Comunicacao Nas Organizacoes Compressed
Comunicacao Nas Organizacoes Compressed
Comunicacao Nas Organizacoes Compressed
NAS ORGANIZAÇÕES
Professora Esp. Juliana Spadoto
Universidade de Marília
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001
CEP 17.525–902- Marília-SP
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Bons estudos!
Espero que você faça bom uso deste material. Aproveite o momento para refl
e-tir sobre o jeito como você se comunica e para se conscientizar da
importância da leitura, além de sanar eventuais dúvidas acumuladas ao
longo do tempo.
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01
Comunicação
e Socialização
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“Quem não se comunica se trumbica” - Chacrinha, comunicador
Agora pense em sua casa, seu bairro, sua escola, sua turma. Esses certamente
foram os primeiros meios sociais em que você viveu, e a comunicação foi o canal
pelo qual sua cultura foi transmitida a você.
Utilizar bem a linguagem e a interpretação vai muito além do que apenas falar ou
escrever: é fazer parte de grupos sociais, ascender pessoal e pro ssionalmente,
adquirir e compartilhar conhecimento. A comunicação confunde-se com nossa
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própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que
respiramos ou andamos. Somente percebemos sua importância quando, por um
acidente ou doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Você sabia que
pessoas que foram impedidas de se comunicar durante longos períodos
enlouqueceram ou caram perto da loucura?
“Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um
homem qualquer realiza desde que se levanta pela manhã até a hora
de deitar-se, no m do dia. A quantidade de atos de comunicação é
simplesmente inacreditável, desde o ‘bom dia’ à sua mulher,
acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal, a
decodi cação de número e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o
pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco, os
cumprimentos aos colegas no escritório, o trabalho com documentos,
recibos, relatórios, as reuniões e entrevistas, a visita ao banco e as
conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o
almoço, a escolha do prato do menu, a conversa com os lhos no
jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com sua
mulher antes de dormir, e o ato nal de comunicação num dia cheio
dela: ‘boa noite’.” (Díaz Bordenave, 1986)
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No lme “O Náufrago”, de Robert Zemeckis, Chuck Noland (Tom Hanks)
ca sozinho em uma ilha deserta depois de um desastre de avião. A
certa altura da trama, ele “faz amizade” com uma bola de vôlei, à qual
ele chama de Wilson – a marca da bola. À primeira impressão, o
espectador pode achar que Chuck cou louco por conversar e dedicar
sentimentos a uma bola, mas o que se percebe é o contrário: ele sabe
que cará louco se não socializar com alguém na ilha. Logo, conversa
com um objeto e a ele atribui características humanas para evitar ir à
loucura enquanto está sozinho.
Comunicação e Tecnologia
Após a revolução industrial, no início do século XIX, houve a invenção de máquinas
capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens, tais como a fotogra a, o
cinema, os meios de impressão grá ca, o rádio, a TV, o computador e seus
derivados, tablet, iphone, celulares, etc. Com um simples apertar de botões ou por
meio de uma tela touch screen, as notícias nos chegam da mesma forma como nos
chegam a água e a eletricidade.
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Atualmente, com o avanço da tecnologia, existe também a indústria 4.0, na qual a
linguagem da comunicação é feita quase que totalmente entre as próprias
máquinas, utilizando-se, inclusive, da tecnologia da linguagem computacional
denominada “Internet das coisas”, obviamente que necessitando de um ser
humano para o seu desenvolvimento. Nesse contexto, “o mundo está no início de
uma quarta revolução industrial, e essa revolução está acontecendo devido à
eliminação dos limites entre o mundo digital, o mundo físico, que são as coisas, e o
mundo biológico, que somos nós” (IEASP, 2016).
Andando lado a lado com a evolução dos computadores, está a Internet, que nem
sempre foi da maneira que a conhecemos: na verdade, ela foi desenvolvida para
ns militares e não passava de um sistema de comunicação entre as bases
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militares dos EUA. Em 1971, a até então chamada ArpaNet passou a ser usada por
acadêmicos e professores universitários, principalmente nos EUA, para trocarem
ideias e mensagens, e então recebeu o nome de Internet. A disseminação e a
popularização da rede no Brasil aconteceram no nal da década de 1990, e aos
poucos foi se tornando aquilo que conhecemos hoje: indispensável para a nossa
vida, pois estar conectado à rede mundial é uma fonte de conhecimento,
interatividade, diversão e, acima de tudo, de comunicação.
GÍRIA x JARGÃO
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A gíria
Conceitualizando, Araújo e Sousa nos dizem que
Na prática, sabemos que a gíria é uma fala informal, que varia conforme o grupo e
a época. Você se lembra das gírias que falava quando criança? São as mesmas que
os jovens falam hoje? Certamente a resposta é não. Caso alguém leia este mesmo
material em 2030, por exemplo, as gírias atuais aqui expostas já serão
ultrapassadas.
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Gírias comuns nos anos 1980 Gírias comuns nos anos 2010
E quem cria as gírias? - Nós mesmos, os próprios falantes de uma língua. E elas
podem surgir nas mais diversas situações tais como contextos culturais, de
entretenimento, na internet, na rua, em um vídeo que viraliza... São expressões que
normalmente não fariam sentido nenhum, ou têm algum sentido completamente
diferente daquele em que são usadas, mas o fato é que as gírias enriquecem a
linguagem de tal forma que, em determinados casos, é impossível ser
compreendido sem usar nenhuma.
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Veja mais alguns exemplos da evolução as gírias desde os anos 60:
O jargão
Imagine que você está em um hospital e ouve um médico conversando com outro.
Um deles diz:
É provável que você tenha levado algum tempo até entender o que o médico falou,
pois ele utilizou termos com os quais os dois colegas médicos estão acostumados.
Com a paciente, o médico deve falar de uma maneira mais simples, como: "Bem,
dona Maria, a senhora pode parar de tomar o remédio, sem problemas.”
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Você sabe o que signi ca brie ng, feedback e ranking? São termos do
chamado “corporativês”. Nessa linguagem, muitos jargões são
emprestados da língua inglesa e nem foram traduzidos para o
português. As pessoas que não sabem o signi cado desses termos
podem prejudicar a comunicação, assim como aquelas que os usam a
todo o momento, pois podem se expressar de maneira incorreta e
“forçada”. Se o pro ssional está em uma conversa entre amigos, não há
necessidade de usar esses termos, pois pode passar uma imagem de
arrogância. Quem não conhece bem o signi cado dos termos é melhor
não utilizá-los! Conheça uma lista desses jargões em inglês em
Cada pessoa e grupo social possui uma maneira própria de falar e criar suas
próprias marcas linguísticas. Tais marcas produzem uma variedade não apenas no
âmbito geográ co, mas também no âmbito pro ssional. Em suma, a língua varia de
acordo com os elementos regionais, socioculturais e contextuais, conceitos que
veremos mais adiante neste curso.
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Você já ouviu falar em anglicismo? Trata-se do uso de termos da língua
inglesa mesmo quando existem as mesmas palavras na língua
portuguesa. Há quem diga que são termos indispensáveis para dar um
ar mais “chique”, pro ssional ou corporativo à situação, mas outros
defendem que é um exagero, já que os mesmos termos podem ser
encontrados em português. O que você acha? Exagero ou necessidade?
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02
Elementos da
Comunicação
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“Se você falar com um homem em uma linguagem que ele compreende,
isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem,
você atinge seu coração.” (Nelson Mandela)
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Elementos da Comunicação
Um dos primeiros estudiosos a considerar quais elementos são necessários para
que uma comunicação e caz aconteça foi Roman Jakobson (1896-1982). Para esse
linguista russo, há basicamente seis funções determinadas de acordo com o
elemento em que a ênfase da mensagem recai.
Veja o esquema:
EMISSOR: é aquele que envia a mensagem. Pode ser uma pessoa, uma
empresa, uma equipe, etc. Nem sempre é uma única pessoa a responsável
pela transmissão de uma mensagem.
MENSAGEM: é o conteúdo informativo enviado de um emissor para um
receptor.
RECEPTOR: é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor.
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CANAL DA COMUNICAÇÃO: é qualquer meio pelo qual a mensagem é
enviada. Pode ser a voz, celular, computador, livro, propaganda, gestos,
outdoor, etc.
CÓDIGO: é a língua em que a mensagem é escrita ou falada.
Para ilustrar onde entra cada um desses elementos, imagine uma situação comum
do cotidiano:
Janaína quer lembrar o esposo, Roberto, de algo que ela disse a ele
no café da manhã, antes de saírem para trabalhar: “Amor, não se
esqueça de trazer um suco para o jantar, tá?”
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No supermercado, Roberto tira uma foto da caixa de suco, envia
para Janaína e vai para casa. No entanto, por algum motivo, a
mensagem com a foto não chegou e Janaína não viu que ele iria
levar suco de laranja, e não de uva.
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O QUE É RUÍDO NA COMUNICAÇÃO?
Em suma, comunicar-se bem não signi ca falar bonito, mas sim apresentar
e ciência na transmissão das mensagens, isto é, que elas alcancem os objetivos
propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos e cientemente quando o
receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz.
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Erro de português x Falha de comunicação
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03
Variações
Linguísticas
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“A linguagem existe para que nos sirvamos dela, não para que sirvamos a ela” -
Fernando Pessoa, poeta.
Nos espaços sociais em que vivemos, temos a oportunidade de encontrar diversas formas
de linguagem escolhidas dependendo da intenção do emissor. Vejamos algumas
informações sobre as características e os aspectos mais relevantes que demarcam as formas
de linguagem, sejam elas no plano verbal ou no plano não verbal.
No instante em que você põe os olhos em um texto, você o lê. Por que você o leu? Porque, a
partir do momento que você se alfabetizou, torna-se um ato instintivo, automático. Placas,
sinais, lmes, livros, bilhetes, posts, todas essas manifestações só existem porque existe a
linguagem aprendida.
Já vimos nas aulas anteriores que a linguagem está diretamente relacionada à prática social.
Ela é viva e dinâmica, e tanto modi ca a sociedade quanto é por ela modi cada. Nos estudos
sobre o assunto, a linguagem é abordada e entendida a partir de três vertentes, e a prática
social é uma delas:
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Além do português padrão, há outras variedades que são usadas em situações informais
diversas e diferentes de acordo com o contexto e sujeitos do processo comunicativo. Fatores
tais como escolaridade, nível social, idade, região, etc. são responsáveis por determinado
tipo de linguajar que pode ser discriminado inclusive dentro de situações informais.
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas cavam
longos meses debaixo do balaio. (...) Antigamente, acontecia o indivíduo apanhar
constipação; cando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à
botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Antigamente, os
homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, não havia fotógrafos, mas
retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.Mas tudo isso era antigamente,
isto é, outrora.
É perceptível que nele existem expressões que já não usamos mais, tais como mademoiselles,
janotas, pé-de-alferes, balaio, botica, ceroulas, outrora. O texto de Drummond fala exatamente
disso: de como se falava antigamente.
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como caria? Os termos em destaque
seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “cantadas”, “da hora”, “os caras”, “a galera,”
“farmácia”, “cuecas” e assim por diante.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em
virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.
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Ou seja: todo mundo tem seu jeito de falar, seja por história pessoal ou coletiva. O que vale
lembrar é que não existe certo ou um errado quando a questão é sotaque, por exemplo, ou
vocabulário diferente de uma geração ou região para outra.
Errado é o que não está de acordo com a gramática vigente. As diferentes formas de falar a
língua portuguesa são chamadas de variações linguísticas.
“[...] o português, como qualquer outra língua, não é estático e imutável. Assim
sendo, podemos dizer que uma língua não é uma unidade homogênea e
uniforme. Ela poderia ser de nida como um conjunto de variedades. É esta
diversidade que faz surgir os níveis de linguagem que variam de acordo com o
nível social, econômico, cultural e geográ co. No Brasil há uma grande
variedade de pronúncia e vocabulário: há diferentes sotaques: o sotaque
mineiro, o gaúcho, o nordestino, etc. Também no vocabulário observam-se
diferenças entre regiões e também na fala de quem mora na capital e de quem
vive na zona rural” (MOYSÉS, 2014).
Variação Histórica
É aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Por exemplo, a palavra “você”, que
no tempo do Brasil colônia era “vossa mercê” e depois virou “vosmecê”. O mesmo acontece
com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
No século IX, seria comum encontrar uma placa em algum local público onde se lêsse:
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Veja como a gra a era diferente. Estava errado? Não, pois na época, era assim que se
escrevia.
É famoso nas redes sociais e por quem estuda variações linguísticas o “cartão da paquera”,
nome usado para identi car o bilhete do século XIX encontrado no acervo bibliográ co que
pertenceu ao gaúcho Othelo Rodrigues Rosa, jornalista, escritor, poeta e historiador que
morreu em 1956.
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Acredita-se que o galanteio seja obra de algum expert em fazer a corte às damas da época.
Ao que tudo indica, o dono do cartão de fato se deu bem, uma vez que é possível observar
no cartão original uma discreta marca no canto inferior direito do cartão.
Variação Regional
São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região como, por
exemplo, a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira e aipim; e
abóbora, que também é conhecida como jerimum dependendo do estado brasileiro. O
sotaque também é uma variação regional, como em regiões que puxam o “r” ou ainda falam
“tu” mesmo que não conjugue o verbo corretamente (tu é, tu vai, etc.).
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Uso de “r” pelo “l” em nal de sílaba e nos grupos consonantais: dizem pranta,
broco ao invés de planta, bloco.
Variação Sociocultural
É aquela pertencente a um grupo especí co. Neste caso, podemos destacar as gírias, a
linguagem coloquial usada no dia a dia das pessoas e a linguagem formal, que é aquela
utilizada por pessoas com maior grau de instrução.
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Também fazem parte deste grupo os jargões, dos quais já falamos na Aula 2, que pertencem
a uma classe pro ssional mais especí ca, como é o caso dos médicos, pro ssionais da
informática e policias, dentre outros.
Veja:
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Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
O primeiro verso foi escrito de acordo com a norma culta, logo, em uma linguagem formal,
pois o verbo (dar) vem antes do pronome (me). A gramática diz que o pronome (no caso
“me”) nunca deve vir antes do verbo em começo de frase. No último verso, já ocorre o
contrário: o pronome (me) vem antes do verbo (dar), representando assim a forma como
falamos e também a linguagem informal. Mas não podemos dizer que se trata de uma forma
errada: é somente inadequada em ocasiões e discursos formais.
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Também chamada de linguagem coloquial.
Existem diferentes situações de comunicação. Uma mesma pessoa pode escolher uma
forma de linguagem mais conservadora numa situação formal ou um linguajar mais
informal, em situação mais descontraída. Quantas vezes isso não acontece conosco no
cotidiano? Na família e com amigos falamos de uma forma, mas numa entrevista de
emprego é muito diferente.
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04
Coesão e Coerência
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“Sou todo incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e
admiro a vida, entanto como nunca ninguém a admirou!” - Mário de Sá-
Carneiro, poeta e contista português
a. portanto
b. entretanto
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E se eu quisesse usar o conectivo “entretanto”, faria sentido? Não. Para isso, eu
teria que alterar a oração, assim:
Podemos então resumir que coesão tem a ver com a estrutura da oração e
coerência tem a ver com o sentido dela - e, claro, uma está ligada à outra.
Os elementos conectivos
TEXTO 1: Sem conectivos TEXTO 2: Com conectivos
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Relações lógico-discursivas (coesão)
Relação de causalidade
É aquela que expressa uma causa para o fato apresentado. As
conjunções aqui utilizadas são: porque, pois, por isso, já que, visto
que, uma vez que, etc.
Relação de condicionalidade
A relação se condicionalidade se dá quando um segmento expressa
uma condição para que outra coisa aconteça. São orações com
conjunções condicionais: se, caso, contanto que, a menos que, salvo
se, desde que, etc.
Relação de temporalidade
Expressa uma relação de tempo por meio de conectivos tais como
quando, assim que, logo que, enquanto, cada vez que, etc.
Relação de adição
Na relação de adição, ocorre a inclusão de mais um elemento - um item
ou argumento. Contém conjunções aditivas, do grupo do “e”, que inclui
o também, ainda, além de, além disso, nem, etc.
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ELEMENTO 1: TENHO DINHEIRO
ELEMENTO 2: E TAMBÉM VOU AO CINEMA
Relação de conclusão
Como o nome deixa claro, essa relação de coesão tem a ver com a
conclusão de um algo a partir das proposições presentes em um
segmento anterior do texto. É o grupo do “portanto”: logo, sendo
assim, dessa forma, então, etc.
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Veja abaixo uma tabela com os principais conectivos e suas respectivas relações. A
maioria já foi explicada neste presente tópico; o restante, deixo com vocês,
estimados!
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Tipo de relação Alguns conectivos
Casualidade porque, uma vez que, visto que, já que, desde que, como
Alternância ou
Delimitação ou
pronomes relativos
restrição
Adição e, ainda, também, não só... mas também, além de, nem
Justi cativa ou
isto é, quer dizer, ou seja, pois
explicação
Coerência
Como já falamos, coerência é relação lógica entre as ideias de um texto. Vamos a
uma breve de nição dos linguistas Platão e Fiorin (2007):
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Ou seja: quando você transmite uma mensagem, certamente leva em consideração
quem vai recebê-la. Provavelmente você também se lembra de que alguns
cuidados devem ser tomados para que o receptor compreenda a mensagem.
Nessa tentativa de se fazer compreendido, você deve estabelecer alguns padrões
mentais que diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, certo?
Intuitivamente, você está seguindo um princípio básico para uma boa escrita,
chamado de coerência textual. A coerência é uma conformidade entre fatos ou
ideias, é aquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo
de construção de sentidos do texto e à articulação das ideias.
“Frase assim escreve uma coerência sintática, mas ninguém ainda que conheça não”.
Não entendeu nada, certo? Pois é, ninguém escreve uma oração assim... Esse é o
princípio básico da sintaxe: construir frases nas quais os elementos da oração
estejam dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a
ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos.
Duas placas que viralizaram nas redes sociais e que exempli cam a falta de
coerência são aquelas em que se lia PINTAMOS CASA A DOMICÍLIO e CORTAMOS
CABELO AO VIVO. Alguém aí consegue explicar?
O que é sintaxe?
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Nesse caso claro de falta de coerência, percebe-se que a prefeitura queria passar
duas informações distintas: 1) que os foliões da cidade usassem camisinha para se
prevenir da dengue, 2) que os foliões combatessem o mosquito da dengue. Porém,
o uso do conectivo “e” dá a ideia lógica-discursiva de adição, de acréscimo de ideias
que se complementam, e não cabe no caso de duas ideias que não tem nada a ver.
A faixa, obviamente, virou piada.
Coerência Temática
Lembra-se do candidato do Enem que, na redação cujo tema era “Imigração Legal”,
escreveu uma receita de macarrão instantâneo do desenvolvimento? É um
exemplo - mesmo que exagerado e sem noção da parte do “engraçadinho” - de
falta de coerência temática.
Coerência Estilística
Coerência Genérica
A palavra “genérica”, aqui, quer dizer “de gênero”; de gênero textual, ou seja, dos
estilos que existem (narrativo, informativo, descritivo, etc.) Tem a ver com a escolha
adequada do gênero textual. Existe um gênero para cada ato de fala e escrita: por
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exemplo, se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda,
provavelmente ele optará pela linguagem informativa, e não um poema. Se a
intenção é contar uma história, o conto ou a crônica são opções possíveis.
No exemplo abaixo, temos a transcrição de uma placa real de estrada com duas
informações coerentes e uma incoerente com o gênero informativo “placa de
sinalização”. Fica óbvio qual está fora de contexto, não é?
CRUZAMENTO PERIGOSO
REDUZA A VELOCIDADE
Cabe aqui fazer uma observação: há casos em que o emissor da mensagem faz uso
da falta de coerência propositalmente para causar algum efeito poético ou de
humor.
Tudo porque
(Anônimo)
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05
Comunicação
Interpessoal
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As cinco essenciais habilidades empreendedoras para o sucesso são
concentração, discernimento, organização,inovação e comunicação.
Michael Faraday, cientista britânico.
Para começar, a comunicação deve ser entendida como parte inerente à natureza
das organizações, que são formadas por pessoas que se comunicam entre si e que,
por meio de processos de interação, viabilizam o sistema funcional para a
realização dos objetivos organizacionais. Portanto, sem comunicação as
organizações não existiriam. (KUNSCH, 2009).
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Se você passou pelo porteiro hoje, acenou para ele e ele retribuiu,
automaticamente vocês realizaram uma interação de comunicação interpessoal.
Uma comunicação interpessoal clara evita con itos, pois faz com que as
mensagens sejam passadas de uma maneira que os dois lados possam
compreender, resultando assim no sucesso da troca de informações.
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Comunicação no ambiente
pro ssional
Comunicar-se não envolve apenas o que falamos, mas também a maneira que
levamos essas informações às outras pessoas. A linguagem corporal, o tom de voz
e o que você fala in uenciam na maneira como o outro recebe a sua mensagem.
Por isso, é preciso prestar atenção em como você se porta perto das pessoas com
quem interage, como fala com elas, qual o tom de voz que usa e como gesticula.
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Utilize a comunicação interpessoal para resolver con itos – as
práticas de comunicação interpessoal são poderosas aliadas na
resolução e na prevenção de con itos. Não são raros casos de
pro ssionais que criam situações con ituosas porque se negam a
dedicar dez minutos do dia para trocar ideias, desfazer equívocos e
chegar a um consenso. Por isso, procure estimular o diálogo entre seus
funcionários. Atue como mediador, ouça as partes envolvidas e procure
aproximá-las para que tudo se resolva com serenidade.
Procure trocar algo mais que palavras –. O ideal é que, quando você
inicie a troca de informações com alguém, procure exercer a empatia,
ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Assim,
você conseguirá conhecer fatos culturais que, talvez, você jamais
chegue a vivenciar.
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atento, a postura e o gestual demonstram todo tipo de sentimento:
alegria, contrariedade, etc., e isso pode causar falhas de comunicação e
desentendimentos.
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Já ouviu falar que toda empresa tem um “rádio corredor”? Qual o limite
entre comunicação informal e fofoca? Neste artigo, Alessandra Becker,
sócia fundadora da FALE Consultoras, alerta para o perigo de boatos e
fofocas se tornarem a comunicação o cial de uma organização.
Mas como usar a imagem pessoal como estratégia de mercado? Para ser
e ciente, o marketing pessoal deve ser sutil e inteligente, a começar pela aparência.
Exibir roupas de marca, por exemplo, não faz de você um pro ssional respeitado.
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Pior: o resultado pode até ser o contrário e revelar que, na falta do que falar, você
exagera na aparência.
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“Não basta à mulher de César ser honesta, ela tem de parecer
honesta”. Cícero (106–43 a.C.), político, escritor, orador e lósofo
romano. Transportado para os dias de hoje e dentro do contexto
laboral, podemos dizer que não basta ser um ótimo pro ssional, com
currículo impecável e experiências invejáveis: é preciso visualmente
parecer um ótimo pro ssional.
Mas, então, trata-se de uma “ditadura da imagem perfeita”? Não. Trata-se de ser
exível e se adequar aos diferentes contextos e grupos sociais que vivemos.
Ninguém veste as mesmas roupas, faz os mesmos gestos ou fala com a mesma
linguagem quando está com os familiares e com os clientes, por exemplo. Sua
imagem pessoal não é única, e o bom pro ssional é capaz de se adaptar a
diferentes ocasiões sem se esquecer de quem é ele, do seu estilo, da sua
personalidade e dos seus gostos.
É muito difícil, para não dizer praticamente impossível, explorar a mesma imagem
para sempre sem novidades, pois no ramo pro ssional é preciso unir atualização
de conhecimento técnico à aquisição de aspectos culturais e sociais. Quer dizer que
o pro ssional tem de desenvolver um per l que explore suas habilidades sem
mudar seu caráter pessoal, ao mesmo tempo em que cria uma imagem
sempre coerente com o mercado.
Nesse sentido, não importa a função que se esteja exercendo em qualquer área da
organização ou na sociedade: o fundamental é estar incluso (RIZZO, 2017).
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“Não se pode car parado, sobretudo num mundo cujos pontos de
referência estão sobre rodas.” A frase é de Zygmunt Bauman (1925-
2017), que se você ainda não conhece, precisa conhecer. Os livros do
sociólogo e lósofo polonês trazem ideias sobre as conexões na
sociedade contemporânea, na comumente conhecida como pós-
modernidade. É dele o conceito de relações líquidas, tão discutido e
pertinente hoje. Para Bauman, é impossível fugir das consequências da
globalização, com suas vertiginosas ondas de informação, em que tudo
ocorre com intensa velocidade, o que também se re ete em todas as
relações entre as pessoas.
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Boas práticas e imagem pessoal
COMUNICAÇÃO NÃO
BOA COMUNICAÇÃO BOA POSTURA
VERBAL
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conversando, o que
confere mais
harmonia à conversa.
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No início de 2016, um case corporativo cou famoso nas redes sociais
quando um estagiário da Cantareira Construtora e Imobiliária foi
demitido após fazer posts machistas em suas redes pessoais. Nas fotos
em que tirou ao visitar uma obra, escreveu na legenda algo como
"procurando uma feminista para ajudar a descarregar a carga de
cimento".
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Talvez nem seja necessário pontuar, mas é sempre bom validar com dados:
segundo um estudo feito em 2014 pelo Sebrae, 60% dos problemas nas empresas
causados se devem à falta de comunicação entre os colaboradores. Veja algumas
das falhas mais recorrentes nesse âmbito:
1. Não pedir ajuda - quem tem vergonha de tirar alguma dúvida, em algum
momento vai fazer algo de errado. Lembre-se: pergunta boba é aquela que
nunca foi feita.
2. Não explicar quando necessário - às vezes deixamos de explicar qual nossa
expectativa ao designar uma tarefa ou simplesmente combinar algo com as
pessoas, acreditando que elas já compreenderam. Procure explicar sem
receio o que você deseja dos outros.
3. Esconder-se atrás do e-mail - mensagens de texto como WhatsApp também
são válidas nesse caso. Com o advento tecnológico, preferimos enviar um e-
mail ou mensagem em que podemos resolver pessoalmente ou fazer uma
ligação que levaria menos tempo. Quando sentir que pode resolver mais
rapidamente por meio de uma ação, vá e faça.
4. Não ir direto ao ponto - existem pessoas que começam um assunto, vão
fazer alguma outra coisa no meio e não conseguem nalizá-lo. Re ita se você
é essa pessoa. Nunca se esqueça de que todo assunto que tem um início,
tem um m!
5. Falar demais, escutar de menos - já ouviu falar que não é à toa termos
dois ouvidos e uma boca, certo? Procure ouvir mais e fala menos, e tenha
menos impulsividade no momento de defender alguma ideia. Esteja atento
às informações e sempre ouça mais!
6. Sempre concordar com tudo - nunca seja o tipo de pessoa que concorda
com tudo, até com opiniões e fatos que, na verdade, você não concorda.
Procure questionar aquilo que está sendo transmitido a você e não
concordar de primeira em tudo quanto é assunto.
7. Não revisar textos - em um e-mail o mensagem de texto, revise antes de
enviar. Veja se o que foi escrito está correto, se não tem problemas de
gramática e se tem coerência. Revisar informações é muito importante para
amadurecer a comunicação escrita e consequentemente a verbal.
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Nós temos o poder de mudança positiva no local em que vivemos. Por meio da
comunicação, é possível consolidar essa positividade. Com esses passos com
certeza uma comunicação de sucesso acontecerá.
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Redação
Comercial
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“Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou
escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a
aprender.” – Alvin To er, escritor e futurista norte-americano, maior nome
dos escritos sobre a revolução digital e a revolução das comunicações.
“A nível de, menas, questã, concerteza”? Quem nunca passou nervoso ao ver textos
com esses termos? Esses erros grosseiros e muitos outros são cometidos no
cotidiano das empresas em sua comunicação com clientes e parceiros. Contudo, é
preciso saber eliminá-los e ter uma boa redação empresarial, o que re ete até
mesmo nos resultados dos trabalhos.
Orientações de escrita
Vejamos seis orientaçõesiniciais para uma boa redação comercial:
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ou de desleixo. Além disso, adapte a fonte ao texto do e-mail: algumas fontes
são mais infantis, outras é difícil de ler em smartphones, etc.
4. Apresente o objetivo da mensagem logo no início, deixando tudo claro e
facilitando o entendimento. Para isso, escreva o texto com frases curtas, elas
são mais fáceis de processar.
5. Procure usar palavras simples, que são facilmente compreendidas. Utilize
também uma diagramação arejada, ou seja, parágrafos curtos, o que faz
com o que o texto não se torne cansativo.
6. Antes de escrever, se tiver di culdade, pontue todos os temas que deseja
abordar, e se forem muito distantes um dos outros, estabeleça subtítulos.
Por m, leia tudo o que escreveu e revise em busca de possíveis erros e
expressões incorretas. Lembre-se: quanto mais você escreve, mais se
aprimora!
Fonte: BARBOSA, R.M. Catho, 2018. Disponível em: CATHO . Acesso em 11 maio
2019.
Erros comuns
Erros gramaticais são os mais comuns na redação de qualquer e-mail ou outro tipo
de mensagem. Às vezes, pode se tratar de um erro de digitação, mas outras vezes,
talvez você apenas não conheça a gra a correta de alguma palavra. Pode parecer
algo bobo, mas em um mercado competitivo, até um erro como esse pode reduzir
sua credibilidade diante da concorrência.
E mais: todos nós sabemos que o português não é dos idiomas mais fáceis, mas
com as ferramentas de correção automática de texto disponíveis em softwares,
não existe desculpa para não dar aquela revisada antes de enviar o seu e-mail.
Repetir palavras
Quem trabalha com vendas, por exemplo, está acostumado a ter a rotina
interrompida inúmeras vezes ao longo do dia. Por isso, nem sempre é fácil sentar
para escrever um e-mail com calma sem receber uma ligação no meio do processo.
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Como consequência, na hora de retomar a redação, você pode acabar repetindo
palavras que já havia escrito sem nem perceber. Nada que uma rápida releitura
não resolva.
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Talvez por isso que tantos vendedores pareçam ter receio de escrever um e-mail de
vendas. O pior é que, muitas vezes, isso acaba sendo percebido no próprio
conteúdo. É como se o vendedor estivesse com vergonha de demandar a atenção
do seu possível cliente. O resultado disso costuma ser frases excessivamente
longas que podem provocar ainda mais dúvidas no cliente. Ao invés de escrever
“Você, por um acaso, estaria interessado em agendar uma conversa para
debatermos melhor a questão?”, busque ser objetivo e honesto em relação às suas
intenções, optando por algo como “O que acha de agendarmos uma conversa de
15 minutos para eu te apresentar melhor o produto?”.
Vai utilizar e-mail para realizar o primeiro contato com um possível cliente? Con ra
algumas dicas:
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Preste atenção na formatação: quando você copia algum texto de uma
página na internet e o cola no corpo de um e-mail que você está
escrevendo, é comum que a formatação original do trecho copiado seja
mantida no e-mail. Quando se fala em formatação, nos referimos a
detalhes como tamanho e tipo de fonte, por exemplo.
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Os avanços tecnológicos deixaram a troca de mensagens mais veloz com a ajuda
dos computadores e do espaço virtual – a web. Hoje, a comunicação entre
empresas - ou pessoas jurídicas, pro ssionais autônomos, etc. - ou dentro da
própria empresa acontece em segundos.
Todavia, alguns cuidados necessitam ser tomados para que a comunicação ocorra
sem ruídos quando enviada por meio da web:
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Como NÃO escrever um e-mail:
Escrevo para lembrar sobre o e-mail que passei no outro dia, assunto de seu
interesse. Espero que já tenha resolvido aquilo e já esteja resolvendo outro
sobre o qual conversamos pessoalmente.
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Vícios na Comunicação Comercial
É denominado “chavão” (ou clichê) o vício de estilo incorporado como linguagem
do texto empresarial. Alguns chavões contêm erros gramaticais ou de signi cado,
mas outros são apenas expressões que, de tanto uso, se tornaram muletas que
convêm evitar, uma vez que não conferem ao texto a necessária autenticidade e
atrapalham a e cácia do texto. Assim, os chavões assumem papel negativo não só
de concepção do texto como antiquado, mas também de falha no poder de
mobilização do leitor.
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“Por volta 1880, o poeta parnasiano Luiz Guimarães escreveu o verso
‘depois de um longo e tenebroso inverno‘ na poesia ‘Visita à Casa
Paterna’. Os leitores acharam tão bonito que nunca mais deixaram de
repeti-lo, mesmo não sabendo quem escreveu e em que contexto. Pela
recorrência, o que era agradável cou cansativo e chato. Assim nascem
os chavões, clichês ou lugares-comuns, que são palavras e expressões
tidas um dia por interessantes ou bonitas, mas que se desgastaram pela
repetição.
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Você já deve ter ouvido e falado inúmeros chavões sem perceber. Quem
nunca falou que o fulano “dispensa apresentações”? Ou teve uma
atuação impecável, cometeu um erro gritante, teve uma calorosa
recepção, algo ou alguém teve uma importância vital num
acontecimento, o Beltrano é a bola da vez, tal coisa caiu como uma luva,
o Cicrano entrou em rota de colisão com o Fulano, outro fugiu da raia, e
tudo voltou à estaca zero, e depois de marcar um gol, a seleção só
administrou o resultado? Pois leia mais sobre chavões e clichês no texto
do jornalista Mouzar Benedito em:
Chavões de introduções
“Viemos, através desta, solicitar”
Ora, ninguém, a não ser o super-homem, consegue ver “através” de algo. A palavra
através signi ca atravessar, fazer travessia. Portanto, pode-se ver através da
vidraça, pode-se enriquecer através dos anos, mas não se pode, por exemplo,
“aprovar o aumento através de decreto-lei, pois o decreto-lei não é atravessado,
para que o aumento aconteça; pode-se somente “aprovar o aumento por meio do
decreto”. Portanto, não é correta e não deve ser usada a expressão “através desta
carta”, mas sim por meio, mas não nesta situação frasal, pois não há outra carta
por onde vir, a não ser só por meio da mesma.
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“Venho, pela presente, solicitar a V. M.”
Já que pela ausente não se solicita nada, a expressão pela presente torna-se,
obviamente dispensável. Só há uma carta: a presente, só se poderá vir por meio
dela.
No caso de colegas do mesmo nível hierárquico, esse pronome pode ser suprimido,
resultando em um texto com maior empatia e maior e cácia comunicativa.
Hoje em dia não se deve utiliza o verbo acusar nos textos empresariais, devido ao
seu signi cado na atualidade. Diga apenas “Recebemos/Recebi seu e-mail”.
A palavra “referenciado” nem existe! - e mesmo assim é tão usada por aí...
Substitua-a por uma das formas: mencionado, referido ou citado.
Chavões de desfechos
“Reiteramos os protestos de elevada estima e consideração”
Além disso, falta coerência de sentido ao chavão citado, pois não se podem fazer
votos, isto é, desejos de estimar (sic) alguém; pode-se desejar prosperidade, saúde,
felicidades, mas a estima e a consideração se adquirem pela convivência e não por
desejo, concorda?
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Quando se analisa o signi cado dessa frase, percebe-se que ela indica que não há
mais nada para acrescentar. Se o texto terminou, é lógico que é sem mais.
Portanto, só deve ser usada em comunicações em que não se pretenda encerrar de
forma polida, como em cartas de cobrança ou similares. O uso da expressão está
condicionado à continuidade da comunicação, em relação à mensagem veiculada.
Não faz sentido em um jantar familiar dizer “Por obséquio, passe-me o sal”. Note
que no exemplo de William Bonner, ele não usa nenhum rebuscamento. No
entanto, ele procura a palavra exata para exprimir sua mensagem. O re namento
assemelha-se a um trabalho mais artesanal.
Recursos vocabulares
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Eu tenho cinco convites para esse setor.
Eu disponho de cinco convites para esse setor.
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Comunicação no
Atendimento
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“Os"Já não basta simplesmente satisfazer clientes. É preciso encantá-los".
Richard Whitely, jornalista e apresentador britânico
Habilidades de Comunicação
Um bom administrador, gestor ou vendedor é sinônimo de um bom comunicador, e
ser um bom comunicador signi ca interagir de várias formas. Veja:
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Acreditar no seu potencial e na sua capacidade de realizar
aquilo que deseja,
saber valorizar-se e reconhecer-se como uma pessoa capaz de
Comunicar-
lidar com
se bem
situações e clientes difíceis e sentir-se um vencedor são jeitos
consigo
de manter uma comunicação constante com você mesmo. Essa
mesmo
autoestima certamente será percebida pelo cliente. Como outra
pessoa vai valorizar e reconhecer alguém
que não se dá o devido de valor?
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emocional, e o nosso interlocutor percebe como estamos. É
preciso falar com clareza, pronunciar as sílabas, variar o volume
e a tonalidade e expressar de maneira agradável os nossos
argumentos.
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Cuidado com os "achismos". Tenha certeza daquilo que está falando. Se você
usar muito “eu acho”, “não tenho certeza”, “talvez” ou “provavelmente”, pode
parecer que você não tem domínio sobre os dados do produto/serviço.
O ambiente da loja também conta como canal de comunicação para um bom
atendimento. Se puder, contribua com a escolha cores claras e uma boa
iluminação.
Quando atendendo um casal, dê atenção primeiro à fala da mulher e em
seguida volte-se ao homem. A decisão da compra geralmente é DELA, e não
DELE.
Nunca use frases que se confundem com uma ordem. Ninguém gosta de ouvir
algo como “O senhor tem que assinar aqui”. Uma expressão cordial (com o uso
de “por favor”) tem mais valor: “Por favor, pode assinar nesta linha?”
Diante de um interlocutor autoritário, tente usar de sua habilidade para
contornar qualquer mal entendido. Caso perceba que uma determinada
situação pode piorar, procure ajuda de seu supervisor ou gerente, mas nunca
entre em um embate direto.
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Ferramentas de Multiatendimento
Existem vários tipos de atendimento que vão ajudar a empresa a se relacionar
melhor com os seus clientes. Investir em multiatendimento é essencial, mas tudo
deve ser feito com muito cuidado e sensibilidade. Algumas dessas estratégias são
bem conhecidas do público empresarial, como o telefone e o e-mail, entretanto,
outras formas têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de contact center.
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3. WhatsApp: é inegavelmente a mais nova forma de prestar atendimento ao
público. Com o aplicativo, você tem contato direto com seus clientes e pode
oferecer a eles novos produtos, ofertas e promoções, além de resolver
diretamente os problemas que eles por acaso tiverem. Embora fosse uma
ferramenta cada vez mais popular, é aconselhável não exagerar no seu uso.
Mandar propaganda em excesso pode fazer com que o cliente se sinta
invadido e bloqueie o seu número. A chave desse aplicativo é ter bom senso.
4. ChatBot: uma nova forma de aprimorar o atendimento e o relacionamento
com os clientes é o ChatBot. Caso você ainda não saiba do que se trata, o
ChatBot é um programa-robô de atendimento programado para “conversar”
com o cliente em busca de uma solução imediata. O sistema pode ser aplicado
não só para atendimento ao cliente, mas também na geração de leads,
realização de pesquisas, agendamentos e reservas e entretenimento. O
ChatBot funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Erros por distração
não acontecem, e o atendimento é excelente mesmo com vários clientes
simultaneamente, mas a equipe responsável pelo funcionamento do ChatBot
deve estar muito bem preparada, caso contrário, o sistema será um fracasso.
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RESPEITO CRIATIVIDADE AGILIDADE CREDIBILIDADE
Falta de
ânimo não Consistência no
combina com discurso e na
Coloque-se no
Não use o atendimento, prática é o que
lugar do cliente e
mesmo mas ser leva uma empresa
lembre-se das
discurso : proativo não a ter credibilidade
atitudes grosseiras
aquela história signi ca no mercado. Se
que podem afastar
de que o despejar um vendedor falta
o cliente. O
produto é infomações com a verdade ou
primeiro contato é
perfeito para em cima do mente, isso É
crucial, pois o
você é um cliente. Foque catastró co. Caso
vendedor está
clichê que não em ajudar o o vendedor não
falando em nome
convence. O cliente a tenha a
da empresa e, por
ideal é sugerir entender o informação que o
mais que o cliente
até três que ele quer consumidor
esteja em um dia
opções que e o que vai necessita, a
ruim, as boas
atendam à comprar. Só sinceridade é o
maneiras devem
necessidade não vale único caminho.
ser mantidas. Todo
do cliente. tentar “Quero me
mundo gosta de
Fuja do script, empurrar certi car de que
ser bem tratado,
mas esteja coisas que não lhe darei uma
aind mais quando
atento à não tem nada informação
se está solicitando
realidade do a ver com o errada” é uma das
um serviço ou
cliente. cliente para frases que ele
produto.
terminar o gostaria de
atendimento escutar.
logo.
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Deixe sua comunicação mais simples!
Há quem pense que se comunicar adequadamente no mundo corporativo é ser
extremamente formal, mas por pensar dessa forma, alguns pecam pelo excesso de
formalidade. Veja como deixar a sua comunicação mais simples, porém ainda
formal:
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08
Oratória em
Reuniões
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“Você nunca terá uma segunda chance de causar uma primeira
impressão”
Danuza Leão, jornalista e escritora brasilera
Uma reunião, no seu sentido mais amplo, ocorre em diferentes contextos sociais.
Ela pode acontecer em momentos familiares, encontros com amigos, eventos
escolares, rituais religiosos, festas populares e outras situações em que um grupo
se junta com um objetivo em comum.
Creio que nem seja preciso enfatizar como é necessário que o comunicador saiba
falar em público e se posicione diante dos assuntos com os quais se envolve no
cotidiano de uma organização, certo? Mas esta aula será de grande valia para
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aqueles que ainda não têm essa consciência ou querem melhorar suas habilidades
oratórias.
Inteligência linguística - é ter sensibilidade para os sons, ritmos e signi cados das
palavras. É a principal habilidade para usar a linguagem para convencer ou
estimular o público.
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Inteligência intrapessoal - é o equivalente interno da inteligência interpessoal: é a
habilidade de entender os próprios sentimentos, desejos e ideias para saber usá-
los na solução de problemas pessoais. Trata-se de reconhecer suas habilidades,
sonhos e necessidades e de formular uma imagem clara de si próprio para usá-la
em meios sociais de forma efetiva.
Os princípios gerais para uma boa apresentação também devem ser considerados
com cuidado.
Vejamos:
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Grande parte da insegurança de falar em público vem da
dúvida do emissor quanto ao seu conhecimento sobre o
tema. Assim, é necessário estudar o assunto, ainda mais
quando houver a possibilidade de os receptores fazer
Domínio do
perguntas. A credibilidade do orador depende disso, e o
tema
ritmo da fala e a espontaneidade dos gestos e palavras
resultam desse domínio do assunto.
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justi ca tentar ser em público aquilo que você não é. A dica
é não exagerar na imposição da voz e não pronunciar as
palavras como se você as tivesse lendo.
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provoca risos e serve como termômetro se a plateia está
gostando ou não. Todavia, nunca deixe que a apresentação
se transforme em um show de humor: usar qualquer
pretexto para fazer graça coloca a credibilidade do orador
em risco.
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Você já se sentiu como se, ao falar, ninguém ouvisse? Julian Treasure
está aqui para ajudar. Neste TED talk, palestra bastante útil, o
especialista em comunicação e empreendedor demonstra como falar
poderosamente; desde exercícios vocais até dicas de como falar com
empatia. Uma palestra que pode ajudar o mundo a soar mais bonito.
Vale a pena assistir!
Recursos didáticos
Borges (2013) oferece um guia prático de recursos didáticos bastante úteis para
todos que precisam lidar com apresentações - e isso é inevitável - no meio
acadêmico, pro ssional e outros.
Quadro negro
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Vantagens Desvantagens
Indicações
Método espontâneo;
Dicas
Escreva legivelmente;
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Flipchart
Vantagens Desvantagens
Indicações
Facilmente preparável;
Podemos ter acesso em qualquer ordem, embora seja usada uma sequência
preparada.
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Retroprojetor
Vantagens Desvantagens
tela.
Durável.
Indicações
Fácil de preparar;
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Dicas
Lembre-se de usar cartão adequado para tampar a transparência toda vez que
não esteja em uso ou então desligue o projetor;
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Datashow
Vantagens Desvantagens
Movimentação;
Indicações
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Dicas
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Linguagem Corporal
e Expressão Oral
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Linguagem Corporal
“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que
sabem conversar e de silêncios que se declaram.” - Machado de Assis
Voltando à linguagem não verbal, devemos nos atentar para o fato de que assim
como acontece com a linguagem verbal, a compreensão da linguagem corporal nos
ajuda a entender melhor nosso semelhante e nos possibilita agir de maneira
inteligente e respeitosa, além de desenvolver um melhor relacionamento com as
pessoas, seja no âmbito familiar, pro ssional ou social. Também, como na
linguagem verbal, o corpo fornece pistas acerca da pessoa que você é - como pensa
e vê o mundo.
Abertura
Mãos abertas
Tirar o casaco ou blazer
Aproximar-se
Inclinar-se para a frente
Descruzar as pernas
Braços cruzados suavemente sobre as pernas
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Entusiasmo
Pequenos sorrisos ou risadas
Corpo rme e ereto
Mãos abertas, braços estendidos, olhos alertas
Voz bem modulada e com energia
Defesa
Corpo rígido
Braços/pernas cruzados fortemente
Contato visual reduzido
Lábios contraídos
Cabeça baixa, com queixo sobre o peito
Punhos cerrados
Dedos entrelaçados sobre braços cruzados
Jogar-se para trás na cadeira
Avaliação
Cabeça levemente inclinada para o lado
Sentar na ponta da cadeira e inclinar-se para frente
Mão na parte da frente do queixo ou na bochecha
Coçar o queixo
Nervosismo
Limpar a garganta
Morder (lábios, unha, dedo, etc.)
Cobrir a boca quando fala
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Puxar o lóbulo da orelha
Abrir os olhos
Caretas
Contorcer mãos ou lábios
Boca entreaberta
Brincar com objetos
Ficar trocando o peso de uma perna para a outra (quando em pé)
Tamborilar os dedos
Ficar mexendo o pé
Rejeição ou dú da
Coçar o nariz
Coçar os olhos
Franzir o cenho
Pernas e braços cruzados
Corpo em posição de “fuga”
Limpar a garganta
Esfregar as mãos
Levantar as sobrancelhas
Suspeita
Pouco contato visual
Resistência a olhar “olho no olho”
Ficar olhando para os lados ou por sobre o ombro
Coçar o nariz
Ficar olhando por sobre os óculos
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Postura orgulhosa
Cabeça alta, com queixo levantado
Contato visual rme, sem piscar
Frustração
Mãos apertadas rmemente
Balançar punhos fechados
Respiração curta, porém controlada
Olha ‘através’ de você
Passar as mãos no cabelo
Bater os pés no chão
Chateado, indiferente
Mãos ‘segurando’ a cabeça
Olhos sonolentos
Postura relaxada demais (largada)
Ficar mexendo com pés, mãos, dedos
Balançar as pernas
Olhar vazio
Pouco contato visual
Boca “mole”.
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A linguagem corporal é só uma parte da história. Você deve considerar
também seu comportamento em geral, sua natureza e seu jeito de ser
para transmitir mensagens e lidar com um público. E da próxima vez
que alguém disser que ouvir é a parte mais importante das pro ssões
que lidam com pessoas, lembre-se que o corpo também fala.
Todo ser humano tem a capacidade de se comunicar, e saber ouvir é essencial. Mas
por que existem tantas falhas e desencontros quando nos comunicamos?
Os ruídos na comunicação interna das empresas são erros bastante comuns no dia
a dia pro ssional, porém, muito prejudiciais para a produtividade e bem-estar no
ambiente corporativo. As falhas comunicacionais entre equipe, clientes e gestores,
muitas vezes geradas por erros corriqueiros, podem resultar em retrabalho,
atrasos em prazos e desentendimentos.
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1. Documente os acordos – registre sempre por e-mail decisões acordadas em
reuniões presenciais, on-line ou por telefone. Não se esqueça de deixar claro
quem cou responsável por cada tarefa, datas de novas reuniões ou eventos
e prazos estipulados.
2. Mantenha os envolvidos informados – certi que-se de que todos os
envolvidos em determinado projeto ou processo estão inteirados sobre
todas as informações necessárias, estando copiados nos e-mails e recebendo
convites para as reuniões, por exemplo.
3. Seja didático – é melhor pecar pelo excesso do que pela falta de explicações.
Quando for instruir alguém, repasse até as informações que lhe parecerem
mais óbvias, pois para o interlocutor, podem não ser.
4. Estipule prioridades e esclareça prazos – sempre que designar tarefas,
deixe claro qual é a prioridade de cada uma e estipule prazos exatos, ou seja,
nunca utilize termos como “o quanto antes”, por exemplo. Dê data e, se
necessário, horário em que você precisa receber o material desejado.
5. Envie lembretes – nas vésperas de entregas importantes, veri que se está
tudo certo com o andamento das tarefas e se o prazo acordado está
mantido, assim, você tem tempo hábil para partir para um plano B, se
necessário. O mesmo vale para reuniões agendadas, a con rmação evita
deslocamentos e janelas desnecessárias na agenda.
6. Adote canais o ciais de comunicação - O número de pessoas e
informações que circulam dentro de uma empresa diariamente é alto, e não
é difícil que uma informação seja distorcida ou se perca. Quando a empresa
não tem canais de comunicação o ciais, qualquer boato ganha força e se
espalha com facilidade. Depois de analisar e estudar a organização, é mais
fácil identi car quais ferramentas e práticas serão mais e cientes.
Comunicadores internos, mural, TV corporativa, informativos impressos ou
online: existem vários canais de comunicação que podem ajudar a sua
empresa a se comunicar melhor.
7. Estabeleça a cultura do diálogo - Comunicar de forma clara e ouvir com
atenção é a melhor maneira de evitar ou resolver problemas. Uma empresa
atenta aos ruídos da comunicação incentiva seus colaboradores a
conversarem entre si e com os diretores e gestores de forma clara e direta.
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Expressão Oral
Segundo Vanoye (2017), existem dois tipos de comunicação oral:
Brainstorming
Você já deve ter ouvido o termo brainstorming que, em inglês, quer dizer
“tempestade mental”. Trata-se de uma expressão oral do tipo situação de
intercâmbio, e é uma técnica bastante difundida que tem por objetivo a produção
intensiva, por um pequeno grupo, de ideias novas e originais.
Gostou? Consegue pensar em alguma situação prática da sua vida para aplicá-la?
Pode ser no seu trabalho, na faculdade, na família, na igreja...
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Técnicas de apresentação oral
PREPARAÇÃO
A preparação é a fase mais importante para determinar o sucesso de uma
apresentação oral. Para que ela seja bem elaborada, segue alguns passos:
ROTEIRO
A parte oral de uma boa apresentação está relacionada com uma prévia
elaboração e estruturação realizada por meio de organização das ideias.
Geralmente, essa organização é realizada por meio da escrita. Para tanto,
apresentaremos alguns tópicos que devem ser abordados no roteiro:
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Estrutura: introdução, corpo, resumo, conclusão;
Identi cação pessoal;
Introdução do assunto;
Síntese da estrutura da apresentação;
Especi cação dos recursos técnicos;
Referência ao tempo da apresentação;
Resumo e conclusão.
TÉCNICAS
Para vencer os aspectos negativos da apresentação oral, podemos recorrer a
algumas técnicas, estratégias e recursos. O primeiro passo é: troque palavras
negativas por positivas, por exemplo, em vez de dizer “Isso não vai dar certo”, diga
“Há outras possibilidades melhores”.
A palavra NÃO é negativa por natureza. Seu uso pode causar uma má impressão.
Assumir que não sabe algo é ético e preciso. Mentir pode trazer consequências
desagradáveis e criar uma imagem ainda mais negativa. Sendo assim, a técnica do
“Não, mas...” é uma saída para escapar de situações em que não temos o
conhecimento necessário. Exemplo:
E se der branco, o que fazer? Repita a última frase. Dará impressão que você está
enfatizando. Muitas vezes, a repetição faz lembrar o que tinha sido esquecido. Caso
não se lembre, continue assim: “Assim, o que eu quero dizer é...” e explique a
mesma frase dita anteriormente com outras palavras. Depois segue a conversa.
EVITE!!
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Utilizar chavões ou frases vulgares;
Repetição excessiva de vícios de linguagem (né, tipo, fala sério, etc.);
Ficar falando sobre a vida pessoal;
Apresentar exemplos que não estão relacionados diretamente com o tópico
abordado. Isso pode parecer que você está preenchendo o tempo por falta
de conteúdo e conhecimento;
Apresentar vídeos muito longos;
Expor alguém da plateia;
Responder algo de forma insegura e sem a certeza da resposta. Caso não
saiba, diga que vai pesquisar e tente relacionar alguma situação à questão
perguntada;
Apontar o dedo pode parecer um pouco hostil, é bom evitar.
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Você tem medo de falar em público? Isso geralmente acontece porque
temos receio de sofrer algum tipo de depreciação diante dos nossos
colegas de trabalho ou faculdade, mas também pode ser falta de
prática. Assista a algumas preciosas dicas de oratória do professor
Marcello Pepe:
110
10
Comunicação
na Era Digital
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A Era Digital
“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.” - Zygmunt
Bauman
Era Digital (ou Era da Informação) são os termos utilizados para designar os
avanços tecnológicos resultantes da Terceira Revolução Industrial e que acontecem
em um ciberespaço instrumentalizado pela informática e pela internet.
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Assim, ca claro que a exposição a essa enxurrada de informações causa algum
impacto, positivo ou negativo, nas nossas relações, no modo como enxergamos o
mundo e como interpretamos aquilo que lemos.
Mas será que apenas ler a informação que nos é apresentada na Internet é o
su ciente para adquirir conhecimento?
É fato que a Internet criou novos hábitos de comunicação entre as pessoas. Nós
nos adaptamos às facilidades da nova tecnologia, e isso vale tanto para a leitura,
em vista da enorme quantidade de textos veiculados na rede, quanto para a
escrita, principal meio de expressão do internauta - bem, apesar de até as
conversas “via áudio” já estão se tornando mais corriqueiras... logo, as gerações
vindouras nem mais saberão como é sua caligra a!
113
Podemos concluir então que cada vez mais o acesso às redes sociais é irrestrito,
porém, as pessoas não sabem separar as informações mais valiosas para a
aquisição do conhecimento daquelas meramente de entretenimento,
super ciais ou falsas.
Mas viver na Era Digital é tão ruim assim para a nossa formação como cidadão? De
jeito nenhum. Pelo contrário: deveríamos nos sentir privilegiados por, ao alcance
de um clique, no tempo que leva acessar um link, ter à disposição uma profusão de
textos, vídeos e áudios sobre todos os assuntos, de todas as épocas, sob todos os
pontos de vista - e ainda poder debater com gente do mundo todo por um custo
mínimo. Nossa re exão deve ser justamente acerca de como fazer do nosso
notebook ou smartphone um ltro de tanta informação, que nos ajudará a ler mais
e compreender melhor.
Alguns tópicos que merecem re exão sobre leitura e interpretação na Era Digital:
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Observe este meme que viralizou nas redes:
Somam-se a isso a falta de leitura fora dos meios digitais (livro, jornal, revista, etc.)
e o próprio caráter de leitura rápida (o “passar os olhos”) inerente às tecnologias e
temos o resultado: a falta de prática em leitura longa e desinteresse do usuário em
dispor de um tempo maior para ler um enunciado mesmo que consideravelmente
curto. Quando ele se depara com textos e enunciados grandes em provas e testes,
a primeira sensação é de estar perdido quanto ao que fazer e por onde começar a
ler (dica: pelo começo!).
Mais de 90% das desavenças que acontecem nas redes sociais são
causadas pela má interpretação de texto. O dado é do Anonymous
Br4sil, e você deve ter cado impressionado com o número - ou se
lembrou de alguma ocasião em que brigou com alguém porque um não
entendeu o que o outro quis dizer em vias digitais. A escrita virtual não
tem tom de voz, linguagem não-verbal corporal ou expressões faciais
(embora tenhamos os emojis...) e isso pode causar uma falha de
comunicação se a pessoa não souber dominar o uso de pontos de
exclamação, interrogação ou vírgulas. Um “oi” pode soar mais seco que
um ‘“oi!!<3”, mas como con rmar se o remetente do primeiro oi estava
realmente bravo ou desinteressado em conversar? - Só pessoalmente, e
até então, namoros já foram desfeitos e amizades foram parar na corda
bamba.
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Para nos preparar para o próximo tópico, vale ouvir o podcast do
Jornal da USP sobre como o analfabetismo funcional é uma das causas
da disseminação de notícias falsas, as fake news:
https://jornal.usp.br/atualidades/analfabetismo-funcional-pavimenta-o-
caminho-para-as-fake-news/
As fake news
A grande acessibilidade aos meios de comunicação permite que qualquer pessoa
produza conteúdo e o divulgue nas redes sociais. Assim, muito do que consumimos
de informação não corresponde totalmente à verdade - tanto é que jornalistas
estão fazendo o impossível para conseguir apurar essas informações “duvidosas”. A
situação é tão séria que surgiram agências especializadas em checar fatos – as
chamadas fact-checking agencies.
No ano anterior, 2016, o termo eleito pelo Dicionário Oxford como a palavra do ano
foi pós-verdade, conceito da Sociologia que já abria caminho para o que viria a ser
o fenômeno das fake news: “circunstâncias em que fatos objetivos são menos
in uentes na formação da opinião pública do que emoções e crenças pessoais"
(ENGLISH OXFORD LIVING DICTIONARIES, 2016). A pós-verdade encaixa-se
perfeitamente em um mundo em que mentiras e fofocas se espalham rapidamente
em redes cujas pessoas acreditam mais uma nas outras do que em qualquer órgão
tradicional da imprensa, nas instituições de pesquisa e até mesmo na ciência.
Não há como abordar pós-verdade, Era Digital e fake news sem falar de Zygmunt
Bauman, sociólogo polonês que desenvolveu o conceito de modernidade líquida.
Sua frase mais famosa para resumir o conceito é: “Vivemos em tempos líquidos.
Nada foi feito para durar”. Na modernidade líquida, os vínculos pessoais podem
ser rompidos a qualquer momento e levar o indivíduo ao isolamento social, e isso
enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade em relação ao sofrimento
do outro (BAUMAN, 2001).
116
Para o sociólogo, as redes sociais são uma nova forma de estabelecer contatos e
formar vínculos, mas não proporcionam um diálogo real, pois é muito fácil se
fechar em círculos de pessoas pensam igual a você e não entrar em contato com
controvérsias. Esse afastamento, mais a uidez das relações e a rapidez das
informações, são o terreno propício para plantar a semente da desinformação e
das fake news.
117
A primeira agência brasileira de fact-checking é a Agência Lupa.
Conheça no Twitter: @agencialupa e em:
118
Notícias reais sobre notícias falsas
No Brasil, o
A agência de Por que as fake
Senado tem se
fact-checking. news viralizam?
mobilizado em
Aos Fatos Porque segundo o
torno do assunto:
divulgou uma Segundo o conceito da pós-
em 21 de março de
pesquisaque laboratório verdade, uma
2018 o Plenário foi
a rma que de segurança pessoa está
transformado em
43% dos PSafe,os condicionada a
sessão temática
entrevistados brasileiros acreditar em algo
para tratar de
descon a acessaram alinhado com as
notícias falsas, por
das cerca de 2.9 suas crenças.
iniciativa de
informações milhões de Quando
Telmário Mota
que recebe Fake News recebemos o link
(PTB-RR). O
em entre janeiro de uma matéria
senador sugeriu a
aplicativos de a março de sobre algo com a
criação de
mensagem. 2018, e o qual nos
delegacias
Por outro principal simpatizamos por
especializadas
lado, metade meio de questões
para dar
dos disseminação ideológicas,
celeridade na
entrevistados dessas políticas ou
investigação das
a rmou que informações morais, temos
notícias falsas
já tomou é o aplicativo mais chances de
propagadas na
alguma de ignorar evidências
internet tanto
decisão Whatsapp. de que essa
sobre o autor
errada notícia seja falsa -
como sobre quem
baseada em e aí acreditamos
reproduz o
Fake News. cegamente.
conteúdo.
119
Para ilustrar o conceito de pós-verdade, os exemplos geralmente
utilizados são das eleições presidenciais americanas de 2016. Trata-se
de um exemplo clássico por ter tido impacto global, mas o fenômeno da
pós-verdade ocorre cotidianamente, em menor escala, nas nossas
vidas.
120
aquelas usadas por grupos diversos para manipular a opinião pública com
interesses políticos ou, mais precisamente, sobre como essa manipulação
acontece.
121
Logo, conclui-se que fake news também é um problema de desinformação. Pode
parecer um paradoxo, mas informação falsa se combate com... informação! Quanto
mais leitura o cidadão tem, mais senso crítico ele desenvolve para descon ar da
veracidade daquilo que ele recebe. Antes de compartilhar dados por emoção,
re ita com base na razão.
122
11
O Novo Acordo
Ortográfico
123
"En m consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram
outras vinte e cinco, diferentes das primeiras e com os mesmos nomes
delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio
terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de
quiproquós.” - Graciliano Ramos.
Nossa aula de hoje trata de um tópico que tem causado polêmica e dor de cabeça
em alunos e professores: o acordo ortográ co da Língua Portuguesa, ou
simplesmente a nova ortogra a.
Mas não há motivo para preocupação! Basta ter a consciência de que o acordo tem
caráter o cial e deve ser respeitado. Assim, não podemos ignorá-lo ou achar que
são mudanças pequenas; que só um hífen ou um acento agudo não faz diferença
na escrita. Pois faz, e são essas diferenças que podem excluir ou aprovar um
candidato em um processo seletivo ou concurso.
124
Em resumo, o Acordo Ortográ co está em vigor no Brasil desde 1º de
janeiro de 2009, mas foi proposto inicialmente em 1990, quando
assinado em Lisboa (Portugal) e só aprovado em 1995. A rati cação de
Portugal ocorreu em 2008 e no ano seguinte o acordo foi decretado no
Brasil. A princípio, havia sido determinado um prazo até 2013 para que
as editoras e os brasileiros em geral absorvessem todas as mudanças
que, en m, tornar-se-iam normas obrigatórias. Mas esse prazo foi
estendido pelo governo brasileiro até 2016, o que não nos desobriga de
estudá-lo e usá-lo.
125
Para facilitar nossos estudos e principalmente para que você tenha um material de
consulta, vamos separar as mudanças quanto aos acentos e outros sinais (trema e
hífen). Vamos iniciar:
ACENTO AGUDO
O acento agudo deixa de existir em alguns poucos casos, vejamos:
126
Como era Como ca
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia apoia (verbo apoiar)
apóio apoio (verbo apoiar)
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia
Porém, o acento agudo permanece nas oxítonas (palavras cuja sílaba tônica incide
na última sílaba) e nos monossílabos tônicos com ditongos abertos -éi, -éu ou -ói,
seguidos ou não de –s: papéis, herói, remói, anéis, ilhéus, chapéu, etc. = todos
continuam igual
127
2. Nas palavras paroxítonas com hiatos formados com i e u, sendo que a vogal
anterior a estas faz parte de um ditongo, ou seja, quando são precedidas de
ditongo. Dessa forma, feiúra passa a ser feiura, baiúca passa a ser baiuca.
ACENTO CIRCUNFLEXO
1. Não existe mais circun exo nos pares dobrado de “e” e “o”. Assim, antes
era: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem e agora ca: creem, deem,
leem, veem, releem, preveem.
2. De igual modo, o acento circun exo deixa de existir na vogal tônica “o” de
palavras paroxítonas, assim como: enjoo, voo, abençoo, perdoo.
128
Como ca Ele gosta de jogar polo.
Ele para o carro. Esse gato tem pelos brancos.
Ele foi ao polo Norte. Comi uma pera.
Veja : Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
129
O acento diferencial de número (plural) permanece na terceira pessoa
do plural dos verbos TER e VIR e dos respectivos derivados. Nesse
aspecto, não houve alteração, ou seja, a regra foi mantida:
TREMA
Sim, podemos dizer adeus ao trema (¨)!
Assim sendo, palavras que normalmente eram grafadas com o trema, como
lingüiça, tranqüilo, lingüística, bilíngüe, freqüentar, cinqüenta, agüenta, etc., não
possuem mais o trema.
Essa nova regra justi cou-se no fato de que há ditongos na língua que não
precisam do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado
ou não, como em: língua e quente. No primeiro caso, sabe-se que o “u” deve ser
pronunciado e no segundo não. Este fato não tem a ver com gra a e sim com
fonética, ou seja, com o modo de dizer e não com o de escrever, tornando o trema
desnecessário.
130
HÍFEN
Usa-se hífen com substantivos compostos cujas palavras quando separadas
continuam fazendo sentido isoladamente: guarda-chuva (guarda e chuva), boa-fé
(boa e fé), segunda-feira (segunda e feira), mesa-redonda (mesa e redonda), porta-
malas (porta e malas), etc. Esses substantivos continuam iguais, ou seja, não
perderam o hífen.
Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem
elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-
taque, cri-cri, glu-glu, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega,
corre-corre. Esses substantivos também continuam iguais, ou seja, não perderam o
hífen.
O acordo também se refere a palavras formadas por pre xos (anti, super, ultra,
sub, etc.) ou por elementos que podem funcionar como pre xos (aero, agro, auto,
eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo, etc.).
CASOS GERAIS
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
anti-histamínico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
131
2. Usa-se o hífen se o pre xo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra
palavra.
Exemplos:
micro-ondas
anti-in amatório
sub-bibliotecário
micro-ônibus
inter-racial
3. Não se usa o hífen se o pre xo terminar com letra diferente daquela com que se
inicia a outra palavra. Exemplos:
autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
geopolítica
anticoncepcional
autoestima
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo
4. Usa-se o hífen com os pre xos ex, sem, além aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-presidente
132
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-reitor
MUDANÇAS NO ALFABETO
O alfabeto passa a ter 26 letras, já que foram reintroduzidas as letras k, w e y. O
alfabeto completo passa a ser:
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
133
A Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados disponibilizou um guia de
bolso do acordo ortográ co em PDF. É só ir em:
134
12
Inadequações Entre
Fala e Escrita
135
“Pense antes de falar. Leia antes de pensar.” - Anônimo.
Figura Ilustrativa.
Muitos podem achar que é exagero corrigir quem confunde “um simples ‘há’, ou ‘a’,
ou ainda ‘à’... é tudo igual!”. Mas certamente deixam de achar besteira quando esse
tipo de problema cai em concursos, processos seletivos ou avaliações das quais
você depende para dar um passo importante na vida. Pense nisso!
136
Aliás, o correto da placa seria “HOMENS TRABALHANDO A 300m”. “A” indica avanço
para frente no tempo ou no espaço. Por exemplo: “Moro a dois quarteirões daqui”,
“Vamos nos ver daqui a dois dias”. O “há” refere-se ao passado: “Nos vimos HÁ
duas semanas”
137
A internet também pode ser uma grande aliada quando o assunto é
sanar erros comuns de português. Os chamados “quiz”, aqueles jogos
de perguntas que você clica e confere sua pontuação, é um jeito bacana
de aprender. Desa o você a fazer um teste de português antes e depois
de ler o material destas duas aulas. Você vai notar a diferença.
Fala x Escrita
COMO É FALADO A instituição atua em todo país.
Ele vive às custas do irmão. O CORRETO É...
É a melhor escola a nível estadual. Ele vive à custa do irmão.
Joana estava ao par de tudo. É a melhor escola em nível
Faça uma rúbrica no contrato. estadual.
Joana estava a par de tudo.
138
Faça uma rubrica no contato
(sem acento, sílaba tônica“bri”)
A instituição atua em todo o país.
*A frase quer dizer que a instituição atua no país inteiro. Assim, o artigo
depois de todo, toda (Ele comeu toda a comida), todos (Preciso de todos os
relatórios), todas (Todas as alunas estão convidadas) é obrigatório. Sem o
artigo, todo passa a ser sinônimo de "qualquer", como na frase "todo
homem é igual perante à Lei.”
*Inverta a forma para conferir: de toda sas que menos falaram, ela foi
uma.
139
Diga não à descriminição! Diga não à discriminação!
Gosto de pizza calabreza e Gosto de pizza de calabresa e
portugueza. portuguesa.
Aonde x Onde
AS FORMAS DE PORQUÊ
Já que estamos analisando palavras e expressões fáceis de confundir, vamos fechar
o conteúdo de hoje com as quatro formas de porquê.
140
PORQUE (junto e sem acento): É uma conjunção explicativa. Usamos, por exemplo,
para responder perguntas e explicar qualquer assunto mesmo quando não foi feita
pergunta nenhuma (o famoso “no meio da frase”). Essa forma pode ser substituída
por "POIS."
PORQUÊ (junto e com acento): É um substantivo que pode ser substituído pela
palavra “motivo”. Vem junto de artigo (O/UM PORQUÊ = O/UM MOTIVO), de um
pronome possessivo (MEU PORQUÊ = MEU MOTIVO) e tem plural (OS PORQUÊS).
POR QUE (separado e sem acento): Usa-se quando for "o motivo pelo qual"
(geralmente usado junto dos verbos do tipo “saber, entender, descon ar, imaginar,
supor”) e no começo ou meio de perguntas.
Agora eu sei por que você sempre vai embora mais cedo.
POR QUÊ (separado e com acento no "que"): Quando o "que" estiver em nal de
sentença ou interrogação, ou seja, ao lado da pontuação (seja ponto nal ou
vírgula), precisa sempre ter o acento, em todos os casos.
141
Fonte: Arquivo pessoal
O livro acima era uma famosa enciclopédia de perguntas e respostas dos anos de
1960 e 70; uma espécie de minigoogle da era pré-internet. Mas talvez não fosse
bom fazer a esse oráculo perguntas sobre gramática ou uso dos porquês – a
própria capa estampa o uso errado. Qual seria a gra a certa? É “por quê” separado,
por se tratar de uma interrogativa isolada, sozinha e sem complemento (no nal da
pergunta).
A cantada pode até ser boa (será?), mas o “por que” deveria ser separado: mesmo
estando no meio da frase, trata-se de uma interrogativa.
142
13
Homônimos e
Parônimos
143
“A leitura torna o homem completo, a conversação o torna ágil e o
escrever dá-lhe precisão.” - Francis Bacon, político, lósofo e cientista
inglês (1561 – 1626).
Homônimos
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia - às vezes, a mesma gra a -
, mas que possuem signi cados diferentes.
144
b. governo (substantivo), governo (verbo)
145
acender (colocar fogo) ascender (subir)
cheque (ordem de
xeque (lance no jogo de xadrez)
pagamento)
146
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar,
consertar (reparar, corrigir)
combinar)
147
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
Fonte: Só Português
Você já deve ter ouvido essa expressão, certo? Mas o correto é que
alguém foi o bode ESPIATÓRIO ou o bode EXPIATÓRIO?
148
Parônimos
Parônimos são palavras com gra as ou pronúncias parecidas, mas com
signi cados diferentes e por isso facilmente confundidas. Exemplos:
149
absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)
150
iminência (qualidade do que está
eminência (elevado)
iminente)
151
recrear (divertir) recriar (criar novamente)
Fonte: Só Português
152
Ao encontro de tem
sentido positivo, signi ca De encontro a tem sentido negativo, signi ca
“em busca de”, “em direção “em oposição a”, “para chocar-se com”: O
a”, “para junto de”: Ele foi motorista foi de encontro ao muro.
ao encontro do sucesso.
Absolver: inocentar,
Absorver: embeber em si, esgotar: O solo
relevar da culpa imputada:
absorveu lentamente a água da chuva.
O júri absolveu o réu.
153
Caçar: perseguir, procurar,
Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender,
apanhar (geralmente
invalidar.
animais).
154
aniversário passou Iminente: que está a ponto de acontecer;
despercebido, que triste. próximo, imediato: A crise na indústria é
Eminente: alto, elevado, iminente: é melhor me precaver!
excelente, superior,
famoso: Aquele senhor é
um dos mais eminentes
estudiosos da área.
Tachar: censurar,
Taxar: xar taxa; regular, regrar: taxar
quali car, tachar alguém
mercadorias.
(tachá-lo) negativamente.
155
14
Ambiguidade e
Redundância
156
Eu gosto de ambiguidade. Não gosto da arte fechada em si mesma.
Detesto verdades absolutas.- Lygia Pape, professora e artista multimídia
brasileira
Ambiguidade
A transcrição a seguir é da embalagem de um produto e ilustra bem o que é
ambiguidade: quando uma mensagem está escrita de tal maneira que causa certa
estranheza quanto ao signi cado, geralmente relacionado à ordem das palavras.
Nesse caso, a expressão “em pó” está no lugar errado na frase, causando a sensação
imediata de que os atletas são em pó. Obviamente, sabemos que tal coisa não existe,
mas demonstra um despreparo linguístico e leva a um problema de coesão e
coerência. O adequado seria “suplemento energético em pó para atletas”.
157
Uma construção como "O garoto está sentado perto do banco da praça" não deixaria
esta dúvida.
O enunciado diz “seu cão”, ou seja, do dono do cão (ou tutor, como as associações de
proteção a animais sugerem), o que está correto. Mas o erro foi usar “suas fezes” no
lugar de “as fezes dele”, ou simplesmente “recolha as fezes” – obviamente as fezes do
cachorro.
Bom, se é para cumprir a lei, então ninguém mais anda no parque Trianon em São
Paulo, onde se encontra a placa de onde a transcrição acima foi tirada.
158
Pleonasmo (ou Redundância)
Redundância (ou pleonasmo) são expressões repetidas desnecessariamente que
geralmente falamos e não percebemos. Fugindo um pouco do “subir pra cima”,
“descer pra baixo”, “sair pra fora” e “entrar pra dentro”, note que as pessoas falam
coisas do tipo “encarar os fatos de frente” (tem como encarar de lado ou de costas?),
“dar ré para trás” (tente dar ré para o lado!), ter “hemorragia de sangue” – sem
comentário – e “repetir de novo” (seriam três vezes então?).
Redundâncias
Abismo sem fundo Decapitar a cabeça Labaredas de fogo
Abusar demais Dé cit negativo Lagrimas dos olhos
Acabamento nal Descer para baixo Lançamento novo
Acrescentar mais Descoberta de novos Livre escolha
Adega de bebida Detalhe minucioso Manter o mesmo
Adiar para depois Devolvido de volta Massa polar fria
Almirante da Marinha Duas metades Melhorar mais
Amanhecer o dia Echarpe no pescoço Metades iguais
Anexar junto Elo de ligação Minha opinião pessoal
Arvore oca por dentro Empréstimo Monopólio exclusivo
Aumentar mais temporário Negociata suja
Avançar para frente Encarar de frente Novidade inédita
Batom na boca Engolir pela boca Orbitar ao redor
Brigadeiro da Entrar para dentro Perpetuar-se para o
Aeronáutica Exportar para fora futuro
Canja de galinha Exultar com alegria Piorar mais
Colírio para os olhos Fato verídico Planejar
Comparecer em Ganhe grátis antecipadamente
pessoa General do Exército Plebiscito popular
Completamente vazio Hemorragia de sangue Pomar e frutas
Consenso geral Hepatite do fígado Preconceito
Conviver juntos Importar para dentro intolerante
Criar novos Individual de cada um Principal protagonista
Crise caótica Introduzir dentro Recuar pata trás
159
Reincidir de novo Sorriso nos lábios Útero materno
Repetir outra vez Subir para cima Vereador municipal
Safra agrícola Surpresa inesperada Voar pelos ares
Fonte: https://www.placassp.com.br
160
Assim, antes de escrever o termo “o mesmo” ou “a mesma”, pare e analise se há
outro jeito de escrever a frase. No caso da placa do elevador, uma opção seria a frase
“ANTES DE ENTRAR, VERIFIQUE SE O ELEVADOR ENCONTRA-SE PARADO NESTE
ANDAR”.
Ah: e se você tem idade para lembrar do extinto Orkut, você talvez se lembre de que
lá havia uma comunidade chamada “Eu tenho medo do mesmo” satirizando esse
aviso do elevador.
161
15
Concordância
Verbo-nominal
162
“ Seu nome não é um nome, Osmar. É um erro de concordância!” - Ziraldo,
cartunista brasileiro, em uma de suas tiras.
Para ilustrar o conceito, vamos pensar na palavra “anexo”. “Anexo” é adjetivo, logo,
deve concordar em gênero e número com os substantivos:
163
Em e-mails, no caso da expressão “segue anexo”, geralmente
iniciamos a frase com o verbo “segue” e esquecemos de
concordá-lo com o sujeito, ou seja, a coisa anexada. Logo, as
frases do exemplo acima cam:
ERRADO CERTO
164
O mesmo ocorre com o verbo fazer referindo-se a tempo passado.
Faz vinte minutos que ele saiu da sala.
ERRADO CERTO
Fizeram três dias que a conta Fez três dias que a conta venceu.
venceu. Faz meses que não nos vemos.
Fazem meses que não nos vemos. Fazia horas que estávamos
Faziam horas que estávamos esperando.
esperando.
165
Com os verbos faltar, bastar,
restar, sobrar e car (no sentido de
restar, sobrar)
Esses verbos concordam normalmente com o sujeito. Portanto:
Carreira
Ministro da educação tropeça feio no português durante entrevista
“Haverão mudanças”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho.
Com o pronome“-se”
Com o pronome -se, também chamado de partícula apassivadora, SEM
PREPOSIÇÃO, o verbo concorda com o sujeito e ca no plural:
ERRADO
Consertam-se sapatos.
Conserta-se sapatos. Veem-se os primeiros resultados.
Vê-se os primeiro resultados. Contratam-se mecânicos.
Contrata-se mecânicos.
CERTO
166
Escreve-se com amor e dedicação. (preposição = com)
ERRADO CERTO
Con am-se em pro ssionais Con a-se em pro ssionais
graduados. graduados.
Tratam-se de questões sérias. Trata-se de questões sérias.
Casos gerais
“É bom, é necessário, é proibido”
Variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante.
Mas a expressão “a sós” é usada somente no plural: O rapaz gosta de car a sós.
167
Com A MAIORIA, PARTE GRANDE PARTE, BOA PARTE, UM
GRANDE NÚMERO, etc.
Na frase: “A maioria das pessoas faltou/faltaram ao encontro”, o sujeito “A maioria
das pessoas” tem o núcleo no singular: maioria. No entanto, ele é seguido de uma
palavra no plural: pessoas. Quando isso ocorre, a concordância pode ser feita tanto
com o núcleo do sujeito - e o verbo cará no singular - quanto com o substantivo
após o núcleo - e cará no plural.
168
Com verbo longe do sujeito
É muito comum na escrita diária cometer erros de concordância quando a frase é
mais longa e o verbo está longe do sujeito.
Veja o exemplo:
“Fui eu que z” ou “Fui eu quem z”? Quem nunca teve essa dúvida de
concordância, não é? Qualquer que seja o verbo, são duas as formas
corretas, mas a diferença está no uso dos pronomes QUE e QUEM. Veja:
169
Estimado(a) aluno(a), os casos de problema de concordância vão muito além dos
expostos aqui, que são os principais. Mas a intenção não é esgotar o assunto em
um material, mas fazê-lo pensar a respeito e ter cuidado na hora de escrever. Só
tem dúvida quem um dia estudou, não é verdade? Então, assim que precisar ou
que a vontade de aprender mais bater, procure uma boa gramática – deixei
indicações na sessão Complemente seus Estudos! – ou jogue no Google para somar
ao que você já aprendeu aqui!
170
16
Erros Comuns e
Vícios de Linguagem
171
“Um bom professor de português quer formar bons usuários da língua
escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel de
literatura!” - Marcos Bagno, professor, sociolinguista e lólogo brasileiro.
Não é novidade nenhuma que o nosso idioma é complexo por natureza, e que é
exatamente a essa complexidade que devemos prestar atenção e começar a nos
corrigir, a nos acostumar com o correto. É o que chamamos de “pegadinhas” nas
avaliações, mas que na verdade é um ponto que os avaliadores têm para medir o
grau de contato do candidato com o idioma.
Ninguém, nem mesmo pro ssionais da área de Letras, é obrigado a saber de tudo –
para isso existe o auxílio de livros, dicionários e gramáticas. Mas o que se espera é
que o aluno, em algum momento da sua vida, estude português em um nível tal
que seja capaz de se destacar de outros que nunca buscaram saber como falar e
escrever corretamente. Uma pequena informação a mais que o concorrente e você
já está um passo à frente dele.
172
Erros Gerais
A comparação abaixo é uma coletânea de erros comumente encontrados em
escritos de diferentes gêneros: pro ssionais, acadêmicos, empresariais e pessoais.
Con ra e corrija-se!
173
A energia falhou de repente, por
Faz 12 anos que não viajo ao isso perdemos o trabalho
exterior. digitado.
Aquele foi o tempo em Fiquei fora de mim com aquela
que/quando mais fomos felizes. situação
Assisti a um lme em que o Aquela loja vende tudo a partir de
cachorro morre no nal. R$1,99.
Con rmamos o recebimento do As crianças falaram a verdade
email. ontem.
Este livro é para eu ler, não é? Quando eu falei que era um
Ela devia ter chegado antes, mas privilégio trabalhar com ele, ele e
está atrasada... disse: “Nada a ver...”
Diga que volto daqui a pouco. O ladrão com certeza é menor.
Ele comprou trezentos gramas Essa foi uma grande perda para
de muçarela. todos.
Quando nós vamos nos ver? Fazemos entrega em domicílio.
Vocês têm conta aqui? Quando Para mais informações, ligue xxx-
vocês vierem de novo, vou xxxx
con rmar. Você quer que eu compre pra
Ela mesma arrumou a sala. você?
A gente não vai faltar amanhã. Se você quiser viajar, eu estou a
Ela estava meio cansada e não m.
veio. A moça disse ao Sr. Tavares:
Entre mim e ele não há conversa “Obrigada!”
nem acordo. Quando você a vir, mande meus
Se você propuser um bom salário, cumprimentos.
voltamos a conversar.
174
MENAS E MEIA
Porém, tem feminino quando quer dizer metade: “Comi apenas MEIA
MAÇÔ, “Agora são meio dia e MEIA (hora)”.
175
Lembra-se do modo subjuntivo?
176
Ela iria embora se suposse o que ...que você se opusesse ao cargo.
aconteceria. Embora eu Se a empresa o mantivesse...
prevesse minha nota, foi pior Quando pusermos dinheiro....
ainda!
Se a banda composse algo bom, Se o IR retiver minha declaração...
eu escutaria. Se você vir a professora...
Sim, eu sei que estudar verbos é um exercício chato... por isso, minha
indicação é um quiz on-line sobre os 100 verbos mais comuns da língua
portuguesa. Teste seus conhecimentos e compartilhe sua pontuação no
nosso fórum!
177
O Particípio
O particípio, juntamente com o in nitivo e o gerúndio, é uma das chamadas
formas nominais do verbo. É chamado assim por não apresentar modo e tempo ou
número e pessoa, assemelhando-se mais com um adjetivo do que com uma forma
verbal.
Nas suas formas regulares, o particípio termina em -ADO ou –IDO, e é usado junto
com os verbos TER e HAVER em qualquer tempo, modo ou pessoa, formando uma
locução:
Veja:
178
Acender matado entregue
Benzer salvado expresso
Eleger soltado expulso
Morrer acendido morto
Prender benzido salvo
Suspender elegido solto
Emergir morrido aceso
Exprimir prendido bento
Extinguir suspendido eleito
Frigir emergido morto
Imergir exprimido preso
Imprimir extinguido suspenso
Tingir frigido emerso
imergido expresso
REGULAR imprimido extinto
tingido frito
aceitado imerso
entregado IRREGULAR impresso
expressado tinto
expulsado aceito
179
Voltando à regra, com os verbos TER e HAVER usa-se os regulares (primeira coluna),
e com os verbos SER e ESTAR, os irregulares (segunda coluna).
O correto é:
180
COM OS VERBOS TER E HAVER COM OS VERBOS SER ou ESTAR
pagado pago
entregado entregue
gastado gasto
aceitado aceito
salvado salvo
prendido preso
morrido morto
matado morto
fritado frito
elegido eleito
181
Há uma grande discussão sobre algumas formas, principalmente
GANHADO/GANHO, PAGADO/PAGO e PEGAR/PEGO com ter e haver. Já
se nota nas ruas, na tevê e na imprensa em geral o uso de estruturas
tais como: “Ela devia ter pego o ônibus” e “Eu tinha ganho um
dinheiro”, o que pode vir, no futuro, a se tornar regra. Porém, algumas
referências consagradas como o Manual de Redação e Estilo do Estado de
São Paulo e obras de gramáticos in uentes garantem que na norma
culta, aquela que nos é exigida em provas e concursos, ainda vale as
formas “ter pagado”, “ter pegado”, etc. “Chego” não existe como
particípio! O correto é “tinha chegado”.
Gerundismo
Quando se fala em gerundismo - e se fala bastante! -, é comum as pessoas
apresentarem muitas dúvidas sobre esse conceito gramatical. Há até quem
pergunte se a forma verbal do gerúndio não é mais usada ou se é errado usá-la.
Mas é muito importante salientar que gerúndio e gerundismo são coisas
distintas! Então, antes que se comece a tomar o certo pelo duvidoso e o errado
pelo certo, vamos nos lembrar de algumas regras:
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O problema, contudo, é que o gerúndio passou a ser utilizado para
conferir ao verbo uma ideia de progressividade no futuro e, conforme
a norma culta, isso caracteriza erro ou vício de linguagem:
183
Conclusão
Chegamos ao nal da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o máximo.
Ao longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhecimento e sua
formação no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em várias etapas do seu
crescimento pessoal e pro ssional. Todo conhecimento é válido; nada que se
aprende é em vão.
Profª Ju Spadoto
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Material Complementar
LIVRO
LIVRO
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LIVRO
FILME
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FILME
Título: A Chegada
Ano: 2016
Em A Chegada, Amy Adams interpreta Louise Banks, uma linguista
brilhante convocada pelo governo americano para se comunicar com
os alienígenas que estacionaram suas naves em diversos pontos do
mundo. A Dra. Banks lidera a equipe que tenta desvendar o que eles
querem. “Seria maravilhoso ter uma língua universal. Mas estamos bem
longe disso”, diz Adams. “O que temos em comum são as emoções e
nossa experiência humana. Somos todos iguais. Todos temos medos,
compaixão, amor, raiva. Mas não sabemos nos comunicar.”
Você gosta de filmes e séries? Veja aqui 14 filmes que o Guia de Estu-
dantes listou para quem gosta ou quer entender um pouco mais dos
mecanismos de comunicação nas áreas sociais, políticas, empresariais,
virtuais e jornalísticas.
https://guiadoestudante.abril.com.br/orientacao-profissional/14-fil-
mes-e-series-para-quem-gosta-da-area-de-comunicacao/
WEB
WEB
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Conclusão
Chegamos ao final da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o
máximo. Ao longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhe-
cimento e sua formação no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em
várias etapas do seu crescimento pessoal e profissional. Todo conhecimento
é válido; nada que se aprende é em vão.
Mais do que corrigir erros de português e saber as regras do novo acordo
ortográfico, é preciso ter consciência de que se comunicar de forma simples
e direta, tanto na escrita quanto na fala, garante seu sucesso no caminho
que você pretende percorrer. Uma comunicação mal apresentada significa
muito mais do que a falha em si. Ela pode ser um fator que altera a per-
cepção do cliente sobre sua empresa, o cuidado que você toma ao divulgar
informações, a sua atenção aos detalhes... Escrever um email mal redigido
ou falar um erro grosseiro de português, por exemplo, pode levantar todas
essas questões na mente de quem vai receber sua mensagem.
Assim, fica aqui meu desejo de contínuo estudo e crescimento pessoal - e
sucesso sempre!
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Referências
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CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa.
Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996.
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8.ed.
São Paulo: Atlas, 2006.
DIONÍSIO ET AL. Oratória. 1 ed. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
FRANÇA, Ana Shirley. Comunicação Escrita nas Empresas: teorias e práticas. São
Paulo: Editora Atlas, 2013.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: Leitura e
redação. 18 ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.
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Médicas, 1995.
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KUNSCH, Margarida M. Krohling (org.) Comunicação organizacional: Linguagem,
gestão e perspectivas. Vol. 2. São Paulo, SP. Saraiva, 2009.
______. Comunicação organizacional: conceitos e dimensões dos estudos e
das práticas In: MARCHIORI, Marlene. Faces da cultura e da comunicação
organizacional. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2006.
NASCIMENTO, E. L. Concordância e Regência. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
RIZZO, C. Marketing pessoal no contexto pós-moderno. Livro eletrônico. 4. ed. São
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ROSENTHAL, Marcelo. Gramática para concursos. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
TERCIOTTI, Helena, S. Comunicação Empresarial na Prática. 3ª Ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2013.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e
escrita. Martins Fontes: São Paulo, 2017.
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