Erik Andersen - TCC II
Erik Andersen - TCC II
Erik Andersen - TCC II
Orientador:
1. Luciano Augusto Mariussi
São Paulo
2023
AGREDECIMENTO
Reconheço também principalmente a minha mãe Erika Cristina, ao meu padrasto Célio
Pereira e meu avô Adoni Bastos, que sempre estiveram ao meu lado, fornecendo apoio
emocional e encorajamento durante toda a jornada acadêmica. Suas palavras de
incentivo foram essenciais para superar os desafios encontrados ao longo do caminho.
Por fim, minha gratidão a todos que de alguma forma estiveram presentes nessa
jornada acadêmica e contribuíram para o sucesso deste trabalho. Sou extremamente
grato por toda a ajuda e apoios recebidos.
Obrigado!
"ACIMA DE TUDO, NUNCA PERCA A VONTADE DE CAMINHAR. TODOS OS DIAS, EU
CAMINHO ATÉ ALCANCAR UM ESTADO DE BEM-ESTAR E ME AFASTO DE QUALQUER
DOENÇA. CAMINHO EM DIREÇÃO AOS MEUS MELHORES PENSAMENTOS E NÃO
CONHEÇO PENSAMENTOS ALGUM QUE, POR MAIS DIFÍCIL QUE PAREÇA, NÃO POSSA
SER AFASTADO AO CAMINHAR. ”
- Søren Kierkegaard
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................... 5
ABSTRACT ............................................................................................................................... 6
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7
OBJETIVOS .............................................................................................................................. 9
JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................... 10
METODOLOGIA...................................................................................................................... 11
PROJETO ................................................................................................................................ 51
CRONOGRAMA ...................................................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 72
5
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a homossexualidade no contexto social
em São Paulo, tendo como proposta o desenvolvimento de intervenções gráficas digitais,
que questiona o uso dos espaços públicos sobre o respeito a diversidade. A partir de uma
análise do contexto urbano do qual as intervenções emergem e do tipo de cultura que ali se
constrói, a intervenção urbana é compreendida como uma forma de resistência própria das
culturas populares, onde se identifica uma constante tensão frente à cultura hegemônica.
ABSTRACT
This paper aims to reflect on homosexuality in the social context in São Paulo, having as a
proposal the development of digital graphic interventions, which put questions on the use of
public spaces on respect for diversity. Based on an analysis of the urban context from which
the interventions emerge and the type of culture that is inserted there, urban intervention is
understood as a form of resistance owned by the popular cultures, where a constant tension
is identified against the hegemonic culture.
INTRODUÇÃO
A cidade de São Paulo é um amontoado de ruas e casas, objetos e imagens, onde cidadãos
paulistanos convivem diariamente com situações de diversas naturezas. É neste meio, de
tantas diferenças, que a imagem urbana se consolida na discriminação e exclusão. Meu
trabalho consiste em enfatizar e discutir os principais tipos de discriminações contra os
homossexuais no cenário urbano paulistano.
O ponto de partida para os estudos recai sobre a homossexualidade, onde a homofobia não
é um problema que afeta apenas a minoria. O reconhecimento e o respeito à diversidade e
à pluralidade constituem um fundamento da democracia como Igualdade de direitos. Fim da
discriminação. Fim da violência. Cidadania plena. Reconhecimento. Respeito. Essas são as
nossas reivindicações.
Intervenções gráficas urbanas têm feito parte do cotidiano das cidades e impactado, de
diversas formas, os espaços de convivência e passagem nessas geografias. Para além das
intervenções com a utilização por meios dos lambes, são cada vez mais presentes e geram
tensões no que se refere a sua existência e propagação. Assim como essa particularidade
faz atentar para outras formas de significação das intervenções, demanda também uma
discussão de uma perspectiva compreensiva, qualitativa e localizada para a demarcação do
processo.
A partilha da sensível faz ver quem pode tomar parte no comum em função daquilo
que faz, do tempo e do espaço em que essa atividade se exerce. Assim, ter essa ou
aquela ‘ocupação’ define competências ou incompetências para o comum. (Raniere,
2009, p. 16)
8
De lá para cá, são anos em luta para transformar a arte urbana em uma arte reconhecida.
É realmente preciso ocupar e resistir assim como qualquer causa. Impulsionar o lambe é
uma forma de procurar por respeito também. Há muitos anos, o papel e a cola, através da
feitura de cartazes, são utilizados como publicidade ou pela simples vontade de comunicar
uma mensagem principalmente nas décadas de 60 e 70, com duras críticas ao período da
ditadura militar, a arte de espalhar papel por ruas, postes e superfícies urbanas tornou o
lambe-lambe uma linguagem de pertencimento à cidade.
O lambe é uma ótima estratégia de crítica e reflexão. Nada melhor que a rua para se debater
e deixar aquela inquietação para se pensar melhor sobre o assunto abordado as questões
da homossexualidade. Nesse sentido de intensificação da cultural, contendo as formas
dispersas da realidade, vemos o lambe-lambe como objeto não colecionável. A arte fica
exposta nas ruas, sendo do público para o próprio público, até́́́́ o cartaz ser arrancado.
9
OBJETIVOS
O discurso pela busca dos direitos homossexuais surge nesse contexto como uma
possibilidade da cultura perante a liberdade e expressão do desejo. A violência está
mascarada como uma forma de sociabilidade, que validaria normas sociais como um poder
de controle. Para os transgressores, o uso da força física justifica o impedimento do
reconhecimento do outro em seus atributos de identidade pessoal.
Atribuir a utilização principal do lambe-lambe como o meio intervenção urbana, dispara uma
linha crítica do movimento homossexual1, propondo uma reflexão contrária à atitude dos
transgressores, pautando desigualdade e norma social. Utilizar esses elementos de
composições nas grandes cidades, tem em relação viés crítico e dispõe-se de uma ideia e
reflexo sobre como a homossexualidade é vista hoje em dia.
[...] conceptualizado como não tendo uma identidade, essencial ou permanente. A
identidade torna-se uma ‘celebração móvel’: formada e transformada continuamente
em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas
culturais que nos rodeiam (HALL, 1999, p. 12-13).
1
Movimentos civis LGBTQIAP+ no Brasil são uma série de manifestações sócio-político-culturais em favor do
reconhecimento da diversidade sexual e pela promoção dos interesses dos homossexuais diante da sociedade
brasileira.
10
JUSTIFICATIVA
Abrir-se à percepção do espaço comum e público, e apropriar-se do seu uso como lugar de
expressão pessoal e coletiva, de trocas, da convivência, e das relações múltiplas entre os
indivíduos, resgatando também seu potencial transformador e de espaço urbano mais
democrático e social.
No que concerne ao tema, quanto mais paredes aparecem mais lambes são colados.
Quanto mais nos damos, mais recebemos. Quanto mais presente, mais futuro. Onde uma
técnica que pode e deve ser respeitada e multiplicada para diversos usos, tornando o
lambelambe uma linguagem de pertencimento à cidade. Nascia também aí, o cartaz como
forma de expressão artística.
11
METODOLOGIA
2
British Punk - Movimento punk em Londres de 1976 como uma subcultura dos principais conceitos norteadores na
indignação, habilitando o indivíduo a construir e reinventar sua própria identidade.
12
INTERVENÇÃO URBANA
Ao final dos anos 60 a obra de arte passou a ser definida em termos de sua contextualização
espacial, trocando os espaços tradicionais de exposição pelo espaço cotidiano da cidade,
visto um caminho que partiu de uma abordagem estatizante para a reequacionar o espaço
urbano, não apenas em termos espaciais e geográficos, mas também considerando suas
dimensões institucionais, econômicas e políticas, assiste-se a uma progressiva ocupação
pelo artista do espaço composto.
13
Com esse movimento, a arte trouxe para si locais que antes eram esquecidos, como guetos
da cidade ou mesmo muros, aproximando também agentes pertencentes a estes lugares,
ao mundo das artes, e dando-lhes voz. Com isso, a torna mais socializante ao incluir novas
pessoas para fazer ou mesmo contemplar arte. Como por exemplo em A cidade e suas
histórias, realizado em 1997, tinha-se uma estação de trens (Estação da Luz) e um trecho
ferroviário que atravessa os locais significativos do período fabril da cidade de São Paulo:
os silos do antigo Moinho Central, e os galpões e chaminés que restam das Indústrias
Matarazzo.
Cartaxo aponta que as inciativas dos artistas em compor no espaço urbano foram
importantes para a mudança de paradigmas com relação ao local na arte, pois:
Na tentativa de reavaliar os espaços institucionais, em si, idealizados, os artistas
buscaram novos lugares, promovendo, consequentemente, novas manifestações
estéticas. O espaço asséptico da galeria ‘cubo branco’, puro e descontaminado, foi
substituído pelo espaço impuro e contaminado da vida real. Surgem os espaços
alternativos para a arte: as ruas, os hospitais, os cruzamentos de trânsito, os mercados,
os cinemas, os prédios abandonados etc. (Cartaxo, 2009)
A arte em diante, trouxe mudanças em ideias quanto ao conceito de arte convencional, onde
o espaço, a implantação da obra, passou a influir no significado. Essas obras quebraram
barreiras ao sair do ambiente de arte tradicional, como as galerias, por exemplo, e passar a
ocupar locais como a cidade. A Enciclopédia Itaú Cultural (s.d.) menciona que:
As obras criadas de acordo com o ambiente e com um espaço determinado. Trata-se,
em geral, de trabalhos planejados – muitas vezes fruto de convites - em local certo, em
que os elementos esculturais dialogam com o meio circundante, para o qual a obra é
elaborada. Nesse sentido, que sinaliza uma tendência da produção contemporânea de
se voltar para o espaço - incorporando-o à obra e/ou transformando-o -, seja ele o
espaço da galeria, o ambiente natural ou áreas urbanas.
Buscando analisar o processo de percepção das obras de arte nesses espaços urbanos e
caóticos da cidade. Parte da análise deste processo de assimilação da arte e design no
espaço urbano e sugere a existência de uma nova forma de percepção e as obras não é
contemplada, ela é absorvida aos poucos, formando-se em sua memória, o que faz crer a
existência de uma nova modalidade de percepção, cujo processo que se constrói
diariamente para a realização de uma intervenção. Segundo Pierre Francastel (1982, p.
197):
Os artistas da transição do século XIX para o XX, “empenharam-se em fixar elementos
móveis do contínuo que foge da percepção para integrá-los em sistemas abertos e não
mais rigorosamente simétricos, isto é, estabilizados, eles se esforçaram por aprofundar
a experiência do ritmo”.
Esta foi uma diferença em relação aos eventos pregressos: além da experiência da cidade
e da leitura de sua configuração espacial, a escolha dos locais de intervenção teve ambição
de instigar uma leitura dos processos urbanos.
A exposição final de Arte/Cidade Zona Leste (de março a abril de 2002) possuiu
intervenções de vinte e oito participantes, das quais catorze estavam espalhadas por locais
da zona leste e doze concentravam-se na torre leste das edificações abandonadas da
Indústria Santista, transformadas em sede do SESC Belenzinho. A curadoria desta edição
provavelmente foi a mais direcionada do projeto Arte/Cidade; sua posição indicaria também
uma mudança de concepção e critério artísticos. Até a terceira edição, a arte era
considerada por um prisma de percepção, experiência e representação, algo que traria uma
nova relação simbólica e fenomenológica com a cidade:
“Aqui se explicita a relação entre arte e cidade: trata-se de despertar a experiência do
mundo de que toda arte é expressão. (...) pois retornar às próprias coisas é voltar ao
mundo anterior ao conhecimento, ao qual este sempre remete e com relação ao qual
qualquer determinação científica é abstrata e dependente. (...) Retornar da geografia
à paisagem. A função da arte é construir imagens da cidade que sejam novas, que
passem a fazer parte da própria paisagem urbana. (PEIXOTO, 1996, p.13). ”
Partindo também para o levantamento das questões sobre os problemas das cidades
através de uma ocupação poética ou crítica dos espaços em São Paulo, se deu por parte
dos curadores designers Celso Longo, Daniel Trench e Elaine Ramos, a criação da
exposição Cidade Gráfica e os dias 20/nov/2014 e 4/jan/2015 no Itaú Cultural de São Paulo.
Reunindo projetos dos artistas: Detanico & Lain, Cao Guimarães, Coletivo Garapa, Comum,
Daniel Escobar, Fernanda Goulart, Frente TrêsDe fevereiro, Gia, Marcelo Drummond,
Opavivará Coletivo, Piseagrama, Estúdio Radiográfico, Renata Marquez & Wellington
Cançado, Ricardo Portilho e Vitor Cesar. Reúne projetos gráficos (livros, cartazes, fontes),
pesquisas acadêmicas e obras na fronteira entre design e artes visuais.
De acordo com os curadores, Cidade Gráfica se distingue de uma exposição típica de design
inicialmente porque não apresenta trabalhos que criam soluções para um cliente específico
– eles nascem das demandas urbanas e de uma interpretação sobre as linguagens e as
rotinas da cidade. A exposição também foge a definições rígidas do design gráfico, que
aparece em simbiose com a dança, as artes visuais, a performance e a fotografia.
20
Fonte: ItaúCultural
Fonte: ItaúCultural
As bandeiras fazem parte da tradição das torcidas uniformizadas de futebol. São produzidas,
transportadas e abertas nas arquibancadas de modo coletivo. Como cartazes agigantados,
grafam orgulhosamente o nome da torcida que as produziu. O tamanho, no universo
competitivo das torcidas, é sinônimo de poder – e garantia de maior exposição na cobertura
21
Fonte: ItaúCultural
O break, estilo de dança que compõe a cultura hip-hop junto com o grafite e o rap, tem no
cenário urbano o seu ambiente conforme a imagem acima. Neste projeto, Caio Yuzo se
apropria de movimentos característicos dessa manifestação artística para construir, em um
vídeo, as 26 letras do alfabeto com o próprio corpo. Além do filme, o coletivo produziu
lambelambes com as letras formadas pela coreografia. Colados em diversos lugares
percorrido centro de São Paulo em 2013, os cartazes chamavam atenção para um QR code
que levava para a página do vídeo na internet. Colaboraram: Georges Boris, Bruno Zaitsu,
Lina Nagano e Susie Fugii.
22
Referindo-se à lei de 2007, Romero diz: “Depois da Cidade Limpa, acabou”. A justaposição
de planos e escalas diferentes, somada a enquadramentos precisos, resultou em imagens
que ora subvertem tendo símbolos e logotipos raramente aparecem, ora sublinham a
agressividade típica da publicidade de rua, sem viabilizar nome dos autores, empresa ou
qualquer tipo de informação percorridos em diferentes lugares em São Paulo meados entre
2001 a 2007.
Através da análise das obras citadas neste artigo, elementos foram identificados como
diferenciais para que o espaço na qual elas foram produzidas se transformasse em um lugar.
23
Quando apreciamos uma intervenção gráfica urbana, nós a vemos de modo geral uma
maneira bem específica que é a do próprio movimento pelo espaço urbano: pelos vidros de
nossos carros, ou ônibus, ao andar a pé por uma calçada. Esse olhar se constitui assim, de
certo modo imagens da cidade. Causando uma saturação visual nos espaços urbanos
(PEIXOTO, 2004).
Um olhar que não pode mais ver, colado contra o muro, deslocando-se pela sua
superfície, submerso em seus despojos. Visão sem olhar, tátil, ocupada com os
materiais, debatendo-se com o peso e a inércia das coisas (PEIXOTO, 2004, p. 174).
São ranhuras que aparecem como intervenção no espaço urbano, que comunicam e
interferem visualmente na cidade. As intervenções estão nos elementos urbanos nas ruas,
nas grades das janelas, nos corrimões das escadas, nas antenas dos para-raios, nos
mastros das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes,
esfoladuras. Assim produzem presenças na cidade. O trabalho daquele que intervém não
é, pois, apenas o de manipular os elementos pictóricos, mas o de se apropriar dos
elementos materiais das cidades e dos movimentos que seus habitantes fazem pelo espaço.
Artistas como Eduardo Srur, Arnaldo Antunes, Andrés Sandoval e Augusto Sampaio que
resulta para as minhas referências, pois cada intervenção é o conjunto delas, levando em
consideração múltiplas relações entre diferentes escalas urbanas, várias implicações
sociais e políticas e múltiplas possibilidades de apreensão e leitura, desde a visitação local
até a informação por meios de comunicação.
As escolhas por meio destes cinco artistas atendem as expectativas para compor meu
trabalho. Pois todos apresentam perfis semelhantes: quando não são edificações,
inseremse por completo no entorno urbano. Os artistas se destacam em uma série de
elementos que devemos levar em consideração para conceber a relação que se pode criar
entre a cidade e as intervenções gráficas feitas sobre elas:
Artista independente, Eduardo Srur trabalha em seu ateliê em São Paulo onde
constituiu acervo pessoal ao longo da carreira que inclui séries de pinturas, esculturas,
múltiplos, fotografias, aquarelas e gravuras. Recebendo o Prêmio
Michelângelo de Pintura Contemporânea no Centro Cultural de São Paulo (1996)
25
O trabalho do Eduardo Scrur, consistiu em realizar os ataques nos outdoors espalhados por
São Paulo, 2004. Para enfatizar uma crítica à especulação publicitária, são interferências
estéticas, já que as cores e as imagens são previamente combinadas. As ações, sempre
subversivas, são uma resposta ao bombardeio visual da mídia na paisagem urbana.
O artista Arnaldo Antunes, músico e poeta realiza a intervenção escrito em vermelho, com
o fundo amarelo a poesia, “Apenas Pensa”. Na esquina das avenidas Duque de Caxias com
a São João, no centro de São Paulo em São Paulo, 2019. Um grafite que compõe uma
poética de 600 metros com essas duas palavras. Repetidas, formando um poema.
“Vai ser um presente para a cidade”, diz o mais importante é que vai valorizar essa
região que é muito bonita” – Arnaldo Antunes.
O artista gráfico, André Sandoval por suas artes cria-se estampas para marcas como
L’Occitane, Coca-Cola, Melissa e Neon. O seu trabalho também desenvolve projetos de
livros, murai como ilustrador. Entre seus parceiros de arquitetura e design, trabalha com
Marcelo Rosenbaum, Grupo SP, PS2 Design e Bloco Gráfico. Desenha as ilustrações das
esquinas da revista Piauí. Tendo como das principais atrações em São Paulo, na mostra
SESC de artes, Prosa na escada:
“Em cada bandeira de acetato há uma palavra. E as bandeiras, alinhadas, formam uma frase
de oito palavras, que podem ser recombinadas em frases diferentes. Texto do escritor
Chico Mattoso: amar / esta / cidade / é / quebrar / um / certo / pacto
O / meu / piano / nunca / toca / a / nota / dó
Com pressuposto básico, percebe-se que os homossexuais ainda são foco de preconceitos
nesta sociedade, que historicamente desencadeou padrões culturais de comportamento
baseados em conceitos morais e dogmáticos. Nesta perspectiva, em muitas situações
assistidas, muitos se deparam em casos de exclusão do próprio seio familiar, que os levam,
geralmente, a não assumirem abertamente a própria identidade.
31
Conforme a imagem acima, isso se reflete em 1935 quando Freud escreve em inglês uma
carta que informa algo sobre como um cérebro psicanalista europeu concebiam a
homossexualidade. E ao conteúdo não sabe ao certo, não identificando a identidade dos
sujeitos, e nem mesmo em qual cidade foi postado a carta ou a data exata em que uma
mulher americana resolveu escrever a Freud, conforme a imagem o nome rasurado. Em
resposta à carta, Afirma Freud:
"a homossexualidade certamente não é uma vantagem, tampouco é algo de que se
envergonhar, não é nenhum vicio, nenhuma degradação, não pode ser classificada
como doença" (IANINI, p. 28)
O propósito da carta se destaca pela aflição e indignação de uma mãe que pedia ao
psicanalista que curasse seu filho homossexual. Freud, chama de injustiça e crueldade
considerar a orientação sexual como delito, e cita grandes nomes da história que eram
homossexuais, como Platão, Michelangelo e Leonardo Da Vinci. O manuscrito, em inglês,
faz parte do acervo do Museu da Sexologia, em Londres. Pois em 1935, atos homossexuais
eram considerados crime tanto na Europa central quanto na América. As
homossexualidades eram consideradas perversas ou desvios. E por outro lado,
32
organizações sociais reivindicavam direitos dos dois lados, mas ainda assim está fora da
realidade de muitos a quebra de preconceito.
"Para alguns deles, encontrar essa mulher por quem se apaixonam depois de uma
infância e de uma adolescência problemáticas representa a chance de realizar o
sonho de constituir uma família. Porém, a grande questão sobre sua identidade
aparece mais tarde, quando constatam aquilo que não conseguem mais esconder: a
inevitável atração – tanto sexual quanto afetiva – por pessoas do mesmo sexo."
(Moris, Vera, Paranhos, Fábio, Coragem de ser)
Em 2010, pela primeira vez, o IBGE apontou, no Censo, 60 mil famílias que se identificaram
como homoafetivas – número provavelmente subdimensionado, uma vez que o casamento
de pessoas do mesmo sexo só se tornou oficial em 2013. Devemos considerar que os
direitos humanos representaram uma grande conquista
No Brasil o ato de assumir publicamente sua orientação sexual e/ou identidade de gênero é
popularmente denominado como “Sair do armário”, em língua inglesa tal fato denomina-se
Outing. Esta aceitação tem seus desdobramentos nos processos de sociabilidade dos
homossexuais, que ao se reconhecerem e se aceitarem como tal, lutam pela garantia de
33
No cotidiano social e escolar expressões como “viado” e “bicha” são comuns, referem se,
na maioria das vezes, pejorativamente as sexualidades não-hegemônicas, como indica a
Fig.
Figura 22 - Homossexualidade –xingamento
Tais atos como estes, podemos observar que ainda estamos fora da realidade e o trabalho
para a quebra de preconceito continua. Ainda que também os locais além das escolas
predominantes a discriminação está ligada a questões familiares e religiosas como
causadoras da violência homofônica no cenário que vivemos. Depoimentos como a do João,
é mais que uma realidade distinta da quebra do preconceito.
"Minha mãe não aceitou. Em três ocasiões ouvi dela: “Seu veado, você é a vergonha
da família! Imagine a cabeça deles quando souberem que o pai é veado! ”" (Moris,
Vera, Paranhos, Fábio, Coragem de ser, pag.33)
Entretanto, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sancionou uma lei que pune todo
tipo de discriminação contra a população LGBTQI+ por parte de pessoas físicas e jurídicas.
O descumprimento prevê advertência e multa. Em casos de estabelecimentos comerciais,
poderá haver a suspensão de funcionamento por 30 dias ou até chegar a cassação do
alvará. A lei 17.301 é de coautoria da hoje deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) e do
vereador Reis (PT):
"qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual ou identidade de
gênero" na capital. Entre outros comportamentos, o município passa a considerar
discriminação contra a população LGBTQIP+:
36
Os moradores das Zona Oeste e Sul da cidade de São Paulo, são os mais que avaliam
negativamente a gestão municipal em relação a violência de gênero, conforme o gráfico
acima. Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que “trabalha no combate à homofobia e
discriminação sexual, e na promoção de condições igualitárias de identidade de gênero com
o objetivo de diminuir a discriminação e o preconceito em quem vive na capital com adoção
de um conjunto de medidas em diversos órgãos municipais”.
37
“Nos últimos anos, a comunidade LGBTI de São Paulo alcançou grandes conquistas, como
a sanção da Lei Municipal nº 17.301, que proíbe e pune atos discriminatórios em razão da
orientação sexual e de identidade gênero.
Apesar dos indicadores negativos, para a maioria relativa dos entrevistados, a cidade de
São Paulo é tolerante em relação a população LGBTQI+. Em uma escala de 1 a 10, em que
1 significa “totalmente intolerante” e 10 significa “totalmente tolerante”, os paulistanos
classificaram a cidade de São Paulo com a nota 6,3 em 2021. Dados apontados pela
pesquisa Viver em São Paulo, da Rede Nossa SP e do Inteligência em Pesquisa e
Consultoria (Ipec).
O perfil médio de quem sofreu ou presenciou ao menos uma das situações de preconceito
na cidade são os jovens de 16 a 34 anos, quem não tem religião, quem se declara não
heterossexual e quem acredita que a gestão atual tem feito pouco ou nada para combater
a violência contra a comunidade LGBTQI+, segundo o levantamento. Com isso, conclua-se
que mesmo havendo leis contra homofobia, sancionadas precisam de mais rigor, pois os
atacam são verbais e físicos são constantes.
Cabe ao governo de São Paulo, promover campanhas de conscientização e inclusão;
aumentar as penas contra quem pratica atos discriminatórios contra a população
LGBTQIA+; ampliar os serviços de proteção à população LGBTQIA+ em situação de
violência; melhorar a atuação dos canais de denúncias e fortalecer os serviços de
assistência social.
O design gráfico como linguagem tem funções que vão além dessa relação com a
linguagem verbal. Na Idade Média e no Renascimento, os pintores eram contratados pela
igreja para realizar painéis que ilustrassem para a população, em geral analfabeta, as
maravilhas da divindade, e as passagens bíblicas. Era um meio de dar forma às narrativas
transmitidas apenas oralmente através das missas e sermões.
A relação do design a sociedade é colocada com uma relação entre forma e conteúdo,
que inclusive se reflete em uma complexa divisão de como o todo. No final do século XIX,
os pôsteres ‘eram uma expressão da vida econômica, social e cultural, competindo entre
38
Por meio deste questionamento, o design gráfico de comunicação visual nos grandes
centros urbanos tem uma atuação constante e é um dos principais dispositivos para
processar e comunicar informação. A forma gráfica dos conteúdos de modo a completar a
mensagem que se deseja comunicar e no âmbito do design gráfico, o uso da intervenção
enfatiza uma problemática e comunica a população dos acontecimentos regionais e capitais.
Tais como estes cartazes feito por designers espelhados pelos centros urbanos de São
Paulo.
O design gráfico nestas figuras, é usado de forma política e esses cartazes são um exemplo
do que pode ser comunicado de forma inteligente quando se trata da política brasileira. A
série de cartazes foi produzido em 2018, percorrido por muitas vias nos centros de São
Paulo.
Figura 27 - Cartaz: sua frase que diz “Pobre não tem hábito alimentar.”
A figura acima, corresponde a um diálogo do prefeito João Doria, vazado em 2017. Com a
grande repercussão, Vertentes Coletivo, acabou realizando esta intervenção. Vivemos
numa época em que nossa relação com aquilo que possuímos está passando por uma
transformação radical. Desde que surgiu como profissão, o design é usado para manipular
desejo ou em outros pontos, provocar a sociedade para a resolutiva de algum problema.
Henrique Montanari, da aka EDMX nasceu em São Paulo, Brasil em 1977. É mestre em
Belas Artes (Universidade de São Paulo) e trabalha com design desde 1996. Um renomado
artista percorrido em São Paulo, onde realizou suas intervenções no miocão conforme as
41
imagens acima, realizando também em diferentes ambientes como jardim das invasoras e
entre outros. Um de muitos exemplos que o campo de design pode explorar quando o
assunto é urbano.
Isso se resume a uma linguagem gráfica que é um tipo de comunicação utilizando gráficos,
imagens e expressões matemáticas para expressar e transmitir pensamentos ou ideias. O
desenho, especificamente, as pinturas rupestres do Paleolítico Superior, destaca como uma
das primeiras tentativas do homem de transcender qualquer tipo de comunicação.
Quatorze de novembro de 2010. Um grupo de jovens gays foi atacado por outros rapazes
com lâmpadas fluorescentes em São Paulo. Horas depois, no Rio de Janeiro, um casal gay
foi abordado por três militares em serviço, e baleado no abdômen aos gritos de ‘viado tem
que morrer’. As imagens e fatos foram superexpostos pelos noticiários televisivos.
Diante de um caso como esse e de demais, a publicidade tenta por meio de diversos
veículos conscientizar que os homossexuais fazem parte de nossa sociedade e que isso
não se caracteriza anormal pelo fato de sentir atração pelo mesmo sexo.
A campanha de Dia dos Namorados de O Boticário, que mostra diferentes tipos de casais,
heterossexuais e homossexuais, trocando presentes, provocou polêmica e tem gerado uma
onda de mobilizações nas redes sociais. Até mesmo o Conar (Conselho Nacional de
Autoregulamentação Publicitária) decidiu abrir um processo para julgar a propaganda após
receber mais de 20 denúncias de consumidores que consideraram o comercial
"desrespeitoso a à sociedade e à família".
42
Comercial como este, passando em rede nacional, comercial traz diferentes formações de
casais trocando presentes. Vídeo gerou uma espécie de "competição" entre "likes 3 " e
"dislikes4" no YouTube. A iniciativa por parte da empresa não é inédita, pois tem sido cada
vez mais comuns empresas se oporem a favor da diversidade.
Campanha do Banco do Brasil: “PARA TODAS AS FORMAS DE AMOR”. Que foi realizada
em 2015, para a conscientização da luta contra a homofobia (17/05). Que por parte teve boa
repercussão, onde enfatiza na campanha um desenho de uma criança constituída pelos
3
Likes: equivalente ao verbo ''gostar'' da nossa língua. 4
Dislikes: É o contrário de like - significa não gostar.
43
seus dois pais e um cachorro ao fundo de uma casa com arco íris. Uma mensagem Clara
que existe diferentes tipos de amor e que todos devem respeitar e que hoje fazem parte de
nossa sociedade e está cada vez mais comuns ações como esta.
Assim como nas campanhas, no futebol não é tão diferente, o time de futebol paulistano
também se posicionou a favor da liberdade por gênero e principalmente contra a homofobia.
“Demorou. Muito mais do que deveria, mas, finalmente, o São Paulo Futebol Clube
se posicionou contra a homofobia. O clube publicou nas redes sociais ação
fortalecendo o amor livre. ”
Figura 32 - São Paulo futebol club: ninguém aguenta mais homofobia no futebol
O posicionamento do São Paulo, que errou nas datas importantes para a comunidade LGBT,
ajudou a transformar o ambiente machista que envolve o futebol. Os estádios, infelizmente,
ainda são palco de xingamentos e ofensas homofóbicas, simplesmente ignoradas por
clubes, pela própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Superior Tribunal de
Justiça Desportiva (STJD).
44
“Antes de ter caráter punitivo, o tribunal tem caráter pedagógico. No caso dos
árbitros, a gente vai oficiar para que coloquem na súmula as manifestações
homofóbicas considerando o número de torcedores envolvidos” - Paulo César
Salomão Filho, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva.
Percorrendo em São Paulo, e principalmente pelo centro, pude observar que mesmo diante
de tanta incompreensão pelos homossexuais, existem cartazes, lambe-lambes, grafites e
entre outros defendendo a causa. O exemplo encontrado na Estação Butantã da Linha 4
do Metrô de São Paulo, onde muitos como eu reside, apresenta um tipo incomum de
comunicação urbana, pois combina a hibridização de tecnologias comumente utilizadas na
linguagem gráfica contemporânea com a linguagem da intervenção artística.
Assim como o Felipe Queiroz, artistas usam o lambe-lambe para falar de amor, desamor,
homofobia, racismo, machismo e temas cotidianos. Além de ser direto como forma de
linguagem que atinge as pessoas nas ruas.
meio da cidade. Temos de entender que a cidade também é um meio de comunicação, não
só de propaganda com outdoor, por exemplo. As ruas são muito mais espelhos e
consequentemente, reflexo da sociedade em que vivemos.
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ESTUDO DE CONCEPÇÃO
Para o desenvolvimento dos lambes foi usado em um processo de criação manual, testando
combinações de cores, posição das frases e de que maneira seriam vistos e aplicados nas
ruas. Foram atribuídos 3 cores, sendo elas: preto, branco e vermelho e diversificando em
fontes e tamanhos diferentes sem aplicação de Grid4, pois o processo se construir a partir
de elementos Punks.
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Grid: Malha, grid ou grelha, no design gráfico, é uma estrutura geométrica constituída por eixos desenvolvida para
auxiliar o alinhamento de elementos textuais e imagéticos numa composição visual.
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No que se refere aos desdobramentos no design gráfico, uma corrente de artistas gráficos
que se opunha aos moldes do modernismo (pós-modernistas) viu na estética punk a
oportunidade de desestabilização da ordem em prol da anarquia, do caos e da emoção;
onde a geometrização e os grids eram consideradas símbolos de repressão e banalização,
possibilitando assim a transformação do conceito de legibilidade e a quebra da noção de
clareza.
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A identidade desenvolvida, será inserida como uma forma de mostrar quem é o artista e
direcionar o indivíduo procurar no Instagram para a consolidação da ideia. Serão inseridas
nos quantos inferiores dos lambes direitos e nos quantos esquerdos, havendo a junção nos
Lambes para não destoar.
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O logo em construção será aplicado nos lambes tendo como um ponto marcante a
representatividade do autor, atribuindo a imagem com a escrita CARECAGUARA, que tem
a junção dos nomes careca, uma ideia de construção do próprio rosto do autor e Guara, a
localidade de onde veio que em Guarapiranga.
PROJETO
Todo artista de rua tem que lidar com o público passante, diariamente, qualquer que seja
sua plataforma de trabalho. O fundo em preto, branco e o vermelho, traz as cores presentes
nos elementos que compõe a materialidade do urbano, fazendo alusão ao excesso de
colagens, letras, e informações visuais sobre as problemáticas nas capitais.
Essas escolhas não foram feitas por falta de planejamento ou conhecimento de design. A
utilização da Influência e a Evolução do Design Punk, permiti que viole as regras
convencionais de design “bom”. Intencionar e questionar os padrões e desafiar as normas
da cultura contemporânea, presentes nestes 9 lambes. Como não cumpre nenhuma regra,
como layouts de grade ou composição perfeita, o design punk pode ser libertador e
ultrapassar os limites do design convencional.
Os três primeiros lambes titulados como “O discurso dele era ódio”, tem por construção
frases mais ativistas, tratando o que os homossexuais passam constantemente no seu dia,
seja por frases, ou até o ponto da agressão. Essa maneira de verbalizar o cotidiano nos
mostra que não cabem mais esses modelos que se caracterizam repudio de ódio.
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a intenção é gerar mais pessoas que simpatizam com a causa, que o próprio se identifique
com essas frases e reflita como quer ser tratado perante a cultura.
Figura 53 – mooboard 01
Os moodboards foram essenciais para entender como funcionariam todos os nove lambes
unidos, sem distorcer a ideia da proposta e caminhar o público para uma leitura mais direta
e propositiva.
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Figura 54 – mooboard 02
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Para o detalhamento, a construção dos lambes foram usadas diversas fontes que remetesse
a ideia da construção de cartazes punks, foram inseridos para a composição do material as
fontes tipográficas: Punk Typewriter, Half Bold, Payday Regular, Fidelga e Nue Machina. Entre
as fontes, algumas tem os dois pesos na maiúscula e minúsculas, e outras fonte apena na
construção da família tipografia somente nas maiúsculas conforme as imagens abaixo.
Para a versão final da identidade de marca, foi atribuído o nome final de carecaguara,
trabalhado no negativo para aplicação nas partes inferiores esquerdos e direitos nos lambes.
As versões consistem tanto no digital quanto no impresso.
Figura 62 – Sticker
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Sticker - É um adesivo é um tipo etiqueta: um pedaço de papel impresso, plástico, vinil ou outro material com adesivo sensível à
pressão temporário ou permanente em um lado. Pode ser utilizado para fins funcionais, dependendo da situação
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A página do Instagram é importante e funciona em junção aos lambes, como uma forma de
registro e uma maneira mais prática de mais pessoas poderem encontrar sobre o trabalho,
gerar encontros e diálogos através da rede social e assim atingir também online, gerando
uma repercussão maior do trabalho e uma forma de se expandir mais rapidamente.
O primeiro lambe foi exposto na paulista, atraindo diferentes olhares, tantos dos que gostam
e de outros que não se simpatizam com as intervenções. E neste quesito, o acervo no
Instagram é a maneira de proteger o trabalho, pois pessoas, prefeitura, polícia e entre outras
podem rasgar ou até mesmo tirar e durar por pouco tempo devido as mudanças climáticas
que afetam também a durabilidade do trabalho.
Os demais lambes foram inseridos em diversos pontos em São Paulo, mais concentrados
pelo centro, começando pela Paulista, e percorrendo os cantos possíveis para serem
colados, analisando se tem circulação de pessoas, quais os tamanhos que vão para a
parede, variando entre A4, A3, A2 e A1. Criando uma narrativa que possibilidade diversa
formas de compreensão, tendo os lambes juntos como um painel, tanto individualmente.
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Não podemos concluir quem foi que realizou tais rasgos, mas poderei afirmar que o objetivo
foi idealizado com sucesso, pessoas de tantas e inúmeras pessoas espalhadas, o tal feito
pode ter vindo de alguém que não goste deste tipo de intervenção, homoboficos e entre
outros. Mas poderei concretizar que para qualquer feito como nas imagens acima, tem de
ler e após isso a reação vai de acordo com cada indivíduo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste trabalho, obteve-se diversos resultados sobre a relação das intervenções
gráficas urbanas: a interação com o público, encontro com outros artistas que norteiam o
tema tratado e até a organização de um coletivo chamado “Lambixas” que propõe através
de lambes pautar, discutir e questionar a sociedade sobre a pluralidade que ainda é um
tema a ser discutido por um tempo.
Ao tomar como objeto de estudo a compreensão do tema tratado, pode-se notar como a
cultura passou a ser um aspecto importante para a determinação do poder de uma
sociedade, além de possibilitar a eclosão de fortes movimentos e conceitos, permitindo
pautar qualquer questão cabível a ser discutida.
Por fim, este estudo é apenas o início de muitos outros e tem a pretensão de se estender
por um tempo. Existem lacunas com relação à inclusão das pessoas homossexuais no
contexto social que precisam ser preenchidas.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 32 - São Paulo futebol club: Ninguém aguenta mais homofobia no futebol
Figura 33 - Estações das linhas 4- apoia luta contra a homofobia
Figura 34 - Lambe-lambes: Mais amor por favor
Figura 35- Lambe-lambes: Felipe Queiroz pelas ruas
Figura 36 – Moldes
Figura 37- Processo
Figura 38 – Desenvolvimento
Figura 39 – Moodboard homossexualidade
Figura 40 – Moodboard Movimento Punk
Figura 41 – Construção da identidade visual
Figura 42 - Construção da identidade visual alternativo Figura
43 – Identidade visual em PB e Laranja
Figura 44 – Lambe 01
Figura 45 – Lambe 02
Figura 46 – Lambe 03
Figura 47 – Lambe 04
Figura 48 – Lambe 05
Figura 49 – Lambe 06
Figura 50 – Lambe 07
Figura 51 – Lambe 08
Figura 52 – Lambe 09
Figura 53 – mooboard 01
Figura 54 – mooboard 02
Figura 55 – Fonte tipográfica: Punk Typewriter
Figura 56 – Fonte tipográfica: Half Bold
Figura 57 – Fonte tipográfica: Payday Regular
Figura 58 – Fonte tipográfica: Fidelga
Figura 59 – Fonte tipográfica: Nue Machina
Figura 60 – logo carecaguara Branco
Figura 61 – logo carecaguara Preto
Figura 62 – Sticker
Figura 63 – Site careguara I parte superior
Figura 64 – Site careguara I parte inferior
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CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
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temporário e permanente. Annablume: Fapesp, 2000.
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