Esboço Da Lição 4 - A Igreja e o Reino de Deus - Superintendência Das Ebd's Das Assembleias de Deus em Pernambuco
Esboço Da Lição 4 - A Igreja e o Reino de Deus - Superintendência Das Ebd's Das Assembleias de Deus em Pernambuco
Esboço Da Lição 4 - A Igreja e o Reino de Deus - Superintendência Das Ebd's Das Assembleias de Deus em Pernambuco
1.1 O reino de Deus é espiritual. Trata-se de um domínio espiritual. Deus começa a dominar a partir do coração dos seus
servos (Jo 14.23), e tal domínio se dá através do Seu poder (Mc 9.1). É bom destacarmos que o referido versículo não aponta
para o Reino numa perspectiva escatológica, isto é, o Reino Milenial de Cristo, embora reconheçamos que este reino também
tenha o aspecto escatológico. Quando Jesus diz que muitos “veriam o Reino chegar com poder”, estava fazendo alusão ao
Pentecostes, em que a Igreja foi inaugurada pelo poder do Espírito (At 1.8; 2.1-4). Não estamos falando de uma teocracia
religio-política. O Reino não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36).
Deus não pretende na presente era reformar o mundo mediante ativismo social ou político, da força ou de ação violenta (Mt
26.52, 53). Vale salientar que esse reino espiritual contrapõe-se ao reino do maligno: Vejamos o contraste entre eles:
1.2 O reino de Deus é santo. Uma marca claríssima do Reino de Deus é a santidade. Desde o Antigo Pacto, o Senhor
estabeleceu a santificação como premissa maior para sua dominação (Êx 19.5,6; Lv 11.44). Interessante assinalar que no Novo
Pacto, os padrões ético-morais são ampliados pelo nosso Senhor Jesus Cristo.
1.3 O reino de Deus é passado. A nação de Israel era uma monarquia teocrática. O Senhor levantou reis para o povo judeu (Dt
17.14,15; Dt 28.36; 1Sm 10.1; 1Sm 16.13) e estabeleceu normas reguladoras de relacionamento político entre o governante e a
nação (1Sm 8.10-22). O objetivo de Deus era preparar o caminho para a salvação da humanidade através da nação de Israel.
Contudo, por causa dos desvios do povo judeu e da rejeição de seu Messias, Jesus Cristo, o reino divino foi-lhes retirado, ou
seja, Israel na atualidade não tem mais a função de propagar o Reino de Deus (Mt 21.43; Rm 10.21; 11.23). Tal missão cabe
agora à Igreja. Israel, porém, será restabelecido espiritualmente no futuro, conforme escreve Paulo (Rm 11.25-27).
1.4 O reino de Deus é presente. O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por intermédio do Rei dos reis.
Na atualidade, o reino divino está presente na vida dos filhos de Deus, a saber, os salvos em Cristo. Estes foram libertos das
trevas e transportados ao “Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). A partir desta experiência salvífica, é possível afirmar que
toda pessoa, nascida de novo em Cristo Jesus, é dirigida pelo Espírito Santo e, consequentemente, tem a sua vida governada
através dos valores do Reino (Ef 2.10). O reino divino pode ser visto nos corações e nas vidas de todos aqueles que se
arrependem, crêem e vivem o Evangelho (Jo 3.3-5; Cl 1.13). Não se trata de um reino político ou material que, por definição, é
transitório e passageiro, mas de uma poderosa, transformadora e eficaz operação da presença de Deus em e através de seu povo
(Mc 1.27; 2 Co 3.18; 1 Ts 4.1).
1.5 O reino de Deus é futuro. O aspecto futuro do Reino de Deus está ligado ao reino milenar de Cristo sobre a terra por
ocasião da sua segunda vinda em glória (1Co 15.23-25). Até mesmo a criação inanimada “espera” por esse glorioso dia (Rm
8.19-23). Durante o Milênio, predito pelos profetas do AT (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14), Jesus Cristo reinará literalmente
na terra durante mil anos (Ap 20.4-6). E a Igreja reinará juntamente com Ele sobre as nações (Mt 25.34; Ap 5.10; 20.6; Dn
7.22). O reino milenial de Cristo dará lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4; 22.3-5), a
Nova Jerusalém (Ap 21.9-11).
1.6 O reino de Deus é eterno. O governo do Reino. Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1). Ele tem o governo de todas as
coisas. Seu domínio, soberania e autoridade real jamais terão fim. Os reinos deste mundo são transitórios, mas o de Deus é
eterno. O Deus soberano governa o mundo todo. O Eterno intervém na criação e na história, manifestando seu poder, sua glória
e suas prerrogativas contra o domínio do pecado.
2.1 O reino de Deus significa justiça. A base da justiça do Reino está no seu próprio Soberano, que é justo (Sl 7.11; 11.7).
Esse Deus justo, justifica todos os integrantes do seu Reino mediante o sacrifício de Cristo (Rm 3.26; 5.1). Ele julga as causas
de sua dominação com justiça, equidade, imparcialidade. Uma vez que fomos justificados, devemos deixar transparecer essa
justiça, a fim de que o mundo injusto se maravilhe diante de um Reino justo. Numa perspectiva escatológica, o Senhor julgará
os salvos, no seu Tribunal (Rm 14.10), e os ímpios também (Ap 20.11-15);
2.2 O reino de Deus significa paz. A paz que reina no Reino advém do próprio Cristo, que é o Príncipe da Paz (Is 9.6). Não se
trata de uma ausência de guerras ou perturbações externas, até porque a Igreja sempre enfrentou, e ainda enfrenta, tribulações e
perseguições (Jo 16.33; At 14.22). Estamos falando de uma paz interior gerada pelo Espírito Santo nos salvos em Cristo (Gl
5.22). É uma quietude incondicional, que nos leva a descansar em meio a tormenta. Destacamos os três principais aspectos
desta paz: a) Paz com Deus. Alcançada através da conversão a Cristo (Rm 5.1,2; Ef 2.13-17); b) Paz de Deus (Jo 14.26,27; Fp
4.7; Cl 3.15); e, c) Paz com os homens (Rm 12.18; Ef 4.3,4; Fp 2.4). Numa perspectiva escatológica, assinalamos que o Reino
Milenial de Cristo será de paz universal (Sl 72.7; Is 2.2-4).
2.3 O reino de Deus significa alegria. Referimo-nos à alegria, ao gozo cujo fundamento é Deus, e que é produzida pelo
Espírito Santo (Gl 5.22). Ela é constante, perene, persistente, incondicional. Prova disso é o fato do apóstolo Paulo ter escrito a
carta aos filipenses, que ficou conhecida como a “Carta da Alegria”, de uma prisão romana. Por diversas vezes, mesmo preso
injustamente, ele recomenda o regozijo para os crentes (Fp 3.1; 4.4,11,12). Diz respeito a um gozo inefável (1Pd 1.8) e
abundante (Rm 15.13). Os integrantes do Reino estão ungidos com o óleo da alegria (Sl 45.7). Algumas fontes de alegria para
os súditos do Reino: a) salvação (Is 61.10); b) atos poderosos de Deus (At 8.8); c) Espírito Santo (Gl 5.22); d) A presença de
Deus (Lc 1.47; Sl 16.11; 122.1); e) A bênção de Deus (Sl 126.3; 1Ts 3.9); e, f) A nossa esperança (Rm 12.12; Tt 2.13).
3.1 O reino de Deus no Antigo Testamento. Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o
Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Estas e outras
referências manifestam a prerrogativa soberana de Deus sobre a criação. Ele reina para sempre (Sl 29.10).
3.2 O reino de Deus no Novo Testamento. A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi
apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33). João veio pregando no deserto:
“Arrependei-vos porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). O fato de uma pessoa ser israelita e “filho da promessa” (Gl
4.28) não lhe assegurava o direito de entrar no Reino de Deus. Era preciso produzir frutos dignos de arrependimento. Pois, as
boas obras são o resultado de um autêntico arrependimento (Lc 3.8). A proclamação e a concretização do Reino de Deus foram
o propósito central do ministério de ensino de Jesus. O Reino dos Céus foi o tema de sua mensagem e ensino na terra (Mt 4.17).
No Sermão da Montanha, Jesus conclamou a multidão que o ouvia a buscar, com diligência e em primeiro lugar, o Reino de
Deus (Mt 6.33). Ele estava ordenando a todos nós, seus seguidores, a buscar a Deus resolutamente e a fazer a sua vontade.
3.3 O reino de Deus ou Reino dos Céus. Nos evangelhos de Marcos e Lucas a expressão “Reino de Deus” aparece com
frequência. Todavia, no Evangelho de Mateus, a expressão mais usada pelo evangelista (aparece cerca de trinta e quatro vezes)
é “Reino dos Céus”. A maioria dos eruditos bíblicos concorda que o emprego da expressão “Reino dos Céus” foi aplicado por
Mateus devido à rejeição do povo israelita ao uso indiscriminado do nome de Deus. Logo, as expressões “Reino de Deus” e
“Reino dos Céus”, quando comparadas entre os Evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas, são sinônimos e
intercambiáveis (Mt 5.3; 13.10,11; Mc 4.10,11; Lc 6.20).
CONCLUSÃO
Vimos que na dispensação presente, o Reino é espiritual e se contrapõe veementemente ao Reino de Satanás. Os
súditos de Cristo estão separados moral e espiritualmente dos súditos do Maligno. Esforcemo-nos, pois, e sigamos ao Régio
Dominador, uma vez que esse Reino tomará proporções universais e subjugará definitivamente todos os seus inimigos, estando
nós, para sempre, ao lado do Rei dos Reis (Dn 2.34,44). Amém!
REFERÊNCIAS
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD.
STAMPS, Donald Carrel. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.