Parecer - Do - Assistente - Técnico - Sobre Insalubridade

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PARECER DO ASSISTENTE TÉCNICO DA EMPRESA RECLAMADA

PROCESSO: 0000875-62.2023.5.06.0101

RECLAMANTE: CHELLTON EUCLIS PEREIRA

RECLAMADO: UMANA BRASIL – ASSESSORIA E CONSULTORIA DE RECURSOS HUMANOS


LTDA.

RECLAMADO: MORAES METALLUM ENGENHARIA E INSPENCAO LTDA.

ADVOGADA: KARLA WANDERLEY ESTELITA ROMEIRO

PERITO: ALEXANDRE JOSÉ PEDROSO DE ANDRADE

ASSISTENTE TÉCNICO: JOSÉ EUDO ARRUDA JR, ENG. DE SEGURANÇA DO TRABALHO


CREA: Nº PE041631

RECIFE– PERNAMBUCO
07/02/2024
Fls.: 2

JOSÉ EUDO ARRUDA JÚNIOR, especialista em Eng. de


Segurança no Trabralho, assistente técnico indicado pela
reclamada e aceitos por Vossa Excelência na reclamação
trabalhista supra, após as diligências necessárias e
circunstanciado exame da matéria em debate, vêm apresentar
suas conclusões no parecer técnico que se segue.

Recife, 07 de fevereiro de 2024.

1Assistentetécnico da ré que participou ativamente da vistoria técnica pericial, responsável pelas informações apresentadas no
presente documento.

2
Representante legal da empresa indicada

Assinado de forma digital por


JOSÉ EUDO ARRUDA JÚNIOR: 90221573759
Dados: 2024.02.07 18:07:58-02”00’”

José Eudo Arruda Júnior.


pela ré para assistência técnica.
Fls.: 3

1 HISTÓRICO

Neste item, serão apresentados os dados colhidos

nos documentos acostados aos autos do processo e durante a realização da

diligência pericial agendada pelo perito do juízo, não vigorando qualquer

responsabilidade do assistente técnico da reclamada sobre o conteúdo das

informações aqui transcritas.

1.1 IDENTIFICAÇÃO/QUALIFICAÇÃO

CHELLTON EUCLIS PEREIRA, brasileiro, portador do Registro Geral: 9.553.436 SDS-PE, inscrito no
CPF: 127.917.914-77, nascido em 17/06/1999, genitora Diva Maria Pereira, residente e domiciliado a
Rua Nossa Senhora do Carmo, nº 53, Casa, Cohab, Recife-PE CEP: 51270-480, Celular: (81)9.8322-
1909,E-mail: [email protected], por meio de seu advogado infrafirmado e devidamente
habilitado, conforme instrumento procuratório anexo, respeitosamente, vem à presença de Vossa
Excelência, com base no artigo 840, parágrafo 1º da CLT c/c art. 319 do CPC, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de:

UMANA BRASIL – ASSESSORIA E CONSULTORIA DE RECURSOS HUMANOS LTDA, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 08.537.230/0001-04, estabelecida a Rua João
Dourado Filho, nº 88, Sala 01, Piedade, Jaboatão dos Guararapes-PE, CEP: 54.400-150;

MORAES METALLUM ENGENHARIA & INSPEÇÃO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CPNJ sob o nº 07.139.633/0001-24, com sede situada a Avenida Antonio de Goes, nº 742, EDF
EMP JOPIN, cxpt: 12, Pina, Recife-PE, CEP: 51010-000, e-mail:
[email protected], telefone: (81) 3032-1228;

1.2 PETIÇÃO INICIAL

O advogado do reclamante em sua petição inicial alega que:

“O reclamante, durante todo o período laboral, laborou em uma obra localizada no antigo prédio da Caixa
Econômica Federal de Casa Caiada, Olinda - PE, com exposição a ruído, bem como a substâncias
químicas: thíner industrial, tinta PU (à base de resinas, poliuretano, e bicomponente), tinta EPOX e pó de
ferrugem. Não recebia os EPIs adequados, uma vez que as máscaras fornecidas não eram apropriadas.
Eram constantes acidentes que machucavam os olhos dos trabalhadores.
As balaclavas, item necessário à segurança, não eram entregues ao trabalhador. O art. 7º da Constituição
Federal de 1988 estabelece o pagamento do adicional de remuneração ao trabalhador que exerce atividades
penosas, insalubres ou perigosas.
No mesmo sentido, o art. 189 da CLT classifica como atividade insalubre aquela que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho exponham os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites
de tolerância em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá quando da adoção de medidas que conservem o
ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância e com a utilização de equipamentos de proteção
individual – EPI pelo trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância,
como se colhe do art. 191, I e II da CLT.
Os equipamentos de proteção individual fornecidos ao reclamante são insuficientes para elidir a condição
insalubre.
Dessa forma, a prática da atividade laboral do reclamante enseja o pagamento do adicional de insalubridade
de 40% nos termos do anexo 11, 12,13 e 14 da NR-15.
Dessa forma, requer a realização de perícia técnica a fim de atestar o exercício de atividade em ambiente
insalubre. Requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo
durante todo o período contratual, com repercussão no aviso prévio indenizado, 13º salário proporcional,
férias proporcionais, FGTS + 40%, saldo de salário.”

1.3 CONTESTAÇÃO

“Alega o Reclamante que durante todo o período

laboral trabalhou em uma obra localizada no antigo prédio da Caixa Econômica

Federal de Casa Caiada, Olinda-PE, com exposição a ruído, bem como a

substâncias químicas: thíner industrial, tinta PU (à base de resinas, poliuretano, e

bicomponente), tinta EPOX e pó de ferrugem. Diz que não recebia os EPIs

adequados, uma vez que as máscaras fornecidas não eram apropriadas, e que

constantemente machucava os olhos e que as balaclavas não eram entregues.

Requer a condenação da Reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade

em grau máximo durante todo o período contratual, com repercussão no aviso

prévio indenizado, 13º salário proporcional, férias proporcionais, FGTS + 40%,

saldo de salário. Não merece prosperar a assertiva! A Segunda Reclamada sempre

forneceu todos os EPIs ao Reclamante, além de treinamentos, conforme

comprovam os documentos juntados nos autos do processo.

Ao contrário do que alega, como pintor o Reclamante

apenas trabalhava com tinta, jamais tendo contato com as demais substâncias

apontadas na inicial.

Recebia a máscara adequada para a função,

eliminando o risco. Quanto às balaclavas, o Reclamante não recebeu, pois não

eram necessárias à sua função, conforme PGR juntado e bem


como consta na consulta dos CAs de balaclavas no site https://consultaca.com/:

● CA 30394 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO;

● CA 15307 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA RISCOS

PROVENIENTES DE FONTES GERADORAS DE

CALOR NOS TRABALHOS DE COMBATE A

INCÊNDIO;

● CA 36104 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO;

● CA 42429 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO;

● CA 30857 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO;

● CA 10979 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS - FRIO, PARA TEMPERATURA

AMBIENTE ACIMA DE -5oC;

● CA 39672 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO;

● CA 31976 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES


TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO;

● CA 39125 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO;

● CA 37256 = PROTEÇÃO DO CRÂNIO E PESCOÇO

DO USUÁRIO CONTRA AGENTES

TÉRMICOS PROVENIENTES DE ARCO ELÉTRICO.

No que tange aos EPIs recebia:

● Par de botas de segurança com biqueira CA 43377;

● Capacete com jugular cor cinza CA 29792;

● Par de protetor auricular de silicone CA 15485;

● Óculos de segurança incolor CA 39878;

● Creme de proteção FPS 30 CA Isento;

● Máscara de proteção para lixamento CA 34391;

● Par de luva látex CA 38090;

● Conjunto de cinto de segurança com talabarte (trava-

● quedas) CA 34566;

● Protetor auditivo abafador de ruído CA 19714

Ainda constam outros EPIs nas Fichas de EPIs

assinadas pelo colaborador, como por exemplo a Máscara PFF2. Quanto aos

supostos acidentes, não fala a verdade o Reclamante! Como comprovam as

advertências, o Autor constantemente era chamado atenção pelo não uso ou uso

indevido dos EPIs, demonstrando o compromisso da Reclamada com a segurança

e saúde de todos os seus empregados e prestadores.

Assim, face a comprovação do uso de EPI, o adicional é indevido.”

3
Fls.: 5

2 O OBJETIVO, A PERÍCIA E OS PARTICIPANTES

A presente perícia tem por objetivo apurar a alegação

de insalubridade no ambiente de trabalho e/ou nas atividades executadas pelo

reclamante, na realização das suas ativadades diárias e de rotina.

O perito nomeado nos autos pelo juiz do processo foi

o engenheiro Alexandre José Pedroso de Andrade.

A vistoria no local de trabalho do autor foi realizada

no dia 31/01/2024, às 09h:15 min da manhã, pelo perito do juízo, na obra da

Caixa Econômica Federal, executada pela empresa AWM Engenharia Ltda ,

localizada na Avenida Carlos de Lima Cavalcante, em Olinda - PE.

A vistoria foi acompanhada por este assistente

técnico da segunda empresa reclamada, a Moraes Metallum Engenharia &

Inspecao Ltda, pelo autor, o senhor Chellton Euclis Pereira e pelas seguintes

pessoas: Silvana Barbosa da Silva, técnica de segurança do trabalho da

empresa AWM Engenharia Ltda, Diogo Victor Siqueira, Engenheiro Civil da

AWM Engenharia Ltda, Simone Cavalcanti Bezerra, técnica de segurança do

trabalho da empresa Umana Brasil – Assessoria e Consultoria de Recursos

Humanos Ltda, Yuri Silva, Supervisor da Moraes Metallum Engenharia &

Inspecao Ltda, André José Cavalcanti Moraes, Diretor da Moraes Metallum

Engenharia & Inspecao Ltda e o senhor Danilo Canário, Advogado do

reclamante.
3 O LOCAL DE TRABALHO E AS ATIVIDADES DO AUTOR

O local periciado é o mesmo em que o autor

laborou, a obra da Caixa Econômica Federal, executada pela empresa AWM

Engenharia Ltda , localizada na Avenida Carlos de Lima Cavalcante, em

Olinda - PE .

As atividades realizadas pelo autor na função de

Pintor, são as listadas abaixo na Ordem de Serviço.


3.1 RELATO DO RECLAMANTE

As informações aqui transcritas foram obtidas

exclusivamente por meio de relatos do autor, do perito do juízo e dos

outros participantes da diligência pericial, não guardando presunção de

veracidade pelo assistente técnico da reclamada, além de não contemplarem

juízo de valor ou alterações em seu conteúdo.

Durante a diligência pericial, o reclamante informou

que no total, gastava duas horas do seu expediente de trabalho limpando as

peças antes da pintura com thiner, o que obviamente é um absurdo, pois a

limpeza de uma peça não dura um minuto, se projetarmos que ele pintava trinta

peças por dia, o que é um número razoável, visto que ele só limpava naquele

dia as peças que deveriam ser pintadas, chegamos ao valor aceitável de trinta

minutos por dia nessa atividade e com a comprovação nos autos do processo

da entrega de EPI´s e nesse documento a comprovação do treinamento e da

fiscalização quanto ao uso, temos um ambiente SALUBRE, fora isso, ele não

discordou em nada do que foi dito e vistoriado, pelo Perito do Juízo, na

verificação de suas atividades laborais na referida obra vistoriada, validando a

diligência pericial realizada.


As informações aqui transcritas foram obtidas

exclusivamente por meio de relatos do autor, do perito do juízo e dos

outros participantes da diligência pericial, não guardando presunção de

veracidade pelo assistente técnico da reclamada, além de não contemplarem

juízo de valor ou alterações em seu conteúdo.

3.2 DADOS DA VISTORIA TÉCNICA

Durante a vistoria técnica realizada, foram

analizadas e verificadas, todas as atividades desempenhadas pelo senhor

Chellton Euclis Pereira, para possibilitar a verificação das reais condições de

risco e/ou ambiente INSALUBRE na função periciada.

Durante a perícia, foi constatado que o reclamante,

como Pintor, tinha como atividade principal: Limpar, hidrojatear, pintar ligas metálicas

usando processos de pintura e preparar equipamentos, acessórios, consumíveis de pintura e

corte e peças a serem preparadas, serviço realizado mediante ordem de serviço da função de

pintor e com uso correto de todos os EPI´s necessarios à proteção da sua saúde.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO

Entende-se como Segurança do Trabalho o conjunto

de medidas e ações adotado com o intuito de diminuir os acidentes de trabalho

e as doenças ocupacionais e, assim, proteger a integridade do trabalhador no

ambiente laboral.

ALGUMAS PLACAS INFORMATIVAS

ORIENTANDO O PREPARO E USO DAS TINTAS E O USO DE EPI´s NA

OBRA VISTORIADA
3.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)

Durante a vistoria, observou-se que o paradigma

utilizava os seguintes Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luvas, bota

de borracha, óculos de proteção, protetor auricular tipo concha, máscara de

proteção respiratória com filtro e capacete, todos com Certificado de Aprovação

pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Salienta-se que a empresa reclamada treina, orienta

e fiscaliza a utilização dos EPIs, substituindo-os sempre que necessário. Além

disso, há na reclamada reciclagem periódica, quando os empregados recebem

novas orientações sobre o uso, a substituição e a higienização dos EPIs.

EXEMPLO DE TREINAMENTO REALIZADO

SOBRE O USO CORRETOS DE EPI´s NO TRABALHO:


ATA DE TREINAMENTO PARA O USO DE EPI´s.

3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCs)

Durante a vistoria, foi constatado que, nos pontos e

locais onde se caracteriza real necessidade, há sistemas de sinalizações e

outros equipamentos de proteção coletiva (EPCs), entre os quais se destacam:

extintores de incêndio, sinalização de segurança, faixas de circulação de

pedestres.
4 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

NORMA REGULAMENTADORA (NR) 15

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Na atualidade, a fonte normativa primária que

assegura o direito ao adicional de insalubridade é o artigo 189 da CLT

(Consolidação das Leis do Trabalho), o qual estabelece as condições para

exposição do trabalhador a agentes nocivos à saúde e fixa as atividades que

serão regulamentadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos seguintes

termos:

Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações


insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
Fls.: 12

A fonte normativa secundária para tratar da

insalubridade é especificamente a Norma Regulamentadora nº 15 da Portaria n.º

3.214/1978, que, em seus itens, dispõe que são consideradas atividades ou

operações insalubres as que se desenvolvem acima dos limites de tolerância

previstos nos anexos nos 1, 2, 3, 5, 11 e 12; as atividades mencionadas nos

anexos nos 6, 13 e 14; as constantes nos anexos nos 7, 8, 9 e 10 da norma.

A NR 15 define “limite de tolerância”, em seu item

15.1.5, como a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada à

natureza e ao tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde

do trabalhador durante a sua vida laboral.

Desse modo, somente na supracitada NR 15 e em

seus anexos, estarão fixados os parâmetros exatos em que o trabalho será

considerado insalubre, seja pela atividade em si, seja pela forma e pelo local em

que a operação e/ou atividade é realizada, não cabendo ao intérprete fazer

ilações de risco fora das hipóteses fixadas na normativa.

De acordo com o item 15.2 da NR 15, o exercício de

trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção

de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:


Fls.: 13

40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;


20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

Ainda, como exposto no subitem 15.4.1 da NR 15, em

caso de existência de condições de trabalho insalubres, a neutralização ou

eliminação deverá ocorrer com a adoção de medidas de ordem geral que

conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância e/ou

com a utilização de equipamentos de proteção individual.

Cabe à autoridade regional competente em matéria

de Segurança e Saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo

técnico de engenheiro de Segurança do Trabalho ou médico do trabalho

devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos a

condições insalubres quando impraticável sua eliminação ou neutralização.

ANÁLISE DO CASO EM TELA

Neste item, a responsabilidade é máxima. A

expressão latina visum et repertum, comumente associada ao item mais

importante do documento pericial, significa “ver e referir”, ao que este item se

presta por meio do estudo do local de trabalho.


Fls.: 14

Esclarece-se que a apuração de insalubridade no

presente caso foi realizada por meio de inspeção no ambiente laboral do autor,

análise das atividades desempenhadas por ele no curso de seu contrato de

trabalho com a ré e avaliação de documentação pertinente, com o objetivo de

verificar se o reclamante ficava exposto a agentes insalubres previstos nas

normativas pertinentes, em condições passíveis de gerar o direito ao

recebimento do respectivo adicional.

A seguir, apresenta-se o resultado da análise realizada.

5.1 ANÁLISE DE INSALUBRIDADE

ANEXO Nº 1 – RUÍDO CONTÍNUO OU

INTERMITENTE

O perito não identificou indícios de fontes de

ruído externo acima dos níveis normais, solicitou o relatório completo e

medição do ruído que consta no LTCAT da empresa MORAES METALLUM

, atestando que o nível de ruído está abaixo do nível máximo permetido,

comprovando desta forma que o ambiente é SALUBRE, junto com o

certificado válido de calibração do instrumento de medição e diante

dessa evidência, optou pela NÃO aferição in loco do agente físico ruído

no local de trabalho do autor, memo assim a empresa reclamada

apresentou todos os recibos de entrega de EPI´s, assinados pelo

reclamante, ata de treinamemento e também apresentou Ordem de

Serviço, PCMSO e LTCAT, comprovando que respeita e tem implantado

em todas as suas obras um sistema eficiente de Segurança do trabalho e

que efetivamente cumpre todas as normas de Segurança do Trabalho.


CONCLUSÃO

Contemplados os objetivos da Diligência Pericial

agendada e realizada com sucesso neste documento, ficou demonstrado com

evidências, fatos, entrevistas e provas concretas que o autor NÃO trabalhou

em condições insalubres.

Termos em que pede deferimento.

Recife, 07/02/2024.

17
Fls.: 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Avaliação da exposição ocupacional ao ruído. Ministério do Trabalho e Emprego, 2001. 41p.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 03 – Procedimento técnico: Análise

gravimétrica de aerodispersoides sólidos coletados sobre filtros de membrana. Ministério do

Trabalho e Emprego, 2001. 35p.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 04 – Procedimento técnico: Método

de coleta e análise de fibras em locais de trabalho - Análise por microscopia ótica de contraste

de fase. Ministério do Trabalho e Emprego, 2001.66p.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 05 – Procedimento técnico:

Avaliação da exposição ocupacional aos raios x nos serviços de radiologia. Ministério do

Trabalho e Emprego, 2001. 42p.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 06 – Procedimento técnico:

Avaliação da exposição ocupacional ao calor. Ministério do Trabalho e Emprego, 2017. 2. ed.

50p.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 07 – Procedimento técnico:

Calibração de bombas de amostragem individual pelo método da bolha de sabão. Ministério do

Trabalho e Emprego, 2002.32p.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 08 – Procedimento técnico: Coleta

de material particulado sólido suspenso no ar de ambientes de trabalho. Ministério do Trabalho

e Emprego, 2009. 42p.

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 09 – Procedimento técnico:

Avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro. Ministério do Trabalho e

Emprego, 2013. 65p.

18
Fls.: 20

FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 10 – Procedimento técnico:

Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços. Ministério do Trabalho e

Emprego, 2013. 53p.

SEGURANÇA e Medicina do Trabalho [Equipe Atlas]. 82. ed. São Paulo: Atlas, 2019. (Manuais

de Legislação Atlas)

TORLONI, Maurício; VIEIRA, Antonio Vladimir. Manual de proteção respiratória. São Paulo:

Câmara Brasileira do Livro, 2003.

19

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