Sentença Condenatória Solução Financeira 02
Sentença Condenatória Solução Financeira 02
Sentença Condenatória Solução Financeira 02
Recurso: 0022610-16.2021.8.16.0030
Classe Processual: Recurso Inominado Cível
Assunto Principal: Rescisão do contrato e devolução do dinheiro
Recorrente(s): BENJAMIN ARIEL AQUINO
SOLUÇÃO FINANCEIRA - SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO DE
CRÉDITO EIRELI
Recorrido(s): BENJAMIN ARIEL AQUINO
SOLUÇÃO FINANCEIRA - SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO DE
CRÉDITO EIRELI
1. RELATÓRIO
2. VOTO
Pois bem.
Esclarece-se, também, que a inversão do ônus da prova, disposta no artigo 6º, VIII, do Código
de Defesa do Consumidor, não é absoluta, incumbindo ao consumidor a produção de mínima
prova dos fatos constitutivos de seu direito (CPC, art. 373, I). Noutro passo, é ônus do
fornecedor comprovar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito cuja violação
foi alegada pelo consumidor (CPC, art. 373, II).
Resta incontroverso, nos presentes autos, que autor e ré celebraram o contrato na data de 06
/04/2020 (mov. 1.5), com o objetivo de efetivar negociações junto ao banco BV Financeira para
redução de valores oriundos de financiamento, então em R$ 31.500,00, mantido entre a última
instituição e o requerente.
Vê-se que a ré não logrou demonstrar o adimplemento das suas obrigações oriundas do
instrumento, visto que as telas de mov. 19.7 tão somente indicam anotações genéricas de
colaboradores da empresa, com base no sistema interno e colhidas unilateralmente, sem
qualquer outro elemento que demonstre, efetivamente, ter sido aprovada pela BV Financeira
proposta de quitação abaixo do valor nominal.
Assim, como a ré não comprovou que prestou o serviço para o qual foi contratada, deve
responder pela reparação dos danos causados com a restituição dos valores pagos no
contrato de prestação de serviços.
Neste sentido:
Demonstrado o pagamento de parte dos valores da contratação inicial (mov. 1.7), os quais
somaram R$ 4.875,00, é devida a restituição, nos termos do acima fundamentado.
É evidente a falha no dever de informação acerca do objeto do contrato, das medidas que
seriam tomadas pela ré e dos riscos assumidos pelo consumidor ao adotar as condutas
orientadas pela ré, haja vista que as cláusulas restritivas de direitos do consumidor não
possuem redação clara ou com destaque, conforme ordena o art. 54, § 3º do CDC.
Os danos morais estes são devidos em razão da ausência de informações acerca da
necessidade da continuidade do pagamento das parcelas para que o veículo não fosse objeto
de busca e apreensão.
Sobre o tema:
O valor de R$ 2.000,00 arbitrado pelo Juízo a quo se mostra razoável, a fim de compensar a
parte autora do abalo moral sofrido, sem causar seu enriquecimento ilícito.
Por todo o acima exposto, vota-se por conhecer e negar provimento aos recursos interpostos,
mantendo a sentença em todos os seus termos.
Diante da sucumbência recursal, vota-se pela condenação da parte recorrente ao pagamento
de honorários advocatícios, estes fixados em 20% sobre o valor da condenação (art. 55, Lei
9.099/95). Custas nos termos dos artigos 2º, I e II e 4º da Lei nº 18.413/2014, bem como artigo
18 da IN 01/2015 do CSJE. Observe-se a suspensão da cobrança na forma do artigo 98, §3º,
do CPC, caso a parte recorrente seja beneficiária da assistência judiciária gratuita.
3. DISPOSITIVO
Ante o exposto, esta 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve, por unanimidade dos
votos, em relação ao recurso de BENJAMIN ARIEL AQUINO, julgar pelo(a) Com Resolução do
Mérito - Não-Provimento, em relação ao recurso de SOLUÇÃO FINANCEIRA - SERVIÇOS DE
RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO EIRELI, julgar pelo(a) Com Resolução do Mérito - Não-
Provimento nos exatos termos do voto.
O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz(a) Irineu Stein Junior, com voto, e dele participaram os
Juízes Fernanda Bernert Michielin (relator) e Maurício Doutor.
Juíza Relatora