Texto de Estatisticas Do Setor Externo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

5.2.

2024
1. Balanço de pagamentos

As transações correntes do
balanço de pagamentos foram
deficitárias em US$5,8 bilhões em
dezembro de 2023, ante déficit de
US$7,5 bilhões em dezembro de
2022. Na comparação interanual,
o superávit comercial aumentou
US$4,4 bilhões, mas houve
incremento nos déficits em renda
primária, US$2,2 bilhões, renda
secundária, US$285 milhões, e
serviços, US$190 milhões. No ano
de 2023, o déficit em transações
correntes somou US$28,6 bilhões
(1,32% do PIB), ante US$48,3
bilhões (2,47% do PIB) em 2022. A
redução de US$19,6 bilhões no déficit deveu-se à ampliação de US$36,4 bilhões no superávit da balança
comercial e à redução de US$2,0 bilhões no déficit de serviços, compensados parcialmente pelos
aumentos nos déficits de renda primária, US$15,9 bilhões, e renda secundária, US$2,9 bilhões.

A balança comercial de bens foi superavitária em US$7,3 bilhões em dezembro de 2023, ante saldo
positivo de US$2,9 bilhões em dezembro de 2022. As exportações de bens totalizaram US$29,1 bilhões,
aumento de 7,4% na comparação interanual, enquanto as importações de bens recuaram 9,8%, na mesma
base de comparação, totalizando US$21,8 bilhões. No ano de 2023, as exportações de bens registraram o
maior valor da série histórica, US$344,4 bilhões, aumento de 1,2% em relação a 2022. As importações
somaram US$263,9 bilhões, recuo de 10,9% em relação ao ano anterior.

O déficit na conta de serviços


totalizou US$3,8 bilhões em
dezembro de 2023, ante déficit de
US$3,6 bilhões em dezembro de
2022. A conta de transportes
registrou despesas líquidas de
US$1,3 bilhão, recuo de 7,9% na
comparação com dezembro de
2022, devido a menores gastos em
fretes. As despesas líquidas com
viagens internacionais alcançaram
US$459 milhões, recuo de 20,1%
em relação a dezembro de 2022,
com aumentos de 32,0% nas
receitas (para US$622 milhões) e

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


de 3,3% nas despesas (para US$1,1 bilhão). As despesas líquidas com aluguel de equipamentos
totalizaram US$948 milhões, aumento de 16,8% em comparação a dezembro de 2022.

No ano de 2023, o déficit em serviços somou US$37,6 bilhões, recuo de 5,1% comparativamente ao déficit
em 2022, US$39,6 bilhões. Destacaram-se a redução das despesas líquidas de transportes, US$6,5 bilhões,
e os aumentos das despesas líquidas de serviços culturais, pessoais e recreativos, US$2,4 bilhões, e
telecomunicação, computação e informações, US$1,6 bilhão.

O déficit em renda primária somou US$9,3 bilhões em dezembro de 2023, aumento de 30,9%
comparativamente ao déficit de US$7,1 bilhões em dezembro de 2022. As despesas líquidas com lucros e
dividendos de investimentos direto e em carteira totalizaram US$4,4 bilhões, elevação de 5,2% ante
US$4,2 bilhões em dezembro de 2022. As despesas líquidas com juros somaram US$4,9 bilhões em
dezembro de 2023, US$2,0 bilhões superiores ao resultado de dezembro do ano anterior. Esse acréscimo
decorreu, principalmente, de elevação das taxas de juros nos mercados internacionais, e operações de
conversão de juros em principal.

No ano de 2023, o déficit em renda primária totalizou US$72,4 bilhões, 28,1% acima do déficit de US$56,5
bilhões ocorrido em 2022. As despesas líquidas de lucros e dividendos de investimento direto e em
carteira somaram US$45,0 bilhões em 2023, 21,5% acima dos US$37,1 bilhões observados em 2022. Nessa
comparação, as despesas brutas decresceram US$1,6 bilhão, enquanto as receitas recuaram US$9,6
bilhões. As despesas líquidas de juros somaram US$27,7 bilhões em 2023, aumento de 41,4% em relação
aos US$19,6 bilhões em 2022. Em 2023 houve crescimentos de 33,7% nas receitas de juros, para US$10,0
bilhões, e de 39,3% nas despesas brutas de juros, para US$37,7 bilhões.

Os investimentos diretos no país


(IDP) somaram saídas líquidas de
US$389 milhões em dezembro de
2023, em linha com as saídas
líquidas observadas em dezembro
de 2022, US$479 milhões. Os
ingressos líquidos em participação
no capital atingiram US$924
milhões, compostos por US$4,9
bilhões em participação no capital
exceto lucros reinvestidos, e
US$4,0 bilhões negativos em
lucros reinvestidos. As operações
intercompanhia totalizaram saídas
líquidas de US$1,3 bilhão.

No ano de 2023, o IDP totalizou US$62,0 bilhões (2,85% do PIB), ante US$74,6 bilhões (3,82% do PIB) em
2022. O ingresso líquido em participação no capital exceto lucros reinvestidos reduziu US$5,0 bilhões
(US$31,6 bilhões em 2023 ante US$36,6 bilhões em 2022), enquanto os lucros reinvestidos cresceram

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


US$662 milhões (US$21,2 bilhões em 2023 ante US$20,6 bilhões em 2022). O ingresso líquido em
operações intercompanhia recuou US$8,4 bilhões (US$9,1 bilhões em 2023, ante US$17,5 bilhões em
2022).

Os investimentos diretos no
exterior (IDE) apresentaram
aplicações líquidas de US$1,5
bilhão em dezembro de 2023,
ante US$2,7 bilhões em
dezembro de 2022.

No ano de 2023, os fluxos de IDE


totalizaram aplicações líquidas de
US$28,3 bilhões, ante US$33,4
bilhões em 2022.

Os investimentos em carteira no
mercado doméstico totalizaram
saídas líquidas de US$832 milhões
em dezembro de 2023, compostos
por ingressos líquidos de US$51
milhões em ações e fundos de
investimento e saídas líquidas de
US$883 milhões em títulos de dívida.

Em 2023 esses ingressos líquidos


somaram US$8,6 bilhões (saídas
líquidas de US$1,1 bilhão em ações e
fundos de investimentos e ingressos
líquidos de US$9,8 bilhões em títulos
de dívida) ante ingressos líquidos de
US$7,7 bilhões em 2022.

2. Reservas internacionais

As reservas internacionais somaram US$355,0 bilhões em dezembro de 2023, incremento de US$6,6


bilhões em relação ao mês anterior. O aumento decorreu, principalmente, de contribuições positivas de
variações por preços, US$4,5 bilhões, e de variações por paridades, US$1,0 bilhão. As receitas de juros
somaram US$669 milhões.

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


3. Política e processo de revisão

A Política de Revisão das Estatísticas Econômicas Oficiais Compiladas pelo Departamento de Estatísticas
(DSTAT) do Banco Central do Brasil (3ª edição, de junho de 2023) estabelece revisões ordinárias do
balanço de pagamentos e da posição de investimento internacional (PII) nos meses de julho e novembro.
Neste ano, excepcionalmente, em função da operação padrão dos servidores do Banco Central do Brasil
(BCB), a revisão ordinária do balanço de pagamentos prevista para novembro de 2023 está sendo
publicada na presente edição da Nota para a Imprensa de Estatísticas do Setor Externo.

Além das ordinárias, a referida Política de Revisão também prevê revisões extraordinárias em razão da
incorporação de novas fontes de dados e as consequentes ampliações de cobertura de transações de
balanço de pagamentos. Em relação às fontes de dados cabe notar que as transações registradas no
Sistema Câmbio, principal fonte de dados para a compilação das estatísticas de balanço de pagamentos,
são capturadas imediatamente e, portanto, incluídas na primeira divulgação estatística. Por outro lado,
as fontes de dados declaratórias1 possuem maior defasagem e, por requererem tratamento e validação
específicos, são incorporadas posteriormente, durante o processo de revisão.

As fontes para a revisão ordinária das estatísticas do setor externo publicadas nesta Nota são as seguintes:

1. Censo de Capitais Estrangeiros no País (Censo): fonte de dados definitiva, para 2022, para os lucros
auferidos por empresas de investimento direto residentes no país, com impactos nas despesas de
lucros, na renda primária e nas transações correntes, e nas transações de IDP, via lucros reinvestidos;
e para a posição de IDP – Participação no capital, na PII;

2. Sistema de Prestação de Informações de Capital Estrangeiro de Investimento Estrangeiro Direto (SCE-


IED): Declaração Econômico-Financeira (DEF) trimestrais de 2023: fonte de dados preliminar para as
revisões das estimativas de lucros auferidos por empresas de investimento direto residentes, com
impacto nas despesas de lucros, na renda primária e nas transações correntes, e no IDP, via lucros
reinvestidos, na conta financeira;

3. Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE): CBEs trimestrais de 2023: fonte de dados
preliminar para as revisões das estimativas de lucros auferidos por empresas de investimento direto
não residentes, com impactos nas receitas de lucros, na renda primária e nas transações correntes, e
no IDE, via lucros reinvestidos, na conta financeira.

1
A partir da Resolução BCB nº 278, de 31 de dezembro de 2022, o Sistema de Prestação de Informações de Capital Estrangeiro de
Crédito Externo (SCE-Crédito) passou a requerer a prestação de informação, de forma declaratória, de desembolsos de recursos
efetuados diretamente no exterior por empresas residentes no país. O sistema anterior de Registro Declaratório Eletrônico-Registro de
Operações Financeiras (RDE-ROF) já permitia que os devedores residentes no Brasil informassem pagamentos de juros e principal via
conta no exterior, mas não os desembolsos. Esses novos dados informados no SCE-Crédito possibilitaram incorporar desembolsos no
x p p p p “ – Op p ” “O
Investimentos – Empréstimos – Passivo ” p ã ô p ã

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


As fontes para as revisões extraordinárias das estatísticas do setor externo publicadas nesta Nota são as
seguintes:

1. Sistema de Prestação de Informações de Capital Estrangeiro de Crédito Externo (SCE-Crédito): módulo


“ ”:

i. Período: 2020 a 2023 – registros declaratórios, e muitas vezes retroativos, de desembolsos


efetuados diretamente no exterior, sem cursar pelo mercado de câmbio, com impactos em IDP
– operações intercompanhia e em Outros Investimentos – Empréstimos – Passivos.

2. SCE-IED: ó “R x ”:

i. Período: 2023 – despesas de lucros de investimento direto remetidos e pagos diretamente no


exterior, sem cursar pelo mercado de câmbio.

3.1 Balanço de pagamentos de 2020 e 2021

A nova fonte de dados para desembolsos no exterior acrescentou ingressos líquidos de US$1,5 bilhão
entre 2020 e 2021, dos quais US$0,5 bilhão em operações IDP – Operações intercompanhia e US$1,0
bilhão em outras modalidades de capital.

3.2 Balanço de pagamentos de 2022

Para 2022, a revisão das estatísticas do setor externo reduziu em US$5,4 bilhões o déficit em transações
correntes, de US$53,6 bilhões (2,75% do PIB) para US$48,3 bilhões (2,47% do PIB). Essa revisão decorreu
da variação na renda primária, cujo déficit foi revisto de US$61,9 bilhões para US$56,5 bilhões.

Na renda primária, a despesa total


R ã
de lucros de investimento direto
para 2022, apurada no Censo,
atingiu US$56,2 bilhões, redução de
US$4,9 bilhões em relação à
estimativa anterior. Também
houve alteração na composição do
lucro total. As despesas de lucros
remetidos aumentaram US$8,4
bilhões – em sua maioria,
pagamentos efetuados sem
R R contrato de câmbio, por meio de
p contas de depósito no exterior –
enquanto as despesas de lucros
ã pó ã reinvestidos reduziram US$13,3
bilhões, impactando também o IDP.

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


Em relação à conta financeira,
ocorreram revisões nos passivos de
investimentos direto e em carteira, e
nos ativos de outros investimentos. A
revisão das despesas de lucros
reinvestidos ocasionou recuo de igual
valor (US$13,3 bilhões) no IDP –
Participação no capital. A revisão
proveniente dos registros de
desembolsos no exterior resultou em
acréscimo de US$0,6 bilhão nas
operações intercompanhia. Assim, o
fluxo de IDP passou a totalizar ingressos
ã pó ã líquidos de US$74,6 bilhões (3,82% do
PIB) ante US$87,2 bilhões (4,47% do
PIB) anteriormente estimados.

Quanto aos passivos de investimento em carteira, as saídas líquidas se mostraram menores em US$1,3
bilhão, revistas de US$4,3 bilhões para US$3,1 bilhões. O Censo demonstrou que se tratava de renda de
empresas de investimento direto que havia sido informada nos registros cambiais como remessa de
principal de fundos de investimento. Em relação aos ativos de outros investimentos, os ingressos líquidos
revisados totalizaram US$24,7 bilhões, ante US$27,4 bilhões anteriormente estimados.

3.3 Balanço de pagamentos de 2023

R ã A revisão do balanço de pagamentos


de 2023 compreendeu o período de
janeiro a novembro. Houve revisão
das estimativas de receitas e de
despesas de lucros de investimento
direto em função das informações
mais recentes capturadas na
declaração trimestrais de CBE e da
DEF, além das informações de
movimentações financeiras sem
contrato de câmbio, prestadas nos
R p R sistemas SCE-IED e no SCE-Crédito.

ã pó ã
O déficit em transações correntes
acumulado de janeiro a novembro de
2023 foi revisado de US$22,2 bilhões para US$22,8 bilhões, elevação de US$0,6 bilhão. O aumento
decorreu das novas estimativas de receitas e despesas de lucros de investimento direto, que cresceram
US$3,6 bilhões e US$4,0 bilhões, respectivamente. As despesas líquidas da renda primária aumentaram
US$0,6 bilhão no período, revistas de US$62,5 bilhões para US$63,1 bilhões.

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


Na despesa de lucros de investimento
direto, houve aumento de US$2,4
bilhões nos lucros remetidos,
decorrentes de movimentação no
exterior, e de US$1,7 bilhão em lucros
reinvestidos. Na receita de lucros de
investimento direto, o aumento de
US$3,6 bilhões ocorreu integralmente
em lucros reinvestidos.

R p

ã pó ã

A revisão do IDP de janeiro a novembro


de 2023 aumentou o valor dos
ingressos líquidos em US$9,6 bilhões,
de US$52,7 bilhões para US$62,3
bilhões. Houve acréscimo de US$1,7
bilhão por conta da revisão das
estimativas de lucros reinvestidos, e de
US$7,9 bilhões nos ingressos líquidos
em operações intercompanhia. Neste
último caso, as empresas de
investimento direto informaram
desembolsos no exterior no sistema
SCE-Crédito, nova fonte de dados
ã pó ã incorporada ao balanço de
pagamentos.

A revisão do Investimento Direto no Exterior (IDE) de janeiro a novembro de 2023 aumentou o valor dos
ingressos líquidos em US$3,6 bilhões, de US$23,1 bilhões para US$26,7 bilhões, acompanhando a
elevação da estimativa da receita de lucro total e seu impacto sobre o lucro reinvestido.

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


3.4 Resumo da revisão do balanço de pagamentos de 2022 e de 2023

3.5 PII de 2022 e 2023

Os resultados do Censo ano-base 2022 substituíram a estimativa da posição de dezembro de 2022 para o
IDP - Participação no capital. A posição definitiva atingiu US$800,0 bilhões, situando-se US$28,4 bilhões
acima dos US$771,2 bilhões originalmente estimados. As posições de IDP – Participação no capital para
março, junho e setembro de 2023, também foram revistas, em função do novo valor para dezembro de
2022, e pela revisão dos lucros reinvestidos.

Mais estatísticas sobre posição de IDP em 2022, compiladas a partir do Censo, estão disponíveis em
Investimento Direto no País - Posição, publicadas na página do BCB, em Estatísticas >> Tabelas Especiais.

Nota para a Imprensa – 5.2.2024


O estoque de passivos de investimento em carteira – ações foi revisado para dezembro de 2022 e posições
subsequentes, acompanhando novos valores reportados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por
investidores não residentes e seus representantes.

Considerando as modificações que afetaram passivos de investimento direto e em carteira, a PII líquida
de setembro de 2023 foi revista de posição passiva líquida de US$843,9 bilhões para US$900,8 bilhões.

4. Parciais

Em decorrência da operação padrão dos servidores do BCB, não estão disponíveis as parciais do mercado
de câmbio contratado e de contas selecionadas do balanço de pagamentos, referentes a janeiro de 2024.

Nota para a Imprensa – 5.2.2024

Você também pode gostar