Aula 6 Oi-2

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DIREITO DAS ORGANIZAÇÕS INTERNACIONAIS

Conceito

Uma OI é uma associação voluntária de Estados ou sujeitos do DI,


constituída mediante um tratado internacional que prossegue
objectivos comuns aos membros e que possui órgãos próprios para a
satisfação das funções específicas para as quais foi criada.

Desde logo ressaltam desta definição dois elementos essenciais duma


OI

O elemento organização (o que implica uma continuidade,


permanência ou estabilidade, o facto que implica haver uma sede e
uma estrutura de funcionamento e vontade própria que é distinta da
vontade de qualquer dos seus membros elemento internacional ( por
ser criada por um instrumento do DI- o tratado internacional e por
sujeitos do DI- Estados ou OI)

Características

Uma OI não é um Estado, pois não tem território, nem povo e nem
exerce qualquer competência territorial e também não possui poder
político em relação aos Estados membros.

Classificação

As OI podem classificar-se em três grupos:


 Quanto ao objecto que se baseia no domínio material, e, o seu
objecto social (pode ser uma OI com fins gerais (ONU, OEA, UE),
ou com fins especiais (cooperação política, económica, militar,
social e humanitária e culturais)
 Quanto à sua estrutura jurídica que podem ser:
intergovernamentais os representantes são escolhidos pelos
respectivos governos e que se vinculam às instruções destes. As
suas decisões e deliberações, não são obrigatórias e tem como alvo
os próprios Estados e não os seus sujeitos internos ONU, NATO,
OEA.)

Supranacionais (são as que surgiram após a 2ª GM. Caracterizam-se


pela limitação da soberania dos Estados membros mediante
transferência de poderes soberanos dos Estados membros para a OI.
Geralmente tem uma estrutura jurídico-política de tipo estadual,
órgãos deliberativos com competência legislativa e executiva CECA,
EUROTOM, CEE, UE.)

 Quanto aos âmbito territorial de acção que podem ser: para-


universais (aquelas que em princípio podem abarcar todos os
Estados da Comunidade Internacional e tem vocação universal.
(ONU, BIRD, FMI, OIT, GTT)

Regionais com âmbito territorial restrito, composto por Estados


membros geograficamente definido. OEA, UA, NATO,).
Composição

Normalmente as OI são compostas por Estados. Mas também podem


conter no seu seio outros sujeitos do DI tais como a Santa Sé e outras
OI.

Os seus componentes são:

Membros de pleno direito (que podem ser membros originários ou


fundadores e membros admitidos)

Membros associados (gozam do mesmo estatuto dos membros de


pleno direito mas não tem direito ao voto).

Observadores (tem estatuo limitado definido pela OI.

Admissão

Uma vez constituída a admissão numa OI está condicionada ao


preenchimento dos requisitos da natureza da própria OI e constam dos
seus estatutos.

Permanência

A permanência dum membro numa OI depende da sua vontade e


também do continuado respeito e prossecução dos deveres e
obrigações constantes dos seus estatutos.

Competência
Toda a competência duma OI tende ao desenvolvimento da
cooperação internacional e nos mais diversos planos tendentes a
facilitar a cooperação entre Estados e diminuir ou mesmo eliminar as
divergências entre eles.

a) Assim, a competência duma OI ou dos seus órgãos encontra-se


abalizada pelo princípio da especialidade ou seja os seus órgãos só
tem competência relativa aos fins próprios e não além deles.

Estrutura das OI

A estrutura das OI é essencialmente constituída pelos seus órgãos


internos que em geram são:

 Deliberativos (formados pelos representantes dos Estados


membros formando uma Assembleia geral com funções
deliberativas gerais, fiscalização das actividades doutros órgãos e
exercício dos poderes financeiros)
 Executivos (formado por um reduzido nº e membros da OI
que asseguram o governo da OI que se chama Conselho)
 O Secretariado (é o órgão propriamente internacional das OI, pois
é formado por funcionários internacionais que só dependem dos
próprios órgãos da OI e não dos Estados membros, membros dos
seu próprios países de origem e sua função é sobretudo executiva
tomando como base o princípio de que a política da OI é a política
do secretariado. Ë normalmente dirigido por um SG.

Órgão de jurisdicional (privativo destinado a resolver conflitos


jurídicos entre os Estados membros –ex. ONU e TIJ.

PODERES DAS OI

Em todo o caso distingue-se os seguintes poderes gerais para as OI:

 O poder de debater (Um dos resultados possíveis do debate é o


amadurecimento de ideias sobre questões de interesse comum,
permitindo uma relaxação colectiva, confrontação de pontos de
vista e possibilidade de exercício da diplomacia multilateral, o que
permite tirar conclusões sob a forma de resoluções adoptadas por
maioria.)
 O Poder de decidir (há que fazer distinção entre as decisões de
ordem interna que respeitam ao funcionamento e estrutura da
organização que as toma e as decisões que respeitam aos Estados
nas suas relações multilaterais e bilaterais. As OI podem ter como
atribuições tomar decisões de ordem internacional que se
traduzem apenas numa posição comum dos Estados membros ou
tomar decisões obrigatórias para os Estados.

Decisões de ordem interna


a) Decisões de ordem atributivas ex; nomeação de um
Estado para integrar um órgão intergovernamental;
admissão dum Estado.)

b) Decisões constitutivas-ex:as que visam modificar ou


extinguir um dispositivo orgânico.

O poder de agir nas OI a acção significa que já se ultrapassou o nível


dos debates e já houve uma decisão.

Assim, existe a acção colectiva (os Estados agem por sim mesmos
através dos meios de que dispõe, mas fazem-no no quadro de uma
operação conjunta (Iraque, saraevo, Afeganistão etc.) e acção
institucional (a organização age com o apoio dos meios que lhe forem
fornecidos pelos Estados membros PMA, UNICEF, etc.)

Tipos de acção

 Acção diplomática
 Controlo e inquérito.
 Acção coerciva
 Acção de pacificação
 Assistência
 Administração.

Execução da acção
Uma vez tomada a acção pelas OI torna-se necessário criar um
instrumento executivo adequado que pode ser uma comissão de
composição intergovernamental cujo suporte administrativo é
normalmente o secretariado.

A responsabilidade internacional das OI.

Uma vez concedida a personalidade jurídico-internacional das OI resulta


evidente a sua condição de titular de direitos e deveres internacionais,
assim como a sua capacidade para fazer valer aqueles e para assumir
responsabilidades.
Em caso de ilícito e contrariamente aos Estados cujas consequências
podem ser várias, as consequências para as OI, podem ser apenas duas:

 A nulidade que pode ocorrer sobre todos os actos normativos das


OI bem como os actos operacionais na medida da dependência
destes à respeito duma acção normativa de base.
 A responsabilidade que pode ser de direito interno( por actos
contratuais ou extracontratuais realizados pelas OI com base na sua
personalidade jurídica e a legislação interna dum país) ou de DI
( por quebra ou denúncia de tratados ou por actividades
operacionais, experiências nucleares, ou pelos actos dos seus
funcionários e agentes).

As vezes quando as OI são chamadas a realizar certas actividades dentro


do território dum Estado nos respectivos acordos incluem
preventivamente uma cláusula que exclui a responsabilidade
internacional por actos próprios da OI.

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