Anatomia e Abertura Coronária de Molar
Anatomia e Abertura Coronária de Molar
Anatomia e Abertura Coronária de Molar
MOLARES SUPERIORES: 1º, 2º e 3º molar. A diferença entre eles é o tamanho. Por exemplo, o 1º molar superior, as
entradas estarão mais distantes, comparado aos outros.
Os molares superiores possuem 3 raízes, sendo duas linguais e uma palatina. Mesio vestibular, disto vestibular e
palatina/lingual.
A coroa tem um formato cúbico e, consequentemente, a câmara pulpar irá refletir o formato da coroa. A abertura
coronária também reflete o formato da coroa.
Características:
. Parede mesial acentuadamente convexa. Precisa estar atento durante o desgaste compensatório, pois deverá deixar
essa estrutura mais reta, com o intuito de tirar essa convexidade e permitir que a lima consiga entrar mais reta
possível. Quando a câmara pulpar está mais atrésica, perde essa característica;
. O assoalho de forma triangular. Essa forma tem ligação com o número de raízes;
. Possui 3 raízes totalmente separadas (principalmente os 1º molares). A raiz palatina tende a ser maior;
. O 1º molar superior possui 3 canais em 22% (canal MV ou MV1, canal DV e canal palatino/lingual) e 4 canais em 90%
(canal MV ou MV1, canal MV2 canal DV e canal palatino/lingual)
PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR: A lesão, na maioria dos casos, é na raiz mesiovestibular por apresentarem dois canais
– MV1 e MV2. A abertura coronária não envolve toda a face oclusal. Em um dente hígido, a abertura estará mais
para mesial da ponte de esmalte.
- Raiz mesiovestibular: orifício de entrada – acima da cúspide MV; forma de fenda no sentido VL. Pode ser encontrado
um orifício em cada extremidade da fenda – 2 canais na raiz MV, ou seja, um 4º canal. (canal MV – MV1 e canal MP –
MV2). A característica do 4º canal é que a fenda estará em direção palatina e está localizado no assoalho da câmara
pulpar. É necessário procurar esse 4º canal, pois a não obturação completa pode fazer com que ocorra o insucesso do
tratamento endodontico. É um canal mais atrésico. Pode utilizar a broca de haste longa para tentar localizar esse canal.
Deve desgastar cuidadosamente.
Este canal pode estar calcificado e não consegui realizar a obturação. Então, deve ser realizado muito bem o
fechamento do MV, para que não ocorra a contaminação do MV2 pelo forame, se for dois canais em um único forame.
Se manter a lesão, mesmo sendo realizado o tratamento, é feito acesso cirúrgico – cirurgia endodôntica – fazendo o
canal ao contrário.
A raiz MV possui em 78% uma curvatura para distal. É importante ter cuidado durante o tratamento endodôntico,
para evitar o degrau ou zip apical (que a lima passe direto e perfure o ápice). Realizar a pré-curvatura da lima. As limas
PDM já acompanham essa curvatura. As limas KERR são de aço inoxidável, então é necessário atentar para esse canal.
CUIDADO COM FRATURA DE LIMA NESSE CANAL!
PRÉ-CURVAR A LIMA!
PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR – RAIZ PALATINA: pode apresentar leve curvatura para vestibular. Nesses casos é
importante inclinar levemente a lima para vestibular, devido essa característica anatômica.
NÃO DETECTÁVEL RADIOGRAFICAMENTE! Não consegue observar essa curvatura para vestibular.
SEGUNDO MOLAR SUPERIOR – câmara pulpar cúbica, morfologicamente semelhante ao 1 molar superior; possui um
maior achatamento no sentido mesiodistal, fazendo com que a embocadura dos canais fiquem mais próximos (essa
característica é devido a anatomia da coroa, já que trata-se de um elemento dentário com tamanho reduzido, quando
comparado ao 1 molar superior); parede mesial acentuadamente convexa.
- Pode acontecer do segundo molar superior ter apenas um único canal vestibular, devido à proximidade. Da mesma
forma, pode acontecer que o fusionamento das raízes é grande e ter apenas um único canal.
- Pode também existir o canal mesio palatino (MV2), mas com menor incidência. É importante ficar atento e procurar;
Exemplos de 2º molares: a primeira imagem apresenta um molar com 4 canais; na segunda imagem, um molar com
um canal na raiz MV e a presença dos canais DV e P/L, e com possibilidade de ter uma leve curvatura da raiz MV para
distal; e a terceira imagem mostra um 2º molar com apenas um único canal. O mais comum é que tenha 3 canais, o
que pode variar a posição da embocadura dos canais que podem estar mais próximas. Pode ter um 4º canal, mas é
uma porcentagem mais baixa.
O que diferencia o 1º molar para o 2º molar é a direção das embocaduras, tendo uma proximidade maior. E a
porcentagem do 4º canal é menor em relação ao primeiro molar superior.
- Ponto de eleição: face oclusal, no centro da fosseta mesial – respeitando a ponte de esmalte. A ponte de esmalte é
mais evidente no 1º molar e mais discreta no 2º molar.
Broca inicial: broca diamantada esférica – 1012/1014/1016. Nesses dentes utilizam as brocas de haste longa devido a
quantidade de dentina nesses dentes. Para conseguir chegar na câmara pulpar.
Importante o diâmetro do instrumento. Deverá analisar a radiografia e observar o tamanho da coroa, idade do
paciente e a amplitude da câmara pulpar, através da imagem radiográfica inicial/diagnóstico.
OBS: A DIREÇÃO DA BROCA ESFÉRICA LEVEMENTE INCLINADA PARA O CANAL MAIS AMPLO – O CANAL PALATINO,
POIS SE ENTRAR COM A BROCA RETA, IRÁ PERFURA O ASSOALHO E TREPANAR REGIÃO DE FURCA (Prestar atenção da
posição do dente na cavidade bucal e inclinar levemente a broca para o canal palatino).
ATENÇÃO! CONVEXIDADE ACENTUADA NAS PAREDES DOS MOLARES SUPERIORES, PRINCIPALMENTE NOS CANAIS
VESTIBULARES.
- Forma de contorno: forma triangular com base voltada para vestibular ou trapezoidal.
4 – Exploração da embocadura do canal – lima K #10, #15 ou #20 – exploração do terço coronário – 1/3 do CTP em
cada canal;
5 – Lima K #10, #15 ou #20 – exploração do terço coronário e médio – ir entrando com 1/3 do CTP, depois 2/3 do
CTP e depois no CTP – movimentos de alargamento em cada canal;
7 – Odontometria por raio-x. Estabelecer o CRT e a lima DA com lima Kerr em cada canal;
OBS: Para canais necrosados – realizar a patência foraminal (limpeza do canal cementário – coto pulpar) com lima
Kerr (calibre abaixo da lima de DA com CRT + 2,0 mm).
OBS: Se não atingir o CRT, utilizar limas manuais mais firmes, ex: limas Kerr target #10 ou #15;
9 – Lima #25.01 – até atingir o CRT. Movimento rotatório (girando no sentido horário), seguido da limagem.
10 – Lima #25.06 (vermelha) – até atingir o CRT com movimento rotatório (girando sentindo horário) seguidos de
movimentos de limagem;
11 – Lima easy clean no micromotor em velocidade baixa, protocolo de ativação para toalete final.
SEMPRE IRRIGANDO, ASPIRANDO E INUNDANDO. CÂMARA PULPAR TEM QUE FICAR INUNDADA.
RESUMO:
FASE 1 – PREPARO DO TERÇO CORONÁRIO E MÉDIO: DESCONTAMINAÇÃO PROGRESSIVA (LIMAS KERR SEGUIDA DA
LIMA PDM #25.06);
ODONTOMETRIA (NA ODONTOMETRIA DE PRÉ-MOLAR SUPERIOR QUANDO TEM DOIS CANAIS, REALIZA A TÉCNICA
DE CLARK – MESIALIZADO. NOS MOLARES É ORTORADIAL, NÃO PRECISA VARIAR A ANGULAÇÃO);
FASE 2 – PREPARO DO TERÇO APICAL: CONFECCÇÃO DO BATENTE APICAL. TÉCNICA ESPECÍFICA PARA DENTES
POSTERIORES.
CUIDADO NA ABERTURA DOS MOLARES SUPERIORES:
- O achatamento no sentido mesiodistal de uma raiz pode favorecer o aparecimento de um segundo canal, sendo um
canal mais para V e o outro para lingual.
- Possui uma curvatura da raiz M para distal e a raiz D tem propensão a ser mais reta.
- Na maioria das vezes possui 3 canais, sendo dois na M (MV e ML) e um na D.
- O teto possui tantas reentrâncias quanto são as cúspides – três vestibulares e duas linguais.
- Parede mesial possui convexidade acentuada. Importante tentar retificar essa parede.
- O assoalho tem forma triangular com vértice para distal ou trapezoidal. Da para observar quando realiza a abertura
coronária. O que explica esse formato é a localização dos canais MV, ML e D.
- Geralmente as embocaduras seguem uma direção próximo as cúspides. Já o canal distal, ele fica mais próximo ao
meio e não tanto próximo as cúspides. Orifício de entrada dos canais acima das cúspides correspondentes.
- Duas raízes perfeitamente diferenciadas e separadas. Pode apresentar uma terceira raiz na direção distolingual –
raiz acessória. Se não realizar o tratamento dessa raiz/canal, após um tempo o paciente irá sentir dor, haverá a
infecção e possivelmente a contaminação, tendo que realizar o retratamento do canal.
- Em 56%, presença de 3 canais – MV, ML e D. Na variação anatômica, em 36%, pode haver a presença de um 4º
canal na raiz distal – DV e DL. Mais comum são três canais. Radix entomolares – não é tão comum, mas precisa
verificar se há a presença de uma terceira raiz (tomografia).
- Pode haver a presença de um 5º canal na raiz mesial (3%) – canal mésiomedial, entre o MV e ML. Eles podem se
unir em um único forame ou com os canais mais comuns (MV ou ML).
- O canal distal tem uma característica de achatamento no sentido mesiodistal. A embocadura não circular,
apresenta-se infundibuliforme (quer dizer achatado).
- É o canal mais amplo, longo e geralmente reto. Se existir uma curvatura, essa será para distal.
- Canais MV e ML são atresiados, longos e arredondados. Existe uma probabilidade (20%) de terminarem em um
mesmo forame e 33,6% de terminarem em forames independentes. Consegue saber o real direcionamento dessas
raízes na radiografia de odontometria, já que as limas estão dentro dos canais.
- Os canais mesiais possuem 79% de curvatura para distal. Realizar uma pré-curvatura da lima quando for lima tipo
Kerr. As limas PDM, por serem de níquel titânio, possuem memória de forma e fazem a curvatura. A curvatura é
importante para evitar degraus ou zip apical.
SEGUNDO MOLAR INFERIOR – Não difere muito da anatomia do primeiro molar. A câmara pulpar é semelhante a ao
1º molar inferior.
- Duas raízes separadas em 71%. O 2º molar tem uma probabilidade de ter raízes fusionadas com um único canal.
Presença de três canais, mas podem ter somente dois canais: mesial e distal, vai depender do fusionamento das
raízes.
- Quando há dois canais, ambos os orifícios estão na linha mesiodistal. É bem visível clinicamente em dentes
naturais.
- Quando realiza a abertura coronária, consegue visualizar no assoalho, a linha ligando um canal ao outro.
- Se dois orifícios não estão diretamente na linha mesiodistal, uma busca, de forma cuidadosa, com brocas esféricas
em baixa rotação, deve ser feita por outro canal no lado oposto.
TÉCNICA DE ABERTURA CORONÁRIA MOLARES INFERIORES
- Importante avaliar o diâmetro do instrumento que será usado, observando o tamanho da coroa, idade do paciente,
além de analisar a radiografia de diagnóstico/inicial. Verificar no raio-x a amplitude da câmara pulpar, câmara mais
atrésica devido ao processo de cárie ou idade do paciente. Principalmente se o assoalho está próximo a região de
furca. Nessa situação denomina-se que o tronco radicular está curto (assoalho muito próximo a furca).
- Em dentes que o tronco radicular é curto e não é observado na radiografia de diagnóstico, pode acontecer a
trepanação. Essa trepanação pode gerar danos ao paciente, dependendo da amplitude do dano, mesmo tentando
realizar o vedamento com os biomateriais existentes. Como consequência pode haver uma contaminação, perda
óssea nessa região de furca, dor, abscesso, fístula e depois de um tempo o paciente retorna e é necessário a
extração desse dente.
- FORMA DE CONTORNO: forma triangular ou trapezoidal com base maior voltada para mesial, devido aos dois
canais mesiais.
- ATENÇÃO: ACESSO POBRE E INADEQUADA EXTENSÃO PARA MESIAL OU DISTAL IMPEDEM A LOCALIZAÇÃO
ADEQUADA DE TODOS OS CANAIS. O CANAL SÓ É ENCONTRADO COM LIMA, NÃO SE ENCONTRA
CANAL/EMBOCADURA COM A BROCA.
- REALIZAR DESGASTE COMPENSATÓRIO CUIDADOSO COM AS BROCAS 3080/3081/3082 NAS PAREDES DA CÂMARA
PULPAR – OBTENDO EXPULSIVIDADE.
Se tiver um pouco de teto dificulta a localização de todos os canais e impedir o tratamento correto de todos eles e,
futuramente, gerar problemas para o paciente e ele ter que refazer o tratamento.
A exploração dos canais é realizado com limas Kerr de menor calibre - #08 ou #10. Utiliza uma lima de calibre maior
quando o canal é mais amplo, sendo utilizada a lima de calibre #15.
Em canais necrosados é realizada a limpeza do canal cementário (patência ou desbridamento) após a odontometria.
É passar um pouco do CRT para realizar a descontaminação.
Em casos de molares o CAD vai ser o CAD da raiz mesial da cúspide mais alta, até o ápice. Realiza o CAD da raiz distal
até a cúspide mais alta.
Se o CAD da raiz mesial é de 22,0 mm, o CTP será de 20,0 mm. Se estiverem os dois canais presentes
(MV e ML) o CTP dos dois canais será o mesmo, ou seja, 20,0 mm. Apenas no momento da odontometria é que
consegue realizar a medida e verificar se a medida é igual. Acontece para quando há a presença de dois canais na raiz
distal.
****** OBS: TOPDAM É UMA MASSINHA QUE COLOCA ENVOLTA DO DENTE E FOTOPOLIMERIZA PARA DEIXAR MAIS
DURINHA E EVITAR QUE ENTRE SALIVA NO SULCO GENGIVAL E TAMBÉM, NO MOMENTO DE IRRIGAÇÃO, EVITAR QUE
CAIA A SOLUÇÃO NA BOCA DO PACIENTE.
A referência sempre será onde o stop de borracha irá parar, no caso, a cúspide mais alta em relação ao canal que está
sendo trabalhada.
1 – Remover calcificações. Comum em molares inferiores. As calcificações impedem a localização dos canais, por isso
é imprescindível utilizar uma broca para remover essas calcificações.
2 – Evitar remoção excessiva da estrutura dentária, pois acaba enfraquecendo demais a estrutura dental;
3 – Realizar a remoção incompleta do teto da câmara, pois impede o acesso e a localização dos canais corretamente;
4 – Tomar cuidado com o peso da mão no desgaste compensatório para não deformar o assoalho e a câmara pulpar;
5 – Falta de desgaste compensatório, abertura deficiente em profundidade, expondo somente os cornos pulpares;