Caderno de Fisiologia - Ufma (2015.1)
Caderno de Fisiologia - Ufma (2015.1)
Caderno de Fisiologia - Ufma (2015.1)
Fisiologia
(Centésima Primeira Turma de Medicina da Universidade Federal do Maranhão)
1
SUMÁRIO
FISIOLOGIA
2
1) MEMBRANA CELULAR E RECEPTORES DE
MEMBRANA
Pedro Ivo Sousa
Componentes:
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▪ Não ocorre gasto de energia (ATP) pela célula.
Difusão Simples (+ 🡪 -)
Difusão Facilitada (+ 🡪 -)
Osmose (- 🡪 +)
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b) Ativo (Há gasto de energia)
Endocitose
5
Exocitose (clasmocitose)
RECEPTORES CELULARES
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permite a entrada, na célula, dos ions Na+, K+, ou Cl-. Quando um receptor
metabotrópico é ativado, desencadeia-se uma série de eventos intracelulares,
que também resultam na abertura de canais iônicos, mas a partir do comando
de um segundo mensageiro.
7
Adaptado de: Molecular Cellular and Development Biology - University of Colorado
8
Regulados por ligantes, alteram o potencial de ação ou a composição
iônica da membrana da célula.
9
Os ligantes que se fixam e ativam estes receptores, incluem compostos
sensíveis à luz, odores, feromônios, hormônios e neurotransmissores e variam
em tamanho, desde pequenas moléculas até peptídeos, podendo mesmo ser
grandes proteínas. Estes receptores estão envolvidos em uma variedade de
doenças, mas também são o alvo de cerca de metade das drogas medicinais
humanas.
São classificados em mais de 100 subfamílias, de acordo com a
homologia de seqüência, a estrutura dos ligantes e a função do receptor.
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A intensidade do sinal de um receptor metabotrópico depende de:
a) A vida do complexo receptor-ligante. Se o acoplamento da molécula
indutora do receptor é estável, o tempo para a dissociação da mesma é
mais longo e o receptor ativará mais proteínas efetoras;
b) A concentração e vida do complexo receptor-efetor. Depende da
quantidade de proteínas efetoras presentes e da ligação/desligamento
das mesmas ao receptor, após sua ativação;
c) Desativação do receptor. Um receptor que participa do complexo
hormônio-receptor pode ser desativado por modificação covalente (p. ex:
fosforilação) ou por internalização;
d) Desativação de efetores pela atividade enzimática. É possível ao
receptor a ativação de outras proteínas, em lugar das que foram inibidas
pela atividade enzimática.
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2) BIOELETROGÊNESE E POTENCIAL DE AÇÃO
Ciro Bezerra
Capacitor = bicamada
lipídica/dielétrico lipídico
i=
corrente iônica (passagem de íons
pela membrana)
Obs: Os canais de Na+ estão na membrana, mas a maioria deles está com os
portões fechados. O potencial de ação ocorrerá pela ligação de moléculas
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sinalizadoras nos canais, o que descompensa a DDP e despolariza a
membrana.
Potencial Graduado
Período Refratário
Absoluto: A célula não gera outro potencial de ação, pois os canais estão
saturados com o transporte de íons, impedindo que um novo potencial seja
gerado nesse período. Nessa situação, um novo potencial de ação só será
gerado com o término do potencial de ação anterior.
Potencial de Ação
13
* O Potencial de Ação é não decremental, pois uma vez iniciado, só terá fim
quando todos os canais de Na+ encerrarem a entrada desse íon na célula.
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A imagem abaixo ilustra esse processo de forma didática e de fácil
compreensão.
Conceitos importantes:
Zona de Gatilho: Quando os canais de Na+ está ativado por ligante (aberto),
promovem entrada de sódio na célula e consequente despolarização. No
momento que essa despolarização atinge o limiar de excitação da célula, a
DDP alterada ativa os canais de Na+ ativados por voltagem, pois necessitam
de uma DDP ideal para serem ativados, a qual só é conseguida com anterior
despolarização da célula pela entrada de sódio nos canais ativados por ligante.
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Esses canais de sódio ativados por voltagem encontram-se em uma região da
célula denominada zona de gatilho. Quando essa zona é “disparada”, a
entrada excessiva de Na+ para a célula gera o potencial de ação.
Não decremental: O evento ocorre e só tem fim quando percorre várias etapas
de seu progresso, não retornado à sua condição inicial a qualquer momento
como no decremental. Exemplo disso é o Potencial de Ação, que inicia quando
a DDP atinge o limiar de excitação, mas só tem fim quando o fechamento dos
canais de Na+ e abertura dos canais de K+ retorna a DDP ao limiar de
excitação.
Lei do Tudo ou Nada: Segundo essa lei, a DDP precisa atingir um limiar de
excitação (aproximadamente -55mV) para poder dar origem a um Potencial de
Ação, que é quando ocorre a abertura dos canais de sódio ativados por
voltagem na Zona de Gatilho. Portanto, se a DDP alcançar esse limiar, ocorre o
Potencial de Ação (“tudo”), se não alcançar, o potencial é decremental e a DDP
retorna ao Potencial de Repouso (“nada”).
16
3) SINAPSE
Amanda Laryssa Pinheiro Santos
● Equação de Nernst
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o Fornece a diferença de potencial elétrico para um único íon no
equilíbrio. Pose ser obtida da seguinte forma:
o ∆μ = Wq + We (J/mol) = RTlnCi/Ce + zF(Vi-Ve)
o R = Constante dos gases (8,31J.K-1.mol-1)
o T = Temperatura absoluta (25°C = 298K)
● Equação de Goldman-Hodgkin-Katz
Utilizada para calcular o potencial de membrana em repouso que
resulta da contribuição do todos os íons que podem atravessar a membrana. A
equação de GHK inclui os valores de permeabilidade da membrana, pois a
permeabilidade de um íon influencia a sua contribuição para o potencial de
membrana. Se a membrana não é permeável a um íon, esse íon não afeta o
potencial de membrana. (SILVERTON, 2010)
▫ Etapas
▫ Despolarização: Abertura dos canais de Na+, com influxo desse
íon suficiente para anular a diferença do potencial
transmembranal
▫ 2 Polarização invertida: Continua a entrada de Na+, e com um
pouco mais desses íons, a parte interna da célula fica positiva
▫ 3 Repolarização: fecham-se os canais de Na+, e o íon K+ sai da
célula, repolarizando-a.
▫ A bomba de sódio/potássio expulsa o pequeno excesso de íons
Na+ que estava no interior da célula e coloca o K+ para dentro,
voltando ao estado inicial.
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O potencial de membrana em repouso de células vivas é determinado
primariamente pelo gradiente de concentração de K+ e pela permeabilidade da
célula em repouso ao Na+, ao K+ e ao Cl-. Uma mudança tanto no gradiente de
concentração do K+ quanto nas permeabilidade iônicas altera o potencial de
membrana. Por exemplo: em repouso, a membrana celular de um neurônio é
bem pouco permeável ao Na+. Entretanto, se a membrana subitamente
aumenta sua permeabilidade ao Na+, este entra na célula, a favor do seu
gradiente eletroquímico. A adição do Na+ positivo ao líquido intracelular
despolariza a membrana celular e gera um sinal elétrico (SILVERTON, 2010).
Tipos de sinapses
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Existem duas maneiras pelas quais isso pode acontecer: as sinapses
elétricas e as sinapses químicas.
A Sinapse elétrica
A sinapse química
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neurotransmissor pode ligar-se aos receptores (proteínas específicas ) na
membrana de um neurônio vizinho.
1- Vesículas sinápticas;
3- Fenda sináptica;
4- Neurônio pós-sináptico.
Sinapses excitatórias
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liberação do transmissor é para despolarizar a membrana, levando-o a um
valor mais próximo do limiar elétrico para disparar um potencial de ação. Esse
efeito é tipicamente mediado pela abertura dos canais da membrana (tipos de
poros que atravessam as membranas celulares para os íons cálcio e potássio.
Sinapses inibitórias
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Presume-se que o LSD e outras drogas alucinógenas ajam no sistema da
dopamina.
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4) CONTRAÇÃO MUSCULAR
Amanda Laryssa
Nomenclatura muscular
TERMO GERAL EQUIVALENTE NO MÚSCULO
Célula muscular Fibra Muscular
Membrana celular Sarcolema
Citoplasma Sarcoplasma
Retículo Endoplasmático modificado Retículo sarcoplasmático
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PA = DC X RVP
PA: Pressão arterial DC: Débito cardíaco RVP: Resistência vascular periférica
MÚSCULO ESQUELÉTICO
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- CONSTITUINTES DA FIBRA MUSCULAR
▪ Sarcolema – membrana que envolve as miofibrilas
▪ Sarcoplasma – Citoplasma de fibra muscular;
▪ Núcleo – fibras musculares são multinucleadas;
– Mamíferos – localizado na periferia
– Peixes – parte central da fibra
▪ Miofibrila – Unidade estrutural da fibra muscular;
▪ Miofilamentos – formados por actina (finos) e miosina (grossos)
MÚSCULO CARDÍACO
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No músculo cardíaco, um potencial de ação se origina
espontaneamente nas células mascapasso do coração e se propaga para as
células contráteis pelas junções comunicantes. (Os neutrotransmissores
modulam a frequência do marcapasso). Outros aspectos do acoplamente do
E-C cardíaco repetem os processos que você encontrou na contração do
músculo liso e do músculo esquelético. (SILVERTON, 2010)
27
ocorre pelo mesmo tipo de movimento de deslizamento de filamentos que
ocorre no músculo esquelético. (SILVERTON, 2010)
MÚSCULO LISO
28
O músculo liso recebe esse nome pela aparência homogênea do seu
citoplasma quando visto ao microscópio. As fibras contráteis não estão
organizadas em sarcômeros, razão pela qual o músculo liso não tem um
padrão de bandas distintas como o músculo estriado. Ao invés disso, a actina e
a miosina estão organizadas em feixos longos que se estendem diagonalmente
por toda a periferia da célula, formando uma treliça ao redor do núcleo central.
(Fig. 12-27a). O arranjo oblíquo dos elementos contráteis abaixo da membrana
celular faz com que as fibras musculares lisas se tornem globulares quando se
contraem (Fig 12-27b), ao invés de simplesmente encurtar, como ocorre no
músculo esquelético. (SILVERTON, 2010)
29
FISIOLOGIA
1) METABOLISMO DO FERRO
Emily Garcia
Introdução
O ferro é essencial para o transporte de oxigênio, para a síntese de
DNA e metabolismo energético. É ainda um importante cofator para enzimas
da cadeia respiratória mitocondrial. Sua deficiência acarretará consequências
para todo o organismo, sendo a anemia a manifestação mais relevante. Por
outro lado, o acúmulo ou excesso de ferro é extremamente nocivo para os
tecidos. Logo, o equilíbrio do metabolismo do ferro, a homeostase, é
fundamental. O ferro utilizado pelo organismo é obtido de duas fontes
principais: da dieta e da reciclagem de hemácias senescentes.
Absorção intestinal
São absorvidos de 1 mg a 2 mg de ferro por dia pelo epitélio duodenal.
Essa quantidade absorvida é regulada pela necessidade do organismo.
Quando há uma maior demanda, ocorre maior expressão das proteínas
envolvidas nesse processo, como a proteína transportadora de metal divalente
(DMT-1) e a ferroportina (FPT).
Transporte e captação
O ferro é transportado no plasma pela transferrina (Tf), uma
glicoproteína sintetizada e secretada pelo fígado, que possui dois sítios
homólogos com alta afinidade pelo Fe3+. Além de solubilizar o ferro, a Tf atenua
sua reatividade e facilita a sua liberação para as células. A internalização é
iniciada pela ligação desse complexo a um receptor específico (TfR) presente
na superfície da maioria das células. Com isso, inicia-se o mecanismo de
captação pela célula.
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Na mitocôndria, após o ferro ser transportado através da membrana
mitocondrial, a frataxina, proteína localizada na membrana interna e na matriz
mitocondrial, regula a utilização do ferro mitocondrial, destinando-o à síntese
do heme ou à gênese dos clusters Fe-S.
Excreção
O mecanismo onde ocorre excreção de ferro se dá através da descamação dos
enterócitos do duodeno e de células do trato urogenital feminino.
Regulação intracelular
Para evitar excesso de ferro livre ou falta dele dentro da célula,
proteínas reguladoras do ferro (IRP1 e IRP2) controlam a expressão
pós-transcricional dos genes moduladores da captação e estoque do ferro. Em
condições de baixa quantidade de ferro intracelular, essas proteínas vão se
ligar a estruturas em forma de alças presentes nas regiões não codificadoras
do mRNA conhecidas como elementos responsivos ao ferro (IRE).
Regulação sistêmica
Normalmente o ferro é eliminado do organismo pelas secreções
corpóreas, descamação das células intestinais e epidermais ou sangramento
menstrual. O organismo não possui um mecanismo específico para eliminar o
excesso de ferro absorvido ou acumulado após a reciclagem do ferro pelos
macrófagos. Assim, o controle do equilíbrio do ferro requer uma comunicação
entre os locais de absorção, utilização e estoque. Essa comunicação é feita
pela hepcidina.
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Metabolismo da vitamina B12 e do ácido fólico
A vitamina B12 ou cobalamina está presente em alimentos de origem
animal. A necessidade diária é de 1-2µg/dia, quase sempre inferior a
quantidade presente em uma dieta normal.
Folato
O metabolismo da vit. B12 está intimamente relacionado ao do ácido
fólico. A forma natural do ácido fólico bio-ativa tem o nome de folato e pode ser
utilizada no corpo em diferentes variações químicas Deficiência de cobalamina
gera acúmulo de radicais metila do metiltetraidrofolato não formando o
tetraidrofolato. A não formação do tetraidrofolato resulta em redução da síntese
do DNA.
Uma vez que a forma metilada não pode ser convertida diretamente em
outras formas de tetra-hidrofolato, o folato é capturado na forma de
N5-metil-tetrahidrofolato, que se acumula. A absorção das várias formas do
folato se dá na metade superior do intestino delgado. A vit. B12 ainda interfere
nessa absorção pelas células medulares sendo assim, quando ocorre
deficiência de vit B12 há também deficiente utilização de folato para
eritropoiese.
32
2) HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO
Leonardo Gonçalves Santos
COMPONENTES DA HEMOSTASIA
A hemostasia se inicia a partir do instante em que
ocorre lesão vascular, com exposição de determinadas
camadas histológicas dos vasos. Portanto, devemos
previamente conhecer a histologia vascular; em
seguida, descreveremos os principais componentes que
participam do fenômeno de hemostasia.
Os vasos, sob o ponto de vista histológico, são
constituídos por três camadas: túnica íntima, média e
externa. Na camada íntima, encontramos o
subendotélio (colágeno, depósito de fator de Von
Willebrand) e as células epiteliais; já a túnica média é
formada, predominantemente, por células musculares
lisas e fibroblastos; por fim, a túnica externa que, por
sua vez, é formada por tecido conjuntivo e vasa
vasorum, que são arteríolas que irrigam o próprio vaso.
CÉLULAS ENDOTELIAIS
O endotélio se encontra na superfície interna do vaso, impedindo a
formação de trombos vasculares no estado fisiológico normal do indivíduo,
portanto, garantem uma superfície antitrombótica para o fluxo sanguíneo. Este
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fenômeno antitrombótico proporcionado pelas células endoteliais ocorre em
decorrência da produção de substâncias (vasodilatadores e vasoconstrictores),
que regulam os tônus vascular.
● Vasodilatadores: As células endoteliais produzem uma vasta
população de substâncias vasodilatadoras, que se destacam o Oxido nítrico e
as prostaciclinas. O óxido nítrico é produzido a partir da estimulação pela
trombina e bradicinina, atuando de modo a impedir a desço, ativação e
agregação plaquetária. As prostaciclinas são secretadas pelas células
endoteliais, bem como pelas células musculares lisas, sob estímulo da
trombina, histamina e bradicinina.
● Vasoconstrictores: Dois vasoconstrictores são liberados pelas
células endoteliais: endotelina e fator ativador das plaquetas (PAF). A
endotelina proporciona aumento do influxo de cálcio para o interior das células
musculares lisas, favorecendo o aumento dos tônus vasculares. O PAF
promove a vasoconstricão e ativação plaquetária.
PLAQUETAS
As plaquetas são caracterizadas como fragmentos dos megacariócitos,
com vida média de 9 - 10 dias. Depois disso, são sequestradas e destruídas no
leito esplénico. Conhecidamente, as plaquetas são a grande vedete da
hemostasia, com as seguintes funções:
● Manutenção da hemostasia: A manutenção da hemostasia é
proporcionada pela adesão plaquetária ao endotélio.
● Adesão a superfície endotelial danificada
● Ativação com secreção de substâncias pró-coagulantes, que
são importantes por ativarem outras plaquetas.
● Agregação plaquetária
MEMBRANA CITOPLASMÁTICA
As plaquetas possuem morfologia ovoide, com membrana plasmática
constituída por dupla camada lipídica e glicoproteínas (que são os receptores
de membrana das plaquetas). Portanto, as glicoproteínas (GP) imersas na
membrana plasmática apresentam os seguintes receptores plaquetários:
● Complexo GP IIb/IIIa: receptor para fibrinogénio, fator de Von
Willebrand, fibronectina e vitronectina.
● GP Ia/IIa: receptor para colágeno
● GP Ic/IIa: receptor para fibronectina
● GP Ib/IX/V: receptor para fator de Von Willebrand (fvW)
CITOESQUELETO
O citoesqueleto da plaqueta é formado por um sistema circunferencial de
microtúbulos de actina e miosina, que deslizam um sobre o outro, favorecendo
a expressão plaquetária, bem como a secreção de substâncias.
Citoplasma.
O citoplasma plaquetário é composto pelas mitocôndrias (especializada
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na produção de energia), lisossomos, corpúsculos densos e grânulos alfa.
✔ Corpúsculos densos: são ricos em ADP (substância
pré-coagulante), ATP, serotonina, histamina e cálcio.
✔ Grânulos alfa: possuem uma quantidade elevada de fibrinogênio,
fator V e XI, vitronectina, fibronectina e fvW.
HEMOSTASIA PRIMÁRIA
A hemostasia primária é ativada na vigência de uma lesão vascular.
Diante da lesão, o endotélio, por sua vez, também é comprometido, expondo a
região subendotelial, que é rica em colágeno e fator de vW. A hemostasia
primária ocorre em três etapas cronológicas, sob a seguinte ordem:
1. Adesão: início da hemostasia primária, ocorrendo no instante em
que ocorre a lesão endotelial, com exposição da matriz colágena e proteínas
subendoteliais.
2. Ativação
3. Agregação
ADESÃO PLAQUETÁRIA
Imaginando-se que um vaso
sanguíneo previamente íntegro,
com espaço subendotelial mantido,
sofreu uma lesão. Diante disto, há
uma ruptura da continuidade e/ou
integridade do espaço subendotelial
(que é rico em colágeno e fator de
vW), expondo-os, mas ainda na sua
forma inativa. A ativação da matriz
colágena, bem como do fator de
vW, que são macromoléculas,
ocorre pela ação de proteases,
transformando-as em
micromoléculas, que são
funcionantes. Logo em seguida, as
plaquetas circulantes aderem ao
fator de vW (ligação fvW- GP Ib/X) e ao colágeno, caracterizando-se uma
ligação frágil, dissociável, que pode ser facilmente desfeita com o fluxo
sanguíneo.
Portanto, diante deste empecilho, se faz necessário uma ligação mais
duradoura, forte, que é obtida através da ativação e agregação plaquetária.
Outro fator importante é o fato que o fluxo sanguíneo se altera com a lesão do
vaso. Torna-se lento próximo a parede do vaso em comparação a região
central, gerando fluxo em camadas. Essa alteração do fluxo sanguíneo
proporciona maior atrito entre as plaquetas, permitindo que permaneçam
aderidas.
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ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA
Depois de
aderidas ao
endotélio
comprometido, as
plaquetas devem
ser ativadas. Para
isto, é necessário a
liberação de
substâncias
agonistas
plaquetárias:
colágeno, ADP,
tromboxano-A2,
trombina,
epinefrina,
serotonina, vasopressina e fator da ativação plaquetária. As substâncias
agonistas são as que se ligam ao receptor da proteína G das plaquetas,
ativando, consequentemente, as fosfolipases. Dentre as quais, a fosfolipase C
é ativada, induzindo à hidrólise do fosfatidil- inositol, em dois mensageiros:
trifosfato inositol (IP3) e diacilglicerol (DGI).
AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
● O DGI ativa a proteína-quinase C que leva a alteração da
conformação GP IIb/IIIa para que ocorra a ligação do fibrinogênio formado no
processo de hemostasia secundária.
HEMOSTASIA SECUNDÁRIA
Em um indivíduo normal, a coagulação iniciada dentro de 20 segundos
após o surgimento da lesão no vaso sanguíneo. Durante a hemostasia
primária, as plaquetas formam imediatamente, um tampão plaquetário no local
da lesão. A hemostasia secundária acontece quando os componentes do
plasma, chamados de fatores de coagulação, respondem (em uma completa
cascata de reação) para formar fios de fibrina, que fortalecem o tampão
plaquetário.
36
Portanto, a hemostasia secundária é a segunda parte da hemostasia, que
é quando os fatores de coagulação (que são proteínas plasmáticas),
geralmente inativos, passam a serem ativados para estabilizar o trombo
plaquetário que foi desenvolvido na vigência da hemostasia primária.
Obviamente, os mecanismos que regem a hemostasia secundária são
regulados de maneira simultânea, para que não ocorra a formação de trombos
intravasculares exagerados.
Em 1964, Macfarlane e Davie & Ratnoff propuseram a hipótese “cascata
da coagulação” para explicar a fisiologia da coagulação sanguínea. Neste
modelo, a coagulação ocorre por meio de ativação proteolítica sequencial de
zimógenos por proteases plasmáticas.
Essas proteínas são chamadas de zimógenos e são proenzimas (enzimas
inativas) que quando são ativadas catalisam a ativação de proenzima que dá
origem a enzima que ativa outra pró-enzima, criando uma reação em cascata.
No final das contas, cursam com a produção de fibrina. Os fatores de
coagulação que participam desse processo são: íons de cálcio e 11 proteínas
diferentes, também denominadas de fatores de coagulação (na sua maioria,
produzidas pelo fígado). Algumas delas dependem da vitamina K (fatores II,
VII, IX, X).
Existem 13 fatores de coagulação conhecidos, alguns conhecidos pelos
números, outros pelos nomes. Os fatores VIII e IX são os mais conhecidos, por
conta de sua deficiência na hemofilia A e B, respectivamente.
∙Fator I: fibrinogênio
∙Fator II: pro trombina
∙Fator III: tromboplastina
∙Fator IV: cálcio
∙Fator V: proacelerina
∙Fator VII: proconvertina
∙Fator VIII: fator anti-hemof†lico
∙Fator IX: fator Christmas
∙Fator X: fator Stuart
∙Fator XI: antecedente tromboplast†nico do plasma
∙Fator XII: fator Hageman
∙Fator XIII: fator de von Willebrand
37
concomitantemente. Atualmente, se aceita que mecanismos hemostáticos
estejam associados com trŽs complexos enzimáticos pré-coagulantes.
38
∙Via Comum: o fator Xa (protrombinase) é a interseção entre as vias
intrínseca e extrínseca da coagulação. Daqui em diante, o processo é
denominado via comum. O fator Xa liga-se ao fosfolipídio plaquetário para
converter o fator II (protrombina) em trombina (fator IIa), na presença de cálcio
ionizado e de um cofator- o fator Va. Uma grande quantidade de trombina é
formada neste momento, devido ao mecanismo de amplificação da cascata da
coagulação. A trombina agora transforma o fibrinogênio plasmático (fator I) em
monômeros de fibrina, que logo se combinam para formar polímeros (rede de
fibrina ou coágulo). A trombina também ativa os fatores V (pró-acelerina), VIII e
XIII, além de ser um potente ativador plaquetário. As ligações fibrina-fibrina são
estabilizadas (tornam-se covalentes) e mais rígidas pelo fator XlIIa (fator
estabilizador de fibrina). A rede de fibrina reveste e estabiliza o tampão (plug)
plaquetário, finalizando o processo hemostático.
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glicoproteína de membrana que funciona como receptor para o fator VII da
coagulação. O fator tecidual ƒ o responsável pelo desencadeamento do
processo de coagulação após a injúria vascular ou alterações bioquímicas
(liberação de citocinas).
✔Após a lesão tecidual, há um depósito do fator tecidual
(tromboplastina), induzindo a ativação do fator VII (antigamente denominada de
via intrínseca). Uma vez ativado, o fator VII proporciona a ativação do fator X,
em pequena proporção, e ao mesmo tempo do complexo IXa/VIIIa (complexo
tenase intrínseco). Este complexo ativa os fatores VIII e IX ao mesmo tempo,
que ativam o fator X de modo mais intenso. O fator X, ativado, estimula o
complexo protrombinase, que transforma protrombina em trombina e
fibrinogênio em fibrina. Por fim, o fator XIII estabiliza o coagulo. O fator XII ativa
o fator XI, que ativa o complexo tenase intrínseco (VIIIa + cálcio + IXa) e fator II
plaquetário (que ainda ativa o complexo protrombinase (Xa + Va + cálcio),
também transformando protrombina em trombina e fibrinogênio em fibrina.
✔Após lesão vascular, ocorre exposição do colágeno, inibindo o fvW,
havendo adesão, agregação e plaquetária. Ao mesmo tempo, ocorre a
liberação do FT (fator III), que estimula a via intrínseca. O fator XII, ativando o
complexo tensa extrínseca (VII + III + cálcio), pode ativar fator X (em menor
proporção), mas ele vai ativar o complexo tenase intrínseco
(VIIIa+cálcio+IXa+fator III plaquetário) que ir„ ativar o complexo trombinase
transformando protrombina em trombina e fibrinogênio em fibrina.
INIBIDORES DA COAGULAÇÃO
40
dissolve a fibrina (fibrinólise) e desfaz o coagulo. Durante todo o tempo os dois
sistemas ficam ativados e desativados deixando o sangue líquido.
3) TIPAGEM SANGUÍNEA
Ciro Bezerra
Sistema ABO
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ABO em suas membranas eritrocitárias, mas possui os dois tipos de
anticorpos: anti-A e anti-B. (Figura 1)
42
A classificação dos indivíduos nesses tipos sanguíneos ocorre mediante
teste de aglutinação feito pelo contato do sangue correspondente com os dois
tipos de anticorpos do sistema ABO. Se o sangue do indivíduo aglutinar
mediante um dos anticorpos, ele possui os antígenos combatidos por esse
mesmo anticorpo. Se o sangue aglutinar mediante o contato com os dois
anticorpos, o indivíduo é imediatamente classificado como tipo AB, pois possui
antígenos dos dois tipos. Por último, se a amostra sanguínea do indivíduo não
aglutinar mediante contato com os dois anticorpos, ele é imediatamente
classificado como tipo O, pois não possui nenhum dos dois antígenos do
Sistema ABO.
Sistema Rhesus
43
4) CIRCULAÇÃO E HEMODINÂMICA
Características da Circulação:
44
-Artérias: transportam sangue sobalta pressão e velocidade aos tecidos,
possuem forte parede vascular.
Aorta 2,5
Pequenas artérias 20
Arteríolas 40
Capilares 2.500
Vênulas 250
Pequenas Veias 80
Veias cavas 8
45
sangue nos capilares é a menor em todo o sistema, possibilitando as trocas
com os tecidos.
VELOCIDADE=FLUXO/ÁREA
46
● Fluxo: quantidade de sangue que passa por um determinado ponto da
circulação durante determinado intervalo de tempo. O fluxo sanguíneo
total médio em um adulto em repouso é de cerca de 5L/min (débito
cardíaco).
F= ∆P/R
Ocorre quando o sangue o sangue flui de forma estável pelo vaso, de forma
uniforme, organizado em linhas de corrente, nesse sistema a porção mais
central do sangue permanece no centro do vaso. Quando o sangue corre em
todas as direções e se mistura continuamente no interior do vaso, dizemos que
o fluxo é turbulento.
Fluxo Turbulento:
● Pressão:
● Resistência:
47
A intensidade do fluxo sanguíneo em todo sistema circulatório e igual à do
sangue bombeado pelo coração (débito cardíaco), que equivale, no adulto, a
aproximadamente 100mL por s.
Condutância e resistência:
Condutância= 1/Resistência
48
representam considerações significativas na maioria dos estudos
hemodinâmicos.
► Pressão sistólica: é a pressão arterial mais alta que pode ser medida
durante um ciclo cardíaco. É a pressão na artéria após o sangue ter sido
ejetado pelo ventrículo esquerdo.
► Pressão diastólica: é a mais baixa pressão arterial que pode ser medida
durante um ciclo cardíaco. É a pressão na artéria durante o relaxamento.
CORAÇÃO
49
● Sistema de Condução Elétrica
Células excitáveis
Células Contráteis:
50
-Potencial de membrana estável(-90mV);
● Contração do Miocárdio
Ciclo Cardíaco
51
No ciclo cardíaco, com duração de cerca de 0,8 segundos, podem distinguir-se
três fases:
52
5) ELETROFISIOLOGIA DO CORAÇÃO
Ingrid Albuquerque
Profª Ms. Lilaleia Gonçalves França
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passar do meio mais concentrado para o menos concentrado), e a
tendência do Na é entrar na célula. Essa entrada é impedida pela
membrana plasmática.
∙ Maior concentração dos íons K no meio intracelular do que no meio
extracelular. É criado um gradiente químico do K, e sua tendência é sair da
célula. De fato, o K sai da célula através de canais de K não controlados por
voltagem.
A membrana da célula, devido à presença destes canais de K não
controlados por voltagem, possui uma permeabilidade seletiva ao K. Estes
canais ficam permanentemente abertos, produzindo um efluxo (saída)
constante de íons K. Isto causa a diminuição do número de íons positivos do
lado interno da membrana, em relação ao lado externo (tanto o íon Na quanto o
íon K são positivamente carregados - cátions). Em dado momento, a força que
atrai o K para fora da célula (gradiente químico) se equipara à força que retém
o K dentro da célula (ele é um íon positivo, e a face interna da membrana,
positivamente carregada, tende a retê-lo – este é o gradiente elétrico).
O potencial de repouso da membrana é alcançado quando ocorre o
equilíbrio entre o gradiente químico e elétrico do K. Esse potencial varia entre
-60mV e -90mV, dependendo do tipo de célula cardíaca. A membrana
plasmática fica, portanto, num estado polarizado.
Quando a célula está em repouso, sua membrana encontra-se polarizada,
isto é, há mais íons positivos do lado externo da membrana que do lado
interno. Carga positiva (íon Na e cálcio, por exemplo) pode ser adicionada à
célula, se canais específicos fortem abertos. Se carga positiva for adicionada
ao lado interno da célula, ela irá se tornar menos polarizada ou despolarizada.
Se carga positiva for removida da célula, ela se tornará mais polarizada, ou
hiperpolarizada. Se a célula for despolarizada, e a carga positiva adicionada for
removida em seguida, ela sofrerá repolarização.
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por isso são responsáveis (principalmente nodo SA) pelo início da onda de
despolarização cardíaca.
∙ Células de resposta rápida: São as células do sistema His-Purkinge e as
células do miocárdio atrial e ventricular. Elas conduzem a onda
despolarizante pelo coração (sistema His-Purkinge) e realizam a contração
do miocárdio em si (células miocárdicas).
Despolarização
Após a gradual despolarização da célula até atingir-se o limiar (-40 mV)
para o disparo do potencial de, ocorre a abertura de canais de cálcio (Ca)
dependentes de voltagem do tipo L. A abertura destes canais causa um influxo
(entrada) de íons cálcio (em maior quantidade no meio extracelular) para o
interior da célula. Essa entrada de cargas positivas faz com que a membrana
se despolarize, atingindo sua face interna voltagem positiva (+ 20mV).
Essas cargas positivas passam a outras células através de junções
comunicantes, localizadas nos discos intercalares. A entrada de cargas
positivas nas células vizinhas faz com que haja elevação da voltagem na face
interna da membrana. Caso o limiar de excitação dessa outra célula seja
atingido, ocorrerá o disparo de um potencial de ação por esta outra célula (que
pode ser outra célula de resposta lenta ou uma célula de resposta rápida), e
assim subsequentemente.
Repolarização
Após a despolarização determinada pela abertura de canais de cálcio do
tipo L, ocorre a abertura de canais de K dependentes de voltagem, também
chamados de canais de K “tardios”. Esses canais são ativados pela
despolarização da membrana, mas só se abrem tardiamente, após o atingido
pico do potencial de ação. Deste modo, esses canais só se abrem após o
influxo maciço de íons cálcio através dos canais do tipo L.
Esses canais de K “tardios” permitem a saída dos íons K da célula (K
está presente em maior quantidade no meio intracelular), determinando um
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efluxo de cargas positivas e, consequentemente, repolarização da célula
(atingindo, estas células, sua voltagem mais negativa, -65mV).
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reabertos, até que o potencial de membrana adjacente ao canal volte ao seu
valor de repouso (repolarização). Enquanto o potencial de membrana
permanecer despolarizado, nenhum estímulo irá induzir à abertura do canal:
ele e a célula ficam absolutamente refratários.
Como a célula cardíaca não se repolariza até que o evento contrátil
tenha cessado, nenhum outro evento contrátil terá lugar até que a célula
cardáca tenha atingido relaxamento quase completo.
Canais de K não controlados por voltagem são fechados neste momento
de despolarização. Isso evita um efluxo de íons K, já que este íon é atraído
para o exterior da célula por sua menor concentração extracelular (gradiente
químico) e retido no interior da célula porque o lado interno da membrana é
negativo e o íon K possui carga positiva (gradiente elétrico); se o lado interno
está se tornando positivo por causa da entrada de íons Na, o gradiente elétrico
é diminuído e aumenta a tendência de saída do K. O fechamento deste tipo de
canal de K evita este efeito indesejado, que impediria a despolarização da
célula.
Repolarização
Após este evento, são abertos canais de K “tardios”. Ocorre saída de
íons K, o que leva a célula a iniciar o processo de repolarização. Esse
fenômeno é chamado de repolarização precoce.
Neste momento, no entanto, são abertos canais de cálcio, originando um
influxo de íons cálcio para o interior da célula. Esse influxo de íons cálcio vai
impedir, temporariamente, a repolarização da célula, sendo responsável pelo
“platô” observado no gráfico do potencial de ação das células de resposta
rápida. A entrada do cálcio “compensa” a saída do potássio, retardando a
repolarização completa da célula.
A entrada de cálcio também é fundamental para o fenômeno de
contração das células miocárdicas. Estas células não contam com um depósito
de cálcio intracelular como o retículo sarcoplasmático das fibras musculares
esqueléticas, sendo sua contração dependente da entrada do cálcio
extracelular nesta fase do potencial de ação.
Após a diminuição do influxo de cálcio (que, assim como toda corrente
de entrada e sáida de íons, se encerra quando é alcançado um equilíbrio
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eletroquímico entre a concentração do íon no lado externo da membrana e a
concentração deste memso íon no lado interno da membrana), prevalece a
saída de íons K pelos canais de K “tardios” e também pelos canais de K não
controlados por voltagem.
Isto levará a célula a um potencial de membrana de -90mV, o potencial
de repouso destas células.
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6) ELETROCARDIOGRAFIA
Ingrid Albuquerque
Profª Ms. Lilaleia Gonçalves França
Sístole e Diástole
O ciclo cardíaco consiste de um período de relaxamento, onde o
coração se enche de sangue, período este denominado de diástole, seguido de
um período de contração, denominado sístole.
Eventos do ciclo cardíaco:
1. Início da diástole, abertura das válvulas tricúspide e mitral e enchimento
ventricular;
2. Fechamento das válvulas de entrada, final da diástole;
3. Contração ventricular, abertura das válvulas pulmonar e aórtica - sístole
ventricular;
4. Final da sístole ventricular, fechamento das válvulas pulmonar e aórtica;
5. Reinício da diástole atrial e ventricular.
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O eletrocardiograma, demonstrado esquematicamente na figura acima,
mostra as ondas P, Q, R, S e T. Elas evidenciam as voltagens elétricas geradas
pelo coração, e registradas pelo eletrocardiógrafo na superfície do corpo.
A onda P é causada pela dispersão da despolarização através dos
átrios, seguida da contração atrial, que provoca uma pequena elevação da
curva de pressão atrial, imediatamente após a onda P. Cerca de 0,16 s após a
onda P, ocorre a onda QRS, que evidencia a despolarização e o início da
contração dos ventrículos, desencadeando o aumento da pressão ventricular.
Sendo assim, o complexo QRS começa um pouco antes da sístole ventricular.
Fechando o ciclo, a onda T representa a fase de repolarização dos
ventrículos, quando as fibras ventriculares começam a relaxar. Desta forma, a
onda T acontece pouco antes do término da contração ventricular.
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7) REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Ingrid Albuquerque
Profª Ms. Lilaleia Gonçalves França
PA = DC x RPT DC = FC x VS
→ Mecanismos de regulação:
1. Neurais
2. Humorais
3. Mecanismos locais (apenas ajuste do fluxo sanguíneo)
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• Regula a pressão arterial
• Barroreceptores enviam impulsos aferentes ao sistema nervoso central e de
forma reflexa altera o débito cardíaco e a resistência vascular
• Localizados nas paredes das artérias carótidas (seios carotídeos) e do arco
aórtico
• Função “TAMPÃO” durante as alterações da postura
• Tem pequena importância para a regulação a LONGO PRAZO da PA ⇒ sofre
“ADAPTAÇÃO “
• A redução da pressão arterial diminui atividade dos baroceptores.
• Se diminui tônus parassimpático para o coração:
→ Aumenta frequência cardíaca.
→ Aumenta débito cardíaco e pressão arterial.
• Se há aumento do tônus simpático para o coração:
→ Aumento da frequência cardíaca e contratilidade, aumenta volume
sistólico.
→ Aumenta débito cardíaco e pressão arterial.
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Quimiorreceptores
Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
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1. Mecanismos locais
Auto-regulação:
• Capacidade dos vasos de regularem seu próprio fluxo sangüíneo.
• Vasos sanguíneos modificam sua resistência para compensar alterações
moderadas na pressão de perfusão.
Fatores locais:
• Prostaciclina (céls. Endoteliais) – VASODILATAÇÃO
• NO (endotélio) – VASODILATAÇÃO
• Tromboxano A2 (plaquetas) – VASOCONSTRIÇÃO
• Endotelinas (endotélio) - VASOCONSTRIÇÃO
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8) CICLO CARDIACO E CONTROLE DA
CONTRATILIDADE
Larissa Lopes Alves
Profª Ms. Lilaleia Gonçalves França
O coração pode ser considerado como um conjunto formado por duas bombas
distintas: uma que tem como função o bombeamento do sangue para o
pulmão, atividade desempenhada pelo lado direito do coração, e a outra
envolvida no bombeamento do sangue para a circulação sistêmica, função
desempenhada pelo lado esquerdo do coração.
O ciclo possui duas fases: diástole, período no qual o músculo cardíaco relaxa,
e sístole, período de contração. Os átrios e os ventrículos não se contraem
simultaneamente.
A maior parte do sangue que entra nos ventrículos ocorre antes da contração
atrial, apenas 20% da passagem do sangue do átrio para o ventrículo é
advindo da sístole atrial.
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momento inicia a sístole ventricular. O sangue é empurrado contra a porção
inferior das valvas semilunares, as valvas não abrem inicialmente, porém o
coração continua a contração, esse fenômeno é denominada de contração
isovolumétrica pois a pressão é insuficiente para abrir as valvas semilunares
gerando um volume ventricular constante.
CONTROLE DA CONTRATILIDADE
Controle Intrínseco:
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fazem com uma maior força. Uma maior força de contração,
consequentemente, aumenta o volume de sangue ejetado a cada sístole
(Volume Sistólico). Aumentando o volume sistólico aumenta também, como
consequência, o Débito Cardíaco (DC = VS x FC).
Controle extrínseco:
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9) REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Larissa Lopes Alves
Profª Ms. Lilaleia Gonçalves França
Mecanismos neurais
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Estes receptores estão tonicamente ativos e disparam potenciais de ação
continuamente nas pressões arteriais normais. Quando a pressão arterial
elevada nas artérias estira a membrana dos barorreceptores a sua taxa de
disparo aumenta, ao contrário, se a pressão diminui.
Mecanismos humorais
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Diminui atividade simpática em resposta a uma baixa pressão arterial, e produz
uma série de respostas que tentam restaurar a pressão arterial de volta ao
normal. Este mecanismo pode ser resumido nas seguintes etapas: (1) A
diminuição da pressão causa uma diminuição na perfusão sanguínea renal,
que é percebida pelos mecanorreceptores das arteríolas aferentes renais. As
células justaglomerulares das arteríolas renais respondem à pressão arteriolar
baixa secretando renina. Além disso, quando a pressão arterial diminui,
neurônios simpáticos, ativados pelo centro de controle CV, que possuem
terminações nervosas nas células justaglomerulares (JG) estimulam a
secreção de renina. Ainda, diante do baixo fluxo de fluído tubular, a mácula
densa do túbulo distal libera substâncias parácrinas às células JG, estimulando
a secreção de renina.Fatores que estimulam a secreção de renina:
(IV) A aldosterona secretada pelo córtex da adrenal atua nas células principais
do TD e DColetor do rim, aumentando a reabsorção de Na+, portanto,
aumentando o volume de LEC e de sangue. Aumentando o volume de sangue,
aumenta o RV, o DC e a PA.
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diversos, mas sua ação mais importante é o relaxamento da musculatura lisa
vascular, diminuindo a RPT. No rim, a vasodilatação causa aumento da
secreção de Na+ e água, diminuindo o VLEC, de sangue e a PA.
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Poder-se-ia pensar que seria realmente a média mas não é:
aproxima-se mais da pressão diastólica.
4. Pressão Arteriolar: Pressão nas arteríolas do organismo.
5. Pressão Pré-capilar. Pressão na arteríola imediatamente antes de se
iniciar um capilar.
6. Pressão Capilar: pressão média no capilar. Fundamental para as
trocas de líquidos entre o sangue e o espaço extracelular, conforme
a Lei de Starling.
7. Pressão Pós-capilar ou Venular: Pressão no início das vênulas. A este
nível passa a ser pressão venosa e não arterial.
Na pequena circulação existem todos os equivalentes acima, seguidos do
termo "Pulmonar", como em "Pressão Arterial Pulmonar"
COMO SE MEDE?
Fatores externos:
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● Hereditariedade: Recebemos a pré-disposição, que pode
apresentar-se em vários membros da família.
● Idade: O envelhecimento aumenta o risco em ambos os sexos.
● Raça: Pessoas da raça negra são mais propensas a pressão alta.
● Peso: A obesidade é um fator de risco!
Fatores Internos:
E os sintomas:
Na maioria dos indivíduos a hipertensão arterial não causa sintomas,
apesar da coincidência do surgimento de determinados sintomas que muitos,
de maneira equivocada, consideram associados à doença, como por exemplo,
dores de cabeça, sangramento pelo nariz, tontura, rubor facial e cansaço.
Quando um indivíduo apresenta uma hipertensão arterial grave ou
prolongada e não tratada, apresenta dores de cabeça, vômito, dispnéia ou falta
de ar, agitação e visão borrada decorrência de lesões que afetam o cérebro, os
olhos, o coração e os rins.
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dias, para assegurar o diagnóstico de hipertensão arterial. As leituras não
apenas revelam a presença da hipertensão arterial, mas também auxiliam na
classificação de sua gravidade.
Observações:
COMO É O TRATAMENTO?
A hipertensão arterial essencial não tem cura, mas deve ser tratada para
impedir complicações.
A menos que haja uma necessidade evidente para uso de medicamentos
imediato, como no caso de pacientes com níveis de pressão arterial acima de
180/110 mmHg, a maioria dos pacientes deve ter a oportunidade de reduzir sua
pressão arterial através de tratamento não farmacológico, por meio de medidas
gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de
vida. A seguir algumas indicações:
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● Controle o estresse (nervosismo). Tente administrar seus problemas de
uma maneira mais tranquila. A “arte de viver bem” é enfrentar os
problemas do dia – a – dia com sabedoria e tranquilidade.
● Siga as orientações do seu médico, elas contribuirão para o controle da
pressão arterial e para a diminuição dos riscos de doenças
cardiovasculares: Se utilizar medicamentos:
● Tome as medicações conforme a orientação médica
● Se tiver qualquer dúvida sobre o medicamento, converse com seu
médico
● Compareça às consultas regularmente
● Não abandone o tratamento
E OS TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS?
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● Vasodilatadores diretos – dilatam os vasos sanguíneos com outro
mecanismo.
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