Seminario III - Ibet 2023.2 - Thalyta Colaço Rocha

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

Aluno (a): Thalyta Colaço Rocha

SEMINÁRIO III - AÇÕES TRIBUTÁRIAS ANTIEXACIONAIS: DECLARATÓRIA,


ANULATÓRIA E CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Questões
1. Quanto à ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária,
pergunta-se:

a) Quando nasce o interesse processual para sua propositura?


Nasce quando pretende-se declarar uma relação jurídica como inexistente, pura e
simplesmente. A propositura de ação declaratória de existência ou inexistência de relação
jurídica é legitimada pelo fato de o contribuinte desejar obter certeza sobre a existência ou
inexistência de uma relação jurídico-tributária (se há ou não, em relação a ele ou ao seu caso,
imunidade, não-incidência ou isenção).
b) O manejo do referido instrumento processual em momento anterior à
constituição do crédito configura questionamento de “lei em tese”? Aponte
o que é questionamento de “lei em tese”.
Não configura necessariamente questionamento de “lei em tese”, mas sim, sobre fato gerador
determinado
c) Há interesse jurídico na sua propositura após a expedição do ato
constitutivo do crédito tributário? Em caso afirmativo, quais seriam os
efeitos da referida tutela jurisdicional? (Vide anexos I e II)
Não, no caso de propositura de ação judicial após o efetivo lançamento da exação, caberá ao
contribuinte apresentar Ação Anulatória, com base no artigo 38, da Lei nº 6.830/1980. Os
efeitos da referida ação seriam a declaração de nulidade da relação jurídico tributária.
d) O que pode justificar a escolha pela propositura de uma ação
declaratória de inexistência de relação jurídica tributária ao invés de um
mandado de segurança preventivo?
o mandado de segurança constitui instrumento processual mais seguro sob o ponto de vista do
risco financeiro, por se tratar de ação que não implica condenação em honorários de
sucumbência (artigo 25, Lei 12.016/2009) no caso de desacolhimento da pretensão, cenário
sempre presente na ação declaratória negativa (aqui, na via ordinária, o contribuinte vencido
arcará com esse ônus fixado de acordo com as regras dispostas no artigo 85 do CPC).
A utilização da via excepcional, em razão desse impacto econômico mais benéfico ao
contribuinte-impetrante (ausência de reflexos financeiros em caso de derrota), vem sendo a
primeira opção na prática tributária, em especial nas discussões fundadas nas chamadas
"teses tributárias", em que o impetrante deve apenas demonstrar sua condição de potencial
sujeito passivo da obrigação tributária para justificar a impetração, visando impedir
lançamentos em descompasso com a legislação.
De todo modo, é forçoso concluir que não apenas o aspecto financeiro deve ser considerado
na definição da ação a ser proposta pelo contribuinte, sendo de suma importância observar as
peculiaridades procedimentais que caracterizam o mandado de segurança preventivo, quando
comparado à ação declaratória negativa.

2. Quanto à ação anulatória de débito fiscal, pergunta-se:

a) É viável a propositura de ação anulatória para desconstituição de


relação jurídica constituída pelo próprio contribuinte com a apresentação
de informações ao Fisco no cumprimento de um dever instrumental, no
qual foi apurado o valor do tributo devido, mas esse valor ainda não foi
pago?
Sim, Pois não há distinção entre as obrigações constituídas pelas diversas formas de
lançamento, não podendo ser negado ao contribuinte o direito de ação.

b) É possível buscar a anulação de crédito tributário que foi inserido em


parcelamento, considerando que o sujeito passivo precisou assinar termo
de confissão dessa dívida para aderir a esse parcelamento? E se esse
crédito já estava prescrito no momento do parcelamento? Sob qual
fundamento seria possível questionar esses créditos já confessados? (vide
anexo III – tema repetitivo 375 do STJ – e anexo IV)
Sim. Podem ser objeto da ação anulatória de débito fiscal já parcelado, tanto questões de fato,
quanto questões de direito, pois o parcelamento do débito não impede sua discussão

c) Qual é o prazo prescricional para a propositura da ação anulatória de


débito fiscal? É possível ingressar com ação anulatória de débito após a
propositura da ação executiva fiscal? E após o transcurso do prazo para
apresentação dos embargos à execução?
Prazo prescricional de 05 anos (art. 1 º, Decreto 20.910/1932). Sim, é possívelingressar com
ação anulatória de débito após a propositura da ação executiva fiscal e tambémapós o prazo
para apresentação dos embargos à execução

d) A propositura de ação anulatória depende da realização do depósito do


valor do crédito tributário que está sendo discutido?
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

3.O que caracteriza os institutos da conexão, da continência e da


prejudicialidade? Quais dessas relações podem existir entre a ação
anulatória de débito, a ação executiva fiscal e os embargos à execução
fiscal? Qual é o juízo competente para julgá-las? Deverão ser reunidas
para julgamento conjunto? Responder a essa pergunta, com base nas
disposições do código de processo civil de 2015 que tratam da
modificação da competência (artigos 54 a 63). (Vide os anexos V, VI e VII)
Em tese, é possível a conexão entre a ação anulatória e a execução fiscal, em virtude da
relação de prejudicialidade existente entre tais demandas, recomendando-se o simultaneus
processus. Precedentes.
Entretanto, nem sempre o reconhecimento da conexão resultará na reunião dos feitos. A
modificação da competência pela conexão apenas será possível nos casos em que a
competência for relativa e desde que observados os requisitos dos §§1º e 2º do artigo 292 do
CPC.
A existência de vara especializada em razão da matéria contempla hipótese de competência
absoluta, sendo, portanto, improrrogável, nos termos do artigo 91 c/c 102 do CPC. Dessarte,
seja porque a conexão não possibilita a modificação da competência absoluta, seja porque é
vedada a cumulação em juízo incompetente para apreciar uma das demandas, não é possível
a reunião dos feitos no caso em análise, devendo ambas as ações tramitarem separadamente.
Embora não seja permitida a reunião dos processos, havendo prejudicialidade entre a
execução fiscal e a ação anulatória, cumpre ao juízo em que tramita o processo executivo
decidir pela suspensão da execução, caso verifique que o débito está devidamente garantido,
nos termos do artigo 9º da Lei 6.830/80.
Vide a EMENTA do Conflito de Competência n. 106.041/SP (Anexo IV): “ (...) Em tese, e
possível a conexão entre a ação anulatório e a execução fiscal, em virtude da relação de
prejudicialidade existente entre tais demandas, (...) Entretanto, nem sempre o reconhecimento
daconexão resultará na reunião dos feitos. A modificação da competência pela conexão
apenasserá possível nos casos em que a competência for relativa e desde que observados os
requisitosdos §§ 1º e 2º do art. 292 so CPC. 4. A existência de vara especializada em razão da
matériacontempla hipótese de competência absoluta, sendo, portando improrrogável, nos
termos do art.91 c/c 102 do CPC. (...)"
4. Você é procurado pela empresa AZT Foods do Brasil Ltda que lhe
apresenta o seguinte caso concreto:
Em função de sua atividade a empresa AZT Foods do Brasil Ltda. está
sujeita ao pagamento de determinado tributo pela venda de seu produto.
Nos últimos 3 anos, em função de algumas dificuldades financeiras, ela
não pagou o tributo devido (e sequer informou seus débitos ao Fisco),
pretendendo fazê-lo agora por se encontrar em melhores condições
financeiras. Contudo, em função do inadimplemento, a confissão do débito
para fins “denúncia espontânea” está sujeita a multa de 45% do valor da
operação (venda de seu produto), cuja instituição se deu por ato normativo
infralegal.
A AZT solicita um parecer em que você deverá apontar:
(a) a estratégia processual (a medida judicial ou medidas judiciais) a ser
adotada para a defesa dos seus interesses, devendo ser justificada a opção
da(s) medida(s), com a indicação do dispositivo de lei que determina o seu
cabimento;
(b) o(s) fundamento(s) jurídico(s) que poderá(ão) ser(em) utilizado(s) para
afastar a exigência dessa multa – causa de pedir;
(c) a necessidade, ou não, de efetivação do depósito judicial;
(d) o pedido da ação (ou ações);
(d) o efeito da sentença pretendido com a ação (ou ações).
Ação anulatória de lançamento fiscal, com depósito do valor integral dos tributosdevidos (CTN,
art. 151, II). O pagamento da multa, posto que instituída por ato normativo infralegal (CF, art. 5º,
II c/c CTN, arts. 97, V, e 113), não pode ser exigido. Com o depósito do valordos tributos
devidos, suspende-se a execução (se houver), até o julgamento da anulatória.Findando com
sentença onde reconhece o recolhimento dos tributos devidos, sem a incidência damulta, posto
que sendo instituída por ato normativo infra legal, viola a segurança jurídica e princípios
constitucionais

5.Na ação de consignação em pagamento, o que extingue a obrigação


tributária:
(i) a consignação em pagamento;
Não extingue;
(ii) a conversão em renda do valor consignado;
Momento em que se extingue a obrigação, desde que o depósito seja suficiente para quitar o
montante total atualizado;
(iii) a sentença que julga procedente a ação de consignação em
pagamento; ou
Não, uma vez que somente é extinta após a conversão em renda
(iv) a decisão judicial de procedência da ação transitada em julgado?
Fundamente sua resposta.
Conforme citado anteriormente a obrigação é extinta no momento da conversão em renda do
valor consignado, desde que o montante depositado corresponda ao valor integral atualizado
do crédito, incluindo a multa.
6. Contribuinte sediado no Estado de São Paulo tem lavrado em seu
desfavor auto de infração de ICMS pelo Estado do Mato Grosso (problemas
atinentes à documentação fiscal que acompanhava a mercadoria, bem
como ao não destaque do diferencial de alíquotas supostamente devido ao
Estado do Mato Grosso). Inconformado com essa situação, referido
contribuinte lhe procura para que ajuíze ação anulatória, questionando-lhe,
nessa ocasião, acerca do foro competente no qual deve ser processada a
referida ação. Apresente, de forma fundamentada, sua resposta a esse
questionamento, analisando o caso à luz da regra veiculada no parágrafo
único do artigo 52 do Código de Processo Civil/15.
Com fundamento no artigo 52º, parágrafo único do CPC, a ação poderá ser proposta tanto no
domicilio do autor como no Estado em que o tributo é devido, neste caso poderá ser promovida
em São Paulo ou no Mato Grosso.
7.Observadas as situações concretas abaixo descritas, identifique o(s)
instrumento(s) processual(is) judicial(is) adequado(s) para a defesa dos
interesses do sujeito passivo da obrigação tributária, considerando as
ações que são estudadas neste Seminário III, fundamentando
adequadamente cada resposta e considerando o ciclo de positivação da
obrigação tributária (ver anexo VIII):

a) Exercício da competência tributária pelo ente político com a edição e a


publicação da regra-matriz de incidência tributária, mas antes da
constituição da obrigação tributária;
Mandado de Segurança
b) Constituição da obrigação tributária sem que tenha havido a intimação
do sujeito passivo desse ato constitutivo da dívida;
Declaratória
c) Dúvida a respeito do sujeito ativo da obrigação tributária;
Exceção de pré-executividade
d) Inscrição do crédito tributário em dívida ativa;
Anulatória
e) Constituição da obrigação tributária com a intimação do sujeito passivo
desse ato constitutivo da dívida;
Anulatória
f) Ajuizamento de execução fiscal cobrando crédito tributário prescrito;
Exceção de pré-executividade
g) O sujeito ativo da obrigação tributária está condicionando o pagamento
do tributo ao pagamento de uma multa instituída por instrução normativa;
Consignação
h) Intimação de penhora de bens nos autos de execução fiscal.
Embargos ou Impuganção ou Consignação

Você também pode gostar