Ética - PDF de Conteúdo 39° Exame

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1ª Fase | 39° Exame da OAB

Ética

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver, da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade.
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso.
Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

1ª FASE OAB | 39° EXAME

Ética
Prof. Leonardo Fetter

Sumário
1. Legislação da Ordem dos Advogados ..................................................................................... 4
2. Órgão de Gestão da OAB ........................................................................................................ 5
3. Eleições e mandatos na OAB ................................................................................................ 11
4. Inscrição na OAB ................................................................................................................... 14
5. Licenciamento e cancelamento da inscrição.......................................................................... 16
6. Estagiário ............................................................................................................................... 18
7. Advogado empregado ............................................................................................................ 19
8. Atividades privativas do advogado ......................................................................................... 21
9. Sociedade de advogados....................................................................................................... 22
10. Procuração e mandato ......................................................................................................... 23
11. Honorários advocatícios....................................................................................................... 25
12. Advocacia pro bono ............................................................................................................. 30
13. Direitos e prerrogativas do advogado .................................................................................. 31
14. Direitos da mulher advogada .............................................................................................. 36
15. Publicidade profissional ....................................................................................................... 38
16. Infrações e sanções disciplinares ........................................................................................ 43
17. Processo disciplinar ............................................................................................................. 45
18. Incompatibilidade e impedimento ......................................................................................... 47

Olá, aluno(a)! Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso prepara-
tório para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas.
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação perti-
nente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em agosto de 2023.

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Ética

1. Legislação da Ordem dos Advogados

Prof. Leonardo Fetter


@prof.fetter

Inicialmente é importante ressaltar que é necessário estudar ética através de três normas, sendo
elas:
*Para todos verem: esquema

O Estatuto da Advocacia e a OAB - Lei


Federal (ordinária) no 8.906/1994 – com
mais de 80 artigos.
Legislação

Regulamento Geral do Estatuto da


Advocacia e da OAB (com cerca de 150
artigos).

Código de Ética e Disciplina (com 80


artigos).

Atenção: a legislação para o estudo deve estar atualizada até a data do edital.

1.1. Natureza jurídica da OAB


Os advogados que compõem os órgãos de gestão da OAB não são remunerados. Contudo, as
pessoas contratadas para trabalharem na OAB, de acordo com a CLT, são remuneradas.
Não há dúvida de que a OAB presta serviço público, com personalidade jurídica e forma federativa.
A OAB tem natureza jurídica especial e única, sui generis, sendo pessoa jurídica de direito público interno,
que executa serviço público federal, porém não equiparável à autarquia nem à entidade paraestatal, con-
forme definição do STF exarada na ADI n o 3.026/DF (rel. Min. Eros Grau – Tribunal Pleno – j. 8-6-2006 –
publicado em 29-9-2006).
Dentro dessa natureza jurídica diferenciada da OAB, ela tem imunidade quanto a tributos, isso não
quer dizer isenção. Dessa forma, a OAB tem uma qualidade/direito/prerrogativa das pessoas jurídicas de
direito público, qual seja, a imunidade.
Ainda, o contrato particular de honorários não exige duas testemunhas, nos termos do artigo 784,

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inciso III do CPC, para ser considerado título executivo extrajudicial, e isso quer dizer que o contrato de
honorários é uma exceção, pois é sim possível ser executado como título executivo extrajudicial, ainda que
não cumpra os requisitos de CPC.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Contrato particular de honorários

Por fim, o advogado, em uma condição de gestor da OAB, tem recebido legitimidade de interferir em
processos que não são “seus”, mas que neles está ocorrendo violação de prerrogativas do advogado atu-
ante.
*Para todos verem: esquema

Sem vínculo com a


Administração Pública

Imunidade Tributária
(bens, rendas e serviços)
OAB

Membro da Diretoria ou Conselheiro -


atividade gratuita (não são remunerados)

Pode criar seu próprio título executivo


(conforme o art. 46, parágrafo único, do
Estatuto da Advocacia e da OAB)

2. Órgão de Gestão da OAB

A partir da identificação dos órgãos de gestão da OAB, é possível perceber como a OAB se organiza,

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como a OAB é gerida e, após, entender as eleições, pois todos os órgãos de gestão são alcançados através
de eleições.
*Para todos verem: esquema

Órgãos de Gestão da OAB

Conselho Federal Conselhos Seccionais Subseção

2.1. Conselho Federal (arts. 51 a 55 do Estatuto)


O Conselho Federal é integrado por três Conselheiros Federais (a chamada delegação) oriundos
dos Conselhos Seccionais (equivocadamente chamados de OAB Estadual), que são eleitos (compõem a
chapa do Conselho Seccional) e têm mandato de três anos.
Também são considerados membros do Conselho Federal, na forma do art. 51, inciso II do Estatuto,
seus ex-presidentes (na qualidade de membros honorários vitalícios). Nas deliberações, os ex-presiden-
tes têm apenas direito de manifestação (voz), não de voto (decisão).
O voto no Conselho Federal é por delegação, entretanto, na escolha da Diretoria, cada membro
da delegação tem um voto, na forma do art. 53, §3º do Estatuto. Para os votos, vale a maioria da delegação
(se houver empate, o voto vai ser invalidado – art. 77 do Regulamento Geral).
*Para todos verem: esquema

Conselho Federal

O voto é tomado por Na eleição para a escolha da


O Presidente, nas delegação, e não pode Diretoria do Conselho
deliberações do ser exercido nas matérias Federal, cada membro da
Conselho, tem apenas de interesse da unidade delegação terá direito a 1
o voto de qualidade. que represente. voto, vedado aos membros
honorários vitalícios.

O voto da delegação é o de
sua maioria, havendo
divergência entre seus
membros, considerando-se
invalidado em caso de
empate.

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Importante! A competência do Conselho Federal está instituída nos incisos do art. 54 do Estatuto
da OAB:
Art. 54. Compete ao Conselho Federal:
I – dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II – representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advoga-
dos;
III – velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;
IV – representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos inter-
nacionais da advocacia;
V – editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos
que julgar necessários;
VI – adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais;
VII – intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei
ou do regulamento geral;
VIII – cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou
autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e Disci-
plina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;
IX – julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos
casos previstos neste estatuto e no regulamento geral;
X – dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos
privativos;
XI – apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;
XII – homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos
Seccionais;
XIII – elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos
nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam
em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Con-
selho ou de outro órgão da OAB;
XIV – ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos,
ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações
cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;
XV – colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos
pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou creden-
ciamento desses cursos;
XVI – autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus
bens imóveis;
XVII – participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em
todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;
XVIII – resolver os casos omissos neste estatuto.
XIX – fiscalizar, acompanhar e definir parâmetros e diretrizes da relação jurídica mantida
entre advogados e sociedades de advogados ou entre escritório de advogados sócios e
advogado associado, inclusive no que se refere ao cumprimento dos requisitos norteado-
res da associação sem vínculo empregatício;
XX – promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, a solução sobre
questões atinentes à relação entre advogados sócios ou associados e homologar, caso
necessário, quitações de honorários entre advogados e sociedades de advogados, obser-
vado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5o da Constituição Federal.
Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII deste artigo depende de prévia apro-
vação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho
Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fixar.

A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB, conforme o art. 63 do Estatuto, acontecerá na
segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação
direta, de comparecimento obrigatório, para todos os advogados regularmente inscritos na OAB.

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*Para todos verem: esquema

Órgãos do Conselho Federal da


OAB

Órgão Especial do Câmaras


Conselho Pleno Diretoria
Conselho Pleno Julgadoras

Presidente

Importante! Com exceção do candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa deverão ser
conselheiros federais eleitos, conforme o art. 67, parágrafo único do Estatuto.

2.2. Conselhos Seccionais (arts. 56 a 59 do Estatuto)


Um Conselho Seccional por Estado (por isso conhecido como OAB Estadual – ou seção Estadual
da OAB, embora não mais exista esta última denominação).
O Conselho Seccional é composto pelo Presidente, sua Diretoria e pelos Conselheiros Estaduais
(estes têm direito de votar, de decidir e deliberar – e o voto é unipessoal, diferente do Conselho Federal,
que é por delegação).
Também podem participar das reuniões do Conselho Seccional o presidente da Caixa de Assistên-
cia dos Advogados (CAA), os conselheiros federais, o presidente do Conselho Federal, presidentes das
subseções, presidente do Instituto dos Advogados e ex-presidentes do próprio Conselho. Estes últimos
podem participar das reuniões e têm o direito de manifestação (voz – de emitir opinião), mas não poderão
participar das deliberações, ou seja, não terão o direito de votar (este será exercido apenas pelos conse-
lheiros e diretoria).

2.2.1. Caixa de Assistência dos Advogados (art. 62 do Estatuto)


A Caixa de Assistência dos Advogados (CAA) é vinculada ao Conselho Seccional e tem como obje-
tivo prestar assistência aos advogados inscritos no Conselho Seccional a que se vincule (órgão assisten-
cial), conforme o art. 62 do Estatuto. Adquire personalidade jurídica quando seu Estatuto for aprovado e
registrado junto ao Conselho Seccional e pode possuir patrimônio próprio, que será incorporado ao

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Conselho Seccional respectivo no caso de extinção da CAA.


Na forma do §7º do art. 62 do Estatuto, o Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de
seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas
finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção.

2.2.2. Tribunal de Ética e Disciplina (TED)


A atribuição do Tribunal de Ética e Disciplina está definida no art. 71 do Código de Ética e Disciplina:

*Para todos verem: esquema

Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina - art. 71 do CED

Atuar como órgão


mediador ou
conciliador nas
questões que
envolvam:
Suspender, Organizar, a) dúvidas e
Exercer as preventivamente, promover e pendências entre
competências o acusado, em ministrar cursos, advogados;
que lhe sejam caso de conduta palestras,
conferidas pelo suscetível de seminários e b) partilha de
Responder a honorários
Regimento acarretar outros eventos da
Julgar, em consultas contratados em
Interno da repercussão mesma natureza
primeiro grau, os formuladas, em conjunto ou
Seccional ou por prejudicial à acerca da ética
processos ético- tese, sobre decorrentes de
este Código para advocacia, nos profissional do
disciplinares; matéria ético- substabeleciment
a instauração, termos do advogado ou
disciplinar; o, bem como os
instrução e Estatuto da estabelecer
julgamento de Advocacia e da parcerias com as que resultem de
processos ético- Ordem dos Escolas de sucumbência,
disciplinares; Advogados do Advocacia, com o nas mesmas
Brasil; mesmo objetivo; hipóteses;
c) controvérsias
surgidas quando
da dissolução de
sociedade de
advogados.

Atenção: a principal atribuição será de julgar, em primeiro grau, o processo disciplinar – seria a
primeira instância (a segunda instância seria uma das Câmaras vinculadas ao Conselho Seccional, ou seja,

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o recurso contra decisão do TED).

2.3. Subseção (arts. 60 e 61 do Estatuto)


A Subseção é parte autônoma do Conselho Seccional, abrange um ou mais municípios, desde
que possua, pelo menos, 15 advogados a ela vinculados, de acordo com o art. 60 do Estatuto. Quando
tiver mais de cem advogados inscritos e vinculados, a subseção pode criar seu Conselho, conforme o §3 o
do art. 60 do Estatuto.
*Para todos verem: esquema

Compete à Subseção

Velar pela dignidade, Desempenhar as


independência e atribuições previstas
Dar cumprimento Representar a OAB
valorização da no regulamento geral
efetivo às perante os poderes
advocacia, e fazer ou por delegação de
finalidades da OAB; constituídos;
valer as prerrogativas competência do
do advogado; Conselho Seccional.

Conforme o parágrafo único do art. 61 do Estatuto, ao Conselho da Subseção, quando houver,


compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do regimento interno deste,
e ainda: a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional; b) editar resoluções,
no âmbito de sua competência; c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal
de Ética e Disciplina; d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e
emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional.

2.3.1. Conferência Nacional dos Advogados (arts. 145 a 149 do Regulamento Geral)
A Conferência Nacional da Advocacia Brasileira é órgão consultivo máximo do Conselho Federal,
reunindo-se trienalmente, no segundo ano do mandato, tendo por objetivo o estudo e o debate das questões
e problemas que digam respeito às finalidades da OAB e ao congraçamento da advocacia, conforme art.
145 do Regulamento Geral.
Ainda, na forma do §1º do art. 145 do Regulamento Geral, as Conferências da Advocacia dos Es-
tados e do Distrito Federal são órgãos consultivos dos Conselhos Seccionais, reunindo-se também trienal-
mente, no segundo ano do mandato.

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*Para todos verem: esquema

São membros das Conferências

Efetivos: os Conselheiros e
Presidentes dos órgãos da OAB Convidados: as pessoas a quem a
presentes, os advogados e Comissão Organizadora conceder
estagiários inscritos na Conferência, tal qualidade, sem direito a voto,
todos com direito a voto; salvo se for advogado.

Atenção: os convidados, expositores e membros dos órgãos da OAB têm identificação especial du-
rante a Conferência. Os estudantes de direito, mesmo inscritos como estagiários na OAB, são membros
ouvintes, escolhendo um porta-voz entre os presentes em cada sessão da Conferência.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Órgãos da OAB

3. Eleições e mandatos na OAB

3.1. Apontamentos gerais


Os advogados votarão em chapas regularmente inscritas para o Conselho Seccional (Diretoria,
Conselheiros Seccionais, Três Conselheiros Federais e Diretoria da CAA) e Subseção (Diretoria e Conselho
da Subseção – se existir).
Nas eleições diretas, o voto será obrigatório para os advogados regularmente inscritos – inscri-
ção principal (não votar representa multa – 20% sobre o valor da anuidade). O voto será facultativo para
os advogados com inscrição suplementar (para votar deve avisar com antecedência).

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Cabeção, importante!
*Para todos verem: esquema

São eleições diretas para o Conselho Seccional, Subseção e CAA, enquanto a


eleição para o Conselho Federal é indireta.

O mandato é de três anos.

O voto é secreto e em chapas.

Nas eleições diretas, o voto é obrigatório para todo advogado regularmente inscrito
na OAB.

3.2. Dos requisitos para a candidatura


São requisitos para a candidatura (cargos de gestão na OAB) aqueles previstos nos arts. 63, § 2 o,
do Estatuto e 131, §6o, do Regulamento Geral:

Estatuto da Advocacia e da OAB


Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda
quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e vota-
ção direta dos advogados regularmente inscritos.
(...)
§ 2o O candidato deve comprovar situação regular perante a OAB, não ocupar cargo exo-
nerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e
exercer efetivamente a profissão há mais de 3 (três) anos, nas eleições para os cargos de
Conselheiro Seccional e das Subseções, quando houver, e há mais de 5 (cinco) anos, nas
eleições para os demais cargos.

Regulamento Geral
Art. 131. São admitidas a registro apenas chapas completas, que deverão atender ao
percentual de 50% para candidaturas de cada gênero e, ao mínimo, de 30% (trinta por
cento) de advogados negros e de advogadas negras, assim considerados os(as) inscri-
tos(as) na Ordem dos Advogados do Brasil que se classificam (autodeclaração) como ne-
gros(as), ou seja, pretos(as) ou pardos(as), ou definição análoga (critérios subsidiários de
heteroidentificação).
§ 6o Fica delegada à Comissão Eleitoral, de cada Seccional, analisar e deliberar os casos
onde as chapas das Subseções informarem a inexistência ou insuficiência de advogados
negros (pretos e pardos) e advogadas negras (pretas e pardas), com condições de elegi-
bilidade a concorrer nas chapas, no percentual aprovado em 30% (trinta por cento) referido
no caput deste artigo.

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*Para todos verem: esquema

Situação regular perante a OAB (em Não ocupar cargo exonerável ad


dia com as anuidades) nutum.

Exercer efetivamente a profissão há


mais de 3 (três) anos, nas eleições
Não ter sido condenado por infração para os cargos de Conselheiro
disciplinar, salvo reabilitação. Seccional e das Subseções, quando
houver, e há mais de 5 (cinco) anos,
nas eleições para os demais cargos.

Atenção: também não poderá ser candidato o advogado que exercer cargo público demissível ad
nutum, ou seja, que não tem estabilidade – o fato de não ter estabilidade retira a necessária independência
do advogado, não permitindo sua candidatura.

3.3. Vedação para votar


São proibidos de votar os advogados na condição de inadimplentes (devendo anuidade) e os esta-
giários (inscritos na OAB – estagiário paga anuidade, mas não tem direito de votar).

3.4. Eleição do Conselho Federal


A eleição no Conselho Federal é indireta; quem vai eleger a diretoria são os três Conselheiros
Federais (integrantes das delegações de cada unidade federativa e eleitos junto com a chapa do Conselho
Seccional).

Cuidado, cabeçones! O presidente do Conselho Federal não precisa ser Conselheiro Federal (art.
67, par. ún., do Estatuto da OAB).
Importante: os três Conselheiros Federais de cada Estado, que assumem no Conselho Federal,
são chamados de delegação. Nas decisões de competência do Conselho Federal, esses Conselheiros Fe-
derais apresentarão um voto por delegação. Para a eleição de Diretoria do Conselho Federal, o voto é
individual de cada Conselheiro, não há voto por delegação.
Ainda, sobre as decisões dentro de cada órgão de gestão, é importante atentar-se para os seguintes
questionamentos:
Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema.

O que é ter voz?

É ter direito de manifestação.

O que é ter direito de ter voto?

É o direito de decisão.

Quem tem direito de votar e de voz dentro dos órgãos de gestão?

Os advogados que foram eleitos para isso.

Quem tem direito só de voz?


Aquelas pessoas que foram permitidas, ou seja, autorizadas a se manifestar, por
exemplo, ex-presidentes.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Eleição na OAB

4. Inscrição na OAB

Inicialmente, é necessário recordar que a condição de Advogado se adquire com a inscrição na OAB
(e não com a aprovação no Exame da OAB – este é apenas um dos requisitos para postular a inscrição).
Dessa forma, os requisitos para inscrição junto a OAB estão definidos no art. 8 o do Estatuto:

Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema

Capacidade civil

Diploma ou certidão de graduação em direito

Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro

Aprovação em exame de ordem

Não exercer atividade incompatível com a advocacia

Idoneidade moral

Prestar compromisso perante o conselho

Atenção: as atividades incompatíveis com a advocacia estão definidas no art. 28 do Estatuto e


geram a proibição absoluta do exercício da advocacia.
O bacharel em direito, quando não graduado no Brasil, além de atender os requisitos do art. 8º do
Estatuto, ainda deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente
revalidado.
A falta de idoneidade moral deve ser analisada pelo Conselho Seccional (por decisão de dois
terços de seus membros), a fim de impedir a inscrição (sendo concedido ao interessado o direito ao
contraditório).
Exemplo: o Conselho Federal já definiu que, a prática de violência contra a mulher, assim definida
na Convenção Interamericana de Belém do Pará, constitui fator apto a demonstrar a ausência de idoneidade
moral para a inscrição de bacharel em Direito nos quadros da OAB, independentemente da instância crimi-
nal. Assim, cada Conselho Seccional tem liberdade de analisar, caso a caso, a idoneidade – ou ausência
dela – para fins de deferimento ou indeferimento da inscrição.
Deferida e autorizada a inscrição, o advogado somente receberá sua Carteira profissional depoi s
de prestar compromisso perante o Conselho Seccional (juramento previsto no art. 20 do Regulamento
Geral). Tal compromisso é solene, formal e personalíssimo, ou seja, não pode ser feito por procuração.
A inscrição deverá ser feita perante o Conselho Seccional onde o advogado exercerá a advoca-
cia com habitualidade. Será denominada inscrição principal. Ainda, poderá o advogado, facultativa-
mente, buscar inscrição em outro Conselho Seccional, a denominada inscrição suplementar.

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Ética

O advogado deverá possuir uma inscrição principal e poderá ter quantas inscrição suplementares
quiser (sempre uma – e apenas uma – por Conselho Seccional).
Importante! A inscrição suplementar será obrigatória quando:
1ª situação: quando o advogado estiver atuando em mais de cinco causas em Conselho Seccional
onde ele não tenha a inscrição principal. Ex.: advogado com inscrição principal no Rio Grande do Sul pode
atuar – exercer a advocacia – em qualquer Estado; mas se possuir mais de cinco ações num Estado, deverá
providenciar a inscrição suplementar naquele Conselho Seccional correspondente.
2ª situação: quando o advogado for sócio de Sociedade de Advogados, deverá obrigatoriamente
possuir inscrição (principal ou suplementar) perante o Conselho Seccional onde a sociedade foi registrada.
Não será exigido um novo exame de ordem para cada inscrição suplementar. Para cada ins-
crição (principal ou suplementar) haverá a incidência de uma anuidade (ex.: dez inscrições, dez anuidades).
Importante! Para atuar nos Tribunais Superiores não haverá necessidade de Inscrição Suplemen-
tar.
*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Inscrição

4.1. Advogado estrangeiro


Para advogar no Brasil, o advogado deve se inscrever na OAB, submetendo-se aos mesmos requi-
sitos do advogado brasileiro (terá, no entanto, que revalidar seu diploma, circunstância que não é de com-
petência da OAB).
Pode o advogado estrangeiro, no entanto, receber uma autorização (precária) para dar Consultoria
em direito estrangeiro (mediante requerimento ao Conselho Seccional).

5. Licenciamento e cancelamento da inscrição

5.1. Licenciamento
Licenciamento é forma de interrupção temporária da inscrição. Ou seja, é uma forma de o

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
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advogado suspender sua capacidade postulatória, pois durante o período de licenciamento ele não pode
advogar. Durante o período que o advogado estiver licenciado, ele não pagará a anuidade.
Atenção: o advogado licenciado não perde o número da sua inscrição, tampouco sua inscrição é
cancelada.
*Para todos verem: esquema

Hipóteses de
Licenciamento

Exercício - temporário - Doença mental Requerimento


atividade incompatível curável justitificado

5.2. Cancelamento da inscrição


O cancelamento da inscrição configura interrupção definitiva do exercício da advocacia. Com o
cancelamento, a pessoa deixa de ser advogada, perde sua capacidade postulatória. Pode acontecer em
cinco hipóteses:
*Para todos verem: esquema

A pedido (personalíssimo) - não precisa ser fundamentado, mas deve ser assinado
pelo advogado postulante.
EXCLUSÃO (pena mais grave do Estatuto) - a punição com a exclusão vai gerar o
cancelamento da inscrição.

O exercício de Atividade Incompatível (forma definitiva).

Perda dos requisitos da inscrição (art. 8º do Estatuto).

Falecimento do Advogado.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Licenciamento e cancelamento

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
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Importante! Se a pessoa já possui atividade incompatível no ato da inscrição, haverá o seu indeferi-
mento (art. 8o do Estatuto).
A aplicação, por três vezes, da pena de suspensão gerará a pena de exclusão, que acarretará o
cancelamento da inscrição.

6. Estagiário

Para obter a inscrição como estagiário, devem ser obedecidos os requisitos do art. 9 o do Estatuto,
quais sejam:
*Para todos verem: esquema

Capacidade civil;

Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;

Não exercer atividade incompatível com a advocacia;

Idoneidade moral;

Prestar compromisso perante o conselho;

Ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.

O Estagiário com inscrição na OAB paga anuidade, mas não pode votar. Além disso, o estagiário
tem direito de praticar todos os atos privativos da advocacia, desde que em conjunto com o advogado e
sob a responsabilidade deste.
Na forma do art. 29, §1º do Regulamento Geral, o estagiário inscrito na OAB pode praticar isolada-
mente os seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado:

*Para todos verem: esquema

Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;

Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de


processos em curso ou findos;

Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.

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O Estagiário, para atuar no processo, deve ter poderes, ou seja, ele deve aparecer na procuração
ou no substabelecimento.
*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Estagiário da OAB

Importante! Estagiário não pode fazer publicidade, nem mesmo em conjunto com o advogado.
É permitido ao bacharel em direito buscar inscrição como estagiário, na forma do art. 9o, § 4o, do
Estatuto.
Alteração singela, mas relevante, diz respeito à possibilidade de o estágio profissional ser feito no
regime de teletrabalho, fixando-se algumas exigências quanto a requisitos do termo de convênio e de está-
gio (art. 9o, §§ 5o e 6o, do Estatuto).

7. Advogado empregado

Conforme o art. 18 do Estatuto, o advogado empregado é um profissional assalariado, mas esta


relação de emprego não pode retirar sua independência profissional. Além disso, na forma do §1º do
art. 18, o advogado empregado não estará obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse
pessoal dos empregadores, desde que fora da relação de emprego.

Veja o esquema na página seguinte...

19
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

*Para todos verem: esquema

As atividades do advogado empregado poderão ser realizadas, a critério do


empregador, em qualquer um dos seguintes regimes:

Não presencial, teletrabalho


ou trabalho a distância:
modalidade na qual, desde o Misto: modalidade na qual as
início da contratação, o atividades do advogado
trabalho será poderão ser presenciais, no
Exclusivamente presencial:
preponderantemente estabelecimento do
modalidade na qual o
realizado fora das contratante ou onde este
advogado empregado, desde
dependências do indicar, ou não presenciais,
o início da contratação,
empregador, observado que conforme as condições
realizará o trabalho nas
o comparecimento nas definidas pelo empregador
dependências ou locais
dependências de forma não em seu regulamento
indicados pelo empregador;
permanente, variável ou para empresarial,
participação em reuniões ou independentemente de
em eventos presenciais não preponderância ou não.
descaracterizará o regime
não presencial;

O advogado empregado tem jornada de trabalho de 8 horas diárias e 40 semanais, conforme o


art. 20 do Estatuto.
Será considerado período de trabalho o tempo que o advogado estiver à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, seja no escritório, seja em atividades externas.
Ao advogado empregado será reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e
alimentação.
Importante! Conforme o §2º do art. 20 do Estatuto, as horas trabalhadas que excederem a jornada
normal de trabalho, são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da
hora normal, mesmo havendo contrato escrito. Além disso, na forma do §3º do art. 20 do Estatuto, as
horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte, são remu-
neradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
O salário-mínimo profissional do advogado empregado será fixado em sentença normativa, salvo
se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho, conforme o art. 19 do Estatuto. Ainda, o
advogado empregado tem direito aos honorários de sucumbência, conforme o art. 21 do Estatuto, en-
tretanto, poderá acertar com o empregador, contratualmente ou em convenção coletiva, forma de partilha
de tais honorários ou até renunciá-los.

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Advogado empregado e honorários

8. Atividades privativas do advogado

Bacharel em Direito e Estagiário inscrito na OAB não são considerados advogados, ou seja, não
podem agir ou atuar naquelas atividades definidas como privativas da advocacia. Contudo, de acordo com
o §2º do art. 3º do Estatuto, o estagiário inscrito na OAB, pode praticar os atos previstos no art. 1º do
Estatuto, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.
*Para todos verem: esquema

São atividades privativas da advocacia

Visar atos
Consultoria e constitutivos Postular em
Direção e
assessoria (contratos sociais) juízo
gerência jurídica
jurídica de pessoa jurídica

Atenção: postular em juízo: é atividade privativa, mas com exceções (habeas corpus em qualquer
instância, jus postulandi trabalhista, JEC (limitação de valor), JEF/JEFP, e revisão criminal). No JEC crimi-
nal, a presença do advogado do acusado é obrigatória.
Microempresa e empresa de pequeno porte não precisam de visto de advogado para os seus
atos constitutivos. Nestes casos, das exceções, será possível postular em juízo sem a presença do advo-
gado.

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Atividades privativas da advocacia

9. Sociedade de advogados

9.1. Conceito e formação da Sociedade de Advogados


Pessoa jurídica, formada única e exclusivamente por advogados, com o objetivo de atuar em
atividades privativas da advocacia. Adquire personalidade jurídica, isso quer dizer que, passa a ser titular
de direitos e obrigações, com o registro de seus atos constitutivos junto ao Conselho Seccional compe-
tente. Não é registrada na Junta Comercial ou em outro Cartório Extrajudicial.
O sócio deve ter inscrição, seja principal, seja suplementar, no Conselho Seccional onde a socie-
dade de advogados foi registrada. A sociedade de advogados pode ter filial, desde que seja em outro Con-
selho Seccional, pois não poderá a sociedade ter filial no mesmo Conselho Seccional onde está a sociedade
registrada. O advogado somente pode ser sócio de uma sociedade de advogados por Conselho Secci-
onal.
Modificação do § 2º do art. 16: o advogado impedido ou incompatibilizado com o exercício da
advocacia de forma temporária não é considerado excluído da sociedade (devendo ser tal circunstância
averbada no registro da Sociedade). Todavia, traz importante situação: o fato de que não pode ser usado
o nome ou imagem do advogado temporariamente afastado.
Conforme a inclusão do art. 17-A do Estatuto, o advogado poderá se associar a uma ou mais soci-
edades de advogados ou sociedades unipessoais de advocacia para prestação de serviços, e, ainda, a
presente associação dar-se-á por meio de pactuação de contrato próprio, que poderá ser de caráter geral
ou restringir-se a determinada causa ou trabalho.
Conforme o art. 17-B do Estatuto, a associação de que trata o art. 17-A deverá ser registrado no
Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede a sociedade de advogados que dele tomar
parte.

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

O contrato de associação deve conter no mínimo:


*Para todos verem: esquema

Qualificação das partes, com referência expressa à inscrição no Conselho Seccional


da OAB competente;

Especificação e delimitação do serviço a ser prestado;

Forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a


atribuição da totalidade dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma delas;

Responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais e pelo custeio das


despesas necessárias à execução dos serviços;

Prazo de duração do contrato.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Sociedade de advogados

10. Procuração e mandato

10.1. Disposições gerais


Para que o advogado atue em nome de seu cliente, é necessário que ele receba poderes para tanto.
A forma processual é a outorga da procuração. A procuração, como todo contrato, pode ter prazo determi-
nado, contudo, se não contiver prazo, presume-se que ela tem eficácia até a conclusão da causa, conforme
o art. 13 do CED.
A procuração não se extingue ou perde valor/eficácia pelo decurso do tempo. O advogado tem
o direito de atuar sem procuração em casos de urgência – por exemplo, os direitos de seu cliente estão em
perigo - mas, o advogado deve juntar a procuração no prazo de 15 dias, podendo ser prorrogado por mais

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

15 dias, conforme prevê o art. 104 do CPC e o art. 5ª, §1º do Estatuto.
Conforme o art. 11 do CED o advogado, atua como patrono da parte, quando no exercício do man-
dato, cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordi-
nar a intenções contrárias do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada.
Atenção! O advogado não pode aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído,
sem prévio conhecimento deste, conforme o art. 14 do CED. Contudo, por motivo plenamente justificável
ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis o advogado pode aceitar procuração de
quem já tenha patrono constituído.

10.2. Da renúncia
Nos termos do art. 16 do CED, a renúncia cessa a responsabilidade profissional, e isso quer dizer
que a renúncia é a forma de extinção da procuração e dos poderes nela outorgados e, é requerida pelo
advogado.
Notificado o cliente, o advogado ainda é responsável pelos atos processuais por dez dias, salvo se
um novo profissional se habilite antes de terminado tal prazo, na forma do §3º do art. 5º do Estatuto. Ainda,
não há necessidade de a renúncia ser motivada.

10.3. Da revogação
Revogação do mandado judicial é uma forma de extinção da procuração e dos poderes nela outor-
gados por iniciativa do cliente, conforme o art. 17 do CED. Na revogação, não existe o prazo de respon-
sabilização por dez dias.
Importante! A renúncia ou a revogação da procuração não desobriga o cliente ao pagamento dos
honorários advocatícios (inclusive verba de sucumbência – neste caso, de forma proporcional ao trabalho
desenvolvido).

10.4. Do substabelecimento
O substabelecimento é a forma de o advogado transferir poderes recebidos na procuração para
outro advogado (relação advogado com advogado). O substabelecimento pode ser com ou sem reserva de
poderes.

Veja o esquema na página a seguir...

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

*Para todos verem: esquema

O substabelecimento pode ser:

COM RESERVA DE PODERES: SEM RESERVA DE PODERES:


compartilhamento de poderes (poderá o advogado que substabelece se
atuar tanto o advogado que afasta do processo (e exatamente por
substabeleceu quanto o advogado isso que, aqui, será necessária a
substabelecido); anuência/concordância do cliente).

11. Honorários advocatícios

Previsão legal: arts. 22 a 26 da Lei no 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advoga-
dos do Brasil).
Os honorários advocatícios correspondem à remuneração ao profissional da advocacia pelos servi-
ços prestados. São divididos em três tipos:

*Para todos verem: esquema

Fixados por
Convencionados arbitramento Sucumbência
judicial

11.1. Honorários contratados/convencionados


Contratados e fixados entre o advogado e o cliente, sendo, como regra, uma obrigação de meio,
ou seja, não depende de resultado, ainda que, excepcionalmente, possa depender de resultado, quando,
por exemplo, o advogado for contratado para elaborar uma minuta de contrato.
Quando o contrato de honorários fixados entre advogado e cliente não estabelecer ou fixar forma
de pagamento, o §3º do art. 22 do Estatuto orienta/sugere a seguinte forma:
*Para todos verem: esquema

1/3 até a decisão de


1/3 no início restante no final
1ª instância

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

Atenção: a inclusão do art. 22-A no Estatuto fixa e define que será permitida a dedução de hono-
rários advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a título de juros de mora, ao montante repassado
aos Estados e aos Municípios na forma de precatórios, como complementação de fundos constitucionais.

11.1.1. Honorários cota litis (parte na lide)


Os honorários cota litis são a maneira de contratar honorários com o cliente (é fixado um percentual
no resultado, no benefício que o cliente receber). O advogado deve receber em pecúnia/dinheiro e não em
bens (para receber em bens, deve existir cláusula contratual declarando que o cliente não tem como pagar
em dinheiro).
Não existe disposição definindo o percentual adequado dos honorários cota litis, todavia, o art. 50
do CED prevê que, quando acrescidos dos honorários da sucumbência (os honorários cota litis somados
aos de sucumbência), não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente.

11.2. Honorários arbitrados


Os honorários fixados por arbitramento judicial, serão fixados pelo Poder Judiciário, mediante pos-
tulação, ou seja, ação do advogado contra o cliente, pois não foram convencionados previamente. Assim,
diante da ausência de contrato escrito entre cliente e advogado e negando-se o cliente a efetuar o paga-
mento de honorários, a alternativa do profissional da advocacia será entrar com uma ação contra o cliente,
pedindo que o juiz arbitre os honorários.
O §2o do art. 22 do Estatuto fixa critérios para o arbitramento de honorários advocatícios, na falta
de estipulação ou de acordo, fixando que, obrigatoriamente, devam ser observadas as disposições nos §§
2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 6º-A, 8º, 8º-A, 9º e 10 do art. 85 do Código de Processo Civil:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.


§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível men-
surá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-
mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do pro-
veito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil)
salários-mínimos;

26
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do


proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem
mil) salários-mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito
econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º:
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for
líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos
incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econô-
mico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o
que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício
econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso
I do § 3º, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que
a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual
seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem
resolução de mérito.
§ 6º-A. Quando o valor da condenação ou do proveito econômico obtido ou o valor atuali-
zado da causa for líquido ou liquidável, para fins de fixação dos honorários advocatícios,
nos termos dos §§ 2º e 3º, é proibida a apreciação equitativa, salvo nas hipóteses expres-
samente previstas no § 8º deste artigo.
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando
o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equi-
tativa, observando o disposto nos incisos do § 2º.
§ 8º-A. Na hipótese do § 8º deste artigo, para fins de fixação equitativa de honorários
sucumbenciais, o juiz deverá observar os valores recomendados pelo Conselho Seccional
da Ordem dos Advogados do Brasil a título de honorários advocatícios ou o limite mínimo
de 10% (dez por cento) estabelecido no § 2º deste artigo, aplicando-se o que for maior.
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários inci-
dirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao
processo.

11.3. Honorários de sucumbência


Os honorários de sucumbência são verbas honorárias fixada pelo Poder Judiciário, em processo
judicial, em que condena a parte vencida (a parte que perdeu no processo) ao pagamento de honorários
em favor do advogado da parte vencedora. O percentual deverá obedecer ao disposto no art. 85, §2 o, do
CPC, assim, os honorários serão fixados entre 10% e 20% sobre o valor da condenação, do proveito eco-
nômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:

Veja o esquema na página a seguir...

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

*Para todos verem: esquema

O grau de zelo do profissional;

O lugar de prestação do serviço;

A natureza e a importância da causa;

O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

11.3.1. Honorários assistenciais


Em 2018, os honorários assistenciais foram criados e, podem ser definidos como aqueles honorá-
rios pagos a um advogado contratado por entidade sindical para prestar assistência jurídica ao trabalhador
sem condições financeiras de arcar com os custos de um defensor.
Na forma do art. 22, §6o, do Estatuto, os honorários assistenciais são aqueles fixados em ações
coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, sem prejuízo aos honorários con-
vencionais.
Simplificando, seriam honorários de sucumbência, fixados na Justiça do Trabalho, em benefício dos
advogados contratados pelos sindicatos para defesa de direitos coletivos.

11.3.2. Prescrição dos honorários


A pretensão de cobrar os honorários prescreverão em 5 (cinco) anos, nos termos do art. 25 do
Estatuto e, tal prazo é contado:

*Para todos verem: esquema

Do vencimento do contrato;

Do trânsito em julgado da sentença que o fixou;

Do término do serviço extrajudicial;

Da desistência ou da transação;

Da renúncia ou da revogação.

Dicas!
• O advogado pode executar os honorários de sucumbência em seu nome;

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

• Crédito de honorários não autoriza ao advogado o saque de duplicatas ou qualquer outro título
de crédito;
• O advogado pode emitir fatura contra o cliente para pagamento dos honorários – se o cliente
pedir ou autorizar, mas esta fatura não poderá ser levada a protesto;
• Cheque ou nota promissória emitidos pelo cliente para pagamento dos honorários podem ser
levados a protesto, desde que antes o advogado tenha tentado amigavelmente o recebimento
do crédito;
• É autorizado o uso de cartão de crédito para o recebimento de honorários.

A inclusão do art. 24-A ao Estatuto trouxe, em benefício do advogado, o privilégio consistente na


garantia do recebimento de seus honorários contratuais, mesmo sob bloqueio universal do patrimônio do
cliente, até o montante de 20% dos bens bloqueados.
Importante ressaltar que essa possibilidade de desbloqueio não atinge os bloqueios determinados
em decorrência do crime de tráfico de drogas.
Os §§ 1o a 5o dispõem sobre o pedido de desbloqueio; a ordem preferencial de pagamento dos
honorários sobre os bens do cliente; a maneira como deve ser transferido esse pagamento diretamente
para a conta do advogado ou do seu escritório; e a opção do advogado pela adjudicação de bem ou venda
em hasta pública.
A inclusão do § 3o-A ao art. 24 do Estatuto, prevê que somente sejam consideradas válidas as
disposições, as cláusulas, os regulamentos ou as convenções individuais ou coletivas que retirem do sócio
o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência “nos casos judiciais e administrativos”, após o
protocolo de petição que revogue os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia a
eles. Ainda assim, os honorários serão devidos proporcionalmente ao trabalho realizado.
A Inclusão do § 5o ao art. 24 do Estatuto, assegura o direito aos honorários proporcionais ao trabalho
realizado nos processos judiciais e administrativos em que tenha atuado, na hipótese de encerramento da
relação contratual com o cliente.
A inclusão do § 6o ao art. 24 do Estatuto, deixa claro e definitivo, sem qualquer dúvida, que distrato
e a rescisão do contrato de prestação de serviços advocatícios, mesmo que formalmente celebrados, não
configuram renúncia expressa aos honorários pactuados.
A Inclusão do § 7o ao art. 24 do Estatuto, estipula que, na ausência de contrato de prestação de
serviços advocatícios e fixação de honorários, estes devem ser arbitrados conforme as disposições contidas
no art. 22.
A inclusão do parágrafo único ao art. 26 do Estatuto trouxe uma exceção à regra contida no

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

caput, qual seja: “O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a
intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento”. No parágrafo único foi criada uma exceção,
permitindo que o advogado substabelecido com reserva de poderes cobre diretamente o cliente, sem a
participação do advogado que substabeleceu, desde que tenha, o advogado substabelecido, contrato cele-
brado com o cliente.

12. Advocacia pro bono

Durante determinado período, entendeu-se que o advogado não poderia trabalhar sem cobrar ho-
norários, que tal atitude poderia configurar forma de aviltamento de honorários. Com o intuito de regular
essa atividade, foi adotado no sistema brasileiro a possibilidade do exercício da advocacia pro bono.
Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária (G E V) de serviços
jurídicos – essas são as características principais. Este tipo de atuação pode acontecer em favor de institui-
ções sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de
recursos para a contratação de profissional. Também pode ser exercida para pessoas naturais hipossuficien-
tes. Entretanto, não poderá o advogado atuar como pro bono com objetivos político-partidários ou eleitorais,
nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de
clientela.
Segundo o Provimento no 166/2015 do Conselho Federal da OAB, os advogados que desempenha-
rem a advocacia pro bono estão impedidos de exercer a advocacia remunerada, em qualquer esfera, para
a pessoa natural ou jurídica que se utilize de seus serviços pro bono (art. 4o e § 1o).

Provimento CFOAB no 166/2015


Art. 4o Os advogados e os integrantes das sociedades de advogados e dos departamentos
jurídicos de empresas que desempenharem a advocacia pro bono definida no art. 1 o deste
Provimento estão impedidos de exercer a advocacia remunerada, em qualquer esfera,
para a pessoa natural ou jurídica que se utilize de seus serviços pro bono.
§ 1o O impedimento de que trará este artigo cessará uma vez decorridos 3 (três) anos do
encerramento da prestação do serviço pro bono.
§ 2o É igualmente vedado vincular ou condicionar a prestação de serviços pro bono à
contratação de serviços remunerados, emqualquer circunstância.

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

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Honorários

13. Direitos e prerrogativas do advogado

13.1. Deveres do advogado


São deveres do advogado, de acordo com o art. 2 o do CED:

Código de Ética e Disciplina


Art. 2o O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado De-
mocrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da
moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em conso-
nância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Pará-
grafo único. São deveres do advogado:
I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando
pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia;
II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dig-
nidade e boa-fé;
III – velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV – empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;
V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;
VI – estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, preve-
nindo, sempre que possível, a instauração de litígios;
VII – desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica;
VIII – abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) vincular seu nome ou nome social a empreendimentos sabidamente escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a digni-
dade da pessoa humana;
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o
assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as
quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
IX – pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos indi-
viduais, coletivos e difusos;
X – adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração
da Justiça;
XI – cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na
representação da classe;

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

XII – zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;


XIII – ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessi-
tados.

O advogado deve zelar por sua liberdade e independência, assim, nos termos do parágrafo único
do art. 4 do CED, é legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito
consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que
tenha manifestado anteriormente.
Importante!
• Art. 5º do CED: O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mer-
cantilização;
• Art. 6º do CED: É defeso (proibido) ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via administrativa
falseando deliberadamente a verdade e utilizando de má-fé;
• Art. 7º do CED: É vedado o oferecimento de serviços profissionais que implique, direta ou indi-
retamente, angariar ou captar clientela.

Nos termos do art. 2º e §2-A do Estatuto, o advogado é indispensável à administração da justiça e


no processo administrativo, o advogado contribui com a postulação de decisão favorável ao seu constituinte,
e os seus atos constituem múnus público.

13.2. Prerrogativas do advogado


O parágrafo único do art. 6 o do Estatuto fixou o rol daqueles que devem dispensar ao advogado,
quando no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia – devendo ser
respeitada a imagem, a reputação e a integridade do advogado. Objetivamente, tal alteração vai no sentido
positivo de reforçar a dignidade da atuação do advogado, como também corrobora as condições necessá-
rias para o bom desempenho desse múnus público – e, importante, atualiza a orientação legal em harmonia
com a Lei de Abuso de Autoridade (Lei no 13.869/2019).
O inciso X do art. 7o do Estatuto garante ao advogado o uso da palavra, pela ordem, não só em
juízo (como já previa o texto anterior), mas também em “tribunais administrativos”, órgãos de deliberação
coletiva da administração pública ou Comissão Parlamentar de Inquérito, mediante intervenção pontual e
sumária. A intenção do uso da palavra pela ordem é esclarecer equívocos ou dúvidas em relação a fatos,
documentos ou, ainda, afirmações que influam na decisão.
Importante! O § 2o-B do art. 7o do Estatuto, fixou as situações de cabimento da sustentação oral
pelos advogados nos recursos contra decisões monocráticas do relator que julgar o mérito ou não conhecer

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

da apelação, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, embargos de divergência, ação
rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações de competência originária.
A realidade é que com essa regulamentação de hipóteses mais precisas de sustentação oral fica
superado, ao menos parcialmente, o entendimento do Supremo Tribunal Federal firmado na ADI n o 1.105-
7.
O § 6o-D do art. 7o do Estatuto traz a ideia de preservação do sigilo do conteúdo dos documentos
(mídia e objetos) não relacionados com a investigação (mesmo quando for impossível que eles sejam se-
parados daqueles que forem/devam ser apreendidos).
O § 6o-E do art. 7o do Estatuto traz a previsão no sentido de que, uma vez não observado o sigilo
das informações apreendidas e não relacionadas à investigação, o representante da OAB deverá informar
(via relatório), a fim de que a OAB tome as providências que entender adequadas, podendo inclusive apre-
sentar notícia-crime contra os envolvidos, os quais deverão ser nominados e identificados no relato apre-
sentado pelo representante.
O § 6o-I do art. 7o do Estatuto definiu a proibição para o advogado efetuar colaboração premiada
contra quem seja ou tenha sido seu cliente, fixando que tal situação pode ser punida com a sanção de
exclusão, prevista no inciso III do caput do art. 35 do Estatuto, bem como às penas do crime de violação de
segredo profissional, previstas no art. 154 do CP.
Vale recordar, aqui, que as hipóteses de exclusão estão previstas no art. 38 do Estatuto:

Estatuto da Advocacia e a OAB


Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de:
I – aplicação, por três vezes, de suspensão;
II – infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34.
Art. 34. (...)
XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
XXVIII – praticar crime infamante;

Ou seja, como não ocorreu a inserção ou modificação em tais dispositivos, presume-se que o legis-
lador esteja definindo que o advogado que fizer a colaboração premiada se tornará moralmente inidôneo.
Definir como crime infamante não parece adequado. Melhor, com certeza, teria sido que o legislador inse-
risse, nos arts. 34 e 38, dispositivo específico quanto à colaboração premiada.
Nos §§ 14, 15 e 16 do art. 7 o do Estatuto, foi atribuída competência privativa do Conselho Federal
da OAB, dentro de processo disciplinar próprio, para dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do
serviço jurídico realizado pelo advogado.
Fez-se a previsão de nulidade do “ato praticado com violação da competência privativa do Conselho
Federal da OAB”. Na mesma linha e intenção, também foi fixada a competência privativa do Conselho

33
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

Federal para analisar e decidir sobre “os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo
advogado”. Verdadeiramente, tal dispositivo aprofunda o caráter da OAB como entidade singular de serviço
público independente, na exata definição do STF, na ADI n o 3.026.
No art. 7o-B do Estatuto, foi apenas incrementada a pena nele cominada, para o crime de violação
das prerrogativas do advogado, aumentando-a de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção, e multa, para
2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

13.3. Inviolabilidade do escritório (local de trabalho)


Nos termos do art. 7º, inciso II do Estatuto, é garantida ao advogado a inviolabilidade dos seus
instrumentos de trabalho – aí incluídos todos os documentos relativos ao serviço da advocacia. Contudo,
na forma do §6º do art. 7º do Estatuto, esta inviolabilidade pode, excepcionalmente, ser quebrada, existindo
indícios de autoria e materialidade contra o advogado, mediante ordem judicial, específica e fundamen-
tada, a ser cumprida na presença de representante da OAB.

13.4. Comunicação com o cliente


Nos termos do inciso II, do art. 7º do Estatuto, tem direito o advogado a comunicar-se pessoal e
reservadamente com seu cliente (mesmo sem procuração), ainda que o cliente esteja recolhido na condição
de incomunicável.

13.5. Prisão em flagrante do advogado


Nos termos do art. 7º, §3º do Estatuto, o advogado somente poderá ser preso em flagrante, por
motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, e, o advogado tem direito de, quando for
preso em decorrência do exercício da profissão (da advocacia), ter a presença de representante na OAB
na lavratura do flagrante, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional
da OAB, conforme o inciso IV do art. 7º do Estatuto.

13.6. Local da prisão


Tem direito o advogado, antes de sentença condenatória transitada em julgado, de ser reco-
lhido preso em sala de Estado Maior (com instalação e comodidade condigna), conforme o inciso V do
art. 7º do Estatuto. Neste caso, para o reconhecimento deste direito, a motivação não importa (ou seja,
mesmo que a prisão tenha origem em crime não ligado ao exercício da advocacia, ainda assim terá o
advogado a prerrogativa de local especial para sua prisão).
Segundo decisões reiteradas do STF, a falta de instalações condignas para receber o advogado lhe

34
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

garante o direito de prisão domiciliar (sempre até o trânsito em julgado da decisão condenatória).

13.7. Relação com o magistrado


Conforme o art. 6º do Estatuto, não existe hierarquia nem subordinação entre advogados e magis-
trados. Ainda, conforme o art. 7º, inciso VI, do Estatuto, é direito do advogado ingressar livremente nas
salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados
e tem direito de conversar com o juiz independentemente de hora marcada (ser atendido), conforme inciso
VIII do mesmo dispositivo legal.

13.8. Exame de autos


O advogado tem direito a vistas dos autos em andamento (ou arquivados), mesmo sem procuração
– este direito garante a possibilidade de tirar cópia e fazer apontamentos, conforme incisos XIII, XIV e XV
do art. 7º do Estatuto.
Caso os autos estejam protegidos por sigilo, para ter acesso será necessária a procuração.
Tem o advogado, ainda, o direito de retirar os autos em carga – para o exercício deste direito
será necessária a procuração. Excepcionalmente, será concedida carga de autos arquivados sem procu-
ração, conforme o art. 7º, inciso XVI do Estatuto, no entanto, estando protegidos por sigilo, necessária
também, neste caso, a procuração.
Resumindo:
*Para todos verem: esquema

Para ter vista dos


sem procuração
autos

Para ter carga dos


com procuração
autos

Sempre que os autos estiverem protegidos pelo sigilo (segredo de justiça), o acesso do advogado,
seja para vistas, seja para carga, dependerá da procuração.

13.9. Exame de inquérito policial


Tem direito o advogado de fazer cópias e apontamentos de autos de prisão em flagrante ou inquérito
policial, findo ou em andamento (ainda que concluso à autoridade), mesmo sem procuração. Será neces-
sária a procuração apenas quando o Inquérito Policial estiver sob sigilo (segredo de justiça).

35
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

13.10. Desagravo (arts. 18 e 19 do Regulamento Geral)


O desagravo é a forma que a OAB tem, como instituição de classe, de responder a ofensas exaradas
contra advogados no exercício (ou em razão) da profissão. Como a ofensa atinge não só o advogado, mas
todos os advogados, o pedido pode ser feito por qualquer pessoa (e, também nesta mesma linha, o desa-
gravo não depende de concordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério
do Conselho).
Quem decide se haverá ou não o desagravo é o Conselho Seccional – no caso de urgência, poderá
a diretoria do Conselho conceder imediatamente o desagravo, ad referendum do órgão competente do
Conselho. Não sendo caso de urgência, o pedido será analisado, inclusive com a ouvida da pessoa ou
autoridade que proferiu as ofensas.
O pedido de desagravo deverá ser decidido no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Deferido o
pedido de desagravo, a sessão deverá ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias – no local da ofensa ou
onde se encontre a autoridade ofensora.

13.11. Sigilo profissional


O sigilo profissional do advogado é inerente à profissão – não depende de cláusula de confidencia-
lidade. E, importante, abrange toda e qualquer comunicação entre cliente e advogado.
Caso seja o advogado arrolado como testemunha e as perguntas digam respeitos a fatos que ele
tomou conhecimento em decorrência do sigilo, ser-lhe-á autorizado e reconhecido o direito de não depor.
Exceções:
*Para todos verem: esquema
Quando será possível quebrar o sigilo
profissional (art. 37 do CED)

Em defesa própria tenha que


Quando o advogado se
Grave ameaça ao revelar segredo, porém
veja afrontado pelo próprio
direito à vida, à honra sempre restrito ao interesse
cliente
da causa

14. Direitos da mulher advogada

Fixou o Estatuto, no art. 7 o-A, uma série de direitos que a advogada mulher possui, especificamente
aquela que for gestante, lactante, que der à luz ou adotar. Perceba-se, então:

36
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

*Para todos verem: esquema

Entrada em tribunais sem ser


submetida a detectores de metais e
aparelhos de raios x
Gestante

Reserva de vaga em garagens dos


fóruns dos tribunais
SÃO DIREITOS DA

Lactante, adotante Acesso a creche, onde houver, ou a


ADVOGADA

local adequado ao atendimento das


ou que der à luz necessidades do bebê

Preferência na ordem das sustentações


Gestante, lactante, orais e das audiências a serem
adotante ou que der à luz realizadas a cada dia, mediante
comprovação de sua condição;

Suspensão de prazos processuais


quando for a única patrona da causa,
Adotante ou que der à luz desde que haja notificação por escrito
ao cliente.

Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectiva-


mente, o estado gravídico ou o período de amamentação.
Os direitos assegurados nos incisos II e III do art. 7º-A do Estatuto à advogada adotante ou que der
à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art. 392 da CLT, ou seja, pelo prazo de 120 (cento e vinte)
dias.
II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a local adequado
ao atendimento das necessidades do bebê;
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustentações
orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua
condição;

O direito assegurado no inciso IV do art. 7º-A do Estatuto à advogada adotante ou que der à luz
será concedido pelo prazo previsto no § 6º do art. 313 do CPC, ou seja, 30 (trinta) dias, contado a partir da
data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que
haja notificação ao cliente.

37
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única
patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente.

Atenção: o direito de suspensão de prazos processuais – sendo o único procurador e notificando o


cliente, foi estendido ao advogado que adotar ou cuja esposa der à luz (art. 313, X, do CPC) – ressalte-se
que, para o advogado homem, o prazo de suspensão será de 8 (oito) dias (art. 313, § 7o, do CPC). Para a
mulher, tal suspensão será de 30 (trinta) dias, conforme o art. 313, § 6 o, do CPC.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Direitos e prerrogativas dos advogados

15. Publicidade profissional

A palavra-chave nas regras referentes à publicidade é a moderação. Não pode a publicidade ter
um viés Mercantilista, Empresarial, Industrial ou Comercial.
Não pode o advogado fazer propaganda de seus serviços ou atividades, pois propaganda visa à
captação de clientela e tal conduta é vedada, faz-se necessário uma leitura atenta dos arts. 40 e 42 do
CED.
Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis
com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados:
I – a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;
II – o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
III – as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público;
IV – a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação
de vínculos entre uns e outras;
V – o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários,
culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual partici-
pação em programas de rádio ou televisão, ou em
veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail;
VI – a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade,
com o intuito de captação de clientela.
Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida
a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as

38
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

diretrizes previstas no artigo 39.


Art. 42. É vedado ao advogado:
I – responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social;
II – debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado;
III – abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega;
IV – divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
V – insinuar-se para reportagens e declarações públicas.

*Para todos verem: esquema

Não pode o advogado, na sua


publicidade:

Divulgar que Referir que Relacionar, na


ostenta ou Veicular Divulgar o
Indicar o trabalha de publicidade do
ostentou publicidade serviço em
preço do graça, sem advogado, com
cargo ou na rádio e na carros de som
trabalho; cobrança de outra atividade
função televisão; ou outdoor.
honorários; não advocatícia;
pública;

Ainda, são admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de ca-
ráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria
cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do
meio jurídico, conforme o art. 45 do CED.

*Para todos verem: esquema

É permitido ao advogado, na sua publicidade:

Endereço,
Divulgação em Áreas de
Títulos número de
jornal, revistas e interesse e
acadêmicos; telefone, e-mail
periódicos; atuação;
e site;

Além do CED, é importante se atentar ao Provimento CFOAB no 205/2021, o qual veio


para modernizar a publicidade, principalmente a publicidade na internet.

Provimento CFOAB no 205/2021


O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no uso das atribuições que lhe
são conferidas pelo art. 54, V, da Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994, e considerando as
normas sobre publicidade e informação da advocacia constantes no Código de Ética e
Disciplina, no Provimento no 94/2000, em resoluções e em assentos dos Tribunais de Ética
e Disciplina dos diversos Conselhos Seccionais; considerando a necessidade de ordená-
las de forma sistemática e de especificar adequadamente sua compreensão; e conside-
rando o decidido nos autos da Proposição n. 49.0000.2021.001737-6/COP, resolve:
Art. 1o É permitido o marketing jurídico, desde que exercido de forma compatível com os
preceitos éticos e respeitadas as limitações impostas pelo Estatuto da Advocacia, Regu-
lamento Geral, Código de Ética e Disciplina e por este Provimento.

39
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

§ 1o As informações veiculadas deverão ser objetivas e verdadeiras e são de exclusiva


responsabilidade das pessoas físicas identificadas e, quando envolver pessoa jurídica,
dos sócios administradores da sociedade de advocacia que responderão pelos excessos
perante a Ordem dos Advogados do Brasil, sem excluir a participação de outros inscritos
que para ela tenham concorrido.
§ 2o Sempre que solicitado pelos órgãos competentes para a fiscalização da Ordem dos
Advogados do Brasil, as pessoas indicadas no parágrafo anterior deverão comprovar a
veracidade das informações veiculadas, sob pena de incidir na infração disciplinar prevista
no art. 34, inciso XVI, do Estatuto da Advocacia e da OAB, entre outras eventualmente
apuradas.
Art. 2o Para fins deste provimento devem ser observados os seguintes conceitos:
I – Marketing jurídico: Especialização do marketing destinada aos profissionais da área
jurídica, consistente na utilização de estratégias planejadas para alcançar objetivos do
exercício da advocacia;
II – Marketing de conteúdos jurídicos: estratégia de marketing que se utiliza da criação e
da divulgação de conteúdos jurídicos, disponibilizados por meio de ferramentas de comu-
nicação, voltada para informar o público e para a consolidação profissional do(a) advo-
gado(a) ou escritório de advocacia;
III – Publicidade: meio pelo qual se tornam públicas as informações a respeito de pessoas,
ideias, serviços ou produtos, utilizando os meios de comunicação disponíveis, desde que
não vedados pelo Código de Ética e Disciplina da Advocacia;
IV – Publicidade profissional: meio utilizado para tornar pública as informações atinentes
ao exercício profissional, bem como os dados do perfil da pessoa física ou jurídica inscrita
na Ordem dos Advogados do Brasil, utilizando os meios de comunicação disponíveis,
desde que não vedados pelo Código de Ética e Disciplina da Advocacia;
V – Publicidade de conteúdos jurídicos: divulgação destinada a levar ao conhecimento do
público conteúdos jurídicos;
VI – Publicidade ativa: divulgação capaz de atingir número indeterminado de pessoas,
mesmo que elas não tenham buscado informações acerca do anunciante ou dos temas
anunciados;
VII – Publicidade passiva: divulgação capaz de atingir somente público certo que tenha
buscado informações acerca do anunciante ou dos temas anunciados, bem como por
aqueles que concordem previamente com o recebimento do anúncio;
VIII – Captação de clientela: para fins deste provimento, é a utilização de mecanismos de
marketing que, de forma ativa, independentemente do resultado obtido, se destinam a
angariar clientes pela indução à contratação dos serviços ou estímulo do litígio, sem pre-
juízo do estabelecido no Código de Ética e Disciplina e regramentos próprios.
Art. 3o A publicidade profissional deve ter caráter meramente informativo e primar pela
discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização
da profissão, sendo vedadas as seguintes condutas:
I – referência, direta ou indireta, a valores de honorários, forma de pagamento, gratuidade
ou descontos e reduções de preços como forma de captação de clientes;
II – divulgação de informações que possam induzir a erro ou causar dano a clientes, a
outros(as) advogados(as) ou à sociedade;
III – anúncio de especialidades para as quais não possua título certificado ou notória es-
pecialização, nos termos do parágrafo único do art. 3o-A do Estatuto da Advocacia;
IV – utilização de orações ou expressões persuasivas, de autoengrandecimento ou de
comparação;
V – distribuição de brindes, cartões de visita, material impresso e digital, apresentações
dos serviços ou afins de maneira indiscriminada em locais públicos, presenciais ou virtuais,
salvo em eventos de interesse jurídico.
§ 1o Entende-se por publicidade profissional sóbria, discreta e informativa a divulgação
que, sem ostentação, torna público o perfil profissional e as informações atinentes ao exer-
cício profissional, conforme estabelecido pelo § 1o, do art. 44, do Código de Ética e Disci-
plina, sem incitar diretamente ao litígio judicial, administrativo ou à contratação de serviços,
sendo vedada a promoção pessoal.
§ 2o Os consultores e as sociedades de consultores em direito estrangeiro devidamente
autorizadas pela Ordem dos Advogados do Brasil, nos termos do Provimento n o 91/2000,
somente poderão realizar o marketing jurídico com relação às suas atividades de

40
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

consultoria em direito estrangeiro correspondente ao país ou Estado de origem do profis-


sional interessado. Para esse fim, nas peças de caráter publicitário a sociedade acrescen-
tará obrigatoriamente ao nome ou razão social que internacionalmente adote a expressão
“Consultores em direito estrangeiro” (art. 4o do Provimento 91/2000).
Art. 4o No marketing de conteúdos jurídicos poderá ser utilizada a publicidade ativa ou
passiva, desde que não esteja incutida a mercantilização, a captação de clientela ou o
emprego excessivo de recursos financeiros, sendo admitida a utilização de anúncios, pa-
gos ou não, nos meios de comunicação, exceto nos meios vedados pelo art. 40 do Código
de Ética e Disciplina e desde que respeitados os limites impostos pelo inciso V do mesmo
artigo e pelo Anexo Único deste provimento.
§ 1o Admite-se, na publicidade de conteúdos jurídicos, a identificação profissional com
qualificação e títulos, desde que verdadeiros e comprováveis quando solicitados pela Or-
dem dos Advogados do Brasil, bem como com a indicação da sociedade da qual faz parte.
§ 2o Na divulgação de imagem, vídeo ou áudio contendo atuação profissional, inclusive
em audiências e sustentações orais, em processos judiciais ou administrativos, não alcan-
çados por segredo de justiça, serão respeitados o sigilo e a dignidade profissional e ve-
dada a referência ou menção a decisões judiciais e resultados de qualquer natureza obti-
dos em procedimentos que patrocina ou participa de alguma forma, ressalvada a hipótese
de manifestação espontânea em caso coberto pela mídia.
§ 3o Para os fins do previsto no inciso V do art. 40 do Código de Ética e Disciplina, equi-
param-se ao e-mail, todos os dados de contato e meios de comunicação do escritório ou
advogado(a), inclusive os endereços dos sites, das redes sociais e os aplicativos de men-
sagens instantâneas, podendo também constar o logotipo, desde que em caráter informa-
tivo, respeitados os critérios de sobriedade e discrição.
§ 4o Quando se tratar de venda de bens e eventos (livros, cursos, seminários ou congres-
sos), cujo público-alvo sejam advogados(as), estagiários(as) ou estudantes de direito, po-
derá ser utilizada a publicidade ativa, observadas as limitações do caput deste artigo.
§ 5o É vedada a publicidade a que se refere o caput mediante uso de meios ou ferramentas
que influam de forma fraudulenta no seu impulsionamento ou alcance.
Art. 5o A publicidade profissional permite a utilização de anúncios, pagos ou não, nos
meios de comunicação não vedados pelo art. 40 do Código de Ética e Disciplina.
§ 1o É vedado o pagamento, patrocínio ou efetivação de qualquer outra despesa para
viabilizar aparição em rankings, prêmios ou qualquer tipo de recebimento de honrarias em
eventos ou publicações, em qualquer mídia, que vise destacar ou eleger profissionais
como detentores de destaque.
§ 2o É permitida a utilização de logomarca e imagens, inclusive fotos dos(as) advoga-
dos(as) e do escritório, assim como a identidade visual nos meios de comunicação profis-
sional, sendo vedada a utilização de logomarca e símbolos oficiais da Ordem dos Advo-
gados do Brasil.
§ 3o É permitida a participação do advogado ou da advogada em vídeos ao vivo ou grava-
dos, na internet ou nas redes sociais, assim como em debates e palestras virtuais, desde
que observadas as regras dos arts. 42 e 43 do CED, sendo vedada a utilização de casos
concretos ou apresentação de resultados.
Art. 6o Fica vedada, na publicidade ativa, qualquer informação relativa às dimensões, qua-
lidades ou estrutura física do escritório, assim como a menção à promessa de resultados
ou a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional.
Parágrafo único. Fica vedada em qualquer publicidade a ostentação de bens relativos ao
exercício ou não da profissão, como uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de
consumo, bem como a menção à promessa de resultados ou a utilização de casos con-
cretos para oferta de atuação profissional.
Art. 7o Considerando que é indispensável a preservação do prestígio da advocacia, as
normas estabelecidas neste provimento também se aplicam à divulgação de conteúdos
que, apesar de não se relacionarem com o exercício da advocacia, possam atingir a repu-
tação da classe à qual o profissional pertence.
Art. 8o Não é permitido vincular os serviços advocatícios com outras atividades ou divul-
gação conjunta de tais atividades, salvo a de magistério, ainda que complementares ou
afins.
Parágrafo único. Não caracteriza infração ético-disciplinar o exercício da advocacia em
locais compartilhados (coworking), sendo vedada a divulgação da atividade de advocacia

41
1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

em conjunto com qualquer outra atividade ou empresa que compartilhem o mesmo es-
paço, ressalvada a possibilidade de afixação de placa indicativa no espaço físico em que
se desenvolve a advocacia e a veiculação da informação de que a atividade profissional é
desenvolvida em local de coworking.
Art. 9o Fica criado o Comitê Regulador do Marketing Jurídico, de caráter consultivo, vin-
culado à Diretoria do Conselho Federal, que nomeará seus membros, com mandato con-
comitante ao da gestão, e será composto por:
I – 05 (cinco) Conselheiros(as) Federais, um(a) de cada região do país, indicados(as) pela
Diretoria do CFOAB;
II – 01 (um) representante do Colégio de Presidentes de Seccionais.
III – 01 (um) representante indicado pelo Colégio de Presidentes dos Tribunais de Ética e
Disciplina;
IV – 01 (um) representante indicado pela Coordenação Nacional de Fiscalização da Ativi-
dade Profissional da Advocacia; e
V – 01 (um) representante indicado pelo Colégio de Presidentes das Comissões da Jovem
Advocacia.
§ 1o O Comitê Regulador do Marketing Jurídico se reunirá periodicamente para acompa-
nhar a evolução dos critérios específicos sobre marketing, publicidade e informação na
advocacia constantes do Anexo Único deste provimento, podendo propor ao Conselho
Federal a alteração, a supressão ou a inclusão de novos critérios e propostas de alteração
do provimento.
§ 2o Com a finalidade de pacificar e unificar a interpretação dos temas pertinentes perante
os Tribunais de Ética e Disciplina e Comissões de Fiscalização das Seccionais, o Comitê
poderá propor ao Órgão Especial, com base nas disposições do Código de Ética e Disci-
plina e pelas demais disposições previstas neste provimento, sugestões de interpretação
dos dispositivos sobre publicidade e informação.
Art. 10. As Seccionais poderão conceder poderes coercitivos à respectiva Comissão de
Fiscalização, permitindo a expedição de notificações com a finalidade de dar efetividade
às disposições deste provimento.
Art. 11. Faz parte integrante do presente provimento o Anexo Único, que estabelece os
critérios específicos sobre a publicidade e informação da advocacia.
Art. 12. Fica revogado o Provimento no 94, de 05 de setembro de 2000, bem como as
demais disposições em contrário.
Parágrafo único. Este provimento não se aplica às eleições do sistema OAB, que possui
regras próprias quanto à campanha e à publicidade.
Art. 13. Este Provimento entra em vigor no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de
sua publicação no Diário Eletrônico da OAB.

Cabeção, importante! Ler os arts. 39 a 47-A do CED.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

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1ª Fase | 39° Exame da OAB
Ética

16. Infrações e sanções disciplinares

16.1. Infrações disciplinares


Previsão legal: art. 34 do Estatuto da Advocacia e a OAB.
As infrações são condutas negativas ou comportamentos indesejados do advogado, definidas e
tipificadas pelo Estatuto (e não podem ser objeto de interpretação extensiva ou analógica). Apenas os ins-
critos na OAB podem cometer infração disciplinar (não há como responsabilizar terceiro, não inscrito).
Importante! Foi incluída, em 2023, uma nova infração disciplinar, nos seguintes termos:

Art. 34
XXX - praticar assédio moral, assédio sexual ou discriminação.

E, nessa mesma linha, também foram conceituados assédio moral, sexual e discriminação:

Art. 34
§ 2º Para os fins desta Lei, considera-se:
I - assédio moral: a conduta praticada no exercício profissional ou em razão dele, por meio
da repetição deliberada de gestos, palavras faladas ou escritas ou comportamentos que
exponham o estagiário, o advogado ou qualquer outro profissional que esteja prestando
seus serviços a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de lhes causar ofensa
à personalidade, à dignidade e à integridade psíquica ou física, com o objetivo de excluí-
los das suas funções ou de desestabilizá-los emocionalmente, deteriorando o ambiente
profissional;
II - assédio sexual: a conduta de conotação sexual praticada no exercício profissional ou
em razão dele, manifestada fisicamente ou por palavras, gestos ou outros meios, proposta
ou imposta à pessoa contra sua vontade, causando-lhe constrangimento e violando a sua
liberdade sexual;
III - discriminação: a conduta comissiva ou omissiva que dispense tratamento constrange-
dor ou humilhante a pessoa ou grupo de pessoas, em razão de sua deficiência, pertença
a determinada raça, cor ou sexo, procedência nacional ou regional, origem étnica, condi-
ção de gestante, lactante ou nutriz, faixa etária, religião ou outro fator.

16.2. Sanções disciplinares


Previsão legal: arts. 35 a 43 do Estatuto.
Já as sanções disciplinares, para serem aplicadas, exigem devido processo legal (contraditório e
ampla defesa) – ou seja, processo disciplinar válido. Dividem-se em censura (existindo atenuantes, pode
ser substituída por advertência), suspensão e exclusão.

16.2.1. Censura (art. 36 do Estatuto)


A censura é aplicada, quando o advogado comete atos contrários ao Código de Ética e Disci-
plina da OAB. Não é pública e consiste em registrar no prontuário do advogado a pena.

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Ética

*Para todos verem: esquema

A censura é aplicável nos casos de:

Violação a preceito desta lei,


Infrações definidas nos Violação a preceito do quando para a infração não se
incisos I a XVI e XXIX Código de Ética e tenha estabelecido sanção mais
do art. 34 do Estatuto; Disciplina; grave.

A censura poderá ser convertida em advertência, situação em que será apenas remetido um ofício
reservado ao advogado, sem qualquer registro no prontuário.
Existindo circunstâncias atenuantes, previstas no art. 40 do Estatuto.

Art. 40 do Estatuto. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para


fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras:
I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.
Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de
culpa por ele revelada, as circunstâncias e as conseqüências da infração são considera-
dos para o fim de decidir:
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.

16.2.2. Suspensão (art. 37 do Estatuto)


Aplicada a pena de suspensão, ficará o advogado proibido de exercer a advocacia em todo o terri-
tório nacional (embora tenha que continuar pagando anuidade da OAB). Infrações disciplinares que podem
resultar na pena de suspensão:
• todas que envolvam dinheiro (podendo ser aplicada e mantida até que devolva o dinheiro do cli-
ente);
• erros reiterados, configurando inépcia (somente erro é censura);
• retenção abusiva de autos;
• conduta inadequada (ex.: envolvimento com drogas, álcool, escândalos, improbidade etc.).

Importante! As penas somente poderão ser aplicadas após o trânsito em julgado da decisão con-
denatória. No entanto, existe uma exceção: a suspensão preventiva prevista no art. 70, § 3 o, do Estatuto
(havendo repercussão prejudicial à dignidade da advocacia), o Tribunal de Ética e Disciplina poderá notificar
o acusado para uma sessão especial, em que será analisada a aplicação ou não da suspensão preventiva

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Ética

(o acusado terá direito de apresentar sua defesa nesta sessão, pelo prazo de 15 minutos).
Caso aplicada a suspensão preventiva, o julgamento do processo disciplinar deve acontecer em 90
(noventa) dias, sob pena de constrangimento ilegal.
Existe, ainda, uma sanção acessória: a multa. É uma espécie de agravante, não existe sozinha,
apenas aplicada em conjunto com a censura ou a suspensão (na exclusão, não existe multa).

16.2.3. Exclusão (art. 38 do Estatuto)


A exclusão é a pena mais grave, será pública e gerará o cancelamento da inscrição.
Será aplicada nas seguintes infrações:
• prova falsa de requisito da inscrição;
• falta de idoneidade moral para o exercício da advocacia;
• prática de crime infamante;
• produzir/acertar delação premiada contra cliente ou ex-cliente.
• terceira suspensão.

Para aplicação da exclusão, será necessária a manifestação de dois terços do Conselho Seccional
de forma favorável.
*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Infrações ou sanções disciplinares

17. Processo disciplinar

Será instaurado de ofício ou mediante representação (essa não pode ser anônima). A atribuição
para conduzir o processo, na primeira instância, será do Tribunal de Ética e Disciplina, órgão subordinado
ao Conselho Seccional. Será garantido o sigilo do processo até a decisão final, proporcionando -se ao

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Ética

acusado a mais ampla e constitucional defesa.


O julgamento do TED, apesar de ser a primeira instância, será colegiado (não existe decisão mo-
nocrática).
O recurso contra decisão do TED será de competência do Conselho Seccional, por uma de suas
Câmaras Julgadoras. Os recursos terão, como regra, o duplo efeito (devolutivo e suspensivo).
Excepcionalmente, o recurso terá apenas efeito devolutivo nos seguintes casos:
• processo/recurso referente à eleição da OAB;
• exclusão de advogado que produziu prova falsa para inscrição nos quadros da OAB; e
• suspensão preventiva.

Importante! Alteração no § 1o do art. 69 do Estatuto.


Foi alterada a forma de contagem de prazos, especificamente nos casos de comunicação por ofício
reservado ou de notificação pessoal, considerando-se o dia do começo do prazo o primeiro dia útil
imediato ao da juntada aos autos do respectivo aviso de recebimento. Ou seja, simplesmente respei-
tando-se a legislação processual civil – na verdade, corrigiu-se o equívoco da norma revogada (que deter-
minava o início do prazo da notificação).

Estatuto da Advocacia e a OAB


Art. 69. Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e tercei-
ros, nos processos em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de
recursos.
§ 1o Nos casos de comunicação por ofício reservado ou de notificação pessoal, considera-
se dia do começo do prazo o primeiro dia útil imediato ao da juntada aos autos do respec-
tivo aviso de recebimento.
§ 2o No caso de atos, notificações e decisões divulgados por meio do Diário Eletrônico da
Ordem dos Advogados do Brasil, o prazo terá início no primeiro dia útil seguinte à publica-
ção, assim considerada o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação
no Diário.

17.1. Prescrição no processo disciplinar


A prescrição da pretensão punitiva ocorre após 5 (cinco) anos da ciência oficial dos atos que po-
deria gerar a abertura de um processo disciplinar.
Este prazo será interrompido nas seguintes circunstâncias:
• instauração do processo disciplinar;
• notificação regular do acusado;
• decisão condenatória recorrível.

No decorrer do processo, é possível acontecer a prescrição intercorrente, a qual é identificada


pela paralização do processo disciplinar por mais de três anos.

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17.2. Reabilitação (art. 41 do Estatuto)


Tem direito o advogado punido de pretender a reabilitação, uma forma de, ultrapassado determinado
prazo, afastar dos seus registros a referência sobre a punição sofrida (maneira de “limpar a ficha”). O Estatuto
prevê, de forma expressa, que será permitido requerer a reabilitação após um ano do cumprimento da
pena.
Atenção: quando a pena disciplinar decorrer de condenação criminal, a reabilitação perante a OAB
exigirá, primeiro, a reabilitação criminal.
Importante!

Súmula no 12/2022/OEP
O Órgão Especial do Conselho Pleno do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no
uso das suas atribuições conferidas no art. 86 do Regulamento Geral da Lei no 8.906/94, conside-
rando o julgamento do Recurso no 49.0000.2018.010646-4/OEP, decidiu, por unanimidade de votos,
em sessão ordinária realizada no dia 20 de setembro de 2022, editar a Súmula no 12/2022, com o
seguinte enunciado: “A AUSÊNCIA DO PARECER PRELIMINAR PREVISTO NO ART. 59, §7°, DO
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB, GERA NULIDADE RELATIVA, A SER RECONHECIDA
SE COMPROVADO O PREJUÍZO CAUSADO”.
Súmula no 13/2022/OEP
O Órgão Especial do Conselho Pleno do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no
uso das suas atribuições conferidas no art. 86 do Regulamento Geral da Lei no 8.906/94, conside-
rando o julgamento do Recurso no 49.0000.2016.006052-7/OEP, decidiu, por unanimidade de votos,
em sessão ordinária realizada no dia 20 de setembro de 2022, editar a Súmula no 13/2022, com o
seguinte enunciado: “Interrompem a prescrição as decisões do Conselho Federal da OAB que inad-
mitam recursos interpostos contra acórdão condenatório ou mantenham a sua inadmissibilidade por
ausência de violação à Lei no 8.906/94, ausência de contrariedade à decisão do Conselho Federal
ou de outro Conselho Seccional e, ainda, ausência de violação ao Regulamento Geral, ao Código
de Ética e Disciplina e aos Provimentos (art. 75, da Lei 8.906/94), por ostentarem caráter condena-
tório, nos termos do art. 43, § 2°, II, do Estatuto da Advocacia e da OAB.”.

18. Incompatibilidade e impedimento

18.1. Conceito
Impedimento é a proibição parcial (limitação) do exercício da advocacia e incompatibilidade é a
proibição total do exercício da advocacia.
A incompatibilidade pode ser definitiva (gerará o cancelamento da inscrição) ou poderá ser tem-
porária (circunstância que acarretará o licenciamento da inscrição). Já o impedimento não gera licencia-
mento ou cancelamento; o advogado impedido pode advogar, tem carteira da OAB (apenas exercerá a
advocacia com algumas limitações).

18.2. Causas que geram a incompatibilidade (art. 28 do Estatuto)


Conforme o art. 28 do Estatuto, a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as

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seguintes atividades:

*Para todos verem: esquema

Chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;

Membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de


contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que
exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública
direta e indireta;

Ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou


indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço
público;
OBS: exceto os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a
juízo do conselho competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente
relacionada ao magistério jurídico.
Incompatibilidade

Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do


Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;

Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de


qualquer natureza;
OBS: não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente para fins de
defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada a
participação em sociedade de advogados.

Militares de qualquer natureza, na ativa;


OBS: não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente para fins de
defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada
a participação em sociedade de advogados.

Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou


fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.

A incompatibilidade não cessa quando o ocupante deixa de exercer o cargo que a gerou
temporariamente.
Estatuto da Advocacia e a OAB
Art. 28. (...)
§ 2o Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão
relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem
como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.

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Ou seja, não têm incompatibilidade Diretor ou Coordenador de Curso/Faculdade de Direito de Uni-


versidade Pública.
Gerente de banco (público ou privado) não pode advogar; no entanto, o Gerente Jurídico de banco
pode, exclusivamente para o banco.

18.3. Causas que geram o impedimento


Na forma do art. 30 do Estatuto, são impedidos de exercer a advocacia:

*Para todos verem: esquema

Os servidores da administração direta, indireta e fundacional,


contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja
vinculada a entidade empregadora;
Impedimento

OBS: Não se incluem os docentes dos cursos jurídicos.

Os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis,


contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público,
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias
ou permissionárias de serviço público.

Atenção, cabeçones! Membro do Poder Legislativo que faz parte da mesa diretora exerce atividade
incompatível com a advocacia (não poder advogar). Então, e em resumo, quanto ao Poder Legislativo: a)
faz parte da mesa – incompatível; b) não faz parte da mesa – impedimento.
Vale recordar que o impedimento aparece na carteira da OAB.
Gerente de banco (público ou privado) não pode advogar; no entanto, o Gerente Jurídico de banco
pode, exclusivamente para o banco.
Por fim, destaca-se que existem alguns cargos públicos com poder de mando (p. ex.: Procurador-
Geral do Estados, Defensor Público Geral, Advogado Geral da União, entre outros) que são habilitados a
exercer a advocacia nos limites do seu cargo (não podem exercer em causa própria).
O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade de dispositivos do Estatuto da
Advocacia que autorizavam policiais e militares na ativa a advogar em causa própria. A decisão unânime
foi tomada no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7227.
Seguindo o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, foi julgado procedente o pedido formulado pelo
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra os parágrafos 3º e 4º do artigo 28 do
Estatuto (Lei 8.906/1994). Os dispositivos, incluídos em 2022 pela Lei 14.365, permitiam a atuação

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"estritamente para fins de defesa e tutela de direitos pessoais", mediante inscrição especial na OAB.

*Para todos verem: clique abaixo e ouça um podcast sobre o tema

Incompatibilidade e Impedimento

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