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2. O aspecto científico
Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do cérebro de um homem.
Todas, sem exceção de nenhuma, são fruto de observações sucessivas, apoiadas em
observações precedentes, como em um ponto conhecido, para chegar ao
desconhecido. Foi assim que os Espíritos procederam, com relação ao Espiritismo.
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Daí o ser gradativo o ensino que ministram .
3. O aspecto filosófico
O aspecto filosófico do Espiritismo vem destacado na folha de rosto de O Livro
dos Espíritos, a primeira obra do Espiritismo, quando Allan Kardec classifica a nova
doutrina de Filosofia Espiritualista.
Na conclusão dessa mesma obra, Kardec enfatiza:
Falsíssima idéia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem
da prática das manifestações materiais e que, portanto, obstando-se a tais
manifestações, se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo
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que dirige à razão, ao bom senso [...] .
De fato, o [...] Espiritismo é uma doutrina essencialmente filosófica, embora
seus princípios sejam comprovados experimentalmente, o que lhe confere também o
caráter científico. Quando o Homem pergunta, interroga, cogita, quer saber o «como»
e o «porquê» das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que
mostra o que são as coisas e porque são as coisas o que são.
Em verdade, o Homem quer justificar-se a si mesmo e ao mundo em que vive,
ao qual reage e do qual recebe contínuos impactos, procura compreender como as
coisas e os fatos se ordenam, em suma, deseja conhecer sempre mais e mais.
O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem,
sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Esse
estudo leva ao conhecimento do mecanismo das relações dos Homens, que
vivem na Terra, com aqueles que já se despediram dela, temporariamente, pela
morte, estabelecendo as bases desse permanente relacionamento, e demonstra a
existência, inquestionável de algo que tudo cria e tudo comanda, inteligentemente –
DEUS.
4. O aspecto religioso
O Espiritismo [diz Allan Kardec] é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como
qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai ter às bases fundamentais de todas as
religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas, não é uma religião constituída, visto que não tem
culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o
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título de sacerdote ou de sumo-sacerdote [...] .
No discurso de abertura da Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, na
Sociedade de Paris, publicado na Revista Espírita de dezembro de 1968, Allan
Kardec, respondendo à pergunta O Espiritismo é uma Religião?, afirma, a certa altura:
O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo é [...]
essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as
aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à
vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O
efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como conseqüência
da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a
indulgência e a benevolência mútuas. É nesse sentido que também se diz: a religião
da amizade, a religião da família.
Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem
dúvida, senhores! No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos
vangloriamos por isto, porque é a Doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da
comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases
mais sólidas: as próprias leis da Natureza.
Por que, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de
não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião
geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente
uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma
religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser,
dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de
hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e
dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.
Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção
usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor
inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina
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filosófica e moral .