As Midias No Universo Infantil

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As mídias no universo infantil

um diálogo possível

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO


Gilberto Kassab
Prefeito

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Alexandre Alves Schneider
Secretário

Célia Regina Guidon Falótico


Secretária Adjunta

Waldecir Navarrete Pelissoni


Chefe de Gabinete

DIRETORES REGIONAIS DE EDUCAÇÃO


Eliane Seraphim Abrantes, Elizabete dos Santos Manastarla, Fátima Elisabete Pereira Thimóteo, Hatsue Ito,
Isaías Pereira de Souza, José Waldir Gregio, Leila Barbosa Oliva, Leila Portella Ferreira, Marcello Rinaldi,
Maria Ângela Gianetti, Maria Antonieta Carneiro, Silvana Ribeiro de Faria, Sueli Chaves Eguchi

DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA


Regina Célia Lico Suzuki
(Diretora Coordenadora Geral do Programa)

DIVISÃO DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


Romy Schinzare (Diretora)
Antonio Gomes Jardim, Débora Cristina Yo Ki, Leny Ângela Zolli Juliani, Rosa Maria Laquimia de Souza

DIVISÃO DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO


Elenita Neli Beber (Diretora)
Ailton Carlos Santos, Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Marco Aurélio
Canadas, Maria Virgínia Ortiz de Camargo, Rosa Maria Antunes de Barros

DIVISÃO DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA EDUCAÇÃO INFANTIL


Yara Maria Mattioli (Diretora)
Fátima Bonifácio, Matilde Conceição Lescano Scandola, Patrícia Maria Takada

EDUCAÇÃO ESPECIAL
Adriana Sapede Rodrigues, Mariluci Campos Colacio, Mônica Leone Garcia Federico, Silvana Lucena dos
Santos Drago

CÍRCULO DE LEITURA
Angela Maria da Silva Figueredo, Leika Watabe, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Regina Celia dos
Santos Camara, Rosanea Maria Mazzini Correa, Silvia Moretti Rosa Ferrari, Suzete de Souza Borelli

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO


Carlos Alberto Mendes de Lima, Denise Mortari Gomes Del Grandi, Lia Cristina Lotito Paraventi, Tidu
Kagohara

PROJETOS ESPECIAIS / ASSESSORIA ESPECIAL


Marisa Ricca Ximenes (Assessora Técnica)
Rosana de Souza (Grupo de Educação para a Diversidade Étnico-Racial)

EQUIPE TÉCNICA DE APOIO DA SME/DOT


Ana Lúcia Dias Baldineti Oliveira, Celso Antonio Sereia, Delma Aparecida da Silva, Jarbas Mazzariello,
Magda Giacchetto de Ávilla, Maria Teresa Yae Kubota Ferrari, Rosa Peres Soares, Tânia Nardi de Pádua,
Telma de Oliveira

2
EQUIPE DE PRODUÇÃO DO PROJETO

DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA


Regina Célia Lico Suzuki
(Diretora – Coordenadora Geral do Programa)

TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO


Denise Mortari Gomes Del Grandi
Lia Cristina Lotito Paraventi
Tidu Kagohara
(Equipe de Informática Educativa)

ELABORADORAS E ORGANIZADORAS
Denise Mortari Gomes Del Grandi (coordenação)
Lia Cristina Lotito Paraventi
(Educadoras da Informática Educativa – SME/ DOT - G)

ELABORADORES/ DIRETORIAS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO


Cleide Marina Orlando
Genilda Paes Ferreira de Paula
Maria Izilda Almeida Borges
Renata de Almeida Carlotti
Rosana Raimondi
Rosangela Gurgel Rodrigues Massei
Tânia Regina da Silva Souza
Tânia Tadeu
(Educadoras da Equipe de Informática Educativa e Educação Infantil das DRE)

COLABORADORES
Matilde Conceição Lescano
(Educadora da Educação Infantil - SME/ DOT-EI)

Zilma de Moraes Ramos de Oliveira


(consultora pedagógica de Educação Infantil – SME/DOT-EI)

Cibele Siqueira da Silva


Dyane Guedes Cunha
Elayne Fernandes Moura Leite
Elisa Mirian Katz
Maria Aparecida de Oliveira Marques
Regina Bruhns Rossini Andrade
Simone Aparecida Machado
(Educadoras das Diretorias Regionais de Ensino)

Adriana Varlesi dos Santos


Ana Lúcia Ferrari Rodrigues
Carolyne Raquel Rodrigues Cepaldi
Cássia Marina Alves Pinto Paladino
Celina Aparecida da Silva Batista
Cilene de Moraes Cruz Heredia
Cláudia Hidalgo
Cleusa Diniz Acorse
Cleusa Maria Menossi
Cristiane Damasceno Lopes de Carvalho
Cristiane Sabbag Heluany
Edileusa da Conceição Ferreira

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

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Elaine Cristina do Carmo
Eliana Aparecida Salomão
Elizabeth Angélica Damasceno Martins
Eneida Isaura de Aquino
Fernanda Spezamilio
Gabriela Reis de Santana de Carvalho
Helena Cristina Penteado
Luciana Cristina de Oliveira Assumpção
Luiza Helna Schedt Borini
Luzia Maria Nogueira Silva
Manassas Felício Victor
Margarete de Almeida Pereira Silva
Margarida de Assis Monteiro
Maria Gomes da Silva Amorin
Maria Polda de Carmo Cornetta Ramirez
Miriam Bento de Carvalho
Neusa Augusto de Morais
Neusa Basta
Rosa Maria Alves Senkeio
Rosane Prado de Oliveira
Roselaine dos Anjos Silva Ferraz
Samantha Schleumer
Sueli Tomazzini Barboza
Viviane Cristina Percini Pontes
(Educadoras das Escolas Municipais de Educação Infantil e dos Centros de Educação Infantil)

SME –PROJETO GRÁFICO


Conceição Aparecida Baptista Carlos, Hilário Alves Raimundo e Joseane Alves Ferreira

SME – MEMÓRIA TÉCNICA DOCUMENTAL


Sidoni Chamoun (revisão)

SME- BIBLIOTECA
Patrícia Martins da Silva (revisão)

ARTE GRÁFICA – capa


Cleide Marina Orlando
Bárbara Thais Orlando Salinas

ILUSTRAÇÃO
Denise Mortari Gomes Del Grandi
Jailson Nascimento Barbosa da Silva
Juliana Del Mando Jacyntho
Marina Orlando Moreira Batista
Mayara Caroline Silva Camargo

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Câmara Brasileira do Livro, SP - Brasil.

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica.


Mídias no universo infantil: um diálogo possível / Secretaria Municipal de
Educação – São Paulo : SME / DOT, 2008.
104 p. : il.
Bibliografia

1.Informática Educativa 2.Educação Infantil I.Título


CDD 371.3

Código da Memória Técnica: SME-DOTG/Sa.020/08

Secretaria Municipal de Educação


6
São Paulo, Janeiro de 2010 - reimpressão
“Aprender e ensinar fazem parte da existência humana,

histórica e social, como dela fazem parte a criação, a invenção,

a linguagem, o amor, o ódio, o espanto, o medo, o desejo, a

atração pelo risco, a fé, a dúvida, a curiosidade, a arte, a magia,

a ciência, a tecnologia”

Paulo Freire

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

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Aos educadores da Rede Municipal de Ensino da Cidade de São Paulo

É com muita satisfação que entregamos para os CEIs e EMEIs da Rede Municipal de São Paulo, o

1º caderno de tecnologias na educação infantil “ Mídias no Universo infantil – Um diálogo possível.

Aparelhos de TV, vídeos, máquinas fotográficas, filmadoras, computadores estão presentes no

cotidiano da criança e a Educação Infantil é o espaço privilegiado para garantir o acesso a esses recursos

com a finalidade de potencializar aprendizagens por meio das linguagens por eles veiculadas.

A SMESP tem realizado investimentos nesta direção. Os Laboratórios de Informática, computadores

nas salas de aula, salas multiambientais, brinquedoteca, salas de artes, contribuem para a construção de

ambientes colaborativos necessários para o convívio sociocultural da criança.

Nessa perspectiva, a construção desse caderno pela equipe de Informática Educativa da Secretaria

Municipal de Educação e pelo grupo referência das Diretorias Regionais de Educação, tem por objetivo

iniciar uma conversa com os educadores sobre o potencial pedagógico que as mídias representam no universo

educacional e suas contribuições na formação de espaços voltados às expressões individuais e coletivas das

crianças.

Esperamos que o referencial possa contribuir para o desenvolvimento de propostas que coloquem

as mídias nas mãos de nossas crianças para que nos mostrem suas formas de ver o mundo.

Alexandre Alves Schneider


Secretário Municipal de Educação

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

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Prefácio

O uso de tecnologias na Educação Infantil nos convida a uma reflexão sobre as novas formas de

construção do conhecimento, desenvolvimento de habilidades, múltiplas linguagens e processos de

constituição de identidade, sobre a cultura da infância e o brincar.

À criança – um ser produtor de cultura – não deve ser negado o acesso às inúmeras possibilidades

de expressão das diferentes linguagens presentes no universo midiático.

Construir situações de aprendizagem utilizando o computador, bem como câmeras e filmadoras

digitais, gravadores de som, CD, projetor multimídia, escâner e outros é oferecer às crianças experiências

por meio do lúdico que desperta que provoca e que suscita.

Nesse sentido, a interação entre as crianças, permeada pela troca de suas leituras e escritas (gestos,

rabiscos, desenhos, imagens, animações, quadrinhos...) ampliam as possibilidades de vivências que

permitem a emergência de escritas.

A exploração das interfaces de softwares como o pincel, a tinta, a tesoura, o copiar e colar, carimbos

e tantos outros contribuem para que brincando e experimentando letras, texturas, cores e formas seja

desencadeada a fruição do processo criador que evidencia uma visão de mundo próprio da infância.

A elaboração desse livro foi o modo encontrado de iniciarmos uma conversa com você educador

sobre a importância e o papel das tecnologias no universo infantil. Uma forma de dialogarmos com muitos

ao mesmo tempo e socializarmos práticas já existentes no âmbito educacional em que crianças e adultos

ensinam e aprendem ao mesmo tempo uns com os outros.

Equipe de Informática Educativa

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

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Sumário

1 . INÍCIO DE CONVERSA................................................................................................ 15
TIRANDO AS MÍDIAS DO ARMÁRIO.......................................................................... 23

2 . EXPERIMENTANDO NOVAS LINGUAGENS....................................................................... 29


TECENDO PERCURSOS........................................................................................... 35

3 . TEXTURAS E TRAÇADOS............................................................................................. 41
A ARTE DE CRIAR E RECRIAR.................................................................................. 47

4 . MARCAS E NARRATIVAS............................................................................................. 53
NOVAS JANELAS.... NOVOS OLHARES.......................................................................59

5 . PARA ALÉM DO PORTFOLIO.................................................................................................67


6 . CIRANDA DO TEMPO.................................................................................................. 77
7 . E ASSIM . . . ...........................................................................................................95
8 . AGRADECIMENTOS.................................................................................................... 99

9 . REFERÊNCIAS......................................................................................................... 101

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

14
Início de
conversa
15
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

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In íc i
Criança é assim...
o
Numa festa o avô chama seu neto e
d

oferece sua máquina fotográfica:

- Agora você é o fotógrafo, pode tirar


e

muitas fotos, mas cuidado para não deixar

as pessoas sem pé ou sem cabeça. Você


c

precisa “enxergar” o que quer fotografar


on

nesse quadradinho.

Ao tirar a primeira foto o netinho volta

correndo para o avô:


ver

-Vô, como faz pra ver a fotografia que

eu tirei?

- Você tem que tirar muitas ainda até

acabar o filme e, então, o vovô leva pra


sa

revelar.

-Vô, não tem botão de ver? Ah! Essa

máquina é de mentira. Eu quero uma de

verdade.

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

Mudanças de paradigmas parte do seu cotidiano. O que pode ser novo

para o adulto é absolutamente natural para

O avô dessa pequena história sem a criança que já nasceu e convive com essas

recorrer a nenhuma teoria aponta, na prática, tecnologias, que para ela não são novas, ao

concepções que fazem a diferença no processo contrário, são as que fazem parte do seu

de ensino e aprendizagem. universo. Não são melhores, nem piores,

Oferecer sua máquina nas mãos do neto apenas outras, porém, essas mesmas

implica em permitir o foco da foto sob “o olhar “outras” acarretam em si um “outro” modo

da criança”. Fotografar o que para a criança é de relacionar e aprender.

significativo. Fotografar o que tantas vezes As mudanças que as tecnologias novas

escapa ao olhar do adulto. provocam no cotidiano da sociedade

Ao mesmo tempo, emprestar sua própria contemporânea, desde os primeiros momentos

máquina à criança é despojar-se das da infância, favorecem a construção de

preocupações de quebrar o equipamento que ambientes de aprendizagens que

na maioria das vezes impossibilita potencializam a descoberta, a comparação, a

oportunidades de boas práticas no universo análise e resolução de problemas, bem como

educacional. Trata-se do famoso “guardar para a participação, a colaboração e o protagonismo

preservar”. da criança.

Assim como a máquina fotográfica,

O antigo e o contemporâneo outros recursos podem e devem ser

explorados, pois cada um deles carrega em si

“Ah! Essa máquina é de mentira!” uma forma de comunicação, uma linguagem

A criança conhece a máquina digital, faz própria.

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Início de conversa

Uma imagem retirada da internet, um de representação da escrita junto às

desenho realizado no papel, no experiências sócio-culturais das crianças, que

computador, na areia, na terra, a produção são evidenciadas através da oralidade.

d e u m v í d e o, u m f i l m e , u m d e s e n h o As tecnologias promovem um diálogo

animado, o cinema mudo, o teatro de permanente entre a criança e o mundo. As

sombras, a palavra escrita ou falada são linguagens midiáticas no universo infantil são

linguagens que permitem diferentes recursos que possibilitam a todos os envolvidos

modos de observar e de expressar. na ação pedagógica a exploração de outros

As linguagens midiáticas, aqui modos de ler por meio de imagens, Ícones,

entendidas como formas de expressão e textos e hipertextos, vídeos, animações... Os

comunicação por meio de recursos recursos e ferramentas apresentados por

tecnológicos, também ocupam espaços softwares, programas e os próprios

significativos no universo infantil. equipamentos levam a descobertas das

A criança por meio da imaginação e da estruturas funcionais para além do simples

fantasia, onde o lúdico se faz presente, constrói manuseio oferecendo novas formas de

conhecimentos e refaz a história. Este processo interação e de comunicação entre adultos e

também é desencadeado pelo uso do crianças. Também o brincar e a própria função

computador e de diferentes mídias que da escrita mediados em diferentes e múltiplos

aparecem no cotidiano infantil para serem contextos midiáticos possibilitam às crianças

usados, brincados e jogados. Busca-se, condições cada vez mais inovadoras e atuais

também, a compreensão do computador e de aprendizagens, respeitando-as como

diferentes recursos tecnológicos, enquanto sujeitos sociais e de direitos, capazes de pensar

meios constitutivos da exploração de sistemas e agir de modo criativo, participativo e crítico.

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

Nesse sentido, a inserção do computador A aprendizagem colaborativa requer o

e demais tecnologias nos diversos ambientes aluno como elemento ativo no processo de

presentes nas Unidades de Educação Infantil: ensino e aprendizagem, estimula o diálogo e

cantinhos, salas de convivência, salas o repensar, selando o ato de aprender que

multiambientais, laboratórios de informática, nunca é individual, pois é a partir da ação do

brinquedoteca, salas de arte possibilita a indivíduo sobre o objeto de seu conhecimento

criação de ambientes de aprendizagens que se dá o crescimento cognitivo e são as

colaborativas e de formação. interações sociais as principais

Uma metodologia voltada para a desencadeadoras do aprendizado.

colaboração, desenvolvida nesses ambientes, Um aspecto fundamental para pensar

promove a construção de conhecimento por sobre as tecnologias e a cultura infantil

meio de ações coletivas que se destacam na também diz respeito ao uso de instrumentos

participação ativa das crianças em pares diante metodológicos que, partindo da observação

do computador, na interação dessas duplas das crianças, possa percorrer um caminho de

com os colegas, ao lado e com o grupo classe, documentação por meio de diferentes ações

contribuindo para a ajuda mútua na resolução escritas, videográficas, fotográficas, numa

de problemas, propiciando o crescimento perspectiva de prospecção e não de

individual e do grupo.Um número mínimo de retrospectiva.

dois computadores nesses ambientes passa Nesse sentido o registrar se configura a

a ser uma excelente estratégia no sentido de partir de novos significados: o registro e a


potencializar o curso das descobertas, trocas, dialogicidade – o diálogo possível consigo, com
interações e formas de comunicação que o outro e para o outro; a historicidade – o
favoreçam o processo educativo. registro da memória num determinado tempo,

20
Início de conversa

espaço e contexto e o registro enquanto fonte

de reelaborações.

A presença de tecnologias no ambiente

educacional infantil entendida como meio,

como linguagens, permite às crianças

desfrutarem “no aqui e agora” os processos

de criação, descoberta e comunicação

inerentes a uma participação ativa na

construção do conhecimento e na produção

de cultura.

Denise Mortari Gomes Del Grandi


Lia Cristina Lotito Paraventi

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

22
Tirando
as mídias
do armário
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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

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Tirando as mídias do armário

e, a
a d e s da red
i d
das un ofone,
n a m aioria d o r a , micr
prática
, ,filma o, DVD
É uma f o t o g ráfica a g e m, víde
i m
áquina tor de
i z a ç ã o de m p u t a d or, proje
util er, com
a d o r, escân
gr a v va de
o s .. . a p e rspecti
e outr tos nu
m
nteúdo
s
e q u i pamen a t e r i al e co
desses do ao
m
O uso r i b u i r senti
a t
nifica
e c ção sig s
p r o s p m mai
d o s . n ã o s e torne
colet a que r,
fo t o s para qu e fotografa
s
zer com
a e e para
O que fa m á r i o ? Por qu
o no ar
m g uardad
um ál b u as em
a v a r ? o e n c ontrad
gr ostas s
ã sino de
filmar, r as resp a l de En
s o u t u n i c i p
tanta Rede M
Estas e n a p rópria
s
volvida
r á t i c a s desen
p
ulo.
São Pa

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

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Tirando as mídias do armário

IMAGENS QUE REVELAM


“EMEI Abelardo Galdino Pinto – Piolin
veja
De lagarta à Borboleta
no C D Profª Brígida de Jesus Paes Moreira
http://br.youtube.com/watch?v=KgzxYhm0nY8

Lagartas e borboletas – a metamorfose é uma proposta que revela a curiosidade infantil e suas
descobertas registradas por meio de fotos de cada etapa desse processo. São imagens que retratam
por si só o contexto, as ações desenvolvidas e as aprendizagens das crianças. Partindo da
observação desse registro pais e responsáveis também puderam acompanhar cada etapa e
aprender com as crianças.

UTILIZANDO O DATA SHOW


“ EMEI Maria Montessori – DRE IQ
veja
Profª Miriam Bento de Carvalho
no C D http://www.youtube.com/watch?v=a9DbuJjRkSo

“- Não é cinema é abelha!....assim falou seu aluno, entre tantas falas indicativas das imagens
apresentadas pelo projetor . Essa proposta apresenta novas expectativas de aprendizagens
que suscitam a curiosidade da criança e possibilitam o diálogo de hipóteses, a comunicação e
novas aprendizagens.

CANTANDO NO MICROFONE
“EMEI Ernani da Silva Bruno – DRE IQ
veja
Profª Cristiane D. Lopes de Carvalho
no C D http://www.youtube.com/watch?v=t4xt28glHps

“....- João Arturo, com um brinquedo comprido, simulava brincar de cantar com um
microfone....Num investimento no jogo simbólico do grupo, busquei a caixa do som e o
microfone...” E assim, toda a sala de aula participou e brincou.

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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

28
Experimentando
novas linguagens
29
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

30
Ex
perim “As práticas culturais predominantes e as
possibilidades de exploração oferecidas
pelo meio no qual a criança vive permitem
que ela (criança) desenvolva capacidades
entand
e construa repertórios próprios.” 1

Já é reconhecido que a unidade de

educação infantil deve ser um espaço lúdico

e ter ambientes que promovam

experiências, vivências e despertem


on

interesses diante do inexplorado.

Nesse sentido, os cantinhos, os


ov

laboratórios de informática, as salas de


as

convivência e os espaços onde os

computadores estão inseridos, podem


ling

apresentar ambientes atraentes e criativos

que resultam em boas situações de


u ag

aprendizagem.

Antigamente o computador era de uso

restrito aos técnicos e analistas de sistemas,


ens

hoje somos usuários dessa tecnologia e

estamos inseridos em um novo canal de

1
Leontiev (1991, p. 79): BRASIL, 1998, p. 158

31
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

comunicação com linguagens de circulação mediação do professor se faz à medida que

social. suas ações buscam familiarizar a criança com

O convívio diário com os meios significações historicamente elaboradas para

eletrônicos de comunicação, já faz parte da orientar o agir das pessoas e compreender as

nossa cultura e facilita o nosso dia-a-dia. Caixa situações e os elementos de mundo” 2

eletrônico, atendimento on line, bilhete único, O educador pode juntamente com a

exames com equipamentos de alta tecnologia criança criar hardwares com caixas de papelão

e resultado via internet são alguns dos avanços ou sucatas, explorar mouses, teclados já

presentes no cotidiano, entre tantos outros. sucateados numa proposta que estimule a

Essa convivência requer o criatividade e a ludicidade. Dessa forma uma

desenvolvimento de novas habilidades e caixa vazia pode se transformar num celular

conhecimentos para utilização desses meios. ou numa caixa eletrônico.

A criança também vivencia essas experiências A exploração desses materiais pela criança

na interação com o adulto. Por meio da fantasia contribui para a construção desse processo de

faz emergir em suas brincadeiras novos entendimento das mídias. São momentos em que

personagens e insere novos objetos como a a criança pode explorar, questionar, atribuir

secretária que atende o celular, o caixa do significados e se apropriar de novos

supermercado que registra as compras no conhecimentos. Manusear o computador ligado

computador, o bancário que ora manuseia o e/ou conectado, recursos de mídias, softwares e

dinheiro de papel, o dinheiro de plástico ou o suas funcionalidades fazem parte de uma gostosa

cartão magnético, entre outros. brincadeira de aprender numa ação exploratória.

O educador tem um papel muito


2
Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagens e orientações
importante nesse processo: a mediação. “ A Didáticas/ SME DOT EI -2007 p. 23

32
Experimentando novas linguagens

Aos olhos infantis, os ícones, as Cabe ao educador planejar caminhos

janelas, o movimento da tela, dos gifs para mediar esses novos conhecimentos,

animados, suscitam a sua curiosidade. As potencializando a utilização de recursos que

apresentações das linguagens visual, oral possibilitem a diversidade de experiências

e verbal, em movimento, permitem que a nas suas interfaces como os editores de

criança crie relações interagindo com o desenhos, jogos, editores de texto, entre

computador, consigo mesma e com o outros.

grupo. Os jogos no computador também

A criança aprende brincando, portanto, apresentam ambientes que possibilitam a

inserir mais esses recursos em suas interação com suas múltiplas linguagens

brincadeiras é reconhecer o computador em que a criança se apropria de elementos

como objeto de aprendizagem. básicos do processo de criar e transformar

Os softwares e suas interfaces, imagens digitais, ampliando suas

equipamentos e recursos tecnológicos possibilidades de expressão e comunicação.

possibilitam a promoção de aprendizagens, Organizar situações que possibilitem

podendo o educador, sendo ele Professor essas experiências, contribui para que a

Orientador de Informática Educativa, ou não, criança elabore, sistematize e amplie suas

c o n t r i b u i r p a ra u m a o r g a n i z a ç ã o d e questões, tanto na perspectiva de alcançar

situações agradáveis, estimulantes que algumas respostas, como na formulação de

ampliem as possibilidades infantis, de novas perguntas.

e x p r e s s ã o, comunicação e criação, O jogo virtual, a criação gráfica de

organização de pensamentos e idéias, de desenhos e textos intensificam a relação

convivência e de brincar. da criança pequena com o mundo

33
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

tecnológico, ampliando suas experiências e seu

desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo,

social, imaginativo, lúdico, estético, criativo,

expressivo e comunicativo.

Nesse sentido, a unidade educacional se

constitui num lugar privilegiado de construção

de novos conhecimentos ao democratizar o

acesso aos instrumentos e promover um

diálogo constante nas relações entre a criança,

o meio e as tecnologias mediadas pelo

educador em experiências que se entrelaçam.

34
Tecendo
percursos
35
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

36
Tecendo percursos

ador
o m o comput
ragir c
i n c a r e inte ça.
Descobr
ir, b r
p a r a a crian
a
aventur ida e
r u m a grande r n ã o se intim
se o
poderá mputad ento
d i a n t e do co n cionam
a n ç a s e u fu
A cri svendar
o
udo, de estão
a c o n h e c e r t
s s e s a m bientes
a e
se arrisc cidade
em que
a l u d i
mentar
e experi ursos,
h e c e r seus rec
n
imersos
. ces, reco abrem
o r s u a s interfa s sários
e g a r p n e c e
Nav idados
l i m i tes e cu de novos
e r s e u s e n t o
conhec nvolvim
a r a o dese
hos p osturas
.
camin i l i d ades e p postas
e n t o s, pos s i b
s a l g u mas pro
m
conheci sentam
o
ça de
s p e c t i v a, apre a crian
s a p e r e , c o m
Nes da Red
o r e d u cadores
das p
realiza
EI.
CEI e EM

37
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

38
Tecendo percursos

DESCOBRINDO O COMPUTADOR
CEI Jardim Aricanduva – DRE IQ
Profª Celina Aparecida da Silva Batista
veja
no CD http://www.youtube.com/watch?v=6k1Eijo71U8

Foi assim que as crianças do CEI descobriram por meio da curiosidade. Descobriram os
teclados, mouses, CPU, monitores, caixinhas de som do computador e tatearam seus botões.

INTERAGINDO COM OS JOGOS


EMEI Bueno de Azevedo – DRE IQ
Profª Neusa Augusto de Morais
veja
no CD Profª Rosa Maria Alves Senkiio
http://www.youtube.com/watch?v=5w09sxRjq5E
Na sala de aula, onde a proposta de trabalho é realizada em “cantinhos”, cinco
computadores possibilitam que a criança descubra e interaja com os jogos virtuais.

EXPLORANDO O COMPUTADOR
EMEI Ernani Silva Bruno-DRE IQ
veja
Profª Luciana Cristina de oliveira Assumpção
no CD http://www.youtube.com/watch?v=TPfjL_R6quU

A criança aprende naturalmente por meio de descobertas. Brincar e interagir com o


computador é uma das propostas do ambiente de sala de aula “cantinho” que a unidade
educacional possibilita.

CLICANDO E BRINCANDO
EMEI Marcílio Dias e EMEI Aluísio de Azevedo – DRE PE
Profª Maria Polda do Carmo Raimirez
veja
no CD http://www.youtube.com/watch?v=2cCsuDrwZsc

A criança pinta com variadas cores no Paint brush, brinca com os jogos virtuais como
quebra-cabeça, memória e o guarda-roupa da Mônica... São vivências que o computador
possibilita por meio do lúdico e do imaginário.

EXPLORANDO O PAINT BRUSH


EMEI Eldy Poli Bifone, Profª. DRE PE
Profª Neusa Basta
veja
no CD POIE Cássia Marina Alves Pinto Paladino
http://www.youtube.com/watch?v=_SE0beKqpco
A criança, por meio do editor de desenho Paint brush, interage com o computador em seus
traçados e descobertas.

39
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

40
Texturas e
traçados
41
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

42
T
“Todas as crianças manifestam uma curiosidade
própria de quem está desvendando o mundo.

e
Não se pode dizer que essa curiosidade seja
x natural, tampouco se pode afirmar que a
criatividade seja um dom inato. A manutenção
da curiosidade e o desenvolvimento da
t
criatividade são conseqüências de um ambiente
mais interativo, problematizador, diversificado
u
e aberto às explorações infantis.” 1
r
A criança por meio do desenho se
a

expressa, cria , constrói, estabelece relações

com o outro e com o mundo à sua volta. Desde


se

muito cedo, aprende a desenhar usando vários

materiais e em diversos planos. Um tijolo ou

um pedaço de carvão, uma parede ou até o


tra

piso da escola pode aguçar sua criatividade.

Sabemos que o desenho faz parte do

cotidiano da Educação Infantil como uma


ça d

atividade permanente no currículo. Sendo

assim, um ambiente interativo,

problematizador, diversificado e aberto às

explorações infantis, contribui para que a


os

criança tenha preferências e estilos próprios

para criar, soltando seus gestos, seus traços,

1
Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagens e Orientações
Didáticas/ SME DOT EI -2007 p. 131

43
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

experimentando jeitos diferentes de realizar Desenhar no computador é uma

suas propostas. experiência que promove a autonomia à

Desta forma o computador pode medida que vai escolhendo os recursos e

proporcionar novas experiências para a experimentando texturas e traçados que

criança, ampliando sua criatividade em relação algumas vezes não são possíveis com materiais

ao desenho e às artes visuais. Ao entrar em convencionais, pode também apagar aquilo de

contato com a máquina, ela se depara com que não gostou no seu desenho, bem como

um novo universo a ser explorado, aprender a salvar suas imagens e auxiliar os

encontrando outras possibilidades para criar colegas nas suas produções.

e recriar, representar seus pensamentos, Segundo Paulo Ferreira,

emoções, bem como apreciar suas produções


“A ação de criar é, assim como o brincar,
e as de seus colegas, inclusive reconhecendo “A ação de criar
uma ação é, assim como
investigadora, que o brincar,
procura o
uma ação todo
tempo investigadora,
ampliar que procurada
os limites o
suas marcas (mural da escola). tempo todo ampliar
percepção que a os limitestem
criança da do
percepção
mundo
quee a
de criança tem2 do mundo e de si
si mesma”.
Desenhar pelo prazer, pela realização de mesma”. 2

suas descobertas são oportunidades que o Desta forma, quando a criança desenha

computador oferece para a aprendizagem da no computador ou interfere numa imagem,

criança em diversos ambientes, como por também realiza uma ação de investigação. Ao

exemplo, os editores de desenho que explorar a máquina, a criança estabelece

possibilitam o desenvolvimento de suas relação com imagens como fotos, obras de

potencialidades; a exploração de outros arte, imagens folclóricas, imagens

recursos visuais presentes na máquina que paisagísticas, ou seja, abre um leque de opções

estimulam e alimentam a curiosidade desta 2


Ferreira,PauloNin..Artes Visuais na Educação Infantil, in: Oficinas de
Sonhos e Realidade na formação do Educador da Infância.
criança. Campinas – SP: Papirus, 2003. p.143.

44
Texturas e traçados

para conhecer o mundo das artes visuais. visuais, estimulando-a a apreciar imagens,

O desenho e a arte gráfica neste sentido sejam obras de arte, figuras abstratas,

são privilegiados com a presença do paisagens ou suas próprias produções, para

computador em seus diversos ambientes, pois que possa estabelecer relações de estética e,

ele favorece a exploração dos traçados, das assim, ampliar sua visão de mundo dentro de

cores, das imagens. Então, aproveitar a suas possibilidades cognitivas e expressar ao

variedade de softwares e programas grupo suas primeiras impressões e

disponíveis é uma oportunidade de ampliar o observações , registrando suas marcas na

repertório da criança estimulando sua comunicação com o outro.

imaginação, criatividade e expressividade.

Partindo do pressuposto de que a criança

é constituída de múltiplas dimensões

humanas, ela não se contenta com pouco... A

curiosidade infantil permite a ela não estar

presa somente ao ato de desenhar. Quando

abre uma janela no computador, mesmo sem

intencionalidade de percurso está, dentro de

suas possibilidades motoras, descobrindo,

construindo novos caminhos, enfrentando

novos desafios.

Cabe ao professor repertoriar a criança

nas múltiplas facetas da máquina no que diz

respeito à exploração e criação dentro das artes

45
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

46
A arte de
criar e
recriar
47
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

48
A arte de criar e recriar

e a
bili tam qu
o possi
o desenh
put ador e
O com
e... arte
vivenci a gens na
riança lin gu
c e novas
o r meio d
nci a s p irtual;
Experiê a m b iente v
r em um binaçõ
es
c r i a r e recria e c o m
de mas d
d e p e las tra
cida
A ludi as;
r t e s gráfic ta
idas na
s a sua vol
promov m u ndo à
m o ruir
o o u tro e co c r i a r e const
es com ressar,
Relaçõ d e se exp
aneir a
nova m
numa zer
u l o s ; o d o a to de fa
c
vín rrelaçã
d e s e jo s na co
os e
Registr .
obras.. s propo
stas
p r i m ir suas lg u m a
e im amos a ção
ti v a , a present a d es d e Educa
erspec sas uni
d
Nessa p r e s das nos
d o
educa
das por
realiza
il.
Infant

49
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

50
A arte de criar e recriar

PROJETO LEITURANDO
EMEI Paulo Camilhier Florençano – DRE G
veja
POIE: Maria Gomes da Silva Amorin
no C D http://www.youtube.com/watch?v=56IVW4aZjyU
Um Poema, uma Música, uma Parlenda
Uma Aquarela virtual...
Desses elementos surge uma experiência plástica visual.
Essa é uma das atividades realizadas pela unidade educacional que integra o trabalho dos
espaços de leitura ao laboratório de informática.

OBSERVAR AS MUDANÇAS NA PRIMAVERA


EMEI PROFª ELDY POLI BIFONE – DRE PENHA
veja
POIE: Cássia Marina Alves Pinto Paladino
no C D http://www.youtube.com/watch?v=OPy3xL5KFSQ
Frio…Calor…
Folhas caídas por toda parte
Em breve as flores se abrirão
E o Sol brilhará com mais intensidade.
Conheça as marcas das crianças da EMEI Profª.Eldy Poli Bifone, que durante a realização do
Projeto Estações, observaram o entorno escolar, percebendo as mudanças ocorridas durante
o ano e a partir dessa observação retrataram suas impressões por meio de desenhos feitos no
computador.

BRINCANDO COM O PAINT BRUSH


EMEI Magdalena Tagliaferro - DRE G
veja Profª Elizabeth Angélica D. Martins....
no C D
http://br.youtube.com/watch?v=M2cmwAIL0k4
Por meio do lúdico a educadora possibilita à criança momentos de expressão gráfica, fazendo
uso dos recursos do Paint brush, viabilizando suas texturas e traçados na arte de imaginar e
interagir com o computador.

51
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

52
Marcas e
narrativas
53
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

54
“Bem–vinda a tecnologia que elimina destros e
canhotos, agora se deve escrever com as duas

M
mãos, sobre um teclado; bem- vinda a
tecnologia que permite separar ou juntar os
caracteres, de acordo com a decisão do
a produtor; bem–vinda a tecnologia que confronta
o aprendiz com textos completos desde o início”
r
1
c
Já temos o conhecimento que as
a

aprendizagens acerca da linguagem oral e


s

escrita, nos espaços educacionais de educação

infantil, podem ser mais ricas se o educador


e

oferecer um contexto de cultura escrita para


na

a criança explorar e criar significados.

Ao entrar em contato com a Linguagem

Escrita, a criança descobre que existem outras


rra

maneiras de se comunicar no mundo letrado,

dessa forma a criança vai se apropriando e

reconhecendo os diversos portadores textuais


tiv

como livros, revistas, jornais entre tantos

outros. E por que não o computador?


as

A presença do computador no cotidiano

da Educação Infantil no que concerne à

Linguagem Escrita, propicia à criança

1
Emília Ferreiro,O passado e o presente dos verbos ler e escrever-2002 p.19

55
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

experiências de ler sem saber ler, escrever sem significados que permite a formulação e o
saber escrever. confronto de suas hipóteses de leitura e
Os textos e os hipertextos possibilitam escrita.
que ela signifique e ressignifique suas É interessante observar que a criança
hipóteses de leitura e escrita, por meio dos diante do computador não se intimida, muito
ícones, suas cores, formas e atalhos (ícones), ao contrário, explora seus recursos para
utilizando para isso referências das quais se desvendar seu funcionamento. Cabe ao
apropria para chegar ao seu objetivo quando educador observar o que ela já sabe e o que
caminha pelas inúmeras interfaces. está descobrindo, para potencializar as trocas
O educador pode promover o dessas experiências com o grupo e assim
reconhecimento e experimentação de também ter subsídios para novos
softwares, power point, editores de textos; encaminhamentos. As representações virtuais
internet e, nesse movimento, poderá também são atraentes e lúdicas, suas informações são
observar aprendizagens e avanços na geralmente muito claras, objetivas e lógicas,
construção de conhecimentos. A partir das facilitando a autonomia da criança e
suas observações e registros planejar novas favorecendo a exploração espontânea dos
propostas de trabalho para a exploração desses processos de leitura e escrita.
novos ambientes. Os editores de texto e os recursos de
Quando a criança se familiariza com a multimídia podem integrar as linguagens numa
máquina, abre-se um rol de oportunidades infinidade de cores e formas, sons orais, e
para ampliação de seus conhecimentos, musicais e movimentos, criando uma teia de
interage com outras crianças e educadores, combinações possíveis para a criança interagir
apropria-se dela como um portador de no seu contexto.

56
Marcas e narrativas

Ao fazer suas narrativas, seja numa roda Esses ambientes imersos em situações
de conversa, ou na construção de um texto de leitura e/ou escrita, por meio do
coletivo, em que o professor é o mediador da computador não afastam a criança de outros
produção das crianças, os ambientes do portadores e, sim, contribuem para

computador assumem um papel importante ampliação de seus conhecimentos.

para que as crianças avancem em direção a


“Nós, adultos, nem sempre temos
um comportamento leitor e escritor. consciência dos comportamentos leitores
que desenvolvemos ao longo de nossa
O computador pode facilitar ao educador
formação, mas, quando lemos em voz alta,
desenvolver, junto com a criança, atividades tais comportamentos saltam aos olhos das
crianças. Todos esses comportamentos são
que envolvam o uso da leitura e da escrita de aprendidos em especial nas rodas de
leitura, conforme o professor os vai
forma significativa. A construção de histórias paulatinamente explicitando aos
pequenos em uma experiência que deve
individuais e coletivas, de lista das músicas
ser vivida ao longo dos anos.” 2
preferidas do grupo, de enredos teatrais, de

organização de rotinas, são propostas que Realizar a leitura de um conto de

desencadeiam situações em que ela pode fadas, fábulas, poesias, poemas nos

realizar escritas. Contextualizar essa escrita ambientes virtuais é uma nova linguagem

com a criança é atribuir significados às suas que também desenvolve comportamentos

ações: escrever para organizar, identificar, leitores na criança.

relacionar, publicar algo, planejar e comunicar. O educador, ao apresentar histórias

As propostas não devem ser entendidas como por meio do computador com o projetor de

atividades soltas e pontuais, mas inseridas em multimídia, possibilita que a criança

um projeto ou em seqüência de atividades

mediante um planejamento. 2
Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagens e orientações
Didáticas /SME DOT EI-2007 p. 87

57
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

compartilhe as imagens, as músicas e narrativas

com diferentes interpretações,portanto,

quando o educador lê para a criança, seja um

livro, uma página de um site e até mesmo um

e-mail, quando o educador possibilita que a

criança possa ter contato com diferentes

portadores textuais por meio de ambientes

virtuais como imagens, simbologia icônicas,

freqüências sonoras, vídeos, gifs animados, ele

passa a criar oportunidades para que a criança

estabeleça relações com a função social da

escrita no contexto histórico atual.

58
Novas
janelas...
novos
olhares
59
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

60
Novas janelas. . . novos olhares

dor,
n o c o mputa
,
escrita
a g e n s oral e m emoçõ
es,
i n g u c r i a
As l antil,
o s i d a de inf a m a lei
tura
c u r i sc i n
am a ivas e fa
instig
e s in t e rpretat
laçõ
ecem re
estabel oral,
. l i n g u agem
eitura com a
e a rel terage das;
c r i a n ç a i n
c o m p artilha
s
A eitura cores,
; v i v e ncia l fontes,
s c r i t a (n o v a s
l e e scritas
musica s e novas e
tân e a
s espon
escrita tras). tam
a n h o s das le o r e s apresen
e tam a d
estilos os educ
p e r s p ectiva,
Nessa des.
s p o s s ibilida
a
cas ess
m s u a s práti
e

61
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

62
Novas janelas. . . novos olhares
HISTÓRIA “A BELA E A FERA””
EMEI Marcilio Dias – DRE Penha
POIE: Maria Polda do Carmo Cornetta Ramirez
veja
http://www.youtube.com/watch?v=6O4KnHlknSE
no C D
Como vimos, a criança não se intimida diante do computador. Não tem medo de arriscar,
por isso explora o computador, saciando sua curiosidade e testando suas hipóteses.
Veja agora, alguns exemplos do que vem ocorrendo nas Unidades Educacionais, como na
EMEI Marcílio Dias – DRE/Penha, que criou oportunidade de recontar a história: A Bela e a
Fera, permitindo que as crianças pudessem desenhar, escrever e recontar a história conforme
seu repertório. Para isso, foi usado o projeto multimídia como recurso para apresentação da
história; depois, numa roda de conversa, as crianças puderam recontá-la, cada um com suas
palavras e, por último, desenharam cada cena, reproduzindo as imagens que viram no livro.
Finalizando o projeto, a POIE gravou o reconto da referida história, conforme o reconto
das crianças.

CONTOS DE FADA
EMEI Eldy Poli Bifone – DRE Penha
POIE Cássia Marina Alves Pinto Paladino
veja
Profª Adriana Varlesi dos Santos
no C D Profª Neusa Basta
http://www.youtube.com/watch?v=Tyv4TF_yuMM
Veja, agora, duas atividades realizadas pela Unidade Educacional, partindo das histórias
apresentadas às crianças através de diferentes mídias como: CD e vídeos, os alunos puderam
tomar conhecimento de diferentes versões das histórias por meio da interpretação oral, da
roda de conversa, desenho livre, montaram quebra – cabeças dos contos Chapeuzinho
Vermelho e João e Maria, em relação ao conto Pinóchio, foram inclusive ao teatro
Brigadeiro assistir a peça. Após a apropriação das histórias, as crianças utilizaram o Paint
brush para fazer as ilustrações e identificar seus desenhos com a escrita dos seus nomes.
“Educar uma criança (...) exige algo a mais do adulto (...) uma certa generosidade de atitude e

63
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

BORBOLETAS
EMEI Rosa e Carolina Agazzi - DRE FO
Profª. Helena Cristina Penteado
veja
no CD Poesia “ Borboletas” de Vinícius de Morais
http://www.youtube.com/watch?v=b_8UhAdoT0w
Por meio da Arte visual, integrar cores, formas e movimentos a poesia escrita é
potencializar ambientes alfabetizadores para a criança.
http://www.educarede.org.br/educa/
index.cfm?pg=arquivoteca.ds_infoarquivo&id_arquivo=5577&id_pasta=656&id_comunidade=201
(comentário)

HISTÓRIA TODAS AS CORES


EMEI Rosa e Carolina Agazzi - DRE FO
Profª. Cilene de Moraes Cruz Heredia
veja
no CD http://www.youtube.com/watch?v=mEZKwxa4To4

....Ouvir a história: “Bom dia Todas as Cores” de Ruth Rocha, despertou o desejo nas
crianças de ter contato com o livro. Foi então que apresentei a proposta de construirmos
um livro no Power Point. ( Cilene)
http://www.youtube.com/watch?v=2paKdlCfTlU
(comentário)

64
65
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

66
Para além
do portfolio
67
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

68
uma disposição para devolver à criança – e

P
aos pais – os acontecimentos, os
pensamentos, os sentimentos e as idéias que

a ra fazem o cotidiano e a história da escola.


Exige uma capacidade de recontar, de
colocar os acontecimentos e as pequenas
histórias pessoais no contexto de uma
história mais ampla. De modo que um
momento de sua infância possa ser entregue
a
a cada criança. Além disso, a construção
da documentação sobre a criança é uma
l

maneira de lhe dar uma atenção especial e


é

de valorizar e identificar diferenças e estilos


individuais. Permite que cada professor
m

torne a experiência de cada criança única e


especial”1
do

O educador reconhece que a

documentação pedagógica deve trazer, em


p

seus modos de registrar, elementos para o


ort

planejamento de ações de intervenção da

criança e do educador e elementos para

entender diferentes tempos e percursos.


fo

O ato de registrar possibilita que o

educador contextualize suas informações,


li o

crie novas narrativas, dê novos rumos para

sua prática cotidiana e reconheça novas

1
GIOVANINI, D. In: GANDINI, L.;EDWARDS, C. Bambini: a abordagem italiana
à educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002, p.170.

69
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

formas de se comunicar e documentar as tanto o olhar do educador quanto o olhar da

experiências vividas pelas crianças na unidade criança.

educacional. Desse modo, os momentos e movimentos

Sendo assim, o registro e a avaliação são devem ser constantemente revisitados,

processuais e acontecem na ação permanente compartilhados e analisados, a fim de que

no presente da história individual e coletiva. construam a memória individual e coletiva

Registrar deixa marcas, sonhos, historiando seu processo de formação.

pensamentos, imagens, idéias... Constrói A criança sente alegria, interesse e

saberes, conhecimentos, histórias, portanto, satisfação de criar algo seu, e essa motivação

é preciso ir além da documentação pedagógica a leva a querer fazer coisas cada vez mais

como observação da criança no sentido de complexas, imaginativas e criativas,

classificá-la e categorizá-la. Tampouco aprendendo assim a observar, apreciar,

transformá-la como produção de um portfolio registrar, documentar e analisar os percursos

para exposição em mostras culturais. vividos pelo grupo e os seus.

A criança é sujeito desse processo e

deixar que ela própria registre implica em co-

autoria, em tomada de decisões, em


Por que as mídias contribuem
protagonismo diante da tarefa. nesse processo?
Quando a criança assume o registro

passa a explorar o mundo e as coisas que a Narrar histórias, registrar vozes, ruídos,
cercam sob seu próprio ponto de vista.Nesse as pausas e os silêncios, selecionar, reconhecer,
sentido, o registro se constitui numa ação que identificar sua voz, a dos colegas e sons
requer constância nos fazeres, contemplando diversos são possibilidades para a criança expor

70
Para além do portfólio

as suas produções exercendo seu protagonismo pois requer compromisso e exige a utilização

no processo educativo. de diferentes instrumentos para a

O uso das mídias no universo infantil democratização das informações, ao se levar


possibilita que a criança possa ver-se e em conta que as escritas devem ser transcritas,
reconhecer-se no desenvolvimento de lidas; as imagens, slides devem ser expostos,
atividades diárias, o que contribui na busca interpretados e os vídeos vistos e revistos.
de significações nas imagens apresentadas que Esse processo precisa ser periodicamente
podem revelar percepções de outros ângulos analisado e construído por fluxos constantes
e enquadramentos. de informações, assim possibilitam que os
A criança pode fotografar a si mesma, registros dos fazeres da escola, dos
lugares, pessoas, ambientes educativos, suas educadores, das crianças, das famílias,
produções e a dos outros. Ela ainda pode filmar, apresentem interações de uma história de
criar roteiros, cenários, escolher personagens, aprendizagem e mudanças de paradigmas na
figurinos, sonoplastias, produzir um filme, medida em que todos passam a ser autores
gravar fitas de vídeo que mostrem seu desse processo.

cotidiano. Esse procedimento permite que se

tornem autores e se defrontem com suas “...Cada grupo pode definir e registrar
o que fará parte da História e ser produtor,
produções e propostas por meio de desafios,
guardião e difusor de sua própria história.
além de potencializar a construção da
Promover iniciativas de registro de
identidade de grupo e de sua própria imagem memórias é ampliar o número de autores na
ao se ver e ao outro no registro. História.

Uma tarefa nada fácil, porém desafiadora,

71
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

A História é feita pelas pessoas. De um


lado, ela faz parte e se relaciona com os
acontecimentos e rumos coletivos. De
outro, participará da autoria desse registro .

Articuladas, as narrativas produzidas


por diferentes indivíduos, grupos e
instituições tecem uma nova memória
social, plural e democrática...” 2.

2
Texto elaborado a partir de: Lopes, Imaculada: Memória social:
uma metodologia que conta histórias de vida e o desenvolvimento local -
São Paulo: Museu da Pessoa: São Paulo, Senac, 2008.

72
Para além do portfólio

à
c a p o s sibilita
i
midiát oo
l i n g uagem e s s altand
o d a v o , r
O us l criati
s e u p otencia d utora
de
r a r o e p r o
a explo diz
crianç n t o apren s e coleti
vas.
n q u a i d u a i
pel e s indiv
seu pa r i d a e m açõe tempo
real,
, i n s e e s d o
imento os faze
r
conhec c o m unica d os em
sua
e g i s t r o r c e b i
O r não pe
t o s v i vidos e
spec
ndo a
desvela esente. onais
n o t e mpo pr d e s e ducaci
ância unida
import iva, as ro nas
s s a p e r s p e c t
i c a s d e regist
Ne t
am prá
l a present gico.
çã o I nfa n t i
fa z e r pedagó
ca o
de Edu lizam
d i a s p otencia
s mí
quais a

73
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

74
Para além do portfólio

PASSADO , PRESENTE E FUTURO


veja
EMEI Montessori – DRE IQ
no CD Coordenadora Pedagógica: Gabriela Reis de Santana Carvalho
http://www.youtube.com/watch?v=DOA1Kqu6u4g

Com experiências continuadas utilizando computadores em sua Brinquedoteca,


a EMEI Maria Montessori apresenta duas experiências: uso de telão para
apresentação de atividades e uma Feira Cultural com a temática “Passado,
presente e futuro do bairro”. O uso das diversas mídias permitiu não somente
gravar, apresentar e organizar os registros, mas se mostrou fundamental como
processo de registro da prática pedagógica e da construção da história e da
memória do bairro.

IDENTIDADE EM FOTO E VÍDEO


CEI Jardim Aricanduva - DRE IQ
veja
no CD Profª Edileuza da Conceição Ferreira
Profª Fernanda Spezamilio
Coordenadora Pedagógica – Solângela Ferreira
http://www.youtube.com/watch?v=rBTQjPiylrA

Criando oportunidade para o manuseio de equipamentos — máquina fotográfica,


filmadora e computadores para a obtenção e apreciação de fotos e vídeos, o
trabalho realizado no CEI Jardim Aricanduva gera material de registro além de
atuar como meio de partilha de conhecimentos e produto num processo de
construção de sua identidade e imagem pessoal e no grupo.

UM REGISTRO QUE DEU O QUE FALAR


CEI Penha – DRE PE
Profª Maria Andréa Oliveira
veja
no CD http://www.youtube.com/watch?v=gHDn5zsBgbI

Um relato contando como a educadora do CEI Penha começou a registrar sua


prática pedagógica utilizando recursos tecnológicos, para reflexão, ação e registro
das mesmas, fazendo uma relação dos avanços e necessidades das crianças,
promoveu ampliação e compreensão das intenções e ações entre os envolvidos
no processo educativo.

75
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

76
Ciranda
do tempo
77
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

78
O que é ciranda?

C
“Os cirandeiros e cirandeiras dançam numa

ir a grande roda girando em sentido anti-


horário, tendo o mestre cirandeiro, ao meio,
como figura principal, juntamente com os
músicos, na maioria com instrumentos de
percussão. De mãos dadas, os participantes
n
mesclam passos simples com o movimento
das mãos, como que imitando as ondulações
do mar. A grande roda vai absorvendo sem
da d
qualquer impedimento de idade, raça, cor,
religião, sexo ou classe social, as pessoas
que se prontificarem a participar e quando
atinge um tamanho superior ao espaço,
abre-se uma nova roda no interior. Sair ou
entrar na roda fica a critério de cada um,
não havendo limite em número de pessoas.
O mestre cirandeiro é quem puxa o ritmo,
o

tirando cantigas, as cirandas, improvisando


versos, tocando o ganzá e “organizando a
brincadeira”. 1
tem

Iniciamos esse texto trazendo um

pouco desse movimento da ciranda que nos

remete à deliciosa brincadeira de partilhar com

o outro: passos, ritmos, cantigas e formar


po

assim uma composição que se caracteriza pela

diversidade e intensifica o movimento coletivo.

Trazemos a ciranda numa metáfora de beleza,

integração e socialização.

1
Site vbemtempo.blogspot.com/2007/02/nesse-ms-o-em-tempo-destaca-
sabedoria.html ( texto de Marcos André de Carvalho Lins –
acesso em 02/10/2008

79
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

Ciranda do tempo Esse ambiente de colaboração e

inovações diante do uso de equipamentos


“A curiosidade e a observação são
características presentes nas crianças como: máquinas digitais, filmadora, DVD,
desde a mais tenra idade. Através delas e
dos questionamentos que fazem aos vídeo, o uso conjunto da dança, a música,
adultos próximos, as crianças buscam
histórias, jogos, enfim essa gama de
entender e compreender o mundo que as
cerca, tanto o físico como o social. Vivendo possibilidades se traduz numa nova maneira
em um meio repleto de produtos da ciência
e da tecnologia, elas manipulam objetos e de se apropriar do conhecimento.
experimentam ações na busca de
explicações de seu funcionamento. Da Pensar as linguagens numa abordagem
mesma forma, buscam entender o “como”
midiática é ressignificá-las potencializando
e o “por quê” das coisas e dos fenômenos
da natureza e da sociedade em que recursos. Ao revisitá-las, tecemos diálogos,
vivem”. 2
desvendamos novos ambientes e

A linguagem midiática aliada à prática penetramos no mundo da exploração e da

cotidiana suscita novas descobertas tanto pela criatividade sob diversos olhares, numa

criança quanto pelo educador. Ambos podem ciranda sem fim.

interagir por meio da tecnologia na condição de P r o p o m o s u m a c o nv e r s a , n e s t e

aprendizes. movimento de ciranda, numa dança coletiva,

O diálogo entre as múltiplas linguagens de mãos dadas, pois “A dança é uma forma

e as tecnologias aponta para um ambiente de integração e expressão tanto individual

muito mais produtivo que promove a quanto coletiva, em que o aluno exercita a

aprendizagem colaborativa e inúmeras atenção, a percepção, a colaboração e a

possibilidades de exploração. solidariedade”. 3

3
2 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto – Secretaria de Educação
Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagem e Orientações Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a
Didáticas/ SME DOT EI/2007 – p.96 Educação Infantil, Brasília: MEC/SEF, 1997. v.1-3 p 58

80
Ciranda do tempo

O registro de uma atividade de dança, produzidas a partir da dança podem envolver

por meio de fotos ou filmes, pode contribuir a criança em momentos de apreciação,

para a formação do educador numa proposta percepção estética e sensibilidade. É aprender

de discutir, revisar o processo e replanejar a ver a arte de outro ponto de vista e trazer

novas ações. Dessa forma também poderá para as discussões do cotidiano as diferenças

auxiliar na ampliação do repertório da e peculiaridades de cada um.


criança. Sendo assim para o educador essa
“O aluno deve observar e apreciar as
ação pode sustentar o ato de rever, refletir atividades de dança realizada por outros
(colegas e adultos), para desenvolver seu
e replanejar a partir do que a criança já sabe,
olhar, fruição, sensibilidade e capacidade
possibilitando intervenções pontuais e analítica, estabelecendo opiniões próprias.
Esta é também uma maneira de o aluno
provocando novas relações com esses compreender e incorporar a diversidade de
expressões, de reconhecer indivi-
recursos. dualidades e qualidades estéticas. Tal
Este registro só terá sentido mediado fruição enriquecerá sua própria criação
em dança”. 4
pela intencionalidade do educador. Assim,

atribuir a esse movimento que passa pelo Utilizando o vídeo, DVD e o próprio

olhar do educador e é devolvido para a computador, o educador pode apresentar

criança, a fim de que esta possa se à criança espetáculos de dança, balé,

reconhecer, se manifestar e reelaborar danças folclóricas e outras, promovendo


suas hipóteses e referências em relação a experiências que possibilitem a ela
si e ao grupo é dar vida e significado ao conhecer a dança como manifestação

ato de registrar por meio das tecnologias. coletiva, como produto cultural e

Fotografar ou filmar a criança no apreciação estética.

momento da dança pode significar novos


4
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto – Secretaria de Educação
olhares ao grupo e a si mesmo. Imagens Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil, Brasília: MEC/SEF, 1997. v.1-3 p 50

81
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

Dançar, segundo Barreto, é “este musicalizadas ou um CD gravado com as

constante apaixonar-se e admirar-se músicas preferidas do grupo.

diante das essências das c o i s a s , d a s Assistir a um concerto no DVD possibilita à

pessoas e do mundo”. A dança pode criança desenvolver a atenção, apreciação e

produzir imagens e suscitar emoções no interação com a música como representação

decurso de registros significativos, cultural.

enriquecendo assim o uso das tecnologias A História musicalizada, quando mediada

e suas diferentes linguagens. pelo educador, pode ser uma boa situação de

Da mesma forma que a dança, a música aprendizagem, uma vez que o desenvolvimento

também é parte integrante da linguagem dessa atividade pode tornar-se um grande desafio

midiática. para a criança diante da necessidade de negociar

com o outro a escolha das músicas que irão compor


“Ao ouvir música, a criança passa a praticá-
la prazerosamente: motiva- se pelo seu a história selecionada, o ajuste do estilo da música
aspecto lúdico e intera-se com ela numa
participação integral (mente, corpo e ao enredo e o planejamento do tempo para cada
emoção)”. 5
produção. Esse processo envolve a criança em

Neste contexto, música, som e situações de tomada de decisões, organização e

tecnologia recriam um cenário de manipulação das mídias, como gravador, Power

dramaticidade, despertam emoções muitas Point ou Movie Maker.

vezes esquecidas. A gravação de um CD com as músicas


A música, por meio do computador, pode preferidas do grupo é uma atividade que
ser apresentada em diversas formas: uma possibilita à criança, em conjunto com o
apresentação de um concerto no DVD, histórias educador e os pais pesquisar, selecionar e

5 coletar músicas da internet, elaborar lista


ÁVILA, Marli Batista; SILVA, Karen Batista Ávila. A música na Educação
Infantil. In: NICOLAU, Marieta Lúcia Machado; DIAS, Marina Célia Moraes.
(org). Oficinas de sonho e realidade na formação do educador da infância.
Campinas: Papirus, 2003, p.79
com os nomes das músicas que irão compor

82
Ciranda do tempo

o repertório e criar a capa do CD numa o desenvolvimento da tarefa que exige atenção


proposta de produção coletiva. e preparo da criança. Para a criança, o seu
Um aparelhinho de som instiga a maior desafio é construir essas narrativas, a
curiosidade da criança e pode tornar-se um cadência, os ritmos apropriados aos recursos
objeto de aprendizagens, exploração e que estão colocados à disposição e o tempo
exercício de autonomia. A possibilidade de da apresentação.
a criança manusear aparelhos de som, Esse tipo de atividade possibilita várias
escolher um CD para tocar no computador a formas de desdobramento, pois pode ser

privilegia como usuária desses portadores, realizada também com a inserção de imagens

instiga à investigação e, conseqüentemente, da criança no momento da narração. Tanto no

à produção de novos conhecimentos. CEI quanto na EMEI pode ser ricamente

Quando o educador estimula a criança a explorada entre grupos, as crianças maiores

participar desse mundo cheio de botões podem fazer narrações de histórias para os

mágicos, ele proporciona diferentes formas menores, atribuindo-lhes autonomia e co-

de significar e aprender a utilização desses autoria.

recursos. A utilização do microfone para uma

Estimular a criança a narrar histórias, apresentação pode contribuir para boas

parlendas, adivinhas, cantar canções, oportunidades de d e s i n i b i ç ã o, de

utilizando os recursos do Audacity, Movie desenvolvimento da linguagem oral e para

Maker, Power Point ou o próprio gravador de a ampliação do seu repertório. Dar voz à

som do computador, são atividades que criança é permitir que ela faça escolhas, dê

desencadeiam grandes desafios. Para o opiniões, oferecendo-lhe um ambiente de

educador, uma nova forma de planejar, exercício de autonomia e liberdade de

organizar tempos e espaços adequados para expressão.

83
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

“Quando a criança é ouvida e sente que pode toda imagem tem em si movimento,
manifestar seus pensamentos, compartilhando-
os com um real interlocutor, reconhece melhor musicalidade, sonoridade, sabores e
suas preferências e parece sentir-se mais segura
para fazer suas escolhas nas brincadeiras, nos saudade...
desenhos etc.” 6
“Todo lugar tem um potencial pedagógico,
Descobrir e produzir sons diferentes explícito ou implícito. As paredes falam, têm
ouvidos, guardam segredos, dão arrepios,
ganham destaque quando o educador emocionam, fazem-nos lembrar, sonhar,
a p r e s e n t a a s n a r ra ç õ e s d a s c r i a n ç a s pensar. Em toda a organização espacial,
seja berço ou cidade, há uma forma
gravadas por meio de recursos de mídia. silenciosa de ensino.” 7

A tela do computador também dá vida e


Fotos das crianças e de seus familiares
movimento as atividades de selecionar e
quando expostas no ambiente da escola podem
identificar sons de animais, instrumentos
estreitar vínculos e propiciar momentos de
musicais e outras sonoridades.
aconchego. Sob o olhar curioso da criança, essas
Integrar música e tecnologia é permitir
imagens trazem novas formas de interação e novas
à criança desenvolver outras capacidades,
experiências na relação com o outro e com as
ampliar o seu universo de sons, movimentos
diferenças estabelecidas no grupo.
e imaginação, numa prática que transcende
Neste percurso, o educador pode elaborar
a exploração e a criatividade, fazendo do
murais utilizando essas imagens e
processo o maior aprendizado.
proporcionando à criança esse movimento de
A dança e a música trazem além de seus
aproximação entre a escola e a família.
movimentos também as suas imagens, pois

7
FARIA, Ana Beatriz Goulart de. Pedagogia do lugar: pequena coleção para
6 colaborar na construção e ocupação dos territórios da infância. In: FARIA, Ana
FERREIRA, Paulo Nin. Artes Visuais na Educação Infantil. In: NICOLAU,
Marieta Lúcia Machado; DIAS, Marina Célia Moraes. (org). Oficinas de sonho Lúcia Goulart de Faria; MELLO, Suely Amaral. (org). Territórios da Infância
e realidade na formação do educador da infância. Campinas: Papirus, 2003, linguagens, tempos e relações para uma pedagogia para as crianças pequenas.
p.146 Araraquara:Junqueira & Marin, 2007, p101

84
Ciranda do tempo

Criar ambientes, nos quais a criança Da exploração desse ambiente

possa ver a si mesma, é acolher a imagético podem originar atividades de

diversidade que está posta no grupo, investigação e curiosidade, pois envolve a

t ra z e r p a ra o c o n t e x t o d o e s p a ç o d e criança como um todo, dando a ela a

aprender as peculiaridades características possibilidade de registrar suas etapas de

de cada uma e reconhecê-las como sujeito crescimento e suas aprendizagens, desde as

de sua história. mais simples até as mais elaboradas, como

Desta forma, a imagem ocupa um lugar amarrar o tênis, trocar de roupa sozinha

de relevância no trabalho com a identidade entre outras.

de cada um do grupo, pois cada imagem Para tanto, é possível construir um


produzida vem carregada de emoções, álbum de cada criança, utilizando-se das
histórias e individualidades, como também imagens dos momentos vividos na

de grupo. unidade. Esse registro pode apontar dados

Neste sentido, o educador pode realizar importantes no seu desenvolvimento como

outras atividades que contribuem para que a peso, altura, cor dos olhos, do cabelo, as

criança observe e perceba o seu próprio corpo. primeiras palavras ou os primeiros passos.

Atividades com o uso do espelho, quando É permitir que a criança se reconheça em

associadas às fotos da criança, enriquecem sua individualidade, em seu processo de

situações de aprendizagens e podem resultar crescimento e na apropriação de seus

num movimento de exploração da própria n ovo s c o n h e c i m e n t o s . E s s a a t i v i d a d e

imagem, da expressão facial e das mais torna-se ainda mais rica na medida em que

diversas sensações, estimulando o ato de olhar o educador envolva os pais nesta

para si e para o outro no desenvolvimento construção, coletando histórias de sua vida

das relações interpessoais. e também imagens de seu acervo pessoal.

85
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

Refazer essa trajetória e reconhecê-la como com o mundo, por meio de linhas, traçados,

protagonista é atribuir-lhe a responsabilidade cores, texturas e outras marcas características


de suas marcas pessoais. de uma obra de arte.
Construir um quebra-cabeça com a foto Dar acesso à criança a um vasto
do grupo também é uma atividade prazerosa repertório visual ajuda o educador a oferecer
e que partilha desses pressupostos. para a criança ambientes de observação e

reflexão sobre a arte.


“A força do encontro da imagem com o
olhar, segundo Costa (2002) é respeitada e A roda de conversa pode se constituir num
reconhecida como o mecanismo mais
sensível e marcante para a percepção, importante momento da manifestação verbal
impressão, inteligibilidade e representação
das idéias da criança. Nesse espaço de
da realidade do ser humano” 8
negociações podem-se estabelecer combinados,

Ainda no campo das imagens, o educador levantar temas de interesse da criança, discutir

pode explorar o trabalho com a arte visual que sobre a escolha dos materiais e das obras que

pode enveredar por caminhos de sensibilidade serão utilizadas. Torná-las disponíveis por meio

e apreciação. A criança ocupa o lugar de do computador possibilita ao educador outras

apreciador. É olhar a arte a partir de suas formas de organização no trabalho com

representações culturais, é partilhar de um imagens. Pode o educador oferecer à criança o

mundo de simbologias e criação. ambiente do Paint brush para que ela num

Neste contato com a obra a criança pode movimento de releitura, crie a sua própria

experimentar novas formas de se relacionar composição, sem, no entanto, copiar a obra em

questão, mas recriá-la na sua própria leitura,


8
texto de MARCONATTO, Simone Cleuse. A Infância e a Linguagem utilizando-se dos recursos de luz, sombra,
Audiovisual. In: Seminário “Mídia, Educação E Leitura”, VII, 2007, São
Paulo. Disponível em: <. Acesso em: 07 nov. 2008 no site:
http://www.alb.com.br/anais16/sem05pdf/sm05ss03_06.pdf> texturas e cores que aquela obra traz.

86
Ciranda do tempo

A obra realizada no computador também modelagem, pintura entre outras, que por meio
pode ser trabalhada no papel pardo ou cartolina, das mídias ganham novas composições, novos
permitindo que a criança experimente numa fazeres, criando novas trajetórias na produção
mesma proposta outras dimensões e outras de conhecimentos.
texturas, na medida em que percebe diferentes A arte integra várias experiências,

traçados usados pelo artista e os utiliza nas suas propicia o confronto de idéias, a ruptura com

próprias composições. estereótipos e amplia a visão de mundo.

Não se trata apenas de reproduzir


“ Da minha aldeia vejo quanto de terra se
uma obra de arte, mas deixar que o pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como
processo de fruição seja o mais outra terra qualquer.
Porque eu sou do tamanho do que vejo
importante, a fim de que, a criança na E não do tamanho da minha altura”.
( Fernando Pessoa)
interação com a obra e com vários recursos

midiáticos possa ampliar seus À luz dos holofotes entra em cena a


conhecimentos e seu repertório cultural. linguagem teatral em harmonia com os

Depois do trabalho pronto, pode-se movimentos da dança, da música e das

realizar uma exposição com as obras das imagens que se entrelaçam nessa ciranda e

crianças, convidando diversos públicos convidam crianças e adultos a desfrutarem dos

para apreciá-las. brindando um processo seus ritmos e de sua beleza.

rico em aprendizagens, sensibilidade, O cenário que envolve a linguagem

criatividade e apreciação. teatral possibilita ao educador investir em


Cabe ressaltar as inúmeras possibilidades atividades próprias do universo infantil sempre
de exploração e criação em atividades como: imerso na imaginação e na fantasia. Desta
escultura, desenho, fotografia, vídeos, forma, os recursos midiáticos colaboram para

87
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

uma ação investigadora, permeada pela especial ao inserir ilustrações da própria

ludicidade do ato de criar. criança, utilizando-se dos recursos do Power

Filmar e apresentar uma peça teatral Point ou Movie Maker recorrendo ao projetor

produzida pela criança ou a partir dos contos de multimídia no momento da apresentação.

de fadas, pode ser o resultado de todo um Toda essa estrutura exige do educador

processo de aprendizagem que traz como pano e da criança boas situações de planejamento,

de fundo o mundo do faz-de-conta. Assim, intervenções e negociações.

envolver a criança nessa construção pressupõe A escrita da história, das falas dos atores,

atuar num contexto de trabalho coletivo, de bem como a elaboração de listas dos

criação e de negociação constantes. Numa personagens, dos acessórios, entre outras, são

proposta de construção coletiva, elaborar demandas que aparecem no percurso da

uma história é apenas o começo de uma proposta e que deverão ser organizadas em

série de atividades que se integram com a etapas e profundamente exploradas, uma vez

tecnologia para a composição de um enredo. que se trata de ambientes de leitura e escrita

Entra em cena a criação dos personagens e carregados de significados.

seus figurinos, a escolha dos acessórios, das A organização de um canto para

músicas, o movimento dos ensaios, a produções fotográficas pode ser uma boa

elaboração do cenário e a apresentação. opção. Prover esse espaço com espelho,

Atividades que requerem novas disposições acessórios, fantasias e permitir que a criança

nos espaços e tempos da escola, uma nova fotografe esses novos personagens, do seu

forma de pensar o conhecimento e as ponto de vista, é colocar em jogo a

produções da criança como protagonista. imaginação e a criatividade de cada um. A

O cenário pode ganhar um destaque criança, nesse momento, i nv e n t a

88
Ciranda do tempo

personagens ligados ao seu cotidiano e, a estabelecidas em cada grupo, adequar

partir dessas imagens produzidas, o estratégias e assegurar a participação de todas

educador pode possibilitar a criação de uma as crianças em todas as etapas.

história coletiva, utilizando várias formas de


“As necessidades decorrentes de limitações
apresentação: oral com o uso do microfone, não devem ser ignoradas, negligenciadas,
ou confundidas com concessões ou
imagética, utilizando o projetor de necessidades fictícias. Para que isso não
ocorra, devemos ficar atentos aos nossos
multimídia, filmagens e outras.
conceitos, preconceitos, gestos, atitudes e
É importante que a criança ocupe posturas com abertura e disposição para
rever as práticas convencionais, reconhecer
espaços diferentes nessa produção, ora como
e aceitar as diferenças como desafios
espectador, ora como ator, ora como diretor positivos e expressão natural das
potencialidades humanas. Dessa forma, será
para que ela possa refletir sobre os vários possível criar, descobrir e reinventar
estratégias e atividades pedagógicas
papéis que envolvem uma construção teatral.
condizentes com as necessidades gerais e
As imagens produzidas a partir da arte específicas de todos os alunos e de cada um
dos alunos.” 9

cênica fazem emergir conteúdos

significativos que podem ser explorados nos As múltiplas linguagens presentes no

momentos de formação. universo midiático trazem ao cotidiano

Debruçar-se sobre essas produções educacional uma dimensão muito mais

implica num campo de possibilidades para ampla, pois reforça o fato de que somos o

reavaliar o processo, pensar novas ações e tempo todo aprendizes na interação com o

refletir sobre os conhecimentos que essa novo e com o outro.

linguagem pode proporcionar à criança e quais


9
Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento
os avanços possíveis. É pensar nas diferenças Educacional Especializado. MEC/SEESP 2007, p.13.

89
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

Há um diálogo possível das tecnologias e


Assim
vol
suas diferentes linguagens, porém nem sempre tam
os
entendido como objeto de aprendizagem. É à

ci
randa...
preciso um olhar mais atento para o uso desses

recursos, a fim de que não se cristalizem numa


qu
prática esvaziada de intenções. tra e
a dan z
ça, a música, o
Com o computador, o educador pode te
at
r
c r i a r e r e c r i a r e s p a ç o s p a ra a s m a i s

o;
o
variadas linguagens, aprendendo e

desenh
reaprendendo a explorar com a criança
o,
espaços interativos. a sl
etra
O que se propõe na verdade não é o
s, a arte; que traz a câme
r a

,o
uso do computador que afasta a criança do

vídeo
seu tempo de ser criança, mas que integre

de maneira coerente esse universo infantil

o
co
m
partilhando com ela histórias de reis, put
ador que traz a criança
.Q ..
rainhas, príncipes e princesas que hoje, sem
u
e

dúvida nenhuma, utilizam celulares para


tra
z

resolverem os problemas de seus castelos.


no tem

A escola é um lugar de aprendizagens e


o
p

encantamentos que convida adultos e crianças o


rit
mo
a buscarem sempre novos desafios na de
cad
a um
trajetória do aprender. .

90
Ciranda do tempo

an tes”
terpret
t é r p r ete e in 6 5 )
in p. 1
re tações, Ática
“Interp
..
iro. Ed
(Ferre
iven do
o e rev litam
Revend gens, possibi
lingua
outras
ca , entre bservar
,
a músi c ador o
a, o teatro, eo e d u
A danç os. Cab ciência
n o v o s desafi a cons
c r i a m t e u m
as, ian
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i fe s t a ções esp r a i n tervençõ
ça man pa
à crian lógicos
tos metodo icação
,
er in strum en
o s d e comun
r e t me i
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n a d i gital e possibi
litam
c a . á q u i s s i m ,
gi m a
pedagó dora, a gens e,
A filma r e a s lingua
iranda
en t onal.
o s d e c a d e E ducaci
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esses m s fazer adeiro
reg i s t r a m
s i g n i fi c a r o
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car e r registr
signifi é que o
ato de ersp e c t i v a
Nessa p roposta
.
s e n t a a sua p
s apr e
o Gome
Eduard

91
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

92
Ciranda do tempo

DANÇANDO NA ESCOLA
EMEI Brigadeiro Eduardo Gomes
veja
no C D Coordenadora: Samantha Schleumer
http://br.youtube.com/watch?v=1Wxz8D6ADoY

Na seqüência didática “Elementos da dança”, CD de música, aparelho de som, DVD


de dança contemporânea, máquina fotográfica foram utilizados pelos educadores para
o desenvolvimento da proposta com os alunos. O filme, produto de todo esse
trabalho, foi passado para os alunos para que revendo e revivendo a experiência
pudessem tecer comentários e observar seus próprios movimentos, servindo também
de avaliação para o professor, da ampliação de repertório de movimento e elementos
específicos da dança.

Nosso trabalho cotidiano tornou-se ainda mais instigante, interessante e comunicativo


com a utilização da tecnologia...
veja http://www.educarede.org.br/educa/
no C D
index.cfm?pg=arquivoteca.ds_infoarquivo&id_arquivo=5797&id_pasta=656&id_comunidade=201
(comentários da coordenadora e das crianças)

93
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

94
E assim...

95
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

96
Tecer novos percursos não
é tarefa fácil, exige experi-
mentar outras texturas, ar-
riscar diferentes traçados e
E assim
buscar na arte formas de
criar e recriar os fazeres do
dia a dia.

Assim deixamos marcas,


desejos, sonhos, crenças,
provocando novos olhares
aos registros individuais e
coletivos que estão para
além do tempo, para além
dos muros.

Dessa forma foi possível


...

trazer o tempo dos fazeres


da Educação Infantil para o
tempo das tecnologias num
movimento de ciranda.

Ciranda do tempo, da
criança, das linguagens.
ciranda que continua...
sempre...
e sempre...

VÍDEO DE ENCERRAMENTO DO LIVRO


SME/GRUPO REFERÊNCIA
veja
no C D http://www.youtube.com/watch?v=00mpAtBIHLw

97
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

98
Agradecimentos

Com a intencionalidade de produzir um material coerente com as práticas das Unidades Educacionais, o grupo
referência se propôs a escrever esse livro como uma forma de iniciar um diálogo, de suscitar a curiosidade dos

educadores e estimular o uso de novos recursos que podem contribuir para novas aprendizagens.

Esse material aponta possibilidades de interagir com o mundo midiático desde a infância, atribuindo-lhe
significado e importância para novas descobertas.

Quando o grupo referência se propôs a escrever esse livro debatíamos entre a vontade de descrever os estudos,
mostrar resultados, desejos de pronunciar textos não densos e enfadonhos, conversar sobre as possibilidades, mas

não engessar as propostas.

Para tanto, abordamos dialogicamente as concepções pedagógicas de Educação Infantil vinculadas aos estudos
sobre tecnologia e linguagem midiática, na perspectiva da construção de currículo.

Desse modo, aprendemos durante o nosso percurso a construir conhecimentos, integrando-os as práticas
pedagógicas desenvolvidas pelos educadores permeadas pelas tecnologias pertencentes às Unidades Educacionais, no

processo de aprendizagem dos saberes, fazeres e das novas culturas do mundo infantil.

Portanto, queremos agradecer ao grupo, aos colaboradores pelos seus préstimos e dedicação ao livro e
principalmente aos educadores da Rede Municipal de São Paulo que, ao conhecer essa proposta, se sentiram parte
dessa construção, compartilhando os seus fazeres para a publicação. Esperamos que os conteúdos abordados apontem

caminhos novos para as Unidades de Educação Infantil.

Equipe de Informática Educativa

99
As mídias no universo infantil - um diálogo possível

100
Referências
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As mídias no universo infantil - um diálogo possível

104

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