Darsand, 11 Desafio Docente Revisao Final-1
Darsand, 11 Desafio Docente Revisao Final-1
Darsand, 11 Desafio Docente Revisao Final-1
era (digital) da
informatização 1
Catiana de Fátima Veiga do Nascimento2
Artigo orientado pelo professor Ricardo Lopes Bertoldi, apresentado para conclusão do
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Especialista em Educação e Contemporaneidade (IFSUL – Campus Charqueadas).
Estes autores avisam que a cada ano essa comunicação se torna mais eficiente
devido ao avanço das tecnologias de comunicação. Salientam, portanto que o
acesso à internet torna-se elemento fundamental em uma sociedade marcada
pela presença da tecnologia.
E é esse novo quadro de mudanças, acessos e possibilidades que vai exigir
transformações da sociedade, como a busca por conhecimento e domínio dos
frutos da tecnologia. Porém, como se vive em uma sociedade marcada pela
desigualdade social, onde as oportunidades não são para todos, tampouco o
acesso às novas tecnologias, faz-se necessário pensar nos indivíduos menos
favorecidos e que contam, muitas vezes, apenas com a escola para essa inclusão
social.
Não se trata de designar para a escola mais uma função. É fato que a sociedade
passa por transformações constantemente e que estas requerem modificações
na escola, já que este é um espaço de construção, de aprendizagens. E com base
nessa realidade, Valente (1999) questiona quais implicações essas mudanças
exigirão da escola.
Na busca por respostas, vê-se que está a criação de ambientes de
aprendizagem capazes de oportunizar ao aluno construir seu conhecimento,
uma reorganização da sala de aula e, principalmente, um repensar no papel do
educador.
Por conseguinte, acompanhar o movimento tecnológico, a avalanche
de informações, assim como a seleção destas, exige muito de cada sujeito.
Exige-se mais ainda da escola e daqueles empenhados em oferecer um ensino
democrático para a vida.
2.2 PROINFO
O ProInfo é um programa educacional criado pelo Ministério da Educação
(MEC) em 9 de abril de 1997. O objetivo do ProInfo é promover o uso pedagógico
de Tecnologias de Informática e Comunicações na rede pública de ensino
fundamental e médio. Conforme o caderno livreto “Informática e formação de
professores” (2000), pode-se dizer que o ProInfo é um marco na democratização
do acesso às modernas tecnologias de informática e telecomunicações no sistema
educacional.
A compra, distribuição e instalação de laboratórios de informática nas
escolas públicas de educação básica ocorrem por meio de um cadastramento
feito pela prefeitura, no caso das escolas municipais, e pelo governo estadual. A
estes, cabe a responsabilidade de providenciar a infraestrutura das escolas para
3 DESAFIOS DA ESCOLA
Conforme apontado nas páginas iniciais deste escrito, a sociedade vive
em um processo constante de mudança; boa parte desta se refere à evolução
tecnológica. São as mudanças que fazem com que a sociedade se transforme
e esteja em condições de acompanhar esse processo evolutivo. Vê-se, então,
que o conhecimento habilitará o sujeito a lidar com o excesso de informações
e inovações. E como não poderia deixar de ser, a educação torna-se o caminho
fundamental para transformar a sociedade.
A escola, como espaço de aprendizagem contextualizada e significativa, é
desafiada a se reestruturar para ser capaz de atender as exigências deste mundo
moderno, desta sociedade em movimento.
Momentaneamente parece fácil designar a nova postura à escola. Contudo,
sabe-se que a educação não acompanha com a mesma rapidez essas mudanças
que afetam os outros segmentos da sociedade. Moran (2000) aponta que a escola
é uma instituição mais tradicional que inovadora, e que esta resiste bravamente
às mudanças.
Uma escola não conta apenas com alunos, professores, quadros e carteiras.
Este espaço complexo tem suas normas, seu regimento, seu currículo, uma
duvidosa autonomia, e muitas barreiras para serem vencidas. Quando a escola
supera o estigma de ser tradicional ou retrógrada, encontra outros obstáculos.
O primeiro destes obstáculos pode ser o próprio prédio da escola. É comum
encontrar escola com espaço limitado, incapaz de atender ao número de alunos
que a ela recorre, e quando se faz necessário disponibilizar uma sala que
comporte um laboratório de informática, o caos se inicia. Quando, por meio de
reestruturação, este espaço é oferecido e as máquinas chegam à escola, falta o
profissional habilitado para a montagem. Conforme dados do ProInfo, apenas
um indivíduo autorizado pode executar tal ação. E, nesse interim, os dias, as
semanas, e até os meses passam, e isso se torna um fator capaz de frustrar e
desmotivar a escola, por se tratar de uma questão meramente burocrática.
Mais adiante, a escola se deparará com a necessidade de manutenção, e junto
desta virão despesas que nem sempre cabem no orçamento da instituição. Quando
este gasto é coberto pela mantenedora, ou por quem financia tais ferramentas,
sabe-se que o tempo destinado ao conserto torna-se outro empecilho no que
Para finalizar sua opinião sobre a tarefa nobre do educador, o mesmo autor
diz ser esta a de criador de um ambiente de aprendizagem de valorização do
educando.
Observa-se que a mudança tão almejada na educação no que concerne à
inserção da informática educativa, também está nas mãos do educador. Ou
melhor, a ele é jogada a responsabilidade em fazer da escola um espaço capaz
de acompanhar todo esse processo evolutivo e promover a construção da
aprendizagem.
As exigências da sociedade contemporânea, em razão do avanço tecnológico,
são vistas por Fernandes (2004) como desafios que requerem do professor
novas competências para lidar com essa realidade. A mesma autora salienta
que essas competências não fazem parte do currículo de formação inicial do
professor.
Considerado o advento da tecnologia e a chegada da informatização nas
escolas, muitos são os educadores que não são contemplados com uma formação
capaz de prepará-los para fazer uso da informática em suas aulas. Alguns cursos
de formação continuada buscam formar educadores capazes de lidar com as
ferramentas tecnológicas.
Quando se fala em disponibilização de cursos, é reconhecido que a oferta não
beneficia todos. É falho esse sistema de formação que não contempla toda uma
instituição, ou que, quando forma um profissional, este não consegue dividir
conhecimento devido a alguns fatores, como a falta de oportunidade e pouco
tempo disponível para tal fim. Também pode se destacar o quanto a tecnologia
é veloz, e aquilo que levou certo tempo para ser “aprendido”, por meio de um
curso de extensão, acaba virando passado, ou seja, novas técnicas e domínios
surgem e aquele conhecimento acaba sendo substituído por outro.
A formação continuada do professor nessa área deve ser constante, pois as
modificações e inovações são dinâmicas. Contudo, como capacitar-se se nem
sempre há tempo para isso?
CONCLUSÃO
Faz-se necessário conceber a informática na educação como auxiliar no
processo de ensino aprendizagem. No entanto, a fim de atender a propostas do
Ministério da Educação ou simplesmente incluir o computador na sala de aula,
alguns educadores tendem a usar a máquina para fins instrucionais, ou seja,
ensinar conceitos básicos de informática e domínio de funções das ferramentas
do mesmo. Esta, conforme aponta Valente (1999), é uma das soluções que
muitas escolas brasileiras encontraram para a inclusão digital na escola.
Não se pode negar que uma das dificuldades encontradas por professores
quando estes utilizam o laboratório de informática, e por esta razão também
desistem do mesmo, é o fato de alguns alunos desconhecerem a ferramenta.
Sabe-se que há famílias que não dispõem de um computador, tampouco têm
acesso à internet. E será na escola que os alunos encontrarão disponíveis tais
recursos, destinando a ela a missão de inserir o aluno nesse mundo digital.
O professor conta com a ideia de que o aluno já sabe manusear a ferramenta,
porém, ao se deparar com alunos que nem ao menos “pegam” no mouse, o
planejamento acaba perdendo a qualidade, já que sua atenção ficará voltada
para aqueles que necessitam de instruções sobre o funcionamento da máquina.
O desfecho da aula será outro em vez do esperado, pois os que já dominam esse
conhecimento, e tantos outros, acabam tumultuando a aula e comprometendo
o êxito esperado da tarefa.
Como alternativa para essa típica situação, pode-se reconhecer o saber
do aluno e incentivá-lo a auxiliar os colegas, inclusive o próprio professor. O
reconhecimento do saber do aluno adquirido em outro espaço que não tenha
sido a escola pode contribuir para que este aluno se sinta motivado e perceber a
escola como uma instituição acolhedora e capaz de valorizar seu conhecimento
de mundo.
Registra-se a possibilidade acima citada apenas como alternativa para um
obstáculo evidente. No entanto, não resolve o problema como um todo. Esse
quadro é comum em escolas cujos alunos têm condições financeiras distintas.
Alguns têm computador, outros têm este acesso em lan house, e há aqueles que
nunca manusearam tal objeto. A escola, ciente dessa realidade e amparada pela
liberdade de reforma curricular, pode, então, oportunizar uma disciplina que dê
conta de oferecer os conhecimentos básicos de informática para os alunos no
início do ano letivo. Com o auxílio de um profissional preparado, tais questões
não seriam mais empecilho para o uso do computador, especificamente no
laboratório de informática. Não se perderia tempo, tampouco um planejamento
de qualidade, orientando um aluno (ou vários deles) sobre o manuseio da
máquina.
ALMEIDA, Fernando José de; ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconini de. Aprender
Construindo – A informática se transformando com os professores. [S.l]:
[S.ed], [S.d].
ALMEIDA, Fernando José de; JÚNIOR, Fernando Moraes Fonseca. Educação e
Informática- Criando ambientes inovadores. Coleção Informática para a
mudança na Educação. [S.l]: [S.ed], [S.d].
FERNANDES, Natal Lânia Roque. Professores e computadores: navegar é
preciso. Porto Alegre: Mediação, 2004.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA; Secretaria de Educação a Distância.
Proinfo: Informática e formação de professores. Brasília: Seed, 2000.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Texto “O que é Proinfo?” disponível
em <http//portal.Mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=236
&Itemid=741>. Acesso em 15/11/2011.
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas
Tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
TEIXEIRA, Adriano Canabarro; MELLO, Karina Marcon. (org.) Inclusão Digital:
experiências, desafios e perspectivas. Passo Fundo: ed. Universidade de Passo Fundo,
2009.
VALENTE, José Armando. O computador na sociedade do conhecimento.
Campinas: UNICAMP/NIED, 1999.