Final
Final
ISSN 1516-3687
(impresso) ISSN 1980-6906 (on-line). Sistema de avaliação: às cegas por pares (double blind review).
Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Artigo Teórico
deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais; (5) tem dificuldade para
organizar tarefas e atividades; (6) evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que
exijam esforço mental constante; (7) perde coisas necessárias para tarefas ou atividades
(como brinquedos ou tarefas escolares); (8) é facilmente distraído por estímulos alheios à
tarefa; (9) apresenta esquecimento em atividades diárias. Com relação às características de
hiperatividade observa-se (1) agitar as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira; (2) abandonar
sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
(3) correr ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes
e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação); (4) ter dificuldade para
brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer; (5) estar "a mil" ou muitas
vezes age como se estivesse "a todo vapor"; (6) falar em demasia. Os sinais de impulsividade
indicam (1) dar respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas; (2) com
ter dificuldade para aguardar sua vez; (3) interromper ou se meter em assuntos de outros (por
ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras).
Para o diagnóstico devem estar presentes seis ou mais sinais para crianças ou 5 ou
mais para adultos (Critério A). Contudo, devem ser observados outros critérios como:
presença dos sintomas antes dos 12 anos (Critério B); presença dos sintomas em dois ou mais
contextos (Critério C); claras evidências de que os sintomas interferem com (ou reduzem a
qualidade de) o funcionando ocupacional, acadêmico e social (Critério D) e observar o fato
dos sintomas não ocorrerem no curso de quadros psicóticos e não serem melhor explicados
por outros transtornos mentais (Critério E).
Dados de estudos populacionais indicam a ocorrência do TDAH na maioria das
culturas em torno de 5% para crianças e 2,5% para adultos. Maior frequência é observada
meninos, sendo na população geral 2:1 em crianças e 1,6:1 em adultos. Meninas apresentam
com maior frequência sinais de desatenção. O TDAH é um transtorno polimorfo e
multifatorial que, embora seja motivo frequente de procura de atendimento clínico-pediátrico
e psicológico, o diagnóstico preciso exige múltiplas estratégias de avaliação (Al-Ansari,
2013; Ondrejk et al., 2010; Ferrando-Lucas, 2006). Como não há marcadores biológicos para
o diagnóstico descritos com precisão, verifica-se necessidade de abordagens interdisciplinares
para se avaliar as queixas e identificar com acurácia a presença do transtorno (Bor et al.,
2013; Efron & Sciberras, 2010; McGonnell et al., 2009).
Vários estudos da literatura científica nacional e internacional (Bor et al., 2013; Efron
& Sciberras, 2010; McGonnell et al., 2009; Souza et al., 2007) ressaltam que tanto o processo
diagnóstico quanto o tratamento do TDAH são complexos, não só pelo caráter dimensional
dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade, mas também pela alta prevalência de
comorbidades psiquiátricas apresentadas pelos pacientes. A presença de sintomas
desatencionais e de hiperatividade/impulsividade frequentemente são observados em crianças
e adolescentes com outros transtornos do neurodesenvolvimento como por exemplo,
Deficiência Intelectual, Transtornos Específicos da Aprendizagem e Transtornos do Espectro
do Autismo (American Psychiatric Association, 2013).
A presença de comorbidades psiquiátricas e/ou físicas pode comprometer a clareza em
relação ao diagnóstico (Stefanatos & Baron, 2007). Esta incerteza do diagnóstico do TDAH
muitas vezes está presente na prática clínica como apontado no estudo de Rafalovich (2005).
Para subsidiar a tomada de decisão clínica, procedimentos de avaliação neuropsicológica,
comportamental e de funcionamento adaptativo têm sido frequentemente utilizadas em
conjunto a avaliações neurológicas. Considerando a importância social que implica a emissão
adequada de um diagnóstico correto de TDAH tanto em crianças como adolescentes é
necessário que sejam propostos estudos que visem a avaliação diagnóstica clínica-
neurológica, neuropsicológica e comportamental-adaptativa desses grupos, quando
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Protocolo interdisciplinar de avaliação no TDAH
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O protocolo é constituído por 4 fases, desde o cadastro inicial feito pelo telefone até a
devolutiva feita aos pais ou responsáveis. Poderão ser incluídos no protocolo crianças e
adolescentes entre 6 e 16 anos. Em cada fase são utilizados diferentes instrumentos que
compõem os procedimentos de avaliação neuropsicológica, comportamental-adaptativo e
clínica-neurológica (Figura 1). As diferentes fases permitem tomadas de decisão com relação
à continuidade da participação ou não no protocolo de avaliação, em função de se cumprir ou
não critérios de inclusão.
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Carreiro, L. R. R., Schwartzman, J. S., Cantiere, C. N., Ribeiro, A. F., Silva, N. A., Martin, M. A. F., Chiquetto,
C. M., Baraldi, G. S., Mariani, M. M. C., Seraceni, M. F. F. & Teixeira, M. C. T. V.
Instrumentos
Fase 1
Cadastro inicial: Roteiro para coleta de dados pessoais e identificação da queixa, origem do
encaminhamento, avaliações e intervenções já realizadas. É feito junto ao cuidador
responsável pela criança ou adolescente.
Roteiro de perguntas baseado no DSM-IV-TR: Composto pelos sinais clínicos de desatenção
(n=9), hiperatividade (n=6) e impulsividade (n=3) descritos pelo DSM-IV-TR. Os pais ou
responsáveis devem indicar a frequência com que padrão comportamental ocorre de acordo
com o critério (0) nunca ou raramente; (1) às vezes; (2) frequentemente ou (3) muito
frequentemente. É feito junto ao cuidador responsável pela criança ou adolescente.
Fase 2
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Protocolo interdisciplinar de avaliação no TDAH
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Anamnese inicial: coleta de dados junto ao cuidador responsável pela criança ou adolescente
sobre o histórico da queixa, evolução dos sinais descritos, histórico de gestão, parto e
desenvolvimento. Histórico de avaliações e intervenções realizadas.
Roteiro de perguntas baseado no DSM-IV-TR: Reaplicação do roteiro da Fase 1.
Brief Problem Monitor (BPM): instrumento comportamental breve do Sistema de Avaliação
Empírico Baseado/ASEBA de Achenbach e Rescorla (2004), cuja finalidade é avaliar
problemas de comportamento indicativos de ansiedade, depressão, isolamento, agressividade,
desafio e oposição e problemas de atenção.
Roteiro de observação estruturada de sinais de desatenção e hiperatividade durante a
aplicação dos testes baseado no Manual Estatístico de Classificação dos Transtornos Mentais
(versão IV-TR-DSM-IV-TR): composto pelos sinais clínicos de desatenção (n=9),
hiperatividade (n=6) e impulsividade (n=3) descritos pelo DSM-IV adaptados ao contexto de
realização de testes. Os responsáveis pela aplicação dos instrumentos da avaliação
neuropsicológica devem indicar a frequência com que padrão comportamental ocorre de
acordo com o critério (0) nunca ou raramente; (1) às vezes; (2) frequentemente ou (3) muito
frequentemente.
Escala de Inteligência Wechsler para crianças (WISC-III) subtestes Cubos e Vocabulário: é
um instrumento clínico, de aplicação individual, para avaliar a capacidade intelectual de
crianças e adolescentes de 6 a 16 anos. É composto por 13 subtestes, cada um medindo
aspectos diferentes das habilidades verbais e de desempenho executivo, como indicadores de
inteligência. É possível observar nos desempenhos das crianças e adolescentes a capacidade
de lidar com símbolos abstratos, qualidade da educação formal, estimulação do ambiente,
compreensão, memória, fluência verbal, capacidade de integrar estímulos perceptuais e
respostas motoras pertinentes, capacidade de trabalhar rapidamente e capacidade de avaliar
informações visoespaciais (WECHSLER, 2002). Nessa fase são aplicados os subtestes Cubos
e Vocabulário para a estimativa de um QI de acordo com o trabalho de Mello e colaboradores
(2011).
Conners’ Continuous Performance Test II (CPT II): o Teste de Desempenho Contínuo de
Conners (Epstein et al., 2003; Conners et al., 2003) é um instrumento computadorizado que
se propõe a avaliar alguns dos mecanismos envolvidos na função da atenção-concentração.
Consiste na apresentação, na tela de um computador, de estímulos representados por letras
em sucessão em intervalos variáveis de tempo. O participante recebe instruções para
pressionar a tecla de espaço ou o botão esquerdo do mouse, com a maior presteza possível
todas as vezes em que surgir qualquer letra menos o X para o qual a resposta deverá ser
suprimida. O teste avalia os erros e o tempo de reação nas várias fases de sua execução. Os
dados são comparados a um banco de dados que foi constituído a partir de resultados obtidos
em populações clínicas (com provável TDAH) e em populações normais (sem características
do transtorno). O resultado global é dado pela porcentagem de probabilidade de o indivíduo
se situar em uma das duas amostras que compõe o banco de dados. Além deste resultado
global, são registrados indicadores sobre o estado de vigilância do testando durante sua
duração. Há estudos com a população brasileira (Miranda et al., 2007, Miranda et al., 2012).
Registro de Observação de Comportamentos de desatenção e hiperatividade baseada no
DSM-IV-TR durante a aplicação dos testes: os responsáveis pela avaliação neuropsicológica
registram em cada sessão indicadores comportamentais emitidos pela criança ou adolescente
durante a realização dos testes. É composto pelos sinais clínicos de desatenção (n=9),
hiperatividade (n=6) e impulsividade (n=3) descritos pelo DSM-IV adaptados ao contexto de
realização de testes. Os responsáveis pela aplicação dos instrumentos da avaliação
neuropsicológica devem indicar a frequência com que padrão comportamental ocorre de
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Carreiro, L. R. R., Schwartzman, J. S., Cantiere, C. N., Ribeiro, A. F., Silva, N. A., Martin, M. A. F., Chiquetto,
C. M., Baraldi, G. S., Mariani, M. M. C., Seraceni, M. F. F. & Teixeira, M. C. T. V.
acordo com o critério (0) nunca ou raramente; (1) às vezes; (2) frequentemente ou (3) muito
frequentemente.
Fase 3
Problemas de Conduta. Esses dados são identificados nos inventários CBCL/6-18, TRF/6-18
e YSR/11-18; (5) Outras Escalas do Inventário YSR/11-18: envolvem Problema Obsessivo
Compulsivo, Problema de Estresse Pós-Traumático e Qualidade Positiva; (6) Outras Escalas
dos Inventários CBCL/6-18, TRF/6-18: envolvem Ritmo Cognitivo Lento, Problemas
Obsessivo-Compulsivo, Problemas de Estresse Pós-Traumático. Esses dados são
identificados nos inventários CBCL/6-18, TRF/6-18 (Achenbach & Rescorla, 2004, 2001).
Para avaliar as pontuações brutas do CBCL/6-18, TRF/6-18 e YSR/11-18 os dados são
convertidos para escores dos pontos ponderados (escores T), que se distribuem em faixas que
oscilam entre ausência de problemas (normalidade), problemas limítrofes e problemas
considerados clínicos. É possível verificar nas escalas das síndromes de problemas
emocionais e comportamentais, e nas escalas que são orientadas pelo DSM, as pontuações
ponderadas (escores T) que são distribuídas em: Faixa normal (escores abaixo de 65); Faixa
limítrofe: (escores de 65 a 69); Faixa clínica: (escores ≥ 70). Os pontos ponderados obtidos
nas escalas de competências são distribuídos da seguinte maneira: Faixa normal (escores ≥
35); Faixa limítrofe (escores de 30 a 35); Faixa clínica (escores abaixo de 30). (Achenbach &
Rescorla, 2004, 2001).
Os inventários são analisados e registrados no programa de computador Assessment Data
Manager (ADM) - software de pontuação versão sete. Este programa permite a comparação
das respostas dos diferentes informantes e a correlação das respostas dos três inventários. Os
dados geram perfis comportamentais que podem ser comparados com escores de amostras
normativas, em função de idade e sexo (Achenbach & Rescorla, 2004, 2001).
Escala de Inteligência Wechsler para crianças (WISC-III) demais subtestes: Nessa fase são
aplicados os demais subtestes para permitir a identificação dos índices de índice
Compreensão Verbal (que reflete o raciocínio verbal); índice Organização Perceptual (que
consiste em uma medida do raciocínio não verbal e integração visomotora); índice de
Resistência à Distração (ou seja, uma medida da capacidade de atentar-se a uma informação,
além de atenção avalia concentração e memória imediata) e índice Velocidade de
Processamento (que reflete os processos relacionados à atenção, memória e concentração,
necessários para processar rapidamente a informação visual).
Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST): é um instrumento que foi desenvolvido
originalmente em 1948 e usado como uma medida de raciocínio abstrato entre populações
típicas adultas. Na atualidade é utilizado na avaliação neuropsicológica de habilidades de
raciocínio abstrato e estratégias cognitivas como resposta a alterações em contingências
ambientais. É utilizado como uma medida de controle executivo, como planejamento,
flexibilidade de pensamento, memória do trabalho, monitorização e inibição de
perseverações. O mesmo está adaptado e padronizado para o uso no Brasil (Heaton et al.,
2004). O instrumento é composto por dois conjuntos de baralhos idênticos, 64 cartas cada,
mais dois conjuntos de 4 cartas-estímulo, um protocolo de registro e um manual. As cartas
apresentam figuras que possuem três tipos de configurações: cor, forma e número. As cores
podem ser vermelha, azul, amarela ou verde; as formas podem ser de cruzes, círculos,
triângulos ou estrelas; e os números das figuras podem ser o um, dois, três ou quatro. O
participante receberá apenas a informação de que a sua associação está certa ou errada, antes
de pegar a próxima carta. O aplicador controla, através do protocolo de registro, as
sequências das configurações, sendo a primeira cor, a segunda forma e posteriormente o
número. A cada dez respostas consecutivas corretas, referente à primeira categoria “cor”, o
aplicador passará a considerar como resposta correta a segunda associação, conforme
estipulado pelo protocolo, ou seja, categoria “forma”, e assim por diante até o término das
128 cartas ou das 6 sequências completadas pelo participante, isto é, cor, forma, número, por
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Carreiro, L. R. R., Schwartzman, J. S., Cantiere, C. N., Ribeiro, A. F., Silva, N. A., Martin, M. A. F., Chiquetto,
C. M., Baraldi, G. S., Mariani, M. M. C., Seraceni, M. F. F. & Teixeira, M. C. T. V.
duas vezes a mesma sequência (CFNCFN). As respostas são avaliadas com fundamento em
três dimensões: correta e incorreta, ambígua e não ambígua, perseverativa e não perseverativa
(Heaton et al.,2004).
Teste de atenção por cancelamento – TAC: consiste em três matrizes impressas com
diferentes tipos de estímulos. A pessoa avaliada deve assinalar todos os estímulos iguais ao
estímulo-alvo previamente determinado. As partes 1 e 2 avaliam atenção seletiva (capacidade
de selecionar estímulos relevantes e ignorar os irrelevantes). Na terceira parte adiciona-se
uma demanda de alternância, sendo necessário mudar o estímulo-alvo em cada linha (Montiel
& Seabra, 2012).
Teste de trilhas parte A e B: é um instrumento amplamente usado internacionalmente para a
avaliação das funções executivas e flexibilidade cognitiva (Partington & Leiter, 1949; Dias &
Tortella, 2012). Inicialmente foi criado em 1938, como Partington’s ou Teste de Atenção
Dividida, formando parte da bateria Army Individual Test Battery. Várias versões foram
surgindo tanto para crianças, quanto para adultos. A versão brasileira foi utilizada na
avaliação inicial e consiste na apresentação de letras e números que devem ser ligados frente
uma sequencia predeterminada. Segundo Trevisan e Pereira (2012) o teste de trilhas avalia
“habilidades cognitivas de percepção, atenção e rastreamento visual, velocidade e
rastreamento visuomotor, atenção sustentada e velocidade de processamento” (p. 86).
Colabora no entendimento de alterações no desenvolvimento cognitivo. Nesse trabalho foi
utilizada a versão validada de Montiel e Seabra (2009b). A parte A consiste na apresentação
de 12 letras (A até M) ou 12 números (1 até 12), colocados aleatoriamente para que o
participante ligue-os de acordo com a ordem alfabética ou numérica. A parte B letras e
números aparecem randomizados na mesma folha. Ou seja, 12 letras (A até M) e 12 números
(1 até 12). A tarefa baseia-se na ligação dos itens seguindo alternadamente as sequências
alfabética e numérica.
Testes Computadorizados de Atenção: foram utilizados três experimentos de acordo com os
trabalhos de Lellis (2011) e Carreiro, Haddad e Baldo (2011) para avaliar a capacidade de
orientação da atenção no tempo e no espaço, utilizando pistas centrais e periféricas. Para isso,
foram desenvolvidos instrumentos para avaliar (1) a sustentação da atenção; (2) a orientação
(espacial) voluntária da atenção e (3) a orientação (espacial) automática da atenção.
Diferentes subaspectos da orientação da atenção, foram avaliados e deste modo foi possível
conhecer características específicas que estejam alteradas nos grupos experimentais. Tais
experimentos foram utilizados na dissertação de mestrado de Lellis (2011) que também foi
publicada em 2013 (Lellis et al., 2013). O trabalho de Lellis teve como objetivo fazer uma
avaliação neuropsicológica e comportamental centrada na análise do processo atencional de
78 crianças do Ensino Fundamental I. Demostrando que eles auxiliam na avaliação dos
aspectos voluntários e automáticos da atenção (Lellis et al., 2013). Em 2012, tais
instrumentos foram utilizados, também para avaliar esses aspectos da atenção em crianças
com queixa de TDAH em comparação a um grupo controle (Marianni, 2013).
Registro de Observação de Comportamentos de desatenção e hiperatividade baseada no
DSM-IV-TR durante a aplicação dos testes: replicação do Registro da fase 2.
Avaliação clínica-neurológica: Consiste de anamnese para informações gerais e à respeito do
comportamento em geral, rendimento escolar, sociabilidade, sinais de desatenção e
hiperatividade, condição de saúde, exames complementares já realizados e seus resultados
também são verificados medicamentos já utilizados e seus efeitos. E a observação clínica
abrange os seguintes aspectos : a) avaliação dos pares craneanos, tônus muscular, reflexos
miotáticos, provas de função cerebelar e pesquisa de sinais neurológicos de localização.
Procedimentos
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Discussão
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Protocolo interdisciplinar de avaliação no TDAH
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Conclusão
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Revista Psicologia: Teoria e Prática, Vol. 16, No. 3, (páginas). São Paulo, SP. (meses). 2014. ISSN 1516-3687
(impresso) ISSN 1980-6906 (on-line).