Antony Van Leeuwenhoek e o Microscópio

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ANTONY VAN LEEUWENHOEK (1632-1723)

“Descoberta do Mundo Microbiano”

Galileu deve ter ficado assombrado! Naquela noite, em 1609, apontara


seu telescópio rudimentar na direção daquele grande arco de luz que os
antigos chamavam de “círculo de leite”. Com a ajuda de seu telescópio,
Galileu pôde ver o que nenhum olho humano tinha visto antes: a Via-Láctea
era “uma massa de inumeráveis estrelas”.
Pouco mais de 70 anos depois, certo comerciante holandês chamado
Antony Van Leeuwenhoek também perscrutou um aparelho de fabricação
doméstica, de vidro e metal. Ele, porém, não tinha nenhuma formação
científica anterior; esmerilar e polir lentes eram mais ou menos um “hobby”.
Com estas lentes, contudo, construiu versões rudimentares de um
instrumento que propiciaria à humanidade a entrada num universo de outra espécie: o “micro-mundo”, onde
uma gotícula de água ou uma colherinha cheia de terra polularia de vida.
Telescópios e microscópios: eles revelaram maravilhas ocultas: galáxias que se estendem por
imensidões assombrosas, microrganismos tão diminutos que um quarto de um milhão deles poderiam
caber dentro do ponto no fim desta sentença. Mostraram que a realidade é mais fabulosa do que a ficção.
No caso de Leeuwenhoek, a importância não está somente em ele saber polir lentes, visto que já
haviam criado alguns microscópios na sua época, mas nas observações que este fez.
Ele observou “animálculos” móveis na água da chuva, em infusões pútridas, na saliva, e em várias
outras substâncias que tinham “microrganismos”, os quais ele descreveu e ilustrou com desenhos. Estes
trabalhos foram enviados à Sociedade Real de Londres, que os publicou.
Uma das descrições de Leeuwenhoek, onde fica evidente seu estilo coloquial cativante de descrever
suas observações, não mais encontrado em comunicações científicas:
“Recebi em minha casa diversos cavalheiros, que estavam ansiosos por ver as pequenas enguias do
vinagre; mas alguns ficaram tão enojados do espetáculo que juraram nunca mais usar vinagre. Mas o que
seria se contasse a esta gente que existe mais animais na boca humana, vivendo na escuma junto aos
dentes do que homens em todo o reino?”
Leeuwenhoek, com seu excepcional grau de curiosidade, através de suas lentes que obtinham de 50 a
30 diâmetros de aumento, descobriu o mundo microbiano. Além de protozoários, algas, fungos e bactérias,
também descreveu estruturas microscópicas de sementes e embriões vegetais, espermatozóides, glóbulos
vermelhos e muitas outras estruturas microscópicas.
As descobertas deste holandês trouxeram à tona uma questão que havia sido resolvida por Francesco
Redi (1665) para o caso de animais macroscópicos, ou seja, qual a origem destes seres? Eles surgem
através de “geração espontânea”?
Na Antigüidade, considerava-se óbvio que muitas plantas e animais pudessem gerar-se
espontaneamente sob condições especiais. Aristóteles, filósofo grego que escreveu extensamente sobre
história natural, era um adepto da geração espontânea. Seus escritos sobre assuntos científicos, por uma
série de acidentes históricos, vieram a ser escritos como dogmas no mundo cristão primitivo. Isto favoreceu
a sustentação da geração espontânea dos microrganismos.
Por razões técnicas, constitui problema muito mais difícil a demonstração de que, assim como os
animais, também os microrganismos não são gerados espontaneamente. Assim sendo, os trabalhos
descritos a seguir mostram a “guerra” que se travou entre os defensores da “Teoria da Geração
Espontânea” e os que acreditavam que os microrganismos estão sempre presentes no ar, de onde ganham
acesso às infusões e ali crescem, desde que as condições sejam adequadas ao seu desenvolvimento.

http://www.jarbas.com.br/frame.php/?link=www.ufrgs.br/agro/fitossan/AGR04401VD/histmicrob.htm
Prof. Valmir Duarte

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