Decreto #77-2023 - Word

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DECRETO nº 077/2023, DE 14 DE MARÇO DE 2023.

REGULAMENTA A NOVA LEI DE LICITAÇÕES


E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS - LEI nº
14.133/2021 - NO ÂMBITO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA,
AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL DE
MARECHAL CÂNDIDO RONDON, ESTADO DO
PARANÁ.

O Prefeito do Município de Marechal Cândido Rondon, Estado do Paraná, no uso das


atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 59, incisos IV e VII e 75, inciso I, alíneas a, f e o, da Lei
Orgânica do Município, e tendo em vista o disposto na Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021,

DECRETA

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Este Decreto regulamenta, no âmbito da Administração Pública Municipal, direta,


autárquica e fundacional do Município de Marechal Cândido Rondon, a Lei nº 14.133, de 1º de abril de
2021, que estabelece normas gerais de licitação e contratação para as Administrações Públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. O Poder Legislativo Municipal poderá aderir às regras de que trata este
Decreto.

CAPÍTULO I
DESIGNAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÕES ESSENCIAIS

Art. 2º O presente capítulo regulamenta o disposto no § 3º, do art. 8º, da Lei 14.133/2021,
para dispor sobre as regras de atuação do agente de contratação e da equipe de apoio, o funcionamento da
comissão de contratação e a atuação dos gestores e fiscais de contrato no âmbito da Administração
Municipal de Marechal Cândido Rondon.

Art. 3º Compete ao Prefeito Municipal, na condição de autoridade máxima da


Administração Municipal, ou ao Secretário Municipal de Administração, por atribuição de competência:
I - examinar e decidir as impugnações e pedidos de esclarecimento quando encaminhados
pelo agente de contratação, pregoeiro ou presidente da Comissão de Contratação;
II - promover gestão de competências para o desempenho das funções essenciais à execução
da Lei nº 14.133/2021 e deste Regulamento;
III - designar o agente de contratação, inclusive pregoeiro, as equipes de apoio e a comissão
de contratação, bem como seus substitutos;
IV - autorizar a abertura do processo licitatório;
V - decidir os recursos contra atos do agente de contratação, do pregoeiro ou da comissão
de contratação, quando mantida a decisão;
VI - adjudicar o objeto da licitação;
VII - homologar o resultado da licitação;
VIII - assinar a ata de registro de preços e celebrar o contrato;
IX - autorizar a abertura de processo de responsabilização, quando provocado, e julga-lo na
forma da Lei nº 14.133/2021 e deste Regulamento.

§ 1º A autorização para abertura do processo licitatório é o último ato anterior à publicação


do edital.

§ 2º As atribuições indicadas nos incisos acima poderão ser delegadas aos Secretários
Municipais nos casos de licitações e/ou procedimentos auxiliares destinados ao atendimento de suas
respectivas Secretarias.

§ 3º Nas entidades autárquicas e fundacionais, considera-se autoridade máxima o Diretor


Executivo ou ocupante de cargo equivalente.

Art. 4º A designação de gestores e fiscais de contrato e de seus substitutos poderá ser feita
pelo Prefeito Municipal, ou, ainda, pelo Secretário Municipal de Administração ou Secretário da pasta
interessada na contratação, por atribuição de competência.

Parágrafo único. Os gestores e fiscais de contrato devem receber capacitação para o


exercício de suas atribuições.

Art. 5º Para as designações de agente de contratação, pregoeiro, equipe de apoio, comissão


de contratação, gestor e fiscal de contrato, devem ser atendidas as disposições do Capítulo IV do Título I
(arts. 7º ao 10, da Lei nº 14.133/2021).

§ 1º O encargo de agente de contratação, de integrante da equipe de apoio, de membro da


comissão de contratação, e de gestor ou fiscal de contração não poderá ser recusado pelo agente público.

§ 2º Em caso de deficiência ou limitações técnicas que possam impedir o cumprimento das


atribuições, o agente designado deverá comunicar o fato por escrito ao superior hierárquico, que poderá
providenciar a qualificação do agente para o desempenho das atribuições ou designar outro servidor com a
qualificação requerida.

§ 3º Para fins do disposto no inciso III, do caput, do art. 7º, da Lei nº 14.133/2021,
considera-se “contratados habituais” as pessoas físicas ou jurídicas cujo histórico recorrente de contratação
com o Município evidencie significativa probabilidade de novas contratações, incidindo a vedação sobre o
agente público que atue em processo de contratação cujo objeto seja do mesmo ramo de atividade em que
atue o licitante ou contratado habitual com o qual haja o relacionamento.

§ 4º Quanto à aplicação do princípio da segregação de funções de que trata o § 1º, do art. 7º,
da Lei nº 14.133/2021, deve-se observar o seguinte:
I - será avaliada na situação fática processual;
II - poderá ser ajustada, no caso concreto, em razão de:
a) consolidação das linhas de defesa;
b) características do caso concreto, tais como o valor e a complexidade do objeto da
contratação.

Seção I
Do Agente de Contratação e do Pregoeiro
Art. 6º O agente de contratação, é o agente público designado para tomar decisões,
acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras
atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação, sendo auxiliado pela equipe de
apoio e tendo as seguintes atribuições:
I - conduzir o processo licitatório, inclusive por meio de demandas aos órgãos e setores
requisitantes para fins de saneamento da fase preparatória, caso necessário;
II - promover diligências para que o plano de contratações anual e calendário de
contratações seja cumprido, observado, ainda, o grau de prioridade da contratação;
III - receber, examinar e decidir as impugnações e os pedidos de esclarecimentos ao edital e
aos anexos;
IV - iniciar e conduzir a sessão pública da licitação;
V - receber e examinar as credenciais e proceder ao credenciamento dos interessados, bem
como receber e examinar a declaração dos licitantes dando ciência da regularidade quanto às condições de
habilitação;
VI - verificar a conformidade da proposta em relação aos requisitos estabelecidos no edital;
VII - coordenar a sessão pública e o envio de lances e propostas;
VIII - conduzir a etapa competitiva dos lances e propostas;
IX - proceder à classificação dos proponentes depois de encerrados os lances;
X - indicar a proposta ou o lance de menor preço e a sua aceitabilidade;
XI - negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;
XII - verificar e julgar as condições de habilitação;
XIII - sanear erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos de
habilitação e sua validade jurídica e, se necessário, afastar licitantes em razão de vícios insanáveis;
XIV - receber recursos, apreciar sua admissibilidade e, se não reconsiderar a decisão,
encaminhá-los à autoridade competente;
XV - indicar o vencedor do certame;
XVI - no caso de licitação presencial, receber os envelopes das propostas de preço e dos
documentos de habilitação, proceder à abertura dos envelopes das propostas de preço, ao seu exame e à
classificação dos proponentes;
XVII - elaborar, em parceria com a equipe de apoio, a ata da sessão da licitação;
XVIII - encaminhar o processo licitatório, devidamente instruído, após a sua conclusão, às
autoridades competentes para a adjudicação e homologação, bem como, posteriormente, para contratação;
XIX - propor à autoridade competente a revogação ou a anulação da licitação bem como a
abertura de procedimento administrativo para apuração de responsabilidade;
XX - inserir os dados referentes ao procedimento licitatório e/ou à contratação direta no
Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), no sítio oficial da Administração Pública na internet, e
providenciar as publicações previstas em Lei, quando não houver setor responsável por estas atribuições.
XXI - instruir e conduzir os procedimentos auxiliares e os procedimentos para contratação
direta;
XXII - auxiliar, quando solicitado, na elaboração dos atos da fase preparatória do processo
licitatório, limitando-se sua atuação ao acompanhamento e à eventuais diligências para o fluxo regular da
instrução processual, ficando desobrigado da elaboração de estudos preliminares, projetos, anteprojetos,
termos de referência e pesquisa de preços.

§ 1º O agente de contratação e o respectivo substituto serão designados por ato próprio, em


caráter permanente ou especial, entre servidores efetivos da Administração Pública Municipal, conforme
disposto no art. 8º, da Lei nº 14.133/2021.

§ 2º O agente de contratação, poderá solicitar manifestação técnica do órgão de


assessoramento jurídico, do controle interno ou de outros setores do órgão ou da entidade, a fim de subsidiar
sua decisão.

§ 3º A solicitação de manifestação jurídica de que trata o parágrafo anterior se dará por meio
de consulta específica, que conterá, de forma clara e individualizada a dúvida a ser dirimida.

§ 4º Na prestação de auxílio pelo órgão de controle interno serão observadas as normas e


orientações expedidas pela Controladoria Geral do Município e pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná
que sejam vinculativas, limitando-se a manifestação aos aspectos de governança, gerenciamento de riscos e
controles internos administrativos da gestão das contratações.

Art. 7º Na licitação realizada na modalidade pregão será designado como agente de


contratação o pregoeiro, tendo as mesmas atribuições descritas no artigo anterior, respeitadas as
especificidades da modalidade.

Seção II
Da Equipe de Apoio

Art. 8º A equipe de apoio, composta, no mínimo, por 3 (três) membros, será designada pela
autoridade que trata o art. 3º, deste Decreto, cabendo-lhe auxiliar o agente de contratação nas etapas do
processo licitatório.

§ 1º A equipe de apoio será integrada por agentes públicos da Administração Municipal,


preferencialmente dentre ocupantes de cargo em provimento efetivo.

§ 2º Em hipóteses justificadas, poderão ser convidados terceiros para compor a equipe de


apoio, ou mesmo sua integralidade.

Seção III
Da Comissão de Contratação

Art. 9º A comissão de contratação, permanente ou especial, designada pela autoridade de


que trata o art. 3º, deste Decreto, deverá ser formada por, no mínimo, 3 (três) membros, devendo ser
integrada, em sua maioria, por servidores efetivos do quadro permanente da Administração Pública
Municipal.

§ 1º A comissão de contratação atuará:


I - em substituição do agente de contratação em licitações que envolvam bens ou serviços
especiais;
II - na licitação de modalidade diálogo competitivo; e
III - nos procedimentos auxiliares e procedimentos para contratação direta.

§ 2º Os membros da comissão de contratação responderão solidariamente por todos os atos


praticados pela comissão, ressalvado expressa posição individual divergente, fundamentada e registrada em
ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão.

§ 3º A comissão de contratação poderá solicitar manifestação técnica do órgão de


assessoramento jurídico, do controle interno ou de outros setores do órgão ou da entidade, a fim de subsidiar
sua decisão, respeitadas as normas dispostas na seção I deste Capítulo.
§ 4º A comissão de contratação será presidida por um servidor efetivo do quadro
permanente da Administração Pública Municipal, o qual terá, no que couber, as atribuições do agente de
contratação, conforme estabelece a seção I deste Capítulo.

Art. 10. Para a licitação realizada na modalidade diálogo competitivo, a comissão de


contratação deverá ser composta de, pelo menos, 3 (três) servidores efetivos do quadro permanente da
Administração Pública Municipal, admitida a contratação de profissionais para assessoramento técnico da
comissão.

Art. 11. Nas contratações que envolvam bens ou serviços especiais cujo objeto não seja
rotineiramente contratado pela administração, a autoridade poderá contratar, por prazo determinado, serviço
de empresa ou de profissional especializado para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução
da licitação.

§ 1º A empresa ou o profissional especializado contratado na forma prevista no caput


assumirá responsabilidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará
termo de compromisso de confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e exclusiva dos
membros da comissão de contratação.

§ 2º A contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade os membros da comissão de


contratação, nos limites das informações recebidas do terceiro contratado.

Art. 12. No caso da modalidade concurso e nas demais licitações que utilizem o critério de
melhor técnica ou conteúdo artístico, o julgamento será efetuado por uma comissão especial, integrada por
pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, agentes públicos ou não.

Parágrafo único. A comissão a que se refere o caput deste artigo, no caso de concurso para
elaboração de documentos técnicos poderá, em relação à formação em arquitetura e engenharia, ser
homogênea ou heterogênea, podendo ser constituída exclusivamente por profissionais servidores ou
empregados públicos com formação nessas áreas.

Seção IV
Do Gestor de Contrato

Art. 13. O gestor do contrato é o gerente funcional, designado pela autoridade de que trata o
art. 3.º deste Decreto, a quem compete coordenar as atividades de administração, acompanhamento e
fiscalização técnica, administrativa e setorial (ou de execução) do contrato, desde sua concepção até a
finalização.

§ 1º São atribuições do gestor de contrato:


I - realizar reunião inicial com o preposto da empresa para início da execução do objeto,
quando necessário, com apresentação do plano de fiscalização, indicando as informações e obrigações
contratuais mais relevantes, os mecanismos de fiscalização, estratégia de execução do objeto, método de
aferição de resultados, quando houver, e sanções aplicáveis, dentre outros, registrando em ata;
II - analisar a documentação que antecede o pagamento;
III - analisar os pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato;
IV - analisar eventuais alterações contratuais, após ouvido o fiscal do contrato quando
houver, inclusive quando se tratar de prorrogação de prazo - em fornecimentos e serviços continuados - ou
de readequação de prazo nas demais hipóteses;
V - acompanhar o desenvolvimento da execução através de relatórios e demais documentos
relativos ao objeto contratado, monitorando constantemente o nível de qualidade da execução, anotando em
registro próprio e requerendo as correções de faltas, falhas e irregularidades;
VI - emitir documento comprobatório da avaliação realizada, com menção ao desempenho
na execução contratual, baseado em indicadores objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais
penalidades aplicadas, devendo constar do cadastro de atesto de cumprimento de obrigações, integrante do
Registro Cadastral de que trata o art. 87, da Lei nº 14.133/2021;
VII - determinar a substituição de colaborador quando ficar constatado o descumprimento
de obrigações relativas à execução do serviço, conforme descrito no Termo de Referência;
VIII - notificar o preposto da contratada da avaliação da execução do objeto ou avaliação do
desempenho e qualidade, quando cabível, abrindo prazo para manifestação quanto à execução com menor
nível de conformidade, a qual poderá ser aceita desde que comprovada a excepcionalidade da ocorrência,
resultante de fatores imprevisíveis e alheios ao controle do contratado;
IX - determinar o desconto no pagamento, conforme as regras previstas no TR e/ou
contrato, quando não for aceita a justificativa apresentada pela empresa para a notificação indicada no inciso
anterior;
X - realizar o recebimento definitivo do objeto;
XI - decidir provisoriamente a suspensão da entrega de bens ou a realização de serviços;
XII - responsabilizar-se pela digitalização e armazenamento dos documentos fiscais e
trabalhistas da contratada no sistema do município, quando couber, bem como no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP);
XIII - inserir os dados referentes aos contratos administrativos no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP), inclusive o relatório final de que trata o art. 174, § 3º, inciso VI, alínea d, da
Lei nº 14.133/2021;
XIV - pleitear a instauração de processo administrativo de responsabilização em caso de
descumprimento de obrigações contratuais;
XV - falar sobre a extinção do contrato, quando cabível;
XVI - esclarecer prontamente as dúvidas administrativas e técnicas e divergências surgidas
na execução do objeto contratado;
XVII - realizar reuniões periódicas com o preposto da contratada, se necessário;
XVIII - coordenar a atualização contínua do relatório de riscos durante a gestão do contrato,
com apoio dos fiscais técnico, administrativo e setorial;
XIX - promover as devidas comunicações em caso de indício de irregularidade no
recolhimento das contribuições abaixo:
a) no caso de contribuições previdenciárias, oficiar à Receita Federal do Brasil (RFB); e,
b) no caso do FGTS, oficiar ao Ministério do Trabalho.
XX - gerir saldos retidos em conta vinculada;
XXI - realizar outras atividades compatíveis com a função.

§ 2º A atribuição de que trata o inciso XX, do parágrafo anterior, poderá ser incumbida a
servidor especificamente designado pela autoridade competente para tal função.

Art. 14. Especificamente em relação aos contratos de prestação de serviço com regime de
dedicação exclusiva de mão de obra, compete, ainda, ao gestor de contrato, caso não haja designação de
fiscal administrativo e fiscal setorial, exercer, as funções referentes à tais fiscalizações.

Art. 15. O gestor de contrato deverá ser, preferencialmente, servidor público efetivo do
quadro permanente do Município, e previamente designado pela autoridade administrativa signatária do
contrato.
Art. 16. O gestor poderá ser auxiliado nas funções de fiscalização, por fiscais técnicos,
administrativos e setoriais ou de execução, com atribuições indicadas nas seções adiante.

Seção V
Do Fiscal de Contrato

Art. 17. A fiscalização contratual será realizada, preferencialmente, por servidor efetivo do
quadro permanente da Administração Pública Municipal designado na forma do art. 3º, deste Decreto, para
acompanhar e fiscalizar a execução do objeto, mediante fiscalização técnica, fiscalização administrativa e
fiscalização setorial ou de execução, conforme a natureza e complexidade do objeto.

Parágrafo único. A verificação da adequação do cumprimento do contrato deverá ser


realizada com base nos critérios previstos neste Regulamento, no respectivo edital e anexos, bem como no
contrato.

Art. 18. A função de fiscal de contrato deve ser atribuída preferencialmente a servidor com
experiência e conhecimento na área relativa ao objeto contratado, designado para auxiliar o gestor do
contrato quanto à fiscalização dos aspectos técnicos, administrativos e de execução do contrato.

Art. 19. A fiscalização não exclui nem reduz a responsabilidade da contratada, inclusive
perante terceiros, por qualquer irregularidade, ainda que resultante de imperfeições técnicas ou vícios
redibitórios, e, na ocorrência desta, não implica em corresponsabilidade da Administração ou de seus agentes
e prepostos, de conformidade com os arts. 119 e 120, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 20. A execução dos contratos deverá ser acompanhada e fiscalizada por meio de
instrumentos de controle, que compreendam a mensuração dos seguintes aspectos, no que couber:
I - os resultados alcançados em relação à contratada, com a verificação dos prazos de
execução e da qualidade demandada;
II - os recursos humanos empregados, em função da quantidade e da formação profissional
exigidas;
III - a qualidade e quantidade dos recursos materiais utilizados;
IV - a adequação dos serviços prestados à rotina de execução estabelecida;
V - o cumprimento das demais obrigações decorrentes do contrato; e
VI - a satisfação do público usuário.

Parágrafo único. O fiscal do contrato deverá verificar se houve subdimensionamento da


produtividade pactuada, sem perda da qualidade na execução do objeto e, em caso positivo, deverá
comunicar ao gestor de contrato para que promova a adequação contratual à produtividade efetivamente
realizada, respeitando-se os limites de alteração dos valores contratuais previstos no Capítulo VII, da Lei nº
14.133/2021.

Art. 21. O descumprimento total ou parcial das responsabilidades assumidas pela


contratada, inclusive quanto à obrigações sociais e trabalhistas, e a não manutenção das condições de
habilitação pelo contratado poderá ensejar a aplicação de sanções administrativas previstas no instrumento
convocatório e na legislação vigente, podendo culminar na extinção do contrato, conforme disposto no
Capítulo VIII do Título III e Capítulo I do Título IV, ambos da Lei nº 14.133/2021.

Parágrafo único. A Administração poderá conceder um prazo para que a contratada


regularize a situação quando não identificar má-fé ou a incapacidade da empresa de corrigir.
Subseção I
Da Fiscalização Técnica

Art. 22. Compete à fiscalização técnica dos contratos avaliar constantemente a execução do
objeto, podendo, se for o caso, utilizar o Instrumento de Medição de Resultado (IMR) ou outros
instrumentos de aferição da qualidade da execução do objeto, podendo ser realizado redimensionamento no
pagamento com base nos indicadores estabelecidos sempre que o contratado:
I - não produzir os resultados, deixar de executar, ou não executar com a qualidade mínima
exigida o objeto contratado; ou
II - deixar de utilizar materiais e recursos humanos exigidos para a execução do objeto ou
utilizá-los com qualidade ou quantidade inferior à demandada.

Parágrafo único. A utilização do IMR não impede a aplicação concomitante de outros


mecanismos para a avaliação da execução do objeto.

Art. 23. Durante a execução do objeto, na fase do recebimento provisório, o fiscal técnico
designado deverá monitorar constantemente o nível de qualidade da execução contratual para evitar a sua
degeneração, devendo para tanto:
I - proceder, conforme cronograma físico-financeiro, às medições de execução do objeto,
apontando faltas, falhas ou ilegalidades, aprovando a planilha de medição emitida pela contratada ou
conforme disposto em contrato;
II - adotar as medidas preventivas de controle dos contratos, inclusive manifestar-se a
respeito da suspensão da entrega de bens, a realização de serviços ou a execução de obras;
III - proceder às avaliações dos serviços executados pela contratada;
IV - determinar por todos os meios adequados a observância das normas técnicas e legais,
especificações e métodos exigíveis para a perfeita execução do objeto;
V - exigir o uso correto dos equipamentos de proteção individual e coletiva de segurança do
trabalho, quando cabível;
VI - determinar a retirada de qualquer empregado subordinado direta ou indiretamente à
contratada, inclusive empregados de eventuais subcontratadas, ou as próprias subcontratadas, que, a seu
critério, comprometam o bom andamento dos serviços;
VII - verificar a correta aplicação dos materiais, através de documento da contratada que
contenha a relação detalhada deles, de acordo com o estabelecido no contrato, com as respectivas
quantidades e especificações técnicas, tais como: marca, modelo, qualidade e forma de uso, data de
fabricação, número de identificação, etc.
VIII - requerer das empresas testes, exames e ensaios quando necessários, no sentido de
promoção de controle de qualidade da execução das obras e serviços ou dos bens a serem adquiridos;
IX - realizar, na forma do art. 140, da Lei nº 14.133/2021, o recebimento do objeto
contratado, quando for o caso.

§ 1º Na hipótese de comportamento contínuo de desconformidade na execução do objeto


em relação à qualidade exigida, bem como quando esta ultrapassar os níveis mínimos toleráveis previstos
nos indicadores, além dos fatores redutores, devem ser aplicadas as sanções à contratada de acordo com as
regras previstas no ato convocatório.

§ 2º É vedada a atribuição à contratada da avaliação de desempenho e qualidade da


execução do objeto de que trata este artigo.

Art. 24. No caso de obras e serviços de engenharia, além das atribuições constantes no
artigo anterior, o fiscal técnico, denominado fiscal da obra deverá ter formação da área de engenharia ou
arquitetura, competindo-lhe, ainda:
I - manter pasta atualizada, com projetos, alvarás, ART’s do CREA e/ou RRT’s do CAU
referente aos projetos arquitetônico e complementares, orçamentos e fiscalização, edital da licitação e
respectivo contrato, cronograma físico-financeiro e os demais elementos instrutores;
II - vistar o diário de obras, certificando-se de seu correto preenchimento;
III - verificar a correta instalação do canteiro de obras, inclusive quanto aos aspectos
ambientais;
IV - outras atividades compatíveis com a função.

Subseção II
Da Fiscalização Administrativa

Art. 25. Cabe ao fiscal administrativo prestar apoio técnico e operacional ao gestor do
contrato, auxiliando com as informações necessárias bem como na elaboração do documento comprobatório
de avaliação realizada na fiscalização do cumprimento das obrigações assumidas pelo contratado, cabendo-
lhe, ainda:
I - realizar as tarefas de controle dos prazos relacionados ao contrato e à formalização de
apostilamentos e de termos aditivos, ao acompanhamento do empenho e do pagamento e ao
acompanhamento de garantias e glosas;
II - verificar a manutenção das condições de habilitação da contratada, com a solicitação
dos documentos comprobatórios pertinentes, caso necessário;
III - examinar a regularidade no recolhimento das contribuições fiscais, trabalhistas e
previdenciárias;
IV - atuar tempestivamente na solução de eventuais problemas relacionados ao
descumprimento das obrigações contratuais e reportar ao gestor do contrato para que tome as providências
cabíveis, quando ultrapassar a sua competência;
V - conferir e certificar as faturas relativas às aquisições, serviços ou obras;
VI - realizar o recebimento provisório do objeto do contrato quando incumbido de tal
atribuição, mediante termo detalhado que comprove o cumprimento das exigências de caráter
administrativo.

Art. 26. A fiscalização administrativa, realizada nos contratos de prestação de serviços com
regime de dedicação exclusiva de mão de obra, poderá ser efetivada com base em critérios estatísticos,
levando-se em consideração falhas que impactem o contrato como um todo e não apenas erros e falhas
eventuais no pagamento de alguma vantagem a um determinado empregado.

§ 1º Na fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais referentes às


contratações de que trata o caput, exigir-se-á o cumprimento da Lei Municipal nº 4.853, de 13 de maio de
2016, e, ainda, o seguinte:
I - no caso de empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, serão exigidas
as seguintes comprovações:
a) recolhimento da contribuição previdenciária estabelecida para o empregador e de seus
empregados, conforme dispõe o art. 195, § 3º, da Constituição Federal, sob pena de rescisão contratual;
b) recolhimento do FGTS, referente ao mês anterior;
c) pagamento de salários no prazo previsto em Lei, referente ao mês anterior;
d) fornecimento de vale-transporte e auxílio-alimentação, quando cabível;
e) pagamento do 13º salário;
f) concessão de férias e correspondente pagamento do adicional de férias, na forma da Lei;
g) realização de exames admissionais e demissionais e periódicos, quando for o caso;
h) eventuais cursos de treinamento e reciclagem;
i) encaminhamento das informações trabalhistas exigidas pela legislação, tais como a RAIS
e o CAGED;
j) cumprimento das obrigações contidas em convenção coletiva, acordo coletivo ou sentença
normativa em dissídio coletivo de trabalho;
k) fornecimento de uniformes e EPI’s, quando for o caso, nas quantidades, qualidade e
prazos determinado pelas normas de regência; e
l) cumprimento das demais obrigações dispostas na Consolidação das Leis do Trabalho em
relação aos empregados vinculados ao contrato;
m) entrega de cópia do termo de rescisão dos contratos de trabalho dos empregados,
devidamente homologado quando exigível pelo sindicato da categoria, quando da extinção ou rescisão do
contrato, após o último mês de prestação dos serviços, no prazo definido no contrato, devendo a
documentação ser analisada no prazo de 30 (trinta) dias, contados de seu recebimento, prorrogável uma vez,
por igual período;
n) realização de entrevistas, a partir de seleção por amostragem, com os trabalhadores da
contratada para verificar as anotações contidas na Carteira de Trabalho e Previdência Social, devendo ser
observadas, entre outras questões, a data de início do contrato de trabalho, função exercida, a remuneração,
gozo de férias, horas extras, eventuais alterações dos contratos de trabalho e, se necessário, fiscalização no
local de trabalho do empregado.
II - no caso de cooperativas:
a) recolhimento da contribuição previdenciária do INSS em relação à parcela de
responsabilidade do cooperado;
b) recolhimento da contribuição previdenciária em relação à parcela de responsabilidade da
Cooperativa;
c) comprovante de distribuição de sobras e produção;
d) comprovante da aplicação do FATES - Fundo Assistência Técnica Educacional e Social;
e) comprovante da aplicação em fundo de reserva;
f) comprovação de criação do fundo para pagamento do 13º salário e férias; e
g) eventuais obrigações decorrentes da legislação que rege as sociedades cooperativas.
III - no caso de sociedades diversas, tais como as Organizações Sociais Civis de Interesse
Público – OSCIP’s e as Organizações Sociais, será exigida a comprovação de atendimento a eventuais
obrigações decorrentes da legislação que rege as respectivas organizações.
V - no caso de profissionais autônomos, regidos pelo art. 442-B, da Consolidação das Leis
do Trabalho, será exigida a comprovação do cumprimento das formalidades legais relacionadas à referida
contratação, bem como daquelas indicadas nas legislações próprias de regulamentação da profissão, como no
caso de médico, engenheiros, advogados, etc.

§ 2º Para efeito de recebimento provisório, ao final de cada período mensal, o fiscal


administrativo deverá verificar a efetiva realização dos dispêndios concernentes aos salários e às obrigações
trabalhistas, previdenciárias e com o FGTS do mês anterior, dentre outros, emitindo relatório que será
encaminhado ao gestor do contrato.

Art. 27. Além das disposições acima citadas, a fiscalização administrativa deverá observar,
ainda, as seguintes diretrizes:
I - fiscalização inicial (no momento em que a prestação de serviços é iniciada):
a) deve ser elaborada planilha-resumo do contrato administrativo, contendo informações
sobre todos os empregados terceirizados que prestam serviços no órgão ou entidade, divididos por contrato,
com os seguintes dados: nome completo, número de inscrição no CPF, função exercida, salário, adicionais,
gratificações, benefícios recebidos, sua especificação e quantidade (vale-transporte, auxílio-alimentação),
horário de trabalho, férias, licenças, faltas, ocorrências e horas extras trabalhadas;
b) a fiscalização das Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CPS) será feita por
amostragem, realizando-se a conferência de todas as anotações contidas na Carteira de Trabalho e
Previdência Social dos empregados, a fim de que se possa verificar se as informações nelas inseridas
coincidem com as informações fornecidas pela empresa e pelo empregado, dando-se especial atenção às
seguintes informações: data de início do contrato de trabalho; função exercida; remuneração corretamente
discriminada em salário-base, adicionais e gratificações; e eventuais alterações dos contratos de trabalho;
c) o número de terceirizados por função deve coincidir com o previsto no contrato
administrativo;
d) o salário não pode ser inferior ao previsto no contrato administrativo e na Convenção
Coletiva de Trabalho da Categoria (CCT);
e) devem ser consultadas eventuais obrigações adicionais constantes na CCT para as
empresas terceirizadas (por exemplo, se os empregados têm direito a auxílio-alimentação gratuito);
f) deve ser verificada a existência de condições insalubres ou de periculosidade no local de
trabalho, cuja presença levará ao pagamento dos respectivos adicionais aos empregados, obrigando, ainda,
que a empresa forneça determinados Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
II - no primeiro mês da prestação dos serviços, a contratada deverá apresentar a seguinte
documentação:
a) relação dos empregados, com nome completo, cargo ou função, horário do posto de
trabalho, números da carteira de identidade (RG) e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), e
indicação dos responsáveis técnicos pela execução dos serviços, quando for o caso;
b) carteira de trabalho e previdência social dos empregados admitidos e dos responsáveis
técnicos pela execução dos serviços, quando for o caso, devidamente assinadas pela contratada;
c) exames médicos admissionais dos empregados da contratada que prestarão os serviços; e
d) declaração de responsabilidade exclusiva da contratada sobre a quitação dos encargos
trabalhistas e sociais decorrentes do contrato.
Observação: Os documentos acima mencionados deverão ser apresentados para cada novo
empregado que se vincule à prestação do contrato administrativo. De igual modo, o desligamento de
empregados no curso do contrato de prestação de serviços deve ser devidamente comunicado, com toda a
documentação pertinente ao empregado dispensado, à semelhança do que se exige quando do encerramento
do contrato administrativo.
III - mensalmente, a ser feita antes do pagamento da fatura, nos termos da Lei Municipal nº
4853/2016:
a) regularidade fiscal federal unificada;
b) regularidade fiscal do FGTS;
c) regularidade da certidão negativa de débitos trabalhistas (CNDT);
d) regularidade fiscal estadual;
e) regularidade fiscal municipal;
f) comprovante de quitação da última folha de pagamento, decorrente da contratação
realizada;
g) verificar a retenção da contribuição previdenciária no percentual correspondente sobre o
valor da fatura, e dos impostos incidentes sobre a prestação do serviço;
h) consultar a situação da empresa junto aos cadastros disponíveis pela rede mundial de
computadores (por exemplo, SICAF, caso a informação esteja disponível para o Município);
i) exigir, quando couber, comprovação de que a empresa mantém reserva de cargos para
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, conforme disposto no art. 63, inciso IV, da
Lei nº 14.133/2021;
IV - fiscalização diária, a qual deve ser incumbida ao fiscal setorial, quando houver:
a) evitar ordens diretas dirigidas aos terceirizados que possam possibilitar ou dar causa a
atos de subordinação, vinculação hierárquica, prestação de contas, aplicação de sanção e supervisão direta
sobre os empregados, realizando a comunicação, sempre que possível, ao preposto da empresa, inclusive
quanto às reclamações ou cobranças relacionadas aos empregados terceirizados, salvo ordens relacionadas à
própria rotina e obrigações decorrentes da execução do serviço;
b) negociação de folgas e compensação de jornada não devem ser determinadas diretamente
pelo Município, uma vez que essa conduta é exclusiva do empregador;
c) conferir, por amostragem, diariamente, os empregados terceirizados que estão prestando
serviços e em quais funções, e se estão cumprindo a jornada de trabalho através de fiscais de execução ou
fiscais setoriais em cada local (prédios públicos) em que houver empregados terceirizados.
V - fiscalização procedimental:
a) observar a data-base da categoria prevista na CCT, verificando se os reajustes dos
empregados foram concedidos no dia e percentual previstos, devendo ser verificada pelo gestor do contrato a
necessidade de se proceder a repactuação do contrato, inclusive quanto à necessidade de solicitação da
contratada;
b) certificar-se de que a empresa observa a legislação relativa à concessão de férias e
licenças aos empregados;
c) certificar-se de que a empresa respeita a estabilidade provisória de seus empregados
(cipeiro, gestante, e estabilidade acidentária).
VI - fiscalização por amostragem:
a) solicitar a alguns colaboradores terceirizados, que verifiquem se as contribuições
previdenciárias e do FGTS estão ou não sendo recolhidas em seus nomes;
b) solicitar a alguns colaboradores terceirizados a apresentação dos extratos da conta do
FGTS;
c) solicitar à contratada, para entrega, no prazo de 15 (quinze) dias, quando solicitado pela
Administração, quaisquer dos seguintes documentos:
1) extrato da conta do INSS e do FGTS de qualquer empregado, a critério da Administração
contratante;
2) cópia da folha de pagamento analítica de qualquer mês da prestação dos serviços, em que
conste como tomador o órgão ou entidade contratante;
3) cópia dos contracheques assinados dos empregados relativos a qualquer mês da prestação
dos serviços ou, ainda, quando necessário, cópia de recibos de depósitos bancários; e
4) comprovantes de entrega de benefícios suplementares (vale-transporte, vale-alimentação,
entre outros), a que estiver obrigada por força de Lei, Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho,
relativos a qualquer mês da prestação dos serviços e de qualquer empregado.
Observação: O objetivo das fiscalizações por amostragem acima indicadas é que todos os
empregados tenham tido a comprovação de seus recolhimentos apresentadas ao final de um ano (sem que
isso signifique que a análise não possa ser realizada mais de uma vez em um mesmo empregado), garantindo
assim o “efeito surpresa” e o benefício da expectativa do controle.

Subseção III
Da Fiscalização Setorial ou Fiscalização de Execução

Art. 28. Quando a prestação de serviço for realizada em mais de um local, deverão ser
designados fiscais setoriais ou fiscais de execução, um em cada local, para o acompanhamento diário da
execução do objeto.

Art. 29. Compete ao fiscal setorial ou de execução realizar o acompanhamento da execução


do contrato nos aspectos técnicos e administrativos, devendo:
I - avaliar constantemente o cumprimento da rotina de execução indicada no TR;
II - conferir diariamente, ainda que por amostragem, se os empregados terceirizados estão
prestando os serviços e a jornada de trabalho determinada;
III - anotar, em registro próprio, todas as ocorrências relacionadas com a execução do
contrato, indicando dia, mês e ano, bem como o nome de eventuais empregados envolvidos na ocorrência, e
determinando o que for necessário à regularização de falhas ou defeitos observados, encaminhando os
apontamentos ao gestor de contrato para as providências cabíveis.
IV - comunicar imediatamente ao gestor de contrato as ausências, atrasos ou outras
intercorrências graves que prejudiquem a execução dos serviços;
V - cumprir outras responsabilidades determinadas no TR, contrato ou outros instrumentos
legais.

Seção VI
Disposições Gerais Relacionadas aos Gestores e Fiscais de Contrato

Art. 30. As atividades de gestão e fiscalização dos contratos devem ser realizadas de forma
preventiva, rotineira e sistemática, sendo exercidas por servidores formalmente cientificados da indicação e
das respectivas atribuições antes da formalização do ato de designação.

§ 1º Na designação de que trata o caput, serão considerados:


I - a compatibilidade com as atribuições do cargo;
II - a complexidade da fiscalização;
III - o quantitativo de contratos por agente público;
IV - a capacidade para o desempenho das atividades;

§ 2º Na forma do art. 18, § 1º, inciso X, da Lei nº 14.133/2021 poderá haver apontamento,
na fase de elaboração do estudo técnico preliminar, pela necessidade de capacitação dos servidores para a
gestão e fiscalização contratual.

§ 3º Excepcional e motivadamente, a gestão do contrato poderá ser exercida por setor,


departamento ou órgão específico da Administração Municipal, conforme designação realizada pelo Prefeito
Municipal, hipótese em que seu titular responderá pelas decisões e ações tomadas no seu âmbito de atuação.

§ 4º Nos casos de atraso ou de falta de designação, de desligamento e de afastamento


extemporâneo e definitivo do gestor ou de fiscal do contrato e do(s) respectivo(s) substituto(s), até que seja
providenciada a designação, as atribuições de gestor ou fiscal caberão ao responsável pela designação,
ressalvada a previsão em contrário em norma interna do órgão ou entidade.

Art. 31. Os gestores e fiscais de contrato poderão ser assistidos e subsidiados por terceiros
contratados pela Administração, observado o seguinte:
I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil objetiva pela
veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e
não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de contrato; e
II - a contratação de terceiros não eximirá o fiscal do contrato da responsabilidade, nos
limites das informações recebidas do terceiro contratado.

Art. 32. O gestor do contrato e os fiscais técnico, administrativo e setorial ou de execução


serão auxiliados pelo órgão de assessoramento jurídico e pelo controle interno, os quais deverão dirimir
dúvidas e subsidiá-los com informações para prevenir riscos na execução do contrato.

Art. 33. As decisões sobre solicitações e reclamações relacionadas à execução dos contratos
e os indeferimentos de requerimentos manifestamente impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum
interesse para a boa execução do contrato serão proferidas no prazo de 1 (um) mês, contado da data do
protocolo, exceto se houver disposição legal ou cláusula contratual que estabeleça prazo específico.

§ 1º O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, desde
que motivado.

§ 2º As decisões de que trata o caput serão tomadas pelo gestor do contrato, pelo fiscal do
contrato, pelo Prefeito ou, ainda, pelo Secretário Municipal de Administração ou responsável da Secretaria
interessada, nos limites de suas competências.

Art. 34. No exercício das atribuições de gestor e fiscal de contrato poderão ser observados
os procedimentos estabelecidos em manuais ou regulamentações editadas pelo Governo Federal.

Parágrafo único. Todo contrato terá, no mínimo, 1 (um) agente público formalmente
designado como gestor de contrato e/ou da ata de registro de preços e 1 (um) agente público designado como
responsável pela fiscalização da execução do objeto, observada a segregação de funções, observadas as
demais regras indicadas nas sessões do presente capítulo.

TÍTULO II
FASE PREPARATÓRIA

CAPÍTULO I
PROCEDIMENTO PARA O PLANEJAMENTO DAS LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES
PÚBLICAS

Art. 35. O Secretário Municipal de Administração é o responsável pela governança das


contratações, devendo implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos,
para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e respectivos contratos, promover um ambiente
íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às Leis
orçamentárias e promover eficiência, efetividade e eficácia nas contratações públicas.

§ 1º A governança das contratações deve ter os seguintes objetivos:


I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso
para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e
superfaturamento na execução dos contratos;
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável;
V - promover a internalização de tecnologias diferenciadas e sistemas construtivos
inovadores que promovam a melhoria na produtividade, sustentabilidade ambiental, eficiência e qualidade.

§ 2º Na Administração Indireta, a responsabilidade pela governança das contratações será


exercida pelo Diretor Executivo ou ocupante de cargo equivalente.

Seção I
Centralização dos procedimentos de aquisição de bens e serviços

Art. 36. Compete à Secretaria Municipal de Administração executar as atividades relativas


às licitações, observadas as regras de competência e os procedimentos para a realização de despesas da
Administração direta, autárquica e fundacional do Município, estabelecendo os parâmetros e procedimentos
referentes aos respectivos contratos, bem como adotar as medidas descritas no art. 19, da Lei nº 14.133/2021.

Parágrafo único. Deverá ser instituída “central de compras” na estrutura administrativa da


Secretaria, com o objetivo de realizar compras em grande escala, visando atender às necessidades dos
diversos órgãos e entidades sob sua competência, na forma do art. 181, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 37. O Município poderá instituir e integrar consórcios públicos com outros municípios,
com o objetivo de realizar compras em grande escala, com a finalidade de atingir os preceitos da Lei nº
14.133/2021.

Seção II
Da condução do processo na etapa interna

Art. 38. Na fase interna, a Administração elaborará os atos e expedirá os documentos


necessários para a caracterização do objeto a ser licitado e definição dos parâmetros do certame, tais como:
I - justificativa da contratação e da adoção da modalidade de licitação;
II - definição:
a) do objeto da contratação;
b) do orçamento e preço de referência, remuneração ou prêmio, conforme critério de
julgamento adotado;
c) dos requisitos de conformidade das propostas;
d) dos requisitos de habilitação;
e) das cláusulas que deverão constar do contrato, inclusive referentes a sanções e, quando
for o caso, a prazos de fornecimento; e
f) do procedimento da licitação, com a indicação da forma de execução, do modo de disputa
e do critério de julgamento.
III - justificativa técnica, com a devida aprovação da autoridade competente, no caso de
adoção da inversão de fases prevista no § 1º, do art. 17, da Lei nº 14.133/2021;
IV - justificativa, quando for o caso, para:
a) a fixação dos fatores de ponderação na avaliação das propostas técnicas e de preço,
quando escolhido o critério de julgamento por técnica e preço;
b) a indicação de marca ou modelo;
c) a exigência de amostra;
d) a exigência de certificação de qualidade do produto ou do processo de fabricação; e
e) a exigência de carta de solidariedade emitida pelo fabricante;
f) a vantajosidade da divisão do objeto da licitação em lotes ou parcelas para aproveitar as
peculiaridades do mercado e ampliar a competitividade, desde que a medida seja viável técnica e
economicamente e não haja perda de economia de escala;
g) a vedação da participação de pessoa jurídica em consórcio;
h) os índices e valores para a avaliação de situação econômico-financeira suficiente para o
cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.
V - previsão dos recursos orçamentários necessários, com a indicação das rubricas, exceto
na hipótese de licitação em que se utilize o sistema de registro de preços;
VI - declaração de compatibilidade com o plano plurianual, no caso de investimento cuja
execução ultrapasse um exercício financeiro e o impacto orçamentário a que se refere a inciso II, do art. 16,
da Lei de Responsabilidade Fiscal;
VII - Termo de Referência, Anteprojeto, Projeto Básico e/ou Projeto Executivo, que
contenha conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar
os serviços e obras a serem contratados ou os bens a serem fornecidos;
VIII - instrumento convocatório e respectivos anexos;
IX - minuta do termo do contrato, ou instrumento equivalente, ou minuta da ata de registro
de preços, conforme o caso;
X - ato de designação do agente de contratação e da equipe de apoio;
XI - planilha estimativa;
XII - informação jurídica; e
XIII - autorização de abertura da licitação.
Art. 39. O Termo de Referência, anteprojeto, Projeto Básico ou Projeto Executivo poderá
prever requisitos de sustentabilidade ambiental, além dos previstos na legislação aplicável.

CAPÍTULO II
INSTRUMENTOS DA FASE PREPARATÓRIA DO PROCESSO LICITATÓRIO

Art. 40. A fase preparatória do processo licitatório caracteriza-se pelo planejamento da


contratação, devendo atender aos preceitos da Lei nº 14.133/2021, bem como às disposições deste Decreto e
de outros instrumentos legais relacionados, devendo compatibilizar-se com as Leis orçamentárias, por meio
da utilização dos mecanismos de Plano de Contratações Anual (PCA), Estudo Técnico Preliminar (ETP) e,
conforme o objeto a ser contratado, do Termo de Referência (TR), do Anteprojeto, do Projeto Básico (PB)
e/ou Projeto Executivo (PE).

Seção I
Plano de Contratações Anual

Art. 41. O Plano de Contratações Anual - PCA, como mecanismo de planejamento de


compras, obras, serviços em geral e serviços de engenharia, poderá ser elaborado com base em documentos
de formalização de demandas ou outros instrumentos e deverá considerar a expectativa de consumo anual,
tendo por objetivo:
I - racionalizar as contratações das unidades administrativas de sua competência, por meio
da promoção de contratações centralizadas e compartilhadas, a fim de obter economia de escala,
padronização de produtos e serviços e redução de custos processuais;
II - garantir o alinhamento com o planejamento estratégico e com outros instrumentos de
governança existentes;
III - subsidiar a elaboração das Leis orçamentárias;
IV - evitar o fracionamento de despesas; e
V - sinalizar intenções ao mercado fornecedor, de forma a aumentar o diálogo potencial
com o mercado e incrementar a competitividade.

Art. 42. O PCA será elaborado pela Secretaria Municipal de Administração, contendo, no
mínimo:
I - as compras, obras e serviços, em geral e de engenharia, a serem realizados no ano
subsequente;
II - a estimativa de recursos financeiros necessários para as contratações a que se refere o
inciso I deste artigo;
III - a programação das etapas de planejamento da contratação, bem como dos
procedimentos licitatórios respectivos, com elaboração do calendário de contratação, por grau de prioridade
da demanda, considerado o prazo de tramitação do processo de contratação - incluindo a etapa de
planejamento -, a data estimada para o término do processo e respectiva contratação e a disponibilidade
orçamentária e financeira.

§ 1º Para subsidiar a Secretaria Municipal de Administração na elaboração do PCA, os


órgãos e entidades da Administração Pública Municipal deverão promover, até o dia 31 de julho de cada ano,
o levantamento das seguintes informações:
I - descrição sucinta do objeto, com sua classificação como compra, obra, serviço de
engenharia ou serviço em geral;
II - justificativa da necessidade da contratação;
III - quantidade a ser contratada;
IV - estimativa preliminar do valor, por procedimento simplificado, podendo, inclusive, ser
adotado como parâmetro, o valor despendido no exercício anterior, corrigido monetariamente;
V - grau de prioridade da contratação em baixo, médio ou alto, de acordo coma metodologia
estabelecida pelo próprio órgão ou pela entidade contratante (Departamento de Gestão de Compras);
VI - data desejada para a contratação;
VII - indicação de vinculação ou dependência do objeto com outras contratações para a sua
execução, com vistas a determinar a sequência em que as contratações serão realizadas;

§ 2º O levantamento de que trata o parágrafo anterior deverá incluir:


I - as contratações diretas, nas hipóteses previstas nos arts. 74 e 75, da Lei nº 14.133/2021; e
II - as contratações que envolvam recursos provenientes do Estado, da União ou de outras
fontes de recursos.

§ 3º Recebidas as informações acima, caberá à Secretaria Municipal de Administração


realizar o tratamento dos dados, consolidando-os e elaborando a programação de que trata o inciso III, do
caput, até o dia 31 de agosto de cada ano.

§ 4º O Plano de Contratações será remetido à Secretaria Municipal de Planejamento até 31


de agosto de cada ano, para subsidiar a elaboração da Lei orçamentária anual para o exercício seguinte.

Art. 43. Ficam dispensadas de registro no Plano de Contratações Anual - PCA:


I - as informações classificadas como sigilosas, nos termos da Lei nº 12.527/2011 e do
Decreto Municipal nº 178/2019 ou abrangidas pelas demais hipóteses legais de sigilo;
II - as contratações realizadas por meio de concessão de suprimento de fundos;
III - as hipóteses previstas nos incisos VI, VII e VIII, do caput, do art. 75, da Lei nº
14.133/2021;
IV - as pequenas compras e prestações de serviço de pronto pagamento, de que trata o § 2º,
do art. 95, da Lei nº 14.133/2021.

Parágrafo único. Na hipótese de classificação parcial das informações de que trata o inciso I
do caput como sigilosa, as partes que não sejam assim classificadas serão cadastradas no Plano de
Contratações Anual, quando couber.

Art. 44. Durante a sua execução, o Plano de Contratações Anual poderá ser alterado, com
inclusão, alteração ou exclusão de contratações, devendo ser apresentada a justificativa dos fatos que
ensejaram a mudança, realizando-se as alterações na Lei Orçamentária Anual, se necessário.

Art. 45. O PCA e suas alterações deverão ser divulgados e mantidos à disposição do público
no sítio eletrônico oficial do Município, devendo ser observado pelos órgãos e entidades da administração
municipal na realização de licitações e na execução dos contratos.

Seção II
Estudo Técnico Preliminar

Art. 46. O Estudo Técnico Preliminar - ETP é o documento constitutivo da primeira etapa
do planejamento de uma contratação, que caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor solução e
dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela
viabilidade da contratação.

Parágrafo único. O ETP deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor
solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica socioeconômica, sociocultural e ambiental da
contratação, abordando todas as questões técnicas, mercadológicas e de gestão da contratação.

Art. 47. O ETP deverá ser elaborado pelo órgão ou entidade demandante, podendo ser
auxiliado por outros órgãos ou entidades da Administração Pública Municipal com expertise no objeto da
licitação que se pretende contratar, devendo ser observadas as disposições contidas na Lei nº 14.133/2021,
bem como as diretrizes contidas no presente Decreto.

Art. 48. São diretrizes gerais para a elaboração do ETP:


I - listar e examinar as normas que disciplinam o objeto a ser contratado, de acordo com a
sua natureza;
II - analisar a contratação anterior, ou a série histórica, se houver, para identificar as
inconsistências ocorridas nas fases de planejamento da contratação, seleção do fornecedor e gestão do
contato, com a finalidade de prevenir a ocorrência dessas nos ulteriores anteprojetos, termos de referência ou
projetos básicos e/ou executivos;
III - ao final da elaboração do ETP, avaliar:
a) a necessidade de classificá-lo nos termos da Lei nº 12.527/2011 (Lei do Acesso à
Informação);
b) qual a solução mais vantajosa para a Administração, apontando, por exemplo, a
realização de processo de licitação, de processo de contratação direta, a adesão a ata de registro de preço de
órgão ou entidade do próprio Município, ou de entidades estaduais, distritais ou federais.

Art. 49. São diretrizes específicas para elaboração do ETP, considerados os elementos
descritos no art. 18, § 1º, da Lei nº 14.133/2021:
I - descrição da necessidade da contratação, considerando o problema a ser resolvido sob a
perspectiva do interesse público, atentando que a justificativa da necessidade deve ser fornecida pela unidade
requisitante da contratação, e, ainda:
a) definir e justificar:
1) se a licitação se destina ao fornecimento de bens ou à prestação de serviço, ou, ainda, à
contratação de obra ou serviço de engenharia, classificando o objeto quanto à sua natureza em comum ou
especial;
2) em caso de serviço, se demandará regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou não;
b) indicar se se trata de hipótese de dispensa ou inexigibilidade de licitação quando cabível
tal classificação desde logo;
c) avaliar a duração inicial do contrato, apontando a possibilidade de prorrogação caso se
trate de serviços ou fornecimentos contínuos;
II - demonstração da previsão da contratação no plano de contratações anual ou justificativa
para a sua não inclusão, de modo a indicar o seu alinhamento com o planejamento da Administração,
fazendo referência, ainda, a outros instrumentos de planejamento, como Planos Municipais e políticas
públicas a que esteja vinculada a contratação.
III - requisitos da contratação:
a) elencar os requisitos necessários ao atendimento da necessidade;
b) incluir, se possível, critérios e práticas de sustentabilidade, inclusive de logística reversa,
que devem ser veiculados como especificação técnica do objeto ou como obrigação do contratado;
c) identificar a necessidade de transição contratual, com transferência de conhecimento,
tecnologia e técnicas empregadas;
d) apontar se haverá aplicação de regras de tratamento favorecido e simplificado para
ME/EPP de que trata a Lei Complementar nº 123/2006 e, ainda, se a contratação integra o Programa
Municipal de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Local e Regional denominado “COMPRA
MARECHAL”;
e) indicar se será permitida a participação de cooperativas de trabalho, bem como de
associações sem finalidade lucrativa;
f) quando o ETP demonstrar que a avaliação e a ponderação da qualidade técnica das
propostas que superarem os requisitos mínimos estabelecidos no edital são relevantes aos fins pretendidos
pela Administração nas licitações, deverá ser escolhido o critério de julgamento de técnica e preço, conforme
o disposto no § 1º, do art. 36, da Lei nº 14.133/2021.
IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das memórias de
cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que considerem interdependências com outras contratações,
de modo a possibilitar economia de escala:
a) definir e documentar o método para a estimativa das quantidades a serem contratadas;
b) utilizar informações das contratações anteriores, se for o caso;
c) para os casos em que houver a necessidade de materiais específicos, cuja previsibilidade
não se mostra possível antes da contratação, avaliar a inclusão de mecanismos para tratar essa questão.
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas possíveis, e
justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a contratar:
a) considerar diferentes fontes, podendo ser analisadas contratações similares feitas por
outros órgãos e entidades, com o objetivo de identificar a existência de novas metodologias, tecnologias ou
inovações que melhor atendam às necessidades da Administração;
b) em situações específicas ou nos casos de complexidade técnica do objeto, poderá ser
realizada audiência pública para coleta de contribuições, a fim de definir a solução mais adequada visando
preservar a relação custo-benefício;
c) para opção entre compra ou locação de bens, devem ser avaliados os custos e os
benefícios de cada opção para escolha da alternativa mais vantajosa; e
d) devem ser consideradas outras opções menos onerosas à Administração, tais como
chamamentos públicos de doação e permutas;
e) caso após o levantamento de mercado, a quantidade de fornecedores for considerada
restrita, deve-se verificar se os requisitos que limitam a participação são realmente indispensáveis,
flexibilizando-os sempre que possível.
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários referenciais, das
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado, se a
Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão da licitação.
VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à
manutenção e à assistência técnica, quando for o caso.
a) a descrição da solução deve ter por finalidade a contratação mais vantajosa para a
Administração, a qual deve ser dar pelo menor dispêndio, considerado o ciclo de vida do objeto - em caso de
aquisição de bens - ou da parcela de serviço composta por bens, levando-se em consideração fatores
economicamente relevantes, objetivamente mensuráveis, podendo ser considerados custos relativos a
manutenção, utilização reposição, depreciação, impacto ambiental e descarte ou logística reversa;
b) no levantamento de custo relacionados ao ciclo de vida do objeto podem ser
considerados:
1) histórico de contratos anteriores, conforme ocorrências anotadas e relatórios formalmente
produzidos;
2) séries estatísticas disponibilizadas por instituições públicas ou privadas, com
competência técnica compatível;
3) publicações especializadas; e
4) trabalhos técnicos e acadêmicos.
c) no processo de contratação que considere o custo do ciclo de vida do objeto após a sua
entrega, deverá ser utilizado, preferencialmente, o regime de contratação de fornecimento e prestação de
serviço associado, de forma a garantir que os valores ofertados na proposta para o custo do ciclo de vida
sejam executados pelo contratado.
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da contratação:
a) o parcelamento é a regra, devendo a licitação, sempre que possível, ser realizada por
item, desde que se verifique não haver prejuízo para o conjunto da solução ou perda de economia de escala,
visando propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não disponham de capacidade para
execução da totalidade do objeto, possam faze-lo com relação a itens ou unidades autônomas;
b) definir e documentar o método para avaliar se o objeto é divisível, levando em
consideração o mercado fornecedor, podendo ser parcelado caso a contratação nesses moldes assegure
concomitantemente:
1) ser técnica e economicamente viável;
2) que não haverá perda de escala;
3) que haverá melhor aproveitamento do mercado e ampliação da competitividade.
IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de melhor
aproveitamento dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis:
a) declarar os benefícios diretos e indiretos que o órgão ou entidade almeja com a
contratação, em termos de economicidade, eficácia, eficiência, de melhor aproveitamento de recursos
humanos, materiais e financeiros disponíveis;
b) declarar os benefícios referentes a impactos ambientais positivos (por exemplo,
diminuição do consumo de plástico, de papel, de energia elétrica), bem como, se for o caso, de melhoria da
qualidade de produtos ou serviços oferecidos à sociedade.
X - providências a serem adotadas pela administração previamente à celebração do contrato,
inclusive quanto à capacitação de servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual:
a) elaborar cronograma com todas as atividades necessárias à adequação do ambiente da
organização para que a contratação surta seus efeitos, com indicação dos respectivos responsáveis pelos
ajustes nos diversos setores;
b) juntar o cronograma ao processo e incluir no Mapa de riscos, os riscos de a contratação
fracassar caso os ajustes não ocorram em tempo.
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes:
a) descrever outras contratações necessárias para que sejam produzidos os resultados
pretendidos pela Administração Pública;
b) caso se trate de contratações a serem realizadas, apontar prazo para que sejam
providenciadas, indicando, ainda, o responsável por providenciá-las;
c) caso não haja contratações correlatas ou interdependentes, apontar tal condição.
Indicando que a contratação representa a solução integral para a necessidade pública;
d) entende-se por contratação correlata, aquelas cujos objetos sejam similares ou
correspondentes entre si;
e) entende-se por contratação interdependente, aquelas em que a execução da contratação
tratada poderá afetar ou ser afetada por outras contratações da Administração Pública.
XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras,
incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros recursos, bem como logística reversa para
desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável;
XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para o atendimento da
necessidade a que se destina:
a) declarar explicitamente se a contratação é viável ou não, justificando com base nos
elementos anteriores do estudo preliminar.

§ 1º O ETP deve conter, no mínimo, os elementos descritos nos incisos I, IV, VI, VIII e
XIII, supra, devendo ser justificada a ausência dos demais elementos.

§ 2º Nas hipóteses em que a licitação vise o atendimento da necessidade de diversas


Secretarias/órgãos, o ETP poderá ser realizado pela Secretaria Municipal de Administração, englobando a
integralidade da demanda.
§ 3º Na análise dos requisitos da contratação de que trata o inciso III, do caput, deste artigo,
a ponderação acerca do afastamento das regras de tratamento favorecido e simplificado para ME/EPP de que
trata a Lei Complementar nº 123/2006, especificamente no que se refere aos benefícios indicados no art. 48,
da mesma norma legislativa, deverá levar em consideração o seguinte:
I - quanto à comprovação da inexistência do número mínimo de três fornecedores
competitivos de que trata o inciso II, do art. 49, da Lei Complementar nº 123/2006, poderão ser adotadas,
dentre outras, as seguintes justificativas:
a) verificação da inexistência de um mínimo de 3 (três) beneficiários do tratamento
diferenciado sediados no local ou região, por meio de declaração prévia obrigatória dos licitantes na
licitação;
b) ausência de participação efetiva de um mínimo de 3 (três) beneficiários do tratamento
diferenciado sediadas local ou regionalmente em licitação com o mesmo objeto e na mesma região;
c) consulta à Associação Comercial e Industrial de Marechal Cândido Rondon -
ACIMACAR e/ou às associações dos demais municípios da região, ou, ainda, à cadastro informatizado de
fornecedores que identifique os fornecedores locais e regionais;
d) estudos de mercado ou pareceres técnicos.
II - quanto à não vantajosidade de que trata o inciso III, do art. 49 da Lei Complementar nº
123/2006, poderão ser consideradas, dentre outras, as seguintes situações:
a) quando a contratação resultar em preço superior ao valor estabelecido como referência;
b) quando restar justificado que pode causar grandes transtornos operacionais para o órgão
ou entidade contratante;
c) quando a natureza do bem, serviço ou obra, ou as práticas e regras usuais de mercado
forem incompatíveis com a aplicação do benefício.

Art. 50. Na elaboração do ETP, deverá, preferencialmente, ser adotado o modelo


padronizado disponibilizado pelo Município.

Parágrafo único. Justificadamente poderão ser adotados ETP disponibilizados por outros
entes, dentre os quais, os modelos disponibilizados no Sistema ETP Digital do Governo Federal, nos termos
da Portaria SEGES nº 355, de 9 de agosto de 2019 e IN SEGES nº 58/2022, ou outro ato normativo que
venha a substituí-los, cabendo, nesse caso, a indicação expressa acerca da não adoção do modelo
padronizado pelo Município.

Art. 51. Quando executados recursos estaduais ou federais, deverá ser observada a
legislação incidente, a fim de verificar a necessidade de observação dos normativos do respectivo ente
repassador dos recursos.

Art. 52. A elaboração do ETP:


I - será facultativa nas hipóteses do art. 75, dos incisos I, II, VII e VIII e do art. 90, § 7º, da
Lei nº 14.133/2021;
II - será dispensada no caso do art. 75, inciso III, da Lei nº 14.133/2021 e para as
prorrogações de contratos de serviços e fornecimentos contínuos.

Subseção I
Enquadramento do objeto nas categorias “comum” e “de luxo”

Art. 53. Para atendimento das disposições do art. 20, § 1º da Lei nº 14.133/2021, considera-
se:
I - bem e serviço comum, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade atendam
restritamente as características técnicas e funcionais da necessidade essencial do bem ou serviço a ser
adquirido;
II - bem de consumo de luxo, aquele:
a) que se revelar, sob os aspectos de qualidade e preço, superior ao necessário para a
execução do objeto e satisfação das necessidades da Administração Municipal;
b) cujos padrões descritivos ultrapassam demasiadamente a necessidade essencial do bem
ou serviço a ser adquirido.

§ 1º Não será enquadrado como bem de luxo aquele que, mesmo considerado na definição
do parágrafo anterior:
I - for adquirido a preço equivalente ou inferior ao preço do bem e qualidade comum de
mesma natureza; ou
II - tenha as características superiores justificadas em face da estrita atividade do órgão ou
da entidade.

§ 2º Compete à Autoridade máxima do Órgão solicitante, a decisão motivada para a


aquisição mencionada no parágrafo anterior.

Seção III
Análise de Riscos

Art. 54. Independentemente da formulação ou implementação de matriz de risco, deverá ser


promovida, durante a fase preparatória e antes da elaboração do anteprojeto, termo de referência ou projeto
básico, a análise de riscos que possam comprometer o sucesso da licitação ou da contratação direta e da boa
execução contratual.

Parágrafo único. Sempre que possível, a análise dever levar em consideração o histórico de
licitações, inclusive desertas ou fracassadas, e contratações anteriores com objeto semelhante, aferindo-se e
sanando-se de antemão, eventuais questões controversas, erros ou incongruências do procedimento.

Art. 55. Para análise dos riscos, deverão ser levadas em consideração as regras dispostas na
Lei nº 14.133/2021, bem como aquelas indicadas no Título IV, Capítulo V deste Decreto, que trata das
práticas contínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle preventivo, adotando-se processo de
gerenciamento que tenha por finalidade identificar, analisar, avaliar, tratar, registrar, monitorar e comunicar
potenciais eventos ou situações, visando dar razoável certeza quanto ao alcance dos objetivos da instituição,
com as seguintes etapas:
I - identificação de riscos: processo de busca, reconhecimento e descrição de riscos, que
envolve a identificação de suas fontes, causas e consequências potenciais, podendo envolver dados
históricos, análises teóricas, opiniões de pessoas informadas e de especialistas, e as necessidades das partes
interessadas;
II - análise de riscos: compreensão das causas e consequências imediatas, envolvendo a
consideração detalhada de incertezas, fontes de risco, cenários, controles e sua eficácia;
III - avaliação de riscos: processo que visa apoiar decisões sobre como responder a riscos e
que envolve a comparação de resultados da análise de riscos com o nível de risco que o órgão está disposto a
aceitar, devendo ser levada em consideração a escala de probabilidade e a escala de impacto de que tratam os
§§ 5º e 6º, do art. 382, deste Decreto;
IV - tratamento de riscos: qualquer ação adotada para lidar com risco, podendo consistir em:
a) evitar o risco pela decisão de não iniciar ou descontinuar qualquer atividade à qual o risco
está relacionado;
b) mitigar o risco em sua probabilidade de ocorrência e/ou suas consequências;
c) compartilhar o risco com outra parte; e
d) aceitar o risco por uma escolha consciente e justificada;
V - monitoramento de riscos: consiste nas atividades de controle, coleta e análise de
informações, registro de resultados e relato que por meio das quais se mensura a aplicação das respostas aos
riscos.

Parágrafo único. Para efetivação da análise de risco poderão ser utilizados manuais,
referenciais e modelos disponibilizados pelo Governo Federal, Governo Estadual, órgãos oficiais de controle
e assessoramento jurídico e/ou Cortes de Contas.

Art. 56. A análise de riscos deve, preferencialmente, ser realizada pela equipe de
planejamento da contratação, sendo recomendado que, desde logo, haja definição dos responsáveis pelas
ações de tratamento de riscos e ações de contingência.

§ 1º Caso a análise não seja realizada pela equipe de planejamento da contratação, a


indicação do(s) responsável(eis) pela sua realização deve ser indicada por referida equipe ou, ainda, pela
autoridade máxima do órgão contratante.

§ 2º Ao final do processo de análise de riscos, deverá ser elaborada matriz de alocação de


riscos, que integrará o processo licitatório como anexo do Termo de Referência.

Seção IV
Termo de Referência

Art. 57. O Termo de Referência - TR é o documento elaborado a partir dos estudos técnicos
preliminares e deve conter o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar os serviços a serem contratados ou os bens a serem fornecidos, capazes de
permitir à Administração a adequada avaliação dos custos com a contratação e orientar a correta execução,
gestão e fiscalização do contrato.

Art. 58. O TR deverá ser elaborado de acordo com os requisitos previstos no inciso XXIII,
do caput, do art. 6º e no § 1º, do art. 40, da Lei nº 14.133/2021, observadas as seguintes diretrizes:
I - definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do contrato e, se for
o caso, a possibilidade de sua prorrogação:
a) descrever claramente o objeto, com indicação de seus elementos essenciais, de modo a
permitir que os licitantes tenham conhecimento das especificações necessárias para garantir a qualidade da
contratação;
b) levar em consideração as normas técnicas existentes elaboradas pela ABNT, ou outros
órgãos, quanto a requisitos mínimos de qualidade, utilidade, resistência e segurança, a fim de permitir a
melhor contratação;
c) levar em consideração especificações constantes de catálogos eletrônicos padronizados,
quando cabível;
d) especificar a garantia legal (CDC) e/ou contratual exigida e as condições de manutenção
e assistência técnica, quando for o caso;
e) evitar especificações que:
1) por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem, injustificadamente a
competitividade ou direcionem ou favoreçam a contratação de empresa/objeto específico;
2) não representem a real demanda de desempenho do órgão ou entidade contratante, não se
admitindo especificações que deixem de agregar valor ao resultado da contratação ou sejam superiores às
necessidades do órgão ou entidade;
3) estejam defasadas tecnológica e/ou metodologicamente ou com preços superiores a
serviços/objetos com melhor desempenho;
f) indicar aspectos relacionados à sustentabilidade, inclusive logística reversa
g) indicar os quantitativos, consideradas as demandas de todos os órgãos/entidades
participantes;
h) justificar o parcelamento ou não da contratação;
i) indicar a natureza do objeto, classificando-o como:
1) fornecimento de bens, comuns ou especiais, contínuos ou não;
2) prestação de serviços comuns ou especiais, contínuos ou contratados por escopo, com
regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou não.
j) indicar o regime de execução ou fornecimento;
k) indicar o prazo de vigência da ata de registro de preços e a possibilidade de prorrogação,
quando cabível;
l) indicar o prazo de vigência dos contratos, e a possibilidade de prorrogação, quando
cabível;
m) indicar o valor estimado da contratação, levando-se em consideração as regras dos arts.
23 e 24 da Lei 14.133/2022 e as constantes do presente Decreto de Regulamentação.
II - fundamentação da contratação: referência aos estudos técnicos preliminares
correspondentes ou, quando não for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não
contiverem informações sigilosas.
III - descrição da solução como um todo:
a) considerar todo o ciclo de vida do objeto, fazendo a transcrição ou síntese do mesmo item
dos estudos técnicos preliminares, com eventuais atualizações decorrentes da colaboração da própria
Secretaria interessada ou da equipe de planejamento da contratação, que pode ter amadurecido a descrição da
solução;
b) indicar todos os elementos a serem produzidos/contratados/executados para que a
contratação produza os resultados pretendidos;
c) indicar contratações correlatas ou interdependentes, quando existentes.
IV - requisitos da contratação:
a) transcrever o item “Requisitos da contratação” dos Estudos Preliminares, podendo ser
realizadas eventuais atualizações pela equipe de Planejamento da Contratação ou pela Secretaria interessada,
decorrentes do amadurecimento em relação aos requisitos que a solução deverá atender;
b) definir sobre a aplicação das disposições constantes nos arts. 42 a 49, da Lei
Complementar nº 123/2006 e respectivas regulamentações municipais;
c) definir se haverá ou não possibilidade de as empresas concorrerem em consórcio,
estabelecendo as respectivas regras e limites;
d) definir se haverá exigência de percentual mínimo de mão de obra responsável pela
execução do objeto constituído por mulheres vítimas de violência doméstica e/ou egressos do sistema
prisional;
e) definir as garantias de execução contratual, e garantia de proposta, quando necessário,
especificando prazos, percentuais, modo e condicionantes de prestação, de substituição, de liberação e de
renovação.
1) no caso de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, avaliar a
inclusão de exigências de que a garantia possua previsão de cobertura para o pagamento de encargos
trabalhistas e previdenciários não quitados pela contratada.
V - modelo de execução do objeto: definição de como o contrato deverá produzir os
resultados pretendidos, desde o início até seu encerramento, descrevendo a dinâmica do contrato, constando,
sempre que possível:
a) definir o prazo para início da execução e/ou entrega do bem, devendo ser compatível com
a necessidade, natureza e complexidade do objeto;
b) descrever de forma detalhada os métodos e rotinas, frequência e periodicidade e
cronograma de execução/fornecimento, indicando as tarefas significativas e seus respectivos prazos, quando
couber;
c) indicar os locais e horários de funcionamento, entre outras informações relevantes para a
execução do objeto;
d) indicar os procedimentos, metodologias e tecnologias e serem empregadas, quando for o
caso;
e) definir o método para quantificar os volumes de serviço ou fornecimento a serem
demandados ao longo do contrato, se for o caso, devidamente justificados;
f) definir os mecanismos para os casos em que houver necessidade de materiais específicos
cuja previsibilidade não se mostra possível antes da contratação, se for o caso;
g) definir a possiblidade de substituição do instrumento de contrato por outro instrumento
hábil, quando cabível;
h) definir o modelo de Ordem de Compra/Serviço que será utilizado nas etapas de
solicitação, acompanhamento, avaliação e atestação do objeto, sempre que a execução for por meio de
tarefas específicas ou em etapas e haja necessidade de autorização expressa prevista em contrato, devendo
conter, no mínimo:
1) identificação do pedido;
2) identificação da contratada;
3) definição e especificação dos serviços a serem realizados ou dos bens a serem fornecidos;
4) no caso de serviço, prévia estimativa da quantidade de horas demandadas na realização
da atividade designada, com a respectiva metodologia utilizada para a sua quantificação, nos casos em que a
única opção viável for a remuneração de serviços por horas trabalhadas;
5) no caso de fornecimento, estimativa das quantidades para o período, consideradas as
quantidades totais e o prazo de execução do objeto;
6) demais detalhamentos compatíveis com a execução do objeto;
7) local de realização dos serviços ou de fornecimento do bem;
8) recursos financeiros;
9) critérios de avaliação a serem realizados; e
10) identificação dos responsáveis pela solicitação, avaliação e ateste da execução do
objeto.
i) Apontar obrigações do contratante e do contratado, sendo que, na contratação de serviços
de natureza intelectual ou outro serviço em que o órgão ou entidade identifique a necessidade, deverá ser
estabelecida como obrigação da contratada realizar a transição contratual com transferência de
conhecimento, tecnologia e técnicas empregadas, sem perda de informações, podendo exigir, inclusive, a
capacitação dos técnicos da contratante ou da nova empresa que continuará a execução dos serviços;
j) indicar os deveres e disciplina exigidos na execução do objeto;
k) descrever as demais especificações que se fizerem necessárias para a execução do objeto;
l) tratar da possibilidade ou não de subcontratação e respectivas regras;
m) apontar as disposições relacionadas à alteração subjetiva;
n) tratar do reajustamento dos preços do contrato.
VI - modelo de gestão do contrato:
a) definir os atores que participarão da gestão do contrato (acompanhamento e fiscalização);
b) indicar a possibilidade de designação de fiscais administrativos, técnicos e de execução
(ou setoriais) para auxiliar no exercício da fiscalização contratual;
c) definir os mecanismos de comunicação a serem estabelecidos entre o órgão ou entidade e
o contratado.
VII - critérios de medição e pagamento:
a) definir a forma de aferição/medição do objeto para efeito de recebimento provisório e
definitivo, e de pagamento com base no resultado, conforme as seguintes diretrizes, no que couber:
1) estabelecer a unidade de medida adequada para o tipo de fornecimento/serviço a ser
contratado, de forma que permita a mensuração dos resultados para o pagamento da contratada
2) especificamente em caso de serviços, evitar a remuneração com base na quantidade de
horas de serviço ou por postos de trabalho, observando que:
2.1) excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneração da contratada por
quantidade de horas de serviço, devendo ser definido o método de cálculo para quantidade, qualificação da
mão de obra e tipos de serviços sob demanda, bem como para manutenção preventiva, se for o caso;
2.2) excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneração da contratada por postos
de trabalho, devendo ser definido o método de cálculo para quantidades e tipos de postos necessários à
contratação;
2.3) na adoção da unidade de medida por postos de trabalho ou horas de serviço, admite-se
a flexibilização da execução da atividade ao longo do horário de expediente, vedando-se a realização de
horas extras ou pagamento de adicionais não previstos nem estimados originariamente no ato convocatório.
b) realizar previsão de pagamentos compatível com a natureza do objeto contratado,
inclusive quando realizado em etapas e, no caso de serviço prestado com regime de mão de obra exclusiva,
os quais necessitem de alocação gradativa de pessoal;
c) estabelecer os critérios de medição e a produtividade de referência - ou critérios de
adequação do serviço à qualidade esperada - quando cabível, de acordo com a unidade de medida adotada
para a execução do objeto, sendo expressa pelo quantitativo físico do objeto ou por outros mecanismos
capazes de aferir a quantidade/qualidade, podendo, para tanto, adotar os parâmetros indicados nos Cadernos
de Logística, dentre outros;
d) identificar os indicadores mínimos de desempenho para aferição da qualidade esperada
na execução do objeto, com base nas seguintes diretrizes:
1) considerar as atividades mais relevantes ou críticas que impliquem na qualidade da
execução do objeto e nos resultados esperados;
2) prever fatores que estejam fora do controle do contratado e que possam interferir no
atendimento das metas;
3) os indicadores deverão ser objetivamente mensuráveis e compreensíveis, de preferência
facilmente coletáveis, relevantes e adequados à natureza e características do objeto;
4) evitar indicadores complexos ou sobrepostos.
e) descrever detalhadamente os indicadores mínimos de desempenho esperados, em relação
à natureza do objeto com a finalidade de adequar o pagamento à conformidade da sua execução e dos
resultados efetivamente obtidos, devendo conter, dentre outros requisitos:
1) indicadores e metas estipulados de forma sistemática, de modo que possam contribuir
cumulativamente para o resultado global do objeto e não interfiram negativamente uns nos outros;
2) indicadores que reflitam fatores que estão sob controle do contratado;
3) metas realistas e definidas com base em uma comparação apropriada;
4) previsão de nível de desconformidade da execução do objeto que, além do
redimensionamento dos pagamentos, ensejará penalidades à contratada e/ou a rescisão unilateral do contrato;
5) registros, controles e informações que deverão ser prestados pela contratada, se for o
caso;
6) previsão de que os pagamentos deverão ser proporcionais ao atendimento das metas
estabelecidas no ato convocatório, observando-se o seguinte:
6.1) as adequações nos pagamentos estarão limitadas a uma faixa específica de tolerância,
abaixo da qual o contratado se sujeitará ao redimensionamento no pagamento e às sanções legais, se for o
caso;
6.2) na determinação da faixa de tolerância de que trata a alínea anterior, considerar-se-á a
importância da atividade, com menor ou nenhuma margem de tolerância para as atividades consideradas
relevantes ou críticas; e
6.3) o não atendimento das metas, por ínfima ou pequena diferença, em indicadores não
relevantes ou críticos, a critério do órgão ou entidade, poderá ser objeto apenas de notificação nas primeiras
ocorrências, de modo a não comprometer a continuidade da execução do objeto.
f) utilizar quando cabível o Instrumento de Medição do Resultado (IMR) ou mecanismo
substituto, que pode ser realizado por meio físico, devendo o Município adotar medidas para que este evolua
para realização por meio de ferramentas informatizadas para verificação do resultado, quanto à qualidade e
quantidade pactuadas;
g) definir os demais mecanismos de controle que serão utilizados para fiscalizar a execução
do objeto, adequados à sua natureza;
h) definir o método e prazo de avaliação da conformidade dos produtos e/ou serviços em
relação às especificações técnicas e com a proposta da contratada, com vistas ao recebimento provisório e
definitivo;
i) definir o procedimento de verificação do cumprimento da obrigação da contratada de
manter todas as condições nas quais o contrato foi assinado durante todo o seu período de execução;
j) utilizar, quando possível, listas de verificação para os aceites provisório e definitivo,
durante a fiscalização do contrato;
k) definir os documentos a serem apresentados juntamente com a Nota Fiscal para fins de
pagamento, consideradas as regras da Lei 14.133/2021, deste decreto e de outras legislações municipais;
l) definir as sanções, glosas e condições para rescisão contratual, devidamente justificadas e
os respectivos procedimentos para aplicação, podendo utilizar como referencial os modelos de minutas
padronizados de atos convocatórios e contratos da Advocacia-Geral da União, bem como às seguintes
diretrizes:
1) relacionar as sanções previstas na Lei 14.133/2021 com as obrigações da contratada
estabelecidas no modelo de execução do objeto;
2) definir o rigor das sanções de que trata o subitem anterior, de modo que sejam
proporcionais ao prejuízo causado pela desconformidade;
3) no caso de multa:
3.1) definir o cálculo da multa por atraso (injustificado) para início da execução e para
atraso durante a execução do objeto;
3.2) definir a forma de cálculo da multa de modo que seja o mais simples possível;
3.3) definir as providências a serem realizadas no caso de multas reincidentes e
cumulativas, a exemplo de rescisão contratual;
3.4) definir o processo de aferição do nível de desconformidade da execução do objeto que
leva à multa;
4) definir as condições para aplicações de glosas, bem como as respectivas formas de
cálculo.
VIII - forma e critérios de seleção do fornecedor:
a) identificar a forma de selecionar o fornecedor (licitação, inexigibilidade, dispensa),
justificando a escolha;
b) avaliar as características do objeto para fins de indicação da modalidade de licitação,
apontando, inclusive tratar-se de objeto comum ou especial;
c) definir os critérios de habilitação indicados para a contratação, atentando para as
disposições do ETP, devendo, ainda, analisar e apontar:
1) os critérios de qualificação econômico-financeiras a serem exigidos, considerando as
características do objeto e os riscos da contratação;
2) os critérios de qualificação técnica a serem exigidos, considerando as características do
objeto, os riscos da contratação e os requisitos da contratação indicados no ETP;
3) a necessidade de exigência de vistoria e a possibilidade de declaração de conhecimento
das condições locais;
4) a necessidade e adequação da exigência de garantia de proposta, e garantia da execução,
indicando prazos, percentuais, modo e condicionantes de prestação, de substituição, de liberação e de
renovação;
d) estabelecer a exigência da declaração do licitante de que tem pleno conhecimento das
condições necessárias para a execução do objeto, quando cabível e, sempre que possível, divulgar
fotografias, plantas, desenhos técnicos e congêneres que possam orientar a elaboração da proposta.
e) definir os critérios de aceitabilidade de preços, com fixação de preços máximos
aceitáveis, tanto globais quanto unitários;
f) definir os critérios de julgamento das propostas, incluindo:
1) os critérios de preferência e desempate aplicáveis;
2) margem de preferência, se aplicável;
3) no caso de licitações com critério de julgamento de “técnica e preço” ou “melhor técnica
ou conteúdo artístico”, definir os critérios técnicos pontuáveis, indicados para a contratação, que deverão se
basear nos requisitos técnicos especificados na seção “Requisitos da contratação”.
IX - estimativas do valor da contratação:
a) refinar, se for necessário, a estimativa de preços ou meios de previsão de preços
referenciais realizados no Estudo Técnico Preliminar;
b) no caso de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, o custo
estimado da contratação deve contemplar o valor máximo global e mensal estabelecido em decorrência da
identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços, definidos da seguinte forma:
1) por meio do preenchimento da planilha de custos e formação de preços, que constituirá
anexo do ato convocatório a ser preenchida pelos proponentes, observados os custos dos itens referentes ao
serviço, podendo ser motivadamente dispensada naquelas contratações em que a natureza do seu objeto torne
inviável ou desnecessário o detalhamento dos custos para aferição da exequibilidade dos preços praticados;
2) por meio de fundamentada pesquisa dos preços praticados no mercado em contratações
similares; ou, ainda, por meio da adoção de valores constantes de indicadores setoriais, tabelas de
fabricantes, valores oficiais de referência, tarifas públicas ou outros equivalentes, se for o caso; e
3) previsão de regras claras quanto à composição dos custos que impactem no valor global
das propostas das licitantes, inclusive no que se refere a regras de depreciação de equipamentos a serem
utilizados no serviço.
X - adequação orçamentária:
a) indicar a dotação orçamentária da contratação;
b) verificar a compatibilidade com a Lei de diretrizes orçamentárias e com o plano
plurianual, aplicando-se as regras dispostas no Capítulo IV deste título (arts. 103 e ss.), que tratam da
legalidade orçamentária da obrigação administrativa.

Art. 59. O Termo de Referência deve ser elaborado pela Secretaria interessada ou pela
Secretaria de Administração quando houver centralização das necessidades dos órgãos ou entidades
demandantes, podendo ser requisitado auxílio de outros órgãos ou entidades da Administração com expertise
relativa ao objeto que se pretenda contratar.

Parágrafo único. As informações que tenham sido levantadas no ETP serão exportadas para
o Termo de Referência, salvo justificativa para seu afastamento, ou, ainda, em caso de atualizações visando a
melhor adequação técnica às finalidades pretendidas com a contratação.

Art. 60. Serão preferencialmente adotados os modelos de Termo de Referência


padronizados pelo Município, podendo, excepcionalmente, ser adotada minuta disponibilizada por outros
órgãos ou entidades quando houver melhor adequação ao objeto contratado.

§ 1º O servidor ou Comissão responsável pela elaboração do Termo de Referência deverá


emitir declaração de que foi adotado o modelo padronizado e, em caso de ter havido alguma adequação,
inclusão ou exclusão de conteúdo, deverá indicar expressamente na declaração quais são os capítulos.

§ 2º Quando não utilizados os modelos padronizados pelo Município, o servidor ou


comissão responsável pela elaboração do Termo de Referência deverá apresentar declaração de não
utilização do modelo padronizado, com as devidas justificativas.

§ 3º As declarações indicadas nos parágrafos anteriores devem ser anexadas aos autos, a fim
de dar conhecimento de tal situação aos demais atores do processo de licitação, de modo especial à
Procuradoria Geral do Município, para fins de controle prévio de legalidade, na forma do art. 53, da Lei nº
14.133/2021.

Art. 61. O Termo de Referência poderá, ainda, tratar de meios alternativos de resolução de
controvérsias, na forma dos arts. 151 a 154, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 62. O documento de Análise de Riscos deve integrar o Termo de Referência, podendo
constituir anexo do referido documento.

Art. 63. O Termo de Referência será aprovado pelo ordenador de despesas ou outra
autoridade competente, por meio de despacho, indicando os elementos técnicos fundamentais que o apoiam,
bem como quanto aos elementos contidos no orçamento estimativo e no cronograma físico-financeiro de
desembolso, se for o caso.

Subseção I
Regras Específicas para elaboração de Termo de Referência para contratação de soluções
de Tecnologia da Informação e Comunicação

Art. 64. Para as contratações de soluções em tecnologia da informação e comunicação


deverá ser elaborado Termo de Referência, fundamentado no respectivo estudo técnico preliminar quando
houver, observadas as disposições da Lei nº 14.133/2021 e as regras desta subseção, sem prejuízo da
aplicação das disposições da seção que integra naquilo que for pertinente.

§ 1º Os requisitos da contratação devem contemplar, quando couber, os seguintes aspectos:


I - requisitos de negócio, que independem de características tecnológicas e que definem as
necessidades e aspectos funcionais da solução de TIC;
II - requisitos legais, considerando normas com as quais a solução de TIC deve estar em
conformidade;
III - requisitos de segurança da informação;
IV - requisitos de manutenção, definindo a necessidade de manutenção preventiva,
corretiva, evolutiva e adaptativa.
V - requisitos tecnológicos, englobando, de acordo com a solução, os seguintes:
a) arquitetura tecnológica, composta de hardware, software, padrões de interoperabilidade,
linguagens de programação, interfaces, dentre outros;
b) projeto e implementação, que estabelecem o processo de desenvolvimento do software
ou solução de TIC, técnicas, métodos, forma de gestão, de documentação, dentre outros;
c) implantação, alusiva ao processo de disponibilização da solução em ambiente de
produção, dentre outros;
d) garantia e manutenção, com definição da forma que será conduzida a manutenção e a
comunicação entre as partes;
e) capacitação, definindo o ambiente tecnológico dos treinamentos a serem ministrados,
perfis e outros;
f) outros requisitos aplicáveis.
VI - previsão de que os direitos de propriedade intelectual e direitos autorais da solução de
TIC sobre os diversos artefatos e produtos a serem criados por decorrência do contrato a ser firmado
pertencerão à Administração Pública, incluindo, dentre outros, documentação, código-fonte de aplicações,
modelos de dados e bases de dados.

§ 2º Quando se tratar de contratação de licenciamento de software, devem também ser


observados:
I - a necessidade de avaliar a contratação de serviços agregados, a exemplo dos serviços de
atualização de versão, manutenção e suporte técnico;
II - a prospecção de alternativas de atendimento aos requisitos junto a fabricantes distintos
no que couber, de forma a viabilizar a ampliação da participação no procedimento licitatório.

§ 3º Na definição das obrigações do contratado deve constar, além de outras obrigações


pertinentes, as seguintes:
I - ceder os direitos de propriedade intelectual e direitos autorais da solução de TIC sobre os
diversos artefatos e produtos criados em decorrência da relação contratual, na forma do inciso VI do caput
deste artigo;
II - observar as normas, processos e procedimentos internos do contratante no que concerne
a políticas e metodologias aplicáveis à governança de tecnologia da informação e comunicação, gestão de
serviços de tecnologia da informação e comunicação, desenvolvimento e sustentação de software, segurança
da informação e privacidade de dados;
III - apresentar termo de compromisso e confidencialidade relativo às exigências do inciso
anterior, quando solicitado pela contratante;

§ 4º Nas contratações que envolvam acesso ou tratamento de dados pessoais controlados


pelo contratante deverá haver cláusulas relativas à proteção dessas informações, com estabelecimento de
obrigações específicas do contratado, cuja previsão incluirá exemplificativamente:
I - apresentar evidências que indicam a aplicação de um conjunto de medidas técnicas e
administrativas de segurança, para proteção de dados pessoais, conforme legislação de regência;
II - manter registros de tratamento de dados pessoais que realizar, com condições de
rastreabilidade e de prova eletrônica a qualquer tempo;
III - facultar acesso a dados pessoais somente para o pessoal autorizado, cuja necessidade
esteja pautada no exercício das atribuições inerentes à execução do objeto contratual e que tenha assumido
compromisso formal de preservação da confidencialidade e segurança de tais dados, disponibilizando tal
compromisso caso exigido pelo contratante;
IV - permitir a realização de auditorias, bem como disponibilizar toda informação
necessária para demonstrar o cumprimento das obrigações firmadas em torno da proteção de dados pessoais;
V - auxiliar o contratante no atendimento de obrigações perante titulares de dados pessoais,
legítimos interessados e autoridades competentes;
VI - comunicar, formal e tempestivamente, o contratante sobre a ocorrência de riscos,
ameaças ou incidentes de segurança que possam acarretar comprometimento ou dano à titular de dados
pessoais;
VII - descartar, de forma irrecuperável, ou devolver ao contratante, todos os dados pessoais
e as cópias existentes, após a satisfação da finalidade contratual que justificava a manutenção dos referidos
dados;
VIII - indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais.

Art. 65. As contratações de soluções baseadas em software de uso disseminado devem


atender a processo de gestão estratégica de contratações envolvendo soluções de TIC pormenorizado em atos
a serem editados pelo Departamento de Tecnologia da Informação - Divisão de Desenvolvimento e Inovação
em TI - vinculada à Secretaria Municipal de Administração, devendo balizar-se pelas seguintes diretrizes:
I - levantamento periódico de despesas relacionadas a grandes fabricantes de softwares, a
fim de identificar possíveis discrepâncias de preços;
II - prestígio às contratações centralizadas, a partir de acordos prévios com os grandes
fornecedores, em que serão estabelecidos referências e preços, além de levar em consideração a escala de
compras do governo como um todo;
III - vinculação das compras descentralizadas aos acordos realizados pelo órgão central e
aos parâmetros por ele definidos e negociados, salvo casos devidamente justificados;
IV - especificação de lista de preços máximos aceitáveis para as contratações
descentralizadas, com as respectivas taxas de desconto;
V - estabelecimento de acordo de níveis de serviços e percentuais padrões de multa que
sejam compatíveis com as especificidades dos softwares de uso disseminado;
VI - definição de soluções padronizadas baseadas em softwares e serviços agregados,
desonerando os órgãos e entidades contratantes de levantar, entender e utilizar modelos de comercialização
dos grandes fabricantes de softwares;
VII - planejamento de soluções alternativas de modo a diminuir a dependência entre o
serviço público e as soluções contratadas;
VIII - explicitação das atribuições a serem desempenhadas Departamento de Tecnologia da
Informação e pelos órgãos e entidades envolvidos nas contratações.

§ 1º Os acordos prévios referidos no inciso II, do caput, deste artigo, devem levar em conta
licenças e serviços agregados, quando for o caso.

§ 2º O Departamento de TI poderá utilizar os parâmetros insertos em acordos feitos no


âmbito da União e/ou do Estado do Paraná, para os fins do inciso II, do caput, deste artigo, desde que
devidamente aferida sua adequação ao contexto das contratações do Município.

§ 3º A partir dos acordos de que trata o inciso II, do caput e o § 1º, deste artigo, poderá, o
Departamento de TI, elaborar Catálogo de Soluções de TIC, que aglutine preços máximos de compra,
especificações técnicas, níveis de serviços, percentuais de multa, códigos de catalogação e outros aspectos
padronizáveis, a fim de uniformizar o tratamento das contratações de softwares de uso disseminado.

§ 4º Na ausência de acordos corporativos, o Departamento de TI poderá elaborar o Catálogo


de Soluções de TIC de forma unilateral, podendo utilizar como parâmetro o mecanismo tratado no § 2º, deste
artigo, os dados oriundos de contratações feitas no âmbito do Município de Marechal Cândido Rondon, do
Estado do Paraná ou por outros Municípios, pesquisas de mercado e outros elementos.

§ 5º Caso a solução de TIC escolhida pelo órgão ou entidade responsável pela contratação,
resultado do estudo técnico preliminar, contenha item presente no catálogo a que se refere os §§ 3º e 4º, deste
artigo, os documentos de planejamento deverão considerar os preços máximos, as especificações técnicas,
níveis de serviços, percentuais de multa, códigos de catalogação e outros elementos padronizados, salvo se
tecnicamente demonstrado a inadequação da adoção desses parâmetros.

§ 6º Os preços máximos a que se refere o § 5º, deste artigo só poderão ser desconsiderados
caso a pesquisa de preços revele valor inferior ao estabelecido no Catálogo de Soluções de TIC.

§ 7º O Departamento de TI manterá atualizada a base de dados do Catálogo de Soluções de


TIC.

§ 8º As diretrizes expostas no caput deste artigo e as regras delas decorrentes não se aplicam
às soluções de TIC baseadas em softwares de uso disseminado que já estejam contratadas por órgãos ou
entidades do Município, ressalvada a possibilidade de aplicação na análise da viabilidade e vantajosidade da
prorrogação no caso de serviços ou fornecimentos contínuos.

Seção V
Instrumentos de Planejamento Relacionados a Obras e Serviços de Engenharia

Art. 66. As licitações destinadas a contratação de obras e serviços de engenharia deverão


adotar os instrumentos de planejamento indicados na presente seção, sem prejuízo da observância das demais
regras contidas neste Decreto naquilo que for pertinente, bem como das disposições da Lei nº 14.133/2021 e
outras legislações aplicáveis.

Subseção I
Anteprojeto

Art. 67. Anteprojeto é a peça técnica com todos os subsídios à elaboração do projeto básico,
devendo conter os elementos técnicos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para
caracterizar a obra ou serviço de engenharia a ser contratado e orientar a execução e fiscalização contratual,
capazes de propiciar a avaliação, pela Administração, dos critérios estabelecidos neste regulamento.

Parágrafo único. O Anteprojeto deve conter, no mínimo, os elementos indicados nas alíneas
“a” a “j” do inciso XXIV, do art. 6º, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 68. Após realizado o Anteprojeto, o responsável pela sua elaboração ou o coordenador
da equipe responsável, o submeterá a análise e deliberação da autoridade superior do órgão ou entidade
interessada no empreendimento.

§ 1º O Anteprojeto deverá ser realizado por profissional com prerrogativa legal na área de
engenharia ou arquitetura, de acordo com regulamentação federal das referidas profissões, ou equipe técnica
coordenada por profissional com essas características.

§ 2º O Anteprojeto deverá ser aprovado pela autoridade máxima do órgão ou entidade


responsável por sua elaboração, com a anuência da autoridade máxima do órgão ou entidade interessada pelo
empreendimento, podendo esses atos serem delegados por meio de despacho motivado.

Art. 69. Quando se tratar de Anteprojeto que tenha por finalidade a contratação de projetos
básico e executivo, o mesmo deve conter, no mínimo:
I - a justificativa da necessidade da contratação, dispondo, dentre outros, sobre:
a) motivação da contratação, incluindo o programa de necessidades;
b) benefícios diretos e indiretos que resultarão da contratação;
c) conexão entre a contratação e o planejamento existente, sempre que possível;
d) agrupamento de itens em lotes, quando houver;
e) critérios de sustentabilidade adotados a serem levados em conta na elaboração dos
projetos;
f) natureza do serviço, continuado ou não continuado, quando couber;
g) inexigibilidade ou dispensa de licitação, se for o caso;
h) referências a estudos técnicos preliminares, se houver.
II - o objetivo, identificando o que se pretende alcançar com a contratação;
III - o objeto da contratação, com os produtos e os resultados esperados com a execução do
serviço, com a descrição detalhada dos serviços a serem executados, elencando todos os projetos a serem
contratados e as exigências a serem feitas na elaboração, inclusive a qualificação técnico-operacional,
técnico-profissional e econômico-financeira;
IV - especificações dos serviços com o conteúdo dos projetos a serem contratados;
V - a justificativa da relação entre a demanda e a quantidade de serviço a ser contratada,
acompanhada, no que couber, dos critérios de medição utilizados, documentos comprobatórios, pranchas,
CDs e outros meios probatórios que se fizerem necessários;
VI - o modelo de ordem de serviço, sempre que houver a previsão de que as demandas
contratadas ocorrerão durante a execução contratual, e que deverá conter os seguintes campos:
a) a definição e especificação dos serviços a serem realizados;
b) o volume de serviços solicitados e realizados, segundo as métricas definidas;
c) os resultados ou produtos solicitados e realizados;
d) o cronograma de realização dos serviços, incluídas todas as tarefas significativas e seus
respectivos prazos;
e) definição do preço dos projetos, com a respectiva metodologia utilizada para a
quantificação e medição desse valor;
f) definição do prazo máximo para a execução;
g) a avaliação da qualidade dos serviços realizados e as justificativas do avaliador; e
h) a identificação dos responsáveis pela solicitação, pela avaliação da qualidade e pelo
ateste dos serviços realizados.
VII - a metodologia de avaliação da qualidade e aceite dos serviços executados;
VIII - o enquadramento ou não do serviço contratado como serviço comum, quando couber;
IX - o quantitativo da contratação;
X - o valor máximo da contratação, global e por etapa realizada, estabelecido em
decorrência da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços;
XI - condições do local onde o projeto será implantado e croquis de localização e
informações complementares;
XII - deveres da contratada e do contratante;
XIII - forma de pagamento;
XIV - critérios técnicos de julgamento das propostas, nas licitações dos tipos melhor técnica
e técnica e preço, conforme estabelecido em Lei.

Parágrafo único. Nas licitações de obras e serviços de engenharia e/ou arquitetura, sempre
que adequada ao objeto licitação, poderá, a critério do órgão ou entidade licitante, ser adotada a Modelagem
da Informação da Construção (Building Information Modelling- BIM), ou de tecnologias e processos
integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la.

Art. 70. Para a contratação de obras e serviços de engenharia sob o regime de contratação
integrada deverá ser elaborado anteprojeto de engenharia, contendo as informações e requisitos técnicos
destinados a possibilitar a caracterização do objeto contratual, com nível técnico de definição suficiente para
proporcionar a comparação entre duas propostas recebidas das licitantes, contendo, quando couber, os
seguintes documentos técnicos:
I - concepção da obra ou serviço de engenharia, com:
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, contendo o conjunto de
características e condições necessárias ao desenvolvimento das atividades dos usuários da edificação que,
adequadamente consideradas, definem e originam a proposição para o empreendimento a ser realizado;
b) estudo técnico preliminar com a configuração inicial da solução arquitetônica proposta
para a edificação, que representa graficamente as primeiras soluções obtidas considerando as exigências
contidas no relatório de levantamento de dados elaborado com os dados do programa de necessidade.
c) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou projeto da área de influência,
quando cabível;
d) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia na utilização, de facilidade
na execução, de impacto ambiental e de acessibilidade;
II - projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a concepção adotada;
III - levantamento topográfico e cadastral contendo, no mínimo:
a) conhecimento geral do terreno, tais como relevo, limites, confrontantes, área, localização,
amarração e posicionamento;
b) informações sobre o terreno destinadas a estudos preliminares, anteprojetos ou projetos
básicos de projetos;
IV - pareceres de sondagem, de acordo com norma técnica específica;
V - memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes construtivos e dos
materiais de construção, de forma a estabelecer padrões mínimos para a contratação, contendo, no mínimo:
a) conceituação dos futuros projetos;
b) normas adotadas para a realização dos projetos;
c) premissas básicas a serem adotadas durante a elaboração dos projetos;
d) objetivos dos projetos;
e) níveis de materiais a serem empregados na obra e dos componentes construtivos;
f) definição dos níveis de serviço desejado, com os resultados esperados da execução da
obra ou serviço de engenharia e de sua operacionalização;
g) condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
h) visão global dos investimentos, com estimativa razoável do investimento a ser feito para
a construção da obra ou serviço de engenharia e sua operacionalização;
i) prazo de entrega;
j) demais detalhes que podem ser importantes para o entendimento completo do projeto
esperado.
VI - matriz de riscos que defina a repartição objetiva de responsabilidades advindas de
eventos supervenientes à contratação.

Subseção II
Projeto Básico e Projeto Executivo

Art. 71. Todos os elementos que compõem o projeto básico devem ser elaborados por
profissional legalmente habilitado, sendo indispensável a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica -
ART e/ou Registro de Responsabilidade Técnica - RRT, identificação do autor e sua assinatura em cada uma
das peças gráficas e documentos produzidos.

Art. 72. Todo projeto básico deve apresentar conteúdos suficientes e precisos, tais como os
descritos no desenho, no memorial descritivo, na especificação técnica, no orçamento e no cronograma
físico-financeiro, representados em elementos técnicos de acordo com a natureza, porte e complexidade da
obra de engenharia e/ou arquitetura.

Art. 73. Para a correta aplicação às especificações do projeto básico, a indicação de marca e
modelo do material a ser utilizado em determinados serviços, deverá seguir as seguintes regras:
I - quando for adequada a utilização de materiais para melhor atendimento do interesse
público, funcionalidade ou sincronia entre materiais previstos nos cálculos dos projetos, comprovada
mediante justificativa técnica, deverá ser indicada a marca e modelo do material a ser utilizado no respectivo
serviço. Caso a contratada encontre dificuldade no cumprimento da especificação de projeto, será necessária
a obtenção de autorização da respectiva fiscalização da obra e do responsável técnico pelo projeto;
II - quando for adequada a utilização de bens ou serviços, sem similaridade ou de marcas,
características e especificações exclusivas, para melhor atendimento do interesse público, comprovada
mediante justificativa técnica, deverá ser indicada a marca e modelo dos bens ou serviços;
III - quando visar à facilitação da descrição do objeto, deverá ser indicada a marca e modelo
do material a ser utilizado, seguida da expressão “ou equivalente”, “ou similar” e “ou de melhor qualidade”;
IV - no que caso em que o contratado pretender não utilizar a marca e modelo indicado no
projeto, deverá requerer ao agente responsável pela fiscalização da obra, com a devida antecedência, a
respectiva substituição, de modo que o pedido será avaliado pela fiscalização, antes do fornecimento efetivo,
mediante apresentação do material proposto pela contratada, laudos técnicos do material ou produto
comprovando a similaridade/equivalência e viabilidade de sua utilização para o fim pretendido, emitidos por
laboratórios conceituados, com ônus para a contratada;
V - a marca e modelo do material a ser utilizado serão indicados quando houver risco à
execução adequada às especificações.

Art. 74. As pranchas de desenho e demais peças deverão possuir identificação, contendo, no
mínimo:
I - denominação e local da obra;
II - nome da entidade executora;
III - tipo de projeto;
IV - data;
V - nome do responsável técnico, número de registro no CREA ou no CAU e sua assinatura.

Art. 75. Sempre que houver modificação na legislação ou em normas técnicas os projetos
básicos e executivos devem ser atualizados de forma que atendam aos incisos XXV e XXVI, do art. 6º, da
Lei nº 14.133/2021.

Art. 76. Para a aprovação e licenciamento de projetos arquitetônicos e urbanísticos, a


concepção e implantação devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referenciais
básicos as normas técnicas da ABNT.

Art. 77. Em caso de revisão de projeto básico ou da elaboração de projeto executivo, após o
procedimento licitatório, que transfigurem o objeto originalmente contratado em outro de natureza e
propósito diversos, deverá ser realizada nova licitação para a execução da obra ou serviço de engenharia e/ou
arquitetura relativo àqueles projetos.

Art. 78. É dever do gestor exigir apresentação de ART ou RRT referente a projeto,
execução, supervisão e fiscalização de obras e serviços de engenharia e/ou arquitetura, com indicação do
responsável pela elaboração de plantas, orçamento-base, especificações técnicas, composições de custos
unitários, cronograma físico-financeiro e outras peças técnicas.

CAPÍTULO III
DO ORÇAMENTO ESTIMATIVO PARA CONTRATAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

Art. 79. No processo licitatório para aquisição de bens e contratação de serviços em geral, o
valor estimado da contratação será definido com base no melhor preço aferido, observadas a potencial
economia de escala e as peculiaridades do local de execução do objeto, por meio da utilização dos
parâmetros abaixo, fixados nos termos do art. 23, da Lei nº 14.133/2021, os quais devem ser adotados de
forma combinada, sempre que possível:
I - a composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item correspondente
no painel para consulta de preços, nos bancos (ou tabelas) de preços oficiais para objetos em geral, ou no
banco de preços em saúde disponíveis no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP);
II - os preços praticados em contratações similares feitas pela Administração Pública, em
execução ou concluídas no período máximo de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa, inclusive mediante
sistema de registro de preços, observado o índice de atualização de preços correspondente;
III - a utilização de dados de pesquisa de preços publicada em mídia especializada, de tabela
de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo municipal, estadual ou federal e de sítios
eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que contenham a data e hora de acesso;
IV - a pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores ou prestadores de serviços,
conforme o caso, desde que seja apresentada justificativa da escolha desses fornecedores e que não tenham
sido obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do edital;
V - a pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas ou no aplicativo Nota Paraná.

§ 1º A utilização, ou não, de quaisquer dos parâmetros constantes dos incisos I a V, do


caput, deste artigo, deverá ser devidamente justificada, podendo, ainda, ser utilizadas outras fontes de
formação de preço de referência, devidamente indicadas no respectivo processo.

§ 2º Nos casos dos incisos I, III, IV e V, do caput, deste artigo, somente serão admitidos os
preços cujas datas não ultrapassem 6 (seis) meses da data da divulgação do edital.
§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, poderão, excepcionalmente, ser admitidos preços
que tenham ultrapassado o prazo de 6 (seis) meses quando não forem encontradas outras fontes de consulta
ou, ainda, quando o número de preços apurados for inferior ao mínimo de 3 (três) fontes, caso em que:
I - a ausência de outras fontes deve ser apontada por escrito no mapa (ou tabela) de preços;
II - os preços não deverão ter ultrapassado o prazo de 2 (dois) anos anteriores à data da
consulta;
III - os valores deverão ser atualizados, aplicando-se correção inflacionária no período,
preferencialmente, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC ou outro índice que tenha maior
pertinência com o objeto da licitação.

§ 4º Quanto aos preços praticados em contratações similares feitas pela Administração


Pública de que trata o inciso II, do caput, será obrigatória a consulta aos preços de contratações similares da
própria Administração Pública Municipal, quando existentes.

§ 5º Para a obtenção do valor estimado da contratação, serão utilizados como métodos a


média, a média ponderada, a mediana ou o menor dos valores obtidos na pesquisa de preços e previamente
condensados no mapa (ou tabela) de formação de preços, sempre de forma justificada, e desde que o cálculo
incida sobre um conjunto de três ou mais preços, oriundos de um ou mais dos parâmetros de que trata os
incisos I a V, do caput, deste artigo.

§ 6º Excepcionalmente, será admitida a obtenção do valor estimado da contratação prevista


no § 3º, deste artigo, com base em menos de três preços, desde que devidamente justificada nos autos pelo
servidor responsável e aprovada pela autoridade competente.

§ 7º Deverão ser desconsiderados para os fins do contido no §§ 5º e 6º, deste artigo, os


valores inexequíveis, inconsistentes e os excessivamente elevados, conforme critérios fundamentados e
descritos no processo administrativo, recomendando-se que seja adotada como parâmetro a margem de 30%
(trinta por cento) para mais ou para menos em relação aos demais valores para desconsideração do valor na
formação do preço.

§ 8º A margem de 30% (trinta por cento), indicada no parágrafo anterior, poderá ser
excepcionada, adotando-se o limite de 50% (cinquenta por cento), para mais ou para menos, quando pela
natureza do bem houver justificada necessidade de tal acréscimo.

§ 9º O mapa ou tabela de formação de preços deverá ser acostado nos autos do processo,
sendo assinado por servidor devidamente identificado, que se responsabilizará pela veracidade das
informações que serão inseridas no instrumento convocatório, no convênio ou instrumento congênere, ou no
instrumento oriundo de contratação direta.

§ 10. O mapa ou tabela de formação de preços, de que trata o § 9º, deste artigo, deverá
refletir a pesquisa de preços com os parâmetros e método adotados, além do resultado obtido e
correspondente ao valor estimado da contratação, sendo que os documentos relacionados às referidas
pesquisas não serão anexados ao processo licitatório, sendo disponibilizados para consulta mediante link de
acesso.

§ 11. Nos casos que envolvam recursos da União, deverão ser observadas exclusivamente as
regras do art. 23 da Lei nº 14.133/2021 e eventuais regulamentações próprias e, do mesmo modo, quando
houver recursos do Estado do Paraná, deverá ser observada a regulamentação estadual.

§ 12. Nas contratações relacionadas à aquisição e/ou locação de software, bem como para
aquisição de bens e equipamentos de informática, a orçamentação deverá ser realizada com a assistência do
Departamento de Tecnologia da Informação.

Art. 80. Quando a pesquisa de preços for realizada com fornecedores ou prestadores de
serviços, estes deverão receber solicitação formal preferencialmente por meio eletrônico, para a apresentação
de cotação dos valores unitários e total, devendo ser conferido um prazo de resposta compatível com a
complexidade do objeto a ser contratado, o qual não será inferior a 5 (cinco) dias úteis.

§ 1º No envio das solicitações formais, a Administração deve:


I - garantir que os interessados recebam a completa descrição dos bens e/ou serviços
cotados, com todas as especificações técnicas;
II - certificar que, nas cotações apresentadas, os produtos e/ou serviços cotados condizem
com o que foi exigido pela Administração, evitando-se eventuais distorções de preço.

§ 2º As cotações dos fornecedores deverão estar identificadas, datadas e assinadas, ainda


que por meio eletrônico, pelos responsáveis por sua confecção, sendo que, quando não atendidos tais
parâmetros, caberá ao servidor responsável pela orçamentação avaliar a confiabilidade do orçamento,
emitindo certidão na forma do parágrafo seguinte.

§ 3º Excepcionalmente, não sendo recebidas as cotações nos moldes indicados no parágrafo


anterior, o servidor responsável pela orçamentação poderá utilizar preço conhecido de fornecedor, mediante
certificação na qual indicará dia, horário, telefone ou outro meio de contato (e-mail, whats, etc.), CNPJ da
empresa e nome da pessoa contatada para a apuração do preço ou, ainda, mencionará que se trata de preço de
venda a varejo, em caso de apuração mediante “visita” ao estabelecimento fornecedor.

§ 4º Eventuais variações ou discrepâncias entre os preços cotados, já desconsiderados os


preços tidos por inexequíveis ou as cotações com sobrepreço, deverão ser justificadas ou circunstanciadas
pelo servidor responsável pela pesquisa, a fim de que o valor previamente estimado da contratação retrate, o
quanto possível, a realidade dos preços praticados no mercado.

§ 5º Nos autos do processo da contratação correspondente, deverá haver o registro da


relação de fornecedores que foram consultados e não enviaram propostas como resposta à solicitação de que
trata o caput, deste artigo.

Art. 81. Não serão admitidas estimativas de preços obtidas em sítios de Leilão ou de
intermediação de vendas.

Art. 82. Desde que justificado, o orçamento estimado da contratação poderá ter caráter
sigiloso, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações
necessárias para a elaboração das propostas, salvo na hipótese de licitação cujo critério de julgamento for por
maior desconto.

Art. 83. Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dispensa, quando não for
possível estimar o valor do objeto na forma estabelecida nos §§ 1º, 2º e 3º, do art. 23, da Lei nº 14.133/2021,
a justificativa de preços será dada com base em valores de contratações de objetos idênticos, comercializados
pelo futuro contratado, por meio da apresentação de no mínimo 3 (três) notas fiscais emitidas para outros
contratantes, públicos ou privados, no período de até 1 (um) ano anterior à data da contratação pela
Administração, ou por outro meio idôneo.

§ 1º Excepcionalmente, caso o futuro contratado não tenha comercializado o objeto


anteriormente, a justificativa de preço de que trata o caput poderá ser realizada mediante avaliação de
objetos semelhantes de mesma natureza, devendo apresentar especificações técnicas que demonstrem
similaridade com o objeto pretendido.

§ 2º Para a contratação de profissional do setor artístico por inexigibilidade, o orçamento


estimado da contratação deverá identificar os custos do cachê do artista, dos músicos ou da banda, quando
houver, do transporte, da hospedagem, da infraestrutura, da logística do evento e das demais despesas
específicas.
Seção I
Da Elaboração do Orçamento de Referência para Obras e Serviços de Engenharia e/ou
Arquitetura

Art. 84. No processo licitatório para contratação de obras e serviços de engenharia, o valor
estimado, acrescido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de referência e dos Encargos
Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio da utilização de parâmetros na seguinte ordem:
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item correspondente nas
Tabelas de Referência adotadas pelo órgão ou entidade licitante ou, subsidiariamente, do Sistema de Custos
Referenciais de Obras (Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou do Sistema Nacional
de Pesquisa de Custos e Índices de Construção Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de engenharia;
II - os serviços não contemplados nas tabelas de referência deverão ter seus valores
definidos por meio da apresentação da composição de seus custos unitários elaborada por profissional
técnico habilitado e anexada à planilha sintética de serviços;
III - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de tabela de
referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo Federal ou Estadual e de sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, desde que contenham a data e a hora de acesso;
IV - contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução ou concluídas
no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de preços
correspondente;
V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de regulamento.

§ 1º Nos casos que envolvam recursos da União, o valor previamente estimado da


contratação, observará o disposto no art. 23, da Lei nº 14.133/2021, do mesmo modo, havendo aplicação de
recursos estaduais, devem ser observadas as regras de regulamentação do Estado do Paraná.

§ 2º Para a realização de pesquisa de preços que antecede a elaboração do orçamento de


licitação é necessária avaliação crítica dos valores obtidos, a fim de que sejam descartados aqueles que
apresentem grande variação em relação aos demais e, por isso, comprometam a estimativa do preço de
referência.

§ 3º Em condições especiais, justificadas em relatório técnico circunstanciado, elaborado


por profissional técnico habilitado e aprovado pelo órgão gestor dos recursos, poderão os respectivos custos
unitários exceder o limite fixado nos valores referenciais constantes nas referidas tabelas.

§ 4º Os preços relativos à elaboração dos projetos arquitetônico e complementares, bem


como os demais serviços de engenharia e/ou arquitetura poderão ser definidos com base em tabela de custos
adotada pelo órgão ou entidade licitante.

§ 5º As tabelas de referência deverão ser divulgadas nos sítios oficiais dos órgãos e
entidades competentes, como forma de proporcionar acesso à população em geral e aos órgãos de controle
interno e externo.

Art. 85. Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, deverá ser observado o disposto
no § 5º, do art. 56, da Lei nº 14.133/2021, cabendo ao ofertante da melhor proposta reelaborar e apresentar
ao agente de contratação, por meio eletrônico, a planilha com os valores adequados ao lance vencedor,
devendo constar:
I - indicação dos quantitativos e dos custos unitários, vedada a utilização de unidades
genéricas ou indicadas como verba;
II - composição dos custos unitários quando diferirem daqueles constantes dos sistemas de
referências adotados nas licitações; e
III - detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas - BDI e dos Encargos Sociais - ES.

§ 1º No caso da contratação integrada prevista no art. 46, da Lei nº 14.133/2021, o ofertante


da melhor proposta deverá apresentar o valor do lance vencedor distribuído pelas etapas do cronograma
físico, definido no ato de convocação e compatível com o critério de aceitabilidade por etapas previsto no §
5º, do art. 84, deste Regulamento.

§ 2º Salvo quando aprovado relatório técnico conforme previsto no § 5º, do art. 56, da Lei
nº 14.133/2021, o licitante da melhor proposta deverá adequar os custos unitários ou das etapas propostos
aos limites previstos nos § 2º, § 4º ou § 5º, do art. 84, deste Regulamento sem alteração do valor global da
proposta, sob pena de aplicação das penalidades previstas na Lei nº 14.133/2021.

Art. 86. Nas licitações de obras e serviços de engenharia, consideram-se inexequíveis as


propostas cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela
Administração.

§ 1º A administração deverá conferir ao licitante a oportunidade de demonstrar a


exequibilidade da sua proposta.

§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º, deste artigo, o licitante deverá demonstrar que o valor
da proposta é compatível com a execução do objeto licitado no que se refere aos custos dos insumos e aos
coeficientes de produtividade adotados nas composições de custos unitários.

§ 3º A análise de exequibilidade da proposta não considerará materiais e instalações a serem


fornecidos pelo licitante em relação aos quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração, desde
que a renúncia esteja expressa na proposta.

Art. 87. Nas licitações de obras e serviços de engenharia, a economicidade da proposta será
aferida com base nos custos globais e unitários.

§ 1º O valor global da proposta não poderá superar o orçamento estimado pela


Administração Pública, com base nos parâmetros previstos no art. 84, deste Regulamento, e, no caso da
contratação integrada, na forma estabelecida no art. 23 da Lei nº 14.133/2021.

§ 2º No caso de adoção do regime de empreitada por preço unitário ou de contratação por


tarefa, os custos unitários dos itens materialmente relevantes das propostas não podem exceder os custos
unitários estabelecidos no orçamento estimado pela Administração Pública, observadas as seguintes
condições:
I - serão considerados itens materialmente relevantes aqueles de maior impacto no valor
total da proposta e que, somados, representem, pelo menos, 80% (oitenta por cento) do valor total do
orçamento estimado ou que sejam considerados essenciais à funcionalidade da obra ou do serviço de
engenharia; e
II - em situações especiais, devidamente comprovadas pelo licitante em relatório técnico
circunstanciado aprovado pela Administração Pública, poderão ser aceitos custos unitários superiores
àqueles constantes do orçamento estimado em relação aos itens materialmente relevantes, sem prejuízo da
avaliação dos órgãos de controle, dispensada a compensação em qualquer outro serviço do orçamento de
referência;

§ 3º Se o relatório técnico de que trata o inciso II, do § 2º, deste artigo, não for aprovado
pela Administração Pública, aplicar-se-á o disposto no art. 71, da Lei nº 14.133/2021, salvo se o licitante
apresentar nova proposta, com adequação dos custos unitários propostos aos limites previstos no § 2º, deste
artigo, sem alteração do valor global da proposta.

§ 4º No caso de adoção do regime de empreitada por preço global ou de empreitada


integral, serão observadas as seguintes condições:
I - no cálculo do valor da proposta, poderão ser utilizados custos unitários diferentes
daqueles previstos no art. 23, da Lei nº 14.133/2021 desde que o valor global da proposta e o valor de cada
etapa prevista no cronograma físico-financeiro seja igual ou inferior ao valor calculado a partir do sistema de
referência utilizado;
II - em situações especiais, devidamente comprovadas pelo licitante em relatório técnico
circunstanciado, aprovado pela Administração Pública, os valores das etapas do cronograma físico-financeiro
poderão exceder o limite fixado no inciso I deste parágrafo; e
III - as alterações contratuais sob alegação de falhas ou omissões em qualquer das peças,
orçamentos, plantas, especificações, memoriais ou estudos técnicos preliminares do projeto básico não
poderão ultrapassar, no seu conjunto, 10% (dez por cento) do valor total do contrato.

§ 5º No caso de adoção do regime de contratação integrada, deverão ser previstos no


instrumento convocatório critérios de aceitabilidade por etapa, estabelecidos de acordo com o orçamento
estimado na forma prevista no edital, e compatíveis com o cronograma físico do objeto licitado.

§ 6º A diferença percentual entre o valor global do contrato e o valor obtido a partir dos
custos unitários do orçamento estimado pela Administração Pública não poderá ser reduzida, em favor do
contratado, em decorrência de aditamentos contratuais que modifiquem a composição orçamentária.

Art. 88. O orçamento estimativo deverá ser elaborado por profissional habilitado e será
parte integrante do projeto básico, ou do termo de referência quando se tratar da licitação de projetos.

Art. 89. Na elaboração dos orçamentos de referência, o Município poderá adotar


especificidades locais ou de projeto na elaboração das respectivas composições de custo unitário, desde que
demonstrada a pertinência dos ajustes para a obra ou serviço de engenharia e/ou arquitetura a ser orçado em
relatório técnico elaborado por profissional habilitado.

Parágrafo único. Os custos unitários de referência da administração pública poderão,


somente em condições especiais justificadas em relatório técnico elaborado por profissional habilitado e
aprovado pelo órgão gestor dos recursos ou seu mandatário, exceder os seus correspondentes do sistema de
referência adotado na forma deste Regulamento, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle,
dispensada a compensação em qualquer outro serviço do orçamento de referência.

Art. 90. As obras e serviços de engenharia e/ou arquitetura a serem contratados e executados
terão seus preços máximos definidos por meio da somatória do custo direto, orçado pelo órgão licitante, com
o valor do Benefício e Despesas Indiretas - BDI.

§ 1º O preço máximo será o resultante do custo global de referência acrescido do valor


correspondente ao BDI, que deverá evidenciar em sua composição, no mínimo:
I - taxa de rateio da administração central;
II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de
natureza direta e personalística, em especial os mencionados no § 2º, deste artigo, que oneram a contratada;
III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento;
IV - taxa de despesas financeiras; e
V - taxa de lucro.

§ 2º O Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro


Líquido - CSLL não se consubstanciam em despesas indiretas passíveis de inclusão na taxa de BDI do
orçamento-base da licitação.
§ 3º Os preços unitário e global estabelecidos nos contratos incluem todos os custos e
despesas necessários à perfeita execução do seu objeto.

§ 4º No contrato específico de cada obra ou serviço de engenharia e/ou arquitetura


contratados, na cláusula do valor para a execução do seu objeto, deverá constar explicitamente o percentual
relativo a materiais e a mão de obra.

§ 5º O edital deverá exigir que os licitantes apresentem, em suas propostas, a composição


analítica do percentual do BDI e dos Encargos Sociais - ES, discriminando todas as parcelas que o
compõem, ou a exigência de que apresentem declaração de que aceitam as composições constantes no anexo
ao edital, ou, ainda, explicitar que no caso da licitante não apresentar a composição do BDI, considerar-se-á
que adotou o BDI referencial constante em anexo do edital.

Art. 91. O edital ou o contrato de obras e serviços de engenharia e/ou arquitetura deverá
indicar o critério de reajustamento de preços, sob a forma de reajuste em sentido estrito, admitida a adoção
de índice setorial.

Parágrafo único. No caso de serviços de engenharia e/ou arquitetura continuados com


dedicação exclusiva de mão de obra, o reajustamento de preços será feito na espécie repactuação.

Art. 92. Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de parcelamento do objeto da


licitação, nos termos da legislação em vigor, os itens de fornecimento de materiais e equipamentos de
natureza específica que possam ser fornecidos por empresas com especialidades próprias e diversas e que
representem percentual significativo do preço global da obra devem apresentar incidência de taxa de BDI
reduzida em relação à taxa aplicável aos demais itens.

Parágrafo único. No caso do fornecimento de equipamentos, sistemas e materiais em que a


contratada não atue como intermediária entre o fabricante e a administração pública ou que tenham projetos,
fabricação e logísticas não padronizados e não enquadrados como itens de fabricação regular e contínua nos
mercados nacional ou internacional, o BDI poderá ser calculado e justificado com base na complexidade da
aquisição, com exceção à regra prevista no caput deste artigo.

Art. 93. A Anotação de Responsabilidade Técnica - ART ou o Registro de Responsabilidade


Técnica - RRT relativas às planilhas orçamentárias deverá constar do projeto que integrar o edital de
licitação, inclusive de suas eventuais alterações.

Art. 94. Os critérios de aceitabilidade de preços deverão constar do edital de licitação para
contratação de obras e serviços de engenharia e/ou arquitetura.

Art. 95. A minuta de contrato deverá conter cronograma físico-financeiro com a


especificação física completa das etapas necessárias à medição, ao monitoramento e ao controle das obras.

§ 1º As medições serão efetuadas na data prevista da conclusão das parcelas constantes do


cronograma físico-financeiro, que deverá ser ilustrado por representação gráfica.

§ 2º Os regimes de execução a que se referem os incisos II (empreitada por preço global),


III (empreitada integral), IV (contratação por tarefa) e VI (contratação semi-integrada) do caput, do art. 46,
da Lei nº 14.133/2021, serão licitados por preço global e adotarão sistemática de medição e pagamento
associada à execução de etapas do cronograma físico-financeiro vinculadas ao cumprimento de metas de
resultado, vedada a adoção de sistemática de remuneração orientada por preços unitários ou referenciada
pela execução de quantidades de itens unitários.
§ 3º Para efeito de medição e de faturamento, relativo aos serviços executados, deverá ser
considerado o cumprimento do avanço das etapas construtivas definidas no cronograma físico-financeiro,
que será peça integrante do contrato.

§ 4º O cronograma físico-financeiro deverá prever parcelas a cada 30 (trinta) dias,


mantendo coerência com a execução dos serviços em cada parcela, podendo prever prazo menor para a
primeira, para a última e para casos especiais autorizados pela autoridade competente.

§ 5º O cronograma físico-financeiro referencial do planejamento adequado da obra deve ser


estabelecido pelo contratante, podendo a contratada adequá-lo, estando sujeito à aprovação do contratante.

§ 6º A contratada poderá solicitar a revisão do cronograma inicial, quando necessária,


cabendo ao contratante autorizar a sua readequação, desde que motivada e justificada por fatos não
imputados à contratada e que não contrariem os princípios que regem as licitações e contratações públicas.

Subseção I
Da Formação dos Preços das Propostas e Celebração de Aditivos em Obras e Serviços de
Engenharia e/ou Arquitetura

Art. 96. Em caso de adoção dos regimes de empreitada por preço global, de empreitada
integral e contratação por tarefa, deverão ser observadas as seguintes disposições para formação e
aceitabilidade dos preços:
I - na formação do preço que constará das propostas dos licitantes, poderão ser utilizados
custos unitários diferentes daqueles obtidos a partir dos sistemas de custos de referência previstos neste
Regulamento, desde que o preço global orçado e o de cada um dos itens fiquem iguais ou abaixo dos preços
de referência da administração pública obtidos na forma estabelecida neste Regulamento, assegurado aos
órgãos de controle o acesso irrestrito a essas informações; e
II - deverá constar do edital e do contrato, cláusula expressa de concordância da contratada
com a adequação do projeto que integrar o edital de licitação, e, as alterações contratuais sob alegação de
falhas ou omissões em qualquer das peças, orçamentos, plantas, especificações, memoriais e estudos técnicos
preliminares do projeto não poderão ultrapassar, no seu conjunto, 10% (dez por cento) do valor total do
contrato, computando-se esse percentual para verificação do limite previsto nos art. 125, da Lei nº
14.133/2021.

Art. 97. Os critérios de aceitabilidade de preços serão definidos em relação ao preço global
e de cada uma das etapas previstas no cronograma físico-financeiro do contrato, que deverão constar do
edital de licitação.

§ 1º O edital deverá prever que o percentual de desconto apresentado pelos licitantes


incidirá linearmente sobre os preços de todos os itens do orçamento estimado constante do instrumento
convocatório.

§ 2º A não adoção da incidência de desconto linear previsto no § 1º, deste artigo, deverá ser
justificada pela licitante em sua proposta ou mediante provocação, sendo juntada aos autos do procedimento
licitatório.

§ 3º A diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço global de referência


não poderá ser reduzida em favor da contratada em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha
orçamentária.

Art. 98. A formação do preço dos aditivos contratuais contará com orçamento específico
detalhado em planilhas elaboradas pelo órgão ou entidade responsável pela licitação, na forma prevista na
seção I, acima, deste Regulamento e, no caso de alteração unilateral do contrato, mantidos os limites
previstos no art. 125, da Lei nº 14.133/2021.

Subseção II
Do Orçamento para o Regime de Contratação Integrada e Semi-Integrada

Art. 99. No processo licitatório para contratação de obras e serviços de engenharia sob os
regimes de contratação integrada ou semi-integrada, o valor estimado da contratação será calculado nos
termos do § 2º, do art. 23, da Lei nº 14.133/2021, acrescido ou não de parcela referente à remuneração do
risco, e, sempre que necessário e o anteprojeto o permitir, a estimativa de preço será baseada em orçamento
sintético, balizado em sistema de custo definido pela Administração, devendo a utilização de metodologia
expedita ou paramétrica e de avaliação aproximada baseada em outras contratações similares ser reservada
às frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no anteprojeto.

§ 1º A parcela referente à remuneração do risco a que se refere o caput deste artigo, se


adotada, não integrará a parcela de BDI do orçamento estimado, devendo ser considerada apenas para efeito
de análise de aceitabilidade das propostas ofertadas no processo licitatório.

§ 2º A estimativa de preço deve se basear em orçamento sintético tão detalhado quanto


possível, devidamente adaptada às condições peculiares da obra, devendo a utilização de estimativas
paramétricas e avaliações aproximadas baseadas em obras similares ser restringida às frações do
empreendimento não suficientemente detalhadas pelo anteprojeto.

§ 3º Será exigido dos licitantes ou contratados, no orçamento que compuser suas respectivas
propostas, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento do orçamento sintético referido no mencionado
parágrafo.

Subseção III
Disposições Finais

Art. 100. O disposto nesse capítulo quanto à formação do orçamento, bem como o conteúdo
desta regulamentação relacionada aos elementos técnicos instrutores do processo licitatório, aplica-se às
licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação oriundos de agência
oficial de cooperação estrangeira, quando não forem incompatíveis com as condições indicadas nos incisos I
e II, do § 3º, do art. 1º, da Lei nº 14.133/2021.

Parágrafo único. Os preços a serem praticados nas licitações e contratos de que trata o caput
deste artigo deverão ser os de mercado, entendidos estes como os custos provenientes das tabelas
referenciais, acrescido de BDI, ou de outras formas previstas nos incisos II a V do art. 84 deste Regulamento.

Seção II
Do Orçamentos para a Contratação de Tecnologia da Informação e Comunicação

Art. 101. Considera-se solução de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC, os bens


e/ou serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação que, isolada ou conjuntamente, visam ao alcance
dos resultados pretendidos com a contratação.

Parágrafo único. Excluem-se da categoria de Tecnologia da Informação e Comunicação as


soluções cuja automação, ainda que integrada por componentes de software ou hardware, não visem à gestão
de informação e comunicação.
Art. 102. A estimativa de preços considerará a solução da Tecnologia da Informação e
Comunicação, nos termos do artigo anterior, a partir dos parâmetros estabelecidos no art. 64 e seguintes,
deste Regulamento.

§ 1º Poderá ser utilizada tabela oficial, hipótese em que será admitida a utilização de um
único preço de referência, inclusive para fins de dispensa de licitação, conforme inciso IX, do art. 75, da Lei
nº 14.133/2021.

§ 2º Nas contratações realizadas com empresas estatais de TIC, os órgãos e entidades


deverão solicitar, junto com a proposta comercial, os demonstrativos de formação de preços de cada serviço
e sistema objeto da proposta, em nível de detalhamento que permita a identificação dos recursos produtivos
utilizados (insumos), com as respectivas quantidades e custos.

§ 3º A proposta comercial apresentada pelas empresas estatais deve atender ao disposto no §


2º, deste artigo, devendo ser formulada de modo a explicitar os critérios de formação dos preços dos
serviços, margens utilizadas e as metodologias aplicáveis a essas margens.

CAPÍTULO IV
DA LEGALIDADE ORÇAMENTÁRIA DA OBRIGAÇÃO ADMINISTRATIVA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 103. O sistema orçamentário composto pelo plano plurianual, pela Lei de diretrizes
orçamentárias e pela Lei orçamentária do Município conforma, autoriza e evidencia, por meio de seus
próprios princípios, regras e conceitos, as obrigações administrativas, sem que com estas se confundam.

Art. 104. A obrigação administrativa tem por fontes a Lei, o contrato administrativo,
convênio, ou ato de reconhecimento expresso, não sendo originada pela Lei de orçamento anual em si, que
tem eficácias autorizativa e restritiva em relação à correspondente despesa, mediante os limites quantitativos
e qualitativos de seus créditos orçamentários e adicionais.

Parágrafo único. Para os fins deste Regulamento, entende-se como despesa a aplicação de
receita ou recurso financeiro por parte de autoridade ou agente público competente para a execução de
atividade de interesse público ou execução de atividade destinada a satisfazer finalidade pública e nos termos
de crédito orçamentário vigente ou restos a pagar.

Art. 105. A toda obrigação administrativa onerosa contraída por órgão, fundo ou entidade
pertencente ao orçamento público, quando autorizada pela Lei orçamentária anual, corresponde uma
obrigação de pagamento paralela, de natureza orçamentária, que é constituída pelo ato de empenho da
despesa pública e sujeita a uma condição suspensiva, a sua liquidação, nos termos dos arts. 58 e 63, da Lei nº
4.320, de 17 de março de 1964.

Art. 106. A obrigação orçamentária de pagamento sujeita-se ao princípio da anualidade, mas


não impede que a obrigação administrativa se estenda para além do exercício financeiro nas hipóteses
autorizadas pela Lei nº 14.133/2021 e conforme o instrumento contratual que lhe dá origem.

Art. 107. A adequação orçamentária da despesa e sua compatibilidade com a Lei de


Diretrizes Orçamentárias e com o Plano Plurianual devem ser aferidas e declaradas pelo ordenador de
despesa, com base em informações da unidade administrativa competente, consoante critérios e formatos
indicados em regulamento específico e nos termos dos artigos 16, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000.

§ 1º A adequação orçamentária da despesa deve ser renovada anualmente e será objeto de


apostilamento contratual.

§ 2º A adequação orçamentária da despesa considerada irrelevante será regida pela Lei de


Diretrizes Orçamentárias do Município.

Art. 108. A instauração de certame licitatório e de procedimento de contratação direta que


tenham por objeto obrigação a ser cumprida nos dois primeiros meses do exercício seguinte, será realizada
somente após o envio do projeto de Lei Orçamentária à Câmara Municipal.

§ 1º A adequação orçamentária da despesa de que trata o caput, deste artigo, será


assegurada, em caráter provisório, excepcional e cautelar, por meio de informação técnica emitida pela
unidade administrativa competente e sob controle da Secretaria Municipal de Planejamento com base no
orçamento a ser aprovado.

§ 2º O empenho da despesa autorizada nos termos deste artigo será realizado previamente
ao início do cumprimento da obrigação pela contratada e apenas mediante ratificação da adequação da
despesa pelas autoridades competentes, após a entrada em vigor da Lei Orçamentária Anual pertinente.

§ 3º O procedimento previsto neste artigo fica reservado para contratações emergenciais,


contratações diretas e licitações que não possam aguardar o início do exercício financeiro seguinte,
consoante justificativa do ordenador da despesa publicada na imprensa oficial.

§ 4º A não aprovação do crédito orçamentário indicado em caráter provisório constitui causa


de não homologação do certame licitatório e de anulação do contrato, sem ônus para a Administração,
ressalvada a hipótese do art. 149, da Lei nº 14.133/2021.

§ 5º O instrumento convocatório ou ato de contratação direta deverá conter cláusula


expressa da condição de validade da licitação e contratação à aprovação do crédito orçamentário indicado, na
forma e montante suficiente para realização do empenho.

Art. 109. Padece de invalidade a despesa contratual realizada com base em crédito
orçamentário inadequado ao objeto da obrigação, nos termos do art. 167, incisos I e II, da Constituição
Federal e do art. 5º, da Lei nº 4.320/1964.

Seção II
Da Execução da Despesa Contratual

Art. 110. O empenho da despesa não excederá o valor das obrigações administrativas a
serem cumpridas no exercício financeiro em curso.

Art. 111. Quando a obrigação administrativa onerosa for viabilizada por execução
descentralizada de crédito orçamentário, o respectivo termo deverá constar do processo de contratação e seu
código será expressamente referenciado nos documentos de adequação orçamentária da despesa firmados
pelo ordenador de despesa e pelos servidores da unidade administrativa competente, sem prejuízo de sua
indicação no instrumento contratual ou congênere.

CAPÍTULO V
DA CONDUÇÃO DO PROCEDIMENTO

Art. 112. As licitações serão processadas e julgadas por agente de contratação, pregoeiro ou
comissão de contratação.

§ 1º É facultado ao agente de contratação, pregoeiro e/ou comissão de contratação:


I - em qualquer fase da licitação, promover as diligências que entender necessárias.
II - adotar medidas de saneamento destinadas a esclarecer informações, corrigir
impropriedades na documentação de habilitação, da proposta, ou complementar a instrução do processo,
desde que não seja alterada a substância da proposta.

§ 2º Quando verificada a presença de vício insanável em documentos apresentados, poderá


ocorrer o afastamento de licitante que os tenha apresentado.

CAPÍTULO VI
DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO

Art. 113. Além de atender ao disposto no art. 25, da Lei nº 14.133/2021, o instrumento
convocatório definirá:
I - o objeto da licitação;
II - a forma de execução da licitação, eletrônica ou presencial;
III - o modo de disputa, aberto, fechado ou com combinação, os critérios de classificação
para cada etapa da disputa e as regras para apresentação de propostas e de lances;
IV - os requisitos de conformidade das propostas;
V - o prazo de apresentação de proposta pelos licitantes, que não poderá ser inferior ao
previsto no art. 55, da Lei nº 14.133/2021;
VI - os critérios de julgamento e os critérios de desempate;
VII - os requisitos de habilitação;
VIII - a exigência, quando for o caso:
a) de marca ou modelo;
b) de amostra;
c) de certificação de qualidade do produto ou do processo de fabricação; e
d) de carta de solidariedade emitida pelo fabricante;
IX - o prazo de validade da proposta;
X - os prazos e meios para apresentação de pedidos de esclarecimentos, impugnações e
recursos;
XI - os prazos e condições para a entrega do objeto;
XII - as formas, condições e prazos de pagamento, bem como o critério de reajuste, quando
for o caso;
XIII - a exigência de garantias e seguros, quando for o caso;
XIV - os critérios objetivos de avaliação do desempenho do contratado, bem como os
requisitos da remuneração variável, quando for o caso;
XV - as sanções;
XVI - quanto aos valores:
a) orçamento previamente estimado, quando adotado o critério de julgamento por maior
desconto;
b) o valor da remuneração ou do prêmio, quando adotado o critério de julgamento por
melhor técnica ou conteúdo artístico e, preferencialmente, quando adotada a modalidade diálogo
competitivo; e
c) o preço mínimo de arrematação, quando adotado o critério de julgamento por maior
lance;
XVII - outras indicações específicas da licitação.

§ 1º Integram o instrumento convocatório, como anexos:


I - o TR, anteprojeto, PB e/ou PE, conforme o caso;
II - a minuta de ata de registro de preços e de contrato, quando cabível;
III - o instrumento de medição de resultado, quando for o caso;
IV - planilha de custos e formação de preços para contratos de prestação de serviços, de
modo especial quando houver dedicação exclusiva de mão de obra, dispensada para contratações em que a
natureza do objeto torne inviável ou desnecessário o detalhamento dos custos para aferição da exequibilidade
dos preços, mediante justificativa; e
V - as especificações complementares e as normas de execução.

Art. 114. No caso em que o orçamento estimado da contratação tenha caráter sigiloso, ele
será tornado público apenas e imediatamente após a classificação final e fase de negociação, sem prejuízo da
divulgação no instrumento convocatório do detalhamento dos quantitativos e das demais informações
necessárias para a elaboração das propostas.

Parágrafo único. Salvo no caso de caráter sigiloso de que trata o parágrafo anterior, o
orçamento previamente estimado estará disponível permanentemente aos órgãos de controle externo e
interno.

Art. 115. No caso de obras ou serviços de engenharia, o instrumento convocatório conterá


ainda:
I - o cronograma de execução, com as etapas necessárias à medição, ao monitoramento e ao
controle das obras, salvo se o prazo de execução for de até 30 (trinta) dias;
II - a exigência de que o contratado conceda livre acesso aos seus documentos e registros
contábeis, referentes ao objeto da licitação, para os servidores ou empregados do órgão ou entidade
contratante e dos órgãos de controle interno e externo.

Art. 116. A possibilidade de subcontratação de parte do objeto deverá estar prevista no


instrumento convocatório, devendo atender ao seguinte:
I - a subcontratação não exclui a responsabilidade do contratado perante a Administração
Pública quanto à qualidade técnica da obra ou do serviço prestado;
II - quando permitida a subcontratação, o contratado deverá apresentar documentação do
subcontratado que comprove sua habilitação jurídica, regularidade fiscal e a qualificação técnica necessária à
execução da parcela da obra ou do serviço subcontratado.
III - a subcontratação depende de autorização prévia do contratante, a quem incumbe avaliar
se o subcontratado cumpre os requisitos de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
IV - quando a qualificação técnica da empresa for fator preponderante para sua contratação,
e a subcontratação for admitida, é imprescindível que se exija o cumprimento dos mesmos requisitos por
parte do subcontratado.
V - em qualquer hipótese de subcontratação, permanece a responsabilidade integral do
contratado pela perfeita execução contratual, cabendo-lhe realizar a supervisão e coordenação das atividades
do subcontratado, bem como responder perante o contratante pelo rigoroso cumprimento das obrigações
contratuais correspondentes ao objeto da subcontratação.
Seção I
Programa de Integridade

Art. 117. Para fins do disposto neste Regulamento, programa de integridade consiste, no
âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade,
auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta,
políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos
praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estruturado, aplicado e atualizado de


acordo com as características e riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual por sua vez deve
garantir o constante aprimoramento e adaptação do referido programa, visando a garantir sua efetividade.

Art. 118. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, o edital
deverá prever a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo
de 6 (seis) meses, contado da celebração do contrato, nos termos do art. 25, § 4º, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 119. Na hipótese de não implantação do programa de integridade de que trata o art.
117, deste Regulamento, a contratada estará sujeita a multa por inexecução parcial, nos termos previstos no
instrumento convocatório e no contrato.

Art. 120. O programa de integridade deve ser formulado observando as disposições


estabelecidas em lei, devendo ser utilizada linguagem de fácil compreensão e conceitos bem definidos e
delimitados.

Parágrafo único. Deve ser dada a publicidade ao programa de integridade, através de


divulgação em local de fácil acesso no index do website da empresa e, em caso de inexistência de website,
deve ser dada a publicidade através de cartório de títulos e documentos.

Art. 121. O programa de integridade deve contemplar, no mínimo, os seguintes elementos:


I - canal eletrônico para denúncias de irregularidades, o qual deve contemplar mecanismos
que assegurem o anonimato, seja através de e-mail, seja através de formulários eletrônicos;
II - sistema informatizado que gere número de protocolo para controle do denunciante;
III - definição de prazos internos para a apuração do fato e os procedimentos a serem
adotados, devendo, ao final, ser o processo interno encaminhado para parecer jurídico no âmbito da empresa.
IV - definição das sanções administrativas a serem aplicadas a todos os prepostos,
empregados, sócios e quaisquer pessoas que atuem pela empresa, independente do seu vínculo jurídico, que
pratiquem atos irregulares.

§ 1º Havendo uma denúncia de irregularidade, deve a Administração Pública ser


comunicada imediatamente para ciência.

§ 2º Deve ser designada a comissão para o acompanhamento do processo de apuração de


irregularidades, que deve assegurar, no mínimo, a participação de contador, administrador e profissional da
engenharia ou arquitetura, sendo referida comissão responsável por impulsionar o processo.

§ 3º Após a conclusão do procedimento, independente do resultado, deve ser remetida cópia


eletrônica ou física da integralidade do processo à Administração Pública para ciência.
CAPÍTULO VII
DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Seção I
Do Pregão e da Concorrência

Art. 122. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental comum a que se refere o
art. 17, da Lei nº 14.133/2021, adotando-se o pregão sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e
qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de
mercado.

Art. 123. Concorrência é a modalidade de licitação para contratação de bens e serviços


especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser:
I - menor preço;
II - melhor técnica ou conteúdo artístico;
III - técnica e preço;
IV - maior retorno econômico;
V - maior desconto.

§ 1º Os serviços comuns de engenharia deverão ser licitados pela modalidade concorrência


nos casos em que os critérios de julgamento não sejam menor preço ou maior desconto.

§ 2º A licitação deverá ser realizada pela modalidade concorrência no caso de contratação


de obras.

Seção II
Do Concurso

Art. 124. Concurso é a modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico
ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
prêmio ou remuneração ao vencedor.

Art. 125. O concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor.

Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder
à Administração Pública, nos termos do art. 93, da Lei nº 14.133/2021, todos os direitos patrimoniais
relativos ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades
competentes.

Art. 126. No caso de licitação pela modalidade concurso, o edital poderá prever que o
vencedor do concurso possa ser contratado para a elaboração do anteprojeto, projeto básico e/ou projeto
executivo, podendo subcontratar os projetos complementares desde que os subcontratados possuam a
qualificação técnica mínima exigida no instrumento convocatório.
Art. 127. O edital para a modalidade concurso deverá:
I - definir o número de etapas e o nível de desenvolvimento das propostas;
II - prever a obrigatoriedade do anonimato dos concorrentes para concursos em uma etapa e,
nos casos de concursos com mais de uma etapa, seja preferencialmente garantido o anonimato;
III - indicar os membros da comissão especial, que no caso de projetos de engenharia e/ou
arquitetura poderá ser composta por arquitetos e urbanistas e/ou engenheiros, agentes públicos ou não;
IV - indicar como presidente da comissão especial servidor efetivo do quadro permanente
da Administração Pública;
V - estabelecer que a decisão da comissão especial é soberana;
VI - no caso de concurso para a contratação de projetos, exigir a adoção preferencial da
Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling - BIM) ou tecnologias e
processos integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la, para entrega dos projetos a
serem contratados.

Seção III
Do Leilão

Art. 128. Leilão é a modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance.

Art. 129. Nas licitações realizadas na modalidade Leilão, serão observados os seguintes
procedimentos operacionais:
I - realização de avaliação prévia dos bens a serem Leiloados, que deverá ser feita com base
nos seus preços de mercado, a partir da qual serão fixados os valores mínimos para arrematação, e no caso da
alienação de bens da Administração Pública Municipal, deverá seguir o disposto nos §§ 4º e 5º, deste artigo.
II - designação de um Agente de Contratação para atuar como Leiloeiro, o qual contará com
o auxílio de Equipe de Apoio na forma deste regulamento, ou, alternativamente, contratação de um Leiloeiro
oficial para conduzir o certame;
III - elaboração do edital de abertura da licitação contendo informações sobre a descrição
dos bens, seus valores mínimos, local e prazo para visitação, forma e prazo para pagamento dos bens
arrematados, condições para participação e, no que couber, atender ao disposto na Lei nº 14.133/2021,
quanto ao conteúdo do instrumento convocatório;
IV - realização da sessão pública em que serão recebidos os lances e, ao final, declarados os
vencedores dos lotes licitados.

§ 1º O edital não deverá exigir a comprovação de requisitos de habilitação por parte dos
licitantes.

§ 2º A sessão pública deverá ser realizada preferencialmente de forma eletrônica, por meio
de plataforma que assegure a integridade dos dados e informações e a confiabilidade dos atos nela
praticados.

§ 3º A realização do Leilão por agente de contratação é preferencial, devendo ser justificada


a opção pela contratação de Leiloeiro oficial no procedimento interno da licitação.

§ 4º Especificamente quando se tratar de venda de bens imóveis, o edital deve tratar sobre:
I - direito de preferência ao licitante que, submetendo-se a todas as regras do edital,
comprove a ocupação do imóvel objeto da licitação.
II - identificação e descrição de cada imóvel, especificando as suas localizações,
características, limites, confrontações ou amarrações geográficas, medidas, ad corpus ou ad mensuram,
inclusive de área;
III - existência ou não de ônus que recaiam sobre cada imóvel e, se for o caso, a
circunstância de se encontrar na posse de terceiros, inclusive mediante locação;
IV - obrigatoriedade de cada adquirente se responsabilizar, integralmente, pela
reivindicação de posse do imóvel por ele adquirido, e nada alegar perante o Município, em decorrência de
eventual demora na desocupação, quando for o caso;
V - valor de cada imóvel, apurado em laudo de avaliação;
VI - condições de participação e de habilitação, especificando a documentação necessária e,
se for o caso, a comprovação do recolhimento da caução exigida;
VII - condições de pagamento;
VIII - sanções para o caso de inadimplemento;
IX - critério de julgamento;
X - prazos para celebração do contrato de compra e venda, promessa de compra e venda ou
de permuta e para realização do registro junto ao cartório competente, quando cabível;
XI - obrigatoriedade de os licitantes apresentarem propostas ou lances distintos para cada
imóvel;
XII - hipóteses de preferência;
XIII - encargos legais e fiscais de responsabilidade do arrematante e, no caso de
aforamento, o foro;
XIV - comissão do Leiloeiro a ser paga pelo arrematante, se for o caso;
XV - sanções cominadas ao arrematante ou licitante vencedor, na hipótese de desistência ou
não complementação do pagamento do preço ofertado;
XVI - possibilidade de revigoramento do lance ou proposta vencedora, na hipótese de
desistência da preferência exercida;
XVII - documentação necessária para celebração do respectivo termo ou contrato;
XVIII - os horários, os dias e as demais condições necessárias para visitação dos imóveis; e
XIX - os locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que
serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e ao seu objeto.

§ 5º Quanto à alienação de bens de que trata a parte final do inciso I, do caput, deste artigo,
aplica-se o seguinte:
I - a avaliação prévia deve observar parâmetros técnicos e legais pertinentes e, em se
tratando de bens imóveis, no que couber, aos critérios da Norma Brasileira de Regulamentação NBR 14.653,
ou outra que venha a substituí-la.
II - o preço mínimo de venda poderá ser revisto quando a licitação for fracassada ou
deserta;
III - o laudo de avaliação poderá ser realizado por comissão ou órgão municipal incumbido
de tal atribuição ou, ainda, por empresa ou profissional especializado contratado para tal finalidade.

§ 6º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pelo
presidente da Comissão de Alienação de Imóveis, pelo Leiloeiro ou pelo servidor especialmente designado
para realização do Leilão, permanecendo no processo de licitação e dele se extraindo cópias integrais ou
resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.

§ 7º Constituirá anexo do edital, dele fazendo parte integrante, a minuta do contrato a ser
firmado entre o Município e o arrematante.
Art. 130. Os bens e direitos arrematados serão pagos, preferencialmente, à vista, admitindo-
se o pagamento mediante entrada em percentual não inferior a 20% (vinte por cento), e o restante no prazo e
forma estabelecidos em edital.

§ 1º No caso de pagamento parcelado, o bem será entregue após o pagamento integral, salvo
prestação de garantia sobre o valor total remanescente.

§ 2º O valor recolhido à Administração não será devolvido.

§ 3º O instrumento convocatório estabelecerá as condições para a entrega do bem ao


arrematante.

Seção IV
Do Diálogo Competitivo

Art. 131. Diálogo competitivo é a modalidade de licitação para contratação de obras,


serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados
mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às
suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

Art. 132. O diálogo competitivo observará as regras e condições previstas em edital, que
indicará:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
III - as condições de realização e a remuneração a ser concedida àquele ou àqueles que
apresentarem a melhor ou melhores soluções;
IV - o número mínimo de interessados a ser observado pela Administração para que haja o
diálogo.

Parágrafo único. Para o estabelecimento do número mínimo de que trata o inciso IV do


caput deste artigo os critérios de seleção e de classificação devem obedecer a um padrão objetivo.

Art. 133. O procedimento do diálogo competitivo observará as seguintes fases, em


sequência;
I - qualificação, iniciada com a habilitação dos interessados;
II - diálogo;
III - apresentação e julgamento das propostas.

§ 1º Nas fases da qualificação dos candidatos interessados em participar do diálogo e


julgamento das propostas, as decisões tomadas pela Administração devem ocorrer com base em critérios
objetivos.

§ 2º Os licitantes não habilitados ficam impedidos de participar das demais fases do


diálogo.

§ 3º As fases previstas dos incisos I e III, do caput, deste artigo, não poderão ser sigilosas e
deverão ser estabelecidas no instrumento convocatório com rigidez e transparência.

§ 4º A fase relativa ao inciso III, do caput, deste artigo, é a fase competitiva do certame.

§ 5º O diálogo só será tornado público na fase competitiva.


Art. 134. A fase de qualificação inicia-se com a apresentação da candidatura dos
interessados em participar da licitação.

§ 1º O instrumento convocatório estabelecerá o prazo máximo para as candidaturas.

§ 2º O candidato deverá, na etapa de habilitação a ser realizada no início da fase de


qualificação, demonstrar a capacidade de realizar o objeto da licitação, com as informações e documentos
necessários previstos nos arts. 67 e 69, da Lei nº 14.133/2021, e outros que venham a ser exigidos pelo
instrumento convocatório.

Art. 135. Não há óbice que as propostas iniciais dos licitantes sejam alteradas para se atingir
a solução adequada à necessidade da Administração em função do diálogo mantido com a comissão especial
designada pela autoridade competente.

Art. 136. Poderão participar da fase de diálogo os candidatos que forem habilitados na
forma do § 2º, do art. 134, deste Regulamento e que preencherem os requisitos mínimos de qualificação
estabelecidos no instrumento convocatório.

§ 1º Serão convidados para o diálogo os candidatos habilitados e qualificados na fase de


qualificação de que trata o art. 134 ou, se houver previsão no instrumento convocatório, de acordo com o §
3º, do art. 140, ambos deste Regulamento.

§ 2º Caso haja mais de 3 (três) candidatos, porém não tenha sido atingido o número mínimo
de qualificados, a comissão especial poderá decidir pela continuidade do procedimento com o início do
diálogo.

§ 3º O instrumento convocatório deverá prever requisitos mínimos para que se estabeleça se


a solução oferecida pelos candidatos seja aceitável, sob pena de desqualificação daqueles que oferecerem
soluções impróprias para o atendimento das necessidades a serem atendidas.

§ 4º O edital poderá prever a concessão de prêmio ou remuneração ao licitante que tiver sua
solução escolhida e adotada pelo licitante vencedor, cujo valor e forma de pagamento deverá constar no
edital de seleção.

§ 5º No caso em que a solução seja o resultado da mescla de mais de uma das soluções
apresentadas durante o diálogo, conforme prevê o art. 139, deste Regulamento, o valor da remuneração de
que trata o § 4º, deste artigo, deverá ser dividido entre aqueles que apresentaram as soluções.

§ 6º O edital deverá prever que o licitante autor da solução adotada deverá ceder todos os
direitos patrimoniais a eles relativos para a Administração Pública, hipótese em que poderão ser livremente
utilizados e alterados por ela em outras ocasiões, sem necessidade de nova autorização de seu autor.

Art. 137. O diálogo será realizado individualmente com cada um dos candidatos e a
Administração, até que seja encerrada esta fase, e deverá garantir o sigilo relativo das soluções apresentadas
pelos candidatos.

§ 1º A Administração poderá revelar pontos específicos da solução de um candidato aos


demais somente sob a autorização do proponente.

§ 2º O tratamento aos candidatos deve preservar a isonomia e igualdade entre todos, de


modo que as informações fornecidas não confiram vantagens a nenhum dos candidatos.
Art. 138. A fase do diálogo poderá ser subdividida em subfases, conforme critérios
estabelecidos no instrumento convocatório, de modo que soluções possam ser eliminadas de forma gradativa.

Parágrafo único. O diálogo será encerrado quando a comissão especial designada concluir
que houve uma ou mais soluções, ou quando concluir que não houve solução apta a atender às necessidades
que a Administração esposou no instrumento convocatório.

Art. 139. Não há óbice, desde que os respectivos proponentes autorizem, que a solução seja
o resultado da mescla de mais de uma das soluções apresentadas durante o diálogo.

Art. 140. Finalizado o diálogo, a Administração deverá convocar os candidatos para


apresentarem as respectivas propostas.

§ 1º As propostas a que se refere o caput, deste artigo, serão julgadas com base nos critérios
previstos no instrumento convocatório.

§ 2º A fase de julgamento da proposta é restrita aos licitantes habilitados e qualificados na


fase de qualificação.

§ 3º No caso de subdivisão de fase na forma do art. 138, deste Decreto, o instrumento


convocatório poderá prever que os candidatos que forem desqualificados na primeira subfase da fase de
diálogo, fiquem impedidos de participar da fase de julgamento das propostas.

§ 4º Como requisito para a contratação, o licitante mais bem classificado deverá apresentar
a habilitação fiscal, social e trabalhista, conforme dispõe o art. 68, da Lei nº 14.133/2021.

§ 5º A comissão especial, após encerrada a fase do diálogo e antes da divulgação do edital


de convocação dos licitantes aptos a participar da fase de julgamento das propostas, deverá anexar aos autos
os registros e as gravações em áudio e vídeo realizados durante a negociação.

Art. 141. A divulgação do edital deverá ocorrer da mesma forma que se deu a do
instrumento convocatório, e deverá ser publicado no Portal Nacional de Contratações Públicas, no Diário
Oficial, em jornal de grande circulação, e no sítio eletrônico oficial do Município.

Art. 142. Para o julgamento da proposta mais vantajosa na modalidade diálogo competitivo
deverá ser adotado os critérios de julgamento técnica e preço, melhor técnica ou, no caso de se visar um
contrato de eficiência, o critério de maior retorno econômico.

Art. 143. Eventuais impugnações e recursos relativos ao diálogo competitivo devem ser
apresentadas no prazo de 5 (cinco) dias, a contar da respectiva publicação do último ato de cada uma das
fases dispostas no art. 133, deste Decreto, no Portal Nacional de Contratações Públicas.

CAPÍTULO VIII
DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO DAS PROPOSTAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 144. Poderão ser utilizados como critérios de julgamento:


I - menor preço;
II - maior desconto;
III - melhor técnica ou conteúdo artístico;
IV - técnica e preço;
V - maior lance, no caso de Leilão;
VI - maior retorno econômico.

§ 1º O julgamento das propostas observará os parâmetros definidos no instrumento


convocatório, sendo vedado computar vantagens não previstas, inclusive financiamentos subsidiados ou a
fundo perdido.

§ 2º O julgamento das propostas deverá observar a margem de preferência prevista no art.


26, da Lei nº 14.133/2021.

Seção II
Menor Preço ou Maior Desconto

Art. 145. O critério de julgamento pelo menor preço ou maior desconto considerará o menor
dispêndio para a Administração Pública, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no
instrumento convocatório.

§ 1º Os custos indiretos, relacionados às despesas de manutenção, utilização, reposição,


depreciação e impacto ambiental, entre outros fatores, poderão ser considerados para a definição do menor
dispêndio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme parâmetros definidos no instrumento
convocatório.

§ 2º Parâmetros adicionais de mensuração de custos indiretos poderão ser estabelecidos por


ato próprio da Secretaria Municipal de Administração e Departamento de Gestão de Compras.

Art. 146. O critério de julgamento por maior desconto utilizará como referência o preço
total estimado, fixado pelo instrumento convocatório, e o desconto será estendido aos eventuais termos
aditivos.

§ 1º No caso de obras ou serviços de engenharia, o percentual de desconto apresentado


pelos licitantes preferencialmente incidirá linearmente sobre os preços de todos os itens do orçamento
estimado constante do instrumento convocatório.

§ 2º O critério de julgamento pelo maior desconto poderá incidir sobre tabelas de preços
oficiais, públicas ou privadas.

§3º Para a adoção do critério de maior desconto poderá ser utilizada licitação com lances
negativos de forma que a contratada possa oferecer pagamento à Administração para a execução do contrato.

Seção III
Melhor Técnica ou Conteúdo Artístico

Art. 147. O critério de julgamento de melhor técnica ou melhor conteúdo artístico poderá
ser utilizado para a contratação de projetos e trabalhos de natureza técnica, científica ou artística, incluídos
os projetos arquitetônicos.
Parágrafo único. Quando adotada a modalidade concurso, o vencedor da licitação realizada
por este critério poderá ser contratado para o desenvolvimento dos projetos arquitetônico e complementares
de engenharia, nos termos do respectivo edital.

Art. 148. O critério de julgamento de melhor técnica ou melhor conteúdo artístico


considerará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes, segundo
parâmetros objetivos inseridos no instrumento convocatório.

§ 1º O instrumento convocatório definirá o prêmio ou a remuneração que será atribuída ao


vencedor.

§ 2º Poderão ser utilizados parâmetros de sustentabilidade ambiental para a valoração das


propostas nas licitações para contratação de projetos.

§ 3º O instrumento convocatório poderá estabelecer requisitos mínimos para classificação


das propostas, cujo não atingimento implicará em desclassificação do proponente.

Art. 149. Nas licitações que adotem o critério de julgamento de melhor técnica ou conteúdo
artístico a licitação será conduzida por comissão especial composta por, no mínimo, 3 (três) pessoas, agentes
públicos ou não, de reputação ilibada e notório conhecimento da matéria, na forma do art. 12, deste
Regulamento.

Parágrafo único. Os membros da comissão de contratação a que se refere o caput, deste


artigo, responderão por todos os atos praticados, salvo se posição individual divergente estiver registrada na
ata da reunião em que adotada a decisão.

Seção IV
Técnica e Preço

Art. 150. O critério de julgamento de melhor técnica e preço será utilizado quando estudo
técnico preliminar demonstrar que a avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que
superarem os requisitos mínimos estabelecidos no edital são relevantes aos fins pretendidos pela
Administração nos casos descritos no art. 36, da Lei nº 14.133/2021.

Parágrafo único. Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na licitação para


contratação dos serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual, previstos nas
alíneas a, d e h, do inciso XVIII, do caput, do art. 6º, da Lei nº 14.133/2021, cujo valor estimado da
contratação seja superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), o julgamento será por melhor técnica; ou
técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de valoração da proposta técnica.

Art. 151. No julgamento pelo critério de técnica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas
as propostas técnicas e de preço apresentadas pelos licitantes, segundo fatores objetivos previstos no
instrumento convocatório.

§ 1º O fator de ponderação relativo à proposta técnica será limitado a 70% (setenta por
cento).

§ 2º Poderão ser utilizados parâmetros de sustentabilidade ambiental para a pontuação das


propostas técnicas.

§ 3º O instrumento convocatório estabelecerá pontuação mínima para as propostas técnicas,


cujo não atingimento implicará em desclassificação.
Seção V
Maior Lance

Art. 152. O critério de julgamento pelo maior lance será utilizado no caso da modalidade
Leilão, nos termos previsto em Regulamento próprio.

Seção VI
Maior Retorno Econômico

Art. 153. No critério de julgamento pelo maior retorno econômico as propostas serão
consideradas de forma a selecionar a que proporcionar a maior economia para a Administração Pública
decorrente da execução do contrato.

§ 1º O critério de julgamento pelo maior retorno econômico será utilizado exclusivamente


para a celebração de contrato de eficiência.

§ 2º O contrato de eficiência terá por objeto a prestação de serviços, que poderá incluir a
realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao órgão ou
entidade contratante, na forma de redução de despesas correntes.

§ 3º O instrumento convocatório deverá prever parâmetros objetivos de mensuração da


economia gerada com a execução do contrato, que servirá de base de cálculo da remuneração devida ao
contratado.

Art. 154. Nas licitações que adotem o critério de julgamento pelo maior retorno econômico,
os licitantes apresentarão:
I - proposta de trabalho, que deverá contemplar:
a) as obras, serviços ou bens, com respectivos prazos de realização ou fornecimento; e
b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de medida associada à obra, ao
bem ou ao serviço, e, ainda, em unidade monetária; e
II - proposta de preço, que corresponderá a um percentual sobre a economia que se estima
gerar durante determinado período, expressa em unidade monetária.

§ 1º O edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos de mensuração da economia


gerada com a execução do contrato, que servirá de base de cálculo para a remuneração devida ao contratado.

§ 2º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômico será o resultado da


economia que se estima gerar com a execução da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço.

§ 3º Nos casos em que não for gerada a economia prevista no contrato de eficiência:
I - A diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da
remuneração do contratado;
II - se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida for superior ao limite
máximo estabelecido no contrato, o contratado sujeitar-se-á, ainda, às sanções previstas em Lei e no
instrumento convocatório.

CAPÍTULO IX
DO REGIME DE EXECUÇÃO
Art. 155. A escolha do regime de execução contratual deve estar técnica e economicamente
justificada nos autos do processo licitatório e no respectivo contrato.

Seção I
Dos regimes de Empreitada por Preço Global, por Preço Unitário, Contratação por Tarefa e
Empreitada integral

Art. 156. Adota-se a empreitada por preço global, empreitada integral e contratação por
tarefa, em regra, para pactuar obrigações de meio e quando for possível definir com precisão os quantitativos
e/ou qualitativos dos serviços a serem executados.

Art. 157. Adota-se a empreitada por preço unitário para pactuar obrigações de meio e nos
casos em que os objetos, por sua natureza, possuam uma imprecisão inerente de quantitativos em seus itens
orçamentários.

§ 1º No caso de que trata o caput, deste artigo, se houver preferência pela empreitada por
preço global, deverá ser justificado nos autos.

§ 2º Poderão ser adotados dois regimes de empreitada em um mesmo contrato quando a


obra ou serviço de engenharia e/ou arquitetura for composta por parte possível de definir com precisão os
quantitativos e/ou qualitativos dos serviços a serem executados na obra e parte que possua uma imprecisão
inerente de quantitativos e/ou qualitativos em seus itens orçamentários.

Art. 158. É irregular a admissão de proposta ofertada pelo licitante contendo especificações
de serviços e respectivas quantidades destoantes do orçamento-base da licitação, cabendo-lhe, no caso de
identificar erros de quantitativos no orçamento-base do certame, impugnar os termos do edital de licitação.

Art. 159. São admissíveis aditivos contratuais, inclusive no regime de execução contratual
por preço global, nos casos de alterações de projeto propostas pela administração, nos casos de fatos
imprevisíveis, entre os quais a impossibilidade de o licitante constatar as eventuais discrepâncias de
quantidades com base nos elementos presentes no projeto-básico, bem como nas demais situações previstas
no art. 125, da Lei nº 14.133/2021.

Parágrafo único. No caso de aditivos por iniciativa da empresa contratada, o fato gerador do
pedido deve ser previamente informado à Administração que, avaliando ser o caso de justificada necessidade
de antecipação de seus efeitos, na forma do art. 132, da Lei nº 14133/2021 autorizará por escrito sua
execução, devendo a formalização ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês.

Art. 160. No regime de empreitada por preço unitário e exclusivamente nos serviços que,
por sua natureza, não for possível prever com exatidão a quantidade antes da execução, é possível se firmar
termo aditivo, mesmo depois de finalizada a execução de etapa do cronograma físico-financeiro, para
adequação da quantidade efetivamente executada, constatada em medição.

Art. 161. Em contratos executados no regime de empreitada por preço global, no caso de
aditivos celebrados em virtude de erros ou omissões no orçamento, deverão ser observadas as seguintes
diretrizes:
I - em regra, os aditivos não são admissíveis, tendo em vista a cláusula de expressa
concordância da contratada com o projeto básico, bem como a natural variação de quantitativos na
empreitada por preço global constitui-se em álea ordinária da contratada.
II - quando nos contratos forem encontrados erros de pequena relevância, relativos a
pequenas variações de quantitativos em seus serviços, a contratante deve pagar exatamente o preço global
acordado, não sendo adequado se firmar, para isso, aditivo contratual.
III - quando nos contratos forem encontrados erros ou omissões substanciais, subestimativas
ou superestimativas relevantes, poderão ser ajustados termos aditivos, excepcionalmente, desde que os
seguintes requisitos sejam atendidos cumulativamente:
a) somente serão considerados como erros substanciais ou relevantes que poderão ser objeto
de revisão, os serviços de materialidade relevante na curva ABC do orçamento, compreendidos dentro da
Faixa A e Faixa B, cuja somatória acumulada dos custos representa 80% (oitenta por cento) do custo total;
b) somente serão considerados como erros substanciais ou relevantes e objetos de revisão,
os erros unitários de quantitativo acima de 10% (dez por cento).
IV - excepcionalmente, em casos de quantitativos com relevantes subestimativas no
orçamento, demonstrada a razoabilidade do pedido de aditivo, deverão ser atendidas cumulativamente os
seguintes requisitos para o deferimento do pleito:
a) a alteração contratual deverá manter a proporcionalidade da diferença entre o valor global
estimado pela Administração e o valor global contratado;
b) o resultado que seria obtido na licitação, com os quantitativos efetivos de serviços, não
poderá ser modificado se os novos quantitativos fossem aplicados às propostas dos demais licitantes, em
observância aos princípios da igualdade e da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração;
c) a alteração contratual, em análise global, não deverá ultrapassar a 10% (dez por cento) do
valor total do contrato, computando-se esse percentual para verificação dos limites previstos no art. 125, da
Lei nº 14.133/2021;
d) o novo serviço incluído no contrato ou a quantidade acrescida no serviço cujo
quantitativo foi originalmente subestimado não poderá ser compensado por eventuais distorções a maior nos
quantitativos de outros serviços que favoreçam o contratado.
V - em caso de quantitativos superestimados relevantes no orçamento, eventuais pleitos da
contratada para não redução dos valores contratados poderão ser atendidos de forma excepcionalíssima,
desde que preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) demonstração, em análise global, de que o quantitativo artificialmente elevado foi
compensado por outros preços e quantitativos subestimados de forma que reste cabalmente demonstrado que
o preço global pactuado representa a justa remuneração da obra, considerando o orçamento de referência da
Administração ajustado; e
b) a alteração do contrato de forma a reduzir os quantitativos daquele item inviabilizaria a
execução contratual, por exemplo, demonstrando-se que o valor a ser reduzido supere a remuneração e as
contingências detalhadas na composição do BDI apresentado pelo contratado, bem como os montantes
originados de eventuais distorções a maior existentes nos custos obtidos em sistemas referenciais da
Administração Pública (efeitos cotação e barganha) que não foram eliminados no processo licitatório.

Art. 162. Nos aditivos em contratos em que houver necessidade de acréscimo e supressão
de serviços, devem ser considerados os acréscimos e as supressões de quantitativos de forma isolada, ou seja,
o conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original do
contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente, e sem nenhum tipo de compensação
entre eles, os limites de alteração estabelecidos no dispositivo legal.

Seção II
Dos Regimes de Contratação Integrada e Semi-Integrada

Art. 163. Nos processos licitatórios para contratação de obras e serviços de engenharia sob
os regimes de contratação integrada ou semi-integrada, deverão ser adotados:
I - o regime de contratação integrada, em regra, para pactuar obrigações de resultado em
que o contratado é responsável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar serviços
de engenharia e obras comuns ou especiais de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e
realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final
do objeto.
II - o regime de contratação semi-integrada para pactuar obrigações de resultado em que o
contratado é responsável por elaborar e desenvolver o projeto executivo, executar serviços de engenharia e
obras comuns ou especiais de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem,
teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.

§ 1º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto ou forem adotados


os regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz de
alocação de riscos entre o contratante e o contratado, sendo que os riscos decorrentes de fatos supervenientes
à contratação, associados à escolha da solução de projeto básico pelo contratado, deverão ser alocados como
de sua responsabilidade na matriz de riscos. (juntei dois parágrafos)

§ 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto básico nos casos de contratação


integrada, hipótese em que deverá ser elaborado anteprojeto, de acordo com metodologia definida em ato do
órgão competente, observados os requisitos estabelecidos no inciso XXIV, do art. 6º, da Lei nº 14.133/2021.

§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, após a elaboração do projeto básico pelo contratado,


o conjunto de desenhos, especificações, memoriais e cronograma físico-financeiro deverá ser submetido à
aprovação da Administração, que avaliará sua adequação em relação aos parâmetros definidos no edital e
conformidade com as normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a qualidade ou a vida útil do
empreendimento e mantida a responsabilidade integral do contratado pelos riscos associados ao projeto
básico.

§ 4º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autorização da Administração, o


projeto básico poderá ser alterado, desde que demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo
contratado em termos de redução de custos, de aumento da qualidade, de redução do prazo de execução ou
de facilidade de manutenção ou operação, assumindo o contratado a responsabilidade integral pelos riscos
associados à alteração do projeto básico.

§ 5º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e da


aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores.

Art. 164. Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital e o contrato,


sempre que for o caso, deverão prever:
I - as providências necessárias para a efetivação de desapropriação autorizada pelo poder
público;
II - o responsável pelas respectivas fases do procedimento expropriatório;
III - a responsabilidade pelo pagamento das indenizações devidas;
IV - a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pelos bens expropriados,
inclusive de custos correlatos;
V - distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o risco pela diferença entre o
custo da desapropriação e a estimativa de valor, e pelos eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso
na disponibilização dos bens expropriados;
VI - em nome de quem deverá ser promovido o registro de imissão provisória na posse e o
registro de propriedade dos bens a serem desapropriados.

Art. 165. Nas hipóteses em que for adotada a contratação integrada ou semi-integrada, é
vedada a alteração dos valores contratuais, exceto nos seguintes casos:
I - para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou
força maior;
II - por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para melhor adequação
técnica aos objetivos da contratação, a pedido da Administração, desde que não decorrente de erros ou
omissões por parte do contratado, observados os limites estabelecidos no art. 125, da Lei nº 14.133/2021;
III - por necessidade de alteração do projeto nas contratações semi-integradas, nos termos
do § 5º, do art. 46, da Lei nº 14.133/2021;
IV - por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz de riscos como de
responsabilidade da Administração.

Seção III
Do Fornecimento e Prestação de Serviço Associado

Art. 166. Fornecimento e prestação de serviço associado é o regime de contratação em que a


execução do objeto observará as seguintes fases, em sequência:
I - fornecimento do objeto;
II - operação, manutenção ou ambas do objeto fornecido na fase I, por tempo determinado.

§ 1º Quando na fase I, o fornecimento é de obra ou serviço de engenharia, o edital pode


prever que o contratado:
I - seja responsável por executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar
serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes
para a entrega final do objeto; ou
II - seja responsável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-
operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.

§ 2º No caso do inciso I, do § 1º, deste artigo, o edital deve conter como anexo um projeto
básico, na forma do art. 71 e seguintes, deste Regulamento, o qual, mediante prévia autorização da
Administração, poderá ser alterado, mantidos os procedimentos relativos ao regime de contratação semi-
integrada, desde que demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo contratado em termos de
redução de custos, de aumento da qualidade, de redução do prazo de execução ou de facilidade de
manutenção ou operação, assumindo o contratado a responsabilidade integral pelos riscos associados à
alteração do projeto básico.

§ 3º No caso do inciso II, do § 1º, deste artigo, o edital deve conter como anexo um
anteprojeto de engenharia, na forma deste Regulamento, mantidos os procedimentos relativos ao regime de
contratação integrada.

§ 4º A medição e o pagamento do objeto da contratação sob regime de fornecimento e


prestação de serviço associado será por etapas e em função da fase em que se está sendo executado o
contrato.

Art. 167. A administração pública poderá celebrar modelo de contrato de facilities para
ocupação de imóveis públicos ou nos imóveis em que o Município seja locatário, no caso em que o estudo
técnico preliminar concluir que esta é a melhor solução para a contratação pretendida.

§ 1º O modelo de contrato de facilities para ocupação de imóveis de que trata o caput deste
artigo, consiste na prestação, em um único contrato, de serviços de gerenciamento e manutenção de imóvel,
incluído o fornecimento dos equipamentos, materiais e outros serviços necessários ao uso do imóvel pela
administração pública, por escopo ou continuados.

§ 2º Observados os princípios de que trata o art. 5º, da Lei nº 14.133/2021, o modelo de


contrato facilities poderá, na forma do § 2º, do art. 7º, da Lei nº 14.011, de 10 de junho de 2020:
I - incluir a realização de obras para adequação do imóvel, inclusive a elaboração dos
projetos básico e executivo; e
II - ter prazo de duração de até 20 (vinte) anos, quando incluir investimentos iniciais
relacionados à realização de obras e o fornecimento de bens, os quais devem permanecer com o contratante.

Art. 168. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação de serviço associado
terá sua vigência máxima definida pela soma do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra
com o prazo relativo ao serviço de operação e manutenção, este limitado a 5 (cinco) anos contados, da data
de recebimento do objeto inicial.

Parágrafo único. É autorizada a prorrogação sucessiva do contrato firmado sob o regime de


fornecimento e prestação de serviço associado, respeitada a vigência máxima decenal, desde que haja
previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as condições e os preços permanecem
vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o contratado ou a extinção contratual sem
ônus para qualquer das partes.

TÍTULO III
DA FASE EXTERNA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 169. As licitações deverão ser realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica,
através da plataforma gratuita de compras governamentais disponibilizada pelo Governo Federal
(www.comprasgovernamentais.com.br) ou através de sistema próprio, podendo, excepcionalmente e
mediante justificativa, serem adotados outros sistemas disponíveis no mercado, desde que mantenham
integração com o Portal Nacional de Contratações Públicas, na forma do § 1º, do art. 175, da Lei nº
14.133/2021.

§ 1º A licitação na forma eletrônica será realizada quando a disputa ocorrer à distância e em


sessão pública, por meio do sistema de compras adotado pelo Município e de acordo com as regras contidas
neste Decreto e no instrumento convocatório.

§ 2º O sistema de que trata o § 1º, deste artigo deverá ser dotado de recursos de criptografia
e de autenticação que garantam condições de segurança nas etapas do certame.

§ 3º Nos procedimentos realizados sob a forma eletrônica, a Administração Pública poderá


determinar, como condição de validade e eficácia, que os licitantes pratiquem seus atos em formato
eletrônico.

Art. 170. Será admitida, excepcionalmente, a realização de licitações sob a forma


presencial, quando reste justificada e comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a
Administração na realização do certame pela via eletrônica.

§ 1º A sessão pública deve ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo.

§ 2º O órgão ou entidade licitante apresentará a justificativa pormenorizada para a


realização da licitação com a utilização da forma presencial.

§ 3º A justificativa para a realização da licitação com a utilização da forma presencial


deverá ser aprovada pela autoridade superior.
Art. 171. Após a publicação do instrumento convocatório inicia-se a fase de apresentação de
propostas ou lances.

§ 1º A fase de habilitação poderá, excepcionalmente, desde que justificado e previsto no


instrumento convocatório, anteceder à fase de apresentação de propostas ou lances, caso em que:
I - os licitantes apresentarão simultaneamente os documentos de habilitação e as propostas
com o preço ou o maior desconto;
II - o agente de contratação ou comissão de contratação, quando o substituir, na abertura da
sessão pública, deverá informar no sistema o prazo para a verificação dos documentos de habilitação, a que
se refere o inciso I, e a data e o horário para manifestação da intenção de recorrer do resultado da habilitação;
III - serão verificados os documentos de habilitação de todos os licitantes; e
IV - serão convocados para envio de lances apenas os licitantes habilitados.

§ 2º Eventual postergação do prazo a que se refere o inciso II, do § 1º, deve ser comunicada,
tempestivamente, via sistema, de forma a não cercear o direito de recorrer do licitante.

§ 3º Na adoção da modalidade de licitação diálogo competitivo, serão observadas as fases


próprias desta modalidade, nos termos do art. 32, da Lei nº 14.133/2021.

Seção I
Da Publicação do edital

Art. 172. A publicidade do instrumento convocatório, sem prejuízo da faculdade de


divulgação direta aos fornecedores, cadastrados ou não, será realizada mediante:
I - divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no Portal
Nacional de Contratações Públicas (PNCP), nos termos do art. 54, da Lei nº 14.133/2021;
II - publicação de extrato do edital no Diário Oficial do Município, ou, no caso de consórcio
público, do outro ente consorciado, bem como em jornal diário de grande circulação, nos termos do § 1º, do
art. 54, da Lei nº 14.133/2021; e
III - divulgação do instrumento convocatório no sítio eletrônico oficial do Município.

§ 1º O extrato do instrumento convocatório conterá a definição precisa, suficiente e clara do


objeto, a indicação dos locais, dias e horários em que poderá ser consultada ou obtida a íntegra do
instrumento convocatório, bem como o endereço onde ocorrerá a sessão pública, a data e hora de sua
realização e a indicação de que a licitação, na forma eletrônica, será realizada por meio da internet.

§ 2º Eventuais modificações no instrumento convocatório serão divulgadas nos mesmos


prazos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração não comprometer a formulação das
propostas.

§ 3º Na publicação em jornal diário de grande circulação, o extrato da licitação deverá


conter o objeto da licitação e os links para o acesso ao edital no Portal Nacional de Contratações Públicas e
no sítio eletrônico oficial do Município.

Art. 173. Caberá pedido de esclarecimento e impugnação ao instrumento convocatório nas


hipóteses e prazos especificados no art. 164 e seguintes, da Lei nº 14.133/2021.

Seção II
Do Credenciamento para Acesso ao Sistema Eletrônico
Art. 174. A autoridade máxima do órgão ou entidade promotora da licitação, o agente de
contratação, inclusive o pregoeiro, os membros da equipe de apoio, os membros das comissões e os licitantes
que participarem de licitação, na forma eletrônica, serão previamente credenciados, perante o provedor do
sistema eletrônico.

§ 1º A licitação por meio eletrônico será realizada pela internet, através do sistema de
compras eletrônicas indicado no respectivo instrumento convocatório.

§ 2º O credenciamento para acesso ao sistema ocorrerá pela atribuição de chave de


identificação e de senha pessoal e intransferível.

§ 3º Caberá à autoridade competente do órgão ou da entidade promotora da licitação


solicitar, junto ao provedor do sistema, o seu credenciamento, o do agente de contratação ou o do pregoeiro,
dos membros de equipes de apoio, e do presidente de comissão de contratação.

§ 4º O credenciamento do interessado e de seu representante junto ao sistema de licitações


eletrônicas implica a sua responsabilidade legal pelos atos praticados e presunção de capacidade para a
realização das transações inerentes à licitação.

Seção III
Do Licitante

Art. 175. Caberá ao licitante interessado em participar da licitação, na forma eletrônica:


I - credenciar-se previamente no sistema eletrônico utilizado no certame;
II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente via sistema ou correio eletrônico, os
documentos de habilitação e a proposta quando classificado em primeiro lugar, e os documentos
complementares;
III - responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu nome, assumir como
firmes e verdadeiras suas propostas e seus lances, inclusive os atos praticados diretamente ou por seu
representante, excluída a responsabilidade do provedor do sistema, do órgão ou da entidade promotora da
licitação por eventuais danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros;
IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o processo licitatório e
responsabilizar-se pelo ônus decorrente da perda de negócios diante da inobservância de mensagens emitidas
pelo sistema ou de sua desconexão;
V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer acontecimento que possa
comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da senha, para imediato bloqueio de acesso;
VI - utilizar a chave de identificação e a senha de acesso para participar do certame na
forma eletrônica; e
VII - solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da senha de acesso por interesse
próprio.

Art. 176. Os interessados em participar de licitações devem dispor de chave de identificação


e senha pessoal do sistema de compras eletrônica indicado pelo Município no instrumento convocatório.

Subseção I
Da participação de microempreendedores individuais, microempresas e empresas de
pequeno porte

Art. 177. Sem prejuízo da adoção das regras de tratamento favorecido e simplificado para
ME/EPP, de que trata a Lei Complementar nº 123/2006 e a Lei Complementar Municipal nº 68/2009, nas
licitações municipais poderão, ainda, ser realizadas licitações no âmbito do Programa Municipal de Fomento
ao Desenvolvimento Socioeconômico Local e Regional denominado “COMPRA MARECHAL”, devendo, o
respectivo instrumento convocatório indicar quais benefícios serão adotados.

§ 1º Para comprovar a condição de microempresa, empresa de pequeno porte e


microempreendedor individual, o licitante deverá apresentar, na fase de habilitação, a Certidão Simplificada
da Junta Comercial atualizada ou documento equivalente, além de Declaração, sob as penas da Lei, de que
cumpre os requisitos legais de qualificação da condição de microempresa, de empresa de pequeno porte ou
microempreendedor individual, estando apto a usufruir dos benefícios previstos nos arts. 42 a 49, da Lei
Complementar nº 123/2006.

§ 2º O licitante é responsável por solicitar seu desenquadramento da condição de


microempresa, empresa de pequeno porte ou microempreendedor individual quando houver ultrapassado o
limite de faturamento estabelecido no art. 3º, da Lei Complementar nº 123/2006, no ano fiscal anterior, ou
por outra razão perder a condição de beneficiário do tratamento diferenciado, sob pena de ser declarado
inidôneo para licitar e contratar com a Administração Pública, sem prejuízo das demais sanções caso usufrua
ou tente usufruir indevidamente dos benefícios previstos neste Regulamento.

§ 3º Em caso de dúvidas acerca da condição de micro e pequena empresa, poderão ser


realizadas diligências, dentre as quais, a solicitação de apresentação do Demonstrativo de Resultado do
Exercício - DRE, a que se refere a Resolução nº 1.418/2012, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC.

Art. 178. Para a ampliação da participação dos beneficiários do tratamento diferenciado nas
licitações, os órgãos ou entidades contratantes deverão:
I - estabelecer e divulgar um planejamento anual das contratações públicas;
II - padronizar e divulgar as especificações dos bens e serviços contratados, de modo a
orientar os favorecidos para que adequem os seus processos produtivos;
III - na definição do objeto da contratação, não utilizar especificações que restrinjam,
injustificadamente, a participação dos beneficiários do tratamento diferenciado sediados local ou
regionalmente;
IV - parcelar o objeto da licitação de modo a ampliar a possibilidade de participação dos
beneficiários do tratamento diferenciado, considerando na definição dos itens e lotes a necessidade do
desenvolvimento local e regional, em função dos locais em que os bens, serviços e obras deverão ser
entregues ou executados;
V - manter dados no Portal de Compras Governamentais, referente a participação nas
licitações e cadastramento, assim como prazos, regras e condições usuais de pagamento.

Art. 179. O balanço patrimonial somente será exigido dos beneficiários do tratamento
diferenciado quando indispensável para a prova de habilitação econômico-financeira consoante disposto no
instrumento convocatório.

Art. 180. A comprovação de regularidade fiscal e trabalhista dos beneficiários do tratamento


diferenciado somente será exigida para efeito de contratação e não como condição para participação na
licitação, nos termos do art. 42, da Lei Complementar nº 123/2006.

Subseção II
Da Participação em Consórcio

Art. 181. Quando permitida a participação, na licitação, de pessoas jurídicas organizadas em


consórcio, serão observadas as condições dispostas no art. 15, da Lei nº 14.133/2021 e, ainda:
I - no que se refere à qualificação econômico-financeira, será exigida a demonstração, para
todos os consorciados, do atendimento de eventuais requisitos contábeis definidos no instrumento
convocatório;
II - o instrumento convocatório deverá exigir que conste cláusula de responsabilidade
solidária no compromisso de constituição de consórcio a ser firmado pelos licitantes, bem como no contrato
de constituição e registro do consórcio a ser celebrado após sua declaração como vencedor da licitação;
III - tratando-se de consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras, a liderança de que trata
o inciso II, do art. 15, da Lei nº 14.133/2021 caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira.
IV - além da constituição e registro do consórcio antes da celebração do contrato com o
Município, deverá ser comprovado seu arquivamento na Junta Comercial e a inscrição no Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica - CNPJ.
V - o faturamento, poderá ser feito direta e isoladamente para a contratante, por uma ou
mais das consorciadas, decorrente da execução de partes distintas do objeto do contrato de consórcio,
obrigando a consorciada à remessa mensal, para a empresa líder ou para a consorciada eleita para tais fins,
dos respectivos documentos comprobatórios das receitas auferidas, bem como dos custos e despesas
incorridos.
VI - o faturamento correspondente às operações do consórcio será efetuado pelas pessoas
jurídicas consorciadas, mediante a emissão de nota fiscal ou de fatura própria, proporcionalmente à
participação de cada uma no empreendimento.
VII - caso uma ou mais das consorciadas execute partes distintas do objeto do contrato de
consórcio, bem como realizar faturamento direto e isoladamente para a contratante, a consorciada remeterá à
empresa líder ou à consorciada eleita, mensalmente, cópia dos documentos comprobatórios de suas receitas,
custos e despesas incorridos.
VIII - nas hipóteses autorizadas pela legislação do Imposto sobre Operações relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS) e do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), a Nota Fiscal ou a Fatura
poderá ser emitida pelo consórcio no valor total, caso em que cópia da Nota Fiscal ou da Fatura será
remetida à empresa líder ou à consorciada eleita, indicando na mesma a parcela de receitas correspondente a
cada uma das empresas consorciadas para efeito de operacionalização contábil.

Subseção III
Da Participação de Cooperativa

Art. 182. A participação de profissionais organizados sob a forma de cooperativa será


autorizada na forma do art. 16, da Lei nº 14.133/2021.

CAPÍTULO II
DA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS OU LANCES

Art. 183. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e lances, contados a partir da
divulgação do edital de licitação são aqueles descritos no art. 55, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 184. A partir do horário previsto no edital de licitação, a sessão pública será aberta
automaticamente pelo sistema.

§ 1º Os licitantes deverão apresentar na abertura da sessão pública declaração de que


atendem aos requisitos de habilitação e de conformidade da proposta com as exigências do edital, sujeitando-
se às sanções previstas na Lei nº 14.133/2021 em caso de falsidade da declaração.

§ 2º Os licitantes que se enquadrem como microempresa, empresa de pequeno porte e


microempreendedor individual deverão apresentar a comprovação da declaração de seu enquadramento.

§ 3º Os licitantes poderão retirar ou substituir a proposta ou, na hipótese de inversão da fase


de habilitação, os respectivos documentos de habilitação anteriormente inseridos no sistema, até a abertura
da sessão pública.

§ 4º O sistema disponibilizará campo próprio para troca de mensagens entre o agente de


contratação ou a comissão de contratação, quando o substituir, e os licitantes, vedada outra forma de
comunicação.

Art. 185. Quando do cadastramento da proposta, o licitante poderá parametrizar o seu valor
final mínimo ou o seu percentual de desconto final máximo, obedecendo às seguintes regras:
I - aplicação de intervalo mínimo de diferença de valores ou de percentuais entre os lances,
que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que cobrir a melhor
oferta; e
II - os lances serão de envio automático pelo sistema, respeitado o valor final mínimo
estabelecido e o intervalo de que trata o inciso I.

§ 1º O valor final mínimo ou o percentual de desconto final máximo de que trata o caput
poderá ser alterado pelo fornecedor durante a fase de disputa, sendo vedado:
I - valor superior a lance já registrado pelo fornecedor no sistema, quando adotado o critério
de julgamento por menor preço; e
II - percentual de desconto inferior a lance já registrado pelo fornecedor no sistema, quando
adotado o critério de julgamento por maior desconto.

§ 2º O valor final mínimo ou o percentual de desconto final máximo parametrizado na


forma do caput, possuirá caráter sigiloso para os demais fornecedores e para o órgão ou entidade promotora
da licitação, podendo ser disponibilizado estrita e permanentemente aos órgãos de controle externo e interno.

Art. 186. Iniciada a fase competitiva, observado o modo de disputa adotado no edital, os
licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema eletrônico.

§ 1º O licitante será imediatamente informado do recebimento do lance e do valor


consignado no registro.

§ 2º O licitante somente poderá oferecer valor inferior ou maior percentual de desconto ao


último lance por ele ofertado e registrado pelo sistema, observado o intervalo mínimo de diferença de valores
ou de percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação
ao lance que cobrir a melhor oferta.

§ 3º Observado o parágrafo anterior, o licitante poderá, uma única vez, excluir seu último
lance ofertado, no intervalo de quinze segundos após o registro no sistema, na hipótese de lance
inconsistente ou inexequível.

§ 4º O agente de contratação ou a comissão de contratação, poderá, durante a disputa, como


medida excepcional, excluir a proposta ou o lance que possa comprometer, restringir ou frustrar o caráter
competitivo do processo licitatório, mediante comunicação eletrônica automática via sistema.

§ 5º Eventual exclusão de proposta do licitante, de que trata o parágrafo anterior, implica a


retirada do licitante do certame, sem prejuízo do direito de defesa.

§ 6º Durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo real, do valor do


melhor lance registrado, vedada a identificação do licitante.
Seção I
Desconexão do sistema na etapa de lances

Art. 187. Na hipótese de o sistema eletrônico se desconectar no decorrer da etapa de envio


de lances da sessão pública e permanecer acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo recebidos, sem
prejuízo dos atos realizados.

Art. 188. Caso a desconexão do sistema eletrônico persistir por tempo superior a dez
minutos para o órgão ou a entidade promotora da licitação, a sessão pública será suspensa e reiniciada
somente decorridas vinte e quatro horas após a comunicação do fato aos participantes, no sítio eletrônico
utilizado para divulgação.

CAPÍTULO III
MODOS DE DISPUTA

Seção I
Modo de Disputa Aberto

Art. 189. No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão suas propostas em sessão
pública por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o critério de
julgamento adotado.

§ 1º O instrumento convocatório poderá estabelecer intervalo mínimo de diferença de


valores entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação à proposta
que cobrir a melhor oferta.

§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quando adotado o critério de


julgamento de técnica e preço.

§ 3º A etapa de envio de lances durará dez minutos e, após isso, será prorrogada
automaticamente pelo sistema quando houver lance ofertado nos últimos dois minutos do período de duração
desta etapa.

§ 4º A prorrogação automática de que trata o parágrafo anterior será de dois minutos e


ocorrerá sucessivamente sempre que houver lances enviados nesse período de prorrogação, inclusive quando
se tratar de lances intermediários.

§ 5º Na hipótese de não haver novos lances na forma estabelecida nos §§ 3º e 4º, a etapa
será encerrada automaticamente pelo sistema, que ordenará e divulgará os lances.

Art. 190. Caso a licitação de modo de disputa aberto seja realizada sob a forma presencial,
serão adotados, adicionalmente, os seguintes procedimentos:
I - as propostas iniciais serão classificadas de acordo com a ordem de vantajosidade;
II - o agente de contratação, o pregoeiro, ou a comissão de licitação, convidará individual e
sucessivamente os licitantes, de forma sequencial, a apresentar lances verbais, a partir do autor da proposta
menos vantajosa, seguido dos demais; e
III - a desistência do licitante em apresentar lance verbal, quando convocado, implicará sua
exclusão da etapa de lances verbais e a manutenção do último preço por ele apresentado, para efeito de
ordenação das propostas, exceto no caso de ser o detentor da melhor proposta, hipótese em que poderá
apresentar novos lances sempre que esta for coberta, observado o disposto no § 1º, do artigo anterior, deste
Regulamento.

Art. 191. O instrumento convocatório poderá estabelecer a possibilidade de apresentação de


lances intermediários pelos licitantes durante a disputa aberta.

Parágrafo único. São considerados intermediários os lances:


I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, mas superiores ao último lance dado pelo
próprio licitante, quando adotado o julgamento pelo critério do maior lance; ou
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, mas inferiores ao último lance dado pelo
próprio licitante, quando adotados os demais critérios de julgamento.

Art. 192. Após a definição da melhor proposta, se a diferença em relação à proposta


classificada em segundo lugar for de pelo menos 5% (cinco por cento), o agente de contratação ou a
comissão de licitação quando o substituir, poderá admitir o reinício da disputa aberta, nos termos
estabelecidos no instrumento convocatório, para a definição das demais colocações, conforme o disposto no
§ 4º, do art. 56, da Lei nº 14.133/2021.

§ 1º Após o reinício previsto no caput, os licitantes serão convocados a apresentar lances


intermediários.

§ 2º Encerrada a etapa de que trata o parágrafo anterior, o sistema ordenará e divulgará os


lances automaticamente.

Seção II
Modo de Disputa Fechado

Art. 193. No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas pelos licitantes serão
sigilosas até a data e hora designadas para sua divulgação.

§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será vedada quando adotados os


critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto.

§ 2º No caso de licitação presencial, as propostas deverão ser apresentadas em envelopes


lacrados, abertos em sessão pública e ordenadas conforme critério de vantajosidade.

Seção III
Modo de Disputa Aberto e Fechado

Art. 194. No modo de disputa aberto e fechado, a etapa de envio de lances terá duração de
quinze minutos.

§ 1º Encerrado o prazo previsto no caput, o sistema encaminhará o aviso de fechamento


iminente dos lances e, transcorrido o período de até dez minutos, aleatoriamente determinado, a recepção de
lances será automaticamente encerrada.

§ 2º Após a etapa de que trata o § 1º, o sistema abrirá a oportunidade para que o autor da
oferta de valor mais baixo ou de maior percentual de desconto e os autores das ofertas subsequentes com
valores ou percentuais até 10% (dez por cento) superiores ou inferiores àquela, conforme o critério adotado,
possam ofertar um lance final e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento deste
prazo.
§ 3º No procedimento de que trata o parágrafo anterior, o licitante poderá optar por manter o
seu último lance da etapa aberta, ou por ofertar melhor lance.

§ 4º Na ausência de, no mínimo, três ofertas nas condições de que trata o § 2º, os autores
dos melhores lances subsequentes, na ordem de classificação, até o máximo de três, poderão oferecer um
lance final e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento do prazo, observado o
disposto no parágrafo anterior.

§ 5º Encerrados os prazos estabelecidos nos §§ 2º e 4º, o sistema ordenará e divulgará os


lances em ordem crescente de vantajosidade.

§ 6º Na ausência de lance final e fechado classificado nos termos dos §§ 2º e 4º, haverá o
reinício da etapa fechada para que os demais licitantes, até o máximo de três, na ordem de classificação,
possam ofertar um lance final e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento deste
prazo, observado, após esta etapa, o disposto no § 5º.

§ 7º Na hipótese de não haver licitante classificado na etapa de lance fechado que atenda às
exigências para habilitação, o pregoeiro poderá, auxiliado pela equipe de apoio, mediante justificativa,
admitir o reinício da etapa fechada, nos termos do disposto no § 6º.

Seção IV
Modo de disputa fechado e aberto

Art. 195. No modo de disputa fechado e aberto, somente serão classificados


automaticamente pelo sistema, para a etapa da disputa aberta, na forma disposta na subseção I, com a
apresentação de lances, o licitante que apresentou a proposta de menor preço ou maior percentual de
desconto e os das propostas até 10% (dez por cento) superiores ou inferiores àquela, conforme o critério de
julgamento adotado.

§ 1º Não havendo pelo menos 3 (três) propostas nas condições definidas no caput, poderão
os licitantes que apresentaram as três melhores propostas, consideradas as empatadas, oferecer novos lances
sucessivos.

§ 2º Definida a melhor proposta, se a diferença em relação à proposta classificada em


segundo lugar for de pelo menos 5% (cinco por cento), o agente de contratação ou a comissão de
contratação, quando o substituir, poderá admitir o reinício da disputa aberta, nos termos estabelecidos no
edital de licitação, para a definição das demais colocações.

§ 3º Após o reinício previsto no parágrafo anterior, os licitantes serão convocados para


apresentar lances intermediários, podendo optar por manter o seu último lance.

§ 4º Encerrada a etapa de que trata o parágrafo anterior, o sistema ordenará e divulgará os


lances.

CAPÍTULO IV
FASE DE JULGAMENTO

Seção I
Verificação da conformidade da proposta

Art. 196. Encerrada a etapa de envio de lances da sessão pública, o agente de contratação ou
a comissão de contratação, realizará a verificação da conformidade da proposta classificada em primeiro
lugar quanto à adequação ao objeto estipulado e à compatibilidade do preço ou maior desconto final em
relação ao estimado para a contratação, conforme definido no edital.

Art. 197. Será desclassificada a proposta que:


I - contenha vícios insanáveis;
II - não obedeça às especificações técnicas previstas no instrumento convocatório;
III - apresente preço manifestamente inexequível ou permaneça acima do orçamento
estimado para a contratação, inclusive nas hipóteses previstas no caput, do art. 59, deste Regulamento;
IV - não tenha sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela Administração
Pública; ou
V - apresente desconformidade com quaisquer outras exigências do instrumento
convocatório, desde que insanável.

§ 1º Para fins de inexequibilidade da proposta de que trata o inciso IV, do caput, desde
artigo:
I - no caso de obras e serviços de engenharia, serão consideradas inexequíveis as propostas
cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela Administração.
II - no caso de bens e serviços em geral, será considerado indício de inexequibilidade a
oferta de valores inferiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela Administração.

§ 2º Na hipótese de que trata o inciso II, do parágrafo anterior, o agente de contratação, o


pregoeiro ou a comissão de contratação poderá realizar diligências para aferir a exequibilidade da proposta
ou exigir do licitante que ela seja demonstrada, sendo considerada inexequível a proposta quando ficar
evidenciado que:
I - o custo do licitante ultrapassa o valor da proposta;
II - inexistem custos de oportunidade capazes de justificar o vulto da oferta.

§ 3º Em sede de diligência somente é possível a aceitação de novos documentos quando:


I - necessário para complementar informações acerca dos documentos já apresentados pelo
licitante e que se refiram a fato já existente à época da abertura do certame;
II - destinado à atualização de documentos vencidos após a data de recebimento das
propostas.

§ 4º Para fins do disposto no parágrafo anterior, consideram-se “novos documentos” aqueles


gerados após a data da licitação.

Art. 198. Desde que previsto no edital, o órgão ou entidade promotora da licitação poderá,
em relação ao licitante provisoriamente vencedor, realizar análise e avaliação da conformidade da proposta,
mediante homologação de amostras, exame de conformidade e prova de conceito, entre outros testes de
interesse da Administração, de modo a comprovar sua aderência às especificações definidas no termo de
referência ou no projeto básico.

Seção II
Preferência e Desempate

Art. 199. No caso de empate será aplicado o disposto nos arts. 42 a 49, da Lei
Complementar nº 123/2006, e respectivas regulamentações municipais, conforme mencionado em edital.
Art. 200. Nas licitações em que após o exercício de preferência de que trata o artigo anterior
esteja configurado empate em primeiro lugar, serão utilizados os critérios de desempate de que trata o art. 60,
da Lei nº 14.133/2021.

§ 1º Quanto ao critério de desempate de que trata o inciso III, do art. 60, da Lei nº
14.133/2021, consideram-se ações de equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho:
I - ações afirmativas de gênero:
a) nas etapas de seleção e recrutamento;
b) em programas de capacitação;
c) em programas de ascensão profissional;
II - medidas de participação igualitária, com a presença de homens e mulheres em todos os
âmbitos de tomada de decisão;
III - política de benefícios voltados à proteção da maternidade, da paternidade e da adoção,
buscando equilibrar vida profissional e pessoal;
IV - práticas de cultura organizacional:
a) programas de disseminação de direitos das mulheres;
b) práticas de prevenção e repressão ao assédio moral e sexual;
c) práticas de combate à violência doméstica e familiar;
d) programas de educação voltados a equidade de gênero;
V - estrutura física adequada para trabalhadoras gestantes e lactantes;
VI - medidas de medicina e segurança do trabalho que considerem as diferenças entre os
gêneros;
VII - reserva de 2% (dois por cento) das vagas de trabalho na empresa para mulheres
vítimas de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 19.727/2018.

§ 2º Considerar-se-á vencedor o licitante que apresentar o maior número de ações de


equidade em desenvolvimento no momento da apresentação da proposta.

§ 3º Em caso de empate, dar-se-á preferência ao licitante que demonstrar, sucessivamente:


I - melhores resultados nos últimos 5 (cinco) anos, considerados os percentuais de
participação resultantes das ações desenvolvidas;
II - maior tempo de desenvolvimento de tais ações no período anterior aos 5 (cinco) anos a
que se refere o inciso anterior.

§ 4º A comprovação do desenvolvimento de ações de equidade deverá ser feita de forma


documental, nos termos do edital convocatório.

Art. 201. Caso as regras indicadas no art. 60, supramencionado, não sejam suficientes para
se chegar ao vencedor, será realizado sorteio.

Seção III
Encerramento da fase de julgamento

Art. 202. Após o encerramento da fase de apresentação de propostas, o agente de


contratação, o pregoeiro, ou a comissão de licitação, classificará as propostas por ordem decrescente de
vantajosidade.

§ 1º Quando a proposta do primeiro classificado estiver acima do preço máximo ou inferior


ao desconto definido para a contratação, poderá haver negociação com o licitante para obtenção de
condições mais vantajosas à Administração Pública, sendo a mesma realizada por meio do sistema, podendo
ser acompanhada pelos demais licitantes.

§ 2º A negociação de que trata o § 1º deste artigo poderá ser feita com os demais licitantes,
segundo a ordem de classificação, quando o primeiro colocado, após a negociação, for desclassificado por
sua proposta permanecer superior ao orçamento estimado.

Art. 203. O edital de licitação deverá estabelecer prazo de, no mínimo, duas horas,
prorrogável por igual período, contado da solicitação do agente de contratação ou da comissão de
contratação, para envio da proposta no sistema e, se necessário, dos documentos complementares, adequada
ao último lance ofertado.

§ 1º A prorrogação de que trata o caput, deste artigo, poderá ocorrer nas seguintes situações:
I - por solicitação do licitante, mediante justificativa aceita pelo agente de contratação ou
pela comissão de contratação, quando o substituir; ou
II - de oficio, a critério do agente de contratação ou da comissão de contratação, quando
constatado que o prazo estabelecido não é suficiente para o envio dos documentos exigidos no edital para a
verificação de conformidade de que trata o caput.

§ 2º No caso de licitações em que o procedimento exija apresentação de planilhas com


indicação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como com detalhamento das Bonificações e Despesas
Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), esta deverá ser encaminhada pelo sistema com os respectivos
valores readequados à proposta vencedora.

Art. 204. Desde que previsto em edital, caso a proposta do licitante vencedor não atenda ao
quantitativo total estimado para a contratação, poderá ser convocada a quantidade de licitantes necessária
para alcançar o total estimado, respeitada a ordem de classificação, observado o preço da proposta
vencedora.

Art. 205. Encerrado o julgamento, será disponibilizada a respectiva ata, com a ordem de
classificação das propostas.

CAPÍTULO V
DA HABILITAÇÃO

Art. 206. A habilitação será promovida com base nos artigos 62 a 70, da Lei 14.133/2021,
aplicando-se, ainda, as disposições do presente capítulo, exigindo-se, no máximo, a documentação relativa:
I - à habilitação jurídica;
II - à qualificação técnica;
III - à regularidade fiscal, social e trabalhista;
IV - à qualificação econômico-financeira.

§ 1º O instrumento convocatório definirá o prazo para apresentação dos documentos de


habilitação.

§ 2º Será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas do licitante


classificado em primeiro lugar, sendo o prazo de apresentação fixado pelo instrumento convocatório, não
podendo o mesmo ser inferior à 2h (duas horas), prorrogável por igual período nas hipóteses elencadas no §
1º, do art. 203, deste Regulamento.
§ 3º Poderá haver substituição parcial ou total dos documentos por certificado de registro
cadastral e certificado de pré-qualificação, nos termos do instrumento convocatório.

§ 4º Após a apresentação dos documentos de habilitação, fica vedada a substituição ou a


apresentação de novos documentos, salvo em sede de diligência, para:
I - complementação de informações acerca dos documentos já apresentados pelos licitantes
e desde que necessária para apurar fatos existentes à época da abertura do certame; e
II - atualização de documentos cuja validade tenha expirado após a data de recebimento das
propostas.

§ 5º A verificação pelo agente de contratação ou pela comissão de contratação, em sítios


eletrônicos oficiais de órgãos ou entidades emissoras de certidões constitui meio legal de prova para fins de
habilitação.

§ 6º Na análise dos documentos de habilitação, o agente ou comissão de contratação poderá


sanar erros ou falhas, na forma estabelecida neste Regulamento.

§ 7º Em caso de inabilitação, serão requeridos e avaliados os documentos de habilitação dos


licitantes subsequentes, por ordem de classificação.

§ 8º Os documentos de habilitação dos licitantes convocados para a apresentação da


documentação habilitatória serão disponibilizados para acesso público após concluídos os procedimentos de
que trata este artigo.

§ 9º Em relação à qualificação técnica de que trata o inciso II, do caput:


I - as exigências de qualificação técnico-profissional e qualificação técnico-operacional,
poderão ser substituídas por outra prova de que o profissional ou a empresa possui conhecimento técnico e
experiência prática na execução de serviço de características semelhantes, hipótese em que as provas
alternativas aceitáveis deverão ser previstas no edital, não se aplicando tal possibilidade no caso de
contratação de obras e serviços de engenharia.
II - quanto à qualificação técnico-profissional, não será admitido atestado de
responsabilidade técnica emitido em favor de profissionais que tenham dado causa à aplicação das sanções
de impedimento de licitar e contratar, e de inidoneidade para licitar e contratar de que tratam os incisos III e
IV, do art. 156, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 207. Quando utilizado o critério de julgamento de maior lance, nas licitações
destinadas à alienação, a qualquer título, dos bens e direitos da Administração Pública, os requisitos de
qualificação técnica e econômico-financeira poderão ser dispensados, se substituídos pela comprovação do
recolhimento de quantia como garantia, limitada a 5% (cinco por cento) do valor mínimo de arrematação.

Parágrafo único. O disposto no caput, não dispensa os licitantes da apresentação dos demais
documentos exigidos para a habilitação.

Art. 208. Caso ocorra a inversão de fases prevista no § 1º, do art. 17, da Lei nº 14.133/2021:
I - os licitantes apresentarão simultaneamente os documentos de habilitação e as propostas;
II - serão verificados os documentos de habilitação de todos os licitantes; e
III - serão julgadas apenas as propostas dos licitantes habilitados.

CAPÍTULO VI
DOS RECURSOS QUANTO ÀS PROPOSTAS E HABILITAÇÃO
Art. 209. Os recursos deverão respeitar as disposições dos arts. 164 a 168, da Lei nº
14.133/2021, aplicando-se subsidiariamente as disposições da Lei Municipal nº 4.990, de 21 de novembro de
2017.

CAPÍTULO VII
DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO

Art. 210. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, o procedimento licitatório será


encaminhado à autoridade máxima, que procederá na forma do art. 71, da Lei 14.133/2021.

§ 1º Caso haja decisão pela anulação ou revogação da licitação, caberá recurso no prazo de
3 (três) dias úteis contados a partir da decisão, observado o disposto nos arts. 165 a 168, da Lei nº
14.133/2021, no que couber.

§ 2º A revogação, anulação e adjudicação/homologação da licitação deverão ser publicadas


no Diário Oficial do Município e disponibilizadas no sítio eletrônico oficial.

Art. 211. Antes de enviar o procedimento para a autoridade máxima o agente de


contratação, o pregoeiro, e/ou a comissão de contratação deverá se certificar de que o procedimento está
devidamente instruído com:
I - documentação exigida e apresentada para a habilitação;
II - proposta de preços do licitante;
III - os avisos, os esclarecimentos e as impugnações;
IV - ata da sessão pública, que conterá os seguintes registros, entre outros:
a) os licitantes participantes;
b) as propostas apresentadas;
c) os lances ofertados, na ordem de classificação;
d) a suspensão e o reinício da sessão, se for o caso;
e) a aceitabilidade da proposta de preço;
f) a habilitação;
g) os recursos interpostos, as respectivas análises e as decisões; e
h) o resultado da licitação;
V - a decisão sobre o saneamento de erros ou falhas na proposta ou na documentação;
VI - comprovantes das publicações:
a) do aviso do edital; e
b) dos demais atos cuja publicidade seja exigida.

§ 1º A instrução do processo licitatório será realizada preferencialmente por meio


eletrônico, de modo que os atos e os documentos de que trata este artigo, constantes dos arquivos e registros
digitais, serão válidos para todos os efeitos legais, inclusive para comprovação e prestação de contas.

§ 2º A ata da sessão pública será disponibilizada na internet imediatamente após o seu


encerramento, para acesso livre.

Art. 212. Quando convocado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o
instrumento equivalente, o interessado deverá observar os prazos e condições estabelecidos em edital, sob
pena de decair do direito à contratação, sem prejuízo da aplicação das sanções previstas em Lei.
Art. 213. É facultado à Administração Pública, quando o convocado não assinar o termo de
contrato, ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente, no prazo e condições estabelecidos:
I - revogar a licitação, sem prejuízo da aplicação das cominações previstas na Lei nº
14.133/2021, e neste Regulamento; ou
II - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração do
contrato ou instrumento equivalente nas condições ofertadas pelo licitante vencedor.

Parágrafo único. Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos termos do
inciso II, do caput, a Administração Pública poderá convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para a celebração do contrato nas condições ofertadas por estes, desde que o valor seja igual ou
inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quanto aos preços atualizados, nos termos do
instrumento convocatório.

TÍTULO IV
DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DIRETA

Art. 214. O processo de contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade e de


dispensa de licitação, além dos documentos previstos no art. 72, da Lei nº 14.133/2021, deverá ser instruído
com os seguintes elementos:
I - indicação do dispositivo legal aplicável;
II - autorização do ordenador de despesa;
III - consulta prévia da relação das impedidas de licitar ou contratar com a Administração
Pública do Município;
IV - no que couber, declarações exigidas na Lei nº 14.133/2021, neste Regulamento ou em
regulamentos específicos editados pela Administração Pública do Município;
V - lista de verificação, quando houver sido aprovada pelo Município, devidamente atestada
e assinada pelos responsáveis pela condução do procedimento.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no art. 71, da Lei nº 14.133/2021, no que couber, aos
processos de contratação direta.

Art. 215. São competentes para autorizar a inexigibilidade e a dispensa de licitação o


Prefeito Municipal, e as autoridades máximas dos órgãos e entidades públicas, admitida a delegação.

§ 1º Na Administração direta, a competência poderá ser delegada aos Secretários


Municipais.

§ 2º Nas entidades autárquicas e fundacionais, considera-se autoridade máxima o Diretor-


Geral ou ocupante de cargo equivalente.

Art. 216. Nas hipóteses de inexigibilidade e de dispensa de licitação para a aquisição de


bens ou para a contratação de serviços por mais de um órgão ou entidade, poderá ser utilizado o sistema de
registro de preços, aplicando-se as regras do art. 273 e seguintes, deste Decreto.

Art. 217. Fica dispensada a análise jurídica dos processos de contratação direta nas
hipóteses previamente definidas por ato do Procurador-Geral do Município, nos termos do § 5º, do art. 53, da
Lei nº 14.133/2021.

CAPÍTULO I
DA INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

Art. 218. As hipóteses previstas no art. 74, da Lei nº 14.133/2021, são exemplificativas,
sendo inexigível a licitação em todos os casos em que for inviável a competição.

Art. 219. Para a caracterização da hipótese de inexigibilidade prevista no inciso I, do art. 74,
da Lei 14.133/2021, caberá ao agente público responsável pela fase preparatória de planejamento da
contratação direta, a adoção de providências que assegurem a veracidade do documento de exclusividade
apresentado pela futura contratada, nos termos do § 1º, do mesmo artigo da Lei.

Art. 220. A caracterização das hipóteses de inexigibilidade previstas no inciso III, do art. 74,
da Lei nº 14.133/2021, dependem da comprovação dos requisitos da especialidade e da singularidade do
serviço, aliados à notória especialização do contratado.

Art. 221. Excepcionalmente, poderão ser adquiridos bens de marcas específicas ou


contratados serviços com prestador específico para cumprimento de ordem judicial, quando a decisão
indique a marca ou o prestador a ser contratado pela Administração.

CAPÍTULO II
DA DISPENSA DE LICITAÇÃO

Art. 222. As hipóteses de dispensa de licitação são aquelas indicadas no rol taxativo do art.
75, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 223. Nas dispensas de licitação previstas nos incisos I e II, do art. 75, da Lei nº
14.133/2021:
I - a contratação deverá ser feita preferencialmente com microempresa, empresa de pequeno
porte ou microempreendedor individual.
II - para fins do disposto inciso II, do § 1º, do art. 75, da Lei nº 14.133/2021, considera-se
“ramo de atividade” a participação econômica no mercado, identificada pelo nível de subclasse da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE.
III - não se aplica o disposto no § 1º do art. 75, da Lei nº 14.133/2021, às contratações de
até R$ 8.000,00 (oito mil reais) de serviços de manutenção de veículos automotores de propriedade do órgão
ou entidade contratante, incluído o fornecimento de peças, salvo quando houver contrato ou ata de registro
de preços vigentes.
IV - as contratações de serviço de manutenção de veículos de que trata o inciso anterior
estão sujeitas ao regime de adiantamento, nos termos do disposto na Lei Municipal nº 4.653, de 05 de maio
de 2014.
V - para enquadramento de bens, serviços ou obras nas faixas de valores previstas nos
incisos I e II, do art. 75, da Lei nº 14.133/2021, a autoridade competente pela autorização e a autoridade
superior responsável pela adjudicação e pela homologação da contratação devem observar atentamente o
cumprimento dos requisitos indicados, evitando a ocorrência de dolo, fraude ou erro grosseiro, situação em
que responderão solidariamente com o contratado pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis, na forma do art. 73, da mesma norma legislativa e do art. 337-E, do Código Penal
(Decreto-Lei nº 2.848/1940).

Seção I
Da Dispensa Eletrônica

Art. 224. Os órgãos e entidades da Administração Pública direta, autárquica e fundacional


do Município poderão adotar o sistema de dispensa eletrônica, nas seguintes hipóteses:
I - contratação de obras e serviços de engenharia comuns ou serviços de manutenção de
veículos automotores, no limite do disposto no inciso I, do caput, do art. 75, da Lei nº 14.133/2021;
II - contratação de bens e serviços, no limite do disposto no inciso II, do caput, do art. 75,
da Lei nº 14.133/2021;
III - contratação de obras, bens e serviços, incluídos os serviços comuns de engenharia, nos
termos do disposto no inciso III e seguintes, do caput, do art. 75, da Lei nº 14.133/2021, quando cabível; e
IV - registro de preços para a contratação de bens e serviços por mais de um órgão ou
entidade, nos termos do § 6º, do art. 82, da Lei nº 14.133/2021.

§ 1º O Município poderá adotar o Sistema de Dispensa Eletrônica instituído pelo Governo


Federal, regulamentado pela Instrução Normativa SEGES/ME nº 67, de 8 de julho de 2021 ou, ainda, criar
sistema próprio, situação na qual caberá a expedição de regulamentação por Decreto específico.

§ 2º Fica vedada a utilização do sistema de dispensa eletrônica nas seguintes hipóteses:


I - contratações de obras que não se incluam no inciso I, do caput, deste artigo;
II - locações imobiliárias e alienações; e
III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia.

TÍTULO V
DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES

Art. 225. São procedimentos auxiliares das licitações e contratações na forma da Lei nº
14.133/2021 e deste Decreto:
I - credenciamento;
II - pré-qualificação;
III - procedimento de manifestação de interesse;
IV - sistema de registro de preços;
V - registro cadastral.

Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto nos arts. 78 a 88, da Lei nº 14.133/2021, os
procedimentos auxiliares das licitações e das contratações deverão atender, ainda, às disposições de regência
do presente título.

CAPÍTULO I
DO CREDENCIAMENTO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 226. Credenciamento é o processo administrativo de chamamento público em que a


Administração Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os
requisitos necessários, se credenciem por meio de cadastramento no órgão ou na entidade para executar o
objeto quando convocados.
§ 1º O procedimento de credenciamento será conduzido por uma comissão especial de
credenciamento, designada pela autoridade competente.

§ 2º As hipóteses de credenciamento são aquelas descritas no art. 79, da Lei nº 14.133/2021,


sendo permitido o cadastramento permanente de novos interessados.

§ 3º O processo atenderá às disposições concernentes à fase preparatória do processo


licitatório naquilo que for aplicável, cabendo a elaboração de estudo técnico preliminar, termo de referência,
anteprojeto, projeto básico e projeto executivo, conforme a natureza do objeto, que deverá ser classificado
como fornecimento de bens, serviços em geral de natureza continuada ou por escopo, ou ainda, obra ou
serviço de engenharia.

Art. 227. O edital deverá conter as exigências de habilitação, em conformidade com o


Capítulo VI, do Título II, da Lei nº 14.133/2021, exigências específicas de qualificação técnica, regras da
contratação, valores fixados para remuneração por categoria de atuação, minuta de termo contratual ou
instrumento equivalente e modelos de declarações.

§ 1º O edital deve ser publicado no Portal Nacional de Contratações Públicas - PNCP e no


sítio eletrônico oficial do Município, disponibilizando-se, ainda, extrato do edital no Diário Oficial do
Município e em Jornal Diário de Grande Circulação.

§ 2º O extrato de que trata o parágrafo anterior deverá conter o objeto da licitação e os links
para o acesso ao edital no Portal Nacional de Contratações Públicas e no sítio eletrônico oficial do
Município.

§ 3º Deverá ser fixado prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis entre as publicações de que
tratam os parágrafos anteriores e a primeira sessão de análise da documentação.

§ 4º Qualquer alteração nas condições de credenciamento será divulgada e publicada pela


mesma forma em que se deu a do texto original.

§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso já tenham sido expedidos contratos para


execução do objeto do credenciamento, os contratados deverão ser formalmente consultados acerca do
interesse em manter o contrato, e, em caso positivo, deverão ser formalizadas as alterações contratuais
decorrentes por meio de termo aditivo, na forma do art. 132, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 228. A inscrição de interessados no credenciamento implica a aceitação integral e


irrestrita de todas as condições estabelecidas neste Regulamento e no edital de credenciamento.

§ 1º O interessado deverá apresentar a documentação para avaliação pela comissão especial


de credenciamento designada, podendo esta ocorrer por meio físico ou eletrônico, conforme procedimento
indicado no edital de convocação.

§ 2º A documentação será analisada no prazo máximo de até 15 (quinze) dias úteis,


contados a partir da data fixada para a primeira sessão, ou da data da entrega dos documentos pelos
interessados nas análises posteriores, podendo tal prazo ser prorrogado uma vez, por igual período, desde
que autorizado pela autoridade competente da Secretaria interessada no credenciamento.

§ 3º Sempre que necessário, poderão ser solicitados esclarecimentos, retificações e


complementações da documentação aos interessados, hipótese em que o prazo de análise de que trata o
parágrafo anterior ficará suspenso pelo período outorgado ao interessado.

§ 4º Decorrido o prazo para a análise, caso o julgamento do pedido de credenciamento não


tenha sido concluído, a comissão especial de credenciamento terá o prazo de 2 (dois) dias úteis para decidir.
§ 5º O interessado que atender a todos os requisitos previstos no edital de credenciamento,
se habilitado, será credenciado, encontrando-se apto a ser contratado para executar o objeto quando
convocado.

§ 6º O resultado do credenciamento será publicado no Diário Oficial do Município, em


Jornal Diário de Grande Circulação e divulgado no Portal Nacional de Contratações Públicas - PNCP e no
sítio eletrônico oficial do Município em prazo não superior a 5 (cinco) dias úteis.

Art. 229. Os interessados poderão se credenciar em mais de um item ou lote, desde que
atendam aos requisitos exigidos para o credenciamento e que detenham capacidade de execução dos
respectivos objetos.

Art. 230. O credenciado poderá indicar qual é a parcela do objeto que se dispõe a executar
(capacidade do interessado), podendo a mesma corresponder à integral quantidade demandada pelo órgão ou,
ainda, a fração desta.

Art. 231. Caberá recurso, com efeito suspensivo, nos casos de habilitação ou inabilitação no
cadastramento para o credenciamento, no prazo de 3 (três) dias úteis, contados da data da publicação do
resultado do credenciamento de que trata o parágrafo anterior.

§ 1º Os recursos serão dirigidos à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a decisão
recorrida, o qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 3 (três) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo,
fazê-lo subir à autoridade superior, devidamente informados.

§ 2º A autoridade superior, após receber o recurso e a informação da comissão especial de


credenciamento designada, proferirá, também no prazo de 10 (dez) dias úteis, a sua decisão, devendo
promover a sua respectiva publicação, pelas mesmas formas que foi divulgado o resultado inicial.

Art. 232. Será vedada a participação no credenciamento de pessoas físicas ou jurídicas que
estejam cumprindo sanção que as impeçam de participar de licitações ou de ser contratada pela
Administração Pública.

Art. 233. Durante a vigência do edital de credenciamento, incluídas as suas republicações, o


órgão ou entidade contratante, a seu critério, poderá convocar, por ofício, os credenciados para que
comprovem a manutenção das condições exigidas quando do credenciamento do interessado, sob pena de
descredenciamento.

§ 1º A partir da data em que for convocado para apresentar a documentação atualizada, o


credenciado terá até 5 (cinco) dias úteis para enviá-la na forma determinada pelo edital.

§ 2º A análise da documentação deverá ser realizada em prazo igual ao do cadastramento


para o credenciamento, podendo haver recurso da decisão, que seguirá o mesmo rito do recurso assegurado
no credenciamento inicial.

§ 3º Não apresentada a documentação no prazo assinalado, será promovido o


descredenciamento do faltoso.

§ 4º Durante o transcurso do prazo para apresentação da documentação atualizada, os


credenciados participarão normalmente das convocações para execução do objeto ou de eventuais sorteios de
distribuição de demandas feitas pelo órgão ou entidade contratante.
Art. 234. O credenciamento não estabelece a obrigação do órgão ou entidade contratante em
efetivar a contratação, face à sua precariedade.

§ 1º A qualquer momento, qualquer das partes - credenciado ou o órgão ou entidade


contratante - poderá denunciar o credenciamento, inclusive quando for constatada qualquer irregularidade na
observância e cumprimento das normas fixadas no edital, neste Regulamento e na legislação pertinente, sem
prejuízo do contraditório e da ampla defesa.

§ 2º A solicitação de descredenciamento apresentada pelo credenciado deve ser feita


mediante protocolo direcionado ao órgão ou entidade contratante.

§ 3º A resposta ao pedido de descredenciamento deverá ocorrer no prazo máximo de 5


(cinco) dias úteis.

§ 4º O pedido de descredenciamento não desincumbe o credenciado do cumprimento das


obrigações e responsabilidades decorrentes de contratos já assinados, os quais serão regidos pelas regras
fixadas nos respectivos instrumentos, inclusive quanto à aplicação de sanções de que trata o art. 156, da Lei
nº 14.133/2021.

§ 5º Também poderá ocorrer o descredenciamento em função de fatos que ensejem o


comprometimento das condições de habilitação e que sejam insanáveis, bem como em razão de desvios de
postura profissional ou situações que possam interferir negativamente nos padrões éticos e operacionais de
execução do objeto contratado.

§ 6º quando o descredenciamento configurar sanção, a mesma poderá ocasionar a exclusão


da entidade pelo prazo de até 5 (cinco) anos.

Art. 235. Após o credenciamento, os credenciados estarão aptos para as respectivas


contratações, as quais serão formalizadas mediante processo de Inexigibilidade, conforme disposto no art.
74, inciso IV, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 236. Aos contratos firmados em decorrência do credenciamento aplicam-se as


disposições do Título III, da Lei nº 14.133/2021, bem como as regras dispostas no Título VI, deste Decreto,
devendo ser adotada a minuta anexa ao edital de credenciamento.

Art. 237. O órgão ou entidade contratante, pagará à contratada, pelo serviço ou o


fornecimento do bem efetivamente executado, conforme valores e formas fixadas no edital de
credenciamento e respectivo contrato.

Parágrafo único. Os pagamentos poderão ser feitos com base em tabela de preços, desde
que indicada como fundamento no edital de credenciamento, devendo haver previsão dos critérios de
reajustamento, e das condições e prazos para o pagamento da execução do objeto, sendo vedada qualquer
sobretaxa em relação à tabela adotada.

Art. 238. Os casos omissos serão resolvidos com base nos princípios gerais do direito
administrativo e nas disposições constantes neste Regulamento e na Lei nº 14.133/2021.

Seção II
Das Hipóteses e Requisitos Específicos para a Contratação Paralela e Não Excludente

Art. 239. Na hipótese de contratação paralela e não excludente, caso em que é viável e
vantajosa para a Administração a realização de contratações simultâneas em condições padronizadas, o edital
conterá objeto específico e deverá observar o seguinte:
I - descrição da demanda;
II - razões para a contratação;
III - tempo e valores estimados de contratação, incluindo os elementos técnicos sobre os
quais estiverem apoiados e o memorial de cálculo;
IV - número de credenciados necessários para a realização do serviço;
V - cronograma de atividades, com previsão das datas de início e de conclusão dos
trabalhos;
VI - localidade/região em que será realizada a execução do serviço;
VII - indicação de que as contratações levarão em consideração a capacidade de
atendimento indicada por cada interessado no momento do credenciamento.
VIII - indicação de que a prestação do serviço poderá ocorrer:
a) de modo concomitante, quando houver a convocação de todos os credenciados na
primeira sessão para execução do objeto ao mesmo tempo, dividindo-se a integralidade do objeto entre todos
os credenciados interessados;
b) de modo sucessivo, caso em que a convocação dos credenciados para a execução do
serviço ou fornecimento do bem, ocorrerá conforme sorteio, sendo a execução do objeto distribuída por
padrões estritamente impessoais e aleatórios, formando-se uma lista para ordem de chamada para a execução
do objeto, observando-se sempre o critério de rotatividade e os seguintes requisitos:
1) os credenciados serão chamados para executar o objeto de acordo com sua posição na
lista a que se refere o inciso II supra;
2) o credenciado só será chamado novamente para executar objeto após a convocação dos
demais credenciados que lhe sucedem na lista.

§ 1º As demandas deverão seguir, necessariamente, os parâmetros do objeto a ser executado


e exigências de qualificação definidos pelo edital de credenciamento às quais se referem, bem como a
localidade ou região onde serão executados os trabalhos.

§ 2º Sendo heterogêneas, as demandas serão apresentadas em listas específicas por objeto a


ser contratado, seguindo numeração iniciada no primeiro sorteio do exercício.

Art. 240. Considerando que o art. 79, parágrafo único, inciso I, da Lei nº 14.133/2021
assegura o cadastramento permanente de novos interessados no credenciamento, o edital deverá, ainda:
I - no caso de se intencionar contratações para execução concomitante, havendo opção pela
distribuição da integralidade da demanda entre os credenciados que se apresentaram na primeira sessão
pública, o instrumento convocatório deve indicar a opção entre uma das seguintes regras:
a) redistribuição das quantidades de demanda entre todos os interessados a cada novo
credenciamento realizado ao longo do prazo de 12 (doze) meses de vigência do credenciamento, mediante
formalização de aditivo de supressão nos contratos já firmados, na proporção da parcela a ser atribuída ao
novo credenciado, ou,
b) manutenção dos contratos firmados com os credenciados na primeira sessão, ficando os
novos credenciados aguardando durante o prazo de 12 meses de vigência do credenciamento, para eventual
contratação caso haja descredenciamento, denúncia, rescisão de contrato ou aumento da demanda pública
inicialmente prevista.
II - no caso de se intencionar contratações com execução sucessiva, em relação aos
credenciados que se apresentarem após a primeira sessão, o instrumento convocatório deve indicar a opção
entre uma das seguintes regras:
a) redistribuição das quantidades de demanda, com a inclusão do novo credenciado em
último lugar na fila de contratados, considerada a posição no dia da publicação de seu credenciamento,
devendo ser formalizado aditivo de supressão nos contratos já firmados, na proporção da parcela a ser
atribuída ao novo credenciado;
b) manutenção dos contratos já firmados com os credenciados na primeira sessão, ficando
os novos credenciados aguardando durante o prazo de 12 meses de vigência do credenciamento para
eventual contratação caso haja descredenciamento, denúncia ou rescisão de contrato, situações nas quais
assumirá o local do antecessor na fila de contratados, ou, ainda, no caso de contratação decorrente do
aumento da demanda inicialmente prevista, o novo contratado será incluído em último lugar na fila,
considerada a posição no dia da sua convocação para assinatura do contrato ou instrumento equivalente.

Art. 241. Para distribuição da demanda, concluído o credenciamento e surgindo a


necessidade de contratação, os credenciados serão comunicados por meio eletrônico da sessão pública de
distribuição do objeto ou de sorteio das demandas.

§ 1º A comunicação da sessão de sorteio ou a convocação geral de todos os credenciados


para a realização do serviço ou fornecimento do bem deverá apresentar o seguinte:
I - descrição da demanda;
II - tempo, hora ou fração e valores estimados para a contratação;
III - número de credenciados necessários;
IV - cronograma de atividades, com previsão das datas de início e de conclusão dos
trabalhos;
V - localidade/região onde será realizado o objeto;
VI - indicação de eventuais regras especiais relacionadas à execução concomitante ou
sucessiva do objeto, conforme descrito no artigo anterior deste Decreto.

§ 2º O prazo mínimo de antecedência para a comunicação da realização da sessão do sorteio


ou da convocação de todos os credenciados será de 3 (três) dias úteis.

§ 3º O credenciado que se declarar impedido de atender às demandas deverá solicitar seu


descredenciamento em até 1 (um) dia útil antes do início da sessão de sorteio, sendo seu deferimento
automático.

§ 4º Não há óbice que ao se descredenciar na forma descrita no § 3º, deste artigo, o


interessado, posteriormente, requeira novo credenciamento para o mesmo ou outro objeto a ser contratado.

§ 5º É condição indispensável para a participação na sessão de sorteio ou para atender à


convocação geral que os credenciados estejam cumprindo as condições de habilitação do credenciamento,
podendo a comissão especial de credenciamento designada exigir do credenciado a comprovação
documental do atendimento dos requisitos de habilitação, observando o seguinte:
I - serão exigidos os documentos relativos à regularidade fiscal, em qualquer caso, somente
como requisito para a contratação;
II - para a comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e as
empresas de pequeno porte será observado o disposto nos arts. 42 e 43, da Lei Complementar nº 123/2006;
III - o comparecimento à sessão pública de sorteio é facultativo;
IV - o órgão ou entidade contratante pode, em virtude do interesse público, devidamente
justificado, cancelar total ou parcialmente a sessão de sorteio ou a convocação geral de todos os
credenciados;
V - as demandas cuja sessão tenha sido cancelada poderão ser submetidas a novo sorteio, ou
à convocação de todos os credenciados, em data a ser estabelecida e comunicada a todos os credenciados por
meio eletrônico.

§ 6º É vedada a indicação, pelo órgão ou entidade contratante, de credenciado para atender


demandas.

§ 7º Após a realização do sorteio ou distribuição da demanda entre todos os credenciados,


todos os presentes assinarão a ata do evento.

§ 8º A ata contendo o resultado da sessão será divulgada no sítio eletrônico oficial do


Município após o seu encerramento.

§ 9º Verificando-se após a realização do sorteio qualquer impedimento para que o


credenciado seja contratado para o serviço com que foi contemplado, será refeita a lista na ordem do sorteio
para aquela demanda específica ou redistribuída a demanda entre os demais credenciados com a exclusão do
impedido.

§ 10. Encerrada a seção e elaborada a lista dos credenciados, seja para execução
concomitante entre todos ou para execução sucessiva por ordem de sorteio, o processo será encaminhado à
autoridade superior que poderá:
I - determinar o retorno dos autos para saneamento de irregularidades;
II - revogar o procedimento de credenciamento por motivo de conveniência e oportunidade;
III - proceder à anulação do procedimento de credenciamento, de ofício ou mediante
provocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável;
IV - homologar o procedimento para o credenciamento.

Art. 242. Os contratos terão sua execução iniciada mediante a emissão da ordem de
compra/serviço ou outro instrumento contratual congênere, devendo os trabalhos serem desenvolvidos na
forma estabelecida no edital, observada a Lei nº 14.133/2021 e este Regulamento.

§ 1º A ordem de compra/serviço descreverá, no mínimo, a demanda específica a ser


executada, relacionando:
I - descrição da demanda;
II - tempo, horas, unidade de medida ou fração e valores de contratação;
III - credenciados e/ou serviços/bens necessários;
IV - cronograma de atividade, com indicação das datas de início e conclusão dos trabalhos;
V - localidade/região em que será executado o objeto.

§ 2º O objeto do contrato deverá ter como limite de gastos o tempo, horas, unidade de
medida ou fração e o prazo definido na demanda e a localidade para a qual o credenciado foi
alocado/sorteado, para cada tipo de objeto, conforme o caso.

§ 3º O contratado deve apresentar, logo após a assinatura ou retirada do instrumento


contratual, e a critério do órgão ou entidade contratante, planejamento dos trabalhos para confirmar a
utilização da estimativa do tempo/unidade de medida e do objeto contratado.

§ 4º A fixação da vigência dos contratos decorrentes do credenciamento, quando couber,


deverá levar em consideração o prazo efetivo para execução do objeto, disciplinado no edital.

§ 5º Os contratos decorrentes do credenciamento poderão:


I - ter seus prazos prorrogados no caso de prestação de serviços e de fornecimento
contínuos, respeitada a vigência máxima decenal, conforme disposto no art. 107, da Lei nº 14.133/2021.
II - ter seu prazo prorrogado automaticamente no caso do objeto se configurar em escopo
predefinido, caso não haja conclusão no prazo firmado, nos termos do art. 111, da Lei nº 14.133/2021;
III - ser alterados unilateralmente pela Administração, na forma do art. 124, inciso I, da Lei
nº 14.133/2021, hipótese em que o contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões contratuais na forma do art. 125, da mesma norma legislativa.

§ 6º Na hipótese de contratação com execução concomitante de que trata o inciso I, do art.


240, deste Decreto, caso a redistribuição do serviço para o novo credenciado gere supressão superior ao
limite de 25% (vinte e cinco por cento) de que trata o art. 125, da Lei nº 14.133/2021, para o contrato já em
execução, serão observadas as seguintes diretrizes:
I - caso o contratado aceite a supressão, será realizada a redistribuição do objeto entre os
credenciados, promovendo-se os ajustes nos contratos já firmados mediante aditivo e a emissão dos contratos
para os novos credenciados.
II - caso o contratado não aceite a supressão, o novo credenciado será consultado acerca do
interesse em contratar a parcela do objeto correspondente ao quantitativo suprimido, dentro do limite de que
trata o art. 125, da Lei nº 14.133/2021, hipótese em que será realizada a supressão parcial no(s) contrato(s)
em execução e a emissão do(s) novo(s) contrato(s).

Art. 243. O edital poderá vedar, restringir ou estabelecer condições para a subcontratação
parcial do objeto.

Seção III
Contratação com Seleção a Critério de Terceiros

Art. 244. Na hipótese de contratação com seleção a critério de terceiros, caso em que a
seleção do contratado está a cargo do beneficiário direto da prestação, serão observadas, no que couber, as
disposições constantes na seção II, deste capítulo.

Seção IV
Das Hipóteses e Requisitos Específicos para a Contratação em Mercados Fluidos

Art. 245. A contratação em mercados fluidos se dará nas hipóteses em que a seleção de
agente por meio de processo de licitação fica dificultada pelas relevantes oscilações de preços decorrentes
dos custos dos objetos envolvidos e da natureza da demanda.

§ 1º O procedimento para o credenciamento na hipótese de contratação em mercados


fluidos, que poderá se dar na forma de mercado eletrônico público (e-marketplace), será gerenciado pela
Secretaria Municipal de Administração, a quem compete a regulamentação por ato próprio.

§ 2º No caso de contratação por meio de mercado eletrônico as exigências habilitatórias


podem se restringir às indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

§ 3º O edital de credenciamento dos interessados para a contratação de serviços ou


fornecimento de bens em mercados fluidos deverá prever descontos mínimos sobre cotações de preço de
mercado vigentes no momento da contratação.

§ 4º A Secretaria Municipal de Administração deverá firmar um acordo corporativo de


desconto com os fornecedores dos serviços ou bens a serem contratados prevendo a concessão de desconto
mínimo previsto no termo de referência incidente sobre o preço de mercado do momento da contratação.

§ 5º Para a busca do objeto a que se refere o caput deste artigo deverá ser provida, quando
couber, solução tecnológica que permita a integração com sistemas gerenciadores e acesso via web services
aos sistemas dos fornecedores.

§ 6º As despesas decorrentes das contratações a que se refere o caput, deste artigo, correrão
por conta dos órgãos contratantes.

§ 7º Os editais de convocação poderão ter vigência por prazo indeterminado, podendo


interessados que não ingressaram originalmente no banco de credenciados, ingressar a qualquer momento,
observadas as condições previstas no edital de credenciamento e suas eventuais alterações.

§ 8º A Secretaria Municipal de Administração poderá revogar o edital de credenciamento


por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e
suficiente para justificar tal conduta.

§ 9º Para a adesão ao credenciamento ser formalizada na primeira sessão, os interessados


deverão encaminhar a documentação obrigatória por meio eletrônico, com vistas à habilitação e à
formalização do pedido de credenciamento, no prazo de 10 (dez) dias úteis após as publicações do edital de
credenciamento.

§ 10. Após a data a que se refere o § 9º, deste artigo, novos interessados poderão requerer o
credenciamento, desde que comprovem o atendimento dos requisitos de habilitação, ficando aptas a
firmarem o contrato e o acordo de que trata o § 4º, deste artigo.

§ 11. Todas os credenciados que se manifestarem e que atenderem às exigências do edital


poderão celebrar o contrato para a prestação do serviço ou fornecimento do bem, não havendo procedimento
de classificação das manifestações.

§ 12. Os interessados em se credenciar deverão apresentar à comissão especial designada a


documentação exigida para a habilitação, obrigatoriamente acompanhada do pedido de credenciamento,
ficha cadastral e da declaração de que não contrata menor de idade, salvo na condição de aprendiz, bem
como demais regras do mercado próprio exigidas no edital.

§ 13. Após a habilitação, a Secretaria Municipal de Administração publicará a lista com os


credenciados aptos a assinarem o contrato de prestação de serviços ou de fornecimento de bens e o acordo
corporativo de desconto.

§ 14. O contrato de serviços ou de fornecimento de bens e o acordo corporativo de desconto


serão assinados eletronicamente, na forma e prazo previsto no edital ou assinalado na convocação formal
emitida pelo órgão gerenciador.

§ 15. No momento da contratação, a Administração deverá registrar as cotações de mercado


vigentes.

§ 16. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas
hipóteses de serviços e fornecimentos contínuos, podendo ser prorrogados sucessivamente, respeitada a
vigência máxima decenal, desde que haja previsão em edital e respeitadas as diretrizes do art. 106, da Lei nº
14.133/2021.

§ 17. O órgão gerenciador poderá inabilitar a credenciada, por despacho fundamentado, se


tiver informação abalizada de qualquer fato ou circunstância, anterior ou posterior à fase de habilitação, que
desabone a qualificação técnica e habilitação jurídica, ou regularidade fiscal da credenciada.

§ 18. O órgão gerenciador poderá, a qualquer tempo, alterar os termos e condições do


credenciamento, hipótese em que os credenciados deverão manifestar anuência, sob pena de
descredenciamento.

§ 19. Na ocorrência de alteração(ões) de condição(ões) do credenciamento, o Departamento


de Gestão de Compras providenciará a publicação resumida do(s) aditamento(s) ao(s) contratos pelos
mesmos meios da publicação do edital de credenciamento.

CAPÍTULO II
DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO
Art. 246. A Administração poderá promover a pré-qualificação destinada a identificar:
I - fornecedores que reúnam condições de qualificação técnica exigidas para o fornecimento
de bem ou a execução de serviço ou obra nos prazos, locais e condições previamente estabelecidos; e
II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade estabelecidas pela
Administração Pública.

§ 1º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo alguns ou todos os requisitos de


habilitação técnica necessários à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de condições
entre os concorrentes.

§ 2º A pré-qualificação de que trata o inciso I, do caput, deste artigo, poderá ser efetuada
por grupos ou segmentos de objetos a serem contratados, segundo as especialidades dos fornecedores.

Art. 247. O procedimento de pré-qualificação ficará permanentemente aberto para a


inscrição dos eventuais interessados.

Art. 248. A pré-qualificação terá validade de, no máximo, 1 (um) ano, podendo ser
atualizada a qualquer tempo.

Parágrafo único. A validade da pré-qualificação de fornecedores não será superior ao prazo


de validade dos documentos apresentados pelos interessados.

Art. 249. Sempre que a Administração Pública entender conveniente iniciar procedimento
de pré-qualificação de fornecedores ou bens, deverá convocar os interessados para que demonstrem o
cumprimento das exigências de qualificação técnica ou de aceitação de bens, conforme o caso.

§ 1º A convocação de que trata o caput deste artigo será realizada mediante:


I - publicação de extrato do instrumento convocatório no Portal Nacional de Contratações
Públicas (PNCP), conforme o caso;
II - publicação de extrato no Diário Oficial do Município e em jornal de grande circulação;
e
III - divulgação no sítio eletrônico oficial do Município.

§ 2º A convocação explicitará as exigências de qualificação técnica ou de aceitação de bens,


conforme o caso.

Art. 250. Será fornecido certificado aos pré-qualificados, renovável sempre que o registro
for atualizado.

Art. 251. Caberá recurso no prazo de 3 (três) dias úteis, contado a partir da data da
intimação ou da lavratura da ata, do ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de interessados,
observado o disposto nos arts. 165 a 168, da Lei nº 14.133/2021, no que couber.

Art. 252. A Administração Pública Municipal poderá realizar licitação restrita aos pré-
qualificados, justificadamente, desde que:
I - a convocação para a pré-qualificação discrimine que as futuras licitações serão restritas
aos pré-qualificados;
II - na convocação a que se refere o inciso I, do caput, deste artigo, conste estimativa de
quantitativos mínimos que a Administração Pública pretende adquirir ou contratar nos próximos 12 (doze)
meses e de prazos para publicação do edital; e
III - a pré-qualificação seja total, contendo todos os requisitos de habilitação técnica
necessários à contratação.

§ 1º O registro cadastral de pré-qualificados deverá ser amplamente divulgado e deverá


estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no
mínimo anualmente, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de
novos interessados.

§ 2º Só poderão participar da licitação restrita aos pré-qualificados os licitantes que, na data


da publicação do respectivo instrumento convocatório:
I - já tenham apresentado a documentação exigida para a pré-qualificação, ainda que o
pedido de pré-qualificação seja deferido posteriormente; e
II - estejam regularmente cadastrados.

§ 3º No caso de realização de licitação restrita, a Administração Pública enviará convite por


meio eletrônico a todos os pré-qualificados no respectivo segmento.

§ 4º O convite de que trata o § 3º, deste artigo, não exclui a obrigação de atendimento aos
requisitos de publicidade do instrumento convocatório.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE - PMI

Art. 253. Os órgãos e entidades referidos no art. 1º, deste Regulamento, poderão solicitar à
iniciativa privada, mediante procedimento aberto de manifestação de interesse a ser iniciado com a
publicação de edital de chamamento público, a propositura e a realização de estudos, investigações,
levantamentos e projetos de soluções inovadoras que contribuam com questões de relevância pública.

Art. 254. A estruturação de empreendimento público por meio de Procedimento de


Manifestação de Interesse - PMI deverá obedecer às disposições desta seção, sendo garantida a observância
dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que
lhes são correlatos.

Art. 255. Caberá ao órgão ou entidade demandante conduzir, por meio de Comissão
Especial de Contratação, formada na forma do art. 9.º deste Regulamento, chamamento público do
Procedimento de Manifestação de Interesse, elaborar o termo de referência e edital, conceder as
autorizações, receber e analisar os respectivos estudos.

Art. 256. O termo de referência e edital deverão ser publicados no Portal Nacional de
Contratações Públicas e no sítio eletrônico oficial do Município e do órgão ou entidade demandante, se
houver, e conterão, em cada caso, além de outros requisitos que venham a ser definidos pela autoridade
competente:
I - demonstração do interesse público na realização do empreendimento a ser contratado;
II - delimitação do escopo dos estudos, sendo que, no caso de um serviço que possibilite a
resolução do problema por meio de alternativas inovadoras, poderá se restringir a indicar somente o
problema que se busca resolver com a parceria, deixando à iniciativa privada a possibilidade de sugerir
diferentes meios para sua solução;
III - definição de critérios para a qualificação e seleção dos autorizados a realizar os
estudos;
IV - exclusividade da autorização, se for o caso;
V - prazo e forma de apresentação do requerimento de autorização;
VI - prazo para análise e eventual formalização de autorização;
VII - prazo para a apresentação dos estudos, estabelecidos no cronograma de execução,
compatível com a complexidade e abrangência das atividades a serem desenvolvidas, contado da data de
publicação da autorização, podendo ser estabelecidos prazos intermediários;
VIII - proposta de cronograma de reuniões técnicas;
IX - valor nominal máximo para eventual ressarcimento, ou critérios para a sua fixação,
bem como base de cálculo para fins de reajuste;
X - definição de critérios para o recebimento e seleção dos estudos realizados, os quais
consistirão, ao menos, em:
a) consistência das informações que subsidiaram sua realização;
b) adoção das melhores técnicas de elaboração, segundo normas e procedimentos científicos
pertinentes, utilizando, sempre que possível, equipamentos e processos recomendados pela melhor
tecnologia aplicada ao setor;
c) compatibilidade com as normas técnicas e legislação aplicável ao setor, bem como com
as orientações do órgão ou entidade demandante;
d) atendimento às exigências estabelecidas no edital de chamamento;
e) atendimento de todas as etapas e atividades de elaboração dos estudos estabelecidas no
cronograma de execução;
f) demonstração comparativa de custo e benefício do empreendimento em relação a opções
funcionalmente equivalentes, se existentes;
g) critérios para avaliação, seleção e ressarcimento dos estudos.

§ 1º O termo de referência e o edital poderão indicar o valor máximo da tarifa ou da


contraprestação pública admitida para a estruturação do projeto de parceria.

§ 2º O extrato do edital deverá ser publicado no Diário Oficial do Município e jornal diário
de grande circulação.

Art. 257. A autorização para elaboração dos estudos será pessoal e intransferível.

Art. 258. Será assegurado o sigilo das informações cadastrais dos interessados, quando
solicitado.

Art. 259. A autorização não implica, em hipótese alguma, corresponsabilidade do Município


perante terceiros pelos atos praticados pela pessoa autorizada.

Art. 260. A autorização deverá ser publicada no Diário Oficial e no sítio eletrônico oficial
do Município, e informará:
I - o empreendimento público objeto dos estudos autorizados;
II - a indicação de ressarcimento, na hipótese de utilização dos estudos pela Administração
no correspondente procedimento licitatório do projeto de parceria.

§ 1º O ato de autorização exclusiva deve indicar as razões que justificam a opção pelo
autorizatário, contendo análise comparativa das credenciais técnicas e jurídicas dos interessados, a partir do
exercício de discricionariedade técnica da Administração, e de acordo com os critérios e parâmetros
definidos no edital de chamamento público.

§ 2º O autor dos estudos poderá participar da licitação para a execução do contrato de


parceria.

§ 3º O termo de autorização reproduzirá as condições estabelecidas no requerimento de


autorização, podendo especificá-las, inclusive quanto às atividades a serem desenvolvidas, ao limite nominal
para eventual ressarcimento e aos prazos intermediários para apresentação de informações e relatórios de
desenvolvimento de estudos.

Art. 261. O ato de autorização pressuporá a aferição da idoneidade, da regularidade jurídica


e qualificação técnica do interessado, nos termos definidos no edital de chamamento público.

Art. 262. A idoneidade, a regularidade jurídica e a qualificação técnica dos interessados,


para fins de autorização, serão demonstradas mediante documentação atualizada e hábil, que permita a
aferição, pela Administração, das credenciais jurídicas e técnicas necessárias pertinentes para a execução do
projeto.

Art. 263. Fica permitido ao destinatário da autorização contratar pessoas físicas e jurídicas
para a elaboração dos estudos.

Parágrafo único. A contratação de estudos por parte do destinatário da autorização o


mantém responsável, perante a Administração Pública, pelo atendimento dos prazos fixados no respectivo
termo, bem como pela qualidade e veracidade dos estudos apresentados, mantidas inalteradas as condições
de ressarcimento constantes do requerimento de autorização.

Art. 264. Durante a elaboração dos estudos, os destinatários da autorização poderão, caso
permitido no edital de chamamento, se reunir em consórcios, para a apresentação conjunta dos resultados,
hipótese em que deverão ser indicadas:
I - a pessoa física ou jurídica responsável pela interlocução com a Administração Pública; e
II - a proporção da repartição de eventual ressarcimento, quando possível.

Art. 265. Na hipótese de participação no PMI, por meio de consórcio, a demonstração de


qualificação técnica, eventualmente exigida pelo edital de chamamento para fins de autorização, poderá ser
provida por quaisquer integrantes do consórcio; ou o interessado poderá indicar pessoa física ou jurídica,
titular da qualificação técnica recomendada, para a execução dos estudos, mediante apresentação de vínculo
contratual ou de outra natureza que demonstre a sua disponibilidade para execução dos estudos.

Art. 266. O prazo previamente definido para a entrega dos estudos poderá ser suspenso ou
prorrogado, após análise do órgão ou entidade demandante:
I - de ofício, pela comissão especial de contratação, mediante suficiente motivação;
II - a requerimento do interessado, mediante apresentação de justificativa pertinente e aceita
pela comissão especial de contratação.

Art. 267. O ato de autorização apenas poderá ser cancelado pela comissão especial de
contratação mediante a demonstração de razões relevantes para tal, assegurado o ressarcimento indenizatório
ao destinatário da autorização somente na hipótese de eventual aproveitamento dos estudos e na exata
proporção do que for utilizado.
§ 1º As autorizações poderão ser anuladas sempre que verificada qualquer ilegalidade no
PMI ou quando não atendidos os requisitos estabelecidos em sua outorga.

§ 2º A comunicação da revogação, anulação ou cassação da autorização será efetuada por


escrito à autorizada.

Art. 268. O proponente poderá desistir, a qualquer tempo, de apresentar ou concluir os


estudos, mediante ato formal endereçado ao órgão ou entidade demandante.

Art. 269. O órgão ou entidade demandante poderá solicitar informações adicionais para
retificar ou complementar os estudos, especificando prazo para apresentação das respostas.

Parágrafo único. O órgão ou entidade demandante poderá realizar reuniões com o


autorizado, bem como com quaisquer interessados na estruturação, sempre que estes possam contribuir para
a melhor compreensão dos estudos por parte da Administração.

Art. 270. A realização, pela iniciativa privada, de estudos, investigações, levantamentos e


projetos em decorrência do procedimento de manifestação de interesse previsto neste Regulamento:
I - não atribuirá ao realizador direito de preferência no processo licitatório;
II - não obrigará o poder público a realizar licitação;
III - não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores envolvidos em sua
elaboração;
IV - será remunerada somente pelo vencedor da licitação, vedada, em qualquer hipótese, a
cobrança de valores do poder público.

Art. 271. Para aceitação dos produtos e serviços do Procedimento de Manifestação de


Interesse, a comissão especial de contratação deverá elaborar parecer fundamentado com a demonstração de
que o produto ou serviço entregue é adequado e suficiente à compreensão do objeto, de que as premissas
adotadas são compatíveis com as reais necessidades do órgão e de que a metodologia proposta é a que
propicia maior economia e vantagem entre as demais possíveis.

Art. 272. O edital de chamamento estabelecerá a forma como o órgão ou entidade


demandante fará a deliberação para a aprovação dos estudos, investigações, levantamentos e projetos de
soluções inovadoras oriundos do PMI.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS

Art. 273. O Sistema de Registro de Preços - SRP para registro formal de preços relativos a
prestação de serviços, inclusive de engenharia, obras, aquisição e locação de bens pelos órgãos e entidades
municipais, obedecerá ao disposto neste Regulamento.

Parágrafo único. Além dos órgãos e entidades da Administração Direta, Autárquica e


Fundacional do Município de Marechal Cândido Rondon, o Poder Legislativo Municipal poderá ser órgão
participante ou aderente ao Sistema de Registro de Preços promovido pelo Poder Executivo

Art. 274. O Sistema de Registro de Preços será adotado, preferencialmente:


I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações
frequentes;
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou
contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para
atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a
ser demandado pela Administração.

§ 1º O Sistema de Registro de Preços, no caso de obras e serviços de engenharia, somente


poderá ser utilizado se atendidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - existência de projeto padronizado sem complexidade técnica e operacional;
II - necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser contratado; e
III - haja compromisso do órgão participante ou aderente de suportar as despesas das ações
necessárias à adequação do projeto padrão às peculiaridades da execução.

§ 2º A ausência de previsão orçamentária sem a configuração dos demais requisitos dos


incisos I ao IV do caput deste artigo não é motivo para a adoção do Sistema de Registro de Preços.

Seção I
Das Atribuições do Órgão Gerenciador

Art. 275. A Secretaria Municipal de Administração será o Órgão Gerenciador do Sistema de


Registro de Preços:

Parágrafo único. Compete ao Secretário Municipal de Administração, ou a quem as normas


de organização administrativa indicarem, autorizar a instauração e homologar as licitações para formação
dos registros de preços.

Art. 276. Compete ao órgão ou entidade gerenciadora a prática de todos os atos de controle
e administração do Sistema de Registro de Preços, e ainda o seguinte:
I - registrar a intenção para registro de preços e dar publicidade aos demais órgãos e
entidades para que manifestem seu interesse na aquisição de bens, contratação de obras ou serviços objeto de
licitação para Registro de Preços, estabelecendo, quando for o caso, número máximo de participantes, em
conformidade com sua capacidade de gerenciamento, observado o Parágrafo único deste artigo;
II - realizar pesquisa de preços para procedimentos iniciados no órgão gerenciador, bem
como definir a tabela de referência para obras e serviços de engenharia, destacando os respectivos valores
que serão licitados;
III - consolidar informações relativas à estimativa individual e total de consumo,
promovendo a adequação do respectivo projeto, destinado a atender os requisitos de padronização e
racionalização;
IV - recusar os quantitativos considerados ínfimos, se assim entender cabível;
V - promover os atos necessários à instrução processual para a realização do procedimento
licitatório;
VI - realizar o procedimento licitatório, bem como todos os atos dele decorrentes, tais como
a assinatura da ata e sua disponibilização aos órgãos participantes;
VII - gerenciar a ata de registro de preços, providenciando, sempre que solicitado, a
indicação dos fornecedores para atendimento das necessidades da Administração, obedecendo a ordem de
classificação e os quantitativos de contratação definidos pelos participantes da Ata;
VIII - conduzir os procedimentos relativos a eventuais revisões dos preços registrados;
IX - deliberar quanto à adesão posterior de órgãos e entidades que não manifestaram
interesse durante o período de divulgação da intenção para registro de preços;
X - conduzir os procedimentos de aplicação de penalidades por descumprimento do
pactuado na Ata de Registro de Preços ou no instrumento convocatório, garantindo o contraditório e a ampla
defesa e promovendo o registro das ocorrências no PNCP e em outros mecanismos de registro obrigatório;
XI - verificar se os pedidos de realização de registro de preços, formulados pelos órgãos e
entidades da Administração Pública Municipal, efetivamente se enquadram nas hipóteses previstas no art.
207 deste Regulamento, podendo indeferir os pedidos que não estejam de acordo com as referidas hipóteses.
XII - realizar, quando necessário, prévia reunião com licitantes, visando informá-los das
peculiaridades do Sistema de Registro de Preços e coordenar, com os órgãos participantes, a qualificação
mínima dos respectivos gestores e fiscais indicados.

§ 1º A publicidade da intenção de registro de preços aos demais órgãos e entidades, prevista


no inciso I, do caput deste artigo, poderá ser dispensada pelo órgão gerenciador, mediante justificativa,
quando o objeto for de interesse restrito a órgãos ou entidades específicas da Administração Pública
municipal.

§ 2º Na hipótese do inciso IV, caso as quantidades apontadas individualmente pelas


Secretarias integrantes da própria Administração Direta sejam ínfimas, a Secretaria Municipal de
Administração poderá promover a reunião de todas as demandas no próprio órgão gerenciador, expedindo-se
um único contrato para posterior execução dos quantitativos, com a indicação das dotações orçamentárias de
cada Secretaria para a cobertura das respectivas despesas.

Seção II
Dos Órgãos e Entidades Participantes

Art. 277. O órgão ou entidade interessado poderá solicitar ao órgão gerenciador a realização
de registro de preços específicos ou solicitar a inclusão de novos itens, encaminhando-lhe, observadas as
normas expedidas pelos órgãos gerenciadores, conforme o caso:
I - especificação do objeto;
II - termo de referência, anteprojeto, projeto básico e/ou projeto executivo;
III - estimativa de consumo;
IV - local de entrega; e
V - cronograma de contratação.

§ 1º O documento a que se refere o inciso II ,do caput, deste artigo, é o documento de


planejamento para licitação e contratação e somente será exigido quando se tratar de órgão participante
diverso das próprias Secretarias Municipais integrantes da Administração Direta ou, ainda, quando, mesmo
tratando-se de Secretaria Municipal houverem peculiaridades no pedido que justifiquem a exigência do
documento de planejamento.

§ 2º A pesquisa de mercado e cotações de preços, formando o preço máximo do bem ou


serviço deverá ser realizada pelo órgão gerenciador, na forma estabelecida neste Regulamento, naqueles
casos em que o procedimento para registro de preços for iniciado pelo órgão gerenciador.

§ 3º A pesquisa de mercado e cotações de preços, formando o preço máximo do bem ou


serviço poderá ser realizada pelo órgão participante na forma estabelecida neste Regulamento, quando o
procedimento for por ele iniciado.

§ 4º Havendo alteração no quantitativo após a realização de procedimento público de


intenção de registro de preços, o órgão gerenciador deverá analisar e revisar as cotações encaminhadas
pelo(s) órgão(s) participante(s), levando em consideração a economia de escala.
Art. 278. Compete ao órgão ou entidade participante:
I - registrar o interesse em participar do registro de preços no Sistema de Gestão Pública -
Previsão de Consumo, informando estimativa de contratação, justificativa da contratação, quantitativos
previstos, local de entrega e, quando couber, cronograma de contratação, especificações técnicas, bem como
TR, Anteprojeto, Projeto Básico ou Projeto Executivo, na forma do art. 40 deste Decreto, visando a
instauração do procedimento licitatório;
II - garantir que os atos relativos à sua inclusão no registro de preços estejam formalizados e
aprovados pela autoridade competente, no prazo estabelecido pelo órgão gerenciador;
III - solicitar a inclusão de novos itens, caso seja a sua necessidade, devendo a mesma ser
feita no prazo previsto pelo órgão gerenciador;
IV - tomar conhecimento da ata de registro de preços e de suas eventuais alterações, com o
objetivo de assegurar, quando de seu uso, o correto cumprimento de suas disposições;
V - indicar o gestor do contrato.
VI - emitir a ordem de compra, ordem de serviço ou contrato no Sistema de Gestão Pública
quando da necessidade de contratação, a fim de gerenciar os respectivos quantitativos na ata de registro de
preços;
VII - providenciar as publicações no Portal Nacional de Contratações Públicas e no sítio
eletrônico oficial do Município;
VIII - assegurar-se, quando do uso da ata de registro de preços, que a contratação a ser
procedida atenda aos seus interesses, sobretudo quanto aos valores praticados, informando ao órgão
gerenciador eventual desvantagem quanto à sua utilização;
IX - zelar pelos atos relativos ao cumprimento das obrigações assumidas e pela aplicação de
eventuais penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou de
obrigações contratuais; e
X - registrar no Cadastro Unificado de Fornecedores do Município eventuais irregularidades
detectadas e penalidades aplicadas, após o devido processo legal;
XI - aplicar, garantidas a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do
descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações contratuais,
em relação às suas próprias contratações, bem como registrar as ocorrências no Cadastro Unificado de
Fornecedores do Município e no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).

Seção III
Da Licitação

Art. 279. O processo licitatório com utilização do Sistema de Registro de Preços será
realizado na modalidade concorrência ou pregão, preferencialmente eletrônicos, do tipo menor preço ou de
maior desconto, nos termos da Lei nº 14.133/2021 e deste Regulamento.

Parágrafo único. O sistema de registro de preços poderá, na forma deste Regulamento, ser
utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispensa de licitação para a aquisição de bens ou para a
contratação de serviços por mais de um órgão ou entidade.

Art. 280. O processo licitatório para registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
mercado para fixação do preço máximo, sendo o valor estimado definido com base no melhor preço aferido
por meio da utilização dos parâmetros estabelecidos nos §§ 1º e 2º, art. 23, da Lei nº 14.133/2021, e nos arts.
76 a 80, deste Decreto, podendo ser adotadas outras técnicas idôneas de formação de preço de referência
devidamente indicadas no respectivo processo.
§ 1º No processo licitatório para registro de preços destinado a contratação de obras e
serviços de engenharia:
a) o valor estimado será acrescido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI)
de referência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis;
b) a licitação poderá prever que no mesmo contrato sejam adotados, simultaneamente e em
serviços diversos, dois regimes de empreitada previstos em Lei.

§ 2º Na licitação para registro de preços não é necessária a indicação de dotação


orçamentária, que somente será exigida para a efetivação da contratação.

Art. 281. Além das exigências previstas no caput, do art. 82, da Lei nº 14.133/2021, o edital
de licitação para Registro de Preços contemplará, no mínimo, o seguinte:
I - estimativa de quantidades a serem adquiridas ou contratadas, segundo a conveniência e
oportunidade, no prazo de validade do registro de preços;
II - indicação nominal dos órgãos e entidades participantes do respectivo registro de preços;
III - a possibilidade ou não, e o limite da adesão de outros órgãos e entidades;
IV - prazo de validade da ata de registro de preços;
V - previsão do cancelamento do registro de preços por inidoneidade superveniente ou
comportamento irregular do fornecedor ou, ainda, no caso de substancial alteração das condições do
mercado.
VI - minuta da ata de registro de preços, minuta de contrato, bem como de outras
declarações exigidas para participação no certame.

§ 1º Quando o edital prever o fornecimento de bens, contratação de obras ou serviços em


locais diferentes, é facultada a apresentação de proposta diferenciada por região, de modo que aos preços
sejam acrescidos os respectivos custos, variáveis por região.

§ 2º O edital poderá admitir, como critério de julgamento, a oferta de maior desconto linear
sobre planilha orçamentária ou tabela referencial de preços, inclusive para contratação de obras e serviços de
engenharia, para o qual este critério será o preferencial, elaborada por órgão ou entidade de reconhecimento
público, desde que tecnicamente justificado.

Art. 282. O critério de julgamento de menor preço por grupo de itens somente poderá ser
adotado quando for demonstrada a inviabilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a
sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de preços unitários máximos deverá ser
indicado no edital.

Parágrafo único. Na hipótese de que trata o caput, observados os parâmetros estabelecidos


nos §§ 1º, 2º e 3º, do art. 23, da Lei nº 14.133/2021, a contratação posterior de item específico constante de
grupo de itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua vantagem para o órgão ou
entidade.

Art. 283. O instrumento convocatório para registro de preços de obras e serviços de


engenharia deverá conter também:
I - a especificação ou descrição do objeto, explicitando o conjunto de elementos necessários
e suficientes, com nível de precisão adequado, para a caracterização do objeto, inclusive definindo as
respectivas unidades de medida usualmente adotadas, descrito por meio de um anteprojeto, projeto executivo
e/ou projeto básico, conforme o caso;
II - as condições quanto aos locais, prazos de execução e vigência, forma de pagamento e,
complementarmente, nos casos de serviços contínuos de engenharia, quando cabíveis, a frequência, a
periodicidade, características do pessoal, materiais e equipamentos, a serem fornecidos e utilizados,
procedimentos a serem seguidos, cuidados, deveres, disciplina e controles a serem adotados;
III - os modelos de planilhas de custo, quando couber;
IV - croquis, desenhos, projetos e outros elementos relevantes devem constituir anexo do
edital, quando for o caso;
V - as penalidades a serem aplicadas por descumprimento das condições estabelecidas, de
acordo com os respectivos contratos.

Seção IV
Da Ata de Registro Preços

Art. 284. Homologada a licitação, o licitante melhor classificado será convocado para
assinar a ata de registro de preços, no prazo e nas condições estabelecidas no edital da licitação, podendo
este prazo ser prorrogado uma vez, por igual período, desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.

§ 1º O prazo de vigência da ata de registro de preços, contado a partir da publicação do


extrato da ata no Portal Nacional de Contratações Públicas e Diário Oficial do Município, será de 1 (um)
ano, e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que comprovado que as condições e o preço
permanecem vantajosos.

§ 2º A convocação para assinar a ata de registro de preços obedecerá a ordem de


classificação na licitação correspondente.

§ 3º Serão registrados os preços e quantitativos ofertados pelo licitante vencedor;

§ 4º Admitida na licitação a formulação de proposta com quantidade inferior à demandada,


na forma do art. 82, inciso IV, da Lei nº 14.133/2021, serão registrados em ata os preços dos demais
licitantes classificados, até que seja atingido o total licitado do bem ou serviço, em função da capacidade de
fornecimento dos licitantes.

§ 5º A convocação para fornecimento pelos demais licitantes de que trata o parágrafo


anterior ocorrerá quando exaurida a capacidade de fornecimento do licitante que formulou oferta parcial,
sendo que as respectivas aquisições com os demais licitantes, até o limite do quantitativo registrado, serão
feitas pelos preços por ele apresentados, desde que sejam compatíveis com o preço vigente no mercado - o
que deverá ser comprovado nos autos - devendo ser respeitada a ordem de classificação.

Art. 285. Será incluído, na respectiva ata, na forma de anexo, o registro dos licitantes que
aceitarem cotar os bens, obras ou serviços com preços iguais aos do licitante vencedor, na sequência da
classificação do certame, observado o seguinte:
I - o registro tem por objetivo a formação de cadastro de reserva para convocação, na
sequência da classificação, no caso de impossibilidade de atendimento pelo primeiro colocado, nas seguintes
hipóteses:
a) quando o registro de preço do fornecedor for cancelado por:
1) descumprimento das condições da ata de registro de prelos sem justificativa aceitável;
2) não aceitação da redução do preço registrado, na hipótese em que este se tornar superior
aos praticados no mercado;
3) aplicação da sanção prevista no inciso IV, do art. 156, da Lei nº 14.133/2021;
4) não aceitação do preço revisado pela Administração;
5) fato superveniente, decorrente de caso fortuito, força maior ou fato do príncipe, ou,
ainda, em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem
a execução das obrigações previstas em ata, desde que devidamente demonstrado.
b) quando o fornecedor convocado não assinar o contrato ou instrumento equivalente, não
aceitar ou não retirar o instrumento equivalente.
II - o registro em cadastro de reserva seguirá a última ordem de classificação da apresentada
durante a fase competitiva;
III - a habilitação dos fornecedores que comporão o cadastro de reserva, será efetuada
quando da convocação para contratação.

§ 1º A recusa do adjudicatário em assinar a ata, dentro do prazo estabelecido no edital,


permitirá a convocação dos licitantes que aceitarem fornecer os bens, executar as obras ou serviços com
preços iguais aos do licitante vencedor, seguindo a ordem de classificação, sem prejuízo da aplicação das
penalidades previstas em Lei e no edital da licitação.

§ 2º A recusa injustificada, ou cuja justificativa não seja aceita pelo órgão gerenciador,
implicará na instauração de processo administrativo de responsabilização para, após garantidos o
contraditório e a ampla defesa, promover eventual aplicação de penalidades administrativas.

§ 3º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar assinar a ata de registro de preços nos
termos do caput deste artigo, a Administração Pública poderá convocar os licitantes remanescentes, na
ordem de classificação, para a assinatura da ata nas condições ofertadas por estes, desde que o valor seja
igual ou inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quanto aos preços atualizados, nos
termos do instrumento convocatório.

Art. 286. É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados na ata de registro de preços,
inclusive os acréscimos de que trata o art. 124, da Lei nº 14.133/2021, não se aplicando a vedação aos
contratos emitidos em decorrência da ata de registro de preços.

Art. 287. É vedada a existência simultânea de mais de um registro de preços para o mesmo
objeto no mesmo local, condições mercadológicas e de logística.

Art. 288. O preço registrado e a indicação dos fornecedores serão disponibilizados pelo
órgão gerenciador no Portal Nacional de Contratações Públicas - PNCP e no Portal do Município;

Art. 289. No ato de prorrogação da vigência da ata de registro de preços poderá haver a
renovação dos quantitativos registrados, até o limite do quantitativo original.

Parágrafo único. O ato de prorrogação da vigência da ata deverá indicar expressamente o


prazo de prorrogação e o quantitativo renovado.

Art. 290. A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as


contratações que deles possam advir, facultada a realização de licitação específica para a aquisição
pretendida, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência de fornecimento ou contratação em
igualdade de condições.

Seção V
Das atualizações Periódicas e do Cancelamento da Ata e do Preço Registrado

Subseção I
Da Atualização dos Preços Registrados

Art. 291. Os preços registrados poderão ser atualizados em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências
incalculáveis, que inviabilizem a execução tal como pactuado, nos termos do disposto na norma contida no §
5º, do art. 82, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 292. Quando o preço registrado se tornar superior ao preço praticado no mercado por
motivo superveniente, o órgão gerenciador convocará os fornecedores para negociarem a redução dos preços
registrados, tornando-os compatíveis com os valores praticados pelo mercado.

§ 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus preços aos valores praticados pelo
mercado serão liberados dos compromissos assumidos, sem aplicação de penalidades administrativas.

§ 2º A ordem de classificação dos fornecedores que aceitarem reduzir seus preços aos
valores de mercado observará a classificação obtida originalmente na licitação.

§ 3º A redução do preço registrado será comunicada pelo órgão gerenciador aos órgãos que
tiverem formalizado contratos com fundamento no respectivo registro, para que avaliem a necessidade de
efetuar a revisão dos preços contratados.

Art. 293. Quando o preço de mercado se tornar superior aos preços registrados é facultado
ao fornecedor requerer, antes do pedido de fornecimento, a atualização do preço registrado, mediante
demonstração de fato superveniente que tenha provocado elevação que supostamente impossibilite o
cumprimento das obrigações contidas na ata e desde que atendidos os seguintes requisitos:
I - a possibilidade da atualização dos preços registrados seja aventada pelo fornecedor ou
prestador signatário da ata de registro de preços;
II - a modificação seja substancial nas condições registradas, de forma que seja
caracterizada alteração desproporcional entre os encargos do fornecedor ou prestador signatário da ata de
registro de preços e da Administração Pública;
III - seja demonstrado nos autos a desatualização dos preços registrados, por meio de
apresentação de planilha de custos e documentação comprobatória correlata que demonstre que os preços
registrados se tornaram inviáveis nas condições inicialmente pactuadas.

§ 1º A iniciativa e o encargo da demonstração da necessidade de atualização de preço serão


do fornecedor ou prestador signatário da ata de registro de preços, cabendo ao órgão gerenciador a análise e
deliberação a respeito do pedido.

§ 2º Se não houver prova efetiva da desatualização dos preços registrados e da existência de


fato superveniente, o pedido será indeferido pela Administração e o fornecedor continuará obrigado a
cumprir os compromissos pelo valor registrado na ata, sob pena de cancelamento do registro de preços e de
aplicação das penalidades administrativas previstas em Lei e no edital.

§ 3º Na hipótese do cancelamento do registro de preços prevista no § 2º, deste artigo, o


órgão gerenciador poderá convocar os demais fornecedores integrantes do cadastro de reserva para que
manifestem interesse em assumir o fornecimento dos bens, a execução das obras ou dos serviços, pelo preço
registrado na ata.

§ 4º Comprovada a desatualização dos preços registrados decorrente de fato superveniente


que prejudique o cumprimento da ata, a Administração poderá efetuar a atualização do preço registrado,
adequando-o aos valores praticados no mercado.

§ 5º Caso o fornecedor ou prestador não aceite o preço atualizado pela Administração, será
liberado do compromisso assumido, sem aplicação de penalidades administrativas.

§ 6º Liberado o fornecedor na forma do § 5º, deste artigo, o órgão gerenciador poderá


convocar os integrantes do cadastro de reserva, para que manifestem interesse em assumir o fornecimento
dos bens, a execução das obras ou dos serviços, pelo preço atualizado.

§ 7º Na hipótese de não haver cadastro de reserva, a Administração Pública poderá


convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para negociação e assinatura da ata no
máximo nas condições ofertadas por estes, desde que o valor seja igual ou inferior ao orçamento estimado
para a contratação, inclusive quanto aos preços atualizados, nos termos do instrumento convocatório.

§ 8º Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder à revogação
da ata de registro de preços, adotando de imediato as medidas cabíveis para a satisfação da necessidade
administrativa.

Subseção II
Da Atualização Periódica da Ata ou do Preço Registrado

Art. 294. O edital e a ata de registro de preços deverão conter cláusula que estabeleça a
possibilidade de atualização periódica dos preços registrados, em conformidade com a realidade de mercado
dos respectivos insumos.

Subseção III
Do Cancelamento da Ata ou do Preço Registrado

Art. 295. O registro do preço do fornecedor será cancelado pelo órgão gerenciador quando o
fornecedor:
I - for liberado;
II - descumprir as condições da ata de registro de preços, sem justificativa aceitável;
III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tornar superior àqueles
praticados no mercado;
IV - sofrer sanção prevista no inciso IV, do art. 156, da Lei nº 14.133/2021;
V - não aceitar o preço revisado pela Administração.

Art. 296. A ata de registro de preços será cancelada, total ou parcialmente, pelo órgão
gerenciador:
I - pelo decurso do prazo de vigência;
II - pelo cancelamento de todos os preços registrados;
III - por fato superveniente, decorrente caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe
ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a
execução obrigações previstas na ata, devidamente demonstrado; e
IV - por razões de interesse público, devidamente justificadas.

Art. 297. No caso de cancelamento da ata ou do registro do preço por iniciativa da


Administração, será assegurado o contraditório e a ampla defesa.

Parágrafo único. O fornecedor ou prestador será notificado por meio eletrônico para
apresentar defesa no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar do recebimento da comunicação.

Seção VI
Das Regras Gerais da Contratação
Art. 298. As contratações decorrentes da ata serão formalizadas por meio de instrumento
contratual, carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra, ordem de execução de
serviço ou outro instrumento equivalente, conforme prevê o art. 95, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 299. Para celebrar o contrato ou retirar o instrumento equivalente, o fornecedor ou


prestador de serviço deverá se credenciar no sistema de registro cadastral unificado disponível no Portal
Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e no Cadastro Unificado de Fornecedores do Município,
mantendo as condições de habilitação exigidas na licitação.

Art. 300. Se o fornecedor convocado não assinar o contrato ou instrumento equivalente, não
aceitar ou não retirar o instrumento equivalente, o órgão gerenciador poderá convocar os demais
fornecedores que tiverem aceitado fornecer os bens ou serviços com preços iguais aos do licitante vencedor -
cadastro de reserva -, na sequência da classificação, sem prejuízo das penalidades administrativas cabíveis.

Art. 301. Os contratos celebrados em decorrência do Registro de Preços estão sujeitos às


regras gerais de contratação previstas na Lei nº 14.133/2021 e no presente Decreto.

§ 1º Os contratos poderão ser alterados de acordo com o previsto em Lei e no edital da


licitação, inclusive quanto ao acréscimo de que trata os art. 124 a 136, da Lei nº 14.133/2021, cujo limite é
aplicável ao contrato individualmente considerado e não à ata de registro de preços.

§ 2º A duração dos contratos decorrentes da ata de registro de preços deverá atender ao


contido no Capítulo V, do Título III, da Lei nº 14.133/2021.

§ 3º O contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços deverá ser assinado no prazo


de validade da ata de registro de preços.

§ 4º A alteração dos preços registrados em ata não altera automaticamente os preços dos
contratos já firmados em decorrência daquela, cuja revisão deverá ser feita pelo órgão contratante,
observadas as disposições legais incidentes sobre os contratos.

Seção VII
Da Utilização da Ata de Registro de Preços por Órgãos ou Entidades não-Participantes

Art. 302. Durante a vigência da ata de registro de preços e mediante autorização prévia do
órgão gerenciador, o órgão ou entidade que não tenha participado do procedimento poderá aderir à ata de
registro de preços, desde que seja justificada no processo a vantagem de utilização da ata, a possibilidade de
adesão tenha sido prevista no edital e haja a concordância do fornecedor ou prestador beneficiário da ata.

§ 1º As aquisições ou as contratações adicionais a que se refere o caput deste artigo não


poderão exceder, por órgão ou entidade, a 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos dos itens do
instrumento convocatório registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos
participantes.

§ 2º O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços a que se refere o


caput deste artigo não poderá exceder, na totalidade, ao dobro do quantitativo de cada item registrado na ata
de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemente do número de
órgãos não participantes que aderirem.

§ 3º Caberá ao fornecedor ou prestador beneficiário da ata de registro de preços, observadas


as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento ou prestação decorrente de
adesão, o que fará no compromisso de não prejudicar as obrigações presentes e futuras decorrentes da ata,
assumidas com o órgão gerenciador e com os órgãos participantes.

§ 4º O órgão ou entidade poderá solicitar adesão aos itens de que não tenha figurado
inicialmente como participante, atendidos os requisitos estabelecidos no § 2º, do art. 86, da Lei nº
14.133/2021.

§ 5º Não será concedida nova adesão ao órgão ou entidade que não tenha consumido ou
contratado o quantitativo autorizado anteriormente.

Art. 303. É permitida, mediante ato do dirigente máximo do órgão ou entidade municipal
que demonstre a necessidade e a vantagem econômica, a adesão a atas de registro de preços gerenciadas pelo
Estado ou pela União.

Seção VIII
Disposições Finais sobre o Sistema de Registro de Preços

Art. 304. O Município utilizará, além do Portal Nacional de Contratações Públicas, o


Sistema de Gestão Pública para:
I - operacionalização do procedimento do Sistema de Registro de Preços;
II - automatização dos procedimentos de controle e das atribuições dos órgãos
gerenciadores, participantes e aderentes.

Art. 305. A Secretaria Municipal de Administração expedirá, se necessárias, e após


aprovação da Procuradoria Geral do Município, instruções complementares sobre o Sistema de Registro de
Preços para o cumprimento deste Regulamento.

Art. 306. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral
em razão de incompatibilidade deste com o vigente no mercado.

CAPÍTULO V
DO REGISTRO CADASTRAL

Art. 307. Além das regras contidas no art. 87, da Lei nº 14.133/2021, aplicam-se ao registro
cadastral:
I - o interessado que requerer o cadastro, na forma do art. 88, da Lei nº 14.133/2021, poderá
participar de processo licitatório até a decisão da Administração, e a celebração do contrato ficará
condicionada à emissão do certificado referido no § 2º, do art. 88, da mesma norma legislativa.
II - o registro cadastral unificado será de acesso e consulta prévia obrigatórios a todos os
órgãos da Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Município para:
a) celebração de convênios, acordos, ajustes, contratos que envolvam o desembolso, a
qualquer título, de recursos financeiros;
b) repasses de valores de convênios ou pagamentos referentes a contratos; e
c) registros das sanções aplicadas às pessoas físicas e jurídicas.

§ 1º A existência de registro de sanções no cadastro unificado poderá constituir


impedimento à realização dos atos aos quais este artigo se refere, conforme o disposto na Lei nº
14.133/2021.

§ 2º O documento comprobatório da avaliação realizada pelo gestor de contrato quanto ao


desempenho do contratado na execução do objeto de que trata o art. 13, § 1º, inciso VI, deste Regulamento,
após todos os trâmites administrativos e assegurado o contraditório e ampla defesa, deverá integrar o
cadastro de atesto de cumprimento de obrigações integrante do Registro Cadastral da empresa.

TITULO VI
DOS CONTRATOS

CAPÍTULO I
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 308. Aplicam-se aos contratos administrativos as regras dispostas no art. 89 e seguintes,
da Lei nº 14.133/2021, os preceitos de direito público e, supletivamente, os princípios da teoria geral dos
contratos e as disposições de direito privado e, ainda, as regras do presente regulamento.

Seção I
Dos Contratos e Aditivos na Forma Eletrônica

Art. 309. Os contratos e termos aditivos celebrados pelo Município poderão adotar a forma
eletrônica, respeitadas as regras do presente artigo.

§ 1º Para assegurar a confiabilidade dos dados e informações, as assinaturas eletrônicas


apostas no contrato deverão ser classificadas como qualificadas, por meio de uso de certificado digital pelas
partes subscritoras, nos termos do art. 4º, inciso III, da Lei nº 14.063, de 23 de setembro de 2020.

§ 2º Os contratos e seus aditamentos, celebrados na forma eletrônica, deverão ser emitidos


exclusivamente por meio do Sistema de Gestão e Tramitação de Processos e Documentos, no âmbito do
Programa Marechal Sem Papel, de que trata o Decreto nº 55, de 11 de fevereiro de 2022 ou outro que lhe
venha a substituir.

§ 3º Como condição para a emissão do contrato e/ou termo aditivo eletrônico, o interessado
deverá se cadastrar no sistema de que trata o parágrafo anterior.

§ 4º Os atos, notificações e intimações relacionadas à execução do contrato emitido de


forma eletrônica serão, preferencialmente, praticados por meio eletrônico, ressalvadas as exceções previstas
em regulamento específico acerca da gestão de documentos do Município.

§ 5º O Município, através da Secretaria Municipal de Administração, adotará as medidas


necessárias para a substituição dos processos licitatórios - inclusive procedimentos auxiliares - em papel, por
processos integralmente eletrônicos, na forma do Programa Marechal Sem Papel, de que trata o Decreto nº
55/2022 ou outro que lhe venha a substituir.

Seção II
Da Gestão dos Contratos

Art. 310. A gestão dos contratos deverá ser feita com base no modelo elaborado na fase
preliminar de planejamento da contratação, e de modo especial, pelo modelo de execução do objeto, pelo
modelo de gestão do contrato e pelos critérios de medição e pagamento apontados no Termo de Referência
ou Anteprojeto, bem como pela Análise de riscos.
CAPÍTULO II
DOS PAGAMENTOS

Seção I
Das regras referentes ao pagamento

Art. 311. O pagamento a ser dispendido pelo contratante deve ser, preferencialmente, por
resultados.

§ 1º As regras contratuais para pagamento devem ter por base o modelo de execução e os
critérios de medição e pagamento indicados no Termo de Referência ou Anteprojeto.

§ 2º Com base no TR ou Anteprojeto poderão ser contemplados mecanismos contratuais de


redução do pagamento por meio de Instrumento de Medição de Resultado - IMR ou instrumento equivalente
quando, apesar da utilidade da solução entregue, não forem atingidas as metas ou índices de qualidade
estabelecidos.

§ 3º A medição de resultado a que se refere o parágrafo anterior não se confunde com as


sanções aplicáveis por descumprimento de cláusulas e obrigações contratuais.

Art. 312. O pagamento de cada fatura deverá ser realizado em prazo não superior a 30
(trinta) dias, contados a partir do atesto da Nota Fiscal, após comprovado o adimplemento, pela contratada,
de todas as suas obrigações, já deduzidas as glosas e notas de débitos.

Seção II
Do Pagamento de Indenização Referente a Obrigações Administrativas

Art. 313. O pagamento da indenização de que tratam os arts. 149 e 150, da Lei nº
14.133/2021, em caso de declaração de nulidade do contrato, deverá ser precedido do reconhecimento da
obrigação de pagamento pela autoridade máxima, ou autoridade delegatária em nível de gerência,
observando-se ainda o disposto nos arts. 58 a 70, da Lei nº 4.320/1964 e as respectivas normas de execução
financeira.

Parágrafo único. O reconhecimento da obrigação de pagamento pela autoridade competente


deverá ocorrer em processo administrativo específico, cujos autos deverão ser apensados ao processo
principal da contratação, ainda que o contrato já não esteja em vigor.

Art. 314. O ato de reconhecimento da obrigação de pagamento de que trata o artigo anterior
deverá preencher os seguintes requisitos:
I - identificação do credor/favorecido;
II - descrição do bem, material ou serviço adquirido/contratado;
III - data de vencimento do compromisso;
IV - importância exata a pagar;
V - documentos fiscais comprobatórios;
VI - certificação do cumprimento da obrigação pelo credor/favorecido;
VII - indicação do motivo pelo qual a despesa não foi empenhada ou paga na época própria;
VIII - demonstração de que a nulidade não seja imputável ao beneficiário da despesa;
IX - demonstração de que o valor a ser pago está em conformidade com os praticados pelo
mercado;
X - observância da ordem cronológica para pagamento ou justificativa de seu
descumprimento;
XI - apuração de eventuais responsabilidades, nos termos da Lei de Processo
Administrativo.

Parágrafo único. A decisão de que trata a presente sessão será publicada na Imprensa Oficial
do Município, por meio de extrato.

Seção III
Da Ordem Cronológica do Dever de Pagamento

Art. 315. Observadas as normas dos artigos 141 a 146, da Lei nº 14.133/2021, caberá à
Secretaria Municipal de Fazenda disponibilizar, mensalmente, em seção específica de acesso à informação
do sítio eletrônico oficial do Município, a ordem cronológica de seus pagamentos, bem como as justificativas
que fundamentaram a eventual alteração da ordem.

CAPÍTULO III
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Art. 316. O reequilíbrio econômico e financeiro dos contratos pode se dar na forma de:
I - revisão de preços do contrato ou reequilíbrio econômico e financeiro em sentido estrito;
II - reajustamento de preços;
III - repactuação de preços; e
IV - atualização monetária.

Seção I
Da Revisão de preços do Contrato ou Reequilíbrio Econômico-Financeiro em Sentido
Estrito

Art. 317. A revisão ou reequilíbrio econômico-financeiro do contrato em sentido estrito é


decorrência da teoria da imprevisão, tendo lugar quando a interferência causadora do desequilíbrio
econômico-financeiro consistir em um fato imprevisível ou previsível de consequências incalculáveis,
anormal e extraordinário.

Parágrafo único. A revisão ou reequilíbrio econômico-financeiro em sentido estrito pode ser


concedida a qualquer tempo, independentemente de previsão contratual, desde que verificados os seguintes
requisitos:
I - o evento seja futuro e incerto, ocorrido após a apresentação da proposta e que não haja
culpa da contratada;
II - a possibilidade da revisão contratual seja aventada pela contratada ou pela contratante;
III - a modificação seja substancial, de forma que reste caracterizada alteração
desproporcional entre os encargos da contratada e a retribuição do contratante;
IV - haja nexo causal entre a alteração dos custos com o evento ocorrido e a necessidade de
recomposição da remuneração correspondente em função da majoração ou minoração dos encargos da
contratada;
V - seja demonstrado nos autos a quebra de equilíbrio econômico-financeiro do contrato,
por meio de apresentação de planilha de custos e documentação comprobatória correlata indicando que a
contratação se tornou inviável nas condições inicialmente pactuadas.

Seção II
Do Reajustamento de Preços dos Contratos

Art. 318. O reajustamento de preços, será efetuado na periodicidade prevista em Lei


nacional, quando e se for o caso, considerando-se a variação ocorrida desde a data do orçamento estimado,
até a data do efetivo adimplemento da obrigação, calculada pelo índice definido no contrato.

Parágrafo único. A data do orçamento estimado a que se refere o caput, deste artigo, é a data
em que o orçamento ou a planilha orçamentária foi elaborada, independente da data da tabela referencial
utilizada, se for o caso.

Art. 319. O edital ou o contrato de obras e serviços de engenharia e/ou arquitetura, de


serviços continuados e não continuados sem regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou sem
predominância de mão de obra, deverá indicar o critério de reajustamento de preços e a periodicidade, sob a
forma de reajustamento em sentido estrito, com a adoção de índices específicos ou setoriais.

§ 1º Na ausência dos índices específicos ou setoriais, previstos no artigo anterior, adotar-se-


á o índice geral de preços mais vantajoso para a Administração, calculado por instituição oficial que retrate a
variação do poder aquisitivo da moeda.

§ 2º Independentemente do prazo de duração do contrato, será obrigatória a previsão no


edital de índice de reajustamento de preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado e com a
possibilidade de ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade com a realidade
de mercado dos respectivos insumos.

§ 3º Quando, antes da data do reajustamento, já tiver ocorrido a revisão do contrato para a


manutenção do seu equilíbrio econômico-financeiro, será a revisão considerada à ocasião do reajuste, para
evitar acumulação injustificada.

§ 4º Se em consequência de culpa da contratada forem ultrapassados os prazos, o


reajustamento só será aplicado com índice correspondente ao respectivo período de execução previsto no
cronograma físico-financeiro, sem prejuízo da aplicação de eventuais penalidades.

§ 5º Se a contratada antecipar cronograma, o reajustamento somente será aplicado com


índice correspondente ao período de execução efetiva, conforme planilha de medição.

§ 6º O registro do reajustamento de preços deve ser formalizado por simples apostila.

§ 7º Se concomitante ao reajustamento, houver a necessidade de prorrogação de prazo e/ou


acréscimo e/ou supressão de objeto, tais alterações serão formalizadas no mesmo termo aditivo.

§ 8º A assinatura de aditivo de contrato que mantenha as demais cláusulas em vigor, sem


ressalva em relação ao reajustamento de preços, importará em renúncia da contratada quanto às parcelas
reajustáveis anteriores ao aditivo.

§ 9º Aplica-se o procedimento previsto nesta subseção nas contratações decorrentes de ata


de registro de preços.

Seção III
Da Repactuação de Preços dos Contratos

Art. 320. A Repactuação de preços é o mecanismo legal de manutenção do equilíbrio


econômico-financeiro dos contratos de prestação de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão
de obra ou com predominância de mão de obra.

Parágrafo único. A repactuação ocorre por meio da análise da variação dos custos
contratuais, devendo estar prevista no instrumento convocatório:
I - com data vinculada à apresentação das propostas, para os custos decorrentes do mercado;
e
II - com data vinculada ao acordo ou à convenção coletiva ao qual o orçamento esteja
vinculado, para os custos decorrentes de mão de obra.

Art. 321. Será admitida a repactuação dos preços dos serviços de engenharia e/ou
arquitetura continuados contratados com prazo de vigência igual ou superior a doze meses, desde que seja
observado o interregno mínimo de um ano.

Parágrafo único. Para que haja a repactuação dos preços é necessária a demonstração
analítica da variação dos componentes dos custos.

Art. 322. O intervalo mínimo de 1 (um) ano para a primeira repactuação será contado a
partir da data do orçamento a que a proposta se referir, isto é, da data do acordo, convenção ou dissídio
coletivo de trabalho, para os custos decorrentes de mão de obra, e da data limite para a apresentação da
proposta em relação aos demais insumos para os custos decorrentes do mercado.

Parágrafo único. Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, a


repactuação com data base de acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho poderá ser dividida em
tantos quantos forem os acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho das categorias envolvidas na
contratação.

Art. 323. Em caso de repactuação subsequente à primeira, correspondente à mesma parcela


do objeto da nova solicitação, o prazo de 1 (um) ano terá como data-base a data em que se iniciaram os
efeitos financeiros da repactuação anterior realizada, independentemente daquela em que celebrada ou
apostilada.

Art. 324. As repactuações serão precedidas de solicitação da contratada, acompanhada de


demonstração analítica da alteração dos custos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação
de preços e do novo acordo ou convenção coletiva que fundamenta a repactuação.

§ 1º A repactuação de preços deverá ser pleiteada até a data da prorrogação contratual


subsequente ou até o termo final da vigência contratual, sob pena de ocorrer preclusão lógica.

§ 2º É vedada a inclusão, por ocasião da repactuação, de benefícios não previstos na


proposta inicial, exceto quando se tornarem obrigatórios por força de instrumento legal, sentença normativa,
acordo coletivo ou convenção coletiva.

§ 3º Quando houver necessidade de repactuação, devem ser consideradas as seguintes


circunstâncias:
I - os preços praticados no mercado e em outros contratos da Administração;
II - as particularidades do contrato em vigor;
III - o novo acordo ou convenção coletiva das categorias profissionais;
IV - a nova planilha com a variação dos custos apresentada;
V - indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores oficiais de referência, tarifas
públicas ou outros equivalentes; e
VI - a disponibilidade orçamentária do órgão ou entidade contratante.

§ 4º A decisão sobre o pedido de repactuação deve ser proferida no prazo máximo de 60


(sessenta) dias, contados a partir da solicitação e da entrega dos comprovantes de variação dos custos.

§ 5º O prazo referido no § 4º, deste artigo, ficará suspenso enquanto a contratada não
cumprir os atos ou apresentar a documentação solicitada pela contratante para a comprovação da variação
dos custos.

§ 6º O órgão ou entidade contratante poderá realizar diligências para conferir a variação de


custos alegada pela contratada.

Art. 325. Os novos valores contratuais decorrentes das repactuações terão suas vigências
iniciadas observando-se o seguinte:
I - a partir da assinatura da apostila;
II - em data futura, desde que acordada entre as partes, sem prejuízo da contagem de
periodicidade para concessão das próximas repactuações futuras; ou
III - em data anterior à repactuação, exclusivamente quando envolver revisão do custo de
mão de obra e estiver vinculada a instrumento legal, acordo, convenção ou sentença normativa que
contemple data de vigência retroativa, podendo esta ser considerada para efeito de compensação do
pagamento devido, assim como para a contagem da anualidade em repactuações futuras.

§ 1º No caso previsto no inciso III, do caput, deste artigo, o pagamento retroativo deverá ser
concedido exclusivamente para os itens que motivaram a retroatividade, e apenas em relação à diferença
porventura existente.

§ 2º A Administração deverá assegurar-se de que os preços contratados são compatíveis com


aqueles praticados no mercado, de forma a garantir a continuidade da contratação mais vantajosa.

§ 3º A Administração poderá prever o pagamento retroativo do período em que a proposta


de repactuação permaneceu sob sua análise, por meio de termo de reconhecimento de dívida.

§ 4º Na hipótese do § 3º, deste artigo, o período em que a proposta permaneceu sob a


análise da Administração será contado como tempo decorrido para fins de contagem da anualidade da
próxima repactuação.

Seção IV
Da Atualização Monetária

Art. 326. A atualização monetária é devida em razão do processo inflacionário e da


desvalorização da moeda, devendo ser calculada desde a data em que deveria ser efetuado o pagamento da
fatura de determinada parcela do contrato até seu pagamento efetivo.

Parágrafo único. Após 30 (trinta) dias da data em que deveria ser efetuado o pagamento das
faturas, incidirá sobre o valor faturado atualização monetária com base em índices estabelecidos no contrato.

CAPÍTULO IV
DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 327. As locações de imóveis pela Administração municipal deverão, nos termos do art.
51, da Lei nº 14.133/2021, ser precedidas de licitação e avaliação prévia, que levará em conta o estado de
conservação do bem, os custos das adaptações necessárias e o prazo de amortização dos investimentos.

Parágrafo único. Excetua-se da obrigatoriedade da licitação prévia a hipótese prevista no


inciso V, do art. 74, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 328. A locação tem como objetivo atender as necessidades de instalação da


Administração municipal, e poderá ser concretizada quando:
I - inexistir imóvel no acervo patrimonial do Município que atenda às necessidades de
instalação indispensáveis para a prestação do serviço público;
II - inexistir imóvel público sob domínio da União ou do Estado passível de
disponibilização ao Município:
a) a título gratuito, que atenda às necessidades de instalação indispensáveis para a prestação
do serviço público; ou
b) a título oneroso, cujas condições sejam mais favoráveis comparadas à locação; e
III - reste impossibilitada a realização de permuta com outro imóvel público ou particular.

Art. 329. O processo de contratação deverá contemplar todas as etapas de planejamento da


contratação, com a realização de estudo técnico preliminar, análise de risco, levantamento de preços de
mercado - que poderá ser feito mediante Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM) emitido por
corretor de imóvel devidamente autorizado - e termo de referência, naquilo que for pertinente.

Parágrafo único. Poderá ser realizado chamamento público com o objetivo de prospectar no
mercado imóveis disponíveis para locação, que atendam às necessidades definidas na fase de planejamento
da contratação.

Art. 330. Sem prejuízo de outras informações indicadas nos capítulos próprios desta
regulamentação, o planejamento da locação deverá apontar o seguinte:
I - justificativa para a locação do imóvel;
II - indicação da região onde pretende imóvel para instalação;
III - nome do Órgão/Entidade/setor/unidade que utilizará o imóvel;
IV - número de servidores que atuarão no local;
V - principais atividades que serão desenvolvidas no imóvel, com destaque para a
necessidade de realização de atendimento ao público;
VI - estimativa da dimensão total necessária para atendimento da finalidade, indicando
número e tamanho mínimo de salas, banheiros, cozinha, lavanderia e outras dependências mínimas exigíveis;
VII - necessidade e número de vagas de estacionamento;
VIII - necessidade de área externa livre e respectivo tamanho; e
IX - outros elementos julgados necessários.

Parágrafo único. Na hipótese de contratação por inexigibilidade, com base no art. 74, inciso
V, da Lei nº 14.133/2021, além das informações acima, deverão ser apresentadas também as características
de instalação e localização que tornem necessária a escolha daquele imóvel determinado.
Art. 331. Ao final da etapa de planejamento o processo deve ser encaminhado ao
Departamento de Patrimônio para verificação da existência de imóvel ocioso que atenda às necessidades
apresentadas, ou, ainda, de imóvel estadual/federal passível de disponibilização para atendimento da
demanda, que será imediatamente informada ao interessado caso localizado.

§ 1º Aceito o imóvel, a Secretaria Municipal de Administração providenciará a transferência


da carga patrimonial do imóvel para o órgão/entidade/secretaria interessada.

§ 2º Confirmada a inexistência de imóvel disponível, a Secretaria interessada deverá adorar


medidas para apurar a possibilidade de permuta com bens imóveis de terceiros, com vistas a redução de
despesas municipais com aluguel.

§ 3º Não sendo possível a permuta de que trata o parágrafo anterior, dar-se-á


prosseguimento ao processo de locação do imóvel, com encaminhamento para deliberação da autoridade
máxima do órgão ou entidade solicitante.

Art. 332. Sendo o caso de licitação, deverá ser expedido o instrumento convocatório.

Art. 333. No caso de se tratar de hipótese de inexigibilidade, devem ser juntados os


seguintes documentos pelo órgão/entidade interessada:
I - comprovação das causas que autorizam a locação do imóvel, com a demonstração da
inexistência de imóvel municipal disponível ou, ainda, imóvel estadual/federal passível de disponibilização
para atendimento da demanda;
II - elementos técnicos instrutores, contendo, detalhadamente, os motivos que justificam a
necessidade de instalação, sua singularidade para atendimento do interesse público e a vantagem para a
Administração com a locação, bem com a indicação das características do imóvel, tais como localização,
dimensão, tipologia da edificação e destinação, entre outros elementos físicos necessários para sua melhor
caracterização;
III - as razões pelas quais o imóvel escolhido é o único que pode satisfazer as necessidades
de instalação e localização, de forma a justificar contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação;
IV - identificação do locador, efetuado pela apresentação dos seguintes documentos:
a) cédula de identidade (RG) e comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoa Física
(CPF), se pessoa física;
b) registro comercial, no caso de microempresário individual;
c) ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se
tratando de sociedades comerciais, e, em se tratando de sociedades por ações, acompanhado dos documentos
de eleição de seus administradores.
d) comprovante de inscrição do ato constitutivo, em se tratando de sociedades civis,
acompanhada de ato formal de designação da diretoria em exercício, ou, em caso de diretor pessoa jurídica,
acompanhados dos documentos comprobatórios desta e de seu representante legal.
V - certidão atualizada da matrícula ou transcrição do imóvel expedida pelo competente
Cartório de Registro de Imóveis da Comarca onde se encontra o mesmo, que identifique o terreno registrado
em nome do Locador e a edificação existente averbada/registrada no respectivo documento cartorial do
imóvel, nos termos do art. 167, inciso II, item 4, da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973:
a) caso a edificação não esteja averbada na matrícula/transcrição do imóvel e não seja
localizado na região outro imóvel com edificação averbada que atenda às necessidades do órgão ou entidade,
o setor administrativo poderá efetivar a locação do imóvel nestas condições, desde que devidamente
justificada e comprovada tal circunstância;
b) no caso previsto na alínea anterior, previamente à formalização do contrato de locação de
imóvel, o locador deverá assinar o termo de compromisso de averbação da edificação, no qual o mesmo se
compromete a providenciar a averbação no prazo de 12 (doze) meses, sob pena de não prorrogação do
contrato.
VI - documentação comprobatória de regularidade fiscal e trabalhista;
VII - instrumento de mandato, contendo poderes para celebrar e firmar contrato em nome
do representado;
VIII - croquis ou planta que mostre as divisões internas da edificação que se pretende locar;
IX - parecer técnico de avaliação (laudo) elaborado por engenheiro ou arquiteto,
preferencialmente integrante do quadro de servidores Município, podendo tal atribuição ser designada a
profissional contratado para tal finalidade ou, ainda, parecer técnico de avaliação mercadológica (PTAM),
caso seja suficiente para a coleta das informações necessárias à locação do imóvel;
X - formulário, elaborado a partir do parecer técnico ou PTAM mencionado no inciso
anterior, contendo a descrição das condições gerais do imóvel e o valor máximo estimado para a locação,
devendo o documento ser preenchido e assinado pelo responsável pela sua elaboração e pelo representante
legal do órgão interessado, bem como assinado e aceito pelo locador;
XI - documentação comprobatória da disponibilidade financeira e orçamentária para fazer
frente a despesa prevista para o exercício financeiro em que iniciado o período locatício;
XII - minuta do contrato de locação;
XIII - manifestação jurídica sobre a adequação da minuta do contrato, do edital de licitação
ou de inexigibilidade, ressalvada a utilização de minutas padronizadas.

Art. 334. Os contratos poderão ser firmados pelo prazo de até 5 (cinco) anos.

§ 1º Para as locações com prazo inicial superior a 12 (doze) meses, o órgão ou entidade
interessada deverá demonstrar:
I - a vantagem econômica na fixação do prazo de vigência por período superior a 12 (doze)
meses, demonstrada mediante a redução significativa do valor do aluguel mensal em comparação com o
valor médio de mercado, atestado em laudo de avaliação; e
II - a preservação da vantagem econômica do contrato de locação, aferida por verificação
anual, facultando-se ao Município renegociar o valor do aluguel à luz das novas condições do mercado ou,
frustrada a renegociação, rescindir o contrato sem ônus para o Erário.

§ 2º Os contratos poderão ser prorrogados por período igual ao inicialmente estabelecido e,


assim, sucessivamente, observado o disposto no § 1º deste artigo para prorrogações por prazo superior a 12
(doze) meses.

§ 3º Findo o prazo contratual, inicial ou prorrogado, é facultada a celebração de novo


contrato de locação do mesmo imóvel, em conformidade com as regras estampadas no presente
Regulamento.

Art. 335. Os contratos indicarão cláusula de reajuste do valor do aluguel, com periodicidade
nunca inferior à anual, devendo fixar, nesse caso, a época e as condições a que ficarão sujeitos os reajustes.

Parágrafo único. O reajuste a que se refere este artigo será efetuado por apostila ao contrato,
de forma automática, independente de solicitação do locador, e calculado com base na variação do Índice
Geral de Preços Mercado - IGPM, da Fundação Getúlio Vargas, ou, se for extinto, outro índice que o
substitua, a critério da Administração.

Art. 336. Autorizada a locação, competirá ao interessado providenciar:


I - a assinatura do contrato de locação do imóvel pelo titular do órgão ou entidade, pelo
locador ou seu representante legal e pelas testemunhas instrumentárias;
II - o empenho da despesa;
III - a publicação do extrato pelos meios determinados na Lei nº 14.133/2021;
IV - a entrega ao locador de uma via do contrato assinada, acompanhado de uma via da
descrição das condições gerais do imóvel, bem como do laudo ou parecer técnico de avaliação
mercadológica que serviu de fundamento a fixação do valor da locação;
V - o arquivamento de uma via, física ou digital, do contrato de locação para formação do
livro de contratos do respectivo órgão ou entidade;
VI - o cadastro do contrato no Sistema de Gestão Pública do Município.

Art. 337. Nenhum pagamento será efetuado antes da publicação dos extratos de
inexigibilidade de licitação e/ou do contrato no Diário Oficial do Município.

Seção II
Alterações Contratuais e Termos Aditivos

Art. 338. As prorrogações de prazo ou as alterações nas condições da locação serão


celebradas por meio de termo aditivo, somente podendo ser efetuadas durante o prazo de vigência do
contrato.

§ 1º No processamento do termo aditivo deverão ser atualizados os documentos de que


tratam os incisos IV a VII e XII a XII, do art. 333, deste Decreto

§ 2º Admitir-se-á a alteração do locador em caso de alteração subjetiva na propriedade do


imóvel locado, a qual será efetuada por termo aditivo, sendo o processo instruído com os documentos de que
tratam os incisos IV a VII, XII e XIII, do art. 333, deste Decreto.

§ 3º Tratando-se de aditivo para alteração da área do imóvel locado, o processo deverá ser
instruído com os documentos de que tratam os incisos IV a XIII, do art. 333, deste Decreto.

§ 4º Em qualquer das hipóteses de alteração supramencionadas, a minuta do termo aditivo


deverá ser submetida à verificação jurídica, salvo a adoção de minuta padronizada.

Seção III
Término da Locação, Indenização e Despesas Extraordinárias

Art. 339. O término da locação dar-se-á pelo advento de seu termo final ou por rescisão.

Art. 340. A rescisão do contrato de locação poderá se dar por ato unilateral ou por mútuo
consentimento, conforme disciplinado no contrato.

Art. 341. Da intenção de rescindir consensualmente o contrato deverá a parte interessada


notificar os demais envolvidos com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.

Art. 342. A pedido do locador, poderão ser-lhe indenizados os valores decorrentes de


eventuais reformas necessárias para entrega do imóvel locado no estado em que se encontrava no ato da
locação, conforme descrição das condições gerais do imóvel.

§ 1º Caberá ao setor de engenharia e arquitetura efetuar o levantamento das condições do


imóvel ao término da locação, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, confrontando-as com aquelas apontadas
na avaliação prévia à locação, manifestando quanto a necessidade de reformas ou reparos para restituir o
imóvel às condições iniciais da locação, e, em caso positivo, do respectivo orçamento.

§ 2º O levantamento de que trata o parágrafo anterior poderá ser atribuído a profissional


especialmente contratado para tal finalidade.

§ 3º No orçamento de que trata o § 1º deste artigo, não deverão ser computados os


Benefícios de Despesas Indiretas- BDI.

§ 4º Caso não concorde com a avaliação realizada pelo setor de engenharia e arquitetura do
Município, o locador deverá apresentar 3 (três) orçamentos das reformas ou reparos para os quais requer
indenização, devendo ser promovida análise do pedido de discordância, decidindo-se pelo valor da
indenização.

§ 5º O acordo para pagamento da indenização de reformas ou reparos será formalizado em


instrumento próprio, processado em protocolo administrativo que deverá ser apensado ao da contratação
original.

§ 6º Não havendo acordo, poderá a Administração efetuar o pagamento do valor


incontroverso da indenização, discutindo apenas o saldo.

Art. 343. As despesas ordinárias de condomínio são de responsabilidade do órgão ou


entidade locatária, que fará o seu pagamento diretamente à administração do condomínio, sendo que as
despesas extraordinárias serão de responsabilidade do proprietário do imóvel.

Parágrafo único. Consideram-se despesas extraordinárias de condomínio aquelas que não se


refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício, especialmente:
I - obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel;
II - pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das
esquadrias externas;
III - obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício;
IV - indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas em
data anterior ao início da locação;
V - instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de acessibilidade, de telefonia,
de intercomunicação, de esporte e de lazer;
VI - despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum;
VII - constituição de fundo de reserva.

Seção IV
Disposições Especiais

Art. 344. Salvo disposição contratual em contrário, o pagamento dos tributos e de eventual
prêmio de seguro complementar contra incêndio é de responsabilidade do locador.

Art. 345. A Secretaria Municipal de Administração, responsável pela gestão do patrimônio,


poderá regulamentar procedimentos e instituir modelos de formulários e minutas de instrumentos, os quais
serão de utilização obrigatória pelos órgãos e entes do Poder Executivo Municipal.

TÍTULO VII
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 346. O licitante e a contratada que incorram nas infrações previstas no art. 155, da Lei
nº 14.133/2021, apuradas em regular processo administrativo, sujeitam-se às sanções previstas no art. 156,
da mesma norma legislativa.

CAPÍTULO I
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 347. A aplicação das sanções pelo cometimento de infração será precedida do devido
processo legal, com garantias de contraditório e de ampla defesa.

§ 1º A competência para determinar a instauração do processo administrativo, julgar e


aplicar as sanções é da autoridade máxima do órgão ou entidade.

§ 2º A aplicação das sanções previstas em Lei não exclui, em hipótese alguma, a obrigação
de reparação integral do dano causado à Administração Pública.

Art. 348. A sanção de advertência, na forma do art. 156, inciso I e § 2º, conjugado com o
art. 155, inciso I, da Lei nº 14.133/2021, será aplicada nas seguintes hipóteses:
I - descumprimento, de pequena relevância, de obrigação legal ou infração à Lei quando não
se justificar aplicação de sanção mais grave;
II - inexecução parcial de obrigação contratual principal ou acessória de pequena relevância,
a critério da Administração, quando não se justificar aplicação de sanção mais grave;

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, considera-se pequena relevância o


descumprimento de obrigações ou deveres instrumentais ou formais que não impactam objetivamente na
execução do contrato, bem como não causem prejuízos à Administração.

Art. 349. A sanção de impedimento de licitar e contratar, nos termos do art. 156, inciso III e
§ 4º, combinado com o art. 155, incisos II, III, IV, V, VI e VII, da Lei nº 14.133/2021, será aplicada quando
não se justificar a imposição de penalidade mais grave, àquele que:
I - dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave dano à Administração, ao
funcionamento dos serviços públicos ou ao interesse coletivo;
II - dar causa à inexecução total do contrato;
III - deixar de entregar a documentação exigida para o certame;
IV - não manter a proposta, salvo em decorrência de fato superveniente devidamente
justificado;
V - não celebrar o contrato ou não entregar a documentação exigida para a contratação,
quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta;
VI - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da licitação sem motivo
justificado;
VII - na hipótese do inciso I, do art. 155, da Lei nº 14.133/2021, quando se justificar a
imposição de penalidade mais grave do que a advertência.

§ 1º Considera-se inexecução total do contrato:


I - recusa injustificada de cumprimento integral da obrigação contratualmente determinada;
II - recusa injustificada do adjudicatário em assinar ata de registro de preços, contrato ou em
aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Administração;

§ 2º Evidenciada a inexecução total, a inexecução parcial ou o retardamento do


cumprimento do encargo contratual:
I - será notificado o adjudicatário ou contratado para apresentar a justificativa, no prazo de 2
(dois) dias úteis, acerca do descumprimento do contrato;
II - a justificativa apresentada pelo licitante ou adjudicatário será analisada pelo agente de
contratação, pregoeiro ou comissão de licitação, e a apresentada pela contratada será analisada pelo gestor ou
fiscal do contrato que, fundamentadamente, apresentará manifestação e submeterá à decisão da autoridade
competente;
III - rejeitadas as justificativas, o agente público competente submeterá à autoridade
máxima do órgão ou entidade interessada na licitação/contrato para que decida sobre a instauração do
processo de responsabilização;
IV - preliminarmente à instauração do processo de que trata o inciso III, deste parágrafo,
poderá ser concedido prazo máximo de 10 (dez) dias para a adequação da execução contratual ou entrega do
objeto.

§ 3º A sanção prevista no caput, deste artigo, impedirá o sancionado de licitar ou contratar


no âmbito da Administração Pública direta e indireta do Município de Marechal Cândido Rondon, pelo prazo
de até 3 (três) anos.

§ 4º A sanção de que trata o caput deste artigo quando aplicada pelo Poder Legislativo
Municipal no desempenho da função administrativa impedirá o sancionado de licitar e contratar com a
Administração Pública Direta e Indireta do Município de Marechal Cândido Rondon.

Art. 350. A sanção de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar, nos termos do art.
156, inciso IV e § 5º, combinado com o art. 155, incisos VIII, IX, X, XI, da Lei nº 14.133/2021 será aplicada
àquele que:
I - apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certame ou prestar
declaração falsa durante a licitação ou a execução do contrato;
II - fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução do contrato;
III - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza;
IV - praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da licitação;
V - cometer ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013;
VI - praticar as condutas descritas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII, do art. 155, da Lei
14.133/2021, nas hipóteses em que se justifique a imposição de penalidade mais grave que o impedimento de
licitar e contratar.

§ 1º A autoridade máxima, quando do julgamento, se concluir pela existência de infração


criminal ou de ato de improbidade administrativa, dará conhecimento ao Ministério Público e, quando
couber, à Controladoria-Geral do Município, para atuação no âmbito das respectivas competências.

§ 2º A sanção prevista no caput, deste artigo, aplicada por qualquer ente da Federação,
impedirá o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Administração Pública direta e indireta do
Município de Marechal Cândido Rondon, pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.

Art. 351. O cometimento de mais de uma infração em uma mesma licitação ou relação
contratual sujeitará o infrator à sanção cabível para a mais grave entre elas, ou se iguais, somente uma delas,
sopesando-se, em qualquer caso, as demais infrações como circunstância agravante.

§ 1º Não se aplica a regra prevista no caput, se já houver ocorrido o julgamento ou, pelo
estágio processual, revelar-se inconveniente a avaliação conjunta dos fatos.
§ 2º O disposto neste artigo não afasta a possibilidade de aplicação da pena de multa
cumulativamente à sanção mais grave.

Art. 352. A multa será calculada na forma prevista no edital ou no contrato, e não poderá ser
inferior a 0,5% (cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor do contrato licitado
ou celebrado.

§ 1º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem superiores ao valor de pagamento


eventualmente devido pela Administração ao contratado, além da perda desse valor, a diferença será
descontada da garantia prestada ou será cobrada judicialmente.

§ 2º A multa de que trata o caput, poderá, na forma do edital ou contrato, ser descontada de
pagamento eventualmente devido pela contratante decorrente de outros contratos firmados com a
Administração Pública municipal.

§ 3º O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora,


na forma prevista em edital ou em contrato, aplicando-se, ainda, o seguinte:
I - a aplicação de multa moratória será precedida de oportunidade para o exercício do
contraditório e da ampla defesa;
II - a aplicação de multa moratória não impedirá que a Administração a converta em
compensatória e promova a extinção unilateral do contrato com a aplicação cumulada de outras sanções
previstas na Lei nº 14.133/2021.

Art. 353. A apuração de responsabilidade por infrações passíveis das sanções de advertência
e multa se dará em Processo Administrativo Simplificado instaurado pela autoridade máxima da Secretaria
interessada, facultando-se a defesa do licitante ou contratado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da
data de sua intimação.

§ 1º A notificação conterá, no mínimo, a descrição dos fatos imputados, o dispositivo


pertinente à infração, a identificação do licitante ou contratado ou os elementos pelos quais se possa
identificá-los.

§ 2º A apuração dos fatos e apreciação da defesa será atribuída à servidor designado,


vinculado ao órgão/entidade interessado na licitação/contratação, a quem caberá a elaboração de Relatório
Final conclusivo quanto à existência de responsabilidade do licitante ou contratado, em que resumirá as
peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da conduta, indicará os dispositivos legais violados e
remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.

§ 3º No processo administrativo simplificado de que trata este artigo, é dispensada


manifestação jurídica da Procuradoria-Geral do Município.

§ 4º O licitante poderá apresentar, junto à defesa, eventuais provas que pretenda produzir.

§ 5º Caso evidenciada, no curso do processo administrativo simplificado, ou se o caso


envolver a prática de conduta que possa caracterizar infração punível com as sanções de impedimento de
licitar ou contratar ou de declaração de inidoneidade, o processo simplificado deverá ser convertido em
processo de responsabilização.

Art. 354. A aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV, do caput, do art. 156, da Lei
nº 14.133/2021, requererá a instauração de processo de responsabilização, de que trata o art. 158, da mesma
norma legislativa, a ser conduzido por Comissão Processante, permanente ou ad hoc, designada pela
autoridade máxima do órgão ou entidade da Administração Pública do Município.
§ 1º A instauração do processo se dará por ato de quem possui competência para aplicar a
sanção e mencionará:
I - os fatos que ensejam a apuração;
II - o enquadramento dos fatos às normas pertinentes à infração;
III - a identificação do licitante ou contratado, denominado acusado, ou os elementos pelos
quais se possa identificá-lo;
IV - na hipótese do § 2º deste artigo, a identificação dos administradores e ou sócios, pessoa
jurídica sucessora ou empresa do mesmo ramo com relação de coligação ou controle, de fato ou de direito.

§ 2º A infração poderá ser imputada, solidariamente, aos administradores e sócios que


possuam poderes de administração, se houver indícios de envolvimento no ilícito, como também à pessoa
jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de coligação ou controle, de fato ou de direito,
seguindo o disposto para a desconsideração direita da personalidade jurídica.

§ 3º O processo poderá ser instaurado exclusivamente contra administradores e sócios que


possuem poderes de administração, das pessoas jurídicas licitantes ou contratadas, se identificada prática de
subterfúgios, visando burlar os objetivos legais da própria sanção administrativa.

Art. 355. A Comissão Processante será composta por 2 (dois) ou mais servidores efetivos do
quadro permanente da Administração Pública municipal, sendo obrigatória a participação de um Procurador
Jurídico, no caso da Administração Direta e facultativa na Administração Indireta, que deverá levar em
consideração sua estrutura de cargos e o Princípio da segregação de funções para a composição da referida
comissão.

§ 1º Os membros da Comissão terão a atribuição de conduzir o processo e praticar todos os


atos necessários para elucidação dos fatos, inclusive com poderes decisórios sobre os atos de caráter
instrutório.

§ 2º Diante de elementos que possam revelar prudente a responsabilização de terceiros, não


previstos no § 2º, do artigo anterior, deste Regulamento, a Comissão Processante deve solicitar a abertura de
outro processo contra elas ou o aditamento do ato de autorização do processo em curso, remetendo-se os
autos à autoridade competente para apreciação e, sendo o caso, instauração do processo em face de outros
sujeitos.

§ 3º Se no curso da instrução surgirem elementos novos não descritos no ato de autorização


de abertura de processo de apuração de responsabilidade, a Comissão solicitará a instauração de processo
incidental, remetendo-se os autos à autoridade competente para apreciação.

Art. 356. Instaurado o processo, ou aditado o ato de instauração, a Comissão Processante


dará impulso ao mesmo, intimado os acusados para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de
intimação, apresentarem defesa escrita e especificarem as provas que pretendam produzir.

§ 1º Quando se fizer necessário, as provas serão produzidas em audiência, previamente


designada para este fim.

§ 2º Serão indeferidas pela Comissão, mediante decisão fundamentada, provas ilícitas,


impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.

§ 3º Da decisão de que trata o § 2º, deste artigo, no curso da instrução, cabe pedido de
reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de intimação.

§ 4º Se não houver retratação, o pedido de reconsideração se converterá em recurso, que


ficará retido e será apreciado quando do julgamento do processo pela autoridade competente.
Art. 357. Finda a instrução, o acusado poderá apresentar alegações finais em 5 (cinco) dias
úteis, contados de sua intimação.

Art. 358. Transcorrido o prazo para alegações finais, a Comissão Processante elaborará
relatório no qual mencionará os fatos imputados, os dispositivos legais e regulamentares infringidos, as
penas a que está sujeito o infrator, as peças principais dos autos, analisará as manifestações da defesa e
indicará as provas em que se baseou para formar sua convicção, fazendo referência às folhas do processo
onde se encontram.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do


licitante ou contratado e informará, quando for o caso, se houve falta capitulada como crime e se houve
danos aos cofres públicos, sugerindo à autoridade julgadora a remessa de cópia do processo ao setor
competente para as providências cabíveis.

§ 2º O relatório poderá, ainda, propor a absolvição por insuficiência de provas quanto à


autoria e/ou materialidade.

§ 3º O relatório poderá conter sugestões sobre medidas que podem ser adotadas pela
Administração, objetivando evitar a repetição de fatos ou irregularidades semelhantes aos apurados no
Processo.

§ 4º O processo administrativo, com o relatório da Comissão será remetido para deliberação


da autoridade competente que, entendendo necessário, poderá requerer manifestação jurídica ao Procurador
Geral do Município ou à Procurador Jurídico por ele designado, ficando o Procurador Jurídico que atuou
como membro da respectiva Comissão Processante, impedido para tal manifestação.

§ 5º Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição da autoridade responsável pela


instauração do processo para prestação de qualquer esclarecimento necessário.

§ 6º Proferido o julgamento, encerram-se as atividades da comissão processante.

§ 7º A comissão processante poderá solicitar a colaboração de outros órgãos para a instrução


processual, por intermédio da autoridade máxima.

Seção I
Prova Emprestada

Art. 359. Será admitida no processo de apuração de responsabilidade o compartilhamento


de informações e provas produzidas em outro processo administrativo ou judicial, caso em que, após a
juntada nos autos, será aberta vista dos autos ao acusado para manifestação, em 3 (três) dias úteis, contados
de sua intimação.

§ 1º As informações e provas compartilhadas não se restringem a processos em que figurem


partes idênticas, devendo o órgão julgador, garantido o contraditório e ampla defesa, atribuir à prova o valor
que considerar adequado.

§ 2º O pedido para compartilhamento de informações e provas produzidas em outro


processo será feito pela Comissão Processante à autoridade que tem competência para julgamento, que
encaminhará solicitação ao juízo competente ou autoridade administrativa de outro Poder ou Ente federativo.

§ 3º O compartilhamento de provas que envolva cooperação internacional, observará o


disposto no Código de Processo Civil.
Seção II
Falsidade Documental

Art. 360. No caso de indícios de apresentação de documento falso no curso da instrução, a


Comissão Processante intimará o acusado para manifestação, em 3 (três) dias úteis.

§ 1º A decisão sobre falsidade do documento será tomada pela autoridade competente


quando do julgamento do processo.

§ 2º A apresentação de declaração ou documento falso na fase licitatória ou de execução do


contrato é causa de abertura do processo de apuração de responsabilidade, não se aplicando o disposto no
caput e § 1º, deste artigo.

Seção III
Acusado Revel

Art. 361. Se o acusado, regularmente notificado, não comparecer para exercer o direito de
acompanhar o processo de apuração de responsabilidade, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas nos autos do procedimento administrativo para apuração de
responsabilidade.

§ 1º Na notificação ao acusado deve constar advertência relativa aos efeitos da revelia de


que trata o caput, deste artigo.

§ 2º O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se


encontrar.

§ 3º Nos casos de notificação ficta será nomeado curador especial.

CAPÍTULO II
DO JULGAMENTO

Art. 362. A decisão condenatória mencionará, no mínimo:


I - a identificação do acusado;
II - o dispositivo legal violado;
III - a sanção imposta.

§ 1º A decisão condenatória será motivada, com indicação precisa e suficiente dos fatos e
dos fundamentos jurídicos tomados em conta para a formação do convencimento.

§ 2º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de


concordância com fundamentos de outras decisões ou manifestações técnicas ou jurídicas, que, neste caso,
serão partes integrantes do ato.

Art. 363. Na aplicação das sanções, a Administração Pública deve observar:


I - a natureza e a gravidade da infração cometida;
II - as peculiaridades do caso concreto;
III - as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
IV - os danos que dela provierem para a Administração Pública;
V - a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme normas e
orientações dos órgãos de controle;
VI - situação econômico-financeira do acusado, em especial sua capacidade de geração de
receitas e seu patrimônio, no caso de aplicação de multa.

Art. 364. São circunstâncias agravantes:


I - a prática da infração com violação de dever inerente a cargo, ofício ou profissão;
II - o conluio entre licitantes ou contratados para a prática da infração;
III - a apresentação de documento falso no curso do processo administrativo de apuração de
responsabilidade;
IV - a reincidência;
V - a prática de qualquer das infrações absorvidas, na forma do disposto no art. 351, deste
Regulamento.

§ 1º Verifica-se a reincidência quando o acusado comete nova infração, depois de


condenado definitivamente por idêntica infração anterior.

§ 2º Para efeito de reincidência:


I - considera-se a decisão proferida no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta de
todos os entes federativos, se imposta a pena de declaração de inidoneidade de licitar e contratar;
II - não prevalece a condenação anterior, se entre a data da publicação da decisão definitiva
desta e a do cometimento da nova infração tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos;
III - não se verifica, se tiver ocorrido a reabilitação em relação à infração anterior.

Art. 365. São circunstâncias atenuantes:


I - a primariedade;
II - procurar evitar ou minorar as consequências da infração antes do julgamento;
III - reparar o dano antes do julgamento;
IV - confessar a autoria da infração.

Parágrafo único. Considera-se primário aquele que não tenha sido condenado
definitivamente por infração administrativa prevista em Lei ou já tenha sido reabilitado.

Art. 366. Sem modificação dos fatos narrados na autorização de abertura do processo de
apuração de responsabilidade, o órgão julgador poderá atribuir definição jurídica diversa, ainda que, em
consequência, sujeite o acusado à sanção de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.

CAPÍTULO III
DA PRESCRIÇÃO

Art. 367. A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciência da infração pela
Administração, e será:
I - interrompida pela instauração do processo de responsabilização a que se refere o caput
deste artigo;
II - suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto na Lei nº 12.846, de 1º de
agosto de 2013;
III - suspensa por decisão judicial ou arbitral que inviabilize a conclusão da apuração
administrativa.

CAPÍTULO IV
DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 368. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com
abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica serão
estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de administração, a pessoa jurídica sucessora ou a
empresa do mesmo ramo com relação de coligação ou controle, de fato ou de direito, com o sancionado,
observados, em todos os casos, o contraditório e a ampla defesa.

§ 1º A desconsideração da personalidade jurídica, para os fins deste Regulamento, poderá


ser direta ou indireta.

§ 2º A desconsideração direta da personalidade jurídica implicará na aplicação de sanção


diretamente em relação aos sócios ou administradores de pessoas jurídicas licitantes ou contratadas.

§ 3º A desconsideração indireta da personalidade jurídica se dará, no processo da licitação


ou de contratação direta, no caso de verificação de ocorrência impeditiva indireta.

Art. 369. Considera-se ocorrência impeditiva indireta a extensão dos efeitos de sanção que
impeça de licitar e contratar a Administração Pública para:
I - as pessoas físicas que constituíram a pessoa jurídica, as quais permanecem impedidas de
licitar com a Administração Pública enquanto perdurarem as causas da penalidade, independentemente de
nova pessoa jurídica que vierem a constituir ou de outra em que figurarem como sócios;
II - as pessoas jurídicas que tenham sócios comuns com as pessoas físicas referidas no
inciso anterior.

Art. 370. A competência para decidir sobre a desconsideração indireta da personalidade


jurídica será a autoridade máxima do órgão ou entidade.

§ 1º Diante de suspeita de ocorrência impeditiva indireta, será suspenso o processo


licitatório, para investigar se a participação da pessoa jurídica no processo da contratação teve como objetivo
burlar os efeitos da sanção aplicada a outra empresa com quadro societário comum.

§ 2º Será notificado o interessado para que apresente manifestação, no exercício do


contraditório e da ampla defesa, no prazo de 2 (dois) dias úteis.

§ 3º Os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação ou processo de


contratação direta avaliarão os argumentos de defesa e realizarão as diligências necessárias para a prova dos
fatos, adotando as medidas necessárias a apurar, dentre outras:
I - as condições de constituição da pessoa jurídica ou do início da sua relação com os sócios
da empresa sancionada;
II - a atividade econômica desenvolvida pelas empresas;
III - a composição do quadro societário e identidade dos dirigentes/administradores; e,
IV - o compartilhamento de estrutura física ou de pessoal.
§ 4º Formado o convencimento acerca da existência de ocorrência impeditiva indireta, o
licitante será inabilitado.

§ 5º Desta decisão cabe recurso, sem efeito suspensivo.

Art. 371. A desconsideração direta da personalidade jurídica será realizada no caso de


cometimento, por sócio ou administrador de pessoa jurídica licitante ou contratada, das condutas previstas no
art. 155, da Lei nº 14.133/2021.

Art. 372. No caso de desconsideração direta da personalidade jurídica, as sanções previstas


no art. 155, da Lei nº 14.133/2021 também serão aplicadas em relação aos sócios ou administradores que
cometerem infração prevista no artigo anterior.

Art. 373. A desconsideração direta da personalidade jurídica será precedida de processo


administrativo, no qual sejam asseguradas as garantias do contraditório e da ampla defesa.

§ 1º As infrações cometidas diretamente por sócio ou administrador na qualidade de


licitante ou na execução de contrato poderão ser apuradas no mesmo processo destinado à apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica.

§ 2º A declaração da desconsideração direta da personalidade jurídica é de competência da


autoridade máxima do órgão ou entidade.

§ 3º Da decisão de desconsideração direta da personalidade jurídica cabe pedido de


reconsideração.

Art. 374. A extinção do contrato por ato unilateral da Administração Pública poderá ocorrer:
I - antes da abertura do processo de apuração de responsabilidade;
II - no processo administrativo simplificado de apuração de responsabilidade;
III - em caráter incidental, no curso do processo de apuração de responsabilidade; ou
IV - quando do julgamento do processo de apuração de responsabilidade

Art. 375. Os atos previstos como infrações administrativas na Lei nº 14.133/2021 ou em


outras normas legislativas que estabelecem dispositivos sobre licitações e contratos da Administração
Pública, que também sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, serão
apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, observados o rito procedimental e a autoridade
competente definidos neste Regulamento.

Art. 376. Os órgãos e entidades da Administração Pública do Município de Marechal


Cândido Rondon deverão, no prazo máximo 15 (quinze) dias úteis, contados da data da aplicação da sanção
da qual não caiba mais recurso, informar e manter atualizados os dados relativos às sanções por eles
aplicadas, para fins de publicidade no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no
Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep), instituídos no âmbito do Poder Executivo Federal, bem
como no cadastro municipal no Sistema de Gestão Pública do Município.

CAPÍTULO V
DO CÔMPUTO DAS SANÇÕES
Art. 377. São independentes e operam efeitos independentes as infrações autônomas
praticadas por licitantes ou contratados.

Parágrafo único. As sanções previstas nos incisos III ou IV, do art. 156, da Lei nº
14.133/2021, serão aplicadas de modo independente em relação a cada infração diversa cometida.

Art. 378. Sobrevindo nova condenação, no curso do período de vigência de infração


prevista nos incisos III ou IV, do art. 156, da Lei nº 14.133/2021, será somado ao período remanescente o
tempo fixado na nova decisão condenatória, reiniciando-se os efeitos das sanções.

§ 1º Na soma envolvendo sanções previstas nos incisos III e IV, do art. 156, da Lei nº
14.133/2021, observar-se-á o prazo máximo de 6 (seis) anos em que o condenado ficará proibido de licitar
ou contratar com a Administração Pública Municipal.

§ 2º Em qualquer caso, a unificação das sanções não poderá resultar em cumprimento


inferior a metade do total fixado na condenação, ainda que ultrapasse o prazo de 6 (seis) anos previsto no §
1º, deste artigo.

§ 3º Na soma, contam-se as condenações em meses, desprezando-se os dias, respeitando-se


o prazo máximo de que trata o § 1º, deste artigo, orientado pelo termo inicial da primeira condenação,
devendo ser observado o disposto no § 2º, acima.

CAPÍTULO VI
DA REABILITAÇÃO

Art. 379. É admitida a reabilitação do condenado perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, exigidos, cumulativamente:
I - reparação integral do dano causado à Administração Pública;
II - pagamento da multa;
III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade, no caso de
impedimento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração de
inidoneidade;
IV - cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo, dentre elas que o
reabilitando:
a) não esteja cumprido pena por outra condenação;
b) não tenha sido definitivamente condenado, durante o período previsto no inciso III deste
artigo, a quaisquer das penas previstas no art. 156 da Lei nº 14.133/2021, imposta pela Administração
Pública Direta ou Indireta do Município;
c) não tenha sido definitivamente condenado, durante o período previsto no inciso III deste
artigo, por ato praticado após a sanção que busca reabilitar, a pena prevista no inciso IV do art. 156 da Lei nº
14.133/2021, imposta pela Administração Pública Direta ou Indireta dos demais Entes Federativos.
V - análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao cumprimento dos
requisitos definidos neste artigo.

Parágrafo único. A sanção pelas infrações previstas nos incisos VIII e XII, do art. 155, da
Lei nº 14.133/2021, exigirá, como condição de reabilitação do licitante ou contratado, a implantação ou
aperfeiçoamento de programa de integridade pelo responsável.

Art. 380. A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em decisão definitiva,


assegurando ao licitante o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.
Parágrafo único. Reabilitado o licitante, a Administração Pública solicitará sua exclusão do
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e do Cadastro Nacional de Empresas Punidas
(Cnep), instituídos no âmbito do Poder Executivo Federal e sua reabilitação no Sistema Gestão de Pública do
Município.

TÍTULO VIII
DEMAIS DISPOSIÇÕES

CAPÍTULO I
DAS PRÁTICAS CONTÍNUAS E PERMANENTES DE GESTÃO DE RISCOS E DE CONTROLE
PREVENTIVO

Art. 381. Conforme disposto no art. 169 e seguintes, da Lei nº 14.133/2021, os órgãos da
Administração Pública municipal, direta, autárquica e fundacional, deverão adotar todas as condutas
necessárias para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o
intuito de:
I - obter a excelência nos resultados das contratações celebradas;
II - evitar inexecuções contratuais que possam comprometer os objetivos de gestão
pretendidos;
III - evitar sobrepreço e superfaturamento quando das execuções contratuais;
IV - prevenir e reprimir práticas corruptas, fraudulentas, colusivas ou obstrutivas nos
processos de contratação pública;
V - garantir que a contratação pública constitua efetivo instrumento de fomento da
sustentabilidade em suas dimensões ambiental, social e econômica;
VI - realizar o gerenciamento dos riscos das licitações e das contratações;
VII - reduzir os riscos a que estão sujeitas as licitações e as contratações, evitando, dentre
outras condutas:
a) identificação incorreta, imprecisa ou insuficiente da necessidade pública a ser atendida
com a contratação;
b) descrição incorreta, imprecisa ou insuficiente do objeto da contratação;
c) erros na elaboração do orçamento estimativo;
d) definição incorreta ou inadequada dos requisitos de habilitação técnica ou de habilitação
econômico-financeira;
e) estabelecimento de condições de participação que restrinjam de modo injustificado o
universo de potenciais licitantes;
f) decisões ou escolhas sem a devida e suficiente motivação;
g) definição incorreta, imprecisa ou insuficiente dos encargos contratuais;
h) defeitos no controle da execução contratual ou no recebimento do objeto.

Parágrafo único. O descumprimento das obrigações previstas nos incisos I a IV, do caput,
deste artigo, ensejará, após o devido processo legal, a aplicação das sanções previstas na Lei nº 14.133/2021,
sem prejuízo da responsabilização penal, civil e por improbidade administrativa.

Art. 382. Será realizado o gerenciamento dos riscos envolvidos em todas as etapas do
processo da contratação.

§ 1º O gerenciamento dos riscos de que trata o caput, tem por objetivos:


I - aumentar a probabilidade de atingimento dos objetivos estratégicos e operacionais
pretendidos por intermédio da execução contratual;
II - fomentar uma gestão proativa de todas as etapas do processo da contratação;
III - atentar para a necessidade de se identificarem e tratarem todos os riscos que possam
comprometer a qualidade dos processos de contratação;
IV - facilitar a identificação de oportunidades e ameaças que possam comprometer as
licitações e a execução dos contratos;
V - prezar pela conformidade legal e normativa dos processos de contratação;
VI - aprimorar os mecanismos de controle da contratação pública;
VII - estabelecer uma base confiável para a tomada de decisão e para o planejamento das
contratações;
VIII - alocar e utilizar eficazmente os recursos para o tratamento de riscos a que estão
sujeitas as licitações e as execuções contratuais;
IX - aumentar a capacidade de planejamento eficaz e eficiente das contratações por
intermédio do controle dos níveis de risco.

§ 2º O gerenciamento dos riscos poderá ser dispensado, mediante justificativa, nos casos
envolvendo contratação de objetos de baixo valor ou baixa complexidade.

§ 3º O nível de detalhamento e de aprofundamento do gerenciamento dos riscos será


proporcional à complexidade, relevância e valor significativo do objeto da contratação.

§ 4º O principal objetivo do gerenciamento dos riscos é avaliar as incertezas e prover


opções de resposta que representem as melhores decisões relacionadas com a excelência das licitações e das
execuções contratuais.

§ 5º Os riscos serão avaliados de acordo com a seguinte escala de probabilidade:


I - raro: acontece apenas em situações excepcionais; não há histórico conhecido do evento
ou não há indícios que sinalizem sua ocorrência;
II - pouco provável: o histórico conhecido aponta para baixa frequência de ocorrência no
prazo associado ao objetivo;
III - provável: repete-se com frequência razoável no prazo associado ao objetivo ou há
indícios que possa ocorrer nesse horizonte;
IV - muito provável: repete-se com elevada frequência no prazo associado ao objetivo ou há
muitos indícios que ocorrerá nesse horizonte;
V - praticamente certo: ocorrência quase garantida no prazo associado ao objetivo.

§ 6º Os riscos serão avaliados de acordo com a seguinte escala de impacto:


I - muito baixo: compromete minimamente o atingimento do objetivo; para fins práticos,
não altera o alcance do objetivo/resultado;
II - baixo: compromete em alguma medida o alcance do objetivo, mas não impede o alcance
da maior parte do objetivo/resultado;
III - médio: compromete razoavelmente o alcance do objetivo/resultado;
IV - alto: compromete a maior parte do atingimento do objetivo/resultado;
V - muito alto: compromete totalmente ou quase totalmente o atingimento do
objetivo/resultado.

§ 7º Após a avaliação, o tratamento dos riscos deve contemplar as seguintes providências:


I - identificar as causas e consequências dos riscos priorizados;
II - levantadas as causas e consequências, registrar as possíveis medidas de resposta ao
risco;
III - avaliar a viabilidade da implantação dessas medidas (custo-benefício, viabilidade
técnica, tempestividade, efeitos colaterais do tratamento, etc.);
IV - decidir quais medidas de resposta ao risco serão implementadas;
V - elaborar plano de implementação das medidas eLeitas para resposta aos riscos
identificados e avaliados.

§ 8º O gerenciamento de riscos materializa-se no documento denominado Mapa de Riscos,


que será elaborado de acordo com a probabilidade e com o impacto de cada risco identificado, por evento
significativo, e deve ser atualizado e juntado aos autos do processo de contratação, pelo menos:
I - ao final da elaboração do estudo técnico preliminar;
II - ao final da elaboração do termo de referência, do anteprojeto, do projeto básico ou do
executivo;
III - após a fase de seleção do fornecedor; e
IV - após eventos relevantes, durante a gestão do contrato pelos servidores responsáveis
pela fiscalização.

Art. 383. As contratações públicas sujeitam-se às seguintes linhas de defesa:


I - primeira linha de defesa, integrada por servidores, agentes de licitação e autoridades que
atuam na estrutura de governança do órgão ou entidade;
II - segunda linha de defesa, integrada pelas unidades/serviços de assessoramento jurídico e
de controle interno do próprio órgão ou entidade contratante e pela Procuradoria Geral do Município;
III - terceira linha de defesa, integrada pela Controladoria Geral do Município e pelo
Tribunal de Contas do Estado do Paraná.

§ 1º Compete aos agentes públicos integrantes da primeira linha de defesa:


I - a identificação, a avaliação, o controle, o tratamento e a mitigação dos riscos a que estão
sujeitos os processos de contratação, de acordo com o apetite a risco definido;
II - a adoção de medidas de saneamento de irregularidades meramente formais aferidas no
processo da contratação pública;
III - a adoção de medidas preventivas destinadas a evitar a repetição de irregularidades
identificadas no processo da contratação pública;
IV - no âmbito de sua competência, assegurar a formação e a capacitação dos agentes
públicos envolvidos no processo da contratação pública;
V - aperfeiçoar os sistemas de controle interno no âmbito de sua competência;
VI - realizar o planejamento das contratações de modo a prevenir o risco à integridade e
diminuir a incerteza no que tange aos resultados pretendidos;
VII - adotar, no âmbito de sua competência, todas as condutas necessárias à obtenção de
eficácia, eficiência e economicidade quando das contratações públicas, de modo a garantir o cumprimento
dos objetivos previstos no art. 11, da Lei nº 14.133/2021.

§ 2º Compete aos agentes públicos integrantes da segunda linha de defesa:


I - monitorar as atividades realizadas pelos agentes públicos integrantes da primeira linha de
defesa;
II - propor melhorias nos processos de gestão de riscos e de controle interno realizados
pelos agentes públicos integrantes da primeira linha de defesa;
III - prestar o assessoramento jurídico necessário à implementação das ações de
competência dos agentes públicos integrantes da primeira linha de defesa;
IV - avaliar a conformidade das condutas e procedimentos adotados pelos agentes públicos
integrantes da primeira linha de defesa com a Constituição Federal, com a Lei, e com normas infralegais.

§ 3º A avaliação de que trata o inciso IV, do § 2º, deste artigo, poderá ser realizada de ofício
ou por solicitação expressa da autoridade responsável pela respectiva contratação, mediante relatório
circunstanciado.
§ 4º O relatório de avaliação de que trata o § 3º, deste artigo, será aprovado pela autoridade
competente e comunicado aos agentes públicos a ela relacionados, que adotarão as condutas nele sugeridas,
se for o caso.

§ 5º Caso o processo de avaliação indique o cometimento de infração, será instaurado o


processo administrativo destinado à apuração de responsabilidade, na forma da Lei.

§ 6º A terceira linha de defesa atuará em conformidade com as competências legais.

CAPÍTULO II
DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

Seção I
Da Audiência Pública

Art. 384. A Administração poderá convocar, com antecedência mínima de 8 (oito) dias úteis,
audiência pública, presencial ou a distância, na forma eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar, com
disponibilização prévia de informações pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar e elementos do
edital de licitação, e com possibilidade de manifestação de todos os interessados.

Seção II
Da Consulta Pública

Art. 385. A Administração poderá submeter a licitação a prévia consulta pública, mediante a
disponibilização de seus elementos a todos os interessados, preferencialmente por meio eletrônico, que
poderão formular sugestões no prazo fixado.

§ 1º Poderá ser objeto de consulta pública:


I - procedimentos licitatórios;
II - contratações diretas;
III - normas;
IV - orientações; ou
V - outros instrumentos que se configurem importantes para os procedimentos de licitações
e contratações de que trata este Decreto.

§ 2º O edital para divulgação da consulta pública poderá prever procedimento de


prospecção mediante consulta a potenciais contratados.

CAPÍTULO III
DOS CONVÊNIOS, TERMOS DE COOPERAÇÃO E DEMAIS INSTRUMENTOS CONGÊNERES

Art. 386. Os convênios, acordos, ajustes, termos de cooperação e outros instrumentos


congêneres de que trata o art. 184, da Lei nº 14.133/2021, celebrados pela Administração Pública do
Município com órgãos ou entidades públicas ou privadas que não se caracterizem como organização da
sociedade civil, para a execução de programas, projetos e atividades que envolvam, ou não, a transferência
de recursos, observarão o disposto neste Regulamento naquilo que for aplicável.

Parágrafo único. Os instrumentos de que trata o caput, distinguem-se dos contratos, em


especial, pela:
I - igualdade jurídica dos partícipes;
II - não persecução da lucratividade;
III - possibilidade de denúncia unilateral por qualquer dos partícipes, na forma prevista no
ajuste;
IV - diversificação da cooperação oferecida por cada partícipe;
V - responsabilidade dos partícipes limitada, exclusivamente, às obrigações contraídas
durante o ajuste.

Art. 387. Para fins deste regulamento, consideram-se:


I – convênio: instrumento que formaliza qualquer acordo que envolva a transferência de
recursos e que tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da Administração Pública Municipal e,
de outro, órgão ou entidade da Administração Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal, ou entidades
privadas que não se caracterizem como organizações da sociedade civil, visando a execução de programa de
governo, que compreenda a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de
interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;
II - termo de cooperação: instrumento que formaliza qualquer acordo sem transferência de
recursos financeiros e que tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da Administração Pública
Municipal e, de outro, órgão ou entidade da Administração Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal,
ou empresas e entidades privadas que não se caracterizem como organizações da sociedade civil, visando à
execução de programa de governo, que envolva a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens
ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação.

Art. 388. Excetuam-se das regras deste Regulamento:


I - os termos de fomento, termos de colaboração e acordos de cooperação celebrados com
Organizações da Sociedade Civil nos termos da Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014;
II - os contratos de gestão celebrados com Organizações Sociais;
III - os instrumentos que tenham por objeto a delegação de competência, a descentralização
de crédito orçamentário ou a autorização a órgãos ou entidades da Administração Pública Municipal para a
execução de atribuições determinadas em Lei, regulamento ou regimento interno.
IV - os demais instrumentos de natureza cooperativa que possuam regulamentação por
norma específica.

Art. 389. A celebração de convênio, acordo, ajuste, termo de cooperação ou outros


instrumentos congêneres pela Administração Municipal depende de prévia aprovação do competente plano
de trabalho proposto pelo interessado, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do objeto a ser executado;
II - metas a serem atingidas;
III - etapas ou fases de execução;
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros, quando couber;
V - cronograma de desembolso, quando couber;
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim, da conclusão das etapas ou
fases programadas;
VII - comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto
estão devidamente assegurados.

§ 1º Os termos de cooperação prescindem das condições previstas nos incisos IV e V, deste


artigo.
§ 2º O plano de trabalho deverá ser elaborado com a observância dos princípios da
Administração Pública, especialmente os da isonomia, sustentabilidade ambiental, eficiência,
economicidade, proporcionalidade, razoabilidade e da forma mais vantajosa para a Administração.

§ 3º O plano de trabalho deve detalhar as ações a serem implementadas e, envolvendo


construções e/ou reformas, ser acrescido do projeto próprio, aprovado pelos órgãos competentes e
acompanhado de cronograma físico-financeiro da obra.

Art. 390. Sem prejuízo do acompanhamento direto pelos órgãos setoriais, o órgão de
controle interno supervisionará a fiel execução dos convênios, termos de cooperação e demais ajustes.

Art. 391. Os processos destinados à celebração de convênios e termos de cooperação


deverão ser instruídos com os seguintes documentos:
I - ato constitutivo do convenente ou cooperante;
II - comprovação de que a pessoa que assinará o convênio ou termo de cooperação detém
competência para este fim específico;
III - prova de regularidade do convenente ou cooperante para com as Fazendas Públicas;
IV - prova de regularidade do convenente ou cooperante para com a Seguridade Social
(INSS), mediante a apresentação da Certidão Negativa de Débitos (CND), e o Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS), mediante a apresentação do Certificado de Regularidade de Situação (CRS);
V - plano de trabalho detalhado, com a clara identificação das ações a serem implementadas
e da quantificação de todos os elementos;
VI - prévia aprovação do plano de trabalho pela autoridade competente;
VII - informação das metas a serem atingidas com o convênio ou termo de cooperação;
VIII - justificativa da relação entre custos e resultados, inclusive para aquilatação da
equação custo/benefício do desembolso a ser realizado pela Administração em decorrência do convênio;
IX - especificação das etapas ou fases de execução, estabelecendo os prazos de início e
conclusão de cada etapa ou fase programada;
X - orçamento fundamentado em quantitativos de obras, serviços e fornecimentos
propriamente avaliados, calculado com base nos valores praticados pelo mercado, nos valores pagos pela
administração pública em objetos similares ou na avaliação, no caso de obras e serviços de engenharia,
aferida mediante orçamento sintético ou metodologia expedita ou paramétrica;
XI - plano de aplicação dos recursos financeiros;
XII - correspondente cronograma de desembolso;
XIII - indicação das fontes de recurso e dotação orçamentária que assegurarão a integral
execução do convênio;
XIV - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em
vigor e nos dois subsequentes;
XV - declaração do ordenador de que a despesa tem adequação orçamentária e financeira
com a Lei Orçamentária Anual e compatibilidade com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias;
XVI - declaração do ordenador de despesa de que existe disponibilidade de caixa para
pagamento das despesas decorrentes do ajuste a ser celebrado nos dois últimos quadrimestres do mandato.

Parágrafo único. Fica vedado o início de execução de convênio sem projeto executivo no
caso em que o objeto envolver obras e serviços de engenharia, qualquer que seja o regime adotado.

Art. 392. A minuta do convênio deve ser adequada ao disposto no artigo anterior, devendo,
ainda, contemplar:
I - detalhamento do objeto do convênio, descrito de forma precisa e definida;
II - especificação das ações, item por item, do plano de trabalho, principalmente as que
competirem à entidade privada desenvolver;
III - previsão de prestações de contas parciais dos recursos repassados de forma parcelada,
correspondentes e consentâneos com o respectivo plano e cronograma de desembolso, sob pena de obstar o
repasse das prestações financeiras subsequentes;
IV - indicação do agente público que, por parte da Administração, fará o acompanhamento e
a fiscalização do convênio e dos recursos repassados, bem como a forma do acompanhamento, por meio de
relatórios, inspeções, visitas e atestação da satisfatória realização do objeto do convênio;
V - previsão de que o valor do convênio não poderá ser aumentado, salvo se ocorrer
ampliação do objeto capaz de justificá-lo, dependendo de apresentação e aprovação prévia pela
Administração de projeto adicional detalhado e de comprovação da fiel execução das etapas anteriores e com
a devida prestação de contas, sendo sempre formalizado por aditivo;
VI - previsão da necessidade de abertura de conta específica para aplicação dos recursos
repassados.

Art. 393. Os recursos financeiros repassados em razão do convênio não perdem a natureza
de dinheiro público, ficando a sua utilização vinculada aos termos previstos no ajuste e devendo a entidade,
obrigatoriamente, prestar contas ao ente repassador e ao Tribunal de Contas do Estado.

Art. 394. As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de
aplicação aprovado, exceto nos casos abaixo enumerados, hipóteses em que elas ficarão retidas até o
saneamento das impropriedades ocorrentes:
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela
anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização
local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelos órgãos
competentes do controle interno da Administração;
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não
justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios
fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio,
ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe
repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.

Art. 395. No convênio e no termo de cooperação é vedado:


I - previsão de pagamento de taxa de administração ou outras formas de remuneração ao
convenente, exceto nos casos que envolverem universidades públicas e as fundações a elas ligadas;
II - cessão ou transferência a terceiros da execução do objeto do convênio.

Art. 396. A ampliação do objeto do ajuste dependerá de prévia aprovação de projeto de


trabalho adicional e da comprovação da execução das etapas anteriores com a devida prestação de contas.

Art. 397. A ampliação do objeto do ajuste e a prorrogação de seu prazo de vigência serão
formalizadas mediante termo aditivo.

Art. 398. Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão, obrigatoriamente,


aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou
superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto
lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização deles verificar-se em prazos menores que um mês.

Art. 399. As receitas financeiras auferidas na forma do artigo anterior serão


obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade,
devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.

Art. 400. Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, os saldos


financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras
realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30
(trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável,
providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 401. O Município poderá adotar os regulamentos editados pela União para execução da
Lei nº 14.133/2021, bem como os modelos e minutas padronizadas de estudo técnico preliminar, Termo de
Referência, Anteprojeto, Projeto Básico e Executivo, editais, contratos, declarações, bem como quaisquer
outros documentos que julgar adequados para a boa execução das normas de licitação e contratação pública.

§ 1º Enquanto não elaborado o catálogo eletrônico de padronização a que se refere o art. 19,
inciso II, da Lei nº 14.133/2021, poderão ser adotados o Catálogo eletrônico de padronização de compras,
serviços e obras da Administração Pública Federal de que trata a Portaria SEGES/ME nº 938, de 2 de
fevereiro de 2022.

§ 2º Enquanto não elaborado o Sistema ETP digital do Município, poderá ser adotado o
sistema ETP Digital do Governo Federal, nos termos da Portaria nº 355, de 9 de agosto de 2019, da
Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério de Economia.

Art. 402. Os órgãos e entidades de que trata o caput, do art. 1º, deste Regulamento, ficam
obrigados a adotar a Lei nº 14.133/2021 e este Decreto para os processos que sejam iniciados a partir de 1º
de abril de 2023.

§ 1º Considerando que o planejamento da contratação integra a fase preparatória (interna)


da licitação, os processos, inclusive de contratação direta (dispensa e inexigibilidade), iniciados até o dia 31
de março de 2023, poderão ter prosseguimento sob a égide do regramento anterior (Leis Federais nº 8666/93,
nº 10.520/2002 e nº 12.462/2011 e respectivas regulamentos), desde que o edital de licitação e/ou a
ratificação da contratação direta seja publicado até 30 de junho de 2023.

§ 2º A fase preparatória será considerada iniciada, nos termos do parágrafo anterior, nos
processos em que tenha havido a expedição de requisição.

Art. 403. Revogam-se os Decretos Municipais nº 99/2007, nº 187/2016, nº 286/2017, nº


290/2017, nº 236/2019, nº 101/2020 e nº 30/2022, a partir de 1º de abril de 2023.

Art. 404. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Gabinete do Prefeito do Município de Marechal Cândido Rondon, Estado do Paraná, em 14


de março de 2023.
MARCIO ANDREI RAUBER
Prefeito
MARCELO SILVEIRA PORTELA
Secretário Municipal de Administração

ANDERSON LOFFI SCHMOELLER


Secretário Municipal de Gestão Governo

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