Sei 44234.326887 2021 28

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 24

SERVIÇO DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS SR SUDESTE II, 9 de Fevereiro de 2024

Interessado (a): MARINA MOREIRA DE JESUS


Espécie/Benefício: 87/116.509.660-6
Protocolo do Recurso: 44234.326887/2021-28

1. Trata-se de recurso administrativo contra decisão do INSS que cessou o benefício de prestação
continuada à pessoa com deficiência – BPC nº 87/116.509.660-6, em 30/11/2019, por não
atendimento a convocação do posto, por ausência de inscrição no Cadastro Único – CadÚnico.

2. Foi interposto recurso ordinário ao CRPS e a 2ª Composição Adjunta da 5ª Junta de Recursos, por
meio do acórdão 2ªCA 5ª JR/17968/2021, deu provimento ao recurso ordinário, considerando que a
cessação do benefício ocorreu por não realização atendimento médico, determinando a reativação do
benefício e a convocação para cumprimento de diligência do INSS:

“(…) Analisando os autos, constata-se que o benefício foi cessado tendo em vista que a Segurada convocado para atendimento
médico, deixou de comparecer no Posto do INSS.
Alega o INSS que a convocação do posto BILD é automática. Na sequência, diante do não comparecimento da Segurada ao Posto, o
benefício foi cessado.
Entendemos que no presente caso não deve prosperar a cessação do benefício, tendo em vista, que a convocação do segurado para
comparecimento à perícia de revisão deve ser realizada, via de regra, por meio de correspondência.
De acordo com o art. 2º da Resolução nº 546/PRES/INSS, de 30 de agosto de 2016, in verbis:
(…)
Pela nova leitura do STJ, a interpretação dada é no sentido que não se pode presumir o estado de higidez do beneficiário. Nos termos
do parágrafo único do artigo 62 da lei 8.213/91 para que o benefício de auxílio-doença/aposentadoria por invalidez cesse é necessário
que o segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta subsistência, ou sendo considerado não
recuperável deverá ser aposentado por invalidez, conforme o que ocorreu nos autos, a aposentadoria por invalidez.
Assim, em razão da existência de referido artigo de lei, os benefícios não podem ser cessados até que nova avaliação seja
realizada, ou seja, através de nova perícia que comprove a cessação do benefício, sob pena de ferir os direitos da segurada.
Ressalte-se que, ausente exame pericial que identifique retorno da capacidade laborativa do Segurado, o cancelamento do benefício
poderá impor grave prejuízo ao beneficiário, caso ainda não esteja apto para o retornar as suas atividades laborais, haja vista, tratar-se
de benefício destinado a amparar aquele Segurado que não possa desempenhar suas atividades habituais, tampouco ser reabilitado para
outras funções compatíveis com suas limitações.
Desse modo, constato que andou mal a autarquia previdenciária ao determinar a cessação do Benefício de Prestação Continuada da
Assistência Social à Pessoa com Deficiência da Segurada, momento em que permanecia incapacitada.
Diante do exposto, entendemos que o benefício da Segurada, Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa com
Deficiência, deve ser restabelecido de imediato, seja procedido pelo INSS o agendamento para comparecimento ao posto a fim de
cumprir a diligência solicitada pelo INSS, para tanto, devendo a segurada ser devidamente convocado para comparecimento,
nos termos do art. 2º da Resolução nº 546/PRES/INSS, de 30 de agosto de 2016. (...)” (grifos acrescidos).

3. Foi interposto incidente processual pelo INSS para esclarecer que o benefício tinha sido cessado
por ausência de inscrição no CadÚnico e que o INSS não tinha realizado a convocação para perícia
médica.

Despacho (14917467) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 1


4. Em 05/10/2023, a unidade julgadora não conheceu do incidente, por meio do acórdão nº 2ªCA 5ª
JR/10021/2023, mantendo os termos do acórdão anterior.

5. O recurso é objeto do Mandado de Segurança nº 1014545-92.2023.4.06-3801, que tramita na 4ª


Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Juiz de Fora- MG. Foi prolatada decisão judicial, em 06/02
/2024, deferindo a liminar para que o INSS restabelecesse de imediato o pagamento do benefício a
contar da cessação, no prazo de 10 (dez) dias.

6. Ocorre que não foi possível encaminhar, de imediato, o processo para cumprimento da decisão
recursal com a reativação do benefício, pois foi constatado que a interessada propôs ação judicial nº
1009375-42.2023.4.06.3801, em 03/06/2023 (antes da Junta de Recursos proferir o acórdão 2ªCA 5ª
JR/10021/2023), com o mesmo objeto do recurso administrativo. O processo tramitou na 5ª Vara
Federal de Juizado Especial Cível e Criminal da SSJ de Juiz de Fora-MG e foi julgado extinto sem
resolução de mérito, em razão da interessada não ter comparecido à perícia, com trânsito em julgado
em 27/09/2023.

7. Ademais, foi constatado que a interessada ajuizou ação de cumprimento de sentença contra a
Fazenda Pública nº 1002974-36.2021.4.01.3801 e outro Mandado de Segurança nº 1008375-
07.2023.4.06.3801.

8. O art. 126, §3º da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, dispõe:

“Art. 126. Compete ao Conselho de Recursos da Previdência Social julgar, entre outras demandas, na forma do regulamento:(Redação
dada pela Lei nº 13.876, de 2019)

(…)

§ 3º A propositura de ação que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia ao
direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto.(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) (…) ”

9. Sobre a propositura de ação judicial quando há recurso administrativo, o Regimento Interno do


CRPS, aprovado pela Portaria MTP nº 4.061, de 12 de dezembro de 2022, em seu artigo 70 dispõe
que:

“Art. 70. A propositura, pelo interessado, de ação judicial que tenha objeto idêntico ao recurso administrativo importa em renúncia
tácita ao direito de recorrer na esfera administrativa e a sua desistência, observado o disposto no art. 55 deste Regimento.

§ 1º Considera-se idêntica a ação judicial que contiver as mesmas partes, causa de pedir e pedido idênticos ao do recurso
administrativo, sendo definidos, para este fim, como:

I - partes: os sujeitos de determinada relação jurídica, na qual uma delas demanda algo, em face de outra, independentemente do
direito alegado existido ou não;
II - causa de pedir: o conjunto de fatos ao qual o requerente/recorrente atribui o efeito jurídico que pretende obter com o processo por
ele instaurado; e
III - pedido: o efeito jurídico que se pretende obter com a instauração do processo.

Despacho (14917467) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 2


§ 2º Incluem-se na situação descrita no parágrafo anterior, ações judiciais que versem sobre fatos ou o direito objeto do processo
administrativo.

(…)

§ 5º Na hipótese de conhecimento da ação judicial, e havendo decisão administrativa definitiva favorável ao interessado, o fato serão
encaminhado ao INSS ou ao MPS (FAP/RPPS), para que comuniquem às consultorias jurídicas respectivas, buscando orientação de
como proceder em relação ao cumprimento da decisão administrativa, uma vez que a decisão judicial se sobrepõe a decisão
administrativa. (…)”

10. Outrossim, prevê o art. 66, §1º, da Portaria DIRBEN/INSS nº 996, de 28 de março de 2022, que
aprovou o Livro VII das Normas Procedimentais em Matéria de Benefícios, que disciplina os
procedimentos e rotinas de recurso no âmbito da área de benefício do INSS, alterado pela Portaria
DIRBEN/INSS nº 1156. de 13/09/2023 :

“ Art. 66. Caberá ao INSS analisar as decisões recursais proferidas pelas Unidades Julgadoras do CRPS, cuja conclusão poderá ser
pelo acolhimento do acórdão, pela interposição de recurso especial ou de incidente processual previsto no RICRPS.

§ 1º Nesta fase, deverá ser realizada a pesquisa de eventual ação judicial, com encaminhamento do processo à PFE para fins de
orientação quanto ao cumprimento do acórdão se:

I - a ação judicial tiver o mesmo objeto proposto pelo interessado; e

II - a decisão recursal for favorável ao interessado.. (…)”

11. A mencionada Portaria DIRBEN/INSS nº 996, de 28 de março de 2022, também dispõe que a
decisão do CRPS poderá deixar de ser cumprida, entre outras hipóteses, se for localizada ação
judicial com o mesmo objeto e quando houver manifestação da PFE:

"Art. 69. A decisão poderá deixar de ser cumprida, exclusivamente, quando:


(...)
IV - for verificada a existência de ação judicial com o mesmo objeto e mesma causa de pedir, ajuizada pelo interessado, na
forma prevista no § 1º do art. 19; ou
V - houver manifestação do PFE, nas situações dispostas no §1 º do art. 66. (incluído pela Portaria Dirben/INSS nº 1.156, de 13 de
Setembro de 2023) (…)" (grifos acrescidos)

12. Dessa forma, solicitamos orientações da Procuradoria Federal de como proceder nesse caso,
tendo em vista que há decisão judicial, em sede de Mandado de Segurança nº 1014545-92.2023.4.06-
3801, determinando a reativação do benefício, mas foi identificada ação judicial nº 1009375-
42.2023.4.06.3801, com objeto idêntico ao do processo administrativo.

Despacho (14917467) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 3


13. Consulta encaminhada através do sistema SEI, de acordo com Ofício SEI Circular Conjunto nº 48
/2019/DIRBEN/PFE-INSS de 30 de dezembro de 2019.

Tamiris Aparecida Rangel Siqueira

Matrícula 2397538

Despacho (14917467) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 4


ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA REGIONAL DA PFE/INSS NO RIO DE JANEIRO/RJ
APOIO NO RIO DE JANEIRO
CERTIDÃO n. 00162/2024/APRIO/PFE-INSS-RIO/PGF/AGU

NUP: 44234.326887/2021-28
INTERESSADOS: MARINA MOREIRA DE JESUS
ASSUNTOS: RECURSOS ADMINISTRATIVOS

CERTIFICO que, nesta data, recebi o processo eletrônico em epígrafe, por meio do Sistema
SEI, de regularidade ora conferida, nos termos abaixo:

Consulente: APSEF - GEXJFR


Data de envio no SEI: 09/02/2024

RELAÇÃO DE DOCUMENTOS DA ÁRVORE DO PROCESSO NO SEI

A ordem e sequência (dos protocolos) dos documentos, por ocasião do recebimento no SEI,
consta em anexo (para fins de registro).

LINK DE ACESSO EXTERNO AO SEI

A íntegra do referido processo pode ser acessada, para fins de consulta, no seguinte
endereço eletrônico: https://sei.inss.gov.br/sei/processo_acesso_externo_consulta.php?
id_acesso_externo=300654&infra_hash=b47c63cbb87de1c63c0130b61eeec91a

O link acima não poderá ser retransmitido, devendo o usuário adotar as cautelas para
preservação e proteção dos dados e informações constantes nos autos.

O hyperlink funciona melhor no navegador Google Chrome. Caso não funcione


corretamente, tente copiá-lo e colá-lo no navegador.

ORIENTAÇÃO AO ÓRGÃO CONSULENTE (INSS)

Para a análise e manifestação da PFE-INSS serão considerados apenas os documentos


juntados até a data de recebimento do processo no sistema SEI (conforme relação de documentos em
anexo).

Situações excepcionais que justifiquem a necessidade de complementar a instrução do


processo já distribuído à PFE-INSS devem ser objeto de nova consulta, com a complementação de
informações e dúvidas mediante regular envio do processo via SEI.

A nova consulta ensejará a renovação do prazo legal para resposta da PFE-INSS ao órgão
consulente.

ENCAMINHAMENTO

Encaminho, inicialmente, à Secretaria Jurídica na forma da PORTARIA n.


00125/2022/GAB/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU, de 29 de dezembro de 2022, e, concomitantemente,
mediante a juntada desta certidão, concluo o correspondente processo no SEI.

Rio de Janeiro, 09 de fevereiro de 2024.

NILZA ESCORALIQUE
TECNICO SEG.SOCIAL

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em


https://supersapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP)
44234326887202128 e da chave de acesso 9f24d113

Documento assinado eletronicamente por NILZA ESCORALIQUE, com certificado A1 institucional


(*.agu.gov.br), de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do

Certidão . 00162/2024/APRIO/PFE-INSS-RIO/PGF/AGU (14919515) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 5


documento está disponível com o código 1405941253 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br.
Informações adicionais: Signatário (a): NILZA ESCORALIQUE, com certificado A1 institucional
(*.agu.gov.br). Data e Hora: 09-02-2024 13:17. Número de Série: 65437255745187764576406211080.
Emissor: Autoridade Certificadora do SERPRO SSLv1.

Certidão . 00162/2024/APRIO/PFE-INSS-RIO/PGF/AGU (14919515) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 6


Certidão . 00162/2024/APRIO/PFE-INSS-RIO/PGF/AGU (14919515) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 7
Certidão CERTIDÃO n. 01320/2024/SEJUR/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (14925679) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 8
Certidão CERTIDÃO n. 01320/2024/SEJUR/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (14925679) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 9
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA JUNTO AO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -
PFE/INSS - SEDE
EQUIPE NACIONAL DE CONSULTORIA EM MATÉRIA DE BENEFÍCIOS DO RGPS

NOTA n. 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU

NUP: 44234.326887/2021-28
INTERESSADOS: MARINA MOREIRA DE JESUS
ASSUNTOS: RECURSOS ADMINISTRATIVOS

I- DO RELATÓRIO

1. Trata-se de processo administrativo referente ao restabelecimento do NB 87/116.509.660-6,


requerido por Marina Moreira de Jesus.

2. O INSS cessou o benefício por falta de inscrição no CadÚnico.

3. Em sede recursal, a 2ª Composição Adjunta da 5ª Junta de Recursos do Conselho de


Recursos da Previdência Social - CRPS, por acórdão lavrado em 20/10/21, decidiu dar provimento ao
recurso para restabelecer o benefício.

4. Ao receber a decisão do CRPS para fins de cumprimento, o INSS identificou a ação judicial
n . 1009375-42.2023.4.06.3801, que tramita perante 5ª VARA FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E
CRIMINAL DA SSJ DE JUIZ DE FORA-MG (TRF6), pelo que solicita orientação à PFE/INSS sobre a
aplicabilidade ou não do art. 70 da Portaria MTP 4061/22.

5. É o relatório.

II - FUNDAMENTAÇÃO

II.I - DA DEMANDA JUDICIAL IDENTIFICADA PELO INSS

6. Em consulta ao dossiê judicial do processo n. 1009375-42.2023.4.06.3801 no supersapiens,


vinculado ao NUP 00417.218212/2023-54, verifica-se que se trata de ação proposta pelo interessado
com o seguinte pedido:

7. O objeto da ação judicial, como se nota, é o mesmo do processo administrativo.

8. Contudo, a consulta ao site do TRF6 demonstra que o processo judicial foi extinto
sem julgamento do mérito em razão de desistência do Autor, que não compareceu à perícia médica.
E se encontra atualmente transitado em julgado.

9. Além disso, o interessado impetrou Mandado de Segurança, n. 1014545-92.2023.4.06.3801,


que tramita perante a Justiça Federal de Juiz de Fora/MG, no qual pretende que seja cumprido o Acórdão
da Junta de Recursos. No feito, foi concedida medida liminar com antecipação de tutela , consoante
transcrito:

Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 10


10. Verifica-se, no presente caso, portanto, que embora tenha havido um processo judicial com
identidade de objetos, ele se encontra neste momento extinto sem julgamento do mérito. Em outro giro,
tem-se um Mandado de Segurança, com medida liminar, que determinou que o INSS cumpra o acordão.
Assim, com base no disposto no §5º do art. 70 do Regimento Interno do CRPS, aprovado pela
Portaria MTP n. 4.061/22, considerando-se a particularidade do caso, opina-se pelo cumprimento do
acordão administrativo.

11. Por oportuno, confira-se o teor da referida norma:

Art. 70. A propositura, pelo interessado, de ação judicial que tenha objeto idêntico ao
recurso administrativo importa em renúncia tácita ao direito de recorrer na esfera
administrativa e a sua desistência, observado o disposto no art. 55 deste Regimento.
§ 1º Considera-se idêntica a ação judicial que contiver as mesmas partes, causa de pedir e
pedido idênticos ao do recurso administrativo, sendo definidos, para este fim, como:
I - partes: os sujeitos de determinada relação jurídica, na qual uma delas demanda algo, em
face de outra, independentemente do direito alegado existido ou não;
II - causa de pedir: o conjunto de fatos ao qual o requerente/recorrente atribui o efeito
jurídico que pretende obter com o processo por ele instaurado; e
III - pedido: o efeito jurídico que se pretende obter com a instauração do processo.
§ 2º Incluem-se na situação descrita no parágrafo anterior, ações judiciais que versem
sobre fatos ou o direito objeto do processo administrativo.
§ 3º Certificada a existência de ação judicial, a Unidade Julgadora proferirá decisão de
renúncia tácita, nos termos do art. 126, §3º, da Lei nº 8.213/91.
§ 4º Caso o conhecimento da propositura da ação judicial seja posterior ao
encaminhamento do recurso ao CRPS e este ainda não tenha sido julgado
administrativamente, o INSS ou a SPREV (FAP/RPPS) comunicarão o fato à Unidade
Julgadora, acompanhado dos elementos necessários à caracterização da renúncia tácita.
§ 5º Na hipó tese de conhecimento da ação judicial, e havendo decisã o administrativa
definitiva favorá vel ao interessado, o fato será encaminhado ao INSS ou ao MPS (FAP/RPPS),
para que comuniquem à s consultorias jurídicas respectivas, buscando orientação de como
proceder em relação ao cumprimento da decisã o administrativa, uma vez que a decisão
judicial se sobrepõe a decisão administrativa. (Redação dada pela Portaria MPS nº 2.393, de
5 de julho de 2023)
§ 6º Na hipótese de ação judicial ter trânsito em julgado, independentemente da fase ou do
resultado da decisão administrativa, caberá à Junta ou Câmara proferir a decisão quanto à
renúncia tácita, nos termos do art. 126, §3º, da Lei nº 8.213/91. (Revogado pela Portaria
MPS nº 2.393, de 5 de julho de 2023)

III - CONCLUSÃO

12. Pelo exposto, considerando a particularidade do caso, que a ação judicial foi extinta sem
julgamento do mérito e que existe um mandado de segurança com antecipação de tutela vigente,
opina-se pelo cumprimento do acordão proferido pela 2ª Composição Adjunta da 5ª Junta de Recursos do
Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS.

À consideração superior.

Brasília, 23 de fevereiro de 2024.

DENISE FENSTERSEIFER
PROCURADORA FEDERAL

DESPACHO DE APROVAÇÃO

De acordo com o teor jurídico da NOTA n. 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-


SEDE/PGF/AGU, nos estritos termos em que foi lançada, por seus próprios e jurídicos fundamentos,

Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 11


para fins do inciso I do art. 8º da Portaria AGU nº 1.399/2009.

Saliente-se que este despacho tem por finalidade a concordância com a manifestação em
epígrafe, em atendimento ao disposto pelo art. 7º cc. art. 8º da referida Portaria, não cabendo aqui a
reanálise dos documentos dos autos ou procedimento, vez que compete individualmente a cada
Procurador a análise fática e jurídica dos autos e documentos sob sua responsabilidade e diretamente
relacionados com a sua manifestação.

Registre-se, ademais, que o NB 87/116.509.660-6 já se encontra reativado, como se


observa em consulta aos sistemas da autarquia.

Ao Protocolo da Procuradoria Regional da PFE/INSS em Belo Horizonte/MG para devolver o


feito à unidade consulente para ciência e adoção das providencias recomendadas na manifestação ora
aprovada.

Brasília, 29 de fevereiro de 2024.

JULIANA CAMPOS MENELAU DE ALMEIDA


Procuradora Federal
Subcoordenadora da Equipe Nacional de Consultoria em Matéria de Benefícios do RGPS

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em


https://supersapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP)
44234326887202128 e da chave de acesso 9f24d113

Documento assinado eletronicamente por JULIANA CAMPOS MENELAU DE ALMEIDA, com certificado A1
institucional (*.agu.gov.br), de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da
autenticidade do documento está disponível com o código 1417791804 no endereço eletrônico
http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): JULIANA CAMPOS MENELAU DE
ALMEIDA, com certificado A1 institucional (*.agu.gov.br). Data e Hora: 01-03-2024 08:55. Número de
Série: 65437255745187764576406211080. Emissor: Autoridade Certificadora do SERPRO SSLv1.

Documento assinado eletronicamente por DENISE ALVES FENSTERSEIFER, com certificado A1


institucional (*.agu.gov.br), de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da
autenticidade do documento está disponível com o código 1417791804 no endereço eletrônico
http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): DENISE ALVES FENSTERSEIFER, com
certificado A1 institucional (*.agu.gov.br). Data e Hora: 29-02-2024 19:48. Número de Série:
65437255745187764576406211080. Emissor: Autoridade Certificadora do SERPRO SSLv1.

Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 12


20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA JUNTO AO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -
PFE/INSS - SEDE
COORDENAÇÃO-GERAL DE MATÉRIA DE BENEFÍCIOS
SETOR DE AUTARQUIAS SUL QUADRA 2 BLOCO O 3º ANDAR

PARECER n. 00005/2023/CGMAB/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU

NUP: 00956.000308/2023-61
INTERESSADOS: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS E OUTROS
ASSUNTOS: RECURSOS ADMINISTRATIVOS E OUTROS

EMENTA:
I - DIREITO PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. RECURSO
ADMINISTRATIVO PARA UM DOS ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS DO CONSELHO DE
RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.
II - PROMOÇÃO DE AÇÃO JUDICIAL COM AS MESMAS PARTES, O MESMO PEDIDO E
CAUSA DE PEDIR. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE TRÂMITE CONCOMITANTE DE
RECURSO ADMINISTRATIVO E DEMANDA JUDICIAL COM IDÊNTICO OBJETO.
INTELIGÊNCIA DO § 3º DO ART. 126 DA LEI Nº 8213/91 E DO ART. 307 DO DECRETO
REGULAMENTADOR Nº 3.048/99.
III - NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO DA RENÚNCIA/DESISTÊNCIA TÁCITA EM
QUALQUER FASE RECURSAL. CONSIDERAÇÕES.

1. RELATÓRIO

1. De início, registra-se que o processo foi redistribuído por solicitação deste signatário, haja vista o
disposto no art. 13 da PORTARIA n. 00125/2022/GAB/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU, de 29 de dezembro de 2022, que
instituiu a nacionalização das atividades de consultoria e assessoramento jurídicos a cargo da Procuradoria
FederalEspecializada junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - PFE/INSS:

Art. 13. À Coordenação de Consultoria em Benefícios do Regime Geral de Previdência Social -


RGPS competirá:
(...)
II - coordenar, em âmbito nacional, a prestação de consultoria e assessoramento jurídicos aos
órgãos do INSS, em questões afetas à matéria de benefícios do RGPS e à cobrança e recuperação
de créditos oriundos do pagamento destes, zelando pela eficiência, padronização e
uniformidade das manifestações;
III - aprovar, em segunda instância, de forma extraordinária, as manifestações jurídicas
exaradas pelas equipes nacionais subordinadas e, quando necessário, submetê-las também à
aprovação do Coordenador-Geral e do Procurador-Geral;
IV - exercer a gestão compartilhada das equipes nacionais subordinadas, em conjunto com os
respectivos Coordenadores, por meio do monitoramento permanente do conteúdo dos painéis de
gestão e das manifestações jurídicas, zelando pela preservação da uniformização e da

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 1/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 13
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

coerência destas com os entendimentos jurídicos estabelecidos no âmbito da Coordenação-


Geral de Matéria de Benefícios, bem como pelo equilíbrio e pela eficiência dos trabalhos;

2. Embora a consulta tenha sido formalizada antes do início das atividades das equipes nacionalizadas na
PFE/INSS, a necessidade de uniformização atrai a competência desta Coordenação, já que terá impacto direto e imediato
acerca das atribuições das equipes e, no presente caso, da Equipe Nacional de Consultoria em Matéria de Benefícios do
RGPS, à qual já foram distribuídos processos com matéria idêntica a esta sob exame, os quais aguardam a definição
decorrente destes autos para aplicação uniformizada.

3. Trata-se de consulta jurídica submetida pela Procuradoria Regional da PFE/INSS em Recife/PE a esta
PFE/INSS/SEDE em que solicita análise do PARECER REFERENCIAL n. 00006/2023/ERC-BENEF/PFE-INSS-
REC/PGF/AGU, sequencial n. 18, emitido por aquela unidade jurídica com a seguinte ementa:

PROCESSO ADMINISTRATIVO. SOLICITAÇÃO DE ELABORAÇÃO DE PARECER


JURÍDICO REFERENCIAL - ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU Nº 55. RECURSO
ORDINÁRIO DIRECIONADO PARA UM DOS ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS DO
CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. PROMOÇÃO DE AÇÃO
JUDICIAL COM AS MESMAS PARTES, O MESMO PEDIDO E CAUSA DE PEDIR.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE TRÂMITE CONCOMITANTE DE RECURSO
ADMINISTRATIVO E DEMANDA JUDICIAL COM IDÊNTICO OBJETO.
INTELIGÊNCIA DO § 3º DO ART. 126 DA LEI Nº 8213/91 E DO ART. 307 DO DECRETO
REGULAMENTADOR Nº 3.048/99. NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO DA
RENÚNCIA TÁCITA EM QUALQUER FASE RECURSAL. CONSIDERAÇÕES.

4. Conforme destacado no referido parecer,

04. A matéria jurídica repetitiva, trazida para análise deste órgão consultivo, trata sobre os
procedimentos a serem adotados pela Autarquia Previdenciária na hipótese de identificação de processo judicial
envolvendo mesmas partes, causa de pedir e pedido presentes em Recurso Administrativo direcionado à um dos órgãos
administrativos do Conselho de Recursos da Previdência Social-CRPS do Ministério da Previdência (União), em
especial, quando já existe acórdão administrativo publicado, tudo com base na previsão do § 3º do art. 126 da Lei nº
8.213/91, art. 307 do Decreto nº 3.048/99 e em vista dos procedimentos trazidos pelo art. 70 do atual Regimento
Interno do CRPS, aprovado pela Portaria MTP nº 4.061, de 12.12.2022.
05. Diante da notória recorrência da questão jurídica levantada e visando dar maior celeridade aos
processos administrativos que tratam da mencionada demanda, a Superintendência Regional Nordeste do INSS propõe o
estabelecimento de procedimentos administrativos junto a PFE-INSS, na forma do item 07 do Despacho SEI s/n
(documento sequência 13), abaixo transcrito:
"(...)
7. Considerando que a concomitância de tramitação entre recurso ao CRPS e ação judicial
com mesmo objeto é um achado típico na rotina administrativa, a orientação a ser aplicada ao
caso pode ser dada deforma ampla.
7.1 A desistência da ação é um instituto puramente processual e que, até o momento da
prolação da sentença (§ 5º, Art. 485, CPC), permite a extinção sem resolução do mérito.
7.2 Antes da citação é incondicional (Art. 485, VIII, CPC) mas, após oferecida a contestação
poderá ser deferida com anuência do réu (§ 4º, Art. 485, CPC), ou a critério do juiz, se ausente
justificativa.
7.3 Na hipótese de haver concomitância entre o recurso e a ação judicial, por razões
de economia processual, sugere-se que a orientação a ser aplicada aos processos em geral seja de
emissão de carta de exigências para que o recorrente se manifeste acerca da via eleita para
discussão da matéria, sem trânsito pela Procuradoria.
7.4 Na hipótese de o recorrente manifestar-se pela manutenção da via judicial ou quedar-se
inerte, a renúncia tácita estaria estabilizada com a escolha de prosseguimento da ação judicial.
7.4.1 O artigo 70, §5º, do novo RI do CRPS, orienta que caberá a consultoria jurídica do
INSS orientar quanto ao cumprimento do acórdão, no caso de existência de ação judicial sem
https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 2/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 14
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

trânsito em julgado, sem previsão de retorno dos autos ao órgão julgador para fins de
conhecimento da situação impeditiva de implantação da decisão.
7.4.2 Desta forma, seria solução viável e dotada de economia processual, o arquivamento dos
autos com despacho elucidativo acerca dos achados do processo e da eleição pela via judicial,
inclusive após ser facultado prazo para manifestação do recorrente. A
inclusão das notificações e manifestações do recorrente, ou sua inércia, estarão certificadas nos
autos para fins de conhecimento do CRPS em eventual caso de reclamação por não cumprimento
da decisão, caso em que o órgão julgador poderá rever de ofício sua decisão ou afastar seu
cumprimento.
7.5 Na hipótese de o recorrente desistir da ação judicial no prazo cumprimento de
exigência, juntando comprovante do protocolo do pedido de desistência aos autos, o INSS daria
seguimento aos autos do recurso administrativo com o cumprimento do acórdão.
7.5.1 A escolha pela continuidade do processo de recurso administrativo, bem como o
protocolo de desistência da ação judicial, estariam devidamente documentadas nos autos,
afastando a renúncia tácita, sob a orientação de Parecer referencial. Neste caso, a decisão recursal
poderá ser cumprida, sem trânsito dos autos pela Procuradoria, considerando a desistência e
consequente inexistência de decisão judicial de mérito. (...)"

5. Destacam-se outras passagens do citado parecer para melhor elucidação do contexto da consulta:

15. Quanto ao primeiro requisito, é fato notório que, anualmente, tramitam nesta Regional
Nordeste da PFE-INSS alto índice de novas consultas jurídicas relativas ao tema proposto, ou
seja, a possibilidade de concomitância de tramitação entre recurso ao CRPS e uma ação
judicial com mesmo objeto. Assim, o volume de processos sobre o tema causa um significativo
impacto sobre a atuação deste órgão consultivo, o que compromete a celeridade dos serviços
administrativos prestados, além de reduzir o tempo que dispõe o advogado público atuante para
examinar processos mais complexos e que exigem uma análise jurídica mais detida e profunda.
16. Por fim, o segundo requisito resta atendido, uma vez que a atividade jurídica exercida se
confina à verificação do atendimento às exigências legais trazidas pelo § 3º do art. 126 da Lei nº
8.213/91 a partir da conferência de documentos juntados aos autos (consulta ao SAPIENS ou
sistema do Poder Judiciário), inexistindo, a priori, qualquer argumentação ou dúvida jurídica
relevante e complexa acerca da matéria a ser aprofundada pela PFE-INSS.
17. De todo modo, para que a análise jurídica individualizada dos processos reste
dispensada, faz-se mister que a área técnica interessada ateste, de forma expressa, que o caso
concreto veiculado por cada processo administrativo se amolda aos termos da presente
manifestação jurídica referencial.
(...).

6. É o relatório. Passo ao exame.

2. FUNDAMENTAÇÃO

7. O DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942, conhecido como Lei de Introdução às


normas do Direito Brasileiro, na redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010, sofreu recentes modificações, em especial a
inclusão, pela Lei n. 13.655/2018, dos artigos 22, cabeça, e 30, parágrafo único, os quais exigem, na interpretação de
normas sobre gestão pública e na atuação das autoridades públicas, a consideração dos obstáculos e das dificuldades reais
do gestor e das exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados, bem como a
necessidade de incrementar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
administrativas e respostas a consultas:

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 3/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 15
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo
dos direitos dos administrados. (Regulamento)
(...).
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação
das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a
consultas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em
relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela
Lei nº 13.655, de 2018)

8. Nesse sentido, a realidade que se impõe é o de atraso tanto nos processamentos dos recursos, quanto nos
seus julgamentos e cumprimento dos acórdãos do CRPS, fato registrado no Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas
da União - TCU, em anexo, TC 014.283/2021-2, com a seguinte ementa:

SUMÁRIO: AUDITORIA OPERACIONAL NO PROCESSO DE RECURSO


ADMINISTRATIVO PREVIDENCIÁRIO, ONDE ATUAM O INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL(INSS), O CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
(CRPS) E A SUBSECRETARIA DE PERÍCIA MÉDICA FEDERAL (SPMF). CAPACIDADE
DO INSS E DO CRPS INSUFICIENTE PARA ASSEGURAR O ATENDIMENTO ADEQUADO
DA DEMANDA DE RECURSOS. BAIXA ATIVIDADE DA VIA RECURSAL
ADMINISTRATIVA EM COMPARAÇÃO COM A VIA JUDICIAL. FALTA DE
MONITORAMENTO DO TRABALHO DOS CONSELHEIROS. DEFICIÊNCIAS NA
ACESSIBILIDADE E NA TRANSPARÊNCIA DAS DECISÕES DO CRPS.
RECOMENDAÇÕES.

9. Em mais de uma passagem, o TCU registrou o significativo número de recursos pendentes de análise e o
estímulo à judicialização em razão da insuficiência de capacidade tanto do INSS quanto do CRPS de processarem (INSS),
julgarem (CRPS) e cumprirem os acórdãos proferidos (INSS):

36. Considerando o estoque no INSS, no CRPS e na SPMF retratado na primeira linha das tabelas
3 e 4, há 1,4 milhão de processos na fila de recursos e, no cenário atual, a tendência é de aumento
da quantidade de cidadãos e pessoas jurídicas aguardando atendimento nessa fila.

37. A tendência da fila no CRPS é de crescimento relativamente rápido, haja vista a quantidade
média de novos recursos por mês (48.880) ser significativamente superior à quantidade média de
julgamentos por mês do Conselho (34.107). Portanto, conclui-se que a capacidade atual do CRPS
não é suficiente para assegurar o atendimento adequado da demanda de recursos. Entretanto,
como grande parte da demanda referente a benefícios por incapacidade (BI) não precisa passar
pelo CRPS nem pelo INSS, o que será explicado nos itens 53 a 56, simulou-se um segundo
cenário, no qual é desconsiderada essa parte da demanda mensal (16.207). Neste cenário
hipotético, a tendência seria de diminuição lenta da fila, sendo necessários anos para que a fila se
encontrasse em patamar adequado. (...).

39. Por fim, os processos são tramitados paras as Centrais de Análise de Benefício do INSS
cumprirem os acórdãos, quando há provimento total ou parcial do pedido sem interposição de
recurso com efeito suspensivo por parte das CES, e comunicarem os recorrentes. Conforme pode-
se observar na próxima tabela, nesta etapa final também há um gargalo, fazendo com que a
tendência do respectivo estoque seja de crescimento moderado e, no cenário hipotético, de
crescimento relativamente lento. Ressalte-se que,só para concluir o estoque atual, são necessários
mais de dezesseis anos. (...).
40. O principal efeito dos gargalos demonstrados é a desproteção dos direitos dos cidadãos, que
normalmente dependem do benefício para seu sustento próprio e da sua família. Muitos deles, em

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 4/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 16
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

função do longo tempo de espera na fila ou da expectativa de isso ocorrer, acabam por judicializar
o litígio, tendo que arcar com honorários advocatícios quando não têm direito a um defensor
público, sobrecarregando o Judiciário e aumentando o custo para os cofres públicos. O efeito da
judicialização será descrito com mais detalhes no achado 2. (...).
3.2. Achado 2 – O índice de provimento de pedidos e o tempo demandado paratutela do
direito na via judicial encontram-se mais atrativos do que na via recursal administrativa

74. Devido ao CRPS ter menos discricionariedade que os juízes para interpretar a legislação, à
baixa transparência nas comunicações aos cidadãos do fundamento das decisões do INSS pelo
indeferimento de requerimentos de benefícios, assim como à demanda de serviço na fase recursal
encontrar-se muito superior à capacidade de atendimento do CRPS e do INSS, o índice de
provimento de pedidos e o tempo demandado para tutela do direito na via judicial encontram-se
mais atrativos do que na via recursal administrativa, aumentando o grau de judicialização da
concessão de benefícios administrados pelo INSS.
75. O índice de provimento dos recursos contra decisão do INSS julgados pelo CRPS entre 2015
e2017 – ou seja, a proporção de decisões total ou parcialmente favoráveis ao cidadão nesse
período – foi de 22%, valor que se repetiu no período de 2018 a 2021. Por outro lado, conforme
consta no relatório do levantamento sobre a judicialização dos benefícios concedidos pelo INSS
(Acórdão 2894/2018-TCU-Plenário, da relatoria do Min. André de Carvalho), o índice de
provimento da 1ª Instância da Justiça Federal (JF) foi de 51% entre 2014 e 2017. Em outras
palavras, em média, a probabilidade de o cidadão obter decisão favorável do Judiciário é 2,3 vezes
maior que do CRPS. A tabela a seguir apresenta comparações para as principais espécies de
benefício, mostrando que em todas elas o índice da via judicial é muito superior ao da
administrativa: (...).

10. Destaque-se, ainda, que dentre as propostas do TCU para mitigar as causas citadas acima não se encontra
a interpretação proposta no parecer ora sob exame de se considerar, não importa a fase recursal (se antes ou depois do
julgamento do recurso pelos órgãos do CRPS), que a propositura de ação que tenha por objeto idêntico pedido sobre o
qual versa o processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do
recurso interposto (art. 126, §3º, da lei n. 8.213/91 e art. 307 do Decreto n. 3.048/99), solução que, se não extermina o
problema em seu todo, pode promover equilíbrio no estoque de recursos a serem analisados/cumpridos, sendo um
acréscimo em relação às medidas indicadas pelo TCU:

129. Para mitigar as causas citadas acima, a equipe sugeriu as seguintes propostas: medidas
preventivas adicionais, além da capacitação de servidores, para reduzir a elevada quantidade de
indeferimentos indevidos no processo de reconhecimento inicial do direito; disponibilização, nas
comunicações aos cidadãos de indeferimento nesse processo, de acesso a informações mais claras
e detalhadas sobre aanálise que fundamentou a decisão do INSS; uniformização de entendimento
entre o CRPS e o Instituto quando se tratar de jurisprudência já pacificada no âmbito do Conselho;
medidas para reduzir o elevado estoque de processos pendentes de cumprimento de acórdão; e
facilitação de acesso dos conselheiros às informações necessárias para a análise conclusiva do
recurso, minimizando o tempo gasto com saneamento dos autos, a exemplo de treinamentos que
promovam o uso mais intensivo do sistema SAT Central, integração deste com o sistema e-
SisRec, entre outras medidas cabíveis. (...).

11. Vale ressaltar que, ao contrário do que se poderia imaginar, a interpretação proposta não promove um
incentivo a uma maior judicialização. Trata-se, apenas, de reconhecer uma realidade já dominante, conforme reconhecido
pelo próprio TCU, a demonstrar que se trata de efeito, e não de causa. Além disso, é fundamental lembrar que o
pressuposto do reconhecimento da renúncia/desistência tácita é justamente a propositura de ação judicial, ou seja, não se
cuida de fomento à judicialização, pela singela razão de que, no caso, ela já ocorreu com o ajuizamento da demanda.
Nunca é demais lembrar o achado do TCU:

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 5/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 17
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

130. Para o cidadão que deseja recorrer de decisão do INSS, a via judicial encontra-se mais
atrativa quea via recursal administrativa, uma vez que o índice de provimento na via judicial é
de 51%, enquanto na administrativa é de 22%. Além disso, o tempo médio de espera na
primeira via costuma ser menor. Entre as causas do baixo índice de provimento do CRPS que se
encontram sob controle dos gestores, está a escassez de informações na carta denegatória enviada
pelo INSS ao cidadão, que contribui para aprotocolização de recursos em casos de ausência do
direito pleiteado. O maior tempo de espera na via administrativa decorre do fato de atualmente a
demanda ser muito superior à capacidade de entrega do CRPS e do INSS.

12. Realmente, é inegável o expressivo volume de processos acerca da matéria sob análise, com impactos
tanto nos trabalhos da PFE/INSS quanto nos do próprio INSS, consulente, a merecer atenção especial, sobretudo quanto à
necessidade de unformização do entendimento jurídico, porque há, de fato, entendimentos os mais diversos acerca dos
fluxos a serem adotados a respeito da matéria: 1) há entendimentos pela aplicação automática da renúncia/desistência
tácita com o ajuizamento de demanda judicial (posição do parecer); 2) outros entendem pela provocação do órgão de
representação judicial em todo e qualquer caso e 3) outros, ainda, entendem pela avaliação, caso a caso, da situação do
processo judicial para definir pela renúncia/desistência tácita, pela notificação do segurado(a)/interessado(a) para
desistência, pela impossibilidade de cumprimento do acórdão em razão de trânsito em julgado, em razão de já ter sido
deferida liminar ou proferida decisão etc., pela possibilidade de cumprimento do acórdão administrativo em razão de
extinção do processo judicial sem resolução do mérito etc., de modo que gera muitas variáveis para consulta que não traz
dúvida jurídica relevante e complexa acerca da matéria.

13. Além disso, a uniformização proposta também suprimirá eventual rotina (bastante comum) de provocação
dos órgãos de representação judicial do INSS, Brasil afora, sabidamente assoberbados com o volume massacrante de
processos judiciais em curso tendo a autarquia previdenciária como parte ré, evitando-se que tenham que responder a
expedientes que já se mostraram inúteis e com baixíssimo resultado prático na redução de demandas judiciais.

14. Por essas razões, em acréscimo à argumentação já desenvolvida, adoto como razões desta manifestação o
tópico C do PARECER REFERENCIAL n. 00006/2023/ERC-BENEF/PFE-INSS-REC/PGF/AGU, assim intitulado:
C - DO TEMA JURÍDICO ABORDADO - RENÚNCIA TÁCITA AO RECURSO ADMINISTRATIVO
INTERPOSTO COMO CONSEQUÊNCIA IMEDIATA A PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL COM AS
MESMAS PARTES, A MESMA CAUSA DE PEDIR E O MESMO OBJETO, adiante reproduzido em itálico:

21. Importante registrar, inicialmente, que referido tema já foi tratado por este procurador federal,
especificamente, no bojo do NUP: 35014.326018/2021-05 originário da consulta e solicitação de Parecer Jurídico
Referencial, mantendo este consultor o seu entendimento ali exposto e aprovado pela Coordenação desta ERC-
BENEF (vide documentos sequências 04 e 05), conforme veremos a seguir:
22. Como já dito acima, o tema debatido aqui é relativo à possibilidade de tramitação concomitante de
um recurso administrativo com um processo judicial que contenha identidade de partes, causa de pedir e pedido.
23. Ora, a tramitação conjunta entre pedido administrativo e ação judicial possui disciplina especifica
na Lei nº 8.213/91 e no Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999, senão vejamos:

Lei nº 8.213/91

"Art. 126. Compete ao Conselho de Recursos da Previdência Social julgar, entre outras
demandas, na forma do regulamento:
(...)
§ 3º A propositura de ação que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo
administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do
recurso interposto.
(...)". Grifo e destaque nossos.

Decreto nº 3.048/99

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 6/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 18
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

“Art. 307. A propositura pelo beneficiário de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido
sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera
administrativa e desistência do recurso interposto”. Grifo e destaque nossos.

24. Importante destacar, por relevante, que tanto o dispositivo legal (art. 126 da Lei nº 8.213/91) como
sua norma infralegal regulamentadora (art. 307 do Decreto 3.048/99) não trazem consequências outras que não o
reconhecimento imediato da renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e a desistência do recurso
interposto, no caso de promoção da Ação judicial.
25. Todavia, forçoso reconhecer que dispositivos infralegais acabaram por trazer hipóteses outras de
procedimento, como é o caso do antigo art. 36 do antigo Regimento Interno do CRPS (aprovado pela Portaria MDSA
nº 116/2017), que em seu caput repetia expressamente o teor do art. 126 da Lei nº 8.213/91, mas em seus parágrafos e
incisos traziam situações outras não previstas expressamente no mencionado Diploma Legal:

"Art. 36. A propositura, pelo interessado, de ação judicial que tenha objeto idêntico ao pedido
sobre o qual versa o processo administrativo importa em renúncia tácita ao direito de recorrer na
esfera administrativa e desistência do recurso interposto.
§ 1º Considera-se idêntica a ação judicial que tiver as mesmas partes, a mesma causa de pedir e
o mesmo pedido do processo administrativo.
§ 2º Certificada a ocorrência da propositura da ação judicial, os prazos processuais em curso
ficam suspensos e o INSS dará ciência ao interessado ou a seu representante legal para que se
manifeste no prazo de 30 (trinta) dias. Expirado o prazo, os autos serão encaminhados para
julgamento.
§ 3º Caso o conhecimento da propositura da ação judicial seja posterior ao encaminhamento do
recurso ao CRSS e este ainda não tenha sido julgado administrativamente, o INSS comunicará o
fato à Junta ou Câmara incumbida de proferir decisão, acompanhado dos elementos necessários
para caracterização da renúncia tácita.
§ 4º Na hipótese em que o conhecimento da propositura da ação judicial seja posterior ao
julgamento do recurso administrativo, se a decisão administrativa definitiva for favorável ao
interessado e não existir decisão judicial transitada em julgado, o INSS comunicará o fato à
Procuradoria Federal Especializada para:
I - orientar como proceder em relação ao cumprimento da decisão administrativa; e
II - se for o caso, estabelecer entendimento com o autor da ação judicial objetivando a extinção
do litígio.
§ 5º Se o conhecimento da propositura da ação judicial for posterior ao julgamento do recurso
administrativo e houver decisão judicial transitada em julgado com o mesmo objeto do processo
administrativo, conforme orientação da Procuradoria Federal Especializada, a coisa julgada
prevalecerá sobre a decisão administrativa.". Grifo e destaque nossos.

26. Constata-se, portanto, que a União (Ministério) trouxe outras situações prováveis nos parágrafos 4º
e 5º do art. 36 da supramencionada Portaria MDSA, talvez tentando valorizar a decisão administrativa e/ou mitigar a
judicialização da Previdência Social, previstas (autorizadas) em outros dispositivos constitucionais e legais, como é o
caso:

a) § 4º, incisos I e II - a possibilidade de consulta à representação jurídica do ente público (art.


131 da CF-88, Lei Complementar nº 73/91, Lei nº 10.480/2002, Portaria AGU nº 1.399/2009),
bem como, de conciliação com a parte interessada na esfera judicial (Lei 10.259/2001), ante a
possível perda do objeto da lide em razão do resultado do processo administrativo; e

b) § 5º - reconhecimento da supremacia da coisa julgada judicial sobre qualquer decisão


administrativa (art. 5º, incisos XXXV e XXXVI da nossa Carta Magna).

27. Ante a previsão do § 4º, inciso II do art. 36 do Regimento Interno do CRPS e em vista da
possibilidade jurídica de transacionar na esfera judicial, esta PFE-INSS adotou o procedimento de, diante da existência
de uma decisão recursal administrativa favorável à parte interessada/autora, solicitar a manifestação prévia
das Procuradorias Regionais Federais competentes, na qualidade de órgãos jurídicos contenciosos, sobre a
possibilidade de composição da lide na atual fase processual.
https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 7/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 19
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

28. Ocorre, entretanto, que recentemente entrou em vigor a Portaria MTP nº 4.061, de 12.12.2022,
trazendo o Novo Regimento Interno do CRPS que, no entender deste consultor, reafirmou o teor do art. 126 da Lei nº
8.213/91, ou seja, o reconhecimento imediato da renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e a
desistência do recurso interposto, no caso de promoção da Ação judicial:

"Seção V
Da desistência do recurso
(...)
Art. 70. A propositura, pelo interessado, de ação judicial que tenha objeto idêntico ao recurso
administrativo importa em renúncia tácita ao direito de recorrer na esfera administrativa e a
sua desistência, observado o disposto no art. 55 deste Regimento.
§ 1º Considera-se idêntica a ação judicial que contiver as mesmas partes, causa de pedir e
pedido idênticos ao do recurso administrativo, sendo definidos, para este fim, como:
I - partes: os sujeitos de determinada relação jurídica, na qual uma delas demanda algo, em
face de outra, independentemente do direito alegado existido ou não;
II - causa de pedir: o conjunto de fatos ao qual o requerente/recorrente atribui o efeito jurídico
que pretende obter com o processo por ele instaurado; e
III - pedido: o efeito jurídico que se pretende obter com a instauração do processo.
§ 2º Incluem-se na situação descrita no parágrafo anterior, ações judiciais que versem sobre
fatos ou o direito objeto do processo administrativo.
§ 3º Certificada a existência de ação judicial, a Unidade Julgadora proferirá decisão de
renúncia tácita, nos termos do art. 126, §3º, da Lei nº 8.213/91.
§ 4º Caso o conhecimento da propositura da ação judicial seja posterior ao encaminhamento do
recurso ao CRPS e este ainda não tenha sido julgado administrativamente, o INSS ou a
SPREV (FAP/RPPS) comunicarão o fato à Unidade Julgadora, acompanhado dos elementos
necessários à caracterização da renúncia tácita.
§ 5º Na hipótese de conhecimento da ação judicial, ainda sem o trânsito em julgado, e havendo
decisão administrativa definitiva favorável ao interessado, o fato será encaminhado ao INSS ou
à SPREV (FAP/RPPS), para que comuniquem às consultorias jurídicas respectivas, buscando
orientação de como proceder em relação ao cumprimento da decisão administrativa.
§ 6º Na hipótese de ação judicial ter trânsito em julgado, independentemente da fase ou do
resultado da decisão administrativa, caberá à Junta ou Câmara proferir a decisão quanto à
renúncia tácita, nos termos do art. 126, §3º, da Lei nº 8.213/91.
(...)
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 85. As normas deste Regimento aplicam-se imediatamente aos processos em curso no
CRPS, no INSS e na Secretaria de Previdência (FAP/RPPS), não atingindo os atos processuais
já praticados em período anterior a sua vigência e ficando revogadas as disposições em
contrário.
(...)
Art. 91. Observado o artigo anterior, aplicam-se, supletiva e subsidiariamente, se houver
compatibilidade com as regras aplicáveis ao processo administrativo previdenciário, as
disposições pertinentes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, que instituiu o Código de
Processo Civil."
Grifos e destaques nossos.

29. Portanto, o novo Regimento Interno do CRPS não mais prevê a possibilidade de consulta ao órgão
jurídico contencioso para fins de acordo para extinção do processo judicial.
30. Dessa maneira, uma vez proposta a Demanda Judicial com o mesmo objeto, não compete mais a
Junta de Recursos ou qualquer outro órgão administrativo do CRPS proceder a análise recursal não mais poderia ter
julgado o recurso ordinário da parte interessada, posto que já ocorrida a renúncia AUTOMÁTICA do seu direito de
recorrer na esfera administrativa.
31. Cabe aqui se questionar, apenas, se a referida previsão de renúncia tácita poderia ser aplicada em
qualquer fase do recurso administrativo ou, apenas, antes de seu julgamento pelo CRPS. Como já mencionado acima, a

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 8/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 20
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

razão costumeira de a Administração solicitar a manifestação jurídica deste órgão consultivo é quando já houve, pelo
menos, um acórdão da Junta de Recursos e, no momento de seu cumprimento pelo INSS, se detecta a existência de lide
judicial.
32. Por óbvio, não há dúvidas sobre a supremacia das decisões judiciais de mérito proferidas
(transitadas ou não em julgado) em relação as decisões administrativas que tratem do mesmo objeto. Mas quando já
existe uma decisão administrativa e na demanda judicial ainda não há decisão de mérito?
33. Ora, com as devidas vênias a quem porventura advogue entendimento diverso, a Lei nº 8.213/91
(no § 3º do seu art. 126) é clara e não trouxe nenhuma limitação de sua aplicação a qualquer fase do processo
administrativo recursal, não cabendo ao gestor público, no exercício da sua capacidade regulamentar residual, opor a
mesma limitações, sob pena de agressão direta ao Princípio da (Estrita) Legalidade!
34. Válido lembrar, ainda, que o interessado ao propor a Ação judicial, em regra devidamente assistido
por advogado, deve comunicar tal fato ao INSS ou ao CRPS, para promover a extinção do procedimento
administrativo, em respeito aos princípios processuais da lealdade processual e boa-fé objetiva, instituídos no art. 5ª do
nosso Código de Processo Civil e aplicado subsidiariamente ao rito recursal por força da previsão regimental do art.
91 da Portaria MTP nº 4.061/22.
35. Por fim, em respeito ao citado e transcrito art. 126, § 3ª da Lei nº 8.213/91, entende este advogado
público, salvo melhor juízo, que não existe possibilidade legal de trâmite conjunto de processo judicial com o
procedimento administrativo recursal, que tratem do mesmo objeto, devendo este último sempre ser arquivado, em
qualquer fase que se encontre. Trata-se de uma faculdade legal do interessado, pode ele discutir até final na esfera
administrativa para após levar a questão ao Poder Judiciário ou, ainda, poderá o mesmo judicializar imediatamente
após a primeira negativa administrativa. O que não viável é o trâmite concomitante.

15. Por fim, ainda com base no parecer ora sob exame, vale notar que

a hipótese repetitiva tratada neste NUP não é de renúncia expressa. Aqui se está a tratar
de RENÚNCIA TÁCITA, isto é, quando a situação fática prevista na legislação previdenciária
ocorreu (promoção de processo judicial antes ou no curso do processo administrativo recursal)
não é mais necessária qualquer manifestação de concordância do autor/interessado para que haja o
devido arquivamento do recurso.

3. CONCLUSÃO

16. Diante o exposto, opino por concordar com os fundamentos e com a conclusão do PARECER
REFERENCIAL n. 00006/2023/ERC-BENEF/PFE-INSS-REC/PGF/AGU, sequencial n. 18, abaixo transcrita em
itálico:

III - CONCLUSÃO.

41. Diante do tema jurídico supra-analisado, opina/sugere este procurador federal, salvo melhor juízo,
o que abaixo se segue:
a) É disposição legal clara (art. 126 da Lei nº 8.213/91) que a propositura de uma Ação com
identidade de partes, causa de pedir e objeto, em qualquer fase do recurso administrativo, torna
obrigatório o RECONHECIMENTO DA RENÚNCIA TÁCITA AO RECURSO
ADMINISTRATIVO INTERPOSTO, sendo dever legal da Autarquia Previdenciária levar ao
conhecimento tal fato a Junta de Recursos competente e requerer o imediato arquivamento do
processo recursal, seja como preliminar de qualquer recurso regimental cabível, pedido de
revisão de acórdão ou, ainda, por mera petição nos autos recursais;

b) À seara administrativa do INSS compete, inicialmente, verificar no bojo de cada processo


administrativo individualizado se há identidade de partes, causa de pedir e pedido entre o recurso
administrativo e a lide judicial detectada através das já realizadas pesquisas ao sistema SAPIENS
da AGU ou outros Sistemas, atestando de forma expressa, se for o caso, que a hipótese tratada

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 9/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 21
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

no processo administrativo se amolda aos termos da presente manifestação jurídica


referencial, ficando dispensado o encaminhamento à esta PFE-INSS;

c) Entretanto, a existência deste Parecer Referencial não impede a Administração


Previdenciária de proceder a nova consulta (§ 5º do art. 70 do Regimento Interno do CRPS) a
esta PFE-INSS quando, no caso concreto, houver dúvida sobre o enquadramento do mesmo à
hipótese jurídica aqui abordada, inclusive, com relação a coincidência ou não dos objetos
tratados na esfera judicial e administrativa, na forma do art. 6º da Portaria PGF nº 262, de 05
de maio de 2017; e

d) Saliente-se, por fim, que o tanto o antigo Regimento Interno do CRPS, como o atual,
possibilitam ao INSS proceder da forma acima exposta, já que de acordo com disposição
EXPRESSA de Lei, cabendo ao órgão competente do Conselho de Recurso da Previdência
Social, reconhecer e julgar a existência da renúncia tácita. Todavia, em caso de irresignação do
citado órgão administrativo do Ministério da Previdência sugere-se a análise futura da utilização
de procedimentos administrativos cabíveis para pacificar a matéria, como o rito do art. 309 do
Decreto nº 3.048/99 e o uso da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal
(CCAF) instituída pela Advocacia-Geral da União - AGU.

17. Em resumo: É disposição legal clara (art. 126 da Lei nº 8.213/91) que a propositura de uma ação com
identidade de partes, causa de pedir e objeto, em qualquer fase do recurso administrativo, torna obrigatório
o RECONHECIMENTO DA RENÚNCIA TÁCITA (quando se der ANTES do julgamento do recurso) AO
RECURSO ADMINISTRATIVO INTERPOSTO ou da DESISTÊNCIA TÁCITA do recurso interposto (quando a
propositura da ação judicial se der APÓS a interposição do recurso), sendo dever legal da Autarquia Previdenciária
levar ao conhecimento tal fato a Junta de Recursos competente e requerer o imediato arquivamento do processo recursal,
seja como preliminar de qualquer recurso regimental cabível, pedido de revisão de acórdão ou, ainda, por mera petição
nos autos recursais, ficando ressalvada sempre a possibilidade de consulta a esta PFE-INSS quando, no caso
concreto, houver dúvida sobre o enquadramento do mesmo à hipótese jurídica aqui abordada, inclusive, com
relação a coincidência ou não dos objetos tratados na esfera judicial e administrativa, na forma do art. 6º da Portaria
PGF nº 262, de 05 de maio de 2017.

18. Ao Coordenador-Geral da Matéria de Benefícios da PFE/INSS-SEDE para aprovação, com sugestão de:
1) ciência às Equipes Nacionais de Consultoria vinculadas à coordenação, às Procuradorias Regionais da PFE/INSS, à
Procuradoria Nacional Federal de Contencioso Previdenciário da Procuradoria-Geral Federal - PROCPREV e à Diretoria
de Benefícios e 2) remessa à Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência e à respectiva
Consultoria Jurídica para uniformização da interpretação, na forma do art. 309 do Decreto n. 3.048/99, tendo em
vista a divergência de entendimentos entre a PFE/INSS e o CRPS.

Brasília, 08 de junho de 2023.

CLÍSTENES LEITE PATRIOTA


Coordenador de Consultoria em Benefícios do Regime Geral de Previdência Social, da Coordenação-Geral de Matéria de
Benefícios,
Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS

APROVO o PARECER n. 00005/2023/CGMAB/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU, da lavra do Procurador


Federal Clístenes Leite Patriota, Coordenador de Consultoria em Benefícios do Regime Geral de Previdência Social, bem
como os encaminhamentos sugeridos, nos termos da delegação de competência firmada pelo Procurador-Geral.

ALLAN LUIZ OLIVEIRA BARROS


Procurador Federal

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 10/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 22
20/06/2023, 14:41 supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495

Coordenador-Geral de Matéria de Benefícios

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em https://supersapiens.agu.gov.br mediante o


fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00956000308202361 e da chave de acesso 69033a78

Documento assinado eletronicamente por ALLAN LUIZ OLIVEIRA BARROS, com certificado A1
institucional (*.agu.gov.br), de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da
autenticidade do documento está disponível com o código 1194727495 e chave de acesso 69033a78 no
endereço eletrônico https://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): ALLAN LUIZ
OLIVEIRA BARROS, com certificado A1 institucional (*.agu.gov.br). Data e Hora: 13-06-2023
11:57. Número de Série: 51385880098497591760186147324. Emissor: Autoridade Certificadora do
SERPRO SSLv1.

Documento assinado eletronicamente por CLISTENES LEITE PATRIOTA, com certificado A1


institucional (*.agu.gov.br), de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da
autenticidade do documento está disponível com o código 1194727495 e chave de acesso 69033a78 no
endereço eletrônico https://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): CLISTENES
LEITE PATRIOTA, com certificado A1 institucional (*.agu.gov.br). Data e Hora: 13-06-2023 12:00.
Número de Série: 51385880098497591760186147324. Emissor: Autoridade Certificadora do SERPRO
SSLv1.

https://supersapiens.agu.gov.br/apps/processo/33249162/visualizar/1947210740-1194727495 11/11
Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU (15180155) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 23
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA REGIONAL DA PFE/INSS NO RIO DE JANEIRO/RJ
APOIO NO RIO DE JANEIRO
CERTIDÃO n. 00234/2024/APRIO/PFE-INSS-RIO/PGF/AGU

NUP: 44234.326887/2021-28
INTERESSADOS: MARINA MOREIRA DE JESUS
ASSUNTOS: RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Certifico que, nesta data, juntei os sequenciais (4 e 5) do SAPIENS, correspondentes no SEI


ao sequencial 15180155 (Nota 00252/2024/ENC.BENEFÍCIOS/PFE-INSS-SEDE/PGF/AGU) aos autos do
processo eletrônico em epígrafe no SEI, promovendo-se a sua devolução à consulente APSEF - GEXJFR
no referido sistema.

Após, arquive-se provisoriamente no SAPIENS.

Rio de Janeiro, 04 de março de 2024.

NILZA ESCORALIQUE
TECNICO SEG. SOCIAL

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em


https://supersapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP)
44234326887202128 e da chave de acesso 9f24d113

Documento assinado eletronicamente por NILZA ESCORALIQUE, com certificado A1 institucional


(*.agu.gov.br), de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do
documento está disponível com o código 1427443684 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br.
Informações adicionais: Signatário (a): NILZA ESCORALIQUE, com certificado A1 institucional
(*.agu.gov.br). Data e Hora: 04-03-2024 21:42. Número de Série: 65437255745187764576406211080.
Emissor: Autoridade Certificadora do SERPRO SSLv1.

Documento assinado eletronicamente por NILZA ESCORALIQUE, com certificado A1 institucional


(*.agu.gov.br), de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do
documento está disponível com o código 1427443684 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br.
Informações adicionais: Signatário (a): NILZA ESCORALIQUE, com certificado A1 institucional
(*.agu.gov.br). Data e Hora: 04-03-2024 21:41. Número de Série: 65437255745187764576406211080.
Emissor: Autoridade Certificadora do SERPRO SSLv1.

Certidão 00234/2024/APRIO/PFE-INSS-RIO/PGF/AGU (15180182) SEI 44234.326887/2021-28 / pg. 24

Você também pode gostar