Pedogeografia - Isolda
Pedogeografia - Isolda
Pedogeografia - Isolda
Delegação de Chimoio
Cadeira de Pedogeografia
Cadeira de Pedogeografia
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Índice
Capítulo I....................................................................................................................................3
1.0 Introdução.............................................................................................................................3
1.1.0 Objectivos..........................................................................................................................4
1.1.1 Objectivo geral...................................................................................................................4
1.1.2 Objectivos específicos.......................................................................................................4
1.2 Metodologia..........................................................................................................................4
Capítulo II...................................................................................................................................5
2.0 Os Solos de Moçambique e a Sua Aptidão Agrícola............................................................5
2.1 Solo de Moçambique e Sua Constituição.............................................................................5
2.1.2 Morfologia do Solo............................................................................................................5
2.2.2 Propriedades Físicas do Solo.............................................................................................6
2.2.0 Aptidão Agrícola dos Solos de Moçambique....................................................................6
2.2.1 O Corredor de Nacala........................................................................................................8
2.2.2 Solos - Relevo....................................................................................................................9
Capítulo III................................................................................................................................12
3.0 Conclusão............................................................................................................................12
Capítulo IV................................................................................................................................13
4.0 Referências Bibliográficas..................................................................................................13
Capítulo I
1.0 Introdução
O presente trabalho descrever de uma forma minuciosa e objectiva alguns pontos inerentes a
cadeira de Pedogeografia, cadeira que compõe o leque das necessidades da Licenciatura em
Ensino de Geografia, e debruça o tema os solos de Moçambique e a sua aptidão agrícola,
partindo do Solo e Sua Constituição, Morfologia do Solo, Propriedades Físicas do Solo,
Aptidão Agrícola dos Solos de Moçambique, Solos – Relevo, O Corredor de Nacala, entre
outros.
É de referir que o trabalho obedece a uma estrutura a destacar: introdução, desenvolvimento,
conclusão e referências bibliográficas.
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1.1.0 Objectivos
1.1.1 Objectivo geral
Conhecer os solos de Moçambique e a sua aptidão agrícola em contextos mais
complexos.
1.2 Metodologia
O trabalho quanto a natureza é uma pesquisa básica, quanto a abordagem é qualitativa, quanto
aos objectivos é exploração e quanto aos procedimentos uma pesquisa bibliográfica pois feita
a partir do levantamento de referencias teóricas já analisadas e publicadas por escritos e
electrónicos.
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Capítulo II
2.0 Os Solos de Moçambique e a Sua Aptidão Agrícola
2.1 Solo de Moçambique e Sua Constituição
De acordo com LIMA et al., (2007), o solo é um componente fundamental do ecossistema
terrestre, pois é o principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento e
disseminação. O solo fornece as raízes factores de crescimento como suporte, água, oxigénio
e nutrientes.
Os solos são constituídos de uma mistura de partículas sólidas de natureza mineral e orgânica,
também de ar e água, formando um sistema trifásico: sólido, gasoso e líquido. As partículas
da parte sólida variam em tamanho, forma e composição química, sendo sua combinação o
que forma a matriz do solo. A distribuição quantitativa das partículas de areia, silte e argila,
desta composição da matriz, formam a textura do solo, que é uma das características físicas
mais estáveis. Esta fase sólida mineral do solo, composta de partículas de areia, silte e argila,
normalmente, estão reunidas pela acção da cimentação, formando as unidades estruturais do
solo, sendo os principais os minerais de argila, a matéria orgânica e os óxidos de ferro e
alumínio (CAMARGO & ALLEONI, 1997).
A matéria orgânica do solo é formada por resíduos vegetais e animais que são decompostos
por microrganismos, formando o húmus, que participa da estruturação do solo e da retenção
de água (LEPSCH, 2002).
A fracção orgânica ocorre no solo em diferentes estágios de decomposição, contando, ainda,
com organismos vivos e suas actividades (REICHARDT, 1990).
Afirma PREVEDELLO (1996) que, para manter um solo produtivo, bem como adequar
determinadas estratégias de maneio, é importante que sejam analisadas suas propriedades
físicas de porosidade, densidade e resistência, na medida em que elas afectam a resposta das
culturas.
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2.1.2 Morfologia do Solo
Estudo da aparência do solo no meio ambiente natural, descrição dessa aparência segundo as
características visíveis a olho nu corresponde a anatomia do solo. O conjunto de
características morfológicas constitui a base para sua identificação, que será complementada
com análises de laboratório. As principais características observadas na descrição do perfil de
solo são: espessura das camadas ou horizontes, cor, textura, estrutura, porosidade,
consistência e transição das camadas ou horizontes (SANTOS et al., 2005).
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profundos, rasos, pedregosos, cascalhentos, salinos, sódicos, etc.) e, neste mesmo sentido,
cada vez mais o material de origem (factor geologia) ganha importância influenciando
significativamente as características e propriedades dos solos.
Por esta razão, os solos mais pobres (dessaturados de bases) são desenvolvidos nos ambientes
quentes e húmidos, e os mais ricos ou férteis (dependendo do material de origem), nos
ambientes mais secos. Neste último caso, o clima também pode condicionar problemas ou
riscos de salinidade e sodicidade aos solos, sobretudo nos ambientes semi-áridos e áridos.
Tudo isso depende das taxas de precipitação e evapotranspiração, condicionada pelo clima,
bem como da drenagem do ambiente condicionada pelas condições de relevo. Em
circunstâncias onde as condições climáticas e geológicas permitem o desenvolvimento de
solos com boas propriedades físicas e químicas para fins de uso agrícola, o relevo poderá ser o
fator que pode restringir a aptidão agrícola das terras conforme a topografia local. Desse
modo, uma análise conjunta dos factores de formação dos solos é essencial para se estabelecer
suas potencialidades e vocações gerais.
Com a finalidade de levantar do potencial agronómico e social dos solos de Moçambique para
fins agrícolas, uma missão composta por oito pesquisadores da Embrapa, em visitas a
Moçambique durante o período de 07 a 23 de Novembro de 2009, e tomando como base os
levantamentos cartográficos e outros estudos disponíveis – ver referências bibliográficas –
iniciou os estudos visitando os corredores de Nacala e Beira, confirmando as informações
secundárias disponíveis que indicavam a dualidade do potencial agronómico das terras ao
norte de Moçambique, constatando os seguintes aspectos:
i) As terras com potencial para uma agricultura de mercado, apresentando extensas
manchas de latossolos avermelhados e semelhantes aos solos dos cerrados brasileiros, estão
localizadas ao norte e a oeste do corredor de Nacala, mais precisamente em torno das cidades
de Malanga, Metarica, Malema e Molumbo, assim como ao norte de Chimoio na província de
Manica, e a jusante da represa de Cahorra Bassa, na província de Tete (ver ilustração); e
ii) As terras do corredor de Nacala a leste de Malema, mais precisamente a partir de
Ribaué, e entorno de Nampula e Namialo, apresentam manchas esparsas de solos com
potencial agrícola, localizados entre intermitentes afloramentos rochosos ou arenosos, que se
prestam somente para a pequena agricultura anual, solteira ou intercalada com plantas perenes
(caju principalmente), hortaliças e legumes, além da pequena criação, como é ocupada
actualmente.
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Neste contexto, e diante das dificuldades de uma abordagem nacional num primeiro plano, a
missão, para efeito dos estudos, recomendou dividir o território moçambicano por três
macrorregiões:
i) A primeira, vinculada ao Corredor de Nacala ao norte e localizada entre os paralelos
13ºS e 17ºS, e abrangendo as províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado e os nortes de
Téte e Zambézia;
ii) A segunda, vinculada ao Corredor de Beira no centro e situada entre os paralelos 17ºS
e 21ºS, e abrangendo as províncias de Sofala, Manica e o sul da Zambézia; e
iii) A terceira, vinculada ao Corredor de Maputo ao sul, localizada entre os paralelos 21ºS
e 27ºS e abrangendo as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane.
Para ter uma primeira abordagem das situações agrícolas existentes em cadas macrorregião, a
Embrapa Monitoramento por Satélite realizou manipulações do acervo cartográfico existente,
para elaborar uma inédita cobertura de carta-imagens na escala 1 : 250.000, feitas em base
digital e analógica para serem incorporadas ao futuro Sistema de Gestão Territorial para a
Agricultura de Moçambique.
Levando-se em conta as importantes informações colectadas pela missão brasileira que esteve
no Corredor de Nacala em Dezembro de 2009, e a disposição dos governos do Japão e do
Brasil em apoiar o desenvolvimento agrícola da macrorregião a partir da preparação e
efectividade do “Programa de Cooperação para o Desenvolvimento Agrícola das Savanas
Tropicais Africanas – PROSAVANAS”, a macrorregião foi definida como prioritária para
início dos trabalhos, seguindo-se, pela ordem, a macrorregião e depois a macrorregião.
Portanto, este estudo refere-se especificamente à primeira etapa dos estudos previstos e, nele,
discutem se informações secundárias sobre os recursos de solos na macrorregião do corredor
de Nacala, entre os paralelos 13ºS e 17º S, visando, em uma primeira etapa, a identificação de
possíveis áreas com as melhores características para uso agrícola.
Todo o trabalho foi estruturado com base em informações secundárias disponíveis,
especialmente observando os mapas de solos disponíveis no IIAM e CENACARTA em
Moçambique, além das observações complementares advindas dos mapas hipsométricos,
geológicos e informações climáticas do país, constantes da bibliografia indicada, e dos
informes das visitas técnicas.
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2.2.1 O Corredor de Nacala
Localizado ao norte de Moçambique, entre os paralelos 13ºS e 17ºS, denomina-se “Corredor
Nacala” a região que margeia a Estrada Nacional EN 13 e a Ferrovia que parte do Porto de
Nacala no Índico, cruza a província de Nampula até Cuamba, onde uma bifurcação leva até
Lichinga ao norte e a Mecanhellas a oeste da província de Niassa, em conexão com o Malaui
e Zâmbia, totalizando uma área de 56.000 km².
Atualmente, a região ocupa um lugar importante como infra-estrutura, principalmente como
suporte para escoamento dos produtos derivados dos investimentos de envergadura que estão
sendo realizados para exploração de recursos minerais tais como o carvão, cobre, titânio e
mineral de areia.
Esta posição estratégica tem levado à realização de estudos para melhoramento da Rodovia
Nampula–Cuamba, além da preparação de Projeto Preparatório para a Rodovia Cuamba–
Candimba e Mandimba–Lichinga.
Segundo o Estudo Preprartório para o Programa de Cooperação para o Desenvolvimento
Agrícola das Savanas Tropicais de Moçambique ProSAVANA - JBM, estima-se a existência
de uma área agricultável na província de Nampula da ordem de 4,6 milhões de hectares, dos
quais são explorados apenas 1,45 milhões. Entretanto, as informações disponíveis mostram
que a expansão da atividade agrícola depende do real conhecimento do potencial agronômico
em recursos naturais da região, escopo principal deste estudo.
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13 e da estrada de ferro. Essa dinâmica pode ser observada no mapa de declividade elaborado
com informações selecionadas e extraídas de imagens do Shuttle Radar Topography Mission
(SRTM), com resolução espacial de 90 metros, manipuladas pela Embrapa Monitoramento
por Satélite e espacializados 05 intervalos de declividade (< 5%; 5-10%; 10-15%; 15-30% e >
30%).
Na planície predominam os Regossolos (solos de clima semi-árido), notadamente na
província de Nampula, onde os solos apresentam características similares aos solos do semi-
árido brasileiro, principalmente em direção à costa, onde os solos apresentam baixa
concentração de base, são arenosos, e têm baixa ou média acidez, com tendência a
alcalinização, portanto diferentes dos solos dos cerrados brasileiros, que apresentam solo
siltoso e muito ácido e tendência de acidificação. Confirma-se assim, que nas zonas baixas
que se seguem em direção à costa, o solo é básico e similar ao solo da caatinga do nordeste
brasileiro. Entretanto, em certas áreas a partir de Nampula em direção a Malema, ocorrem
solos de bosques apropriados a agricultura e que apresentam baixa acidez e muitos nutrientes.
Em 5 pontos analisados, o pH3 do solo encontrado estava entre 5.8 e 6.5.
A partir do Distrito de Gurué, onde se observa a presença de latossolos a noroeste da
provincia de Zambézia, e nos demais distritos de Nampula em direção às planícies até a costa,
onde o relevo poredominante ao longo do Corredor de Nacala que atravessa a província de
Nampula, estão localizdos em zonas com altitudes variando de 0 a 200 m, em Monapo, 200 a
600 m, em Murrupula, Nampula, Mucaeté e Meconta, predominam os Lixissolos, Luvissolos
(solo de bosques ricos em nutrientes), Acrissolos (solo ácido de climas tropicais úmidos),
Lixi/Luvissolos e Gleyssolos (solos excessivamente úmidos), revelando a diversidade de solos
existentes.
Em função dessa diversidade, o Ministério de Agricultura de Moçambique classificou os solos
do país de acordo com 10 pisos agro-ecológicos conforme a pluviometria, o relevo e tipo de
solo, e cobertura vegetal. Conforme esta classificação, a maioria dos distritos situados na área
de influência do Corredor de Nacala em zonas com volume anual de chuvas entre 1000-1400
mm, solo arenoso ou argiloso R7 em Cuamba, Mandimba, Malema, Ribaué, Murupula,
Nampula, Mueate e Alto Molocue, seguido de zonas com volume de chuvas um pouco menor
800-1200 mm com solos igualmente arenosos ou argilosos R8, em Monape, Meconta e
Mogovolas. Gurué, conde a presença de latossolos forte, se encontra em uma zona mais
elevada e tem volume de chuvas superior a 1200 mm.
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Nas zonas altas a noroeste de Nampula e em grande parte da província de Niassa, onde os
dados de relevo apontam de 600m até 1000 m de altitude em Mandimba, Cuamba, Gurué,
Alto Molocué, Malema e Ribaué, onde se encontram muitas zonas escarpadas, se fortes
presenças de Latossolos (solo ácido em climas tropicais húmidos) em estado adiantado de
erosão e, desde o nordeste até a costa central têm-se Lixissolos (solo alcalino) abundante em
solo básico. A partir de Malema em direcção a Gurué (Latossolos), aumenta a ocorrência de
solos de argila leve aumenta, e daí até Alto Molócué (Acrissolos), aumenta a argila siltosa e a
vegetação se tona mais densa. Assim podemos concluir que a única zona com solo similar ao
cerrado é a zona próxima ao distrito de Gurué, com um solo pouco fértil e muito ácido.
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Capítulo III
3.0 Conclusão
É de se referir que o presente trabalho é de extrema importância, visto que trata conteúdos
relacionados com a nossa vida profissional, o mesmo dota-nos de saberes, que serram pilares
para a nossa profissão.
Contudo, no que toca ao restante das temáticas que compõem o trabalho é de se referir que a
compreensão em torno delas foi considerável, apesar de ter deparado com algumas
dificuldades em torno da aquisição de alguns conceitos patentes no presente trabalho.
A realização do trabalho pode se dizer de certo modo que foi bom, espero que com esse
trabalho os meus conhecimentos estejam nos níveis desejados no que é o objectivo da cadeira.
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Capítulo IV
4.0 Referências Bibliográficas
LIMA, V. C. et al., (2007). O solo no meio ambiente. Universidade Federal do Paraná,
Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, Curitiba.
CAMARGO, O. A. & ALLEONI, L. R. F. (1997). Compactação do solo e o desenvolvimento
das plantas. Piracicaba, São Paulo, 132 p.
LEPSCH, I. F. (2002). Formação e Conservação Dos Solos. Ofina de Textos. São Paulo.
PREVEDELLO, C. L. (1996). Física do solo com problemas resolvidos. Curitiba, 446 p.
SANTOS, R. D. et al., (2005). Manual de descrição e colecta de solo no campo. 5ª.ed. Viçosa,
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 100p
REICHERT, J. M. et al., (2003). Qualidade dos solos e sustentabilidade de sistemas agrícolas.
Revista Ciência & Ambiente, Santa Maria, n. 27, p. 29- 48.
NEVES, C. M. N. et al., (2007). Atributos indicadores da qualidade do solo em sistema
agrossilvopastoril no noroeste do estado de Minas Gerais. Scientia Forestalis, Piracicaba, n.
74, n. 2, p. 45-53, Junho.
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