GA Livro Reginaldodfsdfadf
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A NALÍTICA
Reginaldo J. Santos
Departamento de Matemática-ICEx
Universidade Federal de Minas Gerais
https://regijs.github.io
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização, por
escrito, do autor.
ISBN 85-7470-014-2
Ficha Catalográfica
Santos, Reginaldo J.
S237m Matrizes, Vetores e Geometria Analítica / Reginaldo J. Santos - Belo
Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2023.
CDD: 516.3
S UMÁRIO
A PRESENTAÇÃO vii
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282
4.3 Posições Relativas de Retas e Planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296
B IBLIOGRAFIA 672
Esse texto cobre o material para um curso de Geometria Analítica usando Matrizes e Vetores ministrado para
estudantes da área de Ciências Exatas. O texto pode, mas não é necessário, ser acompanhado um programa
como o M ATLABr * , SciLab ou o Maxima.
O conteúdo é dividido em sete capítulos. O Capítulo 1 trata das matrizes e sistemas lineares. Aqui todas as
propriedades da álgebra matricial são demonstradas. A resolução de sistemas lineares é feita usando somente
o método de Gauss-Jordan (transformando a matriz até que ela esteja na forma escalonada reduzida). Este
método requer mais trabalho do que o método de Gauss (transformando a matriz, apenas, até que ela esteja
na forma escalonada). Ele foi o escolhido, por que também é usado no estudo da inversão de matrizes no
Capítulo 2. Neste Capítulo é também estudado o determinante, que é definido usando cofatores. As subseções
2.2.2 e 2.2.3 são independentes entre si. As demonstrações dos resultados deste capítulo podem ser, a critério
do leitor, feitas somente para matrizes 3 × 3.
O Capítulo 3 trata de vetores no plano e no espaço. Os vetores são definidos de forma geométrica, assim
como a soma e a multiplicação por escalar. São provadas algumas propriedades geometricamente. Depois são
introduzidos sistemas de coordenadas de forma natural sem a necessidade da definição de base. Os produtos
escalar e vetorial são definidos geometricamente. O Capítulo 4 trata de retas e planos no espaço. São estudados
ângulos, distâncias e posições relativas de retas e planos.
O Capítulo 5 traz um estudo das seções cônicas. São também estudadas as coordenadas polares e para-
metrizações das cônicas. As superfícies são estudadas no Capítulo 6 incluindo aí as quádricas, superfícies
* M ATLAB r é marca registrada de The Mathworks, Inc.
viii Sumário
cilíndricas, cônicas e de revolução. Neste Capítulo são também estudadas as coordenadas cilíndricas, esféri-
cas e parametrização de superfícies e curvas no espaço. O Capítulo 7 traz mudança de coordenadas, rotação e
translação. Dada uma equação geral de 2o grau em duas ou três variáveis, neste Capítulo, através de mudanças
de coordenadas é feita a identificação da cônica ou da quádrica correspondente a equação.
Os exercícios estão agrupados em três classes. Os “Exercícios Numéricos”, que contém exercícios que são
resolvidos fazendo cálculos, que podem ser realizados sem a ajuda de um computador ou de uma máquina de
calcular. Os “Exercícios Teóricos”, que contém exercícios que requerem demonstrações. Alguns são simples,
outros são mais complexos. Os mais difíceis complementam a teoria e geralmente são acompanhados de suges-
tões. Os “Exercícios usando o M ATLABr ”, que contém exercícios para serem resolvidos usando o M ATLABr
ou outro software. Os comandos necessários a resolução destes exercícios são também fornecidos juntamente
com uma explicação rápida do uso. Os exercícios numéricos são imprescindíveis, enquanto a resolução dos
outros, depende do nível e dos objetivos pretendidos para o curso.
O M ATLABr é um software destinado a fazer cálculos com matrizes (M ATLABr = MATrix LABoratory).
Os comandos do M ATLABr são muito próximos da forma como escrevemos expressões algébricas, tornando
mais simples o seu uso. Podem ser incorporados às rotinas pré-definidas, pacotes para cálculos específicos.
Um pacote chamado gaal com funções que são direcionadas para o estudo de Geometria Analítica e Álge-
bra Linear pode ser obtido através da internet no endereço http://www.mat.ufmg.br/˜regi, assim como um
texto com uma introdução ao M ATLABr e instruções de como instalar o pacote gaal. O M ATLABr não é um
software gratuito, embora antes a versão estudante vinha grátis ao se comprar o guia do usuário. Atualmente
o SciLab é uma alternativa gratuita, mas que não faz cálculo simbólico. O Maxima é um programa de compu-
tação algébrica gratuito. Ambos podem ser usados como ferramenta auxiliar na aprendizagem de Geometria
Analítica e Álgebra Linear. Na página do autor na web podem ser encontrados pacotes de funções para es-
tes programas além de links para as páginas do SciLab e do Maxima e várias páginas interativas que podem
auxiliar na aprendizagem.
No fim de cada capítulo temos um “Teste do Capítulo”, onde o aluno pode avaliar os seus conhecimentos.
Os Exercícios Numéricos e os Exercícios usando o M ATLABr estão resolvidos após o último capítulo utili-
zando o M ATLABr . Desta forma o leitor que não estiver interessado em usar o software pode obter apenas
as respostas dos exercícios, enquanto aquele que tiver algum interesse, pode ficar sabendo como os exercícios
poderiam ser resolvidos fazendo uso do M ATLABr e do pacote gaal.
Gostaria de agradecer aos professores que colaboraram apresentando correções, críticas e sugestões, entre
eles Joana Darc A. S. da Cruz, Rinaldo Vieira da Silva Junior e Sérgio Guilherme de Assis Vasconcelos.
Histórico
Julho 2013. Algumas correções. O Exercício 5.1.12 sobre a propriedade refletora da parábola foi alterado.
Março 2012. Mudança na formatação do texto. Algumas correções. Várias figuras foram refeitas. Foram acres-
centados o exercício 5.2.12 sobre a propriedade refletora da elipse e o exercício 5.2.13 sobre a propriedade
refletora da hipérbole.
Março 2010. Foram acrescentados dois exercícios e dois itens em um exercício na Seção 5.2 e dois itens em um
exercício na Seção 6.3. Foram escritas as respostas dos exercícios das Seções 5.2. e 6.3.
Julho 2009. Algumas correções. Várias figuras foram refeitas.
Março 2008 Algumas correções. Foram acrescentados dois exercícios à Seção 4.3. As respostas de alguns
exercícios foram reescritas.
Março 2007. Várias figuras foram refeitas e outras acrescentadas. Foi acrescentado um item ao Teorema 2.13
na página 109. Foram reescritos o Exemplo 3.12 e o Corolário 3.10.
Março 2006. Os Capítulos 1 e 2 foram reescritos. Foi acrescentada uma aplicação às Cadeias de Markov. Foram
acrescentados vários exercícios aos Capítulos 3 e 4. O Capítulo 5 foi reescrito. Foram escritas as respostas
dos exercícios das Seções 4.3. e 6.1. Foram acrescentados exercícios numéricos às Seções 4.3 e 5.1 e
exercícios teóricos às Seções 3.1, 4.2, 5.1 e 7.3.
Julho 2004. Foi acrescentada uma aplicação à criptografia (Exemplo 2 na página 92). Foi acrescentado um
exercício na Seção 1.1. Foi incluída a demonstração de que toda matriz é equivalente por linhas a uma
única matriz escalonada reduzida. Este resultado era o Teorema 1.4 na página 26 que passou para o
Apêndice II da Seção 1.2. O Teorema 1.4 agora contém as propriedades da relação “ser equivalente por
linhas” com a demonstração. No Capítulo 3 foram acrescentados 2 exercícios na seção 3.1, 1 exercício na
Seção 3.2. No Capítulo 4 a Seção 4.1 foi reescrita e foram acrescentados 2 exercícios.
Março 2002. Criado a partir do texto ’Geometria Analítica e Álgebra Linear’ para ser usado numa disciplina
de Geometria Analítica.
Sugestão de Cronograma
Total 64 aulas
1.1 Matrizes
A i-ésima linha de A é
ai1 ai2 ... ain ,
2 Matrizes e Sistemas Lineares
para j = 1, . . . , n. Usamos também a notação A = ( aij )m×n . Dizemos que aij ou [ A]ij
é o elemento ou a entrada de posição i, j da matriz A.
Se m = n, dizemos que A é uma matriz quadrada de ordem n e os elementos
a11 , a22 , . . . , ann formam a diagonal (principal) de A.
Uma matriz que só possui uma linha é chamada matriz linha, e uma matriz que
só possui uma coluna é chamada matriz coluna, No Exemplo 1.1 a matriz D é uma
matriz linha e a matriz E é uma matriz coluna.
Dizemos que duas matrizes são iguais se elas têm o mesmo tamanho e os elementos
correspondentes são iguais, ou seja, A = ( aij )m×n e B = (bij ) p×q são iguais se m = p,
n = q e aij = bij para i = 1, . . . , m e j = 1, . . . , n.
Definição 1.1. A soma de duas matrizes de mesmo tamanho A = ( aij )m×n e B = (bij )m×n é definida como
sendo a matriz m × n
C = A+B
obtida somando-se os elementos correspondentes de A e B, ou seja,
Definição 1.2. A multiplicação de uma matriz A = ( aij )m×n por um escalar (número) α é definida pela
matriz m × n
B = αA
obtida multiplicando-se cada elemento da matriz A pelo escalar α, ou seja,
bij = α aij ,
−2 1
Exemplo 1.3. O produto da matriz A = 0 3 pelo escalar −3 é dado por
5 −4
(−3)(−2) (−3) 1 6 −3
−3 A = (−3) 0 (−3) 3 = 0 −9 .
(−3) 5 (−3)(−4) −15 12
Definição 1.3. O produto de duas matrizes, tais que o número de colunas da primeira matriz é igual ao
número de linhas da segunda, A = ( aij )m× p e B = (bij ) p×n é definido pela matriz m × n
C = AB
A equação (1.1) está dizendo que o elemento i, j do produto é igual à soma dos pro-
dutos dos elementos da i-ésima linha de A pelos elementos correspondentes da j-
ésima coluna de B.
a11 a12 . . . a1p
.. .. b11 b1j b1n
c11 ... c1n . . . . . .
. ... .
.. ..
b21 ... b2j ... b2n
. cij . = ai1 ai2 . . . aip .. .. ..
... ...
. . .
cm1 ... cmn .
. .
.
. . . . . .
. ... . b p1 b pj b pn
am1 am2 ... amp
A equação (1.1) pode ser escrita de forma compacta usando a notação de somatório.
p
[ AB]ij = ai1 b1j + ai2 b2j + . . . + aip b pj = ∑ aik bkj
k =1
p
e dizemos “somatório de k variando de 1 a p de aik bkj ”. O símbolo ∑ significa que
k =1
estamos fazendo uma soma em que o índice k está variando de k = 1 até k = p.
Algumas propriedades da notação de somatório estão explicadas no Apêndice I na
página 28.
Observação. No exemplo anterior o produto BA não está definido (por quê?). Entretanto, mesmo quando ele
está definido, BA pode não ser igual a AB, ou seja, o produto de matrizes não é comutativo, como mostra o
exemplo seguinte.
1 2 −2 1
Exemplo 1.5. Sejam A = 3 4
eB=
0 3
. Então,
−2 7 1 0
AB = e BA = .
−6 15 9 12
Vamos ver no próximo exemplo como as matrizes podem ser usadas para descrever
quantitativamente um processo de produção.
Exemplo 1.6. Uma indústria produz três produtos, X, Y e Z, utilizando dois tipos
de insumo, A e B. Para a manufatura de cada kg de X são utilizados 1 grama do
insumo A e 2 gramas do insumo B; para cada kg de Y, 1 grama de insumo A e 1
grama de insumo B e, para cada kg de Z, 1 grama de A e 4 gramas de B. Usando
matrizes podemos determinar quantos gramas dos insumos A e B são necessários
na produção de x kg do produto X, y kg do produto Y e z kg do produto Z.
X Y Z
x kg de X produzidos
gramas de A/kg 1 1 1
= A X= y kg de Y produzidos
gramas de B/kg 2 1 4
z kg de Z produzidos
x+y+z gramas de A usados
AX =
2x + y + 4z gramas de B usados
Definição 1.4. A transposta de uma matriz A = ( aij )m×n é definida pela matriz n × m
B = At
bij = a ji ,
A seguir, mostraremos as propriedades que são válidas para a álgebra matricial. Vá-
rias propriedades são semelhantes àquelas que são válidas para os números reais,
mas deve-se tomar cuidado com as diferenças. Uma propriedade importante que é
válida para os números reais, mas não é válida para as matrizes é a comutatividade
do produto, como foi mostrado no Exemplo 1.5. Por ser compacta, usaremos a nota-
ção de somatório na demonstração de várias propriedades. Algumas propriedades
desta notação estão explicadas no Apêndice I na página 28.
Teorema 1.1. Sejam A, B e C matrizes com tamanhos apropriados, α e β escalares. São válidas as seguintes propriedades
para as operações matriciais:
(a) (comutatividade) A + B = B + A;
(b) (associatividade) A + ( B + C ) = ( A + B) + C;
(c) (elemento neutro) A matriz 0̄, m × n, definida por [0̄]ij = 0, para i = 1, . . . , m, j = 1, . . . , n é tal que
A + 0̄ = A,
A + (− A) = 0̄.
(b) [ A + ( B + C )]ij = aij + [ B + C ]ij = aij + (bij + cij ) = ( aij + bij ) + cij = [ A +
B]ij + cij = [( A + B) + C ]ij ;
(c) Seja X uma matriz m × n tal que
A+X = A (1.2)
A + X = 0̄ . (1.3)
aij + xij = 0 ,
(j) [ A ( B + C )] ij = ∑ aik [ B + C]kj = ∑ aik (bkj + ckj ) = ∑ (aik bkj + aik ckj ) =
k =1 k =1 k =1
p p
= ∑ aik bkj + ∑ aik ckj = [ AB]ij + [ AC]ij = [ AB + AC]ij .
k =1 k =1
A − B = A + (− B),
( A + B)( A − B) = A2 − B2 . (1.4)
( A + B)( A − B) = ( A + B) A + ( A + B)(− B)
= AA + BA − AB − BB = A2 + BA − AB − B2
que a igualdade (1.4), não vale para matrizes em geral. Como contra-exemplo basta
tomarmos duas matrizes que não comutem entre si. Sejam
0 0 1 0
A= e B= .
1 1 1 0
Para estas matrizes
1 0 −1 0 2 0 0 2 1 0
A+B = , A−B = , A =A= , B =B= .
2 1 0 1 1 1 1 0
Assim,
−1 0 −1 0
( A + B)( A − B) = 6= = A2 − B2 .
−2 1 0 1
1 2 3
t11 t12 t13 1
T = t21 t22 t23 2
t31 t32 t33 3
é chamada matriz de transição. A distribuição da população inicial entre os três
estados pode ser descrita pela seguinte matriz:
p1 está no estado 1
P0 = p2 está no estado 2
p3 está no estado 3
Pk = TPk−1 = T 2 Pk−2 = · · · = T k P0
com uma introdução ao M ATLABr e instruções de como instalar o pacote gaal. Depois deste pacote
ser devidamente instalado, o comando help gaal no prompt do M ATLABr dá informações sobre este
pacote.
Mais informações sobre as capacidades do M ATLABr podem ser obtidas em [4, 17].
Vamos descrever aqui alguns comandos que podem ser usados para a manipulação de matrizes. Outros
comandos serão introduzidos a medida que forem necessários.
» syms x y z diz ao M ATLABr que as variáveis x y e z são simbólicas.
» A=[a11,a12,...,a1n;a21,a22,...; ...,amn] cria uma matriz, m por n, usando os elementos a11,
a12, ..., amn e a armazena numa variável de nome A. Por exemplo, » A=[1,2,3;4,5,6] cria a matriz
1 2 3
A= ;
4 5 6
» I=eye(n) cria a matriz identidade n por n e a armazena numa variável I;
» O=zeros(n) ou » O=zeros(m,n) cria a matriz nula n por n ou m por n, respectivamente, e a armazena
numa variável O;
» A+B é a soma de A e B, » A-B é a diferença A menos B,
» A*B é o produto de A por B, » num*A é o produto do escalar num por A,
» A.’ é a transposta de A, » Aˆk é a potência A elevado a k.
» A(:,j) é a coluna j da matriz A, » A(i,:) é a linha i da matriz A.
» diag([d1,...,dn]) cria uma matriz diagonal, cujos elementos da diagonal são iguais aos elementos
da matriz [d1,...,dn], ou seja, são d1,...,dn.
» A=sym(A) converte a matriz A numa matriz em que os elementos são armazenados no formato simbó-
lico. A função numeric faz o processo inverso.
» solve(expr) determina a solução da equação expr=0. Por exemplo,
» solve(x^2-4) determina as soluções da equação x2 − 4 = 0;
Comando do pacote GAAL:
» A=randi(n) ou » A=randi(m,n) cria uma matriz n por n ou m por n, respectivamente, com elementos
inteiros aleatórios entre −5 e 5.
A seqüência parece estar convergindo para alguma matriz? Se estiver, para qual?
1.1.10. Calcule as potências das matrizes dadas a seguir e encontre experimentalmente (por tentativa!) o menor
inteiro k > 1 tal que (use o comando » A=sym(A) depois de armazenar a matriz na variável A):
(a) Ak = I3 , em que
0 0 1
A = 1 0 0 ;
0 1 0
(b) Ak = I4 , em que
0 1 0 0
−1 0 0 0
A =
0
;
0 0 1
0 0 1 0
1.1.11. Vamos fazer um experimento no M ATLABr para tentar ter uma idéia do quão comum é encontrar ma-
trizes cujo produto comuta. No prompt do M ATLABr digite a seguinte linha:
» c=0; for n=1:1000,A=randi(3);B=randi(3);if(A*B==B*A),c=c+1;end,end,c
(não esqueça das vírgulas e pontos e vírgulas!). O que esta linha está mandando o M ATLABr fazer é o
seguinte:
Exercícios Teóricos
1 0 0
0
1
0
0 0 ..
1.1.15. Sejam E1 = , E2 = ,. . . , En = matrizes n × 1.
.. .. .
. . 0
0 0 1
1.1.16. Seja
λ1 0 ... 0
0 λ2 ... 0
D=
.. .. ..
. . .
0 ... 0 λn
uma matriz diagonal n × n, isto é, os elementos que estão fora da diagonal são iguais a zero. Seja
a11 a12 ... a1n
a21 a22 ... a2n
A= .
.. ..
. ... .
an1 an2 ... ann
(a) Mostre que o produto AD é obtido da matriz A multiplicando-se cada coluna j por λ j , ou seja, se
a1j
A = [ A1 A2 . . . An ], em que A j = ... é a coluna j de A, então
anj
AD = [ λ1 A1 λ2 A2 . . . λn An ].
b pj
j-ésima coluna de B, ou seja, se B = [ B1 . . . Bn ], então
AB = A[ B1 . . . Bn ] = [ AB1 . . . ABn ];
(b) Mostre que a i-ésima linha do produto AB é igual ao produto Ai B, em que Ai = [ ai1 . . . aip ] é a
1.1.19. (a) Mostre que se A é uma matriz m × n tal que AX = 0̄, para toda matriz X, n × 1, então A = 0̄.
(Sugestão: use o Exercício 15 na página 22.)
(b) Sejam B e C matrizes m × n, tais BX = CX, para todo X, n × 1. Mostre que B = C. (Sugestão: use o
item anterior.)
1.1.20. Mostre que a matriz identidade In é a única matriz tal que A In = In A = A para qualquer matriz A,
n × n. (Sugestão: Seja Jn uma matriz tal que A Jn = Jn A = A. Mostre que Jn = In .)
1.1.23. (a) Se A e B são duas matrizes tais que AB = 0̄, então A = 0̄ ou B = 0̄? Justifique.
(b) Se AB = 0̄, então BA = 0̄? Justifique.
(c) Se A é uma matriz tal que A2 = 0̄, então A = 0̄? Justifique.
(a) Mostre que se A é simétrica, então aij = a ji , para i, j = 1, . . . n e que se A é anti-simétrica, então
aij = − a ji , para i, j = 1, . . . n. Portanto, os elementos da diagonal principal de uma matriz anti-
simétrica são iguais a zero.
(b) Mostre que se A e B são simétricas, então A + B e αA são simétricas, para todo escalar α.
(c) Mostre que se A e B são simétricas, então AB é simétrica se, e somente se, AB = BA.
(d) Mostre que se A e B são anti-simétricas, então A + B e αA são anti-simétricas, para todo escalar α.
(e) Mostre que para toda matriz A, n × n, A + At é simétrica e A − At é anti-simétrica.
(f) Mostre que toda matriz quadrada A pode ser escrita como a soma de uma matriz simétrica e uma
anti-simétrica. (Sugestão: Observe o resultado da soma de A + At com A − At .)
1.1.25. Para matrizes quadradas A = ( aij )n×n definimos o traço de A como sendo a soma dos elementos da
n
diagonal (principal) de A, ou seja, tr( A) = ∑ aii .
i =1
1.1.26. Seja A uma matriz n × n. Mostre que se AAt = 0̄, então A = 0̄. (Sugestão: use o traço.) E se a matriz A
for m × n, com m 6= n?
1.1.27. Já vimos que o produto de matrizes não é comutativo. Entretanto, certos conjuntos de matrizes são
comutativos. Mostre que:
(a) Se D1 e D2 são matrizes diagonais n × n, então D1 D2 = D2 D1 .
(b) Se A é uma matriz n × n e
B = a0 In + a1 A + a2 A2 + . . . + ak Ak ,
em que a0 , . . . , ak são escalares, então AB = BA.
(b) O somatório de uma soma pode ser escrito como uma soma de dois somatórios:
n n n
∑ ( f i + gi ) = ∑ f i + ∑ gi .
i =1 i =1 i =1
Pois,
n
∑ ( f i + g i ) = ( f 1 + g1 ) + . . . + ( f n + g n ) = ( f 1 + . . . + f n ) + ( g1 + . . . + g n ) =
i =1
n n
∑ fi + ∑ gi . Aqui foram aplicadas as propriedades associativa e comutativa
i =1 i =1
da soma de números.
(c) Se no termo geral do somatório aparece um produto, em que um fator não de-
pende do índice do somatório, então este fator pode “sair” do somatório:
n n
∑ f i gk = gk ∑ fi .
i =1 i =1
Pois,
n n
∑ f i gk = f 1 gk + . . . + f n gk = gk ( f 1 + . . . + f n ) = gk ∑ fi . Aqui foram apli-
i =1 i =1
cadas as propriedades distributiva e comutativa do produto em relação a soma
de números.
(d) Num somatório duplo, a ordem dos somatórios pode ser trocada:
n m m n
∑ ∑ fij = ∑ ∑ fij .
i =1 j =1 j =1 i =1
Pois,
n m n
∑ ∑ fij = ∑ ( fi1 + . . . + fim ) = ( f11 + . . . + f1m ) + . . . + ( f n1 + . . . + f nm ) =
i =1 j =1 i =1
m m n
( f 11 + . . . + f n1 ) + . . . + ( f 1m + . . . + f nm ) = ∑ ( f1j + . . . + f nj ) = ∑ ∑ fij . Aqui
j =1 j =1 i =1
foram aplicadas as propriedades comutativa e associativa da soma de números.
A X = B,
em que
a11 a12 ... a1n x1 b1
a21 a22 ... a2n x2 b2
A= , X= e B= .
.. .. .. ..
. ... . . .
am1 am2 ... amn xn bm
s1
s2
Uma solução de um sistema linear é uma matriz S = tal que as equações
..
.
sn
do sistema são satisfeitas quando substituímos x1 = s1 , x2 = s2 , . . . , xn = sn . O
conjunto de todas as soluções do sistema é chamado conjunto solução ou solução
geral do sistema. A matriz A é chamada matriz do sistema linear.
− 31
X= 2 .
3
Uma forma de resolver um sistema linear é substituir o sistema inicial por outro que
tenha o mesmo conjunto solução do primeiro, mas que seja mais fácil de resolver. O
outro sistema é obtido depois de aplicar sucessivamente uma série de operações, que
não alteram a solução do sistema, sobre as equações. As operações que são usadas
são:
• Trocar a posição de duas equações do sistema;
• Multiplicar uma equação por um escalar diferente de zero;
• Somar a uma equação outra equação multiplicada por um escalar.
Estas operações são chamadas de operações elementares. Quando aplicamos ope-
rações elementares sobre as equações de um sistema linear somente os coeficientes
do sistema são alterados, assim podemos aplicar as operações sobre a matriz de co-
eficientes do sistema, que chamamos de matriz aumentada, ou seja, a matriz
a11 a12 ... a1n b1
a21 a22 ... a2n b2
[ A | B] = . .. .
..
.. ... . .
am1 am2 ... amn bm
Definição 1.5. Uma operação elementar sobre as linhas de uma matriz é uma das seguintes operações:
(a) Trocar a posição de duas linhas da matriz;
(b) Multiplicar uma linha da matriz por um escalar diferente de zero;
(c) Somar a uma linha da matriz um múltiplo escalar de outra linha.
Teorema 1.2. Se dois sistemas lineares AX = B e CX = D, são tais que a matriz aumentada [C | D] é obtida de
[ A | B] aplicando-se uma operação elementar, então os dois sistemas possuem as mesmas soluções.
Dois sistemas que possuem o mesmo conjunto solução são chamados sistemas equi-
valentes. Portanto, segue-se do Teorema 1.2 que aplicando-se operações elementares
às equações de um sistema linear obtemos sistemas equivalentes.
Exemplo 1.11. Uma indústria produz três produtos, X, Y e Z, utilizando dois tipos
de insumo, A e B. Para a manufatura de cada kg de X são utilizados 1 grama do
insumo A e 2 gramas do insumo B; para cada kg de Y, 1 grama de insumo A e 1
grama de insumo B e, para cada kg de Z, 1 grama de A e 4 gramas de B. O preço
de venda do kg de cada um dos produtos X, Y e Z é R$ 2,00, R$ 3,00 e R$ 5,00,
respectivamente. Com a venda de toda a produção de X, Y e Z manufaturada com 1
kg de A e 2 kg de B, essa indústria arrecadou R$ 2500,00. Vamos determinar quantos
kg de cada um dos produtos X, Y e Z foram vendidos.
Como vimos no Exemplo 1.6 na página 7, usando matrizes o esquema de produção
pode ser descrito da seguinte forma:
X Y Z
gramas de A/kg 1 1 1 x kg de X produzidos
gramas de B/kg 2 1 4 = A X = y kg de Y produzidos
preço/kg 2 3 5 z kg de Z produzidos
x+y+z 1000 gramas de A usados
AX = 2x + y + 4z = 2000 gramas de B usados
2x + 3y + 5z 2500 arrecadação
Assim, precisamos resolver o sistema linear
x + y + z = 1000
2x + y + 4z = 2000
2x + 3y + 5z = 2500
1a. eliminação:
Vamos procurar para pivô da 1a. linha um elemento não nulo da primeira coluna não
nula (se for o caso, podemos usar a troca de linhas para “trazê-lo” para a primeira
linha). Como o primeiro elemento da primeira coluna é igual a 1 ele será o primeiro
pivô. Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da 1a. coluna, que é a coluna
do pivô, para isto, adicionamos à 2a. linha, −2 vezes a 1a. linha e adicionamos à 3a.
linha, também, −2 vezes a 1a. linha.
1 1 1 1000
a a a
−2×1 . linha + 2 . linha −→ 2 . linha
0 −1 2 0
−2×1a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 1 3 500
2a. eliminação:
Olhamos para a sub-matriz obtida eliminando-se a 1a. linha. Escolhemos para pivô
um elemento diferente de zero na 1a. coluna não nula desta sub-matriz. Vamos esco-
lher o elemento de posição 2,2. Como temos que “fazer” o pivô igual a um, vamos
multiplicar a 2a. linha por −1.
1 1 1 1000
−1×2a. linha −→ 2a. linha 0 1 −2 0
0 1 3 500
Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da 2a. coluna, que é a coluna do pivô,
para isto, somamos à 1a. linha, −1 vezes a 2a. e somamos à 3a. linha, também, −1 vezes
a 2a. .
a a a 1 0 3 1000
−1×2 linha + 1 linha −→ 1 linha
. . .
0 1 −2 0
−1×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 0 5 500
3a. eliminação:
Olhamos para a sub-matriz obtida eliminando-se a 1a. e a 2a. linha. Escolhemos para
pivô um elemento diferente de zero na 1a. coluna não nula desta sub-matriz. Temos
de escolher o elemento de posição 3,3 e como temos de “fazer” o pivô igual a 1,
vamos multiplicar a 3a. linha por 1/5.
1 0 3 1000
1 a. a.
5 ×3 linha −→ 3 linha
0 1 −2 0
0 0 1 100
Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da 3a. coluna, que é a coluna do pivô,
para isto, somamos à 1a. linha, −3 vezes a 3a. e somamos à 2a. linha, 2 vezes a 2a. .
1 0 0 700
−3×3a. linha + 1a. linha −→ 1a. linha 0 1 0 200
2×3a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha
0 0 1 100
A última matriz que obtivemos no exemplo anterior está na forma que chamamos
de escalonada reduzida.
Definição 1.6. Uma matriz A = ( aij )m×n está na forma escalonada reduzida quando satisfaz as seguintes
condições:
(a) Todas as linhas nulas (formadas inteiramente por zeros) ocorrem abaixo das linhas não nulas;
(b) O pivô (1o. elemento não nulo de uma linha) de cada linha não nula é igual a 1;
(c) O pivô de cada linha não nula ocorre à direita do pivô da linha anterior.
(d) Se uma coluna contém um pivô, então todos os seus outros elementos são iguais a zero.
Se uma matriz satisfaz as propriedades (a) e (c), mas não necessariamente (b) e (d),
dizemos que ela está na forma escalonada.
1a. eliminação:
Como o pivô da 1a. linha é igual a 1 e os outros elementos da 1a. coluna são iguais a
zero, não há nada o que fazer na 1a. eliminação.
1 3 13 9
0 1 5 2
0 −2 −10 −8
2a. eliminação:
Olhamos para submatriz obtida eliminando-se a 1a. linha. Escolhemos para pivô um
elemento não nulo da 1a. coluna não nula da submatriz. Escolhemos o elemento de
posição 2,2. Como ele é igual a 1, precisamos, agora, “zerar” os outros elementos da
coluna do pivô. Para isto somamos à 1a. linha, −3 vezes a 2a. e somamos à 3a. linha, 2
vezes a 2a. .
−3×2a. linha + 1a. linha −→ 1a. linha 1 0 −2 3
2×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha 0 1 5 2
0 0 0 −4
Em geral, um sistema linear não tem solução se, e somente se, a última linha não nula
da forma escalonada reduzida da sua matriz aumentada for da forma [ 0 . . . 0 | bm0 ],
0
com bm 6= 0.
1a. eliminação:
Como temos que “fazer” o pivô igual a um, escolhemos para pivô o elemento de
posição 3,1. Precisamos “colocá-lo” na primeira linha, para isto, trocamos a 3a. linha
com a 1a. .
a a
1 3 −1 5 −7
1 linha ←→ 3 linha
. .
5 15 −10 40 −45
0 0 3 −9 6
Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da 1a. coluna, que é a coluna do pivô,
para isto, adicionamos à 2a. linha, −5 vezes a 1a. .
1 3 −1 5 −7
−5×1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha
0 0 −5 15 −10
0 0 3 −9 6
2a. eliminação:
Olhamos para a sub-matriz obtida eliminando-se a 1a. linha. Escolhemos para pivô
um elemento diferente de zero na 1a. coluna não nula desta sub-matriz. Escolhemos
o elemento de posição 2,3. Como temos que fazer o pivô igual a 1, multiplicamos a
2a. linha por −1/5.
1 3 −1 5 −7
−(1/5)×2a. linha −→ 2a. linha 0 0 1 −3 2
0 0 3 −9 6
Agora, precisamos “zerar” os outros elementos da 2a. coluna, que é a coluna do pivô,
para isto, adicionamos à 1a. linha a 2a. e à 3a. linha, −3 vezes a 2a. .
1 3 0 2 −5
2a. linha + 1a. linha −→ 1a. linha 0 0 1 −3 2
−3×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 0 0 0 0
x + 3y + 2w = −5
z − 3w = 2.
A matriz deste sistema possui duas colunas sem pivôs. As variáveis que não estão
associadas a pivôs podem ser consideradas variáveis livres, isto é, podem assumir
valores arbitrários. Neste exemplo as variáveis y e w não estão associadas a pivôs
e podem ser consideradas variáveis livres. Sejam w = α e y = β. As variáveis
associadas aos pivôs terão os seus valores dependentes das variáveis livres, z =
2 + 3α, x = −5 − 2α − 3β. Assim, a solução geral do sistema é
x −5 − 2α − 3β
y β
X= z =
para todos os valores de α e β reais.
2 + 3α
w α
Lembramos que o sistema linear não tem solução se a última linha não nula da forma
escalonada reduzida da matriz aumentada do sistema for da forma [ 0 . . . 0 | bm0 ],
0
com bm 6= 0, como no Exemplo 1.13 na página 39.
Observação. Para se encontrar a solução de um sistema linear não é necessário transformar a matriz aumen-
tada do sistema na sua forma escalonada reduzida, mas se a matriz está nesta forma, o sistema associado é o
mais simples possível. Um outro método de resolver sistemas lineares consiste em, através da aplicação de
operações elementares à matriz aumentada do sistema, se chegar a uma matriz que é somente escalonada (isto
é, uma matriz que satisfaz as condições (a) e (c), mas não necessariamente (b) e (d) da Definição 1.6). Este
método é conhecido como método de Gauss.
O próximo resultado mostra que um sistema linear que tenha mais de uma solução
não pode ter um número finito de soluções.
Proposição 1.3. Sejam A uma matriz m × n e B uma matriz m × 1. Se o sistema linear A X = B possui duas soluções
distintas X0 6= X1 , então ele tem infinitas soluções.
Demonstração. Seja
Xλ = (1 − λ) X0 + λX1 , para λ ∈ R.
A Xλ = (1 − λ) B + λB = [(1 − λ) + λ] B = B,
Para resolver sistemas lineares vimos aplicando operações elementares à matriz au-
mentada do sistema linear. Isto pode ser feito com quaisquer matrizes.
Definição 1.7. Uma matriz A = ( aij )m×n é equivalente por linhas a uma matriz B = (bij )m×n , se B pode ser
obtida de A aplicando-se uma sequencia de operações elementares sobre as suas linhas.
Exemplo 1.15. Observando os Exemplos 1.11, 1.14 e 1.13, vemos que as matrizes
1 1 1 0 0 3 −9 1 3 13
2 1 4 , 5 15 −10 40 , 0 1 5
2 3 5 1 3 −1 5 0 −2 −10
A relação “ser equivalente por linhas” satisfaz as seguintes propriedades, cuja veri-
ficação deixamos como exercício para o leitor:
• Toda matriz é equivalente por linhas a ela mesma (reflexividade);
• Se A é equivalente por linhas a B, então B é equivalente por linhas a A (sime-
tria);
• Se A é equivalente por linhas a B e B é equivalente por linhas a C, então A é
equivalente por linhas a C (transitividade).
Toda matriz é equivalente por linhas a uma matriz na forma escalonada reduzida e
a demonstração, que omitiremos, pode ser feita da mesma maneira que fizemos no
caso particular das matrizes aumentadas dos Exemplos 1.11, 1.14 e 1.13. No Teorema
1.10 na página 69 mostramos que essa matriz escalonada reduzida é a única matriz
na forma escalonada reduzida equivalente a A.
Teorema 1.4. Toda matriz A = ( aij )m×n é equivalente por linhas a uma única matriz escalonada reduzida R =
(rij )m×n .
O próximo resultado será usado para provar alguns resultados no capítulo de inver-
são de matrizes.
Proposição 1.5. Seja R uma matriz n × n, na forma escalonada reduzida. Se R 6= In , então R tem uma linha nula.
Demonstração. Observe que o pivô de uma linha i está sempre numa coluna j com
j ≥ i. Portanto, ou a última linha de R é nula ou o pivô da linha n está na posição
n, n. Mas, neste caso todas as linhas anteriores são não nulas e os pivôs de cada linha
i está na coluna i, ou seja, R = In .
A X = 0̄.
Todo sistema homogêneo admite pelo menos a solução
x1 0
x2 0
X = . = . ,
.. ..
xn 0
chamada de solução trivial. Portanto, todo sistema homogêneo tem solução. Além
disso ou tem somente a solução trivial ou tem infinitas soluções
Observação. Para resolver um sistema linear homogêneo A X = 0̄, basta escalonarmos a matriz A do sistema,
já que sob a ação de uma operação elementar a coluna de zeros não é alterada. Mas, é preciso ficar atento
quando se escreve o sistema linear associado à matriz resultante das operações elementares, para se levar em
consideração esta coluna de zeros que não vimos escrevendo.
Teorema 1.6. Se a matriz A = ( aij )m×n , é tal que m < n, então o sistema homogêneo AX = 0̄ tem solução diferente
da solução trivial, ou seja, todo sistema homogêneo com menos equações do que incógnitas tem infinitas soluções.
Demonstração. Como o sistema tem menos equações do que incógnitas (m < n), o
número de linhas não nulas r da forma escalonada reduzida da matriz aumentada do
sistema também é tal que r < n. Assim, temos r pivôs e n − r variáveis (incógnitas)
livres, que podem assumir todos os valores reais. Logo, o sistema admite solução
não trivial e portanto infinitas soluções.
Proposição 1.7. Seja A uma matriz n × n. O sistema linear homogêneo AX = 0̄ satisfaz as seguintes propriedades:
(a) Se X e Y são soluções do sistema homogêneo, AX = 0̄, então X + Y também o é.
(b) Se X é solução do sistema homogêneo, AX = 0̄, então αX também o é.
Estas propriedades não são válidas para sistemas lineares em geral. Por exemplo,
considere o sistema linear A X = B, em que A = [1] e B = [1]. A solução deste
sistema é X = [1]. Mas, X + X = 2 X = 2, não é solução do sistema.
Exemplo 1.16. Vamos retomar a cadeia de Markov do Exemplo 1.9 na página 15.
Vamos supor que uma população é dividida em três estados (por exemplo: ricos,
classe média e pobres) e que em cada unidade de tempo a probabilidade de mudança
de um estado para outro seja constante no tempo, só dependa dos estados.
1 2 3
t11 t12 t13 1
T = t21 t22 t23 2
t31 t32 t33 3
1 2 3
1 1
2 4 0 1
T =
1 1 1 2
2 2 2
0 1 1 3
4 2
Vamos descobrir qual distribuição inicial da população entre os três estados perma-
nece inalterada, geração após geração. Ou seja, vamos determinar P tal que
TP = P ou TP = I3 P ou ( T − I3 ) P = 0̄.
1a. eliminação:
− 21
1 0 0
1
−2×1a. linha −→ 2a. linha − 12 1
0
2 2
1
0 4 − 12 0
1 − 21
0 0
− 12 ×1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha 0 − 41 1
0
2
1
0 4 − 21 0
2a. eliminação:
− 21
1 0 0
−4×2a. linha −→ 2a. linha 0 1 −2 0
1
0 4 − 21 0
1 a. a. a. 1 0 −1 0
2 ×2 linha + 1 linha −→ 1 linha 0 1 −2 0
− 41 ×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha 0 0 0 0
Portanto, o sistema dado é equivalente ao sistema seguinte
x − z = 0
y − 2z = 0
Seja z = α. Então y = 2α e x = α. Assim, a solução geral do sistema é
x 1
X = y = α 2 , para todo α ∈ R.
z 1
Tomando a solução tal que x + y + z = 1 obtemos que se a população inicial for
distribuída de forma que p1 = 1/4 da população esteja no estado 1, p2 = 1/2 da
população esteja no estado 2 e p3 = 1/4, esteja no estado 3, então esta distribuição
permanecerá constante geração após geração.
Definição 1.8. Uma matriz elementar n × n é uma matriz obtida da matriz identidade In aplicando-se uma, e
somente uma, operação elementar.
Vamos denotar por Eij a matriz elementar obtida trocando-se a linha i com a linha
j da matriz In , Ei (α) a matriz elementar obtida multiplicando-se a linha i da matriz
In pelo escalar α 6= 0 e Ei,j (α) a matriz elementar obtida da matriz In , somando-se à
linha j, α vezes a linha i.
1 0 · · · · · · 0
· · · ·
1 0 0
..
0 . ·
..
· 1 ·
0 . ·
· 0 ... 1 ·
←i
· 1 ·
. .
Ei,j =
. .. .
, Ei (α) = · α · ←i
· . . . ·
←j
· 1 ... 0 ·
· 1 ·
· 1 ·
..
..
· . 0
· . 0
0 · · · · · · 0 1 0 · · · · 0 1
· · · ·
1 0 0
..
0 . ·
· 1 · ←i
e Ei,j (α) =
.. ..
· . . ·
←j
· α ... 1 ·
..
· . 0
0 · · · · 0 1
1 0 1 α
E1,2 (α) = e E2,1 (α) = .
α 1 0 1
1 0 0
0 1 0
Sejam E1 = , E2 = ,. . . , En = matrizes m × 1.
.. .. ..
. . .
0 0 1
E1t E1t
..
E1t
..
. .
t
Ej ..
Eit
←i . ←i
..
= ... t
Ei,j , αEi ← i
Ei (α) = e Ei,j (α) =
t . t
Et
← j . E + αE ← j
i .. j i
. t ..
.. Em
.
Em t t
Em
Teorema 1.8. Sejam E uma matriz elementar m × m e A uma matriz qualquer m × n. Então, EA é igual à matriz
obtida aplicando-se na matriz A a mesma operação elementar que originou E.
E1t
t
E1 A A1
.. .. ..
. . .
t t
Ej Ej A Aj
i→ ←i ←i
= ...
.
Ei,j A = .. A = ...
j→ Et A ← j Ai ← j
Et
i i
. . .
.. .. ..
Emt t A
Em Am
t t
E1 E1 A A1
.. .. ..
. . .
t t
Ei (α) A = i → αEi A = αEi A
←i αAi ← i
=
. . .
.. .. ..
Emt t
Em A Am
E1t E1t A A1
.. .. ..
. . .
Eit Eit A
i→
←i
Ai ←i
.. .. ..
Ei,j (α) A = A= =
t . t . .
j → E + αE ← j ← j
t
E A + αEt A
A j + αAi
j i j i
.
..
.
..
..
.
t
Em t A
Em Am
Assim, aplicar uma sequencia de operações elementares em uma matriz, corres-
ponde a multiplicar a matriz à esquerda por um produto de matrizes elementares.
2. Em cada item suponha que a matriz aumentada de um sistema foi transformada usando operações ele-
mentares na matriz escalonada reduzida dada. Resolva o sistema correspondente.
1 0 0 −7 8 1 0 0 0 6
(a) 0 1 0 3 2 ; (c) 0 1 0 0 3 ;
0 0 1 1 −5 0 0 1 1 2
1 −6 0 0 3 −2 1 7 0 0 −8 −3
0 0 1 0 4 7 0 0 1 0 6 5
(b)
0
; (d) .
0 0 1 5 8 0 0 0 1 3 9
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 5
4. Seja A = 1 1 1 .
0 1 −4
(a) Encontre a solução geral do sistema ( A + 4I3 ) X = 0̄;
(b) Encontre a solução geral do sistema ( A − 2I3 ) X = 0̄.
5. Para cada sistema linear dado, encontre todos os valores de a para os quais o sistema não tem solução,
tem solução única e tem infinitas soluções:
x + 2y − 3z = 4
(a) 3x − y + 5z = 2 ;
4x + y + ( a2 − 14)z = a + 2
x + y + z = 2
(b) 2x + 3y + 2z = 5 .
2x + 3y + ( a2 − 1)z = a + 1
60 Matrizes e Sistemas Lineares
1.2.8. Determine os coeficientes a, b, c e d da função polinomial p( x ) = ax3 + bx2 + cx + d, cujo gráfico passa
pelos pontos P1 = (0, 10), P2 = (1, 7), P3 = (3, −11) e P4 = (4, −14).
30
y
20
10
0
x
−10
−20
−30
−2 −1 0 1 2 3 4 5
y
8
0
x
−2
−4
−6 −4 −2 0 2 4 6 8
1.2.10. Encontre condições sobre os bi ’s para que cada um dos sistemas seja consistente (isto é, tenha solução):
x1 − 2x2 + 5x3 = b1 x1 − 2x2 − x3 = b1
(a) 4x1 − 5x2 + 8x3 = b2 ; (b) −4x1 + 5x2 + 2x3 = b2 .
−3x1 + 3x2 − 3x3 = b3 −4x1 + 7x2 + 4x3 = b3
Encontre matrizes elementares E, F, G e H tais que R = EFGH A é uma matriz escalonada reduzida.
(Sugestão: veja o Exemplo 1.18 na página 57.)
3 a+2 −3 2a+1
AX = B, em que B = [ 4 3 1 6 ]t , para todos os valores de a.
1.2.15. (a) Use o comando P=randi(4,2), para gerar 4 pontos com entradas inteiras e aleatórias entre −5 e 5.
Os pontos estão armazenados nas linhas da matriz P.
(b) Use o M ATLABr para tentar encontrar os coeficientes a, b, c e d da função polinomial p( x ) =
ax3 + bx2 + cx + d cujo gráfico passa pelos pontos dados pelas linhas da matriz P. A matriz
A=matvand(P(:,1),3) pode ser útil na solução deste problema, assim como a matriz B=P(:,2).
Se não conseguiu, repita o passo anterior. Por que pode não ser possível?
(c) Desenhe os pontos e o gráfico do polinômio com os comandos
clf, po(P), syms x, p=poly2sym(R(:,5),x), plotf1(p,[-5,5]), em que R é forma escalonada re-
duzida da matriz [A,B].
(d) Desenhe os eixos coordenados com o comando eixos.
1.2.16. (a) Use o comando P=randi(5,2), para gerar 5 pontos com entradas inteiras e aleatórias entre −5 e 5.
Os pontos estão armazenados nas linhas da matriz P.
(b) Use o M ATLABr para tentar encontrar os coeficientes a, b, c, d, e e f da cônica, curva de equação
ax2 + bxy + cy2 + dx + ey + f = 0, cujo gráfico passa pelos pontos cujas coordenadas são dadas
pelas linhas da matriz P. A matriz A=matvand(P,2) pode ser útil na solução deste problema. Se não
conseguiu, repita o passo anterior. Por que pode não ser possível?
(c) Desenhe os pontos e a cônica com os comandos
clf, po(P), syms x y, p=poly2sym2([-R(:,6);1],x,y), plotci(p,[-5,5],[-5,5]), em que R é a
forma escalonada reduzida da matriz A.
Exercícios Teóricos
1.2.18. Mostre que toda operação elementar possui inversa, do mesmo tipo, ou seja, para cada operação elemen-
tar existe uma outra operação elementar do mesmo tipo que desfaz o que a operação anterior fez.
1.2.19. Prove que:
(a) Toda matriz é equivalente por linhas a ela mesma (reflexividade);
(b) Se A é equivalente por linhas a B, então B é equivalente por linhas a A (simetria);
(c) Se A é equivalente por linhas a B e B é equivalente por linhas a C, então A é equivalente por linhas
a C (transitividade).
1.2.20. (a) Sejam X1 e X2 soluções do sistema homogêneo A X = 0̄. Mostre que αX1 + βX2 é solução, para
quaisquer escalares α e β. (Sugestão: veja o Exemplo 1.7.)
(b) Sejam X1 e X2 soluções do sistema A X = B. Mostre que se αX1 + βX2 é solução, para quaisquer
escalares α e β, então B = 0̄. (Sugestão: faça α = β = 0.)
1.2.21. Sejam A uma matriz m × n e B 6= 0̄ uma matriz m × 1.
(a) Mostre que se X1 é uma solução do sistema AX = B e Y1 é uma solução do sistema homogêneo
associado AX = 0̄, então X1 + Y1 é solução de AX = B.
(b) Seja X0 solução particular do sistema AX = B. Mostre que toda solução X do sistema AX = B, pode
ser escrita como X = X0 + Y, em que Y é uma solução do sistema homogêneo associado, AX = 0̄.
Assim, a solução geral do sistema AX = B é a soma de uma solução particular de AX = B com a
solução geral do sistema homogêneo associado AX = 0̄. (Sugestão: Escreva X = X0 + ( X − X0 ) e
mostre que X − X0 é solução do sistema homogêneo AX = 0̄.)
Proposição 1.9. Sejam A e B matrizes m × n equivalentes por linhas. Sejam A1 , . . . , An as colunas 1, . . . , n, respec-
tivamente, da matriz A e B1 , . . . , Bn as colunas 1, . . . , n, respectivamente, da matriz B. Se existem escalares α j1 , . . . , α jk
tais que
Ak = α j1 A j1 + · · · + α jk A jk ,
então
Bk = α j1 Bj1 + · · · + α jk Bjk ,
Teorema 1.10. Se R = (rij )m×n e S = (sij )m×n são matrizes escalonadas reduzidas equivalentes por linhas a uma
matriz A = ( aij )m×n , então R = S.
R jr +1 = S jr +1 , . . . , Rn = Sn , se k = r.
Observe que para j = jk + 1, . . . , jk+1 − 1, se k < r, ou para j = jr + 1, . . . , n, se k = r,
temos que
R j = (r1j , . . . , rkj , 0, . . . , 0) = r1j R j1 + . . . + rkj R jk ,
o que implica pela Proposição 1.9 que
S j = r1j S j1 + . . . + rkj S jk .
S j = r1j R j1 + . . . + rkj R jk = R j ,
Teste do Capítulo
1. Para o sistema linear dado, encontre todos os valores de a para os quais o sistema não tem solução, tem
solução única e tem infinitas soluções:
x + 2y + z = 3
x + y − z = 2
x + y + ( a2 − 5) z = a
3. Sejam
1 0 cos θ sen θ
D= . e P= .
0 −1 − sen θ cos θ
Sabendo-se que A = Pt DP, calcule D2 , PPt e A2 .
Definição 2.1. Uma matriz quadrada A = ( aij )n×n é invertível ou não singular, se existe uma matriz B =
(bij )n×n tal que
A B = B A = In , (2.1)
em que In é a matriz identidade. A matriz B é chamada de inversa de A. Se A não tem inversa, dizemos que
A é não invertível ou singular.
Teorema 2.1. Se uma matriz A = ( aij )n×n possui inversa, então a inversa é única.
Denotamos a inversa de A, quando ela existe, por A−1 . Devemos chamar atenção
para o fato de que o índice superior −1, aqui, não significa uma potência, tão pouco
uma divisão. Assim como no caso da transposta, em que At significa a transposta de
A, aqui, A−1 significa a inversa de A.
Teorema 2.2. (a) Se A = ( aij )n×n é invertível, então a sua inversa, A−1 , também o é e
( A −1 ) −1 = A ;
(b) Se A = ( aij )n×n e B = (bij )n×n são matrizes invertíveis, então AB é invertível e
( A t ) −1 = ( A −1 ) t .
Demonstração. Se queremos mostrar que uma matriz é a inversa de uma outra, te-
mos que mostrar que os produtos das duas matrizes são iguais à matriz identidade.
(a) Uma matriz B é a inversa de A−1 se
A−1 B = BA−1 = In .
AA−1 = A−1 A = In .
(c) Queremos mostrar que a inversa de At é ( A−1 )t . Pela propriedade (o) do Teo-
rema 1.1 na página 9:
Assim, para verificar que uma matriz A é invertível, quando temos uma matriz B
que é candidata a inversa de A, basta fazer um dos produtos AB ou BA e verificar se
é igual a In . O próximo exemplo ilustra este fato.
Exemplo 2.2. Seja A = ( aij )n×n uma matriz tal que A3 = 0̄ (A pode não ser a matriz
nula!). Vamos mostrar que a inversa de In − A é In + A + A2 . Para provar isto,
devemos multiplicar a matriz In − A, pela matriz que possivelmente seja a inversa
dela, aqui I + A + A2 , e verificar se o produto das duas é igual à matriz identidade
In .
( In − A)( In + A + A2 ) = In ( In + A + A2 ) − A( In + A + A2 ) = In + A + A2 − A − A2 − A3 = In .
Proposição 2.4. Toda matriz elementar é invertível e sua inversa é também uma matriz elementar. Usando a notação
introduzida na página 53, temos:
−1
(a) Ei,j = Ej,i = Ei,j ;
Ek . . . E1 A = In (2.2)
( E1−1 . . . Ek−1 ) Ek . . . E1 A = E1−1 . . . Ek−1
A = E1−1 . . . Ek−1 . (2.3)
Teorema 2.6. Uma matriz A é invertível se, e somente se, ela é um produto de matrizes elementares.
Exemplo 2.3. Vamos escrever a matriz A do Exemplo 2.5 na página 84 como o pro-
duto de matrizes elementares. Quando encontramos a inversa da matriz A, apli-
camos uma sequencia de operações elementares em [ A | I3 ] até que encontramos
a matriz [ I3 | A−1 ]. Como as operações são por linha, esta mesma sequencia de
operações
elementares
transforma A em In . Isto corresponde a multiplicar a matriz
1 1 1
A = 2 1 4 à esquerda pelas matrizes elementares
2 3 5
1 0 0 1 0 0
E1,2 (−2) = −2 1 0 , E1,3 (−2) = 0 1 0 ,
0 0 1 −2 0 1
1 0 0 1 −1 0 1 0 0
E2 (−1) = 0 −1 0 , E2,1 (−1) = 0 1 0 , E2,3 (−1) = 0 1 0
0 0 1 0 0 1 0 −1 1
1 0 0 1 0 −3 1 0 0
E3 ( 15 ) = 0 1 0 , E3,1 (−3) = 0 1 0 , E3,2 (2) = 0 1 2 ,
1 0 0 1 0 0 1
0 0 5
ou seja,
E3,2 (2) E3,1 (−3) E3 ( 15 ) E2,3 (−1) E2,1 (−1) E2 (−1) E1,3 (−2) E1,2 (−2) A = I3 .
A = E1,2 (2) E1,3 (2) E2 (−1) E2,1 (1) E2,3 (1) E3 (5) E3,1 (3) E3,2 (−2).
a b x y
Exemplo 2.4. Seja A = c d
. Devemos procurar uma matriz B =
z w
tal
que AB = I2 , ou seja,
ax + bz = 1
cx + dz = 0
ay + bw = 0
cy + dw = 1
Este sistema pode ser desacoplado em dois sistemas independentes que possuem a
mesma matriz, que é a matriz A. Podemos resolvê-los simultaneamente. Para isto,
basta escalonarmos a matriz aumentada
a b 1 0
= [ A | I2 ].
c d 0 1
Teorema 2.7. Uma matriz A, n × n, é invertível se, e somente se, A é equivalente por linhas à matriz identidade In .
Demonstração. Pelo Teorema 2.3 na página 76, para verificarmos se uma matriz A,
n × n, é invertível, basta verificarmos se existe uma matriz B, tal que
A B = In . (2.4)
A [ X1 . . . Xn ] = [ AX1 . . . AXn ] = [ E1 . . . En ],
A X j = Ej para j = 1 . . . , n.
Cada um dos sistemas pode ser resolvido usando o método de Gauss-Jordan. Para
isso, formaríamos as matrizes aumentadas [ A | E1 ], [ A | E2 ], . . . , [ A | En ]. Entre-
tanto, como as matrizes dos sistemas são todas iguais à A, podemos resolver todos
os sistemas simultaneamente formando a matriz n × 2n
[ A | E1 E2 . . . En ] = [ A | In ].
Observação. Da demonstração do Teorema 2.7 obtemos não somente uma forma de descobrir se uma matriz A
tem inversa mas também, como encontrar a inversa, no caso em que ela exista. Ou seja, escalonamos a matriz
[ A | In ] e encontramos a sua forma escalonada reduzida [ R | S]. Se R = In , então a matriz A é invertível e a
inversa A−1 = S. Caso contrário, a matriz A não é invertível. Vejamos os exemplos seguintes.
1a. eliminação:
1 1 1 1 0 0
−2×1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha 0 −1 2 −2 1 0
−2×1a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 1 3 −2 0 1
2a. eliminação:
1 1 1 1 0 0
−1×2a. linha −→ 2a. linha 0 1 −2 2 −1 0
0 1 3 −2 0 1
−1×2a. linha + 1a. linha −→ 1a. linha 1 0 3 −1 1 0
−1×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha 0 1 −2 2 −1 0
0 0 5 −4 1 1
3a. eliminação:
7 2
− 35
1 0 0 5 5
−3×3a. linha + 1a. linha −→ 1a. linha 2
0 1 0 − 53 2
2×3a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha 5 5
0 0 1 − 45 5
1 1
5
− 45 1
5
1
5
1a. eliminação:
1 2 3 1 0 0
−1×1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha 0 1 1 1 −1 0
0 1 1 0 0 1
2a. eliminação:
1 2 3 1 0 0
−1×2a. linha −→ 2a. linha 0 1 1 1 −1 0
0 1 1 0 0 1
1 0 1 −1 2 0
−2×2a. linha + 1a. linha −→ 1a. linha 0 1 1 1 −1 0
−1×2a. linha + 3a. linha −→ 3a. linha
0 0 0 −1 1 1
A −1 ( A X ) = A −1 B
( A −1 A ) X = A −1 B
In X = A −1 B
X = A−1 B.
Aqui foram usadas as propriedades (h) e (i) do Teorema 1.1 na página 9. Por-
tanto, X = A−1 B é a única solução do sistema A X = B. Por outro lado, se o
sistema A X = B possui solução única, então a forma escalonada reduzida da
matriz aumentada do sistema [ A | B] é da forma [ R | S], em que R = In . Pois a
matriz A é quadrada e caso R fosse diferente da identidade possuiria uma linha
de zeros (Proposição 1.5 na página 47) o que levaria a que o sistema A X = B ou
não tivesse solução ou tivesse infinitas soluções. Logo, a matriz A é equivalente
por linhas à matriz identidade o que pelo Teorema 2.7 na página 82 implica que
A é invertível.
(b) Todo sistema homogêneo possui pelo menos a solução trivial. Pelo item ante-
rior, esta será a única solução se, e somente se, A é invertível.
Exemplo 2.7. Uma indústria produz três produtos, X, Y e Z, utilizando dois tipos de
insumo, A e B. Para a manufatura de cada kg de X são utilizados 1 grama do insumo
A e 2 gramas do insumo B; para cada kg de Y, 1 grama de insumo A e 1 grama de
X Y Z
gramas de A/kg 1 1 1 x kg de X produzidos
gramas de B/kg 2 1 4 = A X= y kg de Y produzidos
preço/kg 2 3 5 z kg de Z produzidos
x+y+z gramas de A usados
AX = 2x + y + 4z gramas de B usados
2x + 3y + 5z arrecadação
que é
7 2
− 35
5 5 7 2 −3
1
A −1 = 2
− 53 2
= 2 −3 2 .
5 5 5
− 45 1
5
1
5
−4 1 1
ou seja,
kg de X produzidos
x
7 2 −3 1000 700
kg de Y produzidos y = X = A −1 B = 1
2 −3 2 2000 = 200
5
kg de Z produzidos z −4 1 1 2500 100
ou seja,
kg de X produzidos
x
7 2 −3 1000 500
kg de Y produzidos y = X = A −1 B = 1
2 −3 2 2100 = 300
5
kg de Z produzidos z −4 1 1 2900 200
Vamos mostrar a recíproca do item (b) do Teorema 2.2 na página 74. Este resultado
será útil na demonstração de que o determinante do produto de matrizes é o produto
dos determinantes (Subseção 2.2.2 na página 119).
p ( x ) = a n −1 x n −1 + a n −2 x n −2 + · · · + a 1 x + a 0 ,
30
y
20
10
0
x
−10
−20
−30
−2 −1 0 1 2 3 4 5
Vamos mostrar que existe, um e somente um, polinômio de grau no máximo igual
a n − 1, que interpola n pontos, com abscissas distintas. Substituindo os pontos no
1ydobbr,? (2.5)
a b c d e f g h i j k l m n
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
o p q r s t u v w x y z à á â
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
ã ç é ê í ó ô õ ú ü A B C D E
30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
F G H I J K L M N O P Q R S T
45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59
U V W X Y Z À Á Â Ã Ç É Ê Í Ó
60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74
Ô Õ Ú Ü 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 :
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89
; < = > ? @ ! " # $ % & ’ ( )
90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104
* + , - . / [ \ ] _ { | }
105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117
Convertendo para texto usando novamente a Tabela 2.1 obtemos que a mensagem
que foi criptografada é
Tudo bem? (2.6)
2.1.4. Se
−1 3 2 −1 2 5
A = e B = ,
1 3 3 −2
encontre ( A B)−1 .
2 3 5
2.1.5. Resolva o sistema A X = B, se A−1 = eB= .
4 1 3
2.1.6. (Relativo à Subseção 2.1.2) Encontre matrizes elementares E1 , . . . , Ek tais que A = E1 . . . Ek , para
1 2 3
A = 2 1 2 .
0 1 2
Sabendo-se que a mensagem criptografada (convertida para números), y, foi originalmente obtida
multiplicando-se a matriz M pela mensagem original (convertida para números), x, determine x. Des-
cubra a mensagem usando o comando do pacote gaal, num2char(x), que converte a matriz para texto.
Decifre as mensagens que estão nos arquivos menc2.txt e menc3.txt. Como deve ser a matriz M para
que ela possa ser uma matriz chave na criptografia?
Exercícios Teóricos
a b
2.1.8. (a) Mostre que a matriz A = é invertível se, e somente se, ad − bc 6= 0 e neste caso a inversa
c d
é dada por
1 d −b
A −1 = .
ad − bc −c a
(Sugestão: encontre a forma escalonada reduzida da matriz [ A | I2 ], para a 6= 0 e para a = 0.)
(b) Mostre que se ad − bc 6= 0, então o sistema linear
ax + by = g
cx + dy = h
Sugestão para os próximos 4 exercícios: Para verificar que uma matriz B é a inversa de uma matriz A,
basta fazer um dos produtos AB ou BA e verificar que é igual a In .
( In − A)−1 = In + A + A2 + . . . + Ak−1 .
2.1.10. Seja A uma matriz diagonal, isto é, os elementos que estão fora da diagonal são iguais a zero (aij = 0,
para i 6= j). Se aii 6= 0, para i = 1, . . . , n, mostre que A é invertível e a sua inversa é também uma matriz
diagonal com elementos na diagonal dados por 1/a11 , 1/a22 , . . . , 1/ann .
2.1.11. Sejam A e B matrizes quadradas. Mostre que se A + B e A forem invertíveis, então
2.1.12. Seja Jn a matriz n × n, cujas entradas são iguais a 1. Mostre que se n > 1, então
1
( In − Jn )−1 = In − Jn .
n−1
(Sugestão: observe que Jn2 = nJn .)
2.1.13. Mostre que se B é uma matriz invertível, então AB−1 = B−1 A se, e somente se, AB = BA. (Sugestão:
multiplique a equação AB = BA por B−1 .)
2.1.14. Mostre que se A é uma matriz invertível, então A + B e In + BA−1 são ambas invertíveis ou ambas não
invertíveis. (Sugestão: multiplique A + B por A−1 .)
2.1.15. Sejam A e B matrizes n × n. Mostre que se B não é invertível, então AB também não o é.
2.1.16. Mostre que se A e B são matrizes n × n, invertíveis, então A e B são equivalentes por linhas.
2.1.17. Sejam A uma matriz m × n e B uma matriz n × m, com n < m. Mostre que AB não é invertível. (Sugestão:
Mostre que o sistema ( AB) X = 0̄ tem solução não trivial.)
2.2 Determinantes
Vamos inicialmente definir o determinante de matrizes 1 × 1. Para cada matriz A =
[ a] definimos o determinante de A, indicado por det( A), por det( A) = a. Vamos,
j
a11 ... ... a1n
.. ..
. .
Ãij = aij i
.. ..
. .
an1 ... ... ann
Agora, vamos definir os cofatores de uma matriz quadrada A = ( aij )3×3 . O cofator
do elemento aij , denotado por ãij , é definido por
ãij = (−1)i+ j det( Ãij ),
ou seja, o cofator ãij , do elemento aij é igual a mais ou menos o determinante do
menor Ãij , sendo o mais e o menos determinados pela seguinte disposição:
+ − +
− + −
+ − +
Definição 2.2. Seja A = ( aij )n×n . O determinante de A, denotado por det( A), é definido por
n
det( A) = a11 ã11 + a12 ã12 + . . . + a1n ã1n = ∑ a1j ã1j , (2.7)
j =1
em que ã1j = (−1)1+ j det( Ã1j ) é o cofator do elemento a1j . A expressão (2.8) é chamada desenvolvimento ou
expansão em cofatores do determinante de A em termos da 1a. linha.
Portanto,
det( A) = 3 det( B) = −75.
det( In ) = 1.
Vamos provar uma propriedade importante do determinante. Para isso vamos es-
crever a matriz A = ( aij )n×n em termos das suas linhas
A1
..
.
A k −1
Ak
A= ,
A k +1
.
..
An
Teorema 2.10. Seja A = ( aij )n×n escrita em termos das suas linhas, denotadas por Ai , ou seja,
Ai = [ ai1 ai2 . . . ain ]. Se para algum k, a linha Ak = αX + βY, em que X = [ x1 . . . xn ],
Y = [ y1 . . . yn ] e α e β são escalares, então:
A1 A1 A1
.. .. ..
.
.
.
A k −1 A k −1 A k −1
det αX + βY = α det
X
+ β det Y
.
A k +1 A k +1 A k +1
.. . .
.. ..
.
An An An
Exemplo 2.12. O cálculo do determinante da matriz a seguir pode ser feito da se-
guinte forma:
cos t sen t cos t sen t cos t sen t
det = 2 det + 3 det =3
2 cos t − 3 sen t 2 sen t + 3 cos t cos t sen t − sen t cos t
Teorema 2.11. Seja A uma matriz n × n. O determinante de A pode ser calculado fazendo-se o desenvolvimento em
cofatores segundo qualquer linha ou qualquer coluna.
n
det( A) = ai1 ãi1 + ai2 ãi2 + . . . + ain ãin = ∑ aij ãij , para i = 1, . . . , n, (2.8)
j =1
n
= a1j ã1j + a2j ã2j + . . . + anj ãnj = ∑ aij ãij , para j = 1, . . . , n, (2.9)
i =1
em que ãij = (−1)i+ j det( Ãij ) é o cofator do elemento aij . A expressão (2.8) é chamada desenvolvimento em co-
fatores do determinante de A em termos da i-ésima linha e (2.9) é chamada desenvolvimento em cofatores do
determinante de A em termos da j-ésima coluna.
Corolário 2.12. Seja A uma matriz n × n. Se A possui duas linhas iguais, então det( A) = 0.
Mas, cada Ãij é uma matriz (n − 1) × (n − 1) com duas linhas iguais. Como estamos
supondo que o resultado seja verdadeiro para estas matrizes, então det( Ãij ) = 0.
Isto implica que det( A) = 0.
det( B) = α det( A) ;
det( B) = − det( A) ;
(c) Se B é obtida de A substituindo a linha l por ela somada a um múltiplo escalar de uma linha k, k 6= l, então
det( B) = det( A) .
(b) Sejam
A1 A1
.. ..
. .
Ak Al
A = ... e B = ... .
Al Ak
. .
.. ..
An An
Agora, pelo Teorema 2.10 na página 105 e o Corolário 2.12, temos que
A1 A1 A1 A1 A1
.. .. .. .. ..
.
.
.
.
.
Ak + Al Ak Ak Al Al
0 = det
.. .. ..
= det . + det . + det
.. + det ..
.
.
.
Ak + Al Ak Al Ak Al
.. .
..
.
..
..
...
. .
An An An An An
= 0 + det( A) + det( B) + 0.
A1 A1 A1 A1
.. .. .. ..
.
.
.
.
Ak
Ak
Ak
Ak
det
.. .. ..
= det . + α det . = det
.. .
.
.
Al + αAk Al Ak Al
.. .
..
.
..
..
. .
An An An An
0 1 5
A= 3 −6 9
2 6 1
= (−3)(−55) = 165
Quando multiplicamos uma linha de uma matriz por um escalar α o determinante
da nova matriz é igual a α multiplicado pelo determinante da matriz antiga. Mas o
que estamos calculando aqui é o determinante da matriz antiga, por isso ele é igual
a 1/α multiplicado pelo determinante da matriz nova.
det( A) = det( At ) ;
Observação. Como o determinante de uma matriz é igual ao determinante da sua transposta (Teorema 2.14
(b)), segue-se que todas as propriedades que se referem a linhas são válidas com relação às colunas.
Exemplo 2.14. Seja A = ( aij )n×n . Vamos mostrar que se A é invertível, então
1
det( A−1 ) = .
det( A)
Mas, det( In ) = 1 (Exemplo 2.11 na página 103, a matriz identidade também é trian-
1
gular inferior!). Logo, det( A−1 ) = .
det( A)
Exemplo 2.15. Se uma matriz quadrada é tal que A2 = A−1 , então vamos mostrar
que det( A) = 1. Aplicando-se o determinante a ambos os membros da igualdade
acima, e usando novamente o Teorema 2.14 e o resultado do exemplo anterior, obte-
mos
1
(det( A))2 = .
det( A)
Logo, (det( A))3 = 1. Portanto, det( A) = 1.
AX = λX ⇔ AX = λI3 X.
Agora, este sistema homogêneo tem solução não trivial (X 6= 0̄) se, e somente
se,
det( A − λI3 ) = 0.
Mas
2−λ 2 2
det 0 2−λ 0 = −(λ − 2)2 (λ − 3) = 0
0 1 3−λ
a b
Exemplo 2.17. A matriz A = c d é invertível se, e somente se, det( A) =
ad − bc 6= 0. Neste caso a inversa de A é dada por
1 d −b
A −1 = ,
det( A) −c a
ou seja,
g b a g
det det
h d c h
x= , y=
a b a b
det det
c d c d
esta é a chamada Regra de Cramer para sistemas de 2 equações e 2 incógnitas.A
Regra de Cramer para sistemas de n equações e n incógnitas será apresentada na
Subseção 2.2.3.
Proposição 2.16. (a) Se Ei,j é a matriz elementar obtida trocando-se as linhas i e j da matriz identidade, então
(b) Se Ei (α) é a matriz elementar obtida da matriz identidade, multiplicando-se a linha i por α, então
det( Ei (α)) = α.
(c) Se Ei,j (α) é a matriz elementar obtida da matriz identidade, somando-se à linha j, α vezes a linha i, então
Lembramos também que uma matriz é invertível se, e somente se, ela é o produto
de matrizes elementares (Teorema 2.6 na página 79). Além disso, o resultado da
aplicação de uma operação elementar em uma matriz é o mesmo que multiplicar a
matriz à esquerda pela matriz elementar correspondente.
Usando matrizes elementares podemos provar o Teorema 2.14 na página 113.
(a) Queremos provar que det( AB) = det( A) det( B). Vamos dividir a demonstração
deste item em três casos:
Caso 1: Se A = E é uma matriz elementar. Este caso segue-se diretamente da propo-
sição anterior e do Teorema 2.13 na página 109.
Caso 2: Se A é invertível, então pelo Teorema 2.6 na página 79 ela é o produto de
matrizes elementares, A = E1 . . . Ek . Aplicando-se o caso anterior sucessivas vezes,
obtemos
det( AB) = det( E1 ) . . . det( Ek ) det( B) = det( E1 . . . Ek ) det( B) = det( A) det( B).
(b) Queremos provar que det( A) = det( At ). Vamos dividir a demonstração deste
item em dois casos.
Caso 1: Se A é uma matriz invertível, pelo Teorema 2.6 na página 79 ela é o produto
de matrizes elementares, A = E1 . . . Ek . É fácil ver que se E é uma matriz elementar,
então det( E) = det( Et ) (verifique!). Assim,
det( At ) = det( Ekt ) . . . det( E1t ) = det( Ek ) . . . det( E1 ) = det( E1 . . . Ek ) = det( A).
Caso 2: Se A não é invertível, então At também não o é, pois caso contrário, pelo
Teorema 2.2 na página 74, também A = ( At )t seria invertível. Assim, neste caso,
det( At ) = 0 = det( A).
Definição 2.3. Seja A uma matriz n × n. Definimos a matriz adjunta (clássica) de A, denotada por adj( A),
como a transposta da matriz formada pelos cofatores de A, ou seja,
t
ã11 ã12 ... ã1n ã11 ã21 ... ãn1
ã21 ã22 ... ã2n ã12 ã22 ... ãn2
adj( A) = = ,
.. .. .. ..
. ... . . ... .
ãn1 ãn2 ... ãnn ã1n ã2n ... ãnn
Assim, a adjunta de B é
t
−6 0 0 −6 4 −5
adj( B) = 4 −2 0 = 0 −2 −2
−5 −2 3 0 0 3
n
( A adj( A))ij = ∑ aik ã jk = ai1 ã j1 + ai2 ã j2 + . . . ain ã jn .
k =1
Pelo Lema 2.17, equação (2.10) e do Teorema 2.11 na página 107 segue-se que
det( A) se i = j
( A adj( A))ij =
0 se i 6= j.
Assim,
det( A) 0 ... 0
0 det( A) ... 0
A adj( A) = = det( A) In .
.. ..
. ... .
0 0 ... det( A)
Analogamente, usando Lema 2.17, equação (2.11), se prova que
adj( A) A = det( A) In .
Exemplo 2.20. Vamos mostrar que se uma matriz A é singular, então adj( A) tam-
bém é singular. Vamos separar em dois casos.
(a) Se A = 0̄, então adj( A) também é a matriz nula, que é singular.
(b) Se A 6= 0̄, então pelo Teorema 2.18 na página 124, adj( A) A = 0̄. Mas, então,
se adj( A) fosse invertível, então A seria igual à matriz nula (por que?), que
estamos assumindo não ser este o caso. Portanto, adj( A) tem que ser singular.
1
Demonstração. Se det( A) 6= 0, então definindo B = adj( A), pelo Teo-
det( A)
rema 2.18 temos que
1 1 1
A B = A( adj( A)) = ( A adj( A)) = det( A) In = In .
det( A) det( A) det( A)
Exemplo 2.21. No Exemplo 2.17 na página 117 mostramos como obter rapidamente
a inversa de ma matriz 2 × 2. Usando o Corolário 2.19 podemos também obter a
inversa de uma matriz 2 × 2,
a b
A= ,
c d
1 1 d −b
A −1 = adj( A) = , se det( A) 6= 0
det( A) det( A) −c a
Ou seja, a inversa de uma matriz 2 × 2 é facilmente obtida trocando-se a posição
dos elementos da diagonal principal, trocando-se o sinal dos outros elementos e
dividindo-se todos os elementos pelo determinante de A.
Corolário 2.20 (Regra de Cramer). Se o sistema linear AX = B é tal que a matriz A é n × n e invertível, então
a solução do sistema é dada por
em que A j é a matriz que se obtem de A substituindo-se a sua j-ésima coluna por B, para j = 1, . . . , n.
1 det( A j )
xj = ( ã1j b1 + . . . + ãnj bn ) = ,
det( A) det( A)
em que A j é a matriz que se obtem de A substituindo-se a sua j-ésima coluna por
B, para j = 1, . . . , n e det( A j ) foi calculado fazendo o desenvolvimento em cofatores
em relação a j-ésima coluna de A j .
Se a matriz A não é invertível, então a regra de Cramer não pode ser aplicada. Pode
ocorrer que det( A) = det( A j ) = 0, para j = 1, . . . , n e o sistema não tenha solução
(verifique!). A regra de Cramer tem um valor teórico, por fornecer uma fórmula para
a solução de um sistema linear, quando a matriz do sistema é quadrada e invertível.
2.2.2. Se A e B são matrizes n × n tais que det( A) = −2 e det( B) = 3, calcule det( At B−1 ).
2.2.3. Seja A = ( aij )3×3 tal que det( A) = 3. Calcule o determinante das matrizes a seguir:
a11 a12 a13 + a12 a11 + a12 a11 − a12 a13
(a) a21 a22 a23 + a22 (b) a21 + a22 a21 − a22 a23
a31 a32 a33 + a32 a31 + a32 a31 − a32 a33
2.2.5. Calcule o determinante de cada uma das matrizes seguintes usando operações elementares para
transformá-las em matrizes triangulares superiores.
1 −2 3 1 2 1 3 1
5 −9 6 3 1 0 1 1
(a)
−1
(b) .
2 −6 −2 0 2 1 0
2 8 6 1 0 1 2 3
x1
2.2.7. Determine os valores de λ ∈ R tais que existe X = ... 6= 0̄ que satisfaz AX = λX.
xn
2 0 0 2 3 0
(a) A = 3 −1 0 ; (b) A = 0 1 0 ;
0 4 3 0 0 2
1 2 3 4 2 2 3 4
0 −1 3 2 0 2 3 2
(c) A =
0
; (d) A = .
0 3 3 0 0 1 1
0 0 0 2 0 0 0 1
2.2.8. Para as matrizes do exercício anterior, e os valores de λ encontrados, encontre a solução geral do sistema
AX = λX, ou equivalentemente, do sistema homogêneo ( A − λIn ) X = 0̄.
Exercícios Teóricos
2.2.11. Mostre que se det( AB) = 0, então ou A é singular ou B é singular.
2.2.12. O determinante de AB é igual ao determinante de BA? Justifique.
2.2.13. Mostre que se A é uma matriz não singular tal que A2 = A, então det( A) = 1.
2.2.14. Mostre que se Ak = 0̄, para algum k inteiro positivo, então A é singular.
2.2.15. Mostre que se At = A−1 , então det( A) = ±1;
2.2.16. Mostre que se α é um escalar e A é uma matriz n × n, então det(αA) = αn det( A).
2.2.17. Mostre que A, n × n, é invertível se, e somente se, At A é invertível.
2.2.18. Sejam A e P matrizes n × n, sendo P invertível. Mostre que det( P−1 AP) = det( A).
2.2.19. Mostre que se uma matriz A = ( aij )n×n é triangular superior, (isto é, os elementos situados abaixo da
diagonal são iguais a zero) então det( A) = a11 a22 . . . ann .
a b
2.2.20. (a) Mostre que se A = , então det( A) = 0 se, e somente se, uma linha é múltiplo escalar da
c d
outra. E se A for uma matriz n × n?
(b) Mostre que se uma linha Ai de uma matriz A = ( aij )n×n , é tal que Ai = αAk + βAl , para α e β
escalares e i 6= k, l, então det( A) = 0.
(c) Mostre que se uma linha Ai de uma matriz A = ( aij )n×n , é tal que Ai = ∑ αk Ak , para α1 , . . . , αk
k 6 =i
escalares, então det( A) = 0.
2.2.21. Mostre que o determinante de Vandermonde é dado por
1 x1 x12 . . . x1n−1
1 x 2 x 2 . . . x n −1
∏ ( x i − x j ).
2 2
Vn = det . =
.. .. ..
. . i> j
1 xn xn2 ... xnn−1
A expressão à direita significa o produto de todos os termos xi − x j tais que i > j e i, j = 1, . . . , n.
(Sugestão: Mostre primeiro que V3 = ( x3 − x2 )( x2 − x1 )( x3 − x1 ). Suponha que o resultado é verdadeiro
para matrizes de Vandermonde de ordem n − 1, mostre que o resultado é verdadeiro para matrizes de
Vandermonde de ordem n. Faça as seguintes operações nas colunas da matriz, − x1 Ci−1 + Ci → Ci , para
i = n, . . . , 2. Obtenha Vn = ( xn − x1 ) . . . ( x2 − x1 )Vn−1 .)
(Sugestão: O resultado é claramente verdadeiro para n = 2. Suponha que o resultado seja verdadeiro
para matrizes de ordem n − 1. Desenvolva o determinante da matriz em termos da 1a. coluna, escreva
o resultado em termos de determinantes de ordem n − 1 e mostre que o resultado é verdadeiro para
matrizes de ordem n.)
2.2.23. Dê um exemplo de sistema linear de 3 equações e 3 incógnitas, AX = B, em que det( A) = det( A1 ) =
det( A2 ) = det( A3 ) = 0 e o sistema não tenha solução, em que A j é a matriz que se obtem de A
substituindo-se a sua j-ésima coluna por B, para j = 1, . . . , n.
(−1)(i−1)+(k−1) det( Bj )
se j < k,
det( Ã1j ) = 0 se j = k, (2.12)
(−1)(i−1)+k det( Bj ) se j > k.
Teste do Capítulo
1. Calcule o determinante da matriz seguinte usando operações elementares para transformá-la em uma
matriz triangular superior.
1 3 9 7
2 3 2 5
0 3 4 1
4 6 9 1
3. Encontre todos os valores de λ para os quais a matriz A − λI4 tem inversa, onde
2 0 0 0
2 0 0 0
A= 1 2
1 0
3 2 −1 2
Muitas grandezas físicas, como velocidade, força, deslocamento e impulso, para se-
rem completamente identificadas, precisam, além da magnitude, da direção e do
sentido. Estas grandezas são chamadas grandezas vetoriais ou simplesmente veto-
res.
Geometricamente, vetores são representados por segmentos (de retas) orientados
(segmentos de retas com um sentido de percurso) no plano ou no espaço. A ponta
da seta do segmento orientado é chamada ponto final ou extremidade e o outro
ponto extremo é chamado de ponto inicial ou origem do segmento orientado.
Segmentos orientados com mesma direção, mesmo sentido e mesmo comprimento
representam o mesmo vetor. A direção, o sentido e o comprimento do vetor são
definidos como sendo a direção, o sentido e o comprimento de qualquer um dos
segmentos orientados que o representam.
Este fato é análogo ao que ocorre com os números racionais e as frações. Duas fra-
ções representam o mesmo número racional se o numerador e o denominador de
cada uma delas estiverem na mesma proporção. Por exemplo, as frações 1/2, 2/4
140 Vetores no Plano e no Espaço
W
W
V U
W +U
V
V +U
W)
(V + U)
(W +
W V+
V + W = W + V, (3.1)
V + (W + U ) = (V + W ) + U, (3.2)
V + 0̄ = 0̄ + V = V, (3.3)
W − V = W + (−V ).
W + (V − W ) = (V − W ) + W = V + (−W + W ) = V + 0̄ = V.
V −W
V V V −W
−W W W
3V
−2V
1
2V
V = ( v1 , v2 ).
y y
V = ( v1 , v2 ) P = ( x, y)
v2 y
−→
OP
v1 O x
O x x
−→
Assim, as coordenadas de um ponto P são iguais as componentes do vetor OP, que
vai da origem do sistema de coordenadas ao ponto P. Em particular, o vetor nulo,
0̄ = (0, 0). Em termos das componentes, podemos realizar facilmente as operações:
soma de vetores e multiplicação de vetor por escalar.
y
y
V +W αv2
v2+w2 αV
V
v2
v2
V
w2
W
x
v1 αv1
v1 w1 v 1 + w1 x
z z
P = ( x, y, z) P = ( x, y, z)
x y x y
x P0 y x y
Figura 3.10. As coordenadas de um ponto no espaço
z z
v3 z
V = ( v1 , v2 , v3 ) P = ( x, y, z)
−→
OP
v1 v2 x y
O
x y x y
−→
Assim, as coordenadas de um ponto P são iguais as componentes do vetor OP que
vai da origem do sistema de coordenadas ao ponto P. Em particular, o vetor nulo,
0̄ = (0, 0, 0). Assim como fizemos para vetores no plano, para vetores no espaço
a soma de vetores e a multiplicação de vetor por escalar podem ser realizadas em
termos das componentes.
V + W = ( v 1 + w1 , v 2 + w2 , v 3 + w3 ) ;
α V = ( α v1 , α v2 , α v3 ).
V Q
x y
−→ −→ −→
Figura 3.13. V = PQ=OQ − OP
Quando um vetor V está representado por um segmento orientado com ponto ini-
cial fora da origem (Figura 3.13), digamos em P = ( x1 , y1 , z1 ), e ponto final em
Q = ( x2 , y2 , z2 ), então as componentes do vetor V são dadas por
−→ −→ −→
V = PQ=OQ − OP= ( x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ).
Observação. O vetor é “livre”, ele não tem posição fixa, ao contrário do ponto e do segmento orientado. Por
exemplo, o vetor V = (−5/2, 3/2, 1/2), no exemplo acima, estava representado por um segmento orientado
com a origem no ponto P = (5/2, 1, 2). Mas, poderia ser representado por um segmento orientado cujo ponto
inicial poderia estar em qualquer outro ponto.
Estas notações podem ser justificadas pelo fato de que as operações matriciais
v1 w1 v 1 + w1 v1 αv1
V + W = v2 + w2 = v2 + w2 , αV = α v2 = αv2
v3 w3 v 3 + w3 v3 αv3
ou
V +W = v1 v2 v3+ w1 w2 w3 = v 1 + w1 v 2 + w2 v 3 + w3 ,
αV = α v1 v2 v3 = αv1 αv2 αv3
produzem os mesmos resultados que as operações vetoriais
V + W = ( v 1 , v 2 , v 3 ) + ( w1 , w2 , w3 ) = ( v 1 + w1 , v 2 + w2 , v 3 + w3 ) ,
M N
A B
−→ −→
Exemplo 3.4. Dados quatro pontos A, B, C e X tais que AX = λ AB, vamos escre-
−→ −→ −→
ver CX como combinação linear de CA e CB, isto é, como uma soma de múltiplos
−→ −→
escalares de CA e CB.
−→ −→ −→ −→
Como AX = λ AB, então os vetores AX e AB são paralelos e portanto o ponto X só
pode estar na reta definida por A e B. Vamos desenhá-lo entre A e B, mas isto não
representará nenhuma restrição, como veremos a seguir.
O vetor que vai de C para X, pode ser escrito como uma soma de um vetor que vai
de C para A com um vetor que vai de A para X,
−→ −→ −→
CX =CA + AX .
A
−→ −→ −→ −→ −→
Agora, por hipótese AX = λ AB, o que implica que CX =CA +λ AB.
−→ −→ −→ −→ −→ −→ −→
Mas, AB=CB − CA, portanto CX =CA +λ(CB − CA). Logo,
−→ −→ −→
CX = (1 − λ) CA +λ CB .
Observe que:
−→ −→
• Se λ = 0, então CX =CA.
−→ −→
• Se λ = 1, então CX =CB.
−→ −→ −→
1
• Se λ = 1/2, então CX = 2 CA + 21 CB.
−→ −→ −→
2
• Se λ = 1/3, então CX = 3 CA + 31 CB.
• Se 0 ≤ λ ≤ 1, então X pertence ao segmento AB, enquanto que se λ < 0 ou
λ > 1, então X pertence a um dos prolongamentos do segmento AB.
Exemplo 3.5. Vamos mostrar, usando vetores, que o ponto médio de um segmento
que une os pontos A = ( x1 , y1 , z1 ) e B = ( x2 , y2 , z2 ) é
x1 + x2 y1 + y2 z1 + z2
M= , , .
2 2 2
−→ −→
1
O ponto M é o ponto médio de AB se, e somente se, AM= 2 AB. Então, aplicando
−→ −→ −→
o exemplo anterior (com o ponto C sendo a origem O), OM= 12 OA + 12 OB. Como
as coordenadas de um ponto são iguais as componentes do vetor que vai da origem
−→
até aquele ponto, segue-se que OM= 21 ( x1 , y1 , z1 ) + 12 ( x2 , y2 , z2 ) e
x1 + x2 y1 + y2 z1 + z2
M= , , .
2 2 2
3.1.6. Determine as coordenadas da extremidade do segmento orientado que representa o vetor V = (3, 0, −3),
sabendo-se que sua origem está no ponto P = (2, 3, −5).
3.1.7. Quais são as coordenadas do ponto P0 , simétrico do ponto P = (1, 0, 3) em relação ao ponto M =
−→ −→
(1, 2, −1)? (Sugestão: o ponto P0 é tal que o vetor MP0 = − MP)
3.1.8. Verifique se os pontos dados a seguir são colineares, isto é, pertencem a uma mesma reta:
(a) A = (5, 1, −3), B = (0, 3, 4) e C = (0, 3, −5);
(b) A = (−1, 1, 3), B = (4, 2, −3) e C = (14, 4, −15);
3.1.9. Dados os pontos A = (1, −2, −3), B = (−5, 2, −1) e C = (4, 0, −1). Determine o ponto D tal que A, B, C
e D sejam vértices consecutivos de um paralelogramo.
3.1.10. Verifique se o vetor U é combinação linear (soma de múltiplos escalares) de V e W:
(a) V = (9, −12, −6), W = (−1, 7, 1) e U = (−4, −6, 2);
(b) V = (5, 4, −3), W = (2, 1, 1) e U = (−3, −4, 1);
3.1.11. Verifique se é um paralelogramo o quadrilátero de vértices (não necessariamente consecutivos)
(a) A = (4, −1, 1), B = (9, −4, 2), C = (4, 3, 4) e D = (4, −21, −14)
(b) A = (4, −1, 1), B = (9, −4, 2), C = (4, 3, 4) e D = (9, 0, 5)
3.1.12. Quais dos seguintes vetores são paralelos U = (6, −4, −2), V = (−9, 6, 3), W = (15, −10, 5).
3.1.13. Coloque em duas variáveis V e W dois vetores do plano ou do espaço a seu critério
(a) Use a função ilsvw(V,W) para visualizar a soma dos dois vetores.
(b) Coloque em uma variável a um número e use a função ilav(a,V) para visualizar a multiplicação
do vetor V pelo escalar a.
3.1.14. Use o M ATLABr para resolver os Exercícios Numéricos a partir do Exercício 1.3.
Exercícios Teóricos
3.1.15. Demonstre que o segmento que une os pontos médios dos lados não paralelos de um trapézio é paralelo
−→ −→
às bases, e sua medida é a média aritmética das medidas das bases. (Sugestão: mostre que MN = 21 ( AB
−→ −→ −→
+ DC ) e depois conclua que MN é um múltiplo escalar de AB. Revise o Exemplo 3.3 na página 159)
D C
M N
A B
3.1.16. Demonstre que as diagonais de um paralelogramo se cortam ao meio. (Sugestão: Sejam M e N os pontos
−→
médios das duas diagonais do paralelogramo. Mostre que o vetor MN = 0̄, então conclua que M = N.)
D C
M N
A B
3.1.17. Considere o triângulo ABC e sejam M o ponto médio de BC, N o ponto médio de AC e P o ponto médio
de AB. Mostre que as medianas (os segmentos AM, BN e CP) se cortam num mesmo ponto que divide
−→ −→
2
as medianas na proporção 2/3 e 1/3. (Sugestão: Sejam G, H e I os pontos definidos por AG = 3 AM,
−→ −→ −→ −→ −→ −→
2 2
BH = 3 BN e CI = 3 CP. Mostre que GH = 0̄, GI = 0̄, conclua que G = H = I.)
N
H G M
I
A
P B
−→ −→
(b) Um ponto X pertence ao interior do segmento AB ( AX = λ AB, com 0 < λ < 1) se, e somente se,
−→ −→ −→
CX = α CA + β CB, com α > 0, β > 0 e α + β = 1.
−→ −→
(c) Um ponto X é um ponto interior ao triângulo ABC ( A0 X = λ A0 B0 , com 0 < λ < 1, em que A0 é um
ponto interior ao segmento AC e B0 é interior ao segmento CB) se, e somente se,
−→ −→ −→
CX = α CA + β CB, com α > 0, β > 0 e α + β < 1.
y z
V = ( v1 , v2 , v3 )
V = ( v1 , v2 )
||
| |V
| v2 | | v3 |
|v 1 |
| v1 | x |v2 |
x y
Figura 3.14. A norma de um vetor V no plano Figura 3.15. A norma de um vetor V no espaço
−→ p
dist( P, Q) = || PQ || = ( x2 − x1 )2 + ( y2 − y1 )2 + ( z2 − z1 )2 .
−→ p
dist( P, Q) = || PQ || = ( x2 − x1 )2 + ( y2 − y1 )2 .
ou seja,
||αV || = |α| ||V ||. (3.5)
1
||U || = ||V || = 1.
||V ||
O ângulo entre dois vetores não nulos, V e W, é definido pelo ângulo θ determinado
por V e W que satisfaz 0 ≤ θ ≤ π, quando eles estão representados com a mesma
origem (Figura 3.16).
Quando o ângulo θ entre dois vetores V e W é reto (θ = 90◦ ), ou um deles é o vetor
nulo, dizemos que os vetores V e W são ortogonais ou perpendiculares entre si.
θ
θ W W
Figura 3.16. Ângulo entre dois vetores, agudo (à esquerda) e obtuso (à direita)
Vamos definir, agora, um produto entre dois vetores, cujo resultado é um escalar.
Por isso ele é chamado produto escalar. Este produto tem aplicação, por exemplo,
em Física: o trabalho realizado por uma força é o produto escalar do vetor força pelo
vetor deslocamento, quando a força aplicada é constante.
Quando os vetores são dados em termos das suas componentes não sabemos direta-
mente o ângulo entre eles. Por isso, precisamos de uma forma de calcular o produto
escalar que não necessite do ângulo entre os vetores.
V V −W
V −W
θ
θ W W
Figura 3.17. Triângulo formado por representantes de V, W e V − W. À esquerda o ângulo entre V e W é agudo
e à direita é obtuso.
Se V e W são dois vetores não nulos e θ é o ângulo entre eles, então pela lei dos
cossenos,
||V − W ||2 = ||V ||2 + ||W ||2 − 2||V || ||W || cos θ.
Assim,
1
V · W = ||V || ||W || cos θ = ||V ||2 + ||W ||2 − ||V − W ||2 . (3.6)
2
Já temos então uma fórmula para calcular o produto escalar que não depende dire-
tamente do ângulo entre eles. Substituindo-se as coordenadas dos vetores em (3.6)
obtemos uma expressão mais simples para o cálculo do produto interno.
Por exemplo, se V = (v1 , v2 , v3 ) e W = (w1 , w2 , w3 ) são vetores no espaço, então
substituindo-se ||V ||2 = v21 + v22 + v23 , ||W ||2 = w12 + w22 + w32 e ||V − W ||2 = (v1 −
w1 )2 + (v2 − w2 )2 + (v3 − w3 )2 em (3.6) os termos v2i e wi2 são cancelados e obtemos
V · W = v 1 w1 + v 2 w2 + v 3 w3 .
Teorema 3.2. O produto escalar ou interno, V · W, entre dois vetores é dado por
V · W = v 1 w1 + v 2 w2 ,
V · W = v 1 w1 + v 2 w2 + v 3 w3 ,
Podemos usar o Teorema 3.2 para determinar o ângulo entre dois vetores não nulos,
V e W. O cosseno do ângulo entre V e W é, então, dado por
V ·W
cos θ = .
||V || ||W ||
Se V e W são vetores não nulos e θ é o ângulo entre eles, então
(a) θ é agudo (0 ≤ θ < 90o ) se, e somente se, V · W > 0,
(b) θ é reto (θ = 90o ) se, e somente se, V · W = 0 e
(c) θ é obtuso (90o < θ ≤ 180o ) se, e somente se, V · W < 0.
Exemplo 3.9. Vamos determinar o ângulo entre uma diagonal de um cubo e uma
de suas arestas. Sejam V1 = (1, 0, 0), V2 = (0, 1, 0) e V3 = (0, 0, 1) (Figura 3.18). Uma
diagonal do cubo é representada pelo vetor D dado por
D = V1 + V2 + V3 = (1, 1, 1) .
ou seja,
1
θ = arccos( √ ) ≈ 54o .
3
(0, 0, 1)
(1, 1, 1)
(1, 0, 0) θ
x (0, 1, 0)
y
Figura 3.18. Ângulo entre a diagonal de um cubo e uma de suas arestas
V
V − projW V
V − projW V
V
projW V W projW V W
Proposição 3.4. Seja W um vetor não nulo. Então, a projeção ortogonal de um vetor V em W é dada por
V ·W
projW V = W.
||W ||2
V ·W
α= .
||W ||2
Exemplo 3.10. Sejam V = (2, −1, 3) e W = (4, −1, 2). Vamos encontrar dois vetores
V1 e V2 tais que V = V1 + V2 , V1 é paralelo a W e V2 é perpendicular a W (Figura 3.19).
Temos que
V · W = 2 · 4 + (−1)(−1) + 3 · 2 = 15
||W ||2 = 42 + (−1)2 + 22 = 21 .
V ·W
15 20 5 10
V1 = projW V = 2
W = (4, −1, 2) = ( , − , )
||W || 21 7 7 7
20 5 10 6 2 11
V2 = V − V1 = (2, −1, 3) − ( , − , ) = (− , − , ) .
7 7 7 7 7 7
h = ||W || sen θ
||
| |W
θ
V
||V ||
Sejam V e W dois vetores no espaço. Definimos o produto vetorial, V × W, como sendo o vetor com as
seguintes características:
(a) Tem comprimento dado numericamente por
VxW
V
θ
W
V
WxV
Da forma como definimos o produto vetorial é difícil o seu cálculo, mas as proprie-
dades que apresentaremos a seguir possibilitarão obter uma fórmula para o produto
vetorial em termos das componentes dos vetores.
Teorema 3.5. Sejam U, V e W vetores no espaço e α um escalar. São válidas as seguintes propriedades:
(a) V × W = −(W × V ) (anti-comutatividade).
(b) V × W = 0̄ se, e somente se, V = αW ou W = αV.
(c) (V × W ) · V = (V × W ) · W = 0.
(d) α(V × W ) = (αV ) × W = V × (αW ).
(e) V × (W + U ) = V × W + V × U e (V + W ) × U = V × U + W × U (Distributividade em relação a soma de
vetores).
são vetores unitários (de norma igual a um) paralelos aos eixos coordenados. Todo
vetor
V = ( v1 , v2 , v3 )
pode ser escrito como uma soma de múltiplos escalares de~i,~j e~k (combinação linear),
pois
v3~k
~k V = ( v1 , v2 , v3 )
~
~i j v2~j
v1~i
Agora, estamos prontos para obter uma fórmula que dê o produto vetorial de dois
vetores em termos das suas componentes.
Teorema 3.6. Sejam V = (v1 , v2 , v3 ) e W = (w1 , w2 , w3 ) vetores no espaço. Então o produto vetorial V × W é dado
por
v2 v3 v1 v3 v1 v2
V ×W = det , − det , det . (3.10)
w2 w3 w1 w3 w1 w2
Exemplo 3.11. Sejam V = ~i + 2~j − 2~k e W = 3~i + ~k. Vamos determinar o produto
vetorial V × W. Como
V 1 2 −2
= ,
W 3 0 1
então
2 −2 1 −2 1 2
V ×W = det , − det , det = (2, −7, −6) .
0 1 3 1 3 0
~i ~j ~k
v2 v3 ~i − det v1 v3 ~j + det v1 v2 ~k .
V × W = det v1 v2 v3
= det
w2 w3 w1 w3 w1 w2
w1 w2 w3
Q
R
Exemplo 3.12. Vamos calcular a área do triângulo PQR em que (Figura 3.22)
P = (3, 2, 0), Q = (0, 4, 3) e R = (1, 0, 2).
Sejam
−→
V = RP= (3 − 1, 2 − 0, 0 − 2) = (2, 2, −2)
−→
W = RQ= (0 − 1, 4 − 0, 3 − 2) = (−1, 4, 1) .
Então,
V × W = (10, 0, 10) = 10(1, 0, 1).
A área do triângulo PQR é a metade da área do paralelogramo com lados determi-
nados por V e W. Assim,
1 √
Área = ||V × W || = 5 2.
2
Teorema 3.7. Sejam U = u1~i + u2~j + u3~k, V = v1~i + v2~j + v3~k e W = w1~i + w2~j + w3~k. Então,
v1 v2 v3
(V × W ) · U = det w1 w2 w3 .
u1 u2 u3
Demonstração. Segue do Teorema 3.2 na página 176, do Teorema 3.6 na página 190
e da definição de determinante de uma matriz que
v2 v3 v1 v3 v1 v2
(V × W ) · U = (u1 , u2 , u3 ) · det , − det , det
w2 w3 w1 w3 w1 w2
v2 v3 v1 v3 v1 v2
= u1 det − u2 det + u3 det
w2 w3 w1 w3 w1 w2
v1 v2 v3
= det w1 w2 w3 .
u1 u2 u3
Exemplo 3.13. O produto misto dos vetores U = 2~i − ~j + 3~k, V = −~i + 4~j + ~k e
W = 5~i + ~j − 2~k é
v1 v2 v3 −1 4 1
(V × W ) · U = det w1 w2 w3 = det 5 1 −2 = −84.
u1 u2 u3 2 −1 3
V ×W
U h = ||U || | cos θ |
W
θ
Exemplo 3.14. Sejam V = 4~i, W = 2~i + 5~j e U = 3~i + 3~j + 4~k. O volume do para-
lelepípedo com um vértice na origem e arestas determinadas por U, V e W é dado
por
4 0 0
volume = |(V × W ) · U | = | det 2 5 0 | = |80| = 80 .
3 3 4
V W
Segue imediatamente do Teorema 3.7 e do Teorema 3.8 um critério para saber se três
vetores são paralelos a um mesmo plano.
Corolário 3.9. Sejam U = u1~i + u2~j + u3~k, V = v1~i + v2~j + v3~k e W = w1~i + w2~j + w3~k. Estes vetores são
coplanares (isto é, são paralelos a um mesmo plano) se, e somente se,
v1 v2 v3
(V × W ) · U = det w1 w2 w3 = 0 .
u1 u2 u3
Exemplo 3.15. Vamos verificar que os pontos P = (0, 1, 1), Q = (1, 0, 2),
R = (1, −2, 0) e S = (−2, 2, −2) são coplanares, isto é, pertencem a um mesmo
plano. Com estes pontos podemos construir os vetores
−→
PQ= (1 − 0, 0 − 1, 2 − 1) = (1, −1, 1),
−→
PR= (1 − 0, −2 − 1, 0 − 1) = (1, −3, −1) e
−→
PS = (−2 − 0, 2 − 1, −2 − 1) = (−2, 1, −3)
−→
Os pontos P, Q, R e S pertencem a um mesmo plano se, e somente se, os vetores PQ,
−→ −→
PR e PS são coplanares. E isto acontece se, e somente se, o produto misto deles é
igual zero.
−→ −→ −→ 1 −3 −1
( PR × PS ) · PQ= det −2 1 −3 = 0.
1 −1 1
O resultado a seguir será usado no próximo capítulo para deduzir as equações para-
métricas do plano.
Demonstração. (a) Seja A a matriz cujas colunas são U, V e W escritos como veto-
res colunas. A equação xU + yV + zW = 0̄ é equivalente ao sistema AX = 0̄.
Se U, V e W são coplanares, então
det( A) = det( At ) = (U × V ) · W = 0.
xU + yV + zW = 0̄
é equivalente ao sistema
x + y − 2z = 0
− x − 3y + z = 0
x − y − 3z = 0
Assim,
5α α
U − V + αW = 0̄.
2 2
Logo
5 1
W = − U + V.
2 2
Verifique que realmente vale esta relação entre os vetores U, V e W.
3.2.3. Sejam V = ~i + 2~j − 3~k e W = 2~i + ~j − 2~k. Determine vetores unitários paralelos aos vetores
(a) V + W; (b) V − W; (c) 2V − 3W.
3.2.4. Determine o valor de x para o qual os vetores V = x~i + 3~j + 4~k e W = 3~i + ~j + 2~k são perpendiculares.
3.2.5. Demonstre que não existe x tal que os vetores V = x~i + 2~j + 4~k e W = x~i − 2~j + 3~k são perpendiculares.
3.2.6. Ache o ângulo entre os seguintes pares de vetores:
(a) 2~i + ~j e ~j −~k; (b) ~i + ~j +~k e −2~j − 2~k; (c) 3~i + 3~j e 2~i + ~j − 2~k.
3.2.7. Decomponha W = −~i − 3~j + 2~k como a soma de dois vetores W1 e W2 , com W1 paralelo ao vetor ~j + 3~k e
W2 ortogonal a este último. (Sugestão: revise o Exemplo 3.10 na página 183)
3.2.8. Ache o vetor unitário da bissetriz do ângulo entre os vetores V = 2~i + 2~j +~k e W = 6~i + 2~j − 3~k. (Suges-
tão: observe que a soma de dois vetores está na direção da bissetriz se, e somente se, os dois tiverem o
mesmo comprimento. Portanto, tome múltiplos escalares de V e W de forma que eles tenham o mesmo
comprimento e tome o vetor unitário na direção da soma deles.)
3.2.9. Verifique se os seguintes pontos pertencem a um mesmo plano:
(a) A = (2, 2, 1), B = (3, 1, 2), C = (2, 3, 0) e D = (2, 3, 2);
(b) A = (2, 0, 2), B = (3, 2, 0), C = (0, 2, 1) e D = (10, −2, 1);
3.2.10. Calcule o volume do paralelepípedo que tem um dos vértices no ponto A = (2, 1, 6) e os três vértices
adjacentes nos pontos B = (4, 1, 3), C = (1, 3, 2) e D = (1, 2, 1).
3.2.11. Calcule a área do paralelogramo em que três vértices consecutivos são A = (1, 0, 1), B = (2, 1, 3) e
C = (3, 2, 4).
3.2.12. Calcule a área do triângulo com vértices A = (1, 2, 1), B = (3, 0, 4) e C = (5, 1, 3).
√
3.2.13. Ache X tal que X × (~i +~k) = 2(~i + ~j −~k ) e || X || = 6.
√
3.2.14. Sabe-se que o vetor X é ortogonal a ~i + ~j e a −~i +~k, tem norma 3 e sendo θ o ângulo entre X e ~j, tem-se
cos θ > 0. Ache X.
3.2.15. Mostre que A = (3, 0, 2), B = (4, 3, 0) e C = (8, 1, −1) são vértices de um triângulo retângulo. Em qual
dos vértices está o ângulo reto?
3.2.16. Considere dois vetores V e W tais que ||V || = 5, ||W || = 2 e o ângulo entre V e W é 60◦ . Determine,
como combinação linear de V e W (xV + yW):
3.2.18. Coloque em duas variáveis V e W dois vetores bi-dimensionais ou tri-dimensionais a seu critério.
(a) Use a função ilvijk(V) para visualizar o vetor V como uma soma de múltiplos escalares (combina-
ção linear) dos vetores ~i, ~j e ~k.
(b) Use a função ilpv(V,W) para visualizar o produto vetorial V × W.
(c) Use a função ilproj(W,V) para visualizar a projeção de V em W.
Exercícios Teóricos
3.2.20. Mostre que em um triângulo isósceles a mediana relativa à base é perpendicular à base.
−→ −→
Sugestão para os próximos 2 exercícios: Considere o paralelogramo ABCD. Seja U = AB e V = AD.
Observe que as diagonais do paralelogramo são U + V e U − V.
3.2.22. Mostre que se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares então ele é um losango.
3.2.23. Mostre que se as diagonais de um paralelogramo têm o mesmo comprimento então ele é um retângulo.
3.2.26. Demonstre que as diagonais de um losango são perpendiculares. (Sugestão: mostre que
−→ −→ −→ −→ −→ −→
AC · BD = 0, usando o fato de que AB= DC e || AB || = || BC ||.)
3.2.27. Sejam V um vetor não nulo no espaço e α, β e γ os ângulos que V forma com os vetores ~i,~j e ~k, respecti-
vamente. Demonstre que
cos2 α + cos2 β + cos2 γ = 1 .
V ·~i V ·~j V ·~k
(Sugestão: cos α = , cos β = e cos γ = )
||V ||||~i || ||V ||||~j|| ||V ||||~k||
1
(b) ||V ||2 + ||W ||2 = ||V + W ||2 + ||V − W ||2 .
2
(Sugestão: desenvolva os segundos membros das igualdades acima observando que
||V + W ||2 = (V + W ) · (V + W ) e ||V − W ||2 = (V − W ) · (V − W ))
3.2.29. Demonstre que se V e W são vetores quaisquer, então:
3.2.30. O produto vetorial é associativo? Justifique a sua resposta. (Sugestão: experimente com os vetores ~i, ~j, ~k)
3.2.33. Se U, V e W são vetores no espaço, prove que |U · (V × W )| ≤ ||U || ||V || ||W ||. (Sugestão: use o Teorema
3.2 na página 176 e o exercício anterior)
(d) U · (V × W ) = U · [(V + αU + βW ) × W ].
(Sugestão: use as propriedades dos produtos escalar e vetorial)
3.2.36. Prove a identidade de Lagrange
||V × W ||2 = ||V ||2 ||W ||2 − (V · W )2 .
3.2.37. Mostre que a área do triângulo com vértices ( xi , yi ), para i = 1, 2, 3 é igual a | det( A)|/2, em que
x1 y1 1
A = x2 y2 1 .
x3 y3 1
(Sugestão: Marque os pontos P1 = ( x1 , y1 , 1), P2 = ( x2 , y2 , 1), P3 = ( x3 , y3 , 1) e P10 = ( x1 , y1 , 0). O volume
−→ −→ −→
do paralelepípedo determinado por P1 , P2 , P3 e P10 é dado por | P1 P10 · P1 P2 × P1 P3 |. Mas, a altura
deste paralelepípedo é igual a 1. Assim, o seu volume é igual à área da base que é o paralelogramo
−→ −→ −→
determinado por P1 , P2 e P3 . Observe que OP10 , P1 P2 e P1 P3 são paralelos ao plano xy.)
3.2.38. Sejam U1 , U2 e U3 três vetores unitários mutuamente ortogonais. Se A = [ U1 U2 U3 ] é uma matriz
3 × 3 cujas colunas são os vetores U1 , U2 e U3 , então A é invertível e A−1 = At . (Sugestão: mostre que
At A = I3 .)
3.2.39. Sejam U = (u1 , u2 , u3 ), V = (v1 , v2 , v3 ) e W = (w1 , w2 , w3 ). Prove a fórmula seguinte para o produto
vetorial duplo
U × (V × W ) = (U · W )V − (U · V )W,
seguindo os seguintes passos:
(a) Prove que
U × (~i × ~j) = (U · ~j)~i − (U ·~i )~j
U × (~j ×~k) = (U ·~k)~j − (U · ~j)~k
U × (~k ×~i ) = (U ·~i )~k − (U ·~k)~i
(c) Prove agora o caso geral usando o item anterior e as propriedades do produto vetorial.
3.2.40. (a) Prove que
[ A × ( B × C )] + [ B × (C × A)] + [C × ( A × B)] = 0
(Sugestão: use o exercício anterior).
(b) Mostre que se ( A × C ) × B = 0̄, então
A × ( B × C ) = ( A × B) × C,
V × (W + U ) = V × W + V × U e (V + W ) × U = V × U + W × U
da seguinte forma:
(a) (V × W ) · U > 0 se, e somente se, V, W e U satisfazem a regra da mão direita, isto é, se o ângulo entre
V e W é θ, giramos o vetor V de um ângulo θ até que coincida com W e acompanhamos este movimento
com os dedos da mão direita, então o polegar vai apontar no sentido de U.
(c) V × (W + U ) = V × W + V × U e (V + W ) × U = V × U + W × U.
(a) Como vemos na Figura 3.23 na página 196 V, W e U satisfazem a regra da mão direita se, e somente
se, 0 < θ < π/2, ou seja, cos θ > 0, em que θ é o ângulo entre V × W e U. Como, (V × W ) · U =
||V × W ||||U || cos θ, então V, W e U satisfazem a regra da mão direita se, e somente se, (V × W ) · U > 0.
(b) Como o produto escalar é comutativo, pelo Teorema 3.8 na página 197,
|(V × W ) · U | = |V · (W × U )|.
(c) Vamos provar a primeira igualdade e deixamos como exercício para o leitor a demonstração da segunda.
Vamos mostrar que o vetor Y = V × (W + U ) − V × W − V × U é o vetor nulo. Para isso, vamos mostrar
que para qualquer vetor X no espaço X · Y = 0.
Pela distributividade do produto escalar, Teorema 3.3 item (b) na página 180, temos que
X · Y = X · V × (W + U ) − X · ( V × W ) − X · ( V × U ) .
X·Y = ( X × V ) · (W + U ) − ( X × V ) · W − ( X × V ) · U
= ( X × V ) · (W + U ) − ( X × V ) · (W + U ) = 0
Assim, X · Y = 0, para todo vetor X, em particular para X = Y, temos que Y · Y = ||Y ||2 = 0. Portanto,
Y = 0̄, ou seja, V × (W + U ) = V × W + V × U.
Teste do Capítulo
1. Mostre que os pontos A = (4, 0, 1), B = (5, 1, 3), C = (3, 2, 5), D = (2, 1, 3) são vértices de um paralelo-
gramo. Calcule a sua área.
2. Dado o triângulo de vértices A = (0, 1, −1), B = (−2, 0, 1) e C = (1, −2, 0), determine a medida da altura
relativa ao lado BC.
4. Determine x para que A = ( x, 1, 2), B = (2, −2, −3), C = (5, −1, 1) e D = (3, −2, −2) sejam coplanares.
N = ( a, b, c)
P0 = ( x0 , y0 , z0 )
π P = ( x, y, z)
Proposição 4.1. A equação geral de um plano π que passa por um ponto P0 = ( x0 , y0 , z0 ) e tem vetor normal N =
( a, b, c) é
ax + by + cz + d = 0 , (4.1)
em que d = −( ax0 + by0 + cz0 ).
a( x − x0 ) + b(y − y0 ) + c(z − z0 ) = 0,
ou seja,
ax + by + cz − ( ax0 + by0 + cz0 ) = 0 .
z
z z
− dc
− da − db
x y
y x y
x
z z z
− dc − dc
− db
− da
− da − db
x y y y
x x
z z z
y
ax = 0
0
+ 0,
+ ,
=
cz
by =
cz
=
x
0
y 0, = 0
ax = 0 x = + cz
+ ,
cz by
=
0
0
z = by =
y=
ax +
a x 0,
+b
z=
y y y
0,
x x x
z
z
− dc
y
x
by = 0
+c ,
z=
0
− da − db
y =0
,
x
z=0
y
ax +b
x
Exemplo 4.1. Vamos encontrar a equação do plano π que passa pelo ponto
P0 = (1, −2, −2) e é perpendicular ao vetor N = (2, −1, 2). Da Proposição 4.1,
a equação do plano é da forma
ax + by + cz + d = 0 ,
2x − y + 2z + d = 0 .
2 · 1 − 1 · (−2) + 2 · (−2) + d = 0 .
2x − y + 2z = 0 .
y
x
No plano, a equação de uma reta é determinada se forem dados dois pontos da reta.
Analogamente, no espaço, a equação de um plano é determinada se são dados três
pontos P1 , P2 e P3 não colineares (isto é, não pertencentes a uma mesma reta). Com
−→ −→
os três pontos podemos “formar” os vetores P1 P2 e P1 P3 (Figura 4.7).
−→ −→
N = P1 P2 × P1 P3
P3 = ( x3 , y3 , z3 )
P1 = ( x1 , y1 , z1 )
π
P = ( x, y, z)
P2 = ( x2 , y2 , z2 )
1/4
1/2
1/2
y
x
Exemplo 4.2. Vamos encontrar a equação do plano π que passa pelos pontos
P1 = ( 21 , 0, 0), P2 = (0, 12 , 0) e P3 = (0, − 21 , 12 ). Com os três pontos podemos “for-
−→ −→
mar” os vetores P1 P2 e P1 P3 . O vetor
−→ −→ 1 1 1 1 1 1 1 1
N = P1 P2 × P1 P3 = (− , , 0) × (− , − , ) = ( , , )
2 2 2 2 2 4 4 2
é um vetor normal ao plano. Assim, a equação do plano é da forma
1 1 1
x + y + z + d = 0,
4 4 2
em que os coeficientes de x, y e z são as componentes do vetor N. Para determinar
o coeficiente d, vamos usar o fato de que o ponto P1 = ( 21 , 0, 0) pertence ao plano
π. Mas, o ponto P1 pertence a π se, e somente se, as suas coordenadas satisfazem a
equação de π, ou seja,
1 1 1 1
· + ·0+ ·0+ d = 0.
4 2 4 2
1
Logo, d = − . Finalmente, uma equação do plano π é
8
1 1 1 1
x+ y+ z− = 0
4 4 2 8
ou multiplicando por 8, obtemos
2x + 2y + 4z − 1 = 0.
coplanares se, e somente se, o produto misto entre eles é zero. Assim, um ponto
P = ( x, y, z) pertence a π se, e somente se,
−→ −→ −→
P1 P · ( P1 P2 × P1 P3 ) = 0 .
Mas,
−→ 1
P1 P = ( x − , y, z)
2
−→ 1 1
P1 P2 = (− , , 0)
2 2
−→ 1 1 1
P1 P3 = (− , − , ).
2 2 2
Então,
x − 12
y z
1 1 1 1
det − 12 1
2 0 = (x − ) + y + z
4 2 4 2
− 12 − 12 1
2
e assim a equação do plano é dada por
1 1 1 1
x + y + z − = 0.
4 4 2 8
ou multiplicando por 8,
2x + 2y + 4z − 1 = 0
Nestes casos temos novamente pelo menos duas maneiras de encontrarmos a equa-
ção do plano. Uma delas é observando que o vetor N = V × W é um vetor normal ao
plano. Desta forma temos um ponto do plano e um vetor normal ao plano. A outra é
−→
observando que temos três vetores paralelos ao plano: P1 P= ( x − x1 , y − y1 , z − z1 ),
V e W. Como vimos anteriormente (Corolário 3.9 na página 199), os três vetores são
coplanares se, e somente se, o produto misto entre eles é zero, ou seja,
−→ x − x1 y − y1 z − z1
P1 P · (V × W ) = det v1 v2 v3 = 0 . (4.3)
w1 w2 w3
Observação. Não faz sentido dizer que um vetor pertence a um plano. Pois, por um lado, um plano é um
conjunto de pontos e por outro, os vetores são “livres”, podem ser “colocados” em qualquer ponto. O correto
é dizer que um vetor é paralelo a um plano.
Equações Paramétricas
Além da equação geral do plano podemos também caracterizar os pontos de um
plano da seguinte forma. Considere um plano π, um ponto P0 = ( x0 , y0 , z0 )
pertencente a π e dois vetores V = (v1 , v2 , v3 ) e W = (w1 , w2 , w3 ) não colinea-
res, paralelos a π. Um ponto P = ( x, y, z) pertence a π se, e somente se, o vetor
−→
P0 P= ( x − x0 , y − y0 , z − z0 ) é uma combinação linear de V e W (Corolário 3.10 na
página 200), ou seja, se existem escalares t e s tais que
−→
P0 P= tV + sW. (4.4)
x = 12 − 2 t − s
y = s para t, s ∈ R.
z = t
r r
−→ −→
P0 P P0 P
−→ −→
OP OP
−→ V V
−→
OP0 OP0
Vamos supor que uma reta r seja paralela a um vetor V = ( a, b, c) não nulo e que
passe por um ponto P0 = ( x0 , y0 , z0 ). Um ponto P = ( x, y, z) pertence a reta r se, e
−→ −→
somente se, o vetor P0 P é paralelo ao vetor V, isto é, se o vetor P0 P é um múltiplo
escalar de V, ou seja,
−→
P0 P= t V . (4.5)
Em termos de componentes, a equação (4.5) pode ser escrita como
As equações (4.6), chamadas equações paramétricas da reta, são de uma reta r que
passa por um ponto P0 = ( x0 , y0 , z0 ) e é paralela ao vetor V = ( a, b, c), chamado
vetor diretor da reta r.
O parâmetro t nas equações (4.6) pode ser interpretado como o instante de tempo,
se o ponto P = ( x, y, z) descreve o movimento de uma partícula em movimento
retilíneo uniforme com vetor velocidade V = ( a, b, c). Observe que para t = 1, P =
( x, y, z) = ( x0 + a, y0 + b, z0 + c), para t = 2, P = ( x, y, z) = ( x0 + 2a, y0 + 2b, z0 + 2c)
e assim por diante.
z0
a y0
x y
Figura 4.10. Reta ( x, y, z) = ( x0 + at, y0 , z0 )
z0
x0
b
x y
Figura 4.11. Reta ( x, y, z) = ( x0 , y0 + bt, z0 )
x0
y0
x y
Figura 4.12. Reta ( x, y, z) = ( x0 , y0 , z0 + ct)
z0
x y
Figura 4.13. Reta ( x, y, z) = ( x0 + at, y0 + bt, z0 )
x0
x y
Figura 4.14. Reta ( x, y, z) = ( x0 , y0 + bt, z0 + ct)
y0
x y
Figura 4.15. Reta ( x, y, z) = ( x0 + at, y0 , z0 + ct)
b
a
x y
Figura 4.16. Reta ( x, y, z) = ( at, bt, ct)
x y
Observação. Não faz sentido dizer que o vetor está contido na reta. Por um lado, a reta é um conjunto de
pontos e por outro um vetor não tem posição fixa.
Exemplo 4.5. A reta que passa por P0 = (−3, 3/2, 4) e é paralela ao vetor V =
(−6, 1, 4) tem equações paramétricas
x = −3 − 6 t
r: y = 23 + t para t ∈ R
z = 4 + 4t
1
( x, y, z) = (3, , 0).
2
( x, y, z) = (0, 1, 2),
( x, y, z) = (6, 0, −2).
Figura 4.18. Reta que passa pelo ponto P0 = (−3, 3/2, 4) paralela ao vetor V = (−6, 1, 4)
Se todas componentes do vetor diretor da reta r são não nulos, podemos resolver
cada equação em (4.6) para t e igualar os resultados obtendo o que chamamos de
equações na forma simétrica de r:
x − x0 y − y0 z − z0
= = .
a b c
P2
P1
Exemplo 4.6. Vamos encontrar as equações paramétricas da reta r que passa pelos
pontos P1 = (3, 0, 2) e P2 = (0, 3, 3). O vetor
−→
P1 P2 = (0 − 3, 3 − 0, 3 − 2) = (−3, 3, 1)
é paralelo a r e o ponto P1 = (3, 0, 2) pertence a r. Portanto, as equações paramétricas
de r são
x = 3−3t
y = 3t para t ∈ R.
z = 2+t
2
4
y
x
Figura 4.20. π1 : 2x + y + 4z − 4 = 0
5/2
5/2
5
y
x
Figura 4.21. π2 : 2x − y + 2z = 0
5/2
5/2 2
4
5
y
x
Figura 4.22. π1 , π2 e π1 ∩ π2
Para encontrar uma solução particular do sistema, atribuímos um valor a uma das
incógnitas (neste exemplo podemos fazer x = 0) e resolvemos o sistema obtido, que
é de duas equações e duas incógnitas
y + 4z − 4 = 0
−y + 2z =0
Obtemos então, y = 4/3 e z = 2/3, ou seja, o ponto P0 = (0, 4/3, 2/3) é um ponto
da reta r, pois é uma solução particular do sistema (4.7). Assim, as equações para-
métricas de r são
x = 6t
y = 4/3 + 4t para todo t ∈ R. (4.8)
z = 2/3 − 4t
Precisamos “zerar” o outro elemento da 1a. coluna, que é a coluna do pivô, para isto,
adicionamos à 2a. linha, menos a 1a. linha.
2 1 4 4
-1a. linha + 2a. linha −→ 2a. linha
0 −2 −2 −4
Agora, já podemos obter facilmente a solução geral do sistema dado, já que ele é
equivalente ao sistema
2x + y + 4z = 4
− 2y − 2z = −4
A variável z é uma variável livre. Podemos dar a ela um valor arbitrário, digamos t,
para t ∈ R qualquer. Assim, a solução geral do sistema dado é
x = 1 − 23 t
Estas equações são diferentes das equações (4.8), mas representam a mesma reta,
pois os vetores diretores obtidos das duas equações são paralelos e o ponto P0 =
(1, 2, 0) satisfaz também as equações (4.9). Poderíamos dizer também que (4.8) e
(4.9) representam retas coincidentes.
z z z
3 3
3/2 1 3/22
3 3 3 3 3
6 6
x y x y x y
e
y−4
r2 : x − 2 = e z=3
2
e é perpendicular a ambas.
Um ponto qualquer da reta r1 é descrito por Pr1 = (−1 + 2t, 1 + t, 0) e um ponto
qualquer da reta r2 é da forma Pr2 = (2 + s, 4 + 2s, 3). Aqui é necessário o uso de um
−→
parâmetro diferente para a reta r2 . O vetor Pr1 Pr2 = (3 + s − 2t, 3 + 2s − t, 3) “liga”
um ponto qualquer de r1 a um ponto qualquer de r2 . Vamos determinar t e s tais
−→
que o vetor Pr1 Pr2 seja perpendicular ao vetor diretor V1 = (2, 1, 0) de r1 e ao vetor
diretor V2 = (1, 2, 0) de r2 , ou seja, temos que resolver o sistema
( −→
Pr1 Pr2 ·V1 = 9 + 4s − 5t = 0
−→
Pr1 Pr2 ·V2 = 9 + 5s − 4t = 0
A solução deste sistema é t = 1, s = −1. Logo Pr1 = (1, 2, 0), Pr2 = (1, 2, 3) e
−→
V3 = Pr1 Pr2 = (0, 0, 3). Assim, as equações paramétricas da reta procurada são
x = 1
r3 : y = 2, para todo t ∈ R.
z = 3t
Esta solução usou o fato de que as retas são reversas, isto é, elas não são paralelas,
mas também não se interceptam. Como seria a solução se elas se interceptassem?
y−4
r2 : x − 2 = e z=0?
2
4.1.6. Determine a interseção da reta que passa pela origem e tem vetor diretor V = ~i + 2~j + ~k com o plano
2x + y + z = 5.
4.1.7. Verifique se as retas r : ( x, y, z) = (9t, 1 + 6t, −2 + 3t) e s : ( x, y, z) = (1 + 2t, 3 + t, 1) se interceptam e
em caso afirmativo determine a interseção. (Sugestão: a questão é se as trajetórias se cortam e não se as
partículas se chocam, ou seja, elas não precisam estar num ponto no mesmo instante.)
4.1.8. Dadas as retas
x−2 y
r: = =z e s : x−2 = y = z,
2 2
(a) x + 2y − 3z − 4 = 0 e x − 4y + 2z + 1 = 0;
(b) x − y = 0 e x + z = 0.
(a) Determine as retas r, interseção do plano π com o plano yz, s, interseção do plano π com o plano xz
e t, interseção do plano π com o plano z = 2. Desenhe um esboço do plano π mostrando as retas r,
s e t.
(b) Determine o volume do tetraedro determinado pelo plano π, os planos coordenados xz e yz e o
plano z = 2. (Sugestão: este volume é igual a 1/6 do volume do paralelepípedo determinado por
−→ −→ −→
OA, OB e OC, em que O = (0, 0, 0), A é o ponto interseção do eixo z com o plano z = 2, B é a
interseção das retas r e t e C é a interseção das retas s e t.)
(c) Determine a área da face do tetraedro contida no plano π.
(d) Determine a altura do tetraedro relativa a face contida no plano π. (Sugestão: a reta ortogonal ao
plano π que passa pelo ponto A intercepta o plano π num ponto P de forma que a altura procurada
−→
é igual a || AP ||)
(a)
x = 1+t
r1 : y = 2 + 3t, para t ∈ R
z = 4t
e
y−1 z+2
r2 : x + 1 = = .
2 3
(b)
x = −1 + t
r1 : y = 2 + 3t, para t ∈ R
z = 4t
e
y−4 z−3
r2 : x = = .
2 3
» lin(P1,V1,P2,V2) desenha retas que passam por P1, P2, direções V1, V2.
» plan(P,N) desenha o plano que passa por P com normal N.
» plan(P1,N1,P2,N2) desenha planos que passam por P1, P2, normais N1, N2.
» plan(P1,N1,P2,N2,P3,N3) desenha planos que passam por P1, P2 e P3 com normais N1, N2 e N3.
» poplan(P1,P2,N2) desenha ponto P1 e plano passando por P2 com normal N2.
» poline(P1,P2,V2) desenha ponto P2 e reta passando por P2 com direção V2.
» lineplan(P1,V1,P2,N2) desenha reta passando por P1 com direção V1 e plano passando por P2 com
normal N2.
» axiss reescala os eixos com a mesma escala.
» rota faz uma rotação em torno do eixo z.
4.1.21. Digite no prompt demog22, (sem a vírgula!). Esta função demonstra as funções gráficas para visualização
de retas e planos.
4.1.22. Use o M ATLABr para resolver os Exercícios Numéricos
Exercício Teórico
4.1.23. Seja ax + by + cz + d = 0 a equação de um plano π com abcd 6= 0.
(a) Determine a interseção de π com os eixos;
(b) Se P1 = ( p1 , 0, 0), P2 = (0, p2 , 0) e P3 = (0, 0, p3 ) são as interseções de π com os eixos, a equação de
π pode ser posta sob a forma
x y z
+ + = 1.
p1 p2 p3
4.2.1 Ângulos
Se as retas se interceptam, então elas determinam quatro ângulos, dois a dois opostos
pelo vértice. O ângulo entre elas é definido como sendo o menor destes ângulos.
Se as retas r1 e r2 são reversas, então por um ponto P de r1 passa um reta r20 que é
paralela a r2 . O ângulo entre r1 e r2 é definido como sendo o ângulo entre r1 e r20
(Figura 4.24).
Vamos encontrar vetores paralelos a estas retas. A reta r1 é dada como a interseção
de dois planos, portanto o produto vetorial dos vetores normais dos dois planos é
paralelo a r1 .
N1 = (1, 1, −1),
| − 6| 1
= √ √ = √ .
18 · 14 7
Portanto, o ângulo entre r1 e r2 é
1
arccos ( √ ) ≈ 67o .
7
r2
r20
V2
x P V1 y
r1
N1
N2
θ
π2
θ
π1
Dois planos π1 e π2 ou são paralelos ou se cortam segundo um reta. Eles são parale-
los se, e somente se, os vetores normais de π1 e π2 , são paralelos, ou seja, um vetor é
um múltiplo escalar do outro. Assim, π e π2 são paralelos se, e somente se, o ângulo
entre eles é igual a zero.
4.2.2 Distâncias
Distância de Um Ponto a Um Plano
Sejam P0 = ( x0 , y0 , z0 ) um ponto qualquer e π : ax + by + cz + d = 0 um plano. A
distância de P0 a π é definida como sendo a distância de P0 até o ponto de π mais
próximo de P0 .
−→
Dado um ponto P1 = ( x1 , y1 , z1 ) de π, podemos decompor o vetor P1 P0 em duas
parcelas, uma na direção do vetor normal de π, N = ( a, b, c) e outra perpendicular
−→
a ele. A componente na direção do vetor N é a projeção ortogonal de P1 P0 em N.
Como vemos na Figura 4.26, a distância de P0 a π é igual à norma da projeção, ou
seja,
−→
dist( P0 , π ) = ||proj N P1 P0 || .
Mas, pela Proposição 3.4 na página 182, temos que
−→ −→
−→ P P 0 · N | P1 P0 · N |
1
||proj N P1 P0 || = N = .
|| N ||2 || N ||
P0 = ( x0 , y0 , z0 )
dist( P0 , π )
proj N P1 P0
N = ( a, b, c)
−→
P1 = ( x1 , y1 , z1 )
π
P0 = ( x0 , y0 , z0 )
dist( P0 , r )
−→
r P1 = ( x1 , y1 , z1 ) projV P1 P0 V = ( a, b, c)
Um vetor diretor da reta r é V = (2, −1, −3) e um ponto de r é P1 = (1, 0, 2). Assim,
−→
P1 P0 = (1 − 1, −1 − 0, 2 − 2) = (0, −1, 0) ,
−→
P1 P0 ×V = (3, 0, 2) ,
−→ √ √
|| P1 P0 ×V || = 13 e ||V || = 14 .
Portanto,
−→ r
|| P1 P0 ×V || 13
dist( P0 , r ) = = .
||V || 14
π2
P2
dist(π1 , π2 )
proj N1 P1 P2
−→
N1
π1
P1
P2
r2
dist(r1 , r2 )
−→
r1 projV P1 P2
1
V1
P1
Figura 4.29. Distância entre duas retas paralelas
Para calcular a distância entre duas retas, vamos dividir em dois casos:
(a) Se os vetores diretores são paralelos, então as retas r1 e r2 são paralelas (ou
coincidentes). Neste caso, a distância entre elas é igual à distância entre um
ponto de r2 e a reta r1 , ou vice-versa, entre um ponto de r1 e a reta r2 (Figura
4.29). Assim, pela Proposição 4.5 na página 272, temos que
−→
|| P1 P2 ×V2 ||
dist(r1 , r2 ) = dist( P1 , r2 ) = , (4.11)
||V2 ||
em que P1 e P2 são pontos de r1 e r2 e V1 e V2 são vetores diretores de r1 e r2 ,
respectivamente.
r2
V2
P2
dist(r1 , r2 )
V1 × V2
V1
r1 P1
(b) Se os vetores diretores não são paralelos, então elas são reversas ou concorren-
tes. Os dois casos podem ser resolvidos da mesma forma. Estas retas definem
dois planos paralelos (que podem ser coincidentes, no caso em que elas são con-
correntes). Um é o plano que contém r1 e é paralelo a r2 , vamos chamá-lo de
π1 . O outro, contém r2 e é paralelo a r1 , π2 . O vetor N = V1 × V2 , é normal (ou
perpendicular) a ambos os planos, em que V1 e V2 são os vetores diretores de r1
e r2 respectivamente. Assim, a distância entre as retas é igual à distância entre
estes dois planos (Figura 4.30), ou seja,
−→ −→
| P1 P2 · N | | P P · (V1 × V2 )|
dist(r1 , r2 ) = dist(π1 , π2 ) = dist(π1 , P2 ) = = 1 2
|| N || ||V1 × V2 ||
(4.12)
em que P1 e P2 são pontos de r1 e r2 e V1 e V2 são vetores diretores de r1 e
r2 , respectivamente. Observe que se as retas são concorrentes a distância entre
−→ −→
elas é zero, pois os vetores P1 P2 , V1 e V2 são coplanares e P1 P2 · (V1 × V2 ) = 0
(Corolário 3.9 na página 199).
As retas são paralelas, pois seus vetores diretores V1 = (4, −2, −6) e V2 = (2, −1, −3)
(Exemplo 4.5 na página 241) são paralelos (um é um múltiplo escalar do outro, ou
ainda as componentes correspondentes são proporcionais). Além disso, o ponto
P1 = (1, −1, 2) pertence à reta r1 . Como dissemos acima, a distância de r1 a r2 é
igual à distância entre um ponto de r2 e a reta r1 (Figura 4.29). Assim, pela Proposi-
ção 4.5 na página 272, temos que
−→ r
|| P1 P2 ×V2 || 13
dist(r1 , r2 ) = dist( P1 , r2 ) = = .
||V2 || 14
As retas r1 e r2 são paralelas aos vetores V1 = (3, 2, 1) e V2 = (1, 2, −1) e passam pelos
pontos P1 = (−1, 1, 0) e P2 = (0, 0, 1), respectivamente. As retas não são paralelas,
pois seus vetores diretores não são paralelos (observe que a 1a. componente de V1 é 3
vezes a 1a. componente de V2 , mas as 2a. ’s componentes são iguais). Logo,
−→
P1 P2 = (0 − (−1), 0 − 1, 1 − 0) = (1, −1, 1) .
N = V1 × V2 = (−4, 4, 4) .
Este vetor é normal aos planos π1 (que contém r1 e é paralelo a r2 ) e π2 (que contém
r2 e é paralelo a r1 ) (veja a Figura 4.30). Assim,
−→
| P1 P2 · N |
dist(r1 , r2 ) = dist(π1 , π2 ) = dist(π1 , P2 ) =
|| N ||
|1(−4) + (−1) · 4 + 1 · 4| | − 4| 1
= p = √ = √ .
2
(−4) + 4 + 42 2 4 3 3
4.2.10. Encontre a equação do lugar geométrico dos pontos equidistantes de A = (1, −1, 2) e B = (4, 3, 1). Este
plano passa pelo ponto médio de AB? Ele é perpendicular ao segmento AB?
√
4.2.11. Ache as equações dos planos em R3 ortogonais ao vetor (2, 2, 2), que distam 3 do ponto (1, 1, 1).
4.2.12. Obtenha uma equação geral do plano π, que contém a reta
x − 2y + 2z = 0
r :
3x − 5y + 7z = 0
e forma com o plano π1 : x + z = 0 um ângulo de 60o .
4.2.13. (a) Verifique que a reta r : ( x, y, z) = (1, 0, 1) + t(1, −1, 0) é paralela ao plano
π : x + y + z = 0.
Exercícios Teóricos
4.2.16. Prove que o lugar geométrico dos pontos do espaço que equidistam de dois pontos distintos A =
( x1 , y1 , z1 ) e B = ( x2 , y2 , z2 ) é um plano que passa pelo ponto médio do segmento AB e é perpendicular
a ele. Esse plano é chamado plano mediador do segmento AB.
4.2.17. Mostre que a distância de um ponto P0 = ( x0 , y0 , z0 ) a um plano π : ax + by + cz + d = 0 é
r
r
Figura 4.31. Reta e plano concorrentes Figura 4.32. Reta e plano paralelos
4.2.20. O ângulo entre uma reta r que tem vetor diretor V = ( ar , br , cr ) e um plano π que tem vetor normal
N = ( aπ , bπ , cπ ) é definido pelo complementar do ângulo entre uma reta perpendicular ao plano π e a
reta r. Mostre que
|N · V|
sen(r, π ) = .
|| N ||||V ||
4.2.21. A distância entre uma reta r que passa por um ponto P0 = ( x0 , y0 , z0 ) e tem vetor diretor V = ( ar , br , cr )
e um plano π : aπ x + bπ y + cπ z + dπ = 0 é definida como a menor distância entre dois pontos um de
r e outro de π. Se o vetor diretor da reta r, V = ( ar , br , cr ), não é ortogonal ao vetor normal do plano
π, N = ( aπ , bπ , cπ ), então a reta e o plano são concorrentes e a distância entre eles é igual a zero, caso
contrário a distância é igual à distância de uma ponto da reta r ao plano π. Mostre que
| a π x 0 + bπ y 0 + c π z 0 + d π |
p , se V · N = 0
a2π + bπ 2 + c2
dist(r, π ) = π
0, caso contrário
π1 π1
π2
π2
Figura 4.33. Dois planos que se interceptam Figura 4.34. Dois planos paralelos
r
r
Figura 4.35. Reta e plano concorrentes Figura 4.36. Reta e plano paralelos
π1
π2
π3
π1 π1
π2
π2
π3 π3
π3
π1
π1
π2
π2
π3
Figura 4.40. Três planos, sendo 2 paralelos Figura 4.41. Reta interseção de 3 planos
4.3.3. Sejam r1 : ( x, y, z) = (1, 0, 2) + (2t, t, 3t) e r2 : ( x, y, z) = (0, 1, −1) + (t, mt, 2mt) duas retas.
(a) Determine m para que as retas sejam coplanares (não sejam reversas).
(b) Para o valor de m encontrado, determine a posição relativa entre r1 e r2 .
(c) Determine a equação do plano determinado por r1 e r2 .
4.3.4. Sejam a reta r : ( x, y, z) = (1, 1, 1) + (2t, mt, t) e o plano π : 2x − y − 2z = 0. Determine o valor de m para
que a reta seja paralela ao plano. Para o valor de m encontrado a reta está contida no plano?
4.3.5. Dê a posição relativa dos seguintes ternos de planos:
(a) 2x + y + z = 1, x + 3y + z = 2, x + y + 4z = 3.
(b) x − 2y + z = 0, 2x − 4y + 2z = 1, x + y = 0.
(c) 2x − y + z = 3, 3x − 2y − z = −1, 2x − y + 3z = 7.
(d) 3x + 2y − z = 8, 2x − 5y + 2z = −3, x − y + z = 1.
(e) 2x − y + 3z = −2, 3x + y + 2z = 4, 4x − 2y + 6z = 3.
(f) −4x + 2y − 4z = 6, 3x + y + 2z = 2, 2x − y + 2z = −3.
(g) 6x − 3y + 9z = 3, 4x − 2y + 6z = 5, 2x − y + 3z = 2.
(h) x − 2y + 3z = 2, 3x + y − 2z = 1, 5x − 3y + 4z = 4.
Teste do Capítulo
1. Ache os pontos do plano π : y = x que equidistam dos pontos A = (1, 1, 0) e B = (0, 1, 1).
3. (a) Encontre a equação do plano π que passa pelos pontos A = (0, 0, −1), B = (0, 1, 0) e C = (1, 0, 1).
(b) Encontre a distância da origem ao plano π.
Uma cônica no plano é definida como o conjunto dos pontos P = ( x, y) que satisfa-
zem a equação
ax2 + bxy + cy2 + dx + ey + f = 0,
em que a, b, c, d, e e f são números reais, com a, b e c não simultaneamente nulos.
Vamos estudar a elipse, a hipérbole e a parábola, que são chamadas cônicas não de-
generadas. As outras que incluem um único ponto e um par de retas são chamadas
cônicas degeneradas. Como veremos adiante as cônicas não degeneradas podem
ser obtidas da interseção de um cone circular com um plano.
Vamos definir as cônicas como conjunto de pontos que satisfazem certas proprieda-
des e determinar as equações na forma mais simples possível.
5.1.1 Elipse
F1 F2
Figura 5.1. Elipse que é o conjunto dos pontos P tais que dist( P, F1 ) + dist( P, F2 ) = 2a
Definição 5.1. A elipse é o conjunto dos pontos P no plano tais que a soma das distâncias de P a dois pontos
fixos F1 e F2 (focos) é constante, ou seja, se dist( F1 , F2 ) = 2c, então a elipse é o conjunto dos pontos P tais que
Proposição 5.1. (a) A equação da elipse cujos focos são F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) é
x2 y2
2
+ 2 = 1, (5.1)
a b
x2 y2
2
+ 2 = 1. (5.2)
b a
√
Em ambos os casos b = a2 − c2 .
y y
A2
F2
B2
a
c
b a
A1 A2 B1 B2
F1 c F2 x b x
B1
A1 = (− a, 0) A2 = ( a, 0) A1 = (0, − a) F1 A2 = (0, a)
B1 = (−b, 0) B2 = (b, 0) B1 = (−b, 0) B2 = (b, 0)
F1 = (−c, 0) F2 = (c, 0) F1 = (0, −c) A1 F2 = (0, c)
Figura 5.2. Elipse com focos nos pontos Figura 5.3. Elipse com focos nos pontos
F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) F1 = (0, −c) e F2 = (0, c)
Demonstração. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exer-
cício, a demonstração da segunda parte. A elipse é o conjunto dos pontos P = ( x, y)
tais que
dist( P, F1 ) + dist( P, F2 ) = 2a,
ou seja,
−→ −→
|| F1 P || + || F1 P || = 2a,
que neste caso é
q q
( x + c )2 + y2 + ( x − c)2 + y2 = 2a
ou q q
( x + c)2 + y2 = 2a − ( x − c )2 + y2 .
Elevando ao quadrado e simplificando, temos
q
a ( x − c)2 + y2 = a2 − cx .
( a2 − c2 ) x 2 + a2 y2 = a2 ( a2 − c2 )
√
Como a > c, então a2 − c2 > 0. Assim, podemos definir b = a2 − c2 e dividir a
equação acima por a2 b2 = a2 ( a2 − c2 ), obtendo (5.1).
Nas Figuras 5.2 e 5.3, os pontos A1 e A2 são chamados vértices da elipse. Os seg-
mentos A1 A2 e B1 B2 são chamados eixos da elipse.
c
A excentricidade da elipse é o número e = . Como, c < a, a excentricidade de uma
a
elipse é um número real não negativo menor que 1. Observe que se F1 = F2 , então a
elipse reduz-se ao círculo de raio a. Além disso, como c = 0, então e = 0. Assim, um
círculo é uma elipse de excentricidade nula.
A elipse é a curva que se obtém seccionando-se um cone com um plano que não
passa pelo vértice, não é paralelo a uma reta geratriz (reta que gira em torno do
eixo do cone de forma a gerá-lo) e que corta apenas uma das folhas da superfície (a
demonstração deste fato está no Exercício 7.3.11 na página 525).
A elipse tem a propriedade de refletir os raios vindos de um dos focos na direção do
outro foco (a demonstração deste fato está no Exercício 5.2.12 na página 365). Este
fato é usado na construção de espelhos para dentistas e para escaneres.
Os planetas possuem órbitas elípticas em torno do Sol, assim como os satélites em
torno dos planetas. A excentricidade da órbita da Terra em torno do Sol é 0,017. Da
Lua em volta da Terra é 0,055. Netuno é o planeta, cuja órbita, tem a menor excentri-
cidade do sistema solar, que é 0,005. Mercúrio tem a órbita de maior, e é 0,206. Triton,
que é a maior lua de Netuno é o corpo, cuja órbita tem a menor excentricidade do
sistema solar, que é de 0,00002. O cometa Halley tem uma órbita elíptica em torno do
sol com excentricidade 0,967. O coliseu de Roma tem a base elíptica com eixo maior
igual a 94 metros e eixo menor igual a 78 metros.
5.1.2 Hipérbole
F1 F2
Figura 5.5. Hipérbole que é o conjunto dos pontos P = ( x, y) tais que | dist( P, F1 ) − dist( P, F2 )| = 2a
Definição 5.2. A hipérbole é o conjunto dos pontos P no plano tais que o módulo da diferença entre as
distâncias de P a dois pontos fixos F1 e F2 (focos) é constante, ou seja, se dist( F1 , F2 ) = 2c, então a hipérbole é
o conjunto dos pontos P tais que
| dist( P, F1 ) − dist( P, F2 )| = 2a,
em que a < c.
y y
y= − ba x y= bx
a
y = − ba x F2 y = ba x
A2 b
c a
b c
A1 A2
a
F1 F2 x x
A1
F1
A1 = (− a, 0) A2 = ( a, 0) A1 = (0, − a) A2 = (0, a)
F1 = (−c, 0) F2 = (c, 0) F1 = (0, −c) F2 = (0, c)
Figura 5.6. Hipérbole com focos nos pontos Figura 5.7. Hipérbole com focos nos pontos
F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) F1 = (0, −c) e F2 = (0, c)
Proposição 5.2. (a) A equação da hipérbole cujos focos são F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0) é
x2 y2
− =1 (5.3)
a2 b2
e das assíntotas (retas para onde a curva se aproxima, quando x → ±∞) são
b
y = ± x,
a
y2 x2
− =1 (5.4)
a2 b2
e das assíntotas são
a
x = ± y.
b
√
Em ambos os casos b = c2 − a2 .
Demonstração. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exer-
cício, a demonstração da segunda parte. A hipérbole é o conjunto dos pontos
P = ( x, y) tais que
dist( P, F1 ) − dist( P, F2 ) = ±2a,
ou seja,
−→ −→
|| F1 P || − || F2 P || = ±2a,
( a2 − c2 ) x 2 + a2 y2 = a2 ( a2 − c2 )
√
Como a < c, então c2 − a2 > 0. Assim, podemos definir b = c2 − a2 e dividir e
equação acima por − a2 b2 = a2 ( a2 − c2 ), obtendo (5.3).
√
Se a equação (5.3) é resolvida em y obtemos y = ± ba x2 − a2 que, para x > 0, pode
ser escrita como r
b a2
y = ± x 1− 2.
a x
Para x > 0 muito grande, o radical no segundo membro é próximo de 1 e a equação
se aproxima de
b
y = ± x.
a
O mesmo ocorre para x < 0 muito grande em módulo (verifique!).
A hipérbole é a curva que se obtém seccionando-se um cone com um plano que não
passa pelo vértice, não é paralelo a uma reta geratriz e que corta as duas folhas da
superfície (a demonstração deste fato está no Exercício 7.3.11 na página 525).
A hipérbole tem a propriedade de refletir os raios vindos na direção de um dos focos
na direção do outro foco (a demonstração deste fato está no Exercício 5.2.13 na página
369). Este fato é usado na construção de espelhos para telescópios e para máquinas
fotográficas.
O cometa C/1980 E1 tinha um período orbital aproximado de 7,1 milhões de anos
antes da passagem pelo periélio em 1982, mas um encontro com Júpiter tornou a sua
órbita a mais excêntrica observada até agora (1,057) de todos os cometas. É esperado
que este cometa não volte mais ao sistema solar.
5.1.3 Parábola
Figura 5.9. Parábola que é o conjunto dos pontos P = ( x, y) tais que dist( P, F ) = dist( P, r )
Definição 5.3. Uma parábola é o conjunto dos pontos P no plano equidistantes de uma reta r (diretriz) e de
um ponto F (foco), não pertencente a r, ou seja, a parábola é o conjunto dos pontos P tais que
dist( P, F ) = dist( P, r ).
y y
r : x = −p
P0 F
F = (0, p)
P0 = (0, 0) x
F = ( p, 0) r : y = −p
P0 = (0, 0)
Figura 5.10. Parábola com foco no ponto F = ( p, 0) e Figura 5.11. Parábola com foco no ponto F = (0, p) e
p>0 p>0
y y
r : y = −p
r : x = −p
P0
x
F
F P0
F = ( p, 0) F = (0, p)
P0 = (0, 0) P0 = (0, 0)
Figura 5.12. Parábola com foco no ponto F = ( p, 0) e Figura 5.13. Parábola com foco no ponto F = (0, p) e
p<0 p<0
y2 = 4px . (5.5)
x2 = 4py . (5.6)
Demonstração. Vamos provar a primeira parte e deixamos para o leitor, como exercí-
cio, a demonstração da segunda parte. A parábola é o conjunto dos pontos P = ( x, y)
tais que
dist( P, F ) = dist( P, r ) ,
que neste caso é q
( x − p )2 + y2 = | x + p | ,
Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos (5.5).
Nas Figuras 5.10, 5.11, 5.12 e 5.13, o ponto P0 é o ponto da parábola mais próximo
da reta diretriz e é chamado de vértice da parábola. A parábola é a curva que se
obtém seccionando-se um cone por um plano paralelo a uma reta geratriz do cone
conforme a Figura 5.14 (a demonstração deste fato está no Exercício 7.3.11 na página
525).
A parábola tem a propriedade de refletir os raios vindos do foco na direção do seu
eixo (a demonstração deste fato está no Exercício 5.2.12 na página 329). Este fato é
Proposição 5.4. Seja s uma reta fixa (diretriz) e F um ponto fixo (foco) não pertencente a s. O conjunto dos pontos
do plano P = ( x, y) tais que
dist( P, F ) = e dist( P, s), (5.7)
em que e > 0 é uma constante fixa, é uma cônica.
(a) Se e = 1, então a cônica é uma parábola.
(b) Se 0 < e < 1, então a cônica é uma elipse.
(c) Se e > 1, então a cônica é uma hipérbole.
Reciprocamente, toda cônica que não seja uma circunferência pode ser descrita por uma equação da forma (5.7).
dist( P, F ) = e dist( P, s) ,
pode ser descrito como sendo o conjunto dos pontos P = ( x, y) tais que
p
q
( x − p )2 + y2 = e x − 2 ,
e
Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos
2 2 2 2 1
(1 − e ) x + y = p −1
e2
x2 y2
p2
+ p2 (1− e2 )
= 1. (5.8)
e2 e2
Se 0 < e < 1, esta é a equação de uma elipse. Se e > 1, é a equação de uma hipérbole.
Para mostrar a recíproca, considere uma elipse ou hipérbole com excentricidade e >
0 e um dos focos em F = ( p, 0). É fácil verificar que (5.8) é a equação desta cônica e
p
portanto (5.7) também o é, com a reta diretriz sendo s : x = 2 .
e
y y
s:x= 2
p
e
s:x= 2
p
e
F F
( p, 0) x ( p, 0) x
Figura 5.15. Elipse, um de seus focos e a reta diretriz Figura 5.16. Hipérbole, um de seus focos e a reta dire-
à direita triz à direita
y y
s:x= 2
s:x= 2
p
p
e
e
F F
( p, 0) x ( p, 0) x
Figura 5.17. Elipse, um de seus focos e a reta diretriz Figura 5.18. Hipérbole, um de seus focos e a reta dire-
à esquerda triz à esquerda
5.1.1. Reduzir cada uma das equações de forma a identificar a cônica que ela representa e faça um esboço do
seu gráfico:
(a) 4x2 + 2y2 = 1
(c) x2 − 9y2 = 9
(b) x2 + y = 0
5.1.5. Determinar a equação e identificar a trajetória de um ponto que se move de maneira que sua distância
ao ponto F = (6, 0) é sempre igual à duas vezes sua distância a reta 2x − 3 = 0.
5.1.6. Determinar a equação e identificar a trajetória de um ponto que se move de maneira que sua distância
ao eixo y é sempre igual à duas vezes sua distância ao ponto F = (3, 2).
Exercícios Teóricos
Julho 2013 Reginaldo J. Santos
328 Seções Cônicas
5.1.7. Mostre que a equação da elipse com focos nos pontos F1 = ( x0 − c, y0 ) e F2 = ( x0 + c, y0 ) e satisfaz
é
( x − x0 )2 ( y − y0 )2
+ = 1,
a2 b2
√
em que b = a2 − c2 .
5.1.8. Mostre que a equação da hipérbole com focos nos pontos F1 = ( x0 − c, y0 ) e F2 = ( x0 + c, y0 ) e satisfaz
é
( x − x0 )2 ( y − y0 )2
− = 1,
a2 b2
√
em que b = c2 − a2 .
5.1.9. Mostre que a equação da parábola com foco no ponto F = ( x0 + p, y0 ) e reta diretriz r : x = x0 − p é
(y − y0 )2 = 4p( x − x0 ).
5.1.11. (a) Verifique que com o procedimento abaixo realmente desenhamos uma parte de um ramo de uma
hipérbole. Fixamos uma extremidade de uma régua em um dos focos, fixamos uma extremidade de
um barbante (de comprimento igual ao comprimento da régua menos 2a) na outra ponta da régua e
a outra extremidade do barbante no outro foco. Esticamos o barbante com uma caneta de forma que
ela fique encostada na régua. Girando-se a régua em torno do foco no qual ela foi fixada, mantendo
o barbante esticado com a caneta encostada na régua, uma parte de um ramo da hipérbole será
traçada (Figura 5.5 na página 308).
(b) Verifique que com o procedimento abaixo realmente desenhamos uma parte de um ramo de uma
parábola. Colocamos um esquadro com um lado cateto encostado na reta diretriz, fixamos uma ex-
tremidade de um barbante (de comprimento igual ao lado cateto do esquadro perpendicular à reta
diretriz) no foco, a outra extremidade na ponta do esquadro oposta ao lado que está encostado na
reta diretriz. Esticamos o barbante com a caneta de forma que ela fique encostada no lado do esqua-
dro perpendicular à reta diretriz. Deslizando-se o esquadro na direção da reta diretriz mantendo o
lado encostado nela uma parte da parábola é traçada (Figura 5.9 na página 316).
5.1.12. Mostre que um espelho parabólico reflete na mesma direção do seu eixo de simetria os raios que incidem
vindos do foco, seguindo os seguintes passos:
(a) Considere a parábola y2 = 4px. Use o fato de que a inclinação da reta tangente à parabola no ponto
y2 dy 2p
P = ( 4p0 , y0 ) é tan(α) = dx = y0 . Mostre que a reta tangente à parabola no ponto P intercepta o eixo
x no ponto Q = (− x0 , 0).
(b) Mostre que d( Q, F ) = d( F, P), em que F = ( p, 0). Logo o triângulo QFP é isósceles e assim, o ângulo
de incidência do raio que incide em P vindo do foco, α2 , é igual ao ângulo de reflexão do raio que
parte de P na mesma direção do eixo de simetria, α1 . Portanto, o raio que vem de F e se reflete em
P necessariamente segue paralelo ao eixo de simetria da parábola (veja a Figura 5.19).
P α1
y0
α2
α1
Q F x0 x
Figura 5.19. Espelho parabólico refletindo na direção do seu eixo de simetria os raios vindos do foco.
Figura 5.20. Espelho parabólico refletindo, na direção Figura 5.21. Espelho parabólico refletindo na direção
do foco, os raios que incidem paralelos ao seu eixo do seu eixo os raios originários do foco
Proposição 5.5. Suponha que o polo e o eixo polar do sistema de coordenadas polares coincidem com a origem e o eixo x
do sistema de coordenadas cartesianas, respectivamente. Então a transformação entre os sistemas de coordenadas polares
e o de coordenadas cartesianas podem ser realizadas pelas equações
x = r cos θ e y = r sen θ
q
r = x 2 + y2 ,
x y
cos θ = p e sen θ = p , se x2 + y2 6= 0.
x 2 + y2 x 2 + y2
( x − 1)2 + ( y − 1)2 = 2
ou simplificando
x2 + y2 − 2x − 2y = 0.
Substituindo-se x por r cos θ e y por r sen θ obtemos
r2 − 2r cos θ − 2r sen θ = 0.
r − 2 cos θ − 2 sen θ = 0.
P
y
O x x
(|r |, θ )
θ+π θ
x
(r, θ ) = (|r |, θ + π )
2.5
y
1.5
0.5
0
x
−0.5
−0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5
y
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
x
−0.2
−0.4
−0.6
−0.8
−1
−1 −0.5 0 0.5
1
Figura 5.25. Parábola com equação em coordenadas polares r =
1 − cos θ
1
r= .
1 − cos θ
p x
Substituindo-se r por x2 + y2 e cos θ por p obtemos
x2 + y2
1
q
x 2 + y2 = x
1− √
x 2 + y2
ou simplificando
q
x2 + y2 − x = 1.
x 2 + y2 = (1 + x )2 .
y2 = 1 + 2x = 2( x + 1/2),
que é uma parábola com foco na origem F = (0, 0) e reta diretriz x = −1 (verifique!).
dist( P, F ) = e dist( P, s)
Como o foco F está no polo, temos que dist( P, F ) = r, em que (r, θ ) são as coordena-
das polares de P.
r = e(d − r cos θ ).
Isolando r obtemos
de
r= .
1 + e cos θ
(ii) Se a reta s está à esquerda do polo, obtemos que dist( P, s) = d + r cos θ.
Assim, a equação da cônica fica sendo
r = e(d + r cos θ ).
Isolando r obtemos
de
r= .
1 − e cos θ
(b) Se a reta diretriz, s, é paralela ao eixo polar.
(i) Se a reta s está acima do polo, obtemos que dist( P, s) = d − r sen θ. Assim,
a equação da cônica fica sendo
r = e(d − r sen θ ).
Isolando r obtemos
de
r= .
1 + e sen θ
(ii) Se a reta s está abaixo do polo, obtemos que dist( P, s) = d + r sen θ. Assim,
a equação da cônica fica sendo
r = e(d + r sen θ ).
Isolando r obtemos
de
r= .
1 − e sen θ
Isto prova o seguinte resultado
Proposição 5.6. Considere uma cônica com excentricidade e > 0 (que não é uma circunferência), que tem um foco F
no polo e a reta diretriz s é paralela ou perpendicular ou eixo polar, com d = dist(s, F ).
(a) Se a reta diretriz correspondente a F é perpendicular ao eixo polar e está à direita do polo, então a equação polar da
cônica é
de
r=
1 + e cos θ
e se está à esquerda do polo, então a equação polar da cônica é
de
r=
1 − e cos θ
(b) Se a reta diretriz correspondente a F é paralela ao eixo polar e está acima do polo, então a equação polar da cônica é
de
r=
1 + e sen θ
e se está abaixo do polo, então a equação polar da cônica é
de
r=
1 − e sen θ
y y
s s P
P
−r
=
|r |
r
θ
θ
x x
Figura 5.26. Parte de uma cônica com foco no polo e Figura 5.27. Hipérbole com foco no polo e reta diretriz
reta diretriz perpendicular ao eixo polar à direita perpendicular ao eixo polar à direita
y y
s s
r
θ
θ
x x
−r
=
|r |
Figura 5.28. Parte de uma cônica com foco no polo e Figura 5.29. Hipérbole com foco no polo e reta diretriz
reta diretriz perpendicular ao eixo polar à esquerda perpendicular ao eixo polar à esquerda
y y
−r
=
|r |
P
r
θ
x s
Figura 5.30. Parte de uma cônica com foco no polo e Figura 5.31. Hipérbole com foco no polo e reta diretriz
reta diretriz paralela ao eixo polar acima paralela ao eixo polar acima
y y
θ
x
s
θ
−r
=
r
x
|r |
P
P
s
Figura 5.32. Parte de uma cônica com foco no polo e Figura 5.33. Hipérbole com foco no polo e reta diretriz
reta diretriz paralela ao eixo polar abaixo paralela ao eixo polar abaixo
Assim,
r2 = 2ra cos θ
ou
r (r − 2a cos θ ) = 0
Logo a equação em coordenadas polares da circunferência é
r = 2a cos θ.
Assim,
r2 = −2ra cos θ
ou
r (r + 2a cos θ ) = 0
Logo a equação em coordenadas polares da circunferência é
r = −2a cos θ.
(b) Se o centro está na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo.
(a) Se o raio é igual a a e o centro em coordenadas polares é C = ( a, π/2). Se P
é um ponto qualquer da circunferência, então
−→ −→ −→ −→ −→ −→ −→
a2 = || CP ||2 = || OP − OC ||2 = || OP ||2 + || OC ||2 − 2 OP · OC
= r2 + a2 − 2ra cos(π/2 − θ ).
Assim,
r2 = 2ra sen θ
ou
r (r − 2a sen θ ) = 0
Logo a equação em coordenadas polares da circunferência é
r = 2a sen θ.
Assim,
r2 = −2ra sen θ
ou
r (r + 2a sen θ ) = 0
Logo a equação em coordenadas polares da circunferência é
r = −2a sen θ.
Proposição 5.7. Considere uma circunferência de raio a que passa pelo polo cujo centro está no eixo polar ou na reta
perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo.
(a) Se o centro está no eixo polar e à direita do polo, então a equação polar da circunferência é dada por
r = 2a cos θ
e se o centro está à esquerda do polo, então a equação polar da circunferência é dada por
r = −2a cos θ.
(b) Se o centro está na reta perpendicular ao eixo polar que passa pelo polo e acima do polo, então a equação polar é
dada por
r = 2a sen θ,
e se está abaixo do polo, então a equação polar da circunferência é dada por
r = −2a sen θ.
Pois elevando ao quadrado cada uma das equações (5.12) e somando os resultados
obtemos
x2 + y2 = a2 cos2 t + a2 sen2 t = a2 .
A circunferência definida por (5.11) pode também ser representada parametrica-
mente por p
x = t e y = a2 − t2 , para todo t ∈ [− a, a]. (5.13)
ou por p
x=t e y=− a2 − t2 , para todo t ∈ [− a, a]. (5.14)
Apenas que com (5.13) obtemos somente a parte de cima da circunferência e com
(5.14) obtemos somente a parte de baixo.
Vamos apresentar uma outra representação paramétrica da hipérbole. Para isso va-
mos definir duas funções
et + e−t et − e−t
f 1 (t) = e f 2 (t) = . (5.19)
2 2
A hipérbole definida por (5.17) pode, também, ser representada parametricamente
por
x = a f 1 (t) e y = b f 2 (t), para todo t ∈ R. (5.20)
Pois elevando-se ao quadrado e dividindo-se por a2 a primeira equação em (5.20),
elevando-se ao quadrado e dividindo-se por b2 a segunda equação em (5.20) e
subtraindo-se os resultados obtemos
x 2 y2 1 2t 1
2
− 2 = ( f 1 (t))2 − ( f 2 (t))2 = e + 2 + e−2t − e2t − 2 + e−2t = 1. (5.21)
a b 4 4
As funções f 1 (t) e f 2 (t) definidas por (5.19) recebem o nome de cosseno hiperbólico
e seno hiperbólico, respectivamente e são denotadas por cosh t e senh t. De (5.21)
segue-se a seguinte relação fundamental entre o cosseno e o seno hiperbólicos
Também
x = − a cosh t e y = b senh t, para todo t ∈ R. (5.24)
é uma representação paramétrica da hipérbole (5.17). Apenas que com (5.23) obte-
mos somente o ramo direito da hipérbole e com (5.24), somente o ramo esquerdo.
Exemplo 5.8. Vamos mostrar que a parametrização de uma curva em relação a qual
sabemos sua equação em coordenadas polares r = f (θ ) pode ser feita da seguinte
forma
x = f (t) cos t e y = f (t) sen t. (5.25)
A equação da curva em coordenadas cartesianas é
p
px2 + y2 = f (θ ( x, y)), se f (θ ( x, y)) ≥ 0
− x2 + y2 = f (θ ( x, y)), se f (θ ( x, y)) < 0.
ou q
x2 + y2 = | f (θ ( x, y))|. (5.26)
Para a parametrização (5.25) temos que
q q
x2 + y2 − | f (θ ( x, y))| = ( f (t))2 cos2 t + ( f (t))2 sen2 t − | f (t)| = 0.
O que mostra que (5.25) é uma parametrização para (5.26) e portanto para r = f (θ ).
Por exemplo,
e cos t e sen t
x= e y=
1 + e cos t 1 + e cos t
é uma parametrização de uma cônica com excentricidade e > 0, reta diretriz locali-
zada à direita a uma distância igual a 1 e um dos focos na origem.
y y
P
P
r r
θ
θ
C x C x
Figura 5.34. Circunferência que passa pelo polo com Figura 5.35. Circunferência que passa pelo polo com
centro no eixo polar à direita centro no eixo polar à esquerda
y y
θ
C
C
r
Figura 5.36. Circunferência que passa pelo polo com Figura 5.37. Circunferência que passa pelo polo com
centro acima do polo na reta perpendicular ao eixo centro abaixo do polo na reta perpendicular ao eixo
polar que passa pelo polo polar que passa pelo polo
(cos t, sen t)
( a cos t, a sen t)
(b cos t, b sen t)
t ( a cos t, b sen t)
x
(0, 1)
(0, 1/2)
(0, 1/2)
(0, −1/2)
y y
( a cos t, a sen t)
(− a cosh t, b senh t)
(b, b tan t) ( a sec t, b tan t)
( a cosh t, b senh t)
t
x x
Figura 5.42. Hipérbole parametrizada usando secante Figura 5.43. Hipérbole parametrizada usando as fun-
e tangente ções hiperbólicas
y y
e cos t , e sen t )
( 1+ e cos t 1+e cos t
e cos t , e sen t )
( 1+ e cos t 1+e cos t
( e cos t0 0
, e sen t 0 )
1+e cos t0 1+e cos t
t t0
t
x x
Figura 5.44. Elipse com foco na origem parametrizada Figura 5.45. Hipérbole com foco na origem parametri-
usando a sua fórmula em coordenadas polares zada usando a sua fórmula em coordenadas polares
5.2.3. Identificar a cônica cuja equação em coordenadas polares é dada. Determine a excentricidade, a equação
da diretriz, a distância da diretriz ao foco e as coordenadas polares de dois vértices:
5 3
(a) r = (c) r =
2 − 2 cos θ 2 + 4 cos θ
6 4
(b) r = (d) r =
3 + sen θ 2 − 3 cos θ
5.2.4. Determine o raio e e as coordenadas polares do centro da circunferência cuja equação em coordenadas
polares é dada:
3
(a) r = 4 cos θ (c) r = 2 cos θ
(b) r = −3 sen θ (d) r = − 34 sen θ
y
y
5
5 4
4 2 x2+y2 = 18
1
3 x
x2+y2 = 25 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1
2
-2
1 -3
x -4
-5
1 2 3 4 5
(a) (b)
y y
3 y = x/2
5
2
4
1 (x-2)2+y2 = 4
x
3 y=x
1 2 3 4 5 6
2
-1
1 x2+y2 = 4 y = x/2 -2
x
-3
1 2 3 4 5
(c) (d)
Exercícios Teóricos
5.2.6. A equação da trajetória de uma partícula lançada do ponto P0 = (0, 0), com velocidade v0 , fazendo um
ângulo α com o eixo x e sujeita apenas a ação da aceleração da gravidade g é dada por
g
y = (tan α) x − x2 .
2v20 cos2 α
g 2
Mostre que x = (v0 cos α) t e y = (v0 sen α) t − t são equações paramétricas da trajetória da partícula.
2
5.2.7. Se o centro de uma circunferência que passa pelo polo é ( a, α), mostre que sua equação em coordenadas
polares é r = 2a cos(θ − α).
de
5.2.8. Se a cônica de equação r = representa uma parábola, determine as coordenadas polares do
1 − e cos θ
seu vértice e a equação em coordenadas polares da reta diretriz.
de
5.2.9. Se a cônica de equação r = representa uma elipse, mostre que o comprimento do seu eixo
1 + e cos θ
2de
menor é √ .
1 − e2
5.2.10. Mostre que a equação em coordenadas polares de uma elipse com um dos focos no polo, que tem eixo
maior igual a 2a e excentricidade e é
a (1 − e2 )
r= .
1 − e cos θ
5.2.11. Considere uma cônica com excentricidade e > 0 (que não é uma circunferência), que tem um foco F no
2
polo e a reta diretriz s é paralela ou perpendicular ou eixo polar, com d = dist(s, F ). Seja p = 1de
− e2
, se a
de2
reta s estiver à direita do foco F e p = e2 −1
, se a reta s estiver à esquerda do foco F.
(a) Se a reta diretriz correspondente a F é perpendicular ao eixo polar e está à direita ou à esquerda do
polo, então a equação cartesiana da cônica é
( x + p )2 y2
p2
+ p2 (1− e2 )
=1
e2 e2
(b) Se a reta diretriz correspondente a F é paralela ao eixo polar e está acima ou abaixo do polo, então
a equação cartesiana da cônica é
x2 ( y + p )2
2 2 +
p (1− e ) 2 =1p
e2 e2
5.2.12. Mostre que um espelho elíptico, reflete na direção de um foco, os raios que incidem na elipse vindo do
outro foco, seguindo os seguintes passos:
x2 y2
(a) Considere a elipse + = 1. Usando o fato de que um ponto da elipse pode ser escrito na
a2 b2
forma P = ( a cos t, b sen t), para t ∈ [0, 2π ) e que a inclinação da reta tangente à elipse neste ponto
dy b cos t
é =− , mostre que a equação da reta tangente à elipse em P é
dx a sen t
b cos t
y = b sen t − ( x − a cos t), para t 6= 0, π,
a sen t
e que a equação da reta que passa por F2 e é paralela ao raio que passa por F1 depois de ser refletido
em P é
b sen t
y= ( x − c ).
c + a cos t
(b) Mostre que a interseção da reta tangente à elipse que passa por P e a reta que passa por F2 e é
paralela ao raio que passa por F1 depois de ser refletido em P é o ponto
(c) Mostre que dist( P, F2 ) = dist( P1 , F2 ) = a − c cos t. Logo o triângulo PF2 P1 é isósceles e assim o
ângulo de reflexão do raio que passa por F1 depois de ser refletido em P, α1 , e o ângulo de incidência
do raio que se reflete em P vindo de F2 , α2 , são iguais. Portanto, o raio que vem de F2 e se reflete em
P necessariamente passa por F1 (veja a Figura 5.46).
P = ( a cos(t), b sen(t))
α1
α2
α1 P1
F1 = (−c, 0) F2 = (c, 0) x
Figura 5.46. Elipse refletindo, na direção de um foco, os raios que incidem na elipse vindo do outro foco
Figura 5.47. Espelho elíptico refletindo, na direção de um foco, os raios que incidem vindo do outro foco
5.2.13. Mostre que um espelho hiperbólico, reflete na direção de um foco, os raios que incidem na hipérbole na
direção do outro foco, seguindo os seguintes passos:
x 2 y2
(a) Considere a hipérbole − 2 = 1. Usando o fato de que um ponto do ramo esquerdo da hipérbole
a2 b
pode ser escrito na forma P = (− a sec t, b tan t), para t ∈ (−π/2, π/2) e que a inclinação da reta
dy b
tangente à hipérbole neste ponto é =− , mostre que a equação da reta tangente à hipérbole
dx a sen t
em P é
b
y = b tan t − ( x + a sec t), para t 6= 0,
a sen t
e que a equação da reta que passa por F2 e é paralela ao raio que incide na direção de F1 e se reflete
em P é
b tan t
y= ( x − c ).
c − a sec t
(b) Mostre que a interseção da reta tangente à hipérbole que passa por P e a reta que passa por F2 e é
paralela ao raio que incide na direção de F1 e se reflete em P é o ponto
(c) Mostre que dist( P, F2 ) = dist( P1 , F2 ) = a + c sec t. Logo o triângulo PF2 P1 é isósceles e assim o
ângulo de incidência do raio que incide na direção de F1 e se reflete em P, α1 , e o ângulo de reflexão
do raio que se reflete em P na direção de F2 , α2 , são iguais. Portanto, o raio que incide na direção de
F1 e se reflete em P necessariamente passa por F2 (veja as Figuras 5.48 e 5.49)
α1
P = (− a sec t, b tan t)
α2
F2 = (c, 0)
F1 = (−c, 0)
x
α1
P1
Figura 5.48. Hipérbole refletindo, na direção de um foco, os raios que incidem na hipérbole na direção do outro
foco
α2 α1
P = (− a sec t, b tan t)
α1 α2 F2 = (c, 0)
F1 = (−c, 0)
x
α1
P1
Figura 5.49. Hipérbole refletindo, na direção de um foco, os raios que incidem na hipérbole na direção do outro
foco
Figura 5.50. Espelho maior parabólico refletindo na direção do foco, em seguida os raios são refletidos por um
espelho hiperbólico na direção do outro foco da hipérbole
6.1 Quádricas
Nesta seção estudaremos as superfícies que podem ser representadas pelas equações
quadráticas nas variáveis x, y e z, ou seja, da forma
6.1.1 Elipsoide
Um elipsoide é um conjunto de pontos que em algum sistema de coordenadas satis-
faz a equação
374 Superfícies e Curvas no Espaço
x y
x2 y2 z2
Figura 6.1. Elipsoide de equação a2
+ b2
+ c2
=1
x y
x2 y2 z2
+ + = 1, (6.1)
a2 b2 c2
em que a, b e c são números reais positivos.
Observe que se o ponto ( x, y, z) satisfaz (6.1), então o ponto simétrico em relação ao
plano xy, ( x, y, −z), também satisfaz, por isso dizemos que o elipsoide (6.1) é simé-
trico em relação ao plano xy. Também ( x, −y, z) satisfaz (6.1), por isso dizemos que o
elipsoide (6.1) é simétrico em relação ao plano xz. O mesmo acontece com (− x, y, z),
por isso dizemos que o elipsoide (6.1) é simétrico em relação ao plano yz. Se o ponto
( x, y, z) satisfaz (6.1), então o ponto simétrico em relação ao eixo z, (− x, −y, z), tam-
bém satisfaz, por isso dizemos que o elipsoide (6.1) é simétrico em relação ao eixo
z. O mesmo acontece com (− x, y, −z), por isso dizemos que o elipsoide (6.1) é si-
métrico em relação ao eixo y. O mesmo acontece com ( x, −y, −z), por isso dizemos
que o elipsoide (6.1) é simétrico em relação ao eixo x. Finalmente se o ponto ( x, y, z)
satisfaz (6.1), então o ponto simétrico em relação à origem, (− x, −y, −z), também
satisfaz, por isso dizemos que o elipsoide (6.1) é simétrico em relação à origem.
Se |k| < c, o plano z = k intercepta o elipsoide (6.1) segundo a elipse
x2 y2
+ = 1, z = k.
k2 k2
a2 1 − c2
b2 1 − c2
x y
x y
6.1.2 Hiperboloide
Hiperboloide de Uma Folha
Um hiperboloide de uma folha é um conjunto de pontos que em algum sistema de
coordenadas satisfaz a equação
x2 y2 z2
+ − = 1, (6.2)
a2 b2 c2
em que a, b e c são números reais positivos.
Observe que o hiperboloide de uma folha (6.2) é simétrico em relação aos planos
coordenados, aos eixos coordenados e à origem. Pois, se ( x, y, z) satisfaz (6.2), então
(− x, y, z), ( x, −y, z), ( x, y, −z), (− x, −y, z), ( x, −y, −z), (− x, y, −z) e (− x, −y, −z)
também satisfazem.
O plano z = k intercepta o hiperboloide de uma folha (6.2) segundo a elipse
x2 y2
2
+ = 1, z = k.
k k2
a2 1 + c2
b2 1 + c2
x y
x2 y2 z2
Figura 6.5. Hiperboloide de uma folha de equação a2
+ b2
− c2
=1
x y
e
x2 y2 z2
+ +− =1
a2 b2 c2
também representam hiperboloides de uma folha.
Hiperboloide de Duas Folhas
Um hiperboloide de duas folhas é um conjunto de pontos que em algum sistema
de coordenadas satisfaz a equação
x2 y2 z2
− 2
− 2 + 2 = 1, (6.3)
a b c
em que a, b e c são números reais positivos.
Observe que o hiperboloide de duas folhas (6.3) é simétrico em relação aos planos
coordenados, aos eixos coordenados e à origem. Pois, se ( x, y, z) satisfaz (6.3), então
(− x, y, z), ( x, −y, z), ( x, y, −z), (− x, −y, z), ( x, −y, −z), (− x, y, −z) e (− x, −y, −z)
também satisfazem.
O plano z = k, para |k| > c, intercepta o hiperboloide de duas folhas (6.3) segundo a
elipse
x2 y2
2 + 2 = 1, z = k.
a2 kc2 − 1 b2 kc2 − 1
O plano y = k intercepta o hiperboloide de duas folhas (6.3) segundo a hipérbole
x2 z2
− 2
+ = 1, y = k.
k k2
a2 1 + b2
c2 1 + b2
x y
x y
x y
x y
e
x2 y2 z2
− + − =1
a2 b2 c2
também representam hiperboloides de duas folhas.
x y
x y
6.1.3 Paraboloide
Paraboloide Elíptico
Um paraboloide elíptico é um conjunto de pontos que em algum sistema de coor-
denadas satisfaz a equação
x2 y2
cz = 2
+ 2, (6.4)
a b
em que a, b e c são números reais, sendo a e b positivos.
O paraboloide elíptico (6.4) é simétrico em relação aos planos xz e yz. Pois, se ( x, y, z)
satisfaz (6.4), então ( x, −y, z) e (− x, y, z) também satisfazem. Ele também é simétrico
em relação ao eixo z, pois se ( x, y, z) satisfaz (6.4), então (− x, −y, z) também satisfaz.
A interseção do paraboloide elíptico (6.4) com o plano z = k, para k tal que ck > 0, é
a elipse
x2 y2
2
+ = 1, z = k.
cka ckb2
A interseção do paraboloide elíptico (6.4) com plano x = k é a parábola
k2 y2
z= 2
+ 2, x = k.
ca cb
A interseção do paraboloide elíptico (6.4) com plano y = k também é uma parábola.
As equações
y2 z2
ax = 2 + 2
b c
e
x2 z2
by = 2 + 2
a c
também representam paraboloides elípticos.
x y
x2 y2
Figura 6.13. Paraboloide elíptico de equação cz = a2
+ b2
, para c > 0
x y
Figura 6.14. Paraboloide elíptico e interseções com os planos z = k
x y
Figura 6.15. Paraboloide elíptico e interseções com os planos y = k
x y
Figura 6.16. Paraboloide elíptico e interseções com os planos x = k
y
x
x2 y2
Figura 6.17. Paraboloide hiperbólico de equação cz = a2
− b2
, para c < 0
y
x
Paraboloide Hiperbólico
Um paraboloide hiperbólico é um conjunto de pontos que em algum sistema de
coordenadas satisfaz a equação
x2 y2
cz = 2
− 2, (6.5)
a b
em que a, b e c são números reais, sendo a e b positivos.
O paraboloide hiperbólico (6.5) é simétrico em relação aos planos xz e yz. Pois, se
( x, y, z) satisfaz (6.5), então ( x, −y, z) e (− x, y, z) também satisfazem. Ele também é
simétrico em relação ao eixo z, pois se ( x, y, z) satisfaz (6.5), então (− x, −y, z) tam-
bém satisfaz.
A interseção do plano z = k com o paraboloide hiperbólico (6.5) é dada por
x2 y2
2
− 2 = k, z = k,
ca cb
que representa uma hipérbole, se k 6= 0 e um par de retas, se k = 0.
A interseção do paraboloide hiperbólico (6.5) com plano y = k é a parábola
x2 k2
z= 2
− 2, y=k
ca cb
que tem concavidade para cima se c > 0 e concavidade para baixo se c < 0.
A interseção do paraboloide hiperbólico com plano x = k é a parábola
y2 k2
z=− + , x=k
cb2 ca2
que tem concavidade para baixo se c > 0 e concavidade para cima se c < 0. O
paraboloide hiperbólico é também chamado sela.
As equações
y2 z2
ax = 2 − 2
b c
e
x2 z2
by = −
a2 c2
também representam paraboloides hiperbólicos.
y
x
y
x
x2 y2
z2 = + , (6.6)
a2 b2
em que a e b são números reais positivos, em algum sistema de coordenadas. Se
a = b, o cone é chamado cone circular.
Observe que o cone elíptico (6.6) é simétrico em relação aos planos coordenados,
aos eixos coordenados e à origem. Pois, se ( x, y, z) satisfaz (6.6), então (− x, y, z),
( x, −y, z), ( x, y, −z), (− x, −y, z), ( x, −y, −z), (− x, y, −z) e (− x, −y, −z) também sa-
tisfazem.
A interseção do cone elíptico (6.6) com o plano z = k, para k 6= 0, é a elipse
x2 y2
+ = 1, z = k.
a2 k 2 b2 k 2
Observe que os eixos da elipse crescem à medida que |k | aumenta.
Os planos xz e yz cortam o cone elíptico (6.6) segundo as retas
x = ± az, y = 0 e y = ±bz, x = 0,
respectivamente.
A interseção do cone elíptico (6.6) com o plano y = k, para k 6= 0, é a hipérbole
z2 x2
− = 1, y = k.
k2 /b2 a2 k2 /b2
z2 y2
− = 1, x = k.
k2 /a2 b2 k2 /a2
x
y
x2 y2
Figura 6.21. Cone elíptico de equação z2 = a2
+ b2
x
y
As equações
y2 z2 x2 z2
x2 = 2
+ 2 e y2 = 2
+ 2
b c a c
também representam cones elípticos.
6.1.5 Cilindro Quádrico
Um cilindro quádrico é um conjunto de pontos do espaço, que em algum sistema
de coordenadas satisfaz a equação
f ( x, y) = 0 (6.7)
x
y
x
y
x y
x2 y2
Figura 6.25. Cilindro elíptico de equação a2
+ b2
=1
x y
x2 y2
Figura 6.26. Cilindro hiperbólico de equação a2
− b2
=1
x y
y2 x2
Figura 6.27. Cilindro hiperbólico de equação a2
− b2
=1
x
y
x
y
f ( x, y) = 0, y = k.
V P
P0
x
y
Uma superfície cilíndrica é uma superfície que pode ser obtida quando uma reta,
chamada geratriz, se move paralelamente passando por uma curva fixa, chamada
diretriz.
Suponhamos que a curva diretriz da superfície cilíndrica S esteja no plano xy e tenha
equação neste plano dada por
f ( x, y) = 0 (6.8)
e que as retas geratrizes sejam paralelas a um vetor que não é paralelo ao plano xy,
digamos V = ( a, b, 1). Seja P = ( x, y, z) um ponto qualquer sobre S e P0 = ( x 0 , y0 , 0)
um ponto do plano xy que está na reta geratriz que passa por P. O ponto ( x, y, z)
−→
pertence a S se, e somente se, o vetor P0 P é paralelo a V e P0 é um ponto da curva
diretriz, ou seja,
−→
P0 P= λV e f ( x 0 , y0 ) = 0,
que é equivalente a
( x − x 0 , y − y0 , z) = λ( a, b, 1) e f ( x 0 , y0 ) = 0.
f ( x − az, y − bz) = 0.
Resultados análogos são obtidos se a curva diretriz está situada nos planos coorde-
nados yz e xz.
f ( x, y) = 0
f ( x − az, y − bz) = 0.
(b) Se a sua curva diretriz está no plano yz com equação neste plano dada por
f (y, z) = 0
e as retas geratrizes são paralelas ao vetor V = (1, b, c), então a sua equação é
f (y − bx, z − cx ) = 0.
(c) Se a sua curva diretriz está no plano xz com equação neste plano dada por
f ( x, z) = 0
f ( x − ay, z − cy) = 0.
x y
Figura 6.31. Superfície cilíndrica com diretrizes paralelas ao vetor W = (1, −2, 3) e curva geratriz x2 − 4y = 0,
z=0
Exemplo 6.1. Vamos determinar a equação da superfície cilíndrica que tem como
curva diretriz no plano xy a parábola de equação x2 − 4y = 0 e retas diretrizes pa-
ralelas ao vetor W = (1, −2, 3). Para obtermos um vetor que tem a 3a componente
igual a 1 multiplicamos o vetor W por 1/3 obtendo o vetor V = (1/3, −2/3, 1) que
também é paralelo às retas geratrizes. A equação da superfície é então
F ( x, y, z) = 0
−3( x − αz)2 + 3(y − βz)2 = −3x2 + 3y2 + 6αxz − 6βyz + (−3α2 + 3β2 )z2 = 27.
x y
α = 1/3 e β = −2/3
P0
x
y
Uma superfície cônica é uma superfície que pode ser obtida quando uma reta se
move de maneira que sempre passa por uma curva fixa, chamada diretriz, e por um
ponto fixo, chamado vértice, não situado no plano da geratriz.
Suponhamos que a curva diretriz da superfície cônica S esteja no plano z = c e tenha
equação neste plano dada por
f ( x, y) = 0 (6.9)
e que o vértice esteja na origem O = (0, 0, 0). Seja P = ( x, y, z) uma ponto qualquer
de S e P0 = ( x 0 , y0 , c) o ponto da curva diretriz situado na reta que une P à origem.
−→ −→
O ponto P pertence a S se, e somente se, o vetor OP é paralelo a OP0 e P0 é um ponto
da curva diretriz, ou seja,
−→ −→
OP= λ OP0 e f ( x 0 , y0 ) = 0,
que é equivalente a
( x, y, z) = λ( x 0 , y0 , c) e f ( x 0 , y0 ) = 0.
f ( x, y) = 0
(b) Se a sua curva diretriz está no plano x = a com equação neste plano dada por
f (y, z) = 0
(c) Se a sua curva diretriz está no plano y = b com equação neste plano dada por
f ( x, z) = 0
bx bz
f( , ) = 0.
y y
y
x
f (y, z) = 0, (6.10)
entãopo paralelo que tem altura igual a z é uma circunferência de raio dado por
r = x2 + y2 . Por outro lado, um dos pares (r, z) ou (−r, z) satisfaz a equação
(6.10), pois o paralelo intercepta o plano yz nos pontos P0 = (0, r, z) e P00 = (0, −r, z).
Assim, o ponto P = ( x, y, z) satisfaz a equação
q q
f ( x2 + y2 , z) = 0 ou f (− x2 + y2 , z) = 0. (6.11)
Se uma curva geratriz que está situada no plano xz tem equação neste plano dada
por
f ( x, z) = 0, (6.12)
entãopo paralelo que tem altura igual a z é uma circunferência de raio dado por
r = x2 + y2 . Por outro lado, um dos pares (r, z) ou (−r, z) satisfaz a equação
(6.12), pois o paralelo intercepta o plano xz nos pontos (r, 0, z) e (−r, 0, z). Assim, o
ponto ( x, y, z) satisfaz a equação
q q
f ( x + y , z) = 0 ou f (− x2 + y2 , z) = 0.
2 2 (6.13)
Se a curva geratriz está situada no plano xy com equação neste plano dada por f ( x, y) = 0, então a equação da
superfície é q
f ( x, ± y2 + z2 ) = 0.
(b) Se o seu eixo de revolução é o eixo y e a curva geratriz está situada no plano yz com equação neste plano dada por
f (y, z) = 0, então a equação da superfície é
p
f (y, ± x2 + z2 ) = 0.
Se a curva geratriz está situada no plano xy com equação neste plano dada por f ( x, y) = 0, então a equação da
superfície é p
f (± x2 + z2 , y) = 0.
(c) Se o seu eixo de revolução é o eixo z e a curva geratriz está situada no plano yz com equação neste plano dada por
f (y, z) = 0, então a equação da superfície é
q
f (± x2 + y2 , z) = 0.
Se a curva geratriz está situada no plano xz com equação neste plano dada por f ( x, z) = 0, então a equação da
superfície é q
f (± x2 + y2 , z) = 0.
Exemplo 6.5. (a) Considere a elipse situada no plano xz de equação neste plano
dada por
x2 z2
+ = 1.
a2 b2
A equação da superfície de revolução gerada
p pela rotação desta elipse em torno
do eixo z é obtida trocando-se x por ± x + y2 na equação acima. Ou seja,
2
x2 y2 z2
2
+ 2 + 2 = 1,
a a b
que é a equação de um elipsoide.
(b) Considere a hipérbole situada no plano xz de equação neste plano dada por
x2 z2
− = 1.
a2 b2
A equação da superfície de revolução geradappela rotação desta hipérbole em
torno do eixo z é obtida trocando-se x por ± x2 + y2 na equação acima. Ou
seja,
x2 y2 z2
+ − = 1,
a2 a2 b2
que é a equação de um hiperboloide de uma folha.
(c) Considere a hipérbole situada no plano xy de equação neste plano dada por
y2 x2
− = 1.
a2 b2
F ( x, y, z) = 0
x2 + y2 = (cos(πk ) − 3/2)2
Exemplo 6.7. (a) Um elipsoide que tem dois dos seus parâmetros iguais é um elip-
soide de revolução. Por exemplo,
x2 y2 z2
+ + = 1,
a2 a2 c2
x2 y2 z2
+ + = 1,
a2 b2 b2
x2 y2 z2
2
+ 2 + 2 = 1,
a b a
são equações de elipsoides de revolução. O primeiro, em torno do eixo z, o
segundo, em torno do eixo x e o terceiro, em torno do eixo y.
(b) O hiperboloide de uma folha que tem os parâmetros iguais associados aos ter-
mos de sinal positivo é um hiperboloide uma folha de revolução. Por exemplo,
x2 y2 z2
+ − = 1,
a2 a2 c2
x2 y2 z2
− 2
+ 2 + 2 = 1,
a b b
x2 y2 z2
− + = 1,
a2 b2 a2
são equações de hiperboloides de uma folha de revolução. O primeiro, em torno
do eixo z, o segundo, em torno do eixo x e o terceiro, em torno do eixo y.
(c) O hiperboloide de duas folhas que tem os parâmetros iguais associados aos ter-
mos de sinal negativo é um hiperboloide duas folhas de revolução. Por exem-
plo,
x2 y2 z2
− 2 − 2 + 2 = 1,
a a c
x2 y2 z2
− − = 1,
a2 b2 b2
x2 y2 z2
2
−+ 2 − 2 = 1,
a b a
são equações de hiperboloides de duas folhas de revolução. O primeiro, em
torno do eixo z, o segundo, em torno do eixo x e o terceiro, em torno do eixo y.
(d) O cone circular de equação
x2 y2
z2 =
2
+ 2,
a a
x
pode ser obtido pela rotação da reta situada no plano xz de equação z = a em
torno do eixo z.
Exercícios Numéricos
6.2.1. Dadas as equações da curva diretriz e um vetor paralelo às retas geratrizes determine a equação da
superfície cilíndrica
(a) y2 = 4x, z = 0 e V = (1, −1, 1) (c) x2 − y2 = 1, z = 0 e V = (0, 2, −1)
(b) x2 + z2 = 1, y = 0 e V = (2, 1, −1) (d) 4x2 + z2 + 4z = 0, y = 0 e V = (4, 1, 0)
6.2.2. Mostre que cada uma das equações representa uma superfície cilíndrica e determine a equação da curva
diretriz e um vetor paralelo às retas geratrizes
(a) x2 + y2 + 2z2 + 2xz − 2yz = 1 (c) 17x2 + 2y2 + z2 − 8xy − 6xz − 2 = 0
(b) x2 + y + 5z2 + 2xz + 4yz − 4 = 0 (d) xz + 2yz − 1 = 0
6.2.3. Dadas as equações da curva diretriz determine a equação da superfície cônica que tem vértice na origem
O = (0, 0, 0).
(a) x2 + y2 = 4 e z = 2 (c) y = x2 e z = 2
(b) xz = 1 e y = 1 (d) x2 − 4z2 = 4 e y = 3
6.2.4. Mostre que cada uma das equações representa uma superfície cônica com vértice na origem O = (0, 0, 0)
e determine a equação de uma curva diretriz
(a) x2 − 2y2 + 4z2 = 0 (c) 8y4 − yz3 = 0
(b) 4z3 − x2 y = 0 (d) xy + xz + yz = 0
6.2.5. Determine a equação da superfície de revolução gerada pela rotação da curva dada em torno do eixo
especificado.
(a) 9x2 + 4y2 = 36 e z = 0 em torno do eixo y (c) yz = 1 e x = 0 em torno do eixo z
2 2
(b) x − 2z + 4z = 6 e y = 0 em torno do eixo x (d) z = e x e y = 0 em torno do eixo z
6.2.6. Mostre que cada uma das equações representa uma superfície de revolução e determine o seu eixo de
revolução e a equação de uma curva geratriz
(a) x2 + y2 − z3 = 0 (c) y6 − x2 − z2 = 0
(b) x2 + z2 = 4 (d) x2 y2 + x2 z2 = 1
Exercícios Teóricos
6.2.7. Mostre que conjunto dos pontos do espaço que satisfazem uma equação da forma
f ( x, y) = 0 ou f ( x, z) = 0 ou f (y, z) = 0
representa uma superfície cilíndrica que tem retas geratrizes paralelas ao eixo cuja variável não aparece
na equação. Equação esta que é também a equação da curva diretriz no plano coordenado correspon-
dente às variáveis que aparecem na equação.
6.2.8. Mostre que a equação de uma superfície cônica com vértice num ponto P0 = ( x0 , y0 , z0 ) e curva diretriz
situada no plano z = c com equação f ( x, y) = 0 é
c − z0 c − z0
f x0 + ( x − x0 ), y0 + (y − y0 ) = 0.
z − z0 z − z0
Proposição 6.4. Suponha que o polo e o eixo polar do sistema de coordenadas polares no plano xy coincidem com a
origem e o eixo x do sistema de coordenadas cartesianas no plano xy, respectivamente. Então a transformação entre os
sistemas de coordenadas cilíndricas e o de coordenadas cartesianas podem ser realizadas pelas equações
x = r cos θ e y = r sen θ
q
r = x 2 + y2 ,
x y
cos θ = p e sen θ = p , se x2 + y2 6= 0
x 2 + y2 x 2 + y2
Proposição 6.5. Suponha que o polo e o eixo polar do sistema de coordenadas polares no plano xy coincidem com a
origem e o eixo x do sistema de coordenadas cartesianas no plano xy, respectivamente. Então a transformação entre os
sistemas de coordenadas esféricas e o de coordenadas cartesianas podem ser realizadas pelas equações
x = r sen φ cos θ,
y = r sen φ sen θ e z = r cos φ
p
x 2 + y2
q
2 2 2
π
r = x + y + z , tan φ = , se z 6= 0, φ = , se z = 0,
z 2
x y
cos θ = p e sen θ = p , se x + y2 6= 0.
2
x 2 + y2 x 2 + y2
r sen φ = a.
r2 sen2 φ = a2 .
r2 − r2 cos2 φ = a2 .
x 2 + y2 = a2 ,
P P0
x
y
x y
x y
x y
Figura 6.40. Paraboloide elíptico de revolução em torno do eixo z
x
y
x
y
y
x θ r
P0 y
x
Figura 6.43. Coordenadas cilíndricas e cartesianas de um ponto P no espaço
x y
Figura 6.44. Paraboloide elíptico de equação em coordenadas cilíndricas r2 = a2 z
y
x
x y
y
x
θ
P0 y
x
Figura 6.47. Coordenadas esféricas e cartesianas de um ponto P no espaço
x y
Figura 6.48. Paraboloide elíptico de equação em coordenadas esféricas r sen2 φ = a2 cos φ
y
x
Figura 6.49. Paraboloide hiperbólico de equação em coordenadas esféricas r sen2 φ cos 2θ = a2 cos φ
x y
para todo s ∈ [0, π ] e para todo t ∈ [0, 2π ]. Pois elevando ao quadrado cada uma das
equações (6.17) e somando os resultados obtemos
x y
para todo par (s, t) pertencente ao círculo de raio a. Apenas que com (6.18) obtemos
somente a parte de cima da esfera e com (6.19) obtemos somente a parte de baixo.
para todo s ∈ [0, π ] e para todo t ∈ [0, 2π ]. Pois elevando ao quadrado e divi-
dindo por a2 a primeira equação em (6.21), elevando ao quadrado e dividindo por
b2 a segunda equação em (6.21), elevando ao quadrado e dividindo por b2 a terceira
equação em (6.21) e somando os resultados obtemos
x2 y2 z2
+ + = sen2 s cos2 t + sen2 s sen2 t + cos2 s
a2 b2 c2
= sen2 s(cos2 t + sen2 t) + cos2 s = 1.
x y
x y
para todo s ∈ [0, 2π ], s 6= π/2, 3π/2 e para todo t ∈ [0, 2π ]. Pois elevando ao
quadrado e dividindo por a2 a primeira equação em (6.23), elevando ao quadrado e
dividindo por b2 a segunda equação em (6.23), somando os resultados e subtraindo
do quadrado da terceira equação em (6.23) dividida por c2 obtemos
x2 y2 z2
+ − = sec2 s cos2 t + sec2 s sen2 t − tan2 s
a2 b2 c2
= sec2 s (cos2 t + sen2 t) − tan2 s = 1.
Usando as funções hiperbólicas, o hiperboloide de uma folha definido por (6.22)
pode, também, ser representado parametricamente, por
x2 y2 z2
2
+ 2− 2 = cosh2 s cos2 t + cosh2 s sen2 t − senh2 s
a b c
= cosh2 s (cos2 t + sen2 t) − senh2 s = 1.
x y
Figura 6.54. Paraboloide elíptico
para todo s ∈ [0, +∞) e para todo t ∈ [0, 2π ]. Pois elevando ao quadrado e dividindo
por a2 a primeira equação em (6.26), elevando ao quadrado e dividindo por b2 a
segunda equação em (6.26), somando os resultados e subtraindo da terceira equação
em (6.26) obtemos
x2 y2
+ −z = s2 cos2 t + s2 sen2 t − s2
a2 b2
= s2 (cos2 t + sen2 t) − s2 = 0.
Vamos eliminar t nas duas primeiras equações. Para isso elevamos ao quadrado as
duas primeiras equações, dividimos a primeira por a2 , a segunda por b2 e somamos
obtendo
x2 y2
+ = 1.
a2 a2
Portanto, a curva está contida em um cilindro elíptico. Esta curva é chamada hélice.
Assim, √
2
s= .
sen t + 1
Portanto, √ √ √
2 cos t 2 sen t 2
x= , y= e z=
sen t + 1 sen t + 1 sen t + 1
para t ∈ (−π/2, 3π/2) é uma parametrização para a curva.
x y
Figura 6.55. Hélice
y
x
√
Figura 6.56. Curva obtida pelo corte do cone x2 + y2 = z2 pelo plano y − z = 2
U1t
t
U1t U2 U1t U3
U1 U1 U1 · U1 U1 · U2 U1 · U3
Qt Q = U2t [ U1 U2 U3 ] = U2t U1 U2t U2 U2t U3 = U2 · U1 U2 · U2 U2 · U3 = I3
U3t U3t U1 U3t U2 U3t U3 U3 · U1 U3 · U2 U3 · U3
U1t x0 U1t
x
[ U1 U2 ] = .
U2t y0 U2t y
x0
t x
[ P]{O,U1 ,U2 } = =Q = Qt [ P]{O,E1 ,E2 } ,
y0 y
em que E1 = (1, 0) e E2 = (0, 1). Observe que, tanto no caso do plano quanto no caso
do espaço, a matriz Q satisfaz, Q−1 = Qt . Uma matriz que satisfaz esta propriedade
é chamada matriz ortogonal.
Exemplo 0
√ 7.1. Considere o sistema de
√ coordenadas no plano em que O = O e
U1 = ( 3/2, 1/2) e U2 = (−1/2, 3/2). Se P = (2, 4), vamos determinar as
coordenadas de P em relação ao novo sistema de coordenadas. Para isto temos que
encontrar x 0 e y0 tais que
−→ −→
x 0 U1 + y0 U2 =O0 P=OP,
ou √ √
x 0 ( 3/2, 1/2) + y0 (−1/2, 3/2) = (2, 4)
x = √1 x 0 + √2 y0
(
5 5 ,
y = √2 x 0 − √1 y0
5 5
ou equivalentemente
√1 √2
" #
x0
x 5 5
=
y √2 − √1 y0
5 5
x0
entre as coordenadas de um ponto P em relação a um sistema de coordenadas
y0
x
{O, U1 , U2 } e as coordenadas de P, , em relação ao sistema de coordenadas
y
original {O, E1 = (1, 0), E2 = (0, 1)}. Queremos determinar quais são os vetores U1
e U2 .
1 0
Os vetores U1 e U2 da nova base possuem coordenadas e , respecti-
0 1
vamente, em relação ao novo sistema de coordenadas, {O, U1 , U2 }. Pois, U1 =
1 U1 + 0 U2 e U2 = 0 U1 + 1 U2 . Queremos saber quais as coordenadas destes ve-
tores em relação ao sistema de coordenadas original, {O, E1 = (1, 0), E2 = (0, 1)}.
Logo,
" 1
√2
√
# " √1 #
5 5 1 5
U1 = =
√2 − √1 0 √2
5 5 5
" 1 2
# " 2 #
√ √
√
5 5 0 5
U2 = =
√ 2
−√ 1 1 − √1
5 5 5
√1 √2
" #
Ou seja, U1 e U2 são as colunas da matriz Q = 5 5 .
√2 − √1
5 5
7.1.1 Rotação
Suponha que o novo sistema de coordenadas {O, U1 , U2 } seja obtido do sistema ori-
ginal {O, E1 = (1, 0), E2 = (0, 1)} por uma rotação de um ângulo θ. Observando a
Figura 7.4, obtemos
U1 = (cos θ, sen θ )
U2 = (− sen θ, cos θ )
seja P = ( x, y) um ponto qualquer do plano. Vamos determinar as coordenadas de
P em relação ao novo sistema de coordenadas. Para isto temos que encontrar x 0 e y0
tais que
−→
x 0 U1 + y0 U2 =OP .
x0
cos θ sen θ x
= R− 1
θ P = Rtθ P = .
y0 − sen θ cos θ y
O sistema de coordenadas que aparece nos dois primeiros exemplos desta seção po-
dem ser obtidos por uma rotação de um ângulo θ = π/6 em relação ao sistema
original.
A matriz Rθ é chamada matriz de rotação.
7.1.2 Translação
Vamos considerar, agora, o caso em que O0 6= O, ou seja, em que ocorre uma trans-
lação dos eixos coordenados.
Observando a Figura 7.5, obtemos
−→ −→ −→
O0 P=OP − OO0 . (7.2)
−→
Assim, se OO0 = (h, k ), então
−→
O0 P= ( x 0 , y0 ) = ( x, y) − (h, k) = ( x − h, y − k)
√ √ √ √
2
(a) [ P]S = , em que S = {O, (−1/ 2, 1/ 2), (1/ 2, 1/ 2)}.
1
−1 √ √ √ √
(b) [ P]S = 1 , em que S = {O, (0, 1/ 2, −1/ 2), (1, 0, 0), (0, 1/ 2, 1/ 2)};
2
x
7.1.3. Sejam [ P]R = y as coordenadas de um ponto P em relação ao sistema de coordenadas R =
z
0
x
{O,~i,~j,~k} e [ P]S = y0 , em relação ao sistema de coordenadas S = {O, U1 , U2 , U3 }. Suponha que
z0
temos a seguinte relação:
0
x 1 0 √ 0 x
y = 0
√1/2 − 3/2 y0 .
z 0 3/2 1/2 z0
Quais são os vetores U1 , U2 e U3 ?
√
√
3
7.1.4. Determine qual a rotação do plano em que as coordenadas do ponto P = ( 3, 1) são .
−1
Exercícios Teóricos
7.1.5. Mostre que Rθ1 Rθ2 = Rθ1 +θ2 .
7.1.6. Definimos coordenadas de pontos no espaço em relação a um sistema de coordenadas por um ponto O0
e três vetores não coplanares V1 , V2 e V3 da mesma forma como fizemos quando os vetores são unitários
e mutuamente ortogonais. As coordenadas de um ponto P no sistema de coordenadas {O0 , V1 , V2 , V3 } é
−→
definido como sendo os escalares que aparecem ao escrevermos O0 P como combinação linear dos vetores
V1 , V2 e V3 , ou seja, se
−→
O0 P= x 0 V1 + y0 V2 + z0 V3 ,
então as coordenadas de P no sistema {O0 , V1 , V2 , V3 } são dadas por
0
x
[ P]{O0 ,V1 ,V2 ,V3 } = y0 .
z0
−→ −→
Assim, se O0 P= ( x, y, z), então x 0 V1 + y0 V2 + z0 V3 =O0 P pode ser escrito como
0
x x
[ V1 V2 V3 ] y0 = y
z0 z
det( B − λI2 ) = det( Rtθ ARθ − λI2 ) = det( Rtθ ARθ − λRtθ Rθ )
= det( Rtθ ( A − λI2 ) Rθ ) = det( Rtθ ) det( A − λI2 ) det( Rθ )
= det( A − λI2 ).
B = Rtθ ARθ .
Rθ B = ARθ .
Por um lado,
cos θ − sen θ cos θ − sen θ
ARθ = A = A A ,
sen θ cos θ sen θ cos θ
a0
cos θ − sen θ 0 0 cos θ 0 − sen θ
Rθ B = = a c
sen θ cos θ 0 c0 sen θ cos θ
Como
RθB = ARθ , então segue-se das das duas últimas equações acima que U1 =
cos θ
é tal que
sen θ
AU1 = a0 U1
† Deixamos como exercício a verificação de que sempre existe um ângulo θ tal que a mudança de coordenadas dada por X = R X 0 é
θ
tal que b0 = 0
AU1 = a0 I2 U1
ou
( A − a0 I2 )U1 = 0̄.
Logo, U1 é uma solução de norma igual a 1 do sistema linear
( A − a0 I2 ) X = 0̄
− sen θ
e U2 = é obtido de U1 trocando-se as componentes de posição e depois
cos θ
a
o sinal da 1 componente.
Portanto, com a mudança de coordenadas dada por X = Rθ X 0 , em que Rθ =
[ U1 U2 ], a equação (7.4) se transforma em (7.5). Os vetores U1 e U2 dão a dire-
ção e o sentido dos novos eixos x’ e y’.
Vamos resumir no próximo resultado o que acabamos de provar.
a 0 x 02 + c 0 y 02 + d 0 x 0 + e 0 y 0 + f = 0 ,
a − a0
b/2 x 0
= .
b/2 c − a0 y 0
√2 −1
" #
h i √
0
0 0 20 80 5 5
= KRθ = d e Rθ = √ − √
K = d e = −8 −36 .
5 5 √1 √2
5 5
√
Portanto, a mudança de coordenadas dada pela rotação de θ = arccos(2/ 5) apli-
cada na equação (7.11) fornece a equação
4x 02 + 9y02 − 8x 0 − 36y0 + 4 = 0.
Ou ainda,
4( x 02 − 2x 0 ) + 9(y02 − 4y0 ) + 4 = 0
Completando os quadrados, obtemos
ou
4( x 0 − 1)2 + 9(y0 − 2)2 − 36 = 0.
Teorema 7.2. Seja C o conjunto dos pontos do plano que satisfazem a equação
ax2 + bxy + cy2 + dx + ey + f = 0,
z
z
z’
x~k
U3
P = ( x, y, z)
O0 U2
U1 y’
x~i y~j x’
x y
x y
−→ Figura 7.2. Dois sistemas de coordenadas orto-
Figura 7.1. OP= x~i + y~j + z~k
gonais {O,~i,~j,~k } e {O0 , U1 , U2 , U3 }
y‘
P
y
x‘
0 0
y x
E2
U1
U2
E1 x x
y‘ y
E2
x‘
U2
θ U1
cos θ cos θ
sen θ
θ
−sen θ E1 x
y‘
P
y0
y
x‘
x0
O0
O
x x
4
y
y‘
2
x‘
1
U2 U1
0
x
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
7
y
6
y"
4
x"
y‘
2
x‘
1
U2 U1
0
x
−1
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
x2 y2 y2 x2
2
+ 2 = 1, a > b Elipse 2
+ 2 = 1, a > b
a by a by
(0, a)
(b, 0)
(− a, 0) ( a, 0) (−b, 0) (b, 0)
x x
(−b, 0)
(0, − a)
x2 y2 y2 x2
2
− 2 =1 Hipérbole 2
− 2 =1
a y b a y b
y
=
−
y
b
x
=
a
a
x
b
−
=
a
y
b
x
(0, a)
(− a,0) ( a, 0)
x x
(0, − a)
r : x = −p
r : y = −p
r : y = −p
r : x = −p
Identifique a cônica, ache a equação no último sistema de coordenadas utilizado e faça um esboço do gráfico.
7.2.1. 9x2 − 4xy + 6y2 = 30;
x 02 y 02
» elipse(a,b,[U1 U2]) desenha a elipse a2
+ b2
= 1, em que x 0 e y0 são as coordenadas em relação à
base ortonormal U1 e U2.
002 y002
» elipse(a,b,[U1 U2],X0) desenha a elipse xa2 + b2 = 1, em que x 00 e y00 são as coordenadas em
relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1 e U2 e pelo ponto X0.
x2 y2
» hiperbx(a,b) desenha a hipérbole a2
− b2
= 1.
x 02 y 02
» hiperbx(a,b,[U1 U2]) desenha a hipérbole a2
− b2
= 1, em que x 0 e y0 são as coordenadas em
relação à base ortonormal U1 e U2.
002 y002
» hiperbx(a,b,[U1 U2],X0) desenha a hipérbole xa2 − b2 = 1, em que x 00 e y00 são as coordenadas em
relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1 e U2 e pelo ponto X0.
y2 x2
» hiperby(a,b) desenha a hipérbole a2
− b2
= 1.
y 02 x 02
» hiperby(a,b,[U1 U2]) desenha a hipérbole a2
− b2
= 1, em que x 0 e y0 são as coordenadas em
relação à base ortonormal U1 e U2.
y002 002
» hiperby(a,b,[U1 U2],X0) desenha a hipérbole a2 − xb2 = 1, em que x 00 e y00 são as coordenadas em
relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1 e U2 e pelo ponto X0.
» parabx(p) desenha a parábola y2 = 4px.
» parabx(p,[U1 U2]) desenha a parábola y02 = 4px 0 , em que x 0 e y0 são as coordenadas em relação à
base ortonormal U1 e U2.
» parabx(p,[U1 U2],X0) desenha a parábola y002 = 4px 00 , em que x 00 e y00 são as coordenadas em relação
ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1 e U2 e por X0.
» paraby(p) desenha a parábola x2 = 4py.
» paraby(p,[U1 U2]) desenha a parábola x 02 = 4py0 , em que x 0 e y0 são as coordenadas em relação à
base ortonormal U1 e U2.
» paraby(p,[U1 U2],X0) desenha a parábola x 002 = 4py00 , em que x 00 e y00 são as coordenadas em relação
ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1 e U2 e por X0.
Exercícios Teóricos
a b/2
7.2.13. Considere o polinômio p(λ) = det( A − λI2 ), em que A = .
b/2 c
(a) Mostre que p(λ) tem somente raízes reais.
(b) Mostre que se b 6= 0, então as raízes são distintas, ou seja, a0 6= c0 .
(c) Sejam a0 e c0 raízes distintas de p(λ). Mostre que se X1 é solução de ( A − a0 I2 ) X = 0̄ e X2 é solução
de ( A − c0 I2 ) X = 0̄, então X1 e X2 são ortogonais. (Sugestão: Mostre que a0 X1 · X2 = c0 X1 · X2 )
(d) Mostre que se X = ( x, y) é ortogonal a V = (v1 , v2 ) com || X || = ||V ||, então X = (−v2 , v1 ) ou
X = ( v2 , − v1 ).
0
t a 0
(e) Mostre que sempre existe um ângulo θ tal que Rθ ARθ = e portanto tal que a mudança
0 c0
de coordenadas dada por X = QX 0 transforma (7.4) em (7.5 na página 483.
7.2.14. Seja C o conjunto dos pontos do plano que satisfazem a equação
ax2 + bxy + cy2 + dx + ey + f = 0,
com a, b, c, d, e, f ∈ R, sendo a, b e c não simultaneamente nulos. Sejam a0 e c0 raízes de
a − λ b/2
p(λ) = det .
b/2 c − λ
a b/2
(a) Mostre que a0 c0 = ac − b2 /4 = p(0) = det .
b/2 c
(b) Mostre que se a0 c0 > 0, então C é uma elipse, um ponto ou o conjunto vazio.
(c) Mostre que se a0 c0 < 0, então C é uma hipérbole, ou um par de retas concorrentes.
(d) Mostre que se a0 c0 = 0, então C é uma parábola, um par de retas paralelas, uma reta ou o conjunto
vazio.
transformando-a em
X t AX + K X + j = 0, (7.17)
a d/2 e/2 x
em que A = d/2 b f /2 , K = g h i e X = y . Fazendo a
e/2 f /2 c z 0
x
mudança de coordenadas dada por (7.16) (ou seja, X = QX 0 , em que X 0 = y0 )
z0
em (7.17) obtemos a equação
X 0t BX 0 + K 0 X 0 + j = 0,
a0 d0 /2 e0 /2
e0 /2 f 0 /2 c0
como a inversa de Q é Qt , então a matriz identidade I2 = Qt Q e daí podemos dedu-
zir que
d0 = e0 = f 0 = 0,
‡ obtemos que
a0 − λ
0 0
det( A − λI3 ) = det( B − λI3 ) = det 0 b0 − λ 0
0 0 c0 − λ
= −(λ − a0 )(λ − b0 )(λ − c0 ).
Logo, os coeficientes a0 , b0 e c0 são as raízes da equação de 2o grau
a − λ d/2 e/2
p(λ) = det( A − λI3 ) = det d/2 b − λ f /2 = 0 (7.18)
e/2 f /2 c − λ
Vamos, agora, determinar a matriz Q. Observe que a matriz Q é tal que
B = Qt AQ.
‡ Pode-se mostrar que sempre existe uma matriz Q tal que a mudança de coordenadas dada por X 0 = QX é tal que d0 = e0 = f 0 = 0.
Deixamos como exercício a prova da existência de uma tal matriz Q no caso em que p(λ) = det( A − λI3 ) tem três raízes reais distintas. A
demonstração do caso geral pode ser encontrada por exemplo em [21].
QB = AQ.
Por um lado,
AQ = A [ U1 U2 U3 ] = [ AU1 AU2 AU3 ] ,
por outro lado
a0
0 0
b0 0 = a0 U1 b0 U2 c0 U3
QB = [ U1 U2 U3 ] 0
0 0 c0
AU1 = a0 I3 U1
ou
( A − a0 I3 )U1 = 0̄.
Logo, U1 é uma solução de norma igual a 1 do sistema linear
( A − a0 I3 ) X = 0̄.
Analogamente, U2 é uma solução de norma igual a 1 do sistema linear
( A − b0 I3 ) X = 0̄,
que seja ortogonal a U1 . Análogo também é o caso do terceiro vetor U3 . Mas como já
temos dois vetores ortogonais U1 e U2 , então U3 pode ser tomado igual ao produto
vetorial de U1 por U2 ,
U3 = U1 × U2 .
z0 z
a0 x 02 + b0 y02 + c0 z02 + g0 x 0 + h0 y0 + i0 z + j = 0,
em que a0 , b0 , c0 são raízes de
a−λ d/2 e/2
p(λ) = det d/2 b−λ f /2 .
e/2 f /2 c−λ
Mais ainda, U1 é uma solução de norma igual a 1 do sistema linear
a − a0 d/2
e/2 x 0
d/2 b − a0 f /2 y = 0 ,
e/2 f /2 c − a0 z 0
U2 é uma solução de norma igual a 1 do sistema linear
a − b0 d/2
e/2 x 0
d/2 b − b0 f /2 y = 0
e/2 f /2 c − b0 z 0
e
U3 = U1 × U2 .
X t AX = 0,
em que
1 0 0
A= 0 0 −1 .
0 −1 0
As raízes de
1−λ 0 0
p(λ) = det( A − λI3 ) = det 0 −λ −1 = (1 − λ)λ2 − (1 − λ) = (1 − λ)(λ2 − 1)
0 −1 −λ
são a0 = b0 = 1 e c0 = −1.
A forma escalonada reduzida de
0 0 0 0 1 1
A − I3 = 0 −1 −1 é 0 0 0 .
0 −1 −1 0 0 0
W1 = {( β, −α, α) | α, β ∈ R},
y'
x=x'
z'
Figura 7.9. Cone circular do Exemplo 7.6
Agora, (α, − β, β) = α(1, 0, 0) + β(0, −1, 1). Assim, toda solução do sistema é combi-
nação linear de V1 = (1, 0, 0) e V2 = (0, −1, 1).
Como a0 = b0 teremos que encontrar dois vetores U1 e U2 unitários e ortogonais que
são solução de ( A − I3 ) X = 0̄. Os vetores V1 e V2 já são ortogonais e assim podemos
tomar
1
U1 = V1 = V1 = (1, 0, 0)
||V1 ||
1
√ √
U2 = V2 = (0, −1/ 2, 1/ 2)
||V2 ||
√ √
U3 = U1 × U2 = 0, −1/ 2, −1/ 2 .
x 02 + y02 − z02 = 0,
ou
x 02 + y 02 = z 02 ,
que é a equação de um cone circular no novo sistema de coordenadas.
X t AX − 6 = 0,
em que
7 −2 1
A = −2 10 −2 .
1 −2 7
As raízes de
7−λ −2 1
p(λ) = det( A − λI3 ) = det −2 10 − λ −2
1 −2 7−λ
= (7 − λ)2 (10 − λ) + 8 − (10 − λ) − 8(7 − λ)
= (10 − λ)[(7 − λ)2 − 1] − 8(6 − λ)
= (10 − λ)(6 − λ)(8 − λ) − 8(6 − λ) = (6 − λ)2 (12 − λ)
são a0 = b0 = 6 e c0 = 12.
A forma escalonada reduzida de
1 −2 1 1 −2 1
A − 6I3 = −2 4 −2 é 0 0 0 .
1 −2 1 0 0 0
W1 = {(−α + 2β, β, α) | α, β ∈ R} ,
Agora, (−α + 2β, β, α) = α(−1, 0, 1) + β(2, 1, 0). Assim, toda solução do sistema é
combinação linear de V1 = (−1, 0, 1) e V2 = (2, 1, 0).
Como a0 = b0 teremos que encontrar dois vetores U1 e U2 unitários e ortogonais que
são solução de ( A − 6I3 ) X = 0̄. O vetor
W2 = V2 − projV1 V2 = (1, 1, 1)
z 02
6x 02 + 6y02 + 12z02 = 6 ou x 02 + y 02 + = 1,
1/2
que é a equação de um elipsoide de revolução no novo sistema de coordenadas.
x'
y'
z'
Figura 7.10. Elipsoide de revolução do Exemplo 7.7
U1
U2
U3
Teorema 7.4. Seja S o conjunto dos pontos do espaço que satisfazem a equação
ax2 + by2 + cz2 + dxy + exz + f yz + gx + hy + iz + j = 0,
Elipsoide
x2 y2 z2
+ + =1
a2 b2 z c2
x y
x y
x y
y
x
x y
Cone Elíptico
x2 y2
z2 = 2 + 2
a z b
x
y
Figura 7.12. Algumas Quádricas não degeneradas com equações na forma padrão
Identifique a quádrica, ache a equação no último sistema de coordenadas utilizado e faça um esboço do gráfico.
7.3.1. 2x2 + 30y2 + 23z2 + 72xz + 150 = 0;
7.3.3. 2xy + z = 0;
7.3.5. 7x2 + 7y2 + 10z2 − 2xy − 4xz + 4yz − 12x + 12y + 60z = 24;
02 y 02 z 02
» hiperbo2y(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o hiperboloide de duas folhas − xa2 + b2
− c2
= 1, em que
x 0 e y0 são as coordenadas em relação à base ortonormal U1,U2 e U3.
002 y002 002
» hiperbo2y(a,b,c,[U1 U2 U3],X0) desenha o hiperboloide de duas folhas − xa2 + b2 − zc2 = 1, em
que x 00 e y00 são as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal
U1,U2 e U3 e pelo ponto X0.
2 y2 z2
» hiperbo2z(a,b,c) desenha o hiperboloide de duas folhas − xa2 − b2
+ c2
= 1.
02 y 02 z 02
» hiperbo2z(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o hiperboloide de duas folhas − xa2 − b2
+ c2
= 1, em que
x 0 e y0 são as coordenadas em relação à base ortonormal U1,U2 e U3.
002 y002 002
» hiperbo2z(a,b,c,[U1 U2 U3],X0) desenha o hiperboloide de duas folhas − xa2 − b2 + zc2 = 1, em
que x 00 e y00 são as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal
U1,U2 e U3 e pelo ponto X0.
y2 z2
» parabo1x(a,b,c) desenha o paraboloide elíptico ax = b2
+ c2
.
y 02 z 02
» parabo1x(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o paraboloide elíptico ax 0 = b2
+ c2
, em que x 0 e y0 são as
coordenadas em relação à base ortonormal U1 e U2.
y002 002
» parabo1x(a,b,[U1 U2 U3],X0) desenha o paraboloide elíptico ax 00 = b2 + zc2 , em que x 00 e y00 são
as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1 e U2 e pelo
ponto X0.
x2 z2
» parabo1y(a,b,c) desenha o paraboloide elíptico by = a2
+ c2
= 1.
x 02 z 02
» parabo1y(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o paraboloide elíptico by0 = a2
+ c2
= 1, em que x 0 e y0 são
as coordenadas em relação à base ortonormal U1,U2 e U3.
002 002
» parabo1y(a,b,c,[U1 U2 U3],X0) desenha o paraboloide elíptico by00 = xa2 + zc2 = 1, em que x 00 e
y00 são as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1,U2 e
U3 e pelo ponto X0.
x2 y2
» parabo1z(a,b,c) desenha o paraboloide elíptico cz = a2
+ b2
.
x 02 y 02
» parabo1z(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o paraboloide elíptico cz0 = a2
+ b2
, em que x 0 e y0 são as
coordenadas em relação à base ortonormal U1,U2 e U3.
002 y002
» parabo1z(a,b,c,[U1 U2 U3],X0) desenha o paraboloide elíptico cz00 = xa2 + b2 , em que x 00 e y00 são
as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1,U2 e U3 e
pelo ponto X0.
y2 z2
» parabo2x(a,b,c) desenha o paraboloide hiperbólico ax = b2
− c2
= 1.
y 02 z 02
» parabo2x(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o paraboloide hiperbólico ax 0 = b2
− c2
= 1, em que x 0 e y0
são as coordenadas em relação à base ortonormal U1,U2 e U3.
y002 002
» parabo2x(a,b,[U1 U2 U3],X0) desenha o paraboloide hiperbólico ax 00 = b2 − zc2 = 1, em que x 00 e
y00 são as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1,U2 e
U3 e pelo ponto X0.
x2 z2
» parabo2y(a,b,c) desenha o paraboloide hiperbólico by = a2
− c2
= 1.
x 02 z 02
» parabo2y(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o paraboloide hiperbólico by0 = a2
− c2
= 1, em que x 0 e y0
são as coordenadas em relação à base ortonormal U1,U2 e U3.
002 002
» parabo2y(a,b,c,[U1 U2 U3],X0) desenha o paraboloide hiperbólico by00 = xa2 − zc2 = 1, em que x 00
e y00 são as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1,U2
e U3 e pelo ponto X0.
x2 y2
» parabo2z(a,b,c) desenha o paraboloide hiperbólico cz = a2
− b2
.
x 02 y 02
» parabo2z(a,b,c,[U1 U2 U3]) desenha o paraboloide hiperbólico cz0 = a2
− b2
, em que x 0 e y0 são
as coordenadas em relação à base ortonormal U1,U2 e U3.
002 y002
» parabo2z(a,b,c,[U1 U2 U3],X0) desenha o paraboloide hiperbólico cz00 = xa2 − b2 , em que x 00 e y00
são as coordenadas em relação ao sistema de coordenadas determinado pela base ortonormal U1,U2 e U3
e pelo ponto X0.
Exercícios Teóricos
7.3.7. Considere o polinômio p(λ) = det( A − λI3 ), em que
a d/2 e/2
A = d/2 b f /2 .
e/2 f /2 c
(a) Sejam α e β raízes reais distintas de p(λ). Mostre que se X1 é solução de ( A − αI2 ) X = 0̄ e X2
é solução de ( A − βI2 ) X = 0̄, então X1 e X2 são ortogonais. (Sugestão: Mostre que αX1 · X2 =
βX1 · X2 )
(b) Mostre que se p(λ) tem raízes reais distintas, então sempre existe uma matriz Q tal que
0
a 0 0
Qt AQ = 0 b0 0
0 0 c0
e portanto tal que a mudança de coordenadas dada por X = QX 0 transforma (7.14) em (7.15 na
página 502.
7.3.8. Mostre que a superfície cônica cuja geratriz é uma parábola y2 = 4px em um plano z = k é um cone
elíptico.
7.3.9. Mostre que a interseção de um plano by + cz + d = 0, em que b2 + c2 = 1, com o cone x2 + y2 = z2 é uma
cônica que pode ser uma elipse, uma hipérbole ou uma parábola. (Sugestão: mude para um sistema de
coordenadas {O, U1 , U2 , U3 } tal que U1 = ~i = (1, 0, 0), U2 = (0, b, c) e U3 = (0, −c, b))
7.3.10. Seja S o conjunto dos pontos do espaço que satisfazem a equação
y
x
y
x
y
x
Mostre que
7.3.11. Mostre que a interseção de um cone circular com plano que não passa pelo seu vértice é uma cônica
seguindo os seguintes passos:
no sistema R.
(c) Mostre que a interseção do cone com o plano z = 1 é a cônica no plano de equação
x2 ± 2y = 0.
x2 (y + tan 2θ )2
+ = 1,
sec 2θ sec2 2θ
que é uma elipse se |θ | < π
4 e uma hipérbole se π
4 < |θ | ≤ π
2.
z’
z’
y’
U3
U3 U2
U2 y’
U1 U1
x’= x’=
Figura 7.16. Elipse interseção do cone circular com Figura 7.17. Parábola interseção do cone circular com
um plano um plano
y’=
z’
x’=
[ 0, 0, 0]
(e) >> B1=B(:,1);B2=B(:,2);
>> A*B-A*[B1,B2]
0 0
0 0
(f) >> A1=A(1,:);A2=A(2,:);
>> A*B-[A1;A2]*B
0 0
0 0
1.1.4. >> syms x y z
>> A=[1,-3,0;0,4,-2]; X=[x;y;z];
>> A*X
[ x-3*y]
[ 4*y-2*z]
>> x*A(:,1)+y*A(:,2)+z*A(:,3)
[ x-3*y]
[ 4*y-2*z]
1.1.5. >> syms x
>> A=[x,4,-2]; B=[2,-3,5];
>> solve(A*B.’)
11
1.1.6. >> syms y
>> A=[1,1/y;y,1];
>> A^2-2*A
[ 0, 0]
[ 0, 0]
1.1.7. >> syms x y z w
>> X=[x,y;z,w]; M=[0,1;-1,0];
>> X*M-M*X
[ -y-z, x-w]
[ x-w, z+y]
>> syms a b c d
>> A=[x,y;-y,x]; B=[a,b;-b,a];
>> A*B-B*A
[ 0, 0]
[ 0, 0]
x 0 a b
1.1.8. (a) Sejam A = eB= .
0 y c d
>> syms x y z w
>> syms a b c d
>> A=[x,0;0,y];B=[a,b;c,d];
>> A*B
[ x*a, x*b]
[ y*c, y*d]
>> B*A
[ x*a, b*y]
[ c*x, y*d]
Como yb = xb, para todo b, em particular para b = 1, obtemos que y = x. Assim, a matriz A que
além de ser diagonal tem os elementos da diagonal iguais.
x y a b
(b) Sejam A = eB= .
z w c d
>> A=[x,y;z,w];B=[a,b;c,d];
>> A*B
[ x*a+y*c, x*b+y*d]
[ z*a+w*c, z*b+w*d]
>> B*A
[ x*a+z*b, a*y+b*w]
[ c*x+d*z, y*c+w*d]
Comparando os elementos de posição 1,1 obtemos que cy = bz, para todos os valores de b e c. Em
particular para b = 0 e c = 1, obtemos que y = 0 e para b = 1 e c = 0, obtemos que z = 0. Ou
seja, a matriz A tem que ser diagonal. Assim, pelo item anterior temos que a matriz A tem que ser
diagonal com os elementos da diagonal iguais.
1.1.9. (a) >> A=[1,1/2;0,1/3]
A =
1.0000 0.5000
0 0.3333
>> A^2,A^3,A^4,A^5
ans =
1.0000 0.6667
0 0.1111
ans =
1.0000 0.7222
0 0.0370
ans =
1.0000 0.7407
0 0.0123
ans =
1.0000 0.7469
0 0.0041
>> A^6,A^7,A^8,A^9
ans =
1.0000 0.7490
0 0.0014
ans =
1.0000 0.7497
0 0.0005
ans =
1.0000 0.7499
0 0.0002
ans =
1.0000 0.7500
0 0.0001
1 0.75
A seqüência parece estar convergindo para a matriz .
0 0
0 0.0000
ans =
0.0039 0.0019
0 0.0000
ans =
0.0020 0.0009
0 0.0000
0 0
A seqüência parece estar convergindo para a matriz nula .
0 0
1.1.10. (a) >> A=[0,0,1;1,0,0;0,1,0];
>> A=sym(A)
[ 0, 0, 1]
[ 1, 0, 0]
[ 0, 1, 0]
>> A^2
[ 0, 1, 0]
[ 0, 0, 1]
[ 1, 0, 0]
>> A^3
[ 1, 0, 0]
[ 0, 1, 0]
[ 0, 0, 1]
Para k = 3, Ak = I3 .
(b) >> A=[0,1,0,0;-1,0,0,0;0,0,0,1;...
0,0,1,0];
>> A=sym(A)
[ 0, 1, 0, 0]
[ -1, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 1]
[ 0, 0, 1, 0]
>> A^2
[ -1, 0, 0, 0]
[ 0, -1, 0, 0]
[ 0, 0, 1, 0]
[ 0, 0, 0, 1]
>> A^3
[ 0, -1, 0, 0]
[ 1, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 1]
[ 0, 0, 1, 0]
>> A^4
[ 1, 0, 0, 0]
[ 0, 1, 0, 0]
[ 0, 0, 1, 0]
[ 0, 0, 0, 1]
Para k = 4, Ak = I4 .
(c) >> A=[0,1,0,0;0,0,1,0;0,0,0,1;0,0,0,0];
>> A=sym(A)
[ 0, 1, 0, 0]
[ 0, 0, 1, 0]
[ 0, 0, 0, 1]
[ 0, 0, 0, 0]
>> A^2
[ 0, 0, 1, 0]
[ 0, 0, 0, 1]
[ 0, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 0]
>> A^3
[ 0, 0, 0, 1]
[ 0, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 0]
>> A^4
[ 0, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 0]
[ 0, 0, 0, 0]
Para k = 4, Ak = 0̄.
1.1.11. Concluímos que é muito raro encontrar matrizes cujo produto comute.
1.1.12. Concluímos que matrizes diagonais em geral comutam. Pode-se mostrar que elas sempre comutam
(Exercício 27 na página 27).
1.1.13. Se a matriz A for diagonal, então o produto comuta, se os elementos da diagonal de A são iguais. (ver
Exercício 16 na página 23). A probabilidade de um tal par de matrizes comute é aproximadamente igual
à probabilidade de que a primeira matriz tenha os elementos da sua diagonal iguais, ou seja, 11/113 =
1/112 ≈ 1%.
w α
x1 −2 − 3α + 6β
x2 β
(b) X = x3 =
7 − 4α , ∀α, β ∈ R.
x4 8 − 5α
x5 α
x 6
y 3
z = 2 − α , ∀α ∈ R.
(c) X =
w α
x1 −3 + 8α − 7β
x2 β
(d) X = x
3
= 5 − 6α , ∀α, β ∈ R.
x4 9 − 3α
x5 α
[ 0, 1, -5, -9]
[ 0, 0, 1, 2]
-7*linha 3 + linha 1 ==> linha 1
5*linha 3 + linha 2 ==> linha 2
[ 1, 0, 0, 3]
[ 0, 1, 0, 1]
[ 0, 0, 1, 2]
x1 3
X = x2 = 1 .
x3 2
[ 0, 1, 4/7, 1/7]
[ 0, 0, 0, 0]
1 3
x1 −7 − 7α
X = x2 = 17 − 47 α , ∀α ∈ R.
x3 α
(c) >> A=[0,-2,3,1;3,6,-3,-2;6,6,3,5]
>> escalona(A)
eliminação 1:
linha 2 <==> linha 1
[ 3, 6, -3, -2]
[ 0, -2, 3, 1]
[ 6, 6, 3, 5]
1/3*linha 1 ==> linha 1
[ 1, 2, -1, -2/3]
[ 0, -2, 3, 1]
[ 6, 6, 3, 5]
-6*linha 1 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 2, -1, -2/3]
[ 0, -2, 3, 1]
[ 0, -6, 9, 9]
eliminação 2:
-1/2*linha 2 ==> linha 2
[ 1, 2, -1, -2/3]
[ 0, 1, -3/2, -1/2]
[ 0, -6, 9, 9]
-2*linha 2 + linha 1 ==> linha 1
6*linha 2 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 0, 2, 1/3]
[ 0, 1, -3/2, -1/2]
[ 0, 0, 0, 6]
[ 0, -1, 6, 0]
[ 0, 1, -6, 0]
eliminação 2:
(-1)*linha 2 ==> linha 2
[ 1, 0, -5, 0]
[ 0, 1, -6, 0]
[ 0, 1, -6, 0]
(-1)*linha 2 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 0, -5, 0]
[ 0, 1, -6, 0]
[ 0, 0, 0, 0]
x 5α
X = y = 6α , ∀α ∈ R.
z α
1 0 1 8/7
0 1 −2 10/7
0 0 a2 − 16 a−4
i. Se a2 − 16 = 0 e a − 4 = 0, então o sistema tem infinitas soluções. Neste caso, a = 4;
ii. Se a2 − 16 = 0 e a − 4 6= 0, então o sistema não tem solução. Neste caso, a = −4;
iii. Se a2 − 16 6= 0, então o sistema tem solução única. Neste caso, a 6= ±4;
(b) >> A=[1,1,1,2;2,3,2,5;2,3,a^2-1,a+1];
>> escalona(A)
eliminação 1:
-2*linha 1 + linha 2 ==> linha 2
-2*linha 1 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 1, 1, 2]
[ 0, 1, 0, 1]
[ 0, 1, a^2-3, a-3]
eliminação 2:
-1*linha 2 + linha 1 ==> linha 1
-1*linha
2 + linha 3 ==> linha 3
1 0 1 1
0 1 0 1
0 0 a2 − 3 a − 4
i. Se a2 − 3 = 0 e a − 4 = 0, então o sistema tem infinitas soluções. Este caso não pode ocorrer;
√
ii. Se a2 − 3 = 0 e a − 4 6= 0, então o sistema não tem solução. Neste caso, a = ± 3;
√
iii. Se a2 − 3 6= 0, então o sistema tem solução única. Neste caso, a 6= ± 3;
1.2.7.
X Y Z
gramas de A/kg 2 1 3
gramas de B/kg 1 3 5
preço/kg 3 2 4
>> A=[2,1,3,1900;1,3,5,2400;3,2,4,2900];
>> escalona(A)
eliminação 1:
linha 2 <==> linha 1
[ 1, 3, 5, 2400]
[ 2, 1, 3, 1900]
[ 3, 2, 4, 2900]
(-2)*linha 1 + linha 2 ==> linha 2
(-3)*linha 1 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 3, 5, 2400]
[ 0, -5, -7, -2900]
[ 0, -7, -11, -4300]
eliminação 2:
(-1/5)*linha 2 ==> linha 2
[ 1, 3, 5, 2400]
[ 0, 1, 7/5, 580]
[ 0, -7, -11, -4300]
(-3)*linha 2 + linha 1 ==> linha 1
(7)*linha 2 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 0, 4/5, 660]
[ 0, 1, 7/5, 580]
[ 0, 0, -6/5, -240]
eliminação 3:
1.2.8. Substituindo
os pontos na função obtemos:
d = 10
a + b + c + d = 7
.
27a + 9b + 3c + d = − 11
64a + 16b + 4c + d = −14
Substituindo d = 10 nas outras equações e escalonando a matriz aumentada do sistema correspondente:
>> escalona([1,1,1,-3;27,9,3,-21;64,16,4,-24])
eliminação 1:
-27*linha 1 + linha 2 ==> linha 2
-64*linha 1 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 1, 1, -3]
[ 0, -18, -24, 60]
[ 0, -48, -60, 168]
eliminação 2:
-1/18*linha 2 ==> linha 2
[ 1, 1, 1, -3]
[ 0, 1, 4/3, -10/3]
[ 0, -48, -60, 168]
>> A=[-2,7,1,-53;-4,5,1,-41;4,-3,1,-25];
>> escalona(A)
eliminação 1:
-1/2*linha 1 ==> linha 1
[ 1, -7/2, -1/2, 53/2]
[ -4, 5, 1, -41]
[ 4, -3, 1, -25]
4*linha 1 + linha 2 ==> linha 2
[ 0, 1, 0] [ 0, 1, 0]
[ 0, -1, 1] [ 0, 0, 1]
G =[ 1, 0, 0]H =[ 0, 1, 0]
[ 0, 1, 0] [ 1, 0, 0]
[ 2, 0, 1] [ 0, 0, 1]
>> E*F*G*H*A
[ 1, 0, -18, -16]
[ 0, 1, 7, 8]
[ 0, 0, 0, 0]
x1 + 3x2 + 4x4 + 2x5 =0
x3 + 2x4 =0
x6 = 31
X = [−2α − 4β − 3γ γ − 2β β α 1/3]t ,
∀α, β, γ ∈ R
1.2.13. >> syms a, B=[4,3,1,6]’;
>> A=[1,1,1,1;1,3,-2,a;
2,2*a-2,-a-2,3*a-1;3,a+2,-3,2*a+1]
>> escalona([A,B])
[ 1, 0, 0, 0, (4*a-11)/(a-5)]
[ 0, 1, 0, 0, -4/(a-5)]
[ 0, 0, 1, 0, -4/(a-5)]
[ 0, 0, 0, 1, -1/(a-5)]
>> solve(-3/2*a+5/4+1/4*a^2,a)
ans = [ 1][ 5]
Se a 6= 1 e a 6= 5, então X = [ 4aa−
−5
11 −4 −4 −1 t
a −5 a −5 a −5 ] .
>> C=subs(A,a,1)
>> escalona([C,B])
[ 1, 0, 0, 1, 2]
[ 0, 1, 0, 0, 1]
[ 0, 0, 1, 0, 1]
[ 0, 0, 0, 0, 0]
Se a = 1, então X = [2 − α, 1, 1, α]t ∀α ∈ R.
>> D=subs(A,a,5)
>> escalona([D,B])
[ 1, 0, 5/2, -1, 0]
[ 0, 1, -3/2, 2, 0]
[ 0, 0, 0, 0, 1]
[ 0, 0, 0, 0, 0]
>> A=matvand(P(:,1),3),B=P(:,2)
A =125 25 5 1
-27 9 -3 1
1 1 1 1
0 0 0 1
B = 4
3
0
-5
>> R=escalona([A,B])
R = [ 1, 0, 0, 0, -163/480]
[ 0, 1, 0, 0, 99/80]
[ 0, 0, 1, 0, 1969/480]
[ 0, 0, 0, 1, -5]
>> p=poly2sym(R(:,5),x)
p = -163/480*x^3+99/80*x^2+1969/480*x-5
>> clf,po(P),syms x,plotf1(p,[-5,5])
>> eixos
Pode não ser possível encontrar o polinômio, se mais de um ponto tiver a mesma abscissa xi .
50
y
40
30
20
10
0
x
−10
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
3 4
4 4
>> A=matvand(P,2)
A = 9 6 4 3 2 1
1 3 9 -1 -3 1
1 -1 1 1 -1 1
9 12 16 3 4 1
16 16 16 4 4 1
>> R=escalona([A,zeros(5,1)])
R = [1, 0, 0, 0, 0, -35/8, 0]
[0, 1, 0, 0, 0, 45/8, 0]
[0, 0, 1, 0, 0, -2, 0]
[0, 0, 0, 1, 0, 65/8, 0]
[0, 0, 0, 0, 1, -39/8, 0]
>> p=poly2sym2([-R(:,6);1],x,y)
p =35/8*x^2-45/8*x*y-65/8*x+1+2*y^2+39/8*y
>> clf,po(P),syms x y,
>> plotci(p,[-5,5],[-5,5])
>> eixos
5
y
0
x
−1
−2
−3
−2 −1 0 1 2 3 4 5
1.2.17. (a) A inversa da operação elementar de trocar duas linhas é ela mesma.
(b) A inversa da operação elementar de multiplicar uma linha por um escalar, α 6= 0, é a operação de
multiplicar a mesma linha pelo escalar 1/α.
(c) A inversa de somar à linha k, α vezes a linha l, é somar à linha k, −α vezes a linha l.
1.2.18. (a) Basta multiplicar qualquer linha da matriz pelo escalar 1.
(b) Pelo exercício anterior cada operação elementar, e, tem uma operação elementar inversa, e−1 , do
mesmo tipo que desfaz o que a operação e fez. Se aplicando as operações elementares e1 , . . . , ek na
matriz A chegamos na matriz B, então aplicando-se as operações elementares ek−1 , . . . , e1−1 na matriz
B chegamos na matriz A.
(c) Se aplicando as operações elementares e1 , . . . , ek na matriz A chegamos na matriz B e aplicando as
operações elementares ek+1 , . . . , el na matriz B chegamos na matriz C, então aplicando-se as opera-
ções elementares e1 , . . . , el na matriz A chegamos na matriz C.
2.1.1. A matriz é singular, pois o sistema homogêneo tem solução não trivial (Teorema 2.8 na página 86).
2.1.2. (a) >> A=[1,2,3;1,1,2;0,1,2];
>> B=[A,eye(3)];
>> escalona(B)
[1, 0, 0, 0, 1,-1]
[0, 1, 0, 2,-2,-1]
[0, 0, 1,-1, 1, 1]
(b) [1, 0, 0, 3, 2,-4]
[0, 1, 0,-1, 0, 1]
[0, 0, 1, 0,-1, 1]
(c) [1, 0, 0, 0, 7/3,-1/3,-1/3,-2/3]
[0, 1, 0, 0, 4/9,-1/9,-4/9, 1/9]
[0, 0, 1, 0,-1/9,-2/9, 1/9, 2/9]
[0, 0, 0, 1,-5/3, 2/3, 2/3, 1/3]
(d) [1, 0, 0, 1, -1, 0]
[0, 1, 0,3/2,1/2,-3/2]
[0, 0, 1, -1, 0, 1]
(e) [ 1 0 1 1 0 -2 ]
[ 0 1 1 0 0 1 ]
[ 0 0 0 -1 1 1 ]
Continua ? (s/n) n
(f) [1, 0, 0,1/4, 5/4,-3/4, 1/2, 0]
[0, 1, 0,1/2,-1/2, 1/2, 0, 0]
[0, 0, 1,1/4, 1/4, 1/4,-1/2, 0]
[0, 0, 0, 0, -2, -1, -2, 1]
Continua ? (s/n) n
Continua ? (s/n) n
Para valores de a diferentes de zero a matriz A tem inversa.
ert tert
2.2.4. (a) det =
rert (1 + rt)ert
1 t
e2rt det = e2rt
r (1 + rt)
cos βt sen βt cos βt sen βt
(b) det = α det +
α cos βt − β sen βt α sen βt + β cos βt cos βt sen βt
cos βt sen βt
β det =β
−sen βt cos βt
det(A) = -3*det(A)
-108*linha 3 + linha 4 ==> linha 4
[ 1, -2, 3, 1]
[ 0, 1, -9, -2]
[ 0, 0, 1, 1/3]
[ 0, 0, 0, -13]
ans = 39
[ 0, 0, -1, 2]
[ 0, 0, 1, 4]
eliminação 3:
-1*linha 3 ==> linha 3
[ 1, 0, 1, 1]
[ 0, 1, 1, -1]
[ 0, 0, 1, -2]
[ 0, 0, 1, 4]
det(A) = (-1)*(-1)*det(A)
-1*linha 3 + linha 4 ==> linha 4
[ 1, 0, 1, 1]
[ 0, 1, 1, -1]
[ 0, 0, 1, -2]
[ 0, 0, 0, 6]
ans = 6
2.2.6. (a) >> A=[0,1,2;0,0,3;0,0,0];
>> p=det(A-x*eye(3))
p =-x^3
>> solve(p)
[0][0][0]
(b) p =(1-x)*(3-x)*(-2-x) [ 1][ 3][-2]
(c) p =(2-x)*(4-5*x+x^2) [2][4][1]
(d) p =-8-2*x+5*x^2-x^3 [ 2][ 4][-1]
2.2.7. (a) >> A=[2,0,0;3,-1,0;0,4,3];
>> B=A-x*eye(3);
>> p=det(B)
p =(2-x)*(-1-x)*(3-x)
>> solve(p)
[ 2][-1][ 3]
(b) [1, 3, 0]
[0, 0, 1]
[0, 0, 0]
−3α
W1 = { α | α ∈ R}.
0
[0, 1, 0]
[0, 0, 0]
[0, 0, 0]
α
W2 = { 0 | α, β ∈ R}.
β
(c) [1, 1, 0, 0]
[0, 0, 1, 0]
[0, 0, 0, 1]
[0, 0, 0, 0]
t
W−1 = { − α α 0 0 | α ∈ R}.
[0, 1, 0, 0]
[0, 0, 1, 0]
[0, 0, 0, 1]
[0, 0, 0, 0]
t
W1 = { α 0 0 0 | α ∈ R}.
[1, 0, 0, 29/3]
[0, 1, 0, 7/3]
[0, 0, 1, 3]
[0, 0, 0, 0]
t
W2 = { −29α −7α −9α 3α | α ∈ R}.
[1,0, -9/4, 0]
[0,1, -3/4, 0]
[0,0, 0, 1]
[0,0, 0, 0]
t
W3 = { 9α 3α 4α 0 | α ∈ R}.
(d) [1, 0, -3, 0]
[0, 1, 3, 0]
[0, 0, 0, 1]
[0, 0, 0, 0]
t
W1 = { 3α −3α α 0 | α ∈ R}.
[0, 1, 0, 0]
[0, 0, 1, 0]
[0, 0, 0, 1]
[0, 0, 0, 0]
t
W2 = { α 0 0 0 | α ∈ R}.
OPlinha = 1 4 -5
P0 = (1, 4, −5).
>> escalona([V;W;U]’)
[ 1, 0, -5/3]
[ 0, 1, 8/3]
[ 0, 0, -20/3]
Assim, U não é combinação linear de V e W.
−→ −→ −→
3.1.11. Para ser um paralelogramo um dos vetores AB, AC e AD tem que ser igual à soma dos outros dois.
(a) >> OA=[4,-1,1];OB=[9,-4,2];
>> OC=[4,3,4];OD=[4,-21,-14];
>> AC=OC-OA
AC = 0 4 3
>> AB=OB-OA
AB = 5 -3 1
>> AD=OD-OA
AD = 0 -20 -15
Não é um paralelogramo.
(b) Somente o vértice D é diferente.
>> OD=[9,0,5];
>> AD=OD-OA
AD = 5 1 4
É um paralelogramo de vértices consecutivos A, B, D e C.
3.1.12. Resolvendo a equação vetorial U = xV obtemos que
2 2
U = (6, −4, −2) = − (−9, 6, 3) = − V.
3 3
Fazendo o mesmo para U = xW obtemos que não existe solução, logo somente os vetores U e V são
paralelos.
3.2.2. Uma esfera de raio igual a 2. Se for no espaço é um cilindro de raio igual a 2, se for no plano é uma
circunferência de raio igual a 2.
M = 2 0 -3
-1 2 -4
-1 1 -5 detM=-15
O volume do paralelepípedo é 15 unidades de vol.
>> solve(expr1,expr2,expr3)
S = x: [2x1 sym] y: [2x1 sym] z: [2x1 sym]
>> S.x, S.y, S.z
ans =[ -1][ 1] ans =[ 1][ -1] ans =[ -1][ 1]
Como y tem que ser maior que zero, X = (−1, 1, −1).
3.2.16.
3.2.17.
3.2.18.
3.2.19.
−→ −→
3.2.20. Seja AB a base do triângulo isosceles e M o seu ponto médio. Vamos mostrar que CM · AB= 0.
−→ −→ 1 −→ −→ −→
CM · AB = (CA + CB)· AB
2
1 −→ −→ −→ −→
= (CA + CB) · (CB − CA)
2
1 −→ −→ −→
= (CA · CB −|| CA ||2 +
2
−→ −→ −→
+ || CB ||2 − CB · CA) = 0
−→ −→
3.2.21. Seja AB o lado situado no diâmetro da circunferência e O seu centro. Vamos mostrar que CA · CB= 0.
−→ −→ −→ −→ −→ −→
CA · CB = (CO + OA) · (CO + OB)
−→ −→ −→
= || CO ||2 + CO · OB +
−→ −→ −→
+ OA · CO −|| OB ||2 = 0
Então, os lados adjacentes têm o mesmo comprimento e como ele é um paralelogramos todos os lados
têm o mesmo comprimento.
3.2.23. Vamos mostrar que U · V = 0.
4.1.1.
1/5
1/2 1/3
(a)
(b)
1/2
1/3
(c)
1/3
1/2
(d)
1/3 1/2
(e)
2/5
(f)
2/3
(g)
1/2
(h)
4.1.2.
V = (1, 3/2, 3)
x y
(a)
V = (1, 3/2, 3)
(b) x y
V = (1, 0, 2)
(c) x y
V = (0, 2, 1)
(d) x y
V = (2, 1, 0)
(e) x y
V = (0, 0, 2)
y
(f) x
V = (0, 2, 0)
(g) x y
V = (2, 0, 0)
(h) x y
4.1.3. Como o novo plano é paralelo ao plano 2x − y + 5z − 3 = 0, então o vetor N = (2, −1, 5) é também
vetor normal do plano procurado. Assim, a equação dele é 2x − y + 5z + d = 0. Para determinar d
substituímos o ponto P = (1, −2, 1) na equação do plano:
>> syms x y z d
>> expr=2*x-y+5*z+d
expr = 2*x-y+5*z+d
>> subst(expr,[x,y,z],[1,-2,1])
ans = 9+d
4.1.4. Os vetores normais dos outros planos, N1 = (1, 2, −3) e N2 = (2, −1, 4), são paralelos a ao plano procu-
rado π. Assim, o produto vetorial N1 × N2 é um vetor normal a π.
>> N1=[1,2,-3];N2=[2,-1,4];
>> N=pv(N1,N2)
N = 5 -10 -5
>> expr=5*x-10*y-5*z+d
expr = 5*x-10*y-5*z+d
>> subst(expr,[x,y,z],[2,1,0])
ans = d
4.1.5. Como o plano procurado passa pelos pontos P = (1, 0, 0) e Q = (1, 0, 1) e é perpendicular ao plano
→
y − z = 0, então os vetores PQ= (0, 0, 1) e o vetor normal do plano y − z = 0, N1 = (0, 1, −1) são
→
paralelos ao plano procurado π. Assim, o produto vetorial PQ × N1 é um vetor normal a π.
>> PQ=[0,0,1];N1=[0,1,-1];
>> N=pv(PQ,N1)
N = -1 0 0
4.1.6. A equação da reta é ( x, y, z) = (t, 2t, t). Substituindo-se o ponto da reta na equação do plano obtemos o
valor de t
>> V=[1,2,1];
>> syms t
>> t=solve(2*t+2*t+t-5)
t = 1
Substituindo-se este valor de t nas equações paramétricas da reta obtemos o ponto P = (1, 2, 1).
4.1.7. Um ponto da reta r é da forma Pr = (9t, 1 + 6t, −2 + 3t) e um ponto da reta s é da forma Ps = (1 + 2s, 3 +
s, 1). As retas se cortam se existem t e s tais que Pr = Ps , ou seja, se o sistema seguinte tem solução
9t = 1 + 2s
1 + 6t = 3 + s
−2 + 3t = 1
>> escalona([9,-2,1;6,-1,2;3,0,3])
[ 9, -2, 1]
[ 6, -1, 2]
[ 3, 0, 3]
eliminação 1:
(1/9)*linha 1 ==> linha 1
[ 1, -2/9, 1/9]
[ 6, -1, 2]
[ 3, 0, 3]
(-6)*linha 1 + linha 2 ==> linha 2
(-3)*linha 1 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, -2/9, 1/9]
[ 0, 1/3, 4/3]
[ 0, 2/3, 8/3]
eliminação 2:
(3)*linha 2 ==> linha 2
[ 1, -2/9, 1/9]
[ 0, 1, 4]
[ 0, 2/3, 8/3]
(2/9)*linha 2 + linha 1 ==> linha 1
(-2/3)*linha 2 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 0, 1]
[ 0, 1, 4]
[ 0, 0, 0]
>> expr=x-y+d
expr =x-y+d
>> subst(expr,[x,y,z],P1)
ans =2+d
4.1.10. O vetor N = (−1, 1, −1) é normal ao plano. A equação do plano é então − x + y − z + d = 0. Fazendo
z = 0 nas equações dos planos π1 e π2 e resolvendo o sistema resultante, obtemos x = 0 e y = 1.
Portanto, o ponto P = (0, 1, 0) pertence a π1 e a π2 . Substituindo-se o ponto P = (0, 1, 0) na equação do
plano − x + y − z + d = 0 obtemos que a equação procurada é x − y + z + 1 = 0.
4.1.12. O vetor normal ao plano é um vetor diretor da reta procurada. Assim, as equações paramétricas de r são
( x, y, z) = (1 + t, 2 − t, 1 + 2t).
4.1.13. O vetor diretor da reta procurada é ortogonal ao mesmo tempo aos vetores normais dos dois planos,
portanto o produto vetorial deles é um vetor diretor da reta procurada.
>> pv([2,3,1],[1,-1,1])
4 -1 -5
>> escalona([1,-2,-1,-3;0,-1,5,0;0,3,1,-4])
[ 1, -2, -1, -3]
[ 0, -1, 5, 0]
[ 0, 3, 1, -4]
eliminação 2:
(-1)*linha 2 ==> linha 2
[ 1, -2, -1, -3]
[ 0, 1, -5, 0]
[ 0, 3, 1, -4]
(2)*linha 2 + linha 1 ==> linha 1
(-3)*linha 2 + linha 3 ==> linha 3
[ 1, 0, -11, -3]
[ 0, 1, -5, 0]
[ 0, 0, 16, -4]
eliminação 3:
(1/16)*linha 3 ==> linha 3
[ 1, 0, -11, -3]
[ 0, 1, -5, 0]
[ 0, 0, 1, -1/4]
(11)*linha 3 + linha 1 ==> linha 1
(5)*linha 3 + linha 2 ==> linha 2
[ 1, 0, 0, -23/4]
[ 0, 1, 0, -5/4]
[ 0, 0, 1, -1/4]
Pr0 = [-23/4, 1, 0]
Ps0 = [-11/2, -1/4, -1/4]
V = [1/4, -5/4, -1/4]
>> syms t
>> Pr=[1/5-t,2/5+3*t,5*t];A=[1,0,1];
>> APr=Pr-A
APr = [ -4/5-t, 2/5+3*t, 5*t-1]
>> expr=pe(APr,[-1,3,5])
expr = -3+35*t
>> t=solve(expr)
t = 3/35
→
Substituindo-se t = 3/35 em APr = (−4/5 − t, 2/5 + 3t, 5t − 1), obtemos o vetor diretor da reta
procurada e assim a equação da reta é ( x, y, z) = (1 − (31/35)t, (23/35)t, 1 − (4/7)t).
4.1.19. (a)
r : ( x, y, z) = t(0, 1, 2)
s : ( x, y, z) = t(1, 0, 2)
x y
4.1.20. (a) Um ponto qualquer da reta r1 é descrito por Pr1 = (−1 + t, 2 + 3t, 4t) e um ponto qualquer da reta
r2 é da forma Pr2 = (−1 + s, 1 + 2s, −2 + 3s). Aqui é necessário o uso de um parâmetro diferente
para a reta r2 . O vetor
−→
Pr1 Pr2 = (s − t, −1 + 2s − 3t, −2 + 3s − 4t)
“liga” um ponto qualquer de r1 a um ponto qualquer de r2 . Vamos determinar t e s tais que o vetor
−→
Pr1 Pr2 seja perpendicular ao vetor diretor V1 = (1, 3, 4) de r1 e ao vetor diretor V2 = (1, 2, 3) de r2 ,
ou seja, temos que resolver o sistema
( −→
Pr1 Pr2 · V1 = −11 + 19s − 26t = 0
−→
Pr1 Pr2 · V2 = −8 + 14s − 19t = 0
A solução deste sistema é t = −2/3, s = −1/3. Logo Pr1 = (−5/3, 0, −8/3), Pr2 = (−4/3, 1/3, −3),
−→
Pr1 Pr2 = (1/3, 1/3, −1/3) e V3 = (1, 1, −1) é um vetor diretor da reta procurada. Assim as equações
paramétricas da reta procurada são
x = −5/3 + t
r3 : y = t, para t ∈ R.
z = −8/3 − t
(b) Um ponto qualquer da reta r1 é descrito por Pr1 = (−1 + t, 2 + 3t, 4t) e um ponto qualquer da reta
r2 é da forma Pr2 = (s, 4 + 2s, 3 + 3s). Aqui é necessário o uso de um parâmetro diferente para a reta
r2 . O vetor
−→
Pr1 Pr2 = (1 + s − t, 2 + 2s − 3t, 3 + 3s − 4t)
“liga” um ponto qualquer de r1 a um ponto qualquer de r2 . Vamos determinar t e s tais que o vetor
−→
Pr1 Pr2 seja perpendicular ao vetor diretor V1 = (1, 3, 4) de r1 e ao vetor diretor V2 = (1, 2, 3) de r2 ,
ou seja, temos que resolver o sistema
( −→
Pr1 Pr2 · V1 = 19 + 19s − 26t = 0
−→
Pr1 Pr2 · V2 = 14 + 14s − 19t = 0
−→
A solução deste sistema é t = 0, s = −1. Logo Pr1 = (−1, 2, 0), Pr2 = (−1, 2, 0) e Pr1 Pr2 = (0, 0, 0).
−→
Neste caso o vetor Pr1 Pr2 não pode ser o vetor diretor da reta procurada. Vamos tomar como vetor
diretor da reta procurada o vetor V3 = V1 × V2 = (1, 1, −1).
Assim as equações paramétricas da reta procurada são
x = −1 + t
r3 : y = 2 + t, para t ∈ R.
z = −t
>> acos(5/6)*180/pi
ans = 33.5573
O ângulo é arccos(5/6) ≈ 33, 5o .
4.2.3. >> A=[1,1,1];B=[1,0,1];C=[1,1,0];
>> P=[0,0,1];Q=[0,0,0];V=[1,1,0];
>> N1=pv(B-A,C-A), N2=pv(Q-P,V),...
>> costh=pe(N1,N2)/(no(N1)*no(N2))
N1 = 1 0 0, N2 = 1 -1 0,
costh = 1/2*2^(1/2)
√
O ângulo é arccos( 2/2) = 45o .
4.2.4. O vetor diretor da reta procurada V = ( a, b, c) faz ângulo de 45o com o vetor ~i e 60o com o vetor ~j.
Podemos fixar arbitrariamente a norma do vetor V. Por exemplo, podemos tomar o vetor V com norma
igual à 2.
V = ( a, b, c)
||V || = a2 + b2 + c2 = 4
2
√
|V ·~i ◦ 2
= cos 45 = , ⇒ | a| = 1
||V || 2
|V · ~j 1
= cos 60◦ = , ⇒ |b| = 1
||V || 2
Substituindo-se estes valores em a2 + b2 + c2 = 4:
2 + 1 + c2 = 4, ⇒ |c| = 1
Assim, existem aparentemente, oito retas que passam pelo ponto P =√(1, −2, 3) e fazem ângulo de 45o
com o eixo x e 60o com o eixo y. Elas são ( x, y, z) = (1, −2, 3) + t(± 2, ±1, ±1). Na verdade existem
quatro retas (distintas), √ pois um vetor diretor e o seu simétrico determinam a mesma reta. Elas são
( x, y, z) = (1, −2, 3) + t( 2, ±1, ±1).
o
Existem, aparentemente, oito retas que passam pelo ponto P =
o
√ (1, −2, 3) e fazem ângulo de 45 com o
eixo x e 60 com o eixo y. Elas são ( x, y, z) = (1, −2, 3) + t(± 2/2, ±1/2, ±1/2). Na verdade existem
quatro retas (distintas), √ pois um vetor diretor e o seu simétrico determinam a mesma reta. Elas são
( x, y, z) = (1, −2, 3) + t( 2/2, ±1/2, ±1/2).
4.2.5. >> syms t, A=[1,1,0]; V=[0,1,-1]; Pr=[0,t,-t];
>> PrA=A-Pr, expr1=pe(PrA,V)
PrA = [1, 1-t, t] expr1 = 1-2*t
expr2 = 2*(1-t+t^2)^(1/2)
>> expr2=no(PrA)*no(V)
>> solve((expr1/expr2)^2-1/4)
[0][1]
>> B=subs(Pr,t,0), C=subs(Pr,t,1)
B = [0, 0, 0] C = [0, 1, -1]
4.2.6. >> A=[1,0,0]; B=[0,1,0]; C=[1,0,1]; O=[0,0,0];
>> N=B-A
-1 2 0
>> dist=abs(pe(N,C-O))/no(N)
dist =1/2^(1/2)
√
A distância é igual à 1/ 2.
4.2.7. (a) >> syms t s
>> A=[1,0,0]; B=[0,2,0]; V2=[1,2,3]; P2=[2,3,4];
>> Pr1=A+t*(B-A), Pr2=P2+s*V2
Pr1 = [1-t, 2*t, 0] Pr2 = [2+s, 3+2*s, 4+3*s]
Pr2 = (1 − t, 2t, 0) é um ponto qualquer da reta r1 e Pr2 = (2 + s, 3 + 2s, 4 + 3s) é um ponto qualquer
−→
da reta r2 . Devemos determinar t e s tais que o vetor Pr1 Pr2 seja perpendicular aos vetores diretores
de r1 e de r2 .
>> Pr1Pr2=Pr2-Pr1
Pr1Pr2 = [1+s+t, 3+2*s-2*t, 4+3*s]
>> expr1=pe(Pr1Pr2,B-A), expr2=pe(Pr1Pr2,V2)
expr1 = 5+3*s-5*t expr2 = 19+14*s-3*t
>> S=solve(’5+3*s-5*t’,’19+14*s-3*t’)
>> S.t, S.s
t = 13/61, s = -80/61
>> Pr10=subs(Pr1,t,13/61),
Pr10 = [48/61, 26/61, 0]
>> Pr20=subs(Pr2,s,-80/61)
Pr20 = [42/61, 23/61, 4/61]
>> V=Pr20-Pr10, expr=Pr10+t*V
V = [-6/61, -3/61, 4/61]
expr = [48/61-6/61*t, 26/61-3/61*t, 4/61*t]
A equação da reta é ( x, y, z) = (48/61 − (6/61)t, 26/61 − (3/61)t, (4/61)t).
−→ √
(b) A distância entre r1 e r2 é igual à norma do vetor Pr1 Pr2 = (−6/61, −3/61, 4/61) que é igual à 1/ 61.
>> V=pv(N2,N3)
V = -4 -1 1
N = ( a, b, c), N1 = (1, 0, 1)
| N · N1 | | a+c| 1
|| N |||| N1 ||
= cos(π/3) √ a2 + b2 + c2
= 2
|| N ||2 = 2 ⇒ a2 + b2 + c2 = 2
N·V = 0 −4a − b + c = 0
| a + c| = 1 ⇒ c = ±1 − a.
Da 3a. equação
b = c − 4a = ±1 − 5a,
Substituindo-se os valores de b e c encontrados na 2a. equação:
−→
4.2.14. (a) AB= (−7/3, 7/2, 0)
−→
AC = (−7/3, −2, 11/6)
−→ −→
AB × AC = (77/12, 77/18, 77/6)
−→ −→
N1 = (36/77) AB × AC = (3, 2, 6)
A equação do plano é 3x + 2y + 6z − 6 = 0
−→
(b) DE= (5/2, −5, 11)
−→
DE × ~k = (−5, −5/2, 0)
−→
N2 = −(2/5) DE × ~k = (2, 1, 0)
A equação do plano é 2x + y − 2 = 0
3 2 6 6 1 2/3 2 2 1 2/3 2 2 1 2/3 2 2
(c) ∼ ∼ ∼ ∼
2 1 0 2 2 1 0 2 0 −1/3 −4 −2 0 1 12 6
1 0 −6 −2
0 1 12 6
(d)
y
x
|N ·N | 8
(e) cos(π1 , π2 ) = || N 1|||| N2 || = √
1 2 7 5
−→ −→ −→
1 ·OA
(f) OP= proj N1 OA= N || N1 ||2 1
6
N = 49 (3, 2, 6)
−→ −→
77 539
(g) area = || AB × AC ||/2 = ||(77/12, 77/18, 77/6)||/2 = 72 ||(3, 2, 6)|| = 72
4.3.4. Precisamos determinar m para que os vetores W = (2, m, 1), V1 = (1, 2, 0) e V2 = (1, 0, 1) sejam L.D.
>> syms m
>> W=[2,m,1];N=[2,-1,-2];
>> expr=pe(W,N)
expr = 2-m
Para m = 2 a reta é paralela ao plano. A reta não está contida no plano, pois o ponto da reta P0 = (1, 1, 1)
não satisfaz a equação do plano.
1 y
0.8
0.6
0.4
0.2
0
x
−0.2
−0.4
−0.6
−0.8
−1
−1 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
(b) x2 + y = 0 pode ser reescrita como y = − x2 , que é a equação de uma parábola com foco em
(0, −1/4) e reta diretriz y = 1/4.
x2 y2
(c) Dividindo x2 − 9y2 = 9 por 9 obtemos − = 1, que é a equação de uma hipérbole com focos
√ √ 9 1
em (±c, 0), em que c = 9 + 1 = 10.
y
0.6
0.4
0.2
0
x
−0.2
−0.4
−0.6
−0.8
−1
−1.2
−1 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
6
y
0
x
−2
−4
−6
−6 −4 −2 0 2 4 6
p p
5.1.2. (a) ( x + 1)2 + ( y − 2)2 + ( x − 3)2 + ( y − 2)2 = 6
q q
( x + 1)2 + ( y − 2)2 = 6 − ( x − 3)2 + ( y − 2)2 .
Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos
q
−2x + 11 = 3 ( x + 1)2 + (y − 2)2 .
Elevando novamente ao quadrado e simplificando, obtemos
5x2 + 9y2 − 10x − 36y − 4 = 0.
p p
(b) ( x + 1)2 + ( y + 1)2 + ( x − 1)2 + ( y − 1)2 = 4
q q
( x + 1)2 + ( y + 1)2 = 4 − ( x − 1)2 + ( y − 1)2 .
Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos
q
4 − ( x + y ) = 2 ( x − 1)2 + ( y − 1)2 .
Elevando novamente ao quadrado e simplificando, obtemos
3x2 + 3y2 − 2xy − 16 = 0.
p p
5.1.3. (a) ( x − 3)2 + ( y + 1)2 − ( x − 3)2 + ( y − 4)2 = ±3
q q
( x − 3)2 + ( y + 1)2 = ±3 + ( x − 3)2 + ( y − 4)2 .
Elevando ao quadrado e simplificando, obtemos
q
5y − 12 = ±3 ( x − 3)2 + (y − 4)2 .
Elevando novamente ao quadrado e simplificando, obtemos
16y2 − 9x2 + 54x − 48y − 81 = 0.
2xy − 1 = 0.
p
5.1.4. (a) x2 + (y − 2)2 = |y + 2|. Elevando ao quadrado e simplificando obtemos
x2 − 8y = 0
| x + y − 2|
q
(b) ( x − 0)2 + ( y − 0)2 = √ . Elevando ao quadrado e simplificando obtemos
2
x2 − 2xy + y2 + 4x + 4y − 4 = 0.
5.1.5.
dist( P, F ) = 2 dist( P, r )
3
q
( x − 6)2 + y2 = 2 x −
2
Elevando-se ao quadrado
3 2
( x − 6)2 + y2 = 4 x −
2
Simplificando-se
3x2 − y2 = 27
ou
x2 y2
− =1
9 27
que é uma hipérbole.
5.1.6.
dist( P, r ) = 2 dist( P, F )
q
| x | = 2 ( x − 3)2 + ( y − 2)2
Elevando-se ao quadrado e simplificando-se
Completando-se o quadrado
3[( x − 4)2 − 4] + 4(y − 2)2 = 0
3( x − 4)4 + 4(y − 2)2 = 12
( x − 4)2 ( y − 2)2
+ =1
4 3
que é uma elipse.
5.2.1. (a) r = 2
(b) r2 cos 2θ = 4
(c) r = 2 sen θ
(d) r2 cos2 θ − 4r sen θ − 4 = 0
5.2.2. (a) 16( x + 3/4)2 − 2y2 = 1 que é uma hipérbole com excentricidade e = 3 e focos em (−6/4, 0) e (0, 0)
(b) x2 + (y − 2)2 = 4 que é uma circunferência com raio a = 2 e centro em (0, 2)
(c) ( x − 9/2)2 + y2 = 81/4 que é uma circunferência com raio a = 9/2 e centro em (9/2, 0)
(d) x2 /4 + (y − 1)2 /3 = 1 que é uma elipse com excentricidade e = 1/2 e focos em (0, 0) e (0, 2)
(e) x2 ( x2 + y2 ) = y2
(f) ax + by + c = 0
5.2.3. (a) Parábola com e = 1, d = 5/2, V = (5/4, π )
(b) Elipse com e = 1/3, d = 6, V1 = (3/2, π/2) V2 = (3, −π/2)
(c) Hipérbole com e = 2, d = 3/4, V1 = (1/2, 0) V2 = (−3/2, π )
(d) Hipérbole com e = 3/2, d = 4/3, V1 = (−4, 0) V2 = (4/5, π )
5.2.4. (a) a = 2, C = (2, 0)
(b) a = 3/2, C = (3/2, −π/2)
(c) a = 3/4, C = (3/4, 0)
(d) a = 2/3, C = (2/3, −π/2)
0 ≤ θ < arctan(4/3), 0≤r≤5
5.2.5. (a) 4
arctan(4/3) ≤ θ ≤ π/2, 0 ≤ r ≤ sen θ
√
0 ≤ θ < π/4, 0 ≤ r ≤ 3 2
(b)
π/4 ≤ θ ≤ π, 0 ≤ r ≤ 2 sen θ3−cosθ
4
(c) arctan(1/2) ≤ θ ≤ π/4, 4≤r≤ cos θ
(d) arctan(1/2) ≤ θ ≤ π/2, 0 ≤ r ≤ 4cosθ
x2 y2
− + z2 = 1,
1/4 1/2
que é um hiperbolóide de uma folha.
x y
y = −( x2 + z2 ),
x y
x2 y2
− = 1,
9 1
que é a equação de um cilindro quádrico.
x y
x2 y2
z= − ,
9 4
que é a equação de paraboloide hiperbólico.
y
x
( x − 2)2 = ( x + 2)2 + y2 + z2
−8x = y2 + z2
Paraboloide elíptico
z2 + ( y + 1)2 = ( y − 1)2 + x 2
z2 − x2 = −4y
Paraboloide hiperbólico.
(c) x2 − y2 = z3
(d) z2 y = ( x2 + y2 )4
6.3.4. (a) z2 = x2 + y2 , z > 0
(b) z = 9
(c) x2 ( x2 + y2 + z2 ) = 4y2
(d) x2 + y2 + z2 = 6y + 3z
6.3.5. (a) x = a tan s cos t, y = b sec s, z = c tan s sen t
(b) x = as tan t, y = bs sec t, z = s2
(c) x = as cos t, y = bs sen t, z=s
(d) x = x (t), y = y ( t ), z = s, onde x = x (t), y = y(t) é uma parametrização da curva f ( x, y) = 0
(e) x = sx (t), y = sy(t), z = s, onde x = x (t), y = y(t) é uma parametrização da curva f ( x, y) =
0
(f) x = x (t) cos s, y = x (t) sen s, z = z(t), onde x = x (t), z = z(t) é uma parametrização da
curva f ( x, z) = 0
(g) x = x (t) + as, y = y(t) + bs, z = s, onde x = x (t), y = y(t) é uma parametrização da curva
f ( x, y) = 0
6.3.6. y = t2 = x2
6.3.7. x2 + y2 = t2 cos2 t + t2 sen2 t = t2 = z2
6.3.8. Uma parametrização para o cilindro é
x = cos t, y = sen t e z = s.
Vamos usar a equação do plano para eliminar s na parametrização do cilindro. Substituindo-se a para-
metrização do cilindro na equação do plano obtemos
sen t + s = 2.
Assim,
s = 2 − sen t.
Portanto,
x = cos t, y = sen t, z = 2 − sen t
para t ∈ [0, 2π ] é uma parametrização para a curva.
W1 = {(α, 2α) | α ∈ R}
√
√ ||(α,√2α)|| = 1 se, e√somente
Como √ se, α = ±1/ 5, então podemos tomar os vetores U1 =
(1/ 5, 2/ 5) e U2 = (−2/ 5, 1/ 5) para caracterizar os novos eixos.
>> P=sym([1/sqrt(5),-2/sqrt(5);...
2/sqrt(5),1/sqrt(5)])
√ √
√5/5 −√2 5/5
P=
2 5/5 5/5
>> syms x1 y1
>> expr=a1*x1^2+c1*y1^2-30
5 x1 2 + 10 y1 2 − 30
>> expr=expr/30
x1 2 /6 + y1 2 /3 − 1
>> elipse(sqrt(6),sqrt(3),P)
4
y
x‘
y‘
1
0
x
−1
−2
−3
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3
8
y
4 x‘
2 y‘
0
x
−2
−4
−6
−8
−8 −6 −4 −2 0 2 4 6 8
8
y
x‘
2 y‘
0
x
−2
−4
−6
−8
−8 −6 −4 −2 0 2 4 6 8
4
y
y‘
1
0
x
−1
−2
−3
−4
−5
−4 −3 −2 −1 0 1 x‘2 3 4 5
3
√
y1 2 − 29 29x1
>> parabx(3/(4*sqrt(29)),P)
2 y‘ y
1.5
1 x‘
0.5
0
x
−0.5
−1
−1.5
−2
−1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
>> syms x2 y2
>> expr=subst(expr,y1,y2+1)
10 y2 2 + 80 − 40 x1
>> expr=subst(expr,x1,x2+2)
10 y2 2 − 40 x2
>> expr=expr/10
y2 2 − 4 x2
>> paraby(1,P,[2;1])
4
y
2 y‘
y"
0
x
−2
−4
−6
x‘
x"
−8
−10
−6 −4 −2 0 2 4 6 8
W1 = {(α, α) | α ∈ R}
√
√ ||(α,√α)|| = 1 se, e √
Como √ se, α = ±1/ 2, então podemos tomar os vetores U1 =
somente
(1/ 2, 1/ 2) e U2 = (−1/ 2, 1/ 2) para caracterizar os novos eixos.
>> P=sym([1/sqrt(2),-1/sqrt(2);...
1/sqrt(2),1/sqrt(2)])
√ √
√ 2/2 −√ 2/2
P=
2/2 2/2
>> e=-30*sqrt(2);f=18*sqrt(2);
>> [e,f]*P
ans = [-12, 48 ]
>> e1=-12;f1=48;
>> expr=a1*x1^2+c1*y1^2+e1*x1+f1*y1+82
2 x1 2 + 8 y1 2 − 12 x1 + 48 y1 + 82
>> X0=[3;-3];
>> expr=subst(expr,X1,X2+X0)
2 x2 2 − 8 + 8 y2 2
>> expr=expr/8
x2 2 /4 − 1 + y2 2
>> elipse(2,1,P,X0)
5
y
4
x‘ x"
2
y‘ y"
1
0
x
−1
−2
−3
−4
−5
−2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
W1 = {(2α, −3α) | α ∈ R}
√
√ ||(2α, −
Como √3α)|| = 1 se, e √ √ se, α = ±1/ 13, então podemos tomar os vetores U1 =
somente
(2/ 13, −3/ 13) e U2 = (3/ 13, 2/ 13) para caracterizar os novos eixos.
>> P=sym([2/sqrt(13),3/sqrt(13);...
-3/sqrt(13),2/sqrt(10)])
√ √
2/ √13 3/√13
P=
−3/ 13 2/ 13
>> e=-12*sqrt(13);f=0;
>> [e,f]*P
ans = [ -24, -36]
>> e1=-24;f1=-36;
>> expr=a1*x1^2+c1*y1^2+e1*x1+f1*y1-36
−4 x1 2 + 9 y1 2 − 24 x1 − 36 y1 − 36
>> X0=[-3;2];
>> expr=subst(expr,X1,X2+X0)
−4 x2 2 − 36 + 9 y2 2
>> expr=expr/36
− x2 2 /9 − 1 + y2 2 /4
>> hiperby(2,3,P,X0)
10
y
6
y"
2
y‘
0
x" x
−2
−4 x‘
−6 −4 −2 0 2 4 6
W1 = {(2α, α) | α ∈ R}
√
√ ||(2α,
Como √ se, α = ±1/ 5, então podemos tomar os vetores U1 =
√ α)|| = 1 se, e√somente
(2/ 5, 1/ 5) e U2 = (−1/ 5, 2/ 5) para caracterizar os novos eixos.
>> P=sym([2/sqrt(5),-1/sqrt(5);...
1/sqrt(5),2/sqrt(5)])
√ √
2/√5 −1/√ 5
P=
1/ 5 2/ 5
>> e=-4*sqrt(5);f=-18*sqrt(5);
>> [e,f]*P
ans = [ -26, -32]
>> e1=-26;f1=-32;
>> expr=a1*x1^2+c1*y1^2+e1*x1+f1*y1-5
5 x1 2 + 10 y1 2 − 26 x1 − 32 y1 − 5
>> X0=[26/10;32/20];
>> expr=subst(expr,X1,X2+X0)
322
5 x2 2 − 5 + 10 y2 2
>> expr=expr*5/322
25 25
322 x2 2 − 1 + 161 y2 2
>> elipse(sqrt(322)/5,sqrt(161)/5,P,X0)
y
7
y"
6
5 x"
4
y‘
3
x‘
2
0
x
−1
−2
−2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
2
y
y‘
1
x‘
y"
0
x
x"
−1
−2
−3
−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2
16 y2 2 + 6 + 2 x1
>> expr=subst(expr,x1,x2-3)
16 y2 2 + 2 x2
>> expr=expr/16
y2 2 + x2 /8
>> parabx(-1/32,P,[-3;2])
y
4
x" x‘
2
y‘
y"
0
x
−2
−4
−6
−8
−10 −8 −6 −4 −2 0 2 4
W1 = {(−4α, 0, 3α) | α ∈ R}
Como ||(−4α, 0, 3α)|| = 1 se, e somente se, α = ±1/5, então podemos tomar U1 = (−4/5, 0, 3/5).
>> escalona(A-b1*eye(3))
[ -28, 0, 36]
[ 0, 0, 0]
[ 36, 0, -7]
ans =
[ 1, 0, 0]
[ 0, 0, 1]
[ 0, 0, 0]
A solução geral de ( A − b1 I3 ) X = 0̄ é
W2 = {(0, α, 0) | α ∈ R}
Como ||(0, α, 0)|| = 1 se, e somente se, α = ±1, então podemos tomar U2 = (0, 1, 0).
>> U1=[-4/5,0,3/5];
>> U2=[0,1,0];
>> P=sym([U1’,U2’,pv(U1’,U2’)])
−4/5 0 −3/5
P= 0 1 0
3/5 0 −4/5
>> syms x1 y1 z1
>> expr=a1*x1^2+b1*y1^2+c1*z1^2+150
−25 x1 2 + 30 y1 2 + 50 z1 2 + 150
>> expr=-expr/150
>> hiperbo2x(sqrt(6),sqrt(5),sqrt(3),P)
x‘
y‘=y
x
z‘
>> escalona(A-b1*eye(3))
[ 44, 0, -108]
[ 0, 0, 0]
[ -108, 0, -19]
ans =
[ 1, 0, 0]
[ 0, 0, 1]
[ 0, 0, 0]
A solução geral de ( A − b1 I3 ) X = 0̄ é
W2 = {(0, α, 0) | α ∈ R}
Como ||(0, α, 0)|| = 1 se, e somente se, α = ±1, então podemos tomar U2 = (0, 1, 0).
>> U1=[3/5,0,4/5];;
>> U2=[0,1,0];
>> P=sym([U1’,U2’,pv(U1’,U2’)])
3/5 0 −4/5
P= 0 1 0
4/5 0 3/5
EDU» K=[-540,0,-720];
EDU» K*P
ans = [ -900, 0, 0]
>> expr=a1*x1^2+b1*y1^2+c1*z1^2-900*x1
>> expr=expr/900
1/9 y1 2 + 1/4 z1 2 − x1
>> parabo1x(1,3,2,P)
x‘
z‘
y‘=y
>> escalona(A-b1*eye(3))
[ -1, 1, 0]
[ 1, -1, 0]
[ 0, 0, -1]
ans =
[ 1, -1, 0]
[ 0, 0, 1]
[ 0, 0, 0]
A solução geral de ( A − b1 I3 ) X = 0̄ é
W2 = {(α, α, 0) | α ∈ R}
√ √ √
Como ||(α, α, 0)|| = 1 se, e somente se, α = ±1/ 2, então podemos tomar U2 = (1/ 2, 1/ 2, 0).
>> U1=[0,0,1];
>> U2=[1/sqrt(2),1/sqrt(2),0];
>> P=sym([U1’,U2’,pv(U1’,U2’)])
√ √
0 √2/2 −√ 2/2
P= 0 2/2 2/2
1 0 0
>> K=[0,0,1];
>> K*P
ans = [ 1, 0, 0]
>> expr=a1*x1^2+b1*y1^2+c1*z1^2+x1
y1 2 − z1 2 + x1
>> hiperbo2x(sqrt(6),sqrt(5),sqrt(3),P)
x‘=z
x z‘
y‘ y
W1 = {(−α − β, α, β) | α, β ∈ R}
>> V1=[-1,1,0];V2=[-1,0,1];
>> W1=V1,W2=V2-proj(W1,V2)
W1 =[ -1, 1, 0]
W2 =[ -1/2, -1/2, 1]
>> U1=W1/no(W1),U2=W2/no(W2)
√ √
U1 = − 2/2 2/2 0
√ √ √
U2 = −1/ 6 −1/ 6 6/3
>> P=sym([U1’,U2’,pv(U1’,U2’)])
√ √ √
−√ 2/2 −1/√6 1/√3
P= 2/2 −√1/ 6 1/√3
0 6/3 1/ 3
>> K=[-6,-6,-4];
>> K1=K*P
√ √ √
K1 = [0, 2 2/ 3, −16 3]
>> g1=K1(1);h1=K1(2);i1=K1(3);
>> expr=a1*x1^2+b1*y1^2+c1*z1^2+g1*x1+h1*y1+i1*z1-9
√ √
− x1 2 − y1 2 + 2 z1 2 + 2/3 6y1 − 16/3 3z1 − 9
>> syms x2 y2 z2
>> X1=[x1;y1;z1]; X2=[x2;y2;z2];
>> X0=[g1/(2*a1);h1/(2*b1);i1/(2*c1)]
√0
− 6/3
√
−4/ 3
>> expr=subst(expr,X1,X2-X0)
− x2 2 − y2 2 + 2 z2 2 + 1
>> hiperbo1z(1,1,1/sqrt(2),P,X0)
y‘ z
z‘
y‘‘
x‘
y
x
z‘‘
x‘‘
W1 = {(2α + β, β, α) | α, β ∈ R}
>> V1=[2,0,1];V2=[1,1,0];
>> W1=V1,W2=V2-proj(W1,V2)
W1 =[2,0,1]
W2 =[ 1/5, 1, -2/5]
>> U1=W1/no(W1),U2=W2/no(W2)
√ √
U1 = 2/ 5 0 1/ 5
√ √ √ √ √
U2 = 1/ 30 5/ 6 − 6/(3 5)
>> P=sym([U1’,U2’,pv(U1’,U2’)])
√ √ √
2/ 5 1/
√ √ 30 − 1/
√ 6
P= 0√ √ 5/ √ 6 1/√6
1/ 5 − 6/(3 5) 1/ 6
>> K=[-12,12,60];
>> K1=K*P
√ √ √ √
K1 = [36/ 5, −12 6/ 5, 24 6]
>> g1=K1(1);h1=K1(2);i1=K1(3);
>> expr=a1*x1^2+b1*y1^2+c1*z1^2+g1*x1+h1*y1+i1*z1-24
√ √ √ √
6 x1 2 + 6 y1 2 + 12 z1 2 + 36
5 5x1 − 12
5 6 5y1 + 24 6z1 − 24
>> X0=[g1/(2*a1);h1/(2*b1);i1/(2*c1)]
√
3/5√ 5√
−1/5 6 5
√
6
>> expr=subst(expr,X1,X2-X0)
6 x2 2 + 6 y2 2 + 12 z2 2 − 114
>> expr=expr/114
>> elipso(sqrt(19),sqrt(19),sqrt(19/2),P,X0)
z‘‘
z
z‘
x‘‘
x‘
x
y‘‘ y
y‘
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da parábola, 320
Vetor (vetores), 2, 139
ângulo entre, 171
canônicos, 188
colineares, 145
componentes de, 147, 151, 153, 157
comprimento de, 139, 168
coplanares, 199
de estado, 15
diferença de, 143
direção de, 139
multiplicação por escalar, 145, 149, 155
múltiplo escalar, 145
norma de, 168
normal ao plano, 213
nulo, 143
ortogonais, 171
paralelos, 145
produto escalar ou interno de, 173
produto misto de, 194
produto vetorial de, 183
sentido de, 139
simétrico, 143
soma de, 141, 149, 155
unitário, 170
zeros, 20
zoom3, 164, 205