PMS 2022 2025 Volume I

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 379

1

PREFEITO
Bruno Soares Reis

VICE-PREFEITA
Ana Paula Andrade Matos Moreira

SECRETÁRIO MUNICIPAL DA SAÚDE


Leonardo Silva Prates

SUBSECRETARIA DA SAÚDE
Décio Martins Mendes Filho

CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SALVADOR


Everaldo Alves de Oliveira Braga

DIRETORIA ESTRATÉGICA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO


Rosa Virgínia Rosemberg Oliveira Fernandes

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA À SAUDE


Andrea Salvador de Almeida

DIRETORIA DE ATENÇÃO À SAÚDE


Zaida de Barros Mello Nascimento Santos

DIRETORIA DE REGULAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO


Daniela de Jesus Alcântara

COORDENADORIA DE GESTÃO DE PESSOAS


Maria do Socorro Tanure Telles

COORDENADORIA ADMINISTRATIVA
Paloma Mendes Mendonça

GERÊNCIA DE INFRAESTRUTURA
Antônio Amaral Amorim

NUCLEO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


Ariovaldo Nonato Borges Junior

OUVIDORIA
Sara Areas Costa

AUDITORIA
Viviane Nobre de Santana

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Lélia Dourado

2
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO1

Diretoria Estratégica de Planejamento e Gestão


Alcione Santos da Anunciação
Aline Oliveira Martins Cavalcanti Cunha
Darlene Silva Souza
Helena Cristina Alves Vieira Lima
Juliana Santos de Oliveira
Maria de Fátima Carvalho de Oliveira
Maria de Fátima Pereira Santos
Sara Cristina Carvalho Cerqueira
Suzana Mendes Almeida

Diretoria de Atenção à Saúde


Abdon de Oliveira Brito
Aline Ribas Florêncio
Ana Paula Braga das Chagas
Anderson Lima Rôla
Ariane Batista Lage
Bruno Santos Viriato
Felipe Fagundes Soares
Fernanda Souza Magalhães
Flora Santos Oliveira
Genário Oliveira Santos Júnior
Ivan Paina Filho
Jeciane Franco de Araújo
Jéssica Lima
Kelly Barbosa Gama
Kênya Lima de Araújo
Leila Marcia Neri Grave
Lívia Maria Valente Rocha Alves
Mariana Maracajá
Mavie Eloy Kruschewsky
Olivete Borda dos Reis
Roberto Alexandre Moura

Diretoria de Vigilância em Saúde


Adelly Rosa Orselli Moraes
Alba Regina de Sousa
Ana Claudia Muller Urpia
Ana Lucia Galvão Sales
Cristiane Wanderley Cardoso
Elka Maltez de Miranda Moreira
Eliaci Couto de Lima Costa
Eliene dos Santos de Jesus
Francesca de Brito Magalhâes
Igor Bittencourt Santos
Isolina Miguez Allem Ciuffo
Joselita Cássia Lopes Ramos
Lídice Almeida Arlego Paraguassu
Lourenço Ricardo Oliveira
Marcela Almeida Muhama

1
Comissão de elaboração do PMS 2018-2021 nomeada pela Portaria nº 167, publicada no Diário Oficial do
Município de 07 de abril de 2021.

3
Maria do Socorro Farias Chaves
Milena Duarte Argolo dos Santos
Nélio Teles de Meneses
Raoni Andrade Rodrigues
Tanira Matutino Bastos
Tiza Tripodi Marchi Mendes
Vanessa do Espírito Santo Almeida

Diretoria de Regulação Controle e Avaliação


Bruna de Almeida Silva
Cintia Figueiredo de Almeida
Lilian Barbosa Rosado
Jessica Soares da Silva

Coordenadoria de Gestão de Pessoas


Melícia Silva Reis Góes
Rosangela Fontes Santos

Coordenadoria Administrativa
Paloma Mendes Mendonça

Núcleo de Tecnologia da Informação


Emanuela Oliveira Conceição

Ouvidoria
Sara Areas Costa
Indaiara Neri Santos

Conselho Municipal de Saúde


Isolda Souza Cardoso
Jaqueline Rodrigues Almeida – secretaria executiva

4
Subcomissão de Análise de Situação de Saúde
Abdon de Oliveira Brito
Alcione Santos da Anunciação
Alice de Andrade Santos
Aline Oliveira Martins Cunha
Ana Claudia Urpia
Ana Lucia Galvão Sales
Ana Luísa Mota Itaparica
Ana Paula Reis Vianna
Andrea de Melo Silva Lucena
Andrea Rosa de Siqueira
Aroldo José Borges Carneiro
Cíntia Figueiredo de Almeida
Cristiane Wanderley Cardoso
Darlene Lemos Souza
Edna Pereira Rezende
Eliene dos Santos de Jesus
Elka Maltez de Miranda
Eloísa Solange Magalhães Bastos
Eva Carneiro Silva Passos
Fabiana Vieira Lima Correia
Felipe Fagundes Soares
Flávia Santos Guimarães
Gilvânia Lima Nogueira
Helena Cristina Alves Vieira Lima
Humberto Lago Livramento
Inamari Souza de Almeida Amorim
Irlan Coelho Souza
Itana Sena Barros
Jéssica Soares da Silva
Joselina Soeiro de Jesus
Laís Pires dos Santos
Lavínia Lídia Ramos Quireza de Vasconcelos
Leila Lima Mello
Lídice Almeida Arlego Paraguassú
Lilian Barbosa Rosado
Marcelo Mario Santos Medrado
Marcelo Mário Santos Medrado
Maria da Conceição Freitas Teles
Maria de Fátima Pereira dos Santos
Maria do Socorro Farias Chaves
Maria Elizangela Ramos Junqueira
Marianna Luiza Alves Soares Santos
Mavie Eloy Kruschewsky
Mayana Calasans
Melicia Maria da Conceição Silva Reis Góes
Mirela Maísa da Silva Souza
Natalia Ferraz Bastos
Pablo Teixeira de Souza Leal
Priscila Duarte de Pádua
Priscila Duarte de Pádua
Rita de Cassia Nery Cal
Rita de Cássia Nery Cal
Roseane Conceição Ribeiro de Oliveira
Sara Areas Costa

5
Sofia Campos dos Santos
Soraya Castro de Novaes Pereira
Suzana Mendes Almeida
Tanira Matutino Bastos
Tiza Trípodi Marchi Mendes
Vanessa Fonseca Ribeiro
Wynnie Marie Lima de Carvalho

Grupo de Trabalho de Planejamento e Avaliação


Adelly Rosa Orselli Moraes (DVIS)
Alba Regina de Souza (DVIS)
Darlene Silva Souza (DEPG)
Elka Maltez de MIranda (DVIS)
Emanuela Oliveira Conceição (NTI)
Felipe Fagundes (DAS)
Indaiara Neri Santos (Ouvidoria)
Irlan Souza Coelho (FMS)
Jéssica Soares da Silva (DRCA)
Juliana Santos de Oliveira (DEPG)
Lilian Barbosa Rosado (DRCA)
Maria Cândida Alencar de Queiroz (CGPS)
Maria de Fátima Martins (Auditoria)
Maria de Fátima Carvalho de Oliveira (DEPG)
Nélio Teles de Meneses (DVIS)
Rosângela Fontes dos Santos (CGPS)
Sara Areas Costa (Ouvidoria)
Sara Cristina Carvalho Cerqueira (DEPG)

Residentes em Planejamento e Gestão – ISC/UFBA


Alice Bonfim de Santana
Bruna Eduarda Gomes dos Santos
Daniela da Silva Baumgarten
Flávia Verena Nascimento Santana
Leticia Carvalho Leite Vieira
Ligia de Gaia Azevedo de Oliveira
Lorene Rodrigues Ramos
Pedro Marcus Rodrigues Valeijo Pinto
Raissa Barros Moreira Santos
Ricardo Cardoso dos Santos
Yonara Cerqueira Ferreira

Residentes em Saúde da Família – FESF/FIOCRUZ


Rafael Brito Lopes
Weslei Guimarães Santos

REVISÃO FINAL
Darlene Silva Souza
Juliana Santos de Oliveira
Maria de Fátima Carvalho de Oliveira
Sara Cristina Carvalho Cerqueira

CAPA
Silvia Leticia Souza de Castro (ASCOM)

6
2022 – Secretaria Municipal da Saúde do Salvador
É permitida a reprodução parcial ou total desta publicação, desde que citada a fonte.

1ª edição
Publicação digitalizada (2022)

Ficha Catalográfica

Salvador, Secretaria Municipal da Saúde do Salvador (SMS SSA). Diretoria Estratégica de


Planejamento e Gestão (DEPG).

Plano Municipal de Saúde de Salvador 2022-2025. Volume I / Secretaria Municipal da Saúde.


Diretoria Estratégica de Planejamento e Gestão: Salvador, 2021. 379 p.

1.Sistema Único de Saúde (SUS). 2.Planejamento em Saúde. 3.Gestão em Saúde Pública. I.


Salvador. II. Secretaria de Saúde

Secretaria Municipal da Saúde do Salvador


Rua da Grécia, nº 03, Edifício Caramuru, Comércio.
Salvador/Ba – Cep:40.010-010
Tel.: (71) 3202-1024 /1096/1031/1093
Site: http://www.saude.salvador.ba.gov.br/

7
Lista de Abreviaturas e Siglas

ACE - Agente de Combate às Endemias


ACS - Agente Comunitário de Saúde
ADE - Acolhimento à Demanda Espontânea
ADRT - Agravos e Doenças Relacionadas ao Trabalho
AME - Aleitamento Materno Exclusivo
AMPI - Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa
APS - Atenção Primária à Saúde
ASIS - Análise de Situação de Saúde
AVC - Acidente Vascular Cerebral
BPC - Benefício de Prestação Continuada
CAPS - Centro de Atenção Psicossocial
CASE - Comunidades de Atendimento Socioeducativo
CCU - Câncer de Colo de Útero
CEFORT - Centro de Formação dos Trabalhadores do SUS Salvador
CEO - Centro de Especialidade Odontológica
CER - Central Estadual de Regulação
CFF - Conselho Federal de Farmácia
CIB - Comissão Intergestores Bipartite
CMR - Central Municipal de Regulação
CMS - Conselho Municipal de Saúde
CNES - Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos
COAMAS - Comitê de Aleitamento Materno do Salvador
COE - Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública
DAC - Doenças do Aparelho Circulatório
DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DEPG - Diretoria Estratégica de Planejamento e Gestão
DF - Doença Falciforme
DIPPA - Diretoria de Promoção à Saúde e Proteção Animal
DNV - Declaração de Nascido Vivo (DNV)
DO - Declaração de Óbito
DS - Distrito Sanitário
EAAB - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil
EAPV - Eventos Adversos Pós Vacinação
EAS - Estabelecimentos Assistenciais de Saúde
eCR - equipes de Consultório na Rua
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
EqSF - Equipes de Saúde da Família
ESF - Estratégia de Saúde da Família
GTSPN - Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra
HMS - Hospital Municipal de Salvador
HV - Hepatites Virais
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos

8
IPEA - Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada
IST - Infecções Sexualmente Transmissíveis
LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
MIF - Mulher em Idade Fértil
MS - Ministério da Saúde
NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família
NICRI - Núcleo Interno de Combate ao Racismo Institucional
NTI - Núcleo de Tecnologia da Informação
NUGETES - Núcleos de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde
NV - Nascidos Vivos
OMS - Organização Mundial da Saúde
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde
PA - Pronto Atendimento
PAPDF - Programa de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme
PAS - Processos Administrativos Sanitários
PCDCh - Programa de Controle da Doença de Chagas
PCRI - Programa de Combate ao Racismo Institucional
PCV - Plano de Cargos e Vencimentos
PDR - Plano Diretor de Regionalização da Bahia
PEA - População Economicamente Ativa
PEAO - População Economicamente Ativa Ocupada
PeNSE - Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
PES - Planejamento Estratégico Situacional
PFPB - Programa Farmácia Popular do Brasil
PIA - População em Idade Ativa
PMS - Plano Municipal de Saúde
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNAISH - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
PNI - Programa Nacional de Imunização
PNP - Pré-natal do Parceiro
PNPIC - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
PNPMF - Política Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico
PNSIPN - Política Nacional de Saúde Integral da População Negra
PPI - Programação Pactuada Integrada
PRME - Programa de Residência de Medicina de Emergência
PRMFC - Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade
PSE - Programa Saúde na Escola
PSR - pessoas em situação de rua
PSR - População em Situação de Rua
RA - Regiões Administrativas
RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
RAPS - Rede de Atenção Psicossocial
RC - Rede Cegonha
REDA - Regime Especial de Direito Administrativo
REMUME - Relação Municipal de Medicamentos Essenciais
RMS - Região Metropolitana do Salvador

9
SAE - Serviços de Atenção Especializada
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SEMAE - Serviço Municipal de Assistência Especializada
SESAB - Secretaria da Saúde do Estado da Bahia
SG - Síndrome Gripal
SIA - Sistema de Informação Ambulatorial
SIGA - Serviço Integrado de Atendimento Regional
SIH - Sistema de Informação Hospitalar
SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Sinan - Sistema de Informação de Agravos de Notificação
Sinasc - Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
SIS -Sistemas de Informação em Saúde
SISAB - Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
SRAG - Síndrome Respiratória Aguda Grave
SRC - Síndrome da Rubéola Congênita
SUAS - Sistema Único de Assistência Social
SUS - Sistema Único de Saúde
TPN - Triagem Pré-Natal
UBS - Unidade Básica de Saúde
UPA - Unidade de Pronto Atendimento
USF - Unidade de Saúde da Família
UTI - Unidade de Terapia Intensiva
VIGIAGUA - Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
VIGIDESASTRES - Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos associados aos Desastres
VIGIPEQ - Vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes químicos
Vigitel - Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
VISA - Vigilância Sanitária
Visamb - Vigilância em Saúde Ambiental
VIVA - Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes
VO - Vigilância do Óbito

10
Lista de Figuras
Figura 01. Oficinas distritais de identificação e priorização de problemas para o PMS 2022-2025
Figura 02. Distribuição espacial Região Metropolitana de Salvador
Figura 03. População residente no município de Salvador, segundo Distrito Sanitário, Salvador/BA, 2000, 2010
e 2020*.
Figura 04. Densidade demográfica em Salvador-BA, segundo Distrito Sanitário, 2000, 2010 e 2020*. Salvador-
BA, 2021
Figura 05. Pirâmide Etária segundo sexo e raça/cor, Salvador-BA, Salvador-BA, 2000, 2010 e 2020 .
Figura 06. Taxa de Natalidade (bruta) da população residente em Salvador (ou de Salvador) (por 1.000 habitantes)
segundo Distrito Sanitário de residência, 2010 e 2020 .
Figura 07. Número de óbitos e taxa de mortalidade por suicídios em residentes de Salvador – BA 2010 a 2020*
Figura 08. Mortalidade proporcional por suicídios segundo sexo, em residentes de Salvador – BA, 2010 a 2020*
Figura 09. Número de suicídios e de notificações de lesões autoprovocadas de residentes em Salvador. Bahia,
2010-2020*
Figura 10. Número de notificações e de unidades notificantes da violência interpessoal e autoprovocada de
residentes em Salvador. BA, 2010-2020.
Figura 11. Percentual de notificações da violência interpessoal e autoprovocada segundo o sexo. Salvador, Bahia
2010-2020.
Figura 12. Cenário epidemiológico dos casos notificados no REDCap, Salvador-BA, 2020.
Figura 13. Incidência de dengue por Distrito Sanitário de Salvador,BA 2015
Figura 14. Incidência de dengue por Distrito Sanitário de Salvador, BA 2020
Figura 15. Incidência de Chikungunya por Distrito Sanitário de Salvador, 2015. Salvador-BA, 2021.
Figura 16. Incidência de Chikungunya por Distrito Sanitário de Salvador, 2020. Salvador-BA, 2021.
Figura 17. Incidência de Zika por Distrito Sanitário de Salvador, 2015. Salvador-BA, 2021.
Figura 18. Incidência de Zika por Distrito Sanitário de Salvador, 2020. Salvador-BA, 2021.
Figura 19. Distribuição dos casos confirmados de leptospirose por características sócio demográficas, 2010 a
2020. Salvador-BA, 2021
Figura 20. Número de casos confirmados* de leptospirose em Salvador de 2010-2020.
Figura 21. Distribuição de incidência de casos de esporotricose por Distrito Sanitário de Salvador, 2018.
Figura 22. Incidência de casos de esporotricose por Distrito Sanitário de Salvador, 2020
Figura 23. Comunidades quilombolas certificadas, Salvador-BA, 2021
Figura 24. Principais eventos em saúde pública investigados pelo CIEVS SSA, Salvador-Ba, 2009-2020.
Figura 25 e 26. Distribuição espacial da incidência acumulada (A) e das semanas epidemiológicas 22 a 25 (B) de
casos confirmados da COVID-19, por DS de residência. Salvador/BA, 11/03/2020 a 03/07/2021.
Figura 27. Distribuição espacial da mortalidade acumulada (A) e das semanas epidemiológicas 22 a 25 (B) de
óbitos da COVID-19, segundo DS de residência. Salvador-BA, 28/03/2020 a 03/07/2021.
Figura 28. Distribuição espacial das Prefeituras-Bairro e dos Distritos Sanitários.
Figura 29. Principais ações desenvolvidas para o componente Atenção Integral à Saúde da Criança na Rede
Cegonha, Salvador-BA
Figura 30. Principais problemas e necessidades de saúde dos adolescentes, segundo a percepção dos profissionais
da Atenção Básica, Salvador-BA, 2019

Figura 31. Linha do tempo dos principais marcos da implementação da atenção ao Pré-natal, Parto e Puerpério, à
gestante e ao recém-nascido. Salvador/BA, 2010-2021
Figura 32. Mapa de vinculação das Gestantes de Risco Habitual e Alto Risco, Salvador-BA Agosto de 2021
Figura 33. Principais ações desenvolvidas para os componentes Pré-natal, Parto e Nascimento da Rede Cegonha,
Salvador-BA, 2013-2021.
Figura 34. Diagrama dos Componentes da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência
Figura 35. Serviços do Projeto Girassóis de Rua
Figura 36. Linha do tempo das ações da Vigilância em Saúde Ambiental (2010-2020).

11
Lista de Gráficos
Gráfico 01. População por sexo, faixa etária e linha de tendência masculino, 2010 a 2020*. Salvador-BA,2021.
Gráfico 02. Índice de envelhecimento populacional, Salvador/BA, 2000 e 2020*.
Gráfico 03. População residente em Salvador-BA, segundo situação do domicílio, 2000, 2010 e 2020*.
Gráfico 04. População residente em Salvador-BA (%), segundo religião*, 2000 e 2010.
Gráfico 05. Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, Salvador, Bahia, Nordeste, Brasil, 2016
a 2019.
Gráfico 06. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), por componentes, Salvador, Bahia, Fortaleza e
Belo Horizonte, 2010.
Gráfico 07. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Salvador, segundo sexo, 2010
Gráfico 08. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Salvador, segundo raça/cor, 2010.
Gráfico 09. Indicador de Swaroop-Uemura (50 anos ou mais) ou Razão de Mortalidade Proporcional (RMP), segundo
Distrito Sanitário, 2010 e 2020*.
Gráfico 10. Indicador de Swaroop-Uemura (75 anos ou mais) ou Razão de Mortalidade Proporcional (RMP), segundo
Distrito Sanitário, Salvador/BA, 2010 e 2020*.
Gráfico 11. Proporção da População Economicamente Ativa Ocupada*. Salvador, 2012 a 2019.
Gráfico 12. Número de trabalhadores da RAIS. Salvador, 2010 a 2019

Gráfico 13. Distribuição percentual da População Economicamente Ativa (PEA) por sexo e raça/cor. Brasil, Bahia,
Salvador e Fortaleza, 2010
Gráfico 14. Distribuição percentual da População Economicamente Ativa Ocupada (PEAO) por sexo e raça/cor.
Brasil, Bahia, Salvador e Fortaleza, 2010.
Gráfico 15. Distribuição percentual da População Economicamente Ativa Ocupada (PEAO) por principais ramos dos
setores econômicos. Brasil, Bahia, Salvador e Fortaleza, 2010.
Gráfico 16. Distribuição percentual da população ocupada por nível de instrução, 2010.
Gráfico 17. População em Idade Ativa e trabalhadores da RAIS. Salvador, 2010 a 2019.

Gráfico 18. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem regularmente frutas e hortaliças, por sexo, Salvador -
Ba, VIGITEL 2010-2020
Gráfico 19. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem feijão em cinco ou mais dias na semana, por sexo,
Salvador - BA. Vigitel, 2010-2020
Gráfico 20. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem refrigerantes em cinco ou mais dias na semana, por
sexo, Salvador - BA. VIGITEL, 2010-2020
Gráfico 21. Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, segundo frequência de consumo
de frutas, guloseimas e refrigerantes, cinco ou mais dias na semana em Salvador- BA, PeNSE, 2009-2015
Gráfico 22. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que praticam atividades físicas no tempo livre, por sexo, Salvador – Ba.
Vigitel 2010-2020
Gráfico 23. Percentual de adultos (≥ 18 anos) fumantes, por sexo, Salvador - Ba, Vigitel 2010-2020
Gráfico 24. Percentual de adultos (≥ 18 anos) fumantes passivos no domicílio, Salvador -Ba, VIGITEL 2010-2020
Gráfico 25. Percentual de adultos (≥ 18 anos) fumantes passivos no local de trabalho, Salvador -Ba, VIGITEL 2010-
2020
Gráfico 26. Percentual de escolares frequentando o 9º do ensino fundamental que experimentaram cigarro, segundo
sexo. Salvador - Ba, 2009, 2012 e 2015
Gráfico 27. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consumiram bebidas alcoólicas de forma abusiva, segundo sexo,
Salvador - Ba, Vigitel 2010-2020
Gráfico 28. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que referiram conduzir veículos motorizados após consumo de qualquer
quantidade de bebida alcoólica, segundo sexo, Salvador - Ba, Vigitel 2010-2020
Gráfico 29. Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental que experimentaram álcool, segundo
sexo. Salvador - Ba, 2009, 2012 e 2015
Gráfico 30. Percentual de adultos (≥ 18 anos) com obesidade (IMC >= 30 kg/m2), por sexo, Salvador - Ba, VIGITEL
2010-2020

12
Gráfico 31. Frequência de nascidos vivos com ocorrência em Salvador, segundo municípios de residência da mãe,
2010 a 2020.
Gráfico 32. Frequência de nascidos vivos de mães residentes e não residentes em Salvador segundo ano de
nascimento, 2010 a 2020.
Gráfico 33. Número de nascidos vivos de ocorrência, residência e, ocorrência e residência (e linha de tendência) em
Salvador, Salvador –BA, 2010 a 2020
Gráfico 34. Taxa bruta de mortalidade no Brasil, Salvador, Fortaleza e Recife, 2010 a 2020*.
Gráfico 35. Taxa de mortalidade segundo causa Capítulos (CID10 CAP) em residentes de Salvador, 2010 a 2020*.
Gráfico 36. Mortalidade por Capítulos (CID10 CAP) segundo faixa etária em residentes de Salvador, 2010 a 2020*.
Gráfico 37. Taxa de mortalidade prematura pelo conjunto das principais DCNT, em residentes de Salvador, 2010 a
2020*.
Gráfico 38. Taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) por Doenças do Aparelho Circulatório, segundo causas
determinantes, em residentes de Salvador, 2010 a 2020*.
Gráfico 39. Taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) por Neoplasias, segundo causas determinantes, em
residentes de Salvador, 2010 a 2020*.
Gráfico 40. Número de óbitos em MIF, para Salvador, por Distrito Sanitário, por ano de ocorrência, 2010 a 2020.
Salvador-BA, 2021.
Gráfico 41. Mortalidade Proporcional, segundo Cap. CID 10, em Mulheres de Idade Fértil, Salvador, 2010 a 2019
Gráfico 42. Mortalidade Proporcional, segundo Cap. CID 10, em Mulheres de Idade Fértil, Salvador, 2020.
Gráfico 43. Coeficiente de Mortalidade Materna, Belo Horizonte, Salvador, Bahia, 2010 a 2020.
Gráfico 44. Momento de Ocorrência dos Óbitos Maternos, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 45. Mortalidade Materna, em número absoluto segundo faixa etária, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 46. Classificação de evitabilidade de óbitos maternos, Salvador, 2017 e 2018.
Gráfico 47. Mortalidade Infantil e componentes Neonatal Precoce, Neonatal Tardio e Pós-neonatal, Salvador, 2010 a
2020.
Gráfico 48. Taxa de Mortalidade Fetal (/1000 nascidos vivos), Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 49. Taxa de mortalidade por causas externas segundo as principais causas determinantes, em Salvador. Bahia,
2010 -2020*
Gráfico 50. Taxa de mortalidade por homicídios segundo sexo, em Salvador. Bahia, 2010-2020*
Gráfico 51. Percentual de casos notificados por doença falciforme, segundo raça/cor. Salvador-BA, 2010-2020.
Gráfico 52. Percentual de notificação de indivíduos com doença falciforme, por sexo. Salvador-BA, 2010-2020.
Gráfico 53. Taxas de morbidade hospitalar pelo SUS por Doença Falciforme, segundo faixa etária. Salvador-BA,
2010 a 2020*.
Gráfico 54. Mortalidade proporcional por doença falciforme, segundo faixa etária. Salvador-BA, 2010 a 2020*.
Gráfico 55. Taxa de mortalidade de indivíduos com doença falciforme na população geral e segundo sexo. Salvador-
BA, 2010 a 2020*.
Gráfico 56. Média das taxas de mortalidade por Doença Falciforme, segundo distrito sanitário de residência. Salvador-
Ba, 2010 a 2020*
Gráfico 57. Número de Ecodoppler Transcraniano realizados pelos portadores de DF e residentes de Salvador.
Salvador – BA, 2016 a 2020.
Gráfico 58 - Índice de cárie dentária ceo-d/CPO-D por faixa etária. Salvador/Ba, 2010 e 2015.
Gráfico 59- Percentual dos componentes do índice CPO-D/ ceo-d por grupo etário. Salvador/BA, 2015
Gráfico 60 - Prevalência de alterações periodontais na faixa etária de 35 a 44 anos. Salvador/BA, 2010 e 2015
Gráfico 61 - Prevalência de alterações periodontais na faixa etária de 65-74, 2010 e 2015
Gráfico 62. Coeficiente de incidência de casos SRAG por influenza e cobertura vacinal, Salvador-BA, 2010- 2020.
Gráfico 63. Distribuição de casos confirmados de SRAG por influenza e coeficiente de incidência, Salvador-BA,
2010- 2020.
Gráfico 64. Número de casos confirmados e Incidência das Meningites em Salvador 2010-2020
Gráfico 65. Incidência das Meningites em Salvador 2010-2020 por faixa etária.
Gráfico 66. Incidência da Doença Meningocócica em Salvador 2010-2020.
Gráfico 67. Casos de Doença Meningocócica segundo sorogrupos, 2010-2020, Salvador.
Gráfico 68. Cobertura Vacinal de Meningococica C, Salvador 2010-2020.

13
Gráfico 69. Série histórica da cobertura vacinal com a vacina tríplice viral e tetra viral, Salvador, Bahia, 2010-2020.
Gráfico 70. Distribuição dos casos confirmados (n=-27) de SIM-P, por Raça/cor, Salvador –BA, 2020.
Gráfico 71. Distribuição dos casos confirmados (n=27) da SIM-P, por sexo e faixa etária, Salvador–BA, 2020.
Gráfico 72. Distribuição dos casos da SIM-P (n=27), por evolução do caso, Salvador-BA, 2020.
Gráfico 73. Diagrama de controle da dengue em Salvador, 2020. Salvador-BA, 2021.
Gráfico 74. Número de casos confirmados de Leishmaniose em caninos e humanos em Salvador,2010 a 2020.
Gráfico 75. Número de animais vacinados e cobertura das campanhas de vacinação antirrábica canina e felina em
Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 76. Número de animais vacinados contra a raiva na rotina em Salvador, 2010-2020.
Gráfico 77. Número de acidentes animais peçonhentos, segundo espécie, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 78. Ações de Educação popular e Mobilização social realizadas pelo CCZ, Salvador, 2013 a 2020.
Gráfico 79. Número de Casos e Taxa de Incidência de tuberculose, todas as formas, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 80. Número de óbitos e Taxa de Mortalidade por Tuberculose, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 81. Percentual de casos com Teste HIV realizados e Testes HIV Positivos (Coinfecção) nos Casos Novos de
Tuberculose, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 82. Percentual de Cultura realizada entre os casos de retratamento de tuberculose, forma pulmonar, Salvador,
2009 a 2019.
Gráfico 83. Situação de Encerramento dos Casos Novos de Tuberculose pulmonar, com confirmação laboratorial,
Salvador, 2009 a 2019.
Gráfico 84. Percentual de Tratamento Diretamente Realizado nos casso novos de Tuberculose, todas as formas,
Salvador, 2009 a 2019.
Gráfico 85. Percentual de Contatos Examinados entre os contatos identificados dos casos novos de tuberculose,
Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 86. Taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase, na população geral e na população de zero a 14
anos, por 100.000 habitantes, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 87. Percentual de casos novos de hanseníase na população geral, segundo classificação operacional, conforme
tendência. Salvador – Ba, 2010-2020
Gráfico 88. Tendência da taxa de detecção e da proporção de grau 2 de incapacidade física de casos novos de
hanseníase no momento do diagnóstico. Salvador – BA, 2010-2020.
Gráfico 89. Frequência de casos novos de hanseníase com grau 1 e 2 de incapacidade física, no momento do
diagnóstico, por faixa etária. Salvador – BA, 2010-2020.
Gráfico 90. Percentual de casos novos de hanseníase residentes em Salvador, por tipo de Unidade de Saúde Atual,
conforme tendência. Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 91. Taxa de detecção de Hepatite B (por 100.000/hab), Brasil, Salvador, Recife e Belo Horizonte, 2010 a
2020
Gráfico 92. Taxa de detecção Hepatite B (por 100.000/hab.) por Sexo, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 93. Taxa de detecção de Hepatite B (por 100.000/hab.) por faixa etária, Salvador, 2010 a 2020
Gráfico 94. Percentual de Hepatite B (por 100.000/hab.) segundo critério Raça/cor, Salvador, 2010 a 2020
Gráfico 95. Taxa de detecção de Hepatite C (por 100.000/hab.), Brasil, Salvador, Recife e Belo Horizonte, 2010 a
2020.
Gráfico 96. Taxa de detecção de Hepatite C (por 100.000/hab.) por Sexo, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 97. Taxa de detecção de Hepatite C (por 100.000/hab.) por faixa etária, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 98. Distribuição percentual de casos de Hepatite C (por 100.000/hab.) segundo raça/cor, Salvador, 2010 a
2020
Gráfico 99. Comparativo da taxa de detecção de sífilis adquirida, Salvador, Brasil, Recife e Belo Horizonte 2010-
2020
Gráfico 100. Percentual dos casos de adquirida por raça/cor, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 101. Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) por faixa etária, Salvador, 2010-2020
Gráfico 102. Distribuição percentual dos casos de sífilis adquirida por sexo, Salvador, BA 2010-2020
Gráfico 103. Taxa de detecção de sífilis em gestante por 1000 nascidos vivos, Brasil, Salvador, Recife e Belo
Horizonte, 2010-2020

14
Gráfico 104. Distribuição percentual dos casos notificados de sífilis em gestante por faixa etária, Salvador, 2010 a
2020
Gráfico 105. Distribuição percentual dos casos notificados de sífilis em gestantes segundo esquema de tratamento,
Salvador, 2010 a 2020
Gráfico 106. Distribuição percentual de casos de sífilis em gestantes por escolaridade, Salvador, 2010-2020
Gráfico 107. Taxa de incidência de sífilis congênita por 1000 nascidos vivos, Brasil, Salvador, Recife Belo Horizonte,
2010-2020
Gráfico 108. Taxa de incidência de sífilis congênita (por 1000 NV), por distrito sanitário, Salvador, 2010-2020
Gráfico 109. Distribuição Percentual dos casos de sífilis congênita segundo informação sobre realização de pré-natal
da mãe por ano de notificação, Salvador, BA 2010-2020
Gráfico 110. Distribuição Percentual de casos de sífilis congênita conforme esquema de tratamento da mãe, Salvador,
BA,2010-2020
Gráfico 111. Distribuição Percentual de sífilis congênita segundo momento do diagnóstico da sífilis materna,
Salvador, 2010 a 2020
Gráfico 112. Distribuição Percentual dos casos de sífilis congênita segundo diagnóstico final, Salvador, BA, 2010-
2020
Gráfico 113. Taxa de detecção do HIV e aids (por 100.000 habitantes). Salvador. 2010 – 2020.
Gráfico 114. Taxa de detecção (100.000 hab.) de PVHA*. Salvador. 2010 -2021
Gráfico 115. Taxa de detecção de aids em adultos (por 100.000 habitantes), segundo sexo. Salvador. 2010 – 2020
Gráfico 116. Taxa de detecção da Infecção pelo HIV (por 100.000 habitantes), segundo sexo. Salvador. 2010 – 2020
Gráfico 117. Taxa de detecção de aids (por 100.000 habitantes), segundo faixa etária. Salvador. 2010 - 2020
Gráfico 118. Taxa de detecção da Infecção pelo HIV (por 100.000 habitantes), segundo faixa etária. Salvador. 2010
– 2020.
Gráfico 119. Taxa de detecção de aids (por 100.000 habitantes), segundo capitais. Salvador e Fortaleza. 2010 – 2019
Gráfico 120. Taxa de detecção HTLV(por 100.000/hab.). Bahia, Salvador. 2010-2020
Gráfico 121. Taxa de detecção HTLV(por 100.000/hab.) por sexo, Salvador-BA, 2010—2020
Gráfico 122. Taxa de detecção HTLV (por 100.000/hab.), segundo faixa etária, Salvador-BA, 2010-2020
Gráfico 123. Taxa de Incidência dos ADRT (10 mil integrantes da PIA) no Sinan, Salvador e Bahia, 2010 a 2020
Gráfico 124. Casos de ADRT no Sinan, segundo tipo de agravo notificado, Salvador-BA 2010 a 2020.
Gráfico 125. Números absolutos de ADRT na Previdência e no Sinan, Salvador-BA, 2010 a 2018
Gráfico 126. Número de Unidades Notificadoras, Salvador, 2010 a 2020.
Gráfico 127. Coeficiente de Mortalidade por Acidente de Trabalho (por 100 mil integrantes da PIA). Salvador e
Bahia, 2010 a 2020
Gráfico 128. Coeficiente de Mortalidade por Acidente de Trabalho entre segurados da previdência (por 100 mil
trabalhadores), Salvador e Bahia, 2010 a 2020.
Gráfico 129. Preenchimento ignorado do campo Acidente de Trabalho no SIM, segundo variáveis que relaciona o
óbito com o trabalho, Salvador-BA, 2010 a 2020
Gráfico 130. Óbitos residentes das principais DCNT segundo variável raça/cor. Salvador, 2015-2020.
Gráfico 131. Óbitos maternos segundo causas obstétricas, abortos e sua relação com a variável raça/cor. Salvador-
BA, 2015-2020.
Gráfico 132. Casos de DF notificados segundo a variável raça/cor, Salvador-BA, 2015-2020
Gráfico 133. Internações segundo distrito de residência e raça/cor, Salvador-BA, 2015-2020
Gráfico 134. Incompletude do quesito raça/cor no SINAN, segundo DS Sanitário de notificação. Salvador-BA, 2015-
2020
Gráfico 135. Nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal, segundo raça/cor, Salvador-BA, 2015-
2020.
Gráfico 136. Distribuição temporal das notificações de HIV/AIDS em exposição homossexuais e bissexuais no sexo
masculino, Salvador-BA, 2010 a 2020
Gráfico 137. Notificações de violência interpessoal e autoprovocada em pessoas LGBT, Salvador-BA, 2014 a 2020.
Gráfico 138. Notificações de violência interpessoal e autoprovocada em pessoas LGBT segundo orientação sexual e
identidade de gênero, Salvador-BA, 2014 a 2020

15
Gráfico 139. Pessoa com deficiência segundo sexo e faixa etária, Salvador-BA, 2020
Gráfico 140. Pessoa com deficiência, segundo componente raça/cor, Salvador-BA, 2010.
Gráfico 141. Número estimado de pessoas em situação de rua, Brasil e Nordeste, setembro de 2012 a março de 2020.
Gráfico 142. População adulta em situação de rua nas principais capitais, Brasil, 2007/2008
Gráfico 143. Distribuição dos casos notificados da COVID-19, segundo data de início dos sintomas, Salvador-BA,
11/03/2020 a 03/07/2021
Gráfico 144. Distribuição dos óbitos por COVID-19, segundo data de ocorrência, Salvador-BA, 28/03/2020 a
03/07/2021
Gráfico 145. Mortalidade da COVID-19 por mês e ano de ocorrência do óbito, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.
Gráfico 146. Letalidade da COVID-19 por mês e ano de ocorrência do óbito, Salvador-BA, 11/03/2020 a 03/07/2021.
Gráfico 147. Casos confirmados da COVID-19 por mês e ano de início dos sintomas, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.
Gráfico 148. Incidência da COVID-19, segundo mês e ano de início dos sintomas, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.
Gráfico 149. Incidência da COVID-19, segundo faixa etária, mês e ano de início dos sintomas, Salvador-BA,
11/03/2020 a 03/07/2021.
Gráfico 150. Mortalidade da COVID-19, segundo faixa etária, mês e ano da ocorrência do óbito, Salvador-BA,
11/03/2020 a 03/07/2021.
Gráfico 151. Letalidade da COVID-19 por faixa etária, mês e ano de ocorrência, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.
Gráfico 152. Comorbidades e fatores de risco para óbito pela COVID-19 por Classificação Internacional de Doenças
(CID-10), Salvador-BA, 28/03/2020 a 03/07/2021.
Gráfico 153. Tempo médio em dias úteis do processamento das declarações de óbito (geral, detectáveis e não
detectáveis) por COVID-19, ocorrência e residência em Salvador-BA, 2020 e 2021.
Gráfico 154. Percentual de leitos COVID-19 (UTI e enfermaria) por natureza do estabelecimento. Salvador-BA,
2020-2021.
Gráfico 155. Distribuição diária dos casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 regulados das UPA municipais e
taxa de ocupação de leitos de UTI, Salvador-BA, 01/03/2020 a 31/12/2020.
Gráfico 156. Número de medicamentos mais consumidos na rede municipal, Salvador-BA 2019 e 2020.
Gráfico 157. Correlação da taxa de mortalidade por COVID-19 e qualidade da água para consumo humano, Salvador-
BA, março/2020 a junho/2021.
Gráfico 158. Casos da COVID-19 relacionados ao trabalho (RT) no SINAN, Salvador-BA, 2020-2021.
Gráfico 159. Número e percentual de casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho e notificados por
mês no SINAN em Salvador-BA, 2020
Gráfico 160. Casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho em Salvador-BA por unidade saúde
notificadora, no período de 06/03/2020 a 24/05/2021
Gráfico 161. Casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho em Salvador-Ba por faixa etária e sexo, no
período de 06/03/2020 a 24/05/2021.
Gráfico 162. Casos confirmados da Covid-19 relacionados ao trabalho em Salvador-Ba por raça/cor, no período de
06/03/2020 a 24/05/2021.
Gráfico 163. Casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho em Salvador-BA por Ocupação da Saúde,
SINAN, no período de 06/03/2020 a 24/05/2021.
Gráfico 164. Orçamento disponibilizado de forma regular e para enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA, 2020.
Gráfico 165. Execução das despesas de custeio para enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA, 2020-2021
Gráfico 166. Execução das despesas de investimento parao enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA, 2020-2021
Gráfico 167. Execução das despesas com materiais para enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA, 2020-2021.
Gráfico 168. Número de leitos SUS por especialidade, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 169. Número de leitos não SUS por especialidade, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 170. Número de leitos Outras Especialidades vinculados e não ao SUS, Salvador-BA, 2010 a 2020.

16
Gráfico 171. Oferta e produção ambulatorial da gestão municipal, Salvador-BA, 2015-2020.
Gráfico 172. Total de Unidades Básicas de Saúde sem e com Saúde da Família, Salvador-BA, 2015, 2017 e 2020.
Gráfico 173. Cobertura da Atenção Primária à Saúde, Salvador-BA, 2015-2020*.
Gráfico 174. Número de Equipes de Saúde da Família, Salvador-BA, 2015-2020.
Gráfico 175. Número de participantes nos treinamentos e Oficinas de orientação sobre a Telessaúde, de 2015 a 2019.
Salvador, 2020.
Gráfico 176. Profissionais do município do Salvador com cadastro na Plataforma Telessaúde Bahia, de 2018 a 2020.
Salvador, 2020
Gráfico 177. Número de Unidades Básicas de Saúde com o Serviço de Teleconsultoria habilitado, em relação ao
número de UBS sob gestão municipal (Centro de Saúde/Unidade Básica), de 2015 a 2020. Salvador, 2020.
Gráfico 178. Teleconsultorias solicitadas por profissionais da Atenção Primária à Saúde do Salvador, de 2015 a 2020.
Salvador, 2020
Gráfico 179. Proporção da Cobertura do Teste do Pezinho, Salvador-BA, 2015 a 2020
Gráfico 180. Proporção da coleta do Teste do Pezinho no período ideal (3 a 5 dias de vida), Salvador-BA, 2015 a
2020
Gráfico 181. Número de nascidos vivos e proporção de mães residentes adolescentes, segundo faixa etária, Salvador,
2010 a 2020
Gráfico 182. Proporção de óbitos por câncer de colo de útero e mama em mulheres residentes, Salvador-BA, 2015-
2019.
Gráfico 183. Razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres residentes de 25 a 64 anos, Salvador-
BA, 2015-2020.
Gráfico 184. Razão de exames de mamografia em mulheres residentes de 50 a 69 anos, Salvador-BA, 2015-2020.
Gráfico 185. Número de nascidos vivos, segundo consultas de pré-natal, Salvador-BA, 2015-2020.
Gráfico 186. Meta e número de exames de Triagem Pré-Natal realizados, Salvador-BA, 2015-2020
Gráfico 187. Proporção dos exames de triagem pré-natal em papel filtro realizados nas UBS, Salvador-BA, 2017-
2020
Gráfico 188. Número de atendimentos individuais realizados pela Atenção Primária à Saúde, segundo sexo, Salvador-
BA 2015 a 2020.
Gráfico 189. Número de cadastros individuais na Atenção Básica, segundo sexo, Salvador-BA, 2020.
Gráfico 190. Número de consultas do Pré-natal do parceiro, segundo Distrito Sanitário de assistência, Salvador-BA,
2019 e 2020.
Gráfico 191. Número de Unidades Básicas de Saúde que realizam estratégia Sábado do Homem, Salvador-BA, 2015
a 2020
Gráfico 192. Número de atendimentos individuais à população idosa, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Gráfico 193 - Cobertura de saúde bucal na atenção primária à saúde. Salvador/BA, 2015-2020
Gráfico 194- Procedimentos odontológico total. Salvador/BA, 2015-2020
Gráfico 195- Primeira consulta odontológica programática. Salvador-BA, 2015-2020
Gráfico 196– Média da ação coletiva de escovação dental supervisionada. Salvador/BA, 2015-2020
Gráfico 197– Média de atendimento de urgência na APS. Salvador/BA, 2015-2020
Gráfico 198- Proporção de exodontia em relação aos demais procedimentos clínicos odontológicos. Salvador/BA,
2015-2020
Gráfico 199- Principais agravos assistidos pela ESB na APS. Salvador/Ba, 2015-2020
Gráfico 200– Número de consultas na atenção especializada realizada nos Centros de Especialidade Odontológica.
Salvador/Ba, 2015-2020
Gráfico 201 – Número de procedimentos nos CEO por tipo de especialidades. Salvador/Ba, 2015-2020.
Gráfico 202– Número de consultas realizadas à pacientes do NAPES, SEMAE e Multicentro de Saúde.
Salvador/Ba,2015-2020
Gráfico 203– Número de procedimentos totais realizados nos Centros de Especialidade Odontológica pelo Núcleo de
Apoio à Pacientes Especiais - NAPES. Salvador-Ba,2015-2020
Gráfico 204 – Número de consultas por unidades de urgência. Salvador/Ba, 2015-2020.
Gráfico 205. Procedimentos de Patologia Clínica realizados pelo Laboratório Central de Salvador-BA, 2015 a 2020.
Gráfico 206. Procedimentos laboratoriais para diagnóstico das arboviroses, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Gráfico 207. Número e cobertura de farmacêutico (por 2000 hab.) na rede municipal. Salvador/BA, 2015-2020.
Gráfico 208. Percentual de oferta de medicamentos da REMUME disponível nas farmácias da rede municipal.
Salvador/BA, 2015-2020.

17
Gráfico 209. Número de medicamentos dispensados para o tratamento de Tuberculose esquema 4x1 e 2x1 por Distrito
Sanitário. Salvador/BA, 2018-2020.
Gráfico 210. Número de processos de solicitações de medicamentos recebidas na Assistência Farmacêutica.
Salvador/BA, 2015-2020.
Gráfico 211. Número de pacientes atendidos nas farmácias da rede municipal de saúde. Salvador/BA, 2016 - 2020.
Gráfico 212.Número total de medicamentos dispensados pelas farmácias da rede básica de saúde. Salvador/BA, 2015-
2020
Gráfico 213. Média dos 10 medicamentos mais dispensados nas farmácias da rede. Salvador/BA, 2015-2020
Gráfico 214. Quantidade de medicamentos dispensados para tratamento de Diabetes Mellitus. Salvador/BA, 2015-
2020.
Gráfico 215. Quantidade de medicamentos dispensados para tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica pela rede
municipal de saúde. Salvador/BA, 2015-2020.
Gráfico 216. Percentual de Atendimentos nas UPA conforme Classificação de Risco. Salvador, 2016 a 2020.
Gráfico 217. Percentual de Atendimentos nos PA conforme Classificação de Risco. Salvador, 2016 a 2020.
Gráfico 218. Total de chamados atendidos na Central de Regulação de Urgência. Salvador/BA, 2016-2020.
Gráfico 219. Proporção de trotes atendidos em relação ao total de chamadas recebidas na Central de Regulação
Urgência. Salvador/BA, 2016-2020.
Gráfico 220. Número de transferências interunidades realizadas pelo SAMU 192.
Gráfico 221. Quantitativo das ações fiscalizatórias oriundas de inspeção e denúncias.
Gráfico 222. Total de amostras realizadas no monitoramento de Cianobactérias e Cianotoxinas, 2015 a 2020.
Gráfico 223. Quantitativo de Eventos Cadastrados na Central de Licenciamento de Eventos no período de 2015 a
2020.
Gráfico 224. Quantitativo de Inspeções Sanitárias em Unidades de Saúde da Rede Própria, Salvador-BA, 2015-2020
Gráfico 225. Percentual de denúncias recebidas por macroárea da VISA, Salvador-BA, 2020
Gráfico 226. Percentual de atividades educativas por macroárea em 2019 e 2020
Gráfico 227. Percentual de atividades educativas por macroárea em 2019 e 2020
Gráfico 228. Média da série histórica dos levantamentos de índices entomológicos (Levantamento Rápido de Índices
para Aedes aegypti – LIRAa), Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 229. Número de estratos em risco (IIP>3,9%), em 29 LIRAa realizados, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 230. Percentual de classificação dos estratos nos levantamentos rápidos de índices de infestação para Aedes
aegypti (LIRAa), Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 231. Média de cobertura de imóveis visitados e pendência, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 232. Número de Atividades Educativas Programadas e Realizadas, Salvador-BA, 2016-2020.
Gráfico 233. Número de Residentes de Medicina de Família e Comunidade inseridos na rede da APS, Salvador,
Salvador-BA, 2018-2021
Gráfico 234. Número de estudantes inseridos no Campo de Prática da SMS, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Gráfico 235. Orçamento total em saúde segundo valor orçado e valor executado, Salvador/BA, 2010 a 2020.
Gráfico 236. Recursos Próprios X Recursos Federal e Estadual, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 237. Evolução da despesa em saúde, Salvador-BA, 2010-2020.
Gráfico 238. Evolução da aplicação do índice constitucional (EC nº29) pelo município de Salvador-BA, 2010-2020.
Gráfico 239. Número de auditorias realizadas por tipo, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Gráfico 240. Meios de contato dos usuários do SUS, com a Ouvidoria em Saúde de Salvador-BA, 2015 a 2020.
Gráfico 241. Número de manifestações registradas e percentual de manifestações respondidas em tempo hábil,
Salvador-BA, 2015-2020
Gráfico 242. Sífilis em Gestante (nº e taxa por 1.000 NV), 2010 - 2020*. Salvador-BA, 2021.
Gráfico 243. Percentual das Notificações, segundo raça/cor, 2010 a 2020*. Salvador/BA, 2021.

Lista de Tabelas
Tabela 01. Municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes, 2020.
Tabela 02. Distribuição da População Economicamente Ativa e População Economicamente Ativa Ocupada.
Brasil, Bahia, Salvador e Fortaleza, 2010.
Tabela 03. Distribuição percentual da população ocupada por posição na ocupação, 2010.

18
Tabela 04. Percentual de fatores de risco e proteção para DCNT na população adulta, segundo Pesquisa Nacional
de Saúde (PNS), Salvador-BA, 2013-2019
Tabela 05. Frequência e proporção de nascidos vivos em Salvador, segundo municípios de residência materna, 2010
a 2020.
Tabela 06. Frequência e proporção de nascidos vivos de mães residentes em Salvador, com ocorrência do parto em
municípios da Bahia e Brasil, 2010 a 2020.
Tabela 07. Frequência de nascidos vivos segundo Distrito Sanitário de Residência e variação entre os anos de
Salvador/BA, 2010 e 2020.
Tabela 08. Variação da taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) pelo conjunto das principais DCNT (doenças
do aparelho circulatório, câncer, diabetes e doenças respiratória crônica), segundo distrito sanitário de residência,
Salvador, 2010 a 2019.
Tabela 09. Número de notificações de doença falciforme, Salvador-BA, 2010-2020.
Tabela 10. Número de cadastros e atendimentos de médicos hematologistas no ambulatório dos Multicentros Carlos
Gomes e Vale das Pedrinhas, por faixa etária. Salvador – BA, 2020.
Tabela 11 - Média e prevalência de ceo-d, componente cariado e proporção de livres de cárie (cedo=0), na faixa
etária de 05 anos. Salvador/BA e Brasil, 2010 e 2015.
Tabela 12. Número de casos confirmados, proporção e coeficiente de incidência de SIM-P por distrito de residência.
Salvador-BA, 2020.
Tabela 13. Distribuição proporcional dos casos confirmados de SIM-P e coeficiente de incidência (por 100.000
hab) por faixa etária, Salvador-BA, 2020.
Tabela 14. Distribuição dos casos confirmados de leptospirose por características sóciodemográficas, 2010 a 2020.
Salvador-BA, 2021.
Tabela 15. Proporção de bloqueios de casos de leptospirose, Salvador, 2010 a 2021.
Tabela 16. Número de felinos com Esporotricose tratados com Itraconazol pelo CCZ/SMS e a taxa de animais
curados por ano, Salvador, 2018 a 2020.
Tabela 17. Casos confirmados de Leishmaniose Visceral, segundo faixa etária, Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 18. Taxa de positividade da Leishmaniose Visceral Canina em Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 19. Índice de infestação de flebotomíneos da espécie L. longipalpis nas áreas vulneráveis em Salvador, 2010
a 2020.
Tabela 20. Prevalência da Leishmaniose Visceral Canina em áreas vulneráveis de Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 21. Número de castrações realizadas na população animal (canina e felina) através do CCZ, 2010 a 2020*.
Tabela 22. Número de amostras encaminhadas para diagnóstico laboratorial da raiva e número de resultados
positivos por espécie e por ano, Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 23. Número de acidentes com animais peçonhentos nos distritos sanitários de Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 24. Taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase, na população geral, por Distrito Sanitário,
Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 25. Taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase, na população de zero a 14 anos, por Distrito
Sanitário, Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 26. Frequência e proporção de casos de hanseníase, segundo sexo, entre o total de casos novos
diagnosticados, na população geral, segundo local de residência. Salvador – Ba, 2010-2020.
Tabela 27. Frequência e proporção de casos novos de hanseníase segundo raça/cor, conforme local de residência.
Salvador - BA, 2010-2020.
Tabela 28. Frequência e proporção de casos novos de hanseníase com grau de incapacidade física, na população
geral, no momento do diagnóstico, conforme local de residência. Salvador, 2010-2020.
Tabela 29. Proporção de casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física (%), na população geral, no
momento do diagnóstico, conforme local de residência. Salvador, 2010-2020.
Tabela 30. Taxa de detecção Hepatite B (por 100.000/hab.) por Distrito Sanitário, Salvador, 2010 a 2020.
Tabela 31. Taxa de detecção Hepatite C (por 100.000/hab.) por Distrito Sanitário, Salvador, 2010 a 2020.

19
Tabela 32. Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 hab.), por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2010 a
2020.
Tabela 33. Percentual de casos de sífilis adquirida por escolaridade, Salvador, 2010-2020
Tabela 34. Taxa de detecção de sífilis em gestantes (por 1.000 nascidos vivos) por Distrito Sanitário, Salvador,
2010-2020
Tabela 35. Taxa de detecção de aids, segundo o distrito sanitário de residência (DS), Salvador-BA, 2010 – 2020.
Tabela 36. Taxa de detecção de infecção pelo HIV, segundo o distrito sanitário de residência (DS). Salvador. 2010
– 2020.
Tabela 37. Taxa de detecção HTLV(por 100.000/hab.), Distrito Sanitário(DS). Salvador.2010 - 2020
Tabela 38. Óbitos de residentes, segundo causas do capítulo CID10 e componente raça/cor, Salvador-BA, 2015-
2020.
Tabela 39. Óbitos por homicídio, segundo raça/cor e Distrito Sanitário de residência, Salvador-BA, 2015 - 2020.
Tabela 40. Casos de HIV/Aids em homens com 13 anos ou mais, segundo categoria de exposição hierarquizada,
Salvador-BA, 2010-2020
Tabela 41. Casos de HIV/Aids em homens com 13 anos ou mais, segundo categoria de exposição hierarquizada
homossexual e bissexual, por faixa etária e raça/cor, Salvador, 2010-2020.
Tabela 42. Violência interpessoal e autoprovocada notificadas em pessoas LGBT segundo orientação sexual e
identidade de gênero, Salvador-BA, 2014 a 2019.
Tabela 43. Unidades Básicas de Saúde com e sem Estratégia de Saúde da Família que implementaram a estratégia
UBS Amiga da Saúde LGBT, Salvador-BA, 2021.
Tabela 44. Número de leitos nos gripários, Salvador-BA, 2021.
Tabela 45. Número de leitos de unidades de suporte ventilatório, Salvador-BA, 2021.
Tabela 46. Leitos de UTI e enfermaria, sob gestão municipal, mobilizados para atendimento as internações pela
COVID-19, Salvador/BA, 2020-2021.
Tabela 47. Distribuição territorial dos estabelecimentos assistenciais de saúde de média e alta complexidade por
tipo de estabelecimento, Salvador-BA, 2017 e 2020.
Tabela 48. Distribuição dos estabelecimentos assistenciais de média e alta complexidade por esfera jurídica,
Salvador-BA, 2020.
Tabela 49. Quantitativo de Leitos SUS e Não SUS por tipo, Salvador-BA, 2020.
Tabela 50. Total de leitos clínicos por especialidade, Salvador-BA, 2017 e 2020.
Tabela 51. Total de leitos hospitalares cirúrgicos por especialidade, Salvador-BA, 2017 e 2020.
Tabela 52. Quantitativo de leitos complementares, Salvador-BA, 2017 e 2020.
Tabela 53. Necessidade, número e percentual da produção de consultas especializadas, Salvador-Ba, 2015, 2019 e
2020.
Tabela 54. Necessidade e número de equipamentos de diagnose, Salvador-BA, 2020.
Tabela 55. Produção ambulatorial por grupo de procedimentos, Salvador-BA, 2015-2020.
Tabela 56. Oferta e produção ambulatorial por nível de complexidade, sob gestão municipal, Salvador-BA, 2015-
2020
Tabela 57. Produção hospitalar por grupo de procedimentos, Salvador-BA, 2015-2020.
Tabela 58. Produção hospitalar por grupo de procedimentos, sob gestão municipal, Salvador/BA, 2015-2020.
Tabela 59. Cobertura da Estratégia de Saúde da Família por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2015-2020.
Tabela 60. Distribuição de médicos pelo Programa Mais Médicos por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2015-2020.
Tabela 61. Número de escolas, equipes de saúde e educandos com adesão ao Programa de Saúde na Escola,
Salvador-BA, 2015-2019.
Tabela 62. Quantitativo de Atendimentos Individuais de Adolescentes, segundo faixa etária, Salvador-BA, 2015 a
2020
Tabela 63. Quantitativo de atendimento em grupo para adolescentes por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2015 a
2020.
Tabela 64. Consumo de alimentos ultra processados por adolescentes de 10 a 19 anos, Salvador-BA, 2015 a 2020.

20
Tabela 65. Exames citopatológico de colo do útero, programados, realizados e proporção do alcance da meta em
mulheres residentes de 25 a 64 anos, Salvador-BA, 2015-2020.
Tabela 66. Casos de neoplasia maligna do colo do útero, segundo tempo de início de tratamento, conforme Lei
12.732/12. Salvador-BA, 2015-2020.
Tabela 67. Exames de mamografia programados, realizados e proporção do alcance da meta em mulheres residentes
de 50 a 69 anos, Salvador-BA, 2015-2020.
Tabela 68. Casos de neoplasia maligna de mama, segundo tempo de tratamento, conforme Lei 12.732/12, Salvador
-BA, 2015-2020.
Tabela 69. Serviços da estratégia Rede Cegonha oferecidos pela Atenção Básica, Salvador-BA, Outubro de 2021
Tabela 70. Procedimentos realizados durante a estratégia Sábado do Homem no âmbito da Atenção Básica,
Salvador-BA, 2019
Tabela 71. Número de óbitos de idosos residentes em Salvador, por faixa etária e principais causas de óbito (CID
10 Cap.), Salvador-BA, 2010 a 2020.
Tabela 72. Número de atendimentos em grupo à população idosa, segundo Distrito Sanitário de assistência,
Salvador-BA, 2015 a 2020.
Tabela 73. Número de registros de Avaliação Multimensional da Pessoa Idosa, Salvador-BA, 2019 e 2020.
Tabela 74. Número total de idosos acamados e domiciliados cadastrados pela Atenção Básica, segundo Distrito
Sanitário de assistência, Salvador-BA, 2020.
Tabela 75. Número de idosos cadastrados, por sexo e raça/cor, Salvador-BA, 2020.
Tabela 76. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC x Idade) de crianças menores de 05 anos.
Salvador, 2015 a 2020.
Tabela 77. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC x Idade) de crianças de 05 a < 10 anos
Salvador, 2015 a 2020.
Tabela 78. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC x Idade) de adolescentes. Salvador, 2015 a
2020.
Tabela 79. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC) de adultos. Salvador, 2015 a 2020
Tabela 80. Número de adultos acompanhados no SISAN segundo origem dos dados (e-SUS e PBF) no período de
2018 a 2020. Salvador.
Tabela 81. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC) de idoso. Salvador, 2015 a 2020.
Tabela 82. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC) de gestante. Salvador, 2015 a 2020.
Tabela 83. Pessoas com deficiência registradas na Atenção Básica, segundo tipo de deficiência e Distrito Sanitário
de residência, Salvador-BA, abril de 2021
Tabela 84 - Cobertura de Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família por Distrito Sanitário. Salvador/BA, 2017
e 2020
Tabela 85 – Consultórios Odontológicos por tipo de UBS e Distrito Sanitário. Salvador/BA, 2020
Tabela 86. Procedimentos laboratoriais do Programa de Controle da Tuberculose, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Tabela 87. Procedimentos laboratoriais do Programa de HIV, Hepatites e Sífilis, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Tabela 88. Procedimentos de Eletroforese de hemoglobinas, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Tabela 89. Número de farmácias por ano, Salvador-BA, 2016-2020.
Tabela 90. Número de Ações Judiciais recebidas e atendidas, Salvador-BA, 2015-2020
Tabela 91. Número de pacientes sob demanda judicial atendidos pela assistência farmacêutica. Salvador/BA, 2016-
2021.
Tabela 92. Número de queixas técnicas e reações adversas notificadas pelas Unidades Básicas de Saúde.
Salvador/BA, 2015-2020.
Tabela 93. Número de procedimentos realizados em UPA e PA. Salvador, 2015 a 2020
Tabela 94. Número de leitos das UPA/PA, por tipo. Salvador, 2015 e 2020
Tabela 95.Quantidade de Leitos no Hospital Municipal de Salvador/BA, 2021
Tabela 96. Número e proporção de serviços prestados pelo HMS, segundo atendimento e natureza do serviço.
Salvador-BA, abril de 2018 a dezembro de 2020.
Tabela 97. Atendimento Ambulatorial por especialidade no HMS. Salvador/BA, abril de 2018 a dezembro de 2020
Tabela 98. Atendimento por tipo de diagnose SADT, HMS, Salvador/BA, abril 2018- dez,2020

21
Tabela 99 - Internações no HMS segundo tipo e perfil do usuário. Salvador/BA, 2018 a 2020.
Tabela 100. Cirurgias realizadas no HMS por especialidade. Salvador/BA, abril 2018 a dezembro de 2020.
Tabela 101. Distribuição dos tipos de criadouros, por distrito sanitário, obtido pelo LIRAa, Salvador-BA, 2013-
2020.
Tabela 102. Taxa de positividade de triatomíneos com formas flageladas em Salvador-BA, 2010 a 2020.
Tabela 103. Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo vínculo empregatício. Salvador-BA,
2021.
Tabela 104 Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo sexo. Salvador-BA, 2021.
Tabela 105. Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo faixa etária. Salvador-BA, 2021
Tabela 106. Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo nível de escolaridade. Salvador-BA,
2021.
Tabela 107. Execução da SMS em relação ao crédito orçamentário disponibilizado em cada exercício financeiro
por categoria de despesa Investimento e Custeio, Salvador-BA, 2010-2020
Tabela 108. Execução da SMS em relação ao crédito orçamentário disponibilizado em cada exercício financeiro
por categoria de despesa Custeio – Folha de Pagamento, Salvador-BA, 2010-2020
Tabela 109. Proporção de recursos próprios em saúde e gasto per capta. Salvador, 2010-2020
Tabela 110. Número de produtos de Auditoria por tipo, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Tabela 111. Itens de Constatações de Auditoria, Salvador-BA, 2010 a 2020.
Tabela 112. Detalhamento das principais Classificações e Assuntos mais demandados registrados no Sistema
Ouvidor SUS, 2015 a 2020, Salvador-BA, 2021
Tabela 113. Percentual de incompletude de variáveis selecionadas do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
para nascimentos ocorridos em Salvador-BA, 2010 – 2020.
Tabela 114. Percentual de incompletude de variáveis selecionadas do SIM para óbitos ocorridos em Salvador – BA,
2010 – 2020.
Tabela 115. Percentual de incompletude de variáveis selecionadas do SIM para óbitos fetais, de menores de 1 ano
e MIF ocorridos em Salvador – BA, 2010 – 2020.
Tabela 116. Proporção de casos de Doenças de Notificação Compulsória Imediata (DCNI[1]) encerradas em até 60
dias após notificação, segundo Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2010 a 2019*.
Tabela 117. Notificações (Nº e %), segundo Distrito Sanitário de Residência, Salvador-BA, 2010 a 2020*.
Tabela 118. Notificações (nº e %), segundo agravo, Salvador-BA, 2010 - 2020*.

Lista de Quadros
Quadro 01. Componentes do perfil ambiental do município de Salvador
Quadro 02. Número de óbitos segundo causas Capítulo da CID-10 de residentes em Salvador/ BA, 2010-2020*.
Quadro 03- Distribuição dos principais grupos de causas de óbito dentre as causas externas, segundo faixa etária de residentes
em Salvador. Bahia, 2010-2020*.
Quadro 04. Razão da taxa de mortalidade por homicídios segundo sexo, em Salvador. Bahia, 2010 -2020*

Quadro 05. Taxa de mortalidade por homicídios por 100 mil habitantes segundo faixa etária, em Salvador. Bahia, 2010 -2020*

Quadro 06. Taxas de mortalidade (100.000 hab) por homicídios segundo Distrito Sanitário de residência, Salvador- BA, 2010
a 2020*
Quadro 07. Número de notificações da violência interpessoal e autoprovocada, segundo o tipo de residentes em Salvador 2010
2020.
Quadro 08. Número de notificações da violência interpessoal e autoprovocada de residentes em Salvador segundo o autor da
agressão. Bahia, 2010-2020.
Quadro 09. Número de casos notificados da violência interpessoal e autoprovocada segundo Distrito Sanitário de residência
Salvador, Bahia. 2010-2020*.

22
Quadro 10. Taxa de casos notificados da violência interpessoal e autoprovocada segundo Distrito Sanitário de residência
Salvador, Bahia. 2010-2020*
Quadro 11. Número de casos notificados da violência interpessoal e autoprovocada segundo a idade gestacional de residentes
em Salvador, Bahia. 2010-2020*
Quadro 12. Número de Casos Novos de Tuberculose, todas as formas, por capital do Nordeste de Residência, Salvador/BA
2010 a 2020.
Quadro 13. Número de casos novos e coeficiente de incidência de tuberculose, todas as formas, por distrito sanitário, Salvador
2010 a 2020.
Quadro 14. Número de casos novos, percentual e coeficiente de incidência de tuberculose por sexo, Salvador, 2010 a 2020.
Quadro 15. Número de casos novos e coeficiente de incidência de tuberculose, todas as formas, por faixa etária, Salvador, 2010
a 2020.
Quadro 16. Casos Novos de Tuberculose por forma, Salvador, 2010 a 2020.
Quadro 17. Deficiência Grave e Severa, segundo tipo de deficiência, Brasil, Nordeste, Bahia e Salvador, 2010.
Quadro 18. Principais atividades desenvolvidas pelo CIEVS Salvador, 2010-2021.
Quadro 19. Atividades retomadas conforme escalonamento das fases, Salvador-BA, 2021.
Quadro 20. Fases definidas para retomada das atividades, Salvador-BA, 2021.
Quadro 21. Indicadores de avaliação, Salvador-BA, 2021.
Quadro 22. Ferramentas adotadas para o monitoramento das ações do COVID-19, Salvador-BA, 2020-
2021.
Quadro 23. Aplicativos e sistemas desenvolvidos para a as ações de imunização na COVID-19,
Salvador-BA, 2021.
Quadro 24. Leitos disponibilizados para COVID 19 no HMS, Salvador-BA, junho/2020 a
junho/2021.
Quadro 25. Investigação laboratorial da COVID-19 no HMS, Salvador-BA, junho/2020 a junho/2021.
Quadro 26. Documentos técnicos elaborados pela AF para o enfrentamento a pandemia pela COVID-
19, Salvador-BA, 2020-2021.
Quadro 27. Número de medicamentos mais vendidos no Brasil nos anos de 2019 e 2020.
Quadro 28. Proporção de idosos segundo fragilidade socioeconômica e sexo, Salvador-BA, 2000 e
2010.
Quadro 29. Proporção de idosos por raça/cor autodeclarada, por sexo, Salvador-BA, 2000 e 2010.
Quadro 30. Número/ Quantitativo de Procedimentos de Interesse da VISA, Salvador-BA, 2015-2020.
Quadro 31. Parâmetros dos índices de infestação predial por Aedes aegypti, Salvador-BA, ANO.

23
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
1.INTRODUÇÃO

2. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE


2.1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO
2.1.1. Distribuição populacional
2.1.2. Densidade Demográfica
2.1.3. Pirâmide Etária
2.1.4. Taxa de Natalidade
2.1.5. Índice de Envelhecimento
2.1.6. Perfil Religioso

2.2. PERFIL SOCIOECONÔMICO


2.2.1. Educação
2.2.2. Índice de Desenvolvimento Humano
2.2.3. População Economicamente Ativa
2.2.4. Produto Interno Bruto

2.3. PERFIL AMBIENTAL

2.4. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO


2.4.1. Hábitos e Estilos de Vida
2.4.2. Perfil de Nascimento
2.4.3. Perfil de Mortalidade
2.4.4. Perfil de Morbidade
2.4.5. Perfil de Morbimortalidade Relacionada ao Trabalho
2.4.6 Iniquidades em Saúde

2.5. PANDEMIA COVID-19

2.6. CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE SALVADOR


2.6.1. Infraestrutura do setor Saúde
2.6.2. Organização da atenção à saúde no SUS municipal
2.6.3. Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico
2.6.4. Processo Regulatório
2.6.5. Vigilância em Saúde no âmbito do SUS municipal

2.7. GESTÃO DO SUS MUNICIPAL


2.7.1. Gestão Financeira
2.7.2. Gestão do Trabalho na Saúde
2.7.3. Gestão dos Sistemas de Informação em Saúde
2.7.4. Auditoria em Saúde
2.7.5. Participação e Controle social
2.7.6. Ouvidoria em Saúde

3. MÓDULOS OPERACIONAIS
4. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
6. APENDICES

24
APRESENTAÇÃO

É com satisfação que apresento o Plano Municipal de Saúde (PMS) de Salvador, documento
que explicita os compromissos do governo municipal para o setor saúde no período de 2022-2025.
Principal instrumento da gestão municipal do Sistema Único de Saúde, seu processo de construção foi
organizado em diversas etapas, desde a definição da comissão responsável pela condução dos trabalhos
na Secretaria Municipal de Saúde e definição da metodologia, passando pela realização de oficinas de
trabalho nos âmbitos central e distrital, até sua submissão à sociedade civil por meio de consulta
pública.
Este documento foi sistematizado em seis capítulos. A introdução apresenta o compromisso
assumido pela gestão municipal ao elaborar o PMS 2022-2025 e sintetiza o processo de mobilização
da instituição para a elaboração do referido instrumento. Em seguida, é apresentada a análise de
situação de saúde, que está subdividida em perfil sociodemográfico, socioeconômico, ambiental e
epidemiológico, cabendo um destaque a pandemia da COVID-19, além da caracterização da rede de
serviços de saúde de Salvador. O capítulo 3 é composto pelos módulos operacionais, com suas
diretrizes e seus respectivos objetivos, ações, metas e indicadores e sua articulação ao Projeto
Atividade do Plano Plurianal (PPA) 2022-2025. Segue-se um capítulo específico para o
monitoramento e a avaliação deste Plano e, por fim, as referências bibliográficas e os apêndices.
A SMS Salvador segue inovando com a formatação do Plano Municipal de Saúde 2022-2025
no formato de dois volumes – o volume I com os elementos tradicionais de um Plano, e o volume II
dedicado aos Distritos Sanitários. Espera-se que o debate permanente deste Plano Municipal de Saúde
e seus ajustes anuais, por meio da Programação Anual de Saúde, possam dar vida a este documento e
torná-lo um instrumento de uso cotidiano, capaz de orientar o trabalho das equipes de saúde, sendo
aprimorado à luz das mudanças da realidade municipal, garantindo desta forma a efetividade das ações
e dos serviços de saúde.

Leonardo Silva Prates


Secretário Municipal de Saúde

25
1. INTRODUÇÃO
O processo de construção do Plano Municipal de Saúde de Salvador 2022-2025 deu-se de forma
contínua, em consonância com os diferentes momentos próprios do Planejamento Estratégico
Situacional (PES). Ele foi iniciado com a constituição da equipe responsável pela definição de sua
proposta metodológica, que no caso da Secretaria Municipal de Saúde, é representada pela equipe da
Diretoria Estratégica de Planejamento e Gestão (DEPG). Assim, coube a coordenadoria de
planejamento, a realização da revisão documental, com a sistematização das principais políticas e
diretrizes no âmbito nacional, estadual e municipal, compatibilizando os instrumentos de planejamento
do SUS, as diretrizes do Plano de Governo 2021-2024 (SALVADOR, 2020) e as propostas das últimas
conferências municipais de saúde.
Em concomitância, a coordenadoria de monitoramento e avaliação foi responsável pela
avaliação do Plano Municipal de Saúde 2018-2021, resultando em um relatório apresentado e
disponibilizado aos representantes das diversas diretorias/coordenadorias da SMS Salvador.
Finalmente, as orientações metodológicas do PMS 2022-2025 foram elaboradas pela DEPG, sendo
apresentadas e discutidas nos Grupos de Planejamento e Avaliação Central e Distrital da SMS
Salvador.
Paralelo a este trabalho, foi constituída a comissão responsável pela elaboração do PMS 2022-
2025, designada pela alta direção da Secretaria Municipal de Saúde por meio da portaria 167/2021 de
05 de abril de 2021 (ANEXO I). Esta comissão é responsável de forma solidária com a DEPG pela
coordenação de todo processo, sendo convidada a contribuir com as orientações metodológicas.
Para a elaboração do capítulo da Análise de Situação de Saúde, a comissão de elaboração do
Plano Municipal de Saúde 2022-2025, constituída com representantes das diretorias/coordenadorias
da SMS Salvador e do Conselho Municipal de Saúde, indica a formação de uma subcomissão
responsável pela ASIS. A condução da subcomissão da ASIS foi realizada pela Coordenadoria de
Monitoramento e Avaliação da Diretoria Estratégica de Planejamento e Gestão.
A elaboração da ASIS contemplou alguns movimentos, a saber: mobilização e constituição do
grupo de trabalho (formação da subcomissão de ASIS); validação da metodologia de trabalho a partir
da versão preliminar discutida na Coordenadoria de Monitoramento & Avaliação da DEPG;
operacionalização da coleta e síntese dos dados pela subcomissão, de acordo com a metodologia
validada; apresentação da ASIS pelos representantes da comissão (texto síntese por componente);
consolidação da ASIS; revisão da versão preliminar da ASIS; apresentação da versão preliminar ao
Conselho Municipal de Saúde e revisão final.
Ainda no momento da ASIS, os Distritos Sanitários foram convidados a atualizar a sua situação
de saúde, permitindo um olhar mais próximo das necessidades de saúde da realidade local, a partir de
uma caracterização aprofundada do seu território, das condições de vida de sua população, do seu
perfil epidemiológico e da rede de serviços de saúde presente em seu interior. Neste sentido, estão
previstas a realização de oficinas distritais para identificação e priorização dos problemas do estado de
saúde da população e do serviço de saúde, sendo a proposta metodológica (SALVADOR, 2021)
construída no âmbito dos Grupos de Trabalho de Planejamento e Avaliação Distrital e Central.
As oficinas distritais do PMS 2022-2025 possibilitaram, por meio de sua metodologia, a
identificação de problemas que seriam de difícil captação ou inviáveis de serem captados pelos
sistemas de informação em saúde. O levantamento das necessidades de saúde, conforme a percepção
dos atores sociais diretamente envolvidos na realidade local, faz com que seja somado aos dados
obtidos na elaboração da ASIS, e não menos importante, o componente subjetivo, constituindo-se em
um momento de ampla participação dos atores sociais do território.

26
A figura abaixo retrata esquematicamente os múltiplos processos requeridos e que culminaram
na realização das oficinas distritais.

Figura 01. Oficinas distritais de identificação e priorização de problemas para o PMS 2022-2025.

Fonte: SALVADOR, 2021.

O momento normativo consistiu no levantamento de propostas de ação, por meio de formulário


online, os quais foram sistematizados e discutidos em quatro oficinas, realizadas nos dias 22, 25, 26
de novembro e 03 de dezembro, com a participação de todas as diretorias/coordenadorias da SMS. O
produto dessas oficinas foi a estruturação dos cinco Módulos Operacionais do PMS 2022-2025, a
saber: I – Promoção da Saúde, II – Vigilância em Saúde, III – Atenção Integral à Saúde, IV – Gestão
do Sistema Municipal de Saúde e V – Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
Como atividade do momento estratégico, as ações propostas foram compatibilizadas com as
proposições das cinco últimas Conferências Municipais de Saúde, sendo submetidas à apreciação do
conjunto de atores da SMS, incluindo o Conselho Municipal de Saúde, a sociedade civil organizada e
a comunidade científica para consenso na oficina final de elaboração dos módulos operacionais do
PMS, ocorrida nos dias 16 e 17 de dezembro.
Esta primeira versão do Plano Municipal de Saúde 2022-2025 foi finalizada em dezembro de
2021, sendo reservado o mês de janeiro de 2022 para sua submissão à consulta pública, com
possibilidade de realização de audiência pública. A equipe da DEPG ficará responsável por analisar as
contribuições ao PMS 2022-2025 oriundas da consulta e/ou audiência, e assim formatar nova versão
a ser submetida ao Conselho Municipal de Saúde (CMS).

27
ANÁLISE DE
SITUAÇÃO DE SAÚDE

28
2. ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE
2.1. Perfil Demográfico

2.1.1. Distribuição populacional


Salvador está situada no litoral nordestino e possui uma população estimada em torno de
2.886.698 habitantes para o ano de 2020, registrando a quarta maior população entre os municípios
brasileiros (Tabela 01) e a maior do Nordeste (IBGE, 2021). O município ocupa uma extensão
territorial de 693,4 km² com uma densidade demográfica estimada de 4.162,8 hab/km2 (IBGE, 2021).

Tabela 01. Municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes, 2020.


Ordem UF Município População 2020
1º SP São Paulo 12.325.232
2º RJ Rio de Janeiro 6.747.815
3º DF Brasília 3.055.149
4º BA Salvador 2.886.698
5º CE Fortaleza 2.686.612
6º MG Belo Horizonte 2.521.564

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas - DPE, Coordenação de População e Indicadores Sociais – COPIS.

A capital baiana ocupa lugar de destaque no desenho das redes regionais de saúde da Bahia,
sendo referência em especial, para a Macrorregião/Núcleo Regional de Saúde (NRS) Leste no processo
de organização das ações e serviços de média e alta densidade tecnológica da região. O município
também integra a Região Metropolitana de Salvador (RMS) (Figura 02), que se apresenta como espaço
geográfico contínuo constituído por mais 12 municípios limítrofes, de identidades culturais,
econômicas e sociais similares e compartilham redes de comunicação e infraestrutura de serviços
públicos, a fim de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde
do território.

Figura 02. Distribuição espacial Região Metropolitana de Salvador.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas - DPE, Coordenação de População e Indicadores Sociais – COPIS

29
A distribuição espacial da população no município demonstra que entre os anos de 2000 e 2010,
Salvador apresentou um aumento de 9% no seu quantitativo populacional, já entre os anos de 2010 e
2020, o aumento foi de 8%, mantendo a maior concentração de pessoas na capital baiana em relação
aos demais municípios do estado, seguindo sua tendência histórica de ocupação (CARVALHO;
PEREIRA, 2014). A maioria da sua população (58%) concentra-se nos DS Cabula/ Beiru, DS Barra/
Rio Vermelho, DS Subúrbio Ferroviário, DS São Caetano/Valéria e DS Itapuã, respectivamente
(Figura 03).

Figura 03. População residente no município de Salvador, segundo Distrito Sanitário, Salvador/BA,
2000, 2010 e 2020*.

Fonte: IBGE

30
2.1.2. Densidade Demográfica
A população relativa ou densidade demográfica2 de Salvador também demonstra os traços de
desigualdade presentes nesse território, quando se verifica a distribuição populacional e as áreas onde
estão concentradas a maior parte dos indivíduos. A Figura 04 apresenta a densidade demográfica dos
12 Distritos Sanitários que constituem Salvador.

Figura 04. Densidade demográfica em Salvador-BA, segundo Distrito Sanitário, 2000, 2010 e 2020*.
Salvador-BA, 2021.

Fonte: IBGE.

2
Os termos densidade demográfica e população relativa são sinônimos, que estão se referindo a quantidade de
população que habita determinado local, em relação ao tamanho do local, no caso, a área. A importância desse
dado demográfico é para analisar a ocupação humana [...], compreender as áreas com maiores contingentes
populacionais e entender os motivos dessas aglomerações, principalmente que ocorrem nos centros urbanizados,
onde há melhor qualidade de vida, ofertas de emprego, ou onde há grande crescimento populacional (SILVA,
2014).

31
As maiores densidades estão localizadas nos vetores da urbanização do município 3, nos quais
para o Subúrbio Ferroviário tem-se os DS Liberdade e DS Itapagipe, para a Área Urbana Consolidada,
os DS Brotas, DS Barra/ Rio Vermelho e DS Centro Histórico e para o Miolo, o DS Cabula/ Beiru.
O Subúrbio Ferroviário e o Miolo (parte central da cidade) são áreas caracterizadas por
habitações populares, marcadas por um crescimento populacional desordenado com inúmeras invasões
das áreas urbanas e habitações precárias. Em geral, são terrenos acidentados com pouca articulação
com o sistema viário do entorno, criando mosaicos nesta poção da cidade (SALVADOR, 2018).
Segundo PORTO et al. (2015), esses espaços urbanos são marcados pela falta de saneamento
básico, poluição, consumo abusivo de drogas, mortes por acidentes, violência urbana e precarização
das demais condições de vida, resultando em desigualdades socioespaciais, vulnerabilidade,
segregação social e processos de vulnerabilização socioambiental.
É válido ressaltar que esta problemática precisa ser enfrentada com ações intersetoriais e sob a
perspectiva territorial universal, equânime e integral, utilizando oportunamente os elementos das redes
de atenção para promoção da saúde e prevenção de doença, especialmente a Estratégia de Saúde da
Família (ESF).

2.1.3. Pirâmide Etária


Além da expressiva ampliação do quantitativo de residentes no periférico urbano da cidade ao
longo das últimas décadas, outras informações chamam a atenção. A população soteropolitana é
majoritariamente feminina (53%), negra (preta e parda – 79%) e jovem (20 a 39 anos - 38%) (IBGE,
2021). A pirâmide abaixo (Figura 05) mostra que nos últimos vinte anos, o envelhecimento da
população soteropolitana (pessoas acima de 60 anos) apresentou aumento de 62%, passando de
165.031 (2000) para 267.531 (2020). Também é possível observar uma redução de 10% nos grupos
etários presentes na base da pirâmide (0 a 9 anos e 10 a 19 anos).

Figura 05. Pirâmide Etária segundo sexo e raça/cor, Salvador-BA, Salvador-BA, 2000, 2010 e 20204.
2000 2010
70 anos ou mais
70 anos ou mais FEMININO
60 a 69 anos MASCULINO
MASCULINO FEMININO
60 a 69 anos
50 a 59 anos
50 a 59 anos
40 a 49 anos
40 a 49 anos
30 a 39 anos

30 a 39 anos
20 a 29 anos

20 a 29 anos
10 a 19 anos

10 a 19 anos
0 a 9 anos

0 a 9 anos 15 10 5 0 5 10 15
Percentual da População
15 10 5 0 5 10 15 BRANCA AMARELA
Percentual da População
PRETA INDÍGENA
BRANCA AMARELA PARDA SEM DECLARAÇÃO
PRETA INDÍGENA
PARDA SEM DECLARAÇÃO

3
Salvador está dividida em quatro diferentes vetores da urbanização da cidade (Área Urbana Consolidada, Miolo,
Orla Atlântica e Subúrbio Ferroviário) que carregam em si aspectos muito específicos de sua ocupação. Estas
áreas apesar de conter alguns traços de semelhança entre si, num panorama geral, são elementos distintos de um
sistema urbano pouco integrado. Seja do ponto de vista do próprio sistema viário.
4
A pirâmide etária 2020 representa uma projeção com base no censo 2010.

32
2020

70 anos ou mais

MASCULINO FEMININO
60 a 69 anos

50 a 59 anos

40 a 49 anos

30 a 39 anos

20 a 29 anos

10 a 19 anos

0 a 9 anos

15 10 5 0 5 10 15
Percentual da População

BRANCA AMARELA
PRETA INDÍGENA
PARDA SEM DECLARAÇÃO

Fonte: IBGE
A redução de 10% no quantitativo da população infanto-juvenil reflete a redução das taxas de
natalidade, percebidas em finais do século XX, mas também a ampliação dos índices de violência
urbana que tem vitimado, sobretudo, adolescentes e jovens.
Segundo JESUS & LEAL (2016), entre os anos de 2005 e 2012, Salvador registrou 8.653
ocorrências de homicídios na faixa etária de 15 a 29 anos, o que representa 72% dos homicídios
ocorridos no município. Deste total, 92% eram jovens negros (pardos e pretos). Este estudo também
demonstrou que a taxa de mortalidade por homicídios é maior para os negros do que para a população
total, sendo os bairros populares e populosos do centro e entorno de Salvador o local de residências
desses jovens. Através do coeficiente de correlação de Pearson, o estudo concluiu que ser jovem e
negro aumenta a possibilidade de morrer por homicídio na capital baiana.
Aqui é importante ressaltar, que há algum tempo, a violência vem sendo percebida enquanto
uma questão de saúde pública, pois seus resultados impactam diretamente nas ações de baixa, média
e alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS).
O atual perfil da sociedade soteropolitana demanda esforços em ações estratégicas que alcancem
especialmente determinados públicos, considerando sexo, raça/cor e grupo etário. Desse modo,
compreender os determinantes e condicionantes inerentes à saúde da mulher, da população negra, da
juventude e do idoso faz-se necessário para o planejamento em saúde, a direcionalidade na tomada de
decisão e a alocação de recursos.

2.1.4. Taxa de Natalidade


Entre os anos de 2010 e 2020, a taxa de natalidade5 apresentou uma redução no número de
crianças nascidas vivas, geradas por mulheres residentes em Salvador, principalmente após 2012,

5
A Taxa Bruta de Natalidade (TBN) expressa a frequência de nascidos vivos de um determinado território. Esse
indicador permite analisar variações geográficas e temporais da natalidade; subsidiar processos de planejamento,
gestão e avaliação de políticas públicas relativas à atenção materno-infantil; possibilitar o cálculo do crescimento
vegetativo ou natural da população, subtraindo-se desta taxa, a taxa bruta de mortalidade e a taxa líquida
migratória; contribuir para estimar o componente migratório da variação demográfica, correlacionando-se o
crescimento vegetativo com o crescimento total da população. O indicador TBN, apresenta limitações, dentre
elas, as imprecisões inerentes à coleta de dados ou à metodologia empregada para elaborar estimativas
populacionais e a perda da precisão à medida que se distanciam dos anos de partida das projeções (RIPSA, 2000).
Por ser um indicador que mensura apenas uma das dimensões sobre uma situação de saúde, a taxa de natalidade
deve ser avaliada considerando sua relação com outras variáveis relacionadas à situação sociodemográfica e

33
seguindo a tendência de queda dessa taxa, enquanto um fenômeno observado mundialmente e também
no Brasil. Os maiores percentuais de variação foram observados nos DS Itapagipe (33%), Barra/Rio
Vermelho (30%) e Liberdade (28%). O DS Itapuã foi o único distrito que registrou aumento de 7% da
taxa bruta de natalidade (Figura 06), tendo, inclusive, um aumento de 15% no número de mulheres em
idade fértil (10 a 49 anos).

Figura 06. Taxa de Natalidade (bruta) da população residente em Salvador (ou de Salvador) (por 1.000
habitantes) segundo Distrito Sanitário de residência, 2010 e 20206.

2010
16

14
14
2020
12
2015 10
10

2
Itapagipe
11 Itapagipe
0 8
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Liberdade
12,3 Liberdade
8,8
Brotas
12,01 Brotas
9

Barra/Rio Vermelho
11,6 Barra/Rio Vermelho
8,1

Fonte: SINASC e IBGE

2.1.5. Índice de Envelhecimento


No Brasil, o envelhecimento populacional é uma questão global e particularmente feminina,
com as mulheres apresentando maior expectativa de vida em relação aos homens. Na série histórica
decenal para o município de Salvador, observou-se o crescimento do número de mulheres em relação
aos homens com o avançar da idade, evidenciando o processo denominado de feminização da velhice.
Dentre as idosas, cabe destacar o aumento da faixa etária 80 anos e mais em relação as demais faixas
etárias a partir dos 25 anos (Gráfico 01).
Ao considerar o processo de envelhecimento, em especial das mulheres, faz-se necessário
identificar as assimetrias do poder associadas ao gênero assim como à idade/ geração, raça/etnia,
classe, etc., a fim de compreender a heterogeneidade do que venha a ser a pessoa idosa e guiar de
forma equânime a formulação de políticas públicas de saúde no município (SANTOS; MOTA, 2015).

econômica. Ressalta-se que, a partir de 2020, com o advento da pandemia de Covid-19, outros fatores passaram
a impactar a taxa de natalidade, tais como: as questões de distanciamento social e confinamento, a violência
sexual e de gênero, saúde mental, revisão dos custos parentais, dificuldades ou perdas de acesso aos serviços e
cuidados com a saúde sexual e reprodutiva e o medo da gestação em um período de incertezas em diversas áreas
(COUTINHO et al., 2020).
6
A população de 2020 representa projeção com base no censo de 2010.

34
Gráfico 01. População por sexo, faixa etária e linha de tendência masculino, 2010 a 2020*. Salvador-
BA,2021.

Fonte: IBGE.

O envelhecimento populacional (ou envelhecimento demográfico) é um processo que pode ser


decorrente da redução da taxa de fecundidade e da redução da taxa de mortalidade, especialmente das
idades mais avançadas, resultando em mudanças na estrutura etária social (MIRANDA et al, 2016). O
Índice de Envelhecimento7 é um marcador do estágio demográfico no qual o país se encontra. Desde
2015, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI, vem sinalizando essa
projeção para o município de Salvador.
O processo de transição demográfica de Salvador tem levado a uma população de perfil
envelhecido e com baixo ritmo de crescimento. Desde 2000, o índice de envelhecimento no município
alcançou 25,8%, o que significa que naquele momento existiam aproximadamente 26 idosas (os) para
cada 100 jovens com menos de 15 anos na população. A partir de 2010, o índice subiu para 44,8%,
mantendo-se constante até 2020 (Gráfico 02). Vale destacar que, no período analisado, as mulheres
apresentaram maiores índices de envelhecimento, quando comparadas aos homens, por exemplo, em
2020: 56% e 34%, respectivamente.
Entre 2000 e 2020, o Brasil e o estado da Bahia apresentaram uma série crescente para o índice
de envelhecimento, como citado anteriormente. Esses resultados mostram um aumento da participação
de idosas (os) nas diversas instâncias e serviços da sociedade, com repercussões inclusive, para a
Previdência Social (IBGE, 2021).
A transição demográfica acarreta a transição do perfil epidemiológico, marcado pelo aumento
da ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis. O que leva à maior busca por consultas médicas
e das demais categorias de saúde, ao aumento do consumo de medicamentos e a realização de exames
com maior frequência pelas (os) idosas (os). Observa-se também maior taxa de utilização de unidades
de terapia intensiva, de hemodinâmica e métodos dialíticos. Por consequência, há o aumento das
despesas com a saúde e a necessidade de planejar as ações e serviços direcionados a este público
(NASRI, 2008).

7
O Índice de Envelhecimento Populacional é um indicador que mede o número de pessoas de 60 anos e mais de
idade para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade na população (RIPSA, 2012a). É comum que, para o
cálculo deste indicador, sejam consideradas idosas as pessoas de 65 e mais anos. No entanto, para manter a
coerência com os demais indicadores e para atender à política nacional do idoso (Lei nº 8.842, de 4 de janeiro
de 1994), utiliza-se aqui o parâmetro de 60 e mais anos.

35
Gráfico 02. Índice de envelhecimento populacional, Salvador/BA, 2000 e 2020*.
50,0 44,8

40,0

30,0 25,8

20,0

10,0

0,0
2000 2020*

Fonte: IBGE

A partir da segunda metade do século XX, Salvador contou com uma importante expansão
socioeconômica e modernização estrutural, dando início ao seu atual cenário de ocupação territorial
(CARVALHO; ARANTES, 2020). Entre os anos apresentados no Gráfico 03, observou-se o aumento
da população urbana no município. Este processo é marcado por uma ocupação desigual,
desorganizada e segregada, especialmente ao considerar a categoria renda e raça/cor. Nota-se o avanço
das disparidades entre os bairros que apresentam índices de desenvolvimento cada vez mais desiguais.

Gráfico 03. População residente em Salvador-BA, segundo situação do domicílio, 2000, 2010 e
2020*.

733 535
1.005

2.674.923 2.886.163
2.442.102

2000 2010 2020*

Urbana Rural

Fonte: IBGE

Os bairros modernos são ocupados majoritariamente pela população branca que possuem
padrões elevados de consumo e acesso aos serviços. Já aqueles bairros que chamados de tradicionais
e precários, são ocupados em sua maioria pela população negra, caracterizados por áreas populares,
operárias e/ou agrícolas, com baixo padrão de consumo e dificuldades para acessar a rede de serviços
(SANTANA et al., 2020).
A análise multidisciplinar dos fatores determinantes e condicionantes da expansão urbana e da
situação de saúde dessas populações, junto ao planejamento multifacetário, participativo e preventivo
são fundamentais para estabelecer ações e serviços que possibilitem acesso universal aos
estabelecimentos de saúde e redução das demandas reprimidas e dos vazios assistenciais, promovendo
equidade social e qualidade de vida (SANTANA et al., 2020).

36
2.1.6. Perfil Religioso
A capital baiana apresenta uma diversidade cultural e religiosa, possível de ser identificada em
diversos espaços do seu território e que serão mais bem detalhadas ao longo da descrição do perfil
sociodemográfico e econômico.
O Gráfico 04 demonstra que as religiões cristãs são as que possuem mais adeptos no município.
Apesar da redução do número de católicos, estes continuam maioria em Salvador, semelhante ao
observado na Bahia e no Brasil. Destaca-se o aumento do número de adeptos assumindo seu
pertencimento às religiões afro-brasileiras nas instâncias supracitadas (IBGE, 2021).

Gráfico 04. População residente em Salvador-BA (%), segundo religião*, 2000 e 2010.

Fonte: IBGE. *O grupo Umbanda e Candomblé inclui a categoria “Outras declarações de religiosidades afro-
brasileiras”.

Diversos estudos indicam a associação da religiosidade com a saúde individual e coletiva, e seu
impacto sobre os indicadores de morbidade física e mental e mortalidade por causas específicas. Estes
estudos apresentam a religião como fator capaz de moldar comportamentos, reduzindo as condutas de
risco e encorajando os comportamentos de promoção da saúde. Ademais a participação em grupos
religiosos confere estabelecimento de redes sociais com suporte subjetivo e econômico, além de
sentimentos de autovalorização (ALVES et al., 2010).
Entretanto, as pesquisas também apontam o uso inadequado dos serviços de saúde como aspecto
negativo da religiosidade. Desta forma, as práticas religiosas/espirituais devem ser incentivadas,
respeitando a individualidade de fé dos indivíduos, ressaltando que a religiosidade pode ser percebida
como prática integrativa, complementar e não excludente às ações de saúde (ALVES et al., 2010).

37
2.2. Perfil Socioeconômico
2.2.1. Educação
Segundo os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual
(PNAD Contínua), dados de 2019, aproximadamente 93% da população brasileira com quinze anos
ou mais de idade é alfabetizada. Isto é, tem-se um percentual de 7% de não alfabetizados, o que
equivale dizer que aproximadamente 11 milhões de brasileiros não sabem ler e escrever (IBGE, 2019).
No nível regional, o Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo (14%) do país em 2019.
O que representa uma taxa aproximadamente, quatro vezes maior do que aquelas estimadas para as
regiões Sudeste e Sul, ambas com 3%. Já Salvador apresentou crescimento na taxa de analfabetismo,
passando de 3% (2018) para 4% (2019) (Gráfico 05).

Gráfico 05. Taxa de analfabetismo8 das pessoas de 15 anos ou mais de idade, Salvador, Bahia,
Nordeste, Brasil, 2016 a 2019.
16 15 15 14 14
14 13 13 13 13
12
10
8 7 7 7 7
6 4
4 4
4 3
2
0
2016 2017 2018 2019

Brasil Nordeste Bahia Salvador


Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (PNAD Contínua)9 – 2019

Nas PNAD Contínuas 2016 – 2019, as pessoas do sexo feminino registraram maiores taxas em
relação ao sexo masculino, exceção para o ano de 2019 (IBGE, 2019).
O estudo de SOUZA (2012), com uma amostra da população de Salvador, revelou que pessoas
com menor escolaridade (ensino fundamental completo ou menos) apresentam maiores prevalências
de saúde autorreferida precária (SAR-P). O autor afirma que o grau de escolaridade se relaciona com
o estilo de vida e as condutas relativas à saúde, sendo que pessoas com maior tempo de educação
formal tendem a ter maior capacidade para o autocuidado, envolvimento em programas de prevenção
e na solução de problemas que possam comprometer a saúde.
Ademais, aborda que a baixa escolaridade ou pouco conhecimento sobre o campo saúde, se
relaciona com a mortalidade precoce e os comportamentos de risco para a saúde e conclui que o nível
de escolaridade atua sobre o modo como os sujeitos compreendem a própria saúde física, mental e
social.

8
A Taxa de analfabetismo é o percentual de pessoas com 15 e mais anos de idade que não sabem ler e escrever
pelo menos um bilhete simples, no idioma que conhecem, na população total residente da mesma faixa etária,
em determinado espaço geográfico, no ano considerado (RIPSA, 2012b).
9
A partir de 30 de abril de 2019, as estimativas da PNAD Contínua passaram a ser divulgadas com base na
Projeção da População do Brasil e das Unidades da Federação–Revisão 2018. Consequentemente, todas as
estimativas da PNAD Contínua, produzidas no período de 2012 a 2019, foram recalculadas.

38
Considerando a realidade descrita no gráfico 05, para o município de Salvador, faz-se necessária
a adoção de ações que aumentem a instrução e qualificação dos diferentes grupos etários,
especialmente os jovens, desde a educação formal à informal. Os baixos níveis de escolaridade, a
precária qualidade do ensino e as taxas de atraso e evasão escolar estão presentes e persistem na capital
baiana, entretanto disparidades são observadas de acordo com o território de localização e de
abrangência do estabelecimento de ensino em questão, resultando em cenários desfavoráveis para os
bairros populares da Área Urbana Consolidada, Miolo, Subúrbio Ferroviário e nos poucos bairros de
baixa renda que se localizam na Orla Atlântica.
As diferenças também são encontradas de acordo com o sistema de ensino, ressaltando que o
ensino público (que atende às camadas populares e à maioria da população) apresenta maiores
frequências de repetência, atraso e evasão escolar. Vale destacar que as escolas de ensino médio
presentes no município estão localizadas, em sua maioria, na Área Urbana Consolidada e na Orla
Atlântica (CARVALHO; ARANTES, 2020).

2.2.2. Índice de Desenvolvimento Humano10 – IDH


Considerando a realidade e especificidades regionais, o IDH foi ajustado para Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Este abrange os componentes da Longevidade
(expectativa de vida ao nascer), Educação (Escolaridade da população adulta e Fluxo escolar da
população jovem) e Renda per capita (disponibilidade financeira por pessoa em determinado
território), representada por um número que varia entre zero e um. Quanto mais próximo de um, maior
o desenvolvimento humano do município.
Segundo o Censo 2010, das 27 Unidades Federativas (26 estados e o Distrito Federal), a Bahia
registrou a 22ª posição entre os índices observados nos demais estados brasileiros, situação pouco
agradável que representa médio desenvolvimento humano (0,600 – 0,699), para o quinto maior
território do país e quarto em contingente populacional. Já Salvador registrou a 18ª posição entre as
capitais brasileiras e 6ª posição entre as capitais nordestinas, apresentando alto desenvolvimento
humano (0,700 – 0,799), mas que carece de melhoria para elevar o padrão de desenvolvimento da sua
população e reduzir à desigualdade entre as cidades do país.
Conforme percebido no Gráfico 06, o Censo afirma ainda que Salvador apresenta um IDHM
Educação inferior à outras capitais que possuem um quantitativo populacional similar à ela, como
Fortaleza-CE e Belo Horizonte-MG. Em 2010, Salvador figurava como a 21ª capital em IDHM
Educação do país, enquanto que Fortaleza está em 18º e Belo Horizonte em 8º. Importante reforçar
que todas essas cidades tiveram uma queda no ranking das capitais que maior IDHM Educação do
país, entre os anos 2000 e 2010, sendo que Salvador caiu 5 posições, Fortaleza e Belo Horizonte caíram
4 posições.

10
O conceito de desenvolvimento humano, bem como sua medida, o Índice de Desenvolvimento Humano, IDH,
foram apresentados em 1990, no primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento [...] (PNUD, 2013). O IDHM brasileiro segue as três dimensões do IDH global
– Longevidade (Esperança de Vida ao Nascer), Educação (média de anos de estudo da população com 25 anos
ou mais e expectativa de anos de estudo) e Renda (a Renda Nacional Bruta per capita) (PNUD, 2013). O IDHM
é um número que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um
município.

39
Gráfico 06. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), por componentes, Salvador,
Bahia, Fortaleza e Belo Horizonte, 2010.
0,9

0,856
0,8

0,841
0,835

0,824

0,81
0,783

0,772

0,759

0,754
0,7

0,749
0,737
0,695
0,679

0,663

0,66
0,6

0,555
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
IDHM Renda IDHM Educação IDHM Longevidade IDHM

Salvador Bahia Fortaleza Belo Horizonte

Fonte: IBGE

Ao observar o IDHM segundo sexo no município de Salvador, outra iniquidade (vinculada às


desigualdades de gênero) é percebida. Sabendo que o Desenvolvimento Humano implica
necessariamente no levantamento de aspectos que sejam importantes para a garantia de melhores
condições de vida para a população, ainda que mantendo um índice muito alto, os dados reforçam que
tais condições estão mais desfavoráveis junto aos homens, uma vez que o IDHM Homens (0,735) vai
aparecer menor que o IDHM Mulher (0,794), conforme Gráfico 07. Nesse aspecto diversas questões
devem ser levadas em consideração como, a renda, educação e longevidade, que são os critérios
adotados para mensurar o IDH.

Gráfico 07. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Salvador, segundo sexo, 2010.
Fonte: IBGE

0,85
0,794
0,8
0,75 0,735

0,7
0,65
0,6
0,55
0,5
IDHM Mulheres IDHM Homens

Sobre esse aspecto, elas seguiam ganhando bem menos do que os homens, a renda mensal das
mulheres de Salvador (R$ 1.271,00) ainda era inferior à dos homens (R$ 1.693,00), conforme estudos
de CARVALHO e BORGES (2014). Contudo, o IDHM das mulheres superior ao dos homens pode
estar relacionado à razão que analisa o quantitativo da população com 60 anos ou mais segundo sexo,
resultando no quantitativo de 62 homens para 100 mulheres vivas pós essa faixa etária.

40
O IDHM segundo raça/cor, com índice de 0,664 para negros e 0,787 para brancos, reforça a
permanência da desigualdade racial ainda presente no município (Gráfico 08).

Gráfico 08. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Salvador, segundo raça/cor,
2010.
0,85

0,8 0,787

0,75

0,7 0,664
0,65

0,6

0,55

0,5
IDHM Negros IDHM Brancos
Fonte: IBGE

O IDHM por raça/cor foi trazido pela primeira vez a partir de 2010, não sendo possível, a
partir dessa medida realizar um comparativo histórico, contudo, considerando o rendimento médio
mensal (que é um dos indicadores que compõem essa medida), é possível verificar a permanência da
desigualdade nas análises dos censos demográficos anteriores.
Essa constatação é afirmada também nos estudos de CARVALHO e BORGES (2014), quando
demonstram que, o rendimento médio em 2010, segundo atributos dos ocupados, apesar de razoáveis
mudanças, persistem as desigualdades históricas, ainda que um pouco atenuadas. Além disso, o
rendimento médio dos pretos e pardos em 2010, equivaliam a respectivamente 33,4% e 44,5% do
rendimento médio dos brancos.
A cidade de Salvador, apresenta em 2020 (77,3%), um padrão de grande desenvolvimento, ao
contrário de 2010 (65,5%), conforme Gráfico 09. O mesmo ocorre nas suas subdivisões, por Distrito
Sanitário, quando percebido que 58,3% dos DS de Salvador está no primeiro nível da Razão de
Mortalidade Proporcional11 e 41,7% estariam no 2º nível.
No entanto, ao analisar a partir de 75 anos ou mais, Salvador deixa o 1º nível da RMP e vai
para o 3º nível, nos dois anos analisados, conforme Gráfico 10. Situação semelhante aconteceu com
os DS do município onde 11 dos 12 distritos se mantem no 3º nível (25% a 49%) da Razão de
Mortalidade Proporcional, exceção para DS Itapuã (50,9%) que se apresenta no 2º nível da RPM.

11Outro índice que ajuda a compreender os níveis de desenvolvimento em determinado território é, o Indicador de Swaroop-
Uemura ou a Razão de Mortalidade Proporcional (RMP). Nele é possível mensurar a mortalidade de pessoas com 50 anos
ou mais. De acordo com BOING (2009), o desenvolvimento é mensurado a partir de quatro níveis, discriminado da seguinte
forma: 1º nível (RMP ≥75%), 2º nível (RMP entre 50% e 74%); 3º nível (RMP entre 25% e 49%) e 4º nível (RMP< 25%).
Os territórios onde há a manutenção do 1º nível, são regiões, consideradas por esse autor, como àqueles que possuem um
padrão de grande desenvolvimento. Porém este mesmo estudo, apresenta um novo padrão de conveniência onde considerando
a RMP em mortalidade de pessoas com 75 anos ou mais, pois a definição baseada em 50 anos ou mais, não proporcionou a
correta discriminação entre territórios mais e menos desenvolvidos.

41
Gráfico 09. Indicador de Swaroop-Uemura (50 anos ou mais) ou Razão de Mortalidade Proporcional
(RMP), segundo Distrito Sanitário, 2010 e 2020*.

Fonte: IBGE

Gráfico 10. Indicador de Swaroop-Uemura (75 anos ou mais) ou Razão de Mortalidade Proporcional
(RMP), segundo Distrito Sanitário, Salvador/BA, 2010 e 2020*.

Fonte: IBGE.
Num aprofundamento desse indicador e ao se realizar um recorte considerando o critério
raça/cor, novamente outros indícios da desigualdade racial se fazem presentes em Salvador,
pois verifica-se que a RMP da população negra é de 31,8%, enquanto que da população não
negra é de 55,6%. O Gráfico 12, demonstra que a diferença em percentuais que versa sobre a
chance de a população negra morrer antes dos 75 anos em relação à população branca é de
25% na Razão de Mortalidade Proporcional.
Gráfico 12. Indicador de Swaroop-Uemura (75 anos ou mais) ou Razão de Mortalidade Proporcional (RMP),
segundo raça/cor da pele, Salvador/BA, 2010 e 2020*.

Fonte: IBGE

42
2.2.3. População Economicamente Ativa12
Analisando a população economicamente ativa (PEA)13 e a população economicamente ativa
ocupada (PEAO), observa-se que 53,2% da população residente no município de Salvador encontra-
se economicamente ativa, com 46,4% deste grupo ocupados, representando a maior proporção dessa
relação entre as unidades referidas na Tabela 02 (IBGE, 2021).

Tabela 02. Distribuição da População Economicamente Ativa e População Economicamente Ativa


Ocupada. Brasil, Bahia, Salvador e Fortaleza, 2010.
População População Economicamente Ativa População Economicamente Ativa
Ocupada
Nº % Nº %
Brasil 190.755.790 91.548.924 48,0 84.755.271 44,4
Bahia 14.016.096 6.362.479 45,4 5.680.279 40,5
Salvador 2.675.655 1.422.504 53,2 1.241.366 46,4
Fortaleza 2.452.185 1.206.965 49,2 1.116.034 45,5
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (PNADc), houve
redução na proporção da PEAO para Salvador nos anos de 2016 e 2017, período recessivo da economia
brasileira na última década, sendo observada uma recuperação em 2018, com 42,4% da população
ocupada em Salvador (Gráfico 11).

Gráfico 11. Proporção da População Economicamente Ativa Ocupada*. Salvador, 2012 a 2019.
43,0
42,0
41,0
%

40,0
39,0
38,0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Série1 40,6 40,7 42,2 42,4 40,3 39,8 42,4 41,8

Fonte: IBGE, PNADc


*Nota: Na amostra PEAO da PNADc estão excluídos os empregados públicos e trabalhadores domésticos.

Além da crise econômica, é importante registar que a reforma trabalhista implementada no


Brasil a partir de 2017 reflete um padrão de regulação do trabalho menos protetivo que se traduz na
flexibilização das relações de trabalho. Contrariando o argumento central que a flexibilização era
necessária para reduzir o desemprego, observa-se uma tendência para o aumento da informalidade, do
desemprego e da generalização dos indicadores de precarização antes específicos do trabalho
terceirizado.

12
Considerando a defasagem dos dados do Censo Demográfico, devido a não realização dessa pesquisa no ano
de 2020, conforme periodicidade prevista na Lei 8.184 de 10 de maio de 1991, além da apresentação dos dados
do Censo de 2010, estão referidos, nesta seção, dados de outras pesquisas e estudos mais recentes, na perspectiva
de uma análise mais fidedigna para a caracterização da população trabalhadora neste momento atual.
13
A População Economicamente Ativa (PEA) corresponde ao potencial de mão-de-obra com que pode contar o
setor produtivo, sendo composta pela PEA ocupada e desocupada de pessoas com 16 anos ou mais de idade

43
Analisando os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) dos trabalhadores
vinculados ao município de Salvador, no período de 2010 a 2019, observa-se uma tendência de queda
na proporção do grupo de trabalhadores formais, com um decremento de 18,4% em 2019, quando
comparado com 2010 (Gráfico 12).

Gráfico 12. Número de trabalhadores da RAIS. Salvador, 2010 a 2019


1400000

1200000

1000000

800000

600000

400000

200000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Série1 1140936 1179358 1227293 1183323 1246329 1172084 1052191 1016785 1026310 930424
Fonte: RAIS/Ministério da Economia; IBGE

Dados da PNADc, para o primeiro trimestre de 2021, demostram que o Brasil apresentou um
índice de desemprego de 14,7% e o Nordeste, um índice ainda maior, 18,6%. O desemprego foi maior
para as mulheres, cerca de 9% a mais em relação aos homens, situação que foi agravada com a
pandemia.
Para a distribuição da PEA segundo as variáveis sexo e raça/cor, observa-se uma maior
proporção da população negra – pretos ou pardos – em Salvador (79,4%) e no estado da Bahia (76,7%),
resultado da concentração de processos migratórios de escravização da população africana no Nordeste
do país, sendo destaque a maior proporção da força de trabalho negra e feminina (38,7%) em Salvador,
quando comparado aos demais dados (Gráfico 13).

Gráfico 13. Distribuição percentual da População Economicamente Ativa (PEA) por sexo e raça/cor.
Brasil, Bahia, Salvador e Fortaleza, 2010.
Homens, Branco Mulheres, Branca Homens, Preto ou Pardo Mulheres, Preta ou Parda
43,7

40,7
38,7

33,9
28,5

28,4
27,2

33
22,3

20,6

18,2
17,9
12,2

9,6
9,5

9,4

BRASIL BAHIA SALVADOR F O R T A L E ZA


Fonte: IBGE

Mantendo as mesmas variáveis de sexo e raça/cor para a população ocupada, observa-se a


mesma tendência da PEA, ou seja, maior concentração da população trabalhadora negra (78,5%) em
Salvador, mas com maior inserção no mercado de trabalho de homens (42%), embora as mulheres

44
negras soteropolitanas (36,5%) apresentem maior proporção de ocupação em relação aos dados do
Brasil, Bahia e Fortaleza (Gráfico 14).

Gráfico 14. Distribuição percentual da População Economicamente Ativa Ocupada (PEAO) por sexo
e raça/cor. Brasil, Bahia, Salvador e Fortaleza, 2010.
Homens, branco Mulheres, branca Homens, preto ou pardo Mulheres, preta e parda

44,9

42
36,5

34,3
31,3
28,8

27,8
28
22,2

19,5

18,6
17,8
12,8

10,2
9,6
9,4

BRASIL BAHIA SALVADOR F O R T A L E ZA

Fonte: IBGE.

Na análise da distribuição da população ocupada por setor de atividade econômica 14 -


agricultura (setor primário), indústria (setor secundário) e serviços (setor terciário) -, observa-se a
predominância do setor de serviços para todas as unidades de análise, sendo destaque para a capital do
estado (81,2%) (Gráfico 15).

Gráfico 15. Distribuição percentual da População Economicamente Ativa Ocupada (PEAO) por
principais ramos dos setores econômicos. Brasil, Bahia, Salvador e Fortaleza, 2010.
Brasil Bahia Salvador Fortaleza
81,2

76,5
63,3

56,9
26,5

22,6
18,1
16,6
14,7

22
0,9
0,7

AGRICULTURA INDÚSTRIA SERVIÇOS

Fonte: IBGE

POCHMANN (2019) traz reflexões sobre as mudanças no mundo do trabalho, no que se refere
à passagem incompleta da sociedade urbana e industrial para a de serviços, um processo precoce
relacionado à desindustrialização que ocorre no Brasil e que tem como consequência, entre outras, o
declínio de ocupações intermediárias e da generalização do emprego na base da pirâmide social.
Quanto à população ocupada, segundo posição na ocupação, observa-se que, em relação à
categoria empregados com carteira assinada, o município de Salvador (56,5%) apresenta maior
proporção para esse subgrupo de trabalhadores em 2010. Para trabalhadores na informalidade
(trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira assinada), ou seja, trabalhadores sem

14
Os setores da atividade econômica são: a) primário com atividades relacionadas à produção de matérias primas
(agricultura, pecuária, pesca e extrativismo); b) secundário com atividades relacionadas à produção de bens de
consumo (indústria, construção civil, geração de energia); e c) terciário com atividades relacionadas à prestação
de serviços, formais ou informais, nas mais diversas áreas, e também as atividades comerciais.

45
proteção previdenciária e social, entre as unidades de análise comparadas, Salvador (37%) apresenta
menor proporção.
No entanto, ressalta-se que, essa proporção, mesmo sendo inferior às demais, precisa ser
considerada como de relevância, uma vez que o trabalho precisa trazer segurança e qualidade de vida
para seus trabalhadores e a informalidade caminha ao lado da precarização das condições de trabalho
e vida.
Para os trabalhadores empregados domésticos, Salvador (9,1%) também apresenta maior
proporção, mas a tendência observada nos últimos anos é a contratação dessa categoria na modalidade
de serviços diários – serviço de diarista, uma ou duas vezes na semana – sem encargos trabalhistas
para o empregador e com maior precarização e desproteção para o trabalhador (Tabela 03).

Tabela 03. Distribuição percentual da população ocupada por posição na ocupação, 2010.
Posição na ocupação Brasil Bahia Salvador Fortaleza
Empregados com carteira de trabalho assinada 46 33,5 56,5 48,7
Militares e funcionários públicos estatutários 5,5 4,3 4,6 4,8
Empregados sem carteira de trabalho assinada 19,9 27,4 17,4 23
Conta própria 21,6 22,8 18,6 20,7
Empregadores 2 1,4 1,8 1,8
Empregado doméstico 6,9 7 9,1 8,1
Fonte: IBGE

Na análise da população trabalhadora ocupada segundo nível de instrução, observa-se que


Salvador (58,9%) apresenta, para 2010, maior proporção de escolarização desses trabalhadores em
relação às demais unidades de análise (Gráfico 16). Entretanto, o subgrupo com menor nível de
escolarização - “sem instrução e ensino fundamental incompleto” e “ensino fundamental completo” e
“ensino médio incompleto” representa 40,6% dessa força de trabalho.
Importante registrar que a heterogeneidade da formação educacional da população
trabalhadora é o principal determinante da desigualdade salarial e que o mercado de trabalho,
inevitavelmente, traduz a desigualdade social, um dos principais desafios da nossa sociedade. Assim,
pontua-se a necessidade da implementação dos investimentos nas políticas educacionais.

Gráfico 16. Distribuição percentual da população ocupada por nível de instrução, 2010.
60 50,2
40,8 40,5 36
40 28,7 27,9 30,2
25,7
15,5 14,7 14,9 18,4 16,5 17
20 12,6 9

0
Brasil Bahia Salvador Fortaleza

Sem instrução e Ensino Fundamental incompleto


Ensino Fundamental completo e Ensino Médio incompleto
Ensino Médio completo e Ensino Superior incompleto
Ensino Superior completo
Fonte: IBGE

Considerando a População em Idade Ativa (PIA), ou seja, a população de 14 anos ou


mais, e os dados da RAIS para o mesmo período e unidade de análise, observa-se que a
proporção de ocupação dos trabalhadores formais em 2019 corresponde a 40% da força de

46
trabalho para Salvador (Gráfico 17). Esta proporção, mesmo com viés em relação aos
trabalhadores que não residem em Salvador e os formais não declarados no censo da RAIS,
corresponde a um resultado aproximado para análise da população trabalhadora formal, tendo
em vista à inexistência de dados mais recentes do Censo Demográfico.

Gráfico 17. População em Idade Ativa e trabalhadores da RAIS. Salvador, 2010 a 2019.
Trabalhadores da RAIS População em Idade Ativa

47,3 45,9 44,1 49,34 46,9 50,4 55,7 57,5 55,6 60

52,7 54,1 55,9 50,7 53,1 49,6 44,3 42,5 44,4 40

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: RAIS/Ministério da Economia; IBGE

2.3. Perfil Ambiental


No quadro 01 (anexo) registra-se os componentes que compõem o perfil ambiental do
município de Salvador, segundo os distritos sanitários de ocorrência. Destaca-se que todos os distritos
sanitários se encontram inseridos em áreas de bacias hidrográficas e que dispõem em seus territórios
de áreas verdes, estes componentes ampliam de modo diferenciada a qualidade ambiental destas áreas.
Quanto à ocupação do município verifica-se que os vetores de crescimento da cidade foram
determinados pela ocupação de áreas de laser (veraneio), ocupações habitacionais, ocupações
industriais, áreas com padrões de ocupação histórica, com monumentos, até áreas de ocupações, mas
recentes as margens de rodovias e de complexos industriais.
Quanto ao perfil ocupacional destaca-se o predomínio das áreas residências em mosaico com
áreas de comércios e serviços. Neste cenário destaca-se o distrito Cabula-Beiru que possui uma
importante área de remanescente de agricultura urbana, por conta das áreas de baixo interesse fundiário
e pela presença de linhas de transmissão de alta tensão.
No Distrito Sanitário São Caetano Valéria, por ser uma área situada às margens da BR 324, a
ocupação habitacional disputa espaço com diversas fábricas e galpões de indústrias automobilísticas
ou de cereais. O setor industrial se implantou em locais estratégicos do bairro de acesso fácil à BR
324, demandando por melhorias no entorno, como presença de sistema de transporte, abertura de novas
vias de acesso e oferta de empregos, intensificando ainda mais a ocupação urbana nessa área, ainda
assim são encontradas áreas agrícola, nos espaços remanescentes.

47
2.4. Perfil Epidemiológico
2.4.1. Hábitos e Estilos de Vida
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a vigilância das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) e de seus fatores de risco e proteção seja realizada por meio de inquéritos
populacionais. Visando à construção de um sistema de vigilância para as DCNT, a partir de 2006 o
Ministério da Saúde, realiza anualmente, por telefone, o Inquérito Vigitel (Vigilância de Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico), na população adulta, nas capitais e no Distrito Federal2. Vale
ressaltar que o Brasil adotou o Vigitel, como sendo a fonte do monitoramento anual dos indicadores
presentes nos planos nacionais3 e recomendou que estados e municípios também utilizem essa fonte
de dados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também recomenda a implantação e manutenção de
sistemas de vigilância de fatores de risco à saúde dirigidos aos adolescentes. A Pesquisa Nacional de
Saúde do Escolar (PeNSE) é um inquérito realizado com escolares adolescentes que compõe a
Vigilância dos Fatores de Risco e Proteção das Doenças Crônicas do Brasil.
Foram realizadas três edições da PeNSE (2009, 2012 e 2015), fruto da parceria entre o
Ministério da Saúde (MS) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do
Ministério da Educação (MEC). A população-alvo da pesquisa constituiu-se, a princípio, de estudantes
do 9º ano do Ensino Fundamental; a partir de 2015, foram incluídos estudantes do 6º ano do Ensino
Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, com o intuito de tornar a pesquisa representativa de escolares
na idade de 13 a 17 anos4.

2.4.1.1 Alimentação Saudável


A pesquisa Vigitel considerou consumo regular o consumo de frutas e hortaliças quando
ambos os alimentos eram consumidos em cinco ou mais dias da semana. Ao analisar o ano de 2010 e
2020, observa-se um aumento de 8,8% no consumo destes alimentos. Contudo, ressalta-se que
Salvador ainda se encontra entre as quatro capitais brasileiras com menor consumo de frutas e
hortaliças (24,7%). Destaca-se que em todo período, o consumo de frutas e hortaliças foi maior no
sexo feminino (Gráfico 18).

Gráfico 18. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem regularmente frutas e hortaliças, por
sexo, Salvador - Ba, VIGITEL 2010-2020
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
%

15,0
10,0
5,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 15,8 20,2 21,9 27,2 23,6 21,1 26,8 18,9 21,8 21,2 17,9
Feminino 28,4 26,0 31,8 33,6 34,8 35,4 32,3 29,5 31,7 31,4 30,2
Pop Geral 22,7 23,4 27,3 30,7 29,7 28,9 29,8 24,7 27,2 26,8 24,7

Fonte: VIGITEL 2010-2020

48
O consumo regular de feijão no munícipio foi de 50,6% em 2020, houve uma redução do
consumo de 12% em relação a 2010. Em todos os anos da série histórica, o consumo de feijão foi
maior entre para o sexo masculino. No período, observa-se uma redução do consumo de 2,3% para os
homens e de 22% para as mulheres. Em 2018, este indicador não fez parte da pesquisa. (Gráfico 19).

Gráfico 19. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem feijão em cinco ou mais dias na
semana, por sexo, Salvador - BA. Vigitel, 2010-2020
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
%

30,0
20,0
10,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2019 2020
Masculino 65,9 69,4 69,4 64,1 68,4 61,5 60,2 61,6 60,9 64,4
Feminino 50,4 54,2 51,1 49,4 52,7 49,2 44,4 46,7 44,2 39,3
Pop.Geral 57,5 61,1 59,4 56,1 59,8 54,8 51,5 53,4 51,8 50,6
Fonte: VIGITEL 2010-2020.

Em 2020, a população de Salvador apresentou redução para 5,4% do consumo de refrigerantes,


em cinco ou mais dias na semana, e no decurso dos inquéritos de 2010 a 2020, apresentou redução de
76,3% do consumo desta bebida. No inquérito de 2020, Salvador ficou como a 3ª capital brasileira
com o menor consumo de refrigerantes, atrás, apenas de Natal (3,8%) e São Luís (4,5%) (Gráfico 20).

Gráfico 20. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem refrigerantes em cinco ou mais dias na
semana, por sexo, Salvador - BA. VIGITEL, 2010-2020
30,0

25,0

20,0

15,0
%

10,0

5,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 27,0 21,7 19,7 19,5 17,7 14,1 9,0 7,5 5,4 4,3 6,6
Feminino 19,3 17,2 15,6 11,2 10,0 9,8 7,0 5,8 6,5 10,5 4,3
Pop. Geral 22,8 19,2 17,5 15,0 13,5 11,8 7,9 6,6 6,0 7,1 5,4
Fonte: VIGITEL 2010-2020.

49
Segundo dados da PeNSE, o consumo de frutas, feijão, guloseimas, e refrigerantes por escolares
do 9º do ensino fundamental de Salvador, apresentou de 2009 a 2015 aumento de 24,2% para frutas,
associado a redução de 12,3% para o consumo de feijão, 20,8% para guloseimas e 34,3% para
refrigerantes. (Gráfico 21).

Gráfico 21. Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, segundo frequência
de consumo de frutas, guloseimas e refrigerantes, cinco ou mais dias na semana em Salvador- BA,
PeNSE, 2009-2015
60
50
40
30
%

20
10
0
Feijão Frutas Guloseimas Refrigerante
2009 47 22,7 46,6 32,4
2012 47,7 23 40,1 26,6
2015 41,2 28,2 36,9 21,3

Fonte: PeNSE 2009-2015

2.4.1.2 Atividade Física


A prática regular de atividade física é um comportamento saudável que geralmente também
acompanha hábitos saudáveis de alimentação. Em contrapartida, o tabagismo e o consumo de álcool
estão associados a uma alimentação menos saudável. De acordo com o VIGITEL, a frequência de
adultos que praticam atividade física no tempo livre em 2020 foi de 41,8% na capital baiana. Entre
homens, a frequência encontrada foi de 52,2% e entre as mulheres 33,2%.
A partir de 2011, o sistema utilizou como indicador aqueles que praticam pelo menos 150
minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou pelo menos 75 minutos
semanais de atividade física de intensidade vigorosa. A partir de 2011, observa-se um aumento na
população geral de 47,7%, passando de 28,3% em 2011 para 41,8% em 2020. Embora a frequência
tenha se apresentado maior para os homens em todos os anos da série histórica, o aumento percentual
neste período foi maior no sexo feminino (78,5%) quando comparado ao sexo masculino (30,8%)
(Gráfico 22).

50
Gráfico 22. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que praticam atividades físicas no tempo livre, por sexo,
Salvador – Ba. Vigitel 2010-2020
60
50
40
30
%

20
10
0
2011
2010 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
*
Masculino 22,3 39,9 43,2 44,9 42,3 41,4 49,2 43,7 51,9 50,1 52,2
Feminino 9,5 18,6 23,2 24,2 24,2 29 28,7 30,2 33,8 34,1 33,2
Pop Geral 15,3 28,3 32,5 33,6 32,4 34,6 38 36,3 42 41,3 41,8

Fonte: VIGITEL 2010-2020

*O VIGITEL considerava ativo fisicamente todos os indivíduos que praticam pelo menos 30 minutos diários de
atividade física de intensidade leve ou moderada em cinco ou mais dias da semana ou pelo menos 20 minutos
diários de atividade física de intensidade vigorosa em três ou mais dias da semana. A partir de 2011, utilizou
como indicador aqueles que praticam pelo menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve
ou moderada ou pelo menos 75 minutos semanais de atividade física de intensidade vigorosa.

2.4.1.3 Tabagismo
A epidemia do tabaco é uma das maiores ameaças a saúde pública, sendo responsável por mais
de 8 milhões de mortes por ano no mundo, das quais cerca de 1,2 milhões são decorrentes do fumo
passivo9. De acordo com as entrevistas realizadas em 2020, a frequência de tabagismo na população
geral teve uma redução de 18,1%, passando de 8,3% em 2010 para 6,8% em 2020. Entretanto, observa-
se em 2020 um aumento da frequência de 25,9% em relação à 2019.
A frequência de fumantes em 2020 se apresentou maior entre homens (7,9%) do que mulheres
(5,9%). Quando comparado a 2019, observa-se um aumento da frequência de tabagismo entre as
mulheres de 68,6%, passando de 3,5% (2019) para 5,9% (2020). Já entre os homens o aumento de
3,9%, passando de 7,6 (2019) para 7,9% (2020) (Gráfico 23). Salvador teve a menor frequência de
fumantes entre 2015 e 2018 em comparação as outras capitais brasileiras, passando para o 10º lugar
em 2020.

Gráfico 23. Percentual de adultos (≥ 18 anos) fumantes, por sexo, Salvador - Ba, Vigitel 2010-2020

0
0
0
0
%

0
0
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 9,6% 10,6% 7,3% 6,6% 9,0% 5,6% 6,8% 5,9% 5,9% 7,6% 7,9%
Feminino 7,2% 6,8% 5,4% 4,0% 5,4% 3,8% 3,7% 2,6% 2,6% 3,5% 5,9%
Pop Geral 8,3% 8,6% 6,3% 5,2% 7,0% 4,6% 5,1% 4,1% 4,8% 5,4% 6,8%

Fonte: VIGITEL 2010-2020.

51
Em 2020, a frequência de fumantes passivos no domicílio foi de 6,0%. Observa-se uma
redução de 45,4% em relação ao ano de 2010. No entanto, quando comparado a 2019, observa-se um
aumento no fumo passivo no domicílio entre as mulheres passando de 4% (2019) para 7,5% (2020),
assim como um aumento de 13,1% entre os homens passando de 3,8% (2019) para 4,3% (2020)
(Gráfico 24).

Gráfico 24. Percentual de adultos (≥ 18 anos) fumantes passivos no domicílio, Salvador -Ba, VIGITEL 2010-
2020
14,0

12,0

10,0

8,0
%

6,0

4,0

2,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 8,7 9,4 7,9 6,4 4,8 9,0 6,8 4,6 5,0 3,8 4,3
Feminino 12,9 12,9 8,8 8,4 5,8 8,0 6,0 8,0 6,9 4,0 7,5
Total 11,0 11,3 8,4 7,5 5,4 8,4 6,3 6,5 6,0 3,9 6,0

Fonte: VIGITEL 2010-2020

A frequência de fumante passivo no trabalho em 2020 foi de 5,3%, com uma redução de 61,5%
em relação à 2010.Quando comparado à 2019, observa-se um aumento no fumo passivo no trabalho
entre os homens passando de 7,4% (2019) para 8,3%(2020). (Gráfico 25).

Gráfico 25. Percentual de adultos (≥ 18 anos) fumantes passivos no local de trabalho, Salvador -Ba, VIGITEL
2010-2020
25,0

20,0

15,0
%

10,0

5,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 19,1 18,2 16,1 13,9 14,1 9,2 11,3 10,5 7,7 7,4 8,3
Feminino 7,8 7,9 5,1 5,1 5,0 4,7 3,1 4,1 3,9 2,9 2,9
Total 13,0 12,6 10,1 9,1 9,1 6,7 6,8 7,0 5,7 5 5,3

Fonte: VIGITEL 2010-2020

52
Os resultados da PeNSE, realizada com os estudantes do 9º ano do ensino fundamental,
mostraram que a experimentação do cigarro em 2009 foi de 20,4% e em 2015 foi de 13,8%, apontando
uma redução de 32% (Gráfico 26).

Gráfico 26. Percentual de escolares frequentando o 9º do ensino fundamental que experimentaram


cigarro, segundo sexo. Salvador - Ba, 2009, 2012 e 2015
25
20,4 20 20,7
20 16,6 17,2 16,1
13,8 13,9 13,8
15

10

0
Total Masculino Feminino

2009 2012 2015

Fonte: PeNSE 2009-2015

2.4.1.4 Consumo de Álcool


De acordo com estimativas do Global Burden Disease (GBD) do Institute for Health Metrics
and Evaluation, em 2017, aproximadamente 6,2% de todos os óbitos ocorridos no Brasil estavam
relacionados ao uso do álcool. Além disso, quando observado os anos de vida perdidos ajustados por
incapacidade (DALY’s - Disability Adjusted Life Years), o uso de álcool foi o terceiro e o quarto
principal fator de risco comportamental para carga de doença, respectivamente no Brasil e no mundo10.
A frequência de consumo abusivo de bebidas alcoólicas (ingestão de quatro ou mais doses
para mulheres, ou cinco ou mais doses para homens, em uma mesma ocasião, em relação aos últimos
30 dias anteriores à data da pesquisa) foi de 27,2%, em 2020. A frequência na população masculina
registra o aumento de 6,3%, passando de 32% em 2010 para 34% em 2020. Por outro lado, a
frequência entre as mulheres apresentou uma redução de 3,5%, passando de 17,3% em 2010 para
16,7% em 2020 (Gráfico 27).

Gráfico 27. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consumiram bebidas alcoólicas de forma abusiva,
segundo sexo, Salvador - Ba, Vigitel 2010-2020

45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
%

20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 32,0 31,3 38,5 30,4 32,0 31,0 32,9 30,6 31,6 31,7 34,0
Feminino 17,3 17,2 16,7 13,9 11,5 15,4 18,3 15,5 16,7 18,1 16,7
Pop Geral 24,0 23,6 26,6 21,4 20,6 22,5 24,9 22,3 23,5 24,3 27,2

53
Fonte: VIGITEL 2010-2020
Acompanhando a implementação nacional da Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008, e a nova
“Lei Seca”, Lei nº 12.760, de 20 de dezembro de 2012, que visa coibir a condução de veículo
motorizado após o consumo de bebidas alcoólicas, o Vigitel passou a estimar a frequência de
indivíduos que referiram conduzir veículo motorizado após o consumo de bebida alcoólica,
independentemente da quantidade de bebida consumida e da periodicidade dessa prática.
A frequência de adultos em Salvador que referiram conduzir veículos motorizados após o
consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica apresentou um aumento de 161,5% passando de
1,3% (2010) para 3,4% (2020). As maiores frequências foram observadas entre homens em todos os
anos da série histórica. O aumento percentual neste período foi maior no sexo masculino (163%)
quando comparado ao sexo feminino (150%) (Gráfico 28).

Gráfico 28. Percentual de adultos (≥ 18 anos) que referiram conduzir veículos motorizados após
consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica, segundo sexo, Salvador - Ba, Vigitel 2010-2020
16
14
12
10
8
%

6
4
2
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 2,7 10,5 13,7 9,5 11,3 8,8 9,6 10,5 6,5 8,5 7,1
Feminino 0,2 1 1,1 1,3 1,1 0,8 1,2 1 1,1 1,2 0,5
Pop Geral 1,3 5,3 6,8 5 5,8 4,5 5 5,3 3,5 4,5 3,4

Fonte: VIGITEL 2010-2020


Os resultados da PeNSE, realizada com os estudantes do 9º ano do ensino fundamental,
mostraram que a experimentação do álcool em 2009 foi de 75,8% e em 2015 foi de 57,0% apontando
uma redução de 24,8%. (Gráfico 29).

Gráfico 29. Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental que


experimentaram álcool, segundo sexo. Salvador-Ba,2009, 2012 e 2015
80 75,8 72,1 75,6 70,8 75,9 73,3
57,0 59,7
60 53,9

40

20

0
Total Masculino Feminino

2009 2012 2015

Fonte: PeNSE 2009-2015

54
2.4.1.5 Obesidade
A frequência de obesidade (IMC >= 30 kg/m2) em Salvador cresceu 72,1%, passando de
11,1% em 2010 para 19,1% em 2020, com crescimento maior entre os homens. O percentual de
aumento nesse período foi de 57,6% para as mulheres e 97,5 % para os homens (Gráfico 30)

Gráfico 30. Percentual de adultos (≥ 18 anos) com obesidade (IMC >= 30 kg/m2), por sexo,
Salvador - Ba, VIGITEL 2010-2020
25,0

20,0

15,0
%

10,0

5,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino 8,0 15,2 9,8 13,1 15,6 14,4 17,6 18,3 16,7 15,5 15,8
Feminino 13,9 14,6 17,7 16,3 19,8 17,9 21,7 20,4 20,1 20,3 21,9
Pop Geral 11,1 14,9 14,1 14,9 17,8 16,3 19,9 19,5 18,6 18,1 19,1
Fonte: VIGITEL 2010-2020

Uma outra fonte de dados sobre estilos de vida é a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), ocorrida
em âmbito nacional em 2013 e 2019 realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa pesquisa tem como objetivo produzir dados sobre
“a situação de saúde e os estilos de vida da população brasileira, bem como sobre a atenção à saúde,
no que diz respeito ao acesso e uso dos serviços, às ações preventivas, à continuidade dos cuidados e
ao financiamento da assistência”. No entanto, esse tipo de estudo não pode ser realizado continuamente
em função do alto custo e da complexidade logística.
Com relação à alimentação, a PNS (IBGE, 2020) mostra que o consumo regular de frutas e
hortaliças aumentou (+12,9%) em Salvador, passando de 25,6% em 2013 para 28,9% em 2019; por
outro lado, houve redução do consumo regular de feijão (- 12,9%), de 58,9% em 2013 para 51,3% em
2019. Houve queda de consumo regular de refrigerante (-43,8%), saindo de 14,6% em 2013 para 8,2%
em 2019. A PNS mostra também um aumento da frequência de adultos que praticam atividade física
no tempo livre de 48,3%, passando de 26,7% em 2013 para 39,6% em 2019.
Quanto ao tabagismo (IBGE, 2020), os resultados mostram um aumento no percentual de
fumantes (+6%), passando de 6,7% em 2013 para 7,1% em 2019, assim como um aumento nos
fumantes passivos no domicílio de 21,5%, passando de 6,5% (2013) para 7,9% (2019). O consumo de
álcool em Salvador também cresceu (+25%), passando de 22,4% em 2013 para 28% em 2019 (Tabela
04).

Tabela 04. Percentual de fatores de risco e proteção para DCNT na população adulta, segundo
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), Salvador-BA, 2013-2019

CONSUMO ALIMENTAR 2013 2019


Consumo frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana 25,6 28,9

55
Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem feijão em cinco ou 58,9 51,3
mais dias da semana
Percentual de adultos (≥ 18 anos) que consomem refrigerantes em cinco 14,6 8,2
ou mais dias da semana
USO DE ÁLCOOL 2013 2019
Percentual de adultos (≥ 18 anos) com consumo abusivo de álcool 22,4 28
Percentual de adultos (≥ 18 anos) que referiram conduzir veículos 22,5 16,3
motorizados após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica
TABAGISMO 2013 2019
Percentual de indivíduos de 18 anos ou mais que fumam atualmente 6,7 7,1
cigarros
Percentual de adultos (≥18anos) fumantes passivos no domicílio 6,5 7,9
ATIVIDADE FÍSICA 2013 2019
Percentual de adultos (≥ 18 anos) que praticam atividades físicas no 26,7 39,6
tempo livre
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 2013-2019

2.4.2. Perfil de Nascimento


Quanto à ocorrência de nascimentos em Salvador, identificou-se que, no período de 2010 a
2020, ocorreram 481.069 nascimentos, o que corresponde à média de 43.734 nascimentos/ano. Dentre
esses nascimentos, observou-se que 382.979 (79,6%) eram de mães que residiam em Salvador e 97.767
(20,3%) de mães que residiam nos demais municípios da Bahia. Para as mães que residiam em
municípios de outros estados foram registrados 323 (0,1%) nascimentos ocorridos em Salvador.
Observa-se um aumento de 27% desses nascimentos ao comparar os anos de 2010 e 2020 (Gráfico
31).

Gráfico 31. Frequência de nascidos vivos com ocorrência em Salvador, segundo municípios de
residência da mãe, 2010 a 2020.
40.000

35.000

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Salvador 35.700 36.675 36.461 35.823 36.023 36.054 34.439 35.001 34.364 32.601 29.838
Demais municípios da Bahia 7.649 8.440 8.590 9.074 9.947 10.088 8.829 9.013 8.260 9.138 8.739
Municípios de outros estados 19 24 20 45 27 38 34 30 32 28 26

Fonte: SINASC

56
No que se refere aos demais municípios da Bahia, mães residentes em 386 municípios baianos
tiveram seus partos em Salvador, destacando-se Lauro de Freitas com 23.825 (5%) nascimentos,
Camaçari com 14.776 (3%) e Simões Filho com 9.237 (2%) do total de nascimentos ocorridos em
Salvador.
Com relação à ocorrência de nascimentos em Salvador de mães residentes em municípios de
outros estados, é possível verificar mães com registro de residência em 115 localidades. As maiores
frequências corresponderam à Aracaju com 79 (24,5%) nascimentos, São Paulo com 38 (11,8%) e
Petrolina com 22 (6,8%) (Tabela 05).

Tabela 05. Frequência e proporção de nascidos vivos em Salvador, segundo municípios de residência
materna, 2010 a 2020.
Município de Residência Município de Residência Frequência
Frequência (%)
(Bahia) (Outros estados) (%)

Salvador 382.979 (79,3) Aracaju 79 (24,5)

Lauro de Freitas 23.825 (5,0) São Paulo 38 (11,8)

Camaçari 14.776 (3,1) Petrolina 22 (6,8)

Simões Filho 9.237 (1,9) Brasília 12 (3,7)

Candeias 4.652 (1,0) Rio de Janeiro 11 (3,4)

Outros 45.600 (9,0) Outros 161 (49,8)

Total 480.746 (100) Total 323 (100)


Fonte: SINASC.

No que diz respeito ao nascimento de crianças cujas mães residem em Salvador, constata-se
que, comparando os anos de 2010 e 2020, houve a redução de 60% no número de nascimentos que
ocorreram em outros municípios, ou seja, as mães residentes em Salvador pariram mais em Salvador
(Gráfico 32).

57
Gráfico 32. Frequência de nascidos vivos de mães residentes e não residentes em Salvador segundo
ano de nascimento, 2010 a 2020.

40.000

35.000

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Residente 35.700 36.675 36.461 35.823 36.021 36.054 34.439 35.001 34.365 32.601 29.837
Não residente 7.671 8.465 8.613 9.119 9.975 10.126 8.863 9.043 8.293 9.166 8.766
Residente e não pariu em SSA 738 744 671 629 635 481 573 381 433 0 294
Fonte: SINASC

Quanto aos demais municípios da Bahia, as mães residentes em Salvador tiveram seus filhos,
com maior frequência, em Lauro de Freitas (0,8%), Simões Filho (0,1%), Camaçari (0,1%) e Feira de
Santana (0,1%). Foram registrados, ainda, o nascimento de crianças cujas mães residem em Salvador
em 71 municípios fora do estado da Bahia, totalizando 306 nascidos vivos, com destaque para São
Paulo (17,6%) e Aracaju (15,7%) (Tabela 06).

Tabela 06. Frequência e proporção de nascidos vivos de mães residentes em Salvador, com ocorrência
do parto em municípios da Bahia e Brasil, 2010 a 2020.

Município de Ocorrência Município de Ocorrência


Frequência (%) Frequência (%)
(Bahia) (Outros estados)
Salvador 382.979 (98,5) São Paulo 54 (17,6)
Lauro de Freitas 2.957 (0,8) Aracaju 48 (15,7)
Simões Filho 515 (0,1) Rio de Janeiro 26 (8,5)
Camaçari 349 (0,1) Brasília 17 (5,6)
Feira de Santana 263 (0,1) Recife 16 (5,2)
Outros 1.498 (0,4) Outros 145 (47,4)
Total 388.255 (100) Total 306 (100)
Fonte: SINASC

É possível observar, na linha de tendência (Gráfico 33), a redução de nascimentos em


Salvador. Essa situação pode ser em decorrência da melhoria do acesso das gestantes aos leitos
obstétricos do seu território e/ou à redução do número de nascimentos, observada em todo o Brasil.

58
Gráfico 33. Número de nascidos vivos de ocorrência, residência e, ocorrência e residência (e linha de
tendência) em Salvador, Salvador –BA, 2010 a 2020.

50.000

45.000

40.000

35.000

30.000

25.000

20.000

15.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ocorrência em SSA 43.371 45.140 45.074 44.942 45.998 46.180 43.302 44.044 42.658 41.767 38.603
Residência em SSA 36.438 37.419 37.132 36.452 36.658 36.535 35.012 35.382 34.798 32.601 30.131
Ocorrência e residência em SSA 35.700 36.675 36.461 35.823 36.023 36.054 34.439 35.001 34.365 32.601 29.837
Linear (Ocorrência e residência em SSA)
Fonte: SINASC

Quanto aos nascimentos em Salvador por Distrito Sanitário, no período de 2010 a 2020, as
maiores frequências são observadas nos DS Cabula/Beiru, São Caetano/Valéria, Subúrbio Ferroviário
e Barra/Rio Vermelho. É válido frisar que os DS Barra/Rio Vermelho e Cabula/Beiru apresentam-se
como os DS com a mais alta densidade demográfica entre os demais. A partir do ano de 2017, nota-se
uma diminuição do número de nascidos vivos em 07 dos 12 DS, com exceção dos DS Itapuã, Pau da
Lima, Itapagipe, Boca do Rio e Centro Histórico.
Houve uma redução dos nascimentos com o DS de residência em Branco ou Ignorado, a partir
do ano de 2012. Uma possível explicação para tal redução foram as diversas atividades desenvolvidas
junto aos estabelecimentos de saúde após se constatar a elevada incompletude dessa variável.
Com essas diferenças no perfil de nascimento dos Distritos Sanitários, ao estratificar a
frequência de nascimentos por bairro, no período analisado, constata-se que o bairro de Cajazeiras (DS
Cajazeiras) apresenta a maior frequência, correspondendo a 2,6% de todos os nascimentos no período,
seguido de Pernambués (DS Cabula/Beiru) com 2,5%, Paripe (DS Subúrbio Ferroviário) com 2,4%,
São Cristóvão (2,3%) e Itapuã (2,1%), ambos do DS Itapuã, que registrou no período, o maior
crescimento. O campo Branco/ignorado apresentou a maior redução (98%) (Tabela 07).

59
Tabela 07. Frequência de nascidos vivos segundo Distrito Sanitário de Residência e variação entre os
anos de Salvador/BA, 2010 e 2020.
Distrito Sanitário Residência 2010 2020 Variação (%)
Branco/Ignorado 1.813 45 -98
Itapagipe 1.834 1.334 -27
Barra/Rio Vermelho 3.954 2.966 -25
Liberdade 2.204 1.716 -22
Brotas 2.442 1.983 -19
Centro Histórico 766 619 -19
Subúrbio Ferroviário 4.299 3.706 -14
Cabula/Beiru 4.834 4.072 -16
Boca do Rio 1.532 1.337 -13
Itapuã 2.936 3.387 15
São Caetano/Valéria 3.950 3.499 -11
Cajazeiras 2.286 2.146 -6
Pau da Lima 2.821 2.743 -3
Salvador 35.669 29.552 -17
Fonte: SINASC

Foi possível verificar, ainda, possíveis distorções quanto ao preenchimento/digitação dessa


variável/campo. Por exemplo, para o bairro de “Cajazeiras” foram registrados nesse período, 10.089
nascidos vivos. As demais Cajazeiras (XI, VIII, X, VI, VII, IV, II, III, V), corresponderam à 4.194 do
total de nascimentos em Cajazeiras, podendo inferir que o registro/digitação desse bairro se concentra
em Cajazeiras, o que pode levar a análises equivocadas.

2.4.3. Perfil de Mortalidade


2.4.3.1. Mortalidade Geral
A taxa bruta de mortalidade em Salvador apresentava-se em decréscimo desde 2010, voltando a
crescer a partir de 2016; mesmo com essa tendência de elevação, posiciona-se abaixo da taxa nacional
e de outras capitais com mesmo perfil populacional, como Fortaleza e Recife (Gráfico 34).

60
Gráfico 34. Taxa bruta de mortalidade no Brasil, Salvador, Fortaleza e Recife, 2010 a 2020*.
10,00

8,00

6,00
por 1.000 habitantes

4,00

2,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*
Brasil 5,96 6,08 6,09 6,02 6,05 6,18 6,36 6,32 6,32 6,42 7,23
Salvador 5,85 5,78 5,79 5,41 5,53 5,64 5,33 5,56 5,68 5,87 6,76
Fortaleza 5,17 5,55 5,80 5,99 6,07 6,29 5,89 6,70 6,07 5,77 7,82
Recife 6,89 7,02 6,88 6,73 6,60 7,03 7,35 7,24 6,87 7,03 9,15

Fonte: SIM e IBGE.

Ainda com dados preliminares, 2020 se apresentou como o ano com maior mortalidade no Brasil,
com crescimento de 12,6% da taxa bruta de mortalidade em relação à 2019. A variação é cerca de
quinze vezes maior do que a média de 0,84% observada na série histórica (2010-2019). Dentre as
capitais mais populosas do Nordeste, de 2019 para 2020, Salvador apresentou 15,6% de crescimento
dessa taxa, menor que os 35,6% de Fortaleza e 30,2% de Recife.
Verifica-se que três capítulos do CID-10 (doenças do aparelho circulatório, neoplasias e causas
externas) são responsáveis por mais de 50% dos óbitos registrados em Salvador de 2010 a 2020.
Embora, historicamente, as doenças do aparelho circulatório se apresentem como a primeira causa de
morte em residentes de Salvador, vale destacar o incremento de 13,74% das neoplasias no período
analisado.
Ademais, o aumento da mortalidade em 2020 foi atribuído às doenças parasitárias e infecciosas,
grupo que compreende a COVID-19, com um crescimento de 440% na taxa de mortalidade em relação
a 2019, além dos 22,8% por doenças endócrinas nutricionais e metabólicas e 6,1% por causas externas
(Gráfico 35).

61
Gráfico 35. Taxa de mortalidade segundo causa Capítulos (CID10 CAP) em residentes de Salvador, 2010 a
2020*.
180,00
160,00
140,00
120,00
100,00
80,00
por 100.000 habitantes

60,00
40,00
20,00
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
IX. Doenças do aparelho
139,37139,11138,18131,05142,48129,34119,98128,50126,17131,98131,88
circulatório
II. Neoplasias (tumores) 94,63 97,90 99,45 95,43 97,90 101,88100,98112,97117,66115,03112,83
XX. Causas externas de
109,62 99,05 104,13 86,11 84,19 85,34 85,23 93,57 85,04 80,28 85,18
morbidade e mortalidade
X. Doenças do aparelho
60,36 62,96 55,18 56,35 56,63 63,16 52,69 37,81 50,68 57,79 45,03
respiratório
I. Algumas doenças infecciosas
33,71 32,63 32,72 34,26 33,38 37,97 33,63 25,83 28,73 30,39 166,76
e parasitárias
IV. Doenças endócrinas
32,40 31,52 32,57 28,05 31,66 31,08 25,42 40,69 32,86 32,27 39,56
nutricionais e metabólicas
Fonte: SIM. *Dados preliminares

Os dados de 2010 a 2020, revelaram que indivíduos do sexo masculino apresentam uma taxa
de mortalidade cerca de 37% mais elevada que o sexo feminino. Nesse mesmo período, considerando
o quesito raça/cor, 68,66% dos óbitos ocorreram em indivíduos da raça negra (pretos e pardos), 20,44%
entre brancos e menores proporções para amarelos (0,18%) e indígenas (0,06%), enquanto 10,66% não
apresentam registro deste quesito.
Quando estratificado por faixa etária, as causas externas têm impacto maior na mortalidade
entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, principalmente do sexo masculino. A partir da terceira década
de vida, aumentam as mortes por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) atribuídas a aspectos
relativos às mudanças sociais, econômicas e demográficas, além de fatores de risco individuais como
tabagismo, consumo nocivo de álcool, inatividade física e alimentação não saudável (Gráfico 36).

62
Gráfico 36. Mortalidade por Capítulos (CID10 CAP) segundo faixa etária em residentes de Salvador, 2010 a
2020*.
100%

80%

60%

40%

20%

0%
< 01a 01-04a 05-09a 10-14a 15-19a 20-29a 30-39a 40-49a 50-59a 60-69a 70-79a 80 e+

IX. Doenças do aparelho circulatório II. Neoplasias (tumores)


XX. Causas externas de morbidade e mortalidade X. Doenças do aparelho respiratório
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
XI. Doenças do aparelho digestivo XVI. Algumas afec originadas no período perinatal
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat XIV. Doenças do aparelho geniturinário
VI. Doenças do sistema nervoso XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas
V. Transtornos mentais e comportamentais XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár
XV. Gravidez parto e puerpério VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide
VII. Doenças do olho e anexos

Fonte: SIM *Dados preliminares

2.4.3.2. Mortalidade Prematura pelas Principais DCNT


A taxa de mortalidade prematura, na população de 30 a 69 anos de idade, pelo conjunto das
quatro principais DCNT (doenças do aparelho circulatório, câncer, diabetes e doenças respiratória
crônica) é um importante indicador para avaliar o impacto das políticas públicas de prevenção e
controle dessas doenças e seus fatores de risco este indicador sofre restrições caso ocorra elevada
proporção de óbitos sem assistência médica ou por causas mal definidas e, também, com a estimativa
populacional utilizada para seu cálculo.
No município de Salvador, de 2010 a 2020, verifica-se uma tendência decrescente dessa taxa,
contudo a redução média é inferior ao 1% pactuado como meta do Plano Municipal de Enfrentamento
das DCNT 2017-2022. Nesse período, a população masculina apresenta risco médio de 32% maior
que a feminina (Gráfico 37).

63
Gráfico 37. Taxa de mortalidade prematura pelo conjunto das principais DCNT, em residentes de Salvador,
2010 a 2020*.
400,00

350,00

300,00

250,00
Por 100.000 habitantes

200,00

150,00

100,00

50,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*
Masculino 353,69 360,91 356,18 333,87 355,39 336,81 319,71 340,52 343,02 343,84 317,44
Feminino 262,03 268,48 269,48 250,79 256,86 253,14 246,93 254,13 264,62 259,06 265,82
População geral 303,51 310,30 308,71 288,38 301,44 291,00 279,86 293,22 300,09 297,49 289,18

Fonte: SIM *Dados preliminares

Ao analisar a variação da taxa de mortalidade prematura pelo conjunto das principais DCNT
por Distrito Sanitário dos anos de 2019 (banco com dados concluídos) em relação a 2010, observa-se
maiores crescimento nos DS Itapuã (38,71%), Centro Histórico (18,98%) e Cajazeiras (11,35%); ante
a reduções nos DS São Caetano/Valeria (-13,46%) e Barra/Rio Vermelho/Pituba (-12,38%) (Tabela
08).

Tabela 08. Variação da taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) pelo conjunto das principais DCNT
(doenças do aparelho circulatório, câncer, diabetes e doenças respiratória crônica), segundo distrito sanitário de
residência, Salvador, 2010 a 2019.
Distrito Sanitário 2010 2019 Variação (%)
Centro Histórico 287,11 341,60 18,98
Itapagipe 311,19 301,80 -3,02
São Caetano/Valeria 422,02 365,21 -13,46
Liberdade 339,83 321,95 -5,26
Brotas 260,08 266,22 2,36
Barra/Rio Vermelho 284,20 249,01 -12,38
Boca do Rio 241,12 220,20 -8,68
Itapoan 196,98 273,23 38,71
Cabula/Beiru 257,46 267,47 3,89
Pau da Lima 296,84 291,46 -1,81
Subúrbio Ferroviário 294,89 316,66 7,38
Cajazeiras 298,72 332,62 11,35
Fonte: SIM

Entre 2010 e 2020, as maiores taxas de mortalidade prematuras por Doenças do Aparelho
Circulatório (DAC) são atribuídas às doenças cerebrovasculares, infarto agudo do miocárdio, doenças
hipertensivas e insuficiência cardíaca (Gráfico 38). Ademais, embora com dados preliminares para

64
2020, a taxa de mortalidade prematura por doenças hipertensivas está 44,6% superior em relação ao
ano anterior, assim como a de insuficiência cardíaca (5%).

Gráfico 38. Taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) por Doenças do Aparelho Circulatório,
segundo causas determinantes, em residentes de Salvador, 2010 a 2020*.
45,00

40,00

35,00
por 100.000 habitantes

30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*
D. cerebrovasculares 37,89 40,71 36,93 31,92 36,90 34,05 31,76 31,09 33,18 34,63 33,87
Infarto agudo do miocardio 29,72 27,01 24,96 26,40 27,03 23,89 20,79 24,34 19,30 26,36 25,27
D. hipertensivas 17,44 18,27 19,40 17,28 16,22 11,91 10,47 14,72 14,92 11,74 16,97
Insuficiencia cardiaca 8,56 9,05 7,20 7,65 8,04 6,39 6,86 2,73 4,75 6,65 6,98
Fonte: SIM *Dados preliminares

Sobre as neoplasias, as maiores taxas de mortalidade prematura são atribuídas ao câncer de


mama, pulmão, estômago e fígado (Gráfico 39). Atenção para o aumento de 30,8% nas mortes
prematuras por câncer de mama, de 2010 para 2019, e 34% por câncer de fígado. Destacando que,
ainda com dados preliminares para 2020, a taxa de mortalidade prematura por câncer de pulmão já
está 3,7% superior ao ano anterior.

Gráfico 39. Taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) por Neoplasias, segundo causas determinantes, em
residentes de Salvador, 2010 a 2020*.
20,00
18,00
16,00
por 100.000 habitantes

14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*
CA mama 14,51 14,65 15,26 14,49 13,88 16,41 15,38 16,15 17,07 18,98 17,12
CA pulmao 12,76 11,26 11,73 10,37 12,42 11,40 12,34 14,43 13,73 12,18 12,64
CA estomago 8,09 6,77 8,37 8,31 8,69 6,97 7,94 7,90 7,35 7,53 5,80
CA figado 5,79 5,51 7,98 5,44 7,09 5,81 5,77 7,32 9,65 7,75 6,98

Fonte: SIM *Dados preliminares

65
Considerando a variação da taxa de mortalidade por câncer de 2010 para 2019 pelas principais
causas para o sexo masculino, os dados revelam crescimento importante por câncer de próstata e
fígado; para o sexo feminino, destaca-se o crescimento por câncer de mama e colo de útero.
Das mortes prematuras por diabetes entre 2010 e 2020, observa-se que 51,6% foram na
população de sexo masculino e 48,4% do feminino, acometendo principalmente a faixa etária de 60-
69 anos (55,8%) e de 50-59 anos (30,9%). Segundo a pesquisa VIGITEL - Vigilância de Fatores de
Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, em 2019, 6,7% dos soteropolitanos
maiores de 18 anos referiram diagnóstico médico de diabetes; destes, 91,1% referiram tratamento
medicamentoso para a doença.
Em relação aos óbitos por doenças respiratórias crônicas, as mortes prematuras por bronquite,
enfisema e asma, acometeram principalmente as faixas etárias de 60-69 anos (36,4%) e de 50-59 anos
(24,8%), sendo 56,2% na população de sexo masculino e 43,8% do feminino.

2.4.3.3. Mortalidade de Mulheres em Idade Fértil - MIF


Observa-se a partir de 2014, uma tendência de declínio nas mortes de MIF’s, sendo o menor
volume em 2019. Em 2020, no entanto, esta tendência se inverte, com a maior ocorrência de óbitos no
período estudado sendo, o novo agente etiológico, Sars-Cov-2 o principal responsável por esta
mudança neste perfil (Gráfico 40).

Gráfico 40. Número de óbitos em MIF, para Salvador, por Distrito Sanitário, por ano de ocorrência, 2010 a
2020. Salvador-BA, 2021.

1400

1200 1229
1118 1151 1124
1074
1000 1012 998 1005
933 966 931
800

600

400

200

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SIM

O Gráfico 41, que representa a Mortalidade Proporcional por capítulos, no período de 2010
até 2019, na população de Mulheres em idade Fértil, as Doenças Neoplásicas responderam por cerca
de ¼ dos óbitos de MIF’s no município de Salvador (23% para o período estudado), seguidas das
Doenças Cardiovasculares e das Causas Externas, ambas respondendo com 18% dos óbitos, apontando
para tendência de aumento das mortes por causas violentas. Até 2019, as Doenças Infectocontagiosas
e Parasitárias respondiam por 10% destes óbitos. Na avaliação dos óbitos ocorridos por este último
capítulo, no período, verifica-se que as doenças relacionadas ao HIV/AIDS e as diferentes
manifestações da Tuberculose foram os agravos mais frequentes.

66
Gráfico 41. Mortalidade Proporcional, segundo Cap. CID 10, de Mulheres em Idade Fértil, Salvador, 2010 a
2019

Fonte: SIM
Na avaliação dos óbitos ocorridos pelo Capítulo I da CID 10 – Doenças Infecciosas e
Parasitárias no período de 2010 a 2019, verifica-se que as doenças relacionadas ao HIV/AIDS e as
diferentes manifestações da Tuberculose foram os principais agravos responsáveis, pelos óbitos
registrados neste capítulo.
No ano de 2020, na avaliação da Mortalidade Proporcional segundo capitulo, as Doenças
Infecciosas e Parasitárias junto com as Neoplasias representam a primeira causa de óbito. No capítulo
das Doenças Infecciosas e Parasitárias observa-se que das 271 mortes elencadas neste capítulo, 205
mortes, (76%) foram ocasionadas pela infecção pelo Sars-Cov2-19, em decorrência da Pandemia de
Covid 19 (Gráfico 42).

Gráfico 42. Mortalidade Proporcional, segundo Cap. CID 10, de Mulheres em Idade Fértil, Salvador, 2020.

Fonte: SIM

67
2.4.3.4. Mortalidade Materna
Acompanhando a tendência nacional, a Bahia (Gráfico 43) registrou níveis elevados de
mortalidade materna. Os maiores registros ocorreram nos anos de 2010 e 2013. Entre 2016 e 2019, a
curva se estabiliza numa tendência de declínio, porém, os números ainda são considerados elevados
segundo os parâmetros da OMS. O ano de 2020 registrou o maior valor do período.
Em Salvador, ao longo da década observada, a Razão de Mortalidade apresentou uma
tendência de queda, porém, com a maioria dos anos em níveis elevados, sendo o ano de 2014 com a
maior ocorrência (90,2 óbitos maternos/100.00 nascidos vivos).
No ano de 2020 além das mortes por Covid, ocorreu o incremento de mortes por outras causas
indiretas e diretas de mortalidade, em consequência do desarranjo dos sistemas envolvidos na linha de
cuidado de atenção à mulher, particularmente quanto aos cuidados do planejamento reprodutivo ao
término do ciclo gravídico-puerperal. Estas fragilidades são evidenciadas quando se compara Salvador
e Belo Horizonte, que embora registrem quantitativos populacionais similares, apresentam
comportamento bem diverso para a Razão de Mortalidade Materna.

Gráfico 43. Coeficiente de Mortalidade Materna, Belo Horizonte, Salvador, Bahia, 2010 a 2020.
120
110,7
100

88 90,2
80
75,3 75,2 76,3
67,4 66,4 68,6 68
63,2 63,2 64,6
60 60,2 59,7
56,1 57,5
54,5 54,3 52,6 52,6
50,3
49,4 50,1
43,6 45,4
40 38,1 37,9 40,5
35,1
31,2 30,5
20
16,6

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

BH SSA BA

Fontes: SIM e SINASC.

Quanto a distribuição por raça/cor, verifica-se que as Mulheres Negras - Pretas e Pardas
representam 88% dos óbitos e as brancas correspondem a 8%. O percentual de 4% de não informados
reflete o esforço de qualificação dos profissionais para o preenchimento correto deste campo na
Declaração de Óbito.
Segundo o Gráfico 44, 61% dos óbitos ocorreram no Puerpério. No entanto, complicações
potencialmente letais podem ser prevenidas desde o Planejamento Reprodutivo.

68
Gráfico 44. Momento de Ocorrência dos Óbitos Maternos, Salvador, 2010 a 2020.

Fonte: SIM

A faixa etária de 30 a 39 concentra a maior ocorrência de óbitos maternos, durante todo o


período (Gráfico 17). Uma das hipóteses explicativas para esta concentração, se refere às causas
indiretas de morte materna. Com a tendência de postergação da vida reprodutiva, mulheres nesta faixa
etária podem apresentar agravos que influenciam no ciclo gravídico puerperal. O ano de 2010 se
destaca por ser o único em que a faixa etária de 40 a 49 anos, supera a faixa de 25 a 29 anos.

Gráfico 45. Mortalidade Materna, em número absoluto segundo faixa etária, Salvador, 2010 a 2020.

Fonte: SIM

Em Salvador, a soma de mortes maternas evitáveis15 e provavelmente evitáveis alcança 86%


(Gráfico 46). Ainda há dificuldades nos processos de investigação que culminam em expressivo

15
O estudo de Evitabilidade se inicia com a notificação e investigação destes óbitos. Em cerca de 92% dos
mesmos (BRASIL, 2009a), é possível identificar que seriam evitáveis. A lista elaborada por Malta e
colaboradores para Mortes Evitáveis por Intervenções do Sistema Único de Saúde no Brasil (MALTA, 2007) é
utilizada em todo território nacional e serve como referência para estudos e melhorias na qualidade dos serviços
de saúde. Para Salvador, foram compiladas as informações encontradas nas Fichas Síntese (impresso
padronizado do Ministério da Saúde que condensa as informações contidas na Ficha de Investigação
Ambulatorial, Hospitalar, Domiciliar, Laudo de Necropsia). As referidas Fichas Síntese são inseridas no Sistema
de Informação de Mortalidade – SIM. Após Análise e Classificação de Evitabilidade são elaboradas as
Recomendações.

69
número de óbitos com a evitabilidade inconclusiva. Portanto, os 7% não evitáveis correspondem à
estimativa estipulada pelo Ministério da Saúde.

Gráfico 46. Classificação de evitabilidade de óbitos maternos, Salvador, 2017 e 2018.

7% 14%
7%

72%

óbitos evitáveis óbitos provavelmente evitáveis


òbitos não evitáveis òbitos de evitabilidade inconclusiva

Fonte: SMS, Banco do Setor de Análises Epidemiológicas /DVIS

2.4.3.5. Mortalidade Infantil e Fetal


Em Salvador, durante o período de 2010 a 2020, o Coeficiente de Mortalidade Infantil - CMI
se manteve em níveis aceitáveis, segundo os parâmetros da OMS. Na avaliação da Mortalidade infantil,
no período, verifica-se que a tendência decrescente deste indicador, entre os seus componentes destaca-
se o componente Neonatal precoce como aquele que concentra a maior parte dos óbitos na faixa de
menores de 1 ano ao longo de todo o período.

Gráfico 47. Mortalidade Infantil e componentes Neonatal Precoce, Neonatal Tardio e Pós-neonatal,
Salvador, 2010 a 2020.

Fonte: SIM e SINASC

A Mortalidade Fetal tem sido, numericamente e proporcionalmente, o principal responsável pela


mortalidade infantil e aponta situações de desigualdades e tendências que demandam ações e estudos

70
para embasar decisões em políticas públicas. Registra-se o aumento da ocorrência no ano de 2020
consoante com o aumento de óbitos maternos (Gráfico 48).

Gráfico 48. Taxa de Mortalidade Fetal (/1000 nasc vivos), Salvador, 2010 a 2020.
18
16 15,8 16,3
14 14,7 14,7 14 14
13,8 13,1 13,6 13,8
12 11,6
10
8
6
4
2
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SIM

2.5. Mortalidade por Causas Externas


As causas externas são constituídas pelos acidentes e violências, agravos esses previsíveis e
preveníveis. Representam um problema de saúde púbica na atualidade, com elevada morbimortalidade,
atingindo faixas etárias jovens, gerando grandes gastos para o setor público e com reflexo em várias
áreas.
Visando o enfrentamento deste grave problema, em 2001, o Ministério da Saúde lançou a
Política de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência, por meio da Portaria MS/GM nº
737, de 16 de maio de 2001(BRASIL, 2001a), e como desdobramento desta foi proposta, em 2004, a
criação de Rede Nacional de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde, pela Portaria MS/GM
nº 936/2004, e, em 2006, foi implantado o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva),
por meio da Portaria MS/GM nº 1.356. O Viva é constituído por dois componentes: a) Vigilância de
violência interpessoal e autoprovocada do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(VIVA/SINAN) e b) Vigilância de violências e acidentes em unidades de urgência e emergência -
VIVA Inquérito.
Em Salvador as causas externas figuraram como a segunda causa de morte em 2010 e 2012,
em 2011 e no período de 2013 a 2019 foram ultrapassadas pelas neoplasias ocupando o terceiro lugar
no ranking de óbitos na população geral. Em 2020 foi superada pelas doenças infeciosas e parasitárias
em função da SARS CoV-2 que apresentaram um incremento de 489,0 % passando de 1.135 em 2019
para 6.684 óbitos em 2020 (Quadro 2).

71
Quadro 02. Número de óbitos segundo causas Capítulo da CID-10 de residentes em Salvador/ BA,
2010-2020*.
CAUSAS CAPÍTULO DA CID 10/ANO DO ÓBITO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
IX. Doenças do aparelho circulatório 4578 4623 4601 4614 5092 4738 4341 4722 4349 4769 4683 51110
II. Neoplasias (tumores) 3894 4123 4077 4226 4449 4582 4692 5039 5018 5224 5104 50428
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 4334 4071 4460 3902 3998 3796 3936 4284 3667 3496 3607 43551
X. Doenças do aparelho respiratório 1986 2086 1846 2031 1990 2205 1920 1331 1771 2036 1706 20908
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 1209 1160 1190 1274 1276 1397 1252 980 1062 1135 6684 18619
XI. Doenças do aparelho digestivo 1258 1243 1200 1187 1207 1228 1177 1329 1244 1306 1196 13575
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 1337 1295 1316 1327 1242 1258 1148 1188 1156 996 1017 13280
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 1038 1005 1062 969 1079 1055 895 1416 1095 1125 1352 12091
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 493 599 794 708 575 783 817 1070 1084 1057 1714 9694
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 404 446 444 515 457 577 586 691 634 735 695 6184
VI. Doenças do sistema nervoso 417 425 426 444 513 491 558 647 620 746 719 6006
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 334 359 372 363 396 392 389 370 408 389 380 4152
V. Transtornos mentais e comportamentais 169 216 94 180 155 194 121 160 156 231 242 1918
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 283 191 204 152 134 151 153 113 89 117 128 1715
III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 189 166 130 145 137 145 142 168 140 153 155 1670
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 99 87 97 105 118 128 123 182 176 203 206 1524
XV. Gravidez parto e puerpério 57 40 52 50 58 45 51 47 33 35 59 527
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 0 0 3 1 2 4 0 0 0 5 1 16
VII. Doenças do olho e anexos 0 0 2 1 1 1 1 0 0 0 0 6
Total 22079 22135 22370 22194 22879 23170 22302 23737 22702 23758 29648 256974
Fonte: /Sistema de Informação de mortalidade - SIM

A distribuição das causas externas segundo faixa etária demonstra que as maiores vítimas da
violência são os jovens. A maior proporção 45,1% (7.065) dos homicídios ocorreram na faixa dos
adultos jovens (20 a 29 anos); os acidentes de transporte terrestres foram a primeira causa de mortes
na faixa dos 5 aos 9 anos 28,6% (20), estes também se destacaram como a segunda causa das mortes
registradas no período 2010 a 2020 nos indivíduos dos 30 aos 59 anos com 53,4% (1.379).
Cabe destacar, as quedas enquanto principal causa de mortes em idosos 31,4% (1.528),
ressalte-se ainda que o envelhecimento da população e o consequente aumento da proporção de idosos
aumenta o risco de lesões graves e mortes por esta causa (Quadro 03).

72
Quadro 03- Distribuição dos principais grupos de causas de óbito dentre as causas externas, segundo
faixa etária de residentes em Salvador. Bahia, 2010-2020*.
Ranking Menor 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 anos e +

Acidentes de
Outros Acidentes Outros Acidentes Homicídio Homicídio Homicídio Homicídio Homicídio Homicídio Queda
1ª Transportes
(45) (35) (181) (3.132) (7.065) (3.315) (1.168) (506) (1.528)
(20)
Eventos cuja
Acidentes de Demais causas Demais causas Acidentes de Acidentes de
intenção é Homicídio Homicídio Acidentes de Outros Acidentes
2ª Transportes externas externas Transportes Transportes
indeterminada (18) (14) Transportes (414) (1.177)
(28) (607) (1.072) (568) (397)
(09)
Eventos cuja Eventos cuja Eventos cuja Eventos cuja
Acidentes de
Homicídio Afogamento Outros Acidentes Afogamento intenção é intenção é intenção é Queda intenção é
3ª Transportes
(06) (15) (12) (28) indeterminada indeterminada indeterminada (309) indeterminada
(544)
(139) (279) (254) (964)
Eventos cuja Eventos cuja
Acidentes de Acidentes de Eventos cuja Acidentes de
Queda Afogamento intenção é Suicídio Queda intenção é
4ª Transportes Transportes intenção é Transportes
(05) (08) indeterminada (185) (225) indeterminada
(13) (97) indeterminada (405) (494)
(20) (233)

Demais causas
Queimadura Queda Queda Outros Acidentes Afogamento Suicídio Suicídio Outros Acidentes Homicídio
5ª externas
(03) (12) (08) (15) (80) (122) (149) (184) (232)
(182)

Demais causas Eventos cuja Demais causas


Queimadura Queda Suicídio Afogamento Outros Acidentes Outros Acidentes Suicídio
6ª externas intenção é externas
(05) (12) (33) (87) (122) (119) (126)
(03) indeterminada (06) (213)

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM


*Dados sujeitos à alteração acessados em 20/07/2021, última atualização em 14/07/2021.

Quanto a mortalidade pelas principais causas externas em Salvador observa-se que na série
histórica analisada (2010-2020) os homicídios apresentaram as maiores taxas com redução entre 2010
a 2014 e pouca flutuação no restante do período, destaque-se que os dados ainda preliminares para
2020 já ultrapassam as taxas de 2018 e 2019. Os acidentes de transportes terrestres, atualmente
denominados como sinistros de trânsito e as lesões de intenção indeterminada se alternam em segundo
lugar na população em geral com predominância dos sinistros de trânsito. (Gráfico 49).

Gráfico 49. Taxa de mortalidade por causas externas segundo as principais causas determinantes, em
Salvador. Bahia, 2010 -2020*

Fonte: SMS/DVIS/SUIS – Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM. População por sexo estimada com
base no censo 2010 *Dados preliminares, acessados em 06.07.2021

73
A desagregação da taxa de mortalidade por homicídio segundo o sexo da vítima demonstra
que em todos os anos do período 2010-2020 as pessoas do sexo masculino apresentaram taxas
superiores às do sexo feminino (Gráfico 50).

Gráfico 50. Taxa de mortalidade por homicídios segundo sexo, em Salvador. Bahia, 2010-2020*

Fonte: SMS/DVIS/SUIS –SIM. População por sexo estimada com base no censo 2010
*Dados preliminares, acessados em 06.07.2021

O risco de morrer por esta causa na população masculina foi de 13,1 (2012) a 16,9 (2016)
vezes maior que na população feminina, e para 2020, ainda com dados preliminares, mantém a
tendência com razão da taxa de 16,3 (Quadro 04).

Quadro 04. Razão da taxa de mortalidade por homicídios segundo sexo, em Salvador. Bahia, 2010 -
2020*
ANO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Razão da taxa de
mortalidade/homicídio 15,6 13,5 13,1 14,6 15,9 16,1 16,9 14,7 16,4 14,2 16,3
Masculino/Feminino

Fonte: SMS/DVIS/SUIS – Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM.


População por sexo estimada com base no censo 2010 *Dados preliminares, acessados em 06.07.2021

Considerando a série histórica 2010-2020 e a faixa etária observa-se que as maiores


médias da taxa de mortalidade são de adolescentes 67,2/100.000 (10 a 19 anos) e adultos
jovens (20 a 29 anos) com 113,1/100.000 (Quadro 05). Ressalte-se que os homicídios não
ocorrem de forma homogênea, sua frequência varia com fatores relacionados a raça/cor,
território e faixa etária.

74
Quadro 05. Taxa de mortalidade por homicídios por 100 mil habitantes segundo faixa etária, em
Salvador. Bahia, 2010 -2020*

Fonte: SMS/DVIS/SUIS – Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM


População por sexo estimada com base no censo 2010 *Dados preliminares, acessados em 06.07.2021

Segundo o Distrito Sanitário de residência as maiores taxas dos homicídios foram no São
Caetano/Valéria com média das taxas de 80,8/100.000 habitantes seguido do DS Liberdade com
62,6/100.000 habitantes. Comparando-se as taxas de 2010 e 2020 observa-se a redução em todos os
Distritos embora registre-se uma importante diferença nos valores identificados entre os distritos sendo
os maiores declínios no DS Barra Rio Vermelho com 61,5% e Boca do Rio com 53,0% (Quadro 06).

Quadro 06. Taxas de mortalidade (100.000 hab) por homicídios segundo Distrito Sanitário de
residência, Salvador- BA, 2010 a 2020*

Fonte: SMS/DVIS/SUIS – Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM


População por sexo estimada com base no censo 2010 *Dados preliminares, acessados em 06.07.2021

O suicídio é um importante problema de saúde pública no mundo, no Brasil, na Bahia e em


Salvador. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que quase 800 mil pessoas
morram todos os anos vítimas de suicídio, o que representa uma morte a cada 40 segundos no mundo
(BRASIL, 2020a). Em Salvador, a série histórica de 2010 a 2020, com dados do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM) demonstram que suicídios (CID-10: X60/X84 e Y87.0)
resultaram em 789 mortes. Apresentaram tendência de crescimento e pouca flutuação em toda série

75
histórica, destacando-se em 2016 o maior número de óbitos (101). Para 2020 os dados são preliminares
(Figura 07).

Figura 07. Número de óbitos e taxa de mortalidade por suicídios em residentes de Salvador – BA
2010 a 2020*

Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM


População por sexo estimada com base no censo 2010 *Dados preliminares, acessados em 06.07.2021

A maior proporção de suicídios foi na população masculina variando de 60,6 % a 81,3% nos
anos da série analisada, os dados encontrados corroboram com a literatura que abordam serem as
tentativas (lesões autoprovocadas) em maior número por pessoas do sexo feminino e o suicídio maior
no sexo masculino (MARÍN-LEÓN; BARROS, 2003) (Figura 08).

Figura 08. Mortalidade proporcional por suicídios segundo sexo, em residentes de Salvador – BA,
2010 a 2020*

Fonte: SUIS – Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM


População por sexo estimada com base no censo 2010 *Dados preliminares, acessados em 06.07.2021

No período de 2010-2020 foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de


Notificação (SINAN) 3.914 casos de lesão autoprovocadas (autoagressões e tentativas de

76
suicídio). Observa-se a partir de 2014 o crescimento constante do número de notificações das
lesões autoprovocadas. Para 2020 os dados são preliminares (Figura 09).

Figura 09. Número de suicídios e de notificações de lesões autoprovocadas de residentes em


Salvador. Bahia, 2010-2020*

Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade –Sistema de Informações de Agravos Notificados- SINAN
População por sexo estimada com base no censo 2010

Salvador possui na rede de atenção à saúde, serviços de emergência e urgência que são portas
de entrada para os casos de pessoas que tentaram suicídio (hospitais gerais, UPAS, PA psiquiátrico,
SAMU etc.) e para seguimento, em casos específicos, a rede de atenção psicossocial (RAPS). Existe
uma dificuldade de vinculação na RAPS para a maioria dos casos em função de prerrogativas de
funcionamento e critérios de elegibilidade para vinculação de pacientes que tentaram suicídio.
A política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas concebeu o Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) como equipamento destinado ao acompanhamento intensivo de pessoas com
transtornos mentais graves e persistentes, e os Ambulatórios Multiprofissionais de Saúde Mental como
equipamento para atenção de pessoas com transtornos mentais mais prevalentes, mas de gravidade
moderada. Assim, e por estes critérios, as pessoas com ideação suicida e ou as que tentaram suicídio,
e não tenham um transtorno mental grave, persistente e ou moderado não conseguem se vincular a
estes serviços.

2.4.4. Perfil de Morbidade


2.4.4.1. Doenças e Agravos não transmissíveis
a) Notificação da Violência Interpessoal e autoprovocada
Em Salvador no período entre 2010 a 2020 foram notificados 32.436 casos por 249 unidades
distribuídas nos 12 Distritos Sanitários, neste período observou-se a tendência de crescimento tanto
das notificações com incremento de 67,4% (de 1.756/2010 para 2.939/2020) quanto das unidades
notificadoras com aumento de 266,6% (de 30/2010 para 98/2020), (Figura 10).

77
Figura 10. Número de notificações e de unidades notificantes da violência interpessoal e
autoprovocada de residentes em Salvador. BA, 2010-2020.

Fonte: SMS/SUIS/TABNET/SINAN
Dados acessados em 05/05/2021, sujeitos à alteração.

No SINAN constam 1.058 unidades de saúde que podem ser notificadoras do agravo no
município, mas, na análise realizada observou-se um elevado percentual 76,4% (809) de unidades sem
registros de violência o que pode traduzir a existência de unidades silenciosas e subnotificação de
casos.
Alia-se a esta questão a não notificação por parte dos profissionais os quais citam como razões
principais para tal: o receio de retaliação por parte do agressor, principalmente quando a unidade de
saúde está situada em área dominada pelo tráfico de drogas, o desconhecimento da ficha de notificação
e de como notificar, das diferenças entre notificação e denúncia, o medo da quebra do sigilo
profissional e da perda e ou falta de confiança nas autoridades e serviços de proteção (GARBIN et al.,
2015; PEDROSA; ZANELLO, 2016). A ampliação do número de unidades de saúde notificantes de
violência, bem como o fortalecicmento da rede de atenção e de proteção integral às pessoas em situação
de violência são estratégias fundamentais no enfrentamento do agravo.
Quanto ao tipo da violência os maiores registros foram da violência física com 31.209, a
psicológica moral com 4.352, a lesão autoprovocada (autoagressões e tentativas de suicídio) com 3.914
e a sexual 3.770, ressalte-se que desta 85,0% (3.195) foram estupros (Quadro 07).

Quadro 07. Número de notificações da violência interpessoal e autoprovocada, segundo o tipo de


residentes em Salvador 2010-2020.
TIPO DE VIOLÊNCIA 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 TOTAL
Física 2.103 1.982 2.099 2.802 3.350 2.583 3.020 2.946 3.531 4.157 2.636 31.209
Psicológica/moral 99 122 109 177 245 311 492 598 693 983 523 4352
Lesão autoprovocada 66 61 95 118 97 162 197 339 675 1.269 835 3914
Sexual 34 64 150 311 512 488 467 417 466 536 325 3770
Negligência/abandono 26 51 48 54 70 83 80 94 114 94 49 763
Tortura 5 10 21 25 25 44 68 100 72 126 65 561
Econômica financeira 6 7 7 17 16 23 56 42 77 99 37 387
Trabalho infantil 0 1 3 3 2 3 49 24 18 12 4 119
Intervenção legal 0 2 3 1 1 8 25 21 26 13 3 103
Tráfico de seres humanos 0 1 2 0 0 1 1 4 8 3 6 26
Fonte: SMS/SUIS/TABNET/SINAN

78
O maior percentual das vítimas foi do sexo feminino 67% (21.645); e a faixa dos 15 aos 39 anos
respondeu por 68,0% (21.949) das notificações (Figura 11). Estas características correspondem às
encontradas em outros municípios e na Bahia como um todo.

Figura 11. Percentual de notificações da violência interpessoal e autoprovocada segundo o sexo.


Salvador, Bahia 2010-2020.

Fonte: SMS/SUIS/TABNET/SINAN
Dados acessados em 05/05/2021, sujeitos à alteração.

O percentual de ignorados/brancos nas notificações sobre a varável raça/cor no período de


2010 a 2020 foi de 62% (20.545) e o da escolaridade 71% (26.631), estas questões reforçam a
necessidade de qualificação da informação.
Para promover ações de enfrentamento das iniquidades e desigualdades das populações
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) e considerando que os marcadores de gênero
e de diversidade sexual fazem parte dos determinantes sociais do processo de saúde, o MS instituiu,
em 2011, a Política Nacional de Saúde Integral de LGBT (PNSILGBT), uma ação fruto também de
parcerias com os movimentos sociais no combate à AIDS.
Os campos nome social, orientação sexual e identidade de gênero foram inseridos na ficha de
notificação do agravo em outubro de 2014 representando um avanço e servindo como referência para
outras iniciativas similares em sistemas de informação em saúde (BRASIL, 2016). Tanto a orientação
sexual quanto a identidade de gênero apresentaram percentuais elevados de ignorados e em branco
76% e 77% respectivamente.
Do total de notificações (32.436) o campo autor da agressão foi preenchido em 39,0%
(12.606). Os agressores foram na sua maioria 30,0% (9.703) pessoas de convívio próximo à vítima,
destaca-se aí o cônjuge com 27,5% (2.665) (Quadro 08).

79
Quadro 08. Número de notificações da violência interpessoal e autoprovocada de residentes em
Salvador segundo o autor da agressão. Bahia, 2010-2020.
AUTOR DA AGRESSÃO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
Ignorado/Branco 1.574 1.666 1.727 2.065 2.690 1.761 2.029 1.600 1.651 1.786 1.281 19.830
Pai 30 34 33 66 97 103 86 103 111 83 62 808
Mãe 31 55 49 67 70 86 80 116 161 105 64 884
Padrasto 8 15 8 47 43 62 37 42 53 49 12 376
Madrasta 4 2 1 1 1 19 10 9 23 8 1 79
Cônjuge 107 119 86 203 175 168 279 287 434 516 291 2665
Ex-cônjuge 24 25 24 42 46 62 91 110 141 128 74 767
Namorado 14 20 13 52 53 71 61 71 105 113 62 635
Ex-namorado 6 5 10 16 19 27 42 34 55 50 28 292
Filho (a) 6 13 4 16 8 33 60 42 51 53 27 313
Irmão (ã) 35 26 21 46 28 52 54 73 86 81 45 547
Amigo(a) 144 119 137 269 283 224 237 226 257 291 150 2337
Desconhecido 160 101 143 310 328 252 277 288 369 412 237 2877
Cuidador(a) 1 0 3 6 1 19 11 8 25 9 9 92
Patrão/chefe 0 1 0 1 0 16 11 10 22 8 2 71
Pessoa com relação institucional4 13 6 15 10 20 50 17 33 53 9 230
Policial agente da lei 16 6 8 20 33 60 66 50 78 73 20 430
Própria pessoa 82 76 68 111 68 122 191 228 566 1.187 815 3514
Outros vínculos 43 70 127 156 168 135 131 117 186 259 111 1503

Fonte: SMS/SUIS/TABNET/SINAN
Dados acessados em 05/05/2021, sujeitos à alteração.

Os DS com maiores números de casos notificados segundo a residência das vítimas foram o
Cabula-Beiru (5.010), Barra/Rio Vermelho (3.945) e Subúrbio Ferroviário (3932), mas, considerando
as taxas observa-se que os maiores coeficientes foram dos DS Centro Histórico (20,1/10.000),
Subúrbio Ferroviário (12,2/10.000) e São Caetano Valéria (12,1/10.000) (Quadros 09 e 10).

Quadro 09. Número de casos notificados da violência interpessoal e autoprovocada segundo Distrito
Sanitário de residência. Salvador, Bahia. 2010-2020*.
DISTRITO DE RESIDÊNCIA 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 TOTAL
Centro Historico 105 86 80 102 102 130 132 121 178 240 156 1432
Itapagipe 95 86 85 99 215 234 172 148 181 219 183 1717
Sao Caetano/Valeria 182 187 177 243 403 269 290 345 366 407 335 3204
Liberdade 64 71 80 236 582 327 315 280 315 337 184 2791
Brotas 204 199 257 215 250 193 202 232 236 296 159 2443
Barra/Rio Vermelho/Pitub 355 367 359 375 423 309 297 300 395 482 283 3945
Boca do Rio 43 55 65 69 49 51 70 90 165 223 117 997
Itapoan 109 116 133 157 167 156 242 282 295 363 280 2300
Cabula/Beiru 184 245 264 426 422 368 486 563 721 921 410 5010
Pau da Lima 86 80 94 151 177 187 173 181 378 438 221 2166
Suburbio Ferroviario 140 120 132 322 392 357 400 437 528 680 424 3932
Cajazeiras 54 59 50 84 87 70 105 103 107 149 88 956
Ignorado 135 106 162 178 202 132 310 105 51 60 102 1543
Total 1756 1777 1938 2657 3471 2783 3194 3187 3916 4815 2942 32436
Fonte: SMS/SUIS/TABNET/SINAN
Dados acessados em 05/05/2021, sujeitos à alteração.

80
Quadro 10. Taxa de casos notificados da violência interpessoal e autoprovocada segundo
Distrito Sanitário de residência. Salvador, Bahia. 2010-2020*
Distrito Sanitário 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Histórico 14,6 11,9 11,0 13,2 13,1 16,6 16,7 15,2 23,2 31,1 20,1
Itapagipe 5,8 5,3 5,2 5,7 12,2 13,2 9,6 8,3 10,4 12,6 10,4
São Caetano/Valéria 7,1 7,2 6,8 8,8 14,4 9,6 10,3 12,1 13,3 14,7 12,1
Liberdade 3,6 3,9 4,4 12,2 29,9 16,7 16,0 14,1 16,4 17,5 9,5
Brotas 10,0 9,7 12,5 9,8 11,3 8,7 9,0 10,3 10,9 13,6 7,2
Barra/Rio Vermelho 10,5 10,8 10,5 10,3 11,5 8,4 8,0 8,0 10,9 13,2 7,7
Boca do Rio 3,4 4,3 5,1 5,1 3,6 3,7 5,0 6,5 12,2 16,4 8,6
Itapoan 4,4 4,6 5,2 5,8 6,2 5,7 8,8 10,2 11,0 13,5 10,4
Cabula/Beiru 4,8 6,3 6,8 10,2 10,1 8,7 11,5 13,2 17,5 22,2 9,8
Pau da Lima 3,9 3,6 4,2 6,4 7,5 7,8 7,2 7,5 16,2 18,7 9,4
Subúrbio Ferroviário 4,3 3,7 4,0 9,3 11,2 10,2 11,3 12,3 15,3 19,7 12,2
Cajazeiras 3,4 3,7 3,1 4,9 5,0 4,0 6,0 5,9 6,3 8,7 5,1
Total 6,6 6,6 7,1 9,3 12,0 9,5 10,9 10,8 13,7 16,8 10,2
Fonte: SMS/SUIS/TABNET/SINAN

A agressão perpetrada contra gestante constitui-se em dupla violência afetando a mulher e o


feto, favorecendo os riscos de complicações, abortos e partos prematuros. É de fundamental
importância que durante o acompanhamento pré-natal a equipe de saúde esteja atenta aos sinais
sugestivos de que a gestante possa estar em situação de violência.
No período de 2010 a 2020 foram notificados 1.108 casos de violência contra gestantes, destas
o maior percentual 41,0% (452) estavam no primeiro trimestre da gestação. Os DS com maiores
registros de agressões contra grávidas foram o Subúrbio Ferroviário e o Cabula Beiru com 144 e 142
notificações respectivamente (Quadro 11).

Quadro 11. Número de casos notificados da violência interpessoal e autoprovocada segundo a idade
gestacional de residentes em Salvador, Bahia. 2010-2020*
São
Centro Barra/Rio Boca do Cabula/ Pau da Suburbio
Gestante Itapagipe Caetano/ Liberdade Brotas Itapoan Cajazeiras Ignorado Total
Histórico Vermelho Rio Beiru Lima Ferroviário
Valéria
1º Trimestre 29 19 39 22 30 34 27 37 56 16 53 14 76 452
2º Trimestre 18 14 23 22 21 29 10 36 43 20 44 6 66 352
3º Trimestre 12 10 10 9 7 14 1 10 24 14 29 2 41 183
Idade gestacional Ignorada 9 3 11 6 7 6 3 11 19 11 18 0 17 121
Total 68 46 83 59 65 83 41 94 142 61 144 22 200 1108
Fonte: SMS/SUIS/TABNET/SINAN
Dados acessados em 05/05/2021, sujeitos à alteração.

b) Doença Falciforme
A Doença Falciforme (DF) é uma doença genética e hereditária mais comum no Brasil cuja
distribuição do gene S é bastante heterogênea, ocorrendo predominantemente entre afrodescendentes.
A prevalência de heterozigotos para a HbS é maior nas regiões norte e nordeste (6% a 10%) e menor
(2% a 3%) nas regiões sul e sudeste. A Bahia se destaca como o estado de mais alta incidência de

81
acordo com os dados da triagem neonatal, com 01 caso para cada 650 nascidos vivos (CANÇADO;
JESUS, 2007; JESUS, 2010). No município do Salvador, a cada 530 nascimentos uma criança possui
a doença falciforme (FIGUEIREDO, 2016).
As manifestações clínicas desta patologia apresentam grandes impactos na qualidade de vida e
no cotidiano das pessoas, com repercussões sociais, psicológicas e econômicas. A origem racial da
doença falciforme e a predominância na população negra (pretos e pardos) são considerados fatores
relevantes que têm contribuído ao longo dos anos para a sua invisibilidade nas políticas públicas de
saúde, bem como para a negligência no planejamento de ações e estratégias específicas.
O Programa de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme (PAPDF), instituído pela Lei
Municipal N° 5.395/1998, regulamentada através do Decreto nº18.857/2008 (SALVADOR, 2015a),
foi implantado pela Secretaria Municipal de Saúde em 2005. A atuação do PAPDF está baseada em
três pilares: diagnóstico precoce; assistência integral, descentralizada e de qualidade; e o
desenvolvimento de ações educativas, tendo como diretrizes a Política Nacional de Atenção Integral
às Pessoas com Doença Falciforme16 e a Política Nacional de Saúde da População Negra17.
No ano de 2009 a DF passou a integrar o rol de doenças de notificação compulsória18 do
município de Salvador e do Estado da Bahia19 em 2017. Estas e outras medidas conferiram maior
visibilidade à doença, que aliada as informações geradas por outros Sistemas de Informação (SIH-SUS
e SIM) vem possibilitando delinear o perfil epidemiológico da população com DF, subsidiar a
organização de serviços e a consolidar a rede de atenção.
No período de 2010 a 2020 foram registradas 2.733 notificações no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN), ao passo que 357 pessoas com DF foram diagnosticadas através da
Triagem Neonatal de acordo com os dados fornecidos pela Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE) (Tabela 09).

Tabela 09. Número de notificações de doença falciforme, Salvador-BA, 2010-2020.


ANO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Frequência 271 147 170 212 424 239 128 411 234 288 209
Fonte: SINAN.

Considerando a predominância conhecida da DF em indivíduos da raça negra (pretos e pardos),


sendo referido em 96% das notificações (N= 1506) (Gráfico 51) quando houve preenchimento deste
quesito. Vale pontuar o número de eventos ignorados, quanto a alimentação deste quesito para o
mesmo período correspondo 1.165, perfazendo 42,6%.

16
Portaria n° 1.391/2005
17
Portaria n° 992/2009
18
Portaria Municipal N°. 217/2009, republicada em Portaria N°. 344/2017, que incluiu todos os genótipos, com
retificação em Diário Oficial do Município N°6.907.
19
Portaria 1.122/2017.

82
Gráfico 51. Percentual de casos notificados por doença falciforme, segundo raça/cor. Salvador-BA, 2010-2020.
120,0
100,0
80,0
%

60,0
40,0
20,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Amarela 0,0 0,0 1,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,0 0,6 0,9
Indigena 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 0,0 0,7 0,8 0,0 0,9
Branca 1,5 3,3 1,9 2,2 4,7 2,2 0,0 1,4 7,2 6,3 2,8
Parda e preta 97,8 96,7 96,3 97,8 95,3 97,0 100,0 97,5 92,0 93,1 95,4
Fonte: SINAN.
*Excluídas notificações com raça/cor ignoradas

Em relação ao sexo não se observa diferenças nas notificações, sendo que o sexo feminino
apresentou os maiores percentuais em todos os anos no período analisado (Gráfico 52). O volume das
notificações no sexo feminino pode, em parte, estar relacionado a inclusão do diagnóstico da doença
falciforme na rotina do pré-natal para todas as gestantes, em 2011, além do fato de que as mulheres
procuram mais os serviços de saúde, favorecendo nesses casos, inclusive o diagnóstico de genótipos
que se expressam clinicamente de forma mais branda durante a vida.

Gráfico 52. Percentual de notificação de indivíduos com doença falciforme, por sexo. Salvador-BA, 2010-2020.

70,0
57,6 58,5 59,4
60,0 56,5 55,2 55,5
53,4 54,3
51,1 52,1 51,6
48,9 47,9 48,4
50,0 46,6 45,7 44,8 44,5
43,5 42,4 41,5 40,6
40,0
%

30,0

20,0

10,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Masculino Feminino

Fonte: SINAN.

Considerando a morbidade hospitalar pelo SUS, segundo dados do Sistema de Informação de


Internamentos (SIH-SUS), no período de 2010 a 2020, Salvador teve 3.125 internamentos com CID
D57 informados, destes 1.677 foi do sexo masculino e 1.442 do sexo feminino.
A análise por faixa etária mostrou predomínio em menores de 10 anos em todos os anos da
série histórica, seguido pelos adolescentes, com taxas médias de 35,3 e 14,5 por 100 mil habitantes,
respectivamente (Gráfico 53).

83
Ao desagregarmos a faixa etária de menores de 10 anos, as crianças de 01 a 04 anos
apresentaram as maiores taxas, com média de 43,7. Uma das complicações importantes na primeira
infância é a asplenia funcional, o que as torna mais susceptíveis às infecções, que estão entre as maiores
causas de internamentos. As crianças menores de cinco anos e com DF tem um risco de 30 a 100 vezes
maior de ter infecção por pneumococo do que as crianças sem a DF (LOGGETTO et al, 1999).

Gráfico 53. Taxas de morbidade hospitalar pelo SUS por Doença Falciforme, segundo faixa etária. Salvador-
BA, 2010 a 2020*.

50,0
45,0
Por 100 mil habitantes

40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
< 10a 22,4 31,2 31,9 33,2 38,6 39,2 41,8 44,3 41,4 41,7 23,2
10-19a 9,2 9,1 16,5 13,3 19,3 15,3 10,7 17,5 15,8 21,7 10,7
20 a 29 1,5 6,1 3,7 5,0 8,7 8,0 7,6 7,6 8,9 9,0 8,6
30 a 39 3,3 3,7 2,5 5,4 5,2 6,1 6,1 4,5 6,4 6,6 3,5
40 a 49 1,9 2,4 2,9 4,5 3,4 1,0 2,9 4,3 1,7 5,0 4,0
50 a 59 1,1 1,1 0,7 2,1 2,4 2,4 2,1 2,4 3,5 2,1 2,8
60e+a 0,4 1,6 8,4 1,9 3,7 1,1 2,9 0,7 0,8 0,8 0,7
Fonte: SMS/SIH.
*Dados preliminares

No período de 2010 a 2020 foram registrados 201 óbitos em Salvador cuja causa básica foi
por DF. Ao desagregar por faixa etária, observa-se o predomínio da faixa de 20 a 29 (47) com 23,4%,
seguida da 30-39 (45) com 22,4%, que juntos perfazem 45,8% (92) do total de óbitos acumulados na
série histórica (Gráfico 54).
O ano de 2011, não apresentou nenhuma morte de crianças e adolescentes. Alguns estudos
apontam que entre as crianças menores de cinco a mortalidade proporcional está em torno de 25 a 30%
e decorrem na sua maioria de infecções graves, sequestro esplênico e crises aplásticas (INÍGUEZ,
2003, apud DI NUZZO; FONSECA, 2004).

84
Gráfico 54. Mortalidade proporcional por doença falciforme, segundo faixa etária. Salvador-BA, 2010 a 2020*.
120,0
100,0
80,0
%

60,0
40,0
20,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
< 10 9,1 0,0 17,6 6,3 18,8 5,3 7,7 7,7 21,7 9,5 0,0
10 a 19 18,2 0,0 5,9 6,3 0,0 5,3 38,5 7,7 4,3 9,5 28,6
20-29 36,4 7,1 41,2 12,5 43,8 10,5 15,4 19,2 34,8 14,3 14,3
30-39 18,2 50,0 17,6 25,0 6,3 36,8 7,7 26,9 8,7 33,3 14,3
40-49 0,0 21,4 11,8 25,0 18,8 21,1 0,0 19,2 0,0 23,8 28,6
50-59 13,6 0,0 5,9 18,8 6,3 15,8 23,1 3,8 17,4 0,0 7,1
60 e+ 4,5 21,4 0,0 6,3 6,3 5,3 7,7 15,4 13,0 9,5 7,1
Fonte: SMS/SUIS-SIM
*Dados preliminares

Em relação à taxa de mortalidade não se observa um comportamento que demonstre um padrão


de tendência. Entre os anos de 2011 e 2014 houve pouca variação, com menor taxa representada pelo
ano de 2016 e a maior pelo ano de 2017, com 0,4 e 0,9 por 100 mil habitantes respectivamente. Em
relação ao sexo, a taxa de mortalidade não apresentou diferenças significativas com média de 0,6 para
o sexo feminino e 0,7 para o sexo masculino (Gráfico 55).
Estudos consultados não apontam relação direta da mortalidade com o sexo biológico, mas há
de se considerar as diferenças no estilo de vida, na percepção da importância do acompanhamento
sistemático da saúde, na adesão às medidas preventivas e na busca pelos serviços de saúde quando a
condição clínica apresenta-se com maior gravidade. Nesse sentido a implementação de ações
direcionadas à população masculina adulta são essenciais na redução dessa mortalidade.

85
Gráfico 55. Taxa de mortalidade de indivíduos com doença falciforme na população geral e segundo sexo.
Salvador-BA, 2010 a 2020*.
1,0
0,9 0,9
0,8 0,8 0,8
Por 100 mil habitantes

0,7 0,7
0,6 0,7
0,6
0,5 0,6 0,6
0,5 0,5
0,4
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Mas 0,9 0,4 0,9 0,5 0,6 0,6 0,4 0,8 0,8 0,9 0,6
Fem 0,8 0,6 0,3 0,6 0,5 0,7 0,5 1,0 0,8 0,6 0,4
População 0,8 0,5 0,6 0,6 0,6 0,7 0,4 0,9 0,8 0,7 0,5
Fonte: SMS/SUIS-SIM.
*Dados preliminares

Quanto à raça/cor, houve predomínio de óbitos na raça negra (pretos e pardos) com 87,1% dos
óbitos (excluído 17 casos ignorados). A redução da morbimortalidade e por conseguinte o aumento da
expectativa de vida das pessoas com DF são os maiores desafios, em especial para raça negra
considerando a perpetuação de importantes diferenças socioeconômicas e do contexto desfavorável de
vida dessa população.
A análise por território apresenta que os maiores números de óbitos foram dos Distritos
Sanitários Cabula/Beiru (N=29), Subúrbio Ferroviário (N=28), seguidos por São Caetano/Valéria e
Itapagipe, ambos com 18 óbitos. Quanto à taxa de mortalidade, os DS Itapagipe e São Caetano/Valéria
apresentaram as maiores médias, com taxas de 0,95 e 0,81 por 100 mil habitantes respectivamente,
sendo a menor média das taxas a do DS de Itapuã com 0,20 por 100 mil habitantes (Gráfico 56).

Gráfico 56. Média das taxas de mortalidade por Doença Falciforme, segundo distrito sanitário de residência.
Salvador-Ba, 2010 a 2020*
1,20
0,95
Por 100 mil habitantes

1,00 0,81 0,74 0,76


0,80 0,65 0,62
0,60 0,55
0,47
0,60
0,40 0,46
0,40
0,20
0,20
0,00

Fonte: SMS/SUIS-SIM.
Excluído do cálculo um caso de óbito
*Dados preliminares

86
A APS é o nível de atenção primordial para as pessoas com DF, pois 80% desses usuários
podem ter um acompanhamento efetivo nas UBS, mantendo sempre a relação com o serviço da atenção
especializada, onde receberão atenção do hematologista e outros especialistas, de forma rotineira,
durante toda a vida (BRASIL, 2015a). Nesse sentido, desde 2014, o PAPDF realiza um trabalho de
capacitação das unidades de APS com o objetivo de qualificá-las para o acolhimento das pessoas com
Doença Falciforme. Os dados do cadastro individual do Portal MAS, alimentados pelos ACS, apontam
um total de 1.404 pessoas com DF cadastradas, sendo a maioria (61%) do sexo feminino.
Tendo em vista a necessidade de avançar na constituição de uma Rede de Atenção à Saúde
para fortalecer o PAPDF e possibilitar a atenção integral as pessoas com DF, Salvador implantou os
Ambulatórios Municipais Especializados em Hepatites Virais e Doença Falciforme nos Multicentros
Carlos Gomes e Vale das Pedrinhas. Ambos possuem equipe multiprofissional composta por médicos
hematologistas adulto e pediátrico, enfermeira e técnica de enfermagem, assistente social, nutricionista
e psicóloga.
Os ambulatórios especializados identificam o registro de 1.293 usuários cadastrados no
serviço, destes as crianças (0 a 9 anos de idade) são o público com maior cadastro e frequência de
atendimento, haja vista o trabalho realizado entre o serviço de triagem neonatal da APAE e os
distritos/os ambulatórios para o agendamento da consulta com hematopediatra, assim que detectada
alteração nos exames. Por outro lado, os adolescentes (10 a 19 anos) são o público de menor presença
nos ambulatórios especializados.

Tabela 10. Número de cadastros e atendimentos de médicos hematologistas no ambulatório dos Multicentros
Carlos Gomes e Vale das Pedrinhas, por faixa etária. Salvador – BA, 2020.
Ambulatório Carlos Gomes Ambulatório Vale das Pedrinhas
Faixa Etária Atendimento Atendimento
Cadastrados* Cadastrados*
Médico Médico
Criança (0 a 9 anos) 541 132 163 114
Adolescente (10 a 19
41 37 92 71
anos)
Adulto (20 +) 313 63 94 42
Idoso 43 7 6 13
Total 938 239 355 240
Fonte: Sistema Vida+/SMS.
* SMS. Controle interno dos ambulatórios. Junho, 2021.

A atenção à DF exige a realização de exames para monitoramento das condições de saúde dos
usuários e prevenção de agravos. O Ecodopler Transcraniano é um exame preconizado em protocolo
clínico ministerial e deve ser realizado anualmente por todas as crianças e adolescentes com DF, com
idade de 02 a 17 anos e está como indicador no Plano Nacional de Saúde 2020-2023, tendo como meta
o alcance de 60% de cobertura para o público alvo até dezembro de 2023.A SMS contratualiza este
procedimento e oferta aos usuários do município acompanhados nos ambulatórios especializados.
Os dados da produção do Ecodoppler Transcraniano demonstram que Salvador vem
aumentando a quantidade de exames realizados a cada ano (Gráfico 57). Tais aspectos podem estar
atrelados a ampliação dos usuários acompanhados nos ambulatórios e consequente encaminhamento
para a realização do procedimento. O ano de 2020 apresentou uma queda na produção deste exame,
possivelmente relacionada à pandemia pelo Coronavírus, pois os usuários com DF se encontram no
grupo de risco para a infecção pela COVID-19.

87
Gráfico 57. Número de Ecodoppler Transcraniano realizados pelos portadores de DF e residentes de Salvador.
Salvador – BA, 2016 a 2020.

Fonte: SIA/SUS

A agudização da doença é um problema que remete os portadores de DF a procurarem as


unidades de urgência e emergência, que devem atender às situações de crise e solicitar a regulação de
leitos hospitalares, quando necessário. Ademais, esses serviços integram os pontos de atenção
necessários à implantação da Linha de Cuidado de Atenção Integral às pessoas com DF no município
de Salvador.

c) Cárie e doenças periodontais


Cárie, doença periodontal, edentulismo, problemas oclusais, câncer de boca, fluorose dentária
e traumatismos dentários são considerados os principais problemas odontológicos presentes na
população brasileira e são objetos de análise de estudos epidemiológicos (Brasil, 2012c; BRASIL,
2018c).
As ações de promoção à saúde e de prevenção de doenças bucais são necessárias a fim de
reduzir perdas dos elementos dentários, assim como o acompanhamento odontológico que deve estar
presente desde o início da vida. Visitas periódicas para prevenção e tratamento precoce tem
importância pela diversidade de situações presentes na cavidade oral avaliando as diversas situações
de risco (dieta, comportamento, cooperação, participação dos responsáveis, dentre outras) (MORAES,
2000). Nesse sentido, a redução do CPO-D20 no Brasil tem sido atribuída à expansão do acesso à água
fluoretada, dentifrícios fluoretados e ampliação da cobertura dos serviços odontológicos na atenção
primária (NARVAI et al., 1999).
O último levantamento epidemiológico realizado no município de Salvador no ano de 2015
permitiu analisar o perfil epidemiológico de saúde bucal da população e quando comparado com os
dados levantados pelo Sb Brasil 201021, é notada uma melhora na condição de saúde bucal a partir da
prevalência da cárie dentária nas faixas etárias de 12, 15-19, 35-44 e 65-74 anos (Gráfico 58).

20
Na avaliação de cárie, o índice preconizado pela OMS é o CPO-D (Cariados, Perdido e Obturados na dentição
permanente) médio e o ceo-d (Cariados, extração indicada e restaurados na dentição decídua) médio (Brasil
2012a).
21
Em 2010, a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal teve como objetivos analisar a situação da população brasileira
e fornecer ao SUS dados para prevenção e tratamento. Na Bahia, Salvador foi parâmetro e teve as informações
sobre a morbidade em saúde bucal (Brasil, 2012a).

88
Gráfico 58 - Índice de cárie dentária ceo-d/CPO-D por faixa etária. Salvador/Ba, 2010 e 2015.
30
24,8
25 21,3
20

15 13 12,3
10

5 1,7 2,1 2,1 1,5


1,1 0,8
0
Sb Brasil 2010 Salvador2015

5 anos 12 anos 15-19 anos 35-44 anos 65-74 anoss

Fonte: Sb Brasil 2010 e Inquérito epidemiológico de Salvador 2015.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs para o ano de 2010 que a meta na faixa etária
de 05 anos era de 90% das crianças livres de cárie. Em 2010 e 2015, na faixa etária de 05 anos, Salvador
apresentou o índice ceo-d de 1,70 e 2,10 respectivamente. O componente cariado do índice, apresentou
uma média de 1,51 em 2010 e 1,85 em 2015 (média nacional foi de 1,95) apresentando uma prevalência
de 88,8% em 2010 e 88% em 2015, enquanto a prevalência nacional em 2010 deste componente foi
de 80,2%. No entanto, a proporção de indivíduos com ceo-d igual a 0, ou seja, livre de cáries nessa
idade foi de 56,5% em 2010 e 50,5% em 2015, enquanto a média nacional em 2010 foi de 46,6%
(Tabela 11).

Tabela 11 - Média e prevalência de ceo-d, componente cariado e proporção de livres de cárie (cedo=0), na faixa
etária de 05 anos. Salvador/BA e Brasil, 2010 e 2015.
Livre de
ceo-d Cariado
cárie
n Média Média % %
Brasil
7.217 2,43 1,95 80,2 46,6
2010
Salvador
05 anos 228 1,7 1,51 88,8 56,5
2010
Salvador
1.412 2,1 1,85 88 50,5
2015
Fonte: Sb Brasil 2010 e Inquérito epidemiológico de Salvador 2015.

Dentre as principais intervenções realizadas pelo município está a realização de ações de


promoção de saúde, tendo como principal enfoque a inserção da escovação dental supervisionada com
flúor e a educação em saúde, com ênfase na introdução racional do açúcar, o estímulo a busca ativa
dessas crianças com o auxílio dos ACS, bem como a oferta de assistência odontológica reabilitadora,
quando necessário.
Em 2015, a perda dental encontrava-se elevada entre adultos e idosos, sendo destaque a faixa
etária de 65-74 anos, onde é possível observar um percentual de 81,1% do componente perdido no
índice CPO-D. os dados apresentados, permite-se inferir que há uma redução da cárie dental entre os
mais jovens, e elevada perda dental entre adultos e idosos.

89
Gráfico 59- Percentual dos componentes do índice CPO-D/ ceo-d por grupo etário. Salvador/BA, 2015

100 88
81,1
80 72
60 51
41 40,5 41,8
40
22 17,6
20 7,5 4,5 8 7 11,9
6
0
5 ANOS 12 ANOS 15-19 ANOS 35-44 ANOS 65-74 ANOS

CARIADO PERDIDO OBTURADO

Fonte: Inquérito epidemiológico de Salvador 2015

No que se refere às doenças periodontais é possível observar uma alta prevalência de alterações
periodontais em graus leves (cálculo dental e sangramento) na população adulta e idosa, com uma
média superior a nacional (Gráficos 60 e 61). Esse cenário pode ser melhorado com tratamentos
realizados na atenção básica. Entretanto, a cobertura em saúde bucal no município compromete a
melhoria do perfil epidemiológico deste agravo.

Gráfico 60 - Prevalência de alterações periodontais na faixa etária de 35 a 44 anos. Salvador/BA, 2010 e 2015.
80
64,1 66,8
70 59,1
60
50 45,8
40 33,1
27,7
30
20
6,9 8,8
10
0
SANGRAMENTO CÁLCULO BOLSA RASA BOLSA PROFUNDA

2010 2015

Fonte: Sb Brasil 2010 e Inquérito epidemiológico de Salvador 2015

Gráfico 61 - Prevalência de alterações periodontais na faixa etária de 65-74, 2010 e 2015


90
76,8
80
70 61,4
60
50
40 35,8
28,3
30 19,3
18,1
20 13,9
10 3,3
0
SANGRAMENTO CÁLCULO BOLSA RASA BOLSA PROFUNDA

2010 2015

Fonte: Dados do Sb Brasil 2010 e Inquérito epidemiológico de Salvador 2015

90
2.4.4.2 Doenças Imunopreveníveis
a) Influenza (gripe)
A influenza ou gripe é causada pelo vírus Influenza ocasionando uma infecção viral aguda que
acomete o sistema respiratório. A transmissão deste vírus ocorre pelo contato pessoa a pessoa, através
de espirros, tosses ou através da contaminação por objetos infectados com o vírus. Por possuir uma
vasta diversidade antigênica, subdivididos em diferentes tipos, dentre eles a Influenza A e B. Não há
um grupo etário de maior suscetibilidade. Todas as faixas etárias podem ser acometidas. Contudo há
uma maior incidência da forma mais grave da doença entre as crianças menores de 2 anos e idosos
maiores de 60 anos.
A apresentação clínica pode ser manifestada por uma Síndrome Gripal (SG), forma mais leve,
ou por uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). As infecções respiratórias ocorrem, na
maioria das vezes, de forma sazonal. No Brasil, país tropical, o aumento da incidência de doenças
respiratórias, com ou sem hospitalização, ocorre durante as estações chuvosas.
O programa Nacional de Imunização (PNI), criado em 18 de setembro de 1973, iniciou a
campanha da vacinação contra a influenza, em 1999. Inicialmente, o público alvo para esta campanha
era idoso acima de 65 anos. Em 2010, houve uma ampliação dos grupos prioritários, devido a pandemia
da influenza A (H1N1) pdm09, em 2009, alcançando crianças entre 6 meses e 2 anos de idade. Em
2014 essa faixa foi ampliada para crianças de 6 meses e menores de 4 anos. Entre os anos de 2015 a
2018 a faixa etária de crianças elegíveis para vacinação era 6 meses a menores de 5 anos. A partir de
2019 houve uma ampliação das faixas, alcançando crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade.
A meta da cobertura vacinal da vacina contra influenza também aumentou ao longo do tempo.
Até 2016, a meta era atingir 80 % do grupo prioritário elegível para vacinação. A partir de 2017, essa
meta aumentou para 90%.
Gráfico 62. Coeficiente de incidência de casos SRAG por influenza e cobertura vacinal, Salvador-BA, 2010-
2020.

6,00 5,57
101,64 5,18 100
4,98 95,1
5,00
88,35 89,64,68 91
Coeficiente de Incidência

82,45 80,86 81,47


% Cobertura Vacinal

80 80
76,7
4,00 70,82
60
3,00

1,81 40
2,00
1,18
1,00 20
0,48 0,55 0,54
0,11 0,03
0,00 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano Epidemiológico

Coeficiente de Incidência cobertura vacinal

Fonte: SINAN influenza WEB, SIVEP GRIPE e SIPNI e planilha paralela* – DVIS/ Imunização, 28/12/2021
*Devido ao fechamento de lançamento de doses do Ministério da Saúde e depois deste período o município de
Salvador continuou com a vacinação da população dos grupos prioritários para a Campanha nestes anos.

91
b) Vigilância Epidemiológica das Síndromes respiratórias aguda grave
Em 2000, de modo a fortalecer a vigilância epidemiológica dos vírus respiratórios, foi
implantando a vigilância sentinela de SG, que busca identificar a circulação dos vírus respiratórios,
analisando a patogenicidade, virulência e o surgimento de novos agentes etiológicos, adequando
também a vacina sazonal da gripe alcançando a imunização e freando os casos mais graves.
Atualmente contamos com 05 unidades sentinelas na Bahia, todas localizadas em Salvador, que
tem como responsabilidade a coleta de 5 (cinco) amostras clínicas de swabs de Nasofaringe (SNF) dos
casos que atendam a definição de caso de SG, com meta semanal de 80% de coleta, digitação oportuna
no SIVEP Gripe. E registro de agregado semanal por faixa etária e sexo dos atendimentos de SG, com
meta de 90% das Semanas Epidemiológicas, no SIVEP Gripe.

Gráfico 63. Distribuição de casos confirmados de SRAG por influenza e coeficiente de incidência, Salvador-
BA, 2010- 2020.

180 6,00
160
160 148
147
5,00
140 135

Coeficiente de Incidência
Nº de Casos de Influenza

120 4,00

100
3,00
80

60 53 2,00

40 32
1,00
13 16 16
20
3 1
0 0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Nº de Casos
3 13 32 16 1 53 16 147 148 160 135
Influenza
Coeficiente de
0,11 0,48 1,18 0,55 0,03 1,81 0,54 4,98 5,18 5,57 4,68
Incidência
Ano Epidemiológico
Nº de Casos Influenza Coeficiente de Incidência

c) Meningites
No período de 2010 a 2020 foram notificados 6075 casos de meningites, sendo 4.434 (72,98%)
confirmados. Com relação aos casos confirmados houve predominância do sexo masculino 2.599
(61%) e raça cor parda 2485 (56%). Quanto a etiologia se observa um predomínio das meningites
virais com 2651 (59,8%), seguidas das meningites bacterianas com 1.130 (25,5%) casos. (Apêndice
Tabela 1).
Pode-se observar ao longo da série histórica uma diminuição da incidência da doença na
cidade, passando de 30,35/ 100mil habitantes no ano de 2010 para 1,42 por 100mil habitantes em 2020
(Gráfico 64).

92
Gráfico 64. Número de casos confirmados e Incidência das Meningites em Salvador 2010-2020
40,00
920
35,00
N° de casos confirmados

820

Incidência por 100mil


30,00
720
25,00

habitantes
620
520 20,00 Anos
420 Incidência
15,00
320
10,00
220
120 5,00

20 0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: SMS/DVIS/VIEP/Agravos/SINAN em 19/05/2021

Ao avaliarmos o período analisado, a faixa etária com maior risco de adoecimento é a população
menor de 1 ano (Gráfico 65). Dado esse que justifica as ações de saúde pública voltadas para esse
público alvo, na tentativa de prevenção e controle da doença.

Gráfico 65. Incidência das Meningites em Salvador 2010-2020 por faixa etária.

250,0
Incidência por 100mil habitantes

200,0

150,0

100,0

50,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
<1 Ano 1 A 4 ANOS 5 A 9 ANOS 10 A 19 ANOS 20-39 ANOS 40-59 ANOS 60 e +

Fonte: SMS/DVIS/VIEP/Agravos/SINAN em 19/05/2021

A letalidade foi maior nas meningites causadas pelo Pneumococo, em todos os anos estudados,
chamando atenção para o ano de 2018, onde foram registrados 10 óbitos e taxa de letalidade de 66,7%.
A partir da avaliação dos casos no período, observa-se que os casos da doença foram registrados
em todos o território, sendo as maiores apresentadas no Distrito Sanitário de Itapagipe (Inc. 67/ 100mil
habitantes) seguido por São Caetano (Inc.55/100mil habitantes) no ano de 2012.

93
No cenário apresentado pelas meningites bacterianas a doença Meningocócica, é a etiologia que
apresenta grande importância no panorama da Vigilância Epidemiológica pela sua grande capacidade
de causar surtos, evolução rápida para óbito e também por acarretar sequelas tanto neurológicas como
motoras, se não tratadas de forma precoce.1,2
Observa-se redução significativa da incidência da doença Meningocócica a partir de 2010, com
algumas flutuações, como o que se observa no ano de 2019 onde a incidência ficou em 0,73 /100 mil
habitantes (Gráfico 66). Vale pontuar que 23,3% (4) dos casos da doença meningocócica ocorrido no
ano de 2019 ocorreram no surto na Feira de São Joaquim. Foi necessária realizar medida de controle
com uma ação multisetorial e bloqueio vacinal de 2.060 trabalhadores.

Gráfico 66. Incidência da Doença Meningocócica em Salvador 2010-2020.

5,38
INCIDÊNCIA POR 100MIL HABITANTES

5,030

4,030

3,030 2,56

2,030 1,77
1,32

1,030 0,73
0,38 0,34 0,34 0,27 0,21
0,03
0,030
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Doença Meningococica

Fonte: SMS/DVIS/VIEP/Agravos/SINAN em 19/05/2021.

No período descrito, dentre os casos de Doença Meningocócica sorogrupados o sorogrupo C


manteve predominância (Gráfico 67). Esse é o mesmo panorama observado no Brasil desde 2005 e na
América Latina de forma geral, mas estudos epidemiológicos demostram o incremento do sorogrupo
W, por exemplo no Estado de Santa Catarina no ano de 2019 houve uma elevação de 40% do número
de casos do sorogrupo W 3,4.

94
Gráfico 67. Casos de Doença Meningocócica segundo sorogrupos, 2010-2020, Salvador.
120

100
Sorogrupo dos casos de doenca

80
Meningocócica

60

40

20

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
A 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
B 3 9 2 0 0 0 0 0 0 0 0
C 106 45 27 17 4 1 2 4 4 16 0
Y 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
W135 0 4 3 4 0 1 1 1 0 1 0
Fonte: SMS/DVIS/VIEP/Agravos/SINAN em 19/05/2021

Podemos associar essa mudança no comportamento da doença a um cenário favorável a partir


de 2010 com a introdução da vacina Meningococo C ao calendário vacinal para menores de 5 anos. E
mais recentemente em 2020, como estratégia de continuidade da vacinação, o Ministério da Saúde,
disponibilizou a vacina Meningocócica (ACWY) para adolescentes de 11 a 12 anos5.

Gráfico 68. Cobertura Vacinal de Meningococica C, Salvador 2010-2020.

120
100,8
95,36 92,71 93,78 95,25
100
86,91 89,05
81,48
80 74,97 75,13 77,85

60

40

20

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SI-PNI/CGPNI/DEIDT/SVS/MS, em 28/12/2021

Vale ressaltar que a identificação do sorogrupo, através de realização de cultura, nos casos dos
pacientes acometidos pela doença, é de suma importância para verificar o agente em circulação, tendo
como objetivo traçar políticas de Saúde Pública para o controle da doença.

95
d) Rubéola
A rubéola é doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta contagiosidade.
Sua importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e à síndrome da
rubéola congênita (SRC). O agente etiológico Vírus RNA, do gênero Rubivirus e da família
Togaviridae. Reservatório O homem.
A suscetibilidade é geral. A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção natural ou por
vacinação. Os filhos de mães imunes podem apresentar imunidade passiva e transitória até os 9 meses
de idade (BRASIL, 2019a). Em abril de 2015, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
declarou a região das Américas livre da rubéola e da síndrome da rubéola congênita (SRC).
A vacina é a melhor forma de proteção contra as doenças exantemáticas. O Ministério da Saúde
por conta de surtos no país, desde agosto de 2019, adotou a estratégia da dose zero de vacinação contra
o sarampo para as crianças de todo Brasil, com idade entre seis a onze meses e vinte e nove dias de
idade, para evitar casos graves e óbitos por sarampo. Por isso se recomenda que todas as crianças, a
partir dos seis meses de idade, sejam vacinadas contra o sarampo. Esta dose não será válida para a
rotina de vacinação devendo-se agendar a dose 1 de tríplice para os 12 meses de idade e a dose de tetra
viral para os 15 meses de idade.
O Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Imunização, preconiza a meta ≥95%
de cobertura vacinal com a tríplice viral e a tetra viral. Salientamos que a segunda dose com a vacina
tetra viral foi introduzida no ano de 2013.
Observa-se no gráfico 69, que desde 2015 as coberturas vacinais persistem abaixo da meta, esse
indicador sinaliza fator de risco para possível ocorrência de surtos no município de Salvador, em
crianças e adolescentes, pois evidencia a presença de uma população suscetível, considerando ser a
vacina a única forma de proteção.

Gráfico 69. Série histórica da cobertura vacinal com a vacina tríplice viral e tetra viral, Salvador, Bahia, 2010-
2020.
120,00
95,79 92,50 95,13
100,00 90,41 90,42 87,31 86,63
83,66
78,15
80,00 72,31
59,25
60,00

40,00

20,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte:
SIPNI. Acesso 30/11/2021.

e) Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), temporalmente associada a


Covid-19
Em abril de 2020, na cidade de Londres, foi observado aumento de hospitalizações em
crianças, aparentemente saudáveis, com uma síndrome hiperinflamatória. Os sintomas se
assemelhavam com a doença de Kawasaki e a síndrome de choque tóxico, o que fez o North Central
London (NHS) disparar um alerta nacional. O que se pôde observar desse evento é que as oito crianças

96
descritas no estudo tinham confirmação positiva para o SARS-CoV-23,6.
As manifestações comuns, descritas na literatura para esse novo agravo, eram dores
abdominais, febre persistente e altos marcadores inflamatórios4,5,6. Sintomas respiratórios não foram
observados em todos os casos3,6. A partir do alerta emitido, passou a ser descritos em outros lugares
do mundo relatos desta síndrome, que passou a ser nomeada como Síndrome Inflamatória
Multissistêmica Pediátrica, temporalmente associada ao COVID-195.
Em maio, foi publicada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) uma definição
preliminar de caso. Desde então, tornou-se necessário à notificação de casos suspeitos às autoridades
em Saúde Pública, para o monitoramento deste novo agravo3,4. No Brasil, também em maio, o
Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e com a
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) chamam a atenção da comunidade pediátrica para a
identificação precoce da SIM-P no país e fazem orientações quanto ao manejo clínico dos casos7.
No final de julho de 2020, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde,
lançou a NOTA TÉCNICA Nº 16/2020-CGPNI/DEIDT/SVS/MS na qual estabelece a implantação da
Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), temporalmente associada à COVID-19 no
Brasil, que tem por objetivo identificar e monitorar os casos de SIM-P e caracterizar o perfil
epidemiológico dessa doença, no Brasil. A faixa etária para estas notificações é de 0 - 19 anos1.
Em Salvador, no ano Epidemiológico 2020, foram notificados 34 casos suspeitos no REDCap2,
plataforma online utilizada para notificação dos casos da SIM-P, sendo 27 (79,4%) casos confirmados,
em que 06 (21%) eram do sexo feminino e 21(78%) do sexo masculino, com um caso evolui óbito.

Figura 12. Cenário epidemiológico dos casos notificados no REDCap, Salvador-BA, 2020.

Fonte: SMS/DVIS/SUBIMUNI/REDCap. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até


13/01/2021.
O primeiro caso notificado teve início dos sintomas em 03/05/2020 (SE 19), sendo uma
notificação retroativa. Importante destacar também que o Ministério da Saúde, considerando o período
em que houve o primeiro caso da COVID-19 no Brasil, recomendou aos hospitais e vigilâncias a
inserção dos registros retroativos, a partir desta data (26/02/2020), com a finalidade de captar os

97
casos desde o início das ocorrências, e assim ter cenário mais fidedigno da magnitude do problema2.
No ano de 2020, segundo a confirmação de casos por Distrito Sanitário de residência, o Centro
Histórico apresentou maior coeficiente de incidência; por sua vez, o DS Boca do Rio não apresentou
caso confirmado (Tabela 12).

Tabela 12. Número de casos confirmados, proporção e coeficiente de incidência de SIM-P por distrito de
residência. Salvador-BA, 2020.
Total de População Faixa Coef. De Incidência
DISTRITO SANITÁRIO %
confirmados etária 0 -19 anos /100.000 hab
1. CENTRO HISTÓRICO 1 4 6,21
16.097
2.ITAPAGIPE 2 8 4,34
45.994
3.S.CAETANO/VALÉRIA 4 15 4,79
83.415
4.LIBERDADE 2 8 3,99
50.113
5. BROTAS 2 7 3,8
52.509
6. BARRA/RIO
3 11 3,88
VERMELHO 77.282
7.BOCA DO RIO 0 0 0
31.826
8.ITAPUÃ 2 7 2,58
77.268
9. CABULA/BEIRU 4 15 3,4
117.595
10.PAU DA LIMA 2 7 2,88
69.399
11. S.FERROVIÁRIO 3 11 2,77
108.016
12. CAJAZEIRAS 2 7 3,8
52.602
Total 27 100 42,44
782.117
Fonte: SMS/DVIS/SUBIMUNI/REDCap. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até
13/01/2021.

Em relação a categoria raça/cor, dos 27 casos confirmados, apenas 11 casos tiveram essa
variável qualificada (03; 11%, negros; 06; 22%, pardos e 02;7%, brancos), 16 casos não tiveram esse
campo qualificado (Gráfico 70).

98
Gráfico 70. Distribuição dos casos confirmados (n=-27) de SIM-P, por Raça/cor, Salvador –BA, 2020.

Fonte: SMS/DVIS/SUBIMUNI/REDCap. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até


13/01/2021.

De acordo com o sexo e a faixa etária, crianças e adolescentes do sexo masculino apresentam
maior frequência de casos da SIM-P (21; 77,8%) em relação ao sexo feminino. E, a faixa etária que
apresenta o maior número de casos confirmados foi a de 10- 14 anos (Gráfico 71).

Gráfico 71. Distribuição dos casos confirmados (n=27) da SIM-P, por sexo e faixa etária, Salvador–BA, 2020.

Fonte: SMS/DVIS/SUBIMUNI/REDCap. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até


13/01/2021.

Analisando o Coeficiente de incidência, entre as faixas etárias, as crianças de 5 a 9 anos


apresenta maior risco de adoecer, conforme Tabela 13.

Tabela 13. Distribuição proporcional dos casos confirmados de SIM-P e coeficiente de incidência (por 100.000
hab) por faixa etária, Salvador-BA, 2020.
Coef. De Incidência
Faixa etária Casos % Pop.
/100.000 hab
0 a 4 anos 8 30 170055 4,7
5 a 9 anos 9 33 180969 5
10 a 14 anos 10 37 211677 4,72
Total 27 100 562701 14,42
Fonte: SMS/DVIS/SUBIMUNI/REDCap. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até
13/01/2021.

Dos casos confirmados pela SIM-P (n=27), 23 (85,2%) deles não tiveram sequela, 2 (7,4%)
evoluíram com sequela, com implicações no sistema cardiovascular, 1 (3,7%) dos casos evoluiu a

99
óbito e 1(3,7%) teve alta, sem a condição explicitada, se com ou sem sequela (Gráfico 72).

Gráfico 72. Distribuição dos casos da SIM-P (n=27), por evolução do caso, Salvador-BA, 2020.

Fonte: SMS/DVIS/SUBIMUNI/REDCap. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até


13/01/2021.

2.4.4.3 Doenças associadas a Vetores, Artrópodes e Roedores de relevância para a Saúde


Publica
2.4.4.3.1 Arboviroses
O cenário epidemiológico do Brasil, caracterizado pela circulação simultânea dos quatro
sorotipos do vírus dengue e dos vírus Chikungunya e ZIKV, desde 2015, constitui-se em um grande
desafio, tanto para a assistência quanto para a vigilância, em suas ações de identificação de casos
suspeitos, no diagnóstico precoce e no desencadeamento das ações de prevenção e controle. A dengue
é a mais comum das três arboviroses e vem causando epidemias de grande magnitude há mais de trinta
anos no país, que chegam a atingir quase 1,5 milhão de casos anuais, tal como ocorreu em 2013
(1.1469.700 casos notificados), quando a incidência alcançou 731/100 mil habitantes.

a) Dengue
No município de Salvador, no período de 2010 a 2020, foram notificados 51.979 casos prováveis
de dengue, com incidências variando de 39,3 a 361,8 casos/100 mil habitantes. Os anos com
incidências acima de 300 casos/100 mil habitantes representam alto risco de adoecimento por dengue,
no município estes anos foram 2011 com 11.076 casos prováveis e coeficiente de incidência de
411,2/100 mil habitantes (11.076/2.693.606), 2020 com 10.445 casos prováveis e coeficiente de
incidência de 361,8/100 mil habitantes (10.445/2.886.698) e o ano de 2019 com 8.509 casos prováveis
e coeficiente de incidência de 296,2/100 mil habitantes (8.509/2.872.347).
Analisando-se as incidências por Distrito Sanitário, observa-se que os maiores índices por
dengue ocorreram nos Distritos Sanitários de Pau da Lima, com incidência de 759,0/100 mil em 2020,
Boca do Rio com incidência 632,0/100 mil 2019, e Liberdade com incidência de 481,9/100 mil em
2015. Na série apresentada ocorreram 33 óbitos por dengue, com mediana de 4 óbitos por ano, sendo
que nos Distritos Sanitários de Brotas (5), Barra/Rio Vermelho (5) e Cabula/Beiru (5) os óbitos
registrados ficaram acima da mediana (Figuras 13 e 14)
Em 2020, destaca-se a ocorrência de surto epidêmico das semanas epidemiológicas de 1 a 26
com registros acima do limite superior conforme evidenciado no Gráfico 69.

100
Figura 13. Incidência de dengue por Distrito Sanitário de Salvador,BA 2015

Fonte: Sinan.

Figura 14. Incidência de dengue por Distrito Sanitário de Salvador, BA 2020

Fonte: SINAN

101
Gráfico 73. Diagrama de controle da dengue em Salvador, 2020. Salvador-BA, 2021.
30,0 Limite Superior Média Móvel CI 2020
25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51

Fonte: Sinan.

b) Chikungunya
A Febre Chikungunya foi notificada no Estado da Bahia a partir de setembro de 2014,
inicialmente no município de Feira de Santana (1.516 casos notificados, sendo 1.045 confirmados),
Riachão do Jacuípe (1.235 casos notificados, sendo 202 confirmados), Baixa Grande (3 casos
notificados, sendo 2 confirmados) e Ribeira do Pombal (48 casos notificados, sendo 8 confirmados)
(SALVADOR, 2015b).
Em Salvador foram confirmados 05 casos que apresentaram vínculo epidemiológico com Feira
de Santana e Riachão do Jacuípe. A notificação obrigatória de Chikungunya é instituída pelo
Ministério da Saúde em 2016, no ano de 2017, o Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário apresenta
importante surto de Salvador (171 casos notificados) (SALVADOR, 2017). Em agosto de 2019, a
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) fez um alerta à complexa situação da dengue na
América Latina e no Caribe, região que está enfrentando um novo período epidêmico da doença após
dois anos de baixa incidência.
No Brasil, segundo a OPAS, em 2019, foram notificados 174.140 casos de Chikungunya (CI:
83,5/100 mil habitantes; óbitos: 73). Apesar da febre Chikungunya inicialmente ser considerada mais
branda do que a dengue e ter casos de mortes como eventos raros, atualmente sabe-se que os óbitos
podem ocorrer, em especial em pacientes com doenças preexistentes.
No município de Salvador, no período de 2014 a 2020 foram notificados 17.876 casos
prováveis de Chikungunya, com incidências variando de 0 a 751,0 casos/100.000 mil habitantes. As
maiores incidências da série histórica ocorreram nos anos de 2019 e 2020, com incidências de casos
prováveis de 133,9/100 mil habitantes e 412,2/100 mil habitantes respectivamente.
Analisando-se as incidências por Distrito Sanitário, observa-se que os maiores riscos de
adoecimento ocorreram nos Distritos Sanitários de Pau da Lima com incidências de 751,0 casos
prováveis/100 mil habitantes em 2020 e 272,6 casos prováveis/100 mil habitantes em 2029 e o Distrito
Sanitário de Itapagipe com incidência de 78,4 casos prováveis/100 mil habitantes no ano de 2015.
Quanto aos óbitos, registrou-se e 2 óbitos em 2019 no Distrito Sanitário de Itapuã e 3 óbitos em 2020,
com a seguinte distribuição, nos Distritos Sanitários de São Caetano/Valéria (1), Barra/Rio Vermelho
(1) e Cabula/Beiru (1) (Figuras 15 e 16).

102
Figura 15. Incidência de Chikungunya por Distrito Sanitário de Salvador, 2015. Salvador-BA, 2021.

Fonte: SINAN

Figura 16. Incidência de Chikungunya por Distrito Sanitário de Salvador, 2020. Salvador-BA, 2021.

Fonte: SINAN

103
c) Zika
A febre do Zika é um agravo que foi detectada em Salvador em 2015 a partir do Distrito
Sanitário do Subúrbio Ferroviário, em surto de grande amplitude, com casos concentrados nas semanas
epidemiológicas 13 a 23, do referido ano. Desde então, casos vem ocorrendo com frequência na cidade.
Destaca-se a associação da febre do Zika com a ocorrência de aumento significativo de casos da
Síndrome de Guillian Barre e complicações neurológicas, dentre estas a microcefalia em crianças
recém-nascidas e menores de ano. A febre do Zika vírus foi incluída na lista nacional de notificação
compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública ano Brasil em fevereiro de 2016. No
município de Salvador, de 2015 a 2020 foram notificados 19.923 casos prováveis de Zika, com
incidências variando de 0 a 568,9 casos/100.000 mil habitantes.
As maiores incidências da série histórica ocorreram nos anos de 2015 e 2020, com incidências
de casos prováveis de 568,9/100 mil habitantes e 44,6/100 mil habitantes respectivamente.
Analisando-se as incidências por Distrito Sanitário, observa-se que os maiores riscos de adoecimento
por Zika ocorreram nos Distritos Sanitários da Liberdade com incidências de 171,5 casos
prováveis/100 mil habitantes em 2020, Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário com incidência de
78,4 casos prováveis/100 mil habitantes no ano de 2019 e no Distrito Sanitário de Cabula/Beiru com
65,6 casos prováveis/100 mil habitantes em 2016. Não houve registro de óbito por Zika no período.

Figura 17. Incidência de Zika por Distrito Sanitário de Salvador, 2015. Salvador-BA, 2021.

Fonte: SINAN

104
Figura 18. Incidência de Zika por Distrito Sanitário de Salvador, 2020. Salvador-BA, 2021.

Fonte: SINAN

2.4.4.3.2. Leptospirose
No município de Salvador, no período de 2010 a 2020, foram notificados 732 casos confirmados
de leptospirose, com incidências variando de 1,2 a 4,5 casos confirmados/100 mil habitantes.
Analisando-se as incidências por Distrito Sanitário (DS), observa-se que as maiores incidências de
casos confirmados por leptospirose da série ocorreram nos anos de 2010 nos Distritos Sanitários de
São Caetano/Valéria com incidência de 9,3/100 mil, DS Subúrbio Ferroviário com incidência de
9,0/100 mil e DS de Pau da Lima com incidência de 8,7 casos confirmados/100 mil, ressalta-se que
em 2011 o DS de Subúrbio Ferroviário registrou incidência de 8,9 casos confirmados/100 mil
habitantes.
No período de 2010 a 2020, houve predomínio da ocorrência de leptospirose em indivíduos do
sexo masculino (618; 84,4%), quanto a faixa etária há concentração dos casos confirmados nas idades
de 20 a 49 anos (448; 61,2%), no quesito raça/ cor da pele a maioria se declarou preto (102; 13,9%)
ou pardo (435; 59,4%), quanto a ocupação, a de pedreiro representou 1 e cada 4 casos confirmados
de leptospirose (66; 25,0%) e as situações de risco mais relacionadas à leptospirose foram a presença
de sinais de roedores (513; 70,1%) e o contato com água e lama de enchentes (474; 64,8%) (Tabela
14).

105
Tabela 14. Distribuição dos casos confirmados de leptospirose por características sóciodemográficas, 2010 a
2020, Salvador-BA, 2021.
Variável Casos confirmados
N %
Sexo
Masculino 618 84,4
Feminino 114 15,6
Fx Etária
<1 Ano a 14 38 5,2
15-19 69 9,4
20-49 448 61,2
50-80 e + 177 24,1
Raça/Cor
Ign/Branco 165 22,5
Branca 29 4
Preta 102 13,9
Amarela 1 0,1
Parda 435 59,4
Ocupação
Pedreiro 66 25
Estudante 47 17,8
Dona de casa 18 6,8
Aposentado 13 4,9
Comerciante 6 2,3
Catador de material reciclado 3 1,1
Situações de risco
Sinais de roedores 513 70,1
Água/Lama de enchente 474 64,8
Lixo 457 62,4
Terreno baldio 427 58,3
Classificação
Confirmado 732 47,4
Descartado 679 44
Inconclusivo 123 8
Fonte: SINAN NET.

106
Figura 19. Distribuição dos casos confirmados de leptospirose por características sócio demográficas, 2010 a
2020. Salvador-BA, 2021

Nos últimos dez anos (2010-2020), as ações de vigilância e controle da Leptospirose foram
realizadas em bairros com histórico de casos confirmados da doença. Os Distritos Sanitários mais
críticos são Subúrbio Ferroviário, São Caetano Valéria, Pau da Lima, Cabula/Beirú e Itapagipe, sendo
estes trabalhados no Plano de Controle da Leptospirose (elaborado em 2008), o qual é realizado
anualmente.
Essas áreas são consideradas áreas críticas (SMS/CCZ, 2020), destacando-se os bairros mais
vulneráveis à transmissão da doença: Paripe, Plataforma, Periperi, São Marcos, Coutos, Pirajá, Valéria,
Pernambués, Tancredo Neves, Uruguai, São Caetano e Pau da Lima (Figura 20 e Tabela 15).
Na última década, através do monitoramento dos casos de leptospirose notificados no SINAN,
também foram realizadas ações de inspeção ambiental e bloqueio de casos que consiste em três

107
intervenções químicas (intervalo de 8-10 dias) com o uso de raticidas no entorno do local provável de
infecção do paciente.

Figura 20. Número de casos confirmados* de leptospirose em Salvador de 2010-2020.

*Quarenta (5,5%) casos de leptospirose do total de 729 não foram marcados no mapa devido ao endereço
incompleto.
Fonte: SMS/CCZ.

Tabela 15. Proporção de bloqueios de casos de leptospirose, Salvador, 2010 a 2021.


Ano Bloqueio de casos Casos confirmados Proporção de bloqueios
2010 52 122 42,6
2011 57 101 56,4
2012 51 49 104,1
2013 83 109 76,1
2014 55 61 90,2
2015 65 86 75,6
2016 23 35 65,7
2017 28 41 68,3
2018 32 44 72,7
2019 34 48 70,8
2020 24 33 72,7
Fonte: SMS/CCZ.

Em relação as situações de risco para a contaminação por leptospirose registrados nas fichas
do SINAN do período de 2010 a 2020, nota-se que, sinais de roedores (19%), água de lama e enchente
(18%) e a presença de lixo (16%) foram os principais fatores citados pelos pacientes.

108
2.4.4.3.3. Esporotricose
No período de 2018 a 2020, foram notificados 116 casos confirmados de esporotricose22 com
incidências variando de 1,1 a 3,0 casos confirmados/100 mil habitantes. No último ano de 2020 foram
notificados 63 casos humanos. Os Distritos Sanitários com maior ocorrência de notificações foram
Itapuã (30 registros), São Caetano/Valéria (15 registros), Liberdade (13 registros) (Figura 21).
Analisando-se as incidências por Distrito Sanitário (DS), observa-se que as maiores
ocorrências, no ano de 2018, foram nos Distritos Sanitários Boca do Rio (5,2/100 mil), Subúrbio
Ferroviário (2,9/100 mil) e Itapuã (1,9/100 mil). Ressalta-se que em 2019 o DS Centro Histórico
registrou incidência de 10,4 casos confirmados/100 mil habitantes, seguidos do Subúrbio Ferroviário
e Boca do Rio estando entre os três primeiros distritos de maior incidência do agravo.
No ano de 2020, o DS Itapuã volta a crescer em índice de novos casos chegando a 11,1/ casos
confirmados/100 mil habitantes; soma-se a estes os distritos de São Caetano/Valéria e Liberdade, o
que retrata a disseminação significativa do problema em seis dos doze distritos (Figuras 21 e 22).

Figura 21. Distribuição de incidência de casos de esporotricose por Distrito Sanitário de Salvador, 2018.

Fonte: SINAN NET

22
Em virtude da elevada incidência da esporotricose em municípios da região metropolitana de Salvador e a
detecção dos primeiros casos na capital, a Secretária Municipal da Saúde de Salvador instituiu a Portaria Nº
191/2018, incluindo a esporotricose como doença de notificação compulsória em seu território através da FIN
(Ficha individual de Notificação).

109
Figura 22. Incidência de casos de esporotricose por Distrito Sanitário de Salvador, 2020

Fonte: SINAN NET

Em 2018, houve predomínio da ocorrência de Esporotricose em indivíduos do sexo feminino


107 (71,3%), quanto a faixa etária há concentração dos casos confirmados nas idades de 40 a 59 anos
(54 e 36%), no quesito raça/ cor da pele, a maioria dos que se declarou parda (62%).
Quanto ao critério de confirmação, 66,2% dos casos utilizou-se o critério clínico-
epidemiológico considerando que a rede de atenção não dispõe da oferta de realização dos exames
diagnósticos. Além disso, existe um déficit na notificação do agravo, no SINAN, o que denota que os
dados podem estar subestimados.
Como medidas de controle foi implementado o fluxo de recebimento de notificação dos
casos suspeitos em animais, com protocolo de investigação epidemiológica para confirmação
diagnóstica e orientações preventivas aos tutores, e dispensação gratuita para tratamento de
felinos tutoreados por famílias de baixa renda, recolhimento dos cadáveres de felinos para
incineração e parceria com a Diretoria de Promoção à Saúde e Proteção Animal (DIPPA) para
castração cirúrgica de felinos nas áreas de foco. Em primeira análise dos dados de tratamento
dos animais com dispensação gratuita do itraconazol pelo CCZ/SMS, constata-se que a taxa
de cura variou de 63,7% em 2018 e 47,2% em 2020, conforme tabela 16.

Tabela 16 – Numero de felinos com esporotricose tratados mediante dispensação gratuita de itraconazol pelo
CCZ/SMS e a taxa de animais curados por ano, Salvador, 2018 a 2020

Ano Nº tratamento iniciado Nº animais curados Taxa de cura


2018 159 107 63,7%
2019 411 201 48,9%
2020 974 460 47,2%
Fonte: CCZ/SEVIR
*Dados até 14/04/2021, sujeitos a atualização.

110
2.4.4.3.4. Leishmaniose
Salvador é limítrofe aos municípios de Simões Filho e Lauro de Freitas que são áreas
endêmicas da leishmaniose, além de ser corredor de circulação intensa com Camaçari, outro município
endêmico. Um outro fator de relevância para a vigilância é a identificação de cães infectados e
flebótomos dentro da capital.
Apesar de Salvador não ser considerada área endêmica para Leishmaniose Visceral (LV), no
período de 2010 a 2020, foram notificados 158 casos de LV, sendo 70 destes confirmados e 19 destes
em residentes na capital, distribuídos em todo território do município. A incidência variando de 0,2 a
1,3 casos confirmados/100 mil habitantes ao longo de 10 anos. Na análise da ocorrência de casos
notificados em caninos e humanos por ano do período de estudo, verifica-se circulação deste agravo
no território para a ocorrência de LV (Gráfico 74).

Gráfico 74. Número de casos confirmados de Leishmaniose em caninos e humanos em Salvador,2010 a 2020.
25 23
22

20
15
15
11 11 11
10 10
9
10 8 8 8
7 7
6
5
4 4
5 3 3
2
1
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Canino humano

Fonte: Centro de Controle de Zoonoses e VIEP.

As principais unidades notificadoras foram os hospitais. Durante toda a série histórica, o sexo
masculino esteve majoritariamente acometido pelo agravo 52 (74,3%), quanto a faixa etária há
concentração dos casos confirmados nas idades de 20 a 59 anos 36 (51,4%), no quesito raça/ cor da
pele 58,5% se declarou parda. Quanto ao critério de confirmação 85,7% dos casos utilizou-se o critério
laboratorial, critério de padrão ouro para o diagnóstico do agravo.

Tabela 17. Casos confirmados de Leishmaniose Visceral, segundo faixa etária, Salvador, 2010 a 2020.
Faixa etária 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
<1 Ano 2 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 4
1a4 1 0 3 2 0 0 1 2 1 1 0 11
5a9 0 1 0 1 0 1 1 1 0 0 0 5
10 a 19 1 3 1 0 1 0 0 0 1 0 1 8
20-39 2 3 0 2 2 1 4 4 2 3 0 23
40-59 2 1 3 1 0 1 4 1 0 0 0 13
60 e + 1 0 0 0 0 2 0 2 0 1 0 6
Total 9 8 7 7 3 6 10 10 4 5 1 70
Fonte: SINAN

111
Na tabela 18 estão apresentados o número de cães testados, quantos foram positivos (teste rápido
e sorologia) e a taxa de positividade anual no período compreendido entre 2010 e 2020.

Tabela 18. Taxa de positividade da Leishmaniose Visceral Canina em Salvador, 2010 a 2020.
Total de cães positivos Total de cães Taxa de positividade total
Ano
LVC testados (positivos/testados)
2010 22 1245 1,77%
2011 3 77 3,90%
2012 8 687 1,16%
2013 2 422 0,47%
2014 23 838 2,74%
2015 11 1136 0,97%
2016 4 1058 0,38%
2017 8 1276 0,63%
2018 11 1458 0,75%
2019 15 800 1,88%
2020 11 563 1,95%
Fonte: SMS/DVIS/CCZ.

Na tabela 19 é possível observar o número de flebotomíneos capturados e quantos desses


foram identificados como L. longipalpis (a espécie L. cruzi não é encontrada na Bahia). Entre os anos
2010 a 2016 não houve identificação da espécie de interesse zoonótico, nem quantificado o total de
flebotomíneos capturados o que dificultou a construção da avaliação. A queda brusca entre os anos de
2019 e 2020 pode ser atribuída à redução da oferta dos serviços durante o primeiro ano da pandemia
de Covid-19.

Tabela 19. Índice de infestação de flebotomíneos da espécie L. longipalpis nas áreas vulneráveis em Salvador,
2010 a 2020.
Número de
flebotomíneos da espécie Total de flebotomíneos Índice de infestação de flebotomíneos
Ano
L. longipalpis capturados da espécie L. longipalpis
capturados
2010 0 - 0,00%
2011 0 - 0,00%
2012 0 - 0,00%
2013 0 - 0,00%
2014 0 - 0,00%
2015 0 - 0,00%
2016 0 219 0,00%
2017 1 454 0,22%
2018 9 733 1,23%
2019 30 463 6,48%
2020 1 56** 1,79%
Fonte: SMS/DVIS/CCZ. * Entre os anos de 2010 a 2015 não foi possível localizar o número de captura de
flebotomíneos. ** Primeiro ano da pandemia Covid-19.

112
Na tabela 20, pode-se visualizar a prevalência da LVC e sua respectiva variação entre os anos
de 2010 e 2020 nas áreas vulneráveis (bairros limítrofes com os municípios de Lauro de Freitas e
Simões Filho). A população canina estimada é calculada com base no Manual do MS para Vigilância
e Controle da Leishmaniose Visceral, edição de 2006, onde é descrito que cada quarteirão possui uma
média de 16 cães. Nos anos de 2010, 2013, 2015, 2016 e 2017 a metodologia do inquérito sorológico
ocorreu com um número de bairros maior que o habitual, objetivando avaliar a extensão do “cinturão”
limítrofe, o que aumentou consideravelmente a população estimada dos respectivos anos.

Tabela 20. Prevalência da Leishmaniose Visceral Canina em áreas vulneráveis de Salvador, 2010 a 2020.

População canina Prevalência da LVC (positivos/população


Cães positivos das
ANO estimada na área estimada inquérito sorológico em áreas
áreas vulneráveis
vulnerável vulneráveis)
2010 20832 22 0,11%
2011 1936 3 0,15%
2012 528* 8 1,52%
2013 17408 0 0,00%
2014 6320 2 0,03%
2015 28496 11 0,04%
2016 13856 4 0,03%
2017 13680 21 0,15%
2018 5696 3 0,05%
2019 10832 4 0,04%
2020 2000 11 0,55%
Fonte: SMS/DVIS/CCZ.
* Foi encontrado apenas um bairro de inquérito nos relatórios de 2012, tornando o valor do denominador muito mais baixo que os demais
anos avaliados.

2.4.4.3.5. Raiva
A campanha de vacinação antirrábica animal, não ocorreu em 2019 devido ao
desabastecimento nacional do imunobiológico que é utilizado para imunização de cães e gatos.
Entretanto, devido ao cancelamento da campanha, foi adotada uma estratégia com apoio da Secretaria
Estadual de Saúde- SESAB através de repasse de quantitativo mínimo necessário de vacinas, com
objetivo de manter a cobertura vacinal em áreas prioritárias. Nesta atividade, foram vacinados 49.269
animais (33.045 cães e 16.224 gatos).
Nas últimas três campanhas (2017, 2018 e 2020) foram vacinados uma média de 120.000 cães
e 55.000 gatos com taxas de cobertura variando em torno de 27% para caninos e 56% para felinos
(Gráfico 75). Essas taxas de coberturas foram calculadas de acordo com a estimativa recomendada
pela DIVEP/SESAB que considera a população canina 15% da população humana e a população de
felinos 22% da população de cães.

113
Gráfico 75. Número de animais vacinados e cobertura das campanhas de vacinação antirrábica canina e felina
em Salvador, 2010 a 2020.
140.000 70,00

120.000 60,00

100.000 50,00

80.000 40,00

60.000 30,00

40.000 20,00

20.000 10,00

0 0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Cães vacinados Gatos vacinados Cobertura canina (%) Cobertura felina (%)

Fonte: SEVIR/CCZ/SMS

O município de Salvador possui a oferta da vacina antirrábica durante o ano inteiro em 100
unidades de saúde distribuídas nos 12 Distritos Sanitários. Visando captar aqueles animais nascidos
fora do período das campanhas ou aqueles agredidos por animais silvestres. Aliado a esse incremento,
a SMS também realiza vacinação domiciliar, nas ilhas, regiões fronteiriças e em bairros com
ocorrência de positividade de raiva em quirópteros.
No ano de 2011, o serviço de vacinação de rotina foi interrompido devido ao desabastecimento
da vacina após a notificação de eventos adversos ocorridos nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo
relacionados à vacina Bio–Vet (RAI-PET®). Assim, o MS suspendeu o uso da mesma em todo
território nacional, conforme Nota Técnica n.º 161 /2010 – DEVEP/SVS/MS.

Gráfico 76. Número de animais vacinados contra a raiva na rotina em Salvador, 2010-2020.
60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

caninos felinos

Fonte: SEVIR/CCZ/SMS

114
Após o Compromisso de Ajuste de Conduta (CAC) nº 03/2004, firmado pela Prefeitura
Municipal de Salvador e o Ministério Público do Estado da Bahia, foi implantado em 2007 o programa
de castração de cães e gatos, mediante contrato de uma clínica veterinária para prestação do serviço,
como parte das ações de prevenção da raiva no âmbito municipal. Era pré-requisito que o animal a ser
castrado seja previamente vacinado contra a raiva. No mês de outubro de 2013 implantou-se o serviço
móvel de castração (Castramóvel). Os dados de castração animal entre 2010 e 2020 estão disponíveis
na tabela 20.
No mês de novembro de 2016 houve a expansão no número de clínicas veterinárias contratadas
pela SMS, passando de uma para quatro prestadoras do serviço. Essa ampliação possibilitou o aumento
do serviço para até 1.600 castrações por mês em Salvador, dos quais 600 procedimentos eram
realizados no Castramóvel e 1.000 nas clínicas (250 castrações por clínica), totalizando a possibilidade
de executar até 19.200 castrações por ano
Em outubro de 2018 o contrato com a empresa prestadora de serviços no Castramóvel expirou
e o serviço móvel de castração foi suspenso para readequação do equipamento e contratação de nova
prestadora de serviço. A suspensão do serviço móvel de castração perdurou durante o ano de 2019,
retornando no mês de janeiro de 2020 sob a gestão da Diretoria de Promoção à Saúde e Proteção
Animal (DIPPA) da SMS.
De 2007 a fevereiro de 2020 foram castrados 82.639 animais. Em março de 2020 a gestão dos
contratos com clínicas veterinárias para realização de castração animal no município de Salvador
passou a ser atribuição da DIPA, conforme publicado no DOM nº 7584, de 04/03/2020.

Tabela 21. Número de castrações realizadas na população animal (canina e felina) através do CCZ, 2010 a
2020*.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
Clínicas 1.760 2.485 2.860 2.657 3.281 4.103 4.781 10.575 9.107 8.703 1.214 51.526
Castramóvel 0 0 0 1.326 5.891 5.851 6.456 6.521 4.331 0 0 30.376
Total 1.760 2.485 2.860 3.983 9.172 9.954 11.237 17.096 13.438 8.703 1.214 81.902
Fonte: SEVIR/CCZ.

Nos últimos anos, Salvador registrou positividade para raiva em quirópteros (4%) e ausência
de casos em cães e gatos (Tabela 22). De 2010 a 2020 foram 14 amostras positivas, sendo um morcego
hematófago (Desmodus rotundos) em 2016.
No ano de 2017 foram coletadas e testadas, 223 amostras de primatas não humanos (PNH)
devido ao surto de febre amarela e dentre estas, uma amostra foi positiva para raiva mostrando a
relevância da vigilância da raiva também em animais silvestres. Em 2019 um equino abrigado na
Escola de Medicina Veterinária da UFBA, foi positivo para raiva no bairro de Ondina.
O monitoramento da circulação do vírus rábico pelo envio de amostras de animais
suspeitos ao LACEN, mantém a vigilância da raiva ativa o que possibilita uma rápida
intervenção em casos de positividade.

Tabela 22. Número de amostras encaminhadas para diagnóstico laboratorial da raiva e número de resultados
positivos por espécie e por ano, Salvador, 2010 a 2020.
%
Espécie Amostras Total
Positivos
animal
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Testadas 108 76 62 28 37 24 19 37 48 40 26 505
Canina 0
Positivas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

115
Testadas 0 0 0 10 13 14 13 28 51 63 35 227
Felina 0
Positivas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Testadas 0 0 0 0 1 4 1 223 211 69 14 523
PNH 0,4
Positivas 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2
Testadas 0 0 0 3 4 8 32 98 81 81 50 357
Quiróptero 4
Positivas 0 1 0 0 0 2 2* 3 4 1 1 14
Testadas 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
Raposa 0
Positivas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Testadas 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 2
Marsupial 0
Positivas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Fonte: SEVIR/CCZ/SMS *Um morcego hematófago

2.4.4.3.6. Acidentes por Animais peçonhentos


No Brasil, os acidentes com animais peçonhentos têm aumentado com o decorrer do tempo.
Analisando dados epidemiológicos (www.saude.gov.br), nos últimos dez anos houve um aumento 250%
no Brasil, e 260% no estado da Bahia. Em Salvador, ao contrário do que vem acontecendo nos últimos
anos no Brasil e na Bahia, houve uma redução no número de acidentes com animais peçonhentos

Gráfico 77. Número de acidentes animais peçonhentos, segundo espécie, Salvador, 2010 a 2020.
90

80

70

60

50

40

30

20

10

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Abelha Serpente Aranha Escorpião Lagarta Ignorado Outros

Fonte: SINAN.

O município identifica as áreas de ocorrência de acidentes com animais peçonhentos através


de notificações que chegam dos munícipes por demanda espontânea e pelo SINAN. Nos anos de 2010
a 2015, a maior parte dos casos notificados no SINAN não tinham a identificação do DS, porém
verifica-se uma importante melhora destes dados a partir de 2016, favorecendo a investigação dos
casos.

Tabela 23. Número de acidentes com animais peçonhentos nos distritos sanitários de Salvador, 2010 a 2020.

Distrito sanitário 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
Centro Histórico 0 0 0 0 0 3 1 2 0 5 2 13
Itapagipe 0 0 0 0 2 0 1 5 5 8 1 22

116
São Caetano/Valéria 1 2 6 3 8 4 10 15 16 9 11 85
Liberdade 1 0 1 1 6 3 13 7 6 14 6 58
Brotas 0 0 0 0 0 2 8 4 4 6 3 27
Barra/Rio Vermelho 1 0 1 0 0 0 5 10 15 10 5 47
Boca do Rio 0 0 0 0 0 0 2 9 7 7 10 35
Itapoan 0 0 0 0 3 3 10 17 12 26 12 83
Cabula/Beiru 0 1 2 2 0 1 24 21 23 28 19 121
Pau da Lima 0 0 0 1 0 1 10 8 25 23 15 83
Subúrbio
0 1 0 0 3 14 30 34 34 31 18 165
Ferroviário
Cajazeiras 1 0 0 0 3 2 14 23 17 13 19 92
Não classificados 297 363 297 228 133 143 50 34 28 25 9 1607
Total 301 367 307 235 158 176 178 189 192 205 130 2438

Fonte: SINAN
No período de 2010 a 2020 ocorreram 596 notificações de acidentes por escorpião, destes, 425
(71,3 %) não foram classificados segundo o Distrito Sanitário de ocorrência, o que impossibilita uma
análise da distribuição espacial desses acidentes, no entanto, percebe-se uma melhora na classificação
por DS destas notificações a partir de 2016.
Os registros de presença de escorpiões e as notificações de acidentes são atendidas, através da
inspeção zoosanitária, busca ativa, captura/coleta, orientações técnicas, identificação da espécie com
liberação do laudo. Quando ocorre reincidência da solicitação e da notificação do SINAN de uma área,
ela passa a ser priorizada e monitorada pelo PCEsc, conforme orientação da Secretaria de Vigilância
à Saúde.
O Setor de Educação e Mobilização Social (SEMOB/CCZ) vem atuando nos 12 Distritos
Sanitários implantando e intensificando propostas metodológicas para apoiar as ações de prevenção e
controle das zoonoses, das doenças vetoriais e dos acidentes por animais peçonhentos. São realizadas
palestras, rodas de conversa, atividades de arte-educação, treinamentos, exposição dialogada,
orientação com panfletos, divulgação em campanha, Pit stop, dentre outras ações acessíveis à
população e que levam em consideração a diversidade sociocultural de Salvador. Na pandemia de
COVID-19 houve redução das ações educativas presenciais e intensificação das mobilizações sociais,
bem como de abordagens educativas por telefone em atendimento às solicitações recebidas via 156
(Gráfico 78).

117
Gráfico 78. Ações de Educação popular e Mobilização social realizadas pelo CCZ, Salvador, 2013 a 2020.

Fonte: CCZ/SEMOB

2.4.4.4. Doenças transmissiveis


a) Tuberculose
A tendência de crescimento de casos novos de tuberculose TB nacional é semelhante ao que
ocorre no estado da Bahia, onde observa-se um aumento de casos entre 2017 e 2019 configurando
neste último ano 4.531 casos novos representando 30,5 casos novos por 100 mil habitantes. Salvador
ocupa o 7º lugar entre as capitais do país em número de casos novos de Tuberculose (2020) com dados
consolidados pelo Ministério da Saúde, representando 32,4% dos casos novos da Bahia, sendo
considerado um dos municípios prioritários pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose
Analisando os dados da região Nordeste, as três capitais com maior ocorrência de casos de
tuberculose são Fortaleza, seguida de Salvador e Recife, oscilando entre o segundo e terceiro lugar nos
últimos anos (Quadro 12).

Quadro 12. Número de Casos Novos de Tuberculose, todas as formas, por capital do Nordeste de Residência,
Salvador/BA 2010 a 2020.

Capital de residência 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fortaleza 1695 1691 1567 1466 1422 1447 1564 1563 1627 1604 1335
Recife 1528 1503 1599 1555 1499 1443 1553 1550 1379 1370 1316
Salvador 1999 1847 1816 1747 1742 1596 1559 1529 1464 1470 1215
São Luís 577 645 569 589 540 621 688 674 766 736 710
Natal 376 395 364 424 356 350 347 455 481 415 429
Maceió 498 492 489 515 511 457 481 463 530 441 390
João Pessoa 323 334 387 392 377 364 293 365 431 377 287
Teresina 264 259 270 282 248 214 264 231 252 251 228
Aracaju 183 200 181 201 183 217 215 235 236 226 225
Fonte: Brasil, 2021a

Em Salvador o coeficiente (taxa) de incidência de tuberculose oscila entre 74,5 por 100.000
habitantes em 2010 a 53,4 por 100.000 habitantes em 2019 (Gráfico 76). Observa-se uma queda

118
progressiva desse indicador no município, entretanto, no ano de 2020, em função da Pandemia de
COVID-19, a queda do indicador pode estar associada tanto às alterações no atendimento à população
e mudanças no processo de trabalho das unidades quanto à diminuição da procura por atendimento da
população.
Salvador não acompanha a tendência do aumento do número de casos observados em algumas
capitais do Nordeste, porém é possível que esteja ocorrendo uma subnotificação de casos no Sinan.
Estudo realizado em 2018 pelo setor de Agravos da VE desta secretaria, ao analisar os resultados
positivos das culturas para Micobacterium tuberculosis e pareamento com o SINANNET, encontrou-
se uma subnotificação no Sinan de 110 casos referentes ao ano de 2018. Considerando estes, como
casos novos, o número de casos de 2018 passa de 1.538 para 1.648, configurando, portanto, tendência
de acréscimo da incidência que não estava evidenciada.
Importante acrescentar que historicamente Salvador não atinge a meta de 85% de cura dos
casos novos notificados, indicador que estabelece quebra da cadeia de transmissão e redução dos casos
de tuberculose.

Gráfico 79. Número de Casos e Taxa de Incidência de tuberculose, todas as formas, Salvador, 2010 a 2020.
2500 100,0

Taxa Incidência por 100.000 hab


1993
2000 1824 1809 1778 1789 80,0
1642 1605 1588 1538
1533
1500 1314 60,0
Nº casos

1000 40,0

500 20,0

0 0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nº Casos Novos Taxa Inc

Fonte: SINANNET

Os Distritos Sanitários com maior número absoluto de casos em 2019 foram Cabula/Beiru
(DSCB), São Caetano Valéria (DSSCV) e Subúrbio Ferroviário (DSSF) e, quando o risco de adoecer
é analisado, os valores dos Distritos os maiores coeficientes de Incidência foram São Caetano Valéria,
Centro Histórico e Cabula/Beiru (Quadro 13).
Os Distritos que registram o maior risco de adoecer por TB em Salvador coincidem com
aqueles que apresentam uma concentração de população em situação de vulnerabilidade como DSCB
onde estão instaladas unidades prisionais e o DSCH onde há uma presença maior de pessoas em
situação de rua. Observa-se que o DSSCV está na lista entre os três distritos com maior carga da doença
e maior incidência.

119
Quadro 13. Número de casos novos e coeficiente de incidência de tuberculose, todas as formas, por distrito
sanitário, Salvador, 2010 a 2020.
Distrito Sanitário 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef N° Coef
Centro Histórico 83 111,3 73 96,7 60 78,3 69 86,5 83 103,9 65 82,8 58 73,5 49 60,5 56 73,0 58 75,2 56 72,2
Itapagipe 138 85,0 137 83,2 118 71,1 100 57,1 151 85,1 104 58,7 96 52,7 106 59,7 102 57,7 108 61,4 96 55,4
S. Caetano/Valeria 273 105,3 248 94,9 249 94,7 204 72,8 218 77,7 203 72,2 220 76,8 214 74,9 194 69,8 214 76,3 164 58,3
Liberdade 175 97,5 166 91,9 163 88,6 159 81,2 141 73,5 153 76,1 127 62,9 117 58,6 101 52,2 105 53,0 101 52,7
Brotas 130 62,5 113 53,7 96 46,1 127 57,5 108 47,6 109 48,2 78 35,4 94 41,9 97 43,8 96 43,1 73 33,7
Barra/ RV/Pitub 194 56,4 176 50,7 195 55,9 209 56,9 189 51,7 161 42,7 179 47,6 162 42,8 124 33,4 155 42,3 118 31,7
Boca do Rio 69 54,6 61 47,2 61 46,9 59 43,3 55 40,9 46 34,8 49 36,0 50 35,9 57 39,3 49 33,9 45 33,8
Itapoan 90 35,6 90 34,1 123 47,7 101 36,7 122 43,1 91 32,2 85 28,4 109 39,1 107 40,4 95 32,8 91 33,0
Cabula/Beiru 335 85,8 308 79,0 290 73,4 294 70,7 257 60,9 283 66,0 264 61,8 266 62,2 252 61,2 267 63,7 222 53,3
Pau da Lima 152 69,0 137 61,3 139 62,3 130 55,2 134 56,1 132 55,3 153 63,7 134 54,3 131 56,1 107 46,4 93 39,0
Sub. Ferroviario 265 82,0 236 72,8 236 72,0 231 65,4 234 66,4 229 63,7 213 59,7 225 62,7 246 70,6 210 60,2 158 45,2
Cajazeiras 103 64,1 96 58,1 90 54,6 99 57,2 77 44,6 81 45,5 92 51,0 64 35,3 78 44,8 81 46,9 80 45,5
Fonte: SINANNET

Na análise de número absoluto dos óbitos, por TB, estratégia de avaliação atual da OMS, em
2019 o Brasil apresentou 4.532 óbitos e a Bahia 318 (Brasil, 2021). Salvador representou 27,0% dos
óbitos por tuberculose do estado., utilizando-se a mesma base de dados (DATASUS) que o MS usou
para o cálculo dos gráficos contidos no documento “Apresentação sobre os principais indicadores da
tuberculose. Maio 2021”.
Em Salvador, observa-se pequena variação em números absolutos ao longo dos anos, e
analisando o coeficiente de mortalidade (3,2 por 100 mil hab) percebe-se valores elevados em relação
ao Brasil (2,2 óbitos/ 100 mil hab.) e ao estado da Bahia (2,1 óbitos/100 mil habitantes).

Gráfico 80. Número de óbitos e Taxa de Mortalidade por Tuberculose, Salvador, 2010 a 2020.
160 5,0

Taxa de Mortalidade por 100.000 hab


140
4,0
120
Nº de Óbito

100 3,0
80
60 2,0
40
1,0
20
0 0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano do Óbito

Nº de óbitos Taxa de Mortalidade


Fonte: SINANNET e SIM.

Assim como em todo o mundo, a tuberculose em Salvador ocorre predominantemente nos


homens, principalmente a partir do ano de 2016, quando observa-se uma diferença maior em número
de casos e de coeficiente de incidência entre homens e mulheres (Quadro 14).
Em relação à idade, os grupos com maior risco de ocorrência doença estão na faixa etária de
adulto de 20 a 64 anos, porém na análise do coeficiente de incidência, observa-se que nas faixas etárias
de maiores de 80 anos há risco aumentado ao longo do período estudado, refletindo a ocorrência em
populações com o sistema imunológico mais vulnerável ou com comorbidades.

120
As faixas etárias de 15 a 19 anos e 65 a 79 anos apresentam números absolutos semelhantes,
embora o risco de adoecimento seja maior no grupo etário de 65 a 79 anos

Quadro 14. Número de casos novos, percentual e coeficiente de incidência de tuberculose por sexo, Salvador,
2010 a 2020.
Ano Diagnóstico Ignorado Masculino Feminino Total
Nº % população Coef Incid Nº % população Coef Incid
2010 0 1203 60,3 1248897 96,3 792 39,7 1426759 55,5 1995
2011 0 1115 61,0 1257275 88,7 713 39,0 1436331 49,6 1828
2012 2 1116 61,7 1265378 88,2 690 38,2 1445590 47,7 1808
2013 1 1139 63,9 1345990 84,6 643 36,1 1537682 41,8 1783
2014 0 1086 60,9 1354981 80,1 698 39,1 1547946 45,1 1784
2015 0 1015 61,7 1363458 74,4 630 38,3 1557629 40,4 1645
2016 0 1001 62,7 1371392 73,0 596 37,3 1566700 38,0 1597
2017 0 979 61,6 1378809 71,0 609 38,4 1575177 38,7 1588
2018 0 987 64,2 1333697 74,0 550 35,8 1523632 36,1 1537
2019 0 968 63,3 1340699 72,2 562 36,7 1531648 36,7 1530
2020 0 863 65,7 1347396 64,0 451 34,3 1539302 29,3 1314
Fonte: SINANNET

Quadro 15. Número de casos novos e coeficiente de incidência de tuberculose, todas as formas, por faixa
etária, Salvador, 2010 a 2020.
Ano Diagnóstico <1 Ano 01 a 04 05 a 09 10 a 14 15 a 19 20 a 34 35 a 49 50 a 64 65 a 79 80 e+
Nº Coef Nº Coef Nº Coef Nº Coef Nº Coef Nº Coef Nº Coef Nº Coef Nº Coef Nº Coef
2010 9 27,4 11 8,3 15 8,4 23 11,0 134 61,9 731 91,3 558 94,2 396 113,5 104 80,7 14 39,5
2011 15 43,7 14 10,6 10 5,6 27 12,8 101 46,3 658 81,6 478 80,1 388 110,5 108 83,3 29 81,3
2012 10 28,9 8 6,0 8 4,4 18 8,5 134 61,1 605 74,6 503 83,8 365 103,2 129 98,8 28 78,0
2013 6 17,0 6 4,2 10 5,2 25 11,1 134 57,4 579 67,1 526 82,4 350 93,1 127 91,5 20 52,4
2014 12 33,7 5 3,5 11 5,7 15 6,6 115 48,9 626 72,1 496 77,1 383 101,2 102 73,0 19 49,4
2015 11 30,7 4 2,8 6 3,1 22 9,6 120 50,8 495 56,6 491 75,9 352 92,4 124 88,2 20 51,7
2016 8 22,2 4 2,8 4 2,0 25 10,9 125 52,6 539 61,3 426 65,5 314 82,0 124 87,7 28 72,0
2017 6 16,5 6 4,1 2 1,0 17 7,4 117 48,9 498 56,3 455 69,5 312 81,0 145 102,0 30 76,7
2018 3 8,6 4 2,8 8 4,2 25 11,2 109 47,1 505 59,1 424 67,0 331 88,8 105 76,3 23 60,8
2019 4 11,3 6 4,2 12 6,3 12 5,4 106 45,6 440 51,2 456 71,7 336 89,7 132 95,4 26 68,4
2020 5 14,1 6 4,2 5 2,6 12 5,3 63 27,0 400 46,3 428 66,9 265 70,4 107 77,0 23 60,2
Fonte: SINANNET

Quadro 16. Casos Novos de Tuberculose por forma, Salvador, 2010 a 2020.
Ano Diagnóstico PULMONAR EXTRAPULMONAR PULMONAR + EXTRAPULMONAR Total
Nº % Nº % Nº %
2010 1679 84,2 269 13,5 47 2,4 1995
2011 1542 84,4 248 13,6 38 2,1 1828
2012 1503 83,1 269 14,9 36 2,0 1808
2013 1480 83,0 260 14,6 43 2,4 1783
2014 1492 83,6 249 14,0 43 2,4 1784
2015 1370 83,3 224 13,6 51 3,1 1645
2016 1304 81,7 245 15,3 48 3,0 1597
2017 1291 81,3 244 15,4 53 3,3 1588
2018 1284 83,5 214 13,9 39 2,5 1537
2019 1284 83,9 212 13,9 34 2,2 1530
2020 1103 83,9 168 12,8 43 3,3 1314
Fonte: SINANNET

No que tange aos casos de coinfecção, na série histórica de 2010 a 2020, considerando apenas
os casos novos de TB notificados no Sinan-TB com informação “positivo” sobre o HIV, o dado variou
de 7,8% em 2010 a 9,3% em 2020.

121
Gráfico 81. Percentual de casos com Teste HIV realizados e Testes HIV Positivos (Coinfecção) nos Casos
Novos de Tuberculose, Salvador, 2010 a 2020.
100

80 70,5 71,8 72,8


67,3 65,5 65,1
61,9
Percentual

60
39,3 39,0 42,0
40 31,5

20 9,2 10,2 9,3


7,8 6,2 6,7 7,6 8,9 8,4 8,6 8,4

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

% Realizados % Coinfecção
Fonte: SINANNET

Em municípios como Salvador, que possui equipamentos de teste rápido molecular, todos os
casos com teste positivo devem ser encaminhados para cultura com teste de sensibilidade. Entretanto,
o município não atinge esse indicador, variando entre 20,2% para 28,5% de realização do exame de
cultura entre os casos em retratamento para tuberculose, que apresentam alguma forma pulmonar.
Observa-se que entre os anos de 2015 e 2016 houve um acréscimo na realização de cultura,
resultado de um processo de atualização do SINANNET com base nos dados do Sistema Laboratorial
Municipal (LISNET) e das principais unidades notificadoras, como o Hospital Especializado Octávio
Mangabeira, o que pode configurar falta na atualização dos resultados no sistema de informação.

Gráfico 82. Percentual de Cultura realizada entre os casos de retratamento de tuberculose, forma pulmonar,
Salvador, 2009 a 2019.
100

80

60
48,7 47,6
%
38,7 38,6
40 34,2
28,5
20,2 23,1 18,2 20,4 19,9
20

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: SINANNET
Obs: Os dados foram tabulados até o ano de 2019 pois o resultado da cultura demora até 60 dias, o que prejudica
a análise em relação aos demais anos.

O diagnóstico e o tratamento da tuberculose devem ser realizados prioritariamente na Atenção


Básica. Entre 2013 e 2020 houve um aumento de 59% de unidades básicas com e sem Estratégia de
Saúde da Família com o Programa de Controle da Tuberculose implantado, 88 e 140 respectivamente.

122
Para o diagnóstico bacteriológico as amostras são coletadas nas UBS e processadas no
Laboratório Municipal. Em 2014 foi implantado o Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-
TB) em substituição da baciloscopia como principal exame diagnóstico da tuberculose. A baciloscopia
continua sendo o exame realizado para o controle do tratamento.
A incorporação dessa nova tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS) foi um ganho
importante, pois o teste detecta o Mycobacterium tuberculosis e indica se há resistência à rifampicina
(um dos medicamentos utilizados no esquema básico de tratamento), em aproximadamente duas horas.
Gráfico 83. Situação de Encerramento dos Casos Novos de Tuberculose pulmonar, com confirmação
laboratorial, Salvador, 2009 a 2019.

100,0
Percentual

80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Transferência 17,5 18,2 17,1 15,6 16,0 16,8 15,3 11,8 11,7 13,7 12,5
Óbito 4,3 3,9 3,0 3,5 3,4 3,6 5,3 3,7 3,4 3,8 4,6
Abandono 7,8 9,3 9,4 11,1 11,8 10,2 10,8 14,1 14,1 13,5 11,0
Cura 68,2 66,9 67,4 64,0 67,1 67,3 66,1 68,7 68,3 64,0 62,5
Ign/Branco 2,2 1,7 3,0 5,7 1,8 2,1 2,5 1,7 2,5 5,0 9,4

Ign/Branco Cura Abandono Óbito Transferência

Fonte: SINANNET
Obs1: Dados tabulados até 2019 pois trata-se de uma doença de tratamento prolongado de até um ano. Dados de
2020 não podem ser analisados até o momento de produção desta análise.
Obs 2: Dados referentes aos óbitos não são contabilizados para elaboração de taxa/coeficiente de mortalidade.
Esta informação é obtida pelo sistema SIM – Sistema Sobre Mortalidade.

Salvador possui um percentual baixo de realização de tratamento diretamente observado ao


longo da série histórica, com 3,7% de T.D. O. realizado em 2019, inferior à média nacional de 34,9%
(BRASIL,2021).

Gráfico 84. Percentual de Tratamento Diretamente Realizado nos casso novos de Tuberculose, todas as formas,
Salvador, 2009 a 2019.

30,0
25,3
25,0 22,9
19,2
20,0
Percentual

15,8
15,0 11,0
10,0
3,2 3,4 3,0 3,7 3,7
5,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: SINANNET

123
Obs1: Dados tabulados até 2019 pois trata-se de uma doença de tratamento prolongado de até um ano. Dados de
2020 não podem ser analisados até o momento de produção desta análise.

Após 2010, a ampliação das indicações ao tratamento da infecção latente para todos os
contatos foi arrefecida em virtude da descontinuidade do insumo PPD (Derivado Proteico Purificado)
que é disponibilizado pelo Ministério da Saúde, por questões de dificuldades de aquisição pela
diminuição da produção internacional.
Apesar desta dificuldade em relação ao PPD, a média nacional de contatos examinados foi de
63,4%. Entretanto, observa-se que Salvador apresentou um percentual de 21,9%, valor muito inferior
ao encontrado nacionalmente (BRASIL, 2021a).

Gráfico 85. Percentual de Contatos Examinados entre os contatos identificados dos casos novos de tuberculose,
Salvador, 2010 a 2020.
100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

50,0

40,0 32,5 32,0 31,9 32,2 31,9 34,2 34,0


27,5 29,4 29,0
30,0 21,9
20,0

10,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SINANNET

d) Hanseníase
Entre os anos de 2010 a 2020, Salvador registrou 3.259 casos novos de hanseníase na
população geral, e 226 casos na população de 0 a 14 anos, o que corresponde a 6,9% do total de casos.
A taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase na população geral apresentou comportamento
oscilante no período, entre os níveis “alto” (10,00 a 19,99 casos/100 mil hab.) a “médio” (2,00 a 9,99
casos/100 mil hab.), com tendência de declínio (Gráfico 88). Em 2010, o município apresentou a maior
taxa de detecção geral, com 14,54 casos novos por 100 mil habitantes, enquanto que o ano de 2020
registrou a taxa de 6,1 casos novos (Gráfico 88).
Apesar da taxa de detecção de casos novos nos menores de 15 anos apresentar tendência de
redução, o município manteve-se neste período entre os parâmetros considerados “muito alto” (5,00 a
9,99 casos/100 mil hab.) a “alto” (2,50 a 4,99 casos/100 mil hab.) para esta faixa etária. Em 2010 a
taxa apresentou o valor máximo de 6,33 casos novos por 100 mil habitantes, com pequenas variações
nos anos subsequentes.
O menor valor foi observado em 2020, com 1,84 casos novos por 100 mil habitantes (Gráfico
86). No entanto, estas taxas de detecção observadas estão sendo influenciadas pela emergência
sanitária advinda da pandemia da Covid 19 e o desabastecimento dos medicamentos para o tratamento
da hanseníase no Brasil ocorrida durante o referido ano.

124
Gráfico 86. Taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase, na população geral e na população de zero a
14 anos, por 100.000 habitantes, Salvador, 2010 a 2020.
16,00
14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
População geral 14,54 13,66 12,25 9,40 12,64 10,72 10,69 9,99 9,34 8,98 6,10
População de zero a 14 anos 6,33 5,75 4,28 3,36 2,67 3,81 2,80 2,95 2,54 3,00 1,84

Fonte: SINANNET
Parâmetros população geral: Baixo < 2,00/100.000 hab.; Médio 2,00 a 9,99 / 100.000 hab.; Alto 10,00 a
19,99/100.000 hab.; Muito alto 20,00 a 39,99 por 100.00 hab.; Hiperendêmico ≥ 40,00 por 100.00 hab.
Parâmetros população de zero a 14 anos: Baixo < 0,50/100.000 hab.; Médio 0,50 a 2,49/100.000 hab.; Alto 2,50
a 4,99/100.000 hab.; Muito alto 5,00 a 9,99/100.000 hab.; Hiperendêmico ≥10,00/100.000 hab.

Embora se verifique ao longo destes 10 anos uma redução na taxa de detecção de casos novos
na população geral e em menores de 15 anos em Salvador, a análise mais atenta dos dados é sugestiva
de que este declínio não significa necessariamente diminuição da magnitude e tendência da doença,
considerando-se a manutenção de ocorrência de casos em menores de 15 anos, é indicativo da
precocidade e intensidade da exposição ao bacilo e da existência de focos de transmissão ativa da
doença, padrão não esperado em locais onde há declínio da endemia, além do fato de que em Salvador
a taxa de detecção nessa faixa etária, apesar do declínio verificado no período, permanece alta.
No intervalo de 2010 a 2020, casos novos de hanseníase ocorreram em todos os distritos
sanitários (DS). Observa-se que os distritos Subúrbio Ferroviário, Itapuã, São Caetano/Valéria e
Cajazeiras foram os que apresentaram as maiores taxas de detecção em todo o período, cujos
parâmetros apontam para “muito alta” e “alta” endemia quanto a população geral, e para
“hiperendemia” e “muito alta endemia” para a população de zero a 14 anos. Estes distritos têm
concentrado historicamente os registros mais elevados de casos novos de hanseníase na população
geral e infantil de Salvador, evidenciando forte presença de fontes ativas da doença e dificuldade na
sua eliminação. Na situação oposta encontram-se os distritos Boca do Rio, Brotas e Barra/Rio
Vermelho, que têm apresentado os menores valores (Tabelas 24 e 25).

Tabela 24. Taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase, na população geral, por Distrito
Sanitário, Salvador, 2010 a 2020.
Distrito
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Residência
Centro Histórico 8,35
2,76 6,87 5,16 5,13 3,82 7,6 3,78 5,21 6,48 9,03
Itapagipe 13,55
18,35 20,05 17,71 15,32 15,23 9,53 15,06 9,22 6,88 8,56
São 19,03
Caetano/Valéria 17,75 21,47 12,97 23,27 13,87 14,15 16,18 9,46 14,83 7,92
Liberdade 6,13
7,75 7,7 5,17 9,76 5,1 4,57 6,56 4,18 9,86 2,58
Brotas 7,38
9,77 1,46 3,19 4,53 3,15 3,58 2,67 2,76 3,67 1,82
Barra/Rio 5,31
Vermelho 9,09 7,28 3,29 4,35 5,14 4,84 3,74 5,53 3,02 1,91
Boca do Rio 2,37
8,65 7,03 2,94 3,65 6,53 5,05 5,02 3,71 5,16 2,2

125
Itapuã 23,58
19,45 19,33 12,98 19,52 16,11 20,38 18,1 16,47 19,73 10,37
Cabula/Beiru 12,44
9,53 9,72 7,21 7,41 10,92 7,08 8,69 9,22 6,52 6,49
Pau da Lima 6,4
6,81 10,83 10,61 8,01 7,54 7,5 4,56 5,14 6,39 3,39
Subúrbio Ferrov. 28,56
21,89 14,71 15,84 22,61 18,48 20,36 16,59 16,86 10,12 7,77
Cajazeiras 26,41
23,74 13,65 7,0 15,07 12,67 12,03 10,25 18,84 9,96 9,33
Salvador 14,54 13,66 12,25 9,40 12,64 10,72 10,69 9,99 9,34 8,98 6,10

Fonte: SINANNET.
Parâmetros população geral: Baixo < 2,00/100.000 hab.; Médio 2,00 a 9,99 / 100.000 hab.; Alto 10,00 a
19,99/100.000 hab.; Muito alto 20,00 a 39,99 por 100.00 hab.; Hiperendêmico ≥ 40,00 por 100.00 hab.

Tabela 25. Taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase, na população de zero a 14 anos, por
Distrito Sanitário, Salvador, 2010 a 2020.

Distrito
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Residência
Centro Histórico 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8,84
Itapagipe 0 6,15 3,06 5,75 2,86 2,84 2,82 2,81 2,9 0 0
São 6,7 8,32 8,26 4,66 7,72 9,2 4,57 7,58 3,14 5 1,55
Caetano/Valéria
Liberdade 2,84 0 0 5,28 5,24 5,21 5,18 0 0 5 0
Brotas 5,47 2,72 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Barra/Rio 1,9 0 0 0 1,76 3,49 0 0 0 0 0
Vermelho
Boca do Rio 0 0 4,45 0 0 0 0 4,08 0 0 0
Itapuã 18,11 1,8 14,3 8,4 8,35 8,3 9,9 9,84 10,18 14 6,72
Cabula/Beiru 2,39 4,74 2,35 2,21 0 2,19 2,17 0 0 1 2,21
Pau da Lima 2,01 7,98 3,96 3,73 0 1,84 0 1,82 0 0 0
Subúrbio Ferrov. 11,66 14,16 6,39 3,61 1,19 3,56 2,36 1,17 4,85 0 1,2
Cajazeiras 13,21 10,5 0 2,45 2,43 2,42 2,41 7,18 4,95 10 2,45
Salvador 6,33 5,75 4,28 3,36 2,67 3,81 2,80 2,95 2,54 3,0 1,84
Fonte: SINAN.
Parâmetros população de zero a 14 anos: Baixo < 0,50/100.000 hab.; Médio 0,50 a 2,49/100.000 hab.; Alto 2,50
a 4,99/100.000 hab.; Muito alto 5,00 a 9,99/100.000 hab.; Hiperendêmico ≥10,00/100.000 hab.

Em relação a classificação operacional, entre 2010 a 2020, a classificação multibacilar


prevaleceu em todos os anos em Salvador e em todos distritos sanitários, apresentando 61,5% de casos
novos diagnosticados no município no período. Verifica-se tendência simultânea de redução de casos
novos diagnosticados com classificação operacional paucibacilar, e de aumento de casos
multibacilares na cidade (Gráfico 87). A maior presença de formas multibacilares é indicativo de
diagnóstico tardio, sugerindo deficiência dos serviços de saúde (COSTA et al., 2019).

126
Gráfico 87. Percentual de casos novos de hanseníase na população geral, segundo classificação operacional,
conforme tendência. Salvador – Ba, 2010-2020.
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
% PAUCIBACILAR 41,4 41,6 32,5 40,2 32,4 35,9 33,9 29,6 27,7 29,4 34,9
% MULTIBACILAR 58,6 58,4 67,5 59,8 67,6 64,1 66,1 70,4 72,3 70,6 65,1

Fonte: SINANNET. Acesso em: 04/2021.

Quanto à forma clínica, observa-se entre os anos de 2010 a 2020 o predomínio de notificações
da forma dimorfa (41,5%), seguida das formas tuberculoide (25,2%), virchowiana (16%) e
indeterminada (10,9%). Infere-se que dentre as formas clínicas a dimorfa é a mais transmissível e
potencialmente incapacitante (BRASIL, 2018a). Indivíduos com a forma clínica virchowiana, sem
tratamento, representam importantes focos infecciosos da doença.
O somatório da forma virchowiana e dimorfa (57,5%), compõem a classificação operacional
multibacilar, e representam sinal de alerta para o serviço de saúde do município, uma vez que
representam o predomínio das formas mais contagiantes, potencialmente incapacitantes e
identificadas tardiamente, o que reflete a presença de pessoas com a hanseníase ativa e não
diagnosticadas precocemente (VELÔSO, 2018), assim como possível existência de condições
sanitárias favoráveis a manutenção da cadeia epidemiológica de transmissão do M. leprae (COSTA et
al., 2019).
Sobre a frequência casos novos, segundo o número de lesões, para o período entre 2010 a
2020, foi observada uma maior proporção de casos com mais de cinco lesões, com 41% do total,
resultado que pode ser relacionado ao predomínio da classificação operacional multibacilar (dimorfa
e virchowiana).
Em relação ao modo de entrada, houve o predomínio de casos novos, com 85,8% do total. No
que se refere a proporção de casos novos segundo modo de detecção, observa-se uma maior proporção
dos modos de acesso que evidenciam a vigilância passiva, com maior percentual de casos detectados
por “encaminhamento” (53,3%) feitos por outras unidades de saúde para confirmação diagnóstica da
doença - casos suspeitos de hanseníase; seguido de “demanda espontânea” (20%) da população com
sinais e sintomas dermatológicos e/ou neurológicos aos serviços das unidades de saúde, que possuem
o serviços oferecidos através do PMCH.
Do total de casos novos, foram detectados 10,7% casos por exame de contatos, e 1,1% por
exame de coletividade. Assim, o resultado obtido aponta para a preponderância de realização de ações
curativas em detrimento das ações preventivas de saúde em hanseníase.
Quando analisada a proporção de casos novos de hanseníase segundo sexo, para o período de
2010 a 2020 foi observado a predominância do sexo feminino no município (53,1% do total). Quando
se faz o recorte por distrito sanitário, observa-se também a maioria dos casos novos no sexo feminino,
a exceção do distrito sanitário Centro Histórico (Tabela 26).

127
Tabela 26. Frequência e proporção de casos de hanseníase, segundo sexo, entre o total de casos novos
diagnosticados, na população geral, segundo local de residência. Salvador – Ba, 2010-2020.
Distrito Residência Masculino %M Feminino %F
Centro Histórico 26 53,1 23 46,9
Itapagipe 124 48,2 133 51,8
São Caetano/Valéria 217 46,6 249 53,4
Liberdade 64 48,5 68 51,5
Brotas 46 48,9 48 51,1
Barra/Rio Vermelho 85 45 104 55
Boca do Rio 34 49,3 35 50,7
Itapuã 243 46,8 276 53,2
Cabula/Beiru 178 45,8 211 54,2
Pau da Lima 84 46,9 95 53,1
Subúrbio Ferrov. 323 48,9 337 51,1
Cajazeiras 110 41,5 155 58,5

Salvador 1534 46,9 1734 53,1


Fonte: SINANNET. Acesso em: 04/2021.

Dos casos novos de hanseníase diagnosticados no período de 2010 a 2020 no município que
se autodeclararam quanto a sua raça/cor, a maior frequência foi observada entre os pardos, com 57,4%,
seguido dos pretos, que representaram 19,2%, e brancos, com 18,9% (Tabela 4). Considerando a
população negra, somatório de pardos e pretos, constata-se uma detecção mais elevada da doença
(76,6% dos casos novos) em comparação aos outros grupos, com os distritos sanitários Subúrbio
Ferroviário e São Caetano Valéria apresentando maiores proporções de casos novos entre negros, com
83% e 78,8%, respectivamente.
O predomínio de casos de hanseníase na população negra no município reproduz o contexto
histórico dessa população no Brasil, pois, além de representar a maioria da população, é a que mais
padece com as desigualdades em diversos aspectos da vida socioeconômica, inclusive o acesso aos
serviços de saúde no país (BRASIL, 2018a). Ressalta-se que o sistema de informação apresentou a
proporção de 3,9% de ignorado/Branco. Embora Salvador se apresente como uma cidade
essencialmente negra, no período avaliado, 0,1% se autodenominaram como descendentes de povos
indígenas (Tabela 27).

Tabela 27. Frequência e proporção de casos novos de hanseníase segundo raça/cor, conforme local de residência.
Salvador - BA, 2010-2020.
Distrito Residência Branca Preta Parda Indígena Tot. % % Preta % %
Branca Parda Indígena
Centro Histórico 17 8 22 1 49 34,7 16,3 44,9 2
Itapagipe 47 50 150 0 257 18,3 19,5 58,4 0
São Caet./Valeria 78 73 294 1 466 16,7 15,7 63,1 0,2
Liberdade 18 35 65 0 132 13,6 26,5 49,2 0
Brotas 32 11 46 0 94 34 11,7 48,9 0
Barra/Rio Vermelho 64 23 88 1 189 33,9 12,2 46,6 0,5
Boca do Rio 22 10 34 0 69 31,9 14,5 49,3 0
Itapuã 112 120 275 0 519 21,6 23,1 53 0
Cabula/Beiru 62 74 231 0 389 15,9 19 59,4 0
Pau da Lima 30 29 109 1 179 16,8 16,2 60,9 0,6
Subúrbio Ferrov. 91 154 394 0 660 13,8 23,3 59,7 0
Cajazeiras 46 41 167 0 265 17,4 15,5 63 0
Salvador 619 628 1875 4 3268 18,9 19,2 57,4 0,1
Fonte: SINANNET. Acesso em: 04/2021.

128
Para a variável escolaridade, no mesmo período, foi verificada uma maior proporção de
pessoas com ensino fundamental (incompleto e completo), que somado ao percentual de analfabetos,
perfazem 46,8% do total de casos. O perfil de baixa escolaridade e alta proporção de casos com
raça/cor da pele negra, reforça a influência de fatores socioeconômicos no acometimento pela doença.
Estudos têm revelado a associação entre altas taxas de detecção de hanseníase e fatores
socioeconômicos precários, como baixa escolaridade e alto índice de vulnerabilidade social (CASTRO
SANTOS et al., 2008; LOPES; RANGEL, 2014; BRASIL, 2018a). Destaca-se que a proporção de
14% dos casos novos do período consta como ignorado/Branco no sistema de informação para a
variável escolaridade, valor maior do que o quantitativo verificado para analfabeto, 4ª série completa
do Ensino Fundamental (EF), 5ª a 8ª série incompleta do EF, ensino fundamental completo, ensino
médio incompleto e educação superior.
Para o período entre 2010 a 2020, do total de 3.268 casos de hanseníase notificados, 3.056
casos foram avaliados no momento do diagnóstico quanto ao grau de incapacidade física,
correspondendo a 93,5% dos casos. Destes, 75,4% dos pacientes não apresentaram nenhum grau de
incapacidade física (Grau 0), enquanto 16,7% apresentaram grau 1 de incapacidade (GIF 1) e 8%
apresentaram grau 2 (GIF 2), que correspondem a crescentes graus de gravidade de incapacidade física
(Tabela 28).

Tabela 28. Frequência e proporção de casos novos de hanseníase com grau de incapacidade física, na população
geral, no momento do diagnóstico, conforme local de residência. Salvador, 2010-2020.

Distrito Grau % GIF % GIF % GIF %


Grau 0 Grau I Avaliados
Residência II 0 1 2 Avaliados
Centro Histórico 36 7 2 45 80 15,6 4,4 91,8
Itapagipe 189 36 16 241 78,4 14,9 6,6 93,8
São Caet./Valeria 350 58 35 443 79 13,1 7,9 95,1
Liberdade 93 19 16 128 72,7 14,8 12,5 97
Brotas 76 12 5 93 81,7 12,9 5,4 98,9
Barra/Rio
Vermelho 131 29 16 176 74,4 16,5 9,1 93,1
Boca do Rio 53 9 3 65 81,5 13,8 4,6 94,2
Itapuã 364 87 30 481 75,7 18,1 6,2 92,7
Cabula/Beiru 267 64 38 369 72,4 17,3 10,3 94,9
Pau da Lima 122 28 19 169 72,2 16,6 11,2 94,4
Subúrbio Ferrov. 436 126 41 603 72,3 20,9 6,8 91,4
Cajazeiras 186 34 23 243 76,5 14 9,5 91,7
Salvador 2303 509 244 3056 75,4 16,7 8 93,5
Fonte: SINANNET. Acesso em: 05/2021.

Quando analisada a proporção de casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física
no momento do diagnóstico, no período entre 2010 a 2020, o município manteve-se nos parâmetros
considerado pelo MS como “médio” (5,0 a 9,99%) a “alto” (≥ 10%) (Tabela 28). Ao analisar a série
histórica do indicador (Gráfico 3), considerando que o grau de incapacidade está relacionado com o
tempo de evolução da doença, o diagnostico tardio e as subnotificações, trazem comprometimento
físico, e consequente necessidade de o Sistema de Saúde oferecer tratamento e reabilitação física das
incapacidades, gerando despesas permanentes ao estado.

129
Tabela 29. Proporção de casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física (%), na população geral,
no momento do diagnóstico, conforme local de residência. Salvador, 2010-2020.

Distrito
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Residência
Centro Histórico 33,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Itapagipe 9,1 3,7 10 10 3,7 8,3 0 12 0 8,3 0
São
Caetano./Valeria 9,1 8,7 5,8 14,7 4,8 7,5 5,1 8,7 13 2,5 22,2
Liberdade 0 21,4 21,4 0 11,1 10 22,2 8,3 12,5 15 0
Brotas 13,3 0 33,3 0 0 0 0 0 16,7 0 0
Barra/Rio
Vermelho 0 0 21,7 30 6,7 11,1 5,9 0 5 0 42,9
Boca do Rio 0 0 0 0 0 11,1 0 14,3 0 0 0
Itapuã 2 2,2 13,3 0 11,3 4,8 9,8 4,2 14,3 2 5
Cabula/Beiru 4,4 8,6 5,6 6,9 22,6 8,9 10,3 10,8 14,3 15,4 9,1
Pau da Lima 0 7,1 4,5 20,8 15,8 17,6 0 36,4 8,3 6,7 0
Subúrbio Ferrov. 1,3 6,1 8,9 9,8 10,8 6,5 2,9 7,3 8 9,4 5,6
Cajazeiras 2,9 5,6 9,1 0 11,5 15 11,8 22,2 16,7 0 7,1
Salvador 4,4 5,5 9,9 9,3 9,9 8,4 6 9,7 10,8 5,9 9
Fonte: SINANNET. Acesso em: 04/2021. Parâmetros: Alto: ≥10%; Médio: 5 a 9,9%; Baixo: <5%

A análise conjunta das taxas de detecção e do grau 2 de incapacidade física é utilizada para o
monitoramento da tendência de detecção oportuna dos casos novos de hanseníase. Desse modo, para
o intervalo de 2010 a 2020, o declínio da taxa de detecção de casos novos, associado a tendência
crescente da proporção de grau 2 de incapacidade física no diagnóstico (Gráfico 88), sugere e ratifica
as hipóteses da existência de transmissão ativa do bacilo, diagnóstico tardio e subnotificação no
município.

Gráfico 88. Tendência da taxa de detecção e da proporção de grau 2 de incapacidade física de casos novos de
hanseníase no momento do diagnóstico. Salvador – BA, 2010-2020.
16
14
12
10
8
6
4
2
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
% GIF 2 4,4 5,5 9,9 9,3 9,9 8,4 6 9,7 10,8 5,9 9
Taxa de detecção por 100.000 h 14,5 13,7 12,3 9,4 12,6 10,7 10,7 10,0 9,3 9,0 6,1

Fonte: SINANNET. Acesso em: 04/2021.

Entre 2010 e 2020, no que se refere a proporção de casos novos de hanseníase com grau 1 e 2
de incapacidade física no momento do diagnóstico, as maiores frequências foram observadas nas faixas
situadas entre 20 e 64 anos (Gráfico 89), caracterizando a hanseníase como uma doença do “adulto

130
jovem” e “adulto” no município. Este resultado permite verificar que a parcela da população com
algum grau de incapacidade física na faixa etária concentra-se na população economicamente ativa,
influenciando questões socioeconômicas e acarretando impactos financeiros para estas pessoas. Entre
as faixas etárias extremas foi verificado também o registro de casos com GIF 1 e 2 (Gráfico 89).

Gráfico 89. Frequência de casos novos de hanseníase com grau 1 e 2 de incapacidade física, no momento do
diagnóstico, por faixa etária. Salvador – BA, 2010-2020.
170
180
160 138
140
120 96
100 73 80
80 56 60
60 35
40 15 11 17 12
20 0 0 1 0 0 1 3 9
0
<1ANO 1-4 5-9 10- 14 15 - 19 20 - 34 35 - 49 50 -64 65 - 79 80 =
ANOS ANOS ANOS ANOS ANOS ANOS ANOS ANOS OU>
ANOS

GIF 1 GIF 2

Fonte: SINANNET. Acesso em: 04/2021

PEDROSA et al. (2018) verificaram que crianças diagnosticadas com hanseníase tiveram pelo
menos um contato intradomiciliar positivo, das quais parte destes eram os avós, todos multibacilares.
ROCHA et al. (2020) consideram o contato com avós infectados como a fonte mais provável de
infecção nessas crianças com a doença. Assim, a busca de casos ativos no grupo populacional dos
idosos pode acelerar a detecção, o tratamento e, consequentemente, o bloqueio das fontes de infecção
da doença. Além disso, essa pesquisa propiciaria o entendimento das complicações, comorbidades e
interações medicamentosas em decorrência da doença nos idosos.
Devido ao longo período de incubação, a hanseníase é considerada uma doença do adulto,
entretanto, no período de 2010 a 2020 foram notificados em Salvador, um (01) caso com GIF 1 na
faixa etária de 1-4 anos, um (01) caso de GIF 2 na faixa etária de 05 a 09 anos, três (03) casos com
GIF 1, e nove (09) casos com GIF 2 entre crianças de 10 a 14 anos (Gráfico 90).
A ocorrência de crianças com grau 2 de incapacidade física é altamente preocupante pelos
danos psicossociais que podem causar, como a discriminação, a baixa autoestima e o estigma, ao tempo
em que indicam diagnóstico tardio, atraso na suspeição e na detecção de casos, sugerindo problemas
na efetividade das atividades para a detecção precoce de casos, na qualidade do atendimento nos
serviços de saúde e na baixa conscientização da comunidade.
Desde 2018 o Ministério da Saúde iniciou a vigilância dos casos de hanseníase em pacientes
na faixa etária de menores de 15 anos, com o objetivo de investigar as circunstâncias determinantes à
ocorrência de GIF 2 nesta faixa etária, e desenvolver e implementar ações de prevenção e redução do
diagnóstico tardio. Em Salvador, a vigilância dos casos de menores de 15 anos diagnosticados com
GIF 2 teve início em 2019 com a investigação de um caso novo notificado no DS Cajazeiras, processo
concluído em janeiro de 2020.
No terceiro quadrimestre de 2020, com a ocorrência de um novo caso nesta faixa etária
notificado no DS Itapagipe, deu-se início a mais uma investigação em setembro deste mesmo ano. A

131
investigação de casos em menores de 15 anos com GIF 2 se encerra conjuntamente a finalização do
tratamento de cada caso, contudo, medidas assistenciais que visem evitar complicações da doença
devem ser adotadas mesmo após o tratamento com a poliquimioterapia.

Gráfico 90. Percentual de casos novos de hanseníase residentes em Salvador, por tipo de Unidade de Saúde
Atual, conforme tendência. Salvador, 2010 a 2020.
80
70
60
50
40
30
20
10
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
UNIDADES HOSPITALARES DE
60,8 62,8 63,6 72,2 69,7 45 46 51 50,3 35,9 42,4
REFERENCIA
UNIDADES DE SAÚDE DA REDE
39,2 37,2 36,4 27,8 30,3 55 54 49 49,2 64,1 64,6
MUNICIPAL
Fonte: SINANNET. Acesso em: 04/2021.

Considerando-se o perfil epidemiológico na série histórica 2010 a 2020, a maioria dos


pacientes de hanseníase em Salvador foram mulheres (53,1%), negros (76,6%), com baixa
escolaridade (46,8%), casos novos da doença (85,78%), que chegam às unidades assistenciais por
encaminhamento (53,3%) e diagnosticados como multibacilares dimorfa (41,5%).
Pontua-se assim a necessidade de maior investimento para o fortalecimento do Programa
Municipal de Controle da Hanseníase, como a implantação de serviço de atenção secundária em
hanseníase e de dispensação de talidomida, e a ampliação da oferta de exames complementares, como
baciloscopia e biópsia em hanseníase.

2.4.4.5. Doenças Sexualmente Transmissiveis


a) Hepatites Virais
As hepatites virais (HV) são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, de
distribuição universal, que têm em comum o tropismo pelo fígado. Podem ser transmitidas por via
fecal-oral (vírus da hepatite A e E) e parenteral (vírus da hepatite B, C, D) (MS, 2020). Segundo a
OMS, as HV, principalmente B e C, causaram 1,34 milhão de mortes em 2015, número comparável às
mortes causadas por tuberculose e HIV (WHO, 2017).
As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente evoluem para formas
crônicas e não apresentam sintomatologia. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem
o devido diagnóstico. Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou
C, que estão disponíveis no SUS para toda a população. É importante ressaltar que todas as pessoas
precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatites. Populações mais
vulneráveis precisam ser testadas periodicamente (BRASIL, 2020b).

132
b) Hepatite B
A via primária de transmissão é a parenteral, por contato com sangue e hemoderivados. É
também transmitida por contato sexual e através da mãe infectada para o recém-nascido (durante o
parto ou no período perinatal). Grupos de alto risco incluem os usuários de drogas injetáveis,
homossexuais/heterossexuais com múltiplos parceiros.
A melhor forma e a mais eficaz de se prevenir contra a Hepatite B, ainda é por meio da
vacinação. As novas infecções pelo vírus B (HBV) estão diminuindo graças ao aumento da cobertura
vacinal entre crianças nas últimas décadas. A vacina contra a hepatite B (HBV) é universal, ou seja,
está disponível para todas as pessoas no SUS.

Gráfico 91. Taxa de detecção de Hepatite B (por 100.000/hab), Brasil, Salvador, Recife e Belo Horizonte,
2010 a 2020
14,00
12,00
10,00
8,00 8,30
6,92 6,82
6,00 5,62
4,96 5,48
4,89
4,00 4,17 4,30
2,71
2,00
1,39
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Brasil Recife Belo Horizonte Salvador

Fonte: Ministério da Saúde. Dados coletados em 05/05/2021.


Dados referentes a 2020 ainda não disponíveis no Site do Ministério da Saúde

Ao compararmos Salvador com o Brasil e com as capitais que tem o mesmo perfil
epidemiológico como Recife e Belo Horizonte, percebemos que Salvador registra dados inferiores ao
Brasil e Belo Horizonte até 2017 e inferiores a Recife até 2014; porém em curva ascendente; porém
em curva ascendente. No ano de 2019 assume taxas de detecção maiores que as capitais citadas e
maiores que o Brasil, tendo uma queda abrupta em 2020 provavelmente ocasionada pelo contexto
pandêmico. Como não temos dados do Ministério da Saúde relacionados as capitais no ano de 2020,
não poderemos estabelecer comparações vinculadas a esse referido ano.

133
Tabela 30. Taxa de detecção Hepatite B (por 100.000/hab.) por Distrito Sanitário, Salvador, 2010 a
2020.
Distrito Sanitário 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Historico 1,39 4,15 13,73 6,46 6,41 12,75 17,74 16,38 14,33 20,76 7,74
Itapagipe 4,31 1,83 4,25 5,71 2,27 4,51 3,36 2,79 5,77 8,04 2,85
Sao Caetano/Valeria 5,44 2,70 4,98 3,96 8,23 10,32 7,78 5,98 5,82 9,06 2,52
Liberdade 2,23 2,21 3,85 3,10 5,14 3,06 3,05 4,04 3,13 6,24 4,65
Brotas 4,92 4,89 6,80 4,56 5,44 8,11 5,82 3,56 4,15 8,72 2,28
Barra/Rio Vermelho/Pitub 3,25 1,17 4,08 3,29 2,45 6,22 4,30 5,88 5,25 6,33 4,65
Boca do Rio 3,96 3,15 4,69 9,55 9,49 9,43 9,37 8,60 5,93 5,91 6,60
Itapoan 4,80 1,98 2,37 4,82 4,79 7,32 4,37 4,71 7,11 7,83 6,67
Cabula/Beiru 3,89 3,09 3,33 3,85 3,58 4,51 5,66 5,40 7,77 11,12 5,04
Pau da Lima 3,20 1,36 3,61 6,79 4,21 7,96 2,08 4,97 6,42 6,82 3,81
Suburbio Ferroviario 5,90 3,70 3,06 5,47 2,86 5,97 6,50 5,34 10,17 7,53 2,59
Cajazeiras 2,52 3,12 1,86 4,08 8,11 5,76 5,15 5,13 7,07 5,28 4,66
Total 1,39 2,71 4,17 4,89 4,96 6,92 5,62 5,48 6,82 8,30 4,30
Fonte: Sinannet 24/04/2021

Considerando os casos de Hepatite B por distrito sanitário, observamos que houve um aumento
nas notificações ao longo da série histórica, provavelmente pela maior sensibilidade da vigilância
epidemiológica nos territórios, com um pico em 2019 e uma queda em mais de 50% nas notificações
no ano de 2020, muito provavelmente em decorrência da pandemia de Covid-19.

Gráfico 92. Taxa de detecção Hepatite B (por 100.000/hab.) por Sexo, Salvador, 2010 a 2020.
12,00

10,00

8,00

6,00

4,00

2,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Masculino Feminino

Fonte: Sinannet 24/04/2021

Ao longo da série estudada percebemos que o sexo masculino tem uma preponderância em
relação ao sexo feminino, mas não existem estudos que definam maior probabilidade do sexo
masculino em se infectar pelo vírus B. Podemos talvez relacionar com uma provável maior exposição
sexual dos homens em detrimento das mulheres.

134
Gráfico 93. Taxa de detecção de Hepatite B (por 100.000/hab.) por faixa etária, Salvador, 2010 a 2020
140,00

120,00

100,00

80,00

60,00

40,00

20,00

0,00
<1 Ano 01 A 04 05 A 09 10 A 14 15 A 19 20 A 34 35 A 49 50 A 64 65 A 79 80 e+

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Sinannet 24/04/2021

Quando analisamos o gráfico 94, percebemos que a faixa etária mais acometida é a faixa
sexualmente ativa, corroborando com o fato do vírus B ter caráter de uma infecção sexualmente
transmissível. Outra forma importante de infecção é através da transmissão vertical, contudo não
podemos classificar como casos de transmissão vertical as crianças notificadas abaixo de 1 ano, pois
para caracteriza-lo como transmissão vertical, a criança deverá ter 18 meses e exames específicos para
comprovação da transmissão.

Gráfico 94. Percentual de Hepatite B (por 100.000/hab.), segundo critério Raça/cor, Salvador, 2010 a 2020
60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Ign/Branco Branca Preta Amarela Parda Indigena

Fonte: Sinannet 24/04/2021

Ao realizar a análise do critério raça/cor, percebemos que o campo ignorado/branco concentra


a ocorrência dos registros apontando para a necessidade de um trabalho de conscientização dos
profissionais de saúde quanto ao preenchimento correto da ficha de notificação. Outro dado relevante
em relação a esse preenchimento é que, como esse critério é autodeclarado, as buscas e notificações
baseadas no prontuário dos pacientes não podem ter esse campo preenchido.
O campo “ignorado” foi o mais preenchido no que se refere a escolaridade dos indivíduos
notificados com hepatite B. O segundo campo mais preenchido em relação a escolaridade foi o ensino
médio completo em todos os anos da série histórica.

135
c) Hepatite C
A maior prevalência de hepatite C está entre pessoas que têm idade superior a 40 anos. A
forma mais comum de transmissão é a parenteral, por exposição percutânea direta ao sangue,
hemoderivados ou instrumental cirúrgico contaminado. Receptores de sangue e derivados, usuários de
drogas injetáveis, pacientes de hemodiálise e profissionais de saúde (vítimas de acidentes perfuro-
cortantes) apresentam alto risco de infecção pelo HCV.
A inserção dos antivirais de ação direta (DAA) para o tratamento da hepatite C no Sistema
Único de Saúde (SUS), em 2015, e a remodelação no modo de aquisição desses medicamentos, em
2019, permitiu a efetivação da universalização do acesso aos tratamentos na rede pública. Essas ações
tornaram-se marcos históricos rumo à eliminação da hepatite C no Brasil.

Gráfico 95. Taxa de detecção de Hepatite C (por 100.000/hab.), Brasil, Salvador, Recife e Belo Horizonte, 2010
a 2020.
25,00

20,00 19,42 19,28

15,00

11,13
10,00 9,50 10,11 10,12
8,96 8,70 9,32
7,82
5,94
5,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Rec ife Belo Horizonte Brasil Salvador

Fonte: Ministério da Saúde. Dados coletados em 05/05/2021.


Dados referentes a 2020 ainda não disponíveis no Site do Ministério da Saúde

Quando comparamos Salvador com o Brasil e a outras capitais de mesmo perfil epidemiológico,
percebemos que Salvador tem valores inferiores a taxa de detecção do Brasil e de Belo Horizonte até
o ano de 2017 e que registrou o aumento desta taxa em 2018 e 2019, pois era necessário que os
portadores de hepatite C fossem identificados, notificados e encaminhados para tratamento com
chances de cura acima de 95%.
Já quando comparamos com Recife, percebemos que a partir de 2014 Salvador tem taxas
superiores até o final da série histórica. O ano de 2020 há uma queda importante na taxa de detecção
e provavelmente associada a pandemia de covid-19.

136
Tabela 31. Taxa de detecção Hepatite C (por 100.000/hab.) por Distrito Sanitário, Salvador, 2010 a
2020.
Distr Resid 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Historico 11,13 22,11 16,48 27,11 25,65 31,86 32,94 26,47 70,36 57,09 30,95
Itapagipe 4,93 5,50 14,58 12,57 13,62 10,72 13,46 11,71 27,10 40,20 15,98
Sao Caetano/Valeria 8,16 4,24 5,75 9,37 8,59 8,89 8,14 10,20 18,19 17,03 7,92
Liberdade 7,25 6,64 11,00 15,00 9,76 9,19 13,70 9,59 24,53 20,27 10,85
Brotas 5,90 9,77 13,11 10,95 10,88 10,81 11,20 11,14 13,82 12,84 6,84
Barra/Rio Vermelho 7,67 4,69 8,74 8,76 4,35 6,76 9,67 9,62 24,31 18,44 6,29
Boca do Rio 8,71 10,22 11,72 10,28 10,94 11,60 10,09 18,64 21,50 20,67 8,07
Itapoan 4,80 2,78 6,31 9,64 7,74 6,22 7,28 8,33 19,09 19,01 6,67
Cabula/Beiru 5,44 5,66 4,35 5,29 7,64 5,70 8,97 8,45 11,41 14,74 12,25
Pau da Lima 5,94 3,63 4,96 8,06 5,90 7,96 5,83 5,80 11,13 13,22 4,24
Suburbio Ferroviario 2,17 4,32 5,21 6,34 7,73 6,54 7,07 7,03 14,24 16,21 8,06
Cajazeiras 5,66 3,75 3,10 7,00 4,64 6,91 12,03 11,96 20,02 14,66 5,83
Total 11,13 5,94 7,82 9,50 8,96 8,70 10,11 10,12 19,42 19,28 9,32
Fonte: Sinannet 24/04/2021

Quando estratificamos a taxa de detecção por distrito sanitário, percebemos que o distrito do
Centro Histórico tem taxas elevadas em todos os anos da série histórica. Acredita-se que o perfil
populacional da área do centro histórico é constituído por populações vulneráveis para a Hepatite C,
que incluem usuários de drogas, profissionais do sexo, pessoas em situação de rua, dentre outras, o
que justifica o aparecimento de taxas tão superiores que dos demais distritos.
É importante informar que a vigilância do Distrito tem papel fundamental para o surgimento de
taxas tão elevadas. Nos anos de 2018 e 2019 houve uma maior notificação em todos os distritos, pois
foi introduzido no Brasil a campanha de erradicação do vírus C através dos tratamentos com elevadas
taxas de cura.

Gráfico 96. Taxa de detecção de Hepatite C (por 100.000/hab.) por Sexo, Salvador, 2010 a 2020.
30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Masculino Feminino

Fonte: SINAN NET 24/04/2021

Ao longo da série estudada percebemos que o sexo masculino tem o predomínio dos dados,
mas não existem estudos que definam maior probabilidade do sexo masculino em se infectar pelo vírus
C, nem pelo vírus B. Podemos talvez relacionar esse evento com uma provável maior exposição sexual
dos homens em detrimento as mulheres.

137
Gráfico 97. Taxa de detecção de Hepatite C (por 100.000/hab.) por faixa etária, Salvador, 2010 a 2020.
800,00

700,00

600,00

500,00

400,00

300,00

200,00

100,00

0,00
<1 Ano 01 A 04 05 A 09 10 A 14 15-19 20-34 35-49 50-64 65-79 80 e+

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SINAN NET 24/04/2021

O Gráfico 98 registra o perfil silencioso do vírus C, pois o indivíduo contaminado pelo vírus
pode levar décadas sem manifestar a doença. Quando ele chega nos serviços de saúde, já chaga com a
doença em fases avançadas. É de vital importância que toda a população acima de 40 anos faça o teste
para verificar possível infecção pelo vírus e a partir desse momento serem encaminhadas para os
serviços especializados para iniciar tratamento.

Gráfico 98. Distribuição percentual de casos de Hepatite C (por 100.000/hab.) segundo raça/cor, Salvador,
2010 a 2020
60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Ign/Branco Branca Preta Amarela Parda Indigena

Fonte: SINAN NET 24/04/2021

A partir do gráfico 98, percebemos que pretos e pardos somados são a maioria das pessoas
infectadas pelo vírus C. Não podemos deixar de salientar que o campo “ignorado/branco” também tem
altos percentuais, mas ainda assim menores do que o observado no vírus B. Será necessário um
trabalho maior de orientação e sensibilização dos profissionais acerca da relevância do preenchimento
desse quesito de acordo com a autodeclaração do indivíduo. Buscas em prontuário comprometem o
preenchimento adequando por falta dessa informação.
Assim como no vírus B, no vírus C o campo “ignorado” foi o mais preenchido no que se refere
a escolaridade dos indivíduos notificados com hepatite B. O segundo campo mais preenchido em
relação a escolaridade foi o ensino médio completo em todos os anos da série histórica.

138
c) Sífilis
Dentre os 100 municípios que respondem por aproximadamente 60% dos casos de sífilis do
país, Salvador ocupa a 6ª posição (BRASIL, 2017a). A sífilis adquirida, agravo de notificação
compulsória desde 2010, com a publicação da Portaria nº 2.472, de 31 de agosto de 2010 tem
aumentado em todo país. Foi realizada uma análise das taxas de detecção da sífilis adquirida no Brasil,
Salvador, Recife e Belo Horizonte - essas duas últimas cidades por apresentarem perfil epidemiológico
semelhante ao de Salvador.
Observa-se na série histórica, de 2010 a 2020, que esse agravo apresentou aumento da taxa de
detecção nos locais analisados. Em 2019, no Brasil, a sífilis adquirida, teve uma taxa de detecção de
72,8 casos por 100.000 habitantes; Salvador 77,01 casos por 100.000 habitantes; Recife 123,8 casos
por 100.000 habitantes; e Belo Horizonte 138,4 casos por 100.000 habitantes. Em Salvador a taxa de
detecção de sífilis adquirida apresentou uma tendência de crescimento a partir de 2015 - 35,5 casos
por 100.000 hab. – chegando a 139,6 casos por 100.000 hab. em 2019.
Nesse período, vale destacar que em 2015 foi implantado o teste rápido para sífilis no
município e em 2017; o Ministério da Saúde modificou os critérios de definição de caso de sífilis, para
fins de vigilância epidemiológica, passando a considerar caso de sífilis em gestante todas as mulheres
doentes no pré-natal, parto e puerpério (BRASIL, 2017a) e a implementação das ações de qualificação
do banco de dados do SINAN, a partir de 2018, como por exemplo, a articulação os laboratórios
privados que resultou no aumento da notificação dos casos de sífilis adquirida e a qualificação dos
profissionais para o encerramento oportuno dos casos, reduzindo o número de casos inconclusos
(Gráfico 99).

Gráfico 99. Comparativo da taxa de detecção de sífilis adquirida, Salvador, Brasil, Recife e Belo Horizonte
2010-202023

160
140
120
100
80
60
40
20
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*

Brasil Recife Belo Horizonte Salvador

Fonte: Sinanet

Em 2020, a taxa de detecção de 77,01/100.000 hab representou uma redução de 44,83% em


relação a 2019. Esse resultado pode estar relacionado ao contexto da pandemia de Covid-19, que
provocou alteração nos processos de trabalho, como também diminuição da frequência dos usuários

23
Não foi possível calcular a taxa de detecção de sífilis adquirida de 2020 do Brasil, Recife e Belo Horizonte
pois não havia dados disponíveis na fonte consultada (http://indicadoressifilis.aids.gov.br/).

139
aos serviços de saúde, em função do distanciamento social, comprometendo as ações de caráter
diagnóstico.
Analisando os resultados dos Distritos Sanitários (DS), Tabela 31, verificou-se que, ao longo
do período estudado, os Distritos Boca do Rio e Centro Histórico apresentaram as maiores taxas de
detecção, com tendência crescente, principalmente, a partir de 2013.
No período entre 2013 e 2020, houve um aumento de 754,3% e 728,4% nas taxas de detecção
da sífilis adquirida dos DS Boca do Rio e Centro Histórico, respectivamente. Esses resultados podem
ser em parte atribuídos à implantação do teste rápido a partir de 2015, que possibilitou o diagnóstico
precoce deste agravo.
As mudanças nos critérios para definição de caso de sífilis, em 2017, provocaram mudanças
nos resultados das taxas de detecção. Se comparamos as taxas de detecção de sífilis adquirida dos
distritos sanitários Centro Histórico e Boca do Rio, entre 2017 e 2020, veremos que o primeiro
apresentou um aumento de 25,5%, enquanto que o segundo 6,9%. Vale ressaltar que o DS Boca do
Rio apresentou as maiores taxas de toda série histórica, em relação a todos os DS, nos anos de 2018
(402,5 casos/100.000 hab.) e 2019 (415,9 casos/100.000 hab.).
As maiores taxas de detecção de sífilis adquirida, em 2020, estão nos DS Boca do Rio
(238,5/100.000 hab.), Centro Histórico (181,8/100.000 hab.), Itapagipe (94,2/100.000 hab.) e Subúrbio
Ferroviário (90,1/100.000 hab.).

Tabela 32. Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 hab.), por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2010
a 2020.

Distrito Sanitário 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Histórico 1,4 2,8 4,1 21,9 30,8 57,4 140,6 144,9 226,7 269,6 181,8
Itapagipe 0,0 1,8 3,0 10,9 15,9 22,0 88,0 41,3 126,3 150,8 94,2
S Caetano/Valéria 0,0 3,1 6,5 13,7 20,4 53,7 49,2 88,3 145,5 131,3 81,4
Liberdade 0,0 3,3 5,0 9,8 22,1 40,8 64,5 85,8 102,8 83,6 52,2
Brotas 0,0 2,0 5,3 5,9 5,4 21,2 69,0 61,0 119,8 110,0 60,2
Barra/R. Vermelho 0,6 2,9 5,0 10,4 12,2 24,3 63,1 83,1 150,0 155,0 88,9
Boca do Rio 1,6 7,9 13,3 27,9 32,8 65,3 169,4 223,0 402,5 415,9 238,5
Itapuã 0,0 2,0 2,0 7,4 11,8 29,3 24,4 38,7 99,9 116,5 62,6
Cabula/Beiru 0,3 3,9 4,1 10,3 11,5 29,9 53,3 46,7 131,1 150,9 84,6
Pau da Lima 0,0 5,0 8,1 9,8 21,5 65,8 103,3 46,4 164,4 173,8 42,4
Subúrbio Ferroviário 0,6 2,5 4,6 10,4 18,0 30,1 46,6 65,8 142,4 137,4 90,1
Cajazeiras 1,9 1,2 6,2 7,0 10,4 43,2 37,8 35,9 138,4 114,2 63,5
Total 0,4 2,9 4,9 9,8 14,7 34,9 59,5 62,5 134,6 138,1 75,2
Fonte: Sinanet

Em relação a variável raça/cor, entre 2010 e 2020 (Gráfico 100), verificou-se maior percentual
de casos entre os indivíduos que se declaram pardos e pretos. Em 2020, o percentual de indivíduos que
se declararam pardos foi de 32,0% e pretos de 24,5%. Somados, os dois resultados representam 56,5%.
Vale destacar que o percentual de “ignorados/branco” chama a atenção em todos os anos da avaliação.

140
Gráfico 100. Percentual dos casos de adquirida por raça/cor, Salvador-BA, 2010 a 2020.
60,0

50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ign/Branco 30,0 50,0 31,2 22,0 29,5 51,2 39,2 23,8 38,3 40,2 38,0
Branca 20,0 1,2 5,2 5,2 5,1 3,3 2,8 4,0 4,1 4,9 4,8
Preta 30,0 19,5 26,0 19,7 27,0 17,9 21,0 28,7 24,9 23,1 24,5
Amarela 0,0 0,0 1,3 0,3 0,9 1,1 0,5 1,0 0,6 0,5 0,5
Parda 20,0 29,3 36,4 52,8 37,6 26,3 36,3 42,2 31,8 31,2 32,0
Indigena 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,2 0,3 0,3 0,2 0,2
Fonte: Sinanet

Ao longo da série histórica de 2010 a 2020, as maiores taxas de detecção da sífilis adquirida
estão nas faixas etárias de 20 a 34; 15 a 19 e 35 a 49 anos. Em 2020, a taxa de detecção desse agravo
na faixa etária de 20 a 34 anos foi de 124,4 casos/100.000 habitantes; 87,9 casos/100.000 habitantes
na faixa etária de 35 a 49 anos e de 15 a 19 anos 83,0 casos/100.000 habitantes.).
Destaca-se que entre 2017 e 2020 houve aumento da taxa de detecção da sífilis adquirida entre
os indivíduos acima dos 50 anos – Na faixa etária de 50-64 anos, aumento de 51,1%; 65-79 aumento
de 82,2% e 80 e+ 119,2% de aumento (Gráfico 101).
Embora o maior risco de infecção se concentre entre os indivíduos com faixa etária
sexualmente ativa e reprodutiva, o aumento da taxa de detecção da sífilis adquirida nas faixas etárias
a partir de 60 anos, apontam para a necessidade de incluir nas discussões sobre a sífilis aspectos como
sexo e envelhecimento e, principalmente, práticas de sexo seguro entre idosos.

141
Gráfico 101. Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) por faixa etária, Salvador, 2010-
2020
250,00

200,00

150,00

100,00

50,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
10-14 0,00 0,00 0,00 0,89 1,32 2,63 5,23 4,34 8,07 3,57 4,44
15-19 0,46 3,21 4,10 21,42 25,96 55,83 86,21 94,94 160,42 135,07 83,03
20-34 0,50 4,22 8,14 21,79 25,10 55,04 98,51 103,75 213,83 211,43 124,47
35-49 0,34 5,36 7,33 9,71 16,95 35,55 57,02 66,95 147,75 158,93 87,91
50-64 0,57 2,56 8,20 6,12 11,89 29,66 50,63 46,21 134,72 142,56 69,86
65-79 0,78 0,00 2,30 2,16 3,58 19,20 51,60 35,16 127,21 169,20 64,04
80 e+ 0,00 0,00 0,00 2,62 2,60 33,62 43,70 17,90 118,93 139,37 39,25
SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021 sujeitos à alteração

Entre 2010 e 2012 os maiores percentuais de sífilis adquirida eram de pessoas do sexo
masculino. A partir de 2013 o percentual de casos entre as pessoas do sexo feminino aumentou (66,3%)
e manteve-se, até 2017 (59,8%), acima do percentual de casos entre os homens (40,1%), quando os
critérios de definição de caso de sífilis foram modificados pelo Ministério da Saúde. Os resultados de
2018 em diante refletem essas mudanças com a redução do percentual de casos entre as pessoas do
sexo feminino (39,2%) e o aumento de casos entre as pessoas do sexo masculino (60,6%). Em 2020 o
percentual dos homens foi de 61,0% e o das mulheres, 38,8% (Gráfico 102).

Gráfico 102. Distribuição percentual dos casos de sífilis adquirida por sexo, Salvador-BA 2010-2020
80,00

70,00

60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ignorado 0,00 0,00 0,00 0,87 1,32 0,00 0,17 0,00 0,18 0,10 0,09
Masculino 70,00 59,76 53,25 32,75 38,90 40,79 39,94 40,12 60,62 63,43 61,04
Feminino 30,00 40,24 46,75 66,38 59,78 59,21 59,89 59,88 39,20 36,47 38,87

SMS/Tabwin/Sinanet
Quanto ao grau de escolaridade foi observado ao longo dos anos da série que a maior
porcentagem de casos de sífilis, ainda corresponde ao campo “ignorado/branco”. Dos casos com

142
registro de escolaridade observou-se, na maioria dos anos da série histórica que as pessoas com ensino
médio completo e entre 5ª a 8ª série do ensino fundamental incompleto representam os maiores
percentuais de casos de sífilis adquirida. Em 2020, ignorado/branco representou 58,2% dos casos
notificados; ensino médio completo 13,7% e 5ª a 8ª série do ensino fundamental incompleto 6,0%
(Tabela 33).

Tabela 33. Percentual de casos de sífilis adquirida por escolaridade, Salvador, 2010-2020
Escolaridade 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ignorado/Branco 60,0 53,7 48,7 47,2 44,2 59,2 51,7 40,0 58,1 63,2 58,2
Analfabeto 0,0 3,7 0,6 1,7 0,7 0,6 0,8 0,6 0,5 0,5 0,4
1ª-4ª série Ens Fund. Incp 0,0 3,7 5,2 4,3 4,6 4,3 4,9 4,2 3,0 2,1 1,8
4ª série Ens Fund. Comp 0,0 2,4 5,2 3,8 2,2 1,6 2,3 4,0 2,4 1,6 1,6
5ª-8ª série Ens Fund. Incp 10,0 6,1 11,0 18,0 20,7 11,1 11,4 11,5 8,2 6,3 6,0
Ensino Fund. Completo 10,0 6,1 4,5 2,9 2,6 3,1 3,8 4,1 3,3 2,4 3,7
Ensino Médio incp 0,0 4,9 5,2 4,1 8,1 5,7 6,6 9,5 5,4 4,7 5,9
Ensino Médio completo 10,0 15,9 13,6 11,0 11,9 8,1 12,7 18,3 13,3 11,5 13,7
Ed superior incomp 10,0 1,2 1,9 1,7 0,9 1,1 1,9 2,5 2,4 2,6 2,4
Ed sup completa 0,0 2,4 1,9 0,6 1,3 1,8 2,3 3,3 3,1 3,9 4,7
N/A 0,0 0,0 1,9 4,6 2,9 3,4 1,5 2,1 0,4 1,0 1,7
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021 sujeitos à alteração

d) Sífilis em Gestante
A série histórica, 2010-2020 da taxa de detecção de sífilis em gestante por 1.000 nascidos
vivos (NV) no Brasil, Salvador, Recife e Belo Horizonte (Gráfico 100) demonstra tendência de
crescimento nos locais analisados. Verificou-se que a taxa de detecção de sífilis em gestante (1.000
NV) do Brasil é menor que a das capitais avaliadas em todos os anos da série histórica. Em Salvador,
a taxa de detecção de sífilis em gestante (1.000 NV) ficou acima dos demais locais na maioria dos anos
da série histórica. Apenas em 2018 (30,0/1000NV) e 2019 (28,6/1000NV) que os resultados ficaram
inferiores a Recife (2018-34,4/1000NV; 2019-35/1000NV).
Destacam-se no período analisado, 2010-2020, o aumento de 60,1% de 2015 para 2016 - que
pode estar relacionado à implantação do teste rápido no município – e de 54,6% de 2017 para 2018.
Esse resultado pode estar relacionado à publicação da Nota Informativa Nº 02/2017, do Ministério da
Saúde que passou a considerar com sífilis em gestante toda mulher contaminada durante o pré-natal,
parto e puerpério.
Em 201924, a taxa de detecção de sífilis em gestantes, no Brasil, foi de 20,8/1.000 nascidos
vivos (BRASIL, 2020c), enquanto que em Salvador foi de 28,6/1000NV – 37,5% maior que a do
Brasil. Em 2020, a taxa de detecção de sífilis em gestante, em Salvador foi de 31,2 – aumento de 9,2%
em relação 2019. É possível inferir que essa taxa poderia ser maior, caso não houvesse a pandemia de
Covid-19, que provocou a redução da frequência das gestantes nos serviços de saúde, e a alteração nos
processos de trabalho da saúde, dificultando, ainda mais a busca ativa das usuárias.

24
Não foi possível calcular a taxa de detecção de sífilis em gestante de 2020 do Brasil, Recife e Belo Horizonte
pois não havia dados disponíveis na fonte consultada (http://indicadoressifilis.aids.gov.br/).

143
Gráfico 103. Taxa de detecção de sífilis em gestante por 1000 nascidos vivos, Brasil, Salvador, Recife e Belo
Horizonte, 2010-2020

40
35
30
25
20
15
10
5
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Brasil 3,5 4,7 5,7 7,2 8,9 10,9 13,4 17 21,5 20,8 0
Salvador 3,40 5,86 7,90 9,68 13,38 12,51 20,03 19,47 30,09 28,60 31,25
Recife 4,5 5 6,1 6,3 7,7 7,8 8,1 13,5 34,4 35 0
Belo Horizonte 2,1 4,3 7,6 8,1 10,3 14,5 16,4 19,7 23 22,9 0

SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021/MS/SVS/DCCI-Dados até 30/06/20 Sujeitos a alteração

De 2010 a 2020, os distritos sanitários que se destacam com as maiores taxas de detecção de
sífilis em gestante (1000NV), na maioria dos anos, são Itapagipe, São Caetano/Valéria, Subúrbio
Ferroviário e Centro Histórico. Considerando os dois marcos históricos para a vigilância
epidemiológica da sífilis, a implantação do teste rápido em 2015 e a mudança dos critérios de caso de
sífilis, para fins de vigilância epidemiológica, em 2017.
Em relação ao período 2015-2016, analisando a tabela 33, vale destacar o aumento
significativo da taxa de detecção, dos DS Centro Histórico, cuja taxa de detecção passou de
17,8/1000NV em 2015 para 45,1/1000NV em 2016 (aumento de 153,4%); Cajazeiras – taxa de
detecção de 8,7/1000NV em 2015 para 18,8/1000NV em 2016 (aumento de 116,1%); Itapagipe -
15/1000NV em 2015 para 30,4/1000NV em 2016 (aumento de 102,7%).
Do ano de 2017 para 2018, os DS com maior aumento da taxa de detecção desse agravo foram:
Cabula/Beiru – taxa de detecção de 20,1 /1000NV em 2017 para 42,6/1000NV em 2018 (aumento
de119,9%); Brotas – taxa de detecção 14,2/1000NV em 2017 para 27,8/1000NV (aumento de 95,8%);
Boca do Rio – taxa de detecção em 2017: 18,5/1000NV para 31,5/1000NV em 2018 (aumento de
70,3%) (Tabela 03).
Em 2020 os distritos sanitários que apresentaram as maiores taxas de detecção foram Itapagipe
(81,8/1000NV); São Caetano/Valéria (76,5/1000NV); e Subúrbio Ferroviário (49,5/1000NV) e
Liberdade (43,1/1000NV). A pandemia de Covid-19 alterou a rotina das unidades de saúde e a
frequência das gestantes nos serviços de saúde diminuiu. Nesse cenário, verificou-se aumento da taxa
de detecção da sífilis em gestante de 2019 para 2020 nos DS Boca do Rio (82,5%); Cajazeiras (47%);
Itapagipe (40,8%); Liberdade (24,2%) e Barra/Rio/Vermelho (29,3%). Por outro lado, observou-se
redução da taxa de detecção da sífilis em gestante nos DS Pau da Lima (-10,8%) e Subúrbio Ferroviário
(-8,3%).

144
Tabela 33. Taxa de detecção de sífilis em gestantes (por 1.000 nascidos vivos) por Distrito Sanitário,
Salvador, 2010-2020
Distrito Sanitário 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Histórico 15,7 10,4 11,6 9,8 23,6 17,8 45,1 31 50,4 39,3 39,2
Itapagipe 0,5 7,9 16,1 4,5 14,3 15 30,4 36,4 52,6 58,1 81,8
São Caetano/Valéria 5,3 8,8 8,4 14,2 23,5 27,3 39,5 34,7 55,1 73,9 76,5
Liberdade 11,3 6,5 10,2 22,7 22,3 17,4 29,1 29 43 34,7 43,1
Brotas 7 7,8 11 16,4 15,6 6,6 11,5 14,2 27,8 19 20,2
Barra/Rio Vermelho 2,8 7,5 7,3 8,2 11,7 10,4 19,9 27,5 34,3 25,9 33,5
Boca do Rio 4,6 6,4 4,3 13,7 17,7 19,6 22,9 18,5 31,5 16 29,2
Itapoan 1,7 4,2 2,9 4,9 8,5 9,6 18,2 13,8 21,1 19,6 22,2
Cabula/Beiru 2,3 7,3 10,7 10,1 11,9 13,8 20,1 20,1 42,6 35,7 36,9
Pau da Lima 2,1 8 10,3 12,6 14,8 17,1 20,5 14,7 22,6 24,1 21,5
Subúrbio Ferroviário 4,2 15,6 17,7 16,8 28,8 22,6 35,4 35,3 46,9 54 49,5
Cajazeiras 4,4 8,2 6,5 4 10,5 8,7 18,8 25,1 28,8 27 39,7
SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021 sujeitos à alteração

Conforme o Gráfico 104, o maior percentual dos casos notificados de sífilis em gestante
de 2010 a 2020, com tendência crescente, está na faixa etária entre 20 e 34 anos - considerado
um período de vida sexualmente ativo e reprodutivo - seguida da faixa etária 15-19 anos,
constituída, predominantemente, de adolescentes. Em 2020, observou-se, em Salvador, que
71,2% das gestantes diagnosticadas com sífilis encontravam-se na faixa etária de 20 a 34 anos
e 16,4% de 15 a 19 anos; 11,2% de 35-49 e 1,1% de 10-14 anos.

Gráfico 104. Distribuição percentual dos casos notificados de sífilis em gestante por faixa etária, Salvador,
2010 a 2020
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

10-14 15-19 20-34 35-49

SMS/Tabwin/Sinanet

Com relação ao tratamento, verifica-se que até 2011 os maiores percentuais dos casos de sífilis
em gestantes se concentraram nos esquemas de tratamento com uma e duas doses de Penicilina G
Benzatina. A partir de 2013 até 2020 o maior percentual de casos de sífilis em gestantes notificados
indicava que o esquema de tratamento adotado foi com três doses (7.200.000 UI).
Em 2020, 62,2% dos casos registrou tratamento com 3 doses de Penicilina G Benzantina;
13,0% de uma dose; 1,3% de duas doses; 11,6% de “ignorado/branco” e 10,8% não realizado. Embora
os percentuais de tratamentos prescritos com três doses sejam altos, é necessário intensificar o
seguimento do tratamento das gestantes e suas parcerias, a fim de garantir a conclusão do tratamento

145
e monitorar possíveis casos de reinfecção e, também, evitar a falta de registro ou a não realização do
tratamento (Gráfico 105).

Gráfico 105. Distribuição percentual dos casos notificados de sífilis em gestantes segundo esquema de
tratamento, Salvador, 2010 a 2020
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Ignorado/Branco Penicilina G benzantina 2.400.000 UI


Penicilina G benzantina 4.800.000 UI Penicilina G benzantina 7.200.000 UI
Outro esquema Não realizado

SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021 sujeitos à alteração

Em relação ao grau de escolaridade das gestantes com sífilis (Gráfico 09), observa-se na série
histórica que entre 2010 e 2020 “ignorado/branco” é o maior percentual registrado, embora tenha
havido uma redução de 37,3%, comparando 2010 (79,3%) e 2020 (49,7) %. Nesse mesmo período, os
níveis de escolaridade das gestantes com sífilis com maiores percentuais são 5ª a 8ª série incompleta
do Ensino Fundamental, seguida de Ensino Médio completo. Em 2020, 13,1% das gestantes com sífilis
só tinham cursado da 5ª a 8ª série incompleta do Ensino Fundamental e 15,9% tinham o ensino médio
completo (Gráfico 106).

Gráfico 106. Distribuição percentual de casos de sífilis em gestantes por escolaridade, Salvador, 2010-2020
90,00
Ignorado/Branco
80,00
Analfabeto
70,00
1ª a 4ª série incompleta
60,00
4ª série completa
50,00
5ª a 8ª série incompleta
40,00
do Ensino Fundamental
30,00 Fundamental completo

20,00 Médio incompleto

10,00 Médio completo


0,00 Superior incompleta
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021 sujeitos à alteração

e) Sífilis Congênita
O número de caso notificados de sífilis congênita tem aumentado em todo país. Destaca-se
que em 2016, as taxas de incidência de sífilis congênita da Bahia (12,0/1000NV) e a de Salvador
(18,2/1000NV) eram maiores que a do Brasil e correspondiam à 16ª taxa mais alta do país. Em 2019
verificou-se redução das taxas de incidência de sífilis congênita por 1000NV da Bahia e de Salvador

146
reduziram.
Nesse ano foi a 27ª taxa de incidência do Brasil, sendo que a taxa de incidência da Bahia foi
menor que a do Brasil e a taxa de Salvador maior que a do Brasil embora tenha sido a menor de todas
as capitais (BRASIL, 2020c). Ressalta-se que a taxa de incidência de sífilis congênita, em 2018 e 2019,
em todas as Unidades da Federação (UF) foi menor que a taxa de detecção de sífilis em gestantes.
De acordo com o Gráfico 104, entre 2010 e 202025, comparando com o Brasil, Recife e Belo
Horizonte, a taxa de incidência de sífilis congênita por 1000NV de Salvador ultrapassa as demais sendo
menor que a de Recife. Analisando a taxa de incidência de sífilis congênita por 1000NV em Salvador
(2010-2020), observa-se tendência de crescimento até 2016, com crescimento de 30,5% de 2015 para
2016. Por outro lado, em 2017 a taxa de incidência do agravo era 17,2/1000NV e chegou até
10,8/1000NV em 2020 - redução de 37,3% desse indicador.
Em 2020, foram notificados 420 casos de sífilis congênita em Salvador - incidência de 10,8
casos por 1000 NV. Comparando as taxas de incidência de 2019 (13,2/1000 NV), verifica-se redução
de 18,5%%. Este valor é elevado e, indica a importância dos esforços, em todos os níveis do sistema
de saúde e da sociedade civil para a redução e eliminação da sífilis congênita. Por outro lado, esse
resultado pode estar relacionado com a mudança dos critérios de definição de caso de sífilis congênita
e o estabelecimento da recomendação de não notificar criança exposta26; a implantação do protocolo
de investigação dos casos de sífilis congênita, que implicou na qualificação do banco de dados.

Gráfico 107. Taxa de incidência de sífilis congênita por 1000 nascidos vivos, Brasil, Salvador, Recife Belo
Horizonte, 2010-2020
35
30
25
20
15
10
5
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Brasil 2,4 3,3 4 4,8 5,5 6,5 7,4 8,5 9 8,2 0
Salvador 2,31 4,93 6,28 8,78 11,36 14,42 18,82 17,24 18,93 13,26 10,80
Recife 10 13,5 12,2 18,1 19,5 22,9 23,5 30,4 31 25,6 0
Belo Horizonte 2,4 2,3 4,9 5,5 7,4 9 10 10,6 13,4 9,3 0

Fonte: SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021/MS/SVS/DCCI-


Na série histórica taxa de incidência de sífilis congênita por 1000 NV, por DS, Salvador, 2010-
2020 (Gráfico 108), os distritos sanitários que se destacam com as maiores taxas são Centro Histórico,
São Caetano/Valéria, Itapagipe e Subúrbio Ferroviário. Verificou-se que entre 2015 e 2018, as taxas
de incidências foram altas em todos os DS. Nesse período foi implantado o teste rápido no município
(2015); foram alterados os critérios de casos de sífilis para fins de vigilância epidemiológica (2017).
A partir de 2019, com exceção do DS São Caetano/Valéria, observou-se redução da taxa de

25
Não foi possível calcular a taxa de detecção de sífilis em gestante de 2020 do Brasil, Recife e Belo Horizonte
pois não havia dados disponíveis na fonte consultada (http://indicadoressifilis.aids.gov.br/).
26
Criança exposta é aquela nascida de mãe adequadamente tratada. Conforme preconizado pelo Ministério da
Saúde (2020) essa criança não é notificada, mas deve ter seguimento até os 24 meses na Atenção Primária
(BRASIL, 2017a).

147
incidência de sífilis congênita por 1000NV nos DS. Esse resultado pode estar relacionado à
implantação do Protocolo de Investigação dos Casos de Sífilis Congênita, na Atenção Primária.
Em 2020 a maioria dos DS apresentou redução da taxa de os DS incidência de sífilis congênita
por 1000NV em relação a 2019, apenas os DS Barra/Rio Vermelho e Boca do Rio apresentaram
aumento de 86,8% e 16,8%, respectivamente. Os DS com maior redução da taxa de incidência de sífilis
congênita por 1000NV em relação a 2019, foram Itapuã (-64,1%) e Centro Histórico (-42,8%).
No mesmo ano, os DS com maiores taxas de incidência de sífilis congênita por 1000NV foram
São Caetano/Valéria, 25,4/1000 NV; Itapagipe, 24,8/1000 NV, e Subúrbio Ferroviário 22,4/1000 NV).
Em 2020, os DS que apresentaram menores taxas de incidência de sífilis congênita por 1000NV foram
Itapuã 5,0/1000 NV; Brotas 6,5/1000 NV e Centro Histórico 9,4/1000 NV.

Gráfico 108. Taxa de incidência de sífilis congênita (por 1000 NV), por distrito sanitário, Salvador, 2010-2020
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021 sujeitos à alteração

Ao longo da série histórica 2010-2020, maioria dos casos notificados de sífilis congênita
confirma que a gestante realizou o pré-natal (Gráfico 106). Os resultados indicando a realização de
pré-natal tem tendência crescente entre 2015 e 2019, passando de 55,6% para 75,8% (aumento de
36,4%). Destaca-se que 2016 (78,9%0, 2017 (79,3%) e 2018 (75,8%) foram os anos com maiores
percentuais de gestantes com registro de realização de pré-natal.
Em 2020, 60,5% de gestantes realizou o pré-natal, representando redução de 20,2% em relação
a 2019; 20,2% não realizou o pré-natal - redução de 45,6% - e 19,3% foram registradas como
“ignorado/branco” (aumento de 87,4%). Esses resultados podem estar relacionados com a pandemia
de Covid-19 que implicou no isolamento social, principalmente de grupos vulneráveis, como as
gestantes e alterou a rotina dos serviços de saúde, dificultando o acesso da população.

148
Gráfico 109. Distribuição Percentual dos casos de sífilis congênita segundo informação sobre realização de
pré-natal da mãe por ano de notificação, Salvador, BA 2010-2020
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ignorado/Branco 50,00 35,40 36,75 34,75 26,42 29,42 12,83 10,31 5,02 10,29 19,29
Sim 30,39 39,82 43,11 46,50 56,79 55,57 72,52 78,85 79,29 75,81 60,48
Não 19,61 24,78 20,14 18,75 16,79 15,01 14,65 10,84 15,69 13,90 20,24

SMS/Tabwin/Sinanet /

Entre 2010 e 2020 os maiores percentuais de casos de sífilis congênita registraram tratamento
inadequado da mãe; em seguida, entre 2010 e 2014 o registro “Ignorado/Branco” se destacava e a
partir de 2015 até 2017 aparecem resultados indicando tratamento adequado acima de
“Ignorado/Branco”, mas volta a cair de 2018 em diante. Em 2020, 70,9% dos casos foram
considerados com tratamento inadequado; 17,6% “Ignorado/Branco”; e 4,0% tratamento adequado.
Esses resultados apontam para a necessidade de qualificação do pré-natal, no sentido de
monitoramento da gestante diagnosticada com sífilis, visando ao acesso e adesão ao tratamento, além
de buscar reduzir o risco de reinfecção (Gráfico 110).

Gráfico 110. Distribuição Percentual de casos de sífilis congênita conforme esquema de tratamento da mãe,
Salvador, BA,2010-2020
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ignorado/Branco 31,37 15,49 28,27 19,25 14,91 11,74 12,59 11,23 19,73 17,15 17,62
Adequado 13,73 14,16 8,48 8,00 10,38 30,01 27,85 32,11 22,43 18,77 4,05
Inadequado 50,00 62,83 55,48 65,25 52,08 43,09 46,00 41,64 39,95 55,42 70,95
Não realizado 4,90 7,52 7,77 7,50 22,64 15,16 13,56 15,01 17,89 8,66 7,38

Fonte: Sinanet /
Em relação ao momento do diagnóstico da sífilis materna, verificou-se que o resultado durante
o pré-natal apresentou tendência crescente, embora irregular até 2018 - aumentou 154,5% entre 2010
(24,5%) e 2018 (62,3%). No entanto, entre 2018 e 2020 reduziu 48,85%o. Já o percentual dos casos

149
com diagnóstico no parto/curetagem, cujos resultados também eram irregulares até 2015, reduziram
16,9% entre 2015 e 2018, voltaram a aumentar a partir de 2019 chegando a 50% em 2020 (aumento
de 39,2% em relação a 2019).
Os resultados da categoria “ignorado/Branco” que em 2010 era 34,3% e apresentavam
redução desde 2013 voltaram a aumentar a partir de 2019, chegando a 10,7% em 2020 – aumento de
16,4% em relação a 2019 (Gráfico 111). Além do diagnóstico durante o pré-natal, é fundamental o
monitoramento do tratamento dos casos reagentes, com a realização mensal, idealmente, ou, na
impossibilidade, pelo menos dois testes não treponêmico para avaliar a cura ou reinfecção da gestante.

Gráfico 111. Distribuição Percentual de sífilis congênita segundo momento do diagnóstico da sífilis materna,
Salvador, 2010 a 2020
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ignorada/Branco 34,31 22,12 26,86 16,75 10,38 9,21 10,77 10,05 7,11 9,21 10,71
Durante o pré-natal 24,51 22,57 32,86 32,75 46,04 41,46 51,94 63,19 62,38 50,00 31,90
Parto/
32,35 38,94 26,86 40,25 36,60 43,24 28,81 20,23 23,16 35,92 50,00
curetagem
Após o parto 8,82 15,04 12,72 9,75 6,04 5,50 7,99 6,14 7,11 4,51 7,14
Não realizado 0,00 1,33 0,71 0,50 0,94 0,59 0,48 0,39 0,25 0,36 0,24
Fonte : Sinanet / Dados até 30/04/2021 Sujeitos à alteração

Quanto ao diagnóstico final dos casos de sífilis congênita, entre 2010 e 2020, o maior percentual
dos casos foi de sífilis congênita recente, com tendência de crescimento, seguido de descartados e
“ignorado/branco”. Em 2020, 91,9% do total de casos foram classificados como sífilis congênita
recente (aumento de 13,7% em relação a 2019); 2,1% descartado (redução de 87,2% em relação a
2019); 5,0% “ignorado/branco (aumento de 246,3% em relação a 2019) e 1,0% natimorto (Gráfico
112).
Destaca-se que a partir da implantação do Protocolo de Investigação da Sífilis Congênita em
Salvador, verificou-se que, de acordo com os critérios de caso, para fins de vigilância epidemiológica,
definidos pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2017a), há casos de criança exposta notificados como
sífilis congênita.
Já estão sendo realizadas ações pelo Setor de Acompanhamento das IST do município, em
conjunto com os distritos sanitários e as maternidades, para corrigir essas inconsistências encontradas
nas notificações. Destaca-se que embora os casos de criança exposta não sejam notificados, é
fundamental que sejam encaminhados para seguimento na Atenção Primária.

150
Gráfico 112. Distribuição Percentual dos casos de sífilis congênita segundo diagnóstico final, Salvador, BA,
2010-2020

100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ign/Branco 2,9 18,1 23,0 12,5 6,0 3,3 8,1 8,2 7,4 1,4 5,0
Sífilis Congênita Recente 82,4 71,7 66,8 78,5 84,3 67,2 66,5 64,4 72,8 80,9 91,9
Sífilis Congênita Tardia 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,3 0,1 0,0 0,0 0,2 0,0
Aborto 0,0 0,4 1,1 0,5 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0
Natimorto 1,0 0,9 1,8 2,3 0,4 0,4 0,2 0,4 0,6 0,7 1,0
Descartado 13,7 8,8 7,4 6,3 8,9 28,7 24,9 27,0 19,1 16,8 2,1

SMS/Tabwin/Sinanet / Dados até 30/04/2021Sujeitos à alteração

f) HIV Aids
A análise referente à epidemia do HIV/ aids entre residentes do município de Salvador foi
subdividida em 2 blocos: 1 – Análise sobre a aids e sobre a infecção pelo HIV; 2 – Análise comparativa
da epidemia da aids entre os municípios de Salvador e de Fortaleza.
Nesse contexto, para a obtenção dos dados fez-se necessário a utilização de diferentes fontes
de informação: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para a análise do bloco 1;
o mapa de indicadores do Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente
Transmissíveis (DCCI) do Ministério da Saúde, para análise do bloco 2.
Embora os dados apresentados na série histórica abranjam os anos de 2010 a 2020, para evitar
vieses, com a consequente distorção da tendência dos agravos, a análise foi até 2019. A análise
comparativa entre os municípios de Salvador e Fortaleza foi realizada com os dados dos indicadores
gerados pelo DCCI do Ministério da Saúde e restringiu-se aos dados disponibilizados. Sendo estes
sujeitos a alterações.
O Brasil para o período de 2009 a 2019 verificou-se tendência de decréscimo da taxa de
detecção, por 100.000 habitantes (hab.), correspondendo a uma queda 17,2%. Contudo, as regiões
Norte, Centro-Oeste e Nordeste, apresentaram aumento. Observou-se um incremento respectivamente
de 9% e de 2,4, para a região Nordeste e estado da Bahia. (BRASIL, 2020d).
O município de Salvador segue a tendência de decréscimo da taxa de detecção de aids em
adultos e para menores de 5 anos. O mesmo é observado para a mortalidade por aids. Todavia
observou-se aumento para a infecção pelo HIV em indivíduos acima de 13 anos de idade e em
Gestante. Importante ressaltar que o município de Salvador vem recebendo monitoramento do
Ministério da Saúde para o alcance da Meta 90 90 90, única capital nordestina selecionada e que firmou
o compromisso internacional com a assinatura da Declaração de Paris em dezembro de 2014, para o
fim da epidemia de aids no ano de 2030.
Para análise da infecção pelo HIV e aids foram utilizados dados a partir do Boletim
Epidemiológico de Aids (2020), atualizados e para indivíduos com 13 anos ou mais. No município a
tendência da infecção pelo HIV e a aids, apresentaram comportamentos diferentes ao longo do período

151
avaliado (Gráfico 115). Para a aids é crescente até o ano de 2014, com importante decréscimo a partir
de então (53%). Ressalta-se que no Brasil, uma das medidas adotada pelo Ministério da Saúde que
impactou nessa resposta, foi o tratamento precoce com os antirretrovirais (TARV) no ano de 2013,
independente da contagem das células de CD4, que antes era critério para o início do tratamento
(Portaria Nº 27 de 29 de novembro de 2013).
Mundialmente a mudança nos padrões morbimortalidade por aids, foi observada
principalmente após a introdução da TARV nos meados dos anos 90, com a redução do número de
óbito e o consequente aumento da sobrevida das pessoas vivendo com HIV/ aids (PVHA) (GOTLIEB
et al 2002, DOURADO et al, 2006, ALDAZ et al, 2011, GONZALEZ et al, 2011, SINGH et al, 2013).
Com relação aos indivíduos apenas com o diagnóstico de HIV, a tendência é de aumento,
considerando os anos de 2014 a 2019, cujo incremento foi de 76,1% (25,9 / 100.000 hab. para 45,6/
100.000 hab.). Ressalta-se que a notificação desse agravo passou a ser compulsória em junho de 2014
(Portaria nº 1.272 de 6 de junho de 2014). Desse modo, essa tendência pode ter se iniciado antes mesmo
de 2014, mas não era passível de monitoramento devido a não entrada dos dados no Sistema de
SINAN. Nesse contexto, há que considerar, também, a ampliação da testagem diagnóstica e
intensificação das ações de vigilância epidemiológica.

Gráfico 113. Taxa de detecção do HIV e aids (por 100.000 habitantes). Salvador. 2010 – 2020.
50,0
43,9 45,6
Taxa / 100.000 hab,

40,0 39,6
37,3
33,9
30,0 28,6 30,5 29,9 29,9
25,6 25,9
20,0 21,7 21,2 21,8
18,6 18,6
16,1
10,0 12,2 11,9
7,8 7,7
5,5
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Taxa detecção - Aids Taxa detecção - HIV

Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio. 2021 (Dados sujeitos a alterações).

Apesar dos dados demonstrarem redução da taxa de detecção de aids, para a implementação
das ações e construção das estratégias de enfrentamento, deve ser considerado a coexistência de
pessoas com aids e o crescente número de pessoas com HIV (Gráfico 114). Independente das pessoas
apresentarem a sintomatologia, precisam ser assistidas. O que envolve a ampliação da rede de
assistência especializada para acompanhar e tratar precocemente, e com isso contribuir para evitar a
ocorrência de casos novos, o adoecimento dessas pessoas por aids, assim como, para evitar o aumento
de custo assistencial decorrente de hospitalização.

152
Gráfico 114. Taxa de detecção (100.000 hab.) de PVHA*. Salvador. 2010 -2021
80,0
Taxa / 100.000 hab.
60,0

40,0

20,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Taxa detecção - Aids/HIV
Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio. 2021 (Dados sujeitos a alterações).
*Pessoas diagnosticadas com a infecção pelo HIV e pessoas com diagnóstico de aids.

No que tange ao sexo, verificou-se tanto para os casos de aids como de infecção pelo HIV, o
predomínio do sexo masculino, representando, respectivamente, 68,5% e 71,4% dos casos. As maiores
taxas de detecção também foram para o sexo masculino, para os dois agravos, sendo quase 3 vezes
maior o risco de contaminação ao longo dos anos, em comparação ao sexo feminino (Gráfico 115 e
116).

Gráfico 115. Taxa de detecção de aids em adultos (por 100.000 habitantes), segundo sexo. Salvador. 2010 –
2020
50,0 44,5 44,7
Taxa / 100.000 hab.

40,1
40,0 33,7 33,3 34,8 33,6
30,0 26,7 28,7 25,0
18,7 18,8 18,5 17,3 18,7
20,0 11,9 9,5 11,6 11,6 10,1
8,5 6,0
10,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino Feminino
Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio. 2021 (Dados sujeitos a alterações)

Contudo, observou-se que em relação à infecção para o HIV, o sexo feminino vem mantendo
uma taxa entorno de 20/100.000 hab., a partir de 2016. Deferentemente, do sexo masculino cuja
tendência é crescente (Gráfico 116).

153
Gráfico 116. Taxa de detecção da Infecção pelo HIV (por 100.000 habitantes), segundo sexo. Salvador. 2010 –
2020
Taxa / 100.000 hab.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Masculino Feminino
Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio. 2021 (Dados sujeitos a alterações).

Em relação à faixa etária os dois agravos apresentaram distribuição percentual semelhantes, com
concentração entre os indivíduos de 20 a 49, representando mais de 80% dos casos diagnosticados. As
faixas etárias de 20 a 29, 30 a 39 e 40 a 49, apresentaram as maiores taxas de detecção da série, todavia,
enquanto a primeira faixa em aids corresponde a de 30 a 39 anos, para a infecção pelo HIV concentra-
se entre os indivíduos de 20 a 29 anos, ou seja, em adultos mais jovens.
Todavia, observou-se o crescimento na faixa etária de 60 anos e mais, tanto para aids como
para infecção pelo HIV. No caso de aids cuja tendência é de decréscimo em todas as faixas etárias,
nessa é de aumento, com um incremento de 31,7% quando se analisa os anos de 2010 e 2019, sendo
ainda maior quando se analisa o ano até 2018 (Gráfico 117 e 118).

Gráfico 117. Taxa de detecção de aids (por 100.000 habitantes), segundo faixa etária. Salvador. 2010 - 2020
80,0
Taxa / 100.000 hab.

60,0
40,0
20,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

13 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos


40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 e mais
Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio. 2021 (Dados sujeitos a alterações).

154
Gráfico 118. Taxa de detecção da Infecção pelo HIV (por 100.000 habitantes), segundo faixa etária. Salvador.
2010 – 2020.
80,0
Taxa / 100.000 hab.
60,0

40,0

20,0

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

13 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos


40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 e mais
Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio 2021 (Dados sujeitos a alterações).

No que se refere à distribuição espacial, verificou-se para ambos os agravos que as maiores taxas
de detecção se concentraram no distrito sanitário (DS) do Centro histórico, demandando identificar os
fatores que contribuem para essa maior vulnerabilidade e a partir de aí criar estratégias de intervenção.
Chama a atenção no caso de aids que embora a tendência seja de decréscimo, para os DS Boca do Rio
e Liberdade, a tendência foi oposta, com incremento, respectivamente de, 13,2% e 5,3% (2010 – 2019),
caracterizando uma “situação de alerta” (Tabela 35).
Para a infecção pelo HIV apesar da tendência ser crescente para todos os distritos sanitários,
destacam-se DS Cajazeiras e Itapuã. Em parte, se deve muito provavelmente à uma maior apropriação
dos profissionais de saúde da portaria (Nº 1.272 de 06/06/14, com a consequente notificação, e
melhoria das ações de vigilância epidemiológica, do que propriamente um aumento expressivo como
o apresentado na tabela 36.

Tabela 35. Taxa de detecção de aids, segundo o distrito sanitário de residência (DS), Salvador-BA,
2010 – 2020.
DISTRITO SANITÁRIO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Histórico 62,6 60,7 67,8 79,3 54,9 50,3 36,1 37,3 44,3 39,8 31,1
Itapagipe 25,9 29,2 26,3 29,9 21,9 17,3 26,8 16,5 22,3 18,9 11,0
São Caetano / Valéria 31,7 36,0 35,8 39,1 31,3 27,0 24,8 27,1 15,7 22,4 14,3
Liberdade 24,7 29,0 31,3 34,7 18,7 23,8 24,8 17,2 20,2 26,0 9,4
Brotas 23,2 23,6 26,8 25,2 19,4 15,2 15,6 17,0 16,1 10,3 10,3
Barra/Rio Vermelho/Pituba 28,4 25,6 33,2 27,0 25,6 22,1 22,6 15,4 14,7 15,2 9,1
Boca do Rio 20,5 21,2 35,2 30,6 23,8 23,7 21,1 14,5 20,0 23,2 11,6
Itapuã 14,8 18,9 22,4 27,6 14,5 19,6 17,7 14,7 18,7 13,8 11,6
Cabula Beiru 27,0 30,7 26,6 24,8 16,3 16,8 15,8 15,5 17,1 14,2 13,3
Pau da Lima 14,9 20,7 22,6 20,8 15,7 15,2 19,9 16,0 16,0 11,4 10,9
Subúrbio Ferroviário 19,7 30,8 29,2 22,7 17,8 16,7 23,6 19,5 18,5 9,5 8,5
Cajazeiras 17,0 21,3 22,6 30,8 20,4 22,3 24,2 22,7 22,1 11,7 15,1
Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio 2021 (Dados sujeitos a alterações).

155
Tabela 36. Taxa de detecção de infecção pelo HIV, segundo o distrito sanitário de residência (DS).
Salvador. 2010 – 2020.

DISTRITO SANITÁRIO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Histórico 15,6 21,4 22,7 27,1 59,5 74,6 74,1 100,1 118,9 78,6 58,3
Itapagipe 5,5 9,8 4,9 9,7 22,7 34,2 41,7 30,6 29,8 48,5 30,0
São Caetano / Valéria 6,7 5,4 6,8 17,9 30,7 31,3 36,6 45,4 43,9 42,5 36,7
Liberdade 4,2 8,2 6,9 15,0 27,6 25,1 29,0 34,1 34,4 38,0 23,0
Brotas 4,9 2,8 8,8 10,4 22,1 28,6 36,0 43,9 41,1 38,9 29,4
Barra/Rio Vermelho/Pituba 6,9 11,4 9,7 17,1 28,2 30,1 35,0 41,0 42,9 42,5 35,6
Boca do Rio 5,3 10,7 4,4 14,1 38,0 46,0 42,4 50,3 56,5 48,4 29,9
Itapuã 5,9 7,0 4,6 7,3 19,4 22,7 36,6 32,1 31,9 50,0 37,2
Cabula Beiru 2,8 4,5 5,7 10,7 21,4 23,8 30,2 31,1 39,9 44,1 36,0
Pau da Lima 2,2 6,4 8,0 7,4 17,8 22,1 26,9 36,5 40,6 39,0 22,4
Subúrbio Ferroviário 4,4 8,0 8,0 12,6 23,4 29,6 41,8 34,9 41,3 38,6 36,7
Cajazeiras 3,7 7,4 8,1 8,7 19,9 21,8 46,0 40,3 34,1 67,7 34,4
Fonte: SINAN Net. Acesso em 10 de maio 2021 (Dados sujeitos a alterações).

O município de Salvador e Fortaleza representam dentre as capitais brasileiras a 4ª e 5ª posição


do país em população, respectivamente, e a 40,4% e 55% dos casos de aids dos estados da Bahia e
Ceará. Ocupam a 21ª e 15ª posição do ranking da taxa de detecção de casos de aids entre as capitais
brasileiras (BRASIL, 2020d). Embora Salvador esteja entre as últimas capitais, ainda requer a
intensificação das ações de assistência e de vigilância considerando a tendência crescente das PVHA.
Conforme o gráfico 119, Salvador apresenta as maiores taxas de detecção de aids, contudo, com
tendência decrescente, principalmente a partir de 2013. Quando se analisa os anos de 2010 e 2019, a
redução foi de 37,1%. Diferentemente de Fortaleza que apresenta taxas elevadas, decresce a partir de
2012 e mantém nos anos subsequentes taxas persistentes, com uma média das incidências de 27,9 /
100.000 habitantes. Contudo, na análise da série histórica de 2010 e 2019, ocorreu um incremento de
3,5% (BRASIL, 2020d).

Gráfico 119. Taxa de detecção de aids (por 100.000 habitantes), segundo capitais. Salvador e
Fortaleza. 2010 – 2019
40
Taxa / 100.000 hab,

30 30,5 29,9
28,6
25,6
21,7 21,2 21,8
20 18,6 18,6
16,1
10

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Salvador Fortaleza

Fonte: BRASIL, 2021 (Dados sujeitos a alterações).

g) HTLV
Estima-se que 15 a 20 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HTLV-1 no mundo. No
Brasil, encontra-se presente em todas as regiões, com menor prevalência nos extremos norte e sul, e
maior no Sudeste e no estado da Bahia, sendo Salvador a cidade brasileira com maior prevalência de

156
HTLV 1. A Bahia inseriu o HTLV como doença de notificação compulsória por meio da Portaria nº.
125, em janeiro de 2011.
A transmissão do HTLV ocorre da mãe infectada para o recém-nascido (transmissão vertical),
principalmente pelo aleitamento materno. Outras formas de infecção são a via sexual desprotegida
(sem camisinha) com uma pessoa infectada e o compartilhamento de seringas e agulhas. A partir de
2012, a testagem para o HTLV foi implantada na triagem pré-natal em papel filtro no estado da Bahia,
reforçando a ideia da triagem do HTLV no pré-natal como importante instrumento diagnóstico de
pessoas infectadas pelo vírus do HTLV.
As gestantes que iniciam o pré-natal na atenção primária no município de Salvador fazem a
testagem sorológica para o HTLV. Aquelas que confirmam sorologia positiva têm a amamentação
contraindicada e o município garante o recebimento da fórmula infantil de partida e seguimento em
substituição ao leite materno, como forma de prevenção da transmissão vertical. Dessa forma é de
importância primordial a qualificação da atenção ao pré-natal.
O gráfico 120 representa a taxa de detecção do HTLV do período compreendido entre 2010 a
2020, mas quando se realiza a pesquisa no Sinannet não aparece casos de HTLV no período de 2010
a 2011 para Salvador. O estado da Bahia incluiu o HTLV como doença de notificação compulsória
por meio de portaria a partir de janeiro de 2011, fato que pode justificar a ausência de dados em anos
anteriores.

Gráfico 120. Taxa de detecção HTLV (por 100.000/hab.). Bahia, Salvador. 2010-2020
14,0 Bahia Salvador 13,2
11,6
12,0
10,3
10,0

8,0

6,0 5,1 5,5


4,6 4,7 4,8
3,5
4,0 2,9
1,9 2,0
1,3
2,0 0,9 1,2 0,7 0,9
0,1 0,0 0,2 0,0 0,1
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/SINAN. Acesso em 17/05/21

De 2012 até 2020, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação –


SINANNET –, 1 468 casos de HTLV diagnosticados entre residentes do município de Salvador, no
período em análise observa-se tendência de crescimento na taxa de detecção ao longo dos anos com
uma leve queda nos anos de 2018-2019 em Salvador, por outro lado na Bahia a curva é sempre de
ascendência. Exceto em 2020 que houve uma queda de 66% na taxa de detecção para Salvador e 64%
na Bahia em comparação com 2019, a qual pode-se associar a pandemia do Coronavírus.
A tabela 37 mostra a taxa de detecção dos casos de HTLV por distrito sanitário, Salvador é
considerada área endêmica para HTLV e a partir de 2015 observa-se o registro de casos distribuídos
em todos os distritos sanitários.

157
Tabela 37. Taxa de detecção HTLV(por 100.000/hab.), Distrito Sanitário(DS). Salvador.2010 - 2020
Distrito de Residência 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Histórico 0,0 0,0 0,0 1,3 5,1 11,3 20,8 23,3 9,0
Itapagipe 0,0 0,0 0,0 5,1 2,2 15,6 6,9 8,6 2,9
São Caetano/Valéria 0,0 0,7 0,7 2,1 3,2 14,8 13,1 11,2 3,2
Liberdade 0,0 0,5 0,5 2,0 4,6 19,2 8,4 6,7 3,6
Brotas 0,0 2,3 1,4 2,7 6,3 11,1 12,0 9,2 6,8
Barra/Rio Vermelho/Pituba 0,0 0,8 0,0 2,7 2,7 11,8 5,8 6,3 2,7
Boca do Rio 0,0 0,7 1,5 1,5 5,0 10,0 3,0 11,1 3,7
Itapoan 0,4 0,4 1,1 4,4 4,7 14,1 13,8 7,1 0,7
Cabula/Beiru 0,3 2,2 1,0 3,3 3,5 10,6 11,9 10,4 4,6
Pau da Lima 0,0 1,7 2,1 14,7 14,2 19,1 26,5 13,6 3,0
Subúrbio Ferroviário 0,0 2,3 0,6 4,3 5,7 12,4 9,0 9,0 1,7
Cajazeiras 0,0 0,0 1,2 10,4 4,0 6,8 8,8 12,9 2,9
Fonte: SINAN Net/SMS/DVIS/CM DST-AIDS. Acesso em 10/05/21

Quanto à distribuição da taxa de detecção por Distrito Sanitário (DS), em 2018, o DS de Pau da
Lima apresentou a maior concentração de casos (62) e maior detecção (26,5/100.000 hab) de toda a
série. Já em 2019, a maior ocorrência de casos foi no Cabula Beiru (43) e maior detecção no Centro
Histórico (26,5 casos/100.000 habitantes).
Outros DS com taxas de detecção elevada (2017) foram: DS Liberdade (19,2/100.000 hab.), DS
Itapagipe (15,6/100.000 hab.), DS Itapuã (26,5/100.000 hab.), DS São Caetano Valéria (14,8/100.000
hab.).
Em 2020, período marcado pela pandemia do Coronavírus, o DS Centro Histórico se manteve
com a taxa de detecção elevada (9,0/100.000 hab.), por outro lado o DS de Pau da Lima aparece com
uma queda importante de 78% da taxa de detecção, pode-se inferir que as pessoas acessaram menos
os serviços de saúde nesse ano.
Em relação a taxa de detecção por sexo (Gráfico 121) evidencia-se que o sexo feminino supera
o masculino em todos os anos do período analisado. A transmissão por meio do sexo é mais eficiente
do homem para a mulher, de modo que a infecção se revela mais elevada em mulheres.
Outro fator que contribui para uma maior taxa de detecção entre as mulheres é a triagem
sorológica realizado no pré-natal na atenção básica no município de Salvador, além contribuir para
prevenção da transmissão vertical com a contraindicação da amamentação para as mulheres que com
a infecção possibilita a detecção de casos nesta população. No contexto social, a infecção pelo HTLV-
1 está associada a indicadores socioeconômicos e educacionais desfavoráveis.

158
Gráfico 121. Taxa de detecção HTLV(por 100.000/hab.) por sexo, Salvador-BA, 2010—2020
20,0 18,2
18,0 16,3
16,0 15,1
14,0
12,0
10,0
7,5 7,5
8,0 6,6 6,3
6,0 4,7 5,1
4,0 2,3 2,5
2,0 1,8
2,0 1,3
0,0 0,1 0,4 0,4
0,0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Masculino Feminino

Fonte: SINAN Net/SMS/DVIS/CM DST-AIDS (Acesso em 10/05/21)

A maior taxa de detecção encontra-se nas faixas etárias de 65-79 anos, seguido 50-64 anos e 80
e+, o HTLV tem ação muito lenta no organismo e as doenças em sua maioria tem aparecimento tardio.
Nota-se registros de casos nas faixas etárias de 15-19, 20-34 e 35-49 anos, logo de pessoas jovens que
possuem vida sexual ativa, com possibilidade de exposição a relação sexual desprotegida. De acordo
com o gráfico 122, verifica-se taxa de detecção em menores de 1 ano, no entanto, o teste positivo na
faixa etária de menor de um ano de idade pode não corresponder a infecção e resultar apenas da
passagem de anticorpos maternos através da placenta.

Gráfico 122. Taxa de detecção HTLV (por 100.000/hab.), segundo faixa etária, Salvador-BA, 2010-2020
160,0

140,0

120,0

100,0

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0
<1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-34 35-49 50-64 65-79 80 e+

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SINAN Net/SMS/DVIS/CM DST-AIDS. Acesso em 10/05/21

159
2.4.5. Perfil de Morbimortalidade relacionada ao trabalho
2.4.5.1. Agravos relacionados ao trabalho
A taxa de incidência dos Agravos e Doenças Relacionadas ao Trabalho (ADRT) notificados no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no município de Salvador, apresenta uma
tendência crescente, sendo observada uma taxa de 18,58 por 10 mil integrantes da PIA em 2020, o que
indica um aumento de 500% em relação ao ano de 2010, desempenho, inclusive, que tem impactado
favoravelmente no resultado do estado da Bahia (Gráfico 123).
A maior sensibilidade da rede para a notificação de agravos relacionados ao trabalho tem
relação, entre outros aspectos, com os investimentos nas ações de Educação Permanente, a exemplo
do Programa de Apoio Institucional e Matricial à Rede Notificadora de ADRT implantado pelo Cerest
Salvador em 2019, em especial para a Rede de Urgência e Emergência (RUE) e hospitais públicos e
privados, especialmente os serviços de ortotraumatologia, cirurgia e neurocirurgia.

Gráfico 12. Taxa de Incidência dos ADRT (10 mil integrantes da PIA) no Sinan, Salvador e Bahia, 2010 a 2020

20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Salvador 3,1 3,72 3,99 6,46 5,92 10,05 9,4 11,16 13,63 15,14 18,58
Bahia 3,33 4,23 4,33 4,9 5,47 6,09 5,69 6,94 8 8,67 11,39
Fonte: SINAN.
Nota: para 2020 foi utilizada a PIA e a População estimadas para 2019.

Os casos ADRT notificados, no período entre 2010 e 2020, demonstram que houve uma maior
frequência de agravos agudos – Acidentes de Trabalho e Acidente de Trabalho com Exposição a
Material Biológico – e da LER/DORT, correspondendo a quase totalidade das notificações (Gráfico
124).

160
Gráfico 124. Casos de ADRT no Sinan, segundo tipo de agravo notificado, Salvador-BA, 2010 a 2020.
6000

4000

2000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Intoxicação Exógena Relacionada ao Trabalho
Transtorno Mental
Pneumoconiose
PAIR
LER DORT
Dermatoses Ocupacionais
Câncer Relacionado ao Trabalho
Acidente de Trabalho
Acidente Trabalho c/Exposição a Material Biológico

Fonte: SINAN

O aumento dos Acidentes de Trabalho notificados nesse período deve-se, além das atividades
de Educação Permanente, à ampliação da definição de caso de Acidente de Trabalho para fins de
notificação no Sinan, a partir da Nota Informativa DSASTE/SVS/MS nº 94/2019. Em 2020, esse
aumento justifica-se também pelo registro dos casos de Covid-19 relacionados ao trabalho na Ficha de
Acidente de Trabalho, conforme orientação da SESAB para registro da confirmação de exposição
ocupacional ao SARS CoV-2 no Sinan.
O aumento dos casos de Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico, além de se
tratar de um evento agudo de notificação compulsória, a necessidade de notificação para fins de
profilaxia pós exposição tem sido uma condição que tem melhorado o registro desses casos.
Quanto às LER/DORT, pode-se atribuir esse aumento, entre os anos de 2010 e 2012, à
implantação do Protocolo de Ler/DORT nos serviços de saúde do trabalhador. Para os demais agravos,
houve uma diminuição significativa da notificação, sendo o Câncer Relacionado o Trabalho de menor
frequência.
Quando se compara os dados do Sinan aos dados da Previdência Social, mesmo com o
significativo aumento das notificações no Sinan, verifica-se que os dados deste sistema correspondem
a 53,4% dos casos notificados pela previdência (Gráfico 125). Ressalta-se que o Sinan é um sistema
universal, ou seja, compreende todos os trabalhadores (formais, informais, autônomos) enquanto que
a Previdência Social é para os trabalhadores formais com carteira assinada. Assim, a expectativa é os
dados do Sinan superassem em número os dados da previdência, principalmente considerando o
aumento do trabalho informal nos últimos anos, mas isto ainda não ocorre.
Nos dados da série histórica do Gráfico 127, observa-se um aumento das notificações dos ADRT
no Sinan e o declínio dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho no âmbito da Previdência
Social, comportamento provavelmente relacionado à redução da população trabalhadora
previdenciária, conjuntura preocupante, conforme já referido anteriormente, uma vez que o
desemprego é o fator principal que leva as pessoas ao setor informal no mundo do trabalho.

161
Gráfico 125. Números absolutos de ADRT na Previdência e no Sinan, Salvador-BA, 2010 a 2018
9000
8000
7000
6000
Nº CASOS

5000
4000
3000
2000
1000
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Previdência 8056 8350 7763 7022 6899 6006 5968 5921 5908
Sinan 671 810 876 1507 1400 2384 2235 2667 3152

Fonte: SINAN e DATAPREV

O município de Salvador, em 2020, contou com uma rede notificadora para ADRT de 84
unidades de saúde, o que corresponde a 425% de aumento em relação a 2010 (Gráfico 126). Esse
desempenho, além do aumento da capacidade instalada da capital, está associado ao Programa de
Formação e Apoio Matricial e Institucional do Cerest Salvador que tem qualificado periodicamente
os profissionais das Unidades de Saúde da Rede de Atenção à Saúde de Salvador, sejam públicas ou
privadas, conveniadas ou não ao SUS municipal. Apesar desse crescimento, avalia-se a necessidade
da implementação da incorporação da categoria trabalho no cotidiano das práticas dos profissionais de
saúde como fator determinante e condicionante dos processos de saúde e doença, notadamente para os
agravos crônicos.

Gráfico 126. Número de Unidades Notificadoras, Salvador, 2010 a 2020.


90
84
80
70
64 67
60 60
50 49 52
40 40
30 30 33

20 22
16
10
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: SINAN.

2.4.5.2. Óbitos por Acidente de Trabalho


A taxa de mortalidade por Acidente de Trabalho no município de Salvador variou 0,2 em 2010
a 0,3 em 2020 por 100 mil integrantes da PIA no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM),
sendo a maior taxa observada para o ano de 2017 (1,4/100 mil integrantes da PIA) (Gráfico 127).

162
Gráfico 127. Coeficiente de Mortalidade por Acidente de Trabalho (por 100 mil integrantes da PIA). Salvador
e Bahia, 2010 a 2020.
2,5

2,0 1,9
1,7 1,8
1,7
1,5 1,5 1,5 1,5
1,4 1,4 1,4 1,5
1,2 1,3 1,2
1,0 1,1
1,0 0,9
0,8
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Salvador Estado Linear (Salvador)


Fonte: SIM e IBGE.

A taxa de mortalidade por Acidente de Trabalho entre segurados da previdência, no período de


2010 a 2018, apresenta tendência de queda para Salvador e estado da Bahia, sendo, respectivamente,
as taxas de 1,56 e 4,41/100.000 trabalhadores segurados da previdência em 2018 (Gráfico 128). O
comportamento bastante errático da curva dos óbitos por Acidente de Trabalho no SIM deve-se à baixa
acurácia do campo específico que relaciona o óbito por causas externas ao trabalho nesse sistema, o
que se constitui um óbice para a construção de taxas específicas de mortalidade por acidente de
trabalho.

Gráfico 128. Coeficiente de Mortalidade por Acidente de Trabalho entre segurados da previdência (por 100
mil trabalhadores), Salvador e Bahia, 2010 a 2020.
7

6
5,7 5,78
5 4,84 4,85
4,65 4,68
4,41
4 4,02 3,78
3,4
3

2 2,13 2,26 2 2,23 2,09


1,76 1,5 1,56
1

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Salvador Bahia
Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência/Dataprev; RAIS

Observa-se que a proporção de preenchimento do campo que relaciona o óbito com o trabalho
no SIM apresenta altas proporções para variável ignorado, tanto para o estado da Bahia quanto para o
município de Salvador, sendo o melhor desempenho em relação à incompletude desse campo
observado, respectivamente, para os anos de 2014 (76%) e 2017 (79%) na capital. Estes dados
refletem, em parte, a baixa sensibilidade dos profissionais de saúde, em específico, dos médicos

163
legistas que são os responsáveis pelo preenchimento das Declarações de Óbitos por Causa Externas
(Gráfico 129).

Gráfico 129. Preenchimento ignorado do campo Acidente de Trabalho no SIM, segundo variáveis que relaciona
o óbito com o trabalho, Salvador-BA, 2010 a 2020
100

90

80

70

60

50

40
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Salvador 93 99 96 93 76 83 84 79 89 88 93
Bahia 88 89 88 87 82 85 87 85 87 84 86
Fonte: SIM.

Desde de 2017, o município de Salvador realiza ações de investigação epidemiológica dos óbitos
por causas externas relacionados ao trabalho, na perspectiva de qualificar os dados do SIM, inclusive
o campo ocupação habitual, que apresenta um importante grau de incompletude, mas essas ações não
têm sido suficientes ainda para impactar a qualificação dos dados e, em especial, o campo Acidente de
Trabalho no SIM.

2.4.6. Morbidade Hospitalar


Na avaliação das internações ocorridas na população de Salvador no período de 2010 a 2019,
excetuando-se o predomínio das causas obstétricas, destacam-se a ocorrência das doenças do aparelho
circulatório, doenças do aparelho digestivo, lesões envenenamentos e outras consequências de causas
externas, e neoplasias e tumores, como as principais causas de internamento.
Diante, do evento da Pandemia por SARG COVID 19, vemos uma mudança do perfil
nosocomial das internações dos residentes soteropolitanos, no intervalo de 2010 a 2020, destaca-se
que as causas obstétricas continuam predominar entre as causas de internação (2020) 21,3% (porém
com redução com 10,8% em relação ao ano anterior, seguindo pelas internações por lesões,
envenenamento e outras causas externas 10,6%, doenças infecciosas e parasitas (incluso nesse grupo
a internações por coronavírus) correspondendo a 9,6%, neoplasias 8,5%, doenças do aparelho
circulatório.
Neste contexto verifica-se o incremento de internações por lesões envenenamento e algumas
outras consequências de causas externas que passaram de 7,73% para 10,54%, diminuição de cirurgias
eletivas e aquelas devido a necessidade de acompanhamento e ações de intervenções para mitigar
efeitos de tratamento postergados, nas diversas especialidades.

164
2.4.7. Iniquidades em Saúde
2.4.7.1. Saúde da População Negra
A discussão da questão racial pressupõe o racismo como estruturante das relações sociais, o que
coloca os negros em situação de vulnerabilidade e torna esta população mais suscetível a diversos
problemas sociais e de saúde. Em Salvador, a inclusão da discussão de uma política abordando a
diversidade racial se deu com a implantação do Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra
(GTSPN), instituído pela Portaria Municipal nº 18, de 11 de fevereiro de 2005.
Em janeiro de 2019, através da Portaria nº 54, foi instituído o Núcleo Interno de Combate ao
Racismo Institucional (NICRI/SMS) que é um desdobramento das ações do Comitê Municipal do
PCRI. O NICRI/SMS possui representação de todos os Distritos Sanitários, bem como dos campos
temáticos de Saúde da Mulher, Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, Programa de Atenção à Pessoa
com Doença Falciforme, e tem como objetivo conduzir as discussões étnico-raciais no âmbito da
saúde.
De acordo com WERNECK (2010), o conceito de saúde da população negra está ancorado em
três aspectos importantes: a política, a ciência e a cultura afro-brasileira. Além disso, destacam-se três
aspectos dos processos de saúde e doença desta população: o racismo (que influência direta e
indiretamente as condições de vida e saúde; incluindo o racismo institucional); a vulnerabilidade
diferenciada a determinados agravos ou doenças; e o aprendizado e vivência das culturas e tradições
afro-brasileiras.
As doenças e os agravos que mais acometem a população negra inserem-se em quatro grandes
grupos nosológicos:
a) doenças com condições geneticamente determinadas (Anemia falciforme, Hipertensão arterial,
Diabete mellitus, deficiência de glicose-6-fosfato hidrogenase);

b) doenças por condições adquiridas, derivadas de condições socioeconômicas e educacionais


desfavoráveis (Alcoolismo, Toxicomania, Desnutrição, Abortos sépticos, DST/AIDS, Doenças do
trabalho, Doenças Mentais, violência);
c) doenças cuja evolução é agravada ou o tratamento é dificultado pelas condições ambientais e
pela falta de acesso aos serviços de saúde (Hipertensão Arterial, Diabete Mellitus, Miomas, Parto,
coronariopatias, insuficiência renal crônica);
d) doenças por condições fisiológicas que sofrem interferência das condições ambientais e
socioeconômicas (Crescimento e Desenvolvimento, Gravidez, Envelhecimento).

Ressalta-se que as patologias citadas acima, embora não sejam específicas da população negra,
são prevalentes e apresentam morbimortalidade acentuada nessa população. Acredita-se que o racismo
seja um dos fatores que contribui para essa realidade, uma vez que é considerado um determinante
social da saúde. O racismo e a desigualdade social afetam a saúde da população negra porque
dificultam o acesso, segregam, marginalizam, diminuem a dignidade, desvalorizam a cultura e a
origem, impossibilita relações, inclusive as de cuidado. Essa realidade contribui para menor
expectativa de vida e maiores complicações por dificuldade de acesso aos serviços de saúde nos
diferentes níveis de atenção, inclusive pelas situações de violências sofridas, dentre outros.
O racismo, assim como outras causas fundamentais, opera sobre a saúde através de múltiplos
mecanismos e as vias através das quais essas causas distais impactam a saúde podem mudar com o
tempo. Por exemplo, o racismo institucional e cultural pode afetar adversamente a saúde através de
estigma, estereótipos, preconceito e discriminação racial. Essas dimensões do racismo podem levar a
diferenças no acesso aos recursos econômicos e vários outros recursos e oportunidades sociais. Estudos
indicam que o racismo, em suas formas institucional e cultural, tem sido e continua sendo um forte
fator determinante do estabelecimento e manutenção de desigualdades raciais em vários tipos de
resultados sociais, as quais se combinam para produzir desigualdades em saúde.

165
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) 27 é das estratégias para
enfrentamento do racismo enquanto um determinante social e se constitui um compromisso público
para a promoção da saúde da população negra, notadamente devido às iniquidades em saúde que são
consequências fatores socioeconômicos e culturais, incluso neste o racismo institucional.
Os dados apresentados na tabela 38 indicam que as principais causas de óbitos para a população
negra28 residente, no período de 2015 a 2020, são as doenças do aparelho circulatório, neoplasias,
causas externas e doenças infecciosas, o que difere da população branca, que apresenta como terceira
e quarta causas de morte, respectivamente, as doenças do aparelho respiratório e causas externas.

Tabela 38. Óbitos de residentes, segundo causas do capítulo CID10 e componente raça/cor, Salvador-
BA, 2015-2020.
Ign/
Causa Cap. CID 10 Branca Preta Amarela Parda Indígena Total
branco
IX. aparelho circulatório 5021 4947 32 10558 18 1682 22258
II. Neoplasias (tumores) 4453 3608 36 9959 15 1122 19193
XX. Causas externas de
2004 2835 17 9849 10 223 14938
morbidade e mortalidade
I. Algumas doenças infecciosas
1791 2191 19 4491 6 855 9353
e parasitárias
X. aparelho respiratório 2457 1676 20 4125 7 637 8922
IV. Doenças endócrinas
1274 1310 8 2771 4 485 5852
nutricionais e metabólicas
XI. aparelho digestivo 1124 1152 12 2783 2 466 5539
XIV. aparelho geniturinário 867 656 12 1449 3 268 3255
VI. sistema nervoso 1233 433 4 1360 2 205 3237
V. Transtornos mentais e
193 195 0 516 2 49 955
comportamentais
III. Doenças sangue órgãos
137 169 1 321 1 50 679
hemat e transt imunitários
XV. Gravidez parto e puerpério 10 40 0 85 0 6 141
Total 20.564 19.212 161 48.267 70 6.048 94.322
Fonte: SMS/SUIS – SIM, 2021.

Conquanto a ocorrência de mortalidade por doenças infecciosas tenha reduzido nas últimas
décadas, sobretudo devido à implementação de políticas públicas e à adoção de medidas de higiene
e saneamento, a mortalidade por COVID-19 torna a elevar essa mortalidade, chamando a atenção
para a necessidade de manutenção das medidas de isolamento e distanciamento social, ao passo
em que também evidencia a vulnerabilidade da população negra nesse cenário, um grupo
populacional historicamente mais vulnerável devido às condições de vida e o baixo acesso
adequado aos cuidados de saúde.
Em relação às principais Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e sua relação com a
variável raça/cor, o Gráfico 132 apresenta a frequência de óbitos pelas principais DCNT - doenças
hipertensivas, insuficiência cardíacas e diabetes mellitus, sendo observada maior frequência para
doença hipertensiva, com destaque para a população negra (pardos e pretos). Em relação às doenças
hipertensivas e diabetes mellitus, registra-se que a população negra apresenta maior resistência aos
protocolos terapêuticos e os quadros clínicos são mais graves nesse subgrupo da população (VARGA;
CARDOSO, 2016).

27
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), instituída pela Portaria GM MS nº 992
de 13 de maio de 2009, está embasada nos princípios constitucionais de cidadania e dignidade da pessoa humana
(BRASIL, 1988, art. 1º, inc. II e III), do repúdio ao racismo (BRASIL, 1988, art. 4º, inc. VIII), e da igualdade
(BRASIL, 1988, art. 5º, caput), sendo igualmente coerente com o objetivo fundamental da República Federativa
do Brasil de "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação" (BRASIL, 1988, art. 3º, inc. IV).
28
Denomina-se de população negra o somatório de negros e pardos.

166
Gráfico 130. Óbitos residentes das principais DCNT segundo variável raça/cor. Salvador, 2015-2020.
Diabetes Melitus Doença hipertensiva Insuficiencia cardiaca

1228

648 561
515
375
264 205 282 240
142 66 82

Branca Preta Parda Não informado


Fonte: SMS/SUIS – SIM, 2021.

Os homicídios são a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil e atingem


especialmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos
centros urbanos. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) mostram que mais da
metade dos 56.337 mortos por homicídios em 2012 no Brasil eram jovens (27.471), correspondendo a
52,6% dos óbitos, sendo 77% negros (pretos e pardos) e 93,3% do sexo masculino. A Bahia é o
segundo estado do país que apresenta a maior taxa de crescimento de homicídios na população negra,
segundo o Mapa da Violência, e tem a menor taxa de encarceramento de jovens (BRASIL, 2015b).
Em relação aos óbitos por homicídio em Salvador, segundo Distrito Sanitário de residência,
observa-se maior proporção de ocorrência para os distritos São Caetano/Valéria (17,9%), Subúrbio
Ferroviário (15,6%), Cabula Beiru (12,6%), sendo também considerados os distritos que concentram
maior percentual de população negra na capital (Tabela 39).

Tabela 39. Óbitos por homicídio, segundo raça/cor e Distrito Sanitário de residência, Salvador-BA,
2015 - 2020.
Distrito Sanitário
Branca Preta Amarela Parda Indígena Ignorado Total %
Residência
Centro Histórico 22 28 0 121 1 1 173 2,3
Boca do Rio 25 36 0 122 0 1 184 2,5
Brotas 44 87 1 272 1 6 411 5,5
Itapagipe 40 85 0 317 0 4 446 5,9
Barra/Rio 40 109 1 302 1 3 456 6,1
Vermelho/Pituba
Itapuã 57 85 1 360 1 3 507 6,8
Cajazeiras 50 123 1 397 0 2 573 7,6
Pau da Lima 53 124 1 443 0 6 627 8,4
Liberdade 49 132 0 481 0 3 665 8,9
Cabula/Beiru 79 203 0 653 0 6 941 12,6
Subúrbio 81 235 1 841 0 10 1168 15,6
Ferroviário
São Caetano/ 106 281 4 942 0 7 1340 17,9
Valeria
TOTAL 646 1528 10 5251 4 52 7491 100
Fonte: SMS/SUIS – SIM

O perfil de mortalidade materna praticamente não mudou na última década, sendo as principais
causas hipertensão, infecção puerperal, aborto e hemorragia. As mulheres negras são as principais
vítimas, segundo dados do SIM, sendo que, do total de 1.583 mortes maternas em 2012, 60% eram de
mulheres negras. A mortalidade materna ganha contornos ainda mais graves quando se percebe que
cerca de 90% desses óbitos são classificados como de causas evitáveis e, muitos deles, relacionados
às ações dos serviços de saúde.
O gráfico 131 apresenta os óbitos maternos de residentes em Salvador relacionados às causas
obstétricas diretas, indiretas e abortos, cuja maior frequência é observada para a população parda e
preta respectivamente, com maior contribuição das causas indiretas. Estes dados corroboram com os

167
da literatura quanto à morte precoce e evitável de mulheres negras - vítimas recorrentes do racismo e
do sexismo na sociedade - devido ao menor ingresso e acesso às políticas públicas, o que impacta nos
indicadores de saúde, quando comparados aos da população branca.

Gráfico 131. Óbitos maternos segundo causas obstétricas, abortos e sua relação com a variável raça/cor.
Salvador-BA, 2015-2020.

45
39
40
35
35
30

25 22
20
15
15
10 8
3 4 3
5 2 2 1 2
0
Branca Preta Parda Não informado

Fonte: SMS/SUIS – SIM, 2021.

A Doença Falciforme (DF), doença genética mais prevalente no país, é um agravo em saúde que
acomete majoritariamente a população negra. No município de Salvador, a notificação da DF passou
a ser compulsória, a partir de 2009, com a publicação da Portaria nº 217. A população negra (preta e
parda) corresponde a 60% das notificações no período, sendo que para 38% observa-se incompletude
do campo raça/cor (Gráfico 132).

Gráfico 132. Casos de DF notificados segundo a variável raça/cor, Salvador-BA, 2015-2020

39% 38%

2%
21%

Ign/Branco Branca Preta Parda

Fonte: SMS/SUIS – SINAN

Para as internações de residentes segundo raça/cor, no período de 2015 a 2020, observa-se que
o DS Itapagipe lidera as internações na população preta (56,1%), seguido do Centro Histórico (53,2%)
e Brotas (49,2%) (Gráfico 133).

168
Gráfico 133. Internações segundo distrito de residência e raça/cor, Salvador-BA, 2015-2020

120,0
100,0
80,0
%

60,0
40,0
20,0
0,0
Barra
São Subúrbio
Centro Liberdad Rio Boca do Cabula Pau da Cajazeira
Itapagipe Caetano/ Brotas Itapuã Ferroviár
Histórico e Vermelh Rio Beiru Lima s
Valéria io
o
Ignorado 40,7 37,3 53,9 56,6 46,6 52,5 50,8 62,5 59,9 59,9 60,3 63,1
Indígena 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Amarela 1,8 1,3 1,6 2,7 1,2 1,7 1,6 1,5 1,8 1,4 1,3 0,9
Parda 47,9 33,4 33,2 30,5 43,4 36,8 38,3 27,0 30,1 28,9 27,3 26,8
Preta 5,3 22,8 9,1 7,9 5,8 6,0 5,2 6,2 6,2 7,7 8,8 7,4
Branca 4,4 5,2 2,2 2,3 3,0 3,1 4,0 2,7 2,0 2,1 2,3 1,9

Fonte: SMS/SUIS – SIH, 2021

Acesso às ações de Saúde da População Remanescente de Quilombo


A PNSIPN traz, entre seus objetivos específicos, a garantia e a ampliação do acesso às ações e
serviços de saúde para a população negra residente em áreas urbanas, do campo e da floresta, em
particular para populações periféricas dos grandes centros e quilombolas. Na perspectiva de atender,
entre outros, aos objetivos citados acima, a SMS Salvador vem trabalhando na ampliação da cobertura
da sua rede, com o intuito de aumentar o acesso à saúde, de ofertar mais conforto à população e
melhorar a resolutividade das suas ações.
As comunidades quilombolas encontram-se submetidas a uma série de iniquidades sociais, pois
estão alijadas das políticas públicas, principalmente saúde e educação. Acredita-se que o acesso aos
serviços de saúde seja um dos principais impedimentos à implementação de ações de saúde nos
quilombos, contribuindo para que esta população viva em precárias condições de vida, em qualquer
faixa etária (FREITAS, 2011).
Salvador possui muitas áreas remanescentes de quilombos, mas por conta do crescimento da
cidade, essas áreas encontram-se, grande parte, no centro urbano. Em registros históricos há referências
aos quilombos localizados no Buraco do Tatu (Cassange), Pirajá, Campinas de Pirajá, Mata Escura,
Candeal de Brotas, Curuzu, Ilha de Maré, Parque São Bartolomeu, Calabar, Engenho Velho da
Federação, Pedra da Sereia e Itapuã (SALVADOR, 2008).
Atualmente, são seis as comunidades quilombolas do município de Salvador certificadas pela
Fundação Cultural Palmares, todas pertencentes ao Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário (Figura
23):

169
Figura 23. Comunidades quilombolas certificadas, Salvador-BA, 2021

Ilha de Maré

• Bananeiras
• Praia Grande
• Martelo
• Ponta Grossa
• Porto dos Cavalos

São Tomé de Paripe


•Alto do Tororó

Fonte: Fundação Cultural Palmares/BRASIL, 2021b

Em relação ao acesso à saúde das comunidades quilombolas na Ilha de Maré, informa-se serviço
de Atenção Primária na USF Ilha de Maré com duas equipes de Saúde da Família, modalidade
ampliada, e, na atenção especializada, a implantação de Ponto de Apoio às Urgências para a assistência
de pacientes críticos/graves. Considerando a pandemia de SARS CoV-2, também foi implantado em
Bom Jesus dos Passos um Gripário para atendimento dos sintomáticos respiratórios.
Entretanto, observa-se iniquidades no acesso aos serviços de saúde, uma vez que estes estão
concentrados na comunidade de Praia Grande, área mais populosa da ilha, e, devido à insuficiência
dos meios de transportes e à localização geográfica das demais comunidades, muitas famílias optam
por usar serviços de outros municípios (OLIVEIRA, 2021). Assim, para além do acesso ampliado nas
comunidades próximas de Praia Grande, é necessário implantar ponto de apoio na região posterior da
ilha para contemplar o acesso para as demais famílias.
Registra-se também problemas de acesso da comunidade quilombola do Alto do Tororó em
relação à unidade de saúde de São Tomé de Paripe, devido às condições geográficas do território,
sendo necessária a adoção de estratégias que ampliem o acesso de forma a efetivar o direito humano à
saúde, bem como a promoção da equidade racial.
Programa de Combate ao Racismo Institucional
Considerando a necessidade de promover mudanças no cenário de desigualdades étnico-raciais
e do racismo institucional como determinantes sociais das condições de saúde, a Prefeitura do Salvador
investe na estratégia de combate ao racismo institucional por meio do Programa de Combate ao
Racismo Institucional (PCRI), de modo que os servidores reconheçam sua existência, assim como da
discriminação e das intolerâncias que operam na sociedade e funcionam como limitadores das
condições de vida e da dignidade humana.
Neste contexto, o PCRI prossegue na realização de ações para oferecer serviços públicos
adequados a todos os cidadãos, independentemente da cor, cultura ou origem étnico-racial
(SALVADOR, 2016a). Este programa, sob condução da Secretaria Municipal da Reparação
(SEMUR), tem representação de todas as demais secretarias do município, bem como da sociedade
civil.
O Núcleo Interno de Combate ao Racismo Institucional (NICRI) que, na saúde foi instituído
pela Portaria SMS nº54/2019, atua como uma unidade do PCRI e tem como objetivos implementar e
disseminar as ações do programa, transversalizando a temática racial no âmbito da saúde para os
processos de vigilância e atenção nas respectivas unidades do território, tendo representação dos
Distritos Sanitários e dos seguintes campos temáticos: Saúde da Mulher, Doenças Crônicas Não-
transmissíveis, Programa de Atenção à Pessoa com Doença Falciforme.

170
Quesito Raça/Cor dos Sistemas de Informação em Saúde
A PNSIPN traz, nos seus objetivos específicos, garantir o aprimoramento da qualidade dos
Sistemas de Informação em Saúde, por meio da inclusão do quesito cor em todos os instrumentos de
coleta de dados adotados pelos serviços públicos, conveniados ou contratados com o SUS. A coleta
dessa variável torna os sistemas de informação da saúde aptos a consolidar indicadores que traduzem
os efeitos dos fenômenos sociais e das desigualdades sobre os diferentes segmentos populacionais. A
identificação por cor ou raça/etnia na hora do diagnóstico é tão importante quanto a informação sobre
sexo e idade, por exemplo, uma vez que é fundamental conhecer a determinação social das
desigualdades étnico/raciais no processo de adoecimento e das causas de morte a que estão submetidos
os grupos populacionais (BRASIL, 2016).
A inclusão do quesito raça/cor nos Sistemas de Informação (SIS) ocorreu a partir da década
de 80, permitindo o início da construção de indicadores sociais que evidenciam diferenças entre negros
e não-negros, sendo que, a obrigatoriedade da coleta e do preenchimento do quesito raça/cor em todos
os sistemas de informação do SUS, ocorreu a partir da Portaria MS GM nº 344, de 1º de fevereiro de
2017.
No município de Salvador, o quesito raça/cor é monitorado no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN)29 quanto à incompletude e inconsistência dos bancos de dados.
Tendo em vista a necessidade de ampliação dessa informação para a saúde, realizou-se a inclusão dessa
variável em alguns outros impressos, como, por exemplo, nas fichas do e-SUS que foram adaptadas
para o Sistema Vida+
Considerando a análise da incompletude da variável raça/cor no Sinan, para o período de
2015 a 2020, observa-se tendência de crescimento para os DS Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano
Valéria, Liberdade, Boca do Rio e Subúrbio Ferroviário. Apesar da tendência de queda observada no
DS Pau da Lima, este é o território com maiores proporções no período analisado, com 50,1% de
incompletude para raça/cor em 2020 (Gráfico 136). Estes dados demonstram a necessidade de revisão
das estratégias de monitoramento dos dados nos SIS e da intensificação das ações Educação
Permanente junto à rede notificadora, com destaque para os serviços de Urgência e Emergência.

Gráfico 134. Incompletude do quesito raça/cor no SINAN, segundo DS Sanitário de notificação. Salvador-BA,
2015-2020

70
60
50
40
30
20
10
%

0
São
Centro Barra/ Rio Boca do Cabula/ Pau da Subúrbio
Itapagipe Caetano Liberdade Brotas Itapuã
Histórico Vermelho Rio Beiru Lima Ferroviário
Valeria
2015 38,1 36,4 37,1 45,2 45,3 47,3 30,1 33,8 44,3 57,9 38,7
2016 38,5 35,6 36,5 45,5 44,5 55,5 41,1 48,4 50,7 50,8 37,9
2017 35 35,3 38 42,8 37,8 38,5 39,2 56,2 49,3 35,3 44,8
2018 37 37,6 37,1 43,9 40,2 38,3 44,5 47,1 38,2 51 44,9
2019 48,2 44,8 47 53,4 47,9 47,6 45,8 47,1 41,1 57,6 51,3
2020 49,8 43,5 45,5 52,9 43,7 41,7 35,6 44,9 41 50,1 47,8

Fonte: SMS/SUIS – SINAN.

29
O SINAN compreende o registro de 90 doenças/agravos (66 agravos de notificação compulsória, 08 de
interesse nacional, 13 de interesse estadual e 03 de interesse municipal). No caso de Salvador, os Transtornos
Falciformes estão entre os agravos de interesse municipal.

171
Acesso ao pré-natal por gestantes negras
Observa-se piores indicadores de cobertura do número mínimo de consultas de pré-natal para
mulheres negras em Salvador, no período de 2015 a 2020, tendo apenas 60% das mulheres negras
(pardas e pretas) atingido esse padrão de qualidade do pré-natal em 2020, o que é inferior ao resultado
observado para todos os anos para o grupo de mulheres brancas (Gráfico 135).
Assim, registra-se a necessidade da implementação de estratégias para a promoção de melhor
acesso às consultas de pré-natal pelas mulheres negras, na perspectiva de reduzir as iniquidades e
garantir universalidade e integralidade da atenção.

Gráfico 135. Nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal, segundo raça/cor, Salvador-BA,
2015-2020.

80
70
60
50
%

40
30
20
10
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Geral 54 57 61 61 62 61
Negras 52 56 60 60 62 60
Brancas 70 68 72 72 69 67

Fonte: SMS/SUIS-SINASC
Nota: negras inclui pretas e pardas

2.4.7.2. Saúde da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT)


A discriminação e o preconceito social motivados pela orientação sexual e identidade de gênero
a que estão expostos a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT)
constituem-se num importante determinante social da saúde e que apresenta impactos diretos na
morbimortalidade desse grupo. Na perspectiva de diminuir as vulnerabilidades a que estão expostas
essa população e observando o princípio da equidade e dos direitos humanos da população LGBT, o
setor saúde da SMS Salvador vem se organizando para ampliar o acesso e à qualidade da atenção
prestadas a essa população pelos serviços sob gestão própria.
Entre os principais problemas de saúde que afetam a população LGBT estão as situações de
violência autoprovocada e interpessoal, e a infecção por HIV/AIDS, esta notadamente em homens
cisgêneros gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH).
No que tange à prevalência de HIV, o município de Salvador segue a tendência nacional de altas
prevalências nas populações de homens cisgêneros gays, bissexuais e outros HSH, travestis e mulheres
transexuais. Dados da Pesquisa Nacional de Vigilância Biológica e Comportamental do HIV (BBSS),
realizada com homens de 18 anos ou mais, mostra que a prevalência de HIV entre gays e HSH em
Salvador subiu de 6,3% em 2009 (BRIGNOL, et al., 2016) para 8,6% em 2016 (KERR, et al., 2018).
No grupo de mulheres transexuais e travestis (TT) maiores de 18 anos, a pesquisa PopTrans
encontrou uma prevalência de 9% de infecção para HIV e de 31,6% para sífilis, em dados coletados
nos anos de 2015-2016 (DOURADO, et al., 2017). Observa-se que em todos os dados as prevalências
de infecção por HIV em gays, HSH e TT são bem maiores do que na população em geral que se
mantém estável no Brasil - estima-se em 0,40% a prevalência de HIV/AIDS na população geral, sendo
0,30% entre as mulheres e 0,50% entre os homens (BRASIL, 2018b).

172
Quando analisados os casos de notificação de HIV/AIDS em pessoas com 13 anos ou mais do
sexo masculino em Salvador, a população de homens gays, bissexuais e outros HSH permanece como
o grupo mais exposto, quando comparados ao grupo de exposição heterossexual e exposições não-
sexuais, em todo o período analisado.
Dos 9.354 casos identificados entre 2010 e 2020, 4.787 foram em homens gays, bissexuais e
outros HSH, o que corresponde a 51,18% do total. Estes valores podem ainda ser maiores,
considerando o percentual de ignorados e brancos (19,2%) na categoria exposição sexual, como
demonstrado na Tabela 40.

Tabela 40. Casos de HIV/Aids em homens com 13 anos ou mais, segundo categoria de exposição
hierarquizada, Salvador-BA, 2010-2020
Categoria de Exposição Hierarquizada (n) (%)
Heterossexual 2359 25,22
Homossexual 3950 42,23
Bissexual 837 8,95
Usuário de Droga Injetável 310 3,31
Perinatal 108 1,16
Hemofílico 7 0,07
Transfusão 2 0,02
Acidente Material Biológico 2 0,02
Ignorado 1779 19,02
Total 9354 100
Fonte: DVIS/SMS/SUIS. SINAN NET.

Quando estratificados por faixa etária, percebe-se que a maior parte das infecções por HIV em
homens gays, bissexuais e outros HSH concentram em adultos jovens, com predomínio da faixa etária
de 20 a 39 anos (75,04%). Para a análise por raça/cor, 69,08% das infecções concentram na população
negra (Tabela 41).
Tabela 41. Casos de HIV/Aids em homens com 13 anos ou mais, segundo categoria de exposição
hierarquizada homossexual e bissexual, por faixa etária e raça/cor, Salvador, 2010-2020

Idade Raça/Cor
(n) (%) (n) (%)
13 a 14 anos 3 0,06 Branca 815 17,03
15 a 19 anos 213 4,45 Preta 1284 26,80
20 a 29 anos 2033 42,47 Parda 2024 42,28
30 a 39 anos 1559 32,57 Amarela 19 0,4
40 a 49 anos 677 14,14 Indígena 17 0,36
50 anos ou mais 302 6,31 Ignorados/Brancos 628 13,13
Total 4787 100 Total 4787 100
Fonte: DVIS/SMS/SUIS. SINAN NET

173
Analisado a série histórica de notificações de HIV/AIDS em homens gays, bissexuais e outros
HSH, observa-se possível tendência de aumento ao longo da última década, conforme demostrado no
Gráfico 138.

Gráfico 136 Distribuição temporal das notificações de HIV/AIDS em exposição homossexuais e bissexuais no
sexo masculino, Salvador-BA, 2010 a 2020

700 619 621


576 583
600
490
500 436 423
365
400
283
300 214
177
200
100
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: DVIS/SMS/SUIS. SINAN NET

Quanto aos casos de violência interpessoal e autoprovocada em pessoas LGBT, no período de


201430 a 2020, foram notificados em Salvador 539 casos, sendo 366 (67,9%) em lésbicas, gays e
bissexuais e 173 (32,1%) em transexuais ou travestis. Os dados apresentam uma curva ascendente ao
longo dos anos, o que revela uma maior sensibilidade do setor saúde para o registro das violações de
direitos, com redução no ano de 2020, fato possivelmente relacionado à diminuição no acesso aos
serviços de saúde devido à pandemia de COVID-19 (Gráfico 137). Entretanto, sabe-se que as
violências motivadas pela intolerância da diversidade sexual e expressões de gênero nos sistemas de
informação em saúde ainda não correspondem a totalidade de violências sofrida por esse público.
Gráfico 137. Notificações de violência interpessoal e autoprovocada em pessoas LGBT, Salvador-BA, 2014 a
2020.

140
Número de notificações

120
100
80
60
40
20
0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Homens trans 0 2 3 2 7 6 4
Mulheres trans e travestis 7 21 21 26 19 33 22
Bissexual 3 0 7 17 13 18 13
Gay 12 13 19 9 15 31 14
Lésbica 10 24 14 27 36 44 27

Lésbica Gay Bissexual Mulheres trans e travestis Homens trans

Fonte: DVIS/SMS/SUIS
Analisando os casos notificados por segmento, observa-se que em relação à orientação sexual,
as mulheres lésbicas são o grupo mais afetado com 49,7% dos casos registrados; em relação a

30
Os campos 36 (orientação sexual) e 37 (identidade de gênero) da Ficha de Notificação Individual de Violência
Interpessoal/Autoprovocada só foram incluídos como variáveis nesse instrumento a partir de 2014

174
identidade de gênero, as mulheres transexuais e travestis correspondem a 86,1% das notificações
(Gráficos 138).

Gráfico 138. Notificações de violência interpessoal e autoprovocada em pessoas LGBT segundo orientação
sexual e identidade de gênero, Salvador-BA, 2014 a 2020

Orientação sexual Identidade de gênero


Lésbica (n= 182) Gay (n= 113) Mulheres trans e travestis (n= 149)
Bissexual (n=71)
Homens trans (n=24)

14%
19%

50%
31% 86%

Fonte: DVIS/SMS/SUIS

No que diz respeito à faixa etária, a maioria das pessoas LGBT em situação de violência são
adolescentes, jovens e adultos (74,2%) na faixa etária de 15 a 34 anos, e negros (65,7%). Considerando
os tipos de violências, a violência física (76,4%) é o tipo mais frequente, com destaque para homens
cisgêneros gays, homens transexuais e mulheres transexuais e travestis. Ainda em relação à violência
sexual, chama atenção o alto número de casos com vítimas autodeclaradas lésbicas (22,5%) e
bissexuais (38%), além da alta proporção de lesões autoprovocadas, que inclui as tentativas de suicídio
e automutilação, presente em 24,1% dos casos notificados (Tabela 42).

Tabela 42. Violência interpessoal e autoprovocada notificadas em pessoas LGBT segundo orientação
sexual e identidade de gênero, Salvador-BA, 2014 a 2019.
Lésbicas Gay Bissexuais Mulheres Homens LGBT
(71) Transexuais e Transexuais
(182) (113) travestis (24) (539)

(149)
(n) (%) (n) (%) (n) (%) (n) (%) (n) (%) (n) (%)
Faixa Etária
10-14a 5 2,8 7 6,2 4 5,6 7 4,7 0 0 23 4,3
15-19a 51 28 29 25,7 21 29,5 32 21,5 5 20,8 138 25,6
20-34a 86 47,2 53 46,9 37 52,1 72 48,2 14 58,4 262 48,6
35-49a 29 15,9 11 9,7 7 9,9 26 17,5 4 16,6 77 14,2
50-64a 7 3,9 6 5,2 2 2,9 7 4,7 1 4,2 23 4,3
65-79a 4 2,2 5 4,5 0 0 3 2 0 0 12 2,2
80a e+ 0 0 2 1,8 0 0 2 1,4 0 0 4 0,8
Raça/Cor
Branca 16 8,8 17 15,1 9 12,6 19 12,7 2 8,3 63 11,7
Preta 58 31,9 33 29,2 23 32,4 35 23,5 7 29,2 156 28,9
Parda 67 36,8 38 33,6 26 36,7 58 38,9 9 37,5 198 36,8
Indígena 1 0,6 0 0 2 2,8 1 0,7 0 0 4 0,7

175
Ignorado/Branco 40 21,9 25 22,1 11 15,5 36 24,2 6 25 118 21,9
Tipo de Violência
Auto provocada 49 26,9 30 26,5 21 29,5 23 15,4 7 29,2 130 24,1
Física 132 72,5 87 77 45 6,4 128 85,9 20 83,3 412 76,4
Psicológica 56 30,7 25 22,2 25 35,2 49 32,9 9 37,5 164 30,4
Sexual 41 22,5 18 15,9 27 38 21 14 3 12,5 110 20,4
Fonte: DVIS/SMS/SUIS

Em que pese os dados apresentados, uma análise mais ampliada da situação de saúde deste grupo
populacional é limitada pela inexistência de informações na maior parte dos sistemas de informação
em saúde, como também, pelo alto número de dados ignorados e/ou em branco para as categorias de
orientação sexual e identidade de gênero que atingem, na ficha de notificação de violência, a
incompletude de 67,1% e 68,2%, respectivamente.
O subregistro dos dados relativos à população LGBT soma-se a situações de barreiras de acesso
e atenção não qualificada ofertada a este grupo em todos os níveis de atenção. Para atuar frente a este
processo, foi implementado, em 2014, o Campo Temático Saúde da População LGBT, na
Coordenadoria de Atenção Primária à Saúde da SMS Salvador, tendo como principal objetivo a
promoção da saúde integral da população LGBT e a implementação da Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde LGBT (PNSILGBT), mediante ações de vigilância, promoção, prevenção e de
cuidado integral a população LGBT.
Para ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde da população LGBT na Atenção Primária
à Saúde em Salvador, a SMS, a partir de 2016, deu início a implantação da estratégia Unidade Básica
Amiga da Saúde LGBT que inclui ações de Educação Permanente e mudanças nas práticas de saúde
dos trabalhadores dessas unidades, tendo sido iniciado um piloto com 15 Unidades Básicas de Saúde
com e sem Estratégia de Saúde da Família, e, no ano de 2020, essa estratégia atingiu 20 unidades
distribuídas nos 12 Distritos Sanitários (Tabela 43).

Tabela 43. Unidades Básicas de Saúde com e sem Estratégia de Saúde da Família que implementaram
a estratégia UBS Amiga da Saúde LGBT, Salvador-BA, 2021.
DISTRITOS SANITÁRIOS UNIDADES BÁSICAS AMIGAS DA SAÚDE LGBT
Centro Histórico USF Terreiro de Jesus
USF Dona Iraci Isabel da Silva/Gamboa
UBS Santo Antônio
UBS Pelourinho
Itapagipe UBS Virgílio de Carvalho
São Caetano/Valéria USF Antônio Lazzarotto
USF Jaqueira do Carneiro
Liberdade USF San Martin
Brotas UBS Mário Andréa
Barra/Rio Vermelho USF Úrsula Catharino
Boca do Rio UBS César de Araújo
Cabula/Beiru UBS CSU Pernambués
Itapuã USF Aristides Maltez
Pau da Lima USF Vale de Cambonas

176
UBS Edgard Pires da Veiga
Cajazeiras USF Yolanda Pires
USF Boca da Mata
Subúrbio Ferroviário USF Beira Mangue
USF Fazenda Coutos III
USF Ilha Amarela
Fonte: DAS/APS/CT Saúde da População LGBT, Setembro/2021

2.4.7.3. Saúde da Pessoa com Deficiência


Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo, de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas,
conforme o Estatuto da Pessoa com Deficiência instituído pela Lei Federal nº 13.146 de 6 de julho de
2015.
Essa nova concepção abandona a ideia de que a deficiência é consequência natural de uma
doença ou agravo de saúde, incidindo sobre o organismo biológico do indivíduo. Passa a considerar a
determinação social na política da deficiência, adotando a ideia de sujeito com características pessoais
intrínsecas e nas representações sociais, ou seja, ideia de um sujeito psicossocial.
A lógica da avaliação biopsicossocial reforçada no Estatuto da Pessoa com Deficiência31 propõe
uma avaliação a ser realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, devendo-se levar em
consideração os seguintes aspectos: impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores
socioambientais, psicológicos e pessoais; a limitação no desempenho de atividades e a restrição de
participação.
Na construção de uma rede de atenção voltada à assistência integral às pessoas com deficiência,
deve-se considerar o caráter heterogêneo deste grupo, que reúne, em uma mesma categoria, indivíduos
com tipos diversificados de deficiências física, visual, auditiva, motora, intelectual ou múltipla, com
características socioeconômicas e culturais diversas e graus de comprometimento funcional variados.
Mais do que isso, cuidados e acompanhamentos devem ser iniciados precocemente, a fim de que, o
mais cedo possível, seja diagnosticada alguma lesão potencialmente causadora de incapacidades,
agindo fortemente no campo da prevenção e promoção da saúde.
Para que seja possível melhorar o planejamento de saúde para pessoas com deficiência, é
necessário conhecermos melhor o público alvo objeto dessa política pública. No entanto, dados sobre
a prevalência, distribuição geográfica e outros aspectos específicos sobre essa população, são muitas
vezes escassos ou incipientes32.

31
No Brasil, a política de inclusão social das pessoas com deficiência existe desde a Constituição Federal de
1988, sendo “competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde
e assistência públicas, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiências” (BRASIL, 1988, art. 23),
originando leis e decretos, destacando-se: Lei nº 7.853/89 (sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua
integração social), Lei nº 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde), Lei nº 10.048/00 (estabelecendo prioridades ao
atendimento), Lei nº10.098/00 (critérios para a promoção da acessibilidade), bem como os Decretos de nº
3298/99 (dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência) e nº 5296/04
(regulamenta as Leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00); Portaria do Ministério da Saúde, MS/GM nº 1.060, de 2002,
instituiu a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência; Portaria GM/MS 793- institui a Rede de
Cuidados a Pessoas com Deficiência no âmbito do SUS (2012) e a Lei Federal n013.146 de 06.07.2015 – Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência de (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
32
A Lei nº 7853 de 24 de outubro de 1989, que faz referência à obrigatoriedade da inclusão de questões
específicas sobre a população com deficiências nos censos nacionais, traz dados sobre este grupo populacional
desde o Censo de 1991, mas é a partir do Censo de 2010 que as questões se tornam mais instrutivas, ao serem

177
Segundo dados do último Censo Demográfico (2010), 699.101 residentes em Salvador (26,1%)
têm, pelo menos, uma das deficiências investigadas, variando de incapacidades graves, severas e leves,
para as deficiências visual, auditiva, motora e mental/intelectual. Quanto à prevalência das
incapacidades graves e severas, observa-se que 204.376, ou seja, 76,4 por mil hab. têm, pelo menos,
uma das deficiências investigadas, sendo 33,4 por mil hab. com deficiência visual, 21 por mil hab.
com deficiência motora, 13,2 por mil hab. com deficiência mental e 8,8 por mil hab. com deficiência
auditiva, todos resultados inferiores às unidades de análise comparadas na Quadro 17.

Quadro 17. Deficiência Grave e Severa, segundo tipo de deficiência, Brasil, Nordeste, Bahia e
Salvador, 2010.

Fonte: Censo Demográfico, 2010

Em relação ao sexo e faixa etária, 61,4% da população soteropolitana com deficiência é de


mulheres (n=125.476), com maior concentração para a população acima de 40 anos, devido a
deficiência ser uma condição adquirida ao longo da vida, além do aumento da expectativa de vida
(Gráfico 140). Em relação à raça/cor, 81% são negros (pretos e pardos) (Gráfico 139).

inspiradas no conjunto curto de questões do Grupo de Washington (GW) de Estatísticas sobre Deficiência,
vinculado à Comissão de Estatística da Organização das Nações Unidas (ONU), mensurando incapacidades, em
seu sentido amplo, buscando refletir problemas nas funções, estruturas do corpo e atividades. Entretanto, cabe
sinalizar que o GW ainda não dispõe de questões consolidadas sobre saúde mental, ao mesmo tempo que, frente
aos dados divergentes sobre essa população na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, fizeram com que o IBGE
adotasse uma linha de corte aos resultados do Censo 2010, classificando, para fins estatísticos, pessoas com
deficiência como aquelas com muita dificuldade ou que não conseguem de modo algum realizar funções e
atividades básicas (BOTELHO; PORCINCULA, 2018, p. 155)

178
Gráfico 139. Pessoa com deficiência segundo sexo e faixa etária, Salvador-BA, 2020

Fonte: Censo Demográfico, 2010

Gráfico 140. Pessoa com deficiência, segundo componente raça/cor, Salvador-BA, 2010.

Branco
17%

pardo
52%
Preto
29%

Indígena Amarelo
-1% 2%

Fonte: Censo Demográfico, 2010


Ainda que a condição de deficiência esteja presente em diferentes grupos sociais e idades, existe
uma estreita relação entre pobreza extrema e o agravamento das condições de deficiência. Segundo o
Relatório da OMS (2012), a pobreza pode aumentar a probabilidade de que uma pessoa com um
problema de saúde já existente se torne deficiente, contribuindo para o surgimento de problemas de
saúde associados à deficiência, como, por exemplo, baixo peso ao nascer, desnutrição, ou ainda devido
à fatores ambientais como falta de água potável, saneamento inadequado, condições inseguras de
trabalho e de vida.
No Brasil, desde 1993, existe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) que integra a Proteção
Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o qual assegura a
transferência mensal de 01 (um) salário mínimo à pessoa com deficiência, de qualquer idade, ambos
comprovadamente carentes, com renda per capita familiar inferior a ¼ do salário mínimo.
Importante citar, no que tange ao contexto situacional da pessoa com deficiência, a epidemia da
Síndrome congênita associada ao vírus Zika (SCZ), que gerou um aumento súbito e importante na
clientela com deficiência, promoveu uma readequação na rede de cuidados em Salvador para atender
a essa demanda, além de gerar impactos sociais e emocionais importantes às famílias.

179
2.4.7.4 Saúde da População em Situação de Rua
Conforme a Política Nacional para a População em Situação de Rua, instituída por meio do
Decreto 7.053, de 23 de dezembro de 2009, define-se como população em situação de rua (PSR) uma
população heterogênea, que possui em comum a extrema pobreza, vínculos familiares interrompidos
ou fragilizados e sem referência de moradia regular, tendo como sobrevivência as atividades
produtivas desenvolvidas na rua (BRASIL, 2009b).
Entre as principais motivações que levam populações a viverem nas ruas estão problemas com
uso de álcool e outras drogas (35,5%), o desemprego (29,8%) e as desavenças familiares (29,1%),
sendo a maioria da PSR de homens (82%), com maior concentração em idade ativa, constituída por
pardos e pretos (67%) e com até o primeiro grau completo (73,8%) (BRASIL, 2009c)
Segundo o Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (BRASIL, 2020e), estima-se, para o Brasil
e Nordeste, respectivamente, 221.869 e 38.237 pessoas em situação de rua (PSR), dados até março de
2020, o que significa 133% e 132,4% de incremento em relação ao último quadrimestre do ano de
2012, estando esse aumento associado, provavelmente, à crise econômica e ao desemprego, situação
que se agrava em 2020 com a pandemia da Covid-19 (Gráfico 141).

Gráfico 141. Número estimado de pessoas em situação de rua, Brasil e Nordeste, setembro de 2012 a março de
2020.

250000

200000
Número de pessoas

150000

100000

50000

0
Set Mar Set Mar Set Mar Set Mar Set Mar Set Mar Set Mar Set Mar
2012 2013 2013 2014 2014 2015 2015 2016 2016 2017 2017 2018 2018 2019 2019 2020
Nordeste 16450 16972 17152 17755 17852 22742 26767 27803 27592 27262 25917 29164 30490 34014 35396 38237
Brasil 92515 96560 95933 105270 108029 120575 125631 137849 139720 156898 164329 183020 186480 202631 206691 221869

Fonte: Censo Suas; Cadastro Único; RMA; Ipea (2015); IBGE (2015) apud IPEA 2020

Dados do I Censo e Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua, realizada pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no período de agosto de 2007 a março de
2008, nas capitais do país, informa que Salvador contabilizava à época 3.289 pessoas adultas em
situação de rua, sendo a terceira entre as principais capitais em número de PSR, atrás de São Paulo e
Rio de Janeiro (Gráfico 142).

180
Gráfico 142. População adulta em situação de rua nas principais capitais, Brasil, 2007/2008

São Paulo 13666


Porto Alegre 1203
Belo Horizonte 1164
Recife 888
Fortaleza 1701
Brasília 1734
Curitiba 2776
Salvador 3289
Rio de Janeiro 4585
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000

Fonte: Pesquisa Nacional Sobre População de Rua, 2009

Dados mais recentes estimam o crescimento dessa população em Salvador, sendo um referente
ao Projeto Axé, do biênio de 2016/2017, produto de uma pesquisa cartográfica realizada em parceria
com a Universidade Federal da Bahia, com uma estimativa entre 14.513 a 17.357 pessoas em situação
de rua (PSR) para Salvador, e outro referente à Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza,
através do Censo SUAS, que estima 8.000 PSR na capital da Bahia para o ano de 2020. As diferenças
acima observadas em relação ao número da PSR justificam-se devido à pesquisa cartográfica do
Projeto Axé/UFBA ter realizado uma contagem ampla dessa população enquanto o Censo SUAS
apresenta o número de PSR que acessaram um serviço da Assistência Social do município, sendo,
classificadas nessa condição, durante esse atendimento.
Sabe-se que os centros das cidades apresentam um conjunto de fatores que atrai a população em
situação de rua, inclusive porque esses locais apresentam espaços para a reprodução da vida humana,
onde a PSR consegue se abrigar, geralmente em construções antigas e abandonadas, e produzir algum
tipo de renda em atividades informais e precarizadas (MIRANDA, 2016).
As pessoas em situação de rua pertencem a grupos altamente vulneráveis e marginalizados da
sociedade cujas condições de vida determinam processos de saúde-doença-cuidado diferenciados que
garantam a constituição de políticas públicas específicas para essa população.

2.4.8. Emergências em Saúde Pública


No período de 2010 a 2020, o CIEVS Salvador33 monitorou 26.676 eventos de saúde pública
(Quadro 18), incluindo surtos, epidemias e pandemias, atingindo 100% do indicador preconizado na
programação anual de saúde (Indicador: 100% das notificações dos eventos em Saúde Pública de
Salvador investigadas).

33
O CIEVS SSA, criado em 2009 (SALVADOR, 2009), em consonância com o seu Regimento (SALVADOR,
2016b), busca implementar a captação de notificações, análise de dados e informações estratégicas relevantes à
prática de vigilância em saúde, criando meios de identificação, caracterização e intervenção precoce nas
emergências em saúde pública de relevância municipal, estimando o risco de expansão destes eventos. Atua
como sentinela para eventos em saúde pública de forma articulada, interagindo externamente com o nível
nacional junto à rede CIEVS e internamente com a rede de vigilância local, além de outros parceiros.

181
Quadro 18. Principais atividades desenvolvidas pelo CIEVS Salvador, 2010-2021.
N. de eventos de
Principais investigações
Ano saúde pública Eventos inusitados Principais Marcos
de Surtos e Epidemias
monitorados
Surto de Meningite Surto de dermatite exógena de Oficina de avaliação da Vigilância
2010 2.531
Meningocócica causa desconhecida Epidemiológica
Identificação e monitoramento
Surto de Hepatite A/Surto de casos e Tuberculose
Instituição dos Núcleos de Epidemiologia das
2011 2.136 de doenças transmitidas extensivamente resistente
Unidades de Pronto-Atendimento (NEPAS) 5
por alimentos (DTA) (TBXDR)/Introdução do DEN-
4/Legionella Sp.
Surto de KPC em
Epizootia de Aves Silvestres Instituição do Comitê municipal de resposta as
2012 2.137 Hospital Privado/Surto de
Caso Importado de Sarampo emergências em saúde pública (Comite CIEVS)
DTA
Investigação de Intoxicação por
Surto de Meningite Viral Hidrocarboneto em empresa de Participação em eventos de massa: (CIOCS) na
2013 2.141
Surto de Varicela/Surto Telemarketing, Surtos de DTA Copa das Confederações da FIFA 2013
de DTA na Construção Civil
Surto de Febre do Participação em eventos de massa: (CIOCS) na
2014 2.097 Febre do Chikungunya
Chikungunya Copa do mundo

Surtos de DTA/Surto de Intoxicação Exógena do


Vírus Zika e microcefalia: monitoramento da
norovírus em navio/Surto Tribunal Regional do Trabalho
Emergência de Saúde Pública de Importância
de doença exantemática (5ª região)
Nacional (ESPIN)/1º seminário técnico-
2015 2.698 indeterminada atribuído Doença de Lyme/introdução do
comemorativo do CIEVS/Inserção do CIEVS
ao vírus Zika/Surto de vírus Zika e aumento nos casos
no escopo da Diretoria de Vigilância em Saúde
Guillian- Barré/Epidemia de Síndrome de Guillian-Barré e
e no organograma da SMS
de microcefalia/Surto de Microcefalia
Febre do Chikungunya
Vírus Zika e microcefalia: monitoramento da
Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional (ESPII)/Participação em eventos
Surto de Caxumba/Surto
Doença de Creutzfeldt-Jakob de massa: CIOCS nas Olimpíadas/Publicação
de Mialgia aguda a
2016 2.109 (DCJ)/difteria não do regimento CIEVS/Fortalecimento do Comitê
esclarecer (Síndrome de
especificada/Síndrome de Haff CIEVS com instituição de membros apoiadores
Haff)
/Elaboração de projeto de intervenção das
arboviroses/2º seminário técnico-comemorativo
do CIEVS
Surto de conjuntivite/ Doença de Creutzfeldt-Jakob Monitoramento da Febre Amarela (inquérito
Surto de parotidite (DCJ)/ Surto de Doença de epidemiológico) /monitoramento da Febre do
2017 2.440 Haff/Febre do Oropouche Oropouche (inquérito epidemiológico)/ 3º
seminário técnico-comemorativo de
implantação do CIEVS SSA
Surto de conjuntivite/Surto de Surto de dermatose/casos de Doença de
gastroenterite/ Surto de Haff/aumento de óbitos por Síndrome
Monitoramento Febre
dermatose respiratória Aguda (SRAG)/ Situação de alerta
Amarela/Surto
2018 2.018 para o sarampo e Febre Amarela/Casos de
Diarréia/Surto
Esporotricose inclusão como notificação
Chikungunya
compulsória em Salvador/4º seminário técnico-
comemorativo de implantação do CIEVS SSA
Surtos de Casos de sarampo/Casos de Sala de situação do sarampo/ Curso de
Chikungunya/Surto de doença de Haff TABNET para os profissionais do
mão-pé-boca/Surto de NEPAS/Treinamento de vigilância e manejo
sarampo clínico para Esporotricose/Capacitações em
2019 3.105
arboviroses para a rede da urgência/emergência/
Oficinas para os NEPAS e elaboração do
regimento dos NEPAS/5º seminário técnico-
comemorativo de implantação do CIEVS SSA.

182
Pandemia da COVID-19/Surto
da COVID-19 em COVID-19: Investigação, monitoramento e
Pandemia da COVID- embarcações/Investigação de resposta a pandemia/ Investigação,
2020 3.264 19/Surto de Doença de novas variantes do SARS-COV- monitoramento e resposta dos casos de Candida
Haff 2/Surto de Doença de auris/6º seminário técnico-comemorativo de
Haff/Identificação dos primeiros implantação do CIEVS SSA
casos de Candida auris no Brasil

Os principais eventos ocorridos no período encontram-se em destaque na figura 24. Nos anos
de 2015-2016 e 2020-2021, o CIEVS SSA manteve um papel fundamental durante o enfrentamento
da emergência em saúde pública de importância internacional (ESPII) do vírus Zika e suas
consequências e da pandemia da COVID-19.
Durante o período de 2010-2020, o CIEVS SSA elaborou e divulgou 108 documentos técnicos
(notas técnicas, boletins, epidemiológicos, alertas epidemiológicos, planos operativos e planos de
contingência). Os principais documentos técnicos encontram-se disponíveis em:
http://www.cievs.saude.salvador.ba.gov.br/. Desde 2012, o CIEVS SSA coordena as reuniões do
comitê municipal de resposta e monitoramento aos eventos de saúde pública, totalizando 117 reuniões
no período de 2012 a 2020.

Figura 24. Principais eventos em saúde pública investigados pelo CIEVS SSA, Salvador-Ba, 2009-
2020.

183
PANDEMIA COVID-19

184
2.5. PANDEMIA COVID-19
A emergência por doença respiratória COVID-19, causada pelo agente novo Coronavírus
(SARS-CoV-19), com concentração de casos detectados inicialmente na China, e, posterior avanço da
epidemia no mundo, resultou em uma série de recomendações da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e do Ministério da Saúde do Brasil para o enfrentamento desta situação. Em razão da
disseminação do SARS CoV 19, a OMS declarou, em 30 de janeiro de 2020, Emergência em Saúde
Pública de Importância Internacional34 e em 03 de fevereiro de 2020, o Brasil, apesar de ainda não
registrar transmissão local de casos humanos infectados pelo SARS CoV 2, declarou Emergência em
Saúde Pública de Importância Nacional35.
Diante da necessidade de resposta frente à pandemia pelo novo Coronavírus, a Secretaria
Municipal de Saúde (SMS) de Salvador adotou um conjunto de ações de preparação e resposta à
epidemia, a exemplo da elaboração e atualização do Plano de Contingência36 para Infecção Humana
pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-19), instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde
Pública37 (COE – COVID - 19) em 16 de março de 2020, ampliação da rede assistencial e da oferta de
leitos clínicos, de terapia intensiva e de exames laboratoriais, ampliação da força de trabalho, reforço
as ações de vigilância em saúde, produção e divulgação de notas técnicas, material educativo e boletins
epidemiológicos, reorganização do processo de trabalho das equipes de Atenção Primária à Saúde
(APS), desenvolvimento e implementação de ferramentas de tecnologia para coleta e análise dos
dados, entre outras iniciativas.

2.5.1. Situação epidemiológica


No estado da Bahia, o primeiro caso da COVID-19 foi confirmado no dia 06 de março de 2020.
Até o dia 18 de julho de 2021, foram confirmados um total de 1.174.613 casos, dos quais 711.733
(60,6%) pelo critério laboratorial, 3.072 pelo critério laboratorial imunológico (0,3%), 6.696 (0,6%)
pelo critério clínico-epidemiológico, 450.805 (38,4%) através de teste rápido e 1.768 pelo critério
clínico-imagem (0,2%). Os casos confirmados ocorreram nos 417 municípios do estado, sendo 19,62%
de residentes do município de Salvador (https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/).
Em 11 de março de 2020, o CIEVS SSA investigou o primeiro caso confirmado da COVID-19
(caso importado) de residente de Salvador. Desde então, o CIEVS Salvador manteve papel
fundamental na captação dos casos suspeitos e confirmados da COVID-19, na organização e descrição
dos dados coletados, na orientação da população quanto as medidas de precaução e, sobretudo, na
resposta das perguntas norteadoras da vigilância epidemiológica de tempo, pessoa e lugar, visando
minimizar a incidência de casos e promover medidas de controle.
Desde os primeiros casos da COVID-19 em 2020 até a 21ª SE de 2021, Salvador acumulou
226.038 casos positivos (Gráfico 143). Em 2020, o maior número de casos confirmados da COVID-

34
Esta é a sexta vez que a OMS decreta emergência de saúde pública internacional: 1. 2009 - pandemia de gripe
provocada pelo vírus H1N1, que estava restrito aos suínos e por uma mutação começou a infectar humanos no
México, antes de se espalhar; 2. 2014 - a poliomielite saiu dos três países em que era endêmica (Paquistão,
Afeganistão e Nigéria) atingindo Camarões, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e Síria; 3. 2016 -
a epidemia de ebola, detectada na África Ocidental em março de 2014, foi decretada emergência, quando já havia
perto de mil mortos na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria; 4. 2016 - cerca de 30 Países relataram casos de
bebês nascidos com microcefalia e outras malformações congênitas relacionadas com o vírus zika, disseminado
principalmente por picada de mosquito; e 5. 2019 - outro surto de ebola, na República Democrática do Congo,
também recebeu o status de emergência, quando já havia 1.600
mortos.(https://radis.ensp.fiocruz.br/phocadownload/revista/Radis210_web.pdf).
35
Portaria GM/MS nº 188/2020.
36 Em 31 de janeiro de 2020 foi constituído um Grupo de Trabalho (GT) para elaboração do Plano de
Contingência Municipal para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2), sob a coordenação do
Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Salvador (CIEVS SSA) da Diretoria de Vigilância
a Saúde, com o objetivo de organizar as ações de resposta rápida frente a esta Emergência de Saúde Pública de
Importância Nacional (ESPIN).
37 Decretos Municipal nº 32.288 de 25 de março de 2020 e nº 32.804 de 04 de setembro de 2020.

185
19 (8.443) ocorreu na 25ª SE. Em 2021, até o encerramento desse plano, o maior número de casos da
COVID-19 concentrou-se na 6ª SE (7.455 casos).

Gráfico 143. Distribuição dos casos notificados da COVID-19, segundo data de início dos sintomas, Salvador-
BA, 11/03/2020 a 03/07/2021
16000

14000

12000

10000
N. de casos

8000

6000

4000

2000

0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
2020 2021
Semana Epidemiológica e ano de início dos sintomas

Confirmados Descartados Suspeitos Média móvel


Fonte:
SMS/DVIS/CIEVS SSA/ e-SUS notifica/SIVEP Gripe.
Nota: Para os assintomáticos considerou-se como data de início dos sintomas a data da coleta, conforme
recomendado pelo MS.

Salvador registrou 6.979 óbitos por COVID-19 no período de 28/03/2020 a 03/07/2021. Nas
últimas quatro SE (06/06 a 03/07/2021) apresentou uma média de 14 óbitos/dia, uma redução de 26,3%
em relação às quatro SE anteriores quando registrou 19 óbitos/dia. O período de 01/01 a 03/07/2021
concentrou 53,8% dos óbitos ocorridos em todo o período da pandemia em Salvador (Gráfico 144).
Até o dia 03/07/21, a taxa de letalidade em Salvador correspondeu a 3,1% e a taxa de mortalidade
aumentou de 219 para 242 por 100.000 habitantes.

Gráfico 144. Distribuição dos óbitos por COVID-19, segundo data de ocorrência, Salvador-BA, 28/03/2020 a
03/07/2021

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SUIS/SIM. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até
03/07/2021 (26ª Semana Epidemiológica de 2021)

186
Nota: Coeficiente calculado por 100.000 hab. População estimada: 2.872.347 pessoas (IBGE, 2019).
No ano de 2020, os meses que apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade foram junho
(32,6/100.000 hab.), maio e julho (22,0/100.000 hab.) enquanto que os menores coeficientes ocorreram
nos meses de março (0,1/100.000 hab.), abril (3,5/100.000 hab.) e novembro (3,8/100.000 hab.). No
ano de 2021, os maiores coeficientes foram observados nos meses de março e abril (38,1 e 27,2 por
100.000 hab., respectivamente), sendo que março foi o mês que registrou a maior mortalidade desde o
início da pandemia. Os menores coeficientes podem ser observados em janeiro e fevereiro (11,6 e 13,4
por 100.000 hab., respectivamente) (Gráfico 146).

Gráfico 145. Mortalidade da COVID-19 por mês e ano de ocorrência do óbito, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SUIS/SIM. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até
03/07/2021 (26ª Semana Epidemiológica de 2021).
¹ Coeficiente calculado por 100.000 habitantes. População estimada: 2.872.347 pessoas (IBGE, 2019).

Quanto a letalidade, em 2020, os meses que apresentaram as maiores taxas foram maio (3,8%)
e setembro (3,6%), enquanto que as menores taxas foram observadas em março (0,5%), novembro
(1,2%) e dezembro (1,6%). No ano de 2021, a maior taxa de letalidade foi verificada em junho (5,6%),
seguida dos meses de março (5,3%) e abril (4,9%). As menores taxas foram registradas em fevereiro
(1,5%) e janeiro (2,0%). A letalidade acumulada de 11/03 a 31/12/2020 foi de 2,8%, enquanto no
período de 01/01 a 03/07/2021 foi de 3,4% (Gráfico 146).

Gráfico 146. Letalidade da COVID-19 por mês e ano de ocorrência do óbito, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SUIS/SIM.


Nota: Coeficiente calculado por 100.000 hab. População estimada: 2.872.347 pessoas (IBGE, 2019)

187
Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SUIS/SIM. Dados preliminares sujeitos à alteração. Dados atualizados até
03/07/2021 (26ª Semana Epidemiológica de 2021).
As figuras 25 e 26 representam a dinâmica do coeficiente de incidência e mortalidade acumulada
(2020-2021) desde o primeiro caso e óbito da COVID-19 em Salvador (Figura A) e das últimas quatro
semanas epidemiológicas (SE 22 a 25 de 2021) (Figura B), por Distrito Sanitário (DS) de residência
em Salvador.
No que se refere a incidência acumulada (Figura 25A) da COVID-19 por DS de residência, os
DS Centro Histórico, Barra/Rio Vermelho e Boca do Rio e Brotas apresentaram as maiores incidências
por 100.000 hab. (10.622, 9.508, 9.396 e 8.293), e nas semanas epidemiológicas de 22 a 25 de 2021
(Figura 26B), o DS Centro Histórico continua apresentando a maior incidência (549 por 100.000 hab.).

Figura 25 e 26. Distribuição espacial da incidência acumulada (A) e das semanas epidemiológicas 22
a 25 (B) de casos confirmados da COVID-19, por DS de residência. Salvador/BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.
A) B)

A)

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SIVEP Gripe/e-SUS notifica.


Nota: Incidência por 100.000 habitantes. População estimada: 2.886.698 pessoas (IBGE, 2020)

No que tange a distribuição do coeficiente de mortalidade acumulada da COVID-19 por Distrito


Sanitário (DS) de residência em Salvador, o DS Centro Histórico apresentou o maior coeficiente,
enquanto que o DS Cabula/Beiru continua apresentando o menor coeficiente por 100.000 hab. (Figura
27A). Nas SE 22 a 25 de 2021, o DS Centro Histórico deixou de apresentar o maior coeficiente de
mortalidade e os DS Liberdade, Boca do Rio e Barra/Rio Vermelho apresentaram os maiores
coeficientes por 100.000 hab. (22,2, 22 e 20,2, respectivamente) (Figura 27B).

188
Figura 27. Distribuição espacial da mortalidade acumulada (A) e das semanas epidemiológicas 22 a 25 (B) de
óbitos da COVID-19, segundo DS de residência. Salvador-BA, 28/03/2020 a 03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SUIS/SIM.


Nota: Mortalidade por 100.000 hab. População estimada: 2.886.698 pessoas (IBGE, 2020).

O gráfico 147 apresenta a dinâmica do número e proporção de casos da COVID-19 segundo o


mês de início dos sintomas. O percentual foi calculado considerando-se o número de casos acumulados
desde o início da pandemia em Salvador. No ano de 2020, os meses que acumularam mais casos da
COVID-19 foram junho (28.324; 13%) e julho (21.203; 9%).
Nos meses de setembro e outubro, o percentual do número de casos é equivalente ao observado
um mês após a introdução do vírus SARS CoV-2 em Salvador. No ano de 2021, fevereiro, março e
maio foram os meses que acumularam mais casos da COVID-19 e concentraram 11%, 9% e 9% dos
casos, respectivamente, desde o início da pandemia.
Cabe registrar que o período de 01/01 a 03/07/2021 concentrou 48,7% (110.076) dos casos
confirmados, enquanto que o ano de 2020, a partir de 11/03, concentrou 51,3% (115.962) dos casos
confirmados da COVID-19 de residentes de Salvador.
Gráfico 147. Casos confirmados da COVID-19 por mês e ano de início dos sintomas, Salvador-BA, 11/03/2020
a 03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SIVEP Gripe. Dados preliminares sujeitos a alteração. Dados atualizados até
03/07/2021 (26ª Semana Epidemiológica de 2021)

189
Quanto ao coeficiente de incidência por 100.000 hab. segundo o mês de início dos sintomas em
residentes de Salvador, os meses que apresentaram as maiores incidências em 2020 foram junho
(981,2/100 mil hab.) e julho (737,5/100.000 hab.), caracterizando os picos da “primeira onda” da
pandemia. Em 2021, os meses de fevereiro e maio apresentaram as maiores incidências (894,6 e
741,9/100.000 hab., respectivamente), sendo que o mês de fevereiro correspondeu à segunda maior
incidência desde o início da pandemia.
Vale ressaltar que a redução observada no final da curva do gráfico 148 não deve ser considerado
para fins de análise, uma vez que existem casos suspeitos cujo encerramento ainda não foi realizado
em função do aguardo da liberação do resultado de exames diagnósticos e/ou lançamento dos dados
nos sistemas de informações.

Gráfico 148. Incidência da COVID-19, segundo mês e ano de início dos sintomas, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SIVEP Gripe.


Nota: Incidência calculada por 100.000 hab. População estimada: 2.886.698 pessoas (IBGE, 2020). Para os
assintomáticos considerou-se como data de início dos sintomas, a data da coleta, conforme recomendado pelo
MS.

Os gráficos a seguir apresentam a dinâmica da incidência por 100.000 hab. (Gráfico 150) e
mortalidade por 100.000 hab. (Gráfico 149) por faixa etária e meses de 11/03/2020 até o dia
03/07/2021. Em 2021, no mês de abril, a incidência de casos confirmados da COVID-19 na faixa etária
de 80 anos e mais, que se mantinha como a maior incidência desde o início da pandemia, foi superada
pela incidência na faixa etária de 60 a 79 anos (1.053/100.000 hab.), seguida de 40 a 59 anos
(935,7/100.000 hab.). Para o mês de maio, a maior incidência foi observada na faixa etária de 40 a 59
anos (1.300/100.000 hab.).

190
Gráfico 149. Incidência da COVID-19, segundo faixa etária, mês e ano de início dos sintomas, Salvador-BA,
11/03/2020 a 03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/ e-SUS notifica/SIVEP Gripe/SUIS/SIM


Nota: Para os assintomáticos considerou-se como data de início dos sintomas a data da coleta conforme
recomendado pelo MS.

No que se refere à mortalidade, a faixa etária de 80 anos e mais apresenta o maior risco de óbito
pela COVID-19 em todo período da epidemia, seguida de 60 a 79 anos (Gráfico 8). Ressalta-se que a
faixa de 60 a 79 anos apresentou um aumento na mortalidade no mês de março, quando comparado
com os meses anteriores (244 por 100.000 hab.).
Nos anos de 2020 e 2021, as faixas etárias que apresentaram os menores e maiores coeficientes
da COVID-19 (incidência e mortalidade) foram a faixa etária de ≤ 19 anos e de 80 anos e mais (Gráfico
150 e 151).

Gráfico 150. Mortalidade da COVID-19, segundo faixa etária, mês e ano da ocorrência do óbito, Salvador-BA,
11/03/2020 a 03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SUIS/SIM. Dados preliminares sujeitos à alteração. *Dados atualizados até
03/07/2021 (26ª Semana Epidemiológica de 2021)

191
No que se refere à letalidade, esse indicador segue o mesmo padrão observado para os
coeficientes de incidência e mortalidade, considerando as faixas etárias no período analisado. No mês
de junho de 2021 foram registradas as maiores taxas de letalidade, quando comparado com os meses
anteriores. Destaca-se, ainda, nesse mês, uma elevada letalidade na faixa etária de 80 anos e mais
(51,1%), seguida de 60 a 79 anos (17,9%), quando comparado com os demais grupos e toda série
histórica (Gráfico 151).
É importante ressaltar que esse indicador é sensível à captação e confirmação de casos novos da
COVID-19, assim como a identificação e registro do óbito no sistema de informação. Além disso,
instabilidade nos sistemas de notificação e a sobrecarga dos serviços de saúde podem implicar em
prejuízos no registro adequado e oportuno dos dados relacionados à COVID-19, o que torna qualquer
tipo de análise preliminar.

Gráfico 151. Letalidade da COVID-19 por faixa etária, mês e ano de ocorrência, Salvador-BA, 11/03/2020 a
03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/ e-SUS notifica/SIVEP Gripe/SUIS/SIM.


Nota: Para os assintomáticos considerou-se como data de início dos sintomas, a data da coleta, conforme
recomendado pelo MS.

Em relação às comorbidades e fatores de risco para óbito pela COVID-19, observa-se com maior
frequência Hipertensão Arterial (32,4%), seguida de Diabetes Mellitus (11,4%) e Insuficiência Renal
Aguda (9,0%). Na categoria “outros”, as mais frequentes são Alzheimer, Insuficiência Cardíaca,
Insuficiência Renal e Acidente Vascular Cerebral (Gráfico 152).

192
Gráfico 152. Comorbidades e fatores de risco para óbito pela COVID-19 por Classificação Internacional de
Doenças (CID-10), Salvador-BA, 28/03/2020 a 03/07/2021.

Fonte: SMS/DVIS/CIEVS SSA/SUIS/SIM. Dados preliminares sujeitos à alteração. *Dados atualizados até
03/07/2021 (26ª Semana Epidemiológica de 2021)

A Declaração de óbito (DO) é a fonte principal de informação sobre os óbitos por COVID-19,
sendo de competência institucional dos municípios a qualificação desses dados de acordo com a
Portaria nº 116 de fevereiro de 2009. Para acelerar o envio das DO com menção COVID-19 (óbitos
confirmados ou suspeitos) a SUIS elaborou a Nota Técnica nº 8/2020/DVIS/SUIS que trata do envio
em até 24h da via branca da DO, por e-mail.
A base de dados do SIM é o sistema principal para a Vigilância dos Óbitos (VO) por COVID-
19 adotado pela SUIS que o usa para o monitoramento e como fonte de dados para a elaboração das
informações em saúde sobre mortalidade. Além disso, para finalização de cada processo de
investigação do óbito, a SUIS utiliza critérios quem seguem: as Orientações para preenchimento da
DO no contexto da COVID-19; as Orientações para codificação das causas de morte no contexto da
COVID-19 do MS; e as Orientações para a VO por COVID-19 da DIVEP/SUVISA/SESAB. A partir
desses documentos, a SUIS elaborou um fluxo interno (Apêndice B), com adaptações imposta pela
própria dinâmica da pandemia, para atender ao processo de Vigilância dos Óbitos.
Observa-se redução temporal nas etapas entre o recebimento da DO e o dado qualificado no
SIM, apresentando uma média de 3,6 dias (Gráfico 154). Este fato está relacionado à adoção do fluxo
interno supracitado e à ampliação dos recursos humanos no setor, que contou com uma sanitarista e
uma equipe de 5 profissionais de nível superior a partir da parceria com a Vital Strategies direcionados
para o processo de VO por COVID-19.

Gráfico 153. Tempo médio em dias úteis do processamento das declarações de óbito (geral, detectáveis e não
detectáveis) por COVID-19, ocorrência e residência em Salvador-BA, 2020 e 2021.
50
40
30
20
10
0
FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
2020 2021
Fonte: SMS/DVIS/SUIS/SIM.
Nota: O tempo dos óbitos detectáveis seguiu perfil idêntico ao dos óbitos gerais. A retirada dos óbitos atestados

193
pelo IML não apresentou diferenças relevantes, por isso foram mantidos nesse gráfico.

No curso da pandemia foram construídas combinações de estratégias de vigilância para


qualificação dos dados diante da limitação de recursos humanos e materiais que o setor dispõe.
Destacam-se três resultados: a qualificação da equipe no processo de VO; colaboração inter e
multissetorial, com diálogo entre sistemas (SIM, Gerenciamento de Ambiente Laboratorial/GAL,
SIVEP-gripe e e-SUS Notifica); e iniciativas com vistas às atividades de educação permanente em
conjunto com as unidades de saúde. O aumento, a qualificação da equipe e a dinâmica utilizada
impactaram positivamente no tempo de processamento das Declarações de Óbito.
Destaca-se também a elaboração de boletins informativos e epidemiológicos sobre a
mortalidade e a metodologia utilizada na VO por COVID-19. A gestão e intercâmbio de
conhecimentos entre os setores na esfera municipal, com retroalimentação de sistemas e
monitoramentos mútuos, confluiu na elaboração conjunta da Nota Técnica nº 4/2021 – Orientações
para o fortalecimento do fluxo de informações para vigilância da COVID-19 em Salvador/BA.
Os esforços conduziram à ampliação dos processos de educação permanente, como a
implementação do Comitê Municipal de Revisão do Óbito (CMRO), conforme Portaria nº 868/2019.
Ele é composto por representantes de diversas entidades ligadas à saúde, tais como, SMS (através da
SUIS), SESAB, Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB), Instituto Médico
Legal (IML), Estabelecimentos Assistenciais de Saúde e da Faculdades de Medicina do Município de
Salvador.

2.5.2. Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE)


A SMS Salvador instituiu o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública38 (COE –
COVID-19), unidade responsável pela definição das estratégias e procedimentos para o enfrentamento
da situação epidemiológica atual do COVID-19, tendo em vista reduzir os potenciais impactos na
saúde da população.
Dentre as ações do COE estão o planejamento e definição de estratégias e ações para o
enfrentamento das emergências em saúde pública, análise dos dados para subsidiar a tomada de decisão
dos gestores e técnicos, divulgação de boletins epidemiológicos, monitoramento do Plano de
Contingência, acompanhamento dos estudos epidemiológicos sobre a projeção da pandemia e
avaliação da capacidade assistencial da rede, subsidiando a aquisição de insumos e ampliação de leitos
e unidades.
A formação do COE contribuiu na celeridade na publicação de Decretos Municipais a saber: n°
32.248, n° 32.249, n° 32.256, n° 32.268, n° 32.272, n° 32.280, n° 32.287, nº 32.337, que regulamentam
as principais medidas de prevenção e controle da pandemia, como isolamento e distanciamento social
e estabelecimento de demais medidas de contingenciamento. Vários outros decretos foram
estabelecidos tendo em vista o estabelecimento de critérios e protocolos para reabertura e
funcionamento dos órgãos, estabelecimentos e serviços que tiveram as atividades suspensas em
decorrência das medidas de enfrentamento à pandemia. A relação dos decretos publicados, segundo o
assunto, consta em anexo.
De forma geral, essas medidas englobam um conjunto de ações voltadas para os diversos setores,
incluindo: o uso obrigatório de máscaras em ambientes públicos; o fechamento de estabelecimentos
como academias, cinemas, parques públicos e infantis privados, teatros e demais casas de espetáculos;

38
O COE – COVID-19 foi instituído com o objetivo de promover uma resposta rápida e coordenada, por meio
da articulação e da integração dos atores envolvidos, podendo, se necessário, articular-se com outros setores e
instituições. A criação do COE fundamentou-se na análise das informações disponíveis, incluindo a avaliação
do evento e considerando riscos, ameaças e vulnerabilidades para a emergência em saúde pública. Constituído
por uma equipe multiprofissional, incluindo médicos, enfermeiros, sanitaristas, entre outros, ligada ao Gabinete
do Secretário Municipal de Saúde, responsável pelo planejamento e monitoramento das ações previstas no Plano
de Contingência para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-19).

194
suspensão de atividades de classe da rede municipal e privada de educação; fechamento de bares,
restaurantes e lanchonetes, exceto para venda por delivery e no balcão; proibição de qualquer atividade
sonora, exceto para utilidade pública; fechamento dos mercados municipais, do Elevador Lacerda e
interdição das praias do Porto da Barra, Farol da Barra, Piatã, Itapuã, Rio Vermelho e Ribeira;
suspensão das atividades não essenciais em órgãos públicos municipais; trabalho remoto para todos os
funcionários acima de 65 anos, exceto aqueles cujas atividades sejam essenciais e estratégicas,
excluído as servidoras gestantes; inaugurações da Prefeitura sem presença de público; antecipação de
feriados; higienização e limpeza nos ônibus; realização de Blitz da temperatura em estações e nos
ônibus e testes rápidos; entre outras.
Em decorrência da dinâmica da pandemia, várias das medidas adotadas sofreram prorrogação e
novas foram incorporadas, como a adoção de ações regionalizadas de restrição de atividades em
diversas localidades do município com aumento no número de casos. Bem como, considerando o
desenvolvimento da pandemia em Salvador, medidas de flexibilização ou restrição foram propostas
atreladas ao monitoramento dos indicadores epidemiológicos e da capacidade assistencial do sistema
de saúde, nesse sentido foi publicado em 15 de julho de 2020, o Decreto nº 32.580 que tratou da
retomada gradual das atividades condicionada à avaliação do indicador de taxa de ocupação de leitos
exclusivos de UTI COVID-19 em adultos no município, escalonada em fases:
 Fase 1 – taxa de ocupação de leitos exclusivos de UTI COVID-19, adultos, em Salvador igual
ou menor que 75%;
 Fase 2 – taxa de ocupação de leitos exclusivos de UTI COVID-19, adultos, em Salvador igual
ou menor que 70%;
 Fase 3 – taxa de ocupação de leitos exclusivos de UTI COVID-19, adultos, em Salvador igual
ou menor que 60%.

Quadro 19. Atividades retomadas conforme escalonamento das fases, Salvador-BA, 2021.
Fase 1 Fase 2 Fase 3
Shoppings Centers, Centros Academias de Ginástica e Similares Parque de Diversão e Parques
Comerciais e Semelhantes Temáticos
Comércio de Rua acima de 200m2 Barbearias, Salões de Beleza e Teatros, Cinemas e Demais Casas de
Similares Espetáculos
Templos Religiosos e Igrejas Centros Culturais, Museus e Clubes Sociais, Recreativos e
Galerias de Arte Esportivos
Drive In Restaurantes, Bares e Lanchonetes Centros de Eventos e Convenções
Fonte: SALVADOR, 2020. Decreto nº 32.580, de 15 de julho de 2020.

Assim, a partir do dia 24 de julho de 2020, teve início a implementação da fase 1 de reabertura
dos setores como shoppings centers, centros comerciais e assemelhados; comércio de rua acima de
200m²; templos religiosos e o sistema drive in, para os quais foram elaborados protocolos específicos.
A partir de 16 fevereiro de 2021 o governo do Estado, através do Decreto estadual nº 20.233
retoma medidas restritivas, estabelecendo limitação na circulação noturna das 22h às 05h para os
municípios do estado da Bahia, incluindo a capital. Em consonância, o Decreto municipal nº 33.547,
de 17 de fevereiro de 2021 suspende novamente o funcionamento de cinemas, teatros e casas de
espetáculos, em função do acréscimo no número de casos confirmados da COVID-19.
No início de abril é publicado o Decreto nº 33.717, o qual estabelece os critérios para retomada
das atividades que foram suspensas em decorrência da elevação dos casos da COVID-19, utilizando
novamente como parâmetro o indicador de taxa de ocupação dos leitos exclusivos de UTI COVID-19
adultos, graduado em fases.

195
Quadro 20. Fases definidas para retomada das atividades, Salvador-BA, 2021.
Taxa de ocupação de leitos exclusivos de UTI COVID-19,
Fase Vermelha (Restrição)
adultos, em Salvador, igual ou menor que 80%;
Taxa de ocupação de leitos exclusivos de UTI COVID-19,
Fase Amarela (Proteção)
adultos, em Salvador, igual ou menor que 70%;
Taxa de ocupação de leitos exclusivos de UTI COVID-19,
Fase Verde (Prevenção)
adultos, em Salvador, igual ou menor que 60%.
Fonte: SALVADOR, 2021. Decreto nº 33.717, de 01 de abril de 2021.

O avanço entre as fases fica condicionado ao desempenho de outros indicadores listados abaixo,
além de considerar um intervalo de dez dias transcorridos entre uma fase e outra.

Quadro 21. Indicadores de avaliação, Salvador-BA, 2021.


Estabilidade ou queda na ocupação de leitos exclusivos de UTI COVID-19 adultos;
Estabilidade ou queda na média móvel de novos casos de COVID-19 confirmados;
Estabilidade ou queda na média móvel de casos ativos de COVID-19;
Estabilidade ou queda na taxa de transmissão (Rt) da COVID-19;
Incremento no percentual da população vacina contra COVID-19.
Fonte: SALVADOR, 2021. Decreto nº 33.717, de 01 de abril de 2021.

Em 03 de abril de 2021 publica-se o protocolo geral e setorial de retomada das atividades


comerciais, contendo todas as recomendações a serem seguidas pelos estabelecimentos em Salvador
(Decreto nº 33.719). O retorno iniciou em 05 de abril, abrangendo de forma inicial os serviços
essenciais. Em 13 de maio do mesmo ano inicia-se a implementação da fase amarela do plano, com a
ampliação do horário de funcionamento de diversos serviços. Em 23 de julho de 2021 dar-se início a
fase verde, onde as restrições ocorrem de forma parcial, com uma flexibilidade de horários para o
funcionamento do comércio e serviços, e passam a ser permitidos também a realização de eventos com
público limitado à duzentas pessoas.
Nesse interim, para reforçar o quadro de pessoal da saúde, a SMS contratou 3.258 novos
profissionais de saúde para as funções de médico infectologista, médico clínico, sanitarista,
enfermeiro, fisioterapeuta, farmacêutico/bioquímico, técnico em laboratório e técnico em enfermagem
para atuarem diretamente no combate ao Coronavírus.
Diante da necessidade de a gestão monitorar a situação da pandemia causada pela COVID-19
em residentes de Salvador e planejar estratégias e ações para o seu enfrentamento, soluções
tecnológicas foram desenvolvidas pelo Núcleo de Tecnologia da Informação. Nesse sentido foi criado
com o apoio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS SSA) um painel
contendo informações, em tempo real, do número de casos confirmados do novo Coronavírus no
município.
Esse painel possibilita o acompanhamento da dinâmica do cenário epidemiológico,
identificando grupos populacionais mais vulneráveis, faixa etária mais acometida, além de apontar
locais que demandam uma intervenção mais setorializada, do ponto de vista das ações de
enfrentamento à COVID-19. Também foi criado um site que reúne as principais ações da SMS
Salvador no enfrentamento a COVID-19, disponível em: http://www.saude.salvador.ba.gov.br/covid/,
correspondendo as ações de Portal de Transparência.
O painel de regulação de leitos para as UPAS e Gripários foi desenvolvido tendo em vista
acompanhar o status de ocupação dos leitos (https://mapaupas.saude.salvador.ba.gov.br/) Ademais
outras ações foram implantadas e encontram-se registradas no quadro 22.

196
Quadro 22. Ferramentas adotadas para o monitoramento das ações do COVID-19, Salvador-BA,
2020-2021.
Ferramentas Descrição
Consolidação das Consolidar, sanear e enriquecer as bases de dados dos sistemas: SIVEP GRIP, ESUS
bases COVID VE e GAL acerca do COVID-19 e gerar os indicadores de casos confirmados,
curados, óbitos e ocupação de leitos.
Painéis de indicadores Permitir o monitoramento, predição e entendimento em tempo real das notificações
da COVID-19, além de acompanhar a evolução dos casos.
BLITZ COVID Registrar cidadãos que se submeteram a testagem rápida ou que estejam
apresentando quadro assintomático ou oligossintomáticos para identificar e orientar
tratamento de casos novos.
Portal da Sitio que possibilita o acesso à divulgação de informações (indicadores, ocupação,
Transparência legislações) e serviços (resultados dos testes rápidos) voltados a COVID-19.

Salvador Protege Painel de monitoramento de pacientes acometidos por COVID-19, atendidos nas
UBS, possibilitando busca ativa e acompanhamento remoto pelos profissionais de
saúde.
Business Inteligence Disponibiliza painéis para acompanhamento da gestão no que tange a vacinação
(BI) COVID-19.
Fonte: SMS/NTI.

Com a continuidade da situação pandêmica, em 2021, o NTI intensificou o trabalho em


desenvolvimento de ferramentas para enfretamento da COVID-19. Neste sentido, destaca-se no quadro
abaixo aplicativos e sistemas desenvolvidos para subsidiar as ações de imunização.

Quadro 23. Aplicativos e sistemas desenvolvidos para a as ações de imunização na COVID-19,


Salvador-BA, 2021.
Aplicativos/Sistemas Descrição
Vida+ Vacina Desenvolvimento de formulário de dispensação COVID com o objetivo de
simplificar a entrada de dados e agilizar o tempo médio de realização do
registro do vacinado. Além disso, contempla a funcionalidade de pesquisa de
pacientes nas bases Federal e Municipal.
Vacinômetro Painel com informações sobre a situação da quantidade de doses aplicadas,
recebidas e o status do estoque por fabricante, com uso de KPI e gráficos.
Detetive Fura Fila Permitir o registro de denúncias por qualquer cidadão que esteja
presenciando o não cumprimento da fila estabelecida na campanha de
vacinação para grupos prioritários.
Consulta de Habilitados Permitir a consulta de cidadãos habilitados a se vacinar de acordo com os
critérios estabelecidos.
Vacina Express Promover o cadastramento dos usuários com dificuldades para locomoção ou
portador de comorbidade, visando a imunização contra covid-19 no endereço
de residência.
Filômetro Plataforma virtual para consulta de pontos de vacinação, visando evitar que
as pessoas se aglomerem durante a procura da imunização COVID-19 no
município de Salvador.
Reações Adversas Propiciar ao cidadão a possibilidade de realizar a notificação de eventos
adversos apresentados após a imunização contra o COVID-19.
Mapa de UPA e Gripários Acompanhar o fluxo de demandas de regulação das UPA e Gripários.
Vacinação com uso de Agilizar a triagem das filas nos pontos de vacinação, promovendo agilidade
Qrcode no processo, visando reduzir o tempo médio de atendimento e por
conseguinte aumento no número de pessoas vacinadas.
Vacina Hora Marcada Promover agendamentos para a segunda dose da vacina de acordo com o
aprazamento definido por cada fabricante, evitando assim, formação de
longas filas. Desta forma, os cidadãos terão mais comodidade para escolher
o local, dia e horário para vacinação.

197
Comorbidades Coletar dados dos cidadãos de Salvador acompanhados nos estabelecimentos
de saúde pública e/ou privada com pelo menos um diagnóstico das
comorbidades listadas pelo Ministério da Saúde.
Cadastro Vacina Prover o cadastro para imunização dos profissionais (Cuidador de Idosos)
que não possuem Órgão/Conselho regulamentador para validação da
Secretaria Municipal de Saúde referente a aptidão para imunização
Fonte: SMS/NTI.

No cenário da pandemia, o serviço da Ouvidoria em Saúde foi essencial para acolher e atender
as demandas (dúvidas, orientações, serviços disponíveis) dos cidadãos quanto à doença, conduta,
possíveis encaminhamentos e acesso aos serviços de saúde. Nesse sentido, reestruturou-se o serviço,
de forma a ampliar o acolhimento através de e-mail, restringindo, inicialmente, o atendimento
presencial de acordo com as medidas restritivas.
Ademais, identifica-se mudança nos registros das manifestações, onde intensificaram a procura
pela Ouvidoria, a fim de tirar dúvidas sobre a doença, denunciar locais com aglomeração e que não
possuíam equipamentos de higiene adequados para o controle ou interrupção do contágio.
Sobre este tema foram registradas 995 manifestações em 2020, distribuídos entre os temas
elencados a seguir: locais com potencial contágio do Coronavírus, falta de insumos de higienização
contra a COVID-19, dificuldade para realizar o teste rápido, falta de informação em relação aos
parentes internados em alas de COVID-19, e morosidade na entrega dos resultados dos exames da
COVID-19.

2.5.3. Atenção à Saúde e regulação do acesso dos pacientes


A Atenção Primária à Saúde organizou-se para o atendimento aos casos suspeitos de COVID-
19, sendo definido o fluxo de atendimento na APS para o novo Coronavírus. Nesse sentido, diversas
notas técnicas (apêndice A) foram elaboradas com vistas à orientação e ordenação dos serviços.
Além disso, o governo municipal acelerou a entrega de novas Unidades de Saúde a fim de
garantir infraestrutura para atendimento na rede básica de saúde. De janeiro de 2020 a 30 de junho de
2021 foram inauguradas 15 Unidades de Saúde da Família: USF Fazenda Grande III, USF Vila Nova
de Pituaçu, USF Cajazeiras III, USF São Gonçalo Padre Mauricio Abel, USF Imbui, USF San Martin
III, USF Itapuã, USF Teotônio Vilela II, USF Vila Canária, USF IAPI, USF Arraial do Retiro/Antônio
Neiva, USF Jardim Campo Verde, USF Claudelino Miranda/Resgate, USF Pirajá e USF KM 17,
significando mais 48 novas equipes de saúde. Atualmente, 359 equipes de saúde da família, formada
por médicos, dentistas, enfermeiros além de agentes comunitários de saúde estão atuando no
município.
Para o enfrentamento da pandemia foi necessário a implementação da rede de assistência, em
todos os níveis de atenção à saúde. Na atenção básica formam aceleradas as entregas de 15 USF, com
a incorporação de mais 48 novas equipes de saúde e reorganização do trabalho com a implantação do
“Programa Salvador Protege” e elaboração de diversas notas técnicas para ordenação dos serviços em
função da pandemia.
No tocante a rede de atenção à urgência e emergência, o crescimento da demanda por
atendimento às Síndrome Gripais (SG) em seus distintos graus de severidade nas 17 Unidades de
Pronto Atendimentos existente em Salvador (UPA/PA), alertou o município quanto à necessidade de
ampliação destes serviços. Neste contexto, procurou-se reorganizar a rede e produzir notas técnicas,
recomendações, orientações e protocolo para as UPA/PA.

198
Nesse sentido, foram criados dois tipos de equipamentos de saúde temporários voltados ao
atendimento de pacientes com SG, denominados Gripários39 e Unidades de Suporte Ventilatório40
(USV). Foram implantados 07 (sete) gripários e 02 (dois) USV anexas às UPA/PA, ampliando o
número de leitos e a capacidade das unidades de pronto atendimento, conforme tabelas 44 e 45.

Tabela 44. Número de leitos nos gripários, Salvador-BA, 2021


UPA com Gripário Leitos adulto Leitos sala vermelha Total de leitos
UPA Vale dos Barris 20 4 24
UPA Paripe 10 2 12
UPA Pirajá/Santo Inácio 10 2 12
PA Imbassahy 10 2 12
Gripário Ilhas 4 1 5
UPA Parque São Cristóvão 10 2 12
PA Alfredo Bureau 5 1 6
Total 69 14 83
Fonte: DAS/SMS.

Tabela 45. Número de leitos de unidades de suporte ventilatório, Salvador-BA, 2021


Unidades de Suporte Ventilatório Leitos de Suporte Ventilatório
USV Valéria 10
USV Barris 10
Total 20
Fonte: DAS/SMS.

Além disso, tendo em vista reforçar o Acolhimento a Demanda Espontânea (ADE) pela APS
dos casos leves (classificados como baixo risco: azuis e verdes) atendidos nas UPA, a SMS adotou a
estratégia emergencial de implantação de Centros de Atendimento a COVID-19, denominada de Ponto
de Atenção às Urgências, para pacientes SG em estruturas de UBS pré-existentes.
Tal medida adotada pela Secretaria Municipal de Saúde do Salvador (SMS) considerou o avanço
da pandemia do Novo Coronavírus sobre a população soteropolitana, com uma curva ascendente de
casos que aumentou a pressão assistencial sobre o sistema de saúde público e suplementar. Em 01 de
março de 2021, registrou-se taxa de ocupação de leitos de UTI COVID-19 para adultos de 83% e de
85% para leitos clínicos. Destaca-se que, com o surgimento de cepas variantes, a doença tem se
mostrado com maior potencial infeccioso e provocado casos mais graves em indivíduos mais jovens.
Frente a esse contexto, foram selecionadas quatro USF (Itapuã, IAPI, Imbuí e Pirajá), de
excelente infraestrutura e fácil de acesso à população, para funcionarem como unidades de referência
para atendimento SG, para demanda espontânea de pacientes com sintomas leves e de baixa
complexidade, abertas nas 24h por 30 dias. Assim, foram criados mais 14 leitos para pacientes
sintomáticos respiratórios, sendo 04 (quatro) com suporte ventilatório.
A ação utilizou de forma racionalmente estruturas de equipamentos de saúde já existentes para
aumentar a oferta assistencial para pacientes sintomáticos gripais, de modo a evitar o agravamento dos
quadros clínicos leves, desafogar UPA/PA, e consequentemente, o sistema de saúde local.
É importante salientar todo o planejamento, organização, estruturação, treinamento e assistência
prestada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). Em 2020, 21 veículos a mais

39
Os Gripários são estruturas provisórias vinculadas a rede de urgência e emergência que disponibilizam
atendimento semelhante ao oferecido pela unidade pré-hospitalar fixa.
40
As Unidades de Suporte Ventilatório são estruturas provisórias que dispõem de equipes, leitos e terapia
intensiva para pacientes com quadro grave de Síndrome Gripal. Buscam estabilizar o paciente até a transferência
para uma unidade de maior complexidade.

199
foram colocados em operação, sendo 17 USB e 04 USA, e envolveu desde a utilização dos veículos
que eram reservas técnicas, a contratação emergencial de pessoal, especialmente de médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores de veículo de emergência e higienizadores, locais
para alocar a nova frota de veículos, provimento e repadronização de insumos e equipamentos,
elaboração de protocolos operacionais padrão, implantação da regulação remota para profissionais de
risco e que trabalharam em home office.
Objetivando evitar o colapso no sistema público municipal, no período que compreende os
meses de março a agosto de 2020, foi viabilizada a expansão de 228 leitos de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) e 271 leitos de enfermaria clínica para pacientes com suspeita e/ou confirmação
diagnóstica de infecção por COVID-19. Os leitos ampliados nesta primeira mobilização foram
implantados no Hospital Municipal, em hospitais privados (com e sem fins lucrativos), hospitais de
campanha41 e em hospitais de atendimento exclusivo a COVID-19. Na segunda etapa de mobilização,
a partir de dezembro de 2020 até junho de 202142, foi possível alcançar a mobilização de 286 leitos de
UTI e 331 leitos de enfermaria para pacientes com suspeita e/ou diagnóstico de Coronavírus, conforme
é possível observar na tabela 46.

Tabela 46. Leitos de UTI e enfermaria, sob gestão municipal, mobilizados para atendimento as
internações pela COVID-19, Salvador/BA, 2020-2021.
Tipo de 1ª mobilização 2ª mobilização
Estabelecimento
leito UTI Enfermaria UTI Enfermaria
Wet'n Wild 1 (Hospital de campanha) Adulto 50 40 - -
Wet'n Wild 2 (Hospital de campanha) Adulto 20 80 - -
Prohope Adulto 5 10 - -
Hospital Santa Izabel Adulto 14 14 14 14
Hospital Martagão Gesteira Pediátrico 10 10 10 20
Hospital Português Adulto 5 5 5 7
Itaigara Memorial Adulto 47 - 40 7
Adulto 20 20 20 40
Hospital Municipal
Pediátrico 7 7 7 7
Hospital Salvador – Medtower¹ Adulto 10 14 40 100
Hospital Santa Clara¹ Adulto - - 30 30
Hospital Evangélico Adulto - - 10 5
Sagrada Família¹ Adulto 40 71 60 81
Unidades de Suporte Ventilatório (Valéria)² Adulto - - 10 -
Hospital de Campanha do Ginásio Adulto - - 30 20
Unidades de Suporte Ventilatório (Barris)² Adulto - - 10 -
Total 228 271 286 331
Fonte: DRCA/DAS/SMS.
¹Hospital Especializado Salvador, o Hospital Santa Clara e o Sagrada Família passaram por processo de
requisição administrativa.
2
Os leitos das Unidades de Suporte Ventilatório (Valéria e Barris), embora funcionem como leitos de UTI, não
são contabilizados para o cálculo da Taxa de Ocupação de leitos.

Destaca-se que na primeira etapa da mobilização 80,56% dos leitos disponibilizados pela gestão
municipal estavam em estabelecimentos de saúde que compõem a rede própria, na maioria dos casos
por contrato de gestão, e 19,44% estavam na rede complementar. Por sua vez, na segunda etapa de
mobilização 76,50% dos leitos estão em serviços da rede própria e 23,50% na rede complementar
(Gráfico 154).

41
Unidade de Saúde Temporária para assistência hospitalar voltada para o atendimento aos pacientes no
âmbito da emergência pela pandemia da COVID-19.
42 Embora a pandemia ainda esteja em curso no ano de 2021, a data referida corresponde ao período de
construção desta análise.

200
Gráfico 154. Percentual de leitos COVID-19 (UTI e enfermaria) por natureza do estabelecimento, Salvador-BA,
2020-2021.
90,00% 80,56% 76,50%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00% 19,44% 23,50%
20,00%
10,00%
0,00%
1ª mobilização 2ª mobilização
Rede Própria (sob contrato de gestão) Rede Complementar

Fonte: DRCA/DAS/SMS.

No bojo das ações de controle desenvolvidas para o enfrentamento à pandemia, houve a


condução do processo de aplicação da Lei Nº 13.992/2020, que suspende por 120 dias, a contar de 1º
de março/2020 a obrigatoriedade da manutenção das metas quantitativas e qualitativas
contratualizadas pelos prestadores de serviço de saúde no âmbito do SUS e da, subsequente Lei Nº
14.061/2020 que prorroga a supracitada suspensão até 30 de setembro de 2020.
Com o advento da pandemia por COVID-19, a gestão municipal também identificou a
necessidade de orientar os serviços da Rede Complementar para elaboração dos seus respectivos
Planos de Contingência, instrumentos adotados para garantia da segurança sanitária. Essa iniciativa
deu-se através da Nota Técnica nº 04/2020 – “Orientações para organização da rede de Atenção
Especializada no enfrentamento do da COVID-19 no município do Salvador”43.
De forma complementar, estabeleceu-se a análise dos Planos de Trabalho dos serviços de saúde
dos EAS contratualizados (Hospital Santa Izabel, Hospital Português, Hospital Aristides Maltez,
Hospital Martagão Gesteira, Hospital Santa Luzia, Hospital Evangélico da Bahia, Hospital Humberto
Castro Lima, CEPARH e Hospital 2 de Julho) contemplados com auxílios financeiros viabilizados
pelas Portarias44 MS/GM nº 1393/2020 e 1448/2020.
Com intuito de monitorar a prestação dos serviços ambulatoriais durante o período pandêmico,
a Central Municipal de Regulação (CMR) intensificou o acompanhamento das publicações de agendas
dos serviços complementares da rede municipal no Sistema Vida+, inclusive analisando o
comportamento da demanda por esses serviços de saúde. Enquanto a procura esteve restrita foi possível
implantar uma estratégia de apoio ao SAMU que, por sua vez, teve um incremento do recebimento de
chamadas relacionadas à COVID-19.
Essa estratégia consistiu no reforço da equipe do SAMU com médicos reguladores da CMR.
Esses profissionais, responsáveis pela autorização dos procedimentos no Sistema Vida+, cujas cargas
horárias estavam ociosas pela baixa procura aos serviços eletivos ambulatoriais nos períodos mais
críticos da pandemia, foram remanejados para atuar no atendimento às demandas telefônicas de
usuários que buscavam o SAMU.
O referido monitoramento das publicações de agendas dos serviços contratualizados e o
acompanhamento da demanda reprimida após redução das medidas restritivas, resultaram na
elaboração da Nota Técnica nº 01/2020 – “Panorama da demanda reprimida registrada na Central
Municipal de Regulação para procedimentos ambulatoriais e hospitalares eletivos”. Este documento
descreve a situação das filas de espera monitoradas pela CMR e o impacto da pandemia no contexto

43
Nota Técnica elaborada pela DAS e a DRCA em 20 de março e atualizada em 13 de abril de 2020.
44
Portarias MS/GM nº 1393/2020 e 1448/2020, dispõem sobre o auxílio financeiro emergencial às Santas Casas
e aos hospitais filantrópicos sem fins lucrativos, que participam de forma complementar do Sistema Único de
Saúde (SUS), no exercício de 2020, com o objetivo de permitir-lhes atuar de forma coordenada no controle do
avanço da pandemia da COVID-19.

201
das demandas reprimidas, com proposição de ações estratégicas para ampliação do acesso, tais como
a contratação temporária de serviços de saúde.
Nessa perspectiva, foi publicada a Portaria SMS nº 308/2020 (DOM nº 7.800 de 20/09/2020),
estabelecendo janela de contratação excepcional para procedimentos específicos pertencentes aos
Grupos de Especialidades da Portaria SMS nº 063/2020. Sendo assim, 45 serviços foram
contratualizados projetando-se a expectativa de atender 79 tipos de procedimentos em diferentes
especialidades. Essa estratégia se deu, principalmente, diante da retração na demanda por recursos
clínicos, diagnósticos e terapêuticos hospitalares e ambulatoriais eletivos durante a fase de medidas
restritivas mais intensas devido à maior criticidade do cenário epidemiológico no ano de 2020, às filas
registradas na CMR, à queda de execução pelos prestadores no período mais crítico da pandemia e ao
retorno progressivo dos usuários aos serviços à medida que a restrição de circulação foi flexibilizada.
Iniciada em novembro de 2020, a ação atingiu marca superior a 1.600 procedimentos realizados,
entre consultas e exames, até 31 de dezembro de 2020. O acesso às vagas aconteceu por meio dos
serviços contratualizados, que entraram em contato com os pacientes cadastrados na fila de espera para
agendar o dia e horário dos procedimentos.
No entanto, cabe sinalizar que dentre os 4.000 pacientes inicialmente identificados nas filas de
espera de consultas e ultrassonografias, os serviços obtiveram sucesso no contato e conseguiram
efetivar o agendamento de apenas 10% desse universo, revelando, assim, o impacto negativo
decorrente da desatualização dos cadastros. Este fato se dá principalmente pelo registro de telefones
inválidos ou não pertencentes aos pacientes e vem sendo o grande óbice para o êxito da ação. Cabe
destacar que, para esses procedimentos de Média Complexidade, é importante a atualização dos dados
cadastrais dos pacientes, em especial os contatos telefônicos, uma vez que essa é a ferramenta principal
para que os estabelecimentos contratualizados realizem a captação do usuário.
No que concerne à atenção à pessoa com câncer, foi implementada atualização do fluxo da
Comissão de Oncologia, priorizando o atendimento remoto para encaminhamento de pacientes aos
serviços de referência. Nesse período pandêmico, a Comissão passou a receber os documentos dos
usuários através de e-mail, de modo a reduzir o fluxo de atendimento presencial na CMR sem, contudo,
comprometer a celeridade na garantia do acesso às unidades de referência.
Além disso, a equipe de Regulação Hospitalar da CMR apoiou a Central Estadual de Regulação
(CER) no processo de regulação. Para tal, houve uma reestruturação dos processos de trabalho com
revisão das escalas e aumento do número de profissionais (médicos e enfermeiros) por plantão, com o
intuito de garantir que a regulação dos pacientes com COVID-19 acontecesse nas primeiras 24 horas
após a entrada na Unidade de Pronto Atendimento.
Ademais, foi necessária a implementação de novos fluxos, inclusive com o monitoramento dos
exames laboratoriais através do Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial/GAL, orientação da
rede de Urgência e Emergência e implementação da supervisão aos finais de semana e feriados.
As informações provenientes desse contexto contribuem para a tomada de decisão dos gestores,
pois são dados que podem ser visualizados praticamente em tempo real e apontam para questões
relevantes a respeito da evolução da pandemia, a exemplo da quantidade e gravidade dos casos de
COVID-19 e a taxa de ocupação de leitos de UTI. Registra-se que, no período de 01 de março a 31 de
dezembro de 2020, foram realizadas 5.635 regulações de internamento (enfermaria ou UTI) para
pacientes suspeitos ou confirmados para COVID-19, obtendo-se uma média de tempo para regulação
de 01 dia com desvio padrão de 1,3 dias. A média de idade dos pacientes foi de 60 anos com desvio
padrão de 19 anos e a maioria desses casos (54%) foram do sexo masculino.
Destaca-se que, segundo os dados do Sistema de Regulação de Urgência e Emergência do
Estado da Bahia (SUREM), os picos de regulação ocorreram nos meses de maio e julho com um
recrudescimento em dezembro/2020. Registra-se que diante das inúmeras dificuldades e variáveis
enfrentadas para o controle do cenário epidemiológico, o município de Salvador conseguiu se
organizar de modo a fortalecer seu sistema de saúde para enfrentamento da pandemia. Além disso, a
expansão do número de leitos contratualizados permitiu que no auge da pandemia, início do mês de
julho, essas taxas não ultrapassassem 90% de ocupação (Gráfico 155).

202
Gráfico 155. Distribuição diária dos casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 regulados das UPA
municipais e taxa de ocupação de leitos de UTI, Salvador-BA, 01/03/2020 a 31/12/2020.
Fonte: CMR/DRCA/SMS.

Ainda, no âmbito do cenário de ocorrência da pandemia, destaca-se as ações implementadas


pelo Hospital Municipal de Salvador (HMS) considerando a necessidade do município de reorganizar
os serviços de saúde a fim de assegurar a assistência dos usuários com COVID-19.
Neste panorama, foi imperiosa a redução da oferta de serviços de caráter eletivo e ambulatorial,
assim como a reorganização da oferta de leitos de retaguarda clínica e terapia intensiva e ampliação
da oferta de leitos para o enfrentamento da epidemia, no intuito de garantir assistência adequada,
segurança aos profissionais de saúde e usuários, evitar contaminação cruzada e diminuir a
disseminação da infecção por COVID-19.
No dia 25 de março de 2020 a emergência do HMS passou a ser exclusivamente referenciada
aos pacientes das UPA e de outros hospitais do estado, garantindo a utilização do hospital para os
casos de maior complexidade. Além disso, foi firmado contrato com a Santa Casa da Bahia, gestora
do HMS, a fim de promover o desenvolvimento de todas as ações assistenciais necessárias para
disponibilização de leitos de UTI, estruturados com perfil de porte II, para atendimento exclusivo aos
usuários com agravos de suas condições decorrentes de infecção pela COVID-19, garantido
fornecimento de insumos, equipamentos médicos hospitalares e equipe multidisciplinar e
funcionamento ininterrupto dos leitos.
A respeito dos leitos disponibilizados, estes foram caracterizados como leitos clínicos e leitos
de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) conforme quadro abaixo:

Quadro 24. Leitos disponibilizados para COVID 19 no HMS, Salvador-BA, junho/2020 a


junho/2021.
Leitos COVID HMS Adulto Pediatria
Leitos clínicos 40 07
Leitos UTI 20 07
Total 60 14
Fonte: SMS/DAS.
Entre junho de 2020, quando se deu o início dos leitos exclusivos para COVID-19, a junho de
2021, destaca-se o quantitativo de 7.537 pacientes acometidos pela COVID-19 que foram atendidos
no HMS (Quadro 25).

203
Quadro 25. Investigação laboratorial da COVID-19 no HMS, Salvador-BA, junho/2020 a
junho/2021.
COVID-19 N° de casos
Suspeitos 3.521
Descartados 1.920
Confirmados 1.704
Em investigação 48
Óbitos 344
Total 7.537
Fonte: Sistema MV Soul/HMS

Ressalta-se que diversas ações institucionais foram desenvolvidas a fim de estabelecer um Plano
de Contingência que subsidiasse o hospital as melhores práticas no curso da pandemia. Diante desse
cenário, algumas ações foram implantadas como: Criação do Comitê de Gestão de Crises,
estabelecimento de protocolos e investimento em treinamentos de pessoal garantindo eficiência na
assistência.
Cabe registrar que, após a gestão do HMS identificar a necessidade de acompanhar os pacientes
pós COVID-19, o hospital montou o ambulatório para reabilitação pós COVID-19 com equipe
multiprofissional. No momento da alta hospitalar, o paciente é direcionado para o acompanhamento
no ambulatório.
A pandemia foi um grande desafio também para a Assistência Farmacêutica pois houve a
necessidade da reorientação dos processos de trabalho dos serviços de farmácia nas Unidades de Saúde
e Unidades de Pronto Atendimento com publicações de normativas e informes técnicos (Quadro 26),
além da necessidade de desenvolver estratégias para otimizar todas as etapas do ciclo da assistência
farmacêutica, tais como a seleção, programação e aquisição de medicamentos, logística e a
dispensação.

Quadro 26. Documentos técnicos elaborados pela AF para o enfrentamento a pandemia pela COVID-
19, Salvador-BA, 2020-2021.
Recomendações para prescrição de medicamentos sujeito a controle especial. Estende, temporariamente, as
NT Nº 01/2020
quantidades máximas de medicamentos sujeitos a controle especial permitidas em notificações de receitas e
DAS/CAF/VISA
receitas de controle especial.
Recomendação para reorganização dos processos de trabalho e dispensação nas farmácias da rede municipal.
Acolher demandas de medicamentos de pacientes suspeitos com a COVID-19. Recomenda que as farmácias evitem
NT Nº 03/2020 aglomerações e providenciem barreiras físicas definindo a distância entre funcionários e usuários, bem como entre
SMS/DAS/AF os próprios usuários, de no mínimo 2 metros para filas de pacientes sem máscara ou 1 metro para aqueles com
máscara; a prorrogação da validade das receitas; e suspensão, temporária, da exigência da obrigatoriedade da cópia
da receita.
Dispõe sobre falta no mercado de azitromicina 500mg comprimido e da necessidade de fracionamento dos blisters
NT Nº08/2020 para garantir o acesso ao medicamento neste momento de pandemia. Para tal foi discutido e aprovado pela
DAS/CAF/VISA Vigilância Sanitária Municipal a realização desse procedimento dentro do que preconiza a RDC/ANVISA nº 80,
de 11 de maio de 2006.
Prorrogação da validade do receituário médico e odontológico de medicamentos sujeitos a prescrição e de uso
contínuo enquanto perdurarem as medidas de isolamento para contenção do surto da COVID-19. Em substituição
ao disposto sobre esse tópico na NT Nº 03/2020 de 01 de junho de 2020, passam a ter validade indeterminada os
NT Nº 09/2020 receituários médicos ou odontológicos de medicamentos sujeitos a prescrição e de uso contínuo, contando como
SMS/DAS/CAF data limite de emissão agosto/2019 (considerando-se como marco inicial 06 de fevereiro de 2020, data da
publicação da Lei nº 13.979 que prorroga a validade das receitas de medicamentos não sujeitos ao controle
especial). Segue a suspensão da exigência de cópia da receita para medicamentos de uso contínuo NÃO sujeitos a
controle especial.
Informa sobre a dispensação de Salbutamol nas Unidades de Pronto Atendimento de Salvador. Orienta que ao fim
IT Nº 01/2020 do atendimento emergencial, quando indicado o seguimento do tratamento em domicílio, mediante prescrição será
liberado para o paciente Salbutamol spray.
IT Nº 02/2020 Uso racional de medicamentos na pandemia da COVID-19.

Dispõe sobre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho Nacional de Secretarias
CI Nº148/2020
Municipais de Saúde (CONASEMS), além do consenso entre os infectologistas da rede municipal de saúde de

204
Salvador, onde foram disponibilizados antibióticos de amplo espectro e antifúngicos para tratamento de infecções
oportunistas relacionadas a COVID-19, além de antivirais, hipnóticos e sedativos para procedimentos de intubação.

Fonte: SMS/DAS

A fim de evitar o desabastecimento de medicamentos e insumos farmacêuticos para o


enfrentamento da pandemia pela COVID-19 foram realizadas 28 aquisições emergenciais em 2020,
com base na determinação da Lei nº 13.979/202045 e 07 aquisições emergenciais em 2021. A
Assistência Farmacêutica fez o monitoramento semanal destes medicamentos junto as unidades de
saúde (UPA, Gripários, HMS, Hospitais de Campanha, Unidades de Suporte Ventilatório e Sagrada
Família) de forma a racionalizar o estoque dos medicamentos do kit intubação devido à escassez destes
itens em todo país.
Outro desafio enfrentado pela Assistência Farmacêutica no contexto da pandemia foi a
promoção do uso racional de medicamentos para Covid-19, que sofreu influência da disseminação de
notícias e informações falsas, as chamadas fake news, diariamente propagadas em grupos de
aplicativos de mensagens e redes sociais. A maioria destas informações, não emitidas por fontes
seguras ou de autoria conhecida, podem representar riscos para a saúde pela utilização de
medicamentos ou qualquer substância sem comprovação científica e/ou sem orientação. Com a
pandemia, ficou mais evidente a importância do uso racional de medicamentos.
Um estudo realizado no Brasil pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) constatou um aumento
significativo nas vendas de alguns medicamentos relacionados à Covid-19 nos três primeiros meses
de 2021, quando aumentaram os casos da doença, em relação ao mesmo período do ano passado.

Quadro 27. Número de medicamentos mais vendidos no Brasil nos anos de 2019 e 2020.
Número de medicamentos consumidos
Medicamento Variação percentual
01/2019 a 03/2019 01/2020 a 03/2020
do 1º trimestre
Hidroxicloroquina sulfato 231.546 388.829 67,93%
Ibuprofeno 15.010.195 14.615.066 -2,63%
Paracetamol 11.150.452 19.774.819 77,35%
Dipirona sódica 30.226.256 46.716.599 54,56%
Fonte: CFF, 2021.

Foi observado um aumento no consumo de hidroxicloroquina, atribuída em uso compassivo


para tratamento de COVID-19. Foram pesquisados, ainda, os medicamentos isentos de prescrição que
poderiam ser indicados para amenizar os sinais/sintomas leves da COVID-19. No caso do Ibuprofeno,
as vendas caíram, provavelmente porque o medicamento, por um breve período, foi relacionado ao
agravamento de casos da doença. Em Salvador, a análise do consumo de medicamentos usados para
síndromes gripais mostrou um aumento da dipirona e prednisona 20 mg no período de 2015 a 2020.

45
Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019.

205
Gráfico 156. Número de medicamentos mais consumidos na rede municipal, Salvador-BA 2019 e 2020.

Fonte: Módulo Farmácia/Sistema Vida+

Uma pesquisa realizada pelo CFF, por meio do Instituto Datafolha, constatou que a
automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos
últimos seis meses anteriores ao estudo, feito em 2019. Quase metade (47%) se automedica pelo menos
uma vez por mês, e um quarto (25%) o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

2.5.4. A Vigilância à Saúde na pandemia


Em 2021, merece destaque o esforço da SMS no que tange às ações de vacinação contra COVID-
19, tanto para a organização quanto para ampliação das estruturas. Dispondo de 139 salas de vacinação,
16 centros e 15 Drive-thru foram montados para vacinação, além do serviço itinerante de imunização
– o Vacina em Movimento, ônibus adaptado para oferta dos imunizantes em localidades estratégicas
da capital (as comunidades do Uruguai e Periperi formam beneficiadas).
Cabe registrar a parceria iniciada em 16 de junho de 2021 com o SESI/BA que disponibilizou
50 profissionais para a vacinação contra a COVID-19, sendo 20 registradores e 30 vacinadores. Estes
profissionais atuaram nos seguintes pontos de vacinação: Arena Fonte Nova, UBS Ramiro de Azevedo,
PAF Ondina e 5º Centro de Saúde, Centro de Convenções e Parque de Exposições, e contribuíram com
a vacinação de aproximadamente 368 mil pessoas, até agosto de 2021.Ademais, de janeiro a agosto de
2021, foram realizados treinamentos para 212 novos profissionais (técnicos de enfermagem,
enfermeiros e sanitaristas), admitidos através do REDA, sobre boas práticas em imunização,
especificidades das vacinas contra a COVID-19 e monitoramento de Eventos Adversos Pós Vacinação
(EAPV).
O Município de Salvador iniciou o processo de vacinação contra a COVID-19 no dia 19 de
janeiro de 2021. Até o dia 03 de novembro de 2021, 2.148.583 pessoas já haviam sido vacinadas com
a primeira dose, 1.548.271 imunizados com a segunda dose ou dose única e 184.951 com a dose de
reforço. Contudo, é importante salientar que até o momento 228.493 pessoas não tomaram a 2ª dose e
61.159 não tomaram a dose de reforço. A população refere-se ao público-alvo elegível acima de 12
anos.
Ao longo do ano, a SMS adotou diversas estratégias com objetivo de facilitar o acesso à
vacinação dos grupos prioritários. Nesse sentido, foram desenvolvidos, pelo NTI, diversos sistemas
para uma melhor atenção, esclarecimentos e divulgação de informações durante a campanha. Além
disso, diversas ações foram realizadas para garantir a vacinação das pessoas que tomaram a 1ª dose
em outro município.

206
• Vacinômetro – atualiza, em tempo real, dados referentes à imunização do público prioritário:
https://vacinometro.saude.salvador.ba.gov.br;
• Fitômetro - informa, em tempo real, o fluxo de pessoas nos pontos de vacinação:
www.filometro.saúde.salvador.ba.gov.br;
• Hora Marcada – realiza o agendamento prévio para receber a segunda dose da vacina contra
COVID-19: https://vacinahoramarcada.saude.salvador.ba.gov.br;
• Vacina Express – realiza o cadastramento da população com dificuldade de locomoção ou
acamadas para ter acesso à dose do imunizante sem sair de casa:
http://vacinaexpress.saude.salvador.ba.gov.br/
A SMS de Salvador lançou o “Formulário de Reações Adversas COVID-19” tendo em vista
facilitar a captação de usuários que apresentaram EAPV. Após os registros dos sinais e sintomas por
parte dos usuários, essas informações são apanhadas e notificadas no sistema oficial onde serão
investigadas pelo GT EAPV. Cabe registrar que foram notificados 3.100 casos suspeitos de EAPV
residentes de Salvador até 18 de julho de 2021. As reações adversas corresponderam a 3.066 (99%),
onde 139 (4%) foram classificados como grave e 2.927 (96%) não graves. Os erros de imunização
corresponderam a 34 (1%) registros de EAPV. O total de notificações investigadas representam 1.525
(49%).
Em relação aos casos de indicação de intercambialidade de vacina para pacientes que tiveram
EAPV com sugestão de gravidade e para gestantes e puérperas, registra-se no site da SMS o
quantitativo de 311 pacientes com indicação médica (243 gestantes, 11 puérperas e 57 outas situações).
Deste total, 12 pacientes que tiveram EAPV grave, após parecer técnico estadual, foram liberados para
tomar a 2ª dose via intercambialidade e outros 12 pacientes com autorização médica solicitaram troca
de vacina e receberam a 2ª dose via intercambialidade.
Ademais, foram realizadas as seguintes produções técnicas: 01infográfico sobre o cenário
epidemiológico da SIM-P; 01 boletim sobre Vigilância Sentinela da Influenza; 01 infográfico sobre
EAPV; 01 guia rápido do Sistema Vida+ para pesquisa da situação vacinal no contexto da COVID-19
e 01 nota técnica conjunta com o CIEVS e SUIS sobre orientações para fortalecimento do fluxo de
informações para vigilância da COVID-19.
As ações de fiscalização e orientação à população e ao setor regulado tendo em vista a adoção
de medidas de contenção e mitigação da transmissão da COVID-19 são executadas pela Vigilância
Sanitária (VISA).Como parte do Plano de Contingência para Infecção Humana do Novo Coronavírus
do Município de Salvador destaca-se a realização de ações envolvendo a verificação do cumprimento
dos protocolos geral e específicos relativos à COVID-19, a exemplo da disponibilização de álcool gel
70% nos estabelecimentos e normas sanitárias vigentes.
No momento inicial da pandemia, as atividades de VISA foram priorizadas em locais de maior
aglomeração ou fluxo de pessoas, tais como mercados, estação de metrô e transbordo, rodoviária e
aqueles que se mantiveram em funcionamento, como os serviços de saúde e de alimentação. Além
disso, apoiou à solicitação da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB) / Superintendência de Vigilância
e Proteção da Saúde (SUVISA) na triagem de passageiros no aeroporto Luís Eduardo Magalhães,
oriundos das diversas partes do Brasil e do mundo. Nesse trabalho, a VISA realizou orientações quanto
a contingência da doença, aferição de temperatura e coleta de amostras dos casos suspeitos. No total
foram triados 11.686 passageiros até 30 de março de 2020.
A VISA intensificou as suas atividades em Instituições de Longa Permanência para Idosos
(ILPI), considerando a vulnerabilidade dos internos. De março a maio de 2020 foram realizadas 166
atividades neste segmento: 68 inspeções sanitárias, 45 atividades educativas e 53 entregas de
notificação padrão elaborada especificamente para as ILPI46.

46
Além da norma sanitária, a base legal e técnica que respaldaram as ações da VISA no contexto da pandemia
se encontram na Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA n° 05/2020, que dispõe sobre as orientações para a
prevenção e o controle de infecções pelo novo coronavírus em ILPI e na Nota Técnica n° 27/2020 COE Saúde

207
Com a atualização do Plano de Contingência COVID-19 de Salvador foi incluída a atividade de
apuração de denúncias relacionadas a COVID-19 e fiscalização. No período de 20 de maio de 2020 a
30 de junho de 2021, a VISA recebeu 491 denúncias com atendimento de 100%. Destas, 205 foram
procedentes. O principal canal utilizado pela população para a realização da denúncia foi o sistema da
Ouvidoria do SUS. As demais foram presenciais, por e-mail ou telefone. Neste mesmo período foram
realizadas 18.118 fiscalizações (6.332 na área de alimentos, 582 de cosméticos e saneantes, 4.754 em
serviços de saúde, 963 em ILPI, hotéis e similares, 135 em funerárias e cemitérios, e 4.008 em
drogarias, postos de coleta e laboratórios), 77 apreensões, 179 interdições e lavrados 272 autos de
infração sanitária.
As principais motivações para as medidas coercitivas foram: ausência de responsável técnico
durante o funcionamento do estabelecimento, condições precárias de armazenamento de produtos de
interesse à saúde, condições higiênico-sanitárias precárias, rótulo de produtos inadequado,
estabelecimento funcionando sem autorização da VISA, falha nas Boas Práticas, descumprimento dos
decretos municipais relacionados com a suspensão de atividades e falta de disponibilização de EPI e
EPC para os trabalhadores.
Com a retomada das atividades comerciais até 30 de junho de 2021, a VISA efetivou 233 ações
de fiscalização em óticas, 72 em clínicas de estética, 75 em shopping centers e similares, 231 em salões
de beleza e similares e 211 em academias de ginástica. E com o retorno das aulas presenciais foram
fiscalizados 166 estabelecimentos de ensino, creches e similares públicos e 71 privados.
As análises dos dados dos relatórios de inspeção de 92 escolas municipais e estaduais, no
período de 10/05 a 03/06/2021, com frequência foram encontradas escolas com inconformidades
sanitárias referentes à estrutura física e instalações (15,76%) e abastecimento de águas e bebedouros
(10,91%). Em relação aos protocolos47 geral e específicos relativos à COVID-19, as principais não
conformidades encontradas foram ausência de demarcação de piso (12%), de dispensadores
abastecidos com álcool em gel 70% (11%), de pias e acessórios em lugares estratégicos para a lavagem
de mãos (11%) e de distanciamento de 1,5 m entre carteiras (11%).
Ademais a VISA elaborou materiais educativos, a saber: recomendações para público geral e
condomínios residenciais; nota informativa para drogarias; orientações para funerárias e congêneres;
notas técnicas sobre máscaras artesanais, serviços de odontologia, de alimentação, de vacinação em
drogarias, notificação de eventos adversos e queixas técnicas; material educativo sobre o uso seguro
de saneantes. Todos esses materiais estão disponíveis no site:
http://www.saude.salvador.ba.gov.br/vigilancia-sanitaria/. Além disso, publicou quatro Boletins
Informativos sobre os seguintes temas: ações gerais da VISA durante a pandemia, ILPI, Programa de
monitoramento de álcool 70% e sobre as ações gerais da VISA após um ano de pandemia.
Alguns estabelecimentos passaram a utilizar a modalidade de Drive-thru para a prestação dos
serviços, respeitando as medidas de isolamento social, com destaque para os laboratórios, Shopping
Centers e a vacinação. A VISA tem orientado e monitorado esses serviços.
Outra modalidade liberada48 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi a
realização de testes rápidos para detecção da COVID-19 em drogarias. Com esta liberação, houve a
necessidade de normatização da atividade por parte da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental
(DIVISA), tendo participação da VISA na elaboração da Instrução Normativa 02, publicada em 15 de
maio de 2020. Atualmente 28 drogarias em Salvador estão autorizadas a realizarem estes testes, sob
constante monitoramento da VISA.

(SESAB), que estabelece orientações sobre a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo
novo coronavírus em ILPI no Estado da Bahia.
47
A VISA implementou a Notificação Padrão elaborada especificamente por tipo de atividade, norteada pelos
protocolos geral e setoriais (serviços de alimentação e delivery, supermercados e similares, estação de
transbordo, instituições de longa permanência para idosos - ILPI, clínicas médicas e odontológicas, cemitérios e
funerárias, drogarias, serviços de hospedagem, salão de beleza e academia de ginástica).
48
Modalidade liberada pela ANVISA através da RDC nº 333 de 28 de abril de 2020.

208
Entre os meses de março de 2020 e junho de 2021, a Vigilância em Saúde Ambiental
(VISAMB), através do VIGIAGUA, desenvolveu ações específicas de combate à transmissão da
COVD-19. As ações educativas desenvolvidas foram realizadas por meio de boletins digitais, sessões
técnicas, vídeos, páginas web e fóruns de discussão, correlacionando o tema da importância da
qualidade da água e do monitoramento de seus parâmetros e a prevenção à COVID-19.
No escopo das atividades de monitoramento da qualidade da água para consumo humano foram
realizadas: avaliação do teor do cloro residual livre; fiscalização e monitoramento dos reservatórios de
abastecimento da EMBASA, no bairro do Cassange; monitoramento da qualidade da água para
consumo humano dos Hospitais de Campanha Arena Fonte Nova, Wen’t Wild, Hospital Santa Clara e
Hospital Espanhol; monitoramento dos abrigos para população desalojada por causa dos desastres
naturais; e correlação da incidência da taxa de mortalidade por COVID-19 e a qualidade da água
(Gráfico 157).

Gráfico 157. Correlação da taxa de mortalidade por COVID-19 e qualidade da água para consumo humano,
Salvador-BA, março/2020 a junho/2021.

Fonte: SMS/DVIS

Os casos de COVID-19 são registrados no sistema de saúde eSUS-Notifica. Entretanto, chama-


se a atenção para o fato desse sistema não possuir um campo específico para o registro da relação da
doença com o trabalho, possuindo apenas um campo de registro da ocupação do caso registrado, além
de não ser de preenchimento obrigatório. Destaca-se, ainda, que mesmo a ocupação sendo informada,
não há campo de registro da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), sendo, então,
obstáculo a detecção dos riscos ocupacionais por ramo de atividade econômica.
Nesse cenário de ausência de informações relevantes à saúde do trabalhador e entendendo o
trabalho como um determinante social importante para a análise da situação de saúde da população, é
importante conhecer o perfil epidemiológico da doença nos eixos de atividade econômica para planejar
as ações de prevenção e controle, haja vista que os trabalhadores dos serviços considerados essenciais
permaneceram trabalhando e posteriormente outros trabalhadores também foram agregados ao retorno
das atividades laborais. Nesse sentido, o Cerest Salvador uniu esforços a DIVAST/SUVISA/SESAB
na construção das orientações técnicas para investigação dos casos da COVID-19 relacionada ao
trabalho e posterior registro no SINAN.
Diante da incidência crescente do número de trabalhadores infectados no município de Salvador
e da ausência de dados nos SIS de relação de nexo da doença com o trabalho, o Cerest Salvador, a
partir de abril de 2020, desenvolveu uma estratégia para realizar a investigação epidemiológica desta
doença entre trabalhadores da saúde, residentes na capital do estado, que testaram positivo para
COVID-19, e de notificar os casos no SINAN como Acidente de Trabalho – COVID-19.

209
Para tanto, fundamentou essa estratégia de investigação com base na Classificação de Schilling,
que reúne, no grupo II, as doenças comuns, que acometem a população em geral, mas que são
expressivamente mais frequentes em determinados grupos ocupacionais, neste caso, o grupo de
trabalhadores da saúde, cujo nexo causal é definido pelo critério epidemiológico. A COVID-19 está
inserida neste grupo II, seu modo de transmissão se dá por contaminação direta, pessoa a pessoa, por
gotículas respiratórias ou pelo contato com superfícies contaminadas, e a principal medida de controle
da doença é o isolamento/distanciamento social.
A estratégia implementada pelo Cerest para captação, investigação e notificação dos casos da
COVID-19 – relacionados ao trabalho no SINAN, consistiu na coleta de dados disponíveis nos SIS e
através de entrevistas efetuadas com os trabalhadores de saúde, alimentação dos bancos de dados após
a definição do nexo causal e divulgação dos achados através de boletins disponíveis no site eletrônico
da secretaria. No período de abril de 2020 a maio de 2021, o município de Salvador notificou 37,21%
(2.367) do total de casos de COVID-19 relacionada ao trabalho (RT) notificados no estado da Bahia
(Gráfico 158).

Gráfico 158. Casos da COVID-19 relacionados ao trabalho (RT) no SINAN, Salvador-BA, 2020-2021.

Fonte: SINAN Net

Observa-se que o percentual de notificação acompanhou o pico de crescimento de casos


ocorridos na cidade, bem como a abertura e fechamento de atividades econômicas (Gráfico 159).
Gráfico 159. Número e percentual de casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho e notificados
por mês no SINAN em Salvador-BA, 2020

Fonte: SINAN Net

210
O Cerest Salvador implementou uma série de reuniões virtuais de capacitação às unidades de
saúde da rede pública e privada, orientando-os a identificar, investigar e notificar os casos da COVID-
19 RT no SINAN. O gráfico 160 demonstra as notificações no SINAN em Salvador dos casos de
COVID-19 RT, por unidade de saúde notificadora. Observa-se que o Cerest Salvador ainda é a unidade
de saúde com maior quantitativo de notificações seguido do SAMU que notificou 222 casos.

Gráfico 160. Casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho em Salvador-BA por unidade saúde
notificadora, no período de 06/03/2020 a 24/05/2021

Fonte: SINAN Net

A análise da distribuição da doença COVID-19 RT, por idade e sexo na cidade de Salvador/Ba,
demostra que a maior concentração dos casos se mantém na faixa etária economicamente ativa de 20
a 59 anos e no sexo feminino (Gráfico 161). A maior incidência de casos no sexo feminino se explica
pelo fato do volume de casos investigados e notificados ter sido em profissionais de saúde, sendo a
enfermagem, profissão eminentemente feminina. Os achados convergem com os estudos realizados
mundialmente, em que a ocupação de enfermagem foi a de maior incidência de adoecimento.

Gráfico 161. Casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho em Salvador-Ba por faixa etária e sexo,
no período de 06/03/2020 a 24/05/2021.

Fonte: SINAN Net

Entre os casos analisados, a maior incidência foi entre os que se autodeclararam pardos,
entretanto, faz-se necessário qualificar os dados, pois o campo ignorado/em branco foi de 31,13% dos
casos registrados (Gráfico 162).

211
Gráfico 162. Casos confirmados da Covid-19 relacionados ao trabalho em Salvador-Ba por raça/cor, no período
de 06/03/2020 a 24/05/2021.

Fonte: SINAN Net.

Nos estudos realizados mundialmente identificou-se que os trabalhadores da saúde possuem


risco muito alto, cerca de duas vezes maior risco de exposição para contaminação pelo Sars-CoV-2 e
adoecimento pela doença que as demais profissões. Entretanto, salienta-se que o percentual de casos
de COVID-19 RT em trabalhadores da saúde é maior, porque em Salvador/BA houve o direcionamento
inicial para investigação dos casos entre esses trabalhadores, já que o sistema de informação eSUS-
VE (atualmente eSUS-Notifica) só registrava profissional da saúde (Gráfico 163).
Posteriormente, foram realizadas alterações no sistema para comportar os registros de outras
ocupações, e pode-se ampliar o escopo de investigações epidemiológicas para as demais ocupações,
que já saem da invisibilidade, a citar: comércio, transporte, etc.

Gráfico 163. Casos confirmados da COVID-19 relacionados ao trabalho em Salvador-BA por Ocupação da
Saúde, SINAN, no período de 06/03/2020 a 24/05/2021.

Fonte: SINAN Net.

Ademais, das ocupações do eixo de atividade econômica dos serviços de saúde, a enfermagem
é a ocupação mais acometida pela doença. Este dado converge para os dados mundiais onde houve
uma maior incidência de contaminação, adoecimento e óbitos na ocupação de enfermagem, seguidas
pelos médicos.
Além da investigação epidemiológica relacionada ao trabalho, o Cerest desenvolveu 96 ações
de vigilância em ambientes e processos de trabalho, através de inspeções, prioritariamente, em
estabelecimentos de saúde e nos setores de teleatendimento, segurança pública e bancos, para melhoria
das condições de trabalho e prevenção da COVID-19, atendendo demandas do Ministério Público do
Trabalho e Ouvidoria. Especificamente para os trabalhadores de saúde foram realizados 1.063

212
atendimentos psicológicos remotos (via ligação), como forma de auxiliar esses profissionais no
enfrentamento da COVID-19.
Dez notas técnicas e materiais informativos (vídeos e cards) foram publicados, visando
recomendar medidas de prevenção e proteção dos trabalhadores dos serviços essenciais no
enfrentamento da pandemia e esclarecer dúvidas dos trabalhadores e empregadores. Todo o material
produzido tem sido publicado e compartilhado nas redes sociais do Cerest, com cômputo de 437
publicações e 46.664 visualizações até junho de 2021. O Cerest também vem realizando ações
educativas para trabalhadores sobre cuidados e a prevenção da COVID-19 em ambientes de trabalho,
presencial e virtualmente.

2.5.5. Execução orçamentária e financeira


Em 2020 houve aumento na ordem de 17,97% dos gastos em função da pandemia de COVID-
19 que atingiu todo o país. Com o objetivo de prestar auxílio a todos os Estados da Federação, a União,
no exercício de 2020, realizou transferências de recursos voltados ao enfrentamento da pandemia em
questão, tendo em vista evitar o colapso no Sistema Único de Saúde.
É válido salientar também que o aumento da disponibilidade orçamentária e financeira ocorrida
em 2020 deve-se a propagação do Coronavírus no mundo, forçando assim os órgãos governamentais
e até mesmo alguns entres privados a aliarem-se na guerra contra o vírus, através de repasses e doações.
Como pode ser notado no gráfico 165, do orçamento global de R$ 2.201.284.255,00 (dois bilhões,
duzentos e um milhões, duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e cinquenta e cinco reais), o montante
de R$ 1.886.895.878,00 (um bilhão, oitocentos e oitenta e seis milhões, oitocentos e noventa e cinco
mil, oitocentos e setenta e oito reais) destinou-se ao financiamento das despesas regulares, e o valor
de R$ 314.388.377,00 (trezentos e quatorze milhões, trezentos e oitenta e oito mil, trezentos e setenta
e sete reais) foi designado exclusivamente ao enfrentamento da pandemia, representando 14,28% do
total.
Gráfico 164. Orçamento disponibilizado de forma regular e para enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA,
2020.

2.000.000 1.886.895,88
1.800.000
1.600.000
1.400.000
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000 314.388,38
200.000
0
ORÇAMENTO COVID-19 ORÇAMENTO REGULAR

Fonte: SGF; SIGEF

Vale frisar que com o tempo uma nova rotina foi estabelecida pela presença do vírus e tendo em
vista manter a rede preparada para o acolhimento dos pacientes acometidos pela COVID-19, o
município continua investindo em ações no combate à doença com o auxílio das outras esferas de
governo, mediante a transferências de receitas exclusivas para o enfrentamento a pandemia.
Os quadros abaixo apresentam o comportamento da despesa da SMS em relação ao crédito
orçamentário disponibilizado em 2020 e 2021, este último tendo sua análise limitada ao mês de julho,
cujos dados estão separados por categoria de despesa.

213
Destaca-se que as despesas relacionadas ao enfrentamento da pandemia da COVID-19
comprometeram, significativamente, a oferta de serviços de saúde aos munícipes, gerando a
empregabilidade de novas estratégias de gestão, dando mais destaque à gestão de recursos aliada à
queda na arrecadação municipal. Verifica-se, conforme demonstram os gráficos 166 a 168, que o maior
dispêndio foi com prestação de serviços (Gráfico 166), com a implantação de hospitais de campanha
e a contratação de leitos em unidades que fazem parte do escopo de prestadores de serviço da SMS.
Nota-se que o custo em questão apresentou aumento em relação ao ano de 2019.
O segundo maior gasto em 2020 foi com a aquisição de materiais (Gráfico 168), esse item
abrange materiais penso, máscaras, luvas, Equipamentos de Proteção Individual – EPI e quaisquer
outros materiais necessários para a proteção do profissional de saúde e dos pacientes. Vale ressaltar
também que o volume de materiais penso cresceu drasticamente nesse período devido ao aumento
significativo das demandas relacionadas aos pacientes internados com a doença, bem como de outras
enfermidades, uma vez que muitas pessoas deixaram de realizar consultas e exames de rotina por
receio de ir às unidades de saúde e consequentemente agravando ainda mais as doenças pré-existentes.
A queda no custeio dessa categoria em 2021 ocorre após introdução da vacinação na população de
maior risco.
Com relação a despesas com investimento (Gráfico 165), percebe-se que houve pouca execução,
visto que, inicialmente, o município utilizou equipamentos e estruturas da própria rede para o
atendimento dos munícipes.

Gráfico 165. Execução das despesas de custeio para enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA, 2020-2021
250.000,00 237.050,34
209.089,35
200.000,00 173.758,72
149.994,52
150.000,00

100.000,00

50.000,00

-
2020 2021 (jan/jul)

Fonte: SGF; SIGEF

Gráfico 166. Execução das despesas de investimento parao enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA, 2020-
2021
6.000,00
5.214,32
5.000,00

4.000,00 3.679,08

3.000,00 2.458,50

2.000,00
862,18
1.000,00

-
2020 2021 (jan/jul)
Fonte: SGF; SIGEF

214
Gráfico 167. Execução das despesas com materiais para enfrentamento à COVID-19, Salvador-BA, 2020-2021.
80.000.000,00 73.658.961,00
68.903.421,32
70.000.000,00
60.000.000,00
50.000.000,00
40.000.000,00
30.000.000,00
21.765.915,00
20.000.000,00
7.828.193,88
10.000.000,00
-
2020 2021 (jan/jul)

Fonte: SGF; SIGEF

215
CARACTERIZAÇÃO
DA REDE DE
SERVIÇOS DE SAÚDE

216
2.6. CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE
2.6.1. Infraestrutura do setor Saúde
A concentração de serviços localizados em Salvador, com fluxos assistenciais definidos para o
seu território, resulta em constante pressão pela utilização dos estabelecimentos de saúde de média e
alta complexidade pertencentes à rede de atenção de Salvador sob gestão do município e do estado da
Bahia. A organização político-administrativa do município compreende 10 Regiões Administrativas,
denominadas Prefeituras Bairro49 e 12 Distritos Sanitários (DS), que são caracterizados como os
territórios da saúde e podem ser melhores visualizados no Figura 28.

Figura 28. Distribuição espacial das Prefeituras-Bairro e dos Distritos Sanitários.

Fonte: Casa Civil – Prefeitura Municipal de Salvador-BA

A divisão territorial em prefeituras bairro tem como finalidade promover nas respectivas áreas
de competência, uma articulação com as secretarias e demais entidades da administração municipal, a
execução dos serviços públicos, incluindo a fiscalização, a manutenção urbana e o atendimento ao
cidadão. Conta assim com sistema interligado de informações sobre os serviços prestados pelos
diferentes órgãos municipais, facilitando o atendimento e o acesso regionalizado aos serviços
prestados à população. As prefeituras bairro substituíram as áreas de Serviço Integrado de
Atendimento Regional (SIGA), que eram as antigas Regiões Administrativas (ARs).
Salvador dispõe de uma rede composta por serviços de atenção básica, secundária e terciária,
distribuídos nos diversos pontos de atenção à saúde: unidades básicas de saúde, unidades ambulatoriais
especializadas, centros de apoio psicossocial, residências terapêuticas, centros de saúde bucal,
unidades de pronto atendimentos, hospitais e domicílios. A integração e articulação dos pontos de
atenção à rede dar-se mediante regulação, sistemas de apoio, logística e informação.

49
A Lei Municipal 8.376/2012 cria as Prefeituras-Bairro. A Lei Municipal 9.069/2016 oficializa os limites dos
163 bairros legitimados das Prefeituras-Bairro, baseados no projeto Caminho das Águas: bacias hidrográficas,
bairros e fontes (SANTOS et al., 2010), uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), a
Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) e a Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Com base nos critérios estabelecidos pela Lei Municipal 9.278/2017, Salvador passou a contar com
mais 07 bairros, totalizando 170 bairros na capital baiana.

217
O município conta com 3.599 Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) cadastrados no
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos (SCNES)50. Deste total, a maioria 3.074 (85,41%)
é privado não vinculado ao SUS e 525 (14,59%) vinculados ao SUS. Dos 525 Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde51 (EAS) vinculados ao SUS, 442 estão sob gestão municipal, 63 sob gestão
estadual e 20 sob gestão dupla. E no que tange à esfera jurídica tem-se que: 311 são públicos
municipais, 10 públicos federais, 52 públicos estaduais e 152 estabelecimentos privados e filantrópicos
da rede complementar.
No que tange à distribuição territorial dos EAS, nota-se que há concentração dos EAS
ambulatoriais e hospitalares que executam serviços de média e alta complexidade, nos Distrito
Sanitário Barra/Rio Vermelho e Centro Histórico, ao passo que os DS Boca do Rio, São
Caetano/Valéria e Cajazeiras apresentam menor oferta deste equipamento (Tabela 47).

Tabela 47. Distribuição territorial dos estabelecimentos assistenciais de saúde de média e alta
complexidade por tipo de estabelecimento, Salvador-BA, 2017 e 2020.
2017 2020
Unidades Unidades
Distrito Sanitário Unidades Unidades
Hospitalares e Hospitalares e
Ambulatoriais Ambulatoriais
Pré-hospitalares Pré-hospitalares
Barra/Rio Vermelho 25 8 57 20
Boca Do Rio 12 4 5 3
Brotas 5 3 15 4
Cabula/Beirú 9 11 6 6
Cajazeiras 16 4 5 5
Centro Histórico 48 16 28 9
Itapagipe 5 6 13 6
Itapuã 4 3 8 5
Liberdade 8 2 10 10
Pau Da Lima 6 4 7 4
São Caetano/Valéria 5 5 6 4
Subúrbio Ferroviário 3 5 6 6
Total 146 71 166 82
Fonte: SCNES

A concentração dos EAS em um espaço delimitado do território é um fator potencial para o


desenvolvimento de barreiras de acesso geográfico. De acordo com estudo cientifico, que avaliou a
percepção de gestores e profissionais do SUS sobre barreiras de acesso aos serviços em cinco regiões
do Brasil, a acessibilidade geográfica diz respeito à adequação da localização dos serviços de saúde
em relação à localização dos usuários, levando em conta distância, meios de transporte e tempo de
deslocamento.
Nesse sentido, a existência ou ausência de barreiras geográficas aos serviços de assistência à
saúde constitui-se enquanto uma dimensão de análise fundamental em função dos desafios que podem
representar para a população que necessita de atenção à saúde, sobretudo tendo em vista que 84,65%
da população de Salvador não reside nos DS com maior concentração de EAS52. Em Salvador, a
concentração de serviços de saúde vinculados ao SUS nos DS Barra/Rio Vermelho, Brotas e Centro
Histórico.

50
Dados disponíveis até julho de 2021.
51
Conjunto de ações e serviços de saúde cuja finalidade seja o diagnóstico, o tratamento, acompanhamento e
reabilitação de pacientes, bem como atividades destinadas ao processo de capacitação do indivíduo em melhorar,
controlar e promover sua saúde, prevenir doenças ou sofrimento mental em indivíduos ou populações suscetíveis
(Portaria de Consolidação MS/GM nº 1, 28/09/2017, Anexo VX).
52
Dados extraídos do Tabnet Salvador, em 30/08/2021, apontam que a população estimada de Salvador para o
ano de 2020 foi de 2.888.698 habitantes, dos quais 365.654 e 77.542 residem, respectivamente, nos territórios
dos DS Barra/Rio Vermelho e Centro Histórico

218
Tendo em vista que no território de Salvador há um cenário múltiplo no que tange à composição
da rede de alta e média complexidade, importa destacar que a maioria das unidades ambulatoriais
(67,47%), que têm vinculação com o SUS, é de natureza jurídica privada com e sem fins lucrativos,
superando em 100% a oferta deste serviço pelas esferas públicas municipal, estadual e federal. Este
cenário se altera em relação as unidades hospitalares, quando a esfera pública estadual e municipal
representam 34,15% e 28,05% do total, respectivamente (Tabela 48).

Tabela 48. Distribuição dos estabelecimentos assistenciais de média e alta complexidade por esfera
jurídica, Salvador-BA, 2020.
Entidades
Pública Pública Pública Entidades
Tipo de Estabelecimento sem Fins Total
Federal Estadual Municipal privadas
Lucrativos
Unidades ambulatoriais 7 9 38 92 20 166
Unidades hospitalares e
2 28 23 13 16 82
pré-hospitalares
Fonte: SCNES

É importante assinalar que o cenário acima descrito não é uma realidade isolada de Salvador,
mas se insere em um contexto maior e que se repete nas grandes cidades do país, como Belo Horizonte
e Recife. O crescimento das demandas em saúde, dentre outros fatores, tem acarretado na insuficiência
das estruturas de rede própria para prover assistência às demandas de saúde da população.
Assim, a consulta de informações disponíveis no Tabnet/DATASUS53 permitiu estimar que, no
caso de Belo Horizonte, 48% dos estabelecimentos ambulatoriais e 43,75% dos hospitalares
vinculados ao SUS são de esfera jurídica privada com e sem fins lucrativos. Por sua vez, em Recife,
50,76% dos EAS ambulatoriais e 39,62% dos hospitalares têm natureza jurídica privada com ou sem
fins lucrativos.
A rede hospitalar conta com 11.091 leitos, destes 65% vinculados ao SUS. Ao se observar a
oferta total de leitos por tipo, nota-se que há prevalência de leitos clínicos (27%), complementares
(22%) e cirúrgicos (21%). Vale assinalar que os leitos complementares correspondem aos leitos de
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades intermediárias (Tabela 49).

Tabela 49. Quantitativo de Leitos SUS e Não SUS por tipo, Salvador-BA, 2020.
Especialidade Leitos SUS % Leitos Não SUS % total %
Cirúrgico 1.597 69 723 31 2.320 21
Clínico 2.374 78 658 22 3.032 27
Complementar 1.176 48 1.269 52 2.445 22
Obstétrico 468 75 159 25 627 6
Pediátrico 551 80 139 20 690 6
Outras Especialidades 825 76 258 24 1.083 10
Hospital/DIA 244 27 650 73 894 8
Total 7.235 65 3.856 35 11.091 100
Fonte: CNES.

No que tange à disponibilidade de leitos é possível observar um crescimento gradual entre 2010
e 2020, principalmente na rede privada, cuja oferta aumentou em 80,6% (Gráfico 170), enquanto a
rede pública ampliou 29,4% (Gráfico 168).

53
Dados tabulados no TabNet/DATASUS/MS, em 08/09/2021.

219
Gráfico 168. Número de leitos SUS por especialidade, Salvador-BA, 2010 a 2020.
8000
7000
6000

nº de leitos
5000
4000
3000
2000
1000
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Cirúrgico 1177 1629 1577 1551 1554 1451 1466 1467 1540 1606 1597
Clínico 1680 1427 1619 1849 1836 1736 1737 1774 1784 1778 2374
Obstétrico 575 576 529 553 553 534 522 465 451 452 468
Pediátrico 616 626 596 661 657 574 535 533 606 651 551
Outras Especialidades 1052 1009 990 962 919 918 942 868 803 804 825
Hospital/DIA 133 147 190 199 161 166 161 200 213 199 244
Complementares 358 367 446 490 554 546 546 562 833 845 1176
Total 5591 5781 5947 6265 6234 5925 5909 5869 6230 6335 7235
Fonte: CNES

Com base em uma análise comparativa do total de leitos SUS e não SUS, por especialidade,
notou-se um aumento dos leitos clínicos, complementares e hospital/dia, tanto SUS quanto não SUS,
bem como uma redução dos leitos obstétricos e pediátricos para SUS e não SUS. Dessa forma, a análise
da oferta de leitos SUS demonstra que houve crescimento no quantitativo de complementares
(228,49%), hospital/dia (83,45%), leitos clínicos (41,31%) e cirúrgicos (35,68%).
A ampliação do quantitativo de leitos SUS vem ocorrendo de forma gradual ao longo dos anos
(Gráfico 169). Contudo, a súbita ampliação dos leitos clínicos e complementares do ano de 2019 para
2020 está correlacionado as ações de enfrentamento a pandemia da Covid-19, através da implantação
de Unidades de Saúde temporárias voltadas para assistência hospitalar – Hospitais de Campanha54 e
habilitação de novos leitos para atendimento exclusivo dos pacientes com Covid-19.
Com relação aos leitos cirúrgicos, diferente do crescimento da rede pública, observa-se um
decréscimo de 21,58% de leitos não SUS do tipo cirúrgico (Gráfico 169).

54
Será abordado no capítulo sobre as ações de enfrentamento à pandemia da covid-19.

220
Gráfico 169. Número de leitos não SUS por especialidade, Salvador-BA, 2010 a 2020.
8000
7000
6000
5000
nº de leitos 4000
3000
2000
1000
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Cirúrgico 922 1016 1030 1008 1007 734 751 813 802 752 723
Clínico 439 646 627 588 585 628 647 673 667 685 658
Obstétrico 190 173 162 225 225 187 180 183 183 175 159
Pediátrico 143 100 118 110 121 146 146 153 130 131 139
Outras Especialidades 85 76 76 76 115 187 187 241 258 258 258
Hospital/DIA 269 318 367 450 476 558 587 628 656 680 650
Complementares 87 337 341 495 501 465 554 622 788 782 1269
Total 2135 2666 2721 2952 3030 2905 3052 3313 3484 3463 3856
Fonte: CNES

Para os leitos de hospital/dia identifica-se crescimento tanto de leitos SUS (83,45%) quanto não
SUS (141,63%). Esta ampliação pode estar atrelada à busca por ampliação da produtividade através
de uma maior rotatividade dos leitos, redução na ocorrência de infecção hospitalar visto que o tempo
médio de permanência do paciente é reduzido, além de diminuição de custos para as instituições.
Com relação aos leitos da categoria outras especialidades, houve redução dos leitos SUS em
21,57% e ampliação dos leitos não SUS em 203% (Tabela 49. Do total de leitos SUS da categoria
outras especialidades, a maioria são crônicos, seguidos pelos psiquiátricos, que somados representam
mais de 80% do total da categoria, tanto em 2010, quanto em 2020. Porém, a redução ocorreu para
todas as especialidades desta categoria. Dentre os leitos não SUS, a representatividade maior se deu
na ampliação de 65% dos leitos psiquiátricos (Gráfico 170).

Gráfico 170. Número de leitos Outras Especialidades vinculados e não ao SUS, Salvador-BA, 2010 a 2020.

600
Número de leitos

500
400
300
200
100
0
Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não
SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS
SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS SUS
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
CRONICOS 510 7 487 1 492 1 484 0 501 0 521 0 511 0 485 30 420 30 419 30 415 30
PSIQUIATRIA 346 77 308 75 293 75 311 75 253 115 253 187 255 187 255 204 265 221 265 221 265 221
REABILITACAO 119 0 119 0 119 0 119 0 105 0 105 0 105 0 105 7 90 7 90 7 90 7
PNEUMOLOGIA SANITARIA 91 1 91 0 66 0 66 0 61 0 61 0 61 0 61 0 28 0 30 0 47 0
ACOLHIMENTO NOTURNO 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0

Fonte: CNES

221
No que se refere aos leitos clínicos por especialidade médica, estes representam 27,33% dos
leitos existentes no município de Salvador em 2020. Destes 78,3% estão cadastrados para o
atendimento aos usuários SUS, com maior concentração na especialidade de Clínica Geral. A
especialidade de cardiologia está concentrada nos leitos não SUS, enquanto, Aids, Dermatologia,
Hansenologia, Hematologia, Queimado Adulto e Queimado Pediátrico que respondem por 3,62% dos
leitos clínicos, estão na rede SUS. Observa-se ainda que houve uma redução desses últimos, quando
comparado a 2017, quando representavam 5,8% (Tabela 50).

Tabela 50. Total de leitos clínicos por especialidade, Salvador-BA, 2017 e 2020.
Leitos 2017 Leitos 2020
Especialidade Não Não
SUS % % Total % SUS % % Total %
SUS SUS
Aids 61 98,39 1 1,61 62 2,53 54 98,18 1 1,82 55 1,81
Cardiologia 66 37,29 111 62,71 177 7,23 70 39,55 107 60,45 177 5,84
Clinica Geral 1.005 77,25 296 22,75 1.301 53,17 1594 82,38 341 17,62 1935 63,82
Dermatologia 3 75 1 25 4 0,16 3 100,00 0 0,00 3 0,10
Geriatria 216 94,74 12 5,26 228 9,32 216 96,43 8 3,57 224 7,39
Hansenologia 25 100 - - 25 1,02 5 100,00 0 0,00 5 0,16
Hematologia 17 73,91 6 26,09 23 0,94 17 89,47 2 10,53 19 0,63
Nefrologia 65 58,04 47 41,96 112 4,58 65 63,73 37 36,27 102 3,36
Neonatologia 79 83,16 16 16,84 95 3,88 29 90,63 3 9,38 32 1,06
Neurologia 38 48,72 40 51,28 78 3,19 54 62,79 32 37,21 86 2,84
Oncologia 112 52,83 100 47,17 212 8,66 173 65,53 91 34,47 264 8,71
Pneumologia 59 57,84 43 42,16 102 4,17 66 64,71 36 35,29 102 3,36
Queimado Adulto 18 100 - - 18 0,74 18 100,0 0 0,0 18 0,59
Queimado Pediátrico 10 100 - - 10 0,41 10 100,00 0 0,00 10 0,33
Total 1.774 73 673 2.447 100 2.374 78,30 658 21,70 3.032 100,00
Fonte: PMS 2018-2021; SCNES

Os leitos cirúrgicos existentes no município de Salvador em 2020 representam 21% dos leitos
hospitalares. Os leitos cirúrgicos SUS, que antes representavam 64,34%, atualmente respondem por
68,84%, sendo a maior concentração nas áreas de Cirurgia Geral, Ortopedia/Traumatologia e
Oncologia. Nas especialidades endocrinologia, gastroenterologia e otorrinolaringologia, o quantitativo
é maior na rede não SUS (Tabela 51).

Tabela 51. Total de leitos hospitalares cirúrgicos por especialidade, Salvador-BA, 2017 e 2020.
2017 2020
Especialidade Não Não
SUS % % Total % SUS % % Total %
SUS SUS
Buco Maxilo Facial 47 81,03 11 18,97 58 2,54 42 82,35 9 17,65 51 2,20
Cardiologia 84 44,92 103 55,08 187 8,2 101 53,16 89 46,84 190 8,19
Cirurgia geral 483 66,99 238 33,01 721 31,62 550 67,32 267 32,68 817 35,22
Endocrinologia 1 11,11 8 88,89 9 0,39 1 12,50 7 87,50 8 0,34
Gastroenterologia 3 12 22 88 25 1,1 3 10,71 25 89,29 28 1,21
Ginecologia 97 79,51 25 20,49 122 5,35 115 89,15 14 10,85 129 5,56
Nefrologiaurologia 49 55,06 40 44,94 89 3,9 54 65,06 29 34,94 83 3,58
Neurocirurgia 76 65,52 40 34,48 116 5,09 88 74,58 30 25,42 118 5,09
Oftalmologia 37 46,84 42 53,16 79 3,46 30 44,78 37 55,22 67 2,89
Oncologia 107 62,57 64 37,43 171 7,5 138 70,77 57 29,23 195 8,41
Ortopediatraumatologia 353 69,63 154 30,37 507 22,24 387 79,63 99 20,37 486 20,95
Otorrinolaringologia 13 32,5 27 67,5 40 1,75 11 30,56 25 69,44 36 1,55
Plástica 73 83,91 14 16,09 87 3,82 34 73,91 12 26,09 46 1,98
Torácica 24 54,55 20 45,45 44 1,93 23 56,10 18 43,90 41 1,77
Transplante 20 80 5 20 25 1,1 20 80,00 5 20,00 25 1,08
Total 1.467 64,34 813 35,66 2.280 100 1.597 68,84 723 31,16 2.320 100
Fonte: PMS 2018-2021; SCNES

Com relação aos leitos complementares, Salvador conta com 2.445 leitos, o que representa 22%
dos leitos existentes. Do total dos leitos complementares, 48,10% estão vinculados ao SUS. Ademais,
houve aumento dos leitos de UTI Adulto Tipo II com a abertura de 63 novos leitos e de UTI Pediátrica
Tipo II, com a implantação de mais 28 leitos quando comparados com o ano de 2017 (PMS, 2018-

222
2021). Destaca-se ainda que os leitos de UTI de Queimados são leitos exclusivamente SUS, enquanto
a rede SUS não dispõe de leitos de UTI Coronariana Tipo III e UTI Neonatal tipo I (Tabela 52).

Tabela 52. Quantitativo de leitos complementares, Salvador-BA, 2017 e 2020.


Leitos 2017 Leitos 2020
Especialidade Não Não
SUS % % Total % SUS % % Total %
SUS SUS
UTI Adulto - Tipo I 0 0,00 12 100,00 12 0,82 0 0,00 9 100,00 9 0,37
UTI Adulto - Tipo II 347 50,58 339 49,42 686 47,02 410 57,42 304 42,58 714 29,20
UTI Adulto - Tipo III 31 22,79 105 77,21 136 9,32 72 41,62 101 58,38 173 7,08
UTI Pediátrica - Tipo I 0 0,00 3 100,00 3 0,21 - - - - - -
UTI Pediátrica - Tipo II 62 59,05 43 40,95 105 7,20 90 78,26 25 21,74 115 4,70
UTI Pediátrica - Tipo
4 100,00 - - 4 0,27 4 28,57 10 71,43 14 0,57
III
UTI Neonatal - Tipo I 0 0,00 15 100,00 15 1,03 0 0,00 12 100,00 12 0,49
UTI Neonatal - Tipo II 106 57,61 78 42,39 184 12,61 106 57,92 77 42,08 183 7,48
UTI Neonatal - Tipo III 0 0,00 10 100,00 10 0,69 - - - - - -
UTI de Queimados 4 100,00 0 0,00 4 0,27 4 100,00 0 0,00 4 0,16
UTI Coronariana Tipo
8 100,00 0 0,00 8 0,55 8 57,14 6 42,86 14 0,57
II
UTI Coronariana Tipo
0 0,00 21 100,00 21 1,44 0 0,00 21 100,00 21 0,86
III
UCI Neonatal
79 64,23 44 35,77 123 8,43 79 58,52 56 41,48 135 5,52
Convencional
Neonatal Canguru 38 74,51 13 25,49 51 3,50 38 57,58 28 42,42 66 2,70
Unidade Cuidados
52 53,61 45 46,39 97 6,65 50 52,63 45 47,37 95 3,89
Intermed Adulto
Unidade Isolamento - - - - - 49 72,06 19 27,94 68 2,78
UTI Adulto - Covid 19 - - - - - 256 33,03 519 66,97 775 31,70
UTI Pediátrica - Covid
- - - - - 10 37,04 17 62,96 27 1,10
19
Suporte Ventilatório - - - - - 0 0,00 20 100,00 20 0,82
Total 731 50,10 728 49,90 1.459 100,00 1.176 48,10 1.269 51,90 2.445 100
Fonte: PMS 2018-2021; SCNES

Importa salientar que por conta da pandemia causada pelo novo Coronavírus, SARS-CoV2,
foram criados novos leitos de: UTI Adulto - COVID 19, UTI Pediátrica - COVID 19 e Unidade de
Suporte Ventilatório, que correspondem a 34% dos leitos complementares no município de Salvador
em 2020.
No que tange às consultas, considerando a população de Salvador estimada em 2.872.347
habitantes, em 2019, seriam necessárias55 1.275.322 consultas médicas especializadas para atender a
demanda registrada para as 10 especialidades com maior fila de espera inscrita na Regulação
Ambulatorial (Tabela 52). É importante destacar que a especialidade de Oftalmologia possui a maior
necessidade, demanda reprimida e percentual (47%) de execução de consultas médicas realizadas no
município. As especialidades de Otorrinolaringologia e Cardiologia representam as segunda e terceira
causas de demanda reprimida.
A análise da necessidade e produção56 de consultas médicas por especialidade demonstrou que
houve aumento de 8% do quantitativo global em 2019 quando comparado com o ano de 2015, para as
dez especialidades de maior demanda. Contudo, a produção de 419.911 consultas médicas
especializadas correspondeu a 32,92% da estimativa de necessidade para 2019 (Tabela 53), sendo a

55
Com base na Portaria GM/MS nº 1.631/2015, que aprova critérios e parâmetros para o planejamento e
programação de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS.
56
Para a produção de consultas optou-se pela utilização dos dados relativos ao ano de 2019 em virtude da
Pandemia da Covid-19, desencadeada em 2020.

223
especialidade de angiologia a única que atingiu o percentual de 50% de produção em relação aos
parâmetros de necessidade.
Ademais, em 2020, além do crescimento populacional e, por conseguinte da necessidade de
consultas, tem-se redução no registro de consultas em relação aos parâmetros assistenciais e
diminuição de 15,47% em comparação ao ano anterior, em virtude da Pandemia pela COVID-19.
Identifica-se, ainda, que as demais especialidades permaneceram aquém do preconizado pela Portaria
GM/MS nº 1.631/2015.

Tabela 53. Necessidade, número e percentual da produção de consultas especializadas, Salvador-Ba, 2015,
2019 e 2020.
2015 2019 2020
Profissional-CBO
Necessidade Produção % Necessidade Produção % Necessidade Produção %
Oftalmologista 403.110 144.595 35,87 396.384 187.440 47,29 398.364 149.959 37,64
Cardiologista 175.265 58.421 33,33 172.341 65.537 38,03 173.202 61.114 35,28
Otorrinolaringologista 105.159 17.935 17,06 103.404 18.831 18,21 103.921 9.242 8,89
Neurologista/
189.871 21.819 11,49 186.703 28.171 15,09 187.635 27.010 14,39
Neurocirurgia
Urologista 102.238 39.829 38,96 100.532 44.186 43,95 101.034 34.506 34,15
Dermatologista 111.001 17.269 15,56 109.149 19.280 17,66 109.695 13.990 12,75
Angiologista 49.658 9.596 19,32 48.830 24.563 50,3 49.074 26.849 54,71
Endocrinologista e
73.027 12.086 16,55 71.809 21.289 29,65 72.167 21.825 30,24
Metabologista
Gastroenterologista 40.895 4.594 11,23 40.213 9.734 24,21 40.414 9.755 24,14
Coloproctologista 46.737 2.600 5,56 45.958 880 1,91 46.187 689 1,49
Total 1.296.963 328.744 25,35 1.275.322 419.911 32,93 1.281.694 354.939 27,7
Fonte: Portaria MS/GM 1631/2015; SIA-SUS; Sistema Business Intelligence SMS Salvador

Diversas variáveis podem ser determinantes para o desequilíbrio entre necessidade e produção
para consultas médicas em atenção especializada. Na perspectiva da oferta, elementos dificultadores
para a estruturação da rede assistencial são o subfinanciamento e a defasagem dos valores praticados
pelo componente federal no SUS. Ademais, segundo o relatório Demografia Médica, de 2015, somente
5% dos médicos especialistas atuam no SUS (SCHEFFER et al., 2015).
Algumas especialidades, como a neuropediatria, apresentam oferta insuficiente de formação de
profissionais, o que também impacta negativamente no componente da oferta. Cabe assinalar que
existem algumas especialidades com produção ambulatorial, como acupuntura, medicina nuclear,
fisiatria, geriatria, psiquiatria, oncologia, entre outras, contudo não há um parâmetro populacional
registrado na Portaria GM/MS nº 1.631/2015.
Em relação à necessidade de equipamentos de diagnóstico para a população57 de Salvador,
percebe-se que houve um aumento da disponibilidade de todos os equipamentos para gestão municipal,
especialmente com o incremento destes nas unidades públicas municipais como os Multicentros de
Saúde e nos prestadores contratualizados com o SUS, contratados pela SMS por meio dos
Chamamentos Públicos.

Tabela 54. Necessidade e número de equipamentos de diagnose, Salvador-BA, 2020.


Equipamentos Necessidade Número Existente
Ultrassom convencional 143 188
Mamógrafo 20 92
Ressonância Magnética 17 58
Tomógrafo 29 61
Pet scan 2 2
Fonte: Portaria GM/MS nº 1.631/2015; CNES

57
População estimada IBGE 2020 - 2.886.698 habitantes.

224
Por sua vez, a produção ambulatorial58 de serviços de saúde no âmbito do SUS demonstra que
no intervalo entre 2015 e 2017 houve um crescimento de 33%, especialmente no grupo de
procedimentos de ações complementares da atenção à saúde e medicamentos. Entretanto, no período
compreendido entre 2018 a 202059, a produção ambulatorial diminuiu 24,52%, com destaque para os
grupos de procedimentos cirúrgicos e transplantes.

Tabela 55. Produção ambulatorial por grupo de procedimentos, Salvador-BA, 2015-2020.


Grupo de Procedimentos 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ações de promoção e prevenção em
2.858.521 2.575.579 2.531.167 3.825.447 733.429 832.902
saúde
Procedimentos com finalidade
18.406.536 18.029.991 19.548.836 20.033.548 20.247.014 16.212.324
diagnóstica
Procedimentos clínicos 18.450.770 18.971.120 22.593.003 21.038.313 20.777.498 15.680.690
Procedimentos cirúrgicos 513.001 466.945 504.871 455.867 385.740 211.790
Transplantes de órgãos, tecidos e células 73.255 78.531 63.365 61.659 67.683 36.663
Medicamentos 16.213.419 24.163.992 30.069.483 25.247.630 15.719.356 20.262.826
247.818 323.346 295.639 222.171 307.467 300.654
Órteses, próteses e materiais especiais
Ações complementares da atenção à
2.082 1.774 70.015 96.772 67.280 33.066
saúde
Total 56.765.402 64.611.278 75.676.379 70.981.407 58 .305.467 53.570.915
Fonte: SIA/SUS

Com relação à distribuição total da produção ambulatorial por grupos, no ano de 2020 houve
maior execução de medicamentos (37,82%) e dos procedimentos com finalidade diagnóstica (30,26%)
e clínicos (29,27%). Ao correlacionar as variáveis oferta e produção dos procedimentos ambulatoriais
geridos pela SMS, no período de 2015 a 2020, nos últimos cinco anos. Em contrapartida, nota-se
aumento do percentual de execução entre 2015 e 2020 quando comparado ao quantitativo ofertado
(Gráfico 171).

58
A produção ambulatorial de serviços de saúde no âmbito do SUS é processada pelo Sistema de Informações
Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Cabe registrar, que no formato vigente, o SIA/SUS disponibiliza dados a
partir de 2008, uma vez que a Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais
- OPM do SUS foi instituída pela Portaria GM/MS nº 321 de 08 de fevereiro de 2007 e sua publicação ocorreu
através da Portaria GM/MS nº 2.848, de 06 de novembro de 2007. Para visualizar o total da produção em
Salvador considerou-se todos os procedimentos realizados no município sob gestão estadual e municipal.
59
Ressalta-se que o ano de 2020 foi marcado pelo decréscimo da produção, em geral, que pode ser atribuída à
diminuição da circulação de pessoas no território, em decorrência das medidas restritivas e de enfrentamento à
pandemia da COVID-19.

225
Gráfico 171. Oferta e produção ambulatorial da gestão municipal, Salvador-BA, 2015-2020.
70.000.000

60.000.000
nº de procedimentos

50.000.000

40.000.000

30.000.000

20.000.000

10.000.000

-
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Oferta 50.198.614 52.826.710 57.378.436 55.540.811 46.815.757 39.451.474
Produção 22.572.517 22.740.250 28.005.869 28.362.855 24.334.442 19.768.265
Fonte: SIA/SUS

Em relação ao nível de complexidade, os dados revelam que a maior parte dos procedimentos
ambulatoriais sob gestão municipal foram realizados na média complexidade (72,83%), seguido da
atenção básica (24,68%) e, por último, a alta complexidade (2,48%). Ademais, houve um aumento de
40,73% da oferta dos procedimentos de média complexidade no período de 2015 a 2019, e a
manutenção da produção em uma média de 54,20% do ofertado (Tabela 56).

Tabela 56. Oferta e produção ambulatorial por nível de complexidade, sob gestão municipal, Salvador-BA,
2015-202060.
AB MC AC
Ano
Oferta Produção % Oferta Produção % Oferta Produção %
2015 21.730.666 7.510.519 34,56% 27.556.559 14.386.496 52,21% 911.389 675.502 74,12%
2016 20.002.752 6.419.222 32,09% 32.015.578 15.653.859 48,89% 808.380 667.169 82,53%
2017 19.110.334 7.867.153 41,17% 37.413.488 19.443.628 51,97% 854.614 695.088 81,33%
2018 18.347.720 8.347.078 45,49% 36.271.685 19.290.592 53,18% 921.406 725.185 78,70%
2019 9.365.318 3.560.727 38,02% 36.618.021 20.246.315 55,29% 832.418 527.400 63,36%
2020 203.566 2.277.091 1118,60% 38.606.505 17.159.096 44,45% 641.403 332.078 51,77%

Fonte: SIA/SUS

O aumento da oferta de procedimentos de média complexidade pode estar relacionado a abertura


de novos multicentros, bem como da realização dos Chamamentos Públicos para ampliação da rede
complementar. Em relação à produção hospitalar observou-se o crescimento de 15,29% do número de
procedimentos hospitalares realizados entre 2015 e 2019 no município de Salvador, seguido pelo
decréscimo de 13,98% no ano de 2020, com relação a 2019.
Do total de internações realizadas observou-se que os procedimentos clínicos representavam
51,49% das internações, seguidos dos procedimentos cirúrgicos com 47,82%. Além disso, registrou-
se aumento em todos os grupos de procedimento no período de 2016 a 2019, exceto nos procedimentos
cirúrgicos que tiveram uma queda de 0,58% entre o ano de 2015 a 2016 (Tabela 57).

60
Cabe registrar que os dados referentes à produção ambulatorial da Atenção Básica foram descontinuados do
SIA/SUS a partir da implementação do e-SUS e do SISAB. Nesse sentido, no ano de 2020 efetivou-se a retirada
desse processamento da base municipal, permanecendo somente os procedimentos de complexidade “Atenção
Básica” que são processados em outros pontos da rede.

226
Tabela 57. Produção hospitalar por grupo de procedimentos, Salvador-BA, 2015-2020.
Grupo de Procedimentos 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Procedimentos com finalidade
253 280 421 420 490 425
diagnóstica
Procedimentos clínicos 114.862 110.526 110.751 111.874 118.230 108.026
Procedimentos cirúrgicos 95.622 96.180 104.466 113.391 123.956 100.330
Transplantes de órgãos, tecidos e células 775 936 994 1.143 1.182 989
Total 211.512 207.922 216.632 226.828 243.858 209.770
Fonte: SIHD/SUS

A análise da produção hospitalar sob gestão municipal demonstra que desde o ano de 2015, o
número de internações tem apresentado oscilações, contudo, nota-se também aumento de 15% das
internações entre os anos 2017 e 2019.

Tabela 58. Produção hospitalar por grupo de procedimentos, sob gestão municipal, Salvador-BA, 2015-2020.
Grupo de Procedimentos 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Procedimentos com finalidade diagnóstica 122 145 127 160 174 85
Procedimentos clínicos 21.091 18.458 17.420 19.187 21.361 22.062
Procedimentos cirúrgicos 33.401 32.391 32.691 35.171 36.238 28.941
Transplantes de órgãos, tecidos e células 6 2 10 9 15 8
Total 54.620 50.996 50.248 54.527 57.788 51.096
Fonte: SIHD/SUS

Os procedimentos hospitalares concentraram-se, ao longo do período avaliado, nos grupos de


procedimentos cirúrgicos e clínicos com média de 33.139 e 19.930 procedimentos/ano. Além disso,
segundo a complexidade, os dados do SIHD mostram que 86,36% das internações hospitalares são de
média complexidade e 13,64% são de alta.
Em se tratando de Salvador, vale ressalvar a divisão do comando no campo da saúde, existente
na capital, na qual a regulação ambulatorial está sob a responsabilidade da Central Municipal de
Regulação, enquanto que a regulação hospitalar fica sob responsabilidade do Estado, via Secretaria de
Saúde do Estado da Bahia (SESAB). Essa divisão reflete em redução da governabilidade do acesso
dos munícipes de Salvador aos serviços de saúde, inclusive por conta da divisão do teto financeiro
numa proporção de 39% para o município de Salvador e 61% para o Estado da Bahia61.

2.6.2. Organização da atenção à saúde no SUS municipal


2.6.2.1 Atenção Primária à Saúde
A Atenção Primária à Saúde do município de Salvador dispõe de 155 Unidades de Atenção
Primária à Saúde, sendo 46 Unidades Básicas sem Saúde da Família e 109 Unidades Básicas com
estratégia de Saúde da Família com 359 equipes de Saúde da Família– EqSF implantadas; 05 equipes
de Consultório na Rua – eCR e 12 Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF. Entre os anos de
2015 e 2020 houve incremento no número de unidades do município, confirmando a expansão da
cobertura de atenção básica nos últimos anos (Gráfico 172).

61
Portaria SAS, Nº 1.655/2016

227
Gráfico 172. Total de Unidades Básicas de Saúde sem e com Saúde da Família, Salvador-BA, 2015, 2017 e
2020.

120 109
100
71 75
80
60 53
46 46
40
20
0
2015 2017 2020

UBS sem SF UBS com SF

Fonte: RAG 2015, 2017 e 2020.

As unidades básicas com saúde da família continuam em processo de crescimento, enquanto nas
UBS sem saúde da família ocorre redução de 13,2%. Esta diminuição continuará nos próximos anos,
uma vez que a SMS busca atender ao preconizado na Portaria GM/MS nº 2436 de 21 de setembro de
2017, que objetiva que todas as equipes da atenção básica sejam prioritariamente equipes da estratégia
de saúde da família.
A cobertura da APS alcançou o patamar de 56,36% em 2020. No período analisado, nota-se
incremento de 52,32%, especialmente entre os anos de 2019 e 2020, cujo crescimento foi de 33,93%
(Gráfico 173).

Gráfico 173. Cobertura da Atenção Primária à Saúde, Salvador-BA, 2015-2020*.


60,00% 56,36%

50,00%
42,08%
40,00% 37,00% 37,86% 37,54% 37,88%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: SISAB Nota: Mês de referência, dezembro

Este resultado está atrelado a expansão da estratégia de Saúde da Família, mediante contratação
de profissionais (Dentistas, Enfermeiros, Técnico de Enfermagem e Auxiliar de Saúde bucal) via
processo seletivo REDA, provimento de médicos através de concurso público, Chamamento Público
para Credenciamento de Pessoas Jurídicas de Direito Privado, adesão ao Projeto Mais Médicos para o
Brasil e implantação dos Programas de Residência de Medicina de Família e Comunidade e da
Residência Multiprofissional de Saúde da Família.
Quanto à cobertura da saúde da família, observa-se crescimento de 46,28% no número
de equipes, principalmente a partir de 2018, com a implantação de novas equipes (mediante
processo seletivo – REDA) e da transformação de equipes de AB em ESF (Gráfico 174). Essas
iniciativas contribuíram para ampliação da oferta dos serviços básicos e da cobertura de APS.

228
Gráfico 174. Número de equipes e cobertura de Saúde da Família, Salvador-BA, 2015-2020.

400 45,00%
40,24%
350 40,00%
335 35,00%
300 31,88%
27,22% 27,99% 27,71% 27,80% 30,00%
250 264
237 236 238 25,00%
200 229
20,00%
150
15,00%
100 10,00%
50 5,00%
0 0,00%
2015 2016 2017 2018 2019 2020
EqSF Cob. SF

Fonte: SISAB.
Nota: Mês de referência, dezembro

Analisando os dados por Distritos Sanitários62 tem-se que os DS com maior cobertura de ESF
são Subúrbio Ferroviário, São Caetano Valéria e Cajazeiras. Contudo, nota-se que a parti do ano de
2018 houve um crescimento na cobertura da ESF nos anos subsequentes, principalmente nos DS de
Pau da Lima, São Caetano Valéria, Cabula Beiru e Itapuã (Tabela 59).

Tabela 59. Cobertura da Estratégia de Saúde da Família por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2015-2020.
Distrito Sanitário 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Centro Histórico 17,59 17,59 17,59 18 18 18
Itapagipe 9,73 9,73 9,73 13,9 15,9 15,9
São Caetano/Valéria 39,28 39,28 39,28 57,7 66,5 72,8
Liberdade 10,57 10,57 10,57 10,8 10,8 21,6
Brotas 10,2 20,4 22,1 20,7 20,6 20,7
Barra/Rio Vermelho 14,92 21,4 24,4 22 22 25,8
Boca do Rio 15,01 15,01 15,01 25,6 25,6 35,8
Itapuã 34,91 34,91 34,91 34,9 50,4 63,3
Cabula Beiru 24,57 24,57 24,57 25,1 28,5 45,2
Pau da Lima 20,23 20,23 20,23 28,07 34 56,1
Subúrbio Ferroviário 64,4 64,4 64,4 65,2 72,2 76,2
Cajazeiras 51,67 51,67 51,67 52,8 52,8 67,04
Salvador 29,3 31,18 31,7 33,3 37,6 43,17
Fonte: MS/SAS/DAB; SMS/DAS.

Atualmente, 56,36% da população de Salvador está coberta pela APS, mas ainda há desafios a
serem superados na perspectiva da ampliação do cuidado da família e comunidade em Salvador. Para
tanto, destaca-se a necessidade do avanço em relação à desfragmentação da atenção e gestão, à
promoção de mudanças no acesso por meio da diminuição de barreiras e do aumento da busca ativas
dos usuários, investimento no processo de acolhimento nas unidades com observância do princípio da
equidade, promoção de ambientes de trabalho saudáveis e qualificação do processo de trabalho das
equipes, além da participação dos usuários para maior efetividade do controle social. Somam-se a estes

62
Distritos Sanitários são espaços geográficos com territórios definidos assistindo uma população com
características similares, devendo ser considerados no momento do planejamento em saúde (ALMEIDA et al.,
1998)

229
desafios a importância de garantir o cumprimento dos indicadores de desempenho preconizados pelo
Previne Brasil63.

a) Programa Mais Médicos 2015 -2020


O município de Salvador aderiu ao Programa Mais Médico em 2013, com a absorção de
profissionais brasileiros (CRM) e intercambistas (cubanos e brasileiros formados no exterior). Os
médicos do Programa são lotados em Unidades de Saúde da Família consideradas de alta
vulnerabilidade social e de difícil fixação de profissionais, como preconizado pelo Ministério da
Saúde.
No período de 2015 a 2020, o município contou com a média de 114,5 profissionais/ano. Aderiu
ao Programa com a participação de 114 profissionais. Esse quantitativo aumentou em 2015 para 128
médicos, contudo, em 2016, com o final da missão e término do contrato da Cooperação Internacional
com CUBA, o número de médicos passou para 116. Em 2017, a inserção de profissionais brasileiros
possibilitou ampliar para 125 médicos. Entre os anos de 2018 e 2019 foram restringidos os editais de
contratação para as capitais brasileiras reduzindo o quantitativo desses profissionais.
Em 2020, considerando a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância
Internacional pela Organização Mundial da Saúde, e o Plano de Contingência Nacional para Infecção
Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV) o MS publicou edital para adesão de profissionais
médicos em sua maioria brasileiros e alguns cubanos.
A distribuição dos profissionais do Programa por DS demostra que o maior percentual de
médicos está alocado nos Distritos mais vulnerabilizados, com baixos índices sociais e maior
dificuldade na vinculação do profissional médico, tais como o DS do Subúrbio Ferroviário e São
Caetano/Valéria (Tabela 60).

Tabela 60. Distribuição de médicos pelo Programa Mais Médicos por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2015-
2020.
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Distrito Sanitário
N % N % N % N % N % N %
Centro Histórico 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Itapagipe 6 4,5 2 1,5 1 0,8 4 3,7 3 3,4 6 4,8
São Caetano/Valéria 22 17,6 20 17,2 22 17,6 22 20,6 17 19,5 26 21
Liberdade 3 2,3 3 2,6 1 0,8 0 0 0 0 1 0,8
Brotas 3 2,4 3 2,6 2 1,6 0 0 1 1,1 1 0,8
Barra/Rio Vermelho 1 0,8 0 0 0 0 0 0 0 0 3 2,4
Boca do Rio 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Itapuã 10 7,8 11 9,5 9 7,2 8 7,5 5 5,7 12 9,7
Cabula Beiru 15 11,7 11 9,5 14 11,2 11 10,3 11 12,6 14 11,3
Pau da Lima 9 7 10 8,6 14 11,2 11 10,3 11 12,6 8 6,5
Subúrbio Ferroviário 42 32,8 42 36,2 45 36 36 33,6 26 29,9 39 31,5
Cajazeiras 17 13,3 14 12,1 17 13,6 15 14 13 14,9 14 11,3
Salvador 128 116 125 107 87 124
Fonte: SMS/DAS
*Mês de referência, dezembro.

b) Núcleo de Apoio à Saúde da Família- NASF64

63
Instituído pela Portaria nº 2.979, de 12/11/2019, como novo modelo de financiamento da APS. O Previne
Brasil altera algumas formas de repasse das transferências federais para os municípios, que passa a ser feito com
base em três critérios: capitação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo a ações estratégicas.

64
O Núcleo de Apoio à Saúde da Família, instituído pela Portaria GM/MS nº 154 de 24.01.2008, foi implantado
no município de Salvador em 2009. O NASF é formado por um conjunto de profissionais de diversas categorias
que qualificam o processo de trabalho das equipes da APS. Dentre várias funções exercidas, apresentam papel

230
Em 2020, o NASF conta com 12 equipes compostas por psicólogo, nutricionista, terapeuta
ocupacional, fisioterapeuta, assistente social e educador físico, apoiando 99 equipes distribuídas em
30 USF. Desta forma, o NASF cobre 3,6% das equipes de Saúde da Família que atuam nos DS Barra/
Rio Vermelho, Cabula/Beiru, Cajazeiras, Itapuã, São Caetano Valéria e Subúrbio Ferroviário. Além
disso, o município conta com duas residências de NASF nas USF João Roma e Cambonas do DS de
Pau da Lima em da parceria com a Fundação Estatal de Saúde da Família.
Ademais, o Programa Previne Brasil65 propôs um novo modelo de financiamento de custeio da
APS, de maneira que alguns instrumentos normativos foram revogados, dentre os quais as normativas
que definem os parâmetros e custeio do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica
(NASF-AB). Os valores antes repassados no PAB variável estão distribuídos nos três componentes do
Programa Previne Brasil: capitação ponderada, pagamento por desempenho e ações estratégicas. Os
dois primeiros componentes, vale ressaltar, prescindem da atuação das equipes multiprofissionais de
modo a qualificar o processo de trabalho na APS e apoiar as equipes no alcance de melhores
desempenhos.

c) Programa Saúde na Escola- PSE


O PSE66 constitui-se numa estratégia intersetorial de integração e articulação entre as políticas
de saúde e de educação, envolvendo ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com a
participação da comunidade escolar e das equipes de saúde da atenção primária e da educação básica,
com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento das
crianças e jovens da rede pública de ensino.
No período de 2015 a 2019, o PSE tem ampliado o número de estabelecimentos de ensino e
educandos acompanhados pelas ações do programa, apresentando incrementos de 49,33% e 46,23%
respectivamente (Tabela 61). Contudo em 2017, em virtude da reclassificação do perfil das escolas
prioritárias atrelado ao fechamento de alguns estabelecimentos de ensino, que tinham adesão ao
programa, ocasionou redução do número de educandos.

Tabela 61. Número de escolas, equipes de saúde e educandos com adesão ao Programa de Saúde na Escola,
Salvador-BA, 2015-2019.
Ano Estabelecimento de Ensino Equipes de Saúde Educandos
2015 150 123 61.271
2016 150 123 61.271
2017 173 160 74.428
2018 173 160 73.713
2019 224 269 89.598
Fonte: Consolidado dos Relatórios Anuais do PSE.
Nota: Para os anos de 2015 a 2017 foi considerada a base do Censo Escolar 2014 e para os anos de 2018 e 2019
o Censo Escolar 2017.

fundamental por meio de ferramentas técnico pedagógicas, apoio na construção do Projeto Terapêutico Singular
(PTS) e apoio matricial, ampliando a capacidade instalada de responder às demandas da população,
consecutivamente aumentando a resolutividade das equipes da APS para diminuir as filas de espera e os
encaminhamentos desnecessários.
65
Portaria GM/MS nº 2.979, de 12 de novembro de 2019.
66
O Programa Saúde na Escola – PSE foi instituído no Brasil em 2007, por meio do Decreto Presidencial nº
6.286 de 05 de dezembro de 2007. Em 03 de dezembro de 2008 foi assinado o Termo de Adesão pela Secretaria
Municipal da Saúde, Secretaria Municipal da Educação e Secretaria Estadual de Educação, tendo a homologação
na CIB/BA ocorrido em 05 de dezembro de 2008. Em 19 de janeiro de 2009 foi publicado no DOM o primeiro
Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal com o propósito de realizar a gestão do Programa em Salvador.

231
Nos anos de 2015 e 2016, todas as ações foram orientadas pela pactuação firmada através do
Termo de Compromisso entre as Secretarias Municipais de Saúde e Educação. A partir de 2017, todas
as ações67 pactuadas devem ser realizadas considerando o disposto na Portaria Interministerial nº
1.055/2017.
Desde o exercício de 2016 o município tem concretizado acima de 90% das ações preconizadas
pelo PSE, com destaque para realização as ações de Promoção da Segurança Alimentar e Nutricional
e da Alimentação Saudável em cerca de 86% das escolas, seguida das ações de Avaliação de Saúde
Bucal (85%) e ações sobre Direito Sexual e Reprodutivo e Prevenção de IST/AIDS (73%) executadas
em 2018.
Em 2019, foi realizada uma nova adesão com vigência 2019/2020 em concomitância com a
adesão aos Programas Nutrisus e Crescer Saudável. Neste ano, foi priorizada a legitimação do Grupo
de Trabalho Intersetorial Municipal - GTI-M através da publicação da Portaria Municipal nº 564/2019.

d) Telessaúde68
Em Salvador, a implantação da Telessaúde foi iniciada em 2011, entretanto, sua utilização
recebeu maior impulso a partir de 2016. Visando à divulgação da plataforma, foram realizados
“Treinamentos em Telessaúde” no último bimestre de 2015, com apoio do Núcleo Técnico-Científico
de Telessaúde da Bahia, onde alguns profissionais foram apresentados às ofertas e recursos
disponíveis. De 2016 a 2019, ocorreram encontros regulares no município, as “Oficinas de orientação
para uso da Telessaúde”, realizadas em Laboratórios de Informática a partir de 2017, o que gerou maior
satisfação dos participantes. No total, 1.384 trabalhadores participaram das atividades, de 2015 a 2019,
abrangendo profissionais das UBS (equipes de Saúde da Família, NASF, etc.), Gerentes e equipes
distritais dos doze Distritos Sanitários (Gráfico 175).

Gráfico 175. Número de participantes nos treinamentos e Oficinas de orientação sobre a Telessaúde, de 2015 a
2019. Salvador, 2020.

354 328
314
222
166

2015 2016 2017 2018 2019

Participantes das Oficinas de orientação

Fonte: Coordenadoria da Atenção Primária à Saúde do Salvador (DAS/SMS Salvador).


Além dos encontros presenciais, a Coordenadoria da Atenção Primária à Saúde implementou o
envio rotineiro de mensagens eletrônicas aos Coordenadores dos Distritos Sanitários, equipes distritais
e aos profissionais que participaram das Oficinas, contendo convites para eventos ou informações
relacionadas à Telessaúde. Em 2020, por conta da pandemia de COVID-19, as Oficinas não foram

67
Portaria Interministerial nº 1.055 de 25 de abril de 2017.
68
A Telessaúde se apresenta como uma importante estratégia para a qualificação da Atenção Primária à Saúde.
(SCHMITZ; HARZHEIM, 2017; DOLNY et al., 2019) Por meio dela, é possível realizar telediagnósticos,
oferecer às equipes de saúde suporte nas decisões clínicas ou orientações para a organização do processo de
trabalho (teleconsultorias68 e Segunda Opinião Formativa), além de amplificar as atividades de Educação
Permanente no campo da tele-educação, com cursos à distância e Webpalestras. (MARCOLINO et al., 2017;
DOLNY et al., 2019)

232
realizadas em decorrência da priorização de outras atividades. Entretanto, a divulgação continuou por
e-mail.
No final desse mesmo ano, o Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia e o
Núcleo de Telessaúde da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) lançaram o Projeto
TeleCEDEBA: O Cedeba mais perto de você! Com a oferta de Teleconsultorias Especializadas, os
encaminhamentos da Atenção Primária para o Cedeba passaram a ser realizados exclusivamente pela
plataforma Telessaúde, o que levou à ampliação do número de profissionais de Salvador cadastrados
e aptos para a solicitação de teleconsultorias (Gráfico 176).

Gráfico 176. Profissionais do município do Salvador com cadastro na Plataforma Telessaúde Bahia, de 2018 a
2020. Salvador, 2020.

1500

1000
973
602
500 291

0
2018 2019 2020

Obs.: Até 2017, a Bahia utilizava a plataforma do Rio Grande do Sul.


Fonte: Núcleo de Telessaúde da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

A informatização das Unidades Básicas de Saúde, com a disponibilização de computadores para


a utilização do Prontuário Eletrônico, também contribuiu para o uso da Telessaúde em Salvador. Essa
expansão possibilitou habilitar o Serviço de Teleconsultoria nas UBS que possuem condições mínimas
de conectividade. Em 2020, havia 130 UBS habilitadas, contra 54 UBS em 2015 (Gráfico 177).

Gráfico 178. Número de Unidades Básicas de Saúde com o Serviço de Teleconsultoria habilitado, em relação
ao número de UBS sob gestão municipal (Centro de Saúde/Unidade Básica), de 2015 a 2020. Salvador, 2020.

200 165 100,0%


142 153 78,8%
150 124 128 131 130 80,0%
103 60,0%
100 43,5% 82
54 40,0%
38 40
50 20,0%
0 0,0%
dez/15 dez/16 dez/17 dez/18 dez/19 dez/20

Número de UBS sob gestão municipal


Número de UBS com Serviço de Teleconsultoria habilitado
% de UBS habilitadas

Fontes: CNES (Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde) e SARGSUS | Sistema de Apoio à
Construção do Relatório de Gestão (Relatórios Anuais de Gestão 2015 a 2017). Acesso em 30/04/2021.
Se considerada a série histórica das teleconsultorias solicitadas por profissionais da Atenção
Primária à Saúde do Salvador (exige cadastramento prévio), embora a realização das Oficinas de
orientação e a informatização das UBS tenham contribuído para a utilização da plataforma de forma
espontânea, verifica-se que a implantação do TeleCedeba teve maior impacto no incremento ocorrido

233
em 2020 (Gráfico 178). Naquele ano, houve 567 teleconsultorias, sendo que 393 delas (69,3%) foram
solicitadas no último quadrimestre.

Gráfico 178. Teleconsultorias solicitadas por profissionais da Atenção Primária à Saúde do Salvador, de 2015 a
2020. Salvador, 2020.
600 567
500
400
300
200 135 125
81
100 12 40
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Núcleo de Telessaúde da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab)

No que tange à tele-educação, o Núcleo de Telessaúde da Bahia oferta cursos e um elenco de


Webpalestras, discutindo temas caros à Atenção Primária. Em algumas delas, protagonizadas por
representantes da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) e da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVIS),
houve a oportunidade de compartilhar experiências de Salvador em âmbito nacional, potencializando
a divulgação de nossas ações e ampliando o alcance das atividades, já que ficam disponíveis no canal
Telessaúde Bahia, para acesso posterior. Como exemplos dessa parceria, citamos as Webpalestras
“Febre Amarela: diálogo sobre a situação atual em Salvador” (06/04/2017), “Doença pelo coronavírus
2019 (COVID-19): situação epidemiológica e ações de controle em Salvador (13/03/2019)”,
“LGBTFOBIA INSTITUCIONAL: o que o SUS tem a ver com esse tema?” (08/08/2019).
Considerando que as Webpalestras são de livre acesso e não se restringem aos profissionais da
Atenção Primária à Saúde, este indicador não possui a especificidade necessária para representar a
Secretaria Municipal da Saúde. Além disso, como as gravações dos eventos são disponibilizadas pela
SESAB no canal do YouTube Telessaúde Bahia, a maior parte dos trabalhadores não consegue acessá-
las nos computadores das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município: os equipamentos possuem
bloqueios programados para estes endereços (YouTube), o que diminui a adesão dos profissionais.

2.6.2.2. Atenção à Saúde da Criança


Na perspectiva de reduzir a morbimortalidade infantil, a SMS Salvador realiza planejamento da
assistência integral à criança, dentro dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), através do
desenvolvimento de ações de prevenção de riscos e agravos, proteção e promoção da saúde. Dentre os
desafios estão a promoção dos direitos da primeira infância e a redução das mortes evitáveis nos
primeiros dias de vida, a redução da taxa de sífilis congênita, o aumento da cobertura vacinal, a
promoção do aleitamento materno exclusivo (AME) até o sexto mês e complementado até os dois anos
ou mais de vida, a redução da desnutrição, além da prevenção da obesidade desde os primeiros anos
de vida.
Sabe-se que o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança constitui ação
central do cuidado infantil, sendo essencial para a articulação de atividades de prevenção e intervenção
que objetivam reduzir riscos de morbimortalidade69. Em relação às consultas para Avaliação do

69
O Ministério da Saúde, conforme Caderno da Atenção Básica nº 33, recomenda que os recém-nascidos sem
intercorrência sejam acompanhados por médicos e enfermeiros no âmbito da Atenção Primária à Saúde com, no
mínimo, nove consultas até a idade de 24 meses (1º semana, 1 mês, 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 12
meses, 18 meses e 24 meses). Após 2 anos de idade, deve ser realizada, pelo menos, uma consulta/ano. A Portaria

234
Crescimento e Desenvolvimento realizadas pelo município do Salvador, em 2019, foram
contabilizadas 17.453 consultas.
Atualmente, o registro dos dados de produção da Atenção Básica deve ocorrer por meio da
estratégia e-SUS. Entretanto, a falha no preenchimento adequando dos formulários propostos pelo MS
somada as dificuldades de migração dos dados do Sistema VIDA+ para o sistema de informação oficial
da Atenção Primária do MS são situações que têm impactado no subregistro dos dados, o que
compromete significativamente o acompanhamento e monitoramento das ações programadas para esse
público prioritário. Entretanto, apesar dessa lacuna, ratifica-se a necessidade de avanços em relação à
vigilância à saúde de crianças, notamente para a reorganização do processo de trabalho no cuidado
longitudinal desse público, com destaque para ações de vigilância antropométrica e do
desenvolvimento, processos ainda pouco consolidados no âmbito da APS e sem avaliações de
cobertura para o público alvo.
Entre as ações desenvolvidas pelo município para a promoção do Aleitamento Materno70,
registra-se a implantação da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) 71 em 15 UBS, e do
Comitê de Aleitamento Materno do Salvador (COAMAS)72. Entre outras ações para a promoção do
AM, estão a comemoração anual do Agosto Dourado, período em que ocorre a intensificação das ações
de promoção do AM, e a Semana do Bebê, quando são realizadas mais ações de incentivo ao AM,
além de outros programas voltados para a Primeira Infância.
No Estado da Bahia, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Salvador (APAE)
iniciou a realização de triagem neonatal para Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito no segundo
semestre de 1992, através de convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Secretaria de Saúde
do Estado da Bahia (SESAB), realizando a análise da coleta dos Testes de Triagem Neonatal.
Por meio da Portaria SAS/MS nº 429, de 02 de outubro de 2001, a APAE Salvador foi habilitada
como Centro de Referência em Triagem Neonatal, para acompanhamento e tratamento de doenças
falciformes e outras hemoglobinopatias, além das patologias acima citadas. Posteriormente foi
habilitada para triagem e acompanhamento da fibrose cística (Portaria SAS/MS nº 1.244 de
05/11/2012) e alcançou a fase IV em 2014 (Portaria GM/MS Nº 62, de 28 de Janeiro de 2014) com a
inclusão da triagem para Hiperplasia Adrenal Congênita e (HAC) e Deficiência de Biotinidase (BIO),
Portaria SAS/MS nº 62, de 29 de janeiro de 2014.
Atualmente, Salvador conta com 146 Postos de Coleta do Teste do Pezinho na Atenção Básica.
Conforme gráfico 179, a cobertura do Teste do Pezinho apresentou tendência de estabilidade até o ano
de 2019, com 54,1% de triagem dos recém nascidos, mas com importante redução em 2020 (22,7%)
devido à pandemia. Além da garantia da cobertura dos recem nascidos e do acesso a triagem neonatal
em tempo oportuno, outro desafio é evitar a retenção de amostras, ou seja, reduzir a proporção de

SAS/MS nº 526, de 24 de junho de 2020, instituiu os novos procedimentos para o cuidado longitudinal da criança,
sendo substituido a “consulta para acompanhamento do crescimento e desenvolvimento” pelos seguintes
procedimentos: 03.01.01.026-9 avaliação do crescimento na puericultura; 03.01.01.027-7 avaliação do
desenvolvimento da criança na puericultura; e 03.01.01.028-5 avaliação do estágio de maturação sexual
70
O Aleitamento Materno (AM) é considerado uma intervenção com melhor custo/benefício isolado para
promover saúde e prevenir agravos na infância. O leite materno protege contra infecções, como diarreia,
pneumonia, otites, entre outras, e reduz a gravidade destas doenças quando a criança adoece. Também tem
impacto em doenças crônicas, reduzindo incidência de asma, diabetes, obesidade e hipertensão arterial, favorece
o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo, além dos benefícios do ato de sugar para evitar problemas
respiratórios, de mastigação, da fala e com o alinhamento dos dentes (BRASIL, 2012a).
71
A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) instituída pela Portaria GM MS nº 1.920, em 5 de setembro
de 2013, tem como objetivos: qualificar as ações de promoção do aleitamento materno e da alimentação
complementar saudável para crianças menores de 2 (dois) anos de idade; aprimorar as competências e habilidades
dos profissionais de saúde para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar como
atividade de rotina das Unidades de Saúde.
72
O COAMAS foi instituído pela Portaria SMS nº 348 de 4 de dezembro de 2009.

235
amostras com prazo superior a 7 dias da coleta para envio à APAE. Desde de 2014, os problemas com
retenção de amostras nas Unidades Básicas de Saúde foram reduzidos, mas ainda se mantêm, o que
pressupõe a necessidade para revisão de fluxos e treinamentos dos profissionais.

Gráfico 179. Proporção da Cobertura do Teste do Pezinho, Salvador-BA, 2015 a 2020.

70

60

50

40
%

30

20

10

0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
% cobertura 52,5 48,9 54,5 53,9 54,1 22,7
Fonte:
Sinac/APAE/SMS Salvador

Em 2020, o número de nascidos vivos (NV) em Salvador foi de 38.573, sendo 29.815 residentes
do nosso município, e a APAE realizou 27.500 análises (92,2%) dos nascidos vivos residentes na
capital. A atenção primária respondeu por cerca 6.781 coletas (25%), sendo, em 2020, realizadas 2.152
( 31,7%) coletas em tempo ideal, ou seja, de 3-5 dias de vida73, indicador que tem melhorado seu
desempenho ao longo dos anos (Gráfico 180).

Gráfico 180. Proporção da coleta do Teste do Pezinho no período ideal (3 a 5 dias de vida), Salvador-BA, 2015
a 2020.

35,0
30,0
25,0
20,0
%

15,0
10,0
5,0
0,0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
% 14,5 17,8 20,5 22,0 23,1 31,7

Fonte: Sinac/APAE/SMS Salvador

73
Considerando a Covid-19,a SESAB, através da Nota Técnica nº 38, de 31 de março de 2020, recomenda a
coleta da 1ª amostra da Triagem Neonatal ocorra no momento da alta da maternidade, respeitando a técnica da
coleta e de armazenamento, além de priorizar os dados de identificação.

236
As principais ações desenvolvidas no ambito da Rede Cegonha para o componente da Atenção
Integral à Saúde da Criança encontra-se sumarizada na Figura 29.

Figura 29. Principais ações desenvolvidas para o componente Atenção Integral à Saúde da Criança na Rede
Cegonha, Salvador-BA

da Criança
Atenção à Saúde

• 2010 a 2019 – Capacitados 200 profissionais na estratégia Atenção


Integrada as Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) para a
faixa etária neonatal

• 2020 – 146 UBS com atendimento de puericultura

• 2020 – 146 Postos de Coleta para Triagem Neonatal (Teste do


Pezinho)

• 2021 – 15 UBS com a estratégia Amamenta e Alimenta Brasil

2.6.2.3 Atenção à Saúde do Adolescente


A implantação da Caderneta de Saúde do/a Adolescente foi iniciada há alguns anos em Salvador,
entretanto sua implementação sistemática ocorreu somente a partir de 2013, resultado obtido a partir
de capacitações realizadas nos 12 Distritos Sanitários. Em 2019, a SMS publicou o Parecer Técnico
DAS nº 01/2019 ratificando a manutenção da utilização da Caderneta de Saúde do Adolescente para a
faixa etária de 10 a 19 anos no município do Salvador.
Dentre outras ações desenvolvidas para a Promoção da Saúde, destacam-se a Semana do
Adolescente comemorada no mês de setembro e alusiva ao Dia Nacional da Juventude (22 de
setembro), estratégia realizada pela SMS desde de 2003, e a Semana Nacional de Prevenção da
Gravidez na Adolescência, instituída a partir de 2019 pelo governo federal e implantada pelo município
no mesmo ano.
Considerando as Diretrizes Nacionais para Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens,
em 2019, foram realizadas oficinas com os profissionais de saúde das UBS e Distritos Sanitários para
elaboração de um diagnóstico sobre a execução da Política de Atenção Integral à Saúde do
Adolescente. Dados desse diagnóstico indicam que, entre os principais problemas e necessidades de
saúde dos adolescentes, estão: a exploração sexual; o uso e abuso de drogas; a exposição aos diversos
tipos de violência, inclusive automutilação; gravidez na adolescência e exposição ao sexo inseguro
(Figura 30). A baixa inserção no mundo do trabalho, evasão e abandono escolar, são situações que
agravam a vulnerabilidade e aumentam a exposição aos riscos.

237
Figura 30. Principais problemas e necessidades de saúde dos adolescentes, segundo a percepção dos
profissionais da Atenção Básica, Salvador-BA, 2019

Sexo inseguro

Exposição aos
Automutilação diversos tipos de
violência

Problemas e
Necessidades
de Saúde dos
Adolescentes
Gravidez na O uso e abuso de
adolescência drogas

Evasão e
Exploração
abandono
sexual
escolar

Fonte: Campo Temático da Saúde do Adolescente/DAS/SMS - Salvador

Para enfrentamento da violência, a Atenção Primária tem desenvolvido ações de prevenção de


agravos e promoção da saúde no seu território de atuação, abordando temas relacionados à violência,
tais como: o cuidado com a saúde; cultura da Paz; projeto de vida; combate ao racismo; uso de drogas
e cidadania. Estes mesmos temas são também discutidos nas escolas com adesão ao Programa Saúde
na Escola (PSE).
Os profissionais de saúde são orientados para o reconhecimento de adolescentes que fazem uso
problemático de drogas, avaliando as possibilidades e limites desse manejo de modo a encaminha-los
adequadamente aos serviços de referência existentes na rede municipal. Nesta perspectiva, busca-se
atuar preventivamente junto aos adolescentes, famílias e comunidade de modo a promover
sistematicamente atividades de prevenção.
No período 2010 a 2020, foram realizados 692.322 atendimentos de enfermagem e 552.677
médicos, no âmbito da Atenção Primária, para a faixa etária de 10 a 19 anos. Entretanto, observa-se
uma queda abrupta no número de atendimentos a partir de 2016 devido à substituição do Sistema do
Informação Ambulatorial (SIA/SUS) pelo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
(SISAB)
Conforme orientações do Ministério da Saúde (BRASIL, 2013a), são estabelecidas, no mínimo,
uma consulta médica e duas consultas de enfermagem ao ano, para adolescentes e jovens. No entanto,
as equipes de saúde têm autonomia para ampliar o número de consultas mediante as necessidades
observadas. Na Tabela 62, é possível observar, ao longo dos últimos anos, a tendência crescente dos
atendimentos voltados para o público adolescente (conforme a faixa etária). Os adolescentes de 15 a
19 anos se constituem, gradativamente, na maior faixa etária atendida do segmento.

Tabela 62. Quantitativo de Atendimentos Individuais de Adolescentes, segundo faixa etária, Salvador-BA, 2015
a 2020.
ANO 10 A 14 ANOS 15 A 19 ANOS TOTAL
2015 3.306 7.848 11.154
2016 5.319 13.000 18.319
2017 8.838 21.635 30.473
2018 10.334 24.904 35.238
2019 12.195 31.201 43.396
2020 12.511 36.223 48.734
TOTAL 52.503 134.811 187.314
Fonte: Sistema Vida+/SISAB. Dados fornecidos pelo NTI julho/2021

238
Quanto aos atendimentos em grupo para adolescentes, nos últimos cinco anos, houve um
crescimento gradual dessa modalidade, exceção observada apenas para os Distritos Centro Histórico
e Itapagipe (Tabela 63), apesar das dificuldades operacionais devido à necessidade de espaços físicos
adequados, articulação interdisciplinar, treinamento dos profissionais e o uso de materiais educativos
específicos e mobilização constante do público alvo. Em 2020, houve queda nessa modalidade de
atendimento devido à reorganização do processo de trabalho para enfrentamento da pandemia de
COVID-19.

Tabela 63. Quantitativo de atendimento em grupo para adolescentes por Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2015
a 2020.
DISTRITO 2015 2016 2017 2018 2019 2020
SANITÁRIO
Barra Rio Vermelho 153 121 183 81 213 04
Boca do Rio 87 45 53 140 104 07
Brotas 27 47 117 182 101 35
Cabula Beiru 88 35 160 317 219 61
Cajazeiras 218 257 376 243 328 63
Centro Histórico 73 70 96 80 62 26
Itapagipe 57 85 121 83 85 04
Itapuã 236 233 426 345 483 38
Liberdade 69 12 54 90 101 22
Pau da Lima 50 18 197 202 214 107
São Caetano/Valéria 68 49 286 257 357 76
Subúrbio Ferroviário 310 174 479 404 689 65
Total 1.436 1.146 2.548 2.424 3.016 508
Fonte: Sistema Vida+/SISAB). Dados fornecidos pelo NTI julho/2021

A constituição de grupos para adolescentes realizados em Serviços de Saúde se estabelece como


uma estratégia eficaz de promoção a saúde desse segmento populacional (BRASIL,2017). Na
adolescência, a busca por reconhecimento social e construção de identidades se intensifica de modo a
se demarcar como “um período que tem por característica o distanciamento em relação aos pais e o
crescente interesse por relacionamentos com os pares, na busca por experiências de intimidade sexual
e por uma identidade social” (PICCIN et al., 2019 apud MENEZES; KANTORSKI; COUTO, 2020,
p.120).
Compreendendo a importância dessa estratégia para a promoção a saúde, a SMS manterá os
investimentos e incentivos para a criação e fortalecimento das atividades grupais para adolescentes, de
modo a cada vez mais promover o acesso e o acolhimento a esse usuário.
Em relação à alimentação, a partir do ano de 2017, com a inclusão do item “marcadores de
consumo alimentar” no Prontuário Eletrônico, vem sendo possível monitorar os hábitos de consumo
dos adolescentes atendidos na Atenção Básica, sendo identificado o aumento do consumo de alimentos
ultra processados, conforme dados da Tabela 64, notadamente para os anos de 2017 e 2019.

Tabela 64. Consumo de alimentos ultra processados por adolescentes de 10 a 19 anos, Salvador-BA, 2015 a
2020.
ANO QUANTIDADE
2015 1
2016 0
2017 142
2018 1.375
2019 2.039
2020 789

239
TOTAL 4.346
Fonte: Dados fornecidos pelo NTI julho/2021 (Fonte: Sistema Vida+/SISAB)

O fenômeno da gravidez na adolescência no Brasil é multifatorial. No período de 2010 a 2020,


observa-se tendência decrescente da proporção de nascidos vivos de mães adolescentes (Gráfico 181)
e, estima-se que, dentre os fatores associados a esse resultado, estão a ampliação da APS e o maior
acesso aos serviços de saúde por esse público, assim como o acesso às informações e aos métodos
contraceptivos, além das atividades de Educação em Saúde voltadas para a Saúde Sexual e Saúde
Reprodutiva, o que também inclui ações da estratégia PSE.

Gráfico 181. Número de nascidos vivos e proporção de mães residentes adolescentes, segundo faixa etária,
Salvador, 2010 a 2020.

Fonte: SMS/SUIS-SINASC. Tabulação realizada em 15/08/21.

De acordo com a Agenda Proteger e Cuidar da Saúde de Adolescentes na Atenção Básica


(BRASIL, 2017b), é importante avaliar a “intensidade da vulnerabilidade singular do sujeito em
cuidado” (p.42), de modo a se propor estratégias de enfrentamento desses fatores. Nesse sentido, em
2019, em articulação com o Campo Saúde do Homem, os adolescentes do sexo masculino de 15 a 19
anos também foram incluídos nas ações do Sábado do Homem como mais uma estratégia de
aproximação e acolhimento deste público nas UBS.
Os dados dos relatórios do Sábado do Homem evidenciaram um crescimento contínuo da
participação deste público, registando no primeiro quadrimestre a participação de 99 adolescentes, no
segundo quadrimestre 152 e, no último quadrimestre, 176 adolescentes, sugerindo tratar-se de uma
boa estratégia para a atenção à saúde de adolescentes do sexo masculino nessa faixa etária, devendo
ser mantida para os próximos anos, após retorno da estratégia suspensa em 2020 devido à pandemia
de COVID-19.

Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei


A SMS, por meio do Campo Temático Saúde do Adolescente e Jovem, estabelece parcerias com
instituições no âmbito municipal, estadual, federal, a fim de fortalecer as redes de atenção aos
adolescentes e jovens, inclusive os que se atribuem autoria de ato infracional. Nesta perspectiva, e
também em conformidade com a Portaria GM MS nº 1.082/2014, que redefine as diretrizes da Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei em Regime de
Internação e Internação Provisória (PNAISARI), o município do Salvador elaborou o Plano Operativo
de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei em Regime de Internação e

240
Internação Provisória e de Semiliberdade do Município de Salvador 2018 – 2021, documento
aprovado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) em 2018.
Desta forma, a partir da PNAISARI, redefiniram-se as diretrizes e foram estabelecidos novos
critérios e fluxos para adesão e operacionalização da atenção integral à saúde de adolescentes em
situação de privação de liberdade (unidades de internação, de internação provisória e de
semiliberdade).
Os atendimentos em saúde para adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa são
realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) referenciadas, de forma complementar aos serviços
disponíveis na Comunidades de Atendimento Socioeducativo (CASE). Além das Atenção Primária à
Saúde, considerando a atenção integral à saúde desses adolescentes, os atendimentos nas áreas de
Saúde Bucal Saúde Mental, Urgência/Emergência também são realizados em unidades referenciadas,
a partir da pactuação da Secretaria Municipal da Saúde do município do Salvador.
Foi elaborado um Plano Operativo com diretrizes para a implantação e implementação de ações
de saúde que incorporam os componentes da Atenção Básica, Média e Alta Complexidade com vistas
a promover, proteger e recupera saúde da população adolescente em regime de internação provisória
e semiliberdade, além de descrever as atribuições e compromissos entre as esferas municipal e estadual
de saúde e da gestão do sistema socioeducativo estadual na provisão dos cuidados desse público.

2.6.2.4 Atenção à Saúde da Mulher


Segundo dados do Inca (2019), no Brasil, excetuando o câncer de pele não melanoma, os tipos
de cânceres mais frequentes em mulheres são o câncer de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%), colo de
útero (7,4%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%)74.
Analisando a proporção dos óbitos por câncer de colo de útero (CCU) e câncer mama (CM) em
mulheres residentes em Salvador, no período de 2015 a 2019, observa-se tendência de aumento destes
indicadores, com incremento, respectivamente, de 50,7% e 11,3% em 2019 (Gráfico 182). Esses dados
reforçam a importância para o fortalecimento de estratégias efetivas no controle dessas doenças,
mediante ações de promoção à saúde, prevenção e detecção precoce, além do tratamento e cuidados
paliativos, quando estes se fazem necessários.

Gráfico 182. Proporção de óbitos por câncer de colo de útero e mama em mulheres residentes, Salvador-BA,
2015-2019.
25

20

15
%

10

0
2015 2016 2017 2018 2019
CCU 15,37 19,48 20,35 21,65 23,16
CM 19,98 17,59 19,12 21,08 22,24

Fontes: MS/SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM; Fundação Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; MS/INCA/Conprev/Divisão de Vigilância

74
Para 2020, o risco estimado Brasil para o câncer de mama é de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres;
para o câncer de colo de útero, o risco estimado é de 15,43% casos novos a cada 100 mil mulheres.

241
As ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e detecção precoce são desenvolvidas no
âmbito da Atenção Primária e, entre as ações de prevenção realizadas, destacam-se as atividades de
Educação em Saúde de abordagem coletiva (salas de espera e grupos de promoção da saúde) e
individual, esta última em atendimento clínico.
Nos diálogos estabelecidos com as usuárias, assim como nos materiais educativos elaborados,
são informados os sinais de alerta que podem significar câncer, a importância da realização de exames
e a periodicidade dos mesmos. Além dessas ações, é realizado também o rastreamento do CCU,
mediante a realização do exame citopatológico de colo de útero (exame de Papanicolaou75) para a
detecção de lesões precursoras em mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos ou qualquer pessoa que
tenha colo de útero. Este exame é padrão ouro para a detenção desse tipo de câncer que, quando
diagnosticado precocemente, pode chegar a 100% de cura (MAGALHAES, 2020).
Das 155 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 141 (91%) realizam a coleta de material para exame
citopatológico do colo do útero, bem como fazem o encaminhamento das usuárias para mamografia
de rastreamento nas clínicas contratualizadas pelo município de Salvador. Até agosto de 2021, compõe
essa rede, quatro laboratórios credenciados para a realização de exames citopatológicos, sendo que um
destes também presta serviços aos municípios pactuados com Salvador, conforme acordo na Comissão
Intergestores Bipartite (CIB). Para realização de mamografias, há 13 prestadores no município de
Salvador.
Em relação aos exames citopatológicos para diagnóstico do CCU, no período de 2015 a 2020,
observa-se tendência crescente no número de exames realizados até o ano de 2019, com 82,5% neste
último ano, havendo um decréscimo importante na quantidade de exames realizados em 2020, devido,
principalmente, à pandemia de Covid-19 (Tabela 65).

Tabela 65. Exames citopatológico de colo do útero, programados, realizados e proporção do alcance da meta
em mulheres residentes de 25 a 64 anos, Salvador-BA, 2015-2020.
Ano do Resultado Exames Exames Realizados % de alcance Meta
Programados
2015 88.223 31.010 35,1
2016 88.737 36.866 41,5
2017 89.217 52.937 59,3
2018 86.298 65.370 75,7
2019 86.751 71.582 82,5
2020 87.185 42.885 49,2
Fonte: SISCAN, acesso junho, 2021

Analisando a razão de exames citopatológicos de colo de útero76, no período de 2015 a 2020,


observa-se tendência crescente no desempenho do município quanto à cobertura da população alvo,
com 0,25 procedimentos por mulher de 25 a 64 anos residente em Salvador em 2019, exceção
observada apenas para o ano de 2020 cujo desempenho correspondeu a 50% da meta preconizada da
razão de 0,3 exames para a população alvo (Gráfico 183).

75
A orientação para o rastreamento do CCU no Brasil é a repetição do exame Papanicolau a cada três anos, após
dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. Segundo dados da recentes OMS, o
exame citológico realizado a cada três anos é seguro após dois ou três resultados negativos (evidência moderada)
(INCA 2018).
76
A razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos na população residente
corresponde ao indicador nº 11 do Pactuação Interfederativa de 2017 a 2021.

242
Gráfico 183. Razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres residentes de 25 a 64 anos,
Salvador-BA, 2015-2020.
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Razão 0,11 0,12 0,18 0,23 0,25 0,15

Fonte: SISCAN e IBGE

Considerando o tempo de início do tratamento da neoplasia maligna do colo do útero desde o


diagnóstico, percebe-se que a maioria das mulheres de Salvador tem iniciado seu tratamento com
intervalo maior que 60 dias (53,4%), diferente do que está disposto na Lei 12.732/12, conhecida como
a Lei dos 60 dias (Tabela 66). Tal fato pode estar diretamente ligado à insuficiência de fluxos
assistenciais para aqueles exames com alterações citopatológicas, insuficiência no quantitativo na
realização de exames preventivos, colposcopia e biópsia, além da dificuldade na oferta de exames
complementares, a exemplo de Ultrassom transvaginal, e o déficit de médicos ginecologistas na
atenção primária à saúde.

Tabela 66. Casos de neoplasia maligna do colo do útero, segundo tempo de início de tratamento, conforme Lei
12.732/12. Salvador-BA, 2015-2020.
Tempo de Tratamento nº %
Até 30 dias 164 16,4%
31 - 60 dias 158 15,8%
Mais de 60 534 53,4%
Sem informação de tratamento 144 14,4%
Fonte: SISCAN

A mamografia é considerada o exame padrão ouro para detecção precoce e controle do CM,
sendo responsável pela redução de 20% a 30% na mortalidade por essa neoplasia (URBAN et al, 2017
apud BEZARRA et al, 2018). Entre os principais fatores de risco para essa doença, estão: idade
avançada na primeira gestação, baixa paridade, amamentação por curtos períodos, hábitos alcoolistas,
excesso de peso e inatividade física após menopausa (MALTA e SILVA, 2014 apud MIGOWSKI et
al, 2018)
Em relação aos exames de mamografia de rastreamento para diagnóstico de câncer de mama em
mulheres de 50 a 69 anos, no período de 2015 a 2020, observa-se tendência crescente no número de
exames realizados, tendo sido alcançado 70% da meta em 2019, com uma queda na cobertura em 2020,
período que corresponde a pandemia da COVID 19 (Tabela 67).

Tabela 67. Exames de mamografia programados, realizados e proporção do alcance da meta em mulheres
residentes de 50 a 69 anos, Salvador-BA, 2015-2020.

Ano do Exames programados Exames % de alcance da Meta


Resultado Realizados
2015 56.151 7.185 12,8
2016 56.477 7.791 13,8
2017 56.782 21.247 37,4
2018 54.924 27.188 49,5
2019 55.215 38.637 70,0

243
2020 55.490 26.466 47,7
Fonte: Própria: Área Técnica Saúde da Mulher, SMS, novembro de 2021.

A razão de exames de mamografia em mulheres de 50 a 69 anos 77, no período de 2015 a 2020,


apresenta tendência crescente e, em 2020, o resultado obtido representou 52,5% da meta preconizada
para a razão de 0,4 exames por mulheres para a população alvo (Gráfico 184).

Gráfico 184. Razão de exames de mamografia em mulheres residentes de 50 a 69 anos, Salvador-BA, 2015-
2020.

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Razão 0,06 0,06 0,17 0,22 0,31 0,21

Fonte: SICAN; IBGE

Assim como observado para os dados de rastreamento do CCU, o tempo de início do tratamento
para a neoplasia maligna de mama desde o diagnóstico é superior a 60 dias para 56,8% das mulheres
rastreadas em Salvador, o que contraria o prazo para início do tratamento no SUS, conforme a Lei
12.732/12 (Tabela 68).

Tabela 68. Casos de neoplasia maligna de mama, segundo tempo de tratamento, conforme Lei 12.732/12,
Salvador -BA, 2015-2020.
Tempo Tratamento Casos %
Até 30 dias 716 18,20%
31 - 60 dias 716 18,20%
Mais de 60 2.233 56,80%
Sem informação de tratamento 265 6,70%
Fonte: SISCAN

Os dados apresentados sinalizam a necessidade de ampliação e qualificação do acesso aos


serviços de saúde, com a intensificação da política de rastreamento, por intermédio do fortalecimento
e da qualificação da rede da APS, e da ampliação do acesso aos serviços especializados.

2.6.2.4.1. Estratégia Rede Cegonha


O processo de implantação da Rede Cegonha (RC)78 em Salvador teve início em 2012, com a
elaboração do Plano de Ação Municipal da Rede Cegonha. Mas, desde o ano de 2010, inclusive devido

77
A razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 50 a 69 anos na população
residente de determinado local e população da mesma faixa etária corresponde ao indicador nº 12 do Pactuação
Interfederativa de 2017 a 2021.
78
A Rede Cegonha, estratégia instituída pelo MS em 2011, visa estruturar e organizar a atenção à saúde materno-
infantil, através da implementação de uma rede de cuidados que assegure às mulheres o direito ao planejamento
reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, assistência ao parto, puerpério e abortamento; e às crianças o
direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis (BRASIL, 2011a). Esta estratégia
propõem as seguintes atividades: a) realização de pré-natal (de risco habitual e de alto risco) com captação
precoce da gestante, realização dos exames preconizados e com acesso aos resultados em tempo oportuno; b)
acolhimento às intercorrências na gestação e abortamento; c) prevenção e tratamento das IST, HIV/Aids e

244
à publicação da Lei 7.851/201079 - Lei Maternidade Certa, a prefeitura já discutia com a SESAB o
desenho da rede Materno-Infantil, mediante o diagnóstico de alguns indicadores de saúde - cálculo da
capacidade instalada das maternidades e do atendimento do pré-natal, segundo classificação de risco
do pré-natal, parto e nascimento (risco habitual e alto risco). Em 2011, foi instituído o Grupo Condutor
Estadual de Redes (CIB/BA 096/2011), com participação do município do Salvador que também
participada do Colegiado de Maternidades do Estado da Bahia.
O Fórum Perinatal da Região Metropolitana de Salvador foi também instituído em 2012, sob
coordenação da SESAB, com participação de gestores e trabalhadores da APS e
Hospitais/Maternidades, Movimentos Sociais, Ministério Público, Universidades e Conselhos de
Classe. Nesse mesmo ano, foi constituído pela SMS o Grupo de Trabalho da Rede Cegonha, que, em
2014, consolida-se com formação de oito Grupos de Trabalho Distritais (gestores dos DS e do nível
central da SMS, profissionais da APS e das maternidades) -, que passam a se reunir periodicamente
para o planejamento e avaliação das ações da RC.
Em 2015, foi criado o Disque Gestante (DG), inicialmente com o objetivo de atender às
gestantes acometidas pelo vírus Zika (VZIK) e às crianças com microcefalia80, serviço que vem se
fortalecendo enquanto um instrumento de orientação à população e que tem se ampliado devido às
demandas relacionadas às dificuldades de acesso ao pré-natal (encaminhamento ao pré-natal de risco
habitual e alto risco) e à puericultura nas UBS do município.
Na perspectiva de ampliar e qualificar a atenção às usuárias do SUS durante o pré-natal, parto e
puerpério e atenção ao recém-nascido, a prefeitura do Salvador instituiu, por meio da Lei nº
9.555/2020, o Programa Mãe Salvador. Entre os objetivos específicos desta Lei, está a facilitação do
acesso da gestante e do recém-nascido à rede pública através da oferta de transporte público e gratuito
às gestantes cadastradas no SUS, para o acesso às consultas de pré-natal e visita de vinculação.

Figura 31. Linha do tempo dos principais marcos da implementação da atenção ao Pré-natal, Parto e
Puerpério, à gestante e ao recém-nascido, Salvador-BA, 2010-2021

Hepatites B e C; d) práticas de atenção à saúde baseadas em evidências científicas; e) acompanhamento da


puérpera e da criança na Atenção Básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e
nascimento, bem como a busca ativa de crianças vulneráveis; f) orientação e oferta de método contraceptivo; g)
promoção do acesso ao transporte seguro nas situações de urgência para a gestante, as puérperas e os recém-
nascidos de alto risco; h) implantação e/ou implementação de leitos obstétricos e neonatais (UTI, UCI e
Canguru), assim como a regulação de urgências; i) Regulação de exames e consultas para média e alta
complexidade.
79
O Decreto 23.569, de 5 de dezembro de 2012, regulamentou a Lei 7851/2010
80
O Serviço Disk Gestante atende pelo número (71) 3202-1297.

245
Fonte: elaboração própria.
Por força da pactuação entre as unidades federadas, dos contratos de serviços e de gestão
compartilhada, toda a assistência ao pré-natal de Risco Habitual em Salvador é ofertada pelas UBS,
sendo o pré-natal de Alto Risco (tipos I e II) referenciado às maternidades vinculadas de cada Distrito
Sanitário.
As mulheres atendidas nas Unidades Básicas, que, eventualmente, apresentem alguma alteração
do desenvolvimento fisiológico da gestação, têm atendimento especializado de Alto Risco nas sete
maternidades estaduais - Maternidade José Maria de Magalhães Neto, Maternidade Tsylla Balbino,
Hospital Geral Roberto Santos, Maternidade Albert Sabin, Maternidade Climério de Oliveira,
Maternidade Maria da Conceição de Jesus, e o Instituto de Perinatologia da Bahia – IPERBA (Figura
32).

Figura 32. Mapa de vinculação das Gestantes de Risco Habitual e Alto Risco, Salvador-BA Agosto de 2021

Fonte: CTSM/DAS/SMS Salvador

Tratando-se de Gestação classificada como de Alto Risco, as gestantes são encaminhadas para
realização do pré-natal também nos centros de referência para Alto Risco sob gestão da Rede Estadual,
seguindo o fluxo construído em articulação com a SESAB, que utiliza o instrumento denominado
“Critérios e Fluxos de Acesso ao Pré Natal de Alto Risco em Ambulatórios das Maternidades de
Salvador – FLYER”. Ressalta-se que as gestantes também são estimuladas e orientadas quanto à
importância da manutenção do Pré-Natal nas UBS, garantindo a continuidade da assistência ao
binômio, além da vinculação às maternidades, de acordo com a sua classificação de risco da gestação
e aspectos territoriais (Figura 32).
Atualmente, a Prefeitura Municipal do Salvador oferece aos usuários do SUS atendimento de
pré-natal para Gestação de Risco Habitual em 95% das UBS de Salvador, considerando as unidades
com e sem ESF, oferecendo os serviços de Teste Rápido de Gravidez, Triagem Pré-Natal, Teste do
Pezinho, assim como Administração de Penicilina para as Gestantes com resultado de Sífilis reagente,
e, em 94% das unidades, oferece atendimento de Puericultura (Tabela 69).

246
Tabela 69. Serviços da estratégia Rede Cegonha oferecidos pela Atenção Básica, Salvador-BA, Outubro de 2021
Distritos Nº Pré- Teste TPN Adm. Serviços Teste Consulta
Sanitários UBS natal Rápido Penicilina com do Puericultura
obstetra Pezinho
Barra/Rio 11 10 10 9 10 2 10 10
Vermelho
Brotas 6 6 6 5 6 1 5 6
Pau da Lima 15 14 13 0 13 2 13 12
Cabula/Beiru 22 20 21 20 22 6 20 19
Itapagipe 5 5 5 5 5 3 5 5
Itapuã 17 17 17 17 17 4 16 16
Boca do Rio 7 7 7 7 7 2 7 7
Subúrbio 29 28 29 27 28 1 27 28
Centro Histórico 7 6 7 6 6 5 7 6
São Caetano 18 18 18 18 18 2 18 18
Valéria
Cajazeiras 11 11 11 11 11 2 11 11
Liberdade 7 6 6 6 6 2 7 8
Total 155 148 150 131 149 32 146 146
Fonte: CTSM/DAS/SMS Salvador

Componentes Pré-natal e Parto


Considerando o número de consultas de pré-natal, no período de 2015 a 2020, verifica-se um
incremento de 13,4% no número de gestantes com 7 e mais consultas de pré-natal, no período de 2015
a 2020 (Gráfico 185). Apesar deste resultado, faz-se necessária a implementação de ações com foco
na captação precoce de gestantes, de modo a garantir maior cobertura do padrão mínimo de consultas
de pré-natal preconizado pelo MS, bem como a necessidade de abertura de novas unidades de saúde,
objetivando reduzir o vazio assistencial que ainda existe no nosso Município.
Importante registrar que, em 2020, o Programa Previne Brasil estabeleceu como um dos
indicadores de pagamento por desempenho o indicador “Proporção de Gestantes com, pelo menos, 06
(seis) consultas de pré-natal realizadas, sendo a 1ªaté a 20ª semana de gestação” -, o que vai demandar
maior investimento nas ações de monitoramento e avaliação do pré-natal.

Gráfico 185. Número de nascidos vivos, segundo consultas de pré-natal, Salvador-BA, 2015-2020.
70,00%
60,00%
Proporção de consultas

50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Nenhuma 4,00% 4,90% 3,80% 3,90% 3,20% 3,00%
1-3 consultas 8,10% 8,10% 7,40% 7,70% 7,90% 8,40%
4- 6 consultas 33,20% 29,80% 26,90% 26,70% 25,90% 25,80%
7 e mais 53,60% 56,80% 61,30% 61,00% 62,10% 60,80%

Fonte: SMS/ SUIS/ SINASC

247
Quanto à oferta e à realização de exames do pré-natal, foram implantados, desde 2013, os Testes
Rápidos para diagnóstico do HIV, sífilis, hepatites B e C nas unidades de saúde, estando disponíveis,
até o final de 2020, em 149 (96%) das UBS.
Em 2014, a SMS Salvador em parceria com a APAE, inicia a implantação da Triagem Pré-Natal
(TPN)81 em papel filtro destinada para investigação, entre outras patologias, da eletroforese de
Hemoglobina, tendo havido um incremento na realização desse serviço de 45,5%, no período de 2015
a 2019.
Entretanto, em 2020, houve uma queda de, aproximadamente, 11% da TPN, em decorrência da
Pandemia de Covid-19 (Gráfico 186). Apesar do desempenho observado nesse período, registra-se a
necessidade da ampliação da cobertura de gestantes com a realização de 02 exames de TPN (primeiro
e terceiros trimestres da gestação).

Gráfico 186. Meta e número de exames de Triagem Pré-Natal realizados, Salvador-BA, 2015-2020
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Meta de exames para Triagem Pré-
54.804 52.518 53.074 52.198 49.456 45.196
Natal
Exames de Triagem Pré-Natal
11.235 13.661 16.975 17.320 16.351 14.582
Realizados

Fonte: APAE SALVADOR; SMS/SUIS/SINASC

Analisando o desempenho da TPN segundo Distrito Sanitário de assistência, observa-se menor


proporção de testagem, em 2020, para os DS Boca do Rio, Brotas, Pau da Lima e Barra (Gráfico 187).
Entre as dificuldades do processo de testagem, estão: UBS que não conseguem organizar o processo
de trabalho para oferta do TRP no momento da consulta de pré-natal; baixa adesão dos profissionais
médicos capacitados na realização da testagem nas unidades; dificuldade em tratar adequadamente a
gestante com sífilis, devido a não adesão ao tratamento dos parceiros; e a resistência de alguns
profissionais da AB para administrar a Penicilina na ausência de médico, apesar de todas as portarias,
decretos e notas técnicas que orientam a administração desse medicamento na Atenção Básica por
enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos.

81
A Triagem Pré-Natal em papel de filtro consiste na avaliação cromatográfica de hemoglobinas e de testes
imunodiagnósticos de infecção por HIV, HTLV, CMV, HBV, HCV, Toxoplasma gondii e Treponema pallidum.

248
Gráfico 187. Proporção dos exames de triagem pré-natal em papel filtro realizados nas UBS, Salvador-BA,
2017-2020
60

50
% de exames de TPN

40

30

20

10

2017 2018 2019 2020

Fonte: APAE SALVADOR


A ampliação dos Postos de Coleta no âmbito das UBS – 63 Postos em 2021, 5% de aumento em
relação a 2015 –, somada a maior oferta de exames laboratoriais de risco habitual e alto risco, tem
contribuído para ampliar o acesso das gestantes aos exames de pré-natal, embora seja ainda necessário
um maior número de Postos, o que vai garantir maior adesão para os exames de pré-natal e a não
suspensão do repasse de recurso pelo MS. A elaboração, em 2014, do Fluxograma Exames do Pré-
natal tem sido também uma estratégia para organizar o serviço de apoio diagnóstico do pré-natal e
ampliar a cobertura desses exames no público alvo.
Segundo a Portaria MS nº 650, de 05 de outubro de 2011, que dispõe sobre os Planos de Ação
Regional e Municipal da Rede Cegonha, orienta-se a suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTI,
UCI e Canguru) e a implantação do modelo “vaga sempre”, considerando as necessidades regionais
em atenção ao Componente Parto e Nascimento da RC. Atualmente, o município de Salvador conta
com uma rede de sete maternidades e uma Casa de Parto Normal, totalizando 278 leitos obstétricos e
neonatais.
Atualmente, as Maternidades estão sob Gestão Estadual, apesar da vinculação com o município
de Salvador, e atendem a todo o Estado, o que aumenta significativamente a capacidade técnica
instalada dessas unidades. Assim, avalia-se que a implantação de uma maternidade própria sob gestão
municipal garantirá maior otimização no acesso das gestantes de Risco Habitual aos leitos obstétricos
no município.
Desde a implantação do Mapa de Vinculação, observa-se que a maioria dos partos realizados
nas maternidades é de usuárias do território de vinculação, o que mostra que a organização desse
processo traz bons resultados, apesar da não garantia que a gestante vinculada àquela maternidade
consiga realizar seu parto no serviço. Outro aspecto de suma relevância é que o número leitos
obstétricos para residentes em Salvador ainda é insuficiente, considerando que as maternidades
estaduais e federal sob gestão da SESAB em Salvador atendem as demandas de todo o estado da Bahia.

249
Figura 33. Principais ações desenvolvidas para os componentes Pré-natal, Parto e Nascimento da Rede
Cegonha, Salvador-BA, 2013-2021.

• 2013 -A implantação dos Testes


Pré-natal

• 2021 – Salvador dispõe de 07

Parto e Nascimento
Rápidos de HIV, Sífilis, Hepatites B maternidades e 01 Casa de Parto
e C. normal, totalizando 278 leitos
• 2014 - Implantação da Triagem do obstétricos e neonatais (UTI, UCI e
Pré-natal (papel filtro) para Sífilis, Canguru)
HIV, HTLV e eletroforese de
Hemoglobina.
• 2014 - A implantação do Teste de
Gravidez nas UBS.
• 2014 - Construção da territorialização
do pré-natal e busca ativa das
gestantes pelos ACS.
• 2014 - Elaboração de Fluxograma
para realização de exames
laboratoriais
• 2016 - Agendamento do Pré-natal de
Alto Risco por via aletrônica

O componente Atenção Integral à Saúde Criança da Rede Cegonha foi detalhado no item 2.6.2.2
deste plano.

2.6.2.5 Atenção à Saúde do Homem


A Portaria nº 1.944/GM/MS, de 27 de agosto de 2009, instituiu a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde do Homem (PNAISH), tendo como objetivos promover a melhoria das condições de
saúde da população masculina brasileira, na faixa etária de 20 a 59 anos, contribuindo para a redução
de sua morbimortalidade, por meio do enfrentamento racional dos fatores de risco e mediante a
facilitação ao acesso às ações e aos serviços de assistência integral à saúde, prioritariamente a partir
da Atenção Primária a Saúde (APS).
Ao analisar os dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), no
período de 2015 a 2020, observa-se que, apesar da tendência crescente no número de atendimento da
população masculina, o número de homens acompanhados pela APS em Salvador ainda é baixo,
comparativamente ao número de mulheres, tendo correspondido a 24,8% do total de atendimentos em
2020 (Gráfico 188), sendo necessário, portanto, a revisão e implementação das estratégias
desenvolvidas.

250
Gráfico 188. Número de atendimentos individuais realizados pela Atenção Primária à Saúde, segundo sexo,
Salvador-BA 2015 a 2020.
400000

350000

300000
Nº de atendimentos

250000

200000

150000

100000

50000

-50000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
feminino 19563 32553 57495 64243 234952 378524
masculino 11271 18966 32230 38664 86785 124907

Fonte: SISAB.

Em relação ao número de usuários cadastrados na APS segundo sexo, no período de 2015 a


2020, verifica-se que o número de mulheres cadastradas é superior ao de homens em todas as faixas
etárias do ciclo de vida do adulto (Gráfico 189), o que demanda maior investimento nas ações de
sensibilização dos usuários quanto a importância do cadastramento nos serviços de saúde.

Gráfico 189. Número de cadastros individuais na Atenção Básica, segundo sexo, Salvador-BA, 2020.

Fonte: Portal MAS/SISAB.

No Município do Salvador, com o objetivo de implementar a PNAISH através de estratégias


que ampliem o acesso e fortaleçam o vínculo do usuário homem com os profissionais que atuam nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS) com e sem a Estratégia de Saúde da Família (ESF), além de
trabalhar as consultas de rotina para a saúde integral do homem, tem sido feito investimentos para a
ampliação das ações com foco no Pré-natal do Parceiro (PNP)82 e o Sábado do Homem.

82
O procedimento consulta de Pré-natal do parceiro, instituído por meio da Portaria nº 1.474, de 8 de setembro
de 2017, tem sido uma estratégia de cuidado ofertada desde de 2014 pelo município de Salvador.

251
Em 2019, foi divulgada a Instrução Normativa nº 001/2019 que define o elenco de atividades a
serem desenvolvidas na rede de Atenção Primária à Saúde do município do Salvador, para organização
das práticas assistenciais, a partir do paradigma da Paternidade Cuidadora, tendo como principal eixo
norteador o Pré-natal do Parceiro.
Em Salvador, os dados do Pré-natal do Parceiro começam a ser disponíveis em sistema de
informação a partir de 2019. Os números revelam que ainda é baixa a adesão masculina ao
procedimento, contudo percebe-se um avanço significativo entre os anos de 2019 e 2020, quando o
número de consultas aumentou mais que o dobro, passando de 425 em 2019 para 987 em 2020, apesar
da pandemia da COVID-19 (Gráfico 190).

Gráfico 190. Número de consultas do Pré-natal do parceiro, segundo Distrito Sanitário de assistência, Salvador-
BA, 2019 e 2020.
300 250
250
200
128 136
150 108 90
100 74 76 6064
51 4949 48 45 3344
50 2011 26 22 18
5 1 4
0

2019 2020

Fonte: SISAB

O Sábado do Homem é uma estratégia municipal desenvolvida para ampliar e facilitar o acesso
da população masculina soteropolitana aos serviços de saúde da Atenção Primária e a organização das
atividades é realizada conforme recomendações da Nota Técnica DAS nº 02/2018, de 27 de julho de
2018. Essa iniciativa disponibiliza ações de serviços de saúde à população masculina aos Sábados,
integrando essa população às atividades desenvolvidas na APS, buscando atender de forma integral as
necessidades de saúde dessa população que não tem condições de frequentar as UBS nos dias úteis -
segunda-feira a sexta-feira). Essa estratégia apresentou progressiva ampliação ao logo dos anos, tendo
alcançado 67 UBS em 2019, mas com uma redução significativa em 2020, devido a pandemia da
COVID-19 (Gráfico 191).

252
Gráfico 191. Número de Unidades Básicas de Saúde que realizam estratégia Sábado do Homem, Salvador-BA,
2015 a 2020

80
70 67
60 63
57
50
40 38
30 30
20
10
6
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Relatório Anual de Gestão, 2019 (DAS/CTSH).

No ano de 2019, no período de janeiro a dezembro, as atividades da estratégia Sábado do


Homem garantiu a participação de 15.537 usuários, tendo sido realizadas 130.636 procedimentos,
entre consultas, testes diagnósticos e procedimentos ambulatoriais de rotina (Tabela 70), além do
encaminhamento para serviços especializados, o que tem se mostrado uma ação exitosa para os
objetivos que foram propostos. Em 2020, devido à pandemia do SARS-CoV-2, o Sábado do Homem
foi desenvolvido apenas no primeiro trimestre do ano, com 2.066 atendimentos, sendo suas atividades
suspensas, conforme a Portaria SMS/SSA nº 01/2020.

Tabela 70. Procedimentos realizados durante a estratégia Sábado do Homem no âmbito da Atenção Básica,
Salvador-BA, 2019
Nome do Procedimento Quantidade
Consultas Médicas 8.844
Consultas de Enfermagem 5.170
Consultas Odontológicas 4.503
Procedimentos odontológicos realizados 17.265
Realização de escovações supervisionadas 5.170
Realização de Testes Rápidos 13.442
Distribuição de preservativos masculinos 42.340
Aferição de pressão arterial, 11.151
Aferição de glicemia capilar 8.633
Aplicação de imunobiológico 4.393
Realização de cálculo de IMC 9.191
Realização de curativos 534
Total 130.636
Fonte: SISAB/SISPNI/DAS/CTSH.

2.6.2.6 Atenção à Saúde do Idoso


O envelhecimento da população é um fenômeno global amplamente discutido na literatura.
Além do processo de feminização e heterogeneidade, que envolve o envelhecimento das populações
em todo o mundo, em Salvador o envelhecimento da população ocorre com peculiaridades
epidemiológicas, sociais, econômicas e culturais que lhe são próprias, e que, por vezes, variam dentro
de um mesmo Distrito Sanitário.

253
De acordo com LIMA-COSTA et al (2019), segundo dados do Estudo ELSI-Brasil83, 30% da
população idosa no país possui duas ou mais doenças crônicas e 75,3% são usuários exclusivos do
SUS, o que são evidências que ilustram a relevância do papel da Rede de Atenção à Saúde (RAS) no
suporte às especificidades do envelhecimento e no monitoramento da saúde. Dados do VIGITEL
(2020) registram que a prevalência de diabetes e de hipertensão arterial aumentaram com a idade, na
população de 65 anos ou mais, sendo a diabetes referida por 23% dos entrevistados e a hipertensão, na
mesma faixa etária, chegou a 59,3%.
No município do Salvador, em 2020, estima-se 399.328 pessoas idosas (13,8% da população
geral), das quais 61,8% é composta pela população feminina. Conforme dados do Portal MAS (SMS
Salvador, 2020), estão cadastrados, no âmbito da APS, 147.477 idosos pelos Agentes Comunitários de
Saúde, sendo 38% (55.373) homens e 62% (92.104) mulheres. Em relação às condições de saúde
autorreferidas por essa população, 18,4% (27.164) apresentam diabetes e 48,0% (70.812) hipertensão
arterial, duas patologias que apresentam destaque como fator de risco para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares, principais causas de hospitalização e óbito na população idosa.
A predominância desse perfil pode ser evidenciada pela análise da mortalidade da população
idosa, em relação aos principais grupos de causas de mortalidade, no período de 2010 a 2020, com a
evidência das doenças cardiovasculares como a primeira causa de morte, seguida das neoplasias,
doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas e parasitárias (Tabela 71), sendo esta última
uma evidencia da convivência das doenças infecciosas e parasitárias com as DCNT na população
idosa. Essas principais causas de óbito seguem a tendência do cenário mundial onde as DCNT, como
as doenças cardiovasculares, cânceres, doenças respiratórias crônicas e diabetes, são a maior causa de
morte (VIGITEL, 2020).

Tabela 71. Número de óbitos de idosos residentes em Salvador, por faixa etária e principais causas de óbito
(CID 10 Cap.), Salvador-BA, 2010 a 2020.
Faixa Doenças do aparelho Neoplasias Doenças do aparelho Algumas doenças
etária circulatório respiratório infecciosas e
parasitárias
n % n % n % n %
60 a 69 8.435 27% 8.095 26% 2.550 8% 2.415 8%
anos
(30.899)
70 a 79 9.596 29% 7.306 22% 3.549 11% 2.431 7%
anos
(32.538)
80 anos e 12.900 29% 5.991 13% 7.150 16% 3.071 7%
mais
(44.449)
Total 30.931 29% 21.392 20% 13.249 12% 7.917 7%
(107.886)
Fonte: SMS Salvador/SUIS-SIM.
Diante desse cenário, a Atenção Primária à Saúde apresenta-se como destaque para o
desenvolvimento de ações voltadas à saúde da população idosa, considerando que é neste nível de
atenção que a grande parte das ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e detecção precoce
são desenvolvidas para o enfrentamento e controle das doenças crônicas não transmissíveis e das
doenças infecciosas e parasitárias.

83
O ELSI-Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros) é uma pesquisa longitudinal, de base
domiciliar, conduzida em amostra nacional representativa da população com 50 anos ou mais. A pesquisa tem
por objetivo examinar os determinantes sociais e biológicos do envelhecimento e suas consequências para o
indivíduo e a sociedade. O inquérito da linha de base foi conduzido em 2015-16, com a participação de 9.412
indivíduos residentes em 70 municípios situados nas cinco macrorregiões Brasileiras, dentre eles Salvador. 2ª
fase do foi realizado no segundo semestre de 2019.

254
Observando o quantitativo de atendimentos à população idosa, nas Unidades Básicas de Saúde,
observa-se tendência crescente ao longo dos anos de 2015 a 2020 conforme apresentado em Gráfico
192.

Gráfico 192. Número de atendimentos individuais à população idosa, Salvador-BA, 2015 a 2020.

70000
atendimentos

60000
Número de

50000
40000
30000
20000
10000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Atendimentos 10550 16108 31863 39051 54672 59287

Fonte: SMS Salvador/ SISAB

Além dos atendimentos individuais, as atividades coletivas são um espaço complementar à


consulta individual com troca de informações que favorecem as ações de educação em saúde e, ao
mesmo tempo, constituem-se em estratégia com potencial para criação de vínculo com a equipe de
saúde e troca de experiências entre os demais usuários que participam das atividades. A própria
socialização representa uma nova perspectiva para a pessoa idosa, favorecendo a auto aceitação e a
aceitação social e, consequentemente, o envelhecimento saudável.
Na Tabela 72, apresenta-se a evolução ao longo dos anos de 2015 a 2020 das atividades em
grupo à população idosa. Observa-se aumento geral do registro de atendimento em grupo à população
idosa, sendo que o Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário, que dispõe do maior número de equipes,
apresenta o quantitativo mais expressivo de atividades realizadas. Vale ressaltar que, as restrições
impostas pela pandemia da COVID-19 trouxeram também impacto na realização dessa atividade,
evidenciado pela queda no quantitativo realizado no ano de 2020.

Tabela 72. Número de atendimentos em grupo à população idosa, segundo Distrito Sanitário de assistência,
Salvador-BA, 2015 a 2020.

DISTRITO SANITÁRIO 2015 2016 2017 2018 2019 2020


Barra/ Rio Vermelho 49 103 196 165 192 13
Boca do Rio 13 31 8 38 42 16
Brotas 33 55 61 96 91 10
Cabula/Beiru 106 140 35 60 109 49
Cajazeiras 85 61 105 125 153 35
Centro Histórico 28 34 103 65 59 5
Itapagipe 3 22 23 7 17 3
Itapuã 49 189 240 167 168 108
Liberdade 12 12 7 32 26 15
Pau da lima 10 4 114 60 69 44
São Caetano/Valeria 42 67 98 131 264 70
Subúrbio Ferroviário 92 185 368 304 682 93
TOTAL 522 903 1358 1250 1872 461
Fonte: SISAB. Tabulado em julho de 2021.

O trabalho em grupo é uma realidade no cotidiano das equipes de Atenção Primária, porém,
com base nos dados das rodas de conversa realizadas com profissionais que atuam nas UBS, foi
constatado que a grande parte das equipes faz intervenções a partir da perspectiva da doença, incluindo
esses usuários em grupos de Hipertensão e Diabetes, não favorecendo, assim, as demais perspectivas
e potências que os grupos de socialização e promoção da saúde têm para o envelhecimento saudável.

255
Nessa perspectiva, ratifica-se que a atenção à saúde do idoso deve sempre considerar os
determinantes sociais da saúde que repercutem na funcionalidade desse usuário, seu grau de
dependência e de fragilidade. Com maior prevalência das DCNT na população idosa, as
multimorbidades podem afetar esses indivíduos quanto à dinâmica das condições de independência e
autonomia.
Assim, entende-se que a saúde da pessoa idosa resulta da interação multidimensional entre a
saúde física e a saúde mental (aspectos cognitivos e emocionais), além da integração social, suporte
familiar, autonomia e independência econômica do idoso. Ou seja, muito mais do que a relação entre
idade avançada e ausência de doenças, a qualidade de vida da população idosa deve refletir a
capacidade individual de decidir e comandar suas ações (autonomia) e de executar algo com seus
próprios meios, e sem ajuda de terceiros (independência) (BRASIL, 2006).
Em relação à avaliação da funcionalidade global84, no biênio de 2019-2020, por meio da
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMPI)85, observa-se que cinco distritos registraram esse
processo que envolve tanto a avaliação clínica e psicossocial quanto a avaliação funcional da pessoa
idosa (Tabela 73).

Tabela 73. Número de registros de Avaliação Multimensional da Pessoa Idosa, Salvador-BA, 2019 e 2020.

DISTRITO SANITÁRIO 2019 2020 TOTAL


Cabula Beiru 1 20 21
Itapuã 6 12 18
Liberdade 2 0 2
São Caetano/Valeria 13 0 13
Subúrbio Ferroviário 0 1 1
TOTAL 22 33 55
Fonte: SISAB. Tabulado em maio de 2021.

O município de Salvador classifica seus idosos segundo o grau de vulnerabilidade, a partir do


instrumento Vulnerable Elders Scale (VES-13) inserido na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa (3ª
edição/2014), cujo início de utilização em Salvador ocorreu em 2018. Entretanto, o registro específico
no sistema de informação, através do código de procedimento disponibilizado pelo MS, só foi possível
a partir de 2019, o que pode ter impactado no subregistro desse dado, comprometendo, assim, o
acompanhamento das ações realizadas.
Desta forma, entende-se que a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é uma estratégia fundamental
para qualificar o acesso e a avaliação multidimensional do usuário idoso pelas UBS, possibilitando o
rastreio de eventos e contextos importantes para a identificação das reais necessidades de saúde do
idoso acompanhado.
Registra-se ainda que, quando se trata de acesso aos serviços de saúde, quanto maior o grau de
fragilidade funcional maiores são as restrições para busca do serviço, sendo a visita e o atendimento
domiciliar estratégias para o acompanhamento da saúde dessa população, sobretudo os idosos
acamados (usuário restrito à cama por alguma condição de saúde) e/ou domiciliados (usuário restrito
ao lar por alguma condição de saúde). Na Tabela 74, apresenta-se o número de idosos cadastrados que

84
A funcionalidade global é a base do conceito de saúde da população idosa, que é considerada saudável quando
é capaz de realizar suas atividades sozinha, de forma independente e autônoma, mesmo sendo portadora de
doenças.
85
O Ministério da Saúde divulgou, por meio de Nota Informativa nº 1/2019-COSAPI/DAPES/SAS/MS, a criação
do código 030109003-3 para registro do procedimento Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa na ficha de
procedimentos do e-SUS-AB. Esta avaliação permite investigar vários aspectos na saúde do idoso, possibilitando
um diagnóstico situacional amplo e integral das condições e do estado de saúde de um determinado indivíduo,
na perspectiva de identificar as áreas mais comprometidas que podem afetar sua capacidade funcional (BRASIL,
2019b).

256
estão acamados e domiciliados em Salvador, totalizando 7.737 usuários, sendo 5.722 domiciliados e
2015 acamados.

Tabela 74. Número total de idosos acamados e domiciliados cadastrados pela Atenção Básica, segundo Distrito
Sanitário de assistência, Salvador-BA, 2020.

DISTRITO SANITÁRIO DOMICILIADO ACAMADO

Barra/Rio Vermelho 697 271


Boca do Rio 140 67
Brotas 579 219
Cabula Beiru 615 211
Cajazeiras 387 145
Centro Histórico 31 13
Itapagipe 209 109
Itapuã 344 135
Liberdade 589 156
Pau da Lima 222 74
São Caetano/Valeria 781 269
Subúrbio Ferroviário 1.128 346
TOTAL 5.722 2.015
Fonte: Portal MAS.

Para melhor contextualizar a heterogeneidade do envelhecimento da população soteropolitana,


apresenta-se, no Quadro 28, algumas informações referentes aos determinantes socioeconômicos do
ciclo de vida idoso, segundo o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do
Idoso – SISAP-Idoso86, baseadas no Censo 2010 (FIOCRUZ, 2011).

Quadro 28. Proporção de idosos segundo fragilidade socioeconômica e sexo, Salvador-BA, 2000 e 2010.

FRAGILIDADE SOCIOECONÔMICA 2000 2010


Proporção de idosos que vivem em domicílios com
95.77 97.43
serviço de coleta de lixo
Proporção de idosos do sexo masculino que vivem em
95.16 97.23
domicílios com serviço de coleta de lixo
Proporção de idosos do sexo feminino que vivem em
96.14 97.55
domicílios com serviço de coleta de lixo
Proporção de idosos que vivem em domicílios adequados 72.33 83.14
Proporção de idosos do sexo masculino que vivem em
69.77 81.46
domicílios adequados
Proporção de idosos do sexo feminino que vivem em
73.86 84.19
domicílios adequados
Proporção de idosos analfabetos 18.37 12.08

Proporção de idosos do sexo masculino analfabetos 12.37 8.45

Proporção de idosos do sexo feminino analfabetos 21.94 14.34

86
O SISAP-Idoso compreende um sistema de consulta de indicadores pela internet, a nível federal, estadual e
municipal, sobre a saúde do idoso, que foi desenvolvido como uma iniciativa conjunta da Coordenação
de Saúde da Pessoa Idosa (COSAPI) do Ministério da Saúde e do Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (ICICT) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O Sistema é atualizado periodicamente.

257
Proporção de idosos economicamente ativos 16.13 26.70
Proporção de idosos do sexo masculino economicamente
26.43 39.24
ativos
Proporção de idosos do sexo feminino economicamente
10.00 18.86
ativos
Proporção de idosos que moram sozinhos 11.33 14.00
Proporção de idosos do sexo masculino que moram
9.20 10.98
sozinhos
Proporção de idosos do sexo feminino que moram
12.60 15.89
sozinhos
Fonte: FIOCRUZ SISAP-Idoso

Apesar da não realização do Censo Demográfico em 2020, os dados disponíveis nos dois últimos
períodos indicam a redução de 6,3% de idosos analfabetos, com destaque para a predominância no
sexo feminino. A redução do analfabetismo pode agregar contribuições significativas no autocuidado,
autonomia e independência da pessoa idosa.
Outro dado relevante é o aumento de 10,6% na proporção de idosos economicamente ativos,
muitos deles responsáveis pelo domicílio, porém há uma discrepância significativa quando
comparamos esses dados por gênero, uma vez que a população feminina apresenta proporção
significativamente inferior à masculina. O fato de os idosos permanecerem economicamente ativos
por vezes está atrelado a necessidade do sustento familiar.
Por fim, quanto à proporção de idosos que moram sozinhos, foi evidenciado um aumento de
2,7%. Este é um dado significativo pois reflete diretamente no cuidado e autocuidado de um indivíduo
que gradativamente tem sua funcionalidade comprometida e, consequentemente, o grau de
dependência aumentado ao longo dos anos.
Fica evidenciada a predominância na proporção de idosos que vivem em domicílios com serviço
de coleta de lixo e na proporção de idosos que vivem em domicílios adequados, porém essas categorias
se apresentam de forma heterogênea nos 12 Distritos Sanitários, o que traz um desafio ainda maior
para o planejamento e acompanhamento da saúde da população idosa. Ainda sobre a heterogeneidade
do envelhecimento populacional em Salvador, vale ressaltar, por meio da Quadro 29, o quesito
Raça/Cor autodeclarado, que é reflexo de processos históricos de segregação e desigualdade.

Quadro 29. Proporção de idosos por raça/cor autodeclarada, por sexo, Salvador-BA, 2000 e 2010.
RAÇA/COR 2000 2010
Proporção idosos que autodeclaram ser de cor ou raça branca 33.2 27.3
Proporção idosos do sexo masculino que autodeclaram ser de cor ou raça branca 31.0 25.9
Proporção idosos do sexo feminino que autodeclaram ser de cor ou raça branca 34.5 28.1
Proporção idosos que autodeclaram ser de cor ou raça preta 19.3 23.3
Proporção idosos do sexo masculino que autodeclaram ser de cor ou raça preta 20.7 24.2
Proporção idosos do sexo feminino que autodeclaram ser de cor ou raça preta 18.6 22.8
Proporção idosos que autodeclaram ser de cor ou raça amarela 0.2 1.0
Proporção idosos do sexo masculino que autodeclaram ser de cor ou raça amarela 0.2 1.1

Proporção idosos do sexo feminino que autodeclaram ser de cor ou raça amarela 0.1 0.9
Proporção idosos que autodeclaram ser de cor ou raça parda 45.7 47.8
Proporção idosos do sexo masculino que autodeclaram ser de cor ou raça parda 46.4 48.3

258
Proporção idosos do sexo feminino que autodeclaram ser de cor ou raça parda 45.3 47.6
Proporção idosos que autodeclaram ser de cor ou raça indígena 1.0 0.5
Proporção idosos do sexo masculino que autodeclaram ser de cor ou raça indígena 1.2 0.4

Proporção idosos do sexo feminino que autodeclaram ser de cor ou raça indígena 0.9 0.5
Fonte: FIOCRUZ SISAP Idoso

De forma complementar, apresenta-se na Tabela 75 dados dos idosos, segundo o sexo e a


raça/cor, cadastrados em Salvador até 2020.

Tabela 75. Número de idosos cadastrados, por sexo e raça/cor, Salvador-BA, 2020.
SEXO MASCULINO FEMININO TOTAL
branca 22.051 32.887 54.938
preta 124.417 161.405 285.822
parda 255.649 343.950 599.599
amarela 18.859 24.944 43.803
indígena 60 62 122
sem inf. 2 7 9
TOTAL 421.038 563.255 984.293
Fonte: Portal MAS

Estamos falando de uma população idosa predominantemente negra, que majoritariamente se


auto declara parda, que sofre com as consequências da discriminação e do racismo na determinação
social da saúde, tudo isso somado às especificidades demandadas pelo envelhecimento e pelos vazios
assistenciais históricos. Em um movimento contrário a esse processo, o Programa de Combate ao
Racismo Institucional vem sendo implementado pela Prefeitura Municipal de Salvador desde 2005
como fruto das lutas do Movimento Negro.

2.6.2.7 Vigilância Alimentar e Nutricional87


O estado nutricional atua de maneira direta no risco de morbimortalidade e nas condições de
desenvolvimento e crescimento da população em geral. Em relação ao estado nutricional de crianças
menores de 05 anos, acompanhadas nas UBS (Tabela 76), observa-se um aumento na proporção de
magreza acentuada (apesar dos anos de 2017 e 2018 mostrarem uma leve redução) e um significativo
aumento no percentual de magreza, que passou de 2,61% em 2015 para 5,13% em 2020, ou seja, um
incremento de 96,55%.
A Tabela 76 também evidencia que das crianças menores de 05 anos acompanhadas nas UBS
no período analisado, o percentual de eutrofia manteve-se crescente até 2019 (62,05%) com uma queda
em 2020 (59,99%). Em relação ao risco de sobrepeso, o percentual diminuiu de 19,03% em 2015 para
15,86% em 2020, representando uma queda de 16,65%.

87
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) tem como objetivo principal monitorar o padrão
alimentar e o estado nutricional dos indivíduos atendidos pelo SUS, em todas as fases do curso da vida. (BRASIL,
2012b). O município de Salvador implantou o Sistema Integrado de Saúde – Vida+, sistema próprio em 2009.
No entanto, existem problemas no processo de migração dos dados do Sistema Vida+ para o Sistema de
Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), do Ministério da Saúde. Além disso, o acompanhamento
e monitoramento do estado nutricional e de consumo alimentar no município encontra-se fragilizado pela baixa
adesão das práticas de vigilância por todas as categorias profissionais, sendo uma prática predominante do
profissional nutricionista.

259
Tabela 76. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMCXIdade) de crianças menores de 05 anos.
Salvador, 2015 a 2020.
Magreza Risco de
Magreza Eutrofia Sobrepeso Obesidade Total
acentuada sobrepeso
Período Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
2015 809 3,12 678 2,61 14.553 56,10 4.936 19,03 2.560 9,87 2.403 9,26 25.939
2016 842 3,23 650 2,49 14.442 55,41 4.810 18,45 2.588 9,93 2.734 10.49 26.066
2017 777 2,42 863 2,68 18.980 59,02 6.012 18,69 2.989 9,29 2.538 7,89 32.159
2018 756 2,23 914 2,70 19.811 58,55 6.355 18,78 3.107 9,18 2.891 8,54 33.834
1.01 1.36
2019 3,12 5
4,18 20.262 62,05 5.116 15,67 2.393 7,33 2.498 7,65 32.652
8
2020 3,47 623 5,13 7.287 59,99 1.927 15,86 948 7,80 940 7,74 12.147
422
FONTE: (SISVAN/MS, 03/03/21)

Em relação ao percentual de sobrepeso, houve redução de 9,87% em 2015 para 7,80% em


2020. Em relação ao percentual de obesidade também houve uma redução de 9,26 para 7,74% em
2020. Comparando os dados com anos anteriores (2008 – 2014), observa-se que no período de 2015 a
2020 houve um aumento no percentual de crianças menores de 05 anos com baixo peso (magreza e
magreza acentuada), e no percentual de eutrofia, com redução no percentual de sobrepeso e obesidade.

Tabela 77. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC x Idade) de crianças de 05 a < 10 anos
Salvador, 2015 a 2020.
Magreza Obesidade
Magreza Eutrofia Sobrepeso Obesidade Total
acentuada grave
Período Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
2015 464 2,30 500 2,48 11.959 59,22 3.344 16,56 2.022 10,01 1.904 9,43 20.193
2016 431 2,18 510 2,58 12.335 62,35 3.216 16,26 1.925 9,73 1.365 6,90 19.782
2017 498 1,83 704 2,59 17.722 65,12 4.374 16,07 2.429 8,93 1.487 5,46 27.214
2018 405 1,54 725 2,76 16.893 64,38 4.228 16.11 2.486 9,47 1.503 5,73 26.240
2019 482 1,96 969 3,95 15.896 64,75 3.648 14.86 2.148 8,75 1.406 5,73 24.549
2020 165 2,08 296 3,74 5.051 63,82 1.123 14,19 762 9,63 518 6,54 7.915

FONTE: (SISVAN/MS, 04/03/21)

É observado na Tabela 77 um aumento no total de crianças de 05 a 10 anos acompanhadas no


período de 2015 a 2019, com leve redução entre os anos de 2015 e 2016, e uma drástica redução entre
os anos de 2019 e 2020, o que se atribuiu à atual pandemia do COVID-19. Em relação ao estado
nutricional evidenciado pelo indicador de IMC nesta faixa etária, para este período, manteve-se
relativamente estável a prevalência no percentual de magreza acentuada, oscilando entre 1,54% e
2,18% dos registros, assim como os dados de obesidade, oscilando entre 10,01% e 9,73%.
No entanto, quando se trata de magreza o percentual aumenta, de 2,48% em 2015, atingindo
3,95% em 2019, com leve queda em 2020, com valor de 3,74%. Obstante a isto, os dados relativos a
sobrepeso no período diminuíram, de 16,56% em 2015 a 14,19% em 2020. Ademais, os dados de
eutrofia são os mais relevantes, havendo um incremento no período de 7,76% no número de casos
registrados.
Quando se trata do grupo etário que compreende os adolescentes, observa-se na Tabela 78 que
houve redução na magreza acentuada com dados que passaram de 4,96% em 2015 para 1,27% em 2020,
assim como os dados relativos à magreza e obesidade grave no mesmo período que passaram de 4,25%
para 3,87% e 2,90% para 2,18% dos indivíduos acompanhados, respectivamente. Ainda quando se trata
de adolescentes, em contraponto, tivemos um aumento dos casos de sobrepeso e obesidade, passando
de 16,61% para 18,96% e 7,64% para 8,75%, o que refletiu na estabilidade dos dados relativos à
eutrofia, que ficaram em torno de 64% no período.

260
Tabela 78. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC x Idade) de adolescentes. Salvador, 2015
a 2020.
Magreza Obesidade
Magreza Eutrofia Sobrepeso Obesidade Total
acentuada grave
Período Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
4,9
2015 1.079 924 4,25 13.848 63,65 3.613 16,61 1.662 7,64 631 2,90 21.757
6
1,4
2016 281 732 3,72 13.264 67,46 3.417 17,38 1.574 8,01 393 2,00 19.661
3
1,1
2017 319 972 3,54 18.499 67,36 5.032 18,32 2.159 7,86 482 1,76 27.463
6
1,1
2018 292 961 3,77 16.748 65,78 4.726 18,56 2..232 8,77 503 1,98 25.462
5
1,2
2019 275 859 3.91 14.485 65,92 3.949 17,97 1.965 8,94 439 2,00 21.972
5
1,2
2020 90 274 3,87 4.594 64,96 1.341 18,96 619 8,75 154 2,18 7.072
7

FONTE: (SISVAN/MS, 04/03/21)

Em se tratando de adultos, no período de 2015 a 2020, observa-se um aumento no número de


indivíduos acompanhados no município, com redução acentuada no ano de 2020, conforme descrito
na Tabela 79. Em relação ao estado nutricional, observa-se uma redução de 8,02% na prevalência de
eutrofia (peso adequado), passando de 30,66% em 2015 para 28,20% em 2020, percentual abaixo da
prevalência de adultos eutróficos em 2019 na região nordeste que foi de 36,9%, segundo dados do
Atlas “Situação alimentar e nutricional do Brasil: excesso de peso e obesidade da população adulta na
Atenção Primária à Saúde (APS)”, publicado pelo Ministério da Saúde em 2020 (BRASIL, 2020c).

Tabela 79. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC) de adultos. Salvador, 2015 a 2020.
Baixo Obesidade Obesidade Obesidade Total
Adequado Sobrepeso
peso grau I grau II grau III
Período Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
1.93 2,6 25.07 34,7 14.73
2015 22.116 30,66 20,43 5.642 7,82 2.618 3,63 72.122
9 9 3 6 4
2.01 2,7 25.11 34,2 15.61
2016 21.612 29,49 21,31 6.046 8,25 2.882 3,93 73.282
4 5 1 7 7
2.16 2,4 31.62 35,0 18.99
2017 26.934 29,86 21,06 7.116 7,89 3.382 3,75 90.209
1 0 0 5 6
2.27 2,5 30.27 34,1 19.07
2018 25.453 28,75 21,54 7.725 8,73 3.738 4,22 88.538
9 7 0 9 3
2.10 2,8 24.33 33,4 15.80
2019 20.774 28,52 21,70 6.489 8,91 3.334 4,58 72.844
3 9 7 1 7
2,7 33,6
2020 784 8.174 28,20 9.745 6.427 22,18 2.585 8,92 1.267 4,370 28.982
1 2

FONTE: (SISVAN/MS, 04/03/21)

Com relação à obesidade no adulto, ocorreu um aumento de 11,26% na prevalência de


obesidade em todos os graus no período de 2015 a 2020. Em 2019, a obesidade foi observada em
35,19% da população adulta acompanhada na APS em Salvador, percentual acima da prevalência
nacional de 28,5% e da prevalência da região nordeste de 25,0% em 2019 (BRASIL, 2020c). A
prevalência de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) apresentou aumento de 4,60%, passando de
66,64% em 2015 para 69,71% em 2020.

261
Evidências epidemiológicas indicam que a incidência de várias doenças crônicas, incluindo,
em particular, doenças cardiovasculares e diabetes, aumenta significativamente com o IMC ≥ 25 kg/m².
(BRASIL, 2019c). Além disso, a interação entre Insegurança Alimentar e Nutricional e o sobrepeso e
obesidade, que passa pela impossibilidade de acesso a alimentos mais nutritivos e diversificados, por
serem mais caros do que os alimentos industrializados e com alta densidade energética e baixo valor
nutricional, é um desafio na promoção das práticas alimentares saudáveis, sendo necessário uma
atuação intersetorial e o fortalecimento de políticas econômicas, de geração de emprego e renda e
educação.
Com relação à quantidade de indivíduos adultos acompanhados no SISVAN no período de
2018 a 2020, segundo origem dos dados, observa-se que em 2018, 91,52% dos dados foram oriundos
do Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (PBF) e apenas 8,48% dos dados vieram do e-SUS
(SISAB), os quais são registrados no município através do Sistema Vida+ e migram para o SISAB. O
mesmo ocorreu em 2019 e 2020, com 93,03% dos dados oriundos do PBF e 6,97% do e-SUS e 88,68%
do PBF e 11,32% do e-SUS, respectivamente. Dessa forma, identifica-se que a maior parte dos dados
do SISVAN nesse período foram oriundos do Sistema de Gerenciamento do PBF, conforme descrito
na Tabela 80.

Tabela 80. Número de adultos acompanhados no SISAN segundo origem dos dados (e-SUS e PBF) no período
de 2018 a 2020. Salvador.
ANO 2018 2019 2020

Origem e-SUS PBF e-SUS PBF e-SUS PBF


Quantidade de
7.624 82.242 5.146 68.714 3.954 30,981
indivíduos
Total 89.866 73.860 34.935
FONTE: (SISVAN/MS, 10/03/21)

Com relação ao estado nutricional dos idosos, observa-se (Tabela 81) uma redução de 9,32%
no sobrepeso, passando de 51,18% em 2015 para 46,41% em 2020, e um aumento na prevalência de
eutrofia (peso adequado) de 10,02%, passando de 34,80% em 2015 para 38,29% em 2020. No entanto,
no mesmo período ocorreu um aumento de 9,12% de baixo peso, passando de 14,02% em 2015 para
15,30% em 2020.

Tabela 81. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC) de idoso. Salvador, 2015 a 2020.
Total
Baixo peso Adequado Sobrepeso

Período Nº % Nº % Nº %
2015 687 14,02 1.705 34,80 2.508 51,18 4.900
2016 379 13,63 933 33,55 1.469 52,82 2.781
2017 404 13,12 1.095 35,55 1.581 51,33 3.080
2018 507 13,68 1.323 35,69 1.877 50,63 3.707
2019 435 15,10 1.041 36,13 1.405 48,77 2.881
2020 247 15,30 618 38,29 749 46,41 1.614

FONTE: (SISVAN/MS, 04/03/21)

O estado nutricional da gestante influencia na evolução da sua gravidez, na saúde materna e


fetal. (CUNHA et al., 2016). Entre 2015 e 2020 a frequência de gestantes com obesidade aumentou,
com crescimento de 37,66%, passando de 22,41% em 2015 para 30,85% em 2020, conforme descrição
na Tabela 82.

262
Tabela 82. Distribuição total e percentual do estado nutricional (IMC) de gestante. Salvador, 2015 a 2020.
Total
Baixo peso Eutrofia Sobrepeso Obesidade

Período Nº % Nº % Nº % Nº %
2015 331 14,86 739 33,18 658 29,55 499 22,41 2.227
2016 572 15,54 1.212 32,93 1.073 29,15 824 22,39 3.681
2017 622 14,53 1.340 31,30 1.229 28,71 1.090 25,46 4.281
2018 565 14,53 1.106 28,45 1.160 29,84 1.057 27,19 3.888
2019 347 12,62 769 27,96 841 30,58 793 28,84 2.750
2020 164 12,74 362 28,13 364 28,28 397 30,85 1.287

FONTE: (SISVAN/MS, 04/03/21)

A obesidade gestacional contribui para intercorrências que podem afetar a gestante, como pré-
eclâmpsia, eclampsia, diabetes, cesariana e complicações que podem afetar o bebê como macrossomia,
hipoglicemia neonatal ou malformação fetal. (BRANDÃO et al, 2019). Nesse mesmo período, ocorreu
uma redução na prevalência de gestantes com peso adequado (eutrofia), passando de 33,18% em 2015
para 28,13% em 2020, se constituindo como fator de risco porque é consenso na literatura científica
que o ganho de peso adequado na gestação contribui para saúde da criança e da gestante.
2.6.2.8. Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência
A Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência, instituída através da Portaria MS GM nº 793 de
24 de abril de 2012, tem como objetivos ampliar e articular, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), os pontos de atenção à saúde para pessoas com deficiência temporária ou permanente;
progressiva, regressiva ou estável; intermitente ou contínua. Esta Rede também visa à promoção, à
prevenção, o tratamento, à reabilitação e à vigilância em saúde, considerando a importância das ações
intersetoriais para o seu pleno desenvolvimento. O funcionamento dessa Rede, considerando o
princípio da integralidade do cuidado, pressupõe a articulação entre os seus componentes I, II e III,
conforme apresentado na figura 34 abaixo e detalhado a seguir.

Figura 34. Diagrama dos Componentes da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência

No âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), componente I da RCPD, o atendimento é


prestado pelos profissionais das Unidades Básicas com e sem Estratégia de Saúde da Família (USF),
dispondo hoje de 155 Unidades Básicas de Saúde, sendo que 46 sem Saúde da Família e 109 com
Estratégia de Saúde da Família com 359 equipes de Saúde da Família; 05 equipes de Consultório na
Rua e 12 Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica.

263
Nessas UBS, as pessoas com deficiência deverão ter suas demandas e necessidades de saúde
atendidas, devendo ser vinculadas à unidade de saúde mais próxima da sua residência, e ser assistidas
por todas as ações e programas desenvolvidos88 - promoção, prevenção, inclusão social, tratamento de
doenças e redução de danos ou agravos à sua saúde - como qualquer cidadão usuário do SUS. Cabe
ainda à Atenção Primária, a referência do usuário para realização de consultas e exames
complementares, procedimentos ou intervenções que digam ou não respeito à condição da deficiência,
assim como encaminhamento aos serviços de reabilitação.
Um dos grandes desafios à assistência integral à pessoa com deficiência é vencer o paradigma
de que o usuário com deficiência deve ser cuidado somente por especialistas e de que não é possível
ser resolutivo para esses casos no âmbito da UBS. Assim, para superar essa dificuldade, são realizadas
ações de capacitação e sensibilização dos profissionais.
Dados coletados no “Portal MAS+acs” nos mostram que, no município de Salvador, foram
cadastradas aproximadamente 22.749 pessoas com algum tipo de deficiência, sendo 11.133 do sexo
Feminino e 11.616 do sexo Masculino, distribuídos nos Distritos Sanitários, conforme dados da tabela
83 abaixo:

Tabela 83. Pessoas com deficiência registradas na Atenção Básica, segundo tipo de deficiência e Distrito
Sanitário de residência, Salvador-BA, abril de 2021
Visual Auditiva Física Intelectual Outra Multideficiência Não Total
Cognitiva informado
Subúrbio Ferroviário 606 343 1434 985 376 409 40 4193
Cabula/Beiru 477 269 1195 854 255 289 24 3363
São Caetano/Valéria 387 193 943 734 250 230 11 2748
Itapuã 280 189 789 627 201 265 19 2370
Barra/Rio Vermelho 332 167 617 533 176 169 3 1997
Brotas 245 113 512 420 154 165 5 1614
Cajazeiras 199 122 526 368 192 126 8 1541
Liberdade 169 119 563 361 202 120 5 1539
Itapagipe 148 92 487 286 110 121 11 1255
Pau da Lima 179 98 364 241 117 176 0 1175
Boca do Rio 119 52 297 199 81 86 8 842
Centro Histórico 18 11 41 19 11 12 0 112
Total 3159 1768 7768 5627 2125 2168 134 22749
Fonte: Portal MAS+acs/e-SUS APS/SISAB
Nota: multideficiência é a caracterizada como a combinação de dois ou mais tipos de deficiência

A Atenção Especializada em Reabilitação, componente II da RCPD em Salvador, está


constituída por: estabelecimentos de saúde habilitados em apenas um serviço de reabilitação; Centros
Especializados em Reabilitação (CER); e Centros de Especialidades Odontológicas (CEO).
Até o ano de 2016, observava-se maior distribuição dos equipamentos de saúde nos Distritos
Barra/Rio Vermelho, Centro Histórico e Brotas, o que indicava maior concentração nos distritos com
maior poder econômico, melhor malha rodoviária e estrutura urbanística. Essa distribuição desigual
na oferta dos serviços de saúde produziu grandes áreas de vazios assistenciais nos distritos com
população mais carente e, geralmente, em áreas de relevo acidentado, o que dificulta o acesso do

88
Na Rede de Atenção à Saúde, o usuário de Salvador encontra serviços de: imunização; coleta de materiais
biológicos; acompanhamento nutricional; consultas e acompanhamento clínico (ginecologia, pediatria, clínica
médica), dispensação de medicações; puericultura; pré e pós-natal; programas de prevenção de agravos ou
focados para patologias específicas como: hanseníase, doença falciforme; controle de glicemia e pressão arterial,
e atendimento odontológico básico. A Atenção Primária também atua implementando práticas de cuidados
domiciliares envolvendo as equipes de saúde da família e os Núcleos de Apoio à Estratégia Saúde da Família
(NASF)

264
usuário com deficiência a um serviço de saúde, principalmente quando localizado em distritos distantes
da sua residência.
Considerando esse cenário, foi implantado, em 2016, o CER II-Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (APAE), localizado no território do Subúrbio Ferroviário, preenchendo uma área
importante de vazio assistencial no que diz respeito aos serviços de reabilitação, atendendo,
principalmente, a população carente e, muitas vezes, em situação de vulnerabilidade social. A escolha
do Subúrbio Ferroviário levou em conta ainda sua localização geográfica e proximidade com a BR
324, principal via de comunicação entre a capital e área metropolitana, além de fazer ligação com os
distritos de São Caetano, Cajazeiras, Pau da Lima e Cabula, e aproximar toda a área desassistida
facilitando o “caminhar” e o deslocamento da pessoa com deficiência ao serviço de especialidade.
Assim, Salvador possui, sob gestão municipal, três Centros Especializados em Reabilitação
(CER), nas temáticas Física e Intelectual: o CER II-Núcleo de Atendimento à criança com Paralisia
Cerebral (NACPC), habilitado em dezembro de 2013; o CER II-Instituto Bahiano de Reabilitação
(IBR), habilitado em outubro de 2016; e CER II-APAE.
São estabelecimentos únicos de reabilitação: Instituto de Organização Neurológica; Instituto de
Cegos (ION); Clínica de Reabilitação Física (CLIFIR); Centro de Logopedia e Psicomotricidade
(CLPB); Instituto Guanabara; Centro Pestalozzi de Reabilitação; Associação Baiana de Recuperação
do Excepcional (ABRE)
Há ainda no território de Salvador o CER III-Centro de Prevenção e Reabilitação do Portador
de Deficiências (Cepred), localizado no Distrito Barra/Rio Vermelho, e o CER IV- Organizações
Sociais Irmã Dulce (OSID), localizado no Distrito de Itapagipe. Ambos equipamentos de saúde são
referência para a RCPD em todo estado e estão sob gestão estadual. Também com abrangência
estadual, no Distrito Centro Histórico, localiza-se o Centro Estadual de Referência ao Transtorno do
Espectro Autista, implantado em dezembro de 2016. Ao nível federal, a rede é complementada pelo
Hospital Sarah.
O fornecimento de órteses e próteses auditivas, físicas e meios auxiliares de locomoção (OPM),
está sob a responsabilidade do estado através das instituições CEPRED-CER III e OSID-CER IV e, na
esfera municipal, nos CER II-NACPC; CER II-IBR e CER II-APAE COUTOS. O município ainda se
responsabiliza pelo fornecimento de órteses e próteses visuais, através do Instituto de Cegos da Bahia.
Em sua rede própria, o município possui os seguintes serviços: serviço de fisioterapia no
Multicentro Vale das Pedrinhas; serviço de fisioterapia e fonoaudiologia no Multicentro Carlos
Gomes; serviço de atenção em reabilitação em neurologia (fisioterapia, fonoaudiologia e terapia
ocupacional) no Centro de Saúde Mental; e Reabilitação, no Dr. Álvaro Rubim de Pinho. Estes
serviços da rede própria complementam a rede de cuidados municipal.
Além dos serviços exclusivos da RCPD, o município ainda dispõe de 11 estabelecimentos que
ofertam reabilitação intelectual, sete para reabilitação física, dois para auditiva, dois para visual e dois
CAPSia que atendem, entre outros transtornos mentais, crianças com Transtorno do Espectro Autista.
Existe uma predominância de serviços com reabilitação intelectual, o que justifica-se pela maior
permanência dos usuários nos serviços pela própria especificidade da deficiência e, considerando os
casos com maior grau de limitação, a necessidade de ações complexas para garantir sua plena
autonomia, inserção social e no mercado de trabalho, o que é ratificado pelo Relatório Mundial (2012)
na argumentação de que as pessoas que enfrentam problemas de saúde mental ou deficiências
intelectuais parecem ser mais desprovidas em muitos cenários do que aquelas que enfrentam apenas
deficiências físicas ou sensoriais.
Existem 06 Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) municipais, distribuídos nos
distritos de DS Subúrbio, DS Cabula, DS Cajazeiras, DS Itapuã, DS centro histórico e DS Barra. Todos
possuem Núcleo de Atendimento às Pessoas com Deficiência, contando com profissionais odontólogos
especializados. As equipes dos CEO também são responsáveis pelo apoio matricial às unidades da
Atenção Básica. Os casos que necessitam de sedação ou anestesia, pela natureza do procedimento ou
condição clínica da pessoa com deficiência, são referenciados à unidade hospitalar com centro
cirúrgico, neste caso em particular para o Hospital Geral Roberto Santos.

265
As unidades de urgência e emergência (UPA e PA), componente III da RCPD, devem
possuir acessibilidade e equipamentos para assegurar eficaz assistência ao usuário em situações
críticas, assim como, implantar medidas de segurança do paciente e da identificação imediata e do seu
tipo de deficiência, além de profissionais treinados e aptos a lidar com esta clientela diferenciada.
Com relação ao Componente da Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência na Rede de
Cuidados à Pessoa com Deficiência, o município de Salvador possui 10 UPA, 07 PA e 01 Hospital
Municipal, este inaugurado em 2018. As urgências e emergências odontológicas são direcionadas para
as unidades de atendimento Odontológico de Urgência e equipes de Saúde Bucal dos PA.
2.6.2.9. Atenção à População em Situação de Rua
O município do Salvador, em abril de 2020, iniciou a reestruturação das equipes de Consultório
na Rua (eCR) com a requalificação e ampliação dessa política pública, na perspectiva de qualificar a
gestão, o planejamento e a operacionalização e execução das ações e serviços de saúde dos CR, sendo
recompostas as três equipes existentes - Distritos Centro Histórico, Itapagipe e Brotas - e implantadas
mais duas novas - Distritos Centro Histórico e Itapuã/Orla). Até setembro de 2021, existem cinco
equipes de CR com 1.727 PSR cadastradas.
A Figura 35 apresenta a caracterização de serviços do Projeto Girassóis de Rua em Salvador,
assim como a capacidade instalada e informações com dados atualizados até setembro de 2021.

Figura 35. Serviços do Projeto Girassóis de Rua


CONSULTÓRIO NA RUA - CR
Os CR, equipamentos que integram o componente Atenção Básica da Rede Psicossocial,
devem funcionar como porta de entrada preferencial do usuário no SUS e atender ao
princípio da integralidade do cuidado, ampliando o acesso à saúde da PSR, sendo
considerado serviço de referência para a população em condições de vulnerabilidade
social e com vínculos familiares fragilizados e/ou interrompidos.
Salvador tem 5 equipe de CR com 1.727 pessoas em situação de rua cadastradas até
setembro de 2021

UNIDADE DE ACOLHIMENTO ADULTO - UAA


A UA oferece acolhimento voluntario e cuidados contínuos para pessoas maiores de 18
(dezoito) anos, de ambos os sexos, com necessidades decorrentes do uso de crack,
álcool e outras drogas, em situação de vulnerabilidade social e familiar, e que
demandem acompanhamento terapêutico e protetivo. O acolhimento desses usuários é
definido exclusivamente pelas equipes dos CAPS de referência e a UAA deve funcionar
de forma articulada com a Atenção Básica, sendo o CAPS responsável pela indicação do
acolhimento, acompanhamento, planejamento da saída (em parceria com a UAA), e
seguimento do cuidado, bem como participação, de forma ativa, da articulação
intersetorial para promover a reinserção do usuário na comunidade.
Destinadas a pessoas atendidas no CAPS (DS Itapagipe)

PONTO DE CIDADANIA
O Ponto de Cidadania, serviço destinado a atender às necessidades prementes para
melhoria das condições de vida de PSR, geralmente usuários de substâncias psicoativas
e com trajetórias de vida marcadas por violências, visa garantir a longitudinalidade do
cuidado, a partir de intervenções conjuntamente construídas com os usuários
assistidos. Entre as ações previstas, estão o encaminhamento e acompanhamento aos
serviços do SUS, SUAS e assistência jurídica, com escutas qualificadas, oficinas, acesso a
bens culturais, rodas de conversa e ações identificadas como demandas do assistido,
visando a garantia de acesso a rede de cuidados e da sua cidadania.

Em março de 2021, o município celebrou contrato com uma Organização Social para
implantação do projeto Girassóis de Rua, um serviço multiprofissional para atuação em territórios com
maior densidade demográfica de PSR e/ou usuários de substâncias psicoativas do município do
Salvador, com perfil de Atenção Primária à Saúde e Rede de Atenção Psicossocial, sendo constituído

266
pelos seguintes serviços: Consultório na Rua (CR)89; Unidade de Acolhimento Adulto (UAA)90; e
Ponto de Cidadania.
2.6.2.10. Atenção à Saúde Bucal
A Rede de Atenção em Saúde Bucal (RASB) de Salvador está estruturada com pontos na APS,
em UBS com ou sem Estratégia de Saúde da Família (ESF) por meio da atuação das Equipes de Saúde
Bucal (ESB) e na atenção especializada, através dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO).
Na Atenção Primária à Saúde registra-se um crescimento de 30,09% na cobertura de saúde
bucal no período de 2015 a 2020 (Gráfico 193). Sendo que, em 2020, o município alcança a cobertura
de 36,05% de saúde bucal na APS, ofertada por 302 ESB distribuídas em 109 UBS com ESF e 36 UBS
sem ESF.

Gráfico 193 - Cobertura de saúde bucal na atenção primária à saúde. Salvador/BA, 2015-2020.

36,60% 36,05%
27,71% 32,52%
27,27%
25,68%

2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: eGestor /MS.

A RASB de Salvador encontra-se distribuída nos 12 DS, cuja cobertura de SB varia de acordo
com sua base populacional e equipamentos de saúde instalados. Observa-se um incremento na
cobertura de SB em todos os DS, entretanto os DS de Itapagipe, Barra/Rio Vermelho, Liberdade,
Brotas e Centro Histórico possuem cobertura abaixo de 20%.

Tabela 84 - Cobertura de Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família por Distrito Sanitário. Salvador/BA,
2017 e 2020.
Distrito Sanitário 2017 2020
Centro Histórico 14,98% 17,80%
Itapagipe 6,22% 9,84%
São Caetano/Valéria 34,60% 60,86%
Liberdade 5,89% 16,04%
Brotas 13,83% 17,30%
Barra/Rio Vermelho 11,89% 15,10%
Boca do Rio 14,16% 32,91%

89
Portaria nº 1.255, de 18 de junho de 2021, dispõe sobre as diretrizes de organização e funcionamento das
equipes de Consultório na Rua e os critérios de cálculo do número máximo de equipes de Consultório na Rua,
por município e Distrito Federal, por meio da alteração da Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 28 de
setembro de 2017.
90
Unidade de Acolhimento Adulto (UAA) é um serviço definido pela Portaria de Consolidação n°3, de 03 de
outubro de 2017. O tempo de permanência de cada usuário na UAA deverá estar previsto no Projeto Terapêutico
Singular, tendo como parâmetro o limite de seis meses. Este serviço deverá funcionar 24 (vinte e quatro) horas,
7 (sete) dias da semana.

267
Itapuã 31,93% 56,23%
Cabula /Beiru 21,97% 35,64%
Pau da Lima 16,14% 43,86%
Subúrbio Ferroviário 42,95% 58,57%
Cajazeiras 36,23% 48,26%
Fonte: SMS/DAS/SB

Para operacionalizar a cobertura ofertada nos DS em 2020, o município dispõe de 357


consultórios odontológicos, dos quais 308 encontram-se em UBS com ESF e 49 em UBS sem ESF. A
distribuição dos consultórios por tipo de UBS segundo DS está descrita na Tabela 85.

Tabela 85 – Consultórios Odontológicos por tipo de UBS e Distrito Sanitário. Salvador/BA, 2020.
Consultórios Odontológicos
Distrito Sanitário
UBS com ESF UBS sem ESF Total
Barra/Rio Vermelho 16 3 19
Boca do Rio 13 2 15
Brotas 11 5 16
Cabula /Beiru 43 9 52
Cajazeiras 24 2 26
Centro Histórico 4 4 8
Itapagipe 5 3 8
Itapuã 45 3 48
Liberdade 9 4 13
Pau da Lima 30 9 39
São Caetano/Valéria 49 3 52
Subúrbio Ferroviário 59 2 61
Total 308 49 357
Fonte: SMS/DAS/SB

No que se refere aos procedimentos odontológicos previstos no âmbito da APS, observou-se


um crescimento na produção entre os anos de 2015 a 2019, seguido de uma redução no ano de 2020
(Gráfico 194).

Gráfico 194- Procedimentos odontológico total. Salvador/BA, 2015-2020.

55.294

28.816
23.628 27.013
12.885
7.363

2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SISAB.

268
Embora a quantidade de procedimentos odontológicos possa demonstrar a utilização do
serviço, a saúde bucal na APS conta com indicadores comumente utilizados como instrumentos de
gerenciamento para mensurar a realidade: primeira consulta odontológica programática, média de ação
coletiva de escovação supervisionada, média de atendimento de urgência na APS, proporção de
exodontia e mais recentemente em função do Previne Brasil foi adicionado como um indicador de
desempenho a proporção de gestante com atendimento odontológico realizado.
Em relação a primeira consulta odontológica programática foi observado uma curva
ascendente que atingiu o pico em 2019, com 2,42%, e um declínio em 2020 (0,74%). Cabe assinalar
que esse indicador é preconizados pelo MS para avaliar o acesso da população aos serviços
odontológicos para assistência individual no âmbito do SUS, cuja meta é atingir ao menos 15% por
ano. Espera-se a ampliação do acesso à demanda programada e a diminuição dos problemas bucais a
partir da elaboração e execução de um plano preventivo-terapêutico estruturado através da
avaliação/exame clínico odontológico (BRASIL, 2012d).

Gráfico 195- Primeira consulta odontológica programática. Salvador-BA, 2015-2020.

3,00%

2,50% 2,42%

2,00%
1,56%
1,50%
1,34%
1,00% 1,00%
0,74%
0,50%
0,48%
0,00%
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: eGestor AB/SISAB

Quanto ao indicador de média da ação coletiva de escovação dental supervisionada, Salvador


apresenta queda a partir do ano de 2015 (Gráfico 196). Alguns fatores podem estar relacionados com
os resultados apresentados, um desses se deve a questão da mudança do Sistema de informação na
APS. No município ocorreu um atraso na transição do sistema e até meado do ano de 2019 as Equipes
de Saúde Bucal ainda preenchiam de forma manual o Boletim de Produção Ambulatorial (BPA),
instrumento que alimentava outro sistema de informação, fato que pode ter prejudicado a informação
dos dados. Em 2020, devido ao contexto da pandemia, as atividades coletivas foram suspensas e
impactou diretamente esse indicador, embora o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) já tenha sido
implantado.

269
Gráfico 196– Média da ação coletiva de escovação dental supervisionada. Salvador/BA, 2015-2020.

0,85%

0,63%

0,57% 0,50%

0,18%

0,01%
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SIA-SUS; SISAB; IBGE.

A análise da média de atendimentos de urgência na atenção básica do município de Salvador


demonstrou uma estabilidade até o ano de 2018, quando começou a diminuir até atingir o percentual
de 0,34% em 2020 (Gráfico 197). Este indicador auxilia no planejamento da equipe de Saúde Bucal,
permitindo que ela avalie a demanda de urgência de sua área de abrangência e planeje melhor seu
processo de trabalho para acolhimento adequado (BRASIL, 2015).

Gráfico 197– Média de atendimento de urgência na APS. Salvador/BA, 2015-2020.

1,56%
1,34%
1,24% 1,36%

0,93%

0,34%

2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: eGestor AB/SISAB.


A proporção de exodontia91 em relação às ações odontológicas básicas individuais passou a
ser considerado como um indicador complementar em 2005, através da Portaria GM/MS n. 21 (Brasil,
2005). Nesse indicador, é possível observar que o município vem apresentando estabilidade com
tendência de aumento em 2019 (12,60%) e um decréscimo em 2020 (9%) (Gráfico 198). Cabe assinalar
que a meta estabelecida pelo município deve ser menor ou igual a 10%.

91 Mede a porcentagem das exodontias dentárias em relação aos procedimentos realizados, refletindo o volume de práticas mutiladoras em
relação às restauradoras, e consequentemente, a qualidade do tratamento odontológico ofertado. Portanto, percentuais menores indicam que
a prevenção e restaurações são mais realizadas em detrimento de extrações (BRASIL, 2005).

270
Gráfico 198- Proporção de exodontia em relação aos demais procedimentos clínicos odontológicos.
Salvador/BA, 2015-2020.

12,60%
11,53%
9,79% 9,80%
9%
8,68%

2015 2016 2017 2018 2019 2020


Fonte: Sistema Vida/SMS

Ademais, cabe destacar o registro dos principais agravos assistidos pela APS. Dor de dente e
alterações em tecidos moles lideram os atendimentos das ESB (Gráfico 199).

Gráfico 199- Principais agravos assistidos pela ESB na APS. Salvador/Ba, 2015-2020.

8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Abcesso dento alveolar 187 268 413 507 931 901
Alteração em tecidos moles 250 556 735 852 1.854 1.433
Dor de dente 1.117 2.353 3.215 3.701 6.627 7.265
Fenda/fissuras lábio palatais 13 7 20 18 34 8
Fluorose dentária mod./severa 36 28 14 23 75 37
Traumatismo dento alveolar 59 110 195 175 316 245

Fonte: SISAB

Na atenção especializada, o município conta com seis Centros de Especialidades Odontológica


(CEO) com 44 consultórios que ofertam serviços de prótese dentária, periodontia, endodontia, cirurgia
oral, estomatologia, odontopediatria e atendimento voltado a Portadores de Necessidades Especiais.
Os pacientes com cardiopatia e os portadores de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) recebem
atendimento pelas equipes de saúde bucal implantadas no Multicentro Adriano Pondé e no Serviço
Municipal de Assistência Especializada (SEMAE).
Em relação às consultas especializadas realizadas nos CEO, o município tem produzido a
média de 28.956,5 consultas/ano, com um pico de 47.948 consultas no ano de 2019, seguido de uma
queda de 47% em 2020 em decorrência da pandemia da COVID-19.

271
Gráfico 200– Número de consultas na atenção especializada realizada nos Centros de Especialidade
Odontológica. Salvador/Ba, 2015-2020
60000
47948
50000
40000
28812 26442
30000 22825 25359
22353
20000
10000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: SIA-SUS

No que tange ao número de procedimentos realizados no CEO por tipo de especialidade,


observou-se que em todo o período analisado o número de procedimentos básicos e de periodontia
foram os mais realizados quando comparado com procedimentos de imagem, cirurgia, endodontia e
prótese. Em 2020, nota-se um declínio em todos os procedimentos (Gráfico 201).

Gráfico 201 – Número de procedimentos nos CEO por tipo de especialidades. Salvador/Ba, 2015-2020.

45000
40000
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
PROCEDIMENTOS BÁSICOS 25696 24067 32010 25961 27059 11812
PROCEDIMENTOS DE PERIODONTIA 32737 28350 39187 28528 23254 11676
PROCEDIMENTOS DE ENDODONTIA 2242 2011 2570 2450 2269 1212
PROCEDIMENTOS DE IMAGEM 14358 11083 13740 11847 11050 2900
PROCEDIMENTOS DE CIRURGIA 8152 7541 7864 5040 4584 2461
PROCEDIMENTOS DE PRÓTESE 3460 2075 842 1229 3854 3072

Fonte: SIA-SUS

Além disso, cabe destacar que o município de Salvador conta com Núcleo de Apoio a
Pacientes Especiais – NAPES em todos os CEO. No período de 2015 e 2019 é possível notar uma
tendência de crescimento com poucas variações entre um ano e outro. Em 2020, por conta do cenário
pandêmico, houve uma queda de mais de 50% no número de consultas em relação ao ano anterior
(Gráfico 206).
O Serviço Municipal de Assistência Especializada (SEMAE) incorporou assistência
odontológica para pacientes portadores de IST a partir do ano de 2017. Em 2020, no entanto, o número
total de procedimentos realizados apresentou uma queda significativa em relação a 2019, tendo como
principal motivo a situação global de pandemia que impactou de forma direta na oferta de serviços

272
odontológicos e por isso os tratamentos eletivos odontológicos para este público foram
desaconselhados pelos órgãos sanitários uma vez que as ISTs em muitos casos causam
imunossupressão, potencializando os riscos de contaminação desses pacientes.
O Multicentro de Saúde Adriano Pondé (Amaralina) acompanha os pacientes com enfermidades
cardiovasculares. O tratamento odontológico desses pacientes é relevante visto que muitos estudos
clínicos apontam que periodontite crônica do tipo grave pode altera o perfil lipídico e ocasionar eventos
coronarianos graves, assim como a progressão da aterosclerose possui associação com a presença de
bactérias periodontais nas artérias torácicas e coronarianas (VIEIRA, 2014). Portanto, pacientes com
doenças cardiovasculares devem passar frequentemente por avaliação odontológica.
No período analisado, observa-se a média de 3.289 consultas realizadas por ano, com redução
em 2020 devido a pandemia da COVID-19.

Gráfico 202– Número de consultas realizadas à pacientes do NAPES, SEMAE e Multicentro de Saúde.
Salvador/Ba,2015-2020
6000 5626
4980
5000
4225
3955 4006 3880
4000 3671
3458
3000
2822
3000 2640
2314
2079
2000
1034
1000 598
263
0 0
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020

NAPES SEMAE Multicentro de Saúde

Fonte: SIA-SUS

Dentre os procedimentos realizados em pacientes especiais, observa-se que no ano de 2015


houveram 14.651 procedimentos dos quais o maior percentual (60,51%), correspondeu aos
procedimentos básicos, que incluem restaurações de dentes decíduos e permanentes, aplicação tópica
de flúor, acesso a polpa dentária (urgências), dentre outros. Destacaram-se, também, os procedimentos
especializados de periodontia (36,78%). Procedimentos cirúrgicos corresponderam a apenas 1,46%, o
que evidencia um cenário de significativa sobreposição dos procedimentos reabilitadores em
detrimento dos mutiladores, que é o objetivo da oferta de saúde bucal no município (Gráfico 203).
Em 2016 esse cenário foi ampliado com um incremento de 3,56% no total de procedimentos
básicos, somando 64,07% (7.546) e como consequência a redução para 0,67% (79) nos procedimentos
cirúrgicos. Já em 2020 foram realizados um total de 4.303 procedimentos, demonstrando uma queda
de 70,62% em relação a 2015 que são justificados por conta do cenário pandêmico que impactou
diretamente os serviços e refletiu na oferta de atendimentos (Gráfico 203).

273
Gráfico 203– Número de procedimentos totais realizados nos Centros de Especialidade Odontológica pelo
Núcleo de Apoio à Pacientes Especiais - NAPES. Salvador-Ba,2015-2020
10000
9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
PROCEDIMENTOS BÁSICOS 8866 7546 8732 5077 5038 2253
PROCEDIMENTOS DE PERIODONTIA 5390 3907 6993 5542 3892 1896
PROCEDIMENTOS DE ENDODONTIA 0 0 0 2 2 1
PROCEDIMENTOS DE IMAGEM 180 243 240 140 201 59
PROCEDIMENTOS DE CIRURGIA 215 79 171 98 36 28
PROCEDIMENTOS DE PRÓTESE 0 1 1 6 24 66

Fonte: SIA-SUS

Na atenção às urgências e emergências, o município conta com a Unidade de Atendimento


Odontológico (UAO), em regime de 24 horas e com o Centro Municipal Odontológico da Liberdade
(CEMOL), em regime de 12 horas. Além destas, dez Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e um
Pronto Atendimento (PA) contam com equipe de saúde bucal implantadas. Assim, a RASB do
município possui na atenção especializada 63 consultórios odontológicos distribuídos nesses
equipamentos de saúde.
Em relação aos procedimentos odontológicos de urgência, observa-se a partir de 2016 um
aumento na produção da UPA e PA e um decréscimo na UAO, provavelmente relacionado a
descentralização do serviço de urgência e emergência no território de Salvador (Gráfico 204).

Gráfico 204 – Número de consultas por unidades de urgência. Salvador/Ba, 2015-2020.

45000
40000 38340
34116
35000
30062
30000 26436
25000 23011 23342 2235422090
20298
20000 17.449

15000 11529
10000 7767

5000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020

UPA e PA 2 UAO

Fonte: SIA-SUS.

274
2.6.3. Serviços de Apoio Diagnóstico e Terapêutico
2.6.3.1. Laboratório Municipal
O Laboratório Central de Salvador, equipamento localizado no Complexo Municipal de
Vigilância à Saúde, realiza exames nas áreas de hematologia, microbiologia, bioquímica, uroanálise,
dosagens hormonais, imunologia e parasitologia, com o intuito de auxiliar o diagnóstico e o
monitoramento dos agravos à saúde pública (HIV, hepatites, sífilis e tuberculose, dentre outros) e das
doenças crônicas (diabetes, doença renal, doença falciforme, etc.), e, atualmente, conta com o apoio
de 70 Postos de Coleta distribuídos nas unidades de rede própria.
No período de 2015 a 2020, foram realizados 11.163.382 procedimentos laboratoriais, sendo
1.880.146 em 2020, o que corresponde a uma redução de 11,8% quando comparado ao ano de 2019
(Gráfico 205), déficit associado à pandemia de Covid-19 enfrentada pelo município desde março de
2020.

Gráfico 205. Procedimentos de Patologia Clínica realizados pelo Laboratório Central de Salvador-BA, 2015 a
2020.
2.500.000
2.130.703
1.997.962 1.955.060
2.000.000 1.880.146
Nº de procedimentos

1.668.362
1.531.149
1.500.000

1.000.000

500.000

0
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: LISNET /SMS

Considerando o número de consultas médicas para a população em geral, que varia entre 2 e 3
consultas/habitante/ano, conforme parâmetros assistências na Portaria GM nº 1.631/2015, e a
população estimada do município de Salvador em 2020, pressupõe-se que o número de procedimentos
diagnósticos de patologia clínica por consultas médicas SUS/ano é de aproximadamente 0,37. Ressalta
se que, de acordo com os indicadores básicos para a saúde no Brasil, em 2005 a média para a região
nordeste era de 0,69 procedimentos / consultas médicas / ano (RIPSA, 2008).
No período de 2015 a 2020, foram realizados 14.173 testes sorológicos para o diagnóstico das
arboviroses (dengue, zika e chikungunya) (Gráfico 206). A identificação para a confirmação de caso
de doença por isolamento viral permanece sob a competência do LACEN Estadual.

275
Gráfico 206. Procedimentos laboratoriais para diagnóstico das arboviroses, Salvador-BA, 2015 a 2020.
7.000
6.000
5.000
Nº de exames

4.000
3.000
2.000
1.000
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
1.755 1.755 594 1.227 351 3.905 6.341

Fonte: LISNET/SMS

Em relação ao Programa de Controle da Tuberculose, no período de 2015 a 2020, foram


realizados 59.5547 procedimentos para o diagnóstico e controle da tuberculose, sendo 10.508
Baciloscopias de Diagnóstico, 13.194 Baciloscopias de Controle de Tratamento, 9.245 culturas para
BK e 26.610 Testes Rápidos Moleculares para tuberculose (Tabela 86).

Tabela 86. Procedimentos laboratoriais do Programa de Controle da Tuberculose, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Procedimento 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Baciloscopia de diagnóstico 1.365 4.747 1.593 912 1.047 844
Baciloscopia de controle de 1.546 3.299 1.883 2.158 2.136 2.172
tratamento
Cultura para tuberculose 1.612 2.661 1.035 1.265 1.343 1.329

Teste Rápido Molecular para 3.709 2.365 4.408 6.063 5.942 4.123
Tuberculose
Total 8.232 13.072 8.919 10.398 10.468 8.468
Fonte: LISNET/SMS

Para o diagnóstico de HIV, Hepatites e Sífilis, foram realizadas, no período de 2015 a 2020,
121.869 sorologias para HIV, 325.441 para marcadores de Hepatite B, 10.057 para Hepatite A,
126.148 para Hepatite C e 157.735 para Sífilis (teste treponêmico) (Tabela 87). Durante esse mesmo
período, o Laboratório Central de Salvador também participou de campanhas com a execução da
testagem rápida para HIV, Sífilis e Hepatites B e C (Fique Sabendo – Carnaval, Saúde do Homem,
Projeto Eu Abraço – Olimpíada, Campanha de prevenção a Hepatites Virais e Parada Gay) com o
objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce das infecções
sexualmente transmissíveis (ISTs), viabilizar o início do tratamento para as pessoas com resultados
positivos, além de alertar sobre a importância da prevenção durante as relações sexuais. Foram
realizados 42.928 testes.

Tabela 87. Procedimentos laboratoriais do Programa de HIV, Hepatites e Sífilis, Salvador-BA, 2015 a 2020.
Ano HIV Sífilis Hepatite B Hepatite C Hepatite A
2015 16.842 21.484 38.832 15.500 822
2016 19.608 25.153 50.110 19.239 522
2017 21.169 28.259 57.947 21.954 1.580
2018 17.166 23.717 52.401 19.080 1.808
2019 22.790 29.793 64.622 25.127 2.393
2020 24.294 29.329 61.529 25.248 2.932

276
Total 121.869 157.735 325.441 126.148 10.057
Fonte: LISNET/SMS

Com a realização do 1º Censo de Portadores da Doença Falciforme no município de Salvador


em 2019 (Tabela 88), houve uma intensificação da realização do exame eletroforese de hemoglobinas,
que é o exame utilizado para o diagnóstico desse agravo, sendo observado um aumento na oferta desse
procedimento a partir da estratégia utilizada em 2019.

Tabela 88. Procedimentos de Eletroforese de hemoglobinas, Salvador-BA, 2015 a 2020.


Ano Nº de exames de Eletroforese de hemoglobinas
2015 6.638
2016 5.963
2017 7.705
2018 6.289
2019 9.367
2020 9.582
Total 43.544
Fonte: LISNET/SMS

2.6.3.2. Assistência Farmacêutica


O modelo atual de gestão da Assistência Farmacêutica de Salvador foi estruturado em blocos de
gestão, os quais compreendem eixos de macroprocessos estratégicos que se dividem em: Coordenação,
Comunicação, Informação e tecnologia, Suprimentos, Programas de Medicamentos, Judicialização,
Educação Continuada e Gestão do Medicamento. Estes foram fundamentados a partir das diretrizes
da Política Nacional da Assistência Farmacêutica, de modo a atender as necessidades dos usuários
pelos serviços de farmácia.
Ao longo dos anos, observa-se ampliação do número de farmácias concomitante a expansão da
cobertura da atenção básica. Nota-se um crescimento de 48% no período analisado de 2016 a 2020. A
maioria das farmácias estão sob gestão municipal (186) e 36 unidades são em parceria com outros
estabelecimentos de saúde.

Tabela 89. Número de farmácias por ano, Salvador-BA, 2016-2020.


Ano 2016 2017 2018 2019 2020
Farmácias 150 152 160 173 222
Fonte: SMS/DAS.

As farmácias estão distribuídas nos 12 Distritos Sanitários, entre os diversos níveis de atenção
à saúde, a saber: 44 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 106 Unidade de Saúde da Família (USF), 06
farmácias (prefeitura bairro), 03 Centros de Saúde Mental, 16 CAPS Adulto, 1 CAPS infantil, 01
CAPS Álcool e Drogas, 04 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) gestão própria, 01 PA
Psiquiátrico, 01 Unidade Dispensadora de Medicamentos Antirretrovirais (UDM), 02 Serviços de
Atenção Especializada (SAE) São Francisco e Marymar Novais e 01 Serviço Municipal de Assistência
Especializada (SEMAE), além de farmácias parceiras (ADAB, CEDAP, CEMOL, Central Médica
Penitenciária, Lar Harmonia, HCT e Abrigo Salvador), as quais utilizam o Sistema Vida+ como
ferramenta para gestão, controle e dispensação de medicamentos.
A atuação do farmacêutico na Saúde Pública se divide entre atividades técnico-gerenciais
(logística do medicamento, gerenciamento de estoque, etc) e ações técnico-assistenciais (gestão clínica
do medicamento, centrada no paciente, contribuindo para efetividade da farmacoterapia, além de
promover o uso racional do medicamento).

277
A série histórica de inclusões de farmacêuticos na rede demonstra que houve uma redução de
2,68% ao longo dos últimos anos. Este número de farmacêuticos ainda é incipiente para uma população
do tamanho de Salvador. Ademais, o Censo Demográfico farmacêutico realizado em 2014 pelo ICTQ
revelou que a Bahia estava em 21° lugar no ranking com o percentual de 0,83 farmacêuticos para 2
mil habitantes, quando a média nacional foi de 1,76 farmacêuticos e o Espírito Santo liderando a
posição com quase 3 farmacêuticos a cada 2 mil habitantes. A cobertura efetiva da Assistência
Farmacêutica em Salvador é menor que 1 por 2 mil habitantes, o que se aproxima da média da Bahia
citada no estudo.

Gráfico 207. Número e cobertura de farmacêutico (por 2000 hab.) na rede municipal. Salvador/BA, 2015-
2020.
140 0,09%
0,08% 0,08% 0,08% 0,08%
120 0,07% 0,07%
119 109 0,07%
100 112 0,06% 105
105

Por 2000 hab


0,06%
96
80 0,05%
60 0,04%
0,03%
40
0,02%
20 0,01%
0 0,00%
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Farmacêuticos Cobertura

Fonte: SMS/DAS.

Na última avaliação participativa da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), foi


relatado que na região Nordeste foi identificado o menor crescimento no número de farmacêuticos da
atenção básica, em relação a todas as demais regiões (45% em uma década). Nesta região, os
participantes da avaliação da PNAF registraram falta de reconhecimento deste profissional como
fraqueza e a atuação de outros profissionais na realização de serviços do âmbito privativo do
farmacêutico como ameaças relacionadas à PNAF (LEITE, 2017). Atualmente, a SMS possui 225
auxiliares atuantes no serviço de farmácia da rede municipal. A Coordenação de Assistência
Farmacêutica procede com o treinamento destes profissionais para atuação nas farmácias.
Em 2020, a capital baiana foi um dos municípios selecionados pelo Ministério da Saúde para
estruturação do projeto FARMÁCIA VIVA que contou com a parceria da Coordenação de Assistência
Farmacêutica (SMS) e Faculdade de Farmácia da UFBA. No total, serão investidos R$ 810.000,00
durante 3 anos. Desta forma, as atividades do projeto FARMÁCIA VIVA de Salvador estarão voltadas
para promover a adoção de boas práticas de cultivo, beneficiamento de plantas medicinais e de
produção de drogas vegetais e medicamentos fitoterápicos manipulados.
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica92 (CBAF) destina-se à aquisição de
medicamentos e insumos, incluindo aqueles relacionados a agravos e programas de saúde específicos,
no âmbito da Atenção Básica à Saúde, isto é, doenças de alta prevalência que acometem a população
e que necessitam de cuidados de baixa complexidade tecnológica. Estabelece uma lista de
medicamentos através de pactuação na Comissão Intergestora Tripartite, com a participação das três
esferas de gestão.
Com relação a oferta de medicamentos da REMUME disponibilizados nas farmácias do
município, no período de 2015 a 2020, houve um crescimento de 7,4% (Gráfico 208), porém Salvador

92
O CBAF é regulamentado pela Portaria GM/MS nº 1555/13 e o uso é norteado pelo Formulário Terapêutico
Nacional (FTN) e pelos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), definidos pelo Ministério da
Saúde.

278
não tem alçado a meta de 75%, definida na Programação Anual de Saúde – PAS 2018 a 2021. Vários
fatores impactam na cadeia de suprimentos, tais como: fracasso em alguns processos de compra, atraso
na entrega de medicamentos por parte de alguns laboratórios e aumento no valor do dólar.

Gráfico 208. Percentual de oferta de medicamentos da REMUME disponível nas farmácias da rede municipal.
Salvador/BA, 2015-2020.
74 72,8
72
72
70 68
68 67,04
66
63,8
64 62,83
62
60
58
56
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: RAG 2015 a 2020.

Em 2015, o principal problema com o mercado afetou a produção de antimicrobianos, devido à


dificuldade de obtenção/importação de matéria-prima (fechamento de fábrica), resultando em alguns
processos licitatórios fracassados (desinteresse dos fornecedores em participar do certame) por preço
acima do valor referencial, a exemplo da Penicilina G Benzatina, cujo preço foi majorado em mais de
15 vezes pela única fabricante no Brasil.
O aumento nas solicitações para prorrogação de prazos de entrega e cancelamentos de empenhos
de medicamentos por falta de previsão de produção da indústria farmacêutica nacional (que não tem
acompanhado a demanda atual de Estados e Municípios) também contribuiu sobremaneira para as
faltas de medicamentos neste ano, o que refletiu diretamente no percentual de 67,04%. Relaciona-se a
seguir, alguns dos itens que estiveram em falta na rede: Acarbose, Benzilpenicilina Benzatina,
Levodopa + Benserazida, Clonidina 0,100mg, Cefalexina, Cefalotina, Sulfato Ferroso, Carbonato de
Cálcio + Vitamina D, Sinvastatina, Ácido Fólico gotas, Ácido Valpróico, Adrenalina e Pipotiazina.
Em 2016, o repasse anual da contrapartida estadual referente ao CBAF foi de 57,15%,
insuficiente para atender a demanda. Ademais, a crise econômica que se deu desde 2015 afetou a oferta
de medicamentos (63,8%) nesse ano. No exercício de 2017, o grau de cumprimento da meta foi de
84%, com um abastecimento regular, o qual foi mantido ao longo do ano, mesmo com as faltas pontuais
de alguns medicamentos, tais como: Levodopa+benserazida(100+25)mg comp., Levodopa +
benserazida (200+50) mg comp., Mirtazapina 30mg comp., Risperidona 1 mg comp. e
Trifluoroperazina 5 mg comprimido.
No ano de 2018, o impacto principal foi no fornecimento da insulina regular humana e
fenoximetilpenicilina. O desabastecimento destes itens pelo Ministério da Saúde foi pontuado como
decorrente de atrasos da empresa que assumiu o compromisso de recolhimento e substituição dos
frascos vencidos dos estoques do MS.
Em 2019, foi disponibilizado 72,8% dos medicamentos previstos na REMUME para as
Farmácias Básicas, o que corresponde a 97% da meta. Quanto aos grupos de medicamentos
disponibilizados, destacam-se Saúde Mental (82,4%), Hipertensão e Diabetes (72,8%) e Urgência e
Emergência (72%). Entretanto, alguns medicamentos apresentaram desabastecimento, a exemplo da
metildopa comprimido 250 mg, clonazepam solução oral gotas 2,5 mg/mL, levodopa + carbidopa
comprimido (250 + 25) mg e Prazinquantel 600mg comprimido.
Em 2020 foram disponibilizados 72% dos medicamentos da Atenção Básica nas Farmácias da
Rede. Quanto aos grupos de medicamentos disponibilizados destacaram-se os medicamentos

279
pertencentes ao elenco de Saúde Mental (83,42%), Hipertensão e diabetes (74,03%) e Urgência e
emergência (71,52%), todos estes com valores superiores ou próximos da meta programada. Alguns
medicamentos apresentaram desabastecimento durante o ano, a exemplo do medicamento amiodarona
200 mg, loratadina 10 mg, atenolol 50 mg, cefalexina 500mg, mirtazapina 30 mg, prolopa BD,
neomicina/bacitracina pomada, isossorbida 10mg, metoclopramida gotas, carvedilol 25 mg, aciclovir
50 mg/g creme, ácido ascórbico 200 mg/ml solução oral, cetoconazol 20 mg/g creme, ranitidina 150
mg, digoxina 0,25 mg, prednisona 5 mg, levotiroxina 25 mcg, dentre outros.
Embora mantidas as medidas habituais para garantir a regularidade do abastecimento da rede,
alguns fatores continuaram como óbice além da Pandemia pela COVID-19, que direcionou esforços
para a compra de medicamentos de uso restrito em ambiente hospitalar para suporte ao tratamento,
embora a procura mundial de muitos destes insumos (materiais/medicamentos) durante a pandemia,
tenha sofrido com a restrição da oferta dos mesmos, além de preços elevados.
O Programa Farmácia Popular do Brasil93 (PFPB) foi lançado em caráter complementar às
demais ações executadas no campo da assistência farmacêutica. O objetivo do Programa era ampliar
o acesso da população a medicamentos considerados essenciais, garantindo a universalidade do acesso,
com foco nos usuários do sistema privado de saúde que porventura não conseguissem adquirir seus
medicamentos e também diminuir o impacto causado pelos gastos com medicamentos no orçamento
familiar.
Além das parcerias com Estados e Municípios, em 2006, o Programa foi ampliado através de
parcerias com farmácias e drogarias privadas, tendo o nome alterado para “Aqui Tem Farmácia
Popular” (BRASIL, 2004). O Programa foi encerrado em 2017, com o fim do repasse de manutenção
de R$ 12.500,00 às unidades da Rede Própria do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) e fim
da operacionalização das unidades pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
No período de atividade do PFPB, era responsabilidade da gestão municipal o pagamento do
aluguel dos espaços em que funcionavam as 17 farmácias em Salvador, que se deu no período de 2004
a 2017. Com o fechamento das farmácias, a SMS recebeu medicamentos, mobiliários e equipamentos
em caráter de doação para distribuição nas farmácias da rede. A extinção do PFPB ampliou a verba
enviada aos municípios para compra de medicamentos, passando de R$ 5,10/habitante/mês para R$
5,58/habitante/mês, todavia, este aumento ainda está aquém das necessidades atuais dos municípios
brasileiros, inclusive Salvador. Sendo necessário um incremento financeiro para aquisições de
medicamentos com intuito de garantir a oferta regular de medicamentos.
A integralidade da atenção à saúde é um princípio que requer também a interação das ações e
serviços existentes no SUS. Um dos avanços proporcionados pelo SUS foi a incorporação da
fitoterapia através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e da
Política Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico (PNPMF). Nesse contexto foram incluídos 12
medicamentos fitoterápicos industrializados na RENAME de 2014, o que favoreceu a inserção da
fitoterapia no elenco do Componente Básico, inclusive Salvador disponibiliza 05 medicamentos
fitoterápicos nas farmácias básicas.
Nos medicamentos que compõem os Programas Estratégicos94 de Tuberculose e Hanseníase
observa-se fornecimento regular no período de 2018 a 2021. O quantitativo fornecido aos DS reflete
o número de casos ativos de tuberculose atendidos nas unidades de saúde. Os DS Subúrbio Ferroviário
e São Caetano/Valéria dispensaram o maior quantitativo de medicamentos utilizados no tratamento da
Tuberculose com esquema 4x1, em 2008. Nos anos subsequente, 2019 e 2020, o destaque foi no DS
Cabula/Beiru (Gráfico 209).

93
O PFPB foi regulamentado pelo Decreto Federal 5.090/2004.
94
Os medicamentos dos Programas Estratégicos têm aquisição centralizada pelo MS e são repassados aos
Estados, que através de suas secretarias de saúde, têm a responsabilidade pelo armazenamento e distribuição para
os municípios. Estes medicamentos compõem diversos programas, a saber, Controle da Tuberculose, Controle
da Hanseníase, DST/AIDS, Endemias Focais, Sangue e Hemoderivados, Alimentação e Nutrição, Controle do
Tabagismo, Influenza e Saúde da Criança.

280
Para o esquema 2x1 nota-se que em 2018 houve um elevado número de medicamentos
dispensados nos DS Cabula/Beiru, São Caetano/Valéria e Subúrbio Ferroviário. Em 2019 manteve-se
um aumento no número de dispensações para os DS Subúrbio Ferroviário, São Caetano/Valéria e
Liberdade. Em 2020, os DS de destaque foram São Caetano/Valéria, Subúrbio Ferroviário e Pau da
Lima (Gráfico 209).

Gráfico 209. Número de medicamentos dispensados para o tratamento de Tuberculose esquema 4x1 e 2x1 por
Distrito Sanitário. Salvador/BA, 2018-2020.
160.000

140.000

120.000

100.000

80.000

60.000

40.000

20.000

0
SÃO SUBÚR
BARRA CENTR
CABUL PAU CAETA BIO
/ RIO BOCA BROTA CAJAZ O ITAPA ITAPU LIBER
A/ DA NO / FERRO
VERM DO RIO S EIRAS HISTÓ GIPE Ã DADE
BEIRU LIMA VALÉR VIÁRI
ELHO RICO
IA O
2018 (ESQUEMA 4X1) 15.680 9.856 27.554 36.764 3.920 15.568 24.052 28.756 28.280 16.268 38.948 45.360
2019 (ESQUEMA 4X1) 49.392 42.952 41.748 151.816 39.116 42.588 73.920 69.244 86.380 82.152 120.316 108.388
2020 (ESQUEMA 4X1) 20.768 10.074 15.180 78.388 21.276 35.996 28.896 28.846 47.056 37.526 57.368 56.234
2018 (ESQUEMA 2X1) 28.896 10.780 26.180 104.356 41.580 56.392 45.108 42.112 62.804 48.328 64.288 70.336
2019 (ESQUEMA 2X1) 24.534 11.054 11.656 56.680 13.460 28.824 30.518 25.260 35.544 31.658 50.302 37.236
2020 (ESQUEMA 2X1) 35.840 20.580 26.908 134.932 31.808 50.764 57.652 41.776 57.596 58.576 71.736 62.804
DISTRITO SANITÁRIO

Fonte: SMS/Planilha interna de acompanhamento da Assistência Farmacêutica.

No tratamento da hanseníase, em 2018, a maior dispensação de medicamentos do esquema


paucibacilar ocorreu nos DS São Caetano/Valéria (87), Itapuã (80) e Subúrbio Ferroviário (70).
Enquanto que, em 2019, o destaque foi para o DS Subúrbio Ferroviário (144), Pau da Lima (82) e São
Caetano/Valéria (81). Em 2020, o maior fornecimento foi nos DS São Caetano, Liberdade e Pau da
Lima. Não há registro no banco de dados para o período de 2015 a 2017.
Quanto ao tratamento através do esquema paucibacilar infantil, em 2018, o DS São
Caetano/Valéria apresentou um elevado número de dispensação, seguido de Itapuã e Barra/Rio
Vermelho. Esse cenário modifica-se nos anos seguintes, quando os DS do Subúrbio Ferroviário e
Itapuã tiveram maior evidência em 2019, enquanto os DS de Itapuã e Pau da Lima se destacam em
2020. O DS Barra/RV só reduziu o número de dispensações em 2020. Não houve dispensações nos
DS de Brotas, Itapagipe e Liberdade nos anos de 2019 e 2020.
Quanto ao esquema multibacilar infantil, no ano de 2018, a dispensação foi expressiva nos DS
Itapuã, São Caetano/Valéria e Itapagipe. Mantendo-se elevado nos anos seguintes em Itapuã, São
Caetano/Valéria e Subúrbio Ferroviário. Para o esquema multibacilar adulto, o ano de maior impacto
foi 2018 que apresentou elevado número de fornecimento/dispensação nos distritos de Itapuã (709),
seguido do Subúrbio Ferroviário (349), Cabula Beiru (172). Na análise do período, os distritos de
Itapuã (450/284) e subúrbio ferroviário (221/237) são destaques na procura destes medicamentos,
respectivamente, nos anos 2019 e 2020.

281
Em se tratando dos medicamentos do programa de controle da hanseníase, no ano de 2020,
observa-se uma redução no fornecimento dos esquemas de tratamento causada pela irregularidade na
distribuição aos Estados pelo MS, especialmente para o esquema PQT MB Adulto. Ademais, nesse
mesmo ano, nota-se aumento no fornecimento do esquema multibacilar infantil nos DS de Itapuã e
São Caetano/Valéria, provavelmente por esse esquema ter sido usado, com adequações de doses, para
substituir a falta do esquema MB Adulto.
Em relação às solicitações de medicamentos via Processo Administrativo 95 nota-se um
crescimento no período de 2016 a 2019, com um pico no ano de 2018, em virtude do aumento de
pacientes oriundos do INSS que desejavam um oficio resposta com informações sobre o fornecimento
de medicamentos (Gráfico 210).

Gráfico 210. Número de processos de solicitações de medicamentos recebidas na Assistência Farmacêutica.


Salvador/BA, 2015-2020.
600
490
500
409
400 352
276 286
300
196
200 133 135
54 69 81 55
100 14 30 10
0
2016 2017 2018 2019 2020

Atendidos Atenção Básica Indeferidos

Fonte: SMS/Planilha interna de acompanhamento da Assistência Farmacêutica


Do total de solicitações recebidas, cabe registrar que a maioria foi atendida, com média de 73,50
no período de 2016 a 2020. Contudo, observa-se um crescimento nos processos indeferidos,
principalmente entre os anos de 2016 a 2018, seguido de redução. Ademais, a partir de 2017, o Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) passou a encaminhar pacientes a Coordenação de Assistência
Farmacêutica/SMS, a fim de se obter uma resposta oficial sobre o fornecimento de medicamentos
como parte do protocolo para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
De forma que, verifica-se um aumento no número de processos administrativos nesse período
comparado com 2016, cujo aumento reverbera no número das solicitações de medicamentos que são
fornecidos na rede, padronizados na REMUME. No ano 2020 é verificado um comportamento atípico
com um decréscimo no número de solicitações em virtude da pandemia pela COVID-2019.
Apesar da SMS disponibilizar acesso a alguns medicamentos fora da REMUME, através de
abertura de Processos Administrativos, o número de judicialização vem crescendo, inclusive para
demandas de medicamentos básicos. As ações judiciais tiveram um crescimento de 145,57% no
período de 2015 a 2020. Contudo o atendimento aos pleitos tem diminuído, o que pode estar
relacionado ao atendimento da ação por outro ente federativo, indeferimento por falta de documentos
médicos para iniciar o processo de aquisição.

95
As demandas dos processos administrativos podem ser estratificadas em: deferidas; indeferidas, que
contemplam as solicitações de medicamentos de responsabilidade do MS ou da SESAB (neste caso os usuários
são encaminhados para atendimento estadual) e requerimentos de medicamentos não pertencentes a RENAME
e nem a lista prévia de Processos SMS; e aquelas relacionadas aos medicamentos que são fornecidos na Atenção
Básica (neste caso os pacientes são direcionados para as farmácias da rede municipal de saúde).

282
Tabela 90. Número de Ações Judiciais recebidas e atendidas, Salvador-BA, 2015-2020
Ano 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ações recebidas 79 128 176 218 202 194
Ações atendidas 42 39 58 30 44 9
Fonte: SMS/Planilha interna de acompanhamento da Assistência Farmacêutica.

Cabe destacar que a Câmara de Conciliação de Saúde (CCS)96 busca mediar as dificuldades no
acesso à saúde, orientando os pacientes quanto a forma correta para acesso aos serviços de saúde ou,
caso não seja possível, as alternativas disponíveis no SUS. Atualmente, a Câmara conta com dois
farmacêuticos cedidos da SMS que tem atendido a média de 483,4 pacientes sob demanda judicial/ano.

Tabela 91. Número de pacientes sob demanda judicial atendidos pela assistência farmacêutica. Salvador/BA,
2016-2021.
Ano 2016 2017 2018 2019 2020
Pacientes 476 517 479 582 363
Fonte: SMS/Planilha interna de acompanhamento da Assistência Farmacêutica.

Como fruto dessas análises é possível identificar que os principais problemas da gestão
farmacêutica estão relacionados à infraestrutura das farmácias, a escassez de recursos humanos e a um
sistema de gestão de estoque ineficiente.
A maioria das farmácias da Rede Municipal não foram planejadas seguindo as normativas
estabelecidas pela RDC º 50/0297. Ademais, há algumas farmácias da rede que apresentam estruturas
físicas subdimensionadas que impedem o armazenamento de medicamentos em maior quantidade,
além de um quantitativo insuficiente de guichês, espaço físico pequeno e de difícil locomoção, sem
local de espera confortável para que os pacientes possam retirar os medicamentos, nem dispensador
com senhador para organização das filas, além da ausência de sala do farmacêutico para atendimento
individualizado.
Alguns Distritos Sanitários, como Subúrbio Ferroviário, São Caetano/Valéria, Boca do Rio,
Itapuã e Pau da Lima, não possuem dispensação de medicamentos sujeitos ao controle especial98,
devido à inadequação estrutural das farmácias e à ausência do profissional farmacêutico. Essa situação
leva o paciente a peregrinar na rede em busca de outras unidades, acarretando um desgaste físico,
emocional e financeiro devido aos custos de deslocamentos, além de sobrecarregar as farmácias que
dispensam estes tipos de medicamentos.
No tocante aos recursos humanos, o farmacêutico deve estar presente em todo horário de
funcionamento da farmácia99, contudo, observa-se em todos os distritos um quantitativo insuficiente
destes profissionais, implicando na ausência deste profissional em algum turno de funcionamento da
unidade. Essa situação agrava-se nas unidades que dispensam medicamentos da Portaria 344/98, nas
quais é obrigatória a presença do farmacêutico. Dessa forma, estes tipos de farmácias, dentro de CSM,
deveriam possuir no mínimo 03 farmacêuticos na equipe.

96
Instituída em 9 de setembro de 2015, a CCS é fruto de um Convênio de Cooperação entre a Prefeitura de
Salvador, Governo do Estado da Bahia, Tribunal de Justiça da Bahia, Ministério Público Estadual (MPE) e
Federal (MPF), Defensorias Públicas da União (DPU) e Estado (DPE), Procuradorias Geral do Estado da Bahia
(PGE) e do Município de Salvador (PGM-SSA) a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador e a Secretaria de
Saúde do Estado da Bahia (SESAB).
97 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos
físicos de EAS.
98
Portaria GM/MS Nº 344/98, aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a
controle especial.
99
Lei 13021/2014

283
Os Sistemas de Informação são importantes ferramentas na gestão de estoque e segurança de
processos. No período entre 2015 a 2017, o SISFARMA era o sistema utilizado para o controle de
estoque de medicamentos. No final de 2017 foi implantado o Módulo Farmácia do Sistema VIDA+.
Contudo, devido a constantes problemas relacionados a lentidão, desconexões, instabilidade, queda do
servidor, entre outros, a resolução dos problemas e as parametrizações do sistema são fundamentais a
gestão.

Gráfico 211. Número de pacientes atendidos nas farmácias da rede municipal de saúde. Salvador/BA, 2016 -
2020.
1.000.000 885.848
Quantitativo de Medicamentos

786.889 800.848
800.000 750.020

2016
600.000
459.483 2017
400.000 2018
200.000 2019
2020
0
2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Módulo Farmácia/Sistema Vida+/SMS.

Além disto, no período de 2015 a 2020, as farmácias da rede municipal dispensaram a média
de 170.637.499,7 medicamentos/ano do Componente Básico da RENAME (Gráfico 212), cujos 10
medicamentos mais dispensados nas farmácias da rede são: Losartana (50mg comp)., metformina (850
mg comp.), Sinvastatina (20 mg comp.), Hidroclortiazida (25 mg. comp.), Anldipino (5mg comp.),
omeprazol (20mg cápsula), Glicazida (30 e 60 mg comp.), Ácido acetilsalicílico (100mg
comp.),Glibenclamida (5mg comp.) e Carbamazepina (200mg comp.) (Gráfico 198), refletindo o perfil
epidemiológico onde há uma predominância de doenças crônicas não transmissíveis, como a
hipertensão arterial e o diabetes mellitus

Gráfico 212. Número total de medicamentos dispensados pelas farmácias da rede básica de saúde. Salvador/BA,
2015-2020
300.000.000
240.950.884
250.000.000
N° MEDICAMENTOS

211.000.098
200.000.000 182.574.037
144.166.847
150.000.000
127.423.250 117.709.882

100.000.000

50.000.000

0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
ANO

Fonte: Módulo Farmácia/Sistema VIDA+/SMS.

284
Gráfico 213. Média dos 10 medicamentos mais dispensados nas farmácias da rede. Salvador/BA, 2015-2020

LOSARTAN POTASSICO 50mg… 196.793.626


METFORMINA 850mg COMP 99.104.632
SINVASTATINA 20mg COMP 91.990.101
HIDROCLOROTIAZIDA 25mg… 86.067.122
ANLODIPINO, BESILATO 5mg… 81.500.963
GLICLAZIDA 30mg e 60mg COMP… 49.202.902
OMEPRAZOL 20mg COMP 47.266.524
ACIDO ACETILSALICILICO… 42.825.492
GLIBENCLAMIDA 5mg COMP 30.287.881
CARBAMAZEPINA 200mg COMP 29.198.121
- 100.000.000 200.000.000

Fonte: Módulo Farmácia/Sistema VIDA+/SMS.

Dos medicamentos utilizados no tratamento de Diabetes Mellitus verifica-se um aumento na


dispensação de Metformina (850 mg comp.), Glicazida (30mg e 60 mg comp.), Glibenclamida (5mg
comp.), e as insulinas NPH e Regular FA, em 2019 e 2020. Quanto às canetas aplicadoras de insulina
registra-se que estes dispositivos foram disponibilizados pelo MS a partir de 2019 (Gráfico 214).

Gráfico 214. Quantidade de medicamentos dispensados para tratamento de Diabetes Mellitus. Salvador/BA,
2015-2020.

Fonte: Módulo Farmácia/Sistema VIDA+/SMS.


Em relação aos 13 medicamentos disponíveis na REMUME para tratamento da Hipertensão
Arterial Sistêmica, a Losartana Potássica (50 mg comp.) foi a que teve maior dispensação, seguida da
Hidroclortiazida (25 mg comp.) e Anlodipino besilato (5mg comp.) no período analisado (Gráfico
215).

285
Gráfico 215. Quantidade de medicamentos dispensados para tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica pela
rede municipal de saúde. Salvador/BA, 2015-2020.
45.000.000
40.000.000
35.000.000
30.000.000
25.000.000
20.000.000
15.000.000
10.000.000
5.000.000
-

2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Módulo Farmácia/Sistema VIDA+/SMS.

Das ações desenvolvidas na gestão de medicamento, a farmacovigilância100 (FVG) é um


importante instrumento para o monitoramento da utilização de medicamentos na atenção básica,
atuando como um indicador objetivo da segurança e eficácia dos medicamentos e insumos
diagnósticos.
De acordo com a série histórica, os dados demostram que o quantitativo de eventos notificados
ainda é incipiente diante do número de unidades de saúde da rede municipal. Observa-se uma flutuação
no registro de queixas técnicas no período de 2015 a 20120. O mesmo comportamento apresenta-se
na notificação de reações adversas, que pode estar relacionado às peculiaridades que tal atividade
requisita, a disponibilidade de infraestrutura adequada para o desenvolvimento da prática clínica
farmacêutica, além de requisitos na formação do profissional farmacêutico para a notificação de
reações adversas. As suspeitas de Reação Adversa a Medicamentos (RAM) exigem uma descrição
minuciosa do evento adverso, o que requer o desenvolvimento da prática clínica farmacêutica.

Tabela 92. Número de queixas técnicas e reações adversas notificadas pelas Unidades Básicas de Saúde.
Salvador/BA, 2015-2020.
Ano 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Queixa
Técnica 35 3 2 5 0 11
Reação
Adversa 8 3 3 0 0 0
Fonte: Notivisa.
A Bahia é o terceiro Estado da Federação em número de notificações, no entanto isto não
representa uma participação ativa da atenção básica do município de Salvador. (BRASIL, 2021c). Tal
fato pode ser entendido por três fenômenos: primeiro, o elenco de medicamentos utilizados ser
composto por drogas seguras e conhecida seu manejo clínico e terapêutico; segundo, a subnotificação
dos eventos nas unidades de saúde, e por fim, o desconhecimento da importância e do fluxo de
notificações para aprimoramento do perfil de segurança na população soteropolitana. Desta forma, o
desenvolvimento de um programa de FVG municipal pode contribuir para o monitoramento do uso de

100
A FVG no âmbito da atenção básica atua prioritariamente no recebimento de notificações e queixas técnicas
de reações adversas e erros de medicação, através dos sistemas de notificação do Ministério da Saúde,
NOTIVISA e VIGIMED. Estas notificações são processadas e avaliadas pelo núcleo gestor da assistência
farmacêutica municipal, posteriormente são recepcionadas pela VISA Estadual e ANVISA.

286
medicamentos e para a diminuição de morbimortalidade de eventos adversos atribuídos ao uso de
medicamentos.

2.6.4. Atenção às Urgências e Emergências


A rede de atenção às urgências e emergências do município conta com Unidades de Pronto
Atendimento (UPA), Prontos Atendimentos (PA), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU 192) com regulação do acesso dos usuários, Hospitais de Referência e Atenção Domiciliar.
No total, são 10 UPA porte III (com três ou quatro leitos de estabilização cada) e 07 Pronto
Atendimentos (com 1 a 3 leitos de estabilização cada).
O PA é um equipamento municipal de saúde anterior ao estabelecimento das UPA pelo Governo
Federal, entretanto não possui características de infraestrutura para ser credenciado como UPA.
Espera-se que os PA sejam gradativamente substituídos e requalificados como UPA, conforme
estabelecido pela Portaria GM/MS Nº 10/2017, que garante recursos financeiros para processo de
ampliação e readequação dos Pronto Atendimentos (BRASIL, 2017).
No período de 2015 a 2020, a análise da produção demonstra um volume crescente nos
atendimentos até o ano de 2019, provavelmente relacionada à abertura de novas UPA. A diminuição
do número de procedimentos realizados em 2020 pode estar relacionada à expansão da rede, com a
implantação de novas unidades voltadas para o atendimento aos usuários com Síndromes Gripais (SG),
Gripários, durante a pandemia pela COVID-19. Essa iniciativa contribuiu para diluição dos
atendimentos entre outros equipamentos de saúde criados para ampliar e organizar o acesso e o fluxo
dos usuários aos serviços de urgência e emergência.

Tabela 93 - Número de procedimentos realizados em UPA e PA. Salvador, 2015 a 2020.


Procedimento realizados 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Total
Atendimento de urgência com 170.082 145.836 398.147 338.680 358.201 242.517 1.653.463
observação até 24h
Atendimento médico 544.973 686.111 1.049.670 876.015 1.100.423 854.998 5.112.190
Atendimento ortopédico com 2.022 3.827 8.458 5.349 7.233 5.195 32.084
imobilização provisória
Acolhimento com 123.492 689.001 1.095.331 957.808 1.108.831 836.801 4.811.264
classificação de risco
Total 840.569 1.524.775 2.551.606 2.177.852 2.574.688 1.939.511 11.609.001
Fonte: SIA

No período de 2015 a 2020 foi observado um aumento de 75% no número de leitos existentes
nas UPA/PA (Tabela 94), produto do investimento na área. Em 2015, existia um baixo número de
leitos distribuídos na Rede de Urgência do município do Salvador, sendo o PA Rodrigo Argolo com a
menor oferta de leitos. Em 2020, amplia-se o quantitativo de leitos com a implantação de novas UPA,
porém, os PA permanecem com a mesma oferta de leitos.

Tabela 94 - Número de leitos das UPA/PA, por tipo. Salvador, 2015 e 2020.
Unidades Leito Adulto Leito Infantil Sala Vermelha Isolamento Total de Leitos
2015 2020 2015 2020 2015 2020 2015 2020 2015 2020
UPA Barris 12 12 5 5 4 4 3 3 24 24
UPA Valéria 14 14 6 6 4 4 3 3 27 27
UPA San Martin 12 12 5 5 4 4 4 3 24 24
UPA Adroaldo Albergaria 10 10 6 6 3 3 2 2 21 21
UPA Hélio Machado 9 9 4 4 3 3 3 3 19 19

287
UPA São Cristóvão - 12 - 5 - 4 - 3 - 24
UPA Brotas - 12 - 5 - 4 - 3 - 24
UPA Paripe - 12 - 6 - 4 - 3 - 25
UPA Pirajá - 12 - 6 - 4 - 3 - 25
UPA Santo Antônio - 14 - 5 - 4 - 3 - 26
PA São Marcos 11 10 6 6 1 3 0 0 18 19
PA Maria Conceição Imbassahy 12 15 6 6 2 3 0 0 20 24
PA Alfredo Bureau 9 9 5 4 2 3 0 1 16 17
PA Edson Teixeira 8 7 5 4 2 2 0 0 15 13
PA Rodrigo Argolo 5 4 3 3 1 2 0 0 9 9
PA Orlando Imbassahy - 5 - 2 - 1 - 1 - 9
PA Psiquiátrico - 7 - 0 - 1 - 0 - 8
Total 102 176 51 78 26 53 15 31 193 338
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

Com relação à classificação de risco dos pacientes, segundo o Protocolo de Manchester,


observa-se uma predominância de casos mais leves, cores verdes e azuis, em relação aos amarelos e
vermelhos. Pacientes com classificação verde representaram, em média, 70% dos casos acolhidos nas
UPA e PA (Gráficos 216 e 217).

Gráfico 216 – Percentual de Atendimentos nas UPA conforme Classificação de Risco. Salvador, 2016 a 2020.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde. Relatório da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização do Contrato


de Gestão.

288
Gráfico 217 – Percentual de Atendimentos nos PA conforme Classificação de Risco. Salvador, 2016 a 2020.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde.

Frente ao cenário de maior procura por atendimento entre os casos não urgentes, observa-se a
importância da adoção de estratégias que direcionem as UPA e PA à sua atribuição na rede municipal
de saúde. A literatura relata que, a maior procura de casos leves nessas unidades pode estar relacionada
por serem demanda aberta e ofertar maior cartela de serviços que a APS (MARQUES; LIMA, 2007),
ou ainda, por a população perceber esses equipamentos de saúde como serviços mais acessíveis e
resolutivos (OLIVEIRA; RAMOS; PIAZZA, 2015).
2.6.4.1. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192)
O SAMU 192 Salvador/BA, criado através da Lei Municipal nº 6.729 de 10 de maio de 2005, e
habilitado pelo Ministério da Saúde através da Portaria GM/MS Nº 1.103 de 05 de julho de 2005, é
um serviço regionalizado, cuja CRU recebe e regula os chamados dos municípios de Candeias,
Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Saubara, Simões
Filho, Vera Cruz, além de Salvador. Cada município possui suas equipes, veículos e bases pelos quais
são responsáveis. O SAMU 192 conta com uma Central de Regulação das Urgências, 13 bases , oito
Unidades de Suporte Avançado (USA), um Veículo de Intervenção Rápida (VIR), 33 Unidades de
Suporte Básico (USB), oito motos e uma lancha.
Dentre as linhas de atuação do SAMU no período de 2015 e 2020, destacam-se a implantação
do Protocolo de atendimento às vítimas acometidas pela Síndrome Coronariana Aguda (Anexo II) e
das Declarações de Óbito nas Unidades de Suporte Avançado, o Núcleo de Educação Continuada,
atuação durante as festas populares, o apoio ao serviço aeromédico do Grupamento Aéreo da Polícia
Militar da Bahia e assistência às urgências e emergências de causas traumáticas, clínicas, obstétricas,
psiquiátricas ou que tenham vulnerabilidade social.
A implantação do Protocolo de atendimento às vítimas acometidas pela Síndrome Coronariana
Aguda, especificamente Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com supradesnivelamento do segmento
ST tem beneficiado, em média, 27% dos pacientes diagnosticados. Além dos atendimentos prestados,
este Protocolo promove treinamentos para a rede de urgência e auxilia no monitoramento da qualidade
da assistência orientada por metas estipuladas nas diretrizes vigentes.
A implantação das Declarações de Óbito nas Unidades de Suporte Avançado do SAMU foi uma
iniciativa que visa minimizar a falta de Serviço de Verificação de Óbito (SVO) em Salvador, bem
como o esforço dos familiares na procura de médico assistente para emissão desse documento.

289
O Projeto SAMU nas Escolas está voltado para orientação em primeiros socorros do público
infanto-juvenil e o Projeto Primeiros Socorros e Prevenção de Acidentes nas Escolas (PSPAE) destina-
se a capacitação dos profissionais da educação das escolas municipais de Salvador, aborda a prevenção
de acidentes e primeiros socorros, assim como o manejo das principais afecções clínicas das crianças.
No período de 2015 a 2019, os projetos contemplaram 3.825 alunos e 735 profissionais de educação
respectivamente. Os treinamentos nas escolas não foram realizados em 2020/2021 em virtude da
pandemia.
O Projeto SAMU Caiçara foi pensado com o objetivo de proporcionar e incentivar a cultura da
prevenção de acidentes para moradores das ilhas pertencentes a Salvador. O Projeto SAMU Solidário,
iniciado em 2016, oferece palestras para empresas, instituições de ensino e órgãos públicos em troca
de doações para instituições cadastradas na Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza
(SEMPRE).
A análise dos dados no período de 2016 a 2020 demostra que do total de chamados atendidos
pela CRU há uma tendência de aumento, provavelmente relacionado ao crescimento populacional, à
facilidade de obter orientações com um profissional médico, de transporte e de acesso rápido às
unidades de emergência, e à regionalização da central que regula os chamados oriundos de dez
municípios (Gráfico 218).

Gráfico 218 – Total de chamados atendidos na Central de Regulação de Urgência. Salvador/BA, 2016-2020.
500000
450000
400000
350000
300000
250000
442765
200000 406666
359293 327650
150000 283375
100000
50000
0
2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: e-SUS SAMU

Cabe registrar que o serviço de atendimento ainda enfrenta o desafio de receber a média de
24,4% de trotes em relação ao total de chamadas, com um pico em 2018, quando uma única pessoa
realizou constantes chamados, mesmo após bloqueio dos números telefônicos de origem, o que
ocasionou abertura de processo no Ministério Público. É importante a população ter consciência de
que trotes prejudicam o trabalho do SAMU e podem custar a vida de algum paciente em risco. Em
2020, observou-se uma redução para 12%, que pode estar relacionada ao fechamento das escolas e
redução da circulação de pessoas por conta da pandemia pela Covid-19 (Gráfico 219).

290
Gráfico 219 – Proporção de trotes atendidos em relação ao total de chamadas recebidas na Central de Regulação
Urgência. Salvador/BA, 2016-2020.
Trote Total de chamados

100%
90%
80%
70% 63%
60% 75% 74% 78%
88%
50%
40%
30%
20% 37%
10% 25% 26% 22%
12%
0%
2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: e-SUS SAMU

Uma das funções do SAMU é realizar transferências de pacientes graves entre unidades. No
período de 2016 a 2020 observa-se uma tendência crescente com destaque para o ano de 2020, quando
se estabeleceu que o SAMU apoiaria as transferências dos pacientes das UPA e gripários para as
unidades hospitalares em virtude da pandemia pela Covid-19, o que resultou na realização de duas
vezes mais transferências que o somatório de todos os outros anos da série (Gráfico 220).

Gráfico 220 – Número de transferências interunidades realizadas pelo SAMU 192.


5000 4318
4000

3000

2000
648 808
1000 322
134
0
TRANSFERÊNCIA

2016/2 2017 2018 2019 2020

Fonte: SAMU 192

2.6.4.2. Atenção Domiciliar


O Serviço de Atenção Domiciliar integra um dos componentes da Rede de Atenção às
Urgências, que deverá atuar de forma substitutiva ou complementar a internação hospitalar ou ao
atendimento ambulatorial. As ações e intervenções ocorrem no domicílio e são realizadas por uma
equipe multiprofissional.
No período de 2015 a 2020 a Secretaria Municipal da Saúde do Município do Salvador
implantou 05 Equipes de Atenção Domiciliar - EMAD tipo I, a saber: 01 equipe na UPA Hélio
Machado, 01 equipe no PA Edson Teixeira, 02 equipes no Hospital Municipal de Salvador, 01 equipe
na UPA Santo Antônio.

291
A expansão deste serviço na rede é uma necessidade e contribuirá para redução do tempo de
internação e do risco de infecção hospitalar, melhorar a adesão do paciente ao tratamento, reduzir os
custos da saúde pública e privada, além de aumentar o giro de leitos
2.6.5. Atenção Hospitalar
O Hospital Municipal de Salvador (HMS)101, primeiro hospital da rede própria municipal, está
sob gestão da Santa Casa da Bahia e oferece atendimento em assistência médica especializada, com
atendimento ambulatorial, internação (adulto e pediátrica), assistência domiciliar e serviços de apoio
diagnóstico e terapêutico, nas especialidades de Clínica Médica, Cirurgia Geral, Cardiologia Clínica e
Cirúrgica (adulto e pediátrica), Ortopedia e Traumatologia, Neurologia, Urologia e Cuidados
Intensivos.
No que se refere ao perfil e capacidade instalada, é um hospital geral com 210 leitos, sendo 30
destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) - 20 leitos de UTI Geral adulto e 10 leitos de UTI
Pediátrica -, 150 Leitos de Clínica Médica Cirúrgica e 30 Leitos de Clínica Pediátrica (Tabela 95).
Atualmente, apresenta as seguintes habilitações no CNES para “alta complexidade em ortopedia e
traumatologia”, “UTI tipo II Adulto”, “UTI tipo II Pediátrica” e “videocirurgias”. Encontra-se em
processo de habilitação para as seguintes especialidades: Alta complexidade em Neurocirurgia,
Atenção Domiciliar, Assistência em Nutrição Enteral e Parenteral, Hospital dia, Leitos de retaguarda
RAPS, Hospital de Urgência tipo II, Linha de cuidado Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Captação
de órgãos.

Tabela 95. Quantidade de Leitos no Hospital Municipal de Salvador/BA, 2021


Perfil dos Leitos Leitos Adulto Leitos Pediátricos Total
UTI 20 10 30
Clínica Médica e Cirúrgica 150 30 180
Total 170 40 210
Fonte: Sistema MV Soul-HMS, 2021

No período de março de 2018 a dezembro de 2020, foram realizados 374.767 atendimentos,


sendo observada maior frequência de serviços prestados para o ano de 2019 (51,4%). Em relação à
natureza do atendimento, o Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (58,3%) predominou em
relação aos demais, seguido de Urgência e Emergência (28%), Atendimento Ambulatorial (8%),
Internação Hospitalar (3,9%) e Cirurgias (1,8%). Em 2020, identifica-se uma redução de 47,9% no
número de atendimentos do HMS com impactos em todos os serviços prestados, devido às ações de
enfrentamento a pandemia de SARS CoV-2 (Tabela 92).
Desde março de 2020, a emergência do HMS passou a ser exclusivamente referenciada aos
pacientes das UPA e de outros hospitais do estado, garantindo a utilização do hospital para os casos
de maior complexidade de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Nesse contexto, houve a
necessidade da redução da oferta de serviços de caráter eletivo e ambulatorial, com a reorganização
dos leitos de retaguarda clínica e terapia intensiva, na perspectiva de ampliar a oferta de leitos para o
enfrentamento da epidemia e garantir, assim, assistência adequada, segurança aos profissionais de
saúde e usuários, controle da contaminação cruzada e disseminação da infecção por COVID-19.

101
O Hospital Municipal de Salvador (HMS) localizado no bairro da Boca da Mata, Distrito Sanitário de
Cajazeiras, foi inaugurado no dia 04 de abril de 2018, e passou a exercer papel de unidade estratégica para a
população dos distritos sanitários do entorno em suas diferentes demandas hospitalares e ambulatoriais, assim
como para os pacientes dos limites distritais e de outros municípios, contribuindo para a qualificação e melhoria
da assistência à saúde em Salvador

292
Tabela 96. Número e proporção de serviços prestados pelo HMS, segundo atendimento e natureza do serviço.
Salvador-BA, abril de 2018 a dezembro de 2020.
Número de Atendimentos
Mês 2018 2019 2020 TOTAL
Nº % Nº % Nº % Nº %
Janeiro - 14.034 3,7 16.454 4,4 30.488 8,1
Fevereiro - 13.064 3,5 14.645 3,9 27.709 7,4
Março - 13.978 3,7 12.596 3,4 26.574 7,1
Abril 580 0,2 17.216 4,6 2.853 0,8 20.649 5,5
Maio 3.558 0,9 18.457 4,9 3.087 0,8 25.102 6,7
Junho 5.872 1,6 14.439 3,9 3.721 1,0 24.032 6,4
Julho 9.083 2,4 17.064 4,6 5.760 1,5 31.907 8,5
Agosto 11.536 3,1 17.819 4,8 6.861 1,8 36.216 9,7
Setembro 11.723 3,1 17.113 4,6 7.509 2,0 36.345 9,7
Outubro 13.905 3,7 18.047 4,8 9.399 2,5 41.351 11,0
Novembro 13.799 3,7 16.581 4,4 9.010 2,4 39.390 10,5
Dezembro 11.780 3,1 14.766 3,9 8.458 2,3 35.004 9,3
Total 81.836 21,8 192.578 51,4 100.353 26,8 374.767 100
Natureza do Atendimento
2018 2019 2020 TOTAL
Nº % Nº % Nº % Nº %
Atendimento Urgência/Emergência 42.557 6,6 106.150 16,3 33.081 5,1 181.788 28,0
Atendimento Ambulatorial 10.914 1,7 23.352 3,6 17.442 2,7 51.708 8,0
Serviço de Apoio Diagnóstico e 65.159 10,0 198.410 30,6 115.201 17,7 378.770 58,3
Terapêutico - SADT
Internação Hospitalar 5.287 0,8 11.526 1,8 8.742 1,3 25.555 3,9
Cirurgias 2.127 0,3 4.851 0,7 4.497 0,7 11.475 1,8
Total 126.044 19 344.289 53 178.963 28 649.296 100,0
Fonte: Sistema MV Soul-HMS, 2021

Atualmente o HMS apresenta serviço de Urgência e Emergência (UE)102 com porta


referenciada, tendo como objetivos garantir resolutividade da atenção e continuidade do cuidado, com
capacidade para os quadros complexos, e funciona de forma integrada aos pontos de atenção da RAS
e como retaguarda para unidades de urgência, especialmente as Unidades de Pronto Atendimento
(UPA) municipais.
Até 2019, o acesso para esse serviço era também “porta aberta”, o que gerou alta demanda de
usuários sem o perfil para atendimento em uma unidade de saúde de atenção terciária, levando a
superlotação na emergência, dificultando a rotação de leitos e gerando pouca disponibilidade de
liberação de leitos para UPAS.
A assistência ambulatorial de egressos no HMS é prestada nas especialidades de ortopedia,
cirurgia geral, cardiologia, neurocirurgia, cirurgia pediátrica e urologia, e dispõe nesse ambiente de
uma sala de procedimentos e uma sala de pequena cirurgia para realização de pequenos procedimentos
em ortopedia e urologia sem que haja a necessidade de internação hospitalar. Com demanda
espontânea e referenciada, o serviço ambulatorial do HMS garante o retorno do paciente que foi
atendido na internação e na urgência, que tenha indicação de continuar investigação diagnóstica ou
tratamento.

102
Com atendimentos de alta e média complexidade em Clínicas Geral, Pediátrica, Cirurgia Geral,
Traumatologia, Ortopedia e Urologia, a emergência está estruturada em sala de reanimação, salas de pronto
atendimento adulto e infantil, estabilização (tecnologicamente similar aos leitos de terapia intensiva), leitos de
observação adulto e infantil, sala de medicação, curativos, gesso e consultórios. Funciona com Acolhimento e
Classificação de Risco (ACCR), como forma de avaliação inicial na porta Hospitalar de Urgência e em
consonância com a política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde.

293
Conforme Tabela 97, a maior demanda de atendimentos pelos usuários concentra-se na
especialidade de ortopedia (n=11.194), seguido da especialidade de cirurgia geral (n=8.700),
cardiologia (n=6.150), urologia (n=5.454) e, por fim, clínica médica com (n=4.451).

Tabela 97. Atendimento Ambulatorial por especialidade no HMS. Salvador/BA, abril de 2018 a dezembro de
2020
ESPECIALIDADE 2018 2019 2020 Total
Ortopedia 2.136 4.831 4.227 11.194
Cirurgia Geral 1.953 3.603 3.144 8.700
Cardiologia 1.238 2.755 2.157 6.150
Urologia 896 2.627 1.931 5.454
Anestesiologia 468 2.555 1.667 4.690
Clínica Médica 368 2.290 1.793 4.451
Assistente Social 2.375 1.841 49 4.265
Psicologia 1.145 703 342 2.190
Neurologia 226 938 902 2.066
Fisioterapia 61 589 418 1.068
Cirurgia Pediátrica 12 399 267 678
Neurocirurgia 36 219 273 528
Nutrição 0 0 107 107
Endocrinologista 0 0 92 92
Cirurgia Aparelho Digestivo 0 0 70 70
Pediatria 0 2 2 4
Vascular 0 0 1 1
Total 10.914 23.352 17.442 51.708
Fonte: Sistema MV Soul-HMS, 2021

Nos meses de outubro e novembro do ano de 2019 e 2020, o ambulatório do HMS realizou
ações de para as campanhas de rastreamento de câncer de mama (Outubro Rosa) e câncer da próstata
(Novembro Azul), com realização de ultrassonografia de mama, ultrassonografia de próstata,
realização de exame de PSA e consultas com urologia.
O Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT)103 atende à demanda interna e também
ambulatorial, sendo este último referenciado pelo agendamento do Sistema Vida+. Foram 378.770
exames e procedimentos realizados, com maior frequência de atendimento para laboratório clínico
(n=192.038), seguido de radiologia (n=73.295) e tomografia (n=25.026) (Tabela 98).

Tabela 98. Atendimento por tipo de diagnose SADT, HMS, Salvador/BA, abril 2018- dez,2020
SERVIÇO DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO - SADT
Tipo de diagnose 2018 2019 2020 TOTAL
Diagnóstico em laboratório clínico 37.494 99.571 54.973 192.038
Diagnóstico em radiologia 20.034 36.518 16.743 73.295
Diagnóstico por tomografia computadorizada 2.923 11.910 10.193 25.026
Diagnóstico por ultrassonografia 2.859 14.491 10.013 27.363
Eletrocardiografia 1.208 12.051 4.817 18.076
Diagnóstico por endoscopia 25 4.258 4.631 8.914
Diagnóstico por ressonância magnética 0 3.969 3.984 7.953
Ecocardiografia 14 5.398 3.647 9.059
Holter 441 4.632 1.994 7.067

103
O Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT) do HMS é constituído por laboratório de análises
clínicas, serviço de bioimagem, métodos gráficos e endoscopia. Os exames ofertados são exames de laboratório
de análises clínicas, Radiologia, Eletrocardiograma, Ecocardiograma, Holter, MAPA, Teste Ergométrico
Eletroencefalograma, Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância nuclear magnética com e
sem sedação, Exames de Videoendoscopia, Colonoscopia e CPRE.

294
MAPA 0 1.218 1.355 2.573
Teste ergométrico 0 1.257 1.247 2.504
Eletroencefalografia 161 2.180 1.006 3.347
Diagnóstico por colonoscopia 0 957 598 1.555
Total 65.159 198.410 115.201 378.770
Fonte: Sistema MV Soul-HMS, 2021

Os métodos diagnósticos por ultrassonografia tiveram uma demanda crescente devido este ser
um exame de fundamental importância nos atendimentos dos usuários da emergência, como também
por ser uma especialidade de alta demanda ambulatorial reprimida, conforme dados da Central de
Regulação do Município. Em relação aos exames de ressonância magnética (RM), registra-se a
realização deste procedimento em crianças sob sedação e pacientes com claustrofobia no HMS.
Para os exames de tomografia computadorizada, a disponibilidade 24h por dia, todos os dias da
semana, é essencial, principalmente às urgências neurológicas e politraumatizados internados no
próprio hospital, assim como retaguarda em diagnose para outras unidades que compõem a RAS. No
que se refere aos exames de endoscopia e colonoscopia, cabe esclarecer que a realização desses exames
colabora com a diminuição da demanda reprimida da central municipal de regulação.
Durante o período de 2018 a 2020, o HMS realizou 25.555 internações, sendo os usuários
oriundos da emergência ou via regulação. O público adulto teve maior número de atendimentos
(n=20.676), havendo pouca diferença em relação às demandas clínicas e cirúrgicas, enquanto o público
pediátrico apresentou menor internação (n=4.879) com maior demanda para internações clínicas
(Tabela 99).

Tabela 99 - Internações no HMS segundo tipo e perfil do usuário. Salvador/BA, 2018 a 2020.
INTERNAÇÃO HOSPITALAR POR PERFIL
Tipo de leito 2018 2019 2020 TOTAL

Geral - adulto Cirúrgico 2.090 4.387 3.762 10.239


Clínico 2.453 4.539 3.445 10.437
Subtotal 4.543 8.926 7.207 20.676
Geral - pediatria Cirúrgico 52 236 251 539
Clínico 692 2.364 1.284 4.340
Subtotal 744 2.600 1.535 4.879
TOTAL 5.287 11.526 8.742 25.555
Fonte: Sistema MV Soul-HMS, 2021

Quanto às cirurgias por especialidade104, observa-se aumento dos procedimentos, com destaque
para cirurgia geral (n=5.365), ortopedia (n=4.161), cirurgia pediátrica (n=785) e vascular (n=524)
(Tabela 100). Registra-se aumento das cirurgias de urologia e neurocirurgia devido à alta demanda
desse perfil de usuários na RAS.
Destaca-se que, em 2020, foi incorporado ao serviço de cirurgia do HMS o serviço de cirurgia
bariátrica, composta por médicos, endocrinologistas, psicólogos e nutricionista, pois esta secretaria
entende a relevância do referido procedimento como tratamento da obesidade e suas comorbidades.

104
O Bloco Operatório do HMS possui 04 (quatro) salas para Cirurgias de Grande Porte, 02 (duas) Salas para
Cirurgias de Médio Porte e 07 (sete) Leitos de Recuperação Pós-Anestésica, além de um (01) posto satélite de
farmácia complementam o suporte assistencial da unidade. Dispõe de logística para atividade contínua de
cirurgias eletivas, urgências e emergências, sistema de funcionamento integrado a unidade de hemoterapia,
anatomia patológica, laboratório de análises clínicas, bioimagem e centro de material e esterilização.

295
Tabela 100. Cirurgias realizadas no HMS por especialidade. Salvador/BA, abril 2018 a dezembro de 2020.
ESPECIALIDADE DE 2018 2019 2020 TOTAL
CIRURGIA
Cirurgia Geral 1.152 2.286 1.927 5.365
Ortopedia 883 1.671 1.607 4.161
Cirurgia Pediátrica 39 443 303 785
Vascular 34 162 328 524
Urologia 0 180 137 317
Neurocirurgia 16 100 143 259
Captação de Órgão 3 9 11 23
CPRE 0 0 17 17
Torácica 0 0 8 8
Cirurgia Bariátrica 0 0 6 6
Proctologia 0 0 6 6
Oncológica 0 0 4 4
Total 2.127 4.851 4.497 11.475
Fonte: Sistema MV Soul-HMS, 2021

2.6.6. Processo Regulatório


A Central Municipal de Regulação (CMR), implantada no ano de 2006, é a unidade operacional
da Regulação do Acesso105 à Assistência, voltada para viabilização do acesso ao sistema de saúde, com
base nos princípios da equidade e da integralidade. Nesse sentido, se configura como instrumento de
gestão para fomentar o acesso equânime, uma vez que se apresenta como um equalizador social capaz
de atenuar a relação entre necessidade, demanda e oferta, mediante disponibilização da alternativa
assistencial mais adequada à necessidade do usuário. Assim, está atrelada à superação de
problemáticas, tais como a oferta de serviços de saúde de forma suficiente para a resposta às
necessidades da população, considerando os recursos disponíveis106.
A CMR107 é responsável por conduzir o processo regulatório da população própria e
referenciada de outros municípios às unidades de saúde sob gestão municipal, considerando o Plano
Diretor de Regionalização da Bahia (PDR), a Programação Pactuada Integrada (PPI), o Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e a rede própria e complementar. Ela realiza a
regulação ambulatorial, autorização de procedimentos cirúrgicos eletivos através de solicitação de
Autorização de Internação Hospitalar - AIH ou de Autorização de Procedimentos de Alta
Complexidade – APAC, e dar suporte ao processo autorizativo da regulação de leitos dos
estabelecimentos contratualizados pela SMS, em articulação com a Central Estadual de Regulação
(CER).
Tendo em vista a adequação da oferta dos serviços às necessidades da população, a regulação
exerce papel de relevância na orientação da reprogramação da oferta de serviços, a partir da
identificação das dificuldades relativas às demandas apresentadas pela população. Assim, a observação
da realidade sob a ótica da regulação em saúde serve de base para um melhor gerenciamento e alocação
dos recursos financeiros disponíveis. Todavia, ainda são identificadas no cotidiano do SUS lacunas
existentes entre oferta e demanda, promovendo a formação de demandas reprimidas, as quais são

105
Por acesso, compreende-se a recepção, acolhimento e direcionamento dos usuários nas ações e serviços
capazes de responder às suas necessidades.
106
LIMA, M. R. M. et al. Regulação em Saúde: conhecimento dos profissionais da Estratégia Saúde da Família.
Revista RENE, Fortaleza, v. 14, n. 1, p. 23-31, 2013.
107
A CMR trabalha com a definição e aplicação de normas e protocolos clínicos, e técnico-operacionais, para o
desenvolvimento do processo de regulação ambulatorial; padronização das solicitações de procedimentos por
meio dos protocolos assistenciais; regulação do acesso dos usuários aos serviços ambulatoriais nos EAS públicos,
filantrópicos e privados contratados; acompanha a referência e contra referência; monitora a oferta e as agendas
de consultas e procedimentos especializados; e operacionaliza a marcação de consultas, exames e procedimentos
ambulatoriais de média e alta complexidade.

296
caracterizadas por uma demanda constante acima da oferta disponibilizada, sem possibilidade de
reversão espontânea (LIMA et al., 2013).
Fatores como a limitação financeira decorrente do subfinanciamento e da defasagem dos valores
adotados pelo componente federal para remuneração dos procedimentos de saúde, a baixa atratividade
do SUS para profissionais especializados, as deficiências na atenção primária e as fragilidades nos
critérios de requisição de procedimentos da atenção especializada contribuem de forma determinante
para o incremento das demandas reprimidas.
No que tange ao município de Salvador, cabe a contextualização de que a capital dispõe da
maior concentração de serviços com alta densidade tecnológica do estado da Bahia. Desse modo, esta
municipalidade possui, ao menos, algum tipo de procedimento pactuado com os demais 416
municípios que compõem o território do Estado. Caracteriza-se, assim, como um polo de referência
para os usuários advindos do interior da Bahia, reforçando a necessidade de um processo regulatório
efetivo para cumprimento das pactuações firmadas.
Nesse contexto, a gestão da prestação de serviço assistencial de saúde de média e alta
complexidade em Salvador é compartilhada com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB).
A divisão desse comando108 da prestação de serviço assistencial de saúde de Média e Alta
Complexidade em Salvador, ocorrida desde agosto de 2011, quando da transferência da gestão de
unidades de saúde para a SESAB, aloca recurso do teto financeiro de média e alta complexidade
ambulatorial e hospitalar em torno de 39% na gestão municipal do Salvador e cerca de 61% sob gestão
da SESAB.
Nesse sentido, no território de Salvador, a responsabilidade de garantia de acesso deve ser
compartilhada entre Estado e Município, cabendo a cada esfera a programação de serviços de acordo
com o recurso alocado em seu teto financeiro. Assim, a CMR é responsável por gerenciar a oferta dos
serviços ambulatoriais, independente da esfera de gestão do EAS, enquanto que a CER regula o acesso
dos usuários aos leitos hospitalares dos EAS vinculados ao SUS (próprio, contratado ou conveniado)
nas situações de urgência/emergência, internações clínicas e de cirurgias eletivas. Cabe destacar que,
desde o ano de 2013, Salvador assumiu o processo autorizativo do SISREG nos EAS contratualizados
pela SMS, auxiliando e qualificando o processo de regulação de leitos.
No componente ambulatorial, a SESAB tem disponibilizado cerca de 1% da agenda
ambulatorial dos estabelecimentos sob sua gestão para gerenciamento do município, o que dificulta a
garantia do acesso a todos os serviços existentes no município, por meio da CMR. Para melhor
operacionalização do processo regulatório ambulatorial e considerando a Gestão Compartilhada bem
como a organização do fluxo para acesso às consultas e exames, faz-se necessário que a oferta dos
serviços ambulatoriais, no território de Salvador seja gerenciada integralmente pela SMS,
independente da gestão do estabelecimento assistencial ser municipal ou estadual. Nesse sentido, deve-
se avançar na meta pactuada de 100% da oferta ambulatorial da Rede Estadual no Sistema de
Regulação Ambulatorial da SMS.
Observa-se, contudo, que culturalmente existe uma busca mais expressiva por serviços
ambulatoriais na rede municipal, apesar do maior percentual de recurso do Teto MAC estar alocado
na rede estadual. Associado ao fato do agendamento e entrada na Fila de Espera através do Sistema
Vida+ estar descentralizado para todas as unidades de saúde e Prefeituras Bairro do território, é notória
a sobrecarga da rede municipal e o desequilíbrio no encaminhamento de pacientes aos equipamentos
de saúde da rede estadual para atendimento ambulatorial.

108
Essa divisão de comando iniciou-se a partir de julho de 2011, mediante transferência da gestão das unidades
de saúde constante do Protocolo de Cooperação ente Entes Públicos (PCEP) para a SESAB (Resolução CIB-BA
152/2011).

297
Para regulação do acesso no segmento ambulatorial a CMR utiliza as ferramentas Módulo
Regulação109 e Fila de Espera110 do Sistema VIDA+, plataforma oficial de gestão integrada em saúde
pública da SMS Salvador.
Os procedimentos caracterizados111 com perfil agendado englobam as consultas médicas em
atenção especializada e com demais profissionais de nível superior e procedimentos diagnósticos, tais
como Ultrassonografias, Ecocardiografia Transtorácica, Endoscopia, MAPA, Holter, Teste
Ergométrico e Eletroencefalograma. Contempla procedimentos, majoritariamente, ambulatoriais,
eletivos e de média complexidade, que exigem agendamento prévio no Sistema VIDA+ para
realização. Não possuem critérios de priorização nem análise prévia da CMR para o agendamento que
se dar mediante a disponibilidade de vagas no sistema. Em caso de indisponibilidade de vagas, o
usuário pode ter seu registro cadastrado na Fila de Espera.
O fluxo para acesso consiste na marcação através do Sistema Vida+, de forma descentralizada,
nas unidades de saúde e Prefeituras-Bairro do território de Salvador e nas Secretarias Municipais de
Saúde dos municípios pactuados. Para tanto, faz-se necessário o comparecimento do usuário ou
representante portando documentação de identificação, Cartão Nacional de Saúde e Guia de
Solicitação SUS 1.
O perfil demanda aberta compreende os procedimentos ambulatoriais cujo atendimento é
realizado mediante disponibilidade de vaga no EAS executante, considerando a PPI e a Programação
Físico-Orçamentária (FPO). Os usuários devem se dirigir a uma das unidades executantes para
realização do procedimento, não havendo necessidade de agendamento prévio no Sistema VIDA+.
Engloba os exames laboratoriais, os procedimentos de fisioterapia e reabilitação, exames de
eletrocardiografia e radiografias.
Os procedimentos classificados no perfil regulado podem ser de Média ou Alta Complexidade
e são assim definidos com base nos critérios de baixa oferta ou alto custo. Abarcam procedimentos
com finalidade diagnóstica, como Ressonância Nuclear Magnética (RNM), Tomografia
Computadorizada (TC), Eletroneuromiografia (ENMG), Colonoscopia, Biópsias percutâneas,
Cintilografias, dentre outros.
O fluxo para acesso aos exames com perfil regulado tem início com a emissão de um Laudo de
APAC preenchido pelo médico assistente. O formulário deve ser inserido no Sistema VIDA+ para
análise dos médicos reguladores, profissionais responsáveis pela avaliação das solicitações segundo
critérios estabelecidos no Protocolo Autorizativo da SMS, elaborado em conformidade com as
diretrizes do Ministério da Saúde. Mediante avaliação classifica-se o grau de prioridade ou indeferi,
com justificativa, as solicitações não pertinentes.
Historicamente, a rede municipal apresentava altos índices de demanda reprimida para
procedimentos sob perfil regulado, em especial para RNM, TC e Colonoscopia. Os investimentos da
gestão municipal no fortalecimento da rede própria com a inauguração do Hospital Municipal de
Salvador, bem como a reorganização da oferta da rede complementar via realização de Chamamentos
Públicos, contribuíram para o decréscimo do passivo de pacientes aguardando os exames entre os anos
de 2018 e 2019.

109
O Módulo Regulação no Sistema VIDA+ foi desenvolvido em 2010 pelo Núcleo de Tecnologia da Informação
com intuito de qualificar o processo regulatório e aperfeiçoar o processo de avaliação e controle.
110
Ferramenta implantada no Sistema VIDA + em outubro de 2018, representou um marco para a regulação
municipal, enquanto observatório da rede. Ademais, municiou a gestão de informações mais precisas no que
concerne à demanda reprimida, aqui entendida como o passivo resultante de uma demanda superior à oferta, para
acesso aos procedimentos de média complexidade.
111
Considerando o volume de procedimentos ofertados pelo SUS, a variedade de atributos que os caracterizam
(nível de complexidade, valor do serviço) e o dimensionamento da demanda e da oferta, os procedimentos de
MAC com características similares foram agrupados em perfis (agendado, demanda aberta, regulado e
autorizado), com estabelecimento de fluxos de acesso distintos.

298
O perfil autorizado engloba os procedimentos de alta complexidade que demandam análise
médica e autorização prévia para realização, baseada em protocolos autorizativos, e devem ser
solicitados apenas pelos prestadores executantes. No fluxo de acesso aos procedimentos autorizados,
o EAS executante solicita e encaminha o laudo APAC à CMR para análise do médico regulador. Após
autorização, a marcação do procedimento deverá ser realizada pelo próprio prestador. Abrange
procedimentos como a quimioterapia, radioterapia e procedimentos oftalmológicos (Tomografia de
Coerência Óptica - OCT, cirurgia de catarata, tratamento de glaucoma, dentre outros).

2.6.7. Vigilância em Saúde no âmbito do SUS municipal


2.6.7.1. Vigilância em Saúde Ambiental
No município de Salvador, as ações de Vigilância em Saúde Ambiental estão estruturadas em
três linhas de ação principais, a saber: Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano;
Vigilância de Populações Expostas a Contaminantes Químicos; e Vigilância relacionada aos Riscos
decorrentes dos Desastres de Origem Natural, de Fatores Físicos e de Acidentes com Produtos
Perigosos. Na Figura 36, pode-se observar a linha do tempo das ações da Vigilância em Saúde
Ambiental ao longo dos anos de 2010 a 2020, com destaque para os marcos históricos na implantação
ou consolidação das atividades dos programas de vigilância e monitoramento.

Figura 36. Linha do tempo das ações da Vigilância em Saúde Ambiental (2010-2020).

Fonte: DVIS/VISAMB

O Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano –


VIGIAGUA é um instrumento de implementação das ações de vigilância da qualidade da água para
consumo humano, de acordo com o padrão de potabilidade, estabelecido na legislação vigente. O
monitoramento sistemático da qualidade da água consumida pela população está baseado na avaliação
e gerenciamento de risco ambiental e epidemiológico. O VIGIAGUA foi o primeiro programa a ser
estruturado nas ações da Vigilância Ambiental, em 2006, e desde 2010 suas ações vem se
consolidando, a partir das metas pactuadas nos planos municipais de saúde
No final de 2018, a equipe técnica da Vigilância em Saúde Ambiental foi ampliada, o que
possibilitou a expansão das atividades e um aumento na cobertura do monitoramento na cidade do
Salvador, inclusive nos eventos de massa. Em 2020, com a ocorrência da pandemia do SARS-CoV-2,
as atividades foram restringidas, por conta das medidas restritivas adotadas, embora o monitoramento
tenha sido reforçado, por ser, a água, um recurso indispensável às medidas de higiene durante a

299
pandemia. Durante uma década, o padrão de potabilidade da água se manteve adequado de acordo com
o Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 05/2017.
O Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos associados aos Desastres
– VIGIDESASTRES estabelece estratégias para a atuação em emergência em saúde pública por
desastres de origem natural, química e tecnológica. Nesse contexto, dentre seus objetos de atuação
estão os desastres naturais (inundações, seca e estiagem, deslizamentos, dentre outros), os acidentes
com produtos químicos e a emergência radiológica e nuclear. Sua organização propõe uma atuação
baseada na gestão do risco, contemplando ações de redução do risco, manejo dos desastres e
recuperação dos seus efeitos. Além disso, atua na articulação das agendas de mudanças climáticas e
seus efeitos à saúde humana. No município de Salvador, os principais problemas ocorrem devido a
eventos como deslizamentos de terra, desabamentos de imóveis e alagamentos causados por chuvas
intensas.
O Programa de Vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes químicos –
VIGIPEQ desenvolve ações de vigilância em saúde de forma a adotar medidas de promoção e
prevenção contra doenças e agravos e atenção integral à saúde das populações expostas a
contaminantes químicos. O Programa VIGIPEQ está subdividido em dois subprogramas de atuação, a
saber: Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solos Contaminados – VIGISOLO; e Vigilância
em Saúde de Populações Expostas à Poluição Atmosférica – VIGIAR.
O Programa VIGISOLO tem como objetivo mapear, cadastrar e monitorar as áreas de
contaminação ambiental da superfície e do subsolo terrestre que tenham potencial de risco à saúde
humana, incluindo resíduos tóxicos e perigosos. Após o cadastramento das áreas potencialmente
poluidoras, àquelas cujos contaminantes apresentam maior risco à saúde da população são alvo de uma
análise de risco para definição das estratégias de ação e monitoramento da área.
O Programa VIGIAR tem como objetivo desenvolver ações de vigilância para populações
expostas a poluentes atmosféricos, de forma a recomendar e instituir medidas de prevenção, de
promoção da saúde e de atenção integral. Apesar de ter como eixo estrutural as atividades relacionadas
aos Programas de Vigilância de Fatores Ambientais, as ações da Vigilância em Saúde Ambiental são
executadas em dois grupos: as ações de fiscalização em saúde ambiental e as ações de análise e
monitoramento em vigilância.
As ações de Fiscalização, que entre os anos de 2010 a 2016 estavam diretamente relacionadas
ao Programa de Vigilância da Qualidade da Água, o primeiro a ser estruturado e consolidado,
experimentou, nos últimos quatro anos uma atuação em todas as áreas da vigilância, participando
ativamente na construção da política de fiscalização da Vigilância em Saúde Ambiental, bem como
seus sistemas de informações e controle.
O perfil das ações de fiscalização demonstra uma concentração maior de atividades relacionadas
ao programa VIGIAGUA, em função de o mesmo possuir uma legislação específica para sua
regulamentação, entretanto algumas atividades relacionadas aos programas VIGIPEQ e
VIGIDESASTRES têm sido efetuadas por conta da implementação de planos e programas em saúde
ambiental.
Foram observados avanços quantitativos e qualitativos relacionados às ações fiscalizatórias após
a estruturação do setor. Entre os anos de 2016 e 2018, a emissão de notificações e autos de infração
resultaram na implementação de boas práticas operacionais de controle da qualidade dos fatores
ambientais, o que refletiu na redução destes instrumentos de fiscalização no ano subsequente, 2019. O
ano de 2020, apesar de fazer parte da análise, mostra uma queda na emissão destes instrumentos,
entretanto não é possível inferir se foi pela adequação das atividades à legislação vigente ou pela
redução das ações de fiscalização por conta das medidas restritivas.
Entre os anos de 2015 e 2020, a fiscalização realizou inspeções, notificações e autos de infração
sempre que as ações resultassem numa abordagem mais específica, necessitando medidas
fiscalizatórias imediatas. De 2015 a 2017, o quantitativo foi obtido a partir do número de relatórios
técnicos gerados, enquanto que de 2018 a 2020, a consulta foi feita nos Relatórios Anuais de Gestão
(RAGs) (Gráfico 221).

300
TATIVOS DAS AÇÕES FISCALIZATÓRIAS ATENDIDAS - 2015 A 2020

25 Gráfico 221. Quantitativo das ações fiscalizatórias


DADOS QUANTITATIVOS oriundas de inspeção
DAS AÇÕES FISCALIZATÓRIAS e denúncias.
ATENDIDAS
11 2015 A 2020
76 80
27
70
22
19 60

50

40

30

20

10

0
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: VISAMB, 2021

Entre os anos de 2010 e 2014, a equipe de análise desenvolveu suas atividades de acordo com
as ações previstas por cada um dos três programas, monitorando a cidade do Salvador sob a ótica do
VIGIÁGUA, VIGIPEQ e VIGIDESASTRES. A partir de 2015, as ações de cada programa passaram
a ser desenvolvidas de maneira integrada no território dos Distritos Sanitários, integrando as análises.
Por determinação do Ministério Público, desde 2015, a VISAMB monitora os teores de
Cianobactérias e Cianotoxinas nas estações de tratamento e rede de abastecimento de água, em função
dos graves impactos na saúde decorrentes desta contaminação (Gráfico 222). Eventualmente, quando
ocorre o aumento na concentração destas toxinas, conforme preconizado pela legislação vigente, a
Vigilância Ambiental fiscaliza a emissão de boletins de alerta pela Concessionária, para que as clínicas
de hemodiálise acionem seus dispositivos de controle.

Gráfico 222. Total de amostras realizadas no monitoramento de Cianobactérias e Cianotoxinas, 2015 a 2020.

Fonte: VISAMB, 2021. ETAs: Estação de Tratamento de Água.

Para a análise e monitoramento dos doze (12) Distritos Sanitários, os Programas VIGIAGUA,
VIGIDESASTRES e VIGIPEQ foram avaliados de maneira conjunta, compreendendo que os mesmos
são inter-relacionados e podem refletir qual a complexidade da análise de cada distrito. Esta estratégia

301
de análise passou a ser realizada a partir do ano de 2015, o que coincide com a estabilidade dos sistemas
de informação que foram unificados, permitindo uma robustez dos dados entre os anos de 2015 e 2020.
Para melhor avaliação foram agrupados três distritos sanitários de acordo com a antiguidade de
ocupação do seu território, ou seja, onde as primeiras edificações humanas e infraestrutura da cidade
do Salvador foram estabelecidas. Os locais com infraestrutura mais antiga e ocupação sem
planejamento urbano adequada estão mais sujeitas às ações de intervenção do VIGIDESASTRES, pela
ocorrência de desastres ambientais, químicos e tecnológicos. Entretanto, aqueles locais cujo
planejamento urbanístico esteve presente desde o início, como o DS Cajazeiras, não existem ações do
referido programa. A ocupação recente do DS Itapuã e DS Pau da Lima demandam ações mais
diligentes dos programas VIGIPEQ, pela fragilidade dos componentes ambientais frente ao impacto
intensivo.
No Distrito Sanitário de Itapagipe, registra-se a ocorrência de desastre em 2015 relacionado ao
rompimento de uma adutora de água na BR 324, que ocasionou desabastecimento de água temporário.
Entretanto, pelas condições ambientais, deste distrito, o monitoramento contínuo se faz necessário num
contexto de fragilidades geomorfológicas, lençol freático subsuperficial, presença de atividades
potencialmente poluidores do solo e do ar e proximidade com área de proteção ambiental.
No Distrito da Barra Rio Vermelho, Boca do Rio e Itapuã, no âmbito Programa
VIGIDESASTRES, em 2019, foram realizadas atividades de monitoramento por conta do evento de
contaminação das praias de Ondina, Rio Vermelho, Amaralina e Pituba por óleo cru de origem
oceânica. O óleo que contaminou o litoral chegou em manchas à costa deste distrito, contaminando o
pescado, ás áreas e os afloramento rochosos marinhos.
As ações de retirada do óleo foram acompanhadas pela VISAMB, bem como o destino dos
pescados e o registro das possíveis intoxicações, além da instalação de uma Sala de Situação para
monitoramento do evento, além do monitoramento da população exposta ao contaminante, como
pescadores, marisqueiras, trabalhadores de limpeza urbana.
Quanto a Vigiágua, excetuando o Distrito Itapuã, cuja rede de abastecimento de água e esgoto
não contempla todos os bairros, sendo que o bairro do Cassange não possui nenhuma das duas obras
de infraestrutura, os demais distritos do município dispõem de rede de abastecimento de água embora
em alguns deles ocorre a oferta intermitente de oferta de água.

2.6.7.2. Vigilância Sanitária


Durante o período de 2010 a 2020, a VISA concluiu o processo de descentralização das
atividades para os 12 DS. Os últimos que ainda estavam com vínculos administrativos no nível central
foram São Caetano/Valéria (2013); Cajazeiras e Subúrbio Ferroviário (2018). Em relação ao SAPAC,
no que se refere à atribuição de abertura de processos, atualmente 5 DS já contam com este setor
descentralizado: Barra/Rio Vermelho, Boca do Rio, Brotas, Centro Histórico e Subúrbio Ferroviário.
Em 2011, foi realizado o concurso público N°. 01/2011 visando o provimento de 100
vagas para o cargo de Fiscal de Controle Sanitário com áreas de qualificação multidisciplinar e com
carga horária semanal de 40 horas. Entretanto, foram admitidos apenas 51 FCS, não atendendo,
portanto, ao quantitativo incialmente planejado pela SMS, para absorver incluindo a previsão de
descentralização das atividades de competência da Vigilância Sanitária estadual. Entre 2010 e 2020, a
vigilância sanitária municipal disponibilizou, mediante parceria com o Instituto de Saúde Coletiva e
com o Hospital Sírio Libanês, cursos de especialização e mestrado profissional, quando houve
qualificação profissional para técnicos do setor, com participação de 46 servidores lotados na VISA.
Com a consolidação do processo de descentralização das ações das vigilâncias e o
fortalecimento das equipes foi publicada a atualização da regulamentação que define os graus de
complexidade do Estado e dos Municípios, através das Resoluções das CIB/BA nº 249/2014 e nº
34/2016, com a revisão dos anexos I, II e III da Resolução anterior. Estas alterações determinaram a
ampliação das competências da VISA de Salvador, incluindo estabelecimentos do Grupo 3: serviços
de saúde e de interesse à saúde de maior complexidade.

302
Em 14/07/2020, mediante publicação da Portaria Nº 05 de 10 de julho de 2020, foi repassada
para a VISA/SSA, a competência fiscalizatória de 62 Farmácias Magistrais. A maioria desses
estabelecimentos encontravam-se com seus Alvarás de Saúde com vigência prorrogada. Esta situação
exigiu uma metodologia desafiadora para que a cobertura fosse alcançada. A estratégia definida
consistiu em concentrar a regularização e as inspeções no nível central, o que permitiu alcançar os
objetivos previstos. Novo lote de Farmácias Magistrais, 8 (oito) foi descentralizado em 02/10/2020,
mediante publicação Diário Oficial do Estado da Bahia, da Portaria Nº 07 de 08 de setembro de 2020.
A Portaria Nº 05 de 10 de julho de 2020, também dispôs sobre a descentralização de três (3)
empresas fabricantes de saneantes e cosméticos, todas também com vigência de Alvarás de Saúde
prorrogados. Estas empresas foram inspecionadas por equipe interdistrital que concluíram o processo
liberando os Alvarás de Saúde em 2021. A formação de um grupo de trabalho voltado para este
segmento, com participação do nível central e dos 12 DS, tem sido um agente facilitador para a
implementação das ações de vigilância neste setor.
No período de 2010 a 2020, 16 normas municipais de interesse da VISA foram publicadas,
incluindo o Código Municipal de Vigilância em Saúde, Lei Municipal n° 9.525/2020; a Portaria SMS
Nº 404/2020, que estabelece as regras e critérios para o Licenciamento Sanitário e emissão do Alvará
de Saúde Online, através do Portal Eletrônico do Município do Salvador 2020, e a Portaria SMS Nº
405/2020, que dispõe sobre as Atividades Econômicas para fins de Licenciamento Sanitário, no âmbito
do Município do Salvador, que necessite de análise de Projeto Arquitetônico.
Dentre as 16 normas publicadas neste período, destacamos ainda: o Decreto N° 26.849/2015,
que dispõe sobre as regras para comercialização de alimentos em logradouros, áreas e vias públicas
(através de food truck e outras estruturas móveis a exemplo das barracas); a Portaria N°12/2020 que
regulamenta o licenciamento de food truck e o Decreto N° 28.314/2017 que institui a comissão de
comida de rua em Salvador. No que concerne a este marco legal, deve-se considerar que a venda de
alimentos em via pública se configura uma atividade de importância social, econômica, sanitária e
nutricional.
Diante das especificidades e diversidade do município, este comércio se constitui numa
importante fonte de renda, sendo favorecido pelo baixo poder aquisitivo de parcela considerável da
população, acesso limitado à educação e ao mercado de trabalho formal. Neste aspecto, dada a
amplitude de alcance desta atividade em nossa cidade e do risco sanitário inerente, a publicação desta
norma fortalece o controle sanitário e organização legalizada desta atividade
A elaboração de legislação específica para os Serviços Veterinários, em tramitação para
encaminhamento a Procuradoria, constitui-se em um marco para a superação das dificuldades
normativas para o monitoramento dos serviços disponíveis em Salvador. Normativa pertinente a
Serviços de vacinação, texto elaborado em parceria com a vigilância epidemiológica, encontra-se
também em trâmite.

a) Licenciamento de Eventos
O Decreto N° 26.021/2015, dispõe sobre o licenciamento de eventos realizados no município e
criou a Central Integrada de Licenciamento de Eventos (CLE), contribuindo para a desburocratização
e celeridade do processo de licenciamento. Da data de publicação, até junho de 2020, foram
cadastrados de 6.566 eventos, um aumento considerável se comparado como o ano de 2019 (Gráfico
223).

303
Gráfico 223. Quantitativo de Eventos Cadastrados na Central de Licenciamento de Eventos no período de 2015
a 2020.
1800
1530

Licenciamento de Eventos
1600

cadastrados na Central de
Quantitativo de eventos
1400 1266 1234 1240
1159
1200
1000
800
600
400
137
200
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Anos

Fonte: Sistema Integrado de Gestão da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.


Acesso em 30/07/2020.

O crescente número de eventos realizados, com uma quantidade cada vez maior de público
estimado, reforça a necessidade de intervenção da VISA para o gerenciamento de risco sanitário.
Considerando a ocorrência de eventos cadastrados na CLE por DS, no ano de 2018, é possível verificar
que ao longo do ano foram realizados cerca de 60 eventos/mês. Os DS que em geral registram maior
número de eventos são: Barra-Rio Vermelho, Centro Histórico, Itapuã e Boca do Rio. Em termos de
público estimado, o total em 2018, alcançou 1.190.904 pessoas. É importante mencionar que esse
cadastro não inclui os camarotes e blocos do Carnaval de Salvador.
Dentre os eventos de massa realizados em Salvador neste período valem destaque: a Copa das
Confederações em 2013, a Copa do Mundo de 2014 e a Copa América em 2019. A VISA atuou
monitorando os riscos sanitários em todos os jogos, tanto em estádios e centros de treinamento, quanto
nos estabelecimentos circunvizinhos e nos locais onde estavam instalados os telões para a transmissão
dos jogos. As inspeções, além de avaliar condições estruturais, realizou coleta de amostra de alimentos
para análise laboratório.
a) Programas de Monitoramento
Os programas de monitoramento da VISA/SSA, tem como base a análise de risco sanitário
sustentada por informações epidemiológicas e de consumo. No período de 2010 a 2020, foram alvo de
monitoramento produtos saneantes como álcool gel saneante no que tange a teor do princípio ativo e
rotulagem.
O monitoramento de produtos alimentícios, se sobrepõe aos demais, considerando o volume de
produção e de consumo. Foram avaliados neste período: acarajé, gelados comestíveis, carnes, sal,
alimentos prontos para consumo imediato (comercializados em restaurantes self service, destacando
os de comida japonesa, regional ou natural), lanchonetes, padarias, prato do povo, hotéis, dentre outros;
açúcar, leite UHT, conservas artesanais (pimenta, picles e similares), produtos fatiados (queijos,
presuntos, mortadelas e/ou salame).
Enquanto membro do SNVS, a VISA/SSA, participou de programas de monitoramento de
produtos em nível nacional encabeçados pela Anvisa. Dentre eles cabe citar: NBCAL (Norma
Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de 1ª Infância) e o Programa de
Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA).
A convite da Diretoria de Vigilância Sanitária Estadual – DIVISA, a VISA/SSA
participou em 2020 do Programa Estadual de Monitoramento de Álcool 70% gel, com coleta para
análise fiscal em oito (08) DS: Barra/Rio Vermelho, Subúrbio Ferroviário, Itapuã, Pau da Lima,
Cajazeiras, São Caetano/Valéria, Itapagipe e Brotas. Do total de 32 amostras coletadas e analisadas

304
pelo LACEN-BA, 78% tiveram resultados insatisfatórios, seja por não conformidade em rotulagem
e/ou teor alcóolico. Em 2021 o programa prosseguiu com a coleta de amostras de álcool a 70% líquido.
O programa está em fase de finalização.
À luz das legislações sanitárias, os programas de monitoramento permitem a identificação de
setores produtivos que necessitam de intervenção do órgão regulador em caráter preventivo, como
forma de garantir a melhoria da qualidade sanitária dos produtos.

b) Unidades de Saúde da Rede Própria


Apesar das inspeções rotineiras nas Unidades de Saúde (US), não existe obrigatoriedade legal
de requerer o Alvará de Saúde, conforme Lei Federal nº 6437/1977; art.10 e Lei Municipal nº
9525/2020; art.141. As US da rede própria ficam sujeitas a cumprir às exigências pertinentes às
instalações, aos equipamentos e à aparelhagem adequadas e a assistência e responsabilidades técnicas.
Através de um TAC (Termo de Ajuste de Condutas) com o Ministério Público Estadual, em
2015, foi dado início um Projeto Piloto para a concessão de Alvará de Saúde em todas as US,
cumprindo um cronograma para realização das inspeções por DS com o objetivo de adequar as
condições mínimas legais, estruturais e higiênico-sanitárias. As inspeções vêm se intensificando desde
este período, destacando um aumento crescente nos anos de 2019 e 2020 (Gráfico 224).

Gráfico 224. Quantitativo de Inspeções Sanitárias em Unidades de Saúde da Rede Própria, Salvador-BA, 2015-
2020
300 261
250 225
Inspeções realizadas

200
159
150 125 124
92
100
50
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Anos

Fonte: SMS/DVIS/VISA - Relatório Anual de Gestão. Acesso em 07/05/2021.

Os procedimentos sob responsabilidade da VISA foram pactuados por meio da Resolução


CIB/BA N° 034/2016. A produtividade destas ações pode ser verificada no Quadro 30, a partir dos
dados disponíveis no sistema SIA/SUS.

305
Quadro 30. Número/ Quantitativo de Procedimentos de Interesse da VISA, Salvador-BA, 2015-
2020.
PROCEDIMENTO 2015 2016 2017 2018 2019 2020 TOTAL

Cadastro de
estabelecimentos sujeitos 1.409 2.154 3.254 1.932 2.284 1.097 12.130
à vigilância sanitária

Inspeção dos
estabelecimentos sujeitos 11.495 14.026 17.191 14.057 13.650 12.639 83.058
à vigilância sanitária

Licenciamento dos
estabelecimentos sujeitos 2.463 2.895 3.562 3.195 3.810 2.125 18.050
à vigilância sanitária

Exclusão de cadastro de
estabelecimentos sujeitos
495 983 797 930 662 493 4.360
à vigilância sanitária com
atividades encerrada

Análise de projetos
1.267 1.904 1.702 2.073 2.301 1.558 10.805
básicos de arquitetura
Aprovação de projetos
359 608 665 635 530 339 3.136
básicos de arquitetura

Recebimento de
678 1.076 829 1.055 1.157 924 5.719
denúncias/reclamações

Atendimento à
653 895 674 696 877 644 4.439
denúncias/reclamações

Atividades educativas
180 68 91 29 27 327 722
para o setor regulado
Atividade educativa para
402 31 38 14 14 269 768
a população
Investigação de surtos de
doenças transmitidas por 21 10 11 10 6 3 61
alimentos
Fiscalização do uso de
produtos fumígenos
derivados do tabaco em 3.490 6.510 8.285 8.754 10.155 9.783 46.977
ambientes coletivos
fechados
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Acesso em
19/04/2021.

No período 2015-2020, foram realizadas um total de 83.058 inspeções sanitárias (Quadro 30),
destacando-se os anos de 2017 (17.191) e 2016 (14.026). Em relação ao número de estabelecimentos
cadastrados (Quadro 2), a partir dos dados do SIA/SUS, verifica-se uma flutuação ao longo dos anos,
com destaque para ano de 2017 com 3.254 estabelecimentos cadastrados. Em 2020, houve uma
redução do número de estabelecimentos cadastrados (1.097) quando comparado ao ano de 2019
(2.284). Esta atual redução possivelmente reflete as consequências econômicas provocadas pela
pandemia de COVID-19.
No Sistema Municipal de Vigilância Sanitária (SALUS) de Salvador tem-se a predominância
de estabelecimentos cadastrados na VISA no Distrito Sanitário Barra Rio Vermelho (33%), seguido

306
do Centro Histórico (12%), Boca do Rio, Brotas, Itapuã (8%). As principais atividades econômicas
estão relacionadas com a macroárea de alimentos em Salvador. Do total, em torno de 9% deles são
restaurantes, 7% mercadinhos, 3% padaria, por exemplo.
Apesar destas atividades serem classificadas como de baixo risco sanitário, a elevada
predominância do segmento merece a devida atenção. Em relação as macroáreas de serviços de saúde
e medicamentos, em torno de 4% do universo cadastrado corresponde a consultórios médicos, 3%
drogarias, 3% consultórios odontológicos.
A VISA de Salvador vivencia um momento marcado por desafios e oportunidades, que exigem
uma capacidade de adaptação do órgão de fiscalização ao novo ambiente regulatório que tem sido
modificado principalmente com a Lei da Liberdade Econômica - Lei nº 13.874/2019 - e a RDC
ANVISA nº 153/2017.
Instrumentos de trabalho como o Alvará On-line, a partir da PGLS, que teve como data de início
22/01/2020, não apenas proporciona uma maior celeridade para o licenciamento sanitário e respostas
aos cidadãos e ao setor regulado, mas fornecerá à VISA, ao longo das versões que estão sendo
atualizadas, mecanismos de digitalização do processo de trabalho que permitem levantamento mais
rápido e preciso de dados e segurança na tramitação dos processos.
Até o presente momento, o licenciamento dos estabelecimentos de baixo risco e alto risco nos
Distritos Sanitários Boca do Rio, Cabula/Beiru, Cajazeiras, Itapagipe, Itapuã, Liberdade, Pau da Lima,
São Caetano/Valéria e Subúrbio Ferroviário são realizados através da plataforma -PGLS. Os distritos
sanitários Barra/Rio Vermelho, Brotas e Centro Histórico operam o sistema apenas para licenciamento
dos estabelecimentos de baixo risco, existindo previsão de inclusão dos estabelecimentos de alto risco
neste ano de 2021.
Ao longo dos anos, observa-se uma tendência de crescimento na solicitação do serviço de
análise de projetos básicos de arquitetura. Em 2019 houve 2.301 solicitações deste serviço, com
aprovação de 530 projetos (23%). Já em 2020, observa-se uma redução na solicitação do serviço
(1.558), com aprovação de 339 projetos (22%) (Quadro 30). As principais dificuldades encontradas
pela VISA em aprovar esses projetos são: não cumprimento das legislações vigentes e
incompatibilidade entre o projeto apresentado com estrutura física in loco.
Em relação às denúncias, no período entre 2015 e 2020, foram recebidas 5.719 denúncias, com
atendimento de 4.439, representando o atendimento de 78%. Considerando apenas o período de 2020,
foram recebidas 924 denúncias, com atendimento de 644 (70%). Muitas das denúncias em 2020 foram
relativas a pandemia de COVID-19 (Quadro 30). Dentre as denúncias recebidas em 2020, 57% foram
da macroárea de alimentos, 23% de estabelecimentos e produtos de interesse à saúde, 11% de serviços
de saúde e 9% medicamentos (Gráfico 225).

Gráfico 225. Percentual de denúncias recebidas por macroárea da VISA, Salvador-BA, 2020

60 57

40
23
20 9 11

0
Medicamentos Serviços de saúde Serviços de Produtos de
alimentação interesse à saúde

Fonte: Consolidado VISA. Acesso em: 09/07/2021

Com relação aos dados de atividades educativas, cabe destacar um considerável aumento nos
eventos de capacitação registrados no SIA/SUS em 2020, comparado ao ano de 2019, muito
influenciado pela pandemia da COVID-19. No período 2015 a 2020, foram realizadas 1.490 atividades

307
educativas, sendo 722 voltadas para o setor regulado e 768 para a população (Quadro 30). Das
atividades educativas realizadas em 2019 e 2020, observa-se uma predominância destas na macroárea
de serviços de saúde, seguida de (Gráfico 226).

Gráfico 226. Percentual de atividades educativas por macroárea em 2019 e 2020

35 33 32 31
29
30
24
25
20
20 16 15
15
10
5
0
Medicamentos Serviços de Saúde Alimentos Produtos de Interesse
à Saúde

2019 2020

Fonte: Consolidado VISA. Acesso em: 09/07/2021

Sobre o setor de alimentos, podemos observar o baixo número de surtos de doenças transmitidas
por alimentos ao longo de 2015 a 2020, com total de 61 investigações notificadas. Deste total, 3 foram
notificadas em 2020, 6 em 2019, e 10 em 2018. O baixo número de registro identificado no SIA-SUS
possivelmente sinaliza subnotificação das informações de surtos. Destaca-se a preocupação da VISA
com a ocorrência de doenças transmitidas por alimentos em decorrência da expansão de
estabelecimentos voltados para a produção e venda de alimentos. Salientando a importância dos
programas de monitoramento, além da intensificação de ações educativas voltadas para o setor
regulado como já mencionado, anteriormente.
Sobre o procedimento “fiscalização do uso de produtos fumígenos derivados do tabaco em
ambientes coletivos fechados”, esta atividade é feita rotineiramente pela VISA municipal, com um
total de 46.977 estabelecimentos monitorados ao longo de 2015 e 2020. Estas ações são reforçadas
pela publicação da Lei Municipal nº 7.651/2009, que dispõe sobre a proibição do consumo de cigarros,
cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco. A
VISA municipal ao longo dos anos realizou diferentes atividades educativas voltadas para a população
sobre o tema, e mais recentemente tem ganhado destaque sobre os dispositivos eletrônicos para fumar.
c) Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI)
As ILPI são classificadas como estabelecimento de interesse da saúde, que atende tanto idosos
independentes, quanto aqueles com dificuldades para o desempenho das atividades diárias, que
necessitam de cuidados prolongados, reforçando assim o caráter social destas instituições. A finalidade
da VISA em relação às ILPI é assegurar que estas atendam aos critérios mínimos exigidos em
legislação sanitária pertinente, garantindo a segurança sanitária dos serviços oferecidos, a fim de
prevenir, eliminar ou reduzir riscos à saúde de idosos e colaboradores.
Em Salvador, no ano de 2020 foram fiscalizadas 66 ILPI cadastradas na VISA e distribuídas
entre os distritos sanitários, tendo uma maior concentração em Itapuã (20) e Itapagipe (11). As
atividades de inspeção e monitoramento, alcançaram uma cobertura de 100%, com realização de
reinspeções em muitas destas instituições. Observa-se ao longo dos anos um número crescente de
cadastros e consequentemente de inspeções neste segmento, porém isso não vem acompanhado de um
aumento expressivo de estabelecimentos licenciados, na medida em que os referidos não atendem à
legislação sanitária vigente. Diante do presente quadro, a VISA de Salvador, desde 2015, tem
monitorado com mais ênfase as ILPI, no sentido de buscar a regularização das mesmas, principalmente

308
no atual momento de pandemia da COVID-19. As ações foram intensificadas a partir de articulações
intersetoriais realizadas entre a VISA/SSA e o Ministério Público, a Defensoria Pública e outros
setores da SMS.
d) Processos Administrativos Sanitários (PAS)
Com base no instrumento de coleta da VISA (Consolidado VISA) dos anos de 2018, 2019 e
2020, verifica-se o aumento na conclusão dos PAS (Gráfico 203), sendo, em 2020, instaurados 444
PAS e concluídos 819 (Gráfico 227). Ainda em 2020, foram julgados 970 PAS que foram instaurados
em 2018 e 2019.

Gráfico 227. Percentual de atividades educativas por macroárea em 2019 e 2020

1000
819
800 645
600 504
420 444
400 284
200
0
2018 2019 2020

Instauração de Processo Administrativo Sanitário


Conclusão de Processo Administrativo Sanitário

Fonte: Consolidado VISA. Acesso em: 09/07/2021

Sobre a macroárea com maior número de autuações estão os estabelecimentos de interesse da


saúde, com destaque para o setor de alimentos. Dentre as principais irregularidades encontradas, que
levaram à lavratura dos autos de infração, destacam-se a falta de boas práticas, tanto para os
estabelecimentos de interesse da saúde como para os prestadores de serviços de saúde, e a ausência de
responsável técnico durante o funcionamento de estabelecimento, a exemplo de farmacêutico. Estes
dados são importantes elementos norteadores para a proposição de capacitação para o setor regulado
das diferentes macroáreas, com foco na temática que está associada ao maior número de autuações
pela VISA.
É importante ressaltar que tem sido dada a prioridade de julgamento de processos
administrativos sanitários instaurados em decorrência de infrações que se relacionam com a pandemia
de COVID-19 e aqueles decorrentes de ações de interdição.

2.6.7.3. Vigilância Entomológica


a) Aedes aegypti
Para a caracterização entomológica do município, tem sido adotado o Levantamento Rápido de
Índice para Aedes aegypti (LIRAa), realizado por meio de uma amostragem aleatória nos estratos em
que o território da cidade é dividido. Os indicadores entomológicos produzidos com esse levantamento
são: o Índice de Infestação Predial (IIP), o Índice de Breteau (IB) e o Índice de Recipientes (ITR), e
permitem avaliar os níveis de infestação do vetor e direcionar as ações de controle vetorial de acordo
com os resultados obtidos nos estratos amostrados.
Observa-se maior valor preditivo em áreas com índices elevados de infestação e, portanto, com
maiores riscos para ocorrência de surtos e epidemias. O LIRAa tem sido realizado regularmente, em
torno de quatro vezes ao ano, com exceção do ano de 2020, o qual foi suspenso, temporariamente, por
determinação do Ministério da Saúde, devido à pandemia da COVID-19. Ademais, o Ministério da

309
Saúde emitiu a Nota Informativa nº 08/2020-CGARB/DEIDT/SVS/MS, orientando sobre as ações dos
Agentes de Combate a Endemias durante as atividades de campo. No período de vigência da pandemia
da COVID–19, as visitas domiciliares ficam restritas apenas ao peridomicílio dos imóveis, impactando
a efetividade do controle vetorial.
A análise dos resultados do LIRAa, no período de 2010 a 2020, indica uma redução no índice
de infestação predial (IIP) do município, conforme ilustrado no Gráfico 228. Entre os anos de 2010 e
2012, obteve-se uma média de IIP de 4,0%, enquadrando a cidade como área de risco para surtos e
epidemias de arboviroses, de acordo com os parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde
(Quadro 31).

Quadro 31. Parâmetros dos índices de infestação predial por Aedes aegypti, Salvador-BA

Fonte: Brasil, 2009

A partir de 2013, observou-se uma redução no IIP, e posterior estabilização, em torno de 2,3%,
deixando a cidade em parâmetro de alerta. Salienta-se que o município permanece com o registro
endêmico de casos e epidemias periódicas. As Diretrizes Nacionais para
a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, estabelece um IIP abaixo de 1% como parâmetro
satisfatório para minimizar o risco de epidemia.

Gráfico 228. Média da série histórica dos levantamentos de índices entomológicos (Levantamento Rápido de
Índices para Aedes aegypti – LIRAa), Salvador-BA, 2010 a 2020.

Fonte: CCZ/SUGARBO

A série histórica do LIRAa, no período de 2010 a 2020, revelou que os maiores índices de
infestação predial ocorrem com maior frequência no início da estação do outono (março/abril). Esses
índices coincidem com o período sazonal de aumento do número de casos notificados de arbovírus no
município. Os distritos sanitários do Subúrbio Ferroviário, São Caetano Valéria, Cabula/Beiru e Pau
da Lima são os que têm registrado o maior número de estratos com IIP acima de 3,9% (risco), em 29
LIRAa realizados, no período de 2010 a 2020, conforme ilustrado nos Gráficos 229 e 230. Enquanto

310
que os distritos sanitários do Centro Histórico, Brotas, Boca do Rio e Cajazeiras são os que
apresentaram o menor número de estratos com IIP abaixo de 3,9%.

Gráfico 229. Número de estratos em risco (IIP>3,9%), em 29 LIRAa realizados, Salvador-BA, 2010 a 2020.

Fonte: CCZ/SUGARBO

Gráfico 230. Percentual de classificação dos estratos nos levantamentos rápidos de índices de infestação para
Aedes aegypti (LIRAa), Salvador-BA, 2010 a 2020.

Fonte: CCZ/SUGARBO

Em relação à série histórica dos depósitos predominantes apontados no LIRAa, no período de


2010 a 2020, os indicadores revelam que o depósito do tipo A2, são os principais criadouros
encontrados nos imóveis pesquisados. Trata-se de depósitos que estão diretamente relacionados com
a questão da oferta de água para consumo humano e representam os mais produtivos para reprodução
do Ae. aegypti. Os depósitos do tipo B vêm em segundo lugar e estão relacionados com a gestão dos

311
resíduos sólidos e o comportamento humano. Os depósitos encontrados, nesta série histórica do
LIRAa, estão ilustrados na Tabela 101.

Tabela 101. Distribuição dos tipos de criadouros, por distrito sanitário, obtido pelo LIRAa, Salvador-BA, 2013-
2020.
Distritos Sanitários A1 A2 B C D1 D2 E
Centro Histórico 3,7 18,4 42,4 20,8 3,9 11,4 0,0
Itapagipe 1,9 33,3 39,2 11,8 2,2 10,9 0,8
São Caetano/Valéria 3,2 45,0 25,9 5,9 3,8 15,7 0,6
Liberdade 6,4 29,6 42,0 6,9 3,4 11,3 0,4
Brotas 1,3 16,0 48,0 12,5 3,4 18,6 0,2
Barra/Rio Vermelho 5,6 24,6 39,5 21,3 1,3 6,6 1,0
Boca do Rio 4,7 29,2 33,0 14,8 3,1 13,2 2,0
Itapuã 2,1 46,6 27,0 6,8 3,6 12,3 1,5
Cabula/Beiru 3,7 41,1 28,3 4,8 3,5 17,9 0,7
Pau da Lima 2,9 46,5 18,8 3,8 4,5 22,9 0,7
Cajazeiras 2,5 47,5 18,2 3,4 3,4 24,4 0,6
Subúrbio Ferroviário 2,0 66,1 16,6 4,0 2,4 8,6 0,4
Salvador 3,3 37,0 31,6 9,7 3,2 14,5 0,7

Fonte: CCZ/SUGARBO

Em relação às ações de controle vetorial os indicadores de cobertura dos imóveis visitados e


pendência são cruciais para avaliar a efetividade do programa e o risco de transmissão de arboviroses
em suas formas epidêmicas. A análise da série histórica da cobertura, no período de 2010 a 2020,
indica uma cobertura média de 60% e índice de pendência de 27,5% (Gráfico 231). Os índices
preconizados pelas Diretrizes Nacionais, estabelecidas pelo Ministério da Saúde, são de no mínimo
80% para cobertura de visita aos imóveis estimados, por ciclo de trabalho realizado, índices estes que
diminuem a probabilidade do risco de epidemias.

Gráfico 231. Média de cobertura de imóveis visitados e pendência, Salvador-BA, 2010 a 2020.

Fonte: CCZ/SUGARBO

O índice de pendência de imóveis visitados nos ciclos anuais de trabalho programados oscila de
23 a 35%, índice considerado elevado para os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que
define como aceitável, uma pendência abaixo de 20%.

312
b) Triatomíneos
O Programa de Controle da Doença de Chagas – PCDCh112 do município de Salvador é
fundamentado na vigilância passiva, isto é, conta com a participação da população na notificação de
triatomíneos através da entrega dos insetos suspeitos de serem “barbeiros” nos Pontos de Informações
de Triatomíneos - PITs para a identificação dos mesmos. A quantidade de espécimes coletados e as
suas respectivas taxas de positividade encontram-se registradas na Tabela 102.

Tabela 102. Taxa de positividade de triatomíneos com formas flageladas em Salvador-BA, 2010 a 2020.
Total de
Número de triatomíneos com Taxa de positividade de triatomíneos
ANO triatomíneos
formas flagelados com formas flageladas
coletados
2010 31 146 21,23%
2011 11 83 13,25%
2012 7 40 17,50%
2013 1 43 2,33%
2014 0 65 0,00%
2015 3 54 5,56%
2016 11 83 13,25%
2017 39 106 36,79%
2018 87 224 38,84%
2019 98 210 46,67%
2020 172 326 52,76%

Fonte: SMS/DVIS/CCZ SEAMG, SEVTV e SEIZO

As espécies encontradas no município são Panstrongylus geniculatus (encontrada desde 2007


até 2011, e 1 em 2018) e Triatoma tíbiamaculata (encontrada desde 2007 até 2020). O Triatoma
tibiamaculata, é silvestre e, até o momento, não foi identificado indícios da domiciliação (presença de
ninfas e ovos no intra-domicílios) e não há relato em literatura, de ter afinidade pelo sangue dos seres
humanos. O município não tem o registro de casos humanos confirmados de doença de chagas aguda.
No período estudado as ações de monitoramento foram influenciadas por questões referentes a
sobrecarga de demanda ao LACEM estadual sendo as realizações da análise das amostras sendo
assumida pelo laboratório do CCZ.

2.6.7.4. Vigilância da Intoxicação Exógena


A intoxicação exógena (IE) é o conjunto de efeitos nocivos representados por manifestações
clínicas e/ou alterações laboratoriais que desenvolvam o desequilíbrio orgânico produzido pela
interação de um ou mais agentes químicos, com o sistema biológico.1
A vigilância da população exposta a contaminantes químicos, deve buscar articular ações
integradas de saúde – prevenção, promoção, vigilância e assistência à saúde desta população, incluindo
os casos ocorridos decorrente do trabalho.2 Conforme a Portaria MS n° 1.271/2014 a intoxicação
exógena por substância química, compõem a lista de doenças e agravos de notificação compulsória,
devendo ser notificada por meio da ficha de intoxicação exógena do Sistema de Informação de Agravos

112
No ano de 2006, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pactuou com a DIVEP/SESAB a implantação das
ações de Vigilância, prevenção e controle de Doença de Chagas - PCDCh. Como o município de Salvador está
classificado como área de baixo risco para transmissão da Doença de Chagas, dentro do PCDCh as ações
cumpridas desde então são: implantação da Vigilância Entomológica passiva, através da instalação de Pontos de
Informação de Triatomíneos - PIT’s; realização de borrifação quando houver sido comprovada a domicialização
e positividade do triatomíneo; coleta de amostra de sangue de moradores dos imóveis onde foram recolhidos
triatomíneos positivos para T. cruzi e o envio das amostras de sangue e dos triatomíneos recolhidos e
identificados, para exame parasitológico no LACEN.

313
de Notificação (SINAN), à autoridade de saúde pública, em até 24 horas para os casos de tentativa de
suicídio e violência/homicídio113, ou notificar semanalmente para os outros casos.1,3
Com a finalidade de realizar a vigilância dos casos de IE, foi instituído em 2021 o Grupo de
Trabalho (GT) da Intoxicação Exógena da Diretoria de Vigilância em Saúde de Salvador, com
composição multissetorial, formado por representantes do Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador (CEREST), Vigilância Epidemiológica setor de Doenças e Agravos não Transmissíveis
(VIEP-DANT), Vigilância Sanitária (VISA), Vigilância em Saúde Ambiental (VISAMB) e
Subcoordenadoria de Informação em Saúde (SUIS).
Como contribuição para este documento, destaca-se que o GT vem analisando o banco do
SINAN do ano de 2019 a junho de 2021. Como resultado, foi identificado inconsistências
principalmente nos campos 49 e 55 e que a correção dessas estão sendo realizadas até final do ano
corrente. Nesse sentido, o banco atual encontra-se com vieses impossibilitando uma análise de situação
de saúde. Diante do exposto, almeja-se expandir a análise do banco no período de 2015 a 2020,
promover educação permanente, disseminação de informação e implementar articulação intersetorial
no que tange ao agravo intoxicação exógena.

2.7. Gestão do SUS Municipal

2.7.1. Gestão do Trabalho na Saúde


A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador possui, atualmente, no seu quadro de pessoal, o
quantitativo de 11.292 trabalhadores, dos quais 8.877 possuem vínculo estatutário. A maioria dos
trabalhadores da saúde é do sexo feminino (72,53%) e encontra-se na faixa etária de 31 a 50 anos
(72,53%). Do total dos trabalhadores da SMS/SSA, 3.603 (31,90%) têm formação de nível superior e
7.689 (68,10%) tem formação de nível fundamental, médio ou técnico (Tabelas 103 a 106).

Tabela 103. Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo vínculo empregatício. Salvador-BA,
2021.
Vínculo Empregatício Nº %
Estatutário 8.877 78,6%
REDA 2.157 19,1%
Cargo Comissionado 251 2,2%
CLT 7 0,1%
Total 11.292 100%
Fonte: SIGP – PMS

Tabela 104. Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo sexo. Salvador-BA, 2021.

Sexo Nº %

Masculino 3.102 27,5%


Feminino 8.190 72,5%
Total 11.292 100,0%
Fonte: SIGP – PMS

113
Nos casos em que a circunstância de exposição (Campo 55) seja tentativa de suicídio ou violência / homicídio,
deverá ser preenchida também a Ficha de Notificação de Casos Suspeitos ou Confirmados de Violência, com
numeração própria do SINAN.

314
Tabela 105. Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo faixa etária. Salvador-BA, 2021
Faixa etária Nº %
19-28 296 1,5%
29-38 2.398 16,1%
39-48 4.367 36,4%
49-58 2.911 29,8%
59-68 1.143 13,7%
69-78 171 2,3%
79-88 6 0,1%
Total 11.292 100%
Fonte: SIGP – PMS

Tabela 106. Número e Percentual de trabalhadores da SMS/SSA, segundo nível de escolaridade. Salvador-BA,
2021.
Nível de Escolaridade Nº %
Fundamental/ Médio/ Técnico 7.689 68,1%
Superior 3.603 31,9%
Total 11.292 100,0%
Fonte: SIGP – PMS

No período de 2010 a 2016, destaca-se a aprovação da Lei nº. 7.955/2011 que alterou o regime
jurídico dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) de
CLT para estatutário, integrando esses trabalhadores no Plano de Cargos e Vencimentos. Ainda em
2011 foi realizado o concurso público nº. 01/2011 para o provimento de 1.320 vagas de Nível Médio
e 2.150 de Nível Superior para os cargos de: Auditor em Saúde Pública, Fiscal de Controle Sanitário,
Profissional de Atendimento Integrado, Sanitarista, Técnico em Serviços de Saúde e Auxiliar em
Serviços de Saúde.
Nesse período, a Coordenadoria de Gestão de Pessoas da Saúde desenvolveu ações com objetivo
de contribuir para a implementação da política ministerial de reorientação do modelo assistencial. No
ano de 2010, foi aprovado o Plano de Cargos e Vencimentos (PCV) da SMS significando um grande
avanço e propiciando a criação de novos cargos para a Estratégia de Saúde da Família, Centros de
Especialidades Odontológicas, Núcleos de Apoio à Saúde da Família e Centros de Atenção
Psicossocial.
Nesta perspectiva, configurou-se a necessidade de definir o quadro básico de pessoal em função
das necessidades de ações e serviços de saúde e a implantação do Plano de Cargos e Vencimentos dos
Profissionais de Saúde da Prefeitura Municipal de Salvador (Lei nº 7.867/2010), em consonância com
as diretrizes do Sistema Único de Saúde.
A implantação do novo Plano de Cargos e Vencimentos dos Profissionais de Saúde, abrange,
dentre outros avanços, a reestruturação do grupo dos profissionais, a criação de novas carreiras, a
implantação do processo de avaliação de desempenho, como uma estratégia para qualificação da
gestão, a instituição de um novo padrão remuneratório e a oportunidade de avanço de nível por motivo
de titulação. O processo de avaliação de desempenho e a oportunidade de avanço de nível por motivo
de titulação, constam no Plano de Cargos e Vencimentos dos Profissionais de Saúde, e no período de
2018-2021 não foram implantados, sendo um dos desafios que precisam ser enfrentados.
Destaca-se também que se observa, atualmente, no município de Salvador, a ausência de
realização de concurso público, a exceção de médico, levando em conta que o último concurso público
realizado aconteceu há 10 anos e o provimento de cargos está sendo por processos seletivos
simplificados através do Regime Especial de Direito Administrativo – REDA.
Durante este contexto, constataram-se dificuldades para a maioria dos estados e municípios para
operacionalizar investimentos na área de gestão do trabalho em função de vários fatores entre os quais

315
a suspensão dos repasses dos recursos federais e a baixa capacidade de gestão. Isto contribui para
ampliar a contratação indireta de trabalhadores pela administração pública promovendo a precarização
das relações de trabalho, com graves implicações como pulverização dos vínculos empregatícios,
jornadas de trabalho ampliadas, salários desiguais entre os trabalhadores. (PIERANTONI, 2002).
Com objetivo de capilarizar as ações de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde implantou
em 2015 através da Portaria nº 304/2015 os Núcleos de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde
(NUGETES114). A implantação desses núcleos representou um avanço para impulsionar a
operacionalização da política de Gestão do Trabalho que até então estava limitada ao campo
normativo, no entanto, registra-se a priorização de ações direcionadas ao campo da Educação na Saúde,
em particular da integração ensino-serviço, tornando-se agenda prioritária do processo de trabalho dos
núcleos.
Os núcleos não têm desenvolvido estratégias de modo a contemplar todas as dimensões, nesta
perspectiva foram identificados alguns limites para o desenvolvimento do trabalho dos núcleos:
número insuficiente de profissionais para atuar na área técnica da gestão do trabalho; sobrecarga de
atividades, dado que os trabalhadores não são exclusivos dos núcleos; número limitado de NUGETES
implantados; não integração dos processos e temas de capacitação; pouco apoio a operacionalização
dos núcleos pelo âmbito da gestão; ausência de espaço físico apropriado e de materiais; qualificação
insuficiente de técnicos para operar uma política de gestão do trabalho (SOUZA, 2018).
A Educação no SUS Salvador vem promovendo desenvolvimento de pessoas e a Educação
Permanente em Saúde com o objetivo de cumprir a previsão da Política Nacional de Educação
Permanente. As fragilidades na formação e no desenvolvimento dos trabalhadores da SMS traz a
responsabilidade de repensar os pressupostos e as metodologias dos processos de formação, tendo em
vista que na SMS o modelo predominante de educação ainda se caracteriza por processos pontuais,
fragmentados, desarticulados e descontinuados
Nesse período, houve a criação, em 2010, do Centro de Formação dos Trabalhadores do SUS
Salvador (CEFORT), com a perspectiva de tornar-se uma instituição formadora do SUS municipal em
diferentes níveis de qualificação profissional. O objetivo do próximo quadriênio é que o CEFORT se
torne um espaço político-pedagógico onde os trabalhadores do SUS-Salvador possam ser qualificados
a luz da conjuntura e das contingências institucionais se transformando na Escola Municipal de Saúde
Pública.
Nessa perspectiva, visando a efetivação da Política de Educação Permanente em Saúde no
município, foi elaborado no ano de 2019 o Plano Municipal de Educação Permanente (PMEPS115),
compreendido como um instrumento de gestão que visa orientar o desenvolvimento das ações de
Educação Permanente em Saúde no município
As iniciativas educacionais voltadas à qualificação e formação dos trabalhadores estão
consolidadas na Agenda Integrada das Ações Educativas da SMS116, a qual, nos últimos cinco anos,

114
Os NUGETES são instâncias de planejamento, organização, execução, monitoramento e avaliação das ações
referentes à Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
A finalidade desses núcleos são promover ações para mudar práticas, democratizar as relações da gestão, propor
estratégias para melhoria dos processos organizativos do trabalho, integrar a rede de ensino, valorizar o trabalho
e os trabalhadores, estimular práticas de promoção da autonomia, desprecarizar os vínculos, atuar como
protagonista e valorizar os sujeitos visando a transformação dos processos de trabalho (MENDONÇA, 2010).
115
O PMEPS é produto de um esforço coletivo elaborado a partir das oficinas realizadas, nos 12 Distritos
Sanitários, nas Coordenadorias e Diretorias da Secretaria Municipal da Saúde do Salvador, envolvendo os atores
sociais entre trabalhadores, gestores, representante do controle social e das Instituições de Ensino Superior
conveniadas com SMS.
116
Agenda Integrada das Ações Educativas da SMS é o instrumento que anualiza o PMEPS e tem como objetivo
reduzir a fragmentação das ações educativas realizadas por diferentes diretorias e coordenadorias, assim como o
planejamento de ações educacionais que dialoguem com os instrumentos de gestão municipal (Plano Municipal
de Saúde e Programa Anual de Saúde).

316
tornou-se um importante instrumento de planejamento permitindo a melhoria do processo de
monitoramento e avaliação das ações de Educação Permanente em Saúde (EPS) realizadas pela SMS.
Observa-se uma redução das ações educacionais programadas na Agenda Integrada, em
particular nos anos de 2019 e 2020, em destaque para o ano de 2020, com o advento da pandemia da
COVID 19, as medidas de isolamento social e a sobre carga de trabalho nas Unidades de Saúde muitas
ações educacionais programadas para o ano foram canceladas (Gráfico 232).

Gráfico 232. Número de Atividades Educativas Programadas e Realizadas, Salvador-BA, 2016-2020.

350
300 293
250 230
192 210 209
200
150 184
100 124 87 95
111
50
0
2016 2017 2018 2019 2020

Programadas Realizada

Fonte: Subcoordenação de Capacitação/CGPS

A pandemia da COVID 19, trouxe um novo contexto para o desenvolvimento das ações
educacionais apontando para a necessidade de incorporar estratégias didáticas pedagógicas para a
educação digital, assim como viabilizar a realização de ações educativas via ambiente virtual de
aprendizagem (AVA).
Verifica-se na Agenda Integrada um grande número de ações educacionais programadas para a
qualificação dos trabalhadores, porém registra-se uma importante fragilidade na compreensão da
Educação Permanente como estratégia de qualificação das práticas educativas e do processo de
trabalho assim como o baixo investimento em novas tecnologias educacionais.
Como uma das estratégias para a qualificação das ações propostas na Agenda Integrada, foi
instituído os Encontros Pedagógicos que tem o objetivo de fortalecer a EPS na SMS, ofertando aos
propositores das ações educacionais da Agenda reflexão acerca do planejamento educacional e das
metodologias ativas de ensino aprendizagem.
A partir do ano de 2020 a Coordenadoria de Gestão de Pessoas tem apostado em iniciativas
educacionais que utiliza metodologias ativas de ensino aprendizagem promovendo inicialmente o
curso Processos Educacionais em Saúde que teve o objetivo de qualificar os propositores das ações
educacionais e mais recentemente o curso de Formação de Facilitadores em Educação Permanente em
Saúde, com o propósito de formar uma Rede de facilitadores, capilarizando as ações de EPS na
Secretaria Municipal de Saúde, o curso teve a participação de representantes de Distritos Sanitários,
Diretorias de Atenção à Saúde e Vigilância à Saúde.
Em 2019, houve implantação de dois programas de residência médica, sendo um de Medicina
de Emergência e um de Medicina de Família e Comunidade. O Programa de Residência de Medicina
de Emergência (PRME) tem como principal cenário de ensino-aprendizagem o Hospital Municipal de
Salvador e conta, atualmente, com 3(três) residentes da primeira turma (R3), que ingressaram no ano
de 2019 e concluem a residência em fevereiro de 2022. Além destes, existem no programa 1(um)
residente da segunda turma, ingressante em 2020 (R2), e 4 (quatro) residentes da terceira turma,
ingressantes em fevereiro de 2021.

317
Já o Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) tem seus
residentes vinculados às Equipes de Saúde da Família (EqSF) das Unidades Básicas de Saúde (UBS)
e já teve a primeira turma de residentes concluintes em fevereiro de 2021. Atualmente, existem 6 (seis)
R2, residentes ingressantes no ano de 2020, e 6(seis) R1, residentes ingressantes em 2021. Além disso,
a SMS instituiu o Programa Integrado de Residências em Saúde (PIRS), através da Lei Complementar
nº 072/2019, o que propiciou a incorporação do financiamento de bolsas de educação para o trabalho
para coordenadores, preceptores e apoiadores pedagógicos, visando a implementação e o
fortalecimento dos programas de residência.
Houve também, o financiamento de bolsas de complementação para residentes de Medicina de
Família e Comunidade, tanto do programa da SMS como dos programas das instituições
parceiras/conveniadas, que estão inseridos na rede municipal de Atenção Primária à Saúde (APS).
Dessa forma, houve um incremento no número de residentes médicos lotados nas Unidades de Saúde
da Família (USF) da SMS Salvador (Gráfico 233).

Gráfico 233. Número de Residentes de Medicina de Família e Comunidade inseridos na rede da APS, Salvador,
Salvador-BA, 2018-2021

54
48 50

28
24

9 9
3

2018 2019 2020 2021


R1 R2

Fonte: Subcoordenação de Capacitação/CGPS

Ainda com foco na formação de profissionais qualificados, a CGPS tem investido na articulação
das residências multiprofissionais de instituições parceiras/conveniadas, que estão inseridas na rede
municipal, bem como tem buscado o credenciamento de residências próprias com vistas ao
fortalecimento das redes de atenção à saúde no município.
Assim, diante dessa ampliação do investimento nas residências na SMS Salvador, faz-se
necessário a qualificação dos processos de trabalho da gestão, tanto do nível central como no nível
distrital, de modo a tornar mais potente essa estratégia de fortalecimento das residências como
qualificação dos processos de trabalho e de cuidado à saúde.
No período de 2015 a 2020, foram inseridos na rede de saúde 51.572 alunos para estágios
curriculares, extracurriculares e projetos de extensão e realizadas 886 pesquisas envolvendo diversos
temas relacionados à atenção à saúde no período de 2011 a 2020.

318
Gráfico 234. Número de estudantes inseridos no Campo de Prática da SMS, Salvador-BA, 2015 a 2020.
14140
11432 11946

6340 6442

1272

2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Subcoordenação de Capacitação/CGPS

2.7.2. Gestão Financeira


A Gestão Financeira do SUS baseia-se nas linhas orçamentária e financeira com objetivo de
subsidiar o processo de planejamento orçamentário, a partir das necessidades de saúde da população,
com base no seu perfil epidemiológico, demográfico e socioeconômico. Antes de se planejar qualquer
despesa é imperioso verificar se haverá lastro financeiro para financiá-la. Na composição do orçamento
das entidades, primeiro faz-se a previsão de arrecadação das receitas, sejam elas receitas correntes ou
receitas de capital, feito o levantamento em questão, o ente fixa as despesas, visto que não se pode
provisionar nenhum tipo de dispêndio acima da capacidade de pagamento.
A Secretaria Municipal da Saúde dispõe de diversas fontes de recurso para o financiamento de
suas despesas, onde as principais são: Recursos próprios do município, oriundos de transferências
constitucionais de parte dos tributos arrecadados pela esfera federal e estadual, além da própria
arrecadação tributária do município; Recursos transferidos fundo a fundo pelo Ministério da Saúde
para financiamento de despesas do Sistema Único de Saúde – SUS.
Os recursos são divididos em dois grandes blocos, sendo eles o bloco de custeio, destinado ao
financiamento de ações de custeio da SMS, como prestações de serviço e a compra de materiais, sejam
eles administrativos, penso e quaisquer outros destinados à manutenção da máquina administrativa. O
segundo bloco é o de investimento, onde registram-se receitas voltadas à aquisição de equipamentos,
mobiliários e construção de novas unidades.
Ainda com relação aos recursos do SUS, é importante ressaltar que, independente dos blocos de
financiamento, cada recurso tem sua subclassificação, visto que a receita é transferida com uma
destinação específica, não podendo ter seu objeto desviado.

2.7.2.1. Receitas e despesas


2.7.2.1.1. Receitas
Ao analisar a evolução do Orçamento em Saúde (Gráfico 235), percebe-se que o mesmo sofreu
aumentos em 2014 (34,5%) e, em 2020 (145,6%), quando compara-se com 2010. No que se refere ao
exercício de 2014, o aumento deve-se à mudança de governo, pois com a posse do gestor municipal,
no exercício anterior (2013 -2020) o município concentrou-se em analisar as contas com o objetivo de
chegar ao equilíbrio entre a receita e a despesa, através de programas de parcelamento de dívidas
represadas e o fechamento de contratos de operação de crédito com entidades nacionais e
internacionais.

319
Além das medidas citadas, é importante destacar as ações voltadas à criação de uma nova
política de arrecadação de receita, com medidas direcionadas especialmente à arrecadação de débitos
com a prefeitura, bem como a reavaliação da política tributária do município com o objetivo de
atualizar as métricas voltadas à tributação municipal, seguindo critérios técnicos, a exemplo do
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU.

Gráfico 235. Orçamento total em saúde segundo valor orçado e valor executado, Salvador/BA, 2010 a 2020.
2.500.000,00
2.000.000,00
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
-
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
VALOR ORÇADO 896.2 960.0 945.4 948.2 1.205 1.322 1.411 1.584 1.792 1.774 2.201
VALOR EXECUTADO 867.4 904.8 897.0 932.4 1.093 1.211 1.384 1.410 1.559 1.640 1.935

VALOR ORÇADO VALOR EXECUTADO

Fonte: Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF e Sistema de Informações de Orçamento
Público - SIOPS

Conforme demonstrado no gráfico 236, a participação do Ministério da Saúde - MS, bem como
do Estado, foi mais incisiva nas ações de saúde pública do município do Salvador no início do período
analisado, contudo, sua participação no financiamento das contas públicas vem diminuindo ao longo
dos anos, forçando o município a empregar cada vez mais recursos próprios em despesas com saúde.
Dessa forma, o município vem envidando esforços junto ao MS com o objetivo de viabilizar o
aumento dos repasses federais. Esse comportamento é reflexo da ampliação da rede e da oferta de
serviços de saúde à população, bem como da habilitação das unidades com a máxima celeridade,
garantindo assim o aumento do incentivo federal. Destaca-se que, o incentivo que mais recebe
financiamento é o da Média e Alta Complexidade, chegando a representar aproximadamente 71,08%
de todo o recurso federal creditado nas contas no município.

Gráfico 236. Recursos Próprios X Recursos Federal e Estadual, Salvador-BA, 2010 a 2020.
1.200.000,00
1.000.000,00
800.000,00
600.000,00
400.000,00
200.000,00
-
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
RECURSO PRÓPRIO 365.9 417.0 440.1 456.9 618.6 683.9 740.7 867.8 984.6 974.3 1.140
RECURSO ESTADUAL E
530.3 543.0 505.3 491.2 587.2 638.2 671.1 716.1 807.8 799.9 1.061
FEDERAL

RECURSO PRÓPRIO RECURSO ESTADUAL E FEDERAL

Fonte: Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF e Sistema de Informações de Orçamento
Público - SIOPS

320
Vale ressaltar também que em 2018, novas regras sobre o financiamento e a transferência dos
recursos federais para as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde – SUS entraram em
vigor, através da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS de 28/09/2017, alterada pela Portaria nº 3.992,
de 28/12/2017117. Ainda com relação às políticas de financiamento no Ministério da Saúde - MS, é
preciso mencionar a Atenção Básica.
Ao longo do tempo o MS vem realizando repasses para o bloco da atenção básica levando-se
em consideração o pagamento fixo per capita, a oferta de serviços, o desempenho e o provimento,
contudo, em 2019, nova política foi implantada com a publicação da Portaria nº 2.983 de 11 de
novembro de 2019118.
Embora a nova política tenha entrado em vigor desde 2019, ainda não houve modificação em
relação à disponibilização do crédito, devido à crise sanitária suspendendo a aplicação dos novos
critérios. Destaca-se em 2020, a realização de transferências de recursos, pela União, voltados ao
enfrentamento da pandemia do novo Coronavírus, evitando assim o colapso nas contas públicas
municipais.

2.7.2.1.2. Despesas
No período em análise, percebe-se que as despesas da Secretaria Municipal da Saúde – SMS
vêm aumentando, observa-se a curva de crescimento das despesas do município destinadas às ações
de saúde pública, na qual o custo passou de R$ 867.408.913,80 (oitocentos e sessenta e sete milhões,
quatrocentos e oito mil, novecentos e treze reais e oitenta centavos) em 2010 para R$ 1.935.686.442,98
(um bilhão, novecentos e trinta e cinco milhões, seiscentos e oitenta e seis mil, quatrocentos e quarenta
e dois reais e noventa e oito centavos), em 2020, isso ocorre devido ao constante investimento tanto
com o aumento da rede de saúde, como na contratação de profissionais (Gráfico 237).

Gráfico 237. Evolução da despesa em saúde, Salvador-BA, 2010-2020.


2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Série1 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Série2 867.4 904.8 897.0 932.4 1.093 1.211 1.384 1.410 1.559 1.640 1.935
Série3 0,00% 4,32% -0,87% 3,95% 17,23%10,84%14,24% 1,91% 10,59% 5,19% 17,97%

117
As portarias estabeleceram que a transferência dos recursos federais destinados ao custeio de ações e serviços
de saúde na modalidade fundo a fundo, até dezembro de 2017 repassados em 05 (cinco) blocos de financiamento,
passou, a partir de 2018, a ser realizada em apenas uma conta financeira, e os recursos para investimento foram
transferidos para uma só conta corrente específica para investimentos, ou seja, os recursos financeiros passaram
a ser creditados em apenas dois blocos (custeio e investimento).
118
A nova política de repasse seguirá um modelo misto de financiamento, formado pelos critérios de Capacitação
e Ações Estratégicas: a capacitação segue o critério populacional; pagamento por desempenho, ou seja, por
produção; e captação ponderada, que nada mais é que o recebimento de recurso levando em consideração as
equipes. Os repasses oriundos do critério de capacitação são regulares e periódicos. As Ações Estratégicas, têm
seu repasse efetuado em uma única parcela para o custeio de ações específicas.

321
Fonte: Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF e Sistema de Informações de Orçamento
Público – SIOPS

No que diz respeito ao aumento da despesa com investimento, durante esse período, destaca-se
a construção do primeiro Hospital Municipal de Salvador, inaugurado em abril de 2018, as Unidades
de Pronto Atendimento, e as novas Unidades de Saúde da Família, culminando na ampliação da rede
de serviços em todos os níveis de atenção. Nota-se que o exercício de 2017 representa o período de
maior dispêndio nessa categoria, visto que o município estava focado em cumprir uma de suas
principais metas, que era a entrega do primeiro Hospital Municipal da cidade do Salvador (Tabela
107).
Vale lembrar que as despesas com a construção ou requalificação de unidades é pontual, com
um custo relativamente pequeno se comparado com o total de gastos planejado para o exercício. A
despesa aumenta consideravelmente a partir do momento em que a unidade entra em operação, pois
nessa fase começam as contratações de profissionais das mais diversas áreas, custos com manutenção
de equipamentos e manutenção predial, material de escritório, material penso, medicamentos e outros
custos voltados ao bom funcionamento da unidade de saúde.

Tabela 107. Execução da SMS em relação ao crédito orçamentário disponibilizado em cada exercício financeiro
por categoria de despesa Investimento e Custeio, Salvador-BA, 2010-2020
INVESTIMENTO CUSTEIO
EXERCÍCIO VALOR ORÇADO VALOR EXECUTADO EXERCÍCIO VALOR ORÇADO VALOR EXECUTADO
2010 10.782.000,00 9.847.000,57 2010 644.410.976,00 622.641.561,39
2011 11.461.000,00 6.170.761,75 2011 647.572.000,00 605.373.122,16
2012 8.686.000,00 7.669.936,53 2012 569.186.000,00 528.424.737,55
2013 8.139.045,00 6.301.700,32 2013 468.677.622,00 457.436.266,92
2014 66.589.979,00 26.136.583,87 2014 541.821.362,00 520.513.519,98
2015 69.330.342,00 9.952.038,95 2015 628.052.436,00 594.541.667,10
2016 55.800.310,00 33.658.870,66 2016 719.495.583,00 714.372.057,30
2017 194.096.949,00 81.070.762,39 2017 688.809.025,00 671.788.994,97
2018 177.867.165,00 56.808.384,45 2018 864.463.447,00 789.996.891,00
2019 58.531.243,00 36.710.972,22 2019 899.137.046,00 833.142.928,03
2020 40.197.768,00 27.871.516,33 2020 1.009.687.358,00 893.190.353,94
TOTAL 701.481.801,00 302.198.528,04 TOTAL 7.681.312.855,00 7.231.422.100,34
Fonte: Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF e Sistema de Informações de Orçamento
Público - SIOPS

As despesas com custeio dos serviços com saúde representam o maior volume de gastos. Nota-
se que houve uma pequena oscilação no que se refere ao custeio durante o período analisado, sofrendo
uma redução em 2013 e depois registrando um constante crescimento. A redução se deve à mudança
de governo, onde houve a necessidade de se avaliar todo o cenário deixado pelo gestor anterior e propor
novas estratégias, bem como novas metas, tanto com relação à redução dos custos, quanto com
estratégias voltadas ao aumento da arrecadação municipal, demonstrando o comprometimento do
município com a saúde pública.
O crescimento posterior deve-se ao aumento da cobertura de atenção básica, campanhas de
imunização, saneamento básico e implantação, e requalificação de unidades básicas de saúde, bem
como do aumento do investimento com média e alta complexidade, reflexo da implantação de novas
unidades de saúde e na requalificação das existentes. Em 2020, o aumento dos gastos evidenciado
(17,97%) deve-se também à publicação do estado de emergência pelo governo federal em função da
pandemia de COVID-19.

322
Com relação a despesa com folha de pagamento, verifica-se uma ampliação, saindo de uma
despesa em 2010 de R$ 214.122.160,07 (duzentos e quatorze milhões, cento e vinte e dois mil, cento
e sessenta reais e sete centavos), alcançando em 2020 R$ 732.807.270,87 (setecentos e trinta e dois
milhões, oitocentos e sete mil, duzentos e setenta reais e oitenta e sete centavos), o que significa um
aumento de 242%, conforme Tabela 108. Vale ressaltar que essa ampliação ocorre devido a ampliação
no quadro de pessoal com a contratação de profissionais de saúde e pessoal administrativo.

Tabela 108. Execução da SMS em relação ao crédito orçamentário disponibilizado em cada exercício financeiro
por categoria de despesa Custeio – Folha de Pagamento, Salvador-BA, 2010-2020

FOLHA DE PAGAMENTO
EXERCÍCIO VALOR ORÇADO VALOR EXECUTADO
2010 217.416.000,00 214.122.160,07
2011 273.992.000,00 271.458.693,55
2012 326.387.000,00 324.932.025,95
2013 434.571.065,00 433.892.171,27
2014 520.497.756,00 512.346.219,65
2015 587.543.000,00 579.715.265,17
2016 593.197.445,00 593.127.892,28
2017 646.241.697,00 607.454.290,27
2018 659.722.870,00 656.989.859,60
2019 738.888.395,00 703.347.636,91
2020 748.558.955,00 732.807.270,87
TOTAL 5.747.016.183,00 5.630.193.485,59

Nota-se que o custeio com a aquisição de materiais119 e com medicamentos, aumentam ao


longo do período, isso se dá também em função da ampliação da rede (Tabela 109).

MEDICAMENTOS MATERIAL
EXERCÍCIO VALOR ORÇADO VALOR EXECUTADO EXERCÍCIO VALOR ORÇADO VALOR EXECUTADO
2010 7.661.124,00 6.851.320,88 2010 15.977.900,00 13.946.870,89
2011 5.905.000,00 5.143.705,63 2011 21.133.000,00 16.694.185,35
2012 14.247.000,00 13.978.422,56 2012 26.960.000,00 22.007.633,95
2013 19.541.987,00 19.271.301,10 2013 17.273.281,00 15.519.666,86
2014 34.138.835,00 17.013.374,76 2014 42.848.068,00 17.055.102,09
2015 17.263.140,00 15.129.162,81 2015 20.054.082,00 12.162.839,69
2016 20.127.239,00 20.002.311,78 2016 23.309.823,00 22.900.858,44
2017 23.826.435,00 23.176.592,75 2017 31.025.998,00 27.066.693,15
2018 22.690.220,00 19.964.247,12 2018 67.749.280,00 36.113.243,59
2019 34.635.756,00 29.104.960,39 2019 43.131.927,00 38.565.999,12
2020 29.221.459,00 24.068.403,93 2020 59.230.338,00 37.988.776,72
TOTAL 229.258.195,00 193.703.803,71 TOTAL 368.693.697,00 260.021.869,85

As despesas, apesar de terem apresentado crescimento, não vêm sendo acompanhadas pelos
repasses financeiros do Ministério da Saúde, que manteve sua linha de financiamento praticamente

119
Na categoria “materiais “estão inclusos os materiais de escritório, penso, expediente e quaisquer outros
indispensáveis para o funcionamento da rede.

323
estática durante o período, culminando em um comprometimento cada vez maior dos recursos próprios
do município.

Tabela 109. Proporção de recursos próprios em saúde e gasto per capta. Salvador, 2010-2020
GASTOS EM SAÚDE PER CAPTA
POPULAÇÃO GASTO
ÍNDICE DESPESAS COM
ANO ESTIMADA PÚBLICO PER
CONSTITUCIONAL SAÚDE LIQUIDADAS
(IBGE) CAPTA
2010 10,59% 819.599.415,18 2675656 306,32

2011 16,13% 861.640.840,38 2693605 319,88

2012 15,94% 843.529.964,26 2710968 311,15

2013 16% 932.421.106,47 2883682 323,34

2014 16,92% 1.093.066.600,35 2902927 376,54

2015 18,79% 1.211.500.973,72 2921087 414,74

2016 19,21% 1.384.061.990,46 2938092 471,08

2017 19,87% 1.410.557.333,53 2953986 477,51

2018 19,29% 1.559.872.625,76 2857329 545,92

2019 19,03% 1.584.205.370,41 2872347 551,54

2020 22,17% 1.930.710.121,63 2886698 668,83


Fonte: SIOPS

Com relação à aplicação120 de recursos próprios em serviços e ações públicas de saúde, em


cumprimento à EC n. º 29/2000, regulamentada pela Lei Complementar n. º 141/2012, que estabelece
o mínimo de aplicação de recursos próprios em serviços e ações públicas de saúde, que equivale a
15%, nota-se um aumento significativo ao longo dos exercícios, com o município aplicando cada vez
mais recursos oriundos de fonte específica em ações de saúde pública, alcançando 22,21% em 2020
(Gráfico 238). O único exercício no período em questão em que o índice não foi cumprido foi o de
2010, com um índice de apenas 10,59%.

120
O índice constitucional é calculado considerando o crédito relativo às transferências constitucionais de
impostos e as receitas próprias de impostos. As demais receitas municipais, como as de operação de crédito,
taxas e doações, não são incluídas para efeito do disposto na Lei Complementar 141/2012.

324
Gráfico 238. Evolução da aplicação do índice constitucional (EC nº29) pelo município de Salvador-BA, 2010-
2020.
25%
0,2221
0,1988 0,1929
20% 0,19 0,1896 0,1903
0,17 0,17
0,16 0,16
15%
0,11
10%

5%

0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF e Sistema de Informações de Orçamento
Público - SIOPS

A SMS promove revisões periódicas dos tetos financeiros de Salvador para os diversos blocos
de financiamento, a fim de melhorar cada vez mais os serviços prestados pela Prefeitura Municipal do
Salvador – PMS nas diversas áreas de saúde, buscando, junto ao Governo Federal, através do
Ministério da Saúde, ao Governo Estadual, através da Secretaria de Saúde do Estado, mais recursos
para a execução das ações de saúde tão necessárias ao município.

2.7.3. Sistema Municipal de Auditoria do SUS Salvador


O Sistema Municipal de Auditoria no âmbito do SUS/Salvador iniciou suas atividades em 2001,
com a posse de 27 Auditores121em Saúde Pública aprovados em concurso público, nas seguintes áreas
de qualificação: médica, odontológica, enfermagem e contabilidade. Em 2016, o quadro de pessoal era
composto de 36 auditores e um auxiliar administrativo, estando em atividade no setor 32 auditores,
visto que os demais se encontravam lotados em outros setores da SMS. Nos anos de 2001 e 2016 houve
um aumento percentual de 33%, com o incremento de 09 auditores no período de 15 anos. No período
seguinte (2016-2021) observa-se um decréscimo de 5,56% com a saída de dois médicos do quadro de
auditores.
O acréscimo do número de auditores entre os anos de 2001 e 2016 não acompanhou as mudanças
advindas da municipalização como não alcançou o número previsto pelo Decreto Municipal nº
16.283/2005, que amplia o quadro para 75 auditores. Salienta-se que a redução do quantitativo de
Auditores em Saúde Pública constitui um dos principais fatores limitantes na produção de trabalhos
de auditoria, se levarmos em consideração tanto as atribuições dos cargos dos auditores nas citadas
áreas de qualificação, como a dimensão e a complexidade do SUS.
Quanto aos trabalhos da auditoria, a Tabela 110 demonstra a realização de 2.507 trabalhos de
auditoria no período de 2010 a 2020, sendo elaborados 678 Relatórios de Auditorias, 1.075 Pareceres
referentes à análise das Defesas, dos Recursos de Reconsideração e dos Recursos Hierárquicos, 20
Pareceres Técnicos, 19 documentos diversos referentes à Procedimentos Operacionais, Manuais de
Normas e Regimento Interno, além de 706 atividades de monitoramento das auditorias realizadas.

121
O cargo Auditor em Saúde Pública foi criado no ano de 2000, por meio da Lei Municipal nº 5.700, com a
perspectiva de serem desenvolvidas ações de controle, avaliação e auditoria das atividades relativas à prestação
de serviços do Sistema Único de Saúde - SUS. As atribuições do cargo de auditor em saúde pública estão
descritas no Regimento do Sistema Municipal de Auditoria no âmbito do SUS/SALVADOR, aprovado e
publicado no Decreto Municipal n. º 15.374/2004.

325
Tabela 110. Número de produtos de Auditoria por tipo, Salvador-BA, 2010 a 2020.

Atividades de Auditoria 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Relatórios de Auditoria 54 54 70 124 94 71 72 39 30 35 35


Parecer Defesa/Recurso
31 85 94 149 124 124 101 108 107 98 54
Reconsideração/Hierárquico
Parecer Técnico 5 1 0 7 3 3 0 0 0 1 0
Protocolos/Manuais,
1 1 1 0 0 0 7 0 8 1 0
Regimento Interno, Modelos
Monitoramento 54 54 70 124 94 71 72 39 41 50 37
Fonte: SMS/Auditoria SUS/Salvador
As maiores produções de Relatórios de Auditoria são alcançadas nos anos de 2013 e 2014, com
a confecção de 124 e 94 relatórios, respectivamente. No ano de 2013 observa-se um aumento de 111%
em relação à produção do ano de 2012, tanto pela realização de auditorias com escopos restritos e para
indenização de prestadores de serviço, como pelo incremento do número de pareceres. Destaca-se que
em 2018 a elaboração de 30 relatórios anuais, decorre da realização de auditorias na rede própria com
um maior nível de complexidade, como as auditorias de Ações e Programas, e de Redes de Atenção.
Um outro fator que contribuiu para essa situação foi a priorização da implementação da atividade de
monitoramento (Tabela 110).
No que diz respeito à atividade de monitoramento verifica-se que, no período de 2010 a 2017,
os relatórios de auditoria eram monitorados individualmente, e as principais constatações e os achados
de auditoria eram sistematizados nos Relatórios de Gestão Anuais de Auditoria. A partir do ano de
2018, houve um avanço na atividade de monitoramento com a confecção de instrumentos de
monitoramento que tinham como finalidade sistematizar os dados relativos: ao Ciclo de Auditoria, ao
Rito Formal, à Execução Contratual, à Rede própria e ao Tempo de Auditoria.
Nesse mesmo ano, sistematizou-se 100% dos dados dos relatórios do ano de 2017, no que diz
respeito ao monitoramento do Ciclo da Auditoria. Foram confeccionados, também, dois Relatórios
Gerenciais de Monitoramento dos achados de auditoria, numa série histórica de 5 anos e referentes à
Assistência Odontológica e aos Contratos Assistenciais.
Em 2019, houve monitoramento de 100% dos Contratos do ano de 2018, quanto ao Rito Formal,
Execução Contratual, Ciclo de Auditoria e Tempo de Auditoria, e em 2020 foi realizado o
monitoramento apenas do Ciclo de Auditoria e referente à produção do ano de 2019. Ressalta-se que
mesmo com o avanço do processo de monitoramento dos resultados das auditorias, a partir do ano de
2018, a alimentação dos instrumentos não contemplou todas as variáveis selecionadas, nem tampouco
foram inseridos dados em todos os instrumentos para cada tipo de auditoria.
Em relação à produção de pareceres dos recursos administrativos interpostos, nota-se que a
partir do ano de 2013, houve um aumento em números absolutos da produção de Pareceres referentes
à análise de Defesas, dos Recursos de Reconsideração e dos Recursos Hierárquicos em relação ao ano
de 2012, com um incremento de 58,5%. A partir do ano de 2014, no entanto, há um decréscimo em
número absolutos, acompanhando a diminuição do quantitativo de relatórios.
Quanto aos Pareceres Técnicos, até o ano de 2010 a elaboração estava atrelada à comprovação
da realização de procedimentos médicos para a liberação de pagamento por via administrativa de AIHs
e APACs bloqueadas, assim como, para a avaliação físico funcional de unidades da rede
complementar. A partir do ano de 2011 esta demanda desaparece, principalmente devido à
formalização da relação entre a SMS e prestadores de serviços com os Chamamentos Públicos de 2010
e 2012.

326
2.7.3.1. Sistema de Auditoria do SUS (SISAUD/SUS122)
É importante destacar que em 2009, a Auditoria SUS/Salvador aderiu ao SISAUD/SUS, com o
objetivo de sistematizar o registro, o acompanhamento e a produção de informações decorrentes de
suas atividades e assim contribuir para o aperfeiçoamento das atividades de auditoria e da gestão do
SUS.
A despeito das inúmeras funcionalidades desse sistema de informação na sistematização de
inúmeros registros (demanda, tarefa, força de trabalho, notificação do auditado, planilha de devolução
de recursos financeiros, órgão auditado, entre outros), vem sendo observado limitações nas
informações consolidadas nos Relatórios Gerenciais, bem como na categorização reduzida dos itens
de constatação. Em razão das limitações supracitadas, o acompanhamento e avaliação dos achados de
auditoria via SISAUD é restrita, sendo apenas possível a sistematização dos achados por item de
constatação (categorização) e não da constatação propriamente dita (resultado de auditoria).
Sendo assim, em relação à consolidação das Constatações dos Relatórios de Auditoria,
observou-se que, no período de 2010 a 2020, foram produzidas 6.358 constatações de auditoria no
Sistema de Auditoria do SUS (SISAUD/SUS) (Tabela 111).

Tabela 111. Itens de Constatações de Auditoria, Salvador-BA, 2010 a 2020.


Itens de Constatação/Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Assistência Farmacêutica 7 9 7 12 5 1 0 0 4 24 7
Acesso à demanda na
Assistência Ambulatorial 180 393 286 28 108 456 100 726 377 126 38
Processo de trabalho 38 12 6 30 105 1 0 104 8 9 1
Capacitação 9 36 85 79 21 20 0 10 9 0 0
Capacidade Instalada 9 101 0 4 31 42 11 73 0 8 0
Contrato/Recursos
Financeiros 64 198 152 0 60 8 255 234 204 458 21
Recursos
Humanos/Profissionais de
Saúde 2 10 4 0 0 0 2 59 8 12 0
Estrutura Física 12 14 71 0 0 13 0 8 5 0 92
Acesso à demanda/Regulação 10 33 0 0 18 45 0 46 15 1 0
Estrutura Organizacional 0 15 18 12 3 0 1 0 0 0
Manutenção 0 0 0 0 0 0 0 45 0 72 0
Controle Social 0 0 0 0 0 0 0 9 15 2 4
Planejamento e Gestão 0 15 18 12 0 3 4 0 25 0
Vigilância em Saúde 0 0 0 0 0 0 0 8 0 28 0
Documentação/registros 0 5 6 3 0 78 67 0
Total 331 841 617 189 372 592 371 1.405 712 765 163
Fonte: SISAUD

Observa-se, no entanto, a inexistência de uma relação de proporcionalidade entre o número de


relatórios anuais produzidos com o quantitativo de achados de auditoria. E se levarmos em
consideração que para cada achado de auditoria abre-se a possibilidade de uma ou mais ações
corretivas pelos setores responsáveis, fica clara a importância do auditor não só primar pelo
quantitativo de achados em torno do objeto auditado, mas também, pela qualidade das informações
trazidas nas evidências de auditoria.
Dito isso, verificou-se que no ano de 2013 houve produção de 189 Itens de Constatação, com
maior produção de relatórios de auditoria (124), enquanto, em 2017, houve elaboração de 39 relatórios

122O Sistema de Auditoria do SUS (SISAUD/SUS) foi instituído pela Portaria nº 1.467/2006 para uniformizar os processos
de trabalho executados pelos três componentes (federal, estadual e municipal) de auditoria.

327
de auditoria com a produção de 1.405 Itens de Constatação (Tabela 111). Quanto às principais
constatações evidenciadas, no período 2010 a 2020, 70,34% (4.472) dos Itens de Constatação são
referentes às inconformidades relativas ao Acesso à demanda na Assistência ambulatorial e ao
Contratos/Recursos Financeiros.
Em relação à Assistência Farmacêutica, ao Controle Social e a Vigilância à Saúde foram
constatados de 2010 a 2020, apenas 142 achados de auditoria, o que representa um percentual de 2,23%
do total de 6.358 Itens de Constatação no período analisado. Tendo em vista que os achados de
auditoria estão relacionados intimamente com o objeto auditado e que se trabalha, quase que
exclusivamente com relatório de inconformidade, pode-se concluir, que há uma maior necessidade em
priorizar auditorias nas categorias com o menor quantitativo de achados, como Assistência
Farmacêutica, Controle Social, Vigilância à Saúde, estrutura Organizacional e Recursos Humanos.

2.7.3.2. Tipos de Auditoria


A partir do ano de 2010, as atividades de auditoria passaram a ter um maior nível de
complexidade, requerendo, portanto, composição de equipes de auditorias com maior número de
membros e/ou maior tempo para sua execução. Enquadram-se nestes casos as auditorias de Programas
e Ações de Saúde e de Unidades Administrativa da SMS, exemplificadas, respectivamente, pela
auditoria sobre as ações de saúde diretamente relacionadas com os indicadores de saúde pactuados em
2009 e não alcançados, e a auditoria da Coordenadoria Administrativa CAD/SMS. Estas auditorias
resultaram, à época, na implantação pela Gestão Municipal de Planos de Ação para correção das não
conformidades identificadas.

Gráfico 239. Número de auditorias realizadas por tipo, Salvador-BA, 2010 a 2020.

140
120
100
80
60
40
20
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Auditoria Especial 0 0 0 0 11 3 14 6 3 13 6
Auditoria de Unidades
0 2 1 2 1 1 0 0 0 0 0
Administrativas
Auditoria Acompanhamento 10 9 3 4 7 4 3 0 0 0 1
Auditoria Prontuários AIH e APAC 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0
Auditoria de Unidades da Rede
6 28 2 0 4 10 4 3 6 4 4
Própria
Auditoria Contratos e Convênios 9 8 6 9 24 25 26 25 14 14 22
Auditoria Denuncia 8 2 19 15 25 17 25 5 7 4 2
Auditoria da Rede Complementar 21 5 39 94 22 3 0 0 0 0 0

Fonte: SMS/Auditoria

328
Nos anos de 2012 e 2013 houve um aumento quantitativo de atividades em decorrência da
realização de auditorias na rede complementar123, voltadas para atender o Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) celebrado entre esta Secretaria, os prestadores privados de saúde e o Ministério
Público Estadual. Vale registrar que estas auditorias foram realizadas em cooperação técnica com o
Componente Estadual de Auditoria da Bahia e que no ano de 2013, representaram 75,80% do total das
auditorias realizadas, comprometendo a execução do Planejamento da Auditoria naquele ano (Gráfico
242).
No período de 2014 a 2020, chama a atenção o aumento das auditorias em contratos e convênios,
que totalizaram 72,12% das auditorias realizadas, quando comparado com o período de 2005 a 2013,
quando este tipo de auditoria correspondeu a 27,88% do total realizado. Este fato pode ser explicado
pela realização de auditorias de rito formal e material nos Contratos de Prestação de Serviços
formalizados a partir do Chamamento Público realizado pela SMS no ano de 2012.

2.7.4. Ouvidoria em Saúde


A Ouvidoria do SUS124 é um instrumento de participação popular, que busca assegurar os
direitos dos cidadãos de serem ouvidos e terem suas manifestações pessoais e coletivas tratadas
adequadamente no âmbito do SUS. Dessa forma, intermedia a comunicação dos cidadãos com os
gestores do SUS, no que concerne a: reclamações125, denúncias, sugestões, elogios, solicitações e
informações, proporcionando o diálogo entre eles. A comunicação dos cidadãos é realizada através da
central telefônica, atendimento presencial, Formulário Web e Correspondência Oficial.
É importante destacar que em 2015, a partir de outubro, o serviço telefônico - Disque 160 foi
desativado, alterando o atendimento telefônico para o Fala Salvador 156, que passou a ser a Central
telefônica de referência para todos os órgãos da Prefeitura do Município de Salvador, funcionando em
24h, inclusive nos finais de semana. As manifestações pertinentes à Ouvidoria em Saúde são
registradas por este serviço, no sistema de registro da Ouvidoria do SUS, permitindo maior agilidade
no andamento das demandas.
Observa-se que, ao longo dos anos, o atendimento telefônico, através da Central 156, se tornou
o meio de contato mais demandado, iniciando seu crescimento no ano de 2016, seguindo assim, nos
anos posteriores (Gráfico 240).

123
As auditorias da rede complementar tiveram o objetivo de apurar a produção de serviços faturados ao
SUS/Salvador pelos prestadores de serviços de saúde.
124
A atuação da Ouvidoria atende a Constituição Federal art. 37, parágrafo 3º, a qual é regulamentada pela Lei
nº13.460/2017 surgindo como uma ferramenta para viabilizar os princípios estabelecidos na Lei, que dispõe
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS. Desta forma, a Ouvidoria em Saúde, da Secretaria
Municipal de Saúde do Salvador foi inserida pelo Art. 6° da Lei nº. 5845/2000 e renumerada pela Lei 6085/2002
no D.O.M. em 30 de janeiro de 2002, a qual está subordinada ao Gabinete do secretário Municipal de Saúde.
125
Categorização das manifestações: Denúncia: Quando o cidadão relata uma informação que indica
irregularidade ou indício de irregularidade na administração/gestão e/ou prestação de serviço público ou privado
no âmbito da saúde; Reclamação: Quando o cidadão relata insatisfação com a prestação de serviços de saúde,
desde que não envolva indícios de má administração de recursos do SUS, sem conteúdo de requerimento;
Solicitação: Quando o cidadão requer a prestação de um serviço de saúde, que embora também possa indicar
uma insatisfação, necessariamente contém um requerimento de atendimento aos serviços de saúde; Elogio:
Quando o cidadão demonstra satisfação e agradecimento por serviços prestados pelo SUS; Informação: Quando
o cidadão solicita somente orientação para onde e como buscar o serviço de saúde; e Sugestão: Quando o cidadão
propõe melhoria ou ação no âmbito da saúde.

329
Gráfico 240. Meios de contato dos usuários do SUS, com a Ouvidoria em Saúde de Salvador-BA, 2015 a 2020.

Fonte: Sistema OuvidorSUS126

No ano de 2020, como medidas de enfrentamento a Pandemia pelo novo Coronavírus, o


atendimento presencial passou a ser mais limitado e foi disponibilizado para o cidadão o meio de
contato através do e-mail: [email protected]. Desta forma a busca pelo atendimento
presencial decresceu ao longo do período, registrando menor ocorrência em 2020 com um aumento
significativo nos meios de contato Formulário Web, hospedado no site da Secretaria Municipal de
Saúde e e-mail, sendo preteridos, pelos usuários em relação ao atendimento presencial.
Quanto às manifestações registradas, observa-se que, a longo dos anos, o número de
manifestações manteve-se constante e a resolutividade127 apresentou uma tendência crescente, ao
longo dos anos (Gráfico 241).

126
O Sistema OuvidorSUS é o sistema de registro de manifestações dos cidadãos, sendo essas manifestações
tratadas adequadamente no âmbito do SUS para o fornecimento de respostas a serem remetidas aos cidadãos,
bem como, para consolidação e monitoramento dos dados que permitirão a produção de relatórios gerenciais.
127
O prazo de resposta, de acordo com o artigo 16, parágrafo único da lei nº 13.640, que dispõe sobre a
participação, proteção e defesa do usuário dos serviços públicos da administração pública, as manifestações
devem ser respondidas no prazo de vinte dias, prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual período.

330
Gráfico 241. Número de manifestações registradas e percentual de manifestações respondidas em tempo hábil,
Salvador-BA, 2015-2020

Fonte: Sistema OuvidorSUS


A resposta em tempo hábil é um indicador da Ouvidoria que mede o grau de resolubilidade das
manifestações, avaliando a atuação deste setor, sendo que, a responsabilidade pela sua execução é das
áreas técnicas da Secretaria Municipal de Saúde. O maior desafio da Ouvidoria é fazer a ponte dos
usuários do SUS com essas áreas, a fim de que possam ter suas manifestações pessoais e coletivas
tratadas adequadamente no âmbito do SUS.
Vale salientar que o ano de 2015 encerrou com baixa resolutividade, pois 77% dos registros se
referiram à classificação Solicitação, cujo teor das demandas tratou, em sua maioria sobre a dificuldade
em marcar consultas e/ou exames. Observou-se que os usuários passaram a buscar a Ouvidoria em
Saúde para realização do agendamento sem antes se dirigir à unidade de saúde. Desta forma, foi
reforçada a orientação de busca às unidades de saúde, seguindo o fluxo da rede, devendo recorrer a
Ouvidoria, em casos de dificuldade de agendamento.
Nesse ano houve a implantação da ferramenta Lista de Procura, que possibilitou verificar a
quantidade de vezes em que o cidadão buscou uma Unidade de Saúde para solicitar o agendamento
necessitado. Ainda assim, a classificação Solicitação permaneceu como a mais demandada ao longo
dos anos, seguida pela classificação Reclamação, tendo o assunto Gestão com maior destaque por se
referir a rotinas e protocolos de funcionamento das unidades de saúde.
No ano de 2020, com a atuação da Diretoria de Promoção à Saúde e Proteção Animal (DIPPA),
nova Diretoria implantada na Secretaria Municipal de Saúde, o Disque Saúde do Estado passou a
encaminhar denúncias sobre maus tratos contra animais, à Ouvidoria, seguindo o fluxo de demandas,
a fim de serem apuradas pela DIPPA, colocando a classificação Denúncia em evidência com 1.809
(34%) dos registros, que, ao ser comparado com o ano de 2019 (864 -19%) demandas, obteve um
incremento de 109%; outra classificação mais demandada foi Solicitação, com 1.702 (32%) e
Reclamação com 1.660 (31%).
Neste ano, a classificação que obteve maior percentual de retorno dentro do prazo foi Solicitação
1.013 (19%), sendo que 1.472 (28%) foram respondidas independente do prazo. Esta, tratou sobre
Assistência à Saúde, voltada ao agendamento de consultas/exames. Os registros que demandaram
maior tempo de resposta, se referiram a Denúncia com 405 (8%) pendências, por necessitar de
organização da equipe técnica das áreas responsáveis, para visita in loco, a fim de apurar a denúncia
apresentada.

331
Desta forma, nota-se que ao longo dos anos, as classificações se mantiveram com mesmo
comportamento, mantendo Solicitação e Reclamação, sempre em evidência, porém, no ano de 2020,
com o aumento de demandas sobre maus tratos, recebidas pelo Disque Saúde Estadual e pelas
demandas sobre eventos causados pelo Coronavírus, a classificação Denúncia se destacou, se
mantendo próxima das demais.

Tabela 112. Detalhamento das principais Classificações e Assuntos mais demandados registrados no Sistema
Ouvidor SUS, 2015 a 2020, Salvador-BA, 2021
ANO CLASSIFICAÇÃO ASSUNTO
Assistência à Saúde: Dificuldade em agendar consultas (Oftalmologia, Neurologia,
Solicitação Angiologia, Ortopedia/Traumatologia, Cirurgião Geral e Urologia) e
2015 Ultrassonografia.
Gestão: Rotinas e protocolos de Saúde das unidades, dificuldade de acesso aos
Reclamação
atendimentos e atendimento prestado pelos profissionais de saúde.

Assistência à Saúde: Dificuldade em agendar consultas (Oftalmologia, Neurologia,


Solicitação
Cardiologia e Angiologia) e Ultrassonografia.
2016
Gestão: Rotinas e protocolos de Saúde das unidades, dificuldade de acesso aos
Reclamação
atendimentos e atendimento prestado pelos profissionais de saúde.
Assistência à Saúde: Dificuldade em agendar consultas (Oftalmologia,
Solicitação
Ginecologia/Obstetrícia, Neurologia e Cardiologia) e Ultrassonografia.
2017 Gestão: Rotinas e protocolos de Saúde das unidades, dificuldade de acesso aos
Reclamação atendimentos, horário de funcioanmento e atendimento prestado pelos
profissionais de saúde.
Assistência à Saúde: Dificuldade em agendar consultas (Oftalmologia, Neurologia,
Solicitação
Cardiologia e Urologia) e Ultrassonografia.
2018 Gestão: Rotinas e protocolos de Saúde das unidades, dificuldade de acesso aos
Reclamação atendimentos, horário de funcioanmento e atendimento prestado pelos
profissionais de saúde.

Assistência à Saúde: Dificuldade em agendar consultas (Oftalmologia, Neurologia,


Solicitação
Cardiologia, Angiologia e Otorrinolaringologia) e Ultrassonografia.
2019
Gestão: Rotinas e protocolos de Saúde das unidades, dificuldade de acesso aos
Reclamação atendimentos, horário de funcioanmento e atendimento prestado pelos
profissionais de saúde.

Animais em Vigilância Sanitária: Condições inadequadas de criação e ambientes


Denúncia
com potencial contágio do Coronavirus.

Assistência à Saúde: Dificuldade em agendar consultas (Otorrinolaringologia,


2020 Solicitação
Neurologia, Cardiologia e Oftalmologia) e Ultrassonografia.
Por se tratar, em sua maioria a dificuldade de acesso às Unidades, dificuldade para
Reclamação ter acesso ao resultado de exame (COVID) e rotinas e protocolos de funcionamento
das Unidades de Saúde.
Fonte: Si s tema Ouvi dorSUS

2.7.5. Gestão dos Sistemas de Informação em Saúde


A vigilância dos dados dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) é uma das atividades, talvez
uma das mais importantes, para o monitoramento dos agravos/doenças. Tal rotina é imprescindível
para a identificação de possíveis equívocos no processo de notificação, assim como a garantia da
manutenção dos atributos de qualidade, necessários para a composição de fonte confiável de dados,
condição sine qua non para gerar informação também de qualidade e consequentemente, possibilitar a
melhor tomada de decisão, bem como um planejamento adequado.

332
2.7.5.1. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) foi implantado oficialmente no país
em 1990, e constitui-se na principal fonte de dados sobre frequência e determinadas características dos
nascimentos de crianças vivas informados em determinada localidade. Foi informatizado desde seu
início, sendo o primeiro Sistema em Informações de Estatísticas Vitais desenvolvido para
microcomputadores. A Declaração de Nascido Vivo (DNV) é o documento padrão para entrada dos
dados no sistema (BRASIL, 2001b). Atualmente, é utilizada a versão do formulário da DNV
estabelecida em 2011, substituindo a versão de 2001 (BRASIL, 2011b).
O processo de implantação ocorreu de forma lenta e gradual em todas as unidades da federação
e nos municípios brasileiros (BRASIL, 2001b). Em Salvador, isso ocorreu em 1998. As informações
epidemiológicas produzidas neste sistema servem de base para a análise, planejamento, tomada de
decisão e avaliação na área de saúde da família, saúde da mulher e da criança no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Atualmente, o município possui 17 estabelecimentos de saúde que realizam partos (47,1% são
da rede pública, 29,4% da rede complementar e 23,5% da rede privada)128, sendo que destes, 09 estão
com a digitação do SINASC descentralizada 129. Quanto ao monitoramento130 desse sistema, observa-
se que a maioria das variáveis selecionadas para análise de incompletude foi considerada com
preenchimento “excelente” ou “boa”.
A variável Escolaridade apresenta classificação “excelente” quando avaliada isoladamente,
contudo ao analisar a variável Série, de preenchimento exclusivo para os níveis de escolaridade dos
ensinos Fundamental I, II e Médio, observa-se a classificação “muito ruim” e “ruim”, atingindo
“regular” em 2020, o que pode ser justificado por se tratar de um campo com preenchimento sem
múltiplas escolhas.
Observa-se que a variável Ocupação apresenta uma melhora no preenchimento no período
avaliado saindo de ruim (20,0 a 49,9% de preenchimento incompleto) nos primeiros 5 anos da série
histórica e alcançando bom preenchimento em 2019 e 2020. Vale ressaltar que para essa varável é
necessário levar em consideração a dificuldade de correspondência entre algumas ocupações
registradas nas DNV pelos profissionais que a preenchem, com o Código Brasileiro de Ocupação
(CBO), cadastrado no sistema.
Com relação a variável Raça/Cor da Mãe apresenta uma melhora significativa no preenchimento
desde a sua inserção na DNV, ocorrida em 2011, quando foi lançada a nova versão do formulário. Em
relação ao campo de Idade Gestacional, observa-se uma queda progressiva na incompletude. Vale
ressaltar que a análise desse campo foi realizada levando em conta o não preenchimento de nenhuma
das duas variáveis que o compõem (Data da Última Menstruação – DUM e Nº de semanas de gestação,
se DUM ignorada).
Quanto à variável Nome do Pai, por se tratar de uma informação que carrega uma questão social
importante, muitas vezes há de fato a recusa no preenchimento, além disso, há um maior percentual

128
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
129
Corresponde à digitação das DNVs no próprio estabelecimento de ocorrência do parto, contribuindo para
minimizar a subnotificação e a defasagem de tempo do registro, além de facilitar a coleta de dados fidedignos e
confiáveis (sobre o tempo de processamento das DNVs, verificar o capítulo específico sobre Qualidade dos dados
dos SIS). As DNVs dos demais estabelecimentos são processadas, por uma equipe especializada, na
Subcoordenadoria de Informação em Saúde (SUIS) da Diretoria de Vigilância em Saúde de Salvador.
130
Critério de Classificação define o percentual de incompletude do SINASC segundo as classificações
“excelente” (<5%), “boa” (5-9,9%), “regular” (10-19,9%), “ruim” (20-49,9%) e “muito ruim” (50% ou mais)
(Romero e Cunha, 2007).

333
de incompletude desse campo em estabelecimentos de gestão pública (77,9 % em 2020) em relação
aos estabelecimentos privados (18,6% em 2020).

Tabela 113. Percentual de incompletude de variáveis selecionadas do Sistema de Informação sobre Nascidos
Vivos para nascimentos ocorridos em Salvador-BA, 2010 – 2020.
Variáveis Selecionadas 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Escolaridade 0,3 1,7 0,8 0,6 0,5 0,3 0,4 0,2 0,4 0,3 0,6
Série (Fundamental I, II
* 59,8 58,9 58,7 48,6 39,0 38,9 39,0 33,8 24,8 19,7
e Médio)
Ocupação 23,2 24,0 22,9 26,9 20,4 11,8 11,2 12,9 11,3 7,7 8,7

Situação Conjugal 0,1 1,1 1,3 0,8 0,5 0,3 0,4 0,5 0,8 0,6 0,6

Raça/Cor Mãe * 3,7 4,7 6,0 1,3 0,6 0,8 0,7 1,6 1,3 0,9
Idade Gestacional
(DUM ou Nº Sem. * 8,3 6,7 5,5 3,3 3,3 3,9 2,0 1,2 0,8 0,8
Gestação)
Nº Consultas Pré-Natal 0,3 3,9 2,8 3,2 3,0 2,5 3,1 2,3 2,5 1,8 2,0

Tipo de Gravidez 0,1 1,6 0,8 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2

Tipo de Parto 0,1 0,5 0,4 0,2 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,2 0,2

Nome do Pai * 61,2 74,3 66,3 62,2 66,7 68,0 62,2 60,3 56,7 60,1
Fonte: SINASC *Campos ausentes na DNV

2.7.5.2. Sistema de Informação sobre Mortalidade


Para a análise de incompletude131 do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), além da
variável raça/cor, foram avaliadas outras restritas aos óbitos de maiores de 5 anos (situação conjugal,
escolaridade e ocupação), óbitos fetais e menores de 1 ano (Bloco IV da DO, com informações sobre
a mãe) e óbitos de MIF (Campo 37 da DO, com informações sobre a morte em relação ao período
gravídico puerperal).
Pode-se observar que, para o período avaliado, a maioria das variáveis selecionadas para análise
de incompletude foi considerada com preenchimento “bom”. Para a variável “Situação Conjugal”, a
variabilidade de dados incompletos se mantém com um padrão de qualidade entre excelente e bom na
maior parte do período avaliado, com única exceção para o ano de 2013, onde não foi possível
identificar a razão.

131
O termo incompletude é definido na literatura como a proporção de informação ignorada, ou seja, os campos
em branco e os códigos atribuídos à informação ignorada, nos formulários de Declaração de Nascidos Vivos
(DNV) e Declaração de Óbito (DO), considerando, assim, apenas os campos em branco. Em 2011, as DNVs e
as DOs sofreram mudanças na forma de preenchimento de algumas variáveis, na perspectiva de aprimorar a
informação dos dois sistemas, SINASC e SIM, e torná-los mais comparáveis ao modelo utilizado pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1,2) Para a DNV, dentre todas as alterações, destacam-se a
raça/cor, antes referente ao bebê e, a partir de 2011, autorreferida pela raça/cor da mãe. Quanto aos dados da
escolaridade materna, passaram a considerar as categorias de ensino fundamental I, ensino fundamental II e
ensino médio, exigindo a informação escrita da série em curso ou concluída nessas categorias. Os dados da idade
gestacional passaram de categorias agrupadas ao número exato de semanas de gestação, além de se requerer a
abordagem diagnóstica da idade gestacional, seja pela data da última menstruação, seja por outro método a ser
adotado. Na DO, a variável escolaridade foi modificada da mesma forma que na DNV e, para os óbitos de mulher
em idade fértil (MIF), a pergunta sobre momento do óbito em relação ao período gravídico puerperal no novo
formulário da DO, passou a ser feita em uma pergunta única (Campo 37), em substituição aos antigos campos
que desmembravam a pergunta em duas.

334
A variável “Escolaridade” apresenta parâmetros de 11,6% (2011) e 23% (2013) de
incompletude, se colocando no patamar de qualidade regular e ruim nesses anos, contudo se mantém
entre excelente e bom nos outros anos analisados. Para 2011, deve-se levar em consideração os novos
campos relacionados aos níveis de escolaridade. Em relação à variável “Ocupação”, a mesma se
apresenta com qualidade muito ruim e ruim entre 2010 e 2014, melhorando para regular e boa nos
anos seguintes.
Para essa varável, é necessário levar em consideração a dificuldade de correspondência entre o
Código Brasileiro de Ocupação (CBO) cadastrado no sistema e algumas ocupações registradas na DO.
Para variável Raça/Cor observa-se a classificação regular em todo o período avaliado, porém com
queda dos percentuais de incompletude com o passar dos anos (Tabela 114).

Tabela 114. Percentual de incompletude de variáveis selecionadas do SIM para óbitos ocorridos em Salvador –
BA, 2010 – 2020.
Variáveis Selecionadas 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Situação Conjugal 2,0 4,6 5,3 20,2 4,2 1,6 0,5 3,5 3,6 4,4 4,8

Escolaridade 4,1 11,6 6,4 23,0 5,2 2,0 0,8 5,0 5,3 5,7 6,0

Ocupação 69,9 73,7 79,8 79,5 30,8 11,2 7,7 7,8 12,1 13,9 14,3

Raça / Cor 9,4 9,1 8,6 8,5 8,8 7,9 6,6 7,4 6,0 5,4 5,4

Fonte: SIM

Observa-se também classificação excelente e boa para as variáveis do bloco IV, exclusivo para
óbitos fetais e menores de 1 ano, uma vez que as informações são sobre a mãe, quase sempre presente
no momento do preenchimento. Em relação ao campo 37 para óbito de MIF, chega a ter parâmetros
entre 53,2% a 87% de incompletude em quase todo o período, se colocando no patamar de qualidade
muito ruim da informação, apresentando discreta melhora em 2019 e 2020. Vale ressaltar que muitas
vezes o profissional médico não conhece a faixa etária (10 a 49 anos) de MIF e pode não preencher o
campo para pré-adolescentes do sexo feminino (Tabela 115).

Tabela 115. Percentual de incompletude de variáveis selecionadas do SIM para óbitos fetais, de menores de 1
ano e MIF ocorridos em Salvador – BA, 2010 – 2020.
Variáveis Selecionadas 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Bloco IV - Óbitos Fetais 2,9 3,6 2,8 2,1 0,5 0,5 0,1 0,4 0,4 1,2 0,5

Bloco IV - Óbitos < 1 Ano 6,9 4,9 3,4 3,0 1,4 0,7 0,2 0,3 2,0 2,2 0,7

Campo 37 - Óbitos MIF * 87,0 55,2 62,8 60,3 60,3 63,9 58,8 53,2 49,5 27,5

Fonte: SIM

335
2.7.5.3. Sistema de Informação de Agravos de Notificação
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi implantado no Brasil, no
início da década de 1990. Sua implantação ocorreu de forma heterogênea nas unidades federadas e nos
municípios. No estado da Bahia essa implantação aconteceu por volta do ano de 1993, sendo que o
município de Salvador foi o pioneiro em assumir a gestão do SINAN, a partir do ano de 1994.
É alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos
(através da Ficha Individual de Notificação – FIN e da Ficha Individual de Investigação - FII) que
constam na lista nacional de doenças de notificação compulsória, conforme a Portaria GM/MS nº 264,
de 17 de fevereiro de 2020, a mais recente, sendo facultado a estados e municípios incluir outros
agravos relevantes de monitoramento no seu território.
O MS desenvolveu a ferramenta Sinan Relatórios, que permite monitorar alguns indicadores,
exclusivamente, segundo UF e município. Entretanto, considerando a organização administrativa e
territorial do município de Salvador, a Subcoordenadoria de Informação em Saúde (SUIS)
desenvolveu determinada tecnologia de informação, possibilitando sua estratificação e permitindo
análises por Distritos Sanitários.
De acordo com a tabela 116, o município de Salvador atingiu a meta pactuada de 80,0% nos
anos de 2012 a 2015. Entretanto, observa-se, uma redução de 9,5% ao passar de 77,8% (2010) para
70,5% (2019). Esta tendência de redução foi mantida pela maioria dos DS, com as maiores reduções
pelo DS Centro Histórico (41,7%), seguido do DS Boca do Rio (36,1%) e Itapuã (34,9%).

Tabela 116. Proporção de casos de Doenças de Notificação Compulsória Imediata (DCNI 132) encerradas em até
60 dias após notificação, segundo Distrito Sanitário, Salvador-BA, 2010 a 2019*.

Distrito Sanitário 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Centro Histórico 85,7 83,3 95,8 87,5 85,7 92,3 91,7 83,3 81,8 50,0
Itapagipe 73,5 73,1 77,2 70,6 76,5 68,6 44,1 76,9 83,3 51,6
São
78,6 83,0 87,1 81,9 87,2 81,8 83,8 81,8 67,6 74,1
Caetano/Valéria
Liberdade 77,8 77,4 81,5 89,3 87,3 85,1 70,6 91,7 76,5 81,5
Brotas 59,7 66,7 76,9 76,3 81,8 63,2 74,3 69,2 100,0 67,4
Barra/Rio
70,1 60,9 75,5 82,7 73,4 74,1 68,2 59,1 61,5 70,6
Vermelho
Boca do Rio 89,5 73,7 89,1 87,5 73,1 88,9 70,8 80,0 80,0 57,1
Itapuã 82,8 80,0 80,0 95,0 79,7 86,7 72,2 76,5 61,5 53,9
Cabula/Beiru 74,5 85,3 87,8 85,9 75,8 87,4 77,0 80,0 91,1 88,3
Pau da Lima 78,7 84,7 91,7 87,9 83,0 81,8 65,7 77,8 73,2 76,2
Subúrbio
89,3 79,7 74,9 91,8 86,5 82,7 83,1 77,4 81,8 70,0
Ferroviário
Cajazeiras 87,3 96,0 94,8 90,7 67,7 78,3 78,6 81,3 76,5 71,4
Salvador 77,8 78,3 82,0 84,3 80,4 80,4 73,6 76,6 75,9 70,5
Fonte: SINAN NET *Dados preliminares

Importante destacar, o incremento, no mesmo período avaliado, dos DS Cabula/Beiru (18,6%),


Brotas (12,9%), Liberdade (4,8%) e Barra/Rio Vermelho (0,7%). Ressalta-se ainda, que o DS Centro

132
Foram elencadas as 13 doenças com maior magnitude e/ou relevância do grupo de notificação imediata, sendo:
botulismo, cólera, coqueluche, difteria, febre amarela, febre maculosa, hantavirose, leptospirose, meningite,
paralisia flácida aguda, raiva, rubéola ou sarampo.

336
Histórico, apesar da redução, quando comparado os anos de 2010 e 2019, registrou um desempenho
superior a 80,0% no período de 2010 a 2018.
No período de 2010 a 2020, foram registradas 445.023 notificações do Sinan Net, sendo que o
Distrito Sanitário Cabula/Beiru registrou o maior percentual (12,6%), seguido do Subúrbio Ferroviário
(10,4%), Barra/Rio Vermelho e São Caetano/Valéria ambos com (9,9%) dos casos notificados no
período. Destas, 55.587 ou (12,5%) das notificações não foi registrado o campo Distrito Sanitário de
Residência (Tabela 117), situação monitorada pela SUIS, bem como pelos Núcleos de Vigilância
Epidemiológica, com vistas a qualificar o banco, trazendo informações mais precisas sobre o território
onde os eventos acontecem, para que, a implementação de ações, ocorram nos locais adequados e de
maior necessidade.

Tabela 117. Notificações (Nº e %), segundo Distrito Sanitário de Residência, Salvador-BA, 2010 a 2020*.

Distrito Residência nº %
Cabula/Beiru 56.135 12,6
Subúrbio Ferroviário 46.438 10,4
Barra/Rio Vermelho/Pituba 44.037 9,9
São Caetano/Valeria 43.900 9,9
Pau da Lima 34.143 7,7
Itapuã 32.000 7,2
Liberdade 28.615 6,4
Brotas 26.280 5,9
Itapagipe 25.894 5,8
Cajazeiras 20.127 4,5
Boca do Rio 17.767 4,0
Centro Histórico 14.100 3,2
Ignorado 55.587 12,5
Total 445.023 100,0
Fonte: Sinan Net *Dados preliminares

Quanto ao agravo com maior percentual de notificações, no período de 2010 a 2020, pode-se
observar que o atendimento antirrábico correspondeu à 28,4%, seguido da violência
interpessoal/autoprovocada (8,3%), tuberculose (6,2%) e acidente de trânsito (5,0%) (Tabela 118).

Tabela 118. Notificações (nº e %), segundo agravo, Salvador-BA, 2010-2020*.

Agravo notificado nº %
Atendimento Antirrábico 12.628,2 28,4
Violência Interpessoal/Autoprovocada 36.855 8,3
Tuberculose 28.591 6,4
Acidente de Trânsito 22.220 5,0
AIDS 17.997 4,0
Sífilis não especificada 17.155 3,9
Dengue** 16.819 3,8
Varicela sem complicações 16.726 3,8
Intoxicação Exógena 14.393 3,2

337
Acidente de Trabalho grave 12.293 2,8
Condiloma acuminado 10.515 2,4
Hepatites Virais 9.024 2,0
Meningite 8.575 1,9
Sífilis em gestante 8.546 1,9
Síndrome do corrimento uretral em homem 8.414 1,9
Demais Agravos 90.618 20,4
Total 445.023 100,0
Fonte: Sinan Net *Dados preliminares.
** A partir de outubro 2011, dengue passou a ser notificado no SINAN on line.

O número elevado de algumas notificações pode estar relacionado às duplicidades ainda não
tratadas na base de dados, demandando um cuidado na manipulação destes, bem como a efetivação da
rotina de “Não duplicidade” no SINAN. As notificações de dengue, mesmo só sendo registradas no
Sinan até outubro de 2011, ocuparam a 6ª posição, juntamente com varicela sem complicações com
3,8%.
Importante ressaltar, que 16,1% dos agravos relacionados, têm descrição na literatura de
contágio por via sexual (AIDS, condiloma acuminado, sífilis não especificada, sífilis em gestante,
síndrome do corrimento uretral em homens e hepatites virais), o que reforça a importância de ações
que fortaleçam orientações e educação em saúde sexual. Outra consideração importante a se fazer, é
que os acidentes de trânsito133 mesmo sendo inserido no Sinan Net a partir de 2018, vigora como a
quarta causa de notificações registradas no munícipio de Salvador.
Entre os anos de 2010 e 2020, a violência interpessoal/autoprovocada e tuberculose, foram
os agravos predominantes, mantendo respectivamente, a primeira e segunda posição entre os Distritos
Sanitários (Centro Histórico, Liberdade, Cabula/Beiru, Pau da Lima e Subúrbio Ferroviário). Quanto
aos distritos Itapagipe, São Caetano Valéria e Cajazeiras, essa lógica foi invertida, ficando tuberculose
e violência interpessoal/autoprovocada.
Além disso, os distritos, Brotas e Barra/ Rio vermelho, registraram a violência e os acidentes
relacionados ao trabalho como os agravos de maior prevalência. Já o DS Boca do Rio apresentou a
varicela seguida de acidentes de trânsito como os mais prevalecentes. Importante registrar que a
varicela apareceu como o segundo agravo mais notificado no DS Itapuã. De acordo com o Gráfico 242
pode-se observar o incremento de 716,0% das notificações de sífilis em gestante, ao passar de 150
(2010) para 1.224 (2020).

133
De tipo especificado, mas sendo desconhecido o modo de transporte da vítima; pessoa traumatizada em outros
acidentes de transporte especificados com veículo a motor, sem colisão; em uma colisão entre um automóvel
(carro) e um veículo a motor de duas ou três roda; entre outros veículos a motor especificados; entre um
automóvel (carro) e um ônibus; entre um veículo de transporte pesado e um ônibus; entre um trem ou um veículo
ferroviário e um automóvel (carro) ou ainda entre um automóvel (carro) e uma caminhonete.

338
Gráfico 242. Sífilis em Gestante (nº e taxa por 1.000 NV), 2010 - 2020*. Salvador-BA, 2021.
1400 45,0
1297
1224
1195 40,0
1200

35,0

1000

879 30,0
865

800
25,0

624
584 20,0
600

441 15,0
400 356

269 10,0

200 150
5,0

0 0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Sifilis em Gestante Taxa

Fonte: Sinan Net

Esta situação pode estar associada, ao processo de discussão sobre a discordância pela SUIS, da
rotina adotada pelas Maternidades/Hospitais, em notificar, a gestante durante o parto/puerpério como
sífilis adquirida ao invés de sífilis em gestante, o que culminou na Nota Informativa nº 2/SEI 2017
– DIAH/SMS/MS, elaborada pelo MS, ampliando o critério de definição de sífilis em gestante, quando
diagnosticada durante o pré-natal, para também durante o parto e puerpério.
Com relação ao quesito raça/cor e de acordo com a Portaria GM/MS nº 344/2017, tem a coleta
como de preenchimento obrigatório pelos profissionais atuantes nos serviços de saúde, de forma a
respeitar o critério de autodeclaração do usuário de saúde, dentro dos padrões utilizados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que constam nos formulários dos sistemas de
informações da saúde como branca, preta, amarela, parda ou indígena.
No gráfico 243, observa-se uma redução das notificações desse campo com ignorado e/ou em
branco, correspondendo a 6,0%, quando comparado os anos de 2010 (48,2%) e 2020 (45,3%), porém
ainda é um número alto, considerando que desde 2017 o preenchimento deste campo vem sendo
solicitado com o objetivo de definir também o direcionamento das ações da política de saúde em
Salvador.

339
Gráfico 243. Percentual das Notificações, segundo raça/cor, 2010 a 2020*. Salvador/BA, 2021.

120,0

100,0

80,0

60,0

40,0

48,2 47,0 44,9 47,7 45,3


20,0 38,6 39,5 40,9 41,8 42,1 41,1

0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ign/Branco Branca Preta Amarela Parda Indigena

Fonte: Sinan Net

A qualificação dos dados supõe a geração de informações fidedignas para a construção de ações
no campo da política de saúde em Salvador. Tal assertiva supõe que as informações estejam integradas
às necessidades da população em suas respectivas especificidades territoriais, e no caso soteropolitano,
compreendendo a diversidade presente nos Distritos Sanitários.
Nesse sentido, o gerenciamento do SINAN é de responsabilidade da SUIS, com a estratégia de
apoio implantada pela Rede SINAN, que teve início em 15 de junho de 2016, após diversas discussões
com a rede de vigilância e de assistência, e com a necessidade de redefinir e garantir ações para a
efetivação e alinhamento das normas, rotinas e fluxos do Sistema, a partir dos atributos de qualidade
eleitos (Cobertura, Não duplicidade e Completude).
A partir de 2020 os encontros passaram a acontecer bimensalmente, com pauta predefinida pela
SUIS e as áreas técnicas da VIEP. É importante registrar que a Rede SINAN é um espaço de cogestão
da SUIS, da Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (VIEP), da Subcoordenadoria de
Controle de Doenças Imunopreveníveis, do CEREST, todos representantes da Diretoria de Vigilância
da Saúde (DVIS) da Secretaria da Saúde do município de Salvador (SMS/SSA).
A Rede SINAN busca integrar os atores sociais responsáveis pelo processo de geração do dado
(coleta, digitação, divulgação e uso) e da informação em nível local, colaborando na recomposição dos
processos de trabalho, apoio a descentralização das ações de vigilância em saúde, bem como estimulo
à valorização e o uso das informações para o planejamento e ações no âmbito da vigilância à saúde,
além de implementar ações de Educação Permanente, por meio da estratégia de valoração dos dados
dos Sistemas de Informação em Saúde.

340
MÓDULOS
OPERACIONAIS

341
3. Módulos Operacionais
Os módulos operacionais organizam um conjunto de proposições relativas às intervenções que
se pretende realizar para o enfrentamento de um dado problema (TEIXEIRA, 2001), logo referem-se
ao programa direcional do Plano Municipal de Saúde. As operações deste PMS encontram-se
organizadas em cinco Módulos Operacionais: Promoção da Saúde, Vigilância à Saúde, Atenção
Integral à Saúde, Gestão do Sistema Único de Saúde Municipal e Gestão do Trabalho na Saúde,
conforme descritos a seguir:

I – Promoção da Saúde
A Promoção da Saúde, segundo a Carta de Ottawa, contempla cinco amplos campos de ação:
implementação de políticas públicas saudáveis, criação de ambientes saudáveis, capacitação da
comunidade, desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas e reorientação de serviços de
saúde (BRASIL, 2002).

II – Vigilância à Saúde
A vigilância em saúde constitui-se de ações de promoção e proteção da saúde da população,
prevenção e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo a vigilância ambiental, sanitária,
epidemiológica, do trabalhador e laboratorial (BRASIL, 2010).

III – Atenção Integral a Saúde


A Atenção Integral à Saúde envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo ações de
proteção, prevenção, recuperação e tratamento de doenças e de promoção da saúde. Engloba a
atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os níveis de atenção do SUS e em todos os níveis
de governo. Na assistência, as ações são dirigidas aos indivíduos ou à coletividade e prestadas no
âmbito ambulatorial ou hospitalar, bem como em outros espaços, incluindo o domiciliar. (BRASIL,
2013)

IV – Gestão do Sistema Municipal de Saúde


A gestão pode ser entendida como o conjunto de atividades políticas, técnicas e administrativas
desenvolvidas com o propósito de assegurar a condução, o planejamento, a programação, a direção,
organização e controle dos sistemas de serviços de saúde em sua totalidade (TEIXEIRA &
MOLESINI, 2002).

V – Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde


A gestão do trabalho trata das relações de trabalho a partir de uma concepção na qual a
participação do trabalhador é fundamental para a efetividade e eficiência do Sistema Único de Saúde,
e pressupõe a garantia de requisitos básicos para a valorização do trabalhador da saúde e do seu
trabalho, tais como: Plano de Carreira, Cargos e Salários; vínculos de trabalho com proteção social;
espaços de discussão e negociação das relações de trabalho em saúde, com mesas de negociação
permanente e comissões locais de negociação de condições de trabalho; capacitação e educação
permanente dos trabalhadores; humanização da qualidade do trabalho, entre outros (BRASIL,
2009d).

342
MÓDULO OPERACIONAL I - PROMOÇÃO DA SAÚDE
Objetivo geral: Promover a qualidade de vida da população e reduzir vulnerabilidades e riscos à
saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes
Diretriz 1 - Articulação intra e intersetorial para intervenção sobre os determinantes e condicionantes
da saúde
Objetivo Específico 1: Desenvolver ações intra e intersetorial voltadas para a promoção da saúde
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
1. Ampliação de 05 Unidades Básicas de Saúde ao ano com
68 73 78 83
o Programa de Controle do Tabagismo em funcionamento.
2. 1,5% de ampliação ao ano do número de ações do PSE para
promoção da cultura de paz e prevenção ao uso do tabaco 238 242 245 249
e outras drogas
Ações Responsável Projeto/Atividade
1. Articulação intersetorial e participação comunitária para o
desenvolvimento de ações de promoção da saúde e
sustentabilidade (hortas urbanas, escolares e comunitárias, DVIS/VISAMB
10.301.0014.232300
jardins terapêuticos, revegetação de áreas públicas, /DAS
saneamento básico, políticas públicas saudáveis, ambientes
favoráveis a saúde)
2. Implementação das ações de saúde do Programa Vida no
DVIS 10.305.0002.215400
trânsito
3. Apoio a implantação do Programa Sempre em Movimento,
voltado a ampliação de práticas de atividades físicas e DAS/APS 10.301.0014.232300
esportivas
4. Integração saúde e educação para o desenvolvimento da
promoção da saúde, especialmente através do Programa DAS/APS 10.301.0014.232300
Saúde na Escola
5. Implantação das Práticas Integrativas e Complementares DAS/APS/ 10.301.0014.232300
nos serviços de saúde municipais ATESP/CRASP 10.303.0002.215700
6. Implementação de ações de prevenção e controle do
DAS/APS 10.301.0014.232300
tabagismo
Objetivo específico 2: Promover a cultura da paz e prevenção da violência nas comunidades,
territórios, unidades de saúde e demais espaços de produção em saúde

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


3. 156 UBS com registro no SISAB de atividade coletiva
desenvolvida com a temática prevenção da violência e
66 96 126 156
promoção da cultura da paz.
Ações Responsável Projeto/Atividade
7. Articulação intra e intersetorial para o desenvolvimento de 10.301.0014.232300
DAS/APS/DVIS 10.305.0002.215400
ações de promoção da cultura da paz e enfrentamento de
/VIEP
violência
8. Desenvolvimento de ações de prevenção da violência auto 10.301.0014.232300
provocada DAS/APS 10.305.0002.215400
10.302.0002.215300
9. Desenvolvimento das ações de promoção da saúde,
prevenção e cuidado a grupos populacionais vulneráveis e DAS/APS 10.301.0014.232300
vítimas de violência 10.305.0002.215400
10. Desenvolvimento de ações voltadas para a promoção do 10.301.0014.232300
DAS/APS 10.305.0002.215400
enfrentamento da violência doméstica

343
Objetivo específico 3: Promoção da Alimentação Adequada e Saudável
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
4. 50% dos Distritos Sanitários com pelo menos uma ação de
matriciamento sobre Cuidado a Pessoas com Sobrepeso e 30% 35% 45% 50%
Obesidade no âmbito da Atenção Básica realizada
5. 10% das Unidades de Saúde da Família certificadas na
5% 7% 9% 10%
Estratégia Alimenta e Amamenta Brasil
Ações Responsável Projeto/Atividade
11. Desenvolvimento de ações de promoção à adoção de
DAS/APS/DVIS 10.304.0002.215900
hábitos alimentares saudáveis e estímulo à redução do 10.301.0014.232300
/VISA
consumo de sal, açúcar, gordura e alimentos processados
12. Articulação entre SMS e SEMPRE/COSAN para
construção de estratégias integradas de saúde e assistência DAS/APS 10.301.0014.232300
social no combate à fome no território
13. Articulação entre a SMS e SMED para estímulo à
10.301.0014.232300
alimentação saudável nas cantinas das escolas públicas e DAS/APS 10.305.0002.215400
particulares
14. Implementação e qualificação dos Programas Nacionais
DAS/APS/
preconizados pela Política Nacional de Alimentação e 10.301.0014.232300
CTAN
Nutrição no município
15. Implementação da Estratégia Alimenta e Amamenta Brasil DAS/APS/CTS
10.301.0014.232300
na rede básica de saúde C/CTAN
16. Implementação do Sistema de Vigilância Alimentar e 10.301.0014.232300
DAS/APS 10.305.0002.215400
Nutricional na Atenção Básica
17. Implementar o Cuidado às Pessoas com Sobrepeso e DAS/APS/
10.301.0014.232300
Obesidade no âmbito da Atenção Básica CTAN
Objetivo específico 4: Promover processos de Comunicação e Educação em Saúde
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
6. Núcleo de Educação Popular em Saúde implantado 25% 50% 75% 100%
7. 04 campanhas de promoção à saúde e prevenção de 01 01 01 01
fatores de riscos relacionados às DCNT
8. 100% de ações de comunicação em saúde realizadas à
50% 75% 100% 100%
população em situações de risco
Ações Responsável Projeto/Atividade
18. Desenvolvimento de ações de comunicação social em
DAS 10.131.0002.202504
saúde nas comunidades
19. Mobilização das comunidades para atuação frente aos
DAS 10.131.0002.202504
problemas de saúde locais
20. Implantação de Núcleo de Educação Popular em Saúde na CGPS
10.128.0002.215800
SMS
21. Desenvolvimento de ações de comunicação e educação em
DAS/APS/DVIS
saúde voltadas à prevenção de fatores de risco relacionados as 10.131.0002.202504
/VIEP
doenças crônicas não transmissíveis
22. Comunicação social com a população dos territórios sobre
a oferta de ações de saúde ASCOM 10.131.0002.202504

23. Desenvolvimento de ações de comunicação em saúde em


áreas com populações expostas ao risco ambiental DVIS/VISAMB 10.131.0002.202504

24. Desenvolvimento de ações educativas e de comunicação


DAS 10.131.0002.202504
social voltadas para grupos vítimas de discriminação e

344
preconceito social motivados por raça/cor, gênero/identidade
de gênero, orientação sexual, deficiência e população em
situação de rua
Diretriz 2 – Promoção de políticas de equidade
Objetivo específico 5: Desenvolver ações de superação das desigualdades e promoção da equidade em
saúde
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
9. 1000 profissionais qualificados sobre prevenção à
250 250 250 250
LGBTfobia institucional
10. 4 oficinas voltadas para atendimento à população
01 01 01 01
quilombola realizadas
11. 4 oficinas voltadas para atendimento à população albina
01 01 01 01
realizadas
Ações Responsável Projeto/Atividade
25. Implementação do Programa de Combate ao Racismo
DAS 14.422.0003.202906
Institucional
26. Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da
DAS 10.301.0014.232300
População Negra
27. Desenvolvimento de ações intersetoriais voltadas para a
DAS 10.301.0014.232300
População em Situação de Rua
28. Implementação do programa de combate à LGBTfobia
DAS 10.301.0014.232300
institucional
29. Desenvolvimento de ações de saúde nas áreas quilombos
DAS 14.422.0003.202906
urbanos
30. Desenvolvimento de ações de saúde voltadas para a
DAS 10.301.0014.232300
população albina
Diretriz 3 – Promoção e proteção à saúde animal
Objetivo Específico 6: Desenvolver ações voltadas para a promoção da saúde e bem estar animal
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
12. Hospital Veterinário Municipal implantado e em
25% 50% 75% 100%
operação
Ações Responsável Projeto/Atividade
31. Ampliação das ações de castração e vacinação contra
DIPPA 10.122.0014.232400
doenças de espécies específicas
32. Implantação do Hospital Veterinário Municipal DIPPA 115500
33. Desenvolvimento das ações de proteção à saúde animal em
articulação com ONGs, Conselho, sociedade civil e outras DIPPA 10.122.0014.232400
instituições
34. Desenvolvimento de campanhas de conscientização da
guarda responsável de cães e gatos e combate aos maus tratos DIPPA 10.122.0014.232400
de animais domésticos

345
MÓDULO OPERACIONAL II – VIGILÂNCIA À SAÚDE
Objetivo geral: Promover medidas de saúde pública, com vistas à promoção e proteção à saúde da
população, prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, abrangendo a vigilância ambiental,
sanitária, epidemiológica e do trabalhador

Diretriz 4 - Emergências em Saúde Pública


Objetivo Específico 7: Desenvolver as ações de vigilância e resposta rápida nas situações de
emergências em saúde pública

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


13. 100% de eventos de Saúde Pública (ESP)
100% 100% 100% 100%
notificados e investigados
Ações Responsável Projeto/Atividade
35. Implementação das ações de Vigilância em Saúde 10.305.0002.215400
para detecção, avaliação, resposta e monitoramento das DVIS/CIEVS
Emergências em Saúde Pública
36. Integração das ações de Vigilância em Saúde da 10.305.0002.215400
SMS para o manejo das situações de Emergências em 10.122.0014.203709
DVIS/CIEVS
Saúde Pública

Diretriz 5 - Vigilância em Saúde Ambiental


Objetivo Específico 8: Desenvolver ações voltadas para os fatores determinantes e condicionantes do
meio ambiente que interferem na saúde humana.

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


14. 100% de Monitoramento dos Sistemas de
Informação dos Agravos relacionados à 50% 75% 100% 100%
contaminação Ambiental
15. 100% de análises realizadas em amostras de água
para consumo humano quanto aos parâmetros 100% 100% 100% 100%
coliformes totais, cloro residual livre e turbidez
16. 40% de Soluções Alternativas Coletivas (SACs)
em estabelecimentos e veículos transportadores de
10% 20% 30% 40%
água potável cadastrados, inspecionados e
registrados em sistema.
17. 70% de realização de ações de Vigilância em
Saúde Ambiental dos Riscos Relacionados aos 40% 50% 60% 70%
Desastres
18. 100% de áreas suspeitas de contaminação
40% 50% 70% 100%
cadastradas e atualizadas
Ações Responsável Projeto/Atividade
37. Avaliação dos riscos decorrentes da contaminação
da água, do solo e do ar na saúde humana para DVIS/VISAMB 10.304.0002.215900
intervenção oportuna
38. Implementação de ações de vigilância e
monitoramento da qualidade da água para consumo DVIS/VISAMB 10.304.0002.215900
humano (VIGIAGUA)
39. Implementação das ações do VIGIPEQ e
VIGIDESASTRES DVIS/VISAMB 10.304.0002.215900

346
Diretriz 6 - Vigilância Sanitária
Objetivo Específico 9: Intervir sobre os problemas sanitários decorrentes do ambiente, da produção
e circulação de bens e da prestação de serviços do interesse da saúde por meio da Vigilância Sanitária
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
19. 74% estabelecimentos inspecionados
71% 72% 73% 74%
classificados como de alto risco sanitário
20. 85% de farmácias magistrais, drogarias e
distribuidoras inspecionadas para controle de 78% 80% 83% 85%
qualidade dos medicamentos
21. 04 normas sanitárias elaboradas para publicação 1 1 1 1
22. 12 distritos sanitários com Sistema de Informação
03 06 09 12
implementados
23. 04 Núcleos de educação em saúde implantados na
1 1 1 1
Vigilância Sanitária
24. 100% das UPAs fiscalizadas quanto ao
100% 100% 100% 100%
cumprimento da legislação vigente
Ações Responsável Projeto/Atividade
40. Controle de riscos em estabelecimentos
classificados como baixo e alto risco segundo RDC
DVIS/VISA 10.304.0002.215900
Anvisa 153/2017 e Decreto Municipal n° 32.636 de
2020
41. Desenvolvimento de ações de vigilância sanitária
sobre a manipulação, comércio, distribuição, prescrição DVIS/VISA 10.304.0002.215900
e uso de medicamentos
42. Desenvolvimento e fortalecimento das ações da
Vigilância Sanitária de estabelecimentos e produtos de DVIS/VISA 10.304.0002.215900
interesse à saúde
43. Adequação dos Sistemas de Informação da VISA DVIS/VISA 10.304.0002.215900
44. Promoção de ações de educação em saúde nas 04
DVIS/VISA 10.304.0002.215900
macro áreas de atuação da Vigilância Sanitária
45. Promoção de ações de monitoramento do Plano de
Segurança do Paciente nos Serviços de Saúde, conforme DVIS/VISA 10.304.0002.215900
Portaria MS nº 529/2013 e RDC nº 36/2013
Diretriz 7 - Vigilância Epidemiológica de doenças e agravos à saúde
Objetivo Específico 10: Implementar medidas de prevenção e controle das doenças transmissíveis

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


25. 75% de óbitos notificados por arboviroses
40% 60% 70% 75%
investigados
26. 80% de execução do Plano Municipal de
Contingência das Arboviroses de acordo com 80% 80% 80% 80%
cenário epidemiológico
27. 50% dos casos de sífilis congênita investigados 20% 30% 40% 50%
28. 70% das ações do Plano Municipal de
Enfrentamento da Sífilis, implantadas e 10% 40% 60% 70%
implementadas.
29. 100% de análise epidemiológica dos casos de HIV 100% 100% 100% 100%
e Aids notificados dos residentes do município de
Salvador

347
Ações Responsável Projeto/Atividade
46. Investigação de óbitos por arboviroses DVIS/VIEP 10.305.0002.215400
47. Implementação da vigilância das doenças diarreicas DVIS/VIEP/VISA
agudas (DDA) MB
48. Execução do Plano Municipal de Contingência das
DVIS/VIEP 10.305.0002.215400
Arboviroses de acordo com o cenário epidemiológico
49. Vigilância e controle do HIV/AIDS, Sífilis,
Hepatites, HTLV com ênfase nos grupos de maior DVIS/VIEP 10.305.0002.215400
vulnerabilidade
50. Execução do Plano Municipal de Enfrentamento da
Sífilis DAS/DVIS 10.305.0002.215400

Objetivo Específico 11: Implementar medidas de prevenção e controle das doenças imunopreveníveis
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
30. 90% de cobertura média das vacinas selecionadas
(Pentavalente, Pneumocócica 10 valente,
Poliomielite e Tríplice Viral) do Calendário 80% 80% 85% 90%
Nacional de Vacinação para crianças menores de
02 anos de idade
31. 100% dos casos graves de EAPV notificados e
100% 100% 100% 100%
investigados
32. 90% das salas de vacinação em funcionamento no
75% 80% 85% 90%
Município monitoradas e supervisionadas
Ações Responsável Projeto/Atividade
51. Ampliação das coberturas vacinais do calendário
básico de rotina e campanhas DVIS/IMUNO/DAS 10.305.0002.215400

52. Execução do Plano Operacional de Vacinação


COE/DVIS/DAS 10.305.0002.215400
contra Covid-19
53. Implementação das ações de investigação e medidas
de controle das doenças e agravos imunopreveníveis e DVIS/IMUNO/VIEP 10.305.0002.215400
Eventos Adversos Pós Vacinação
54. Qualificação das condições de armazenamento,
conservação, distribuição e transporte dos DVIS/IMUNO 10.305.0002.215400
imunobiológicos e outros insumos
Objetivo Específico 12: Implementar medidas de prevenção e controle das doenças e agravos não-
transmissíveis
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
33. Reduzir 1% ao ano a taxa de mortalidade prematura
290,3 287,4 284,5 281,8
(30 a 69 anos) por DCNT
34. 100% dos casos de violência sexual e
autoprovocada informada ou notificada no SINAN 100% 100% 100% 100%
no prazo de 24 horas do ocorrido monitorados
35. 100% dos óbitos maternos analisados 100% 100% 100% 100%
36. Reduzir para 10% as inconsistências das fichas de
notificação da intoxicação exógena (campo 49 - 2,5% 5,0% 7,5% 10,0%
agente tóxico)
Ações Responsável Projeto/Atividade

348
55. Execução do Plano Municipal de Enfrentamento às
DVIS/DAS 10.305.0002.215400
Doenças e Agravos Não Transmissíveis (PMDANT)
56. Implementação da vigilância das Doenças Crônicas
DVIS/VIEP/DANT 10.305.0002.215400
Não Transmissíveis (DCNT)
57. Implementação da vigilância da Doença Falciforme DVIS/VIEP/DANT 10.305.0002.215400
58. Implementação da vigilância dos sinistros de
DVIS/VIEP/DANT 10.305.0002.215400
trânsito
59. Implementação da vigilância da violência
DVIS/VIEP/DANT 10.305.0002.215400
interpessoal e autoprovocada
60. Implementação das ações de vigilância do óbito
DVIS/VIEP/SUIS 10.305.0002.215400
fetal, materno, infantil e de mulher em idade fértil
61. Implementação da Vigilância da Intoxicação
DVIS 10.305.0002.215400
Exógena
Objetivo Específico 13: Implementar medidas de prevenção, vigilância e controle das arboviroses,
zoonoses e doenças negligenciadas (doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmaniose,
malária, tuberculose, leptospirose)

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025

37. 70% de cura de casos novos de tuberculose 64% 66% 68% 70%
pulmonar com confirmação laboratorial
38. 90% de cura de hanseníase entre os casos novos 85% 87% 89% 90%
de diagnóstico nos anos das coortes
39. 100% dos casos suspeitos de malária notificados
100% 100% 100% 100%
monitorados
40. 100% da vigilância epidemiológica da Doença de
25% 50% 75% 100%
Chagas Crônico implantada
41. 90% dos casos de arboviroses notificados em data
oportuna e passiveis de atendimento com 90% 90% 90% 90%
bloqueios de transmissão realizado anualmente
42. 100% das coleções hídricas positivas para
100% 100% 100% 100%
eliminação de cercarias monitoradas anualmente
43. 100% de dos Distritos Sanitários com o status
epidemiológico em relação a Leishmaniose 25% 50% 75% 100%
definido
44. 01 campanha de vacinação antirrábica canina
01 01 01 01
realizada por ano

Ações Responsável Projeto/Atividade

62. Implementação das ações do Programa de Controle


DVIS/VIEP/DAS 10.305.0002.215400
da Tuberculose
63. Implementação das ações do Programa de Controle
DVIS/VIEP/DAS 10.305.0002.215400
da Hanseníase
64. Implementação da Vigilância da Malária DVIS/VIEP/CCZ 10.305.0002.215400
65. Implantação da Vigilância Epidemiológica da
DVIS/CCZ/VIEP 10.305.0002.215400
Doença de Chagas Crônica
66. Desenvolvimento de ações de monitoramento,
prevenção e controle das doenças transmitidas por DVIS/VIEP/CCZ 10.305.0002.215400
vetores (Arboviroses, Leishmaniose, Doença de

349
Chagas, Angiostrongilíase, doenças transmitidas pelo
Culex sp)
67. Desenvolvimento de ações de prevenção, vigilância
DVIS/VIEP/CCZ 10.305.0002.215400
e controle da Leptospirose
68. Desenvolvimento de ações de prevenção e controle
DVIS/CCZ/VIEP 10.305.0002.215400
da Esquistossomose no município
69. Implementação da suspeição, detecção e a
investigação da Leishmaniose para definição do status DVIS/CCZ/VIEP 10.305.0002.215400
epidemiológico na cidade
70. Desenvolvimento de ações de prevenção e controle
dos acidentes causados por animais peçonhentos de DVIS/CCZ 10.305.0002.215400
interesse à Saúde Pública
71. Desenvolvimento de ações de vigilância e controle
DVIS/CCZ/VIEP 10.305.0002.215400
da Esporotricose
72. Implementação das ações do Programa de
DVIS/CCZ 10.305.0002.215400
Vigilância e Controle da Raiva Animal
73. Desenvolvimento de ações educativas e de
mobilização social para prevenção e controle das
DVIS/CCZ 10.305.0002.215400
arboviroses, zoonoses e acidentes causados por animais
peçonhentos de interesse à Saúde Pública
Diretriz 8 - Vigilância em Saúde do Trabalhador
Objetivo Específico 14: Implementar ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, e
redução dos riscos e vulnerabilidades na população trabalhadora, por meio da Vigilância em Saúde
do Trabalhador
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
45. 40% de aumento de notificações dos
agravos/doenças de saúde trabalhador no SINAN 10% 20% 30% 40%
em relação ao ano anterior
46. 480 procedimentos de inspeções sanitárias em ST
120 120 120 120
realizadas
47. 20% de aumento das ações de apoio matricial/
institucional e educação permanente à rede
5% 10% 15% 20%
notificadora de Agravos e Doenças Relacionadas
ao Trabalho - ADRT
Ações Responsável Projeto/Atividade
74. Implementação das ações de prevenção e vigilância
DVIS/CEREST 10.304.0002.215900
das doenças e agravos relacionados ao trabalho
75. Desenvolvimento da Atenção em Saúde do
Trabalhador e da vigilância em ambientes e processos
DVIS/CEREST 10.304.0002.215900
de trabalho entre trabalhadores do mercado formal e
informal para prevenção de ADRT
76. Implementação do Apoio Técnico Pedagógico para
DVIS/CEREST 10.304.0002.215900
a Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador

350
MÓDULO OPERACIONAL III – ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
Objetivo geral: Promover a reorganização da atenção primária, secundária e terciária à saúde no
município de Salvador
Diretriz 09 - Atenção Primária à Saúde
Objetivo Específico 15: Fortalecer a APS como ordenadora do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
48. Ampliar para 70% de cobertura de Atenção Básica 59,6% 65,6% 70% 70%
49. Ampliar em 10% ao ano a oferta de atendimento às
pessoas com Doença Falciforme nos serviços da Atenção 435,6 479,2 527,07 579,7
Primária à Saúde
50. 70% dos beneficiários do Programa Auxílio Brasil com
acompanhamento das condicionalidades da saúde 70% 70% 70% 70%
realizado
51. 20.000 (vinte mil) Teleconsultorias solicitadas por
profissionais da Atenção Primária à Saúde de Salvador 2.000 4.000 6.000 8.000
na plataforma Telessaúde Bahia
Ações Responsável Projeto/Atividade
77. Ampliação e reorganização das equipes da rede de 10.301.0014.232300
Atenção Primária à Saúde no município de Salvador, com DAS 10.301.0002.114600
ênfase na Estratégia de Saúde da Família 10.301.0002.114800
78. Reorganização e qualificação do processo de trabalho das
DAS 10.301.0014.232300
equipes da Atenção Primária à Saúde
79. Reestruturação e qualificação dos NASF DAS 10.301.0014.232300
80. Implantação da Linha de Cuidado para Doenças Crônicas
10.301.0014.232300
Não Transmissíveis com fortalecimento no diagnóstico DAS 10.302.0002.215100
precoce (Hipertensão, Diabetes, Neoplasias e DRC)
81. Implantação da Linha de Cuidado de Doenças e Agravos DAS/DVIS/ 10.302.0002.215100
relacionados ao Trabalho CEREST 10.304.0002.215900
82. Implantação da Linha de Cuidado da Sífilis em seus
DAS/DVIS/IST 10.301.0014.232300
diferentes níveis de complexidade nas redes de atenção
83. Implantação da Linha de Cuidado às Pessoas com Doença 10.301.0014.232300
Falciforme DAS 10.302.0002.215100
10.305.0002.215400
84. Ampliação do acesso aos métodos de prevenção 10.301.0014.232300
DAS 10.302.0002.215100
combinada ao HIV na APS
85. Acompanhamento das condicionalidades da saúde do 10.301.0014.232300
DAS
Programa Auxílio Brasil
86. Organização e monitoramento da APS considerando o 10.301.0014.232300
DAS 10.126.0002.115000
Programa Previne Brasil
87. Atenção às pequenas urgências e emergências na APS 10.301.0014.232300
DAS 10.302.0002.215600
88. Incorporação da Telessaúde ao processo de trabalho dos 10.301.0014.232300
profissionais da Atenção Primária à Saúde DAS 10.126.0002.115000
Objetivo Específico 16: Implementar ações voltadas para a infância e adolescência
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
52. Aumentar o número de atendimentos individuais por
médicos e enfermeiros na APS para crianças de 0 a 10 75.392 80.418 85.444 90.470
anos
53. Ampliar em 12,5% ao ano o número de atendimentos
individuais de adolescentes por médicos e enfermeiros 39.470 44.403 49.953 56.197
na APS

351
Ações Responsável Projeto/Atividade
89. Ampliação do acesso e qualificação do acompanhamento
do Crescimento e Desenvolvimento de crianças no âmbito da DAS/APS 10.301.0014.232300
APS
90. Ampliação das ações de vigilância alimentar e nutricional,
10.301.0014.232300
visando a redução da subnutrição, do sobrepeso e obesidade DAS/APS 10.304.0002.215900
entre crianças e adolescentes de Salvador
91. Reorganização e qualificação do Ambulatório Infantil de 10.301.0014.232300
DAS/APS
Alergia Alimentar
92. Implantação da Linha de Cuidado para a Atenção Integral 10.301.0014.232300
à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em DAS/APS 10.302.0002.215100
situação de violência
93. Ampliação e qualificação do atendimento para
DAS/APS 10.301.0014.232300
adolescentes na APS
94. Qualificação da atenção à saúde da pessoa adolescente
DAS 10.301.0014.232300
autora de ato infracional
95. Atenção integral a crianças e adolescentes em uso de 10.301.0014.232300
DAS 10.302.0002.215300
substâncias psicoativas
Objetivo Específico 17: Implementar ações voltadas para a Saúde da Mulher

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


54. Razão de exames de rastreamento do câncer de colo do
0,15 0,2 0,25 0,3
útero para mulheres de 25 a 64 anos realizados
55. Razão de exames de mamografia de rastreamento
realizados em mulheres de 50 a 69 anos e população da 0,2 0,25 0,3 0,35
mesma faixa etária
Ações Responsável Projeto/Atividade
96. Implementação do cuidado integral a saúde da mulher em
DAS 10.301.0014.232300
situação de rua
97. Implementação do fluxo assistencial para rastreio
organizado dos cânceres de colo do útero e mama articulado
DAS/DRCA 10.302.0002.215100
aos serviços de média complexidade na rede municipal de
saúde
98. Promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres
em todas as fases do seu ciclo de vida e nos diversos grupos DAS 10.301.0014.232300
populacionais, sem discriminações
Objetivo Específico 18: Operacionalizar a Rede Cegonha
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
56. Maternidade municipal implantada 25% 50% 75% 100%
57. Proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis)
consultas pré-natal realizadas, sendo a 1ª até a 12ª 45%
semana de gestação (PREVINE BRASIL)
58. Proporção de gestantes com realização de exames
60%
para sífilis e HIV (PREVINE BRASIL)
59. Proporção de gestantes com atendimento
60%
odontológico realizado (PREVINE BRASIL)
Ações Responsável Projeto/Atividade
99. Implantação do Programa Mãe Salvador DAS/APS 10.301.0002.114800
100. Promoção de ações para o Aleitamento Materno e
alimentação complementar saudável para crianças de zero a 2 DAS 10.301.0014.232300
anos

352
101. Implementação de ações para redução da mortalidade
materna, fetal e infantil por causas preveníveis
102. Implementação de ações voltadas para a atenção à saúde 10.301.0014.232300
DAS 10.302.0002.215100
no pré-natal, parto e puerpério
103. Desenvolvimento de ações para ampliar o pré-natal do 10.301.0014.232300
DAS/APS 10.302.0002.215100
parceiro
104. Ampliação do acesso à USG obstétrica DAS/DRCA 10.302.0002.215100
105. Ampliação da cobertura do diagnóstico e tratamento
oportuno e adequado das IST para pessoas no ciclo gravídico
DAS 10.302.0002.215100
puerperal, parcerias sexuais e crianças expostas à transmissão
vertical.
106. Implantação da Maternidade Municipal DAS 10.301.0002.114800
Objetivo Específico 19: Implementar ações voltadas para a Saúde do Homem
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
60. 100% das unidades de Atenção Primária à Saúde
53,8% 6,3% 78,8% 100%
realizando pré-natal do parceiro
Ações Responsável Projeto/Atividade
107. Implementação da estratégia Paternidade Cuidadora, DAS
conforme Instrução Normativa Nº 01 de 2019 (DOM 7364, 09 10.301.0014.232300
de maio de 2019)
108. Institucionalização da Estratégia Sábado do Homem na DAS
10.301.0014.232300
Atenção Primária em Saúde
109. Qualificação da rede para a atenção à saúde sexual e DAS 10.301.0014.232300
reprodutiva e às doenças prevalentes na população masculina 10.302.0002.215100
Objetivo Específico 20: Implementar ações voltadas para a Saúde da Pessoa Idosa
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
61. 156 Unidades Básicas de Saúde com registro de
39 78 117 156
Avaliação Muldimensional ao ano.
Ações Responsável Projeto/Atividade
110. Qualificação da atenção à saúde da pessoa idosa na
Atenção Primária à Saúde por meio da avaliação DAS 10.301.0014.232300
multidimensional
111. Implementação do cuidado à pessoa idosa residente em 10.301.0014.232300
DAS 10.304.0002.215900
Instituições de Longa Permanência (ILPI)
112. Desenvolvimento de ações de atenção à saúde voltada
DAS 10.301.0014.232300
para a pessoa idosa em situação de vulnerabilidade
Objetivo Específico 21: Promover atenção integral à saúde da população LGBT
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
62. Unidades Básicas de Saúde, com e sem saúde da
família, com a estratégia UBS Amiga da Saúde 32 44 56 68
LGBT implementada
Ações Responsável Projeto/Atividade
113. Ampliação do acesso da população LGBT aos serviços DAS 10.301.0014.232300
de saúde
114. Qualificação da rede de atenção à saúde nos cuidados às DAS 10.301.0014.232300
pessoas trans (transsexuais, travestis e pessoa não-binária) 10.302.0002.215100
Diretriz 10 – Atenção à Pessoa com Deficiência
Objetivo Específico 22: Implementar a Política de Saúde para a pessoa com deficiência, com ênfase
na organização da rede de cuidados no âmbito do SUS

353
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
63. 01 Centro Especializado de Reabilitação Implantado 0 0 01 0
64. 01 serviço de reabilitação implantado no Multicentro
0 0 0 01
Narandiba
Ações Responsável Projeto/Atividade
115. Ampliação da oferta nos serviços de reabilitação no
DAS 10.302.0002.215100
município de Salvador
116. Implementação da Rede de Cuidados à Pessoa com
DAS 10.302.0002.215100
deficiência- RCPD
Diretriz 11 - Atenção à Saúde Bucal
Objetivo Específico 23: Implementar a Rede de Saúde Bucal no município

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


65. Alcançar 58% de cobertura de saúde bucal 43% 48% 54% 58%
66. 01 serviço de atendimento a pacientes com
0 01 0 0
necessidades especiais implantado no HSM
Ações Responsável Projeto/Atividade
117. Ampliação e qualificação da rede de Saúde Bucal DAS 10.301.0014.232300
118. Qualificação do acesso ao Centro de Especialidades 10.302.0002.215100
DAS
Odontológicas
119. Implantação de serviço de atendimento a pacientes 10.302.0002.215100
especiais referenciados pelo CEO no Hospital Municipal de DAS
Salvador
120. Ampliação da atenção à Saúde Bucal para a População 10.301.0014.232300
DAS
em Situação de Rua
Diretriz 12 - Atenção à Saúde Mental
Objetivo Específico 24: Implementar a Rede de Atenção Psicossocial no município de Salvador
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
67. Requalificar 12 Centros de Atenção Psicossocial 0 3 5 4
68. Implantar 07 novos serviços na Rede de Atenção
0 0 7 0
Psicossocial (5 SRT e 2 CAPSi)
Ações Responsável Projeto/Atividade
121. Ampliação do acesso aos serviços da Rede de Atenção DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
Psicossocial
122. Ampliação da atenção à saúde integral às pessoas com DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
transtornos mentais na APS
123. Ampliação do Projeto Girassóis de Rua (Consultório na DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
Rua e Pontos de Cidadania)
124. Reorganização do processo de trabalho do componente DAS/APS/CRASP
especializado da Rede de Atenção Psicossocial, com foco no 10.302.0002.215300
acolhimento e estratificação de risco em saúde mental
125. Desenvolvimento de ações de prevenção e atenção ao uso DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
prejudicial de álcool e outras drogas
126. Fortalecimento da estratégia de redução de danos DAS/APS/CRASP
enquanto diretriz de cuidado a pessoas em uso prejudicial de 10.302.0002.215300
álcool e outras drogas
127. Ampliação da oferta dos atendimentos psicológicos na DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
Rede de Atenção Psicossocial

354
128. Ampliação da atenção à Saúde Mental para pessoas com DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
transtornos mentais leves e moderados
129. Implementação de estratégias de atenção, promoção e DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
cuidado a crianças e adolescentes em sofrimento psíquico
130. Apoio Institucional em Saúde Mental, com foco no Apoio DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
Matricial para a RAPS e para APS
131. Articulação intersetorial para o desenvolvimento de ações DAS/APS/CRASP
de geração de renda e inclusão social pelo trabalho de usuários 10.302.0002.215300
e familiares dos serviços de saúde mental
132. Qualificação do acolhimento e ampliação do acesso a DAS/APS/CRASP
populações vulneráveis (negra, LGBT, pessoa com
10.302.0002.215300
deficiência, população em situação de rua, pessoa idosa) aos
serviços da RAPS
133. Implantação da Linha de Cuidado à pessoa em risco de DAS/APS/CRASP
10.302.0002.215300
Suicídio
134. Elaboração de Linha-guia da RAPS municipal DAS/APS/CRASP 10.302.0002.215300
135. Implantação do Pronto Atendimento Psiquiátrico Digital DAS/APS/CRASP 10.302.0002.215300
136. Implementação da notificação e investigação de
transtornos mentais relacionados ao trabalho na rede de DVIS/CEREST 10.304.0002.215900
atenção
Diretriz 13 - Atenção Especializada
Objetivo Específico 25: Ampliar a rede de Serviços Especializados e de Apoio Diagnóstico e Terapêutico
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
69. Ampliação do número de coletas realizadas 173.468 180.902 190.815 200.727
70. 03 serviços de Atenção Integral Tipo II (referência
25% 50% 75% 100%
secundária municipal) implantados
Ações Responsável Projeto/Atividade
137. Ampliação dos Multicentros de Saúde DAS
138. Ampliação da oferta de exames e consultas especializadas
DAS/DRCA 10.302.0002.215100
na Rede de Atenção à Saúde
139. Organização da rede de apoio diagnóstico, com a
articulação da oferta de serviços da rede própria e DAS/DRCA 10.302.0002.215100
complementar ao SUS no município do Salvador
140. Ampliação e estruturação dos postos de coletas nas
DAS 10.302.002.215100
unidades básicas de saúde
141. Implantação de Referência Secundária Municipal para os
Programas de Controle da Hanseníase, Tuberculose e DAS/DVIS 10.302.002.215100
Leishmaniose
142. Ampliação da oferta de PrEP e PEP nos serviços no
DAS 10.302.002.215100
âmbito da Atenção Especializada
Diretriz 14 - Assistência Farmacêutica
Objetivo Específico 26: Implementar ações de Assistência Farmacêutica

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


71. 75% de medicamentos da REMUME
disponibilizados nas farmácias da rede municipal de 75% 77% 80% 82%
saúde.
72. Implantar CAFS em cada distrito sanitário 3 3 3 1
73. 01 Política de Assistência Farmacêutica do município
25% 50% 75% 100%
de Salvador.
Ações Responsável Projeto/Atividade

355
143. Oferta regular dos Medicamentos da REMUME nas DAS
10.303.0002.215700
farmácias da rede municipal de saúde
144. Atualização e ampliação do elenco de medicamentos DAS
10.303.0002.215700
básicos ofertados nas farmácias
145. Reorganização e qualificação do Serviço de Farmácia DAS 10.303.0002.215700
146. Implantação da Politica Municipal de Assistência DAS
10.303.0002.215700
Farmacêutica
147. Implantação do projeto piloto da sala de cuidado DAS
10.303.0002.215700
farmacêutico
148. Implantação das etapas do projeto Farmácia Viva DAS
10.303.0002.215700
aprovado pelo edital SCTIE/MS n°02 de 14 /10/20.
Diretriz 15 - Atenção às urgências e emergências
Objetivo Específico 27: Garantir a atenção as urgências e emergências, através dos componentes pré-
hospitalar fixo, móvel, hospitalar e pós-hospitalar
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
74. 100% das UPAS com PA digital implantado 0% 0% 50% 100%
Ações Responsável Projeto/Atividade
149. Reorganização e qualificação do Serviço de Atendimento
DAS 10.302.0002.215600
Móvel de Urgência (SAMU 192)
150. Qualificação da Rede de Atenção às Urgências e
Emergências com foco nas diretrizes da Política Nacional de DAS 10.302.0002.215600
Humanização
151. Implantação da UPA de Cajazeiras e Ilha de Maré DAS 10.301.0002.114700
152. Ampliação dos serviços e consolidação do Hospital
DAS 10.302.0014.232500
Municipal de Salvador
153. Implantação e qualificação da Atenção Domiciliar 10.302.002.215600
DAS
(EMAD e EMAP)
154. Implementação e qualificação do serviço de atenção em 10.302.0002.215600
DAS 10.302.002.215300
Urgência e Emergência em Saúde Mental
Diretriz 16 - Regulação do acesso a atenção à saúde
Objetivo Específico 28: Organizar, regular, controlar e avaliar o acesso à atenção à saúde
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
75. Percentual de perdas primárias de consultas e
23,5% 22,5% 21,5% 20%
procedimentos ambulatoriais perfil “AGENDADO”
Ações Responsável Projeto/Atividade
155. Qualificação da regulação do acesso aos serviços eletivos
ambulatoriais de média e alta complexidade no âmbito do SUS DRCA 10.302.0002.215100
em Salvador
156. Qualificação das ações de controle dos contratos e
convênios firmados com estabelecimentos assistenciais de DRCA 10.302.0002.215100
saúde privados com e sem fins lucrativos
157. Regulação do acesso aos serviços eletivos hospitalares de
DRCA 10.302.0002.215100
média e alta complexidade no âmbito do SUS em Salvador

356
MÓDULO OPERACIONAL IV – GESTÃO DO SUS MUNICIPAL
Objetivo geral: Aperfeiçoar os mecanismos de gestão do SUS municipal através da qualificação das
práticas de planejamento, monitoramento, avaliação, gestão da informação, financeira, material e
participativa
Diretriz 17- Gestão descentralizada do SUS
Objetivo Específico 29: Fortalecer a gestão descentralizada do sistema municipal por meio dos Distritos
Sanitários
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
76. 15 NUGETES implantados 12 13 14 15
77. 20 ações de Apoio Institucional e matricial aos
Distritos sanitários em vigilância em Saúde do 5 10 15 20
Trabalhador
Ações Responsável Projeto/Atividade
158. Requalificação das sedes dos Distritos Sanitários e 10.301.0002.114800
CAD/CGPS 10.122.0014.250005
estruturação das equipes
159. Integração entre as ações de vigilância e atenção à 10.305.0002.215400
DAS/DVIS 10.301.0015.232300
saúde
160. Integração entre as ações de vigilância em saúde
10.305.0002.215400
(sanitária, epidemiológica, ambiental, saúde do DVIS
trabalhador e zoonoses)
161. Implementação do apoio institucional e matricial
10.305.0002.215400
aos Distritos Sanitários para descentralização das ações DVIS/CEREST
de vigilância em saúde do trabalhador
162. Desenvolvimento de mecanismos de comunicação
eficiente entre as diversas instâncias que compõem a ASCOM/NTI 10.122.0002.215200
SMS de Salvador
163. Expansão da estratégia dos NUGETES nos Distritos
CGPS 10.128.0002.215800
Sanitários
164. Implantação do Projeto TECER na SMS Salvador DEPG 10.122.0002.215200
Diretriz 18 - Planejamento, monitoramento, avaliação e apoio qualificado à gestão
Objetivo Específico 30: Desenvolver mecanismos de apoio à gestão por meio de processos e ferramentas
que subsidiem a tomada de decisão

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


78. 100% dos SIS monitorados a partir dos atributos
100% 100% 100% 100%
de qualidade selecionados.
79. 06 cruzamentos/ano realizados entre as bases de
dados do SIM e do SINAN e SIM, SINAN e 6 6 6 6
SINASC.
Ações Responsável Projeto/Atividade
165. Implementação dos componentes da Sala de
DEPG 10.122.0002.215200
Situação (Gestão, Atenção e Vigilância à Saúde)
166. Produção de evidências a partir da análise da
situação da saúde da população de forma a fortalecer a Sala de situação 10.122.0002.215200
gestão na tomada de decisão e nas práticas em saúde
167. Aperfeiçoamento do Sistema VIDA para subsidiar
processos de regulação e monitoramento de indicadores NTI 10.122.0002.215200
estratégicos em saúde no SUS municipal
168. Implantação e expansão dos Sistemas de Informação
NTI 10.126.0002.115000
da SMS

357
169. Implementação de integração estratégica entre os
NTI 10.126.0002.115000
sistemas de informação
170. Avaliação dos dados dos sistemas de informação
em saúde (SIM, SINAN, SINASC), quanto aos atributos DVIS/SUIS 10.126.0002.115000
de qualidade
171. Produção e divulgação de dados e informações
qualificadas a partir dos Sistemas de Informação em Sala de situação 10.131.0002.202504
Saúde (SIM, SINAN, SINASC)
172. Aprimoramento do sistema de informação para
planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção DAS/NTI 10.122.0002.215200
Primária à Saúde
173. Desenvolvimento de ações voltadas para a
qualificação da informação do Sistema de Informação de
Mortalidade (SIM), Sistema de Informação Agravos de
DVIS/SUIS 10.126.0002.115000
Notificação (SINAN) e Sistema de Informação Sobre
Nascidos Vivos (SINASC), com vistas à reorientação dos
serviços de saúde
174. Qualificação dos sistemas de informação em saúde
municipais para produção de dados sobre populações
DAS/NTI 10.126.0002.115000
vulneráveis (LGBT, população em situação de rua,
pessoa com deficiência, dentre outras)
175. Qualificação dos profissionais para
NTI 10.126.0002.115000
operacionalização/manuseio do Sistema VIDA
Objetivo Específico 31: Desenvolver e aprimorar as práticas de planejamento, monitoramento e
avaliação no âmbito do SUS municipal
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
80. Percentual de cumprimento das metas do Plano
25% 50% 75% 100%
Municipal de Saúde 2022-2025
Ações Responsável Projeto/Atividade
176. Desenvolvimento e qualificação das práticas de
monitoramento e avaliação nas diversas instâncias da DEPG 10.122.0002.215200
SMS
177. Planejamento, monitoramento e avaliação das ações
DEPG 10.122.0002.215200
do SUS municipal
178. Implementação de Projetos Estratégicos da PMS no
DEPG 10.122.0002.215200
âmbito da SMS
179. Execução do Plano de Contigência da COVID-19 DAS/DRCA/DVIS 10.122.0014.203709
Diretriz 19 - Infraestrutura do SUS municipal
Objetivo Específico 32: Aprimorar os processos relacionados à gestão administrativa, logística e de
recursos materiais na SMS
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
81. Construção de novas unidades de saúde 04 10 12 9
Ações Responsável Projeto/Atividade

180. Promoção de condições adequadas e de segurança


CAD 10.122.0014.250106
nos locais de trabalho
181. Construção, reforma e manutenção das Unidades 10.301.0002.114800
GEINFRA 10.301.0002.114600
Básicas de Saúde
182. Requalificação da estrutura física do Complexo 10.301.0002.114800
GEINFRA
Municipal de Vigilância à Saúde

358
183. Reestruturação física das farmácias das unidades de 10.301.0002.114800
GEINFRA
saúde
184. Reestruturação física dos CAPS 10.301.0002.114800
GEINFRA 10.302.0002.215300
185. Aprimoramento de estratégias de gestão
administrativa e logística de materiais, equipamentos e
CAD 10.122.0014.250106
insumos (aquisição, armazenamento, distribuição,
reposição, manutenção)
186. Aquisição de insumos e materiais para realização de
CAD 10.122.0014.250106
atividades de educação em saúde
Diretriz 20 - Financiamento do SUS
Objetivo Específico 33: Desenvolver processos de aplicação e uso eficiente dos recursos financeiros na
saúde
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
82. Gasto público com saúde per capita R$719,44 R$744,62 R$770,68 R$797,65
Ações Responsável Projeto/Atividade
187. Transparência dos gastos públicos em saúde FMS 10.122.0002.215200
188. Ampliação do financiamento municipal no SUS FMS 10.122.0002.215200
189. Implantação da Gestão de Custos da SMS FMS 10.122.0002.215200
Diretriz 21 - Gestão Participativa no SUS
Objetivo Específico 34: Ampliar os espaços públicos e coletivos com vistas ao aperfeiçoamento dos
canais de diálogo e participação social no SUS
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
83. Curso de formação de Conselheiros realizado
01 01 01 01
Ações Responsável Projeto/Atividade
190. Implantação dos Conselhos Locais de Saúde CMS 10.122.0002.215200
191. Atuação do CMS no processo de monitoramento e
controle dos serviços da rede complementar ao SUS no CMS 10.122.0002.215200
município do Salvador
192. Fortalecimento dos Conselhos Distritais de Saúde CMS 10.122.0002.215200
193. Divulgação sobre os direitos dos usuários do SUS
CMS 10.122.0002.215200
(Carta de direitos dos usuários do SUS)
194. Organização, divulgação e realização da
CMS 10.122.0002.215200
Conferência Municipal de Saúde
195. Formação dos Conselheiros Municipais, Distritais e
CGPS 10.122.0002.215200
Locais de Saúde
Objetivo Específico 35: Promover canais de interlocução e comunicação da sociedade na gestão do SUS
municipal
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
84. Percentual das manifestações registradas na
70% 70% 70% 70%
Ouvidoria em Saúde, respondidas ao cidadão
Ações Responsável Projeto/Atividade
196. Fortalecimento da Ouvidoria do SUS enquanto
espaço de controle social, com resposta em tempo Ouvidoria 10.122.0002.215200
oportuno aos cidadãos
197. Criação e ampliação de mecanismos de acesso da
comunidade às informações em saúde disponibilizadas ASCOM 10.122.0002.215200
pela SMS

359
198. Constituição de Núcleo de Comunicação Social na
ASCOM 10.131.0002.202504
SMS
Objetivo Específico 36: Desenvolver ações de controle interno no âmbito do SUS por meio da Auditoria

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


85. Percentual de auditorias ordinárias realizadas 88% 88% 88% 88%
Ações Responsável Projeto/Atividade
199. Reestruturação do Componente Municipal de
Auditoria 10.122.0002.215200
Auditoria
200. Execução de auditorias ordinárias e extraordinárias Auditoria 10.122.0002.215200
201. Monitoramento dos resultados das auditorias
Auditoria 10.122.0002.215200
realizadas

360
MÓDULO OPERACIONAL V – GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO NA SAÚDE
Objetivo geral: Desenvolver processos de gestão do trabalho e educação na saúde no âmbito da SMS
Diretriz 22 - Fortalecimento da Gestão do Trabalho no SUS municipal
Objetivo Específico 37: Implementar a Política de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da
SMS
Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025
86. PMGTES implantada 25% 50% 75% 100%
87. Avaliação de Desempenho Implantada 25% 50% 75% 100%
Ações Responsável Projeto/Atividade
202. Implantação da Política de Gestão do Trabalho e da
CGPS 10.122.0014.250005
Educação na Saúde (PMGTES) da SMS
203. Implantação da Avaliação de Desempenho na SMS CGPS 10.122.0014.250005
204. Implantação e implementação do Apoio Institucional
CGPS 10.122.0014.250005
aos NUGETES/SMS
205. Redimensionamento da força de trabalho na Secretaria
Municipal de Saúde, em conformidade com as necessidades CGPS 10.122.0014.250005
do serviço
206. Estabelecimento de espaços de negociação permanente
CGPS 10.122.0014.250005
entre trabalhadores e gestores da saúde
207. Modernização do processo de trabalho da
CGPS 10.122.0014.250005
Administração de Pessoal e Folha de Pagamento
208. Recomposição do quadro de servidores da SMS em
CGPS 10.122.0014.250005
conformidade com as necessidades de cada serviço
209. Cumprimento do artigo 38 e 45 da Lei Municipal
nº7.867/10 do Plano de Cargos e Vencimentos dos CGPS 10.122.0014.250005
Profissionais de Saúde da SMS
210. Estruturação de Núcleo de Saúde do Trabalhador da
CGPS 10.122.0014.250005
SMS Salvador
Diretriz 23 - Fortalecimento da Gestão da Educação no SUS municipal
Objetivo Específico 38: Implantar a Escola Municipal de Saúde Pública de Salvador

Metas/Indicadores 2022 2023 2024 2025


88. Escola Municipal de Saúde Pública implantada 25% 50% 75% 100%
Ações Responsável Projeto/Atividade
211. Estruturação física, regimental e pedagógica da Escola
CGPS 10.128.0002.215800
Municipal de Saúde Pública
212. Implementação da Instância Colegiada
Interinstitucional de Integração Ensino Serviço e CGPS 10.128.0002.215800
Comunidade
213. Fortalecimento da capacidade pedagógica da Rede SMS
CGPS 10.128.0002.215800
de Integração Ensino Serviço e Comunidade
214. Implementação do Programa Integrado de Residências
CGPS 10.128.0002.215800
em Saúde na Rede de Atenção
215. Implantação do Programa próprio de Residência
CGPS 10.128.0002.215800
Multiprofissional em Saúde da Família
216. Implantação de processos educacionais com práticas
CGPS 10.128.0002.215800
pedagógicas inovadoras
217. Efetivação do Plano Municipal de Educação
CGPS 10.128.0002.215800
Permanente em Saúde 2022-2025 na SMS
218. Implantação do Sistema de Informação para
CGPS 10.122.0014.250106
acompanhamento e monitoramento das Ações Educacionais

361
MONITORAMENTO
E AVALIAÇÃO

362
4. Monitoramento e Avaliação
A proposta de monitoramento e avaliação do Plano Municipal de Saúde 2022-2025, e assume
monitoramento enquanto acompanhamento sistemático e rotineiro de ações, metas e procedimentos
relacionados ao alcance de objetivos, considerada sua temporalidade rotineira. A prática do
monitoramento possibilita ajustar as medidas a fim de se aproximar desses objetivos (OLIVEIRA;
REIS, 2016).
A avaliação, por sua vez, se diferencia do monitoramento pela complexidade de suas análises,
uma vez que requer maior rigor no uso de procedimentos metodológicos, na busca de evidências para
se fazer um julgamento da intervenção, de modo a permitir, assim, expandir as medidas e a verificação
do monitoramento que determinam valores e méritos de programas e políticas (OLIVEIRA; REIS,
2016, p. 12).

Dessa forma, “os processos de monitoramento e avaliação devem estar intimamente vinculados
aos instrumentos de planejamento em saúde, os quais representam a espinha dorsal da gestão em
saúde. Portanto, não é correto pensar que a implementação de mecanismos de monitoramento e
avaliação deve ocorrer somente no fim da execução dos planos, mas sim durante o processo”
(OLIVEIRA; REIS, 2016, p. 18), daí a importância da construção desta metodologia ainda no
momento de elaboração do plano.
A metodologia adotada para o monitoramento e a avaliação do PMS 2022-2025 consiste numa
análise quantitativa e qualitativa das ações estratégicas e dos seus respectivos indicadores, com
periodicidade a ser definida, sendo os resultados compartilhados a cada quadrimestre nos Grupos de
Trabalho de Planejamento e Avaliação central e distrital, para discussão e encaminhamentos.
Os indicadores selecionados para o monitoramento do PMS 2022-2025 mantem relação com
as diretrizes e seus objetivos específicos.

A análise quantitativa corresponde ao grau de cumprimento dos indicadores e das ações a partir
de uma escala numérica com quatro pontos de cortes, a saber: 0 a 25%, 26% a 50%, 51% a 75% e 76%
a 99,9% e 100%. Cada intervalo percentual foi representado por uma cor:

 Vermelho: corresponde ao alcance de no máximo 25% da meta pactuada. Representa uma


situação de perigo, de fragilidade da capacidade de gestão, de modo a se analisar as causas do
não cumprimento da meta desencadeando novas ações que permitam a superação das
dificuldades para cumprimento do objetivo previsto;

 Amarelo: corresponde ao alcance de 26% a 50% da meta pactuada e indica situação de


cuidado, apontando que as ações dirigidas ao cumprimento das metas precisam ser
intensificadas e aperfeiçoadas;

 Marrom: refere-se ao alcance de 51% a 75% da meta pactuada, demonstra uma situação
intermediária na qual as ações previstas precisam ser intensificadas ou aperfeiçoadas;

363
 Verde: corresponde ao alcance de 76% a 99,9% da meta pactuada e indica uma situação de
ótima capacidade de gestão em que as ações foram implementadas para o alcance dos
objetivos;

 Azul: corresponde ao alcance de 100% da meta prevista para o período em análise.

A análise qualitativa das ações do PMS considerará as seguintes categorias:

 Estrutura: recursos implementados e organização do sistema;


 Processo: serviços ou bens produzidos; e
 Resultado: refletem o estado de saúde dos indivíduos e das populações
(CHAMPAGNE et al., 2011)

Devendo ser identificadas as dificuldades e/ou facilidades que influenciaram no seu


desempenho, assim como as estratégias adotadas para o enfrentamento dos nós críticos para alcance
das metas/ações. O resultado do monitoramento será sistematizado em “templates”, abordando as
informações mais relevantes encontradas na análise.
O monitoramento do PMS 2022-2025 deverá ser realizado pelas Diretorias e Coordenadorias
responsáveis pelos diferentes objetivos e ações do plano, e sendo a coordenação desse processo de
responsabilidade da Diretoria Estratégica de Planejamento e Gestão (DEPG) da SMS.

364
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

365
5. Referências Bibliográficas
ALDAZ P; MORENO-IRIBAS C; EGUÉS N; IRISARRI F; FLORISTAN Y; SOLA-BONETA J. Mortality
bycauses in HIV-infected adults: comparison with the general population. BMC Public Health. 2011: 1-8.

ALMEIDA, E.S; CASTRO, C.G.J; VIEIRA, C.A.L. Distritos Sanitários: Concepção e Organização. Volume
I. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume01.pdf

ANDRADE, E D. Terapêutica medicamentosa em odontologia. p.175, 3. ed. - São Paulo: Artes Médicas; 2014.

ALVES, R.R.N. et al. Influência da religiosidade na saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 15(4):2105-2111, 2010.
Disponível em
https://www.scielo.br/j/csc/a/qCvdcRTxTCWB4Z6T84YNfqR/abstract/?lang=en#:~:text=V%C3%A1rias%20i
nvestiga%C3%A7%C3%B5es%20mostram%20que%20a,sa%C3%BAde%20mental%2C%20f%C3%ADsica
%20e%20longevidade. Acesso em 14 jun 2021

BEZERRA, H.S et al. Avaliação do acesso em mamografias no Brasil e indicadores socioeconômicos: um estudo
espacial. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2018, v. 39. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rgenf/a/YYzXw5mJMKyPyFzQshYQNdL/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 23 set.
2021

BOING, O e REIBNITZ Jr. Indicadores de Mortalidade: Mortalidade Proporcional por Idade. 2009.
Disponível em https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33455/mod_resource/content/1/un2/top2_2.html.
Acesso em 23 jun 2021

BRANDÃO, P. Z; SILVA, T, B; SIQUEIRA, E. C. Obesidade e gestação: a importância da correlação na


avaliação dos riscos materno-fetais. Revista Pró-UniverSUS. 2019 Jul./Dez.; 10 (2): 18-23.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 737, de 16 de maio de 2001. Política Nacional de Redução
da Morbimortalidade por Acidentes e Violências. Diário Oficial da União: n. º 96, seção 1E, 18 maio 2001a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de instruções para o preenchimento da declaração de nascido vivo.
3. ed. - Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 2001b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da
Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 56 p.: il. (Série B. Textos Básicos em Saúde)

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução CNS nº 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 maio 2004.

BRASIL. Portaria GM/MS n. 21. Aprova a relação dos indicadores da Atenção Básica a serem pactuados entre
municípios, estados e Ministério da Saúde. Diário Oficial da União. Brasília, 2005. Disponível em:
http://idsus.saude.gov.br/detalhadas.html Acesso em 11 de março de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Envelhecimento e saúde da pessoa idosa, 2006. 192p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em


Saúde. Guia de vigilância epidemiológica do óbito materno. Brasília: Ministério da Saúde, 2009a. 84 p.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidem_obito_materno.pdf

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009. Institui a Política
Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e
Monitoramento, e dá outras providências. 2009b Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d7053.htm

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Rua: aprendendo a contar. Pesquisa
Nacional sobre População de Rua. Brasília, DF. MSD: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação,
Secretaria Nacional de Assistência Social, 2009c, 240p. Acesso em 04 out. 2021. Acesso em:

366
<http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Livros/Rua_aprendendo_a_contar.pdf>

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.


Glossário temático: gestão do trabalho e da educação na saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde,
2009d.56 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes
Nacionais da Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.108 p. : – (Série F. Comunicação e
Educação em Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 13)
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete de Ministro. Portaria 1.459 de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS) a Rede Cegonha. Diário Oficial da União, seção 1, de 27 de junho de 2011,
página 109. 2011a
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de
Saúde. Manual de Instruções para o preenchimento da Declaração de Nascido Vivo. Brasília: Ministério da
Saúde, 2011b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da
Criança: crescimento e desenvolvimento. Departamento de Atenção Básica. Caderno da Atenção Básica 33.
2012a. 272 p.: il. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/caderno_33.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política
Nacional de Alimentação e Nutrição / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde
Bucal: resultados principais. Brasília, DF: SVS; 2012c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): manual instrutivo / Ministério da
Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012d.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas


Estratégicas. Orientações Básicas de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes nas Escolas e Unidades
Básicas de Saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013a Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacao_basica_saude_adolescente.pdf. Acesso em: 28 out. 2021

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde Coordenação Geral de Sangue e


Hemoderivados / DAET / SAS. Doença Falciforme: conhecer para cuidar. 2015a, p. 40. Disponível em:
https://telelab.aids.gov.br/moodle/course/view.php?id=15. Acesso 19/05/2021

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Geral. Mapa do encarceramento: os jovens do Brasil.


Secretaria Geral da Presidência da República e Secretaria Nacional de Juventude. Brasília: Presidência da
República, 2015b

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações
para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Marco de
referência da vigilância alimentar e nutricional na atenção básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015d.56 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Qualificação
dos Indicadores do Manual Instrutivo para as equipes de Atenção Básica (Saúde da Família, Saúde Bucal e
Equipes Parametrizadas) e NASF. Brasília, 2015e.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão estratégica e Participativa. Revista Painel de Indicadores
do SUS nº 10. Temático Saúde da População negra, vol. VII, 2016. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tematico_saude_populacao_negra_v._7.pdf> Acesso em: 15 set.
2021

367
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e
Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Nota Informativa Nº
2-SEI/2017 DIAHV/SVS/MS. Altera os critérios de definição de casos para sífilis adquirida, sífilis em
gestante e sífilis congênita. Brasília, 2017a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas


Estratégicas. Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na Atenção Básica. Brasília, 2017b. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_atencao_basica.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da


Epidemiologia em Serviços. Hanseníase - Boletim Epidemiológico Volume 49, nº4. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2018a. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/janeiro/31/2018-004-
Hanseniase-publicacao.pdf

BRASIL. Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2018b. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-


epidemiologico-hivaids-2020. Acesso em: maio/agost.2021

BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. A saúde bucal
no Sistema Único de Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças


Transmissíveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Brasília: Ministério da
Saúde, 5. ed. 2019a.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Nota Informativa nº 1/2019 - Coordenação de
Saúde da Pessoa Idosa-COSAPI/ Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
-DAPES/ Secretaria de Atenção à Saúde – SAS. 2019b. Disponível em:
https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201904/25085725-nt-01-avaliacao-multi.pdf. Acesso em
05/08/2021

BRASIL. Pesquisa nacional de saúde: 2019: atenção primária à saúde e informações antropométricas: Brasil /
IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro: IBGE, 2019c. 66p.

BRASIL. Ministério da Saúde. SVS. Departamento de Vigilância de doenças e agravos não transmissíveis.
Saúde Brasil 2018 – uma análise de situação de saúde e das doenças e agravos crônicos: desafios e
perspectivas. Brasília, MS. 2020a.

BRASIL. Ministério da Saúde. SVS. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente
Transmissíveis (DCCI). Boletim Epidemiológico especial. Hepatites Virais. Brasília, MS. 2020b

BRASIL. Atlas Situação alimentar e nutricional no Brasil: excesso de peso e obesidade da população adulta na
Atenção Primária à Saúde. Ministério da Saúde, 2020c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Departamento de Doenças de Condições


Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI). Boletim Epidemiológico de Sífilis. Número
Especial. Brasília. Out. 2020c. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-sifilis-2020.
Acesso: mai. 2021.

BRASIL. Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020d. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-


epidemiologico-hivaids-2020. Acesso em: maio/agost.2021

BRASIL. Ministério da Economia. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. IPEA Estimativa da população
em situação de rua no Brasil. Diretoria de Estudos e Políticas Sociais. 2020e. 20 f Acesso em: 30 set. 2021.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/200612_nt_disoc_n_73.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Vigilância das


Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas. Departamento de Doenças de Condições Crônicas
e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Apresentação sobre os principais indicadores da tuberculose. Maio
2021a. Disponível em: <http://saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose>, acesso em 21/07/2021

368
BRASIL. Fundação Cultural Palmares. Comunidades Quilombolas Certificadas na Bahia. 2021b Disponível
em: http://www.palmares.gov.br/sites/mapa/crqs-estados/crqs-ba-22042021.pdf Acesso em: 16 set. 2021

BRASIL. Ministério da Saúde. Painel de notificações de farmacovigilância. 2021c. Disponível


em:https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/confira-o-painel-de-notificacoes-de-
farmacovigilancia. Acesso em: 20/04/2021.

BOTELHO, L; PORCINCULA, K. Os desafios da produção de indicadores sobre pessoa com deficiência -


ontem, hoje e amanhã. In: SIMÕES, A; ATHIAS, L; BOTELHO, L. Panorama nacional e internacional da
produção de indicadores sociais: Grupos populacionais específicos e uso do tempo. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
BRIGNOL, S.; KERR, L.; AMORIM, L.D.; DOURADO, I. Fatores associados a infecção por HIV numa
amostra respondent-driven sampling de homens que fazem sexo com homens, Salvador. Rev. bras.
epidemiol. [online]. vol.19, n.2, 2016.

CANÇADO, R. D.; JESUS, J. A. A doença falciforme no Brasil. Revista Brasileira de Hematologia e


Hemoterapia. v. 29, n. 3, p. 204-206, 2007.

CARVALHO, I.M.M; BORGES, A.M.C. A região Metropolitana de Salvador na transição econômica:


estrutura produtiva e mercado de trabalho. In: CARVALHO, I.M.M. & PEREIRA, G.C. (orgs). Salvador:
transformações na ordem urbana [recurso eletrônico]: metrópoles: território, coesão social e governança
democrática. 1. ed. Rio de Janeiro: Letra Capital: Observatório das Metrópoles, 2014. Disponível em <
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/17348/1/Salvador%20-
%20Transformac%CC%A7o%CC%83es%20na%20Ordem%20Urbana%20%28Ebook%29.pdf>. Acesso em
30 jun 2021

CARVALHO, I.M.M; ARANTES, R. “Cada qual no seu quadrado” Segregação socioespacial e desigualdades
raciais na Salvador contemporânea. EURE, Salvador, v. 47, n. 142, p. 49-72, set 2020. Acesso em 17 jun 2021

CARVALHO, I.M.M; PEREIRA, G.C. Estrutura social e organização social do território na Região
Metropolitana de Salvador. Salvador: transformações na ordem urbana - metrópoles: território, coesão social
e governança democrática. Letra Capital: Observatório das Metrópoles. Rio de Janeiro, 1. ed., p. 109-140, 2014.
Disponível em <https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/17348/1/Salvador%20-
%20Transformac%CC%A7o%CC%83es%20na%20Ordem%20Urbana%20%28Ebook%29.pdf>. Acesso em
10 jun 2021

CASTRO SANTOS, L.A.; FARIA, L.; MENEZES, R.F. Contrapontos da história da hanseníase no Brasil:
cenários de estigma e confinamento. Revista Brasileira de Estudos de População, São Paulo, 25 (1), 2008.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-30982008000100010

CHAMPAGNE F, BROUSELLE A, CONTANDRIOPOULOS AP, HARTZ Z, organizadores. Avaliação:


conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2011. 292 pp

COSTA, A.K.A.N. et al. Aspectos clínicos e epidemiológicos da hanseníase. Revista de Enfermagem UFPE
on line, Recife, 13 (2): 353-362, fev. 2019. Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/236224/31296

COUTINHO, R.Z. et al. Considerações sobre a pandemia de Covid-19 e seus efeitos sobre a fecundidade e a
saúde sexual e reprodutiva das brasileiras. R. bras. Est. Pop., 2020, v.37, pp. 1-9 [acesso em 14 junho 2021].
Disponível em: <https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0130>

CUNHA, L. R. et al. Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso de gestantes atendidas em uma Unidade
Básica de Saúde de Pelotas-RS. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, v.10,
n.57, p.123-132, 2016.BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União, 5 de
outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

DI NUZZO, D. V. P., FONSECA, S. F. Anemia falciforme e infecções. Jornal de Pediatria, V. 80, n. 5, p.


347- 354, janeiro 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jped/a/zRptkT8xVg3d3mzkZ8DKpkh/?format=pdf&lang=pt. Acesso: 28/05/2021.

369
DOLNY, L. L. et al. Serviços de Telessaúde como apoio à Educação Permanente na Atenção Básica à Saúde:
uma proposta de modelo avaliativo. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 23, e180184, 2019. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414 32832019000100248&lng=pt&nrm=iso.
Acesso em: 30 abr. 2021.
DOURADO I; VERAS M.A.S.M; BARREIRA D; BRITO A.M. Tendências da epidemia da aids no Brasil
após a terapia anti-retroviral. Rev Saúde Pública. 2006; Suppl 40: 9–17

DOURADO, I.; SILVA, L. A.V.; MAGNO, L; SOARES, F.; SILVA, R. A.; PRATES, A.; BRIGNOL, S.;
MACCARTHY, S.; POPTRANS, G. Fatores Associados ao HIV entre Mulheres Transgênero: um Estudo
RDS em Salvador-Bahia. In: X Congresso Brasileiro de Epidemiologia, 2017, Florianópolis. Anais do X
Congresso Brasileiro de Epidemiologia, 2017.

FIGUEIREDO, J. O. Morbidade e mortalidade por Doença Falciforme em Salvador, Bahia. p. 74.


Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva. Salvador. 2016.

FIOCRUZ. Fundação Osvaldo Cruz. Laboratório de Informação em Saúde. Instituto de Informação e


Comunicação Científica e Tecnológica em Saúde. Sistema de Indicadores de saúde e Acompanhamento de
Políticas Públicas do Idoso (SISAP-Idoso). Rio de Janeiro, 2011. Disponível em:
https://sisapidoso.icict.fiocruz.br/consulta-por-municipio. Acesso em: 09 nov. 2021.

FREITAS, D. A.; CABALLERO, A. D.; MARQUES, A. S.; HERNÁNDEZ, C. I. V.; ANTUNES, S. L. N. O.


Saúde e comunidades quilombolas: uma revisão da literatura. Rev. CEFAC 13 (5). Out 2011. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rcefac/a/fYdFrbrz5YHsqgyqTxj9QhR/?lang=pt

GARBIN, C.A.S. et al. Desafıos do profıssional de saúde na notifıcação da violência: obrigatoriedade, efetivação
e encaminhamento. Ciência & Saúde Coletiva 2015, v. 20, n. 6 pp. 1879-1890. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1413-81232015206.13442014>.

GONZALEZ MA; MARTIN L; MUNOZ S; JACOBSON JO. Patterns, trends and sex differences in HIV/AIDS
reported mortality in Latin American countries: 1996-2007. BMC Public Health.2011; 11:605. 1–22.

GOTLIEB, S.L.D; CASTILHO E.Y.; BUCHALLA C.M. O impacto da aids na esperança de vida,
Brasil. Boletim Epidemiológico AIDS; v. XVI, n.1, p. 17-23, 2002.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
Anual - PNADC/A, 2019. In: IBGE. Sidra: sistema IBGE de recuperação automática. 2019. Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pnadca/tabelas> Acesso em: 27 agosto 2021

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde 2019. Percepção do estado
de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal: Brasil e grandes regiões / IBGE, Coordenação de
Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro, 2020. 113p.

IBGE. Censo Demográfico 2010: características da população e dos domicílios: resultados do universo. In:
IBGE. Sidra: sistema IBGE de recuperação automática. 2021 Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-demografico/demografico-2010/inicial> Acesso em: 27 agosto 2021.

JESUS, J. A. de; Doença Falciforme no Brasil. Gazeta Médica da Bahia. 80(3): 8-9. 2010.

JESUS, E.S; LEAL, J.T.F.M. Mortalidade por homicídio de jovens em Salvador (BA): tendências no período de
2005 a 2012. Bahia anál. dados, Salvador, v. 26, n. 2, p.367-374, jul./dez. 2016. Disponível em
<https://www.analisepoliticaemsaude.org/oaps/documentos/noticias/bahia-analise-dados-saude-na-bahia/>.
Acesso em 21 jun. 2021

KERR, L.R.F.S.; KENDALL, C.; GUIMARAES, M. D. C.; MOTA, R. S. ; VERAS, M. A.; DOURADO, I.
C.; BRITO, A. M.; MERCHAN-HAMANN, E. HIV prevalence among men who have sex with men in Brazil.
Medicine, v. 97, p. S9-S15, 2018.

LEITE, S.N. Avaliação Participativa da Política Nacional de Assistência Farmacêutica: 2004-2014. 1ª


edição São Paulo: Escola Nacional dos Farmacêuticos, 2017. Disponível em:
https://escoladosfarmaceuticos.org.br/wp-content/uploads/2021/11/REVISTA_escola_prova_04.pdf

370
LIMA, M.R.M. et al. Regulação em Saúde: conhecimento dos profissionais da Estratégia Saúde da Família.
Revista RENE, Fortaleza, v. 14, n. 1, p. 23-31, 2013.

LIMA-COSTA et al, 2019. Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (Elsi-Brasil). In: XIV
Reunião do Colegiado Nacional dos Coordenadores de Saúde da Pessoa Idosa, 2019, Brasília, DF. Disponível
em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/ELSI_COSAPI_2019.pdf Acesso em: 06 mai. 2021.

LOGGETTO SR, BRAGA JAP, CARVALHO BTC, SOLÉ D. Alterações imunológicas em pacientes com
anemia falciforme. Rev Bras Alerg Imunopatol. 1999; 22:77-82 Disponível em:
http://www.sbai.org.br/revistas/Vol223/anemia.htm. Acesso: 28/05/2021.

LOPES, V.A.S.; RANGEL, E.M. Hanseníase e vulnerabilidade social: uma análise do perfil socioeconômico de
usuários em tratamento irregular. Saúde Debate, Rio de Janeiro, 38 (103), 2014. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/8KpB7mwYqTwxyzQfp8sPyny/?lang=pt

MAGALHÃES, JC et al. Evaluation of quality indicators of cervical cytopathology tests carried out in a
municipality of Paraná, Brazil. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. 2020, v. 56.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/jbpml/a/4wXR54H8Q7fB9sYNqMqBb3j/?lang=en#>. Acesso em: 21
set. 2021

MALTA, D.C. et al. Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil.
Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 16(4):233-244, out-dez, 2007. Disponível em:
http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v16n4/v16n4a02.pdf

MARCOLINO, M. S. et al. A telessaúde como ferramenta de apoio à Atenção Primária em Saúde: a experiência
da Rede de Teleassistência de Minas Gerais. Rev Med Minas Gerais, Botucatu, v. 27, e1855, 2017. Disponível
em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/2211. Acesso em: 30 abr. 2021.

MARÍN-LEÓN, L.; BARROS, M.B.A. Mortes por suicídio: diferenças de gênero e nível socioeconômico.
Revista de Saúde Pública [online]. 2003, v. 37, n. 3, pp. 357-363. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000300015>.
Mellor MM et al. Risk of adverse coronavirus disease 2019 outcomes for people living with HIV. AIDS. 2021
Mar 15;35(4):F1-F10.

MARQUES GQ, LIMA MA. User’s demands to an emergency service and their welcoming in the health
system. Rev Latinoam Enferm. 2007; 15(1):13-9.

MENDONCA MLM, MARTINS MIC, GIOVANELLA L, MENDONÇA MHM et al. Desafios para gestão do
trabalho a partir de experiências exitosas de expansão da Estratégia de Saúde da Família. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 15, n. 5, p. 2355-2365, 2010.

MENEZES, E. S.; KANTORSKI, L. P.; COUTO, M.L.O. Grupo de adolescentes em serviços de saúde mental:
uma ferramenta de reabilitação psicossocial Vínculo - Revista do NESME, vol. 17, núm. 2, pp. 118-140, 2020.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vinculo/v17n2/v17n2a07.pdf>. Acesso em: 28 out. 2021

MIGOWSKI, A et al. Diretrizes para detecção precoce do câncer de mama no Brasil. II - Novas recomendações
nacionais, principais evidências e controvérsias. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2018, v. 34, n. 6.
Disponível em: <https://scielosp.org/article/csp/2018.v34n6/e00116317/>. Acesso em: 23 set. 2021

MIRANDA, G.M.D.; MENDES, A.C.G.; SILVA, A.L.A. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e
consequências sociais atuais e futuras. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(3):507-519.

MIRANDA, NCJ. População de rua em Salvador: territórios e direito à cidade. Tese de Doutorado
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal
da Bahia. UFBA. Salvador, 2016. 239 f. Acesso em: 30 set. 2021. Disponível em:
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/21042/1/Nadja_Conceicao_Jesus_Miranda.pdf

MORAES, ABA; POSSOBON, RF; ORTIZ, CE. Motivação e comportamento preventivo de saúde bucal em
programa de assistência odontopediátrica na primeira infância. Pesqui. Odontol. Bras. vol.14 n.3 São Paulo
July/Sept. 2000.

371
NARVAI PC, FRAZÃO P, CASTELLANOS RA. Declínio na experiência de cárie em dentes permanentes de
escolares brasileiros no final do século XX. Odont. Soc. 1999;1(1/2):259.

NASRI, F. O envelhecimento populacional no Brasil. Einstein. 2008; 6 (Supl 1): S4-S6.

OLIVEIRA, A.E.F; REIS, R.S. Gestão pública em saúde: monitoramento e avaliação no planejamento do
SUS/Ana. Universidade Federal do Maranhão. UNA-SUS/UFMA. São Luís, 2016. Disponível em:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/7408/1/GP5U1.pdf

OLIVEIRA, E.F et al. Diagnóstico situacional da consulta para acompanhamento do crescimento e


desenvolvimento em comunidades quilombolas. Rev Bras Saude Func. 11 (1), 2021, pag. 04-15.

OLIVEIRA SN, RAMOS BJ, PIAZZA M, et al. Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24h: percepção da
enfermagem. Texto contexto - enferm. 2015;24(1):238-44. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-
07072015003390011

OMS. Organização Mundial da Saúde. Relatório Mundial sobre a Deficiência – Organização Mundial de
Saúde e Banco Mundial; tradução Lexicus Serviços Linguísticos - São Paulo: Secretaria Estadual dos Direitos
da PcD, 2012. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2020/09/9788564047020_por.pdf

PEDROSA, M.E; ZANELLO, V. (In)visibilidade da violência contra as mulheres na saúde mental1 1 Apoio:
CNPq . Psicologia: Teoria e Pesquisa [online]. 2016, v. 32, n. spe, e32ne214.

PEDROSA, V.L. et al. Leprosy among schoolchildren in the Amazon region: A cross-sectional study of active
search and possible source of infection by contact tracing. PLOS Neglected Tropical Diseases, 12 (2), 2018.

PIERANTONI, C.R. As reformas do Estado, da saúde e recursos humanos: limites e possibilidades. Ciência &
Saúde Coletiva [online]. 2001, v. 6, n. 2, pp. 341-360.

PNUD, Relatório de Desenvolvimento Humano 2013. ed 2013. Nova Iorque: 2013. Disponível em
<http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh-2013-resumo.pdf>. Acesso em 17 jun 2021.

POCHMANN, M. Tendências estruturais do mundo do trabalho no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. v. 25, n.
1, pp. 89-99. 2020 Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/csc/a/vnJWDbvYCwqdYdVypqrJMBm/?format=pdf&lang=pt> Acesso em: 27 agosto
2021.

PORTO, M.F.S. et al. Saúde e ambiente na favela: reflexões para uma promoção emancipatória da saúde. Serv.
Soc. Soc., São Paulo, n. 123, p. 523-543, jul./set. 2015. Disponível em
<https://www.scielo.br/j/sssoc/a/9hdtxTmWYXqmJcTKKCVPG5J/?lang=pt>. Acesso em 10 jun 2021

RIPSA. Rede Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos
e aplicações / 2. ed. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008.
RIPSA, 2000

RIPSA. Rede Interagencial de Informações para a Saúde. Fichas de Qualificação - Índice de envelhecimento.
Brasília, 2012a. Disponível em <http://fichas.ripsa.org.br/2012/a-15/>. Acesso 14 jun 2021

RIPSA, Rede Interagencial de Informações para a Saúde. Fichas de Qualificação - Taxa de analfabetismo.
Brasília, 2012b. Disponível em <http://fichas.ripsa.org.br/2012/b-1/>. Acesso 16 jun 2021

ROCHA, M.C.N. et al. Características epidemiológicas da hanseníase nos idosos e comparação com outros
grupos etários, Brasil (2016-2018). Cadernos de Saúde Pública, 36 (9), 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/0102/311X00048019

SALVADOR. Prefeitura Municipal do Salvador. Secretaria Municipal da Saúde. Assessoria de Promoção da


Equidade Racial em Saúde. Quilombos urbanos de Salvador e a saúde da população negra. Versão impressa,
Salvador, 2008, 28 páginas.

372
SALVADOR. Prefeitura Municipal do Salvador. Secretaria Municipal de Saúde. Portaria 305/2009. Institui o
Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Salvador - CIEVS Salvador, define suas
atribuições, composição e coordenação. Diário Oficial do Município nº. 5.006 de 04 de novembro de 2009.

SALVADOR. Prefeitura Municipal do Salvador. Secretaria Municipal da Saúde. Diretoria de Atenção à Saúde.
II Diagnóstico de Saúde da População Negra do município de Salvador 2005-2012. Versão digital, Salvador,
2015a, 153 páginas.

SALVADOR. Prefeitura Municipal de Salvador. Secretaria Municipal de Saúde. Boletim Epidemiológico,


Febre do Chikungunya. Nº 01/2015, fevereiro 2015b. Disponível em:
http://www.saude.salvador.ba.gov.br/dengue/arquivo/boletim_febre_chikungunya_n1_2015_28_01.pdf

SALVADOR. Secretaria da Reparação. Plano Municipal do Programa de Combate ao Racismo Institucional


(PCRI). Versão impressa, Salvador, 2016a, 47 páginas.

SALVADOR. Prefeitura Municipal do Salvador. Secretaria Municipal de Saúde. Portaria nº 545/2016. Aprova
o regulamento Interno do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Salvador, que se publica
como anexo desta Portaria para que produza os efeitos administrativos decorrentes. Diário Oficial do Município
nº 6.712, de 05 a 07 de novembro de 2016b.
SALVADOR. Prefeitura Municipal de Salvador. Secretaria Municipal de Saúde. NOTA TÉCNICA
SMS/DVIS/CIEVS N. 03/2017 de 10 de julho de 2017. Disponível em:
http://www.cievs.saude.salvador.ba.gov.br/nota-tecnica-sms-dvis-cievs-no-03-2017-alerta-surto-de-
chikungunya/

SALVADOR Prefeitura Municipal de Salvador. Secretaria Municipal de Mobilidade de Salvador. Relatório


Técnico RT14: Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Salvador. Documento: Relatório Técnico RT14
– Tomo I, 2018. 421 páginasDisponível em: http://www.mobilidade.salvador.ba.gov.br/documentos/RT_14-
PlanMob_SSA-TOMO_I.pdf

SALVADOR. Coligação Salvador não pode parar. Diretrizes do Plano de Governo 2021-2024. Salvador sempre
em frente, 2020. Disponível em:
https://divulgacandcontas.tse.jus.br/candidaturas/oficial/2020/BA/38490/426/candidatos/389567/5_160044413
8807.pdf

SALVADOR. Secretaria Municipal de Saúde. Diretoria Estratégica de Planejamento e Gestão. Oficinas de


identificação e priorização de problemas: desenho metodológico. Salvador, agosto de 2021

SANTANA, L.S.G. de et al. Uma análise sobre o crescimento da cidade de Salvador (BA) e os reflexos na
segregação socioespacial. Conj. & Planej., Salvador, n.198, p.61-73, jan./jun. 2020.
SANTOS, E. et al. O Caminho das Águas: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes. Salvador: CIAGS/UFBA;
SEMA, 2010.

SANTOS, J.A; MOTTA, A.B. da. Significados de velhice para mulheres idosas na cidade de Salvador-
Bahia, Brasil. Sexto Congreso Iberoamericano de Psicogerontologia. La Paz, Bolívia. p. 187-197, out. 2015.

SCHEFFER, M. et al, Demografia Médica no Brasil 2015. Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de
Medicina da USP. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Conselho Federal de Medicina. São
Paulo: 2015, 284 páginas.

SCHMITZ, C. A. A.; HARZHEIM, E. Oferta e utilização de teleconsultorias para Atenção Primária à Saúde no
Programa Telessaúde Brasil Redes. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro,
v. 12, n. 39, p. 1–11, 2017. DOI: 10.5712/rbmfc12(39)1453. Disponível em:
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/1453. Acesso em: 30 abr. 2021.

SINGH, G.K; AZUINE, R.E; SIAHPUSH M. Widening Socioeconomic, Racial, and Geographic Disparities
in HIV/AIDS Mortality in the United States, 1987–2011. Advances in Preventive Medicine. Volume 2013. ID
657961:1 - 13.

SILVA, W.S. Densidade demográfica. [S.I.], [2014]. Disponível em


<https://www.infoescola.com/geografia/densidade-demografica/>. Acesso em 11 jun 2021

373
SOUZA, D.E. de. Determinação Social da Saúde: Associação entre sexo, escolaridade e saúde
autorreferida. 116 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal
da Bahia, Salvador, 2012. Disponível em <https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10927>. Acesso em 16 jun
2021

SOUZA C.C. Processo de formulação e implementação dos núcleos de gestão do trabalho e educação na
saúde em salvador, 2018. Trabalho de Conclusão da Residência, Instituto de Saúde Coletiva. Universidade
Federal da Bahia, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18323.
SSENTONGO P et al. Epidemiology and outcomes of COVID-19 in HIV-infected individuals: a systematic
review and meta-analysis. Sci Rep. 2021 Mar 18;11(1):6283.

TEIXEIRA, C.F. Planejamento Municipal em Saúde. CEPS/ISC. Salvador, Bahia, 2001. 80p.

TEIXEIRA, C.F. & MOLESINE, J. A. Gestão municipal do SUS: atribuições e responsabilidades do Gestor do
sistema e dos gerentes de unidades de saúde. Revista Baiana de Saúde Pública. Volume 26. Número 1/2 página
29/40 Janeiro/Dezembro de 2002.

TEIXEIRA ET AL. Tratamento odontológico em pacientes com comprometimento cardiovascular. RSBO


V. 5, N. 1, 2008.

VARGA, I. D; CARDOSO, R.L.S. Controle da hipertensão arterial sistêmica na população negra no Maranhão:
problemas e desafios. Saúde e Sociedade [online]. 2016, v. 25, n. 3. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0104-129020162616. Acesso em: 15 set. 2021

VELÔSO, D.S. Perfil clínico-epidemiológico da hanseníase no estado do Piauí, no período de 2009 a 2016.
Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical) – Instituto Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação Stricto
sensu em Medicina Tropical. Teresina, 2018. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/31715/2/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf

VIEIRA, Reinaldo Wilson. Doença cardiovascular e doença periodontal. Rev Bras Cir Cardiovasc (29) (1) • Jan-
Mar 2014. https://doi.org/10.5935/1678-9741.20140003.

WERNECK, J. Saúde da população negra. Passo a passo: defesa, monitoramento e avaliação de políticas
públicas. Rio de Janeiro, Criola, 2010. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.abong.org.br/bitstream/handle/11465/884/79.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 15 set. 2021

WHO. World Health Organization, Global Hepatitis Report, 2017.


https://www.who.int/hepatitis/publications/global-hepatitis-report2017

374
APÊNDICES

375
APENDICE A

376
APÊNDICE B - Notas técnicas elaboradas pela SMS para organização dos serviços de atenção
durante a pandemia de COVID-19. Salvador, 2020-2021.
Nº 01/2020, de 19 de Orientações para organização da Atenção Primária à Saúde no enfrentamento ao
março de 2020 Novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 03/2020, de 20 de Orientações para organização da Rede de Atenção Especializada no enfrentamento
março de 2020 ao Novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 02/2020, de 25 de Orientações para organização da Atenção Primária à Saúde no enfrentamento ao
março de 2020 Novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 03/2020, de 08 de Orientações para organização da Atenção Primária à Saúde no enfrentamento ao
abril de 2020 Novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 04/2020, de 09 de Orientações para organização da Atenção Primária à Saúde Consultórios na Rua no
abril de 2020 enfrentamento ao novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 05/2020, de 09 de Orientações para organização da Atenção Primária à Saúde no enfrentamento ao
abril de 2020 Novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 01/2020, de 15 de Orientações para Gestão de Casos através de Teleatendimento a Usuários da
abril de 2020 Atenção Psicossocial Especializada
Nº 02/2020, de 16 de Orientações para o Cuidado e Prevenção ao Covid-19 nos Serviços Residenciais
abril de 2020 Terapêuticos Municipais
Nº 04/2020, de 20 de Orientações para organização da Rede de Atenção Especializada no enfrentamento
março de 2020 ao Novo Coronavirus (COVID-19) no município do Salvador
Atualização em
13.04.2020
Nº 05/2020, de 12 de Orientações e recomendações em relação a prevenção ao Novo Coronavírus SARS-
maio de 2020 CoV2, de proteção à saúde da população com deficiência aos serviços que
compõem a Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência e as Entidades
Filantrópicas que ofertam atendimento em saúde às pessoas com deficiência
Nº 06/2020, de 12 de Orientações para o cuidado da população LGBT nos serviços municipais de saúde
maio de 2020 durante a pandemia da COVID-19 causada pelo Novo Coronavírus, no município
de Salvador
Nº 06/2020, de 12 de Orientações e recomendações em relação a prevenção ao Novo Coronavirus SARS-
maio de 2020 CoV2 à população com deficiência, seus familiares e cuidadores
Nº 07/2020, de 10 de Orientações para a Assistência aos Pacientes com Doença Falciforme no período da
junho de 2020 Pandemia pelo Novo Coronavírus (SARS-CoV-2)
NT de 17 de junho de Fluxo de informações aos familiares sobre pacientes com COVID-19 internados nas
2020 unidades hospitalares sob gestão municipal
Nº 07/2020, de 19 de Orientações para a prevenção e controle de infecções pelo novo Coronavírus
junho de 2020 (SARS-Cov-2) a serem adotadas nas instituições de longa permanência de crianças
e adolescentes
Nº 08/2020, de 19 de Gestação, Amamentação e Puerpério durante a Pandemia de COVID-19
junho de 2020
Nº 09/2020, de 23 de Orientações para a Reorganização do Processo de Trabalho da Atenção Primária à
junho de 2020 Saúde no enfrentamento ao Novo Coronavírus (COVID19) no município do
Salvador
Nº 01/2020, de 26 de Orientações para o retorno dos Atendimentos Odontológicos em tempos de
junho 2020 Pandemia da COVID-19
Nº 10/2020, de 06 de Orientações para organização da Atenção Primária à Saúde Consultórios na Rua no
julho de 2020 enfrentamento ao novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 11/2020, de 07 de Orientações para organização da Atenção Primária à Saúde no enfrentamento ao
julho de 2020 Novo Coronavírus (COVID-19) no município do Salvador
Nº 08/2020, de 24 de Orientação para o tratamento da tuberculose pediátrica
Julho de 2020
Nº 01/2020, de 30 de Orientações para o cuidado às pessoas acometidas pela Hanseníase e/ou
julho de 2020 Tuberculose no contexto da pandemia da COVID-19
Nº 14/2020, de 14 de Orientações para a saúde da pessoa idosa na Atenção Primária à Saúde (APS) no
agosto de 2020 contexto da pandemia da COVID-19 causada pelo Novo Coronavírus, no município
do Salvador
Nº 03/2020, de 26 de Orientações e sugestões para o Cuidado e Prevenção ao COVID-19 nos Centros de
agosto de 2020 Atenção Psicossocial Infanto-Juvenis Municipais

377
Nº 04/2020, de 26 de Orientações para Atenção Domiciliar na Atenção Psicossocial Especializada
agosto de 2020
Fonte: SMS

APÊNDICE C - Fluxo da Vigilância do Óbito - COVID-19. Salvador/BA, 2021

Fonte: SMS/DVIS/SUIS

378
379

Você também pode gostar