Erlandia X Itau
Erlandia X Itau
Erlandia X Itau
Em face de ITAU UNIBANCO S.A., pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ
sob o nº 60701190000104, com endereço na PC ALFREDO EGYDIO DE SOUZA
ARANHA – 100 – BLOCO TORRE OLAVO SETUBAL, PARQUE JABAQUARA - SAO
PAULO/SP, CEP: 04.344-902, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos.
JUSTIÇA GRATUITA
DOS FATOS
1. Possuía uma conta para recebimento de salário na instituição da ré, porém, ao mudar a
empresa em que trabalhava, a autora realizou a portabilidade da conta para o Banco do
Brasil.
2. A autora ao realizar a portabilidade, foi até a sua agência na instituição da ré, realizou
o CANCELAMENTO DO CARTÃO QUE POSSUÍA, pagando o que estava em
aberto.
5. De imediato a autora realizou uma consulta de seu CPF, e para a sua SURPRESA,
CONSTA UMA NEGATIVAÇÃO FEITA PELA RÉ, conforme imagem abaixo e
juntada nos autos:
6. A autora, juntamente com seu esposo, procurou a agência da ré, sendo atendida foi
informada de que NÃO CONSTAVA EM SISTEMA NENHUMA PENDÊNCIA e
QUE DEVERIA IGNORAR.
8. A autora com seu esposo, entrou em contato através de ligação para a central da ré
(conforme áudio nos autos), ao passo que informou o ocorrido e a atendente
comunicou de que o ANTIGO CARTÃO DA AUTORA SE ENCONTRAVA
CANCELADO, mas que havia um débito de JANEIRO de 2024, suposto débito este,
objeto da NEGATIVAÇÃO DO CPF DA AUTORA.
A Requerida não somente praticou uma conduta NEGLIGENTE no trato com seus clientes,
como vem mantendo o nome da Requerente negativado nos órgãos de proteção ao crédito,
sem, contudo, comprovar ao mesmo a regularidade da negativação, muito menos ter realizado
NOTIFICAÇÃO PRÉVIA, ainda mais que a autora já havia realizado quitação do que se
encontrava em aberto anteriormente, para que a conta pudesse ser CANCELADA.
Com efeito, a conduta da Ré merece ser rechaçada, máxime quando rotineira, razão qual deve
ser compelida a indenizar os danos morais provocados à Requerente.
DO DIREITO
(…)
§ 2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.”
Com isso, fica espontâneo o vislumbre da responsabilização da Requerida sob a égide da Lei
nº 8.078/90, visto que se trata de um fornecedor de serviços que, independentemente de culpa,
causou danos efetivos a um de seus consumidores.
Percebe-se, outrossim, que a requerente deve ser beneficiada pela inversão do ônus da prova,
pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista
que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram a
verossimilhança do pedido, conforme disposição legal:
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual
perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no caso ora debatido, o
Requerente realmente deve receber a supracitada inversão, visto que se encontra em estado de
hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, que possui
maior facilidade em produzir as provas necessárias para a cognição do Excelentíssimo
magistrado.
DANO MORAL
contrário, como informado pela própria atendente, tal cancelamento não poderia ter
sido realizado, com dividas em aberto.
O certo é que até o presente momento, a AUTORA permanece com seu nome registrado no
cadastro do SERASA conforme extrato em anexo, por conta de um suposto débito JAMAIS
NOTIFICADO À AUTORA, que jamais possuiu qualquer anotação em seu CPF.
A empresa requerida atualmente está agindo com manifesta negligência e evidente descaso
com a AUTORA, pois jamais poderia ter cobrado suposta dívida e muito menos manter o
nome da AUTORA junto ao cadastro de inadimplentes, sem qualquer NOTIFICAÇÃO
PRÉVIA e ESCRITA.
A conduta da ré, sem dúvida, causou danos à imagem, à honra e ao bom nome da Autora que
permanece nos cadastros do SERASA, de modo que se encontra com uma imagem de
“PÉSSIMA PAGADORA” perante a sociedade, de forma absolutamente indevida, eis que
nada deve.
Desta forma, não tendo providenciado a retirada do nome da AUTORA dos cadastros dos
serviços de proteção ao crédito, não pode a empresa requerida se eximir da responsabilidade
pela reparação do dano causado, pelo qual responde.
É oportuno aqui Excelência, fazer referência à Constituição Federal de 1988, que é muito
clara ao dispor, no seu art. 5º, inciso X, “verbis”:
Dessa forma, claro é que a empresa requerida, ao cometer imprudente ato, afrontou
confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito, devendo, por isso, ser
condenada à respectiva indenização pelo dano moral sofrido pelo Autor.
Diante do narrado, fica claramente demonstrado o absurdo descaso e negligência por parte da
requerida, que permaneceu com o nome do AUTOR até o presente momento inserido no
cadastro do SERASA, fazendo-o passar por um constrangimento lastimável.
A única conclusão a que se pode chegar é a de que a reparabilidade do dano moral puro não
mais se questiona no direito brasileiro, porquanto uma série de dispositivos, constitucionais e
infraconstitucionais, garantem sua tutela legal.
• Ato ilícito, causado pelo agente, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência;
Evidente, pois, que devem ser acolhidos os danos morais suportados, visto que, em razão de
tal fato, decorrente da culpa única e exclusiva da EMPRESA REQUERIDA, este teve a
sua moral afligida e sofreu constrangimento de ordem moral, o que inegavelmente consiste
em meio vexatório.
Dano moral, frise-se, é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou diminua o
seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem com reflexo
perante a sociedade.
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo”.
Indubitavelmente, feriu fundo à honra da autora ver seu nome protestado por um suposto
débito JÁ QUITADO para que a sua conta pudesse ser CANCELADA, espalhando por todo e
qualquer lugar que fosse a falsa informação de que é inadimplente.
Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da reparação, vez que não
existem critérios determinados e fixos para a quantificação do dano moral, a reparação do
dano há de ser fixada em montante que desestimule o ofensor a repetir o cometimento do
ilícito.
Bem se vê, à saciedade, ser indiscutível a prática de ato ilícito por parte do requerido,
configurador da responsabilidade de reparação dos danos morais suportados pela autora.
DA TUTELA ANTECIPADA
Diante de todos os fatos aqui relatados e documentos juntados, bem como a própria
declaração da atendente de que a conta e cartão já se encontram CANCELADOS.
A tutela pretendida nesta demanda deverá ser concedida de forma antecipada, posto que a
parte autora preencha os requisitos do artigo 273 do CPC, pois dentre os documentos juntados
se encontram provas suficientes da NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.
Por outro lado, também há fundado receio de dano irreparável, ou de difícil reparação tendo
em vista a negativação do nome da autora gerar na sociedade a “IMPRESSÃO DE UM
MAL PAGADOR” na pessoa da AUTORA.
Portanto, se a tutela for postergada até a sentença final, possivelmente a parte autora já terá
sofrido danos irreparáveis.
Assim sendo, pelos motivos acima discutidos e demonstrados, desde já, requer seja concedida
a TUTELA ANTECIPADA, onde a empresa Ré, deverá imediatamente retirar do quadro de
devedores o nome da AUTORA, sob pena de agravar-se ainda mais a situação.
DOS PEDIDOS
a) Seja deferido o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, para que a empresa
reclamada retire o nome da Autora do banco de dados do Serviço de Proteção
ao Crédito, sob pena de multa diária a ser arbitrada por este douto juízo;
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.