Pitaya

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DOSSIÊ TÉCNICO –

Cultivo de pitaia

Apresenta todo o processo de cultivo da pitaia

Jose Expedito Lustosa de Aragão Filho;Nicolas


Sant’Anna de Aragão
Instituto Euvaldo Lodi – IEL/BA

Julho/2013
Edição atualizada em maio/2022
Cultivo de pitaia

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Dossiê Técnico ARAGÃO FILHO, José Expedito Lustosa de; ARAGÃO, Nicolas
Sant’Anna
Cultivo de pitaia
Instituto Euvaldo Lodi – IEL/BA
31/7/2013
Resumo Também conhecida como fruta do dragão, por causa da casca
irregular e dos gomos escamosos, a pitaia tem um leve sabor
adocicado, que lembra o do kiwi. O dossiê trará informações
sobre o cultivo da pitaia, os tipos de pitaias existentes, clima e
solo adequado.

Assunto CULTIVO DE OUTRAS PLANTAS DE LAVOURA


PERMANENTE NÃO ESPECIFICADAS ANTERIORMENTE
Palavras-chave Adubação; adubo; agricultura; calagem; calcário; fruto; pitaia;
plantio; solo
Atualizado por: SBANO, Gabriela Sales Fabiano

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3
2 OBJETIVO.......................................................................................................................... 3
3 CACTACEAE ..................................................................................................................... 4
3.1 Espécies...................................................................................................................... 4
4 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS .................................................................................... 4
4.1 Fruto ............................................................................................................................ 4
4.2 Flores .......................................................................................................................... 5
4.3 Ramos ......................................................................................................................... 5
4.4 Sementes .................................................................................................................... 6
5 CARACTERÍSTICAS AGROECOLÓGICAS ...................................................................... 6
5.1 Clima e intensidade luminosa ................................................................................... 6
5.2 Solo ............................................................................................................................. 6
6 CULTIVO ............................................................................................................................ 7
6.1 Preparação do solo .................................................................................................... 7
6.1.1 Amostragem de Solo ........................................................................................... 7
6.1.2 Adubação orgânica .............................................................................................. 9
6.1.3 Calagem.............................................................................................................. 10
7 PLANTIO .......................................................................................................................... 10
7.1 Marcação das covas................................................................................................. 10
7.2 Preparo das covas.................................................................................................... 11
7.3 Tutoramento das mudas .......................................................................................... 12
7.4 Plantio das mudas .................................................................................................... 13
7.5 Crescimento.............................................................................................................. 13
8 PROPAGAÇÃO ................................................................................................................ 13
9 COLHEITA E BENEFÍCIOS DO ENSACAMENTO DO FRUTO ....................................... 14
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................................................. 14
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 14

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DOSSIÊ TÉCNICO

Conteúdo

1 INTRODUÇÃO

A Pitaia é uma fruta extravagante. Quando se olha pela primeira vez, ela lembra um pouco
da nona, pelos gomos aparentes na casca. Mas, diante de gomos tão exagerados, a fruta
ganhou o apelido de Fruta-do-Dragão (RICARDO, 2010).

Há alguns anos, a pitaia era desconhecida. Atualmente ocupa um valor muito grande no
mercado de frutas exóticas da Europa. Trata-se de uma frutífera durável, que possui uma
expectativa de mais de 10 anos de produção. Com isso, todo o seu planejamento deve ser
muito bem feito, cercado de todos os cuidados possíveis para garantir o sucesso do
empreendimento (MOREIRA; CRUZ, 2011).

Devido as suas características organolépticas, pelo alto valor agregado ao quilograma da


fruta e pelo seu exotismo na aparência, a pitaia vem sendo procurada por consumidores e
produtores em todo o Brasil. Existem hoje, no Brasil, algumas áreas que adquiriram a
tradição na produção de pitaia, todas situadas principalmente, na região de Catanduva no
Estado de São Paulo. A produção das frutas na região Sudeste, ocorre entre os meses de
dezembro e maio, com uma produtividade média anual de 14 toneladas de fruto por hectare
(MOREIRA; CRUZ, 2011).

Existem quatro variações de pitaia que diferem em cores da casca e das respectivas polpas.
As mais conhecidas são pitaia vermelha, pitaia amarela, pitaia branca e pitaia do cerrado.
Suas flores apresentam numerosos estames com pólen abundante, porém com mecanismo
contra a autopolinização. As sementes da pitaia podem chegar a medir três milímetros de
diâmetro (MOREIRA et al., 2012; RICARDO, 2010; MARQUES, 2008).

Para o cultivo da pitaia, recomendam-se temperaturas altas, não sendo recomendado


ultrapassar os 38ºC. o tipo de solo solicitado para este cultivo tem PH variando entre 5.5 e
6.5. Além disso, é importante que esses solos não sejam compactados, ricos em matéria
orgânica, bem drenados e de textura bem solta (CAVALCANTE, 2008).

A fim de oferecer os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento


apropriado da planta, é necessário realizar análises de amostras diversas do solo. Somente
a partir desta avaliação é possível determinar a quantidade apropriada de nutrientes
necessários à pitaia e, portanto, definir o tipo de adubação a ser utilizada (INSTITUTO
AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996).

O período necessário entre a marcação das covas e o plantio é de 60 dias. Isso ocorre
somente após a avaliação das amostras do solo, uma vez que esta é uma informação
primordial para a adubação do solo. Neste período, são feitas das marcações das covas e
as covas propriamente, são inseridos os produtos que compõem o adubo e, enfim, realizado
o plantio (MOREIRA et al., 2012; BACHER, 2010).

Donadio (2009) recomenda que a colheita seja feita periodicamente com os frutos no
estádio de vez, uma vez que amadurecem após a colheita e conservam-se mais. Costa
(2012), por sua vez, sugere que os frutos recém-colhidos sejam ensacados, como forma de
conservar a qualidade de fruto e, como consequência, aumentar o preço de venda.

O uso da pitaia é primeiramente como alimento, sendo consumida na forma fresca ou em


bebidas refrescantes. Existe, ainda, o uso medicinal, no combate à gastrite, como laxante,
fortificante, entre outros (MOREIRA; CRUZ, 2011).

2 OBJETIVO

De acordo com as frequentes consultas direcionadas ao Setor de Fruticultura, foi notificado


que existe uma enorme carência relacionada ao cultivo da pitaia no Brasil. Este trabalho

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Cultivo de pitaia

teve como objetivo avaliar características físicas e químicas da planta e seus frutos, dispor
sobre a variabilidade genética de acessos a pitaia, que tem grande potencial comercial,
informar sobre características de seu cultivo e fornecer informações e esclarecimentos que
possam orientar os interessados em dar início ao plantio dessa frutífera em suas
propriedades.

3 CACTACEAE

A pitaia é uma planta da família Cactaceae, que se caracterizam pela “presença de aréolas
com pelos e espinhos, caule suculento (cladódio – órgão tipo caule) casca verde e ausência
de folhas copadas” (BUXBAUM, 1955 apud MARQUES, 2008).

Segundo Marques (2008), muitas espécies de cactáceas produzem frutos comestíveis. No


entanto, as frutíferas conhecidas desta família pertencem ao grupo Platyopuntia (subgênero
do gênero Opuntia), que apresentam segmentos planos de caule.

Marques (2008) explicam, ainda, que Cactaceae são plantas muito desenvolvidas
fisiologicamente. Adaptaram sua forma de respirar para evitar a perda de água durante o
dia. Possuem crescimento lento e, a maior parte do tempo, armazenam água nos seus
tecidos.

3.1 Espécies
Quatro gêneros englobam os diversos tipos de pitaia: Stenocereus, Cereus, Selenicereus e
Hylocereus. Esses gêneros diferem quanto ao fruto. Dentre os seus frutos mais conhecidos,
estão a pitaia amarela (Selenicereus megalanthus), que tem casca amarela e polpa branca,
e a pitaia vermelha (Hylocereus sp.), com a casca vermelha e a polpa branca ou vermelha,
dependendo da espécie. A seguir, Moreira et al. (2012) explicam a grande variabilidade
entre as espécies, tanto em termos de tamanho como com relação à coloração e ao sabor
das frutas.

4 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS

4.1 Fruto
Doce e leve, a pitaia vermelha, de espécie Hylocereus costaricensis, apresenta coloração
vermelha tanto na casca quanto na polpa. Seu sabor assemelha-se ao do kiwi, com uma
mistura de beterraba (MOREIRA et al., 2012; RICARDO, 2010).

A pitaia branca, ou Hylocereus undatus, apresenta coloração vermelha na casca e branca


na polpa. Por fora é muito parecida com a pitaia vermelha, diferindo somente em termos de
tonalidade de cor. No entanto, a diferença maior apresenta-se acerca da polpa (RICARDO,
2010).

Com características semelhantes às da pitaia branca, a Selenicereus setaceus (pitaia-do-


cerrado ou saborosa), é uma fruta de tamanho menor, com sabor mais adocicado e
apresenta espinhos (MOREIRA et al., 2012).

Outra variedade da fruta é a pitaia amarela, tecnicamente chamada de Selenicereus


megalanthus, também conhecida como “pitaia colombiana”. Sua polpa é esbranquiçada e
sua casca tem coloração amarela. É considerada a mais gostosa e a mais cara, dentre os
tipos de pitaia. O gosto lembra uma mistura de kiwi com nona, só que mais doce e mais leve
(MOREIRA; CRUZ, 2011; RICARDO, 2010) (Fig. 1).

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DOSSIÊ TÉCNICO

Figura 1 – Variedades de pitaia


Fonte: AGRO AUTENTICO, 2020.

4.2 Flores
Grande e de coloração branca, as flores apresentam numerosos estames com pólen
abundante. Caracterizam-se, também, serem completas, andróginas, solitárias e medirem
cerca de 20 a 30 cm de largura. Exalam um cheiro forte, crescem diretamente dos cladódios
e originam-se na primavera. A fim de evitar a autopolinização, possuem o estigma mais
elevado que as anteras e abrem-se durante a noite, fechando-se nas primeiras horas do dia
(MARQUES, 2008).

4.3 Ramos
Os ramos da pitaia são triangulares, suculentos, espinhosos e possuem flores brancas e
grandes, quanto à planta, ela é perene, trepadeira, com raízes adventícias, que a permite se
fixar em árvores ou pedras (Fig. 2). O cultivo pode ser realizado em regiões situadas desde
o nível do mar até 1.500 metros acima. (ESPIRITO SANTO, 2013).

Figura 2 – Anatomia da planta onde: (A) Planta de pitaia; (B) Cladódio; (C) Flor; (D) Fruto
Fonte: MARQUES, 2008.

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Cultivo de pitaia

4.4 Sementes
As sementes da pitaia podem chegar a medir três milímetros de diâmetro, são muito
numerosas, possuem uma coloração escura e podem ser encontradas distribuídas em toda
a polpa. (MARQUES, 2008).

5 CARACTERÍSTICAS AGROECOLÓGICAS

5.1 Clima e intensidade luminosa


O principal elemento para todos os processos biológicos e físicos é a radiação solar que
ocorre na biosfera. As plantas utilizam desse recurso, a depender da intensidade, qualidade,
direção de incidência, duração. Essa radiação exerce efeitos biológicos classificados como
foto energéticos e foto estimulantes (PASCALE & DAMARIO, 2004 apud CAVALCANTE,
2008).

Podendo ser cultivada em níveis de até 1000 metros acima do nível do mar a pitaia, adapta-
se melhor em temperaturas entre 18 a 26 graus centígrados. A pitaia também se desenvolve
em climas mais secos, porém períodos de chuvas de 1200 a 1500 mm ao ano são ideais
para o desenvolvimento da cultura. (PITAIA, [200-?]).

Espontaneamente, a pitaia pode ser encontrada em diversos tipos de florestas tropicais da


América em condições de sub-bosque – conjunto de vegetação de baixa estatura que
cresce em nível abaixo do dossel florestal – o que leva a crer que quando cultivada
comercialmente faz se necessária a instalação de um sistema de proteção contra a
incidência direta dos raios solares sobre a planta (CAVALCANTE, 2008; SUB-BOSQUE,
2013).

Mizrahi e Nerd (1999 apud CAVALCANTE, 2008) confirmam essa particularidade da pitaia,
informando que planta que não pode ser cultivada sem proteção em função da intensidade
de radiação. Observaram, ainda, que o dossel da pitaia sofre queimaduras e pode chegar à
morte. Robles et al. (2000 apud CAVALCANTE, 2008) completam afirmando que, no
México, somente a espécie Stenocereus sp. se encontram sob total exposição direta à luz
solar produzem frutos, o que também é reportado para a Guatemala

Raveh et al. (1996) afirmaram que para ótimo desenvolvimento, a pitaia


deve ser plantada protegida, recebendo de 30 a 60% da luminosidade total
dependendo das condições locais. Adicionalmente, para Mizrahi e Nerd
(1999) os níveis de sombreamento a serem empregados (expressos em
percentual do total de luz solar emitida) são dependentes das temperaturas
locais e variam de 20% em áreas com verões moderadamente quentes a
60% em áreas sob elevadas temperaturas (CAVALCANTE, 2008).

O crescimento e o desenvolvimento das plantas, bem como a produção dos frutos, estão
intimamente ligados à intensidade luminosa. Segundo Mizrahi e Nerd (1999 apud
CAVALCANTE, 2008), não é recomendado o cultivo da pitaia em regiões com temperatura
inferior a 4ºC ou superior à 38ºC.

5.2 Solo
“Os solos que oferecem melhores condições para o desenvolvimento do cultivo da pitaia são
os de pH entre 5.5 e 6.5 e não compactados, ricos em matéria orgânica, bem drenados e de
textura bem solta” (PITAIA, [200-?]).

Além disso, Guzman (1994 apud CAVALCANTE, 2008) explica que “o solo adequado para o
cultivo comercial da pitaia deve apresentar um percentual de matéria orgânica considerado
alto (7%) com a finalidade de manter a umidade, temperatura e características texturais e
químicas do solo”.

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6 CULTIVO

6.1 Preparação do solo


A preparação do solo é uma etapa na qual são realizados processos a fim de que o solo
esteja pronto para o plantio. Segundo Moreira et al. (2012), é preciso cuidado, nestes
processos, para não se arrastar a camada fértil. Por isso, recomenda-se fazer duas arações
profundas seguidas de duas gradagens. “Nesta ocasião, e de acordo com os resultados da
análise de solo, devem ser feitas as aplicações parceladas de calcário e adubação fosfatada
em área total”. Existem, disponível na literatura, alguns métodos para a preparação do solo
para o cultivo:

6.1.1 Amostragem de Solo


É muito importante que seja realizada a análise de solo, pois somente os dados obtidos da
observação visual não são de total confiança para poder determinar problemas nutricionais
das plantas. A análise do solo tem como funções a indicação dos níveis de nutrientes no
solo, possibilitando o desenvolvimento de um programa de calagem e adubação, e o
monitoramento e a avaliação da qualidade dos nutrientes do solo (POTAFOS, 1998 apud
WATANABE et al, 2002).

A análise de solo é parte do planejamento da instalação de culturas agrícolas ou florestais.


A partir dela, é possível prevenir futuros problemas nutricionais e diminuir o aparecimento de
pragas e doenças. Pode, ainda, reduzir os custos, ajudar a melhorar a qualidade de vida, ao
diminuir o impacto ambiental, auxiliar o produtor rural a aumentar a lucratividade da
exploração agrícola ou florestal e a acompanhar as mudanças da fertilidade do solo
(WATANABE et al, 2002).

Os níveis de fertilidade do solo podem variar de acordo com a área a ser amostrada. Para a
sua delimitação é preciso considerar sua uniformidade dentro da unidade a ser amostrada e
subdividi-la em talhões, a fim de garantir que apresentem maior homogeneidade em relação
à topografia, vegetação, espécie cultivada, sistemas de cultivo e manejo do solo,
características físicas (textura), cor, profundidade do solo, drenagem, etc. No entanto, antes
de delimitar na terra, recomenda-se utilizar uma planta-baixa da propriedade a fim de
demarcar e identificar numericamente as áreas delimitadas. A figura 3 ilustra a divisão de
uma área a ser amostrada em talhões (INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996).

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Cultivo de pitaia

Figura 3 – Identificação da área a ser amostrada


Fonte: (INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996).

Para a retirada das porções de terra a serem analisados, sugere-se seguir os seguintes
passos (INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996):

Devem ser retiradas diversas subamostras, para se obter uma média da


área amostrada. Para isso, deve-se percorrer a área escolhida em zigue-
zague e coletar 20 subamostras (Figura 4). Em cada ponto, retirar os
detritos na superfície do solo. Evitar pontos próximos a cupins,
formigueiros, casas, estradas, currais, estrume de animais, depósitos de
adubo, calcário ou manchas de solo.

Quebrar os torrões de terra dentro de um balde, retirar pedras, gravetos ou


outros resíduos e misturar bem. Se o solo estiver muito úmido, deixar a
amostra secar ao ar. Essa mistura de subamostras retiradas de vários
pontos é chamada de amostra composta.

Todas as ferramentas e recipientes usados para a amostragem e


embalagem da terra devem estar limpos e, principalmente, não devem
conter resíduos de calcário ou fertilizantes.

Deve-se retirar cerca de 300g de solo do balde e transferir para uma


caixinha de papelão apropriada ou saco de plástico limpo. Essa porção de
solo (amostra composta) será enviada ao laboratório para a análise do solo
(INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996).

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DOSSIÊ TÉCNICO

Figura 4 – Ziguezague para retirada das amostras


Fonte: EDUCAR USP, 2011 apud MOREIRA et al., 2012

Uma vez determinados os talhões na planta baixa, delimita-se a profundidade da


amostragem, que, por sua vez, está diretamente relacionada ao solo com maior densidade
de raízes e características do perfil do solo natural ou modificado (INSTITUTO
AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996).

As amostrar retiradas de cada parte do solo deve ter 500g e, cada uma, deve ser colocada
em sacos plásticos, identificadas e enviadas a laboratórios (INSTITUTO AGRONÔMICO DO
PARANÁ, 1996).

6.1.1.1 Frequência de Amostragem


Considerando aspectos como a intensidade do uso do solo e os tipos de cultivo adotados
nestes, principalmente por conta dos critérios de correção de acidez e de adubação do solo,
as amostragens do solo podem ser realizadas em intervalos de 3 a 5 anos (INSTITUTO
AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996).

6.1.2 Adubação orgânica


“Os fertilizantes orgânicos sólidos e líquidos são todos aqueles materiais de procedência
mineral, vegetal ou animal que podem ser utilizados para fertilizar os solos como um todo e,
assim, adubar as culturas” (COSTA, 2012).

Como o sistema de raízes da pitaia é superficial, ela é capaz de absorver rapidamente


pequenas quantidades de nutrientes no solo. Isso “ajuda a formação de cultivos orgânicos,
já que a utilização de compostos orgânicos e estercos de origem animal têm sido usados na
Califórnia com grande sucesso, inclusive sem suplementação mineral” (CAVALCANTE,
2008).

Com a finalidade de manter a umidade, temperatura e características texturais e químicas


do solo, é necessário que a terra adequada para o cultivo comercial da pitaia deve
apresentar um percentual de matéria orgânica considerado alto (7%) o que justifica o
fornecimento de produtos orgânicos ao solo. Dentre os benefícios que a adubação orgânica
vem trazendo, estão (CAVALCANTE, 2008):
(...) a melhoria das propriedades químicas, por meio do fornecimento de
nutrientes, aumento da capacidade de troca catiônica (CTC), formação de
complexos e aumento do poder tampão; nas propriedades físicas, o
aumento na estabilidade de agregados e melhoria na estrutura do solo que
se traduz em melhor aeração, permeabilidade, retenção de água e
resistência à erosão; e ainda, a biologia do solo pelo aumento da atividade
biológica (CAVALCANTE, 2008).

A pitaia depende de alguns elementos que devem ser fornecidos via fertilização: o nitrogênio
(N), fósforo (P) e potássio (K). Estimulando a emissão de raízes e brotos mais vigorosos, o
nitrogênio é mais requerido pela planta durante o crescimento vegetativo até o pré-
florescimento da planta. Por sua vez, a função do potássio é promover o aumento no
diâmetro do caule da pitaia, além de ser um dos elementos mais requeridos devido à sua

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Cultivo de pitaia

função de translocação de carboidratos e regulação de abertura e fechamento de


estômatos. O fósforo é mais demandado pela pitaia no início da formação de frutos. Além
destes, o Boro possui importante função no pegamento tamanho e massa dos frutos
(HERNANDEZ, 2000; LUDERS, 2004; INTA, 2002; MARSCHNER, 2005; INFANTE, 1996
apud CAVALCANTE, 2008).

6.1.3 Calagem
A fim de corrigir o PH do solo, aplica-se calcário no solo, com os objetivos de elevar os
teores de cálcio e magnésio e neutralizar o alumínio trivalente (elemento tóxico para as
plantas). A este processo, denomina-se calagem, quem tem como função o
desenvolvimento satisfatório das culturas (CALAGEM, 2013). A depender dos resultados da
análise do solo, este é pode ser um processo indicado. Segundo Moreira et al. (2012), essa
é a única forma de se corrigir o solo em profundidade sem arriscar a qualidade do pomar.

Uma vez implantada a cultura, havendo a necessidade de calagem, a profundidade máxima


que se coloca o calcário atinge 10 cm, com o agravante de danificação do sistema radicular
das plantas. Moreira et al. (2012) recomenda, ainda, para a realização da calagem em
terrenos recém-descobertos, a “dar preferência ao calcário dolomítico e distribuí-lo em área
total, com antecedência mínima de três meses. A incorporação deve ser feita em duas
etapas, cinquenta por cento antes da aração e a outra metade na gradagem”.

Figura 5 - Máquina de Calagem


Fonte: CALAGEM, 2013

7 PLANTIO

7.1 Marcação das covas


O espaçamento deve ser definido antes da demarcação das covas (recomenda-se o
espaçamento de 3m x 3m ou 2m x 3m). Moreira et al. (2012) explica que se deve adotar o
alinhamento em retas paralelas aos carreadores, quando o terreno for plano (Fig.6). É
preciso utilizar linhas retas paralelas às linhas de nível (cortando as águas), quando o
terreno apresentar declive uniforme (Fig. 7). A demarcação das covas nos dois casos é
utilizada com o auxílio de linhas intermediárias, distanciadas 40 metros umas das outras.

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DOSSIÊ TÉCNICO

Figura 6 - Alinhamento em retas paralelas ao carreador.


Fonte: MOREIRA et al., 2012.

Figura 7 - Alinhamento em retas paralelas à linha de nível.


Fonte: MOREIRA et al., 2012.

7.2 Preparo das covas


O procedimento de preparo das covas é necessário ocorrer com 60 dias de antecedência do
plantio. Quando o número de plantas é pequeno, Moreira et al. (2012) recomenda a abertura
das covas deve ser feita com sulcador, broca mecânica ou manualmente, com dimensão
mínima de 60 x 60 x 60 cm. No caso de abertura manual, é necessário deve obedecer à
separação do solo da superfície e do fundo da cova, conforme figura 8.

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Cultivo de pitaia

Figura 8 - Abertura da Cova.


Fonte: MOREIRA et al., 2012.

A partir do resultado da análise de solo e das necessidades da planta, é preciso encher a


cova com adubo, fechá-la, colocar uma estaca para demarcação do centro da cova e, após
30 dias, realizar o plantio.

7.3 Tutoramento das mudas


Mouco ([200-?]) define o tutoramento como a condução do caule da planta para um
crescimento vertical, de forma a evitar a ação danosa dos ventos na instalação das mudas
(Fig. 9). Segundo Bacher (2010), no caso das pitaias, o procedimento pode ser realizado
com mourões de madeira tratada, postes de concreto e até caules de frutíferas (ex.
tangerineiras, laranjeiras, etc.) que depois de serem podados podem ser usados para
tutoramento.

Pode ser utilizado um tutor para cada 1 ou 2 mudas, espaçadas 3 metros entre elas e 4
metros as ruas. Quando plantada para fins domésticos, a pitaia pode ser plantada em caules
de árvores, de preferência de porte baixo para não dificultar na hora da colheita. Alguns
produtores utilizam quadros de madeira fixados no ápice dos mourões para um melhor
tutoramento. Apesar de aumentar um pouco mais o trabalho, apresenta melhores resultados
(BACHER, 2010).

Figura 9 - Tutoramento da Pitaia


Fonte: PASQUAL et al, 2000.

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DOSSIÊ TÉCNICO

Por sem uma planta trepadeira, Moreira et al. (2012) explica que o tutoramento da muda da
pitaia deve ser feito com um mourão de aproximadamente 1,80 m de altura. Além disso, é
recomendável que na extremidade desse mourão coloque-se uma trave ou qualquer outro
tipo de suporte para sustentação das brotações produtivas. Para facilitar o crescimento da
planta, e o sentido do mourão, é recomendado fazer a amarração com barbante no mourão.

7.4 Plantio das mudas


Como, após a irrigação, o solo vai compactar, Moreira et al. (2012) recomenda que a muda
seja plantada a cinco centímetros acima do nível do solo, a fim de não soterrar e, como
consequência, apodrecer. Além disso, é importante apertar bem a muda contra o solo,
evitando deixar espaços vazios. Bacher (2010) indica, ainda, que, enquanto às mudas
novas, ainda estiverem estocadas em viveiros, é aconselhável que se utilize o
sombreamento das mudas.

7.5 Crescimento
Quando as pitaias começam a crescer, nascem as brotações laterais. Cada segmento ou
brotação é denominado de cladódio. Recomenda-se poda-los, deixando apenas um ou dois
cladódios, que deverão ser conduzidos até a parte superior do mourão. Após alcançar a
trave do mourão, é preciso deixar todos os cladódios acima dela. Esses serão os cladódios
produtivos; recomenda-se amarra-los com barbante. A figura 10 mostra que “todos os
cladódios emitidos lateralmente abaixo da trave do mourão devem ser retirados, pois são
pouco produtivos e atrapalham o crescimento da planta” (MOREIRA et al., 2012).

Figura 10 - (A) Pitaia com brotações laterais, (B) Pitaia com as brotações laterais retiradas e (C)
Condução dos cladódios acima da trave do mourão.
Fonte: (MOREIRA et al., 2012)

8 PROPAGAÇÃO

A pitaia é uma espécie que pode ser propagada facilmente, por via seminífera e por partes
vegetativas. Porém, a propagação por sementes apresenta algumas desvantagens, dentre
as quais desuniformidade e início tardio da produção, comparado às plantas provenientes
de estacas. O uso de sementes é restrito a programas de melhoramento da espécie. “Por
esse método, é preciso ter cuidados quanto à profundidade de plantio da semente, que
necessita ser superficial, e à perda de vigor das sementes, na maioria das vezes
relacionada ao armazenamento; isso induz a germinação desuniforme e demorada” (PITAIA,
[200-?]).

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Cultivo de pitaia

Para a formação de pomares de pitaia, utiliza-se o método assexuado, a partir de estacas


(cladódios), por ser um método simples e rápido. Para tanto, é possível a utilização de
segmentos de diferentes tamanhos, com excelentes percentuais de enraizamento. “A
vantagem de se utilizar segmentos maiores e inteiros, é que mais rapidamente a muda
estará pronta para o plantio” (PITAIA, [200-?]).

9 COLHEITA E BENEFÍCIOS DO ENSACAMENTO DO FRUTO

A colheita é feita periodicamente com os frutos no estádio de vez, pois amadurecem após a
colheita e conservam-se mais. Deve ser feita pelo corte com tesoura do pedúnculo do fruto e
com cuidado. Após a colheita, os frutos são lavados para limpar e classificar, o que se faz
com pano e com corte dos restos florais e das escamas mais secas (DONADIO, 2009).

Uma vez colhidas, a fim de proteger do ataque de pragas, a incidência de doenças e


manutenção da qualidade dos frutos, as pitaias passam por um processo de ensacamento.
Apesar do aumento dos custos, esse procedimento pode garantir melhor qualidade e,
consequentemente, menor preço de venda (COSTA, 2012).

Conclusões e recomendações
Conc lus õe s e r ec om e nda çõ es

Através deste dossiê pode-se verificar como ocorre todo o processo e quais técnicas,
materiais e equipamentos são necessários para o cultivo da pitaia. Foram abordados tópicos
como a amostragem do solo a ser utilizada, marcação das covas quais ferramentas
utilizadas para a amostragem e preparo das covas, quais os tipos de pitaias existentes e a
manutenção pósplantio.

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17 2022 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT

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