Temperatura Do Óleo No Motor Através de Sensores NTC
Temperatura Do Óleo No Motor Através de Sensores NTC
Temperatura Do Óleo No Motor Através de Sensores NTC
USP 8957047
Murilo da Silva Furlan - N.USP 9013060
Vitor Hugo de Carvalho Gomes - N.USP 8957134
William Koji Yonamine - N.USP 8956992
São Carlos
Junho de 2017
Agradecimentos
1
<http://143.107.182.35/sel/?page_id=33>
2
<http://www.bajaeescusp.com/>
3
<http://143.107.182.35/sel/?page_id=33>
4
<https://www.wr.sc.usp.br/pt/>
Resumo
O objetivo do documento é demonstrar o processo de desenvolvimento, orientações das
etapas propostas para a aquisição da temperatura do óleo no motor do carro do grupo
Baja, o qual possui um projeto de extensão universitária promovido pela SAE (Society of
Automotive Engineers).
A aquisição da temperatura do óleo será realizada através de sensores NTC (Negative
Temperature Coefficient) inseridos internamente ao tanque de óleo do motor com circuitos
de tratamento e discrepância projetados para aprimorar a leitura.
Palavras-chaves: Sensor NTC. Baja. Tanque de óleo. Medição de temperatura.
Lista de ilustrações
Figura 1 – Motor Briggs & Stratton compatível com o utilizado pelo grupo Baja . 8
Figura 2 – Componentes do motor Briggs & Stratton do projeto . . . . . . . . . . 9
Figura 3 – Entrada inferior para reabastecimento e instruções de uso . . . . . . . 9
Figura 4 – Exemplo de tampa usada que será perfurada . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 5 – Funcionamento do termopar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 6 – Exemplo de RDT - PT 100 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 7 – Circuito integrado LM35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 8 – Circuito de linearização final projetado . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 9 – Circuito de Incongruência do Sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 10 – Módulo subtrator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 11 – Circuito módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 12 – Circuito Comparador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 13 – Chave eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 14 – Gráfico da saída linearizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 15 – Gráfico da saída do circuito subtrator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 16 – Gráfico da saída do circuito módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 17 – Gráfico da saída do circuito comparador de janela . . . . . . . . . . . . 21
Figura 18 – Gráfico da saída do circuito média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 19 – Gráfico da saída do circuito de incongruencia . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 20 – Circuito de incongruência do sinal montado em protoboard . . . . . . . 22
Figura 21 – Saída do osciloscópio obtido do circuito subtrator . . . . . . . . . . . . 23
Figura 22 – Saída do osciloscópio obtido do circuito média . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 23 – Saída do osciloscópio obtido do circuito módulo . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 24 – Saída do osciloscópio obtido do circuito comparador de janela . . . . . 24
Figura 25 – Saída do osciloscópio obtido do circuito na etapa final . . . . . . . . . . 24
Figura 26 – Saída saturada no osciloscópio, obtido do circuito modulo . . . . . . . 25
Figura 27 – Saída saturada no osciloscópio, obtido do circuito subtrator . . . . . . 25
Figura 28 – Esquemático da PCI realizada no EAGLE (frontal) . . . . . . . . . . . 26
Figura 29 – Esquemático da PCI realizada no EAGLE (traseira) . . . . . . . . . . . 26
5
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 PROBLEMATIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4 SIMULAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.1 Circuito Linearizador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.2 Circuito de incongruência de sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5 MONTAGEM E TESTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.1 Testes em Protoboard . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.2 PCI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
7 APÊNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7.1 Código MatLab do circuito linearizador . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
6
1 Introdução
O projeto Baja SAE é um desafio lançado aos estudantes de engenharia que oferece
a chance de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, visando
incrementar a preparação dos alunos para o mercado de trabalho. Ao participar do projeto
Baja SAE, o aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de projeto, desde sua
concepção, projeto detalhado e construção final. No Brasil, o projeto recebe o nome de
Projeto Baja SAE BRASIL.
Em vista da proposta proporcionada pelo projeto Baja SAE, a disciplina SEL0352
- Instrumentação Eletrônica II, visa apresentar um desafio prático de projeto de instru-
mentação eletrônica. O problema apresentado foi a medição dinâmica da temperatura do
óleo do motor. A escolha dos componentes utilizados e do método de aquisição de dados,
se deu através de análises técnicas e de custo, visando também um projeto inovador.
O amadurecimento do projeto, ocorreu ao longo de seu desenvolvimento, através de
exposições e palestras realizadas para colegas de classe e professores, onde as ideias de
circuitos e equipamentos eram debatidas.
7
2 Problematização
Figura 1 – Motor Briggs & Stratton compatível com o utilizado pelo grupo Baja
Após conversas com as partes interessadas do grupo BAJA SAE e uma verificação
do carro montado com o motor, observou-se sua disposição e ficou evidente que a entrada
com maior acessibilidade e menor interferência para o uso do carro seria a entrada inferior
para reabastecimento (número 13 na Figura 2). Esta fica exposta na parte traseira do carro
e pode suportar os sensores que realizarão a leitura da temperatura. A entrada está mais
evidenciada na Figura 3.
∙ Termopar
∙ RDT
∙ LM35
3.2.1 Termopar
O termopar é um sensor de temperatura simples e robusto. Seu funcionamento gira
em torno do efeito seebeck, em que a junção de dois metais gera uma tensão em função
da temperatura de cada material.
Apesar de ser um sensor simples, o seu sinal de saída é altamente ruidoso e de difícil
condicionamento, fatores que inviabilizaram a sua escolha para o projeto. Além disso, o
seu preço é muito alto, inviabilizando a sua compra para o projeto.
3.2.2 RDT
O RDT é amplamente utilizado em sistemas de alta performance para a medição
de temperatura. A sua faixa de operação é grande e razoavelmente linear; por isso, o seu
circuito de tratamento de sinal pode ser bastante simples de se implementar.
3.2.3 LM35
O LM35 é um circuito integrado produzido pela Texas Instruments. É um sensor
muito utilizado para aquisição de baixas temperaturas, possuindo uma faixa de tempe-
ratura de operação de −55∘ 𝐶 e 150∘ 𝐶. Em seu funcionamento, o pino de saída (output)
terá um valor de tensão que varia entre a alimentação (Vcc) e o terra (GND), dependendo
da temperatura em que este é submetido.
Capítulo 3. Parâmetros de Estudo e Desenvolvimento 13
3.2.4 Termistor
O termistor dentre todos os sensores, é o sensor mais barato e simples. O termistor
é um semicondutor sensível à temperatura, podendo ser NTC ou PTC, cujo coeficiente
de variação à tensão é negativo e positivo respectivamente. A sua curva característica
de temperatura por resistência apresenta variação exponencial, assim o seu circuito de
condicionamento do sinal precisa levar tal fato em consideração. No mais, o tratamento
do sinal é um grande desafio pois a variação da resistência do termistor em temperaturas
elevadas é muito baixa, assim uma variação de um grau em um temperatura elevada,
representa uma variação de poucos miliohms no termistor. Esse sensor também apresenta
uma grande faixa de operação, e uma grande inovação, uma vez que não é comum de se
utilizar o termistor para esse tipo de aplicação.
O termistor escolhido foi o disponível na loja Ca and Ma, uma vez que é inviável
a compra de componentes no exterior devido ao alto custo de frete. Tal modelo suporta
temperaturas até 160∘ 𝐶, apresenta um fio de isolação e um encapsulamento que facilita
a instalação do sensor no tanque de óleo.
Tal thermistor não possui um data-sheet, portanto os coeficientes de Steinhart Hart
do sensor em questão, deverão ser calculados através do método experimental. Os coefi-
cientes A, B e C da expressão 3.1, são determinados através de um sistema de equação,
onde uma temperatura T conhecida é aplicada e o valor de R é medido, repete-se esse
Capítulo 3. Parâmetros de Estudo e Desenvolvimento 14
1
= 𝐴 + 𝐵.𝑙𝑛(𝑅) + 𝐶[𝑙𝑛(𝑅)]2 (3.1)
𝑇
𝛽 − 2.𝑇𝐶
𝑅𝑃 = 𝑅𝑇 𝐶 . (3.2)
𝛽 + 2.𝑇𝐶
Usando esta relação, substituiu-se as variáveis com os dados disponíveis em datashe-
ets e achou-se um valor para 𝑅𝑃 próximo de 9𝑘Ω, entretanto após algumas simulações
usando o software LTSpice foi-se iterando com algumas disposições ligeiramente diferen-
tes para diminuir o erro de linearização para a faixa de 80∘ 𝐶 a 200∘ 𝐶 (embora essa faixa
de temperatura esperada tenha sido diminuída posteriormente manteve-se este circuito
calculado para a faixa inicial), o que proporcionou a Figura 8, especificidades e as imagens
de simulação podem ser vistas no Capítulo 4 - Simulação.
Pode-se notar que além do 𝑅𝑃 (no caso representado por R2) calculado há o resistor
R3 em série com a resistência do termistor e ainda uma segunda resistência de outro
termistor em série com a associação em paralelo montada anterior, isso se deve aos re-
sultados obtidos após várias iterações com o circuito durante a fase de simulação, neste
caso conseguiu-se diminuir a influência de pequenas variações que possam ocorrer nos
termistores causando erros e também melhorou a porcentagem de erro no sinal de saída
para altas temperaturas.
O sinal de saída linearizado encontra-se entre a associação em paralelo e o segundo
termistor conforme a Figura 8, entretanto este não é entregue diretamente ao microcon-
trolador para processamento, ainda passa por uma etapa de detecção de incongruência
descrita a seguir na Seção 3.4.
Capítulo 3. Parâmetros de Estudo e Desenvolvimento 15
3.4.1 Subtrator
O circuito Subtrator está sintetizado na figura 10. Ele é composto de um amplifi-
cador Operacional, e 4 resistores de valor 1kΩ. A sua configuração permite realizar uma
subtração analógica dos valroes de tensão de Vin2 e Vin1, ficando a expressão:
3.4.2 Módulo
O circuito "Módulo"(11) faz com que o resultado do circuito subtrator apresente
apenas valores positivos de tensão, uma vez que caso Vin1 apresente um valor maior que
Vin2, a saída V_dif terá valor negativo (3.3) o que fará com que o circuito comparador
de janela apresente mal funcionamento.
A operação de módulo é realizada através de um amplificador operacional ligado na
configuração inversor, e um diodo em paralelo com o amplificador. O diodo para tensão de
valor positivo, funciona como uma chave fechada, curto-circuitando assim o amplificador,
para valores negativos de tensão o diodo não conduz, assim toda a tensão negativa é
convertida em positiva na saída do amplificador operacional. A figura 16 na seção de
simulação é feita no LTSpice e exemplifica a operação módulo descrita anteriormente, a
diferença entre a amplitude de V_dif e V_mod se deve à queda de tensão no diodo, para
atenuar tal queda, será utilizado um diodo de germânio que possui uma queda de tensão
Capítulo 3. Parâmetros de Estudo e Desenvolvimento 17
de 0.3V em média.
3.4.3 Comparador
O circuito comparador (12) vem como solução para disparar o circuito apenas numa
determinada faixa de tensão, fora dessa faixa o circuito deve enviar sinal 0V para o PIC,
configurando assim um mal funcionamento dos sensores.
4 Simulação
Neste capítulo serão discutidas as simulações obtidas pelo LTSpice, de cada módulo
do circuito, assim como a simulação no MATLab do circuito linearizador.
Também nota-se que a tensão de saída está linearizada, assim o sinal poderá ser
trabalhado mais facilmente pelo PIC
5 Montagem e testes
Nesta seção estão descritos os testes em protoboard, assim como a montagem final
do circuito.
basta apenas que o valor de saturação consiga fazer com que a chave eletrônica seja aberta
para que uma tensão de 0V seja enviada para o PIC, o que configura um defeito em algum
termistor.
5.2 PCI
Como a protoboard é utilizada apenas em testes, onde a aplicação em um projeto
prático não é indicada, foi concebida uma PCI (placa de circuito Impresso) para que os
componentes possam ser devidamente soldados e o circuito instalado no carro BAJA. A
figura 28 é o esquemático realizado no CADSOFT Eagle, a placa foi projetada para ser
construída em dupla face visto que o circuito necessita ser conciso e simples para uma
melhor aplicabilidade no carro.
Capítulo 5. Montagem e testes 24
6 Conclusão
Referências
[1] Sergio Franco. Design with operational amplifiers and analog integrated circuits.
McGraw-Hill series in electrical and computer engineering, 2015.
[2] Gregorian, Roubik, and Gabor C. Temes. Analog MOS integrated circuits for
signal processing. New York, Wiley-Interscience, 1986.
[3] Tse, Chi Kong. Linear circuit analysis. Addison Wesley Longman, 1998.
29
7 Apêndice
6 X=ones ( 2 0 1 , 1 ) ;
7 Vcc = 5*X;
8 Rs = 1 0 0 0 ;
9
10 %% Com p a r a l e l o e s e r i e
11 Rp = 5 0 0 0 ;
12 Rps = 5 0 0 ;
13 R2aux0 = Rt + Rps ;
14 R2aux = Rp + R2aux0 ;
15 R2aux1 = R2aux0 . * Rp
16 Req2 = R2aux1 . / R2aux ;
17 Rx2 = Req2 + Rt ;
18 I 2 = Vcc . / ( Rx2 ) ;
19 Vo2 = I 2 . * Rt ;
20
21 %% L i n e a r i z a n d o
22 Ttr = T . ’ ;
23 Ttra = Ttr ( 6 1 : 1 4 1 ) ;
24
25 Vo2x = Vo2 ( 6 1 : 1 4 1 ) ;
26 p2 = p o l y f i t ( Ttra , Vo2x , 1 ) ;
27 Y2 = p2 ( 2 )+p2 ( 1 ) *T;
28 Er2 = Vo2−Y2 . ’ ;
29 M2 = p2 ( 1 ) * 2 0 0 ;
30 ErMod2 = Er2 /M2;
Capítulo 7. Apêndice 30
31
32 %% Plotando
33 figure ;
34
35 subplot (2 ,1 ,1)
36 p l o t (T, Vo2 , ’ r ’ )
37 h old on
38 p l o t (T, Y2 , ’ k ’ )
39 h old on
40 p l o t (T, abs ( ErMod2 ) , ’m’ ) ;
41
42 %% Plotando os e r r o s
43 subplot (2 ,1 ,2)
44 p l o t (T, abs ( ErMod2 ) , ’ c ’ ) ;