor no rosto da sua amiga fez com
que lágrimas escorressem pelo seu próprio rosto. Ela nunca tinha visto
Becca tão quebrada antes.
~ 102 ~
— Mas...
— Ok.
Blake a deixou ali parada para ver o seu homem e o pai dele
darem uma surra um no outro. Bem... ela já sabia que essa família era
louca.
~ 103 ~
— Eu disse que ia fazer você esquecer o seu nome, — Chase disse
com o hálito quente contra a parte baixa das suas costas, sua cabeça
descansando nas curvas da bunda dela.
~ 104 ~
Chase rastejou pelo corpo dela até estar mais uma vez entre as
suas pernas. — Sim, baby, eu queria. Nós, motoqueiros, não lidamos
bem com rejeição. Mas você não disse isso de verdade.
Ela riu outra vez pela maneira que ele levantou as sobrancelhas,
esperando. — Eu te amo, Chase. Agora me beije.
***
Nessa ia matar ele. Eles discutiram por uma hora sobre o que
estavam prestes a fazer e quem iria estar lá. A parte do quem foi a única
com a qual ele concordou sem brigar.
— Chase, se você rosnar para o Frog mais uma vez eu vou furar o
seu olho com uma pistola de tatuagem.
~ 105 ~