14 - Direitos Humanos e Controle de Convencionalidade
14 - Direitos Humanos e Controle de Convencionalidade
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2 Os direitos humanos
Os direitos humanos são definidos como direitos garantidos no
plano jurídico internacional e, por isso, intrinsecamente ligados ao
Direito Internacional Público. As normas internacionais são veicula-
das, em regra, por meio de declarações ou tratados celebrados entre
os Estados, abarcando as mais diversas espécies de temas: direitos
civis, políticos, econômicos, sociais, culturais etc. No atual cená-
rio, a proteção se dá tanto pelo sistema global de direitos humanos,
também denominado de sistema “onusiano” (porque pertencente à
Organização das Nações Unidas), quanto pelos sistemas regionais:
europeu, africano e interamericano, este último do qual o Brasil faz
parte (MAZZUOLI, 2021, p. 21).
Um traço comum a todos os direitos humanos é que eles são conside-
rados, de algum modo, essenciais e indispensáveis a uma vida digna
3 O controle de convencionalidade
Os tratados internacionais de direitos humanos assumem especial
relevo na ordem jurídica global, enquanto compromissos interna-
cionais voltados a equalizar a situação de determinadas pessoas,
grupos e instituições, sem neutralizar suas diferenças culturais,
sociais e econômicas.
Por sua vez, o controle de convencionalidade caracteriza-se pelo
exame de compatibilidade vertical e material entre as normas do
direito interno com as normas oriundas de tratados de direitos huma-
nos ratificados e em vigor no Brasil (MAZZUOLI; FARIA; OLIVEIRA,
2020). Tal qual o controle de constitucionalidade, oferece diretrizes
tanto para a elaboração das normas pelo Poder Legislativo quanto
5 Conclusões
Apresentam-se, nesta etapa, de maneira objetiva, as conclusões obti-
das com a realização desta pesquisa:
1. O surgimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos
está atrelado à necessidade global de reconhecer direitos e con-
cretizar o postulado da dignidade da pessoa humana.
2. O princípio da dignidade humana constitui, universalmente, o
fundamento central de todo e qualquer direito fundamental e é a
qualidade intrínseca ao ser humano que o protege do tratamento
degradante, da discriminação e lhe garante juridicamente condi-
ções mínimas de sobrevivência.
3. Os tratados internacionais de direitos humanos surgem como uma
rede de proteção em âmbito internacional que se soma à rede de
proteção nacional, representando mais um mecanismo pelo qual os
Estados podem ser juridicamente responsabilizados, caso não obser-
vem e implementem direitos relacionados à dignidade humana.
4. A Constituição de 1988 tem uma especial preocupação com rela-
ção à implementação e efetivação dos direitos humanos e repre-
senta um marco significativo no tema, pois reconheceu o caráter
normativo e coercitivo das normas advindas de tratados interna-
cionais e permitiu que seu cumprimento pudesse ser exigido, até
mesmo, pela via jurisdicional.
5. Os tratados internacionais sobre direitos humanos em vigor no
Brasil possuem especial importância, já que, além de reconhece-
rem e implementarem direitos, servem como viés interpretativo
e implementam parâmetros axiológicos para a compreensão e
interpretação do ordenamento jurídico nacional como um todo.
6. Para ser efetiva, a proteção dos direitos humanos exige que as
normas do direito doméstico estejam em consonância com os
Referências
BELTRAMELLI NETO, Silvio. Curso de direitos humanos. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2021.