R.schirmer - Contrato de Casamento Serie Walsh 1
R.schirmer - Contrato de Casamento Serie Walsh 1
R.schirmer - Contrato de Casamento Serie Walsh 1
R. Schirmer
Direitos autorais do texto original
2019 Roberta Schirmer
Todos os direitos reservados
2 edição
Índice
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Epílogo
Capítulo 1
Diana releu duas vezes o contrato até ter certeza de onde estava se
metendo. Muitas coisas pareciam fazer sentido, mas era preocupante o fato de
que se desistisse do casamento antes dos dois anos estipulados, além de
deixar de depender financeiramente de Anthony, também perderia a empresa
da família que estaria sendo salva da falência, passando a pertencer a ele. Em
resumo, se desistisse do contrato, não teria nenhum apoio financeiro.
Suspirou e recostou-se no sofá sabendo que não tinha saída. No momento
Anthony era sua única esperança de salvar a família daquela situação.
Levantou-se e foi para o quarto tendo a consciência de que o
duplex que estava morando estava prestes a ser vendido para que o pai de
Diana tivesse algum dinheiro para se manter. Estava morando ali desde que
completara dezoito anos e era doloroso saber que aquilo já não seria mais
seu. Gostava de morar sozinha, gostava daquele silêncio e era ótimo para
fazer uma reunião com as amigas nos finais de semana. O que faria estando
casada com Anthony? Teria liberdade para encontrar as amigas? Como
viveriam juntos se mal se conheciam? Até que nível seriam marido e mulher?
Eram tantas dúvidas que só ele poderia lhe esclarecer.
Sentada na cama ela mirava o closet calada se lembrando da
quantidade de vestidos de estilistas famosos que estavam guardados lá dentro.
Usara apenas uma única vez, mas no mundo onde vivia, uma mulher jamais
poderia aparecer em um evento com um vestido que já fora usado em outra
ocasião. A 5th Avenue, a rua mais famosa e mais cara de Nova York era o
lugar que conhecia como a palma de sua mão, afinal, passava horas ali
procurando roupas, sapatos e jóias, porém essa rotina já não lhe pertencia
mais, somente se casando com Anthony voltaria a ter a oportunidade de
comprar roupas dos estilistas mais renomados do mundo. Era um beco sem
saída, precisava conversar com o advogado para entender com mais clareza
todo aquele contrato.
Aquela era a maior loucura da sua vida, porém qual era a melhor
solução? Aceitar Anthony como marido, ou aceitar a iminente falência de sua
família? Suspirou e se deu por vencida. Talvez fosse melhor arriscar, dois
anos não demorariam a passar e ela sairia ilesa daquela estranha relação.
Anthony colou os lábios aos dela fazendo pressão para que Diana
abrisse a boca e deixasse que ele a explorasse. Os braços musculosos
envolveram sua cintura e ela cedeu ao beijo envolvendo-o pelo pescoço e
dando passagem para a língua atrevida se entrelaçar com a sua. Anthony
tinha um beijo poderoso, quente e envolvente e por mais que não houvesse
sentimento entre os dois, seus lábios pareciam se encaixar perfeitamente.
Diana segurou-lhe os cabelos enquanto as mãos dele passeavam por suas
costas apertando-se contra si. Havia química entre os dois e ela podia sentir
seu corpo se aquecer sentindo os seios serem pressionados contra o corpo
rígido dele. Não podia negar que o beijo de Anthony era maravilhoso e talvez
aquele casamento não parecesse tão difícil, afinal, se com aquele toque era
capaz de sentir o corpo se arrepiar, o sexo deveria ser incrível. Por que não
aproveitar o lado bom daquele contrato? Seu futuro marido era poderoso,
sexy e incrivelmente bonito. Ele a soltou após lhe morder os lábios e se
afastou de Diana que sentia as pernas bambas. Ambos estavam ofegantes e
Anthony a olhava com intensidade.
Ela não respondeu, seu coração ainda estava acelerado e seu corpo
estava surpreendentemente quente. Nenhum homem provocara nela aquela
sensação com apenas um beijo, então preferiu sair rapidamente daquele
escritório antes que se jogasse nos braços dele novamente. Assim que passou
pela porta, Gabriela a olhou com curiosidade e Diana caminhou a passos
largos até o elevador torcendo para que este chegasse rapidamente e ela
pudesse ver sua aparência pelo espelho. Assim que entrou, notou que seus
lábios já não conservavam a cor do batom e estavam um pouco
avermelhados, o que sem dúvida chamou a atenção da secretária. Deveria se
acostumar com aquilo, afinal, seria a futura Sra. Walsh, mesmo que com
prazo de validade.
Recostou a cabeça na parede do elevador e fechou os olhos
enquanto era levada até o térreo. Seu corpo respondera tão bem o beijo de
Anthony que ficou imaginando como seria quando ambos finalmente
transassem. Não havia amor entre os dois, mas naquela manhã ficou provado
que ambos tinham química juntos. Pelo menos não precisaria fingir que se
sentia atraída, muito pelo contrário, estava totalmente envolvia pelo poder
sexual que Anthony exercera sobre ela.
Anthony não fez menção para entrar, apenas ficou parado na soleira
da porta demonstrando que sua intenção era sair dali o mais rápido possível.
- Bom dia.
- Antes que a gente chegue à casa dos meus pais, preciso relembrar
que para eles nosso relacionamento é completamente normal. Portanto
quando eu disse que te levaria para almoçar, minha mãe ficou surpresa e
perguntou quando nos conhecemos. – Anthony disse sem tirar os olhos do
trânsito.
- O que falou para ela?
- Que estávamos em um evento beneficente e eu te vi sozinha em
um canto. Logo me interessei e me aproximei. Um garçom estava passando e
eu peguei uma taça de champagne para lhe oferecer. Começamos a conversar
e no final da noite eu te convidei para jantar quando estivesse livre. Enfim,
fomos nos conhecendo e aqui estamos hoje.
- Vou me lembrar disso.
Ela respirou fundo e deu o braço a ele que a conduziu até a entrada
da mansão. Tinha o terreno bem grande e a propriedade era imensa. De onde
estava podia ver uma linda fonte rodeada de flores que davam alegria ao
lugar e deixava ainda mais charmoso. Na entrada aparecera uma senhora com
um cabelo preso minuciosamente em um coque e roupas conservadoras.
Diana logo deduziu que aquela deveria ser a governanta da mansão Walsh.
Ele a puxou pela nuca e lhe deu um beijo calmo, porém bastante
firme. Anthony tinha um beijo possessivo e surpreendentemente seus lábios
se encaixavam com perfeição enquanto ele ditava o ritmo. As línguas se
entrelaçavam e ela não resistiu à vontade de por a mão no braço musculoso e
apertou-o. Qualquer um que os visse naquele momento não teria dúvida sobre
a veracidade daquele casamento, porém apesar daquela química que
possuíam quando estavam juntos, ambos sabiam seus limites e o que
realmente sentiam. Ele mordiscou o lábio inferior dela com um pouco de
força e puxou-o afastando-se. Diana abriu os olhos sentindo o lábio latejar
com a mordida, mas aquilo não a incomodava. Ambos estavam um pouco
ofegantes e Anthony apenas se levantou mostrando que aquele beijo não o
afetava em nada.
- Oi, Diana.
- Anthony me disse que você sabe sobre ele ter me contado sobre o
contrato do casamento de vocês. – disse com a voz serena mostrando que
aquilo não parecia incomodá-la.
- Ele me contou. – olhou para um canteiro de flores – Foi difícil
tomar a decisão de aceitar e é constrangedor mentir para seus pais.
- Eu disse ao meu irmão que não concordava com o contrato, mas
ele é cabeça dura demais para ouvir qualquer pessoa. Eu gostei de você,
Diana. Gostaria que Anthony pudesse ter apresentado você como noiva da
maneira que deveria ser, e não com essas circunstâncias. Espero que sejamos
amigas. – sorriu simpática.
- Eu também espero. Obrigada pelo apoio. – sorriu de volta.
- Se me permite dizer, Diana. Eu vi seu beijo com meu irmão,
realmente qualquer pessoa que visse aquilo pensaria no quanto vocês estão
apaixonados.
- É o que tem que aparentar. – mordeu o lábio devagar – Eu só
espero que dê tudo certo, agora já não tem mais volta.
- Vai dar. – colocou a mão no ombro dela – E se precisar de uma
amiga, estarei aqui.
- Papai, que bom que está aqui. – ela se sentou em uma cadeira e
beijou a bochecha dele.
- Não deixaria de vir e te dar forças, apesar de que eu ainda não
concordo muito com tudo isso. – ele disse olhando-a com os grandes olhos
castanhos.
- Eu sei que não, mas está tudo bem. – segurou a mão dele – Vai
dar tudo certo, Anthony é um bom homem. – disse para tranquilizara o pai,
mas a verdade é que nem ela tinha certeza sobre o tipo de pessoa que era o
noivo.
- Conheço Anthony há algum tempo, é um empreendedor nato,
entende muito bem de negócios, mas ainda tenho receio se ele realmente vai
saber cuidar de você. Sei por que está fazendo isso, Diana, e me sinto
extremamente culpado.
- Não, nada disso, pai. – negou com a cabeça – Não foi culpa sua,
você não sabia que estavam desviando tanto dinheiro da empresa. Você
confiou em pessoas que o traíram. Mas vai dar tudo certo, como você disse,
Anthony é um ótimo empresário e vai recuperar a nossa empresa. Enquanto
isso eu vou estar casada com ele. Não se preocupe, eu sei me cuidar. – alisou
a mão do pai e apertou-a pra lhe passar mais confiança.
- Tudo bem, mas sabe que pode contar comigo, minha filha.
- Com licença, posso reclamar a minha noiva agora? – Anthony
chegou de maneira mais simpática sorrindo para Fernando, tentando talvez,
demonstrar que ele podia se sentir tranquilo tendo-o como genro.
- Claro que sim. – Fernando assentiu.
- Meus pais querem falar com você, Diana. – estendeu-lhe a mão
para ajudá-la a se levantar – Espero que esteja gostando da festa, Stewart.
- Está ótima, Walsh. – pegou sua taça de vinho – Bela escolha. –
ergueu-a.
- Obrigado. – acenou levemente com a cabeça e levou Diana dali
novamente com a mão pousada sobre sua cintura.
Por sorte a família Walsh era bastante simpática e estar com eles se
tornava um momento de prazer para Diana. Era um clima leve e bastante
amigável, conversavam bastante sobre diversos assuntos e ela conseguia ficar
menos desconfortável com toda aquela situação sobre mentiras e com
consciência de que Rachel sabia toda a verdade.
Ver tanta gente desconhecida naquela festa a fez lembrar-se de
Elisa Bryant, sua amiga desde que eram crianças e havia se tornado atriz de
teatro, que agora estava na Austrália em cartaz com sua peça por três meses.
Sentia falta de poder desabafar com ela quando algo a atormentava, precisava
muito explicar toda a confusão que estava sentindo diante da nova fase de sua
vida, mas falar pelo telefone nunca era a melhor opção, até por conta do fuso
horário que a atrapalhava muito conversar com a amiga por um longo tempo.
Ela não quis retrucar, ele estava mais do que certo. Tirou os
sapatos, pegou-os e acompanhou Anthony até a porta de entrada. Quando
chegaram ao corredor que dava para os quartos, ela sentiu o corpo tencionar.
Seria agora que ele a levaria para a cama e exigiria seu direito como um
casal? Parou e ficou esperando que decisão ele tomaria.
Foi tudo o que Anthony disse antes de entrar em seu quarto. Por um
lado ela ficara aliviada sobre não precisar fazer sexo naquela noite estando
tão cansada, mas ao mesmo tempo era frustrante que em pouco mais de um
mês, ele não tenha tomado nenhuma atitude. Enquanto falavam sobre o
contrato, Anthony havia deixado claro que sexo entre eles seria fundamental.
Então por que adiava tanto aquele momento? Ficar parada no meio do
corredor discorrendo sobre aquelas questões não era o ideal. Foi para o quarto
de hóspedes, tomou um banho relaxante e deitou-se na grande cama.
Precisava de horas de sono para se recuperar e devido à exaustão, logo
adormeceu.
Capítulo 5
Ela nem mesmo sabia que a família de Anthony havia dormido lá.
Quantos quartos de hóspedes ele tinha naquela mansão? A verdade é que ele
nunca lhe mostrara os detalhes daquele lugar, porém quando estivessem
casados, ela teria tempo de sobra para descobrir tudo sobre aquela mansão,
afinal, moraria ali por dois anos. Chegou até a porta de entrada e fechou os
olhos aproveitando o ar fresco. Estavam no final do outono e o sol fraco
estava delicioso e aquecendo-a em contraste com o vento frio. Desceu as
escadas e deu a volta na mansão caminhando pelo jardim até chegar à piscina.
Anthony estava sentado em uma cadeira vestido com uma calça de abrigo
cinza e uma camisa de mangas compridas branca segurando um cigarro entre
os dedos. Conversava com seu pai enquanto Rachel e a mãe bebiam um copo
de suco um pouco mais afastadas aproveitando mais o sol.
Diana foi se aproximando e Anthony a viu. Ele sorriu abertamente
e aquele sorriso fazia com que algo dentro dela sorrisse também. Não era o
tipo de homem que costumava sorrir, o que era uma pena, pois Anthony tinha
um sorriso magnífico. Tão lindo com a estrutura de seu corpo e tão frio ao
mesmo tempo.
Deixou ser conduzida por Anthony até uma das cadeiras e se sentou
aproveitando o finalzinho da manhã. Ele havia dito que logo após o almoço
ambos iriam fazer compras. Já estava na hora dela ter algumas roupas novas
para poder sair e participar de eventos ao lado dele, afinal, iriam para a lua-
de-mel em duas semanas. Tecnicamente já estavam casados, mas para toda a
sociedade, o casamento ainda aconteceria em uma cerimônia íntima apenas
para formalidades na frente dos pais de Anthony.
O almoço realmente estava uma delícia. A carne de vitela estava
macia e Diana não se lembrava da última vez que comera algo tão delicioso.
A conversa à mesa fora leve e Anthony contava à mãe onde pretendia passar
a lua-de-mel com a esposa. Foi o momento em que Diana tomou consciência
sobre aquilo. Ele decidira tudo sozinho sem pedir a opinião dela, iriam para a
Toscana, na Itália. Por um lado era bom já que nunca visitara a região, mas
era ruim saber que Anthony agia sempre sozinho já que por ser o dono do
dinheiro, se sentia no direito de fazer o que tivesse vontade.
- Diana, quero que compre o que quiser. Seria bom que comprasse
alguns vestidos já que teremos muitos eventos pela frente. Roupas para nossa
lua-de-mel e com certeza lingeries. – pegou a carteira e abriu tirando um
cartão de crédito – Fiz esse para você, é seu cartão de dependente. A senha é
8744. Não esqueça, qualquer coisa me ligue. Eu vou jogar golfe, daqui a três
horas venho para te buscar. Gaste o quanto quiser.
- Achei que ficaria aqui. – pegou o cartão e guardou na bolsa.
- Não, acho compras algo entediante. Nos vemos daqui a pouco. –
beijou-a rapidamente.
Todo o resto do dia fora tenso para ela. Começava a sentir o corpo
cansado e não conseguira relaxar desde o dia anterior quando fora para casa
de Anthony para a festa de noivado. Tivera algumas poucas horas para ficar
longe de tudo aquilo, mas apesar de sair para fazer compras, o tempo todo
sua mente rodava em torno dele. Passara o final de semana fingindo estar
apaixonada, tomando cuidado e vigiando cada atitude que tinha para parecer
que ela e Anthony eram um verdadeiro casal.
Quando ele a deixou em seu apartamento, finalmente pode relaxar.
Sentira falta de sentar em seu sofá, ler algum livro de romance enquanto
apreciava uma xícara de chá quente. Esse era o melhor programa para ela
naquela época do ano em Nova York, quando as ruas estavam gélidas e o
vento gelado queimava suas narinas. Adorava compras, não podia negar que
ficara feliz com todas as roupas que comprara, mas nos últimos dias
começara a dar mais valor aos momentos em que ficava sozinha em casa
fazendo o que sentia vontade, sem ter que se exibir para os outros. Todo o
glamour que experimentava quando usava um maravilhoso vestido Versace
ou um lindo sapato Prada, combinados com diamantes em formatos de jóias,
agora para ela se tornara uma obrigação, não mais um prazer. Tudo que fazia
era meticulosamente regrado para agradar a Anthony e aos outros. Aguentaria
aquilo por dois anos? Deveria aguentar. Seu futuro e de sua família dependia
daquilo. Não podia deixar o pai na miséria àquela altura da vida. Ele fizera
seus sacrifícios desde que a mãe dela falecera, então chegara a hora de
retribuir todos os esforços.
Tomou um delicioso banho quente, preparou um sanduíche de
queijo e pegou um copo de suco de laranja. Colocou tudo sobre a linda
escrivaninha branca e ligou o laptop. Finalmente sorria naturalmente naquele
final de semana. Havia um e-mail de Elisa. Como sentia falta da amiga, as
coisas seriam mais fáceis se tivesse a companhia dela para desabafar. Bebeu
um gole de suco e começou a ler o que a amiga havia mandado.
Diana, você não sabe como ando sentindo falta dos Estados
Unidos. É claro que a Austrália é linda, mas está tão quente aqui! Fico
apenas imaginando o finalzinho do outono aí em Nova York e cada vez
sentindo mais saudades dos cafés que frequentávamos para por o papo em
dia. Falando nisso, ainda não consegui digerir muito bem a ideia do seu
casamento com Anthony Walsh. Como assim tão rápido? Sabe que sou
curiosa e fico me perguntando por que nunca havia me dito que vocês saíam
juntos. De repente você me manda um e-mail dizendo que vai se casar. E
ainda me deixa mais curiosa ainda com esse papo de que depois vai me
explicar tudo. Oh, amiga, isso não se faz. De qualquer forma, espero que
esteja tudo bem. Qualquer novidade me conte. Eu mandei e-mail porque
meus horários estão bem loucos com os ensaios da peça e as apresentações e
com o fuso horário diferente, fica complicado para te ligar. Se cuide, daqui a
um mês estou de volta e poderemos por a conversa toda em dia. Mande
notícias! Beijinhos.
Ele a levou para fora do jato particular e andou ao seu lado todo o
tempo com a mão em sua cintura. Eram nove da manhã em Roma, decidiram
tomar café e começar a adaptar o corpo ao novo fuso horário já que passariam
uma semana na Itália. Anthony fizera tanta questão da lua de mel, mas sabia
que aquilo era apenas mais uma jogada para mostrar o quão romântico ele
poderia ser. Florença. Ele soubera escolher. A cidade era linda e era ótima
para os corações apaixonados. Já que não estava apaixonada, iria apenas se
deleitar com a beleza da região.
- Está parecendo uma virgem, Diana. – ele disse com a voz mais
rouca e grave – Desse jeito terei que rasgar suas roupas. Sou totalmente capaz
disso, já que não quero perder tempo.
Aquela era a última hora do dia em que o sol ainda aparecia. Ela
abriu os olhos sentindo a claridade vir do pequeno espaço entre as cortinas.
Esticou-se na cama preguiçosamente e ao sentir que tinha todo o espaço livre
percebeu que Anthony já havia levantado e não estava no quarto. Levantou-
se devagar e foi até o banheiro lavar o rosto e pegou um roupão macio todo
felpudo da cor branca com o nome do hotel gravado com fios dourados.
Amarrou-o à cintura e caminhou até a porta de ligação para onde dava uma
sala espaçosa e muito bem decorada, onde viu Anthony vestido casualmente
com uma calça jeans e uma camisa polo vinho. Ele lia o La Nazione, o jornal
mais vendido de Florença e Diana não se surpreendeu por ele saber italiano,
em sua outra mão, havia um cigarro entre os dedos e ele deu uma última
tragada antes de apagá-lo no cinzeiro.
Beijou-a com ardor fazendo com que não resistisse a ele. Anthony
a pegou no colo e colocou-a na cama provando mais uma vez que estava
certo. Diana o desejava, podia perceber isso em cada gemido e espasmo que
tinha sob seu corpo quando chegavam ao ápice do prazer.
Capítulo 7
Céus! Como a voz dele ficava ainda mais sexy falando italiano.
Fora apenas uma palavra, mas o suficiente para que ela sentisse um calor
percorrer o interior do seu corpo. Anthony desceu o carro e deu a volta,
ajudando-a a sair logo em seguida. Vamos experimentar alguns vinhos,
almoçar e passear pelo lugar. Fiz reserva para o almoço à uma da tarde, então
temos tempo para visitar as adegas antes disso.
Ele lhe deu um beijo rápido e saiu pela porta deixando-a sozinha e
sem saber o que fazer. Estava em um país diferente e com pessoas diferentes,
sem nenhum tipo de referência e com uma língua que não se parecia nem um
pouco com a sua. Anthony era seu único apoio, mas ele não estava ali,
preferira cuidar de negócios, era o que sabia fazer muito bem. Suspirou e
decidiu tomar um banho de banheira. Relaxou, ouviu algumas músicas
italianas no rádio do quarto e aproveitou os sais de banho. Em algum
momento, imagens de Anthony nu invadiram sua mente. Ele estava
poderosamente rígido, dentro da banheira, mirando-a com um olhar
selvagem. Suspirou e se sentou com a postura reta e a respiração um pouco
ofegante.
- Oh, o que foi isso? – colocou a mão sobre o peito e sentiu seu
coração um pouco mais acelerado.
- Que bom que já está aqui. – foi tudo o que conseguiu dizer
enquanto se aproximava do sofá e colocava as sacolas sobre ele.
- Estava me perguntando onde você havia se metido. – bateu as
cinzas do cigarro em um cinzeiro colocado no parapeito da janela –
Começava a me preocupar o fato de estar sozinha por aí sem saber falar
italiano.
- Você disse que não havia com o que se preocupar.
- Mas estava mudando de opinião já que estou aqui há mais de uma
hora e você não aparecia. – desviou sua atenção para as sacolas – O que
comprou?
- Tenho um presente para você. – pegou a sacola preta com letras
em dourado.
- Presente? – apagou o cigarro no cinzeiro e se aproximou dela com
curiosidade – É meu aniversário?
- Sabe que não. – colocou as mãos dentro dos bolsos traseiros da
calça – Eu comprei porque me lembrou de você e além do mais, era o que eu
podia comprar com o que tinha.
- Diana... – estreitou os olhos – Como assim era o que você podia
comprar com o que tinha? – meneou a cabeça – Até onde me lembro, minha
situação financeira não restringe nenhum tipo de presente.
- Mas a minha sim. Eu comprei com meu dinheiro, Anthony. O
pouco que me restou. É um presente pra você e eu não queria comprar com
seu dinheiro. – explicou.
- Tudo bem, deixe-me ver.
- Isso, Diana... – ele disse com a voz rouca e sensual – Sei que quer
isso tanto quanto eu.
Não havia mais como fingir que não estava gostando daquele tipo
de intimidade. Era hora de tocá-lo, de sentir sua pele quente e seus músculos
rígidos. Diana tomou a atitude e levou as mãos até o nó do roupão dele, o que
fez Anthony olhá-la bastante surpreso, mas o sorriso malicioso a incentivou a
ser ainda mais atrevida. Estava dominada pela paixão do momento e o seu
nível de excitação estava aumentando consideravelmente. Quando abriu o nó
de Anthony, ficou surpresa ao vê-lo completamente nu, mas passou a língua
nos lábios e empurrou o roupão pelos ombros dele.
Envolveu o membro com a mão e acariciou-o atrevidamente e
sorriu satisfeita ao arrancar um gemido de prazer dele. Anthony desfrutava
daquilo, se entregava ao momento e ela apertava sentindo-o completamente
rígido sob a palma de sua mão. Quando soltou de repente, Anthony abriu os
olhos abruptamente e respirou frustrado, mas ela apenas sorriu para ele e
deixou que ele conduzisse o resto. As mãos ágeis a livraram das botas, da
calça e da calcinha, de maneira tão rápida que a surpreendeu. Ele não a levou
para cama e nem para o sofá, queria ela ali, naquele momento, mas gemeu
frustrado ao se dar conta de que precisava de um preservativo.
Voltar para Nova York fez com que Diana sentisse que estava de
volta à realidade. Agora não iria para seu apartamento, seu novo lar era uma
mansão com a qual não tinha nenhum apego. Anthony deixou as malas no
quarto e Diana olhou em volta da suíte. Era discreto, decorado com cores
neutras em tons de preto, cinza e pastel. O quarto suave, mas muito
sofisticado, como tudo que dizia respeito a ele. Anthony era o tipo de homem
que gostava de ser milionário e não escondia sua satisfação em mostrar ao
mundo seu poder financeiro. Gastava dinheiro sem pena, gostava de tudo que
era bom e agora Diana fazia parte daquele mundo de luxo ao qual estava
acostumada, mas que era regido sobre as regras de Anthony Walsh.
Chegaram à noite em casa, Diana estava cansada e com fome, então
tomou um banho enquanto o marido ia para o escritório checar alguns e-mails
e recados. Ela vestiu uma camisola de seda preta que ia até o meio das coxas,
colocou o hobby por cima e amarrou-o para poder descer. Entrou na cozinha
e Ruth virou-se para olhá-la.
Quando voltou para o quarto, Diana percebeu que não tinha muito
que fazer, então decidiu arrumar as roupas de seu closet e organizar tudo o
que comprara nos últimos dias. Pegou todos os vestidos e começou a
organizá-los por cores, em seguida vez o mesmo com as saias e as blusas. Os
casacos, suéteres e cachecóis ficavam em outra repartição do closet. Colocou
os sapatos em seus devidos lugares e suspirou cansada. Ocupara grande parte
da manhã fazendo aquilo e sorriu por ter conseguido passar um pouco do
tempo.
Lembrou-se que aquela semana Elisa estava de volta e decidiu
pegar seu laptop para checar se havia algum e-mail da amiga. Sentia muita
falta de poder conversar ao vivo com ela, trocar confidências e pedir
conselhos. Quando Elisa soubesse a verdadeira razão daquele casamento,
Diana sabia que ela não aprovaria muito bem a ideia, mas já era algo que
estava feito, o que precisava no momento era aprender a lidar com a situação
até o contrato terminar. Ligou e entrou em sua caixa de entrada, lá estava um
e-mail de Elisa que ainda não havia lido.
Sorriu ao ver que a amiga estava bem e sabia que Elisa desconfiaria
do casamento tão repentino. Gravidez até poderia ser considerado algo para
fazer com que ambos se casassem, afinal, não seria bom para a imagem de
Anthony ter um filho sem estar casado. Porém, por sorte o casamento não era
por um motivo que os ligaria até o fim de suas vidas. Filhos seria um elo
eterno que nenhum dos dois estava disposto a manter, não daquelas
condições. Ficou sem saber o que responder, sem tocar o assunto crucial que
vinha atormentando-a, mas que não queria falar por e-mail. Decidiu ser
breve.
Eli, não vejo a hora de você voltar e poder te contar tudo. Fico
feliz que conseguiu umas semanas de férias, então acho que podemos sair
para fazer umas compras, sinto falta disso! Me ligue mesmo quando chegar,
vamos marcar um almoço, quem sabe? Por enquanto não aqui em casa,
quero te contar tudo antes de almoçarmos aqui com Anthony. Espero que
tenha uma boa viagem, beijos.
- Como foi o seu dia? – perguntou a primeira coisa que veio à sua
cabeça para quebrar aquele silêncio.
- Cheio, mas nada fora do normal. – olhou para ela e começou a
afrouxar a gravata.
- Eu estava esperando você para falar sobre a minha consulta. –
sentou-se na cama e ajeitou os cabelos – Eu não sabia para quem ligar então
resolvi esperar você.
- Ligue para minha irmã e pegue o número da ginecologista dela.
Tenho certeza que é muito boa. Marque um horário o quanto antes. – colocou
a gravata junto com o paletó e começou a abrir os botões.
- Eu ligarei para sua irmã.
- Ótimo! – continuou abrindo os botões e deixando o peitoral à
mostra – Tomarei um banho e depois poderemos jantar.
- Tudo bem.
Sentiu-se ofendida pela forma com que ele jogara as coisas diante
dos seus olhos. Era verdade que não fazia nada e estava sendo sustentada por
ele, mas aquilo era justamente porque fora o próprio Anthony que dissera que
cuidaria de tudo e lhe daria todo o luxo ao que fora acostumada. E
obviamente, diante disso, sentia-se no direito de dar ordens. Ele não fizera
nenhum esforço de se desculpar, apenas continuou sentado em sua cadeira
enquanto ela saía do escritório.
Diana foi até o elevador segurando a raiva que sentia pela forma
que era tratada, não queria demonstrar para a secretária de Anthony que
estava irritada, afinal, tinha que fingir que vivia um casamento feliz. Apertou
o botão do elevador com força exagerada e desceu xingando-o em
pensamentos. Achava-se no direito de dar ordens e por mais que lhe
incomodasse aquele jeito dele, ela sentia raiva de si mesma por achá-lo sexy.
Suspirou quando saiu do elevador e tentou afastar aqueles pensamentos.
Precisava conversar com Elisa, contar tudo com detalhes e esperar a amiga
chamá-la de louca. Mas apesar de tudo, as coisas pareciam que melhorariam
dali em diante, pois ter a ajuda dela para desabafar quando precisaria lhe
ajudaria muito, porque até agora lidou com tudo absolutamente sozinha e
ainda tinha muito tempo pela frente.
O edifício onde Elisa morava ficava no centro de Manhattan, bem
próximo à empresa de Anthony, portanto conseguira chegar rápido sem pegar
nenhum congestionamento. Cumprimentou o porteiro que já a conhecia e
permitiu que subisse sem nenhuma identificação. Pela primeira vez subia as
escadas nervosa para fazer uma visita à amiga, pois sabia que ela lhe
bombardearia com diversas perguntas das quais não podia fugir e temia o
julgamento que Elisa pudesse fazer dela quando soubesse o real motivo de
seu casamento. Parou em frente à porta de madeira escura e respirou fundo
antes de tocar a campainha. Apenas poucos segundo depois, a figura da
morena surgira, um pouco mais bronzeada do que da última vez que a vira,
mas com o mesmo sorriso acolhedor e animado.
- Vou imaginar que seu relógio está atrasado e por isso vou não
chegou antes. – ele dissera em seu típico tom de voz frio.
- Desculpe. Fazia tanto tempo que eu e Elisa não conversávamos
que acabei perdendo a hora.
- Os Bertolli chegarão às sete. Portanto se acha que vai demorar se
arrumando, sugiro que comece logo. – aproximou-se dela e segurou-lhe o
queixo – Hoje você terá um papel fundamental nos meus negócios e uma
ótima oportunidade para mostrar a esposa dedicada que você é.
- Não se preocupe, Anthony. Sei o que tenho que fazer.
- Excelente!
- E o jantar?
- Está quase pronto, não haverá nenhum tipo de problema. – parou
em pé próxima a ele.
- Ótimo. – levantou-se e foi até o bar – Mais tarde quero saber
como foi o almoço na casa da sua amiga.
- Tudo bem. – assentiu com a cabeça.
- A propósito, esse vestido fica bem em você. – olhou-a de cima a
baixo – E ótimo para a ocasião. – aproximou-se dela e segurou-lhe o queixo –
Não está me decepcionando no seu papel de esposa.
Ele tentou se aproximar para lhe dar um beijo, mas a voz de Ruth
interrompeu aquele momento e Diana teve que confessar que ficou um pouco
frustrada.
Ele avançou para ela como um leão, o olhar tão quente que soltaria
labaredas se fosse capaz. Diana deu dois passos para trás, foi tudo o que
conseguiu fazer antes que ele a alcançasse e lhe segurasse o rosto com uma
das mãos, pressionando suas bochechas com os dedos, afundando o polegar e
o indicador. Anthony não se preocupava se a machucava ou não, estava
irritado e em um alto nível de estresse sentindo o sangue borbulhar nas veias.
- Torne a falar isso alto e você vai terminar na rua sem nenhum
centavo no bolso. – ameaçou em um tom de voz muito mais baixo que o
anterior, com a voz tipicamente rouca.
- Sim, eu te comprei. Então quero que faça valer cada dólar que
gastei.
- Coloque uma roupa, Diana. Vamos sair para jantar. – ele disse
indo direto para o closet.
- Algum compromisso? – desviou sua atenção do livro.
- Não, apenas quero te levar para jantar. – respondeu de costas para
ela procurando alguma roupa.
- Não quero sair, Anthony.
- Diana, não foi uma pergunta. – virou-se para olhá-la – Estou
dizendo que vamos sair para jantar. Quero deixar o incidente de hoje para trás
e quero que me conte sobre sua consulta, portanto trate de se levantar porque
estou com fome e já fiz as reservas.
- Você quer isso tanto quanto eu, Diana. – a voz rouca era ainda
mais tentadora.
- Vamos.
Ele dissera logo após o beijo e a levou até o restaurante do clube
que onde havia uma área aberta como uma varanda e outra parte interna, que
era onde todos os sócios estavam, afinal, fazia frio do lado de fora. Anthony
entrou no grande salão e muitos olhares caíram sobre ele e a esposa. Aonde
iam, eram o assunto do momento, até todos verem com os próprios olhos que
Anthony Walsh realmente se casara. Eles se aproximaram da mesa onde
muitos conhecidos dele tomavam chocolate quente e café.
- Ao que parece você fez um bom papel naquele jantar. – a voz dele
a retirou de seus pensamentos.
- É para isso que estou aqui. – admitiu.
- Talvez eu devesse lhe comprar um bracelete de brilhantes ou um
colar de rubis.
- Para quê?
- Para lhe presentear, Diana. Pelo primeiro investimento que faço
após nosso casamento.
- O primeiro de muitos.
- Pode ter certeza que disso.
A mão dele pousou sobre a coxa dela e apertou-a fazendo com que
um calor percorresse pela sua espinha. Será que ele fazia de propósito ou não
tinha ideia do que podia provocar? Após algumas carícias, ele retirou a mão e
voltou a segurar o volante. Assim que saíram da garagem, ambos foram para
dentro da mansão com pressa já que começava a garoar. Assim que pisaram
no quarto, o celular dele tocou novamente e mais uma vez retirou-o de dentro
do bolso lateral da calça e atendeu logo após identificar a chamada.
Ele foi até um iPad sobre a mesa do outro lado do quarto e com a
ponta do dedo acessou o cardápio da noite. Aquele era um dos recursos do
mundo moderno do qual não abria mão. Anthony gostava do fato de ser um
homem milionário, que a cada minuto que passava, ganhava uma enorme
quantia em dinheiro. Ele falou em voz alta os principais pratos do cardápio:
Rosbife com salada, salmão grelhado com tomates assados, filé de peito de
frango com molho de mostarda, pato com laranja, entre outros. Diana optou
pelo salmão grelhado e Anthony se encarregou de escolher creme de aspargos
para a entrada e mousse de blueberry para a sobremesa. Enquanto esperavam
o jantar ser entregue, ela voltou a ler seu livro enquanto ele vestia uma calça
de abrigo com camisa branca bem simples.
O serviço de quarto chegou e Anthony agradeceu dando uma de
suas boas gorjetas, o que fazia com que os rapazes praticamente discutissem
entre si para decidir quem iria ser o responsável por subir até o quarto em
troca de um bom dinheiro. Diana deixou seu livro de lado para se juntar ao
marido na mesa redonda de jantar que ficava na sala anexa à suíte.
Ela sorriu ao vê-lo vestido com uma calça jeans e uma camisa
social branca enrolada até os cotovelos. Anthony se barbeara deixando o
rosto liso. Ele usava um tênis branco e parecia bastante casual, diferente do
homem que vestia ternos italianos quase todo o tempo.
- Acho que já podemos ir. – olhou mais uma vez no espelho para
saber se a maquiagem estava realmente uniforme – Estou pronta.
- Antes de irmos, quero lhe dar algo. – ele disse indo até o closet e
pegando uma caixa verde escura em sua parte do armário.
- Anthony, o que é isso?
- Quero que veja, é seu presente de aniversário.
Diana se espantou, não esperava que ele fosse lhe dar um presente,
pensou que Anthony já tivesse esquecido daquilo, afinal, se passaram muitos
dias desde seu aniversário. Curiosa por saber o que ele havia decidido lhe dar,
sentou-se na cama e abriu a caixa se deparando com um livro. Sorriu no
mesmo momento, queria imaginar que Anthony havia percebido o quanto
estava lendo durante as últimas semanas. Leu o título e suspeitou que se
tratasse de uma história de romance, e ela adorava aquele estilo.
Ela pegou um casaco que remetia à pele de animais, mas que era
sintético. Nunca se sentia bem vestindo um casaco originalmente de pele.
Aquele era todo branco e combinava bem com a ocasião. Anthony pegou seu
sobretudo preto e ambos desceram para a garagem. Diana estava mais ansiosa
para ler o livro do que para participar do Réveillon, mas não seria de todo
mal ir à uma festa mais informal do que as que costumava ir nos últimos
tempos.
- Uma bela moça sozinha. – ouviu uma voz que não reconhecera
logo atrás de si – Na noite de Réveillon não se pode estar sozinha em um
canto, é deprimente.
- Não estou sozinha e nem deprimida.
- Não é o que está aparentando no momento. – sorriu.
Diana pode ver que era um homem não muito alto, com cabelos
loiros cortados mais rentes à nuca nas laterais da cabeça e um pouco
arrepiados próximo à testa. Tinha barba e bigode e usava um paletó branco
por cima da camisa simples da mesma cor. Não tinha nenhum traço ou estilo
que pudesse ser sedutor e ela se perguntou o que aquele homem queria.
Estava lhe soando muito inconveniente.
O que acontecera no minuto seguinte fora tão rápido que Diana não
conseguira nem mesmo esboçar um grito. Anthony partiu para cima daquele
homem lhe dando um soco com força no rosto. Rogers, como fora chamado
por ele, se desequilibrou com o impacto do soco e foi parar no chão. Naquele
momento, a confusão já tinha chamado a atenção de muitos convidados, mas
Anthony não parecia se importar com aquele caos que começara. Diana
começou a esboçar alguma reação, mas não conseguia se mexer, sentia o
desespero tomando conta de seu corpo.
- Diana...
- Foi muito melhor do que ter ido àquela festa. – esticou um dos
braços e passou por trás dela.
- Nós dois preferíamos ter ficado aqui. – colocou a mão sobre o
peitoral dele – Tenho medo do que vai acontecer com a repercussão daquela
briga. – fechou os olhos e apoiou a cabeça no peitoral dele, pela primeira vez
em muito tempo agiam como um verdadeiro casal.
- Darei um jeito. Logo eles vão esquecer o que houve, Diana. Na
próxima semana encontrarão outro escândalo. Basta mostrarmos o quanto
nosso casamento anda bem e o quanto nos amamos. Eu perdi a cabeça, mas
não suporto que ninguém toque você.
- Eu não permitiria isso.
- Eu sei.
- Que bom que está no quarto e de robe, facilita muita coisa. – ele
disse mantendo os olhos fixos nos dela.
- Como assim?
- Quero relaxar, Diana. – retirou uma das luvas e colocou-a sobre a
mesa – E você sabe o que estou querendo dizer.
- Anthony, eu não estou me sentindo bem. – disse em um tom de
voz um pouco fraco, na verdade tinha medo de que a qualquer momento seu
estômago embrulhasse – Eu não estou afim no momento.
- Será que preciso te lembrar de que você não tem querer, Diana? –
ele puxou com mais violência a outra luva e tacou-a sobre e mesa – Sua
função aqui é fazer o que eu quero.
- Anthony... – arregalou os olhos, porém não conseguira dizer mais
nada.
Dois dias após o incidente que Diana tentava a todo custo deixar
de lado, estava sentada no banco do carona ao lado de Anthony para irem a
um almoço na casa dos Walsh. Ele não falara nada sobre o que acontecera
naquela noite, era como se tivesse esquecido o que havia feito. Talvez fosse
algo normal para ele agir daquela forma, mas por mais que tivesse gostado da
maneira mais violenta com que transavam algumas vezes, forçá-la fora um
ato absurdo.
A mansão dos Walsh estava sempre alegre e Alexandra os recebia
sorrindo. Rachel estava com o pai jogando baralho na mesa do jardim
climatizado aproveitando o belo visual da piscina e do jardim com grama
molhada livre da neve que cessara dois dias antes.
O casal fora para o carro e Diana esperou que ele dissesse algo,
porém Anthony se limitou a dirigir, então ela apenas se recostou no banco e
olhou para o lado de fora. A neve já não caía, mas o frio ainda era bastante
intenso naquela época. A se aproximava aos poucos, porém em Nova York o
frio persistia por um bom tempo. Se estivesse grávida, a primeira coisa que
teria que fazer seria deixar a mansão e voltar a morar com o pai. Estava
preparada para deixar Anthony? Era aterrorizante se dar conta de que queria
estar com ele, algo dentro dela apesar de sofrer com as constantes mudanças
de humor dele, gostaria de poder estar perto porque sabia o quanto conseguia
ser feliz quando ele a tratava bem. Estava ficando louca. Queria realmente
estar ao lado de um homem desse jeito?
Anthony estacionou o carro na garagem e saiu rapidamente,
batendo a porta com força exagerada e Diana ficou ainda mais receosa sobre
o que viria em seguida. Ele jamais queria se tornar pai naquelas condições. O
casamento era um contrato, tinha prazo de validade e filhos seriam um laço
eterno com ela que ele não pretendia ter. Diana suspirou ao imaginar que
estaria completamente perdida caso o exame desse positivo. Ambos entraram
no quarto e ela se virou para ele que ainda possuía a mesma expressão
indecifrável.
- Você não vai a lugar nenhum, Diana. – dissera com a voz rouca e
autoritária.
- Anthony, eu estou grávida. – repetiu – Não deveria ter acontecido
e...
- Chega! – interrompeu-a – Já disse que você não vai sair daqui.
Ele lhe deu um leve selinho nos lábios e saiu do quarto ainda
sustentando o cigarro recém-aceso entre os dedos. Então aquela gravidez para
ele era apenas mais uma jogada para aumentar seus negócios? Um fio de
esperança brotou quando achou que a calma dele vinha de um surpreendente
sentimento paternal, mas na verdade aquele filho representava para ele algo
que lhe abria ainda mais portas para expandir seus negócios. Aquele era o
Anthony que conhecera, aquele era o homem que sempre seria. Precisava
aprender a encarar aquela nova etapa junto com seu filho sem esperar
demonstrações de afeto e amor paternal vindos de Anthony. Sempre soubera
que ele era um homem frio e ainda sim aceitara o casamento, tinha de lidar
com isso da melhor maneira possível.
Foi até a mala e começou a tirar o que guardara e voltou a por tudo
em seu lugar. Voltara a se sentir novamente uma estranha em uma casa que
não era sua. A sensação de sentir que realmente pertencia aquele lugar sumiu
junto com o bom humor e o lado afetuoso de Anthony. Após guardar a mala
vazia, ela se sentou na poltrona e automaticamente levou a mão ao ventre.
Ainda não caíra a ficha de que dentro de alguns meses estaria carregando um
bebê em seu colo, alguém que iria proteger e amar com todas as forças que
tinha. Ficou alisando a barriga devagar olhando para baixo e sorriu pela
primeira vez desde que começara o dia. Seria mãe e ela não conseguia
imaginar que o sentimento maternal pudesse ser tão grande ao se dar conta de
que apesar da situação em que se encontrava, aquele era o momento mais
feliz de sua vida.
Diana sempre soube o quão difícil fora crescer sem a mãe e agora
chegara seu momento de dar todo o amor que uma mãe poderia dar a um
filho. Queria fazer a diferença para ele, participar de tudo que envolvia seu
filho e educá-lo para que se tornasse uma pessoa digna. Não se questionava
se esperava um menino ou uma menina, não tinha preferência pelo sexo do
bebê, o amaria e dedicaria seu tempo a ser uma mãe responsável. Apesar de
nova, aquele era o momento de amadurecer ainda mais como mulher já que
teria um filho para criar. O sentimento maternal a acolhia e era a ele que se
agarrava deixando de lado os medos e as inseguranças em relação a Anthony.
Precisava manter-se focada em relação ao bebê e cuidar dos detalhes de sua
gestação. Pensou no pai e no que ele diria sobre sua gravidez, afinal,
Fernando sabia que o casamento da filha era fachada perante toda a sociedade
e que duraria tempo suficiente até Anthony conseguir tudo o que queria
tirando proveito daquela situação.
Capítulo 22
Elisa chegara sendo anunciada por Ruth e Diana ficou feliz de ver a
amiga tão bem. Estava com um brilho diferente e conhecendo-a tão bem
como a conhecia, sabia que ela estava apaixonada. Seria maravilhoso se suas
suspeitas realmente se confirmassem, Elisa parecia radiante.
- Apesar de ainda está bem frio, o sol está muito gostoso. – Lucia
disse caminhando de braços cruzados.
- Tem razão. – concordou – Você costuma vir toda semana?
- Quase todo domingo e às vezes aos sábados também. No inverno
o clube fica um pouco mais vazio, mas quando chega a primavera e o verão,
isso aqui fica bem movimentado, principalmente por crianças.
- Eu posso imaginar. É um lugar muito bonito e me parece bem
seguro para se deixar os filhos brincando.
- A segurança aqui no clube é bem rígida. Eu conheço os donos,
eles são pessoas maravilhosas. Seu marido também os conhece.
- Anthony conhece tanta gente que acho que vou precisar de uns
três anos de casamento para poder conhecer todos também. – sorriu.
- Diana, longe de mim querer me meter em certas coisas, mas pude
perceber que Olivia não pareceu muito feliz com a novidade.
- Eu também percebi isso. Acho que tem a ver com Anthony.
- Sim. – sentou-se em um banco de madeira – Olivia nunca
escondeu de ninguém que se casou com Albert por interesse.
- Nossa! – arregalou os olhos – E ele sabe disso?
- Sabe, mas não se importa. – deu de ombros – Albert tem quase
cinquenta anos, Olivia tem vinte e seis. A diferença de idade é bem grande e
ele não é um cinquentão como o George Clooney.
- Nossa, que coisa mais estranha.
- Albert quer ter uma esposa bonita para exibir, apenas isso. Ele
tem o dinheiro, sabe que Olivia não vai deixá-lo porque é interesseira.
- Entendo.
- É por isso que ela dá em cima de Anthony sem se preocupar em
ser ou não casada. Olivia sempre teve o sonho de se envolver com seu marido
até que tivesse a certeza de que poderia trocar Albert por Anthony caso ele a
assumisse em um relacionamento sério. O tiro dela sempre saiu pela culatra
porque Anthony nunca lhe deu confiança e ele é esperto o bastante para saber
que Olivia tem interesse.
- Eu não suporto essa mulher.
- E tem motivos. – colocou a mão sobre a dela – Não se preocupe,
Diana. Por mais que ela continue investindo no seu marido, ele não vai
corresponder.
- Eu sei. – sorriu – Obrigada pela conversa, tem sido muito bom ter
alguém para dividir certas coisas.
- Pode contar comigo. Eu também não vou muito com a cara de
algumas mulheres daqui, mas ajo com educação por causa do meu marido.
- Eu vou ser sincera. Eu também só ajo com educação por causa do
Anthony.
- Ruth, se o meu marido chegar antes de mim diga que não demoro.
Fui resolver algumas coisas.
- Claro, Sra. Walsh. – assentiu com a cabeça.
Diana não disse nada, apenas se levantou e deu a mão a ele, mas
assim que sentiu segurá-la, foi puxada de encontro ao seu corpo e deu um
gritinho assustada com o movimento tão repentino.
- O que houve, Diana? – ele notou que ela estava corada e calada,
com o humor totalmente diferente do que estava antes de sair do quarto.
- Ruth estava limpando o quarto de hóspedes. Deve ter me ouvido
gemer.
- E qual o problema? – apertou-a contra si – Você é minha esposa,
fazermos sexo é a coisa mais normal do mundo. Pare de ficar se preocupando
se fomos ou não ouvidos pelos empregados. – puxou-a para caminhar junto
com ele – Vamos, você precisa comer algo.
Diana foi até o sofá verde de couro e se sentou. Havia uma mesinha
de centro com uma diversidade de revistas e um vaso de rosas amarelas muito
bem cuidadas, provavelmente foram colocadas ali naquela manhã. Resolveu
se distrair com uma revista, mas não conseguia se focar em nada do que lia,
ficava pensando em Anthony e no quanto gostaria que ele estivesse ali em
sua primeira consulta, mas seu marido era ocupado demais e dono de uma
empresa milionária com diversas responsabilidades. Tocou o ventre e ficou se
perguntando se Anthony iria se apegar ao bebê como um verdadeiro pai. O
pensamento fora cortado quando ouviu a voz da secretária lhe chamar.
- Sra. Walsh, a Dra. Perkins está pronta para lhe atender. Pode
entrar.
Era estranho ser tratado como senhora, passou toda sua vida sendo
a Srta. Stewart, mas quando era chamada de Sra. Walsh era como se seu
casamento realmente fosse real em todos os parâmetros. Tomou um banho
quente e relaxante e desceu para a sala de jantar onde Ruth já havia colocado
a louça e os talheres juntamente com as travessas de comida. Serviu-se um
pouco de cada e almoçou em silêncio com um suco de uva que substituía o
vinho. Comeu um bolo de nozes de sobremesa e agradeceu à Ruth o delicioso
almoço que fora preparado. Recordou-se que no dia seguinte faria aulas de
culinária e pensou em contar com Ruth seu desejo de começar a cozinhar.
- Sra. Walsh, o Sr. Walsh ligou lhe procurando porque disse que
não conseguiu falar com a senhora pelo celular.
- Ah, eu saí com Elisa e o telefone ficou dentro da bolsa, vou tentar
ligar para ele. Obrigada, Ruth.
- Aceita comer alguma coisa?
- Não, obrigada. Talvez antes de dormir eu aceite uma sopa.
- Claro. – assentiu com a cabeça – Com licença.
Rapidamente ele desligou e ela ficou mais uma vez parada sem
reação após falar com ele. Até quando ele faria isso? Sempre desligava
rápido, não lhe dedicava muito tempo de atenção e não prolongava as
conversas vias telefone. Era melhor que Anthony voltasse logo, estava sendo
pior tê-lo longe, ele parecia muito mais frio em sua maneira de falar e agir.
Tomou um banho, vestiu uma calça rosa clara justa ao corpo e uma camisa
branca de mangas até o cotovelo. Esperou Ruth voltar do supermercado
enquanto repassava a receita para ver se conseguiria seguir todos os passos.
Ruth chegou carregando as sacolas e Diana a ajudou a colocar
todos os ingredientes sobre a mesa agradecendo à governanta por ter ido ao
supermercado. Com algum auxílio de Ruth, Diana começou a preparar a
sobremesa, já que esta precisava de algumas horas dentro da geladeira pra se
firmar. A calda ficou espessa e Diana ficou satisfeita com o resultado. Pelo
menos não ficaria aguada e sem graça. Preparou toda a torta e colocou-a na
geladeira. Fez uma pausa para almoçar e descansar, já que deveria sempre
repousar um pouco por conta da gravidez. Acabou cochilando e quando
acordou já eram cinco horas da tarde. Eu uma hora Anthony estaria pousando
em Nova York e precisava correr para preparar o salmão e a salada.
Rapidamente desceu e foi para a cozinha, pegou uma tigela para
misturar todos os vegetais para começar preparando a salada. Cerca de uma
hora depois, ela terminava de preparar o salmão e o molho.
Ele comeu toda a salada e bebeu alguns goles de vinho sem dizer
nada em relação à refeição. Ela degustava seu suco de uva e se servia de mais
salada. A gravidez lhe deixava faminta e a cada minuto que passava, se sentia
mais tensa em ter que contar sobre os gêmeos. Não tinha ideia do que ele iria
falar. O prato principal e a sobremesa foram servidos e Anthony conversou
um pouco sem falar nada sobre a comida. Talvez não tivesse gostado, caso
contrário teria lhe feito um elogio por estar surpreso.
A reação dele foi não ter reação. Os olhos castanhos não piscaram,
os músculos não se moveram e não houve nenhum sinal de alegria ou de
tristeza pelo fato. Ela começou a sentir a mão suar e esfregou-a em sua calça,
um detalhe que só conseguiu perceber depois: não havia trocado de roupa
para o jantar que deveria ser especial.
Subiu chateada por ele não lhe fazer um elogio digno, apenas
comentou o quanto estava surpreso por ela ter sido capaz de preparar um
jantar. Foi direto para o banho, onde ficou alguns minutos debaixo da água
quente tentando afastar os pensamentos que faziam com que se sentisse
inferior. Precisava apenas de um elogio, um incentivo que lhe servisse de
apoio para continuar a cozinhar e mostrar que tinha algum futuro no que
fazia. Quando saiu do banheiro, vestiu uma camisola pêssego que ia até a
metade das coxas. Ia se deitar quando Anthony abriu a porta e trancou-a logo
em seguida. O quarto parecera diminuir de tamanho.
Ele não disse nada, apenas deu alguns passos avançando sobre ela e
afundou a mão em sua nuca puxando-a para um beijo intenso. Diana gemeu
ao sentir a língua dele em sua boca, sedenta, procurando saciar algum desejo
oculto e passando para ela todo o calor do seu corpo acendendo-a. Não tinha
como resistir, principalmente depois daquelas semanas longe dele. Segurou
os braços musculosos e deixou que a língua explorasse toda sua boca em um
pedido silencioso por mais intimidade. Anthony levou a mão livre até a
bunda dela e apertou-a, pressionando-a contra sua intimidade que já formava
volume sob a calça. Diana gemeu entre o beijo e sentiu uma mordida forte em
seu lábio inferior. Gostava daquele jeito bruto dele, surpreendentemente a
excitava.
Anthony agarrou a camisola dela e puxou-a para cima, afastando os
lábios um pouco ofegante e retirou-a com pressa. Diana não estava usando
calcinha, ficou completamente nua na frente dele e viu o olhar escuro de
desejo sobre o seu corpo. Sabia o quanto mexia com ele, sabia que
sexualmente Anthony estava completamente entregue e com ela não era
diferente. Foi puxada e seu corpo nu bateu contra o dele e os lábios traçou um
caminho longo por todo o seu pescoço até o seu ombro, roçando de leve e lhe
provocando arrepios.
Ela gemeu e inclinou a cabeça para trás quando sentiu uma das
mãos envolvendo seu seio. Anthony a levou até a cama e deitou-a
debruçando-se por cima e traçando um caminho de beijos até um dos seios.
Diana agarrou a camisa dele e puxou-a pra cima deixando as costas toda à
mostra, passou as unhas aumentando a força cada vez que sentia seu mamilo
ser sugado com força. Sua intimidade já estava úmida e totalmente pronta
para recebê-lo. Queria rápido e com força, do jeito que somente ele sabia
fazer.
Anthony desceu os beijos até chegar ao seu centro. Fora um beijo
íntimo, ele a provocava e se arqueava enquanto gemia. Conseguiu livrá-lo da
camisa e fora ele mesmo quem se livrou da calça e penetrou-a com força.
Diana gritou e se agarrou ele sentindo os movimentos rápidos e ritmados, os
corpos começaram a suar e a respiração quente dele em seu pescoço a
deixava ainda mais arrepiada. Anthony se virou e deixou-a por cima, Diana o
olhou com desejo e começou a se mover para cima e para baixo, sentindo os
seios balançando conforme seus movimentos. Ambos estavam suados e a
excitação era palpável. O quarto se tornara mais quente, Diana gemia sem
preocupação em ser ouvida e Anthony segurava sua cintura ajudando-a a se
movimentar. Semanas longe dele e ela não conseguia pensar em nada a não
ser na liberação do seu corpo. Diana cravou as unhas no peitoral dele e sentiu
que o clímax se aproximava, quando Anthony percebeu que ela perdia a
força, movimentou-a mais rápido e explodiu de prazer logo após Diana
atingir seu orgasmo.
Diana caiu sobre ele e sentiu uma das mãos sobre sua cabeça em
um leve cafuné. Aquele simples gesto era bastante importante para ela. Não
estava acostumada a nenhum carinho vindo dele e quando acontecia, não
queria que nunca mais acabasse.
Ele não dissera mais nada, apenas a levou até seu carro e abriu a
porta do Mercedes fechando-a logo após Diana se acomodar. Durante todo o
caminho ambos foram em silêncio, ela estava ansiosa para ver a reação do
marido ao ouvir as batidas dos corações dos filhos e colocou as mãos sobre o
ventre. O trânsito em Nova York estava bastante intenso e chegaram ao
consultório exatamente na hora da consulta. A secretária chamou por Diana
sem disfarçar o olhar de interesse em Anthony, mas este pareceu não notar,
apenas mantinha a mão na cintura da esposa e parecia muito introspectivo
provavelmente pensando em seus negócios.
Aquele som era o preferido dela, com toda certeza. Sentiu Anthony
segurar-lhe a mão e sorriu para ele. Sabia que o marido não falaria muita
coisa, mas o silêncio dele também era uma resposta ao que estava sentindo.
Olhou-a com os olhos amendoados brilhando de maneira diferente e sorriu.
Um sorriso calmo, singelo, mas fora o melhor gesto que poderia receber dele
naquele momento. Era o seu jeito de demonstrar os sentimentos. A Dra.
Perkins deu as últimas instruções e desligou o aparelho esperando a
impressão da ultrassonografia.
Diana girou nos calcanhares e foi até o escritório, deu duas batidas
na porta e ouviu a voz de Anthony do outro lado permitindo que entrasse. Ele
estava com uma camisa preta simples sentado atrás da grande mesa olhando
atentamente para o notebook à sua frente. Diana achava extremamente sexy
quando ele estava concentrado daquele jeito. Usava óculos de grau e
sustentava um cigarro entre os dedos.
Ela não disse nada, apenas riu. Adorava quando Anthony estava
daquele jeito relaxado, sem o olhar frio e os comentários secos. Sentaram-se a
tempo de assistir o começo do leilão. Uma obra de arte a interessou e ele deu
lances até arrematar a peça. Diana agradeceu contente, fora muito dinheiro
gasto, mas saber que era um leilão beneficente fazia tudo o que foi gasto
valer a pena.
- Ruth pode nos ver... – ela sussurrou entre o beijo sentindo a mão
dele apertar sua bunda.
- Não importa.
- Fiquei sabendo que você saiu da gráfica com três caixas de livros.
Não que eu me importe com a quantidade em si e sim com o que você fez
com tantos livros. – ele começou a falar sem desviar o olhar.
- Como ficou sabendo? – mordeu o lábio inferior se sentindo um
pouco insegura.
- Sou o dono da editora, Diana. Eu sei o que acontece na minha
empresa e o que acontece com minha mulher. – bufou ficando sem paciência
– Pode responder a minha pergunta?
- Sim. – balançou a cabeça devagar – Eu doei para caridade.
- O quê? – olhou-a confuso.
- Bem, eu conheci uma mulher na aula de culinária que é voluntária
em uma oficina para jovens. Lá eles tem algumas aulas de graça e há pouco
tempo começaram um clube de leitura, com o acompanhamento de uma
jovem que estuda Literatura. – explicou – Eu não comentei nada porque achei
que você fosse reclamar ou algo do tipo.
- Diana... – ele suspirou parecendo aliviado – Reclamar por causa
disso? É claro que não! – agachou-se ainda de frente para ela – Eu só achei
estranho você querer tantos livros e nenhum deles estar aqui em casa, mas
achei nobre a sua atitude. – alisou o braço dela.
- Obrigada. – sorriu.
- Ruth está preparando o almoço, vamos comer no jardim. –
levantou-se – Se importa?
- Não, eu gosto de comer lá fora.
- Vou voltar para o escritório, nos vemos no almoço.
Ela não pode dizer mais nada a não ser aceitar, afinal, era ele quem
mandava naquela relação, assinara um contrato onde deixava Anthony
decidir tudo. Passou o resto do dia lendo alguns livros de culinária pensando
na receita que iria preparar para uma das aulas onde a professora lançara um
desafio que consistia em preparar um prato usando frango.
Capítulo 31
- Alô?
- Walsh, vou direto ao assunto. Quero quinze milhões de dólares
em troca da sua esposa. Tenho certeza que isso nem vai doer no seu bolso.
Quero cinco milhões em notas de cem e dez milhões em notas de cinquenta.
Amanhã à noite faremos a troca, sem gracinhas e sem enrolação, Walsh. Se
não eu apago a sua esposa antes mesmo que você consiga piscar. – disse a
voz desconhecida do outro lado – Amanhã à tarde eu aviso onde será a troca.
- Eu quero falar com ela! – disse em tom de desespero – Eu preciso
falar com minha mulher!
- Você tem dez segundos.
- Anthony... – a voz de Diana soou baixa, mas era clara suficiente
para ele, ouvir a voz dela pareceu fazer o sangue dele correr mais acelerado
em suas veias e uma faca atravessar seu peito – Me ajuda...
- Diana, meu amor, eu prometo que você vai voltar! Eu farei de
tudo para você estar aqui sã e salva!
- Você entendeu o recado, Walsh. – O sequestrador tomara o
celular dela voltando a falar de maneira ríspida – Amanhã à noite quero o
dinheiro ou não verá sua mulher novamente.
- Fico feliz que esteja bem, Sra. Walsh. Eu rezei muito para dar
tudo certo.
- Obrigada, Ruth.
A governanta deixou-os a sós e Anthony ajudou Diana a se sentar e
se recostar em um travesseiro. Ela comeu metade do sanduíche e bebeu
alguns goles do suco. Anthony deixou tudo sobre a bandeja e se deitou com
ela abraçando-a e deixando que Diana apoiasse a cabeça em seu peitoral.
Ambos estavam exaustos e aliviados em estar ali, portanto pegaram no sono
rapidamente sentindo o calor do corpo um do outro e aquela sensação de
segurança.
Capítulo 34
- Bom dia. – ele disse se aproximando com uma bandeja nas mãos
– Como está se sentindo?
- Com um pouco de dor nas costas. – viu-o se sentar na beirada da
cama e apoiar a bandeja sobre o colchão.
- Ruth preparou um café da manhã delicioso para você.
- Você já comeu?
- Sim. Estou acordado faz algum tempo.
- Que horas são?
- Um pouco mais de meio-dia. – tocou-lhe o rosto – Você precisava
descansar.
- Não sabia que tinha dormido tanto assim. – colocou a mão sobre a
dele – Obrigada.
- Pelo quê? – passou levemente o polegar sobre a bochecha dela.
- Por ter me tirado de lá. Por pagar uma quantia tão alta por mim. –
olhou para baixo – Eu nunca poderei agradecer o suficiente por ter salvado a
minha vida.
- Diana, eu faria até mesmo o impossível para te tirar de lá. –
segurou-lhe o queixo e fez com que ela o olhasse – Não precisa me
agradecer. – olhou para a bandeja – Agora coma.
Ela não disse nada, apenas bebeu alguns goles do suco e comeu
pouco mais da metade da panqueca com geleia de amora. Anthony ficou
satisfeito pelo que a esposa comera e desceu para colocar a bandeja na
cozinha. Diana tomou um banho devagar e se vestiu com uma calça de pano
roxa e um suéter da cor marfim. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e
calçou uma sapatilha preta.
- Oh...
- O que aconteceu, Diana? – Anthony num piscar de olhos
enrijeceu e ajeitou o corpo, levando as duas mãos até o rosto dela – Fale-me!
Está com dor? – a preocupação em sua voz era evidente.
- Não, fique calmo. – tratou de responder para evitar que o marido
ficasse nervoso, mas estava em estado de êxtase – Eu senti um chute. – o
sorriso em seus lábios deixava claro o quanto aquilo era especial.
- Um chute? – dessa vez os olhos de Anthony ganharam um brilho
diferente.
- Sim. – confirmou balançando a cabeça - Nossos meninos estão se
mexendo. Estão dando sinal, Anthony.
Diana desfez o nó e abriu o robe, para que fosse mais fácil poder
senti-lo. Pegou a mão do marido e levou-a até seu ventre arredondado. Os
gêmeos continuavam se movendo, era uma sensação diferente e
extremamente emocionante. Seus filhos estavam vivos, agitados dentro do
seu útero enquanto ela os carregava com todo carinho.
- Bom dia, Sr. e Sra. Walsh. – ela cumprimentou-os, mas seu olhar
estava endereçado apenas a Anthony.
- Bom dia, Veronica. – Anthony a cumprimentou e virou-se para
Diana – Querida, essa é Veronica Marshall. Ela vai nos mostrar a casa.
- Muito prazer. – Diana cumprimentou-a por educação, mas não
estava gostando da forma com que aquela mulher olhava seu marido.
- Igualmente, Sra. Walsh. – ela desviou o olhar rapidamente para
em seguida pousar novamente em Anthony – Podem me acompanhar.
- Buenas tardes!
- Buenas, tardes. Tengo reservas. – disse Anthony em um espanhol
impecável.
- Claro. – assentiu com a cabeça – Cual és el nombre?.
- Anthony Walsh.
- Perfecto, señor Walsh. La suite presidencial está lista.
- Gracias.
- Diana, venha.
- Já? – virou-se e o viu parado com os dedos no bolso da frente da
calça deixando os polegares para fora.
- Sim. O serviço desse hotel é bem eficiente e eu pedi uma comida
simples. – estendeu a mão para ela – Não quero que coma nada pesado
porque sei que está com sono e logo vai acabar adormecendo.
- Estou com sono mesmo. – aproximou-se dele devagar – A
gravidez me deixa cansada.
- Eu sei. – esticou o braço e passou por sobre os ombros dela –
Venha, se sente que o serviço de quarto já está chegando.
- O que foi?
- Nada. Estava esperando você terminar de comer, estava mesmo
com fome. – ele respondeu se servindo um pouco mais de vinho.
- Esses dois meninos estão abrindo meu apetite. – passou a mão
sobre a barriga e pegou seu copo de suco de laranja.
- Falando neles, andei pensando sobre os nomes que você me deu.
- Sério? – olhou para ele achando estranho o interesse momentâneo
sobre o assunto.
- Sim. – recostou-se e girou o vinho dentro da taça – Acho que
Kevin e Louis são nomes interessantes. Eu gostei.
- Então podemos escolher esses?
- Podemos.
- Só precisamos saber quem vai ser quem.
- Acho que podemos utilizar a ordem alfabética. Quem nascer
primeiro será Kevin e o segundo será o Louis.
- Boa ideia. – riu.
- Bom dia, querida. – ele lhe deu um selinho no canto dos lábios,
um hábito que adquirira também durante a gravidez para que o gosto do
tabaco não a incomodasse.
- Bom dia. – colocou uma das mãos sobre o peitoral dele sentindo
os pelos e a pele quente que tanto adorava.
- Já pedi o café da manhã. Vamos tomá-lo aqui na varanda, o que
acha?
- É um ótimo jeito para se começar o dia. – deslizou a mão até a
barriga dele parando abaixo do umbigo de maneira distraída – Acordou há
muito tempo?
- Cerca de vinte minutos. – colocou o cabelo dela atrás da orelha
sem desviar o olhar.
- Quero ir para a piscina após o café, me acompanha?
- Claro.
- Acho que você precisa tirar esse biquíni molhado. – ele comentou
alguns minutos depois, quando ambos estavam deitados sobre a cama se
recuperando do que acabara de acontecer.
- Ele está me incomodando. – ela se sentou devagar e retirou a
parte de cima do biquíni dando liberdade aos seios – Estavam me apertando.
- Seus seios estão maiores. – sentou-se na cama e alisou as costas
dela – Não me olhe desse jeito, Diana. Conheço-os o suficiente para saber
quando aumentam de tamanho.
- Você tem razão. – sorriu e olhou para baixo – O problema é que
eles sempre foram fartos e com a gravidez estão ainda maiores. Me sinto
gorda.
- Diana, vamos precisar de um segundo round para eu te provar que
não está gorda?
- Tudo bem, você me convenceu. – olhou-o – Mas ainda podemos
ter o segundo round, certo?
Não tinha noção do tamanho de sua fome até repetir a sopa. Era de
legumes e estava deliciosa. Na verdade, Diana se acostumara à comida de
Ruth e entristeceu ao imaginar que não mais poderia saborear aquela refeição,
que não entraria em casa e veria o doce olhar de Ruth a quem tinha quase
como uma mãe e principalmente, não teria Anthony. Seu semblante
entristecera e ela reprimiu a vontade de chorar. Não podia pensar nessas
coisas, precisava ser forte e encarar tudo já que decidira levar adiante aquele
casamento. Tinha que pensar no pai, precisava salvar a empresa dele e
devolver-lhe o único bem que sobrara da família Stewart. Droga! Detestava o
quanto os hormônios mexiam com ela. Seu emocional às vezes parecia uma
montanha russa.
Diana sorriu mais uma vez e foi até o escritório do marido vendo a
porta fechada. Ela bateu e ouviu a voz dele permitindo a entrada. Anthony
estava de calça jeans e uma camisa branca de mangas com um decote em V.
Era um pouco grudada ao seu corpo e modelava os músculos do braço com
perfeição. Ele estava de pé ao telefone calado, provavelmente ouvindo quem
estava do outro lado.
- Acho que é esse, Eli. – passou a mão pela cômoda – É lindo. Foge
do branco clássico.
- Eu também gostei. É perfeito.
- Eu compro dois berços, mudo o desenho das colchas e assim eles
ficam diferentes sem destoarem.
- Perfeito, Di. – olhou-a – Será que Anthony vai gostar?
- Ele disse que confia em mim. – deu de ombros – O que importa é
que fiquei apaixonada e é esse que vou levar.
- Sra. Walsh, está decidida a levar esse conjunto de móveis? – a
vendedora Joyce estava parada ao lado do mostruário com as mãos
entrelaçadas em frente ao corpo.
- Sim, é este. Quero encomendar dois armários e dois berços.
- Perfeitamente, senhora.
- O papai logo vai chegar. Vocês devem estar sentindo tanta falta
dele quanto eu. – disse acariciando a barriga.
Carrie usava uma saia lápis da cor vinho e uma blusa de seda
marfim sobre um paletó que fazia conjunto com a saia. O sapato preto de
salto era bastante elegante e ela tinha os cabelos castanhos presos em um
coque. Diana lembrava perfeitamente dos olhos verdes fixos em Anthony
quando este se aproximou. Carrie o olhava sem conseguir disfarçar seu
interesse e agora Diana se sentia feliz por estar ali sem ele, deixando-a
desapontada.
- Vejo que o Sr. Walsh não pode vir. – ela disse tentando fazer com
que o comentário parecesse inocente.
- Meu marido está ocupado com a empresa, mas me deu total
liberdade para cuidar da decoração sem precisar de sua aprovação. – ela se
adiantou para a entrada da mansão – Vamos falar primeiro sobre o quarto dos
bebês, os móveis já foram entregues.
Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ele desligou o
telefone. Diana suspirou e abaixou o braço de maneira derrotada. O que dera
nele? Por que voltara a ser o antigo Anthony Walsh? Guardou o celular
dentro da bolsa se sentindo irritada e triste ao mesmo tempo, virou-se e
decidiu ir para casa.
Anthony pegou uma das fotos que caíra sobre a mesa e ficou pálido
ao tomar conhecimento do que se tratava. A prova clara de sua traição, não
tinha como negar. Levantou os grandes olhos castanhos e olhou para Diana
que bufava de raiva.
- Ruth, ligue para minha família, Fernando e Elisa e avise que estou
levando Diana para o hospital. Acho que os bebês vão nascer. – ele disse
ofegante e correu para a porta de entrada. – Avise que estarei no hospital
central.
- Com licença, minha esposa está grávida e está com dores. – ele
disse para a recepcionista que o olhou com os olhos em alerta.
- Vou chamar o médico responsável.
Havia traído a esposa. Havia traído a única mulher que fora capaz
de amar e por um deslize e medo do futuro, cometera o maior erro de toda
sua vida. Agora por conta disso podia perder a esposa e os filhos. Lembrou-se
das palavras da enfermeira. Ela está perdendo sangue. Por que aquilo tinha
que acontecer? Merecia todo o castigo do mundo. Mas merecia ser castigado
através de Diana? Ela merecia esse sofrimento? Seus filhos mereciam isso?
Não, ele era o único culpado e o único que merecia sofrer. Essa dor era
insuportável, Diana nunca tivera culpa de nada. Desde que assinaram aquele
contrato, ele havia sido o único responsável por todos aqueles erros. O
barulho de saltos altos sobre o piso claro chamou a atenção dele. Anthony
levantou o olhar para encontrar com o da irmã, que vinha em sua direção com
uma expressão preocupada.
Anthony abriu os braços para recebê-la e apertou-a contra seu
corpo. Precisava de algum apoio antes que desabasse, precisava da família
naquele momento e Rachel era a única que o entenderia, por se tratar de ser a
única Walsh a ter conhecimento sobre a verdade de seu casamento.
- Elisa, Diana pediu para que você fosse lá falar com ela.
- Obrigada.
- Estou preocupada com você. – olhou nos olhos dele, frios e sem
brilho.
- Não devia perder seu tempo comigo, Rachel. – rebateu, a voz
rouca já não possuía o mesmo tom grave e impositivo.
- Sou sua irmã, Anthony. Não estou aqui porque aprovo o que você
fez. Primeiro, porque eu te avisei há meses que você estava apaixonado pela
Diana. Mas você é teimoso. Podia ter evitado todo esse sofrimento.
- Eu sei, merda! Eu sei! – afastou-se dela e foi caminhando em
direção ao quarto e assim que abriu a porta, parou.
Ele disse com um tom de voz baixo, a voz rouca estava mais suave
e ela virou o rosto para ver o lindo buquê de flores amarelas que tanto
gostava. Hesitou em pegar o presente, mas aceitou com educação. Não queria
manter muito contato visual, estava emocionalmente abalada e olhar para ele
se sentia desarmada e a raiva apesar de presente, parecia querer se esconder
dando lugar ao tamanho amor que sentia por aquele homem. Um homem com
quem poderia ter sido feliz, se não fosse a triste realidade sobre aquele
casamento e uma traição que ainda lhe dilacerava o peito. Sua vontade era de
gritar, expulsá-lo de sua vida, mas sabia que jamais poderia fazer aquilo.
Teria de lidar com Antony pelo bem dos bebês. Então, fez o que era mais
prudente no momento. Agiu de maneira educada.
FLASHBACK:
“Dentro do quarto que Elisa tinha separado para mim, meus filhos
estavam deitados sobre a cama de, adormecendo enquanto eu lhes cantava
uma música de ninar. Fazia um dia que eu tinha saído do hospital e me
perguntava o que seria da minha vida de agora em diante. Eu não queria
mais aquele contrato, perderia a empresa do meu pai e ele mesmo dissera
com todas as letras que não queria nada que viesse de Anthony. Pensar no
meu ex-marido me fazia sentir como se facas atravessassem o meu corpo. Eu
estava tão magoada que chegava a pensar que não teria mais como reagir.
Precisava ser forte pelos meus filhos, Anthony não acabaria comigo assim.
Ouvi uma batida na porta e levantei o olhar.
- Tenho certeza que eles vão adorar, são lindos. – falei antes de
tirar os sapatinhos de dentro da caixa e olhá-los mais de perto.
- Nossos filhos ficarão estilosos. Me dei conta de que nunca tinha
comprado nada para os meninos. – ouvi seu suspiro antes de olhar
novamente para ele – Fui um péssimo pai durante a gravidez.
- Não é tarde para mudar em relação a isso, Anthony.
- E em relação a nós, Diana? É tarde?
- Querida?
- Não me chame assim. – falei em defesa – Não existe nós,
Anthony. Fiz de tudo pelo nosso casamento, cumpri tudo que estava no
contrato, e além do mais, cometi a burrada de ter me apaixonado. Te amo,
Anthony, e não vou negar. – uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho
que eu tratei rapidamente de secá-la – Mas enquanto eu estava em casa,
você estava com outra.
- Diana, por favor... – ele segurou minha mão, o toque fazendo com
que tudo queimasse.
- Não. – puxei minha mão de volta – Quem ama não faz o que você
fez, Anthony. Você está confundindo as coisas. Está dizendo isso para me ter
de volta, isso está errado.
- Fiz porque tive medo. Fui um covarde. – ele se levantou e passou
a mão nos cabelos – Não posso mudar o passado, mas posso fazer diferente
no futuro. Volte para mim, Diana.
- Por favor, Anthony. Vá embora. – o nó em minha garganta
parecia aumentar, fazendo-a doer – Sua amante ficará feliz em consolá-lo.
- Não tenho mais nada com Audrey. Acabou antes daquelas fotos
irem parar nas suas mãos. Eu já estou investigando quem fez aquilo.
- Me diga uma coisa, Anthony... – engoli em seco e olhei para ele –
Se aquelas fotos não tivessem chegado até mim, você teria me contado o que
fez?
- Por Deus, Diana! É claro! Passei aquele tempo afastado por peso
na consciência de te tocar depois de ter estado com outra mulher. Não contei
porque você estava grávida e precisava se cuidar.
- Aquilo doeu muito. Você me desprezando, as fotos, ver você
beijando outra... – fechei os olhos – Ainda está muito vivo na minha mente,
Anthony. Por favor, me deixe digerir tudo isso.
- Te amo, Diana. Precisei ir até o fundo do poço para assumir isso
para mim mesmo.
- Eu não quero palavras. Sofri muito com tudo o que aconteceu.
Ainda não consigo acreditar que um homem que me ama pudesse fazer o que
fez. Então, por favor, me dê um tempo. Confiei em você, Anthony. Depois de
sofrer com todas as coisas que você fez, ainda sim continuei apaixonada. E
quando finalmente achei que nosso casamento estava começando a caminhar
de maneira certa, você me desprezou.
- Eu não sabia o que fazer, Diana. O contrato, você falando do fim,
eu me sentindo vulnerável, tudo isso me confundiu e eu fiz aquela besteira.
- Anthony, se você me ama como diz que ama. Mostre-me. Não
serão apenas palavras bonitas que vão me convencer.
Fazia uma semana que não o via, por conta de uma viagem que
Anthony precisava fazer e cada dia que passava era mais difícil conviver com
a saudade. Por mais errado que ele tivesse sido, algo dentro dela lhe dizia que
não deveria ter sido tão dura já que o casamento deles era apenas de fachada.
Cada vez que se lembrava disso, quando tentava amenizar aquela tristeza, se
lembrava de que ele o fizera por medo, segundo ele, de um sentimento que
não sabia lidar e ela vivia um casamento onde era a única que se dedicara.
Quase todas as noites, ao se ver sozinha na cama, continuava chorando
enquanto recordava perfeitamente o braço dele sobre si apertando-a contra
seu corpo e das vezes que ficou esperando-o e ele estava com outra.
A cada dia os gêmeos ficavam mais parecidos com o pai. Kevin e
Louis tinham um temperamento diferente, Louis era bastante manhoso e
Kevin demonstrava uma personalidade mais parecida com a de Anthony,
parecia um pouco mais firme, chorava pouco e apesar de demorar a pegar no
sono algumas vezes, não fazia nenhum tipo de manha para que a mãe o
pegasse no colo. Sim, aquele com apenas um mês de vida se mostrava a cada
dia uma cópia perfeita do pai. Olhar para os gêmeos fazia com que Diana se
lembrasse do olhar de Anthony. Os meninos tinham os mesmos olhos
esverdeados do pai e os cabelos claros assim como ele quando criança.
Três semanas depois de dar à luz e já se sentir recuperada, Diana
decidiu não ir para a casa do pai. Conseguira um pequeno apartamento duas
quadras depois do de Elisa e se instalara lá com os filhos. Fernando, que
estava aos poucos se reerguendo depois de uma sociedade que iniciara com
um antigo amigo, pagava o aluguel da filha e as despesas. Anthony tinha
discutido sobre isso, dizendo-se responsável pelos filhos e que deveria arcar
com qualquer custo sobre a moradia deles, mas Diana recusara. Não queria
nada de Anthony e não se sentiria bem morando em um apartamento pago
por ele. Seria quase como voltar para aquele maldito contrato. Mesmo depois
de um mês inteiro, ela ainda se sentia magoada e continuava amando o ex-
marido da mesma forma, Anthony tentava a todo custo falar com ela, tocar no
assunto, mas não conseguia sentar e conversar com ele. Era impressionante o
quanto toda aquela história mexia com sua cabeça. Ao longo daquelas três
semanas, ela remoía as palavras do ex-marido. “Eu amo você”. Seria mesmo
verdade? Queria muito acreditar naquilo, mas se perguntava por que ele
conseguira ser frio a ponto de estar apaixonado e ainda sim procurar outra?
Capítulo 47
ANTHONY
Pisar dentro de casa era uma tortura diária. Entrar no meu quarto
era como se sentisse uma punhalada no coração. O silêncio e o vazio me
matavam sem dó. Quantas vezes senti essa mesma sensação de tristeza? Só
me senti desamparado assim quando Diana havia sido sequestrada. Ali, meu
mundo desabou. Como estava acontecendo agora. Comecei a me desfazer das
roupas, peça por peça, da mesma maneira mecânica de sempre. Paletó,
gravata, camisa. Cinto, calça, até sobrar apenas uma cueca preta. Agora até
esse simples gesto era doloroso.
Olhei para trás e Diana não estava lá me apreciando com aqueles
lindos por baixo dos cílios longos. Aquele olhar de desejo que deixava meu
corpo pegando fogo e quase sempre me fazia ir até a cama mostrar o quanto
eu a desejava na mesma intensidade. Porém, agora, o quarto continuava com
a mesma quietude sepulcral. Se alguém um dia tivesse me dito que seria
capaz de sentir esse tipo de dor, eu diria que estava louco. Mas era real. Tão
real a ponto de parecer estar arrancando minhas entranhas, de me fazer
conversar com Deus todas as noites e pedir ajuda. Nunca tinha sido um cara
religioso, mas se existia alguma força divina que pudesse me libertar dessa
dor e fazer com que Diana acreditasse em mim, serie Ele. Eu a queria.
Dessa vez, não queria satisfazer um desejo egoísta, eu precisava
dela. Eu a amava. De todas as formas que um homem poderia amar uma
mulher. Sentei na poltrona no canto do quarto, em uma espécie de sala anexa.
Senti-a me derrotado e com ódio de mim mesmo. Todos os dias precisava
conviver com essa raiva. Tudo nesse lugar me lembrava de Diana, embora ela
tenha passado pouco tempo na mansão antes de dar à luz e decidir ir para
outro lugar. Além de tudo, eu estava sendo covarde demais e tinha me
afastado. Vivi poucos momentos aqui ao lado da minha esposa. Todas
aquelas noites ela estava em nossa cama, adormecida como um anjo, a
barriga arredondada carregando de maneira tranquila nossos filhos,
transmitindo a eles um amor que eu, como pai, tinha abdicado. Quantas
oportunidades perdi de lhe acariciar o ventre? De conversar com os meninos?
De agradecer aquele maravilhoso presente? E de antes de mais nada, ter dito
que a amava?
Odiava-me amargamente por ter sucumbido ao medo e me achado
capaz de ignorar um sentimento que eu já não podia refrear. Foram uma
sucessão de erros que me trouxeram até aqui. Como pude acreditar que ficar
com outra mulher resolveria tudo? Por que fui ingênuo e canalha para pensar
que Audrey pudesse apagar aquela chama constante que Diana acendera?
Todo o sofrimento das últimas semanas era merecido. Cada
centelha de dor que parecia ter se espalhado pelo meu corpo até atingir aquele
ponto vital chamado coração, era por minha culpa. Eu tinha feito tudo errado.
A insistência de Diana em falar do fim do contrato me fez recuar e me deixou
mais desesperado. Enquanto eu ignorava aquela data, ela apontava para mim
o fim do nosso casamento, me deixando com aquela sensação de que a
perderia. Novamente, eu precisava me proteger. Durante a faculdade, vi
muitos amigos se deixarem levar por sentimentos e mais tarde, homens de
negócios que deixaram de lado suas responsabilidades com a empresa, por
conta de uma mulher. Alguns tiveram danos irreparáveis e quando comecei a
experimentar essa sensação, de dependência de um sentimento que estava
surgindo e não estava nos meus planos, houve o roubo à empresa. Talvez
nada disso tivesse ligação com o fato de minha cabeça andar nas nuvens,
porque enquanto eu estava atrás da mesa da presidência, minha mente vagava
pelas curvas da minha mulher e me fazia querer sair de lá direto para casa,
louco para sentir o aroma de Diana e a pele incrível que eu adorava
acariciar. Mas, o rombo que tive nas contas da empresa e o fato de estar
casado, me despertaram o instinto de me proteger, de voltar a focar nos
negócios. Se eu deixasse Diana tomar minha mente, as coisas sairiam do
controle.
Se eu tivesse feito tudo diferente e assumido que queria Diana pelo
resto da vida e que o contrato fosse para o diabo, eu poderia tê-la ao meu
lado. Por Deus, ela me amava! Só bastava que nós tivéssemos sido
sinceros. Agora eu tinha perdido sua confiança e precisava fazer de tudo para
recuperar. Eu passaria o resto da vida tentando, se fosse necessário!
Conquistá-la não seria fácil, mas eu não desistiria. Passei um ano abdicando
desse sentimento, eu não iria para agora. Estava decidido.
Relembrei dos momentos com Audrey. Aquela sensação de
completo vazio que antes de Diana me era boa e segura, não era mais
suficiente. O que eu queria era aquele tsunami de sensações que eu sentia
com minha esposa. Merda, ex-esposa! Essa ideia era aterrorizante.
Tecnicamente, Diana ainda era minha esposa, o contrato continuava vigente.
Diana dissera que não queria mais nada de mim e Fernando declarara que não
queria a empresa de volta, mas nada tinha sido anulado ainda. Ela ainda
estava se recuperando e não tínhamos entrado em detalhes em relação ao
contrato, mas Diana até então estava decidida a reincidi-lo.
Suspirei pesadamente e me levantei. Eu daria um jeito de trazer
Diana de volta novamente para minha vida, provaria meu amor nem que
fosse a última coisa que fizesse em vida. Por enquanto, o contrato continuava
vigente e Diana era minha esposa. E assim eu torcia para que permanecesse.
Precisava que ela me perdoasse, voltasse para mim e aí então eu tornaria
aquilo um casamento como deveria ter sido, desde o início. Desde que saíra
do hospital, Diana não tinha retornado à mansão e continuava me evitando ao
máximo.
Levantei-me devagar e passei a mão nos cabelos. Tinha de tomar
um banho, reagir, ocupar minha cabeça por algumas horas antes que eu saísse
correndo dessa casa para ir atrás de Diana. Gritar do lado de fora do
apartamento dela até que me perdoasse. Eu já tinha cogitado essa ideia, mas
Rachel tinha razão, Diana precisava de algum tempo. Entrei no banheiro e
olhei ao redor. Tudo continuava igual. Ainda havia cremes e produtos da
minha esposa espalhados por ali. O shampoo dela continuava no mesmo
lugar e todos os dias, enquanto tomava banho, eu pegava aquele frasco e
sentia o perfume. Quantas vezes estive deitado na cama, antes de me levantar
para o trabalho e ela continuava ao meu lado, adormecida, os fios castanhos
espalhados pelo travesseiro enquanto eu sentia o aroma que me era familiar e
aconchegante. Agora, eu só tinha um frasco e ainda sim, esse objeto tinha o
poder de me trazer um tsunami de emoções.
Tomei um banho, vesti uma calça jeans e caminhei sem camisa até
o meu escritório. Precisava mandar alguns e-mails, tinha viagens agendadas
para ver a situação de uma nova sociedade e isso faria minha mente se
ocupar. Meu celular tocou sobre a mesa e vi o nome de Hank no visor. Ele
era um dos seguranças mais antigos que tinha e que conquistara minha
confiança ao longo daquele tempo e no momento, estava me fazendo um
favor pessoal.
- Boa noite, Sr. Walsh. – ouvi a voz dele do outro lado assim que
atendi.
- Hank, espero que tenha boas notícias. – falei já esperando saber se
finalmente tínhamos alcançado o objetivo.
- Sim. Descobri quem enviou aquele envelope para a Sra. Walsh. –
meu corpo pareceu derreter de alívio – O tal do Rogers, junto com a própria
Audrey.
- Eu tinha certeza que eles estavam envolvidos nisso! – passei a
mão no rosto me levantando de imediato – E os arquivos, Hank? Preciso dos
arquivos!
Não podia deixar que essas fotos ficassem por aí correndo o risco
de serem vazadas. Àquela altura eu não estava preocupado em sujar ou não
minha imagem, porém o que mais me deixava tenso era a humilhação à
Diana. Eu tinha errado e humilhado minha esposa, estava amargamente
arrependido disso e sofria até hoje as consequências daquele ato, mas Diana
não precisava sofrer ainda mais por conta das merdas que eu tinha feito.
- Filho, tem certeza que não quer vir jantar conosco hoje? – Alexandra
perguntou através do telefone.
- Não, mãe. Vou passar a Ação de Graças com meus filhos e com Diana.
- O pai dela vai estar lá, vocês não tem uma relação muito amistosa,
principalmente depois do que houve. Acha que é o certo a se fazer?
- Quero que Fernando se dane! – esbravejou – Eu sou o pai dos meninos,
goste ele ou não. Tenho certeza de que Diana não vai me expulsar do
apartamento. Ela pode estar magoada, mas jamais vai me privar de estar com
meus filhos.
- É triste ver tudo o que aconteceu, Tony. Sempre achei vocês um casal
lindo.
Assim que encerrou a ligação, Anthony foi até a cozinha onde Ruth tinha
deixado preparada uma torta de cranberry. Não chegaria ao apartamento de
Diana sem nada. Pegou a travessa e desceu até a garagem da mansão,
colocando a sobremesa no banco do carona e se acomodando atrás do
volante. Não ia a hora de poder estar com os filhos e a mulher que amava.
Todos os dias deitava sozinho em sua cama e se amaldiçoava por não ter a
esposa por perto, mas sabia que cada grama daquele sofrimento era merecido.
Fizera merda e tinha de arcar com as consequências.
O tempo estava frio, uma chuva fina caía sem parar e ele dirigiu com
cuidado até finalmente chegar ao modesto apartamento onde Diana agora
morava com os filhos. Quanto mais ia ter de esperar para tê-la de novo? Será
que um dia ela finalmente iria perdoá-lo? Não gostava nem mesmo de pensar
na possibilidade de nunca mais tocá-la.
Pegou a sobremesa e desceu do veículo caminhando rápido até a entrada
para fugir da chuva. Subiu os dois lances de escadas até o segundo andar e
parou de frente para o apartamento 204. Apertou a campainha e esperou
poucos segundos, mas que lhe pareciam longos minutos. Quando a porta se
abriu, viu Fernando do outro lado com uma expressão irritada que não fazia
questão de disfarçar.
Com um olhar vitorioso, como não podia deixar de ser, Anthony adentrou
o apartamento olhando de soslaio para Fernando, que não gostara nada da
presença dele ali. Ao concentrar suas atenções na esposa, Anthony parou de
andar por alguns instantes para absorver o impacto que era olhar para ela.
Diana estava com um vestido cinza, de decote arredondado que chamava
atenção para seus seios ainda maiores. Anthony era completamente louco por
cada pedaço daquele corpo, mas admitia para si mesmo que os seios dela
sempre foram sua maior tentação. Ninguém diria que ela tinha dado à luz a
pouco tempo, porque todas as suas curvas estavam no lugar e o comprimento
do vestido deixava uma parte das suas coxas à mostra. Com certeza era um
vestido que comprara antes da gravidez e agora ainda lhe caía perfeitamente
bem.
- Desculpe vir sem avisar, Diana. - Anthony por fim conseguira encontrar
as palavras - Mas não queria passar o feriado longe de vocês.
- Os meninos estão no quarto. Acabei de amamentá-los. Louis ainda
estava acordado quando saí.
- Vou até lá para vê-los. - mostrou a travessa em suas mãos - Trouxe uma
sobremesa, Ruth quem fez.
- Obrigada. Agnes está na cozinha arrumando a mesa, eu vou levar para
lá.
- Não se preocupe com isso, deixe que eu faço.
Anthony foi até a cozinha onde Agnes estava servindo a mesa e parou no
exato momento em que ele entrou. Eles não tinham se encontrado ainda, já
que o relacionamento dela com o Fernando começara há pouco tempo.
Aquilo o pegou de surpresa, afinal, sabia que ela tinha feito cursos de
culinária a até cozinhara para ele, mas era surpreendente vê-la preparar uma
ceia principalmente tendo dois filhos recém-nascidos para tomar conta.
Anthony colocara a travessa sobre a pia e olhou para a mulher.
- Espero que minha presença não atrapalhe os planos, já que vim sem
avisar.
- Não será problema, tem bastante comida e quanto mais pessoas
estiverem aqui, melhor.
- Louis começou a chorar. Acho que está com cólicas. – comentou indo
até a cama e deitando o filho – Essa é a pior parte, Kevin acaba acordando
com o choro e vira uma sinfonia.
- Precisa de ajuda? – perguntou vendo-a começar acariciar a barriga do
pequeno.
- Kevin provavelmente vai começar a chorar em breve, pegue-o no colo e
o acalme enquanto eu cuido daquele pequenininho.
- Não me parece nada fácil quando você está aqui sozinha, Diana. Lidar
com dois bebês ao mesmo tempo. – foi se aproximando dela, a vontade tocá-
la quase o consumindo – Volte para casa comigo, querida. Vamos ser uma
família novamente.
- Anthony, por favor... – suplicou e levantou a cabeça para olhá-lo
enquanto ainda massageava a barriga do filho – Sei que me quer novamente
naquela mansão, mas ainda não confio em você. Minha mente está focada
nos meninos.
- Meu Deus, Diana! Eu amo você! – insistiu começando a ficar nervoso
ao perceber que ela não o compreendia.
- E eu amo você, Anthony. – engoliu em seco – Mas não fui para os
braços de outro homem por causa disso.
- Até quando vai me punir por esse erro, querida? – suspirou pesadamente
– Até quando?
- Eu não sei, estou tentando encontrar maneiras de entender o que
aconteceu. Também quero ter certeza de que isso que está me falando é
realmente verdade e não fogo de palha. Que não vai ser frio novamente
comigo quando se der conta de que isso que você sente não é amor.
Ele ia responder, mas outro choro ecoou no quarto e Anthony logo olhou
para o berço onde Kevin balançava os bracinhos irritado. Foi até o filho e
ainda hesitante, o pegou no colo apoiando-o contra seu peito e mantendo a
mão atrás de sua cabecinha.
- Acalme-se, campeão. O papai está aqui. – sua voz saiu calma e terna.
Diana adorava ver a interação de Anthony com os filhos e vê-lo cada vez
com mais jeito para pegar os bebês no colo a deixava emocionada. Sabia que
o marido tinha uma série de defeitos, mas tinha se tornado um pai
extraordinário. Devagar, Kevin foi se acalmando até ficar em um completo
silêncio, de olhinhos fechados e recostado no peitoral do pai. Depois de
conseguir lidar com as cólicas de Louis, Diana o colocou de volta no berço.
- Lembro-me de quando você cozinhou para mim. – sua voz saiu mais
baixa e suave.
- Foi a primeira vez que preparei algo sozinha. Não foi fácil.
- Mas estava gostoso. Fico imaginando que você tenha melhorado suas
habilidades de lá para cá.
- Eu acho que sim. – respondeu colocando uma mecha de cabelo atrás da
orelha um pouco em jeito – Não quero parar minhas aulas, mas por enquanto
preciso me dedicar apenas aos meninos. Talvez daqui alguns meses eu volte
para o curso.
- Sabe que pode contar comigo para isso, Diana. Sei que durante nosso
casamento não fui um marido muito interessado em suas atividades, mas
agora, quero que saiba que estarei aqui pra ajudá-la. Contrato uma babá para
ajudar com os gêmeos enquanto você estuda.
- Obrigada, Anythony. Eu vou pensar a respeito.
- Estou tentando mostrar a você que sou um novo homem, Diana.
- Eu gostaria de ficar para o jantar, mas acho que seu pai não aceita muito
bem minha companhia.
- Não é fácil para ele ver tudo que aconteceu.
- Tem razão. – confirmou e chegou perto dos berços – Eles estão
dormindo e pelo visto vão ficar assim por algum tempo. Adoraria
experimentar o que você preparou, dessa vez fazer o elogio que você merece
ouvir. Mas acho melhor eu ir. Não quero correr o risco de criar alguma
confusão. Eu vim decidido a ficar com você e os nossos filhos, mas é melhor
não forçar nada.
- Fico feliz em saber que você tinha a intenção de estar ao lado dos
meninos. Quero que você seja muito presente na vida deles. E quanto a nós,
Anthony, é melhor continuarmos dando esse tempo. Quero pensar em mim e
nos nossos filhos. Preciso cuidar da minha vida. E preciso confiar em você.
- Entendo, Diana. Mas não vou desistir, nem por um minuto.
Olhou para os filhos por alguns segundos se perguntando o que tinha feito
de tão bom na vida para receber dois presentes de uma só vez. Os gêmeos
não tinham a menor noção de tudo o que acontecera naquele um ano de
casamento, mas Anthony cuidaria de ambos com a própria vida e
demonstraria ser o pai que eles mereciam. Ao passo que, iria provar para
Diana que era capaz de ser o marido que ela merecia. Se ela lhe desse apenas
uma nova chance, mostraria que tudo seria diferente.
- Vou jantar na casa dos meus pais. – falou olhando para a esposa.
- Diga que lhes mando lembranças. E que adorei os presentinhos que
deram aos meninos.
- Se minha mãe pudesse, viria todos os dias visitá-los.
- Ela é muito bem vinda.
- Darei o recado.
Diana levou Anthony até a porta. Fernando dessa vez estava na cozinha
com Agnes e a filha decidiu que era melhor não avisar que Anthony iria
embora, tinha medo das farpas que o pai soltaria e preferia evitar confusões,
como vinham acontecendo sempre que os dois estavam frente à frente. Assim
que abriu a porta, Anthony saiu do apartamento e olhou para ela, aqueles
olhos castanhos a mirando com intensidade e fazendo com que seu coração
desse saltos no peito.
- Até mais, Diana. Feliz dia de Ação de Graças. – sua voz rouca era
serena.
- Feliz dia de Ação de Graças Anthony.
- Alô? – atendeu curiosa por saber quem estava ligando aquela hora
da manhã.
- Diana! – Elisa parecia bastante animada do outro lado da linha –
Bom dia, tudo bem?
- Estou bem, Eli. – sentou-se se sentindo um pouco melhor por
poder falar com a amiga – E você?
- Está tudo bem. Eu estava ligando para dizer que vou passar aí na
hora do almoço. Não se preocupe, vou comprar comida chinesa e levar.
Quero ver os bebês fofos e matar as saudades de você.
- Tudo bem, eu espero você.
- Até mais tarde, Di. Beijos.
Elisa desligou e ela voltou a decorar a árvore dessa vez com mais
pressa. Queria terminar tudo antes da amiga chegar e tomar um banho para
esperá-la. Lembrou-se de que passaria o Natal com o pai e a nova namorada
dele. Ficou feliz por pensar nele, ver que aos poucos ia retomando sua vida.
Conseguira investir em algumas ações de empresas pequenas e lucrando aos
poucos com cada um de seus investimentos enquanto continuava trabalhando
como consultor de um amigo. Agnes Olsen trabalhava com história da arte e
Fernando a conhecera em um dos seus passeios à uma exposição em um
museu. Agnes era uma mulher distinta e bastante inteligente e nunca tivera
filhos nem mesmo se casado, fora uma mulher que se empenhara bastante em
sua profissão para chegar ao topo da carreira, sendo mundialmente conhecida
por suas pesquisas.
Assim que Diana terminou de enfeitar a árvore, ela foi dar um
banho nos filhos antes do almoço. Ficava bastante cansada no final do dia,
mas cada esforço valia a pena quando pensava neles.
- Meus príncipes, vocês estão tão quietinhos hoje. – ela falava com
os bebês enquanto dava banho em Kevin – A tia Elisa vai vir aqui visitar
vocês, sabia?
- Achei que não fosse conseguir chegar, a neve está ficando mais
intensa lá fora. – ela comentou dando um beijo rápido no rosto de Diana e
levando tudo para o balcão – Cadê os pequenos?
- Estão dormindo, acabei de dar banho neles e já os amamentei.
- Ah, então depois eu vou lá vê-los. Não quero correr o risco de
acordá-los. – virou para a amiga e sorriu – Seus filhos são lindos.
- Sim. - sorriu boba – São dois príncipes.
- Filhos do rei das publicações. – Elisa completou – Falando nele,
eu o vi há alguns dias.
- Viu? – olhou-a curiosa.
- Sim. – balançou a cabeça e começou a tirar as caixinhas de
comida das sacolas – Eu tive uma reunião em Manhattan, quando estava à
caminho do escritório do diretor, passei em frente à Walsh Publishing. Vi
Anthony entrando no edifício segurando um copo de café.
- Ele foi comprar café? – perguntou surpresa.
- Ao que parece sim.
- Anthony nunca foi de sair do escritório para comprar café.
Sempre mandou alguém fazer isso, sempre gostou de dar ordens.
- O que mais me chamou a atenção não foi o café. Foi o jeito dele.
Anthony parecia triste, desolado. – terminou de tirar tudo de dentro das
sacolas e amassou-as – Diana, você sabe que nunca fui a defensora dele e sei
o quanto foi errado ele ter se envolvido com outra mulher, mas ver Anthony
hoje me fez repensar e acho que ele parece arrependido de verdade.
- Eu sei, ele anda mesmo diferente nos últimos tempos, mas eu
preciso de um tempo, sabe? – abraçou o próprio corpo ficando pensativa –
Essas últimas semanas me fizeram repensar muitas coisas em relação a mim.
Eu amo o Anthony, Eli. E ele sabe disso, todos sabem. Mas não posso deixar
esse amor ditar tudo em minha vida.
- Você não tem vontade de ficar com ele novamente?
- Oh, meu Deus, é claro! – suspirou – Tudo o que eu queria era que
as coisas dessem certo entre nós, mas eu me magoei e com certeza ainda dói
um pouquinho. Primeiro, quero saber se Anthony realmente me ama. E
segundo, não quero mais ser vista apenas como a Sra. Walsh. Vivendo à
sombra dele para sempre. Se retomarmos nosso casamento, eu quero um
companheiro. Um casamento de verdade, como deve ser. Um casal deve se
apoiar, se ajudar, não quero ficar apenas dizendo “sim” para as ordens de
Anthony.
- Eu te entendo, minha amiga. E acho que você tem toda razão.
Quem vê vocês dois de fora, nota que vocês dois são um lindo casal. Mas eu
te dou todo apoio em qualquer decisão e acho que essa é a melhor.
- Obrigada, Eli. – começou a organizar o balcão com as embalagens
que a amiga trouxera – Eu andei pensando e assim que os meninos estiverem
um pouco maiores, vou retomar meu curso de culinária e quero me formar.
Quem sabe me tornar uma chefe de cozinha? Ou ter meu próprio negócio?
Um bistrô? Um pequeno negócio já está ótimo. Eu quero tanto ser útil.
- Não está dando certo esperar. - ele disse em voz alta apagando o
resto do cigarro no cinzeiro – Diana não vai reconsiderar, estou começando a
perder a esperanças. – respirou fundo – Ela não vai mais voltar pra mim.
- Tony, por favor... – Rachel suspirou e sentou ao lado dele – Não
diga isso. Tente ir com calma. Você vai reconquistá-la. – alisou o rosto dele –
Em breve vocês vão estar juntos novamente.
- Amanhã eu vou até lá. Levarei o presente dos meninos. – disse
olhando para o chão – Não vamos passar o Natal juntos. É o primeiro Natal
deles e eu não vou estar perto. – agora ele retomara o hábito de fumar uma
grande quantidade de cigarros, dado seu estresse e falta de ânimo. Tudo que
conseguira diminuir após seu casamento, agora voltara em dobro.
- Mas você estará com a nossa família. – alisou as costas dele – Dê
tempo ao tempo, meu irmão. Você vai saber como reconquistar Diana.
- É tudo o que mais quero. – fechou os olhos – Nada aqui está
fazendo sentido. Cada canto dessa casa me lembra dela e o quanto fui idiota
cada vez que entrei naquele quarto e dormi naquela cama sem demonstrar o
que realmente sentia. – suspirou chateado – Várias vezes a vi adormecida e
ficava remoendo a culpa dentro de mim, não tinha coragem de tocá-la. –
passou as mãos nos cabelos – Eu fui um canalha que não merece perdão.
Diana é perfeita, cada pedacinho dela é um tesouro que eu ignorei por medo
de sofrer como um tonto apaixonado e agora estou passando por um
sofrimento que não sou capaz de medir. O que eu tanto quis evitar está
acontecendo da pior forma.
- Não se martirize pelo que passou, Tony. Pense no futuro e em
como conquistar a confiança dela novamente. Diana é a mulher que vai te
fazer feliz, então lute por ela. Você já conseguiu descobrir quem enviou as
fotos?
- Foi a própria Audrey, ela e o desgraçado do Rogers. Meu Deus,
estou com tanto ódio deles e de mim. Audrey estava apaixonada por mim e
queria acabar com meu casamento, Rogers descobriu, louco para se enfiar na
vida de Diana. Ele a deseja desde o primeiro dia em que a viu. Aquele
desgraçado me persegue desde que a noiva dele jogou aquelas coisas na sua
cara.
- Esse cara está com você entalado na garganta há três anos, Tony.
A noiva dele disse com todas as letras que gostaria de estar na sua cama e não
na dele. Você realmente nunca ficou com ela?
- Claro que não, Rachel! Nunca me interessei por Virginia. Ela me
perseguiu algum tempo, desde que nos conhecemos em algum evento. Achei
que tivesse desistido quando decidiu ficar com o Rogers, mas pelo visto não.
Um belo dia discutiram e ela disse que sempre quis ficar comigo, desde então
aquele maldito me culpa achando que transei com a noiva dele.
- Certo. Pelo menos você sabe quem foi que fez aquilo. - beijou-lhe
o rosto – Eu vou até à casa de Diana entregar o presente dos bebês. Nos
vemos amanhã.
Ele não disse nada. Apenas ficou quieto tentando imaginar o que
fazer para reconquistar a esposa. Não podia desistir. Diana era a mulher da
sua vida.
- O que foi, meu príncipe? Acho que preciso trocar sua fraldinha. –
pegou a bolsa que deixara na sala já com o intuito de ter que trocar os filhos e
pegou uma fralda limpa, estendendo uma fralda de pano sobre o sofá e
deitando o filho logo em seguida.
- Já vou! – disse num tom de voz alto o suficiente para ser ouvida e
carregou os filhos até colocá-los sobre a mesa de centro de frente para o sofá.
Diana deixou a mesinha sem nenhum enfeite por cima para que
pudesse acomodar o bebê-conforto para vigiar os filhos enquanto estivesse
assistindo TV. Ajeitou os cabelos deixando-os presos em um rabo e correu
para a porta com a suspeita de que fosse o pai apesar de estar um pouco cedo.
Ele deve estar ansioso para ver os netos. Pensou antes de abrir a porta e ter
uma surpresa.
Anthony estava parado sobre o capacho segurando duas sacolas,
uma branca e uma azul. Usava uma calça jeans e um sobretudo preto sobre
um suéter de lã vinho. Estava com um ar diferente, aqueles olhos que diziam
o quanto sentia falta dela. Na mesma hora as palavras de Elisa e Rachel
martelaram em sua mente e seu coração se aqueceu vendo a imagem do
homem que amava ali parado à sua frente sem a pose de homem de negócios
com quem havia se casado. Anthony estava parecendo um homem comum,
passível aos problemas do mundo e com uma expressão que não denotava
toda sua força.
- Boa noite, Diana. – ele disse com a voz rouca, porém menos
firme.
- Boa noite. – respondeu tentando não transmitir nervosismo na
voz.
- Estava indo jantar com minha família e resolvi passar aqui para
deixar os presentes e dar um beijo neles.
- Claro. Pode entrar. – abriu um pouco mais a porta e deu um passo
para o lado dando passagem para o ex-marido.
Ele entrou e assim que passou por ela, Diana pode sentir o aroma
da colônia masculina que tantas vezes ficara impregnada em seu corpo.
Fechou a porta devagar e viu Anthony deixar as duas sacolas no pé da árvore
junto com os outros presentes. Estava curiosa para saber o que um homem
tão rico teria comprado para os filhos, mas não cederia à curiosidade até a
manhã do dia seguinte. Viu que ele se aproximou dos filhos e agachou-se em
frente aos dois ficando de costas pra ela. Diana pode ver a aliança dourada no
dedo dele algo que agora não lhe passava despercebida.
Diana sabia que o pai talvez nunca perdoasse Anthony pelo que
fizera à ela, mas ele precisava entender que nem toda a culpa do que
acontecera fora exclusivamente do marido. Havia o contrato e os pormenores
daquela relação onde a própria Diana tentava absorver para poder julgá-lo
com muito mais clareza. Ambos tinham culpa, isso é um fato, mas a traição
tinha mexido com seu lado de mulher apaixonada e ela ainda estava
processando isso. Anthony se defendia dizendo que fora por conta de
Fernando que a filha tinha aceitado se casar com ele, para tentar salvar uma
empresa que havia sido dada à falência.
A ceia fora elogiada pelo pai e por Agnes que comeram satisfeitos
tudo que Diana havia preparado. Ela ficou feliz em ouvir aqueles elogios
principalmente sobre o que havia cozinhado, já que não tinha muita
experiência culinária.
- Obrigada, Anthony. Significou muito para mim. Sei que não foi
fácil passar a noite de Natal longe dos meninos.
- Não mesmo. – ele usou a outra mão para cobrir a dela, tão menor
que a sua – Mas esses quase dois meses me fizeram enxergar que já não sou o
mesmo homem. Tomei um tombo muito grande quando você se foi, não vou
desistir de tê-la novamente como minha esposa, Diana. E se tempo é o que
você mais precisa para ter certeza de que mereço seu amor, te darei esse
tempo.
- Não sei o que dizer... – suspirou emocionada com o gesto dele,
algo que nunca imaginaria vindo de Anthony Walsh, acostumado a fazer
apenas o que quisesse – Você está realmente sendo o homem que eu desejo.
Sem dizer nada, ela chegou mais perto dele e se aconchegou ao seu
corpo. Anthony afastou uma das mãos e passou o braço em volta da esposa,
mantendo-a junto dele, seu rosto praticamente afundando na curva do seu
pescoço, e Deus... Como ele adorava aquilo! Diana estava cedendo, ele sabia,
ela sabia, mas não avançaria, não iria se aproveitar da situação e do momento
em que ela estava emocionada e agradecida. Esperaria até o dia em que Diana
finalmente dissesse que estava pronta para voltar para ele, até lá, seria
paciente e estaria ao lado dela em cada momento.
Anthony a apertou um pouco mais contra seu corpo, sua mão
alisando seu braço por cima do suéter. Ficaram assim, em silêncio, apenas
aproveitando aquele contato que ambos sentiram falta todo esse tempo. Para
ele, parecia uma eternidade desde que tocara Diana. Virou o rosto e encostou
os lábios no alto da sua cabeça, sentindo o aroma de seus cabelos. Aquele
cheiro que todos os dias ele fazia questão de se torturar, pegando a
embalagem de shampoo dela ainda em seu banheiro e sentindo o aroma.
Um som fizeram com que ambos se mexessem. Anthony precisou
soltar Diana porque um dos meninos estava chorando. Ela se inclinou para
frente, tirou o filho do bebê conforto e o aninhou em seu colo.
- Ah, meu amor, a mamãe está aqui. – falou com o filho usando
uma voz doce e suave – Deve estar com fome. – entregou-o a Anthony –
Pode segurá-lo enquanto tiro a blusa? Esse suéter não é nada prático para
amamentar.
- Claro.
- Obrigada.
Ela agradeceu, inclinando-se para pegar o bebê no colo do marido
enquanto ele estava totalmente hipnotizado pelos seios dela a poucos
centímetros de distância do seu rosto. Quando Diana se sentou e afastou o
sutiã para começar a amamentar o filho, Anthony ainda estava fora de órbita.
Eram meses sem tocá-la como gostaria, sem vê-la nua e molhada, pronta para
ele. Seu membro até doía quando imaginava todas essas imagens.
Passou a mão no rosto e tratou de se concentrar em algo que não
fosse sexy. Olhou para Diana, agora com outros olhos. O que acontecia ali
era algo extremamente especial. Ela alimentava seus filhos. Anthony ficou
absurdamente encantado com aquilo. Achava magnífico o poder de uma
mulher ao dar a luz e alimentar um novo ser humano.
- Kevin é bastante guloso. Ele costuma acordar mais vezes para ser
amamentado. – comentou quando o filho soltou o bico do seu seio satisfeito.
- Não deve ser nada fácil. Eles acordam muito durante a noite? –
perguntou vendo-a se levantar.
- Bastante, mas não me importo. Todas as horas de sono perdidas
valem a pena. – inclinou-se para ele entregando o filho – Quero que aprenda
a fazê-lo arrotar.
- O quê? – Anthony ficou surpreso – Diana, não sei se sou capaz.
- Claro que é.
- É difícil amamentar com esse suéter, mas não tenho muitas opção
de roupa no momento e não gosto de levantar a blusa para que os meninos
possam mamar. Tenho que me preocupar para que o pano não caia por cima
do seu rostinho. Principalmente porque tenho medo de que a lã os cause
alergia. Sou muito paranoica?
- De maneira nenhuma, Diana. É uma mãe de primeira viagem e
preocupada. Você cuida muito bem dos nossos filhos.
- Obrigada.
Era impressionante como ele não sabia de algumas coisas. Como pai, ele
se sentia mal em não ter ideia de como os meninos se comportavam durante a
noite. Das vezes que Diana levantava para amamentá-los e trocar suas
fraldas, sem ter ninguém que lhe ajudasse. Anthony se recriminava por não
ter dado o amor aos filhos desde o primeiro momento. Ver aqueles dois
garotinhos enchia seu coração de orgulho por saber que foi parte dessa
criação. Como pudera ser tão frio e pensar que os filhos seriam uma boa
jogada para seus negócios? Sua mulher estava carregando aqueles dois bebês
e sofrendo com as mudanças do corpo enquanto ele pensava apenas em si
mesmo. Olhou para Kevin e Louis, deitados tranquilos no bebê-conforto e
prometeu para si mesmo que jamais voltaria a desperdiçar algum momento
com eles e que daria todo o amor de pai que eles mereciam.
Olhou para a Diana, ainda linda do jeito mais simples. Calça de ioga,
suéter e um cabelo preso em rabo de cabelo. Nenhuma maquiagem. Queria
ver esse rosto todos os dias ao acordar, ter seu corpo curvilíneo junto ao seu
na cama, queria ter mais filhos, queria ter uma família de verdade, com
ambos morando juntos, dividindo a educação dos filhos e indo às
apresentações da escola. Sem contratos, sem obrigações, a única certeza de
que se amariam pelo resto da vida. Queria dar à ela o casamento perfeito que
merecia. Desejava ver Diana em um vestido de noiva, tão radiante que nem
mesmo o brilho do sol seria capaz de ofuscá-la. Sem dúvidas, ele iria fazer de
tudo para ter a esposa de volta. O amor que sentia por ela não lhe dava mais
medo, e sim, esperança de que a vida estava sendo generosa com ele.
- Anthony. - ouviu a voz doce lhe tirar de seus pensamentos e olhou para
Diana, agora sentada na poltrona lateral, as mãos sobre o colo.
- Diga. - ajeitou-se no sofá e virou o corpo para poder ficar de frente para
ela.
- Eu andei pensando sobre o futuro. Sobre o que quero fazer.
- Me fale o que passou pela sua cabeça, Diana. Não tenha medo.
- Lembra-se dos meus cursos de culinária? - ele assentiu recordando que
pela primeira vez durante o casamento, ela parecia realmente empolgada -
Quero retomá-los. Sei que por enquanto não é possível por conta dos
meninos, ainda são muito pequenininhos. Mas gostaria muito de retornar em
breve.
- Se você quer voltar às aulas, terá todo meu apoio. Se precisar de alguém
para cuidar dos meninos enquanto isso, também não precisa se preocupar.
Lembro-me do quanto você gostava das aulas e o quanto a fazia feliz. O que
eu quero, Diana, é que se sinta bem.
- Obrigada, Anthony. Pensei em terminar o curso, fazer algumas
especializações e quem sabe abrir meu próprio bistrô? – mordeu o lábio
nervosa – Seria voar muito alto?
- De maneira nenhuma. Você tem todo direito de fazer algo que a agrade
e se quer ter seu próprio negócio, por que não? Eu vou estar aqui, Diana. Vou
te apoiar em qualquer coisa que me pedir. Sei que vai precisar de algum
tempo para suas aulas e todo o resto, podemos contratar uma babá com as
melhores referências possíveis.
- Seria maldade deixar os meninos com uma babá? – ela olhou para os
filhos, tão pequenos e quietinhos – Eu sinto medo de deixá-los com uma
estranha.
- Acredite, eu também. Mas contrataremos a melhor babá dos Estados
Unidos se for preciso. Conheço muitas pessoas que podem nos dar boas
referências.
- Vai ser difícil ficar algumas horas longes deles. Mas sinto que terminar
esse curso é o que eu preciso fazer.
- Estou orgulhoso, Diana. De verdade. – seus olhos castanhos olharam
para a esposa com adoração, ela era capaz de surpreendê-lo sempre – Já que
estamos falando sobre mudanças para o futuro, quero fazer algo também.
Então, ele lhe beijou o alto da cabeça e ambos voltaram em silêncio para
a sala. Diana estava certa de uma vez por todas que o Anthony que estava em
seu apartamento não era mais o mesmo de antes. Ele tinha mudado, assim
como ela. Tudo que passaram ao longo daquele ano lhes ensinara muita coisa
e Diana ficou quase a tarde inteira ensinando Anthony a cuidar de cólicas,
trocar fraldas e dar banho. Surpreendentemente ele parecia ter um talento
natural para a paternidade que só agora descobrira.
Com o cair da noite, ao vê-lo ir embora, teve a certeza de que havia
compreendido tudo. Seu casamento, seus medos, a traição e sua imaturidade.
Era uma nova mulher e Anthony era um novo homem. Sem dúvidas nenhuma
ambos eram capazes de começar de novo, dessa vez do jeito certo. Lembrou-
se da maneira que ele encontrara para pedir perdão, usando as roupinhas dos
meninos e o quadro com o bilhete. Havia tanta coisa em sua cabeça que se
esquecera de perguntar sobre aquele presente específico e o motivo dele ter
lhe dado, mas faria isso no dia seguinte. No momento, ela se sentia feliz
porque finalmente não estava mais pensando em seu casamento como algo
fracassado e sim como uma nova oportunidade para ela e Anthony
começarem uma vida nova.
Capítulo 52
Diana estava decidida a ter uma conversa franca com Anthony. Não
queria mais viver sem ele. Durante aqueles dois meses separados, ela
percebeu o quanto o marido tinha mudado. Estava mais carinhoso, atencioso,
decido a parar de fumar e mostrou que já não era mais o homem egoísta que
conhecera. Lembrou-se do quadro que ganhara de presente com a imagem do
vinhedo que visitaram durante a lua-de-mel. Com tudo que conversaram e
com todas as emoções aflorando, esquecera-se de perguntar o motivo pelo
qual Anthony tinha decidido lhe dar aquilo.
Olhou para os filhos adormecidos no berço, usando suas toquinhas e
luvinhas. Eram tão lindos, como dois bonequinhos de bochechas rosadas.
Sorriu pensando no quão divino era o poder dessa criação. Crescera sem a
mãe, que falecera quando ela ainda era um bebê. Margareth Stewart só tinha
um rosto para Diana porque seu pai a apresentara em fotos. Ela tivera câncer
de mama e infelizmente, não foi possível salvá-la. Agora, estava ali diante
dos filhos pedindo a Deus de maneira silenciosa que lhe conservasse muitos
anos pela frente para dar todo o amor aqueles menininhos que amava mais do
que a própria vida. Olhou para o reloginho em formato de trem sobre a
cômoda do quarto dos filhos e os ponteiros marcavam pouco mais de três da
tarde. Estaria Anthony no escritório e disponível para falar? Queria convidá-
lo para um jantar na intenção de ser sincera com ele, mostrar que o perdoava
e o que esperava daquele casamento. Iria dar grande passo novamente, mas
estava confiante. Tudo o que mais queria era voltar para Anthony.
Decidida a ligar para ele, ela foi até o telefone no aparador da sala e
discou o número direto da presidência, um que poucas pessoas tinham acesso.
- Alô?
- Diana. – a voz grave de Anthony fez todo seu corpo se arrepiar e
aquecer com aquele timbre rouco tão característico dele – Gabriela me disse
que você ligou para o escritório. Aconteceu alguma coisa?
- Não, nada. – começou a mexer na ponta do cabelo sem perceber
enrolando uma mecha em torno do dedo – Eu só queria conversar, Anthony.
Mas pessoalmente, é claro. Não sabia que você tinha viajado.
- Precisei vir de última hora. Tivemos um problema com uma tiragem de
alguns livros, isso vai causar uma série de trocas. Principalmente por conta
do Natal, que é uma época em que as vendas aumentam bastante. Teremos
que fazer novas impressões. Vim pessoalmente conversar com alguns
diretores porque erros dessa magnitude não podem acontecer.
- Entendo. – mordeu o próprio lábio e soltou – Bem, então nos falamos
quando você retornar. Sabe quando será isso?
- Ainda não, vai depender do andamento. Mas quero estar em Nova York
o mais breve possível. Preciso te ver, Diana.
- Eu também, Anthony.
- Farei de tudo para estar logo aí. E os meninos como estão?
- Ótimos. No momento estão dormindo. Acabei cochilando no sofá.
- Está cansada. Precisa de alguém para lhe ajudar, Diana. Estou ficando
preocupado.
- Não se preocupe, por enquanto consigo lidar com eles sozinha.
- Certo, não vamos entrar em uma discussão. Eu preciso desligar, tenho
uma reunião daqui a cinco minutos. Nos falamos depois.
- Tudo bem, vai lá.
- Cuide-se, Diana. Em breve estarei aí.
- Alô?
- Diana, estou em Nova York. Acabei de chegar. – era Anthony, sua voz
imediatamente fazendo seu corpo reagir.
- Achei que não viesse para cá antes das festas.
- As coisas estão uma loucura no aeroporto. Estou desde ontem tentando
decolar, mas o tempo em Nova York não ajuda. Com as festas de fim de ano
o movimento é intenso. Quero ver você e os meninos.
- Bem, meu Réveillon será aqui no apartamento. Longe de todo glamour
ao que você está acostumado. – lembrou-o.
- Para mim está perto de você e dos nosso filhos é o que importa, nos
vemos daqui a pouco.
- Tudo bem, eu estarei esperando.
O que faria? Não tinha planos para receber Anthony naquela noite.
Deveria mesmo fazer só os canapés? Talvez uma massa, um jantar, era o
mais indicado. Ele tinha acabado de chegar de viagem, provavelmente estava
com fome. Queria fazer algo especial porque queria que essa noite fosse
especial. Pegou os ingredientes para fazer um penne com molho branco,
páprica e frango e em poucos minutos a cozinha já tinha ganhado vida. Diana
começou a perceber com o tempo, conforme cozinhava com mais frequência,
que tinha realmente um talento para aquilo. Tudo que antes parecia ser algo
extremamente difícil, tinha se tornado fácil. Deixou tudo pronto em tempo
recorde, tirando as duas vezes que precisou parar para ver os filhos e quando
terminou, tudo estava esquematizado para que ela apenas finalizasse o prato
na hora do jantar.
Tirou o avental e foi para o quarto dos filhos ver como estavam. Era
pouco mais de seis horas da noite e lá fora o tempo já tinha escurecido.
- O papai está vindo, meus amores. Vocês estão felizes com isso? –
perguntou olhando para os filhos – Eu estou.
Pela primeira vez em muito tempo, Diana sentia uma espécie de paz. Já
não sentia que perdoar Anthony era errado e conseguiu compreender todos os
detalhes daquela relação que, infelizmente, começara da maneira errada.
Aproveitou que os gêmeos estavam calmos e correu para o banheiro. Tomou
um banho rápido e vestiu seu roupão enquanto penteava os cabelos. Queria
deixá-los soltos nessa noite de Ano Novo. Escolheu um vestido simples verde
escuro de mangas curtas e decote arredondado, o cumprimento ia até um
pouco acima do joelho. Olhou-se no espelho e ficou satisfeita. Não estava
arrumada demais, porém, dessa vez, tinha tomado cuidado com a aparência.
Nas últimas semanas, sempre andava com uma camiseta ou suéter e calça de
ioga, mas queria começar o ano de maneira diferente.
Não forçou na maquiagem, apenas uma máscara de cílios e um gloss para
dar um toque melhor ao visual. Correu para o quarto dos meninos para ver se
eles continuavam bem e ambos continuavam dormindo. A campainha tocou e
Diana foi até a sala caminhando ainda descalça. Olhou através do olho
mágico e seu coração parou por um segundo. Anthony havia chegado. Sentia-
se tão apreensiva por que sabia que essa noite seria especial e decisiva.
Abriu a porta devagar tentando controlar a expectativa. Do outro lado, ele
estava vestido com seu terno escuro, gravata verde e um pesado casaco preto,
além das luvas de couro. Seu rosto com a barba por fazer e os cabelos
revoltos pelo vento lá fora não diminuíam em nada sua beleza única. O que
chamou atenção dela, na verdade, era a grande mala que estava ao lado dele.
- A neve está cada vez pior, foi difícil conseguir um táxi e fiquei com
medo de ir para casa, o tempo podia piorar e eu acabar ficando preso por lá.
Espero que não seja um problema se eu disser que gostaria de tomar um
banho. – tirou as luvas.
- Claro que não. Você deve estar cansado. Eu preparei um jantar simples,
se estiver com fome.
- Como sempre, você é perfeita.
Aquele elogio mexeu com ela porque sabia que tinha sido verdadeiro.
Não estavam mais vivendo um casamento cheio de fingimentos. A percepção
disso fez com que Diana ficasse nervosa e ainda mais abalada.
- Não foi nada demais, Anthony. Achei que um jantar era adequado para
passarmos o ano novo aqui. Você não deve estar acostumado a esse tipo de
coisa, não tem o glamour das festas que você frequenta.
- Aceite o elogio, Diana. – ele se aproximou dela e dois passos foram
suficientes para que ambos estivessem frente à frente, separados por poucos
centímetros – Não há lugar no mundo que eu gostaria de estar mais do que
aqui.
Louis girou a cabecinha como se estivesse buscando o seio dela. Era uma
maneira que o filho lhe dizia que estava com fome, antes de se render ao
choro. Diana afastou o vestido, que por conta do decote se tornava mais fácil
de amamentar e com ele, seu sutiã. Louis começou a mamar avidamente e ela
aproveitou para se sentar em uma poltrona simples no canto do quarto.
Olhava para o filho completamente encantada. As bochechas rosadas, os
olhinhos fechados e a mãozinha pousada suavemente sobre seu seio. Esse
momento era insubstituível e especial.
A voz de Anthony tinha saído mais baixa do que de costume, mas não
menos poderosa. Diana levantou a cabeça e o viu totalmente relaxado vestido
com uma calça jeans e camiseta branca, recostado ao batente da porta e
braços cruzados. Era como se estivesse em casa.
Ele conhecia cada centímetro do corpo dela quase como se ele mesmo o
tivesse projetado. Diana não tinha nada fora do lugar, até mesmo quando
estava grávida, seu corpo sempre chamava a atenção.
Um movimento de Louis chamou a atenção deles. O pequeno tinha
parado de mamar. Com cuidado, Diana ajeitou novamente o sutiã e o vestido.
Anthony pegou o filho no colo para fazê-lo arrotar. Diana achava
impressionante ver o marido interagir com os filhos. Era um homem de quase
1,90m de altura, forte, ombros largos, segurando uma miniatura em seus
braços. Jamais imaginou que Anthony pudesse ter tanto jeito com crianças.
Em pouco tempo, o filho já estava calmo, com a cabecinha apoiada de
maneira confortável próxima ao ombro do pai.
- Acho que agora só falta você aprender a trocar fraldas. – disse fazendo
Anthony sorrir.
- Eu posso aprender.
- Que bom, porque daqui a pouco esses garotinhos vão precisar.
Kevin já estava acordado e Diana também o alimentou. Como os dois
tinham despertado, eles levaram os gêmeos para a sala e os colocaram no
bebê-conforto.
- Realmente acho que você tem que voltar para seu curso de culinária. –
comentou desviando a atenção novamente para ela – Assim que possível.
Existe um talento em você, Diana. Quero te ver crescer, quero que você tenha
orgulho de si mesma, porque eu já tenho, querida.
- Todos temos talento para alguma coisa, uns descobrem mais cedo que
outros. Você definitivamente tem um talento, Diana. Deve explorá-lo ao
máximo. – inclinou-se para a frente, os olhos sem desviar dos dela – Estarei
aqui sempre.
- Obrigada, Anthony. – suspirou e espetou um pouco da massa com o
garfo.
Ele levou tudo para a cozinha e deixou sobre a pia. Em seguida, ficou
olhando provavelmente se perguntando o que fazer com tudo aquilo. Diana
sabia que Anthony Walsh nunca tinha lavado louça na vida. Ela se aproximou
dele e tocou-lhe o braço sentindo calor da sua pele.
Anthony colocou a mão na base da sua coluna e a levou até a sala onde
seu casaco estava pendurado no encosto da poltrona. Enfiou a não no bolso
interno e pegou o aparelho. Ligou-o e Diana continuou calada ainda confusa.
Ele não respondeu, mas em poucos segundos tinha virado a tela do celular
para ela e Diana viu uma foto. Mais precisamente uma garrafa de vinho.
Ficou confusa em um primeiro momento, até que se deu conta do que estava
escrito e seu coração acelerou ainda mais. Não podia ser! Anthony tinha feito
mesmo aquilo? Gravado no rótulo em cores pretas e contornos dourado ela
pode ler "Diana Caubernet Sauvignon".
Diana estava sem palavras. Não era possível! Sua respiração estava
entrecortada, o nó se formava em sua garganta e ela não queria chorar, mas
não conseguiu evitar que uma lágrima escorresse pelo canto do seu olho. Ela
secou-a rapidamente.
Ele segurou o rosto dela, seu olhar já era desesperado, assim como seu
tom de voz. Diana agarrou seus pulsos, o olhar fixo no dele, o coração
disparado. Ela sabia que não podia resistir, ela sabia que sua felicidade estava
com aquele homem e que ambos poderiam resolver tudo. Precisava daquilo
com urgência.
- Você está certa, agora somos pais e temos dois bebês para cuidar.
- Essa é a vida de casados de agora em diante. – ela olhou para Anthony,
seus olhos exibindo preocupação – Você sabe disso, não sabe?
- Querida, não vou desistir de nada porque nossa vida agora mudou.
Temos dois filhos lindos e eu não trocaria nada disso por nenhuma vida de
solteiro.
Diana sorriu e levou Kevin para o quarto. Anthony pegou Louis no colo e
a esposa o ensinou a trocar fraldas. Não lhe parecia nada fácil e executar a
tarefa lhe tomou mais tempo do que era esperado. Mas por fim, longos
minutos depois, os meninos estavam limpos e cheirosos. Foram mais uma
hora acordados até pegarem no sono. Quando Diana colocou Kevin no berço,
os gêmeos já estavam adormecidos.
Anthony a envolveu pela cintura, abraçando-a por trás e apoiando o
queixo no alto da cabeça da esposa. Como sentira falta disso! Apertou Diana
contra si, sentindo o aroma do seu cabelo.
Anthony estava hipnotizado com tamanho poder que ela exercia sobre
ele. Nunca nenhuma mulher tivera tanto controle não somente sobre seu
corpo, mas também sobre sua alma. Existia ali uma conexão que ia muito
além do físico. Devagar, como se não pudesse acreditar que Diana estava
quase completamente nua à sua frente, ele se abaixou e afastou-lhe as pernas.
Beijou o interior das coxas, novamente deixando aquele rastro de calor e
formigamento e fazendo a esposa suplicar internamente por mais. Eu quero,
eu preciso, não me torture assim. Anthony quase podia ouvir os pensamentos
dela. Sua língua tocou aquele ponto mais sensível do corpo de Diana e ela
estremeceu, como ele sabia que iria acontecer, porque conhecia muito bem
cada detalhe e o que lhe dava mais prazer.
A provocação continuou, a língua deslizando devagar por seu clitóris,
circulando, descendo, subindo, escorregando para dentro dela, o calor
molhado do seu corpo se dissolvendo ainda mais, os gemidos baixos, cada
expressão de prazer lhe corroía por dentro e bombeava todo o sangue do seu
corpo para um único lugar, ainda protegido pela cueca. Os lábios começaram
a trabalhar também, era o beijo mais íntimo e que ele adorava. Diana tinha
um sabor único, ele poderia passar o resto da vida exatamente assim, mas seu
pau precisava dela também.
Quando Anthony intensificou os movimentos da língua e dos lábios,
Diana caiu penhasco a baixo diretamente para um orgasmo que fez seu corpo
convulsionar e arquear. Ela agarrou os lençóis no momento em que explodiu
ao sentir Anthony sugar seu clitóris. Mordeu o lábio inferior e o soltou
tentando buscar o ar, mas sua respiração estava acelerada e a boca seca.
Ele subiu beijando seu corpo até chegar aos seios e roçar os lábios ali, a
língua traçando a borda do sutiã. Diana estava ofegante e ele deixou que ela
se recuperasse. Anthony apoiou um pé no chão e um joelho na cama, puxou a
camisa pela cabeça a e jogou-a de lado. Diana quase babou ao vê-lo sexy e
musculoso à sua frente. Queria lamber cada gominho daquele abdômen. Com
as forças um pouco recuperadas, ela se sentou na cama, passou a ponta dos
dedos naqueles quadradinhos simétricos e rígidos e alcançou o botão. Sem
hesitar e sem se sentir envergonhada, ela abriu a calça de Anthony, abaixou o
zíper e puxou a mesma para baixo até o meio das coxas. O membro rígido
estava marcado através da cueca branca e ela não resistiu. Tocou-o por cima
daquele pano fino e apertou o membro que parecia latejar.
Diana assentiu porque sabia o que ele queria e precisava daquilo tanto
quanto ele. Abaixou a cueca, o membro duro saltou para fora deixo-a sem
fôlego. Poderia ter visto Anthony nu diversas vezes, mas nunca conseguira se
acostumar ao impacto que ele causava. Ajoelhou-se na cama, inclinou-se para
frente e envolveu os lábios em torno do membro dele. Na mesma hora, um
gemido primitivo escapou da garganta de Anthony e ele segurou seus
cabelos, prendendo-os em um rabo. Diana o provocava usando a mão, a
língua e os lábios. Sugava parte da extensão rígida como sabia que ele
gostava. Ambos tinham total consciência do que levava o outro à loucura e
Anthony estava perto daquilo. Seu coração bombeava o sangue rápido, sua
pele estava úmida de suor e seu abdômen se contraía cada vez que sentia se
aproximar mais do orgasmo.
Diana lambeu seu membro e ele queria se liberar, queria gozar, mas não
agora. Não podia. Precisava penetrá-la e sentir novamente aquela conexão. A
tortura não podia continuar. Puxou a esposa de volta e olhou em seus olhos,
ambos ajoelhados na cama, a pele avermelhada e as respirações
descompassadas.
Não demorou muito até que a respiração de Diana estivesse calma dando
indícios de que havia adormecido. Anthony ao contrário, ficou ali,
abraçando-a e velando seu sono. Sabia que ela estava exausta por cuidar
sozinha dos bebês e queria que descansasse ao máximo. Sentia-se cansado
também, mas ao mesmo tempo estava agitado demais para pegar no sono.
Diana estava ali, em seus braços, e queria aproveitar cada minuto. Cuidaria
dela em todos os momentos. O descanso dela era muito mais importante que
o seu. Ficou ali, quieto, prestando atenção em cada respiração da esposa e
fazendo uma oração de agradecimento a Deus por ter lhe dado uma nova
oportunidade ao lado dela. Não iria desperdiçá-la.
Capítulo 53
“... e eu fiz de tudo para ter sua mãe de volta. Ela é a mulher da
minha vida. Você e seu irmão não fazem ideia do quanto foi doloroso para
mim perde-la.”
Diana sentiu seu coração se encher com uma felicidade que sentira
poucas vezes. Agora estava completa. Tinha os filhos e o amor do homem de
sua vida. Entrou no quarto devagar, encontrando com Anthony sentado na
poltrona com Kevin no colo.
- Quero que volte para casa amanhã. – ele disse olhando-a nos
olhos, uma de suas mãos alisando sua lombar por cima da camisola de seda –
O quarto dos bebês está esperando por eles, nossa cama é solitária demais
sem você.
- Estou tão feliz, Anthony! – passou os braços em volta do pescoço
dele – Mas de uma coisa você precisa saber, meu pai não vai reagir muito
bem. – falou enquanto ambos caminhavam até a sala com os corpos
grudados.
- Sei que Fernando vai me hostilizar. – Diana se sentou no sofá e
Anthony se ajoelhou na frente dela alisando sua coxa devagar – Vou provar
ao seu pai que estou arrependido que posso fazê-la feliz. – usou a mão livre
para segurar a mão da esposa – E eu gostaria de falar uma última coisa,
preciso me desculpar por tudo e preciso saber se seu coração está curado do
mal que eu lhe fiz, Diana.
- O que houve, Anthony? – ficou preocupada com o tom de voz
sério que ele usou.
- Diana, antes de voltarmos para casa e para uma nova vida. Preciso
dizer tudo que está entalado e já venho guardando isso há um tempo.
Ela estava nervosa, o que mais ele tinha para falar? Alguma
confissão que pudesse por em cheque seus sentimentos? Esperou calada,
torcendo internamente para que Anthony não lhe contasse algo que ela não
sabia e que podia magoá-la.
- Eu não queria reviver esse dia, mas preciso falar com você frente
à frente, olhando nos seus olhos. Lembra-se da noite em que cheguei
transtornado e a forcei a transar comigo?
Jogou os cabelos de lado, sentou mais para trás nas coxas dele a
puxou a calça o suficiente para libertar seu membro grosso e rígido. Anthony
a olhava como um leão, os olhos fixos e brilhantes. Diana sabia o poder que
tinha sobre ele e usaria isso para levar o marido à loucura. Agarrou o membro
e começou a acariciá-lo fazendo com que Anthony soltasse um gemido e
jogasse a cabeça para trás apoiando-a no encosto do sofá.
Diana assentiu e ambos ficaram ali com os gêmeos até que estes
adormecessem. Anthony segurou sua mão e a tirou do quarto, precisava levá-
la para fazer algo muito importante.
- Diana? – chamou-a.
- Meu amor, precisamos falar com seu pai. – ele disse alisando a
coxa da esposa por cima da calça.
- Você tem razão, amor. – desceu da mesa com a ajuda de Anthony
– Preciso do telefone.
Fernando aceitou o beijo que recebera no rosto, mas era visível sua
expressão dura. Seus olhos focaram Anthony, que permanecia calado e sério,
sem demonstrar nenhum temor diante da hostilidade que exalava do sogro.
DIANA
Eu estava de frente para o espelho admirando minha imagem sem
conseguir acreditar no que via. Parecia um sonho. Havia demorado cerca de
dois meses até finalmente escolher o vestido de noiva ideal, mas cada minuto
despendido valera a pena. O tecido era uma seda leve, o modelo era no estilo
princesa e sua saia cheia e esvoaçante era coberta com um tecido quase
transparente com pequenas flores na barra feitas delicadamente com as mãos.
A parte de cima era justa, com decote em formato de coração e tomara que
caia, com a seda transpassada e por cima dela, brilhantes davam um brilho
especial. A cintura tinha uma fileira de pedrinhas que pareciam uma espécie
de cinto e abaixo dos seios, os brilhantes formavam uma espécie de flores
espaçadas minuciosamente. O penteado que eu escolhi era um rabo de cavalo
frouxo onde os fios caíam em cachos por sobre os ombros, a grande franja
penteada para o lado se prendia ao resto do cabelo e encima da minha cabeça
estava a tiara de brilhantes. O brilho do adorno só não era maior que o brilho
nos meus olhos castanhos. Os brincos de pino eram duas pequenas argolinhas
de ouro branco com uma pedrinha de diamantes em cada uma delas.
- Diana, você é a noiva mais bonita que eu já vi. - Rachel estava um
pouco atrás de mim segurando meu buquê, escolhido também com o mesmo
cuidado, com rosas de diferentes tons de amarelo e laranja, cores alegres que
representavam muito bem meu estado de espírito.
- Com certeza você vai matar o seu noivo do coração antes mesmo
que ele consiga dizer sim. - Elisa sorriu mexendo uma última vez na barra do
meu vestido.
- Eu concordo. Mamãe disse que Anthony está lá embaixo
perguntando de cinco em cinco minutos porque você está demorando tanto. -
minha cunhada deu uma risadinha aparentemente se divertindo com o
nervosismo do irmão.
- Mal posso acreditar que esse dia chegou! - exclamei me sentindo
radiante.
Há exatos seis meses, Anthony tinha me pedido em casamento do
jeito mais romântico possível. Fiquei extasiada e de lá para cá passei cada
minuto sonhando com esse dia e o organizando-o com cuidado, prestando
atenção em todos os detalhes para que o dia fosse perfeito. Anthony me
surpreendeu mais uma vez dizendo que a única coisa que ele exigia escolher
era o local. Fiquei perplexa quando me disse, dois dias depois, que nosso
casamento seria realizado na Itália, mais especificamente em Florença, onde
se encontrava o vinhedo que ele tinha comprado e que vistamos durante
nossa primeira lua de mel. Imediatamente caí em lágrimas completamente
emocionada, visto que ali tinha sido a cidade onde Anthony e eu iniciamos
nossa vida de casados e fizemos amor pela primeira vez. Agora, estávamos
em um quarto de hotel próximo ao vinhedo e eu passei todo o dia longe de
Anthony e até mesmo a noite, já que seguia a tradição que o noivo e a noiva
deveriam dormir em quartos separados um dia antes da cerimônia. Eu achava
aquilo uma besteira, estava morrendo de saudades dele!
- Vai ser uma cerimônia linda, Diana. – Elisa parou ao meu lado
com seu vestido cor de lavanda, característico das madrinhas.
- Obrigada. – virei-me para observá-las – E onde estão meus bebês?
– perguntei com a típica preocupação de mãe.
- Eles estão com minha mãe e Ruth. – Rachel respondeu – Dá
vontade de mordê-los de tão fofos!
Sorri ao lembrar-me do momento em que vi Kevin e Louis vestidos
com seus smokings sob medida. Meus rapazinhos estavam muito bonitinhos
em seu primeiro traje formal. Uma batida na porta chamou nossa atenção e
Elisa foi até lá.
- Quem é? – perguntou para ter certeza se era seguro abrir a porta já
que não podíamos estragar a surpresa com o vestido de noiva.
- Fernando. – a voz do meu pai soou do outro lado.
Elisa olhou para mim e eu assenti para que permitisse a entrada
dele. Assim que meu pai entrou, pude ver seus olhos marejarem.
Imediatamente senti um nó na garganta porque desejava que meu pai
aceitasse meu casamento com o homem que eu amo. Rachel fez sinal para
minha amiga e as duas nos deixaram sozinhos fechando a porta atrás de si
quando saíram.
- Você está parecendo uma verdadeira princesa. – ele falou me
arrancando um sorriso.
- Obrigada, papai. – agradeci sentindo suas mãos segurarem as
minhas.
- Em alguns minutos estarei te conduzindo ao altar. Queria que
soubesse de uma coisa.
- O quê?
- Que já não quero mais guardar rancor do Walsh. – aquelas
palavras preencheram o último pedacinho do meu coração – Desde que vocês
se reconciliaram, tenho visto a maneira com que Anthony tem agido. – levou
minha mão até seus lábios e a beijou com carinho – Ele realmente a ama,
minha filha. Fiquei magoado porque todo pai quer o melhor para sua princesa
e ver como você sofreu acabou comigo e eu me sentia culpado por você ter
aceitado um casamento de fachada.
- Ah, papai. – sorri e coloquei minha outra mão sobre a dele – Eu
gosto de pensar que tudo que Anthony e eu passamos foi uma maneira de nos
fazer amadurecer. Veja só como estão as coisas agora. Sinto-me a mulher
mais feliz do mundo!
- Consigo ver isso em seus olhos. Mas se Walsh magoá-la
novamente, eu corto o pescoço dele.
- Eu sei, mas não se preocupe. Anthony nunca mais vai me magoar
porque agora nossa relação é real. Não tem mais segredos, não precisamos
esconder nada.
- Fico feliz em vê-la feliz, Diana. – soltou minhas mãos e tirou algo
do bolso interno do seu paletó – Trouxe algo para você.
Notei a caixinha de veludo preta que meu pai abriu e me mostrou
um colar de brilhantes onde todas as pedrinhas tinham formatos de pequenas
folhas. Era deslumbrante!
- Ah, papai, é lindo! – exclamei colocando a mão na boca.
- Ele pertenceu à sua mãe, eu lhe dei em nosso primeiro ano juntos.
Ela sempre teve o desejo de dar a você quando se casasse, tenho certeza que
nesse momento ela está olhando-a orgulhosa da mulher que se tornou.
Eu respirei fundo puxando a ar várias vezes para não cair no choro.
Não podia estragar minha maquiagem. Meus olhos lacrimejaram e eu me
abanei tentando me acalmar.
- Ai, vou acabar chorando... – sussurrei puxando o ar com força
novamente – Obrigada, papai. Por tudo!
Abracei-o apoiando meu rosto perto do seu ombro. Ele afagou
minhas costas de maneira carinhosa e assim fui me acalmando. Eu adoraria
que a mamãe pudesse estar aqui, me ajudando com o vestido de noiva, com
os detalhes do casamento, com palavras de conforto para me deixar menos
nervosa, mas eu sabia que em algum lugar do céu ela estava sorrindo para
mim. Meu pai se afastou e pegou o colar. Afastei meu cabelo com cuidado e
fiquei de costas para que ele pudesse prendê-lo em meu pescoço.
- É uma forma de ter a mamãe comigo. – disse tocando o colar com
a ponta dos dedos.
- Agora é uma noiva completa. – ele segurou meus ombros e me
deu um beijo no rosto – Estarei lá embaixo esperando-a no carro.
- Eu te amo, papai.
- Eu também amo você, minha filha.
Quando meu pai saiu, Elisa e Rachel entraram novamente e minha
cunhada me entregou o buquê de flores para completar meu traje. Respirei
fundo tentando controlar a emoção.
- Bonito colar, Di. – minha amiga comentou analisando a joia.
- Era da mamãe. Meu pai acabou de me dá-lo.
- Como ele está em relação ao casamento? – Rachel perguntou.
- Ele quer minha felicidade. Disse que não tem mais rancor do
Anthony. Acho que agora finalmente temos tudo no lugar. – respondi e me
olhei mais uma vez no espelho.
- Fico contente com isso.
- Antes de sairmos, a tradição está completa, não é mesmo? – Elisa
perguntou bloqueando minha passagem.
- Algo velho? – Rachel olhou para mim.
- Hm, meus brincos. Eu os tenho já faz algum tempo.
- Algo novo? – ela continuou.
- Minha lingerie. – respondi com um sorriso de canto.
- Algo emprestado?
- Elisa me emprestou sua tornozeleira.
- E por fim, algo azul?
- Amarrei um fitilho de seda azul na lateral da minha calcinha.
Ficou um laço fofo.
- Pelo visto, está tudo certo. – Elisa concluiu – Agora podemos ir.
- Pronta? – minha cunhada perguntou olhando para mim através do
reflexo no vidro.
- Mais do que nunca.
Saímos do quarto do hotel e eu podia sentir meu coração disparado.
Estava extremamente nervosa porque chegara a hora de me casar com o
homem da minha vida. Era real! Meu pai estava me esperando ao lado da
limusine preta que me levaria ao vinhedo. Elisa entrou primeiro segurando o
buquê para mim. Rachel me ajudou com a saia do vestido e se acomodou no
banco de frente para mim e meu pai entrou por último ficando ao lado da
minha cunhada.
O caminho do hotel até o vinhedo não era longo, mas para meu
nervosismo pareciam longos quilômetros. Elisa segurava meu buquê
enquanto eu observava algumas ruas das quais eu tinha algumas lembranças.
Era a primeira vez que eu voltava à Florença após a primeira lua de mel.
Aquela noite, quando Anthony e eu fizemos amor, eu ainda guardava na
memória de maneira bem viva. Mesmo que os meses seguintes não tivessem
sido um mar de rosas, quando estive nos braços dele pela primeira vez, me
senti completa. Agora, que já não existiam as amarras em torno de nós, eu
sabia que nossa lua de mel seria perfeita. Anthony não tinha mais aquele
muro em volta de si e nosso amor iria prevalecer, tornando o momento ainda
mais especial. Fiquei perdida em pensamentos até que a limusine entrou nas
propriedades do vinhedo e parou na entrada.
- Chegamos.
Respirei fundo sabendo que logo atrás estavam todos os convidados
e principalmente, meu noivo. Pude ver os cerimonialistas correndo de um
lado para o outro para preparar tudo porque a noiva tinha chegado. Sorri ao
sair do veículo com a ajuda do meu pai e Rachel e Elisa me ajudavam com a
barra do meu vestido. Eu não usava véu, preferi um penteado moderno e uma
tiara.
- Aqui está o buquê, Di. - minha amiga me entregou o arranjo.
Uma brisa de verão batia no meu rosto, Anthony e eu decidimos
nos casar em julho, já que essa época do ano é excelente para um casamento
a céu aberto. Logo pude ver Taylor ao longe se aproximando junto com o
namorado de Elisa. Eles seriam os padrinhos. Rachel recebeu o namorado lhe
dando um suave selinho e ele a envolveu pela cintura.
- Está muito bonita, Rach. - pude ouvi-lo dizer e se virar para mim -
Que bom que chegou, Diana, ou seu noivo é capaz de cair duro lá trás.
- É verdade. - o namorado de Elisa, Mark, concordou.
- Boa tarde, Diana. - Yolanda, a cerimonialista se aproximou de
mim em seu terninho preto - Estão todos prontos lá. Podemos ir. Os
padrinhos já podem se organizar e tomarem seus lugares lá na frente. O pai
da noiva, pode me acompanhar junto com ela. A dama de honra vai levar as
alianças na frente da noiva.
Em poucos segundos todos se afastaram sobrando apenas meu pai,
Yolanda e eu. Caminhamos devagar até a área gigantesca do vinhedo aos
fundos da propriedade. Pude ver a decoração que eu tinha escolhido com
tanto cuidado agora completamente ornamentada e era ainda mais
espetacular. Todas as cadeiras brancas simetricamente organizadas ao longo
do corredor central decoradas com flores em tons de amarelo e laranja assim
como o meu buquê. Um gazebo também branco fora colocado ao final
daquela extensão ficando com o papel de altar. Estava decorado com lindas
flores amarelas e lavanda e um véu esvoaçante em longas fitas que balançava
com a brisa suave. Todos os convidados já estavam de pé e a dama de honra
escolhida por mim era a filha de seis de Lucia Martin, Katherine. Desde que a
conheci no golfe, há mais de um ano atrás, ela sempre se mostrara uma
pessoa simpática e desde que eu tinha retornado de fato para a mansão em
Scarsdale, mantínhamos uma amizade mais próxima.
Quando Yolanda disse que estava tudo pronto, eu me posicionei e
então o vi. Anthony estava de tirar o fôlego. A barba bem aparada, os cabelos
penteados com perfeição e o terno escuro fazendo contraste com sua camisa
branca, com a gravata cinza de seda e o colete da mesma cor. A marcha
nupcial tocou e então eu surgi no início do corredor. Meu olhar buscou o de
Anthony e ali, mesmo de longe, eu podia ver o amor em sua expressão.
ANTHONY
Poucas vezes eu tinha ficado tão nervoso como agora. Na verdade,
seria capaz de contar em apenas uma mão e ainda sim, sobrariam dedos.
Quando me casei com Diana na primeira vez, eu tinha tudo sob controle,
exceto o fato de me sentir fortemente atraído por ela. Agora, eu realmente era
um noivo de verdade e, até onde eu sabia, noivos eram capazes de ficarem
histéricos e sinceramente, eu estava à beira de um ataque de nervos.
Verifiquei pela enésima vez meu relógio. Quanto tempo tinha se passado?
Onde estava Diana? Já não era hora do casamento. Eu não aguentava mais
andar de um lado para o outro.
- Tony, querido... – ouvi a voz da minha mãe me fazendo parar e
olhar para ela – Por favor, estou ficando tonta de tanto te ver andar de um
lado para o outro.
- Diana está demorando. – falei respirando pesadamente e enfiando
as mãos nos bolsos da calça.
- Noivas tendem a se atrasar, é a tradição. Só se passaram cinco
minutos. – respondeu ajeitando Louis em seu colo, meu filho estava de
smoking e parecia realmente uma miniatura minha.
- Não vejo a hora de vê-la. Até lá ficarei nervoso.
- Sabe, filho, eu fiquei tenso dessa mesma forma quando me casei
com sua mãe. – meu pai colocou a mão sobre meu ombro.
Assenti e não disse mais nada. Olhar meus pais, depois de tantos
anos e ainda apaixonados, me fazia querer que o mesmo acontecesse com
Diana e eu. Queria poder comemorar bodas com ela, ano após ano e fazê-la a
mulher mais feliz do mundo. Minha mãe se afastou deixando Louis em um
carrinho onde Ruth estava sentada e puxou meu pai para que ambos
tomassem seus lugares. Respirei fundo e não consegui evitar olhar novamente
para o relógio. Dessa vez, fora Taylor quem surgiu ao meu lado.
- Vejam só, Anthony Walsh nervoso com um casamento. – seu
sorriso deixava claro o quanto ele estava se divertindo.
- Pode zombar de mim o quanto quiser, mas um dia vai ser a minha
vez de rir quando você estiver na mesma situação.
- Sou um cara controlado, meu amigo.
- Eu também era e veja meu estado agora.
Taylor apenas riu e se afastou quando a cerimonialista o chamou.
Agora eu estava sozinho e com o coração prestes a sair pela boca. Por que eu
estava tão nervoso? Diana e eu já vivíamos como um casal há tempo, mas
ainda assim eu sentia minhas mãos suarem com a expectativa da nossa união.
Eu era um cara extremamente sortudo.
- Sr. Walsh, pode se posicionar. – a voz da cerimonialista chamou
minha atenção – A noiva chegou.
Soltei todo o ar dos meus pulmões me sentindo mais leve. Diana
estava pronta para ser irrevogavelmente minha mulher. A marcha nupcial
começou a tocar alguns minutos depois e meus olhos imediatamente se
direcionaram para o final do corredor. Meu coração batia acelerado e
finalmente quando eu a vi, o mundo pareceu parar de girar. Por mais que eu
tivesse ouvido comentários da minha mãe sobre a beleza de Diana, nada teria
me preparado para aquilo. Ela estava magnífica! Mesmo ao longe, podia
notar em seu olhar o brilho alegre e emocionado. Os ombros nus exibiam a
pele macia por conta do vestido sem alças, os seios bem valorizados assim
como o colo adornado com um lindo colar, os cabelos caindo com cachos por
sobre os ombros e o vestido que combinava perfeitamente com ela. Eu já
sabia o quanto minha mulher era linda, até mesmo sem maquiagem, com o
rosto amassado de sono, ela continuava sendo perfeita e vestida de noiva, ela
tinha superado qualquer beleza que existisse.
O caminho de Diana pelo corredor até me alcançar pareceu
demorar uma eternidade. Ao seu lado, Fernando a conduzia e eu não podia
negar que gostaria de saber o que se passava pela cabeça do meu sogro.
Quando os dois chegaram até mim, pude vê-lo dar um beijo na testa da filha e
em seguida me entregá-la. Fiz um leve aceno com a cabeça e segurei a mão
pequena da minha mulher. Olhei em seus olhos tentando transmitir com o
olhar todo o sentimento que nenhum vocabulário seria capaz de expressar.
Beijei os nós dos dedos dela e pude ver um sorriso curvar seus lábios
molhados pelo gloss.
Nós nos viramos para o padre que iniciou a cerimônia. Para ser
sincero eu não estava prestando muita atenção em suas palavras, minha
mente era um turbilhão de emoções e flashes passavam pela minha cabeça de
tudo o que acontecera em nossas vidas. A brisa suave de verão trazia até mim
o perfume de Diana me fazendo desejá-la com uma força impressionante.
Tentei concentrar minha atenção nas palavras do padre que falava sobre
respeito e a união enquanto ele falava sobre a liturgia escolhida por nós.
Chegara o momento de falar diretamente conosco e eu endireitei a postura.
- Anthony Franklin Walsh, é de livre e espontânea vontade que
você aceita Diana Victoria Stewart como sua esposa para amá-la e respeitá-la,
na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
- Sim. – minha voz saiu firme e decidida porque era o “sim” mais
sincero que eu já tinha dito.
- Diana Victoria Stewart, é de livre e espontânea vontade que você
aceita Anthony Franklin Walsh como seu esposo para amá-lo e respeitá-lo, na
saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
- Sim. – ela respondeu e só nesse momento que soltei o ar que
percebi estar prendendo a respiração.
- As alianças, por favor.
Chegara o momento final da celebração. A filha de Lucia trouxe as
alianças e eu peguei a de Diana e ela pegou a minha. Ambos viramos de
frente para o outro e nossos olhares se encontraram.
- Anthony, repita comigo. – a voz do padre chamou minha atenção
– Eu, Anthony, recebo você Diana...
- Eu, Anthony, recebo você Diana... – repeti aquelas palavras sem
tirar os olhos da minha mulher.
- ... e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te...
- ... e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te... – fui colocando a
aliança em seu dedo sem desviar meu olhar.
- ... na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todo os dias da
minha vida.
- ... na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todo os dias da
minha vida. – terminei a frase sentindo meu coração pulsar com força.
O padre fez o mesmo com Diana e ela deslizou a aliança de ouro
branco que nós escolhemos para que fosse o símbolo concreto da nossa
união. Nossos nomes foram gravados na parte de dentro e a aliança dela
ainda contava com uma pequena pedrinha de diamantes na parte superior.
- O que Deus uniu, o homem não separa. – o padre terminou – Pode
beijar a noiva.
Finalmente as palavras que eu tanto quis ouvir desde que vi Diana.
Tivemos que dormir em quartos separados e desde que acordara essa era a
primeira vez que eu a via. Estava morrendo de vontade de beijá-la até perder
o fôlego. Levei minha mão até seu pescoço e dei um passo a frente. Eu
precisava me controlar ao máximo porque estávamos na frente de dezenas de
convidados, então rocei meus lábios nos dela suavemente sentindo suas mãos
deslizarem pelos meus braços por cima do paletó.
Quando tomei seus lábios em um beijo calmo, o mundo pareceu
sumir e sobraram apenas nós dois. Nossas línguas se encontraram e eu senti
aquele gosto tão familiar e do qual eu já estava completamente viciado. Meu
braço livre rodeou a sua cintura e a trouxe para mais perto. Pude ouvir as
comemorações ao fundo das pessoas que nos observavam, mas nada podia
me impedir de continuar beijando minha esposa, agora perante Deus. Diana
sorriu com os lábios grudados os meus e se afastou com as bochechas coradas
e os olhos brilhando. Se ela não tivesse me parado, eu continuaria ali,
beijando-a como se o mundo fosse acabar amanhã.
Atravessamos o corredor de braços dados com todos nos jogando
pétalas de rosas brancas, mas eu não conseguia focar no rosto de ninguém,
tudo o que eu pensava era o quanto eu era sortudo de ter Diana comigo. A
festa também seria no vinhedo. O buffet, o bar e a música já tinham
começado, mas eu queria mesmo era meu momento com minha esposa.
Diana rodeou meu pescoço com os braços e sorriu para mim.
- Estou tão feliz! – senti o beijo no meu queixo.
- Você está radiante, querida. Eu amo você. – dei-lhe um selinho
demorado.
- Precisamos receber os cumprimentos das pessoas, amor.
Foram uma sequência de apertos de mão e “parabéns” que eu já
estava agradecendo o automático. Obrigado. Obrigado. Obrigado. Elisa, seu
namorado, Fernando, Agnes, e todos os outros convidados. Taylor me deu
tapinhas calorosos nas costas, Rachel me encheu de beijos na bochecha e foi
quase impossível me desvencilhar dos braços amorosos da minha mãe.
Quando finalmente todos os convidados se afastaram de nós, eu respirei
aliviado. Ruth se aproximou empurrando a carrinho duplo com Kevin e Louis
e um sorriso brotou nos meus lábios.
- Ah, eles estão lindos! – Diana exclamou ao meu lado – Não estão,
amor? – olhou rapidamente para mim antes de pegar Kevin no colo.
- Desde pequenos já estão se vestindo como um Walsh. – comentei
pegando Louis e o colocando no meu colo.
Os meninos estavam com oito meses e pelo que pareciam, não iam
demorar muito para começarem a andar. Louis apoiou a cabecinha no meu
ombro fazendo alguns barulhos com a boca.
- Foi uma cerimônia linda, Sr. e Sra. Walsh. – Ruth nos
parabenizou.
- Obrigada. – Diana respondeu – Por sorte os meninos não
choraram.
- Acho que eles também estavam hipnotizados com a celebração.
- Ruth, vá se sentar. Ficaremos com os meninos. Aproveite a festa.
– eu disse.
Ela agradeceu e nos deixou sozinhos. Diana foi até a mesa
reservada para nós e se sentou. Acomodei-me ao seu lado e quando o jantar
foi servido, minha mãe e Rachel ficaram com as crianças para que nós
pudéssemos comer. A festa estava animada, muitas pessoas dançavam e eu só
queria ficar ao lado da minha mulher.
- Diana. – a voz de Lucia chamou nossa atenção.
- Lucia! – exclamou e levantou-se dando um abraço nela – Sua
filha estava a daminha mais linda do mundo.
- Foi uma alegria que você a tivesse escolhido. Foi uma cerimônia
lindíssima, eu sou uma manteiga derretida e chorei demais.
- Eu precisei me segurar, senão ia me debulhar em lágrimas.
Fiquei vendo a interação entre as duas e o sorriso de Diana deixava
claro o quanto ela estava feliz. Conforme as horas foram passando, eu
desejava ardentemente ir para o hotel e despir minha linda esposa daquele
vestido. Enquanto eu esperava pacientemente, ela jogara o buquê, que fora
parar nas mãos ávidas de Elisa e ao pôr do sol, nós dançamos a valsa dos
noivos. Cada um daqueles movimentos, com o corpo de Diana próximo ao
meu, fazia com que eu desejava ainda mais fervorosamente por nosso
momento a sós. Eu precisava dela com a mesma necessidade que precisava
respirar. Quando finalmente tiramos todas as fotos e cumprimos nossas
obrigações, eu a puxei para o canto e a abracei.
- Vamos para o hotel agora. – sussurrei em seu ouvido – Já não
aguento mais, querida.
- Gregory já está nos esperando. – ela respondeu passando as unhas
em minha nuca fazendo eu me arrepiar por completo.
Os gêmeos ficariam com minha mãe então eu não precisava me
preocupar, pelo menos pelas próximas horas, onde eu passaria,
preferencialmente, na cama com minha mulher. Nós dois praticamente
corremos em direção à limusine e eu precisei ajudar Diana a entra e ajeitar a
saia do vestido. Alguns convidados notaram nossa fuga e fizeram festa se
despedindo com acenos e gritos. Quando Gregory deu partida, eu puxei
Diana para meu colo. A janelinha que dividia a parte traseira do motorista
estava fechada e eu tinha total liberdade com minha esposa aqui atrás.
- Que bom que conseguimos fugir. – comecei a beijar a curva do
seu pescoço – Estou morrendo de saudades de você.
- Eu também. – sua mão delicada roçou em minha barba aparada –
Perdi o costume de dormir sozinha, a cama fica enorme sem você, amor.
- Foi difícil pegar no sono sem o seu corpo agarrado ao meu. –
olhei em seus olhos – Quem foi que inventou essa tradição ridícula de que os
noivos não podem dormir juntos na véspera do casamento?
- Não sei, mas faz parte e tínhamos que cumpri-la.
Eu a beijei com vontade e deslizei minha mão sobre seu seio por
cima do vestido. Diana gemeu na minha boca quando eu o apertei. Sentia o
tesão crescer junto com meu membro dentro da cueca e quando finalmente a
limusine parou no hotel, nós praticamente pulamos para fora do veículo.
Peguei o cartão da nossa suíte e subimos até o quarto onde passamos nossa
primeira lua de mel. Queríamos novas lembranças e fora Diana quem me
pedira para reservar a mesma suíte. Abri a porta e antes que ela pudesse
entrar, eu a peguei no colo sentindo seus braços rodearem meu pescoço.
- Temos que manter a tradição, Sra. Walsh.
Entrei com Diana em meus braços e empurrei a porta com o pé
ouvindo o clique da trava. Levei-a até a cama e deixei minha esposa sentada
sobre o colchão. Meu membro já latejava pela expectativa, mas antes que eu
pudesse reagir, Diana espalmou as mãos no meu peitoral e me afastou,
pulando da cama e se afastando de mim.
- Ei, meu amor, o que houve?
- Preciso tirar esse vestido e colocar algo mais apropriado. – seu
sorriso lateral me dizia que ela tinha planos bem interessantes que eu não
seria capaz de estragar.
- Fique à vontade. – respondi e ela correu para o banheiro.
Deixei o cartão sobre o criado mudo e tirei meu paletó, o colete e a
gravata. Abri alguns botões da camisa e tirei os sapatos e as meias. O volume
em minha calça ainda era perceptível e eu sabia que só depois de ter Diana
em meus braços que meu corpo se acalmaria. Não sei quantos minutos se
passaram, mas para mim pareceu uma eternidade até que ouvi o clique da
porta do banheiro. Quando Diana saiu, meu coração parou de bater por um
breve segundo e fiquei totalmente sem palavras. Algum dia eu ia parar de ser
afetado dessa forma por ela? Meus olhos percorreram seu corpo de cima a
baixo.
Ela usava uma lingerie branca composta por um corpete que
sustentava de maneira magnífica os seus seios perfeitos, o busto era todo
rendado e havia um laço entre eles. A barra era toda feita em renda e
combinando com a calcinha pequena. Meu membro latejava com a visão das
meias finas e da cinta-liga. Diana estava com um sapato alto branco e por
cima, completando aquela obra-prima, ela usava uma espécie robe
transparente, como uma renda suave que balançava enquanto ela vinha
caminhando em minha direção. Soltei o ar devagar quando suas mãos
pousaram em meu peitoral.
- Posso interpretar esse seu silêncio por estar satisfeito com o que
viu? – a voz melodiosa preencheu meus ouvidos.
- Satisfeito e cheio de tesão. – pousei minhas mãos na curva suave
dos seus quadris.
- Você fez um belo trabalho com esse quarto.
Diana olhou em volta e só agora eu tinha me tocado da decoração
que eu mandei preparar. Havia pétalas de rosas, velas aromáticas, champanhe
e os morangos com chocolate que ela adorava comer. Meu olhar se fixou
novamente em minha esposa, mais especificamente em seus seios que subiam
e desciam devagar de acordo com sua respiração. Subi minha mão para sua
nuca e a puxei tomando seus lábios em um beijo cheio de saudade e desejo.
Diana gemeu em minha boca e eu a apertei contra meu corpo sentindo seus
seios fartos serem espremidos pelo meu peitoral. Minha língua buscou a dela
em uma dança erótica enquanto seus dedos tentavam abrir os botões da
minha camisa. Mordi seu lábio inferior devagar e soltei-o buscando seu
pescoço para explorar e saborear aquela pele macia e cheirosa. Diana jogou a
cabeça para trás e deixou seu pescoço completamente libre para mim. Passei
a língua provocando-a, excitando-a e explorando cada pedacinho perfeito da
minha mulher.
- Você é linda... – sussurrei buscando novamente seus lábios.
Nos beijamos com vontade e eu deslizei o robe por seus ombros
delicados deixando que o tecido fino se enroscasse em torno dos seus pés.
Diana terminou de abrir minha camisa e eu joguei os braços para trás para
que ela me desnudasse. Apertei seu corpo contra o meu e o beijo ficou mais
selvagem. Nossas línguas se enroscavam uma na outra e minhas mãos
percorreram seu corpo. Procurei o zíper daquele corpete e comecei a baixá-lo.
Quando a peça íntima se desprendeu do corpo de Diana, seus seios se
grudaram aos meus, quentes e macios. Eu adorava essa sensação de tê-la
assim.
Segurei sua cintura e a peguei no colo sentindo as pernas dela se
enroscarem em minha cintura. Deitei Diana na cama e apoiei meus braços no
colchão ao lado do seu corpo. Estávamos ofegantes e afastei minha boca da
sua vendo seus olhos turvos pelo desejo. Eu a queria, minha vontade era de
rasgar sua calcinha e penetrá-la com força até desabar sem forças sobre seu
corpo, mas eu tinha de venerá-la, levá-la ao limite e lhe dar prazer antes de
finalmente me entregar. Desci os meus lábios pelo seu colo, alcançando a
curva dos seios e passando a língua sobre um dos mamilos intumescidos.
Diana arqueou o corpo, completamente sensível e eu mordi levemente um
mamilo para provocá-la. Seus dedos agarraram meus cabelos e eu continuei
deslizando minha língua de um seio para o outro. Desci o corpo criando uma
trilha de beijos em sua barriga lisa enquanto minhas mãos lhe agarravam os
seios. Passei os polegares em seus mamilos e passei a língua contornando o
elástico da sua calcinha pequena. Desci as mãos e soltei as ligas, segurei a
calcinha de cada lado, puxando para baixo e deixando-a completamente nua,
a não ser pelos sapatos e as meias.
Observei minha esposa deitada na cama e totalmente pronta para
mim. Minha boca foi de encontro à sua intimidade molhada e eu quase gemi
de satisfação, agarrando seus quadris e a trazendo cada vez para mais perto.
Minha língua deslizou pela abertura, pelo seu clitóris e Diana gemia se
agarrando aos lençóis. Levantei meu olhar sem afastar a boca apenas para me
dar o prazer de vê-la dominada pelo desejo e sua expressão no momento em
que chegou ao clímax se derramando em minha língua. Devagar, eu a
saboreei tendo a certeza de que ela era especialmente deliciosa. Sua
respiração agitava fazia com que seus seios subissem e descessem
rapidamente e eu sorri de canto. Diana era maravilhosa e eu queria passar a
noite inteira grudado ao seu corpo curvilíneo.
- Eu amo você. – minha voz saiu rouca, carregada de desejo.
- Eu também amo você. – seus olhos baixaram para o volume em
minha calça – Preciso de você, Anthony. Dentro de mim.
Aquele pedido era impossível de ser negado porque eu já estava
mais do que pronto para possuí-la. Livrei-me da calça e da cueca em uma
pressa alucinante. Deitei sobre seu corpo e me ajeitei entre suas pernas,
fazendo meu membro penetrá-la centímetro a centímetro lentamente. Eu
soltei um gemido e ela se agarrou às minhas costas cravando as unhas sobre
meus músculos no momento em que comecei a me movimentar. Meu quadril
aumentou a velocidade das estocadas e meus lábios buscaram os dela calando
um gemido. Todo meu corpo parecia queimar, meu membro deslizava
apertado dentro da minha esposa e ela estava com as pernas em volta da
minha cintura enquanto seu corpo arqueava debaixo do meu e os seios se
apertavam contra meu tórax.
Meu corpo começou a suar, as unhas de Diana cravavam com força
em minhas costas e a dor se transformava em prazer diante daquela reação.
Soltei um gemido alto afastando meus lábios dos dela, meu pau inchou ainda
mais e eu estava à beira daquele abismo que eu tanto buscava. Diana se
contorceu e estremeceu, explodindo e se desmanchando em volta de mim. Eu
continuei com meus movimentos, até que o calor se acumulou e aquela
redemoinho de sensações explodiu, me fazendo gozar e me derramar dentro
dela, como acontecia quase todas as noites. Meu corpo caiu e eu afundei meu
rosto na curva do seu pescoço. Nossas respirações agitadas eram o único som
que podia ser ouvido no quarto. Eu estava sem forças, mas precisei sair de
cima de Diana antes de esmagá-la com meu corpo pesado. Quando rolei para
o lado, eu a puxei para mim e seu rosto se acomodou no meu peitoral.
- Eu te amo tanto, Anthony. – ouvi seu sussurro enquanto ela se
aninhava ao meu lado como uma gatinha.
- Eu também te amo, meu amor. Demais. – completei.
- Obrigada por me fazer a mulher mais feliz do mundo. – levantou
a cabeça e apoiou o queixo no meu peitoral – Minha boca está seca.
- Precisamos abrir o champanhe. – fui me sentando e levando
Diana junto comigo, lhe roubando um selinho calmo – Temos uma longa
noite pela frente.
Servi o espumante sem álcool para nós dois e lhe entreguei uma
taça, ela tomou um gole e sorriu para mim. Sentei-me ao seu lado e a envolvi
pela cintura lhe dando um beijo na têmpora.
- Queria poder passar toda a lua de mel trancado aqui nesse quarto,
de preferência sem nenhuma roupa.
- Hmm, isso seria muito tentador... – virou o rosto para me olhar e
sorriu – Porém amanhã teremos dois garotinhos agitados aqui conosco.
- É verdade. – tomei um gole do espumante.
- Por isso, Sr. Walsh, acho que deveríamos aproveitar nosso tempo
livre. – Diana tirou a taça da minha mão e colocou as duas sobre o criado
mudo ao lado da cama.
- Tem toda razão, Sra. Walsh.
Ela me empurrou fazendo com que eu deitasse na cama e se livrou
dos sapatos. Diana colocou um dos pés sobre o colchão e foi se livrando das
meias me observando com aqueles lindos olhos cheios de desejo. Ela
deslizou por ambas as pernas e jogou as meias para longe. Subiu em meu
corpo e me olhou. Seus seios chamaram minha atenção e eu quis tocá-los,
mas ela me impediu segurando minhas mãos que já avançavam.
- Nada disso, meu amor. – jogou os cabelos de lado – Você não vai
tocar em mim, somente quando eu deixar.
Lá estava uma Diana dominadora e absurdamente sexy e
desinibida. Deus tinha caprichado na esposa que me enviara. Eu sempre
suspeitei de que ela tinha aparecido naquela festa há dois anos com um
simples propósito: virar meu mundo de cabeça para baixo e ser a eterna Sra.
Walsh. Nessa noite, Diana tinha me seduzido e me levado ao limite. Usara os
morangos para me provocar, os chupava, lambia e depois fazia o mesmo com
meu membro latejante. Passamos horas enroscados, fazendo amor como se
nunca fôssemos capazes de nos saciar e quando pegamos no sono, estávamos
completamente exaustos.
Capítulo 57
- Diana...
- Querida, volte para a cama. – sua mão pousou sobre a coxa dela –
Vamos, de repente a gente possa continuar com as atividades.
- Parece uma proposta deliciosa, mas em poucos minutos teremos
dois garotinhos aqui. Portanto é melhor você se levantar.
- Agora sim, bom dia. – ele sorriu de canto – Vou pedir o café da
manhã e podemos comer na varanda.
Afastou-se e pegou o telefone do hotel fazendo o pedido em um
italiano impecável. Diana esperou até que ele terminasse para lhe fazer a
pergunta que queria.
- Por que está me olhando desse jeito? – a pergunta dela fez com
que ele percebesse que estava bastante tempo observando-a calado.
- Hm... – ajeitou-se na cadeira e se inclinou para frente deixando a
torrada sobre o prato – Só estava vendo o quanto você mudou nesses últimos
tempos.
- Para melhor, eu espero. – deu um sorriso singelo.
- Sem dúvidas, meu amor.
Ele sabia o que ela queria, conhecia sua esposa e todos os sinais de
quando estava excitada. Também estava da mesma forma, o membro inchado
já pulsando pela liberação. Ambos se olharam nos olhos e leram o que cada
um precisava. Diana se acomodou no colo dele, sentando-se de frente, cada
um dos joelhos na lateral do seu corpo. A cadeira era espaçosa, não tinha
braços e tinha se tornado excelente para ela se apoiar. Anthony usou as mãos
habilidosas para soltar o nó do roupão e revelar o corpo perfeito e feminino à
sua frente.
Ficou com água na boca vendo a barriga lisa, os seios fartos e a
intimidade dela pronta para recebê-lo. Nem mesmo precisava tocá-la para ter
ciência daquilo. Encheu as mãos com aqueles dois volumes perfeitos à sua
frente e Diana arqueou. Anthony usou os polegares para provocar-lhe os
mamilos e ela suspirou. Adorava ver cada uma das reações da esposa, o
quanto era capaz de lhe dar prazer com cada toque. As mãos dela procuraram
a abertura do seu roupão e deslizaram por sua pele passando as unhas e
deixando sua marca. Diana também era possessiva, sabia disso.
Sem conseguir esperar mais um segundo sequer, ele tirou as mãos
dos seios dela, soltou o nó do seu próprio roupão com uma agilidade
invejável e agarrou a cintura fina conduzindo-a. Diana se ergueu, encaixou-se
no membro rígido e deslizou para baixo, arrancando um gemido dos dois.
Anthony passou a língua pelo mamilo intumescido e circulou o mesmo
distribuindo beijos em seu seio. Levantou a cabeça e começou a movimentar
a esposa em seu colo. Diana agarrou-se aos ombros largos cravando as unhas
e seus movimentos ficaram mais rápidos. Encostou a boca na do marido e
ambos ficaram cada vez mais ofegantes enquanto ela subia e descia em seu
membro grosso. Adorava a maneira com que a intimidade dela o apertava,
como seu pau se acomodava perfeitamente dentro daquele calor, seu
abdômen se contraía pela antecipação do clímax. O prazer que sentia com
Diana era único, todos os sangue do seu corpo corria pelas veias rapidamente,
sua pele se ruborizava e as pernas pareciam fraquejar. Ele sabia que estava
perto de preenchê-la mais uma vez e apertou as nádegas redondas com força.
Diana movimentou-se mais algumas vezes e atingiu o orgasmo arqueando o
corpo e gemendo enquanto Anthony a afundava novamente e se deixava
liberar com o clímax explodindo de dentro para fora de seu corpo.
Ela se deixou abandonar sobre o colo dele, afundando o rosto na
curva do seu pescoço. Anthony a abraçou deslizando a mão por suas costas
por debaixo do roupão. Ambos estavam ofegantes e com os batimentos
cardíacos acelerados. Ele a beijou com carinho no ombro.
- Da última vez que vim a essa cidade, eu não tinha certeza se teria
você de volta. – ele comentou olhando-a nos olhos.
- Agora você pode ter novas lembranças, dessa vez bem felizes. –
passou um dos braços em torno do pescoço dele.
- Já começamos bem então... – sorriu aproximando-se do ouvido
dela – A noite de núpcias foi deliciosa e nosso café da manhã também.
- Acho que você vai gostar da lingerie especial que tenho para hoje
à noite. – passou as unhas na nuca de Anthony, provocando-o.
- Posso subornar minha irmã para ficar algumas horinhas com os
meninos.
ANTHONY
- O que está fazendo aí de pé? E ainda por cima vestido? Volte para
a cama.
- Jamais me esqueceria.
- Por que você não toma banho comigo? – ela piscou aqueles cílios
longos com um olhar impossível de resistir – Podemos começar o dia
comemorando. – um sorriso sugestivo curvou seus lábios.
ANTHONY
- Walsh.
- Sr. Walsh, a Sra. Walsh está aqui fora. Posso pedir para que
entre? – a voz de Gabriela ecoou no silêncio da minha sala.
- Claro.
Passei meu braço livre em volta da sua cintura trazendo-a para mais
perto fazendo seus seios serem pressionados contra mim. Ela conseguia ficar
ainda mais linda conforme o tempo passada. Os olhos brilhantes por baixo
dos cílios longos, a pele suave que eu adorava acariciar e os lábios de
contornos perfeitos que me convidavam para beijá-los. Mesmo com todos os
inúmeros erros do passado, com minha negação a um sentimento que já não
podia mais ser controlado e me assustara bastante, lá estava ela com aquele
lindo brilho no olhar e um sorriso nos lábios que mostrava a todos o quanto
estava feliz. Minha esposa merecia todo esse amor que estava dentro do meu
coração.
Nada disso era encenação, mostrar às pessoas que éramos felizes já
não fazia mais parte dos negócios ou parte de um contrato que fora rasgado
com minhas próprias mãos logo depois que voltamos da nossa lua de mel.
Nós realmente nos amávamos e a alegria que envolvia o nosso casamento era
o reflexo desse sentimento. Tínhamos três filhos lindos que eram nossos
maiores tesouros.
- Pois não, Sr. Walsh. – atendeu já ciente que era eu por conta do
identificador.
- Preciso que alguém vá buscar dois McLanche Feliz o mais rápido
possível.
- É claro.
Bônus
DIANA