A História Do Tarô - Uma Linha Do Tempo - Material Complementar Arcanos Menores

O novo
TARÔ
DE MARSELHA
Arcanos Menores
A HISTÓRIA DO TAROT:
UMA LINHA DO TEMPO
O novo TARÔ DE MARSELHA
A HISTÓRIA DO TAROT:
UMA LINHA DO TEMPO
A história do tarot é fascinante! Ela vem acompanhando a evolução do
homem enquanto ser espiritual e simbólico há muitos séculos. O resultado
é a riqueza de materiais produzidos, que oferecem uma bela diversidade
de ilustrações e interpretações.
Neste texto, você conhecerá um pouco mais sobre a história do tarot,

desde sua origem — um tanto misteriosa — até os dias de hoje.
Vamos lá!
A ORIGEM
Acredita-se que a palavra “tarot” possa ter derivado do termo árabe turuq,
que significa “os quatro caminhos”.
O tarot moderno que conhecemos é um baralho composto por 78 cartas,

divididas em 2 tipos: os Arcanos Maiores ou “Trunfos” (que possuem
nomes como Os Enamorados, A Morte, e O Julgamento); e os Arcanos Me-
nores, também chamados de “cartas dos naipes”.
Você conhece bem os naipes dos Arcanos Menores, pois são os mesmos de
um baralho tradicional: copas, ouros, espadas e paus. No tarot, cada naipe
tem 14 cartas, e cada carta tem uma numeração que vai de 1 a 10, além das
4 cartas da corte: rei, rainha, valete e cavaleiro.
Essa estrutura é uma derivação do Tarot Veneziano (ou piemontês).

Veja abaixo alguns dos primeiros baralhos que surgiram na Europa e
estão relacionados ao tarot:
• Tarocchi de Mantegna: Um dos mais antigos que se tem notícia, era

composto por 5 séries de 10 cartas cada uma.
• Tarocchino de Bolonha: Um pouco diferente dos outros baralhos, não

incluía cartas da corte nos Arcanos Menores, totalizando 62 cartas.
• Minchiate de Florença: Possuía 98 cartas. Além das 78 cartas padrão,

havia outras 20 adicionais, que representavam os 12 signos do zodíaco;
os 4 elementos (Fogo, Água, Ar e Terra); e as 4 virtudes cardeais (Esperan-
ça, Prudência, Fé e Caridade; ou Sabedoria/Prudência/Temperança,
Coragem/Fortitude e Justiça)
• Tarocchi de Veneza: Também conhecido como Tarot Lombardo, tinha a

mesma estrutura de um tarot moderno.
Pesquisas sugerem que os primeiros baralhos similares ao tarot tiveram

origem no norte da Itália.
Em alguns casos, os títulos italianos das cartas eram bem diferentes dos
títulos franceses posteriores e suas traduções para o inglês (que se torna-
ram familiares para nós através do famoso Tarot de Marselha). Além disso,
a ordenação dos trunfos também variava bastante na Itália, assim, não se
sabe qual a ordem mais antiga de todas.
Embora haja poucas evidências sobre a existência do tarot antes do século

14, a simbologia presente em suas cartas é bem antiga.
Cartas como O Malabarista (O Mago), O Papa (O Hierofante), O Diabo e o

Juízo Final já apareciam no contexto da Europa Medieval. Ilustrações idên-
ticas aos personagens do tarot faziam parte da arte europeia da época.
É importante frisar que quando falamos nesses baralhos antigos,

termos como Arcanos Maiores, Arcanos Menores ou A Sacerdotisa não
são os mais apropriados, pois sequer existiam ainda. Os termos historica-
mente corretos são “os trunfos e O Louco (O Louco geralmente não era
considerado um trunfo), cartas de naipes, “Papa” ou “Papisa”.
Da mesma forma, os naipes de ouros e paus familiares a nós são substitui-

ções relativamente recentes para os naipes antigos “moedas” e “bastões”.
Registros escritos revelam que as cartas de tarot eram originalmente utili-

zadas em um jogo de cartas chamado tarocchi, similar ao jogo de cartas
Bridge. O tarocchi foi popular em grande parte da Europa por séculos,
inclusive ainda é praticado hoje, principalmente na França.
Mas as cartas não eram usadas apenas para jogar esse jogo. Sabe-se que os
poetas utilizavam os títulos dos trunfos para criar versos elogiosos, chama-
dos de tarocchi appropriati, que descreviam as damas da corte e persona-
gens famosos.
UMA LINHA DO TEMPO SOBRE

A HISTÓRIA DO TAROT
É possível que artistas e místicos de várias épocas tenham criado
materiais semelhantes ao tarot, mas infelizmente seus trabalhos
não foram registrados.
Abaixo, você irá conhecer datas e registros históricos importan-

tes da história do tarot no mundo ocidental.
1375-1378: As cartas de baralho foram introduzidas na Europa

através da invasão islâmica do norte da África, Espanha e Sicília
que deu origem ao Sultanato Mameluco do Egito. Essas cartas
eram uma adaptação das cartas Manlûk, cujos naipes eram
representados por cálices, espadas, moedas e tacos de Polo
(como os europeus ainda não conheciam esse esporte, chama-
vam de bastões mesmo). Já as cartas da corte consistiam em
um rei, o vice-rei, e o segundo vice-rei.
1392: O pintor Jacquemin Gringonneur é contratado para pintar um

baralho de cartas para o rei Carlos VI, da França. Dessas cartas,
restam 17, que podem ser vistas na Biblioteca Nacional da França.
1420-1440: O tarot surge pela primeira vez no norte da Itália. Os

primeiros baralhos eram obras de artes caras, pintadas a mão
e decoradas com folhas de ouro. Só quem tinha acesso eram as
classes ricas, que utilizavam as cartas em um jogo bastante
complexo, semelhante ao Bridge. O baralho tinha a mesma
estrutura e número de cartas que a maioria dos baralhos de
tarot modernos, a diferença estava nos títulos das cartas e na
ordenação dos trunfos.
1422: Oque
É possível artista italiano
artistas Bonifácio
e místicos de Bembo pinta otenham
várias épocas Tarot Visconti
criado
Sforza,semelhantes
materiais a pedido de Filipe Visconti,
ao tarot, masduque de Milão.seus
infelizmente A encomenda
trabalhos
não é solicitada
foram para o casamento da filha do duque com um nobre de
registrados.
sobrenome Sforza. Das 74 cartas originais, 35 estão em exibição na
Abaixo, você irá
Biblioteca conhecer datas e26
Peropone-Morgan; registros históricos
na Academia importantes
Carrara, e as 13 res-
da história do tarot
tantes ficam no mundo
no Museu Casa ocidental.
Colleoni, na Itália.
1480: Pouco antes de 1480, os franceses introduzem cartas com

as formas que conhecemos hoje: corações, paus, espadas e dia-
mantes. Mas embora esse baralho pareça compartilhar um
ancestral comum com o tarot, não é um descendente dele.
1487: É feita a primeira menção na literatura sobre o uso de

“cartas de jogo” para adivinhação. Porém, não há menções
específicas sobre o tarot sendo usado para esse fim.
1500 (década): A invenção da imprensa de Gutemberg possi-

bilita a impressão em massa dos baralhos de tarot. Esse acon-
tecimento acaba padronizando os nomes e números dos trun-
fos, e também torna o baralho acessível à uma gama mais
ampla de classes sociais. A produção em massa também
ajudou a disseminar o tarot para todo o restante da Europa.
1530 (década): A palavra tarocchi (cujo singular é tarocco)

passa a ser usada para distinguir as cartas de tarot de jogo de
trunfos jogados com cartas de baralho comuns (originalmente
as cartas de tarocchi eram chamadas de carte da trionfi, ou
cartas dos triunfos). Uma curiosidade: o termo alemão para
tarocchi é tarock, já a forma francesa é tarot!
1589: Registros de um julgamento em Veneza sugerem o uso de

cartas de tarot associadas a feitiçaria. Fora isso, não há outras
referências ligando o tarot a práticas de magia ou adivinhação
até o século XVIII.
Século 16: Um baralho de tarot chamado Tarot de Marselha

começa a ser amplamente usado na Europa.
1781: Court de Gebelin e o Conde de Mellet publicam “Le Monde

Primitif” (O Mundo Primitivo). Trata-se do primeiro artigo a abor-
dar o tarot no âmbito do ocultismo/adivinhação. Nele, Mellet deixa
o primeiro registro sobre a conexão entre as cartas de tarot e as
letras hebraicas ou a cabala judaica. Também temos a primeira
descrição registrada do tarot como tendo origens ocultas.
1788: É publicado o Tarot Ettelia, o primeiro projetado especifi-

camente para ser usado em adivinhação. Nele, os significados
das cartas são impressos nos próprios cartões. Outro detalhe é
que seu design é bem diferente dos demais baralhos tradicio-
nais, reforçando a ideia da origem egípcia do tarot.
1850: O ocultista francês Eliphas Levi populariza ainda mais a

conexão entre o tarot e a Cabala. Outros estudiosos já haviam
abordado o tema, mas o trabalho de Levi é o que cimenta defi-
nitivamente a associação. O sistema Tarot-Cabala se transforma
no principal modelo de interpretação e desenvolvimento do
tarot. É também nessa época que Paul Christian cria os termos
“Arcanos Maiores” e “Arcanos Menores”.
1909: O Tarot Waite-Smith é publicado pela primeira vez. Proje-

tado por Arthur. E. Waite e ilustrado por Pamela Coleman Smith,
foi o primeiro baralho a ter ilustrações completas para todas as
cartas de naipes, tornando-se referência para uma grande varieda-
de de baralhos de adivinhação, que usam um simbolismo similar.
Arthur e Pamela eram membros da chamada Ordem Hermética
da Aurora Dourada, que seguia um simbolismo diferente das
antigas tradições ocultistas francesas.
1938-1943: O famoso ocultista Aleister Crowley projeta o baralho

Thoth, que é pintado por Lady Frieda Harris. Embora Crowley
tenha publicado seu trabalho sobre tarot intitulado “O livro de
Thot” em 1944, o baralho em si só foi publicado em 1969, quando
ele e a ilustradora já haviam falecido. Segundo a mitologia egíp-
cia, Thoth é o deus inventor dos hieróglifos. Semelhante ao bara-
lho Waite-Smith, o de Thoth é cheio de simbolismo esotérico,
combinando os aspectos simbólicos de baralhos anteriores com
referências cabalísticas, alquímicas e astrológicas.
E aí, gostou de conhecer um pouco mais sobre a história do tarot?

Veja algumas dessas referências:
O Livro De Thoth por Aleister Crowley
The Art of the Tarot por Christina Olsen
The Complete Illustrated Guide to the Tarot por Rachel Pollack
The Everything Tarot Book por Abadie M. J. e Skye Alexander
Understanding the Tarot Deck A. E. Waite

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• Minchiate de Florença: Possuía 98 cartas. Além das 78 cartas padrão,

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1480: Pouco antes de 1480, os franceses introduzem cartas com

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Século 16: Um baralho de tarot chamado Tarot de Marselha

1781: Court de Gebelin e o Conde de Mellet publicam “Le Monde

1788: É publicado o Tarot Ettelia, o primeiro projetado especiﬁ-

1850: O ocultista francês Eliphas Levi populariza ainda mais a

1909: O Tarot Waite-Smith é publicado pela primeira vez. Proje-

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