Caso 6

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE DIREITO DA __

VARA CÍVEL DA COMARCAR DE …../…..

SILVANO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da cédula de


RG de nº __, devidamente inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº __,
residente e domiciliado no endereço, ___/__, vem perante Vossa Excelência, por
meio de seu bastante procurador, procuração em anexo, (DOC. 01), propor AÇÃO
REINVICATÓRIA, em face de ZEFINHA, (nacionalidade), (estado civil),
(profissão), portador da cédula de RG de nº __, devidamente inscrito no Cadastro
de Pessoas Físicas sob o nº __, residente e domiciliado no endereço, ___/__, pelos
fatos e fundamentos expostos a seguir:

DAS PRELIMINARES

Requer a parte autora a concessão dos benefícios da gratuidade da justiça,


com fulcro no disposto no artigo 98 do Código de Processo Civil (CPC) c/c o
artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal, em virtude de ser pessoa pobre na
acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos
decorrentes do processo, sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família,
conforme declaração em anexo.

DOS FATOS

SILVANO, ocupou um terreno baldio (250m²) na cidade do Paulista, no


Bairro de/Maranguape II, LOCALIZADO EM ÁREA URBANA, há pouco mais de
cinco anos. A ocupação, mansa e pacífica, deu frutos, o Senhor Silvano construiu
uma casa no local, “Vide” fotos antigas do terreno (DOC. 02) e comprovantes de
residência em nome do autor da presente ação (DOC. 03). Contudo, Silvano
decidiu formalizar sua condição de proprietário, iniciando buscas documentais
em cartórios locais, para dar início ao processo de usucapião. Em meio as
diligências, orientadas pelo seu Advogado, foi constatado que havia registro
imobiliário onde constava Zefinha, como proprietária e conta na documentação
que o imóvel era apenas um terreno baldio, (DOC. 04). Zefinha, ao receber
intimação do processo de usucapião (PJe nº xxx), impetrou processo de
Reintegração de Posse em face do Senhor Silvano, alegando pose nova,
levantando provas duvidosas. Zefinha obteve êxito com decisão interlocutória de
devolução da posse direta com mandado simultâneo publicado em 20/02/2024.
É salutar, Vossa Excelência, que o Autor desta ação, não possui outro imóvel.

DOS DIREITOS

Já é bem claro, evidente e cognoscível a perfeita sintonia dos fatos


descritos, quanto a situação/relação do imóvel com o autor, aos ditames
baluartes às condições necessárias e estritas para qualificá-lo como proprietário
de fato, passível de formalização de sua propriedade através da ação de
usucapião urbano. Art. 1.240 do CC/02. Tornando-o proprietário de Direito.
Analisando as provas elencadas pelo autor da corrente ação judicial, não
restam dúvidas de que, não se trata de posse nova por já ter passado mais de um
366 dias de posse direta do imóvel. Como não se tratava de ano bissexto, é válida
a contagem de 366 dias. Tendo assim aquela ação de usucapião, movida por
Silvano, o condão de ação de força velha.

Quanto a legitimidade do Senhor Silvano em mover Ação Reivindicatória, é


PLENA. Pela letra da Lei, o sujeito legítimo para propôr tal Ação é apenas o
proprietário, mas o Senhor Silvano é apenas um possuidor direto, certo? Sim,
mas observe, Excelência, pelo seguinte ponto de vista;

Só quem pode mover ação reivindicatória é o proprietário, mas o Silvano


não é proprietário, é apenas possuidor manso e pacífico de bem imóvel com
mensuração de 250m², por cinco anos, configurando não só a posse velha, mas
também requisitos para formalizar seu direito de propriedade sobre a coisa
mediante ação de usucapião. Lembre que o usucapião apenas reconhece de
maneira formal a renúncia do proprietário sob a propriedade de determinado bem
para outrem que a detém de maneira pacífica, adquirir o justo título de
propriedade. Sendo assim a propriedade de maneira tácita existe!!! Antes de
mover ação de usucapião, a propriedade já existe, pois perante o pergaminho
legal, o proprietário já renunciou de seu Direito para que outro a detenha.
Caracterizando o antigo proprietário como negligente sobre a coisa, objeto do
usucapião. Dotando-se da premissa que a posse leva em conta a atividade sobre
a coisa e não apenas a titularidade sobre a coisa. Adriano Andrade e Darcy
Berssone, em Cadernos de Pesquisas, n4, 1962; dizem que a posse é comprovada
pela atividade em consonância a destinação do imóvel, ou seja, o que é
condizente com imóvel destinado a cultura de vegetais, a plantação, e ao imóvel
destinado à moradia, a morada e (nem sempre) a construção de edificações. A
Senhora Zefinha, RENUNCIOU por todos os anos passados o Direito de
propriedade, dando abertura para que outra pessoa tome para si a coisa
negligenciada, não cumprindo com a função social da propriedade. Vendo a coisa,
abandonada há vários anos, o Senhor Silvano, viu oportunidade de angariar para
si o papel de dar função social ao imóvel, construindo seu lar. Ora, Excelência, se
existe união estável tácita, contratos firmados tacitamente, note que há união
estável, há vínculo de trabalho, eles existem, mas só não foram formalizados.
Deverá ser o mesmo com o caso do Senhor Silvano, afinal ele É proprietário, que
propôs ação de usucapião para o reconhecimento lgal da propriedade.

Desta forma, é incabível a propositura da ação de reintegração de posse


feita pela Senhora Zefinha.

DOS PEDIDOS
1 – A designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do Art.
319.VII, do CPC

2 – A citação da parte Ré por meio postal, nos termos do Art. 246, I do CPC.
3 - Conceder os benefícios da Justiça gratuita, com a consequente extensao as
despesas cartorárias, eis que pessoa comprovadamente pobre nos termos da lei
1.060/50.
IV - Citar os seguintes: nome das testemunhas.

V - Nos termos do art. (944 do CPC); seja intimado o Ilustre Representante do


Ministério Público, para todos os atos e termos desta Ação.

VI - Julgar procedente o pedido para declarar titular proprietário o autor da ação,


oficiando o competente cartório de imoveis para realizar a transcrição.

Neste Termos,
Pede Deferimento.

________/__, 19 de Março de 2024

YURI SOUZA VALOIS


OAB/PE __

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