Medida Provisória Nº 2.200-2-2001 - Sobre Assinatura Digital
Medida Provisória Nº 2.200-2-2001 - Sobre Assinatura Digital
Medida Provisória Nº 2.200-2-2001 - Sobre Assinatura Digital
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a
seguinte Medida Provisória, com força de lei:
Art. 1o Fica instituída a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, para garantir a autenticidade, a
integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações
habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.
Art. 2o A ICP-Brasil, cuja organização será definida em regulamento, será composta por uma autoridade gestora
de políticas e pela cadeia de autoridades certificadoras composta pela Autoridade Certificadora Raiz - AC Raiz, pelas
Autoridades Certificadoras - AC e pelas Autoridades de Registro - AR.
Art. 3o A função de autoridade gestora de políticas será exercida pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, vinculado à
Casa Civil da Presidência da República e composto por cinco representantes da sociedade civil, integrantes de
setores interessados, designados pelo Presidente da República, e um representante de cada um dos seguintes
órgãos, indicados por seus titulares:
I - Ministério da Justiça;
II - Ministério da Fazenda;
§ 1o A coordenação do Comitê Gestor da ICP-Brasil será exercida pelo representante da Casa Civil da
Presidência da República.
§ 2o Os representantes da sociedade civil serão designados para períodos de dois anos, permitida a
recondução.
§ 3o A participação no Comitê Gestor da ICP-Brasil é de relevante interesse público e não será remunerada.
II - estabelecer a política, os critérios e as normas técnicas para o credenciamento das AC, das AR e dos demais
prestadores de serviço de suporte à ICP-Brasil, em todos os níveis da cadeia de certificação;
V - estabelecer diretrizes e normas técnicas para a formulação de políticas de certificados e regras operacionais
das AC e das AR e definir níveis da cadeia de certificação;
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas_2001/2200-2.htm 1/4
11/04/24, 07:55 2200-2
VI - aprovar políticas de certificados, práticas de certificação e regras operacionais, credenciar e autorizar o
funcionamento das AC e das AR, bem como autorizar a AC Raiz a emitir o correspondente certificado;
VII - identificar e avaliar as políticas de ICP externas, negociar e aprovar acordos de certificação bilateral, de
certificação cruzada, regras de interoperabilidade e outras formas de cooperação internacional, certificar, quando for o
caso, sua compatibilidade com a ICP-Brasil, observado o disposto em tratados, acordos ou atos internacionais; e
VIII - atualizar, ajustar e revisar os procedimentos e as práticas estabelecidas para a ICP-Brasil, garantir sua
compatibilidade e promover a atualização tecnológica do sistema e a sua conformidade com as políticas de
segurança.
Art. 5o À AC Raiz, primeira autoridade da cadeia de certificação, executora das Políticas de Certificados e
normas técnicas e operacionais aprovadas pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, compete emitir, expedir, distribuir,
revogar e gerenciar os certificados das AC de nível imediatamente subseqüente ao seu, gerenciar a lista de
certificados emitidos, revogados e vencidos, e executar atividades de fiscalização e auditoria das AC e das AR e dos
prestadores de serviço habilitados na ICP, em conformidade com as diretrizes e normas técnicas estabelecidas pelo
Comitê Gestor da ICP-Brasil, e exercer outras atribuições que lhe forem cometidas pela autoridade gestora de
políticas.
Art. 6o Às AC, entidades credenciadas a emitir certificados digitais vinculando pares de chaves criptográficas ao
respectivo titular, compete emitir, expedir, distribuir, revogar e gerenciar os certificados, bem como colocar à
disposição dos usuários listas de certificados revogados e outras informações pertinentes e manter registro de suas
operações.
Parágrafo único. O par de chaves criptográficas será gerado sempre pelo próprio titular e sua chave privada de
assinatura será de seu exclusivo controle, uso e conhecimento.
Art. 7o Às AR, entidades operacionalmente vinculadas a determinada AC, compete identificar e cadastrar
usuários na presença destes, encaminhar solicitações de certificados às AC e manter registros de suas
operações. (Revogado pela Medida Provisória nº 951, de 2020) (Vigência Encerrada)
Art. 7º Compete às AR, entidades operacionalmente vinculadas a determinada AC, identificar e cadastrar
usuários, encaminhar solicitações de certificados às AC e manter registros de suas operações. (Redação dada pela
Lei nº 14.063, de 2020)
Parágrafo único. A identificação a que se refere o caput deste artigo será feita presencialmente, mediante
comparecimento pessoal do usuário, ou por outra forma que garanta nível de segurança equivalente, observadas as
normas técnicas da ICP-Brasil. (Incluído pela Lei nº 14.063, de 2020)
Art. 8o Observados os critérios a serem estabelecidos pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, poderão ser
credenciados como AC e AR os órgãos e as entidades públicos e as pessoas jurídicas de direito privado.
Art. 9o É vedado a qualquer AC certificar nível diverso do imediatamente subseqüente ao seu, exceto nos casos
de acordos de certificação lateral ou cruzada, previamente aprovados pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil.
Art. 10. Consideram-se documentos públicos ou particulares, para todos os fins legais, os documentos
eletrônicos de que trata esta Medida Provisória.
§ 1o As declarações constantes dos documentos em forma eletrônica produzidos com a utilização de processo
de certificação disponibilizado pela ICP-Brasil presumem-se verdadeiros em relação aos signatários, na forma do art.
131 da Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 - Código Civil.
§ 2o O disposto nesta Medida Provisória não obsta a utilização de outro meio de comprovação da autoria e
integridade de documentos em forma eletrônica, inclusive os que utilizem certificados não emitidos pela ICP-Brasil,
desde que admitido pelas partes como válido ou aceito pela pessoa a quem for oposto o documento.
Art. 11. A utilização de documento eletrônico para fins tributários atenderá, ainda, ao disposto no art. 100 da Lei
no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.
Art. 12. Fica transformado em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Instituto
Nacional de Tecnologia da Informação - ITI, com sede e foro no Distrito Federal.
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Art. 13. O ITI é a Autoridade Certificadora Raiz da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Art. 14. No exercício de suas atribuições, o ITI desempenhará atividade de fiscalização, podendo ainda aplicar
sanções e penalidades, na forma da lei.
Art. 15. Integrarão a estrutura básica do ITI uma Presidência, uma Diretoria de Tecnologia da Informação, uma
Diretoria de Infra-Estrutura de Chaves Públicas e uma Procuradoria-Geral.
Parágrafo único. A Diretoria de Tecnologia da Informação poderá ser estabelecida na cidade de Campinas, no
Estado de São Paulo.
Art. 16. Para a consecução dos seus objetivos, o ITI poderá, na forma da lei, contratar serviços de terceiros.
§ 1o O Diretor-Presidente do ITI poderá requisitar, para ter exercício exclusivo na Diretoria de Infra-Estrutura de
Chaves Públicas, por período não superior a um ano, servidores, civis ou militares, e empregados de órgãos e
entidades integrantes da Administração Pública Federal direta ou indireta, quaisquer que sejam as funções a serem
exercidas.
§ 2o Aos requisitados nos termos deste artigo serão assegurados todos os direitos e vantagens a que façam jus
no órgão ou na entidade de origem, considerando-se o período de requisição para todos os efeitos da vida funcional,
como efetivo exercício no cargo, posto, graduação ou emprego que ocupe no órgão ou na entidade de origem.
II - remanejar, transpor, transferir, ou utilizar, as dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária de 2001,
consignadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia, referentes às atribuições do órgão ora transformado, mantida a
mesma classificação orçamentária, expressa por categoria de programação em seu menor nível, observado o
disposto no § 2o do art. 3o da Lei no 9.995, de 25 de julho de 2000, assim como o respectivo detalhamento por esfera
orçamentária, grupos de despesa, fontes de recursos, modalidades de aplicação e identificadores de uso.
Art. 18. Enquanto não for implantada a sua Procuradoria Geral, o ITI será representado em juízo pela Advocacia
Geral da União.
Art. 19. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no 2.200-1, de 27 de julho de
2001.
Art. 20. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
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