19 PDG GEO 7ANO 3BIM Sequencia Didatica 2 TRTA
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Geografia – 7º ano
3º bimestre – Sequência didática 2
Por meio desta sequência didática, pretende-se que os alunos iniciem seus estudos com base
em exemplos do cotidiano (como o da produção e origem do alimento que consomem diariamente)
para que reflitam sobre a complexidade do campo brasileiro. São desenvolvidas questões relacionadas
tanto ao modo de produzir quanto aos conflitos existentes historicamente no campo e que envolvem
a propriedade da terra no Brasil.
Objetivos de aprendizagem
• Entender o espaço agrário brasileiro, analisando e refletindo os aspectos socioeconômicos e
ambientais, negativos e positivos, da atividade agropecuária.
• Identificar os conflitos e as tensões envolvidos no tema, reconhecendo e analisando as lutas
e as territorialidades de grupos e comunidades presentes no espaço agrário brasileiro.
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Desenvolvimento
Aula 1 – A complexa realidade do campo brasileiro
Duração: cerca de 45 minutos.
Local: em sala de aula.
Organização dos alunos: sentados individualmente em suas carteiras, de frente para a lousa.
Recursos e/ou material necessário: lousa, giz/caneta, lápis, borracha, caderno e caneta.
Com o intuito de resgatar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do espaço agrário
brasileiro, inicie a aula escrevendo na lousa duas questões:
Em seguida, peça que leiam suas respostas e, na lousa, liste as principais informações que eles
possam ter apontado.
Em relação à primeira pergunta, por exemplo, é provável que haja respostas dizendo que os
alimentos vêm do supermercado, açougue, feira livre, etc. e que são produzidos pela indústria. Outras
podem relatar que os alimentos vêm do campo e são produzidos pelos agricultores rurais. Note que,
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para a mesma pergunta, é possível mediar um bom debate, conduzindo a turma a perceber que os
alimentos têm a origem no campo.
Na segunda questão, com base nas respostas dos alunos, direcione a conversa para os tipos
de manejo que cada alimento requer, de modo que entendam que os manejos são diferenciados para
atender demandas específicas de produção. Aproveite esse momento para, de forma ainda
introdutória, esclarecer que existem diferentes técnicas para se produzir no campo e que há a
agricultura intensiva (caracterizada, principalmente, pela mecanização, pelo uso de insumos e
acompanhamento de um técnico para o manejo do campo) e a agricultura extensiva (que é marcada
pelo baixo emprego de tecnologia em seu manejo).
Solicite aos alunos que façam a leitura de cada uma das imagens com base no que foi discutido
na aula anterior, observando suas características e as semelhanças e diferenças entre elas. Questione-os:
“Que tipo de produção há nas imagens?”, “Existe diversidade nessas produções?”, “Há máquinas operando
ou trabalhadores lavrando a terra?” e “Há áreas de mata, rios e lagos no entorno das produções?”.
Durante a análise, anote na lousa as contribuições dos alunos, foto por foto, ou seja, os
elementos elencados por eles na atividade. Isso fortalece a compreensão de todos sobre o conteúdo
que será exposto na atividade seguinte.
Após a discussão sobre as imagens, caracterize para os alunos o que é agricultura familiar
(camponesa) e agricultura comercial (agronegócio).
Explique que a agricultura familiar é uma atividade realizada por meio do trabalho de uma
família em pequenas propriedades. Geralmente, o cultivo é diversificado e uma parte da produção é
destinada para o autoconsumo da família produtora, enquanto a outra parte é destinada ao comércio
local. Dessa forma, os produtores garantem seu sustento: alimentando-se dos próprios produtos e
comprando aquilo que não produzem com o dinheiro da venda do que foi cultivado. Em geral, utilizam
técnicas extrativistas e um manejo que contribuem para a conservação do solo e a preservação do
meio ambiente.
Após essas explicações, exiba novamente as imagens do início da aula e peça aos alunos que
definam e justifiquem, oralmente, à qual modalidade de produção agrícola elas podem estar relacionadas.
Apresente aos alunos a relação que se estabelece entre o tipo de mercadoria que se produz e
a modalidade de produção agrícola à qual ela está vinculada. Utilize como exemplos o arroz, o feijão,
a soja e a cana-de-açúcar.
O arroz e o feijão, em geral, são cultivados na produção agrícola familiar. Considerando que a
diversidade é uma característica de produção dos pequenos agricultores, há a preocupação de
manutenção e a conservação do meio ambiente para garantir condições de boas safras consorciadas
com outras culturas.
de mata para aumento de sua produção. No que tange às questões sociais, ressalte que a mecanização
presente na agricultura comercial é um dos fatores que gera baixa empregabilidade no campo.
Para dar continuidade à explanação, selecione previamente os mapas produzidos pelo Atlas
da questão agrária brasileira, que tratam das lavouras temporárias: soja, cana-de-açúcar, arroz e feijão
(disponível em: <http://www.atlasbrasilagrario.com.br/__atlas__/lavouras-temporarias>. Acesso em:
21 out. 2018). Considere como referência os anos de 1996 e de 2014. Projete os mapas ou, na ausência
de recurso de projeção, imprima-os e fixe-os na lousa.
Peça aos alunos que façam a leitura dos mapas e anotem no caderno se a produção aumentou
ou diminuiu, em quais estados ela está concentrada, bem como que leiam a legenda relativa ao
tamanho das áreas de produção. Para todos os pares de mapas (soja, cana, arroz e feijão – 1996/2014),
questione-os “Quais são as diferenças apresentadas em relação à produção entre o ano de 1996 e o
de 2014?” e “Como é possível explicar essa diferença quantitativa?”.
Conduza as inferências dos alunos de modo que percebam que a soja e a cana-de-açúcar tiveram
aumento significativo em sua produção e distribuição pelo território nacional – elas são consideradas
mercadorias de grande valor voltadas para o mercado externo e produzidas em uma lógica comercial.
Ao contrário dessas lavouras, o arroz e o feijão – que são produzidos, principalmente, pela agricultura
familiar – tiveram diminuição em sua produção, e são mercadorias voltadas prioritariamente para o
abastecimento do mercado interno.
Então, novamente, questione os alunos: “Quais são os possíveis impactos ambientais gerados
por determinada forma de produção e também pela outra (referindo-se aos modelos agroexportador
e familiar)?” e “O que pode provocar ao meio ambiente esse aumento da produção da monocultura
de soja e cana?”.
Permita que os alunos dialoguem entre si e exponham sua opinião livremente, mediando as
contribuições de modo que as observações se relacionem ao desflorestamento e à contaminação das
águas e dos solos pelo uso excessivo de adubos químicos e pesticidas.
Inicie a aula perguntando aos alunos se eles se recordam de terem visto ou ouvido, em algum
meio de comunicação de massa, matérias relacionadas a conflitos no campo brasileiro por questões
trabalhistas, territoriais, relativas à água ou à construção de obras, etc. Peça a eles que relatem o que
se recordam dessas matérias. É possível que citem as ocupações de terra organizadas pelo Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ou, ainda, os conflitos com os povos indígenas na porção
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sul do Mato Grosso do Sul, onde o agronegócio avança sobre os territórios originários dos povos
daquela região: Kaiowá e Guarani, Terena e Nhandeva.
Prossiga questionando: “Vocês sabem quais são os motivos para que esses conflitos aconteçam?”.
É possível que os alunos citem os conflitos com os trabalhadores rurais sem-terra ou mencionem outros
conflitos no espaço agrário, como a questão da ocupação de terras indígenas ou de quilombolas.
Aproveite esse momento para explicar os motivos dessas contradições, recorrendo a uma breve
contextualização histórica que trate do acesso a terras no Brasil. Nesse sentido, aborde a formação da
propriedade privada capitalista da terra no Brasil e esclareça que, muitas vezes, esta não ocorre pela
compra e venda de terras, mas sim por meio de um processo de apropriação que se denomina
“grilagem” (falsificação de documentos), e que esse é um dado histórico que tem rebatimentos ainda
hoje no campo brasileiro. Logo, esses conflitos têm uma origem comum: sujeitos que se apropriam das
terras que deveriam ser destinadas aos povos indígenas, populações tradicionais, assentamentos de
reforma agrária ou, ainda, Unidades de Conservação. Ressalte que quem teria de fazer esse controle
seria o Estado brasileiro, todavia, por questões de diversas ordens, especialmente políticas, não o faz.
Conduza a análise dessa tabela com os alunos de forma que eles quantifiquem e qualifiquem
sua compreensão com relação a esses conflitos. Para tanto, retome o debate realizado na aula
anterior, que tratou do avanço do agronegócio no território nacional para a produção de mercadorias
voltadas à exportação, com base, agora, nas categorias expostas na tabela: conflitos por terra, por
questões trabalhistas, por água e outros.
Ao analisar o “Total dos conflitos no campo (Brasil)”, oriente-os a verificar o número de pessoas
envolvidas, o tamanho das áreas relacionas aos conflitos (hectares) e, por fim, os assassinatos que
ocorreram nos referidos períodos.
Para finalizar, solicite aos alunos que retomem a questão feita no final da aula 1:
Durante as apresentações orais, analise a coerência e o conteúdo das respostas elaboradas pelos
alunos. Por fim, elucide as eventuais dúvidas e encerre a aula.
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Na aula 1, por meio da participação dos alunos e ao resgatar os conhecimentos prévios sobre o
espaço agrário brasileiro, observe a habilidade de articulação que os alunos demonstram para sustentar
seus argumentos nos debates. Além disso, verifique se perceberam que o campo brasileiro não é
homogêneo e que traz inúmeras contradições no que diz respeito às questões sociais e ambientais.
Por fim, na aula 3, por intermédio da leitura da tabela e da elaboração da resposta à questão
formulada na aula 1, observe o percurso feito pelos alunos para elaborar a análise demandada na
questão que trata do projeto para o campo brasileiro e como justificaram as inserções ou retiradas
de elementos nessa resposta. Verifique também se os alunos compreenderam a relação entre
o avanço do agronegócio e o aumento de conflitos relacionados à terra, à água e às questões
trabalhistas no campo.
1. Explique a importância da agricultura como atividade econômica e diferencie quais são as duas
principais formas de produção no campo brasileiro atualmente.
2. No contexto da luta pela terra no Brasil, é possível afirmar que, ainda hoje, há registros de violência
no campo? Se sim, por que esses conflitos ocorrem? Dê alguns exemplos.
2. Espera-se que os alunos apontem que no Brasil, ainda hoje, são registradas vítimas fatais por
conflitos ocorridos no campo e que esses conflitos ocorrem em razão de disputa do território, luta
pelo acesso à água e por questões trabalhistas e ambientais.