Pitaya
Pitaya
Pitaya
Cultivo de pitaia
Julho/2013
Edição atualizada em maio/2022
Cultivo de pitaia
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Dossiê Técnico ARAGÃO FILHO, José Expedito Lustosa de; ARAGÃO, Nicolas
Sant’Anna
Cultivo de pitaia
Instituto Euvaldo Lodi – IEL/BA
31/7/2013
Resumo Também conhecida como fruta do dragão, por causa da casca
irregular e dos gomos escamosos, a pitaia tem um leve sabor
adocicado, que lembra o do kiwi. O dossiê trará informações
sobre o cultivo da pitaia, os tipos de pitaias existentes, clima e
solo adequado.
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Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3
2 OBJETIVO.......................................................................................................................... 3
3 CACTACEAE ..................................................................................................................... 4
3.1 Espécies...................................................................................................................... 4
4 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS .................................................................................... 4
4.1 Fruto ............................................................................................................................ 4
4.2 Flores .......................................................................................................................... 5
4.3 Ramos ......................................................................................................................... 5
4.4 Sementes .................................................................................................................... 6
5 CARACTERÍSTICAS AGROECOLÓGICAS ...................................................................... 6
5.1 Clima e intensidade luminosa ................................................................................... 6
5.2 Solo ............................................................................................................................. 6
6 CULTIVO ............................................................................................................................ 7
6.1 Preparação do solo .................................................................................................... 7
6.1.1 Amostragem de Solo ........................................................................................... 7
6.1.2 Adubação orgânica .............................................................................................. 9
6.1.3 Calagem.............................................................................................................. 10
7 PLANTIO .......................................................................................................................... 10
7.1 Marcação das covas................................................................................................. 10
7.2 Preparo das covas.................................................................................................... 11
7.3 Tutoramento das mudas .......................................................................................... 12
7.4 Plantio das mudas .................................................................................................... 13
7.5 Crescimento.............................................................................................................. 13
8 PROPAGAÇÃO ................................................................................................................ 13
9 COLHEITA E BENEFÍCIOS DO ENSACAMENTO DO FRUTO ....................................... 14
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................................................. 14
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 14
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
A Pitaia é uma fruta extravagante. Quando se olha pela primeira vez, ela lembra um pouco
da nona, pelos gomos aparentes na casca. Mas, diante de gomos tão exagerados, a fruta
ganhou o apelido de Fruta-do-Dragão (RICARDO, 2010).
Há alguns anos, a pitaia era desconhecida. Atualmente ocupa um valor muito grande no
mercado de frutas exóticas da Europa. Trata-se de uma frutífera durável, que possui uma
expectativa de mais de 10 anos de produção. Com isso, todo o seu planejamento deve ser
muito bem feito, cercado de todos os cuidados possíveis para garantir o sucesso do
empreendimento (MOREIRA; CRUZ, 2011).
Existem quatro variações de pitaia que diferem em cores da casca e das respectivas polpas.
As mais conhecidas são pitaia vermelha, pitaia amarela, pitaia branca e pitaia do cerrado.
Suas flores apresentam numerosos estames com pólen abundante, porém com mecanismo
contra a autopolinização. As sementes da pitaia podem chegar a medir três milímetros de
diâmetro (MOREIRA et al., 2012; RICARDO, 2010; MARQUES, 2008).
O período necessário entre a marcação das covas e o plantio é de 60 dias. Isso ocorre
somente após a avaliação das amostras do solo, uma vez que esta é uma informação
primordial para a adubação do solo. Neste período, são feitas das marcações das covas e
as covas propriamente, são inseridos os produtos que compõem o adubo e, enfim, realizado
o plantio (MOREIRA et al., 2012; BACHER, 2010).
Donadio (2009) recomenda que a colheita seja feita periodicamente com os frutos no
estádio de vez, uma vez que amadurecem após a colheita e conservam-se mais. Costa
(2012), por sua vez, sugere que os frutos recém-colhidos sejam ensacados, como forma de
conservar a qualidade de fruto e, como consequência, aumentar o preço de venda.
2 OBJETIVO
teve como objetivo avaliar características físicas e químicas da planta e seus frutos, dispor
sobre a variabilidade genética de acessos a pitaia, que tem grande potencial comercial,
informar sobre características de seu cultivo e fornecer informações e esclarecimentos que
possam orientar os interessados em dar início ao plantio dessa frutífera em suas
propriedades.
3 CACTACEAE
A pitaia é uma planta da família Cactaceae, que se caracterizam pela “presença de aréolas
com pelos e espinhos, caule suculento (cladódio – órgão tipo caule) casca verde e ausência
de folhas copadas” (BUXBAUM, 1955 apud MARQUES, 2008).
Marques (2008) explicam, ainda, que Cactaceae são plantas muito desenvolvidas
fisiologicamente. Adaptaram sua forma de respirar para evitar a perda de água durante o
dia. Possuem crescimento lento e, a maior parte do tempo, armazenam água nos seus
tecidos.
3.1 Espécies
Quatro gêneros englobam os diversos tipos de pitaia: Stenocereus, Cereus, Selenicereus e
Hylocereus. Esses gêneros diferem quanto ao fruto. Dentre os seus frutos mais conhecidos,
estão a pitaia amarela (Selenicereus megalanthus), que tem casca amarela e polpa branca,
e a pitaia vermelha (Hylocereus sp.), com a casca vermelha e a polpa branca ou vermelha,
dependendo da espécie. A seguir, Moreira et al. (2012) explicam a grande variabilidade
entre as espécies, tanto em termos de tamanho como com relação à coloração e ao sabor
das frutas.
4 CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS
4.1 Fruto
Doce e leve, a pitaia vermelha, de espécie Hylocereus costaricensis, apresenta coloração
vermelha tanto na casca quanto na polpa. Seu sabor assemelha-se ao do kiwi, com uma
mistura de beterraba (MOREIRA et al., 2012; RICARDO, 2010).
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DOSSIÊ TÉCNICO
4.2 Flores
Grande e de coloração branca, as flores apresentam numerosos estames com pólen
abundante. Caracterizam-se, também, serem completas, andróginas, solitárias e medirem
cerca de 20 a 30 cm de largura. Exalam um cheiro forte, crescem diretamente dos cladódios
e originam-se na primavera. A fim de evitar a autopolinização, possuem o estigma mais
elevado que as anteras e abrem-se durante a noite, fechando-se nas primeiras horas do dia
(MARQUES, 2008).
4.3 Ramos
Os ramos da pitaia são triangulares, suculentos, espinhosos e possuem flores brancas e
grandes, quanto à planta, ela é perene, trepadeira, com raízes adventícias, que a permite se
fixar em árvores ou pedras (Fig. 2). O cultivo pode ser realizado em regiões situadas desde
o nível do mar até 1.500 metros acima. (ESPIRITO SANTO, 2013).
Figura 2 – Anatomia da planta onde: (A) Planta de pitaia; (B) Cladódio; (C) Flor; (D) Fruto
Fonte: MARQUES, 2008.
4.4 Sementes
As sementes da pitaia podem chegar a medir três milímetros de diâmetro, são muito
numerosas, possuem uma coloração escura e podem ser encontradas distribuídas em toda
a polpa. (MARQUES, 2008).
5 CARACTERÍSTICAS AGROECOLÓGICAS
Podendo ser cultivada em níveis de até 1000 metros acima do nível do mar a pitaia, adapta-
se melhor em temperaturas entre 18 a 26 graus centígrados. A pitaia também se desenvolve
em climas mais secos, porém períodos de chuvas de 1200 a 1500 mm ao ano são ideais
para o desenvolvimento da cultura. (PITAIA, [200-?]).
Mizrahi e Nerd (1999 apud CAVALCANTE, 2008) confirmam essa particularidade da pitaia,
informando que planta que não pode ser cultivada sem proteção em função da intensidade
de radiação. Observaram, ainda, que o dossel da pitaia sofre queimaduras e pode chegar à
morte. Robles et al. (2000 apud CAVALCANTE, 2008) completam afirmando que, no
México, somente a espécie Stenocereus sp. se encontram sob total exposição direta à luz
solar produzem frutos, o que também é reportado para a Guatemala
O crescimento e o desenvolvimento das plantas, bem como a produção dos frutos, estão
intimamente ligados à intensidade luminosa. Segundo Mizrahi e Nerd (1999 apud
CAVALCANTE, 2008), não é recomendado o cultivo da pitaia em regiões com temperatura
inferior a 4ºC ou superior à 38ºC.
5.2 Solo
“Os solos que oferecem melhores condições para o desenvolvimento do cultivo da pitaia são
os de pH entre 5.5 e 6.5 e não compactados, ricos em matéria orgânica, bem drenados e de
textura bem solta” (PITAIA, [200-?]).
Além disso, Guzman (1994 apud CAVALCANTE, 2008) explica que “o solo adequado para o
cultivo comercial da pitaia deve apresentar um percentual de matéria orgânica considerado
alto (7%) com a finalidade de manter a umidade, temperatura e características texturais e
químicas do solo”.
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DOSSIÊ TÉCNICO
6 CULTIVO
Os níveis de fertilidade do solo podem variar de acordo com a área a ser amostrada. Para a
sua delimitação é preciso considerar sua uniformidade dentro da unidade a ser amostrada e
subdividi-la em talhões, a fim de garantir que apresentem maior homogeneidade em relação
à topografia, vegetação, espécie cultivada, sistemas de cultivo e manejo do solo,
características físicas (textura), cor, profundidade do solo, drenagem, etc. No entanto, antes
de delimitar na terra, recomenda-se utilizar uma planta-baixa da propriedade a fim de
demarcar e identificar numericamente as áreas delimitadas. A figura 3 ilustra a divisão de
uma área a ser amostrada em talhões (INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996).
Para a retirada das porções de terra a serem analisados, sugere-se seguir os seguintes
passos (INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ, 1996):
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DOSSIÊ TÉCNICO
As amostrar retiradas de cada parte do solo deve ter 500g e, cada uma, deve ser colocada
em sacos plásticos, identificadas e enviadas a laboratórios (INSTITUTO AGRONÔMICO DO
PARANÁ, 1996).
A pitaia depende de alguns elementos que devem ser fornecidos via fertilização: o nitrogênio
(N), fósforo (P) e potássio (K). Estimulando a emissão de raízes e brotos mais vigorosos, o
nitrogênio é mais requerido pela planta durante o crescimento vegetativo até o pré-
florescimento da planta. Por sua vez, a função do potássio é promover o aumento no
diâmetro do caule da pitaia, além de ser um dos elementos mais requeridos devido à sua
6.1.3 Calagem
A fim de corrigir o PH do solo, aplica-se calcário no solo, com os objetivos de elevar os
teores de cálcio e magnésio e neutralizar o alumínio trivalente (elemento tóxico para as
plantas). A este processo, denomina-se calagem, quem tem como função o
desenvolvimento satisfatório das culturas (CALAGEM, 2013). A depender dos resultados da
análise do solo, este é pode ser um processo indicado. Segundo Moreira et al. (2012), essa
é a única forma de se corrigir o solo em profundidade sem arriscar a qualidade do pomar.
7 PLANTIO
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DOSSIÊ TÉCNICO
Pode ser utilizado um tutor para cada 1 ou 2 mudas, espaçadas 3 metros entre elas e 4
metros as ruas. Quando plantada para fins domésticos, a pitaia pode ser plantada em caules
de árvores, de preferência de porte baixo para não dificultar na hora da colheita. Alguns
produtores utilizam quadros de madeira fixados no ápice dos mourões para um melhor
tutoramento. Apesar de aumentar um pouco mais o trabalho, apresenta melhores resultados
(BACHER, 2010).
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DOSSIÊ TÉCNICO
Por sem uma planta trepadeira, Moreira et al. (2012) explica que o tutoramento da muda da
pitaia deve ser feito com um mourão de aproximadamente 1,80 m de altura. Além disso, é
recomendável que na extremidade desse mourão coloque-se uma trave ou qualquer outro
tipo de suporte para sustentação das brotações produtivas. Para facilitar o crescimento da
planta, e o sentido do mourão, é recomendado fazer a amarração com barbante no mourão.
7.5 Crescimento
Quando as pitaias começam a crescer, nascem as brotações laterais. Cada segmento ou
brotação é denominado de cladódio. Recomenda-se poda-los, deixando apenas um ou dois
cladódios, que deverão ser conduzidos até a parte superior do mourão. Após alcançar a
trave do mourão, é preciso deixar todos os cladódios acima dela. Esses serão os cladódios
produtivos; recomenda-se amarra-los com barbante. A figura 10 mostra que “todos os
cladódios emitidos lateralmente abaixo da trave do mourão devem ser retirados, pois são
pouco produtivos e atrapalham o crescimento da planta” (MOREIRA et al., 2012).
Figura 10 - (A) Pitaia com brotações laterais, (B) Pitaia com as brotações laterais retiradas e (C)
Condução dos cladódios acima da trave do mourão.
Fonte: (MOREIRA et al., 2012)
8 PROPAGAÇÃO
A pitaia é uma espécie que pode ser propagada facilmente, por via seminífera e por partes
vegetativas. Porém, a propagação por sementes apresenta algumas desvantagens, dentre
as quais desuniformidade e início tardio da produção, comparado às plantas provenientes
de estacas. O uso de sementes é restrito a programas de melhoramento da espécie. “Por
esse método, é preciso ter cuidados quanto à profundidade de plantio da semente, que
necessita ser superficial, e à perda de vigor das sementes, na maioria das vezes
relacionada ao armazenamento; isso induz a germinação desuniforme e demorada” (PITAIA,
[200-?]).
A colheita é feita periodicamente com os frutos no estádio de vez, pois amadurecem após a
colheita e conservam-se mais. Deve ser feita pelo corte com tesoura do pedúnculo do fruto e
com cuidado. Após a colheita, os frutos são lavados para limpar e classificar, o que se faz
com pano e com corte dos restos florais e das escamas mais secas (DONADIO, 2009).
Conclusões e recomendações
Conc lus õe s e r ec om e nda çõ es
Através deste dossiê pode-se verificar como ocorre todo o processo e quais técnicas,
materiais e equipamentos são necessários para o cultivo da pitaia. Foram abordados tópicos
como a amostragem do solo a ser utilizada, marcação das covas quais ferramentas
utilizadas para a amostragem e preparo das covas, quais os tipos de pitaias existentes e a
manutenção pósplantio.
Referências
Refer ê ncia s
DONADIO, L. C. Pitaia. Revista Brasileira Fruticultura. Jaboticabal, v.31, n.3, set. 2009.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbf/a/cq7JmmnPgWXb369PYvmMKYn/?lang=pt>.
Acesso em: 13 mai. 2022.
ESPIRITO SANTO. Governo do Estado do Espirito Santo. Pitaia: fruta exótica que auxilia
na prevenção do câncer. [Vitória], 2013. Acessado através do link <
http://www.es.gov.br/Noticias/157161/pitaya-fruta-exotica-que-auxilia-na-prevencao-do-
cancer.htm> em: 29 jul. 2013.
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DOSSIÊ TÉCNICO
MOREIRA, R. A.; CRUZ, M. C. M. Pitaia das mais diversas formas e cores. [São José do
Rio Pardo], 2011. Acessado através do link <http://fruticultura.webnode.com.br/news/pitaia-
das-mais-diversas-formas-e-cores/> em: 29 jul. 2013.
WATANABE, A. M. et al. Por que fazer análise de solo? Universidade Federal do Paraná,
Projeto de Extensão Universitária Solo Planta. Curitiba, 2002. Disponível em:
<http://www.soloplan.agrarias.ufpr.br/analisedesolo.htm>. Acesso em: 13 mai. 2022.