Modulo - 03 - Classificação de Informações e Dados Abertos

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Acesso à Informação

Módulo 3

Transparência Controle e Participação


Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Diretoria de Desenvolvimento Profissional

Conteudista/s
Luíza Galiazzi Schneider (conteudista, 2017).
Vítor César Silva Xavier (conteudista, 2017).

Enap, 2021
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
1. Introdução......................................................................................................................... 5

2. Informações Classificadas............................................................................................... 6
2.1 Quais informações podem ser classificadas?........................................................................7
2.2. Por quanto tempo as informações classificadas estão protegidas?..................................9
2.3. Quais autoridades podem classificar informações?......................................................... 10
2.4. Quais são os procedimentos para a classificação de informações?............................... 12
2.5. Tratamento de informação classificada............................................................................. 15
2.6. Desclassificação e reclassificação........................................................................................ 17
2.7. Competências da CGU em relação às informações classificadas................................... 18
2.8. Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI).................................................. 19
2.9. Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS)....................... 20
2.10. Publicação do rol de documentos classificados e desclassificados na internet......... 20
2.11. Classificação da informação durante o curso do processo de pedido de acesso à
informação.................................................................................................................................... 22

3. Dados Abertos................................................................................................................. 23

4. Revisão............................................................................................................................. 28
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Módulo

3 Classificação de Informações
e Dados Abertos

1. Introdução

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2. Informações Classificadas
Diferentemente dos sigilos legais estudados no módulo 2, que são estabelecidos por legislações
diversas, a classificação de informações é uma decisão administrativa. Isto é, a autoridade
competente decide que a divulgação de determinada informação pode vulnerar a segurança da
sociedade e do Estado, como estabelecido no seguinte trecho da Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;
(...)

Percebe-se que a "segurança da sociedade e do Estado" pode parecer bastante abrangente.


Nesse sentido, a LAI, ao regulamentar a classificação de informações, criou um rol exaustivo/
taxativo de nove hipóteses em que esse dispositivo pode ser aplicado, estabelecendo, inclusive,
procedimentos e prazos específicos para a restrição de acesso a tais informações.

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2.1 Quais informações podem ser classificadas?

A Lei de Acesso estabeleceu, portanto, nove hipóteses em que a Administração pode determinar
o sigilo de certa informação por determinado prazo. Nos termos do art. 23, são consideradas
imprescindíveis a segurança da sociedade e do Estado, e, portanto, passíveis de classificação as
informações cuja divulgação ou cujo acesso irrestrito possam:

• pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional;


• prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais
do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e
organismos internacionais;
• pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
• oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País;
• prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas;
• prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou
tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse
estratégico nacional;
• pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou
estrangeiras e seus familiares;
• comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização
em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações; e
• colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e
respectivos cônjuges e filhos(as).

Isso significa que, para classificar determinada informação, a Administração deve, necessariamente,
enquadrar o sigilo em alguma dessas hipóteses, não havendo possibilidade de classificação com
outros fundamentos.

Além disso, ao classificar uma informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado
o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerando
os seguintes parâmetros: a) a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado;
e b) o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final (art. 24, § 5°,
da LAI).

Não se esqueça! As informações protegidas por sigilos legais,


informações pessoais, documentos preparatórios ou aquelas em
que incidem as hipóteses do art. 13 do Decreto nº 7.724/2012 (isto
é, aquelas que vimos no módulo 2) não devem ser classificadas! A
restrição de acesso desse tipo de informação sigilosa independe

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de classificação, pois seu sigilo tem outros fundamentos. As
informações passíveis de classificação são apenas aquelas que
se enquadram nas nove hipóteses previstas nos artigos 23 e 24
da LAI!

A metodologia Global Right to Information Rating (RTI


Rating), Classificação Global de Direito à Informação, avalia
comparativamente a força das estruturas legais para o direito
à informação em todo o mundo. A classificação RTI foi lançada
pela primeira vez em 2011, sendo uma ferramenta reconhecida
mundialmente na análise da força de legislações de acesso a
informações.1

A metodologia da classificação RTI considera as seguintes


categorias: Direito de Acesso, Escopo, Procedimento de
Solicitação, Exceções e Recusas, Apelações, Sanções e Proteções
e Medidas Promocionais.

Esse ranking avalia a Lei de Acesso à Informação de 122 países,


conforme o estudo Global Right to Information Rating Map.
O Brasil ocupa a 28ª posição no ranking mundial de direito à
informação, sendo o terceiro país da América Latina melhor
avaliado.

Destacamos que o México ocupa a segunda posição no ranking


mundial, sendo o país mais bem colocado da América Latina.

Acrescentamos que Cuba, Guiana Francesa e Haiti não contam


com regulações específicas sobre acesso à informação, nem com
princípios gerais sobre transparência2. Além disso, não consta
pontuação para a Venezuela na classificação RTI.

Segue na tabela abaixo, a comparação das LAI´s dos países da


América Latina, segundo o Global Right to Information Rating
Map.

1_ Global Right to Information Rating Map. Disponível em: https://www.rti-rating.org/country-detail/?country=Brazil. Acesso


em: 04 de julho de 2023.
2_ O uso das Tecnologias da Informação e Comunicações nas políticas de acesso à informação pública na América Latina Autor:
Cristiano Aguiar Lop. Disponível em https://www.ipea.gov.br/code2011/chamada2011/pdf/area9/area9-artigo5.pdf

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Fonte: Global Right to Information Rating Map

2.2. Por quanto tempo as informações classificadas estão protegidas?

As informações em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o teor delas e em razão de
imprescindibilidade do sigilo à segurança da sociedade ou do Estado, poderão ser classificadas
em três diferentes graus:

• ultrassecreto, com prazo de sigilo de até 25 anos (único passível de prorrogação);


• secreto, com prazo de sigilo de até 15 anos; e
• reservado, com prazo de sigilo de até 5 anos.

A classificação da informação como ultrassecreta é a única passível de prorrogação, por até igual
período (ou seja, mais 25 anos, totalizando o período máximo de 50 anos de classificação).

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Ao término do prazo de classificação ou do evento que ensejou a classificação, a informação
passa a ser, automaticamente, passível de acesso público. Essa é a ordem expressa do § 4º
do art. 24 da LAI: “Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o
seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.” Autoriza-se,
contudo, a ocultação (tarjamento) de informações contidas no documento que sejam protegidas
por hipóteses autônomas de sigilo, tais como sigilo fiscal, empresarial, profissional, proteção
da intimidade. Dessa maneira, é importante que os órgãos e entidades públicas que, em
razão da especificidade de suas competências, produzam grande quantidade de informações
classificadas, procurem instituir grupos de trabalho que regularmente providenciem o exame
das informações desclassificadas, de maneira que elas possam ser devidamente publicadas após
eventual processo de tratamento. Além disso, é essencial que as organizações façam uma gestão
proativa de suas informações, preparando, desde a origem, a informação classificada para sua
posterior divulgação.

Mas esses prazos começam a contar a partir de quando?

A contagem tem por data inicial a data de produção do documento que registra a informação
que está sendo classificada. Ou seja, se uma informação produzida há 10 anos for classificada
como secreta na data de hoje, ela se tornará ostensiva em 5 anos. Isso significa, por exemplo,
que um documento produzido há 6 anos não poderia ser classificado como "Reservado”, uma
vez que o prazo de sigilo desse grau (5 anos) já estaria expirado. Da mesma forma, classificar
como "Secreto” um documento produzido há 20 anos também não produz efeito de sigilo.

2.3. Quais autoridades podem classificar informações?

Como em qualquer ato administrativo, a validade da decisão de classificação da informação está


condicionada à competência daquele que decide pela classificação. A Lei de Acesso tratou de
enumerar as autoridades que possuem essa prerrogativa.

A competência para classificação das informações varia de acordo com o grau (ultrassecreto,
secreto e reservado), assim como acontece com os prazos. Isso ocorre, pois, não é toda e qualquer
autoridade que pode estabelecer o sigilo de uma informação por 25 anos ou mesmo 5 anos.

São autoridades competentes para a classificação de informações no grau ULTRASSECRETO (art.


27, I, da LAI):

• O/A Presidente da República.


• O/A Vice-Presidente da República.
• Ministros e ministras de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas.
• Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
• Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior.

No caso de Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e dos Chefes de Missões


Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior, a prerrogativa de classificação está

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condicionada à ratificação expressa do titular máximo da pasta a que pertençam, em prazo
máximo de 30 dias (art. 27, III, §2º da LAI). Isso significa, por exemplo, que, se um Chefe de Missão
Diplomática sediado no exterior decidir classificar determinado documento como ultrassecreto,
essa decisão deverá ser referendada pelo Ministro das Relações Exteriores em até 30 dias depois
da classificação.

Os Chefes de Missão Diplomática e os Comandantes figuram no rol de autorizados a classificar


informação em razão da peculiaridade do tema com que atuam. Imagine se um chefe de missão
diplomática no exterior fosse obrigado a solicitar autorização ao Ministro das Relações Exteriores
sempre que houvesse necessidade de classificar uma informação em grau ultrassecreto. Nessa
hipótese, até a autorização do Ministro, tal informação sensível não teria qualquer restrição de
acesso. Sendo assim, essas autoridades possuem competência de estabelecer o sigilo em grau
ultrassecreto, mas sua decisão deve ser referendada pelo respectivo Ministro de Estado.

A informação pode ser classificada como SECRETA pelos titulares de autarquias, fundações ou
empresas públicas e sociedades de economia mista, assim como por todos os autorizados para
classificação da informação como ultrassecreta (art. 27, II, da LAI).

A classificação no grau RESERVADO, por sua vez, poderá ser realizada por autoridades que
exerçam funções de direção, comando ou chefia, de hierarquia equivalente ou superior ao nível
DAS 101.5, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, de acordo com regulamentação
específica de cada órgão ou entidade, assim como por todos os demais qualificados para a
classificação em grau secreto e ultrassecreto (art. 27, III, da LAI).

No âmbito do Poder Executivo federal, a classificação em grau reservado é suscetível de delegação,


que poderá se dar ao ocupante de cargo de direção, comando ou chefia, por ato do dirigente
máximo do órgão ou da entidade (art. 30, III, § 2º do Decreto nº 7.724/2012). A classificação feita
por meio desse expediente deve ser acompanhada pela ciência do ato por parte da autoridade
delegante, no prazo de 90 dias (art. 30, III, § 4º do Decreto nº 7.724/2012).

Finalmente, é importante que saibamos que a competência para a prorrogação de uma


classificação ultrassecreta por até 25 anos é prerrogativa exclusiva da Comissão Mista de
Reavaliação de Informações (CMRI)3 (art. 47, IV, Decreto nº 7.724/2012). Isto é, mesmo
que a autoridade classificadora decida prorrogar a classificação de determinada informação
ultrassecreta, ela não poderá fazê-lo (mesmo que seja o(a) Presidente da República!). A CMRI é o
colegiado competente para deliberar e decidir acerca da prorrogação do sigilo por mais 25 anos.

3_ A Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI) é um colegiado composto por membros de diversos órgãos do
Poder Executivo federal, sob presidência da Casa Civil da Presidência da República. A CMRI recebe e decide recursos contra
as decisões da CGU, sendo, portanto, a quarta e a última instância recursal prevista pela LAI Lei de Acesso à Informação.
Além de decidir esses recursos, a CMRI tem outras atribuições, dentre as quais a de estabelecer orientações para suprir
lacunas na aplicação da LAI. Essas orientações são feitas sob a forma de Súmulas ou Resoluções, disponíveis em: https://
www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/colegiados/comissao-mista-de-reavaliacao-de-informacoes-cmri/normativos

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Classificação Quem decide

• Presidente da República.
• Vice-Presidente da República.
• Ministros de Estado e autoridades com as mesmas
prerrogativas.
Grau ultrassecreto (25 anos)
• Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica.
• Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
permanentes no exterior.

• Todos os autorizados para o grau ultrassecreto.


Grau secreto (15 anos) • Titulares de autarquias, fundações ou empresas
públicas e sociedades de economia mista.

• Todos os autorizados para os graus ultrassecreto e


secreto.

Grau reservado (5 anos) • Autoridades que exerçam funções de direção,


comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior,
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores,
ou de hierarquia equivalente.

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2.4. Quais são os procedimentos para a classificação de informações?

No âmbito do Poder Executivo federal, a classificação de informação necessária à segurança da


sociedade e do Estado (em qualquer grau de sigilo) é realizada por meio de um ato administrativo
formal, denominado Termo de Classificação de Informação - TCI. O TCI é um documento público,
recaindo restrição de acesso somente a um de seus campos: o campo "razões da classificação”.
Tal precaução é compreensível, pois é justamente nele que a autoridade deverá motivar a sua
decisão de classificar, assinalando as razões conjunturais que a levaram a adotar determinada
hipótese ou grau de sigilo.

O TCI é composto pelos seguintes campos:

• código de indexação de documento;


• grau de sigilo;
• categoria na qual se enquadra a informação;
• tipo de documento;
• data da produção do documento;
• indicação de dispositivo legal que fundamenta a classificação;
• razões da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 27;
• razões da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 27, com a
justificativa para o grau de sigilo adotado;
• assunto a que se refere a informação, com a descrição de elementos mínimos que
permitam a identificação do tema de que trata a classificação;
• indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que
defina o seu termo final, observados os limites previstos no art. 28;
• data da classificação; e
• identificação da autoridade que classificou a informação.

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Dois campos foram recentemente incorporados ao TCI com a publicação do Decreto nº
11.527/2023 (art. 31, VII e VII –A, do Decreto nº 7.724/2012). São eles a justificativa para o
grau de sigilo adotado; e o assunto a que se refere a informação, com a descrição de elementos
mínimos que permitam a identificação do tema de que trata a classificação.

É importante ressaltar que a restrição de acesso a documentos contida no art. 23 da LAI somente
produz efeitos jurídicos após a produção do respectivo TCI, sem o qual não se pode falar em
restrição de acesso por classificação.

Ademais, cumpre ao agente público demandado pelo acesso à informação classificada informar
o fundamento legal da classificação, a autoridade que a classificou e o código de indexação
do documento classificado (art. 19, § 1º do Decreto nº 7.724/2012), além das instruções para
apresentação de pedido de desclassificação da informação, com indicação da autoridade
classificadora que o apreciará.

As informações classificadas são dotadas de restrição de acesso por tempo limitado, a depender
do grau de sigilo imposto pela autoridade competente, no momento de produção do seu termo
de classificação. O tempo de restrição de acesso deverá levar em consideração o interesse público
da informação, os riscos eventuais de sua divulgação extemporânea e utilizará o critério menos
restritivo possível.

O TCI é indexado por meio do Código de Indexação de Documento que contém Informação
Classificada (CIDIC), conforme orientações existentes no Decreto nº 7.845/20124. O CIDIC é
composto por:

• número único de protocolo do documento ou processo (NUP);


• grau de sigilo (reservado - R, secreto - S ou ultrassecreto-U);
• categoria5 (01 a 17);
• data da produção da informação (DD/MM/AAAA);
• data de desclassificação da informação (data em que a informação será
desclassificada - DD/MM/AAAA);
• indicação de reclassificação (sim - S ou não - N);
• data da prorrogação (DD/MM/AAAA).

Veja o gráfico a seguir:

4_ O Decreto nº 7.845/2012 trata dos procedimentos para credenciamento de segurança e tratamento da informação classificada
em qualquer grau de sigilo. Aprenderemos mais sobre ele no próximo subitem.
5_ Representam os aspectos ou temas correlacionados à informação classificada em grau de sigilo (Anexo II do Decreto nº
7.845/2012).

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Para as informações classificadas nos graus reservado e secreto, a 2ª parte do CIDIC terá sempre
28 posições com caracteres alfanuméricos e separadores.

Para as informações classificadas no grau ultrassecreto, a 2ª parte do CIDIC terá 28 posições


com caracteres alfanuméricos e separadores enquanto não ocorrer prorrogação do prazo do
sigilo. Quando ocorrer a prorrogação do prazo de sigilo da informação classificada no grau
ultrassecreto, a nova data deverá constar no final da 2ª parte do CIDIC, totalizando as 39 posições
com caracteres alfanuméricos e separadores.

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2.5. Tratamento de informação classificada

O acesso, a divulgação e o tratamento de informações classificadas são restritos a pessoas que


possuem a necessidade de conhecê-las. Isso quer dizer que a pessoa, para o exercício de suas
atribuições, deve precisar conhecer a informação classificada, além de possuir credencial de
segurança (se ela não for uma das autoridades autorizadas pela LAI, conforme vimos no subitem
2.3).

Uma credencial de segurança é um documento obtido após um processo de credenciamento


levado a cabo pelo Gestor de Segurança e Credenciamento do órgão ou entidade. Ao longo
desse processo, o solicitante da credencial deverá obter anuência da sua chefia e encaminhar
extenso formulário acerca de dados pessoais. Além disso, será realizada investigação de sua vida
pregressa, de modo a verificar se aquela pessoa pode acessar esse tipo de informação sigilosa.
Ao final desse processo, a credencial de segurança, emitida para nível reservado, secreto ou
ultrassecreto, garantirá o acesso a todos os documentos classificados naquele órgão (no
respectivo grau de sigilo).

Contudo, nem todo mundo precisa passar por esse procedimento para conhecer informações
classificadas. São duas as exceções:

• Considera-se que aquele que tenha a competência para classificar em determinado


grau de sigilo seja habilitado de ofício para ter acesso às informações classificadas
naquele grau de sigilo. Assim, por exemplo, um DAS 101.5 não precisaria credenciar-
se para ter acesso a informações classificadas em grau reservado; tampouco um
Ministro de Estado precisaria credenciar-se para ter acesso a informações
classificadas em grau de sigilo reservado.
• Em razão da dificuldade do processo e da necessidade de atendimento célere a
algumas demandas, o acesso a informações em qualquer grau de sigilo por pessoa

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não credenciada ou não autorizada por legislação poderá, excepcionalmente, ser
permitido mediante assinatura de Termo de Compromisso de Manutenção de Sigilo
(TCMS), pelo qual a pessoa se obriga a manter o sigilo da informação. A não
observância do sigilo pode resultar em responsabilidade penal, civil e administrativa,
na forma da lei.

2.6. Desclassificação e reclassificação

Qualquer cidadão pode solicitar ao órgão ou entidade a desclassificação ou a reavaliação da


classificação de informações classificadas com grau de sigilo. O Serviço de Informações ao
Cidadão (SIC) é responsável pelo recebimento de pedidos de desclassificação ou reavaliação de
classificação de informações. Esses pedidos seguem um fluxo diferente do estabelecido para
pedidos de acesso à informação e não devem ser inseridos no sistema Fala.BR, por este não estar
adaptado ao fluxo desse tipo de pedido.

O órgão ou entidade pode obter os formulários para pedidos de desclassificação e de


reclassificação, assim como os formulários para a apresentação de recursos contra a negativa
do pedido, em https://www.gov.br/acessoainformacao/pt-br/central-de-conteudo/formularios

O pedido de desclassificação ou de reavaliação deve ser encaminhado à autoridade classificadora


ou à autoridade hierarquicamente superior, que decidirá no prazo de trinta dias. Negado o
pedido, o requerente poderá apresentar recurso no prazo de 10 dias, contado da ciência da
negativa, ao Ministro de Estado ou à autoridade com as mesmas prerrogativas (1ª instância), que
decidirá no prazo de 30 dias. Desprovido esse recurso, poderá o requerente apresentar ainda
recurso à Comissão Mista Reavaliação de Informações - CMRI (2ª instância), no prazo de 10 dias,
contado da ciência da decisão.

Conheça o fluxo de um pedido de desclassificação ou de reavaliação da classificação.

1. O pedido será inicialmente direcionado para a autoridade classificadora, que terá


30 (trinta) dias para decidir.
2. Se a autoridade classificadora não concordar com você, ainda é possível recorrer,
no prazo de 10 (dez) dias contados da ciência da decisão, ao Ministro de Estado ou
equivalente, ou ao dirigente máximo das entidades da administração indireta, que
terá 30 (trinta) dias para decidir.
3. Caso a negativa permaneça, você poderá recorrer, ainda, à Comissão Mista de
Reavaliação de Informações (CMRI), também no prazo de 10 (dez) dias contados da
ciência da decisão.

ATENÇÃO:

• O SIC é responsável pelo recebimento de pedidos de desclassificação ou reavaliação


de classificação de informações.

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• O fluxo do pedido de desclassificação ou reavaliação é diferente do estabelecido
para os pedidos de acesso à informação.
• A CGU não tem competência para analisar o mérito de pedidos desclassificação de
informações, nem mesmo no Poder Executivo Federal. No próximo tópico, veremos
as competências atribuídas, pelo Decreto nº 11.527/2023, à CGU em relação às
informações classificadas.

A Comissão Mista de Reavaliação de Informações - CMRI é a instância recursal máxima tanto


para os processos de pedidos de acesso à informação quanto para os processos de pedidos de
desclassificação de informações.Veremos as competências da CMRI no que tange a informações
classificadas no tópico 2.8.

Nos casos de pedido de acesso à informação em que o objeto de solicitação seja informação
classificada com grau de sigilo, a negativa de acesso deve ser instruída com o fundamento legal
da classificação, da autoridade classificadora e do CIDIC.

As informações classificadas também podem ser desclassificadas a qualquer momento pela


autoridade que as tenha classificado ou por superior hierárquico, bem como nas reavaliações
periódicas de informações classificadas.

2.7. Competências da CGU em relação às informações classificadas.

A Controladoria-Geral da União (CGU) recebeu algumas competências relacionadas às


informações classificadas. Algumas novas atribuições foram implementadas com a publicação
do Decreto nº 11.527/2023, o qual alterou o Decreto nº 7.724/2012, que regulamenta a LAI no
âmbito do Poder Executivo Federal.

Dentre as novas competências da CGU referentes às informações classificadas, destacamos as


seguintes:

• Receber informações sobre a classificação de informação, em qualquer grau de


sigilo, pelos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, no prazo de 30 dias,
contado da classificação ou de sua ratificação,
• Em face de indícios de erro na classificação dos elementos públicos que compõem
o TCI, a CGU deverá
ͳ notificar a autoridade classificadora que decidirá sobre a reavaliação da
classificação no prazo de trinta dias;
ͳ informar a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, no caso de
informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto (art. 32, II, do
Decreto nº 7.724/2012);
• Terminado o prazo de classificação sem que o órgão ou a entidade tenha tornado a
informação de acesso público, a Controladoria-Geral da União notificará a
autoridade competente para que adote as providências cabíveis no prazo de trinta
dias (art. 28, §2º do Decreto nº 7.724/2012).

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2.8. Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI)

Como vimos no subitem 4.4 do Módulo 1, a Comissão Mista de Reavaliação de Informações


foi criada pela LAI e regulamentada pelo Decreto nº 7.724/2012. Além de instância recursal
no âmbito dos pedidos de acesso à informação, a CMRI possui competências vinculadas ao
tratamento de classificação de informações. São elas:

• Rever a classificação de documentos secretos e ultrassecretos: Em seu art. 35,


parágrafo 3º, a LAI estabeleceu a obrigatoriedade de revisão de ofício (isto é,
quando a Administração age sem necessidade de ser demandada) das informações
classificadas a cada quatro anos. Tal revisão foi regulamentada por meio da
Resolução CMRI nº 03, de 30 de março de 2016
• Requisitar esclarecimentos sobre informações classificadas: quando as informações
presentes no TCI não são suficientes, a CMRI pode solicitar ao órgão mais detalhes
para subsídio de sua decisão.
• Decidir recursos sobre pedidos de desclassificação de informações: a CMRI é a
última instância recursal no que se refere a pedidos de desclassificação de
informações.
• Prorrogar, uma única vez por até 25 anos, o prazo de sigilo de documentos
classificados em grau ultrassecreto: apenas a CMRI possui a competência de
prorrogação de prazo de documentos ultrassecretos.

Além de ser a última instância recursal nos casos de pedidos de acesso à


informação, a CMRI também é a última instância recursal em casos de pedidos
de desclassificação de informações.

Ou seja, diferentemente da CGU, que não detém competência para analisar o mérito de pedidos
que envolvam informações classificadas, os membros da CMRI devem se posicionar, em última
instância, sobre o mérito das decisões de classificação.

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2.9. Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS)

Para auxiliar no fluxo de classificação de informações, orienta-se que o órgão ou entidade


constitua uma Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS), colegiado
previsto pelo Decreto nº 7.724/2012. A Comissão deve ser formada com a designação formal de
seu presidente e dos demais membros e suplentes, preferencialmente com um representante
de cada área demandante de classificação de informação. No mesmo ato de instituição da
CPADS e designação de seus membros, a alta administração do órgão poderá estabelecer as
responsabilidades e regular o funcionamento e a periodicidade das reuniões da Comissão.

A CPADS não tem o poder de classificar informações, mas deve ter atribuições como: opinar sobre
a informação produzida no âmbito da sua atuação para fins de classificação em qualquer grau de
sigilo; assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade hierarquicamente superior quanto
à desclassificação, à reclassificação ou à reavaliação de informação classificada em qualquer grau
de sigilo; propor o destino final das informações desclassificadas, indicando os documentos para
guarda permanente, com a observação do disposto na Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclassificadas e documentos classificados
em cada grau de sigilo a ser disponibilizado na Internet. Isto é, a CPADS deve ser entendida como
um órgão de assessoramento da entidade no que se refere à classificação de informações.

Como a CPADS opina sobre gestão documental em alguns casos específicos, nota-se que
possui competência compartilhada com outra estrutura existente nos órgãos da Administração
Pública: a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos - CPAD, instituída pelo Decreto
nº 4.073/2002, que regulamenta a Lei de Arquivos. É importante que, no ato de instauração da
CPADS ou no seu Regimento Interno, seja estabelecida a forma de exercício de tais competências.

2.10. Publicação do rol de documentos classificados e desclassificados na internet

O órgão ou entidade deverá, anualmente, publicar, em sua página na Internet, o rol de documentos
classificados e desclassificados, conforme descrito no artigo 45 do Decreto nº 7.724/2012:

Art. 45 - A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará anualmente, até o


dia 1° de junho, em sítio na Internet:

I. rol das informações desclassificadas nos últimos doze meses;


II. rol das informações classificadas em cada grau de sigilo, que deverá
conter:
a. código de indexação de documento;
b. categoria na qual se enquadra a informação;
c. indicação de dispositivo legal que fundamenta a classificação; e

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d. data da produção da informação, data da classificação e prazo da
classificação;
e. assunto da informação classificada de que trata o inciso VII-A do caput do
art. 31;
III. relatório estatístico com a quantidade de pedidos de acesso à informação
recebidos, atendidos e indeferidos; e
IV. informações estatísticas agregadas dos requerentes.

Qualquer revisão ou reavaliação das informações classificadas, quanto ao grau de sigilo ou ao


prazo de classificação, será atualizada, no prazo de trinta dias, no rol de informações classificadas.

A divulgação do conteúdo estabelecido pelos incisos I e II do artigo 45 do Decreto nº 7.724/2012


deve ser realizada no menu da seção Acesso à Informação, no item Informações Classificadas.

No item Informações Classificadas, deve constar texto explicativo sobre o objetivo de atender
aos incisos I e II do Artigo 45 do Decreto nº 7.724/2012. Esse item deve apresentar também duas
áreas específicas para a apresentação das listagens:

• Rol de informações desclassificadas: De acordo com a Resolução CMRI nº 02/2016,


o rol de informações desclassificadas deve conter, no mínimo: a) dados que
identifiquem o documento desclassificado, a exemplo do Número Único de
Protocolo (NUP), do Código de Indexação de Documento que contém Informação
Classificada (CIDIC), ou outro; b) grau de sigilo ao qual o documento desclassificado
ficou submetido; e c) breve resumo do documento desclassificado.
• Rol de informações classificadas: O conteúdo dessa área deve apresentar o Código
de Indexação de Documento que contém Informação Classificada (CIDIC); a
categoria na qual se enquadra a informação (Anexo II do Decreto nº 7.845/2012); a
indicação do dispositivo legal que fundamenta a classificação; a data da produção,
a data da classificação e o prazo da classificação.

É recomendável que haja suficiente descrição do conteúdo/assunto dos documentos


desclassificados, de modo que se torne viável, aos cidadãos em geral, solicitar acesso a esses
documentos com base nesse critério.

Somente devem ser incluídas no "Rol de informações classificadas” as informações classificadas


nos termos do §1º do art. 24 da Lei nº 12.527/2011, ou seja, classificadas como reservadas,
secretas e ultrassecretas. Informações cujo sigilo se deve a outras legislações, como fiscal e
tributário, assim como documentos preparatórios e informações pessoais, não estão sujeitos à
divulgação no referido item.

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2.11. Classificação da informação durante o curso do processo de pedido de
acesso à informação

A Súmula nº 3/2015 da Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI) prevê o julgamento,


sem análise de mérito, do recurso correspondente, devido à classificação da informação ocorrida
durante esse processo.

Súmula CMRI nº 3/2015

EXTINÇÃO POR CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO - Observada a regularidade do


ato administrativo classificatório, extingue-se o processo cujo objeto tenha sido
classificado durante a fase de instrução processual, devendo o órgão fornecer ao
interessado o respectivo Termo de Classificação de Informação, mediante obliteração
do campo 'Razões da Classificação.

A classificação regular da informação constitui fato superveniente, portanto, a partir do qual a


CGU não tem mais competência para analisar o mérito do recurso. Em decorrência disso, deve o
processo ser extinto, nos termos do artigo 52 da Lei nº 9.784/1999, que tem aplicação subsidiária
ao Decreto nº 7.724/2012, por força de seu artigo 75. A partir daí, o interessado deve, se assim
entender adequado, ingressar com pedido específico de desclassificação de informação, que
segue rito próprio, como já apresentado durante o curso.

Mas quando esse tipo de situação pode acontecer?

Digamos que um cidadão faça um pedido de acesso à informação e o órgão/entidade entenda


que essa informação não pode ser concedida em virtude de algum sigilo legal. O cidadão recorre
à CGU e, durante a instrução do recurso pela CGU, o órgão percebe que o fundamento legal
apresentado está incorreto e que, na verdade, a informação deve ser classificada. Uma vez
realizado o procedimento, a CGU perde a competência de julgar o mérito do recurso e o processo
é extinto. Caso queira, o cidadão deve realizar pedido de desclassificação, que segue rito próprio.

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3. Dados Abertos

O Estado, no exercício de suas mais diversas atribuições, acumula uma infinidade de dados.
Podemos pensar em diversos exemplos de entidades que dispõem de bancos de dados
consideráveis: dentre outros tantos bancos de dados custodiados pelo Estado, por exemplo,
a Receita Federal recebe milhares de informações sobre a situação fiscal dos contribuintes.
O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) realiza todo o
processamento, controle e execução financeira, patrimonial e contábil do governo federal
brasileiro. O Sistema de Gestão de Pessoas do Executivo Federal (SIGEPE) possui registro de
todos os servidores públicos federais.

Naturalmente, esses bancos de dados são fonte de interesse dos cidadãos e, em atendimento
ao princípio da máxima divulgação, é relevante quando esse tipo de informação pode ser
disponibilizado.

O acesso a dados e informações, como vimos, foi regulamentado pela Lei de Acesso à Informação.
Sendo assim, pedidos de acesso a bancos de dados são e eram tratados regularmente por meio
da LAI.

O Decreto nº 8.777/2016 ressaltou a relevância desse tipo de acesso ao estabelecer a Política de


Dados Abertos do Poder Executivo Federal. Tal dispositivo não apenas reforçou as diretrizes da
LAI, como também trouxe novas obrigações de transparência ativa, apresentando os seguintes
princípios e diretrizes:

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• observância da publicidade das bases de dados como preceito geral e do sigilo
como exceção;
• garantia de acesso irrestrito às bases de dados, as quais devem ser legíveis por
máquina e estar disponíveis em formato aberto;
• descrição das bases de dados, com informação suficiente para a compreensão de
eventuais ressalvas quanto à sua qualidade e integridade;
• permissão irrestrita de reuso das bases de dados publicadas em formato aberto;
• completude e interoperabilidade das bases de dados, as quais devem ser
disponibilizadas em sua forma primária, com o maior grau de granularidade possível,
ou referenciar as bases primárias, quando disponibilizadas de forma agregada;
• atualização periódica, de forma a garantir a perenidade dos dados, a padronização
de estruturas de informação e o valor dos dados à sociedade e atender às
necessidades de seus usuários; e
• designação clara de responsável pela publicação, atualização, evolução e
manutenção de cada base de dado aberta, incluída a prestação de assistência
quanto ao uso de dados.

Em seu anexo, por exemplo, o Decreto nº 8.777/2016 estabeleceu dados de interesse público
cuja divulgação deveria ser priorizada pela Administração em até 180 dias da data de publicação
do normativo. O decreto também estabeleceu que as entidades da Administração Pública federal
direta, autárquica e fundacional devem elaborar Planos de Dados Abertos (no prazo de sessenta
dias), com o objetivo de implementar e promover a abertura de dados de cada órgão:

Art. 5º A gestão da Política de Dados Abertos do Poder Executivo federal será


coordenada pela Controladoria-Geral da União, por meio da Infraestrutura Nacional
de Dados Abertos - INDA. (Redação dada pelo Decreto nº 9.903, de 2019)

§ 1º A INDA contará com mecanismo de governança multiparticipativa, transparente,


colaborativa e democrática, com caráter gerencial e normativo, na forma de
regulamento.

§ 2º A implementação da Política de Dados Abertos ocorrerá por meio da execução


de Plano de Dados Abertos no âmbito de cada órgão ou entidade da administração
pública federal, direta, autárquica e fundacional, o qual deverá dispor, no mínimo,
sobre os seguintes tópicos:

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I. criação e manutenção de inventários e catálogos corporativos de dados;
II. mecanismos transparentes de priorização na abertura de bases de dados,
os quais obedecerão os critérios estabelecidos pela INDA e considerarão
o potencial de utilização e reutilização dos dados tanto pelo Governo
quanto pela sociedade civil;
III. cronograma relacionado aos procedimentos de abertura das bases de
dados, sua atualização e sua melhoria;
IV. especificação clara sobre os papeís e responsabilidades das unidades do
órgão ou entidade da administração pública federal relacionados com a
publicação, a atualização, a evolução e a manutenção das bases de
dados;
V. criação de processos para o engajamento de cidadãos, com o objetivo de
facilitar e priorizar a abertura da dados, esclarecer dúvidas de
interpretação na utilização e corrigir problemas nos dados já
disponibilizados; e
VI. demais mecanismos para a promoção, o fomento e o uso eficiente e
efetivo das bases de dados pela sociedade e pelo Governo.

O Decreto nº 8.777/2016 também previu que os pedidos de abertura de dados seguem os


mesmos prazos e procedimentos estabelecidos pela LAI e pelo Decreto nº 7.724/2012 para os
pedidos de acesso à informação, tal como vimos no Módulo 1.

Dessa forma, o Decreto nº 8.777/2016 vem reforçar o disposto na LAI ao criar novas obrigações
de transparência ativa e de abertura de bancos de dados. Esse normativo contribui para o avanço
da transparência, uma vez que, atualmente, nem todas as bases de dados podem ser acessadas
pela população, em virtude de informações sigilosas lá contidas. Enquanto esses bancos de dados
não são disponibilizados e/ou devidamente triados, em face de pedidos que envolvam bancos
de dados, é importante verificar-se a eventual incidência de sigilos legais ou de restrições de
acesso, bem como avaliar se a possibilidade de extração e os custos envolvidos nessa operação
são viáveis. Quanto mais dados e informações a população tiver a seu dispor, mais correlações
e avaliações do governo poderão ser realizadas de forma qualitativa, ou seja, mais e melhor
controle social!

O principal objetivo do Portal Brasileiro de Dados Abertos é ser


o ponto central para acesso a dados públicos governamentais no
Brasil. Há requisitos de acesso específicos:

a) Controle de acesso para publicação e modificação dos dados e


metadados.
b) Garantia de manutenção da integridade dos dados.
c) Segurança quanto à origem dos dados e autenticidade.

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De maneira simplificada, para que um conjunto de dados esteja
apto a constituir a Infraestrutura Nacional de Dados Abertos, o
responsável pelo repositório de dados do órgão deve garantir que
esse conjunto de dados cumpra as seguintes condições gerais:

1. Os dados devem estar em seu formato mais bruto possível, ou


seja, antes de qualquer cruzamento ou agregação. Mesmo que o
órgão ou entidade ache importante e já tenha publicado alguma
visão de agregação desses dados, existe grande valor no dado
desagregado. Dessa forma o órgão ou a entidade pode publicar
esses dados nas duas formas.

2. Os dados devem estar em formato aberto, não proprietário,


estável e de amplo uso.

3. Não deve existir nenhum instrumento jurídico que impeça sua


reutilização e redistribuição por qualquer parte da sociedade.

4. Para os dados que são estruturados ou estão em planilhas na


sua fonte, deve-se preservar ao máximo a estrutura original. Por
exemplo, não se deve publicar planilhas em arquivo PDF, nesse
caso utilize CSV ou ODS.

5. É recomendável a disponibilização dos dados em diversos


formatos.

6. Cada conjunto de dados deve possuir um identificador


único e persistente, seguindo uma padronização de URL. Esse
requisito é imprescindível para que esse conjunto de dados seja
referenciável e eventualmente consumido automaticamente por
um aplicativo.

7. É recomendável a utilização de considerações semânticas na


definição URLs, de forma que seja possível deduzir o conteúdo de
um conjunto de dados apenas lendo seu identificador.

8. É extremamente desaconselhável a utilização de mecanismos


antirrobôs, como captchas, para acesso aos conjuntos de dados.

9. Considerando que é desejável facilitar a indexação dos dados


por motores de busca, sendo essa uma importante forma de o
cidadão encontrar os dados que procura, é recomendável que
os nomes dos arquivos sigam as boas práticas de formação de

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um slug [WIKIPEDIA http://en.wikipedia.org/wiki/Slug_%28web_
publishing%29], tal como é realizado em muitas soluções
de software para blog ou gerenciadores de conteúdo. Mais
especificamente, o título deve ser convertido para slug da
seguinte maneira:

a. substituem-se todos os caracteres acentuados pelos seus


correspondentes não acentuados;
b. transformam-se todos os caracteres maiúsculos em minúsculos;
c. substituem-se cada sequência de um ou mais espaços por
um único hífen ("-”). Usa-se hífen em lugar de sublinhados
("_”), pois estes fazem com que os mecanismos de busca
tratem o texto como um só termo. O mesmo aconteceria caso
fossem utilizadas palavras concatenadas, no modo chamado
"CamelCase”. Por outro lado, o hífen permite que as palavras
sejam indexadas individualmente - https://www.youtube.com/
watch?v=AQcSFsQyct8;
d. Cada conjunto de dados deve ter informações sobre seus dados
e metadados. Deve ser possível recuperar o significado dos dados;
e. Para conjunto de dados muito grande, recomenda-se a divisão
em conjuntos menores, permitindo uma fácil manipulação.
Recomenda-se fazer a divisão pela dimensão temporal (ano ou
mês), pela dimensão geográfica (estado ou município) ou por
outra dimensão;
f. É desejável que o repositório dos dados possibilite a composição
de filtros dentro da URL, seguindo algum padrão de API, permitindo
que o usuário restrinja o volume dos dados para aqueles que ele
deseja.

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4. Revisão

No Módulo 3, vimos que as informações imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado


devem ser classificadas. Para isso, elas devem necessariamente ser compatíveis com uma das
nove hipóteses de classificação apresentadas pelos art. 23 e 24 da LAI.

A classificação pode se dar em grau reservado (até 5 anos), secreto (até 15 anos) e ultrassecreto
(até 25 anos). Esses prazos são contados da data de produção da informação e não a partir da
decisão classificatória. Apenas a classificação em grau ultrassecreto pode ser prorrogada e a
instância exclusivamente competente para essa prorrogação é a Comissão Mista de Reavaliação
de Informações (CMRI).

Aprendemos que, para classificar determinada informação, é necessário produzir um Termo


de Classificação de Informações (TCI), que deve conter o Código de Indexação de Documento
que contém Informação Classificada (CIDIC). Aquela pessoa com necessidade de conhecer
determinada informação classificada (e que não seja autorizada por lei) deve passar por
um processo de credenciamento de segurança ou, alternativamente, assinar um Termo de
Compromisso de Manutenção de Sigilo (TCMS).

A CGU recebeu algumas atribuições relacionadas às informações classificadas após a publicação


do Decreto nº 11.527/2023, o qual alterou o Decreto nº 7.724/2012. Assim, em caso de indícios
de erro, compete a CGU notificar a autoridade classificadora que decidirá sobre a reavaliação da
classificação no prazo de trinta dias; e informar a Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
no caso de informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto. Além disso, se após o
prazo de classificação uma informação não se tornar de acesso público, compete a CGU notificar
a autoridade competente para que adote as providências cabíveis no prazo de trinta dias.

A CMRI, além das competências estudadas no Módulo 1, possui também diversas competências

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relativas aos procedimentos de classificação. Ela deve rever, de ofício, a classificação de
documentos secretos e ultrassecretos a cada quatro anos. É a última instância recursal no que diz
respeito aos pedidos de desclassificação de informações e, além disso, é o colegiado competente
para decidir sobre a prorrogação de documentos ultrassecretos.
Vimos que o Decreto nº 7.724/2012 previu, também, a constituição da Comissão Permanente
de Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS). A CPADS deve ser entendida como um órgão de
assessoramento da entidade no que se refere à classificação de informações.

Por fim, vimos que os órgãos devem publicar os róis de documentos classificados e desclassificados
na internet e que, quando uma informação é classificada durante a instrução do recurso pela
CGU, o processo é extinto e deve ser realizado pedido de desclassificação, que possui rito próprio.
A CGU não possui competência para avaliar o mérito de uma decisão de classificação.

Além das informações classificadas, aprendemos sobre o Decreto nº 8.777/2016, que reforçou
as obrigações de transparência ativa e de abertura de dados do Poder Executivo federal. Em
sessenta dias a partir da edição desse Decreto, os órgãos e entidades federais devem elaborar
seus respectivos Planos de Dados Abertos, o que vai impulsionar a transparência e a publicidade
governamental.

Espero que você tenha adquirido uma visão ampla, mas ao mesmo tempo detalhada, da Lei
de Acesso à Informação e de sua implementação, desde 2012. A transparência e a publicidade
ganharam um reforço muito importante a partir dessa lei, e seu fortalecimento deve sempre
nortear a administração pública brasileira.

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5. Encerramento

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Referências

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acesso à informação. Anais do XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e
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BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mátires; MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de
Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2010.

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produzidos no Brasil, institui a "Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providências.
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BRASIL. Decreto n. 7.724, de 16 de maio de 2012. Regulamenta a Lei n. 12.527, de 18 de


novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do caput
do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/decreto/d7724.htm>. Acesso em
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pessoas naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito. Disponível
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