Diário de Bordo - Educação Do Campo, Indígena e Quilombola
Diário de Bordo - Educação Do Campo, Indígena e Quilombola
Diário de Bordo - Educação Do Campo, Indígena e Quilombola
A disciplina “Educação do campo, indígena e quilombola” tem como principal objetivo apresentar
esta modalidade de ensino indicando os parâmetros presentes na legislação específica para cada um
dos segmentos desta educação que leva em conta as particularidades sociais e étnico-raciais. No
final do século XX, seguindo recomendações da ONU aos estados signatários, o Brasil começou a
implementar políticas públicas que reconhecem as diferenças culturais presentes na nação,
particularizando a forma de ofertar a educação. Desta forma nasceram escolas voltadas à educação
do campo, indígena e quilombola (MARÇAL; LIMA, 2015).
Nem sempre a educação trilhou estes caminhos. Por muitos anos estas populações foram tratadas
como sendo estranhas à nação, pessoas que precisavam ser integradas ou mesmo sofrer uma
evolução para se amoldar aos parâmetros nacionais estabelecidos. Intelectuais brasileiros já
defenderam ideais racistas baseados no Darwinismo Social no início do século XX (CARVALHO et
al., 2013). Nos discursos o índio era apresentado como alguém não predisposto ao trabalho, o
africano como alguém incompatível como a evolução nacional e o caboclo (trabalhador do campo
na época) como alguém rude e pouco civilizado. Desta forma a educação refletia a desigualdade
presente no discurso nacional. Vicente de Paulo Vasconcelos, em 1939 “É claro que os índios, assim
como o negro, terão que desaparecer um dia entre nós, onde não formam ‘quistos raciais’
dissolvidos na massa branca cujo afluxo é continuo e esmagador (...)” (GARFIELD; COLLEGE,
2005, p. 18). Hoje a constituição garante a proteção do Estado para que estes grupos culturais e
étnico-raciais possam continuar mantendo suas línguas, culturas e terras. É na esteira desta
mudança, protagonizada na constituição cidadã, que estas modalidades de educação ganharam
espaço no cenário nacional influenciando documentos como a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei 9.394/1996) e Plano Nacional de Educação – PNE 2014 -2024 (Lei 13.005/2014).
Para darmos início a este trabalho vamos começar visitando a formação histórica destes grupos. O
ponto de tensão em comum entre eles é a questão fundiária visto que as tensões no campo sempre
fizeram parte do histórico destes grupos sociais.
“O monopólio da terra no Brasil tem suas origens ainda no século XVI, com as Capitanias
Hereditárias, que foram doadas pelo Rei Dom João III a nobres de sua confiança. Estas capitanias
dividiram o Brasil em 15 (quinze) extensões de terra que tornaram-se propriedades de fidalgos
portugueses. A estrutura fundiária brasileira de grande propriedade formou-se a partir daí.”
(ROCHA; CABRAL, 2016, p. 76)
Com as grandes extensões de terra era necessária a presença de grande contingente de trabalhadores
capazes de garantir a lucratividade da mesma. Desta forma a opção escravista ocorreu. Inicialmente
atingindo o indígena e seguindo em direção ao negro africano. Da mescla destas formas de
escravidão surge o caboclo, o mulato e o mameluco, os primeiros a se dedicarem á agricultura
familiar em solo brasileiro. O conflito entre os interesses dos grandes latifúndios e dos pequenos
produtores, bem como a busca de desalojar indígenas e negros fugidos, geraram um panorama que
ainda não se encontra superado no âmbito nacional.
Este será o tema desta primeira unidade, a compreensão da formação destes grupos, suas demandas
e a busca pela significação de seus projetos. Também aproveitaremos para compreender como o
preconceito e as teorias raciais foram elementos constitutivos da exclusão social destes grupamentos
sociais e étnico-culturais.
Na segunda rota visitaremos as questões culturais destes grupos. Na terceira, quarta e quinta rotas
visitaremos as questões legais que embasam esta forma educacional. Na última rota faremos um
estudo de caso guiado, seguido pela oportunidade de você exercitar-se construindo um estudo
próprio.
Diversidade étnica:
Todas as etnias se encontram representadas em nossa nação brasileira. Se somos tão diversos, será
que ainda existe preconceito racial no Brasil?
- Sílvio Romero (1851-1914): negros como derrotados e decaídos a serem salvos pelo homem
branco;
- Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906): compreendia que os traços do indivíduo poderiam revelar
a natureza criminosa;
- Arnaldo Vieira de Carvalho, Oliveira Viana e Renato Kehl foram expoentes da eugenia;
- Cristalizaram-se ideais como o índio não ser afeito ao trabalho, o negro ter tendência ao crime e
contrário à civilização;
- Caboclo sendo a junção de todos estes defeitos (vindo das raças inferiores), sem vontade de
ascender socialmente.
- Os índios, como primeiros habitantes das terras brasileiras foram sistematicamente escravizados
ou expulsos de suas terras;
- Os negros, trazidos à força da África não tinham direito nem a terra nem a liberdade;
- Com a abolição o negro saiu do ambiente de servidão sem nenhum direito fundiário;
- Conflitos entre índios e brancos pela posse da terra ainda são uma realidade no Brasil, mesmo com
a Constituição tratando do tema;
- Os quilombos permaneceram até a década de 1990 sem a possibilidade de demarcação. Ainda
existe conflito sobre este tema no Brasil;
- Durante a República Velha dois grandes massacres ocorreram tendo como pano de fundo a
questão fundiária camponesa no interior do Brasil: Canudos/BA (1893-1897) e Contestado/PR e SC
(1912-1916);
- Ainda hoje o conflito agrário produz mortes e cria as condições para a existência de focos de
resistência que são os movimentos de reforma agrária como o MST.
Os grupos aqui tratados recebem, de alguma forma, o amparo legal destas ações afirmativas de
âmbito federal. Nesta rota, serão tratadas as questões culturais que permitem compreender as
peculiaridades de cada um destes grupos. Nesta rota, será usado o conceito de cultura conforme
Malinowski.
Ao se colocarem como atores sociais, dispostos a preservar suas diferenças, estes grupos criam uma
importante especificidade em seu processo educacional por conta de uma relação peculiar com o
saber instituído Konder (2003 e LUCIANO (2004). Estas diferenças são o tema central desta rota.
O que é cultura?
[...] a cultura consiste no conjunto integral dos instrumentos e bens de consumo, nos códigos
constitucionais dos vários grupos da sociedade, nas ideias e artes, nas crenças e costumes humanos.
Quer consideremos uma cultura muito simples ou primitiva, quer uma cultura extremamente
complexa e desenvolvida, confrontamo-nos com um vasto dispositivo, em parte material e em parte
espiritual, que possibilita ao homem fazer face aos problemas concretos e específicos que se lhe
deparam. (PORTO, 2011, p. 95)
- Estimativas apontam que no atual território brasileiro habitavam pelo menos 5 milhões de pessoas,
por ocasião da chegada de Pedro Álvares Cabral, no ano de 1500 (LUCIANO, p. 17);
- O nome índios foi dado pela caravana de Cristóvão Colombo ao imaginar que havia chegado à
Índia;
- Foram muito perseguidos, escravizados, considerados inferiores até que na década de 1980
criaram movimentos sociais pan-indígenas;
- Hoje são 200 povos, falantes de aproximadamente 180 línguas. Entre 350 e 715 mil pessoas
(depende da forma de contagem), não ultrapassam 0,5% da população nacional (Pagliaro et all).
Cerca de 36% vivem em áreas urbanas e 64% no mundo rural (IBGE 2009). A terra é vista como
ligada aos antepassados, não pode ser alienada.
"A principal marca do mundo indígena é a diversidade de povos, culturas, civilizações, religiões,
economias, enfim, uma multiplicidade de formas de vida coletiva e individual" (LUCIANO, p. 31).
"As crianças desde cedo vão aprendendo a assumir desafios e responsabilidades que lhes permitam
inserir-se na vida social e ao fazem, principalmente, por meio da observação, da experiência
empírica e da auto-reflexão proporcionadas por mitos, histórias, festas, cerimônias e rituais
realidados para tal fim" (LUCIANO, p. 130).
O Homem do Campo:
- Sua origem no Brasil está ligada à estrutura fundiária que valoriza principalmente a grande
propriedade rural (latifúndio). Isso trazia problemas para a sobrevivência dos pequenos produtores;
- Associam-se em grupos para resistirem à pressão das grandes corporações proprietárias das terras
(MST, CEB, Associações);
- O sentido do nosso movimento não é anterior à nossa interveção: é instaurado por nós, dentro dos
limites que nos são impostos pelo quadro em que nos inserimos (Leandro Konder, 2003, p. 2).
Os Quilombas:
- A terra é vista como espaço de resistência. Desta forma, identidade étnica e territorialidade estão
interligados;
- Em sua maioria seguem religiões afro-brasileiras, embora existam quilombos que adotem versões
do cristianismo;
- A estrutura quilombola é bastante simples, sem elementos que busquem identificar distinção
social;
- Os valores e a cultura do grupo são transmitidos por histórias e memórias. Os idosos são os
portadores destas memórias;
- "A questão territorial, ao remebeter os quilombolas a um passado de luta, os faz reviver memórias
e sentimentos relatados por antepassados e reafirma uma situação de instabilidade e injustiça
comum desde o passado desses sujeitos" (FURTADO et all, p. 110).
A educação no campo surge como uma modalidade de ensino voltada à peculiaridade do educando,
seja ele menor de idade ou adultos em alfabetização.
Desta forma, a educação do campo não pode ser feita sem levar em conta a especificidade das
pessoas a serem atendidas. Não adianta apenas em conta a questão do conteúdo, é necessário
compreender que existem características próprias do educando que precisam ser contempladas.
Desta forma:
Desta forma, a compreensão dos aspectos legais que amparam esta forma de ensinar precisam ser
conhecidos pelo educador que deseja fazer parte deste projeto de vida. A Constituição brasileira
(BRASIL, 2011) já acenava para o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas a serviço da
formação do ser humano para o exercício da cidadania. Outro tema tratado neste documento refere-
se à diversidade cultural e étnica, fortalecendo a necessidade de estabelecimento de uma pedagogia
que leve em conta este critério.
Nesta aula, serão visitados os seguintes documentos que estabelecem os marcos legais da Educação
do Campo: (BRASIL, 2012)
Decreto 7352/2010
LDB 9394/96
Decreto 7352, de 04 de novembro de 2010
Serão apresentados os principais artigos e parágrafos de forma comentada buscando indicar como
deveria ser executada esta modalidade de ensino. Os alunos que desejarem saber mais serão
convidados a ler os documentos ‘Educação do campo: marcos normativos’ (BRASIL, 2012).
Educação no Campo:
A educação do campo deve ser vista não apenas como modalidade de ensino, mas, também, como
uma política pública que garanta a população camponesa os mesmos direitos educacionais
garantidos à população urbana, pois se percebe que no decorrer da história essa modalidade
educacional sempre foi deixada em segundo plano, não houve um investimento significativo pelos
representantes governamentais para que tivesse uma educação do campo condizente com a cultura e
identidade do povo camponês. (RODRIGUES; BOMFIM, 2017, p. 1377)
- A Constituição definiu no seu artigo 205: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho".
Decreto 7352/2010
LDB 9394/96
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as
adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região,
especialmente:
I) Conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos
da zona rural;
II) Organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo
agrícola e às condições climáticas;
II - oferta de educação básica, sobretudo no ensino médio e nas etapas dos anos finais do ensino
fundamental, e de educação superior, de acordo com os princípios da metodologia da pegagogia da
alternância;
III - organização do calendário escolar de acordo com as fases do ciclo produtivo e as condições
climáticas de cada região (BRASIL, 2010).
Pegagogia da Alternância:
A formação na alternância tem como objetivo possibilitar a educação em tempo integral, envolver
as famílias na educação dos filhos, fortalecer a prática do diálogo entre os diferentes atores que
participam dos processos de formação dos educandos (JESUS, 2010, p. 10).
I - oferecer educação formal aos jovens e adultos beneficiários do Plano Nacional de Reforma
Agrária - PNRA, em todos os níveis de ensino;
III - Proporcionar melhorias do desenvolvimento dos assentamentos rurais por meio da qualificação
do público do PNRA e dos profissionais que desenvolvem atividades educacionais e técnicas nos
assentamentos. (BRASIL, 2012)
Nesta rota, estaremos trabalhando as questões ligadas à educação indígena. Conforme define
Luciano (2004):
A educação escolar indígena refere-se à escola apropriada pelos povos indígenas para reforçar seus
projetos socioculturais e abrir caminhos para o acesso a outros conhecimentos universais,
necessários e desejáveis, a fim de contribuírem com a capacidade de responder às novas demandas
geradas, a partir do contato com a sociedade global. (LUCIANO, 2004, p. 129)
Desta forma, a educação indígena ultrapassa os muros da escola e se insere na própria identidade
étnica dos indígenas em seu processo de reafirmação identitária, um espaço de conquista de
cidadania.
A Constituição de 1988 (BRASIL, 2011) assegurou aos índios no Brasil o direito de permanecerem
índios, isto é, de continuarem a ser eles mesmos, com suas línguas, culturas e tradições. O próprio
projeto educacional brasileiro foi chamado a fazer eco a esta visão mediante à inclusão das línguas
maternas indígenas associadas ao ensino do português. Também, compreendeu que a cultura a ser
ensinada deveria contemplar tanto aquela comum à nação quanto às nações indígenas onde está
sendo ensinada.
Neste sentido, a LDB 9394/06 (GRUPIONI, 2002), além de estabelecer funções claras para o
Estado, traz para o âmbito educacional algumas novas responsabilidades:
Imagine você usando um livro didático que ensina a letra P ligando-a a um panda. Seria muito mais
fácil para eles gravarem o P com um papagaio.
"As crianças desde cedo vão aprendendo a assumir desafios e responsabilidades que lhes permitam
inserir-se na vida social e o fazem, principalmente, por meio da observação, da experiência empírica
e da auto-reflexão proporcionaas por mitos, histórias, festas, cerimônias e rituais realizados para tal
fim" (LUCIANO, p. 130).
- A Constituição de 1988 (BRASIL, 2011) assegurou aos índios Brasil o direito de permanecerem
índios, isto é, de permanecerem eles mesmos, com suas línguas, culturas e tradições.
- Artigo 2010 - 1. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
- Artigo 2010 - 2. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada
às comunidades indígenas, também, a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.
LDB n° 9394/96:
- Artigo 78 - O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à
cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesqquisas, para
oferta de Educação escolar bilíngue e intercultural dos povos indígenas, com os seguintes objetivos:
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a
reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos
e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias (GRUPIONI, 2002).
1. Atribuir aos Estados a responsabilidade legal pela educação indígena, quer diretamente, quer
através de delegação de responsabilidades aos seus Municípios, sob a coordenação geral e com o
apoio financeiro do Ministério da Educação;
6. Criar, dentro de um ano, a categoria oficial de "escola indígena" para que a especificidade do
modelo de educação intercultural e bilíngue seja assegurada.
- capacitação para elaborar currículos e programas de ensino específicos para escolas indígenas;
- capacitação para um ensino bilíngue, o que requer conhecimentos em relação aos princípios de
metodologia de ensino de segundas línguas, seja a língua portuguesa ou a língua indígena;
- capacitação linguística específica, já que, normalmente, cabe a esse profissional a tarefa de liderar
o processo de estabelecimento de um sistema ortográfico da língua tradicional de sua comunidade
(GRUPIONI, 2002);
- capacitação para a condução de pesquisas de cunho linguístico e antropológico, uma vez que esse
profissional, como necessariamente, autor e condutor dos processos de elaboração de materiais
didáticos para as escolas indígenas, deve ser capaz de:
- realizar levantamentos da literatura indígena tradicional e atual;
Esta valorização precisa estar demonstrada na práxis pedagógica encontrada na escola quilombola.
Para eles, a principal aprendizagem ocorre no encontro com os mais velhos (OLIVEIRA et al.,
2016). Neste aspecto, Lopes (2007) indica que as experiências mais bem sucedidas na educação
quilombola sempre levaram em conta professores que compreendiam-se como elementos capazes
de assumir o conhecimento já adquirido e transmitindo-o como ‘contadores de histórias’, forma
como os saberes são repassados de geração em geração nestes grupamentos étnicos.
Serão visitados os seguintes documentos nacionais em busca da compreensão dos aspectos legais da
educação quilombola:
Esta rota termina com a apresentação dos grandes desafios, ainda existentes nesta modalidade de
educação:
As comunidades negras são redutos habitados por negros e mestiços que se originaram de antigos
quilombos ou se formaram em terras doadas, adquiridas, ocupadas e herdadas pelos cativos.
(FIABANI 2013, p. 346)
"Quem me ensinou foi minha avó e minha bisavó. Sempre que elas saíam, saíam comigo, saíam
mais elas, elas me 'ensinava'. Saía de lá e elas tornava a me ensinar. Tudo de 'có', de cabeça, não
tinha nada de letra nenhuma" - Maria Pereira, parteira Kalunga. (OLIVEIRA, 2007, p. 17)
§ 2°: O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento
e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de
reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das
indígenas, europeias e asiátias.
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1° O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da
África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação
da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e
política pertinentes à História do Brasil.
§ 2° Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de
todo currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História
Brasileiras.
CONAE (2010):
g) Instituir o Plano Nacional de Educação Quilombola, visando a valorização plena das culturas das
comunidades quilombolas, a afirmação e manutenção de sua diversidade étnica.
h) Assegurar que a atividade docente nas escolas quilombolas seja exercida preferencialmente por
professores(as) oriundos(as) das comunidades quilombolas. (BRASIL, 2011, p. 9)
a) memória coletiva;
b) línguas reminiscentes;
c) marcos civilizatórios;
d) práticas culturais;
e) tecnologias e formas de produção do trabalho;
f) acervos e repertórios orais;
g) festejos, usos, tradições e demais elementos que conformam o patrimônio cultural das
comunidades quilombolas de todo país;
h) territorialidade.
(SANTA CATARINA, 2018)
Aula 06 - Estudo de Caso: Escola Estadual Guarani Karai Kuery Renda (17/03/23)
Nesta unidade, iremos analisar um estudo de caso feito por Russo e Souza (2017). Este estudo de
caso trata dos índios Guarani Mbya que vivem no litoral do Estado, em área de Mata Atlântica. Suas
reservas ficam nos municípios de Angra dos Reis (Aldeia Sapukai), Paraty (Aldeia Itatiim/Itaxi, Rio
Pequeno, Araponga e Arandu Mirim) e Maricá (Aldeia Ka’aguy Hovy Porã e Itapuaçu).
Não indígenas ministram as aulas do sexto ao nono anos. Desta forma, embora a escola esteja em
ambiente indígena, ela acaba sendo permeada com o pensamento branco do professor. Isso pode ser
facilmente perceptível pelo desejo dos alunos de mais aulas de Matemática e Português. Isso se
soma ao desejo de “aprender alguma profissão”, “ter trabalho de juruá” (branco).
O autor termina seu trabalho percebendo que “(...) a escola indígena Guarani, no Rio de Janeiro,
não tem conseguido nem formar dentro das perspectivas dos próprios indígenas, nem dentro dos
parâmetros da educação básica brasileira.” (RUSSO; SOUZA, 2017, p. 62)
- Total de alunos: 147 em 2015. Números atualizados não disponíveis na Secretaria de Educação do
Rio de Janeiro.
- Origem dos professores: Apenas os anos iniciais do Ensino Fundamental são indígenas, os demais
são externos.
- Em Julho de 2016 a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro visitou esta tribo. Os dados
demonstraram a exclusão social deste grupo. Foram 325 atendimentos realizados, sendo:
I) 103 emissões de carteiras de identidade;
II) 15 certidões de nascimento;
III) 123 ofícios;
IV) 2 pedidos de reconhecimento de paternidade.
Artigo Analisado:
RUSSO, Kelly; SOUZA, Indiara Valeriano De. Educação escolar indígena: limites e fragilidades na
efetivação de direitos dos Guarani Mbya no Rio de Janeiro. Tellus, v. 17, n. 32, p. 45, 2017.
- Inicia seu artigo fazendo um levantamento das ocupações indígenas no estado do Rio de Janeiro;
- Trabalha com os Guarani Mbya que vivem no litoral do Estado, em área de Mata Atlântica;
- Suas reservas ficam nos municípios de Angra dos Reis (Aldeia Sapukai), Paraty (Aldeia
Itatiim/Itaxi, Rio Pequeno, Araponga e Arandu Mirim) e Maricá (Aldeia Ka'aguy Hovy Porã e
Itapuaçu).
- A escola só existe graças ao esforço do próprio grupo Guarani. Recebeu apoio da ONG CEDAC -
Centro de Ação Comunitária e do Conselho Indigenista Missionário da Pastoral Indigenista;
- A primeira iniciativa ocorreu em 1997, com o professor indígena Algemiro Karai da Silva, já
organizava encontros com cerca de 101 crianças, "embaixo de um pé de maracujá", na aldeia de
Sapukai com o objetivo de ensinar "a cultura dos brancos" (RUSSO; SOUZA, 2017, p. 49).
- Conta com número mínimo de professores indígenas contratados periodicamente, com escasso
apoio pedagógico e recursos materiais para o desenvolvimento da tarefa docente;
Resultado da Entrevista:
O autor usou como técnica para sua pesquisa a entrevista. Veja alguns dados relevantes:
- "As crianças precisam ler e escrever no Guarani, e ler e escrever no Português, o professor não
sabe algumas coisas" (RUSSO; SOUZA, 2017, P. 54);
- Reclamação quanto preparo dos professores e pedagogos que vão para a aldeia;
- Os contratos dos brancos que lecionam na escola só duram até dois anos, isso dificulta a
continuidade;
- Falta formação continuada dos professores. Quando conseguem é devido a ONGs que ajudam;
- "Desde que a escola indígena Guarani foi estadualizada, nada - absolutamente nada - foi
modificado, ampliado ou mais bem estruturado; ao contrário, o desgaste dessa relação com a gestão
pública afastou a comunidade do cotidiano da escola, jogando a responsabilidade quase que
unicamente aos seus professores, que terminam vistos como "despreparados" para essa função
dentro de suas comunidades" (RUSSO; SOUZA, 2017, p. 60).
Desse modo, a escola indígena Guarani no Rio de Janeiro não tem conseguido nem formar dentro
das perspectivas dos próprios indígenas, nem dentro dos parâmetros da educação básica brasileira
(RUSSO; SOUZA, 2017, p. 62).
Desde a aprovação da lei 11645/2008 o ensino da história e cultura indígenas deixou de ser um tema
secundário, abordado apenas em caso de interesse do professor. Passa a ser um tema central,
amparado pela lei. É claro que a mera inclusão do tema não trouxe ao mesmo a relevância que
realmente possui. Nesta rota iremos detalhar aspectos presentes na lei, a dificuldade de encontrar
materiais adequados e indicar um caminho viável para a aplica~]ao do tema.
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados,
torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da
cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais
como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no
Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do
Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
educação artística e de literatura e história brasileiras." (REPÚBLICA, 2008)
Embora já estejamos tratando da educação desta etnia há algumas rotas, esta será destinada
exclusivamente à forma como deve ocorrer o ensino de história e cultura indígena nas escolas
brasileiras.
A visão dos povos indígenas, desde o período colonial, é plasmado por uma visão distorcida,
marcadamente preconceituosa.
E o que foi que essas pessoas aprenderam e nossas crianças do século XXI ainda aprendem? O
“índio” como um ser vinculado ao passado, com alguma presença significativa somente na
formação da colônia e na constituição do “povo brasileiro”; o “índio” como um genérico, sem
atentar para a diversidade cultural das mais de 305 etnias presentes em nosso país; o “índio” como
alguém que vive na floresta, isolado e nu, subsistindo apenas da caça e da pesca, e aqueles que
fogem desse padrão “já não sendo índios”; e o “índio” como ser preguiçoso, que ocupa muita terras
e atrapalha o desenvolvimento da nação, entre outros estereótipos. (COLLET; PALATINO;
RUSSO, 2014, 5)
A fim de evitar este tipo de equívoco a lei determina claramente que o ensino deste conteúdo é
obrigatório. Busca também estabelecer quais aspectos deste conteúdo devem ser tomados como
prioritário: história e cultura. Estes dois aspectos foram alvo da primeira e segunda rotas desta
disciplina. Creio que lá várias informações úteis puderam ser levantadas para auxiliar seu processo
docente.
É preciso relembrar que se tratam de vários povos, com culturas e práticas que se diferenciam
profundamente entre si. O traço característico comum é o fato de habitarem o Brasil antes da
chegada dos europeus.
“Dentro da sala de aula, os professores revelam-se mal informados sobre o assunto, e os livros
didáticos, com poucas exceções, são deficientes no tratamento da diversidade étnica e cultural
existente no Brasil.” (LUIS; GRUPIONI, 1995, p. 424) Para complicar ainda mais o trabalho dos
educadores existem poucos livros didáticos que tratam com profundidade sobre o assunto. Freire
(2016, p. 4) afirma que “A produção de conhecimentos nesta área não condiz com a importância do
tema. As pesquisas são de uma pobreza franciscana. O resultado disso é a deformação da imagem
do índio na escola, nos jornais, na televisão, enfim na sociedade brasileira.”
Toda esta desinformação acaba por reforçar o preconceito e as visões míopes sobre estas etnias.
Desta forma não causa estranhamento o fato de que vários brasileiros são contrários à demarcação
de terras indígenas. Freire (2016) indica a existência de cinco ideias equivocadas sobre os
indígenas:
Índio Genérico – “Hoje vivem no Brasil mais de 200 etnias, falando 188 línguas diferentes”.
(FREIRE, 2016, p. 6)
Cultura atrasada – um exemplo é o sofisticado conhecimento dos Kayapo sobre “plantas medicinais,
agricultura, classificação e uso do solo, sistema de reciclagem de nutrientes, métodos de
reflorestamento, pesticidas e fertilizantes naturais, comportamento animal, melhoramento genético
de plantas cultivadas e semi-domesticadas, manejo da pesca e da vida selvagem e astronomia.”
(FREIRE, 2016, 10)
Culturas congeladas – “Na cabeça dessas pessoas, o “índio autêntico” é o índio de papel da carta do
Caminha, não aquele índio de carne e osso que convive conosco, que está hoje no meio de nós.”
(FREIRE, 2016, 13)
Os índios pertencem ao passado – “Os índios, é verdade, estão encravados no nosso passado, mas
integram o Brasil moderno, de hoje, e não é possível a gente imaginar o Brasil no futuro sem a
riqueza das culturas indígenas.” (FREIRE, 2016, 17)
O brasileiro não é índio – “No Brasil todo mundo é índio, exceto quem não é.” (FREIRE, 2016, 21)
O resultado é percebido no ambiente escolar quando, ao tratar do ensino sobre o indígena vê-se uma
visão meramente folclorizada destes povos. Algo que não reflete nenhuma etnia específica nem
mesmo retrata a realidade histórico cultural destes povos. (COLLET; PALATINO; RUSSO, 2014)
Desta forma o educador deve levar em conta, na hora de ensinar sobre as culturas indígenas os
elementos abaixo:
Existem várias etnias que podem ser exploradas pelo professor no momento do ensino;
Cada etnia possui seus costumes, lendas, línguas, história e representações corporais;
Explore os elementos de um destes grupos ao invés de tentar trabalhar todos. Desta forma você
consegue evidenciar suas peculiaridades.
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino Médio, públicos e privados,
torna-se obritatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e ingígena.
§ 1° O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da
cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais
como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no
Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do
Brasil.
E o que foi que essas pessoas aprenderam e nossas crianças do século XXI ainda aprendem? O
"índio" como um ser vinculado ao passado, com alguma presença significativa somente na
formação da colônia e na constituição do "povo brasileiro"; o "índio" como um genérico, sem
atentar para a diversidade cultural dos mais de 305 etnias presentes em nosso país; o "índio como
alguém que vive na floresta, isolado e nu, subsistindo apenas da caça e da pesca, e aqueles que
fogem desse padrão "já não sendo índios"; e o "índio" como ser preguiçoso, que ocupa muitas terras
e atrapalha o desenvolvimento da nação, entre outros estereótipos.
COLLET; PALATINO; RUSSO, 2014, p. 5
- "Dentro da sala de aula, os professores revelam-se mal informados sobre o assunto, e os livros
didáticos, com poucas exceções, são deficientes no tratamento da diversidade étnica e cultural
existente no Brasil". LUIS; GRUPIONI, 1995, p. 424.
- "A produção de conhecimentos nesta área não condiz com a importância do tema. As pesquisas
são de uma pobreza franciscana. O resultado disso é a deformação da imagem do índio na escola,
nos jornais, na televisão, enfim na sociedade brasileira" - FREIRE, 2016, p. 4.
- Tais ideias se refletem em atividades como pedir às crianças que se pintem e enfeitem de forma
genérica e folclorizada, o que não representa nenhum povo indígena específico (...).
COLLET; PALATINO; RUSSO, 2014, p. 5.
- Linhas no rosto;
- Pena na cabeça;
- Gritando "como um índio";
I) Índio genérico: "Hoje vivem no Brasil mais de 200 etnias, falando 188 línguas diferentes" (p. 6).
II) Cultura atrasada: Um exemplo é o sofisticado conhecimento dos Kayapo sobre "plantas
medicinais, agricultura, classificação e uso do solo, sistema de reciclagem de nutrientes, métodos de
reflorestamento, pesticidas e fertilizantes naturais, comportamento animal, melhoramento genético
de plantas cultivadas e semi-domesticadas, manejo da pesca e da vida selvagem e astronomia" (p.
10).
III) Culturas congeladas: "Na cabeça dessas pessoas, o 'índio autêntico' é o índio de papel da carta
do Caminha, não aquele índio de carne e osso que convive conosco, que está hoje no meio de nós"
(p. 13).
IV) Os índios pertencem ao passado: "Os índios, é verdade, estão encravados no nosso passado,
mas integram o Brasil moderno, de hoje, e não é possível a gente imaginar o Brasil no futuro sem a
riqueza das culturas indígenas" (p. 17).
V) O brasileiro não é índio: "No Brasil todo mundo é índio, exceto quem não é" (p. 21).
- Existem várias etnias que podem ser exploradas pelo professor no momento do ensino;
- Cada etnia possui seus costumes, lendas, línguas, história e representações corporais;
- Explore os elementos de um destes grupos ao invés de tentar trabalhar todos. Desta forma você
consegue evidenciar suas peculiaridades.
O Brasil fez parte um dos movimentos humanos mais marcantes da história, a migração negra
africana. Ao contrário de muitos outros movimentos migratórios, neste caso, observou-se que
vieram obrigados, sequestrados de seus direitos, nos porões de navios negreiros. Mesmo morando
em uma nação com aspectos multiculturais fortemente estruturados é importante observar como se
busca a invisibilidade do negro no cenário nacional.
A aprovação da lei 11645/2008 visa a retirada das culturas afro-brasileiras do obscurantismo. Num
ambiente de mediação educacional busca-se evidenciar as questões que permeiam estes grupos
humanos. Desta forma compreende-se que inicia um processo para o resgate social das pessoas
deste grupo étnico. Junta-se às abordagens educacionais as políticas públicas de inserção dos negros
no ambiente social e político brasileiro. Estas políticas públicas, mais evidentes nas cotas
universitárias para negros, buscam retomar um déficit social e educacional ainda muito fortes em
solo brasileiro. “Por mais que esse processo seja uma realidade, também é fato que ele convive, no
Brasil, com uma prática e um imaginário racistas. Esse racismo ambíguo se faz presente em nossa
estrutura de desigualdade, em nossas ações cotidianas e na produção do conhecimento.” (BRASIL,
2014, p. 12) Outras ações de afirmação vêm sendo tomadas ao longo dos últimos anos,
evidenciando a pessoa negra num ambiente ainda marcado pelo preconceito.
Os africanos não escolheram vir para o Brasil, até o século XIX chegaram aqui como escravos. Para
que um ser humano livre conseguisse ser reduzido à escravidão ocorreu um processo de
desumanização que se iniciava na travessia para o Brasil. A condição de escravo desumaniza a
pessoa que aqui chegou. Ao observarmos a figura de um navio negreiro é fácil observar que as
pessoas ali presentes eram vistas como mera mercadoria. Observe na imagem abaixo a presença de
prateleiras e a forma como os negros eram empilhados dentro do navio, sem nenhuma preocupação
com o conforto dos mesmos.
Ao chegar ao solo brasileiro foram obrigados a abandonarem sua cultura e substituírem pela cristã
lusitana. O resultado disso foi o surgimento do sincretismo, no qual elementos africanos,
portugueses, índios e brasileiros se mesclaram criando a cultura afro-brasileira.
Durante o processo de existência desta cultura em solo brasileiro é evidente o processo de exclusão
social e de silenciamento das demandas sociais. Isso favorece um racismo étnico que perdura na
história brasileira. “É importante ressaltar que no Brasil o racismo teve suas raízes na escravidão – a
qual durou mais de três séculos –, sendo um dos últimos países do mundo a abolir essa
prática.”(BENTO; SILVA, 2014, p. 3) Uma mera observação da realidade que cerca a sociedade já
permite uma noção do resultado nefasto deste processo.
Principais vítimas da violência urbana, alvos prediletos dos homicidas e dos excessos policiais, os
jovens negros lideram o ranking dos que vivem em famílias consideradas pobres e dos que recebem
os salários mais baixos do mercado. Eles encabeçam, também, a lista dos desempregados, dos
analfabetos, dos que abandonam a escola antes de tempo e dos que têm maior defasagem escolar.
(BENTO; BEGHIN, 2005, p. 194)
O ensino da cultura e história visa resgatar aspectos relevantes desta cultura, buscando reduzir o
preconceito e indicar caminhos para a inclusão social destes indivíduos. Leia abaixo a lei
11645/2008, com grifos no que tange a questão afro-brasileira:
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados,
torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da
cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais
como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no
Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do
Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
educação artística e de literatura e história brasileiras."(REPÚBLICA, 2008)
O principal problema é que a produção de material didático não responde à carência de informações
sobre este povo. Mesmo o negro brasileiro se vê muitas vezes mutilado de sua cultura na tentativa
de ser aceito no contexto social nacional.
Prosseguir com o desenvolvimento das estratégias de busca de informações, apoiando-se nas mais
variadas práticas sociais de uso da linguagem;
As crianças devem ao final demonstrar de múltiplas formas como este projeto mudou sua visão
sobre o tema abordado.
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino Médio, públicos e privados,
torna-se obritatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e ingígena.
§ 1° O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da
cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais
como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no
Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do
Brasil.
§ 2°: O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento
e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de
reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das
indígenas, europeias e asiátias.
- Mesmo morando em uma nação com aspectos multiculturais fortemente estruturados é importante
observar como se busca a invisibilidade do negro no cenário nacional;
- "Por mais que esse processo seja uma realidade, também é fato que ele convive, no Brasil, com
uma prática e um imaginário racistas. Esse racismo ambíguo se faz presente em nossa estrutura de
desigualdade, em nossas ações cotidianas e na produção do conhecimento" (BRASIL, 2014, p. 12).
- Os africanos não escolheram vir para o Brasil, até o século XIX chegaram aqui como escravos;
- Isso criou uma cultura mista que carrega elementos fortemente africanos com tonalidades
indígenas e européias.
Por ser um tema tão sensível vários materiais vêm sendo desenvolvidos visando ações práticas no
ensino desta cultura.
Para este capítulo usaremos o livro: História e Cultura Africana e Afro-brasileira na educação
infantil, de produção do MEC e da UNESCO.
- Considerar as crianças, mesmo as bem pequenas, como protagonistas desse processo e como
corresponsáveis pela sua realização;
- Prosseguir com o desenvolvimento das estratégias de busca de informações, apoiando-se nas mais
variadas práticas sociais de uso da linguagem;
- As crianças devem ao final demonstrar de múltiplas formas como este projeto mudou sua visão
sobre o tema abordado:
I) Mãos na massa;
II) O que se desenvolve no projeto;
III) O que se aprende;
IV) O que as crianças já sabem;
V) Atividade;
VI) Quitanda.
[errada]b) II e IV
b) A escola indígena precisa incluir a língua, cultura, tradições e especificidades dos grupamentos
indígenas sem privá-los do saber sistematizado.
b) Atua, frequentemente, como mediador cultural nas relações interétnicas estabelecidas com a
sociedade nacional.
5) O uso da língua indígena é um diferencial da educação do campo. Sobre este tema é correto
afirmar que:
9) A lei 11.645/2008, quando se refere aos descendentes de africanos, trata sobre o estudo da
história e cultura deste povo. Ela visa desta forma:
c) Resgatar as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do
Brasil.
10) A leitura do capítulo base para esta rota indica a existência de uma cultura material e uma
imaterial (SILVA; COSTA, 2018). A cultura foi apresentada como possuindo um caráter material e
um imaterial, conforme o capítulo norteador desta aula. Por cultura material entendemos:
[errada] b) São os elementos perceptíveis de uma cultura tais como esculturas, construções e
literatura.
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resultado 21/30
erradas: 1, 8, 10
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tentativa 02:
01) A leitura do capítulo base para esta rota indica a existência de uma cultura material e uma
imaterial (SILVA; COSTA, 2018). A cultura foi apresentada como possuindo um caráter material e
um imaterial, conforme o capítulo norteador desta aula. Por cultura material entendemos:
b) Tem caráter móvel e corresponde às produções humanas que se associam a matérias primas e
tecnologias.
02) “O objetivo das políticas de ações afirmativas é antecipar o movimento de equalização que dê
condições de assegurar o processo democrático, no intento de afiançar a diversidade e a pluralidade
social.” (MARÇAL & LIMA, 2015, p. 73).
Baseado no texto acima, e nos seus estudos da matéria, como as políticas de ações afirmativas
buscam garantir o direito e a identidade de grupos socialmente marginalizados.
a) II, III e IV
04) Existe um elemento comum aos grupos estudados, a terra. Ao contrário de um mero espaço
geográfico, ele acaba por traduzir outros sentimentos e sociabilidades. No caso específico do
indígena esta terra possui um aspecto bastante sensível que os faz lutar pela sua posse:
05) O professor índio possui um papel bastante importante na tribo indígena. Ele:
c) Atua, frequentemente, como mediador cultural nas relações interétnicas estabelecidas com a
sociedade nacional.
06) “A situação da educação básica na zona rural pode ser analisada a partir da taxa de distorção
idade-série, que indica o rumo do nível de desempenho escolar e da capacidade do sistema
educacional manter a frequência do aluno em sala deaula.” (BOF, 2006, p. 21). Sobre esta realidade
é correto afirmar que:
b) Se a falta de sincronia idade-série é algo a ser superado no espaço urbano, no rural ele se torna
ainda mais grave.
07) A Constituição de 1988 (BRASIL, 2011), assegurou aos índios no Brasil o direito de
permanecerem índios, isto é, de permanecerem eles mesmos, com suas línguas, culturas e tradições.
Desta forma é correto afirmar que:
c) A escola indígena precisa incluir a língua, cultura, tradições e especificidades dos grupamentos
indígenas sem privá-los do saber sistematizado.
09) Conforme Malinowski “a cultura consiste no conjunto integral dos instrumentos e bens de
consumo, nos códigos constitucionais dos vários grupos da sociedade, nas ideias e artes, nas crenças
e costumes humanos.” (PORTO, 2011, p. 95)
Observe os elementos abaixo procurando identificar quais deles fazem parte deste conjunto:
I. Religião
II. Arte
III. Oceano
IV. Computador
V. Automóvel
Assinale a única alternativa que indica os elementos que fazem parte do conjunto constitutivo da
cultura de um povo:
e) I, II, IV e V
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pontuação 30/30
congratulations!