Assertividade - Psicoeducação
Assertividade - Psicoeducação
Assertividade - Psicoeducação
O que é?
É o comportamento interpessoal (habilidade social) em que o indivíduo age de acordo
com os seus interesses, buscando defender seus próprios direitos, respeitando os direitos dos
outros e expressando de forma direta, apropriada e honesta seus pensamentos, desejos,
emoções e convicções, de modo a não violar os direitos dos outros.
É um estilo de comunicação que nos permite ser mais construtivos na relação com os
outros. Não é uma característica inata ou um traço de personalidade que alguns de nós
possuem e outros não. É uma habilidade que pode ser aprendida, isto é, cada um pode
desenvolver mediante treino sistemático e estruturado.
A maior parte das pessoas não é assertiva em todas as situações. Por exemplo,
podemos nos comunicar assertivamente com um colega de trabalho e ter bastante dificuldade
em fazê-lo com familiares. Não é correto dizer que uma pessoa é simplesmente assertiva ou
não assertiva, mas sim que há ou não uma tendência para se comunicar assertivamente em
determinadas situações. A ideia fundamental é a de que a assertividade pode ser aprendida e
praticada, tornando-se uma escolha!
Agressividade
Todos nós sentimos e temos o direito de sentir raiva e a sua expressão é saudável,
desde que seja feita de modo adequada e construtiva.
Algumas pessoas conseguem autocontrole a ponto de não demonstrar raiva
abertamente. Tipicamente, tais pessoas sofrem de enxaqueca, úlceras, estresse... Há também
aqueles que expressam raiva, frustração ou desapontamentos com métodos indiretos,
covardes ou desnecessariamente dolorosos como, por exemplo: induzindo culpa ou agredindo
verbalmente ou fisicamente.
O meio mais saudável para lidar com a raiva é evitar que a hostilidade se acumule
com o tempo, expressando-a quando ela surgir, para evitar possíveis explosões
descontroladas, provocadas pelo acumulo de frustrações.
A agressividade envolve a expressão de sentimentos, pensamentos e convicções de
um modo que viola os direitos dos outros (formas inadequadas de expressão como a zanga, o
tom de voz elevado, a ironia...). Podemos dizer que é uma defesa unilateral de diretos:
defendemos os nossos, mas não queremos saber os dos outros.
O individuo agressivo consegue defender seus direitos e muitas vezes até alcançar
suas metas, mas faz isso de maneira autoritária e violadora dos direitos dos outros. Seu
comportamento abusivo muitas vezes provoca agressão nas outras pessoas e gera um círculo
de mais agressões.
Pode ser difícil para o individuo agressivo admitir as consequências negativas de seus
atos já que, muitas vezes, percebe seu comportamento como auto enriquecedor e expressivo
de seus sentimentos. Alguns notam a rejeição do outros frente a seus atos e se arrependem,
sentindo-se frustrados e culpados, mas não conseguem mudar porque não aprenderam a ser
assertivos.
Uma das causas mais frequentes da agressividade é quando nos achamos fracos e
vulneráveis, à mercê dos outros. Nas interações sociais temos a tendência a ver ameaças por
todos os lados e responder agressivamente, à defesa. Se acreditarmos que o mundo é um
lugar perigoso e que os outros, a princípio, são hostis, é natural que nosso comportamento
seja agressivo e é natural que achemos que quem não age assim não se dá bem. Ou
simplesmente emitimos uma resposta exagerada em face de uma situação como
consequências de experiências emocionais intensas vividas no passado, e que de algum modo
recordamos através da situação presente.
As conseqüências imediatas do nosso comportamento agressivo são positivas, uma
vez que, naquele momento, é possível conseguirmos obter o que queremos, principalmente se
o outro responde em conformidade com a nossa agressividade, isto é, de forma passiva. Ou
então é ver quem grita mais alto.
É possível também que nos sintamos emocionalmente aliviados e satisfeitos por
termos feito tão bem a nossa vontade. Mas, em médio prazo, as consequências negativas
parecem inevitáveis. Torna-se desgastante carregar uma visão do mundo em que é necessário
estar sempre alerta contra as intenções dos outros.
As pessoas, por sua vez, não o dirigem a palavra, pois pensam que ele talvez não
esteja com vontade de conversar (afinal, ele está sério, isolado e pouco participativo).
Henrique então pensa: “O que há de errado comigo? Devo ser um chato mesmo. Não
tenho valor. Nunca vou ter sucesso”. Ele fica cada vez mais tenso e seu autoconceito se torna
pior.
Os seus direitos
Todas as pessoas têm direitos iguais e a pessoa deve conhecer seus direitos e defendê-
los para não ficar submissa a vontade dos outros.
Em situações interpessoais, os nossos direitos podem não estar tão claramente
delimitados. A expressão dos direitos pode se basear em situações individuais, nas pessoas
envolvidas e nas consequências do exercício desse direito.
Todos têm o direito de fazer alguma solicitação ao outro, desde que aceitemos que
essa pessoa tem o direito de dizer não. É bom ter em mente que, muitas vezes, para defender
um direito nosso, poderemos magoar alguém. Cabe a nos decidir a importância do conflito
em questão e quais as consequências de ceder. É importante avaliar se nosso motivo é de
caráter afirmativo e não de natureza agressiva.
Lembre-se que: ao tentar viver nossa vida de maneira que nunca prejudique ninguém
sob nenhuma circunstancia, terminamos por prejudicar a nós mesmos.
1- Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado de igual para igual, qualquer que seja o
papel que desempenho ou o meu status social;
2- Eu tenho o direito de manter os meus próprios valores, desde que eles respeitem os
direitos dos outros;
3- Eu tenho o direito de expressar os meus sentimentos e opiniões;
4- Eu tenho o direito de expressar as minhas necessidades e pedir o que quero;
5- Eu tenho o direito de dizer NÂO e não me sentir culpado por isso;
6- Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher se quero prestar ajuda a alguém;
7- Eu tenho o direito de me sentir bem comigo próprio sem sentir necessidade de me
justificar perante os outros;
8- Eu tenho o direito de mudar de opinião;
9- Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou tomar uma decisão;
10- Eu tenho o direito de dizer “Eu não estou entendendo” e pedir que me esclareçam ou
ajudem;
11- Eu tenho o direito de cometer erros sem me sentir culpado;
12- Eu tenho o direito de fixar meus próprios objetivos de vida e lutar para que as minhas
expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros.
Direitos humanos básicos:
Objetivos Quando o expressa o faz Expressa sentimento negativo Expressa sentimentos negativos de
de forma inapropriada controlando a forma de forma inapropriada
expressão
Muito raramente atinge Atinge os objetivos, na maioria das
os objetivos, sacrifica- Procura atingir os objetivos, vezes prejudicando a relação
os para manter a relação preservando, tanto quanto
possível a relação Persevera sem avaliar as
Não persevera, consequências
recriminando-se a só e Persevera nos objetivos e
ao outros avalia o próprio
comportamento
Concordância Quase sempre concorda Consegue discordar do grupo Consegue discordar do grupo
c/grupo com o grupo
Defende os próprios direitos, Defende os próprios direitos
Não defende os próprios respeitando o os direitos desrespeitando os alheios
direitos, mas respeita os alheios
alheios Valoriza-se ferindo o outro
Valoriza-se sem ferir ao outro
Desvaloriza-se
Indeciso nas próprias Faz as próprias escolhas, Faz escolhas para si e para os
Escolhas escolhas, submetendo-se considerando opiniões alheias, outros
a opiniões alheias se necessário
Gera, relação a si, sentimentos de
Gera, em relação a si, Gera, em relação a si, raiva e vingança
sentimento de pena, sentimentos de respeito e
irritação frustrado, baixa confiança
autoestima
Imagem e expressão Imagem negativa de si Imagem positiva de si mesmo Imagem negativa de si mesmo
verbal mesmo
Usa expressões afirmativas Usa expressões imperativas (faça
Usa expressões dúbias (sim, não, quero, vamos assim, você não deve, eu quero
(talvez, acho que, quem resolver...) incluindo o assim...) incluindo o pronome EU
sabe...) pronome EU
Raramente inclui o
pronome EU
Consequências longo Os outros não sabem Mover-se clara e seguramente Isolamento, rejeição
prazo sua posição. para as metas estabelecidas. Perda de respeito
Mal-entendidos. Construção de relações Perda de autorrespeito
Aumento do isolamento. sólidas.
Aumenta sentimento de Construção de respeito mútuo
rejeição
Baixa autoestima