Sermão O Pouco Com Deus É Muito
Sermão O Pouco Com Deus É Muito
Sermão O Pouco Com Deus É Muito
Juízes 7:1-25
Chegando, pois, Gideão, eis que certo homem estava contando um sonho ao seu
companheiro e disse: Tive um sonho. Eis que um pão de cevada rodava contra o arraial
dos midianitas e deu de encontro à tenda do comandante, de maneira que esta caiu, e
se virou de cima para baixo, e ficou assim estendida.
Pelo fato de seu exército ser tão pequeno em comparação com o do inimigo, Gideão se
abstivera de fazer a proclamação usual. Ficou surpreso com a declaração de que seu exército
era por demais grande. Mas o Senhor via o orgulho e a incredulidade que existiam no coração
de Seu povo. Despertos pelos apelos estimulantes de Gideão, alistaram-se com prontidão; mas
muitos ficaram cheios de medo quando viram as multidões dos midianitas. Entretanto, caso
houvesse Israel triunfado, esses mesmos teriam tomado a glória para si próprios, em vez de
atribuírem a vitória a Deus.
Ainda assim, Deus queria reduzir o número de soldados e os fez passar pela
conhecida prova da bebida de água. Apenas 300 homens foram selecionados por Deus
para continuar. Deus é claro em demonstrar que Seu domínio sobre todas as ações
humanas é completo. Deus é claro em despistar qualquer dúvida de que aquela vitória
poderia ser alcançada graças à valentia de 32 mil ou 10 mil israelitas. Ele foi claro em
mostrar que o SENHOR é tudo o que precisamos em nossa vida.
Deus poderia haver realizado Seu desígnio de salvar pecadores sem o nosso auxílio; mas a fim
de desenvolvermos caráter semelhante ao de Cristo, é-nos preciso partilhar de Sua obra. A fim
de participar da alegria dEle - a alegria de ver almas redimidas por Seu sacrifício - devemos
tomar parte em Seus labores para redenção delas.
Um fato curioso sobre Gideão e sua liderança, é a dúvida perante a ação divina.
Gideão pedira anteriormente o sinal do orvalho, que caiu sobre a lã e depois sobre o
chão ao seu redor. Imagine então, da perspectiva de um homem medroso, quando Deus
o faz reduzir seu exército de 32 mil para 300 homens! Você consegue imaginar Gideão
suando frio? Consegue imaginá-lo andando para lá e para cá pensando numa maneira de
sair daquela “enrascada”?
É bem certo que por diversas vezes o Senhor nos conduz a situações difíceis e
até mesmo impossíveis, para mostrar que Ele é especialista em causas impossíveis (ver
Lucas 18:27). Por vezes, apesar de conhecermos tantos milagres e livramentos na vida
doa antigos, continuamos temendo e tremendo diante de situações nas quais Deus diz
“aquietai-vos e sossegai”. É o que chamamos de síndrome de Gideão.
Síndrome de Gideão obviamente não é uma doença secular, mas é um mal que
aflige diversos filhos de Deus. Pessoas que clamam por sinais, milagres, eventos
sobrenaturais a todo instante. O curioso é que, mesmo com tanta ação de Deus, o medo
continua presente na vida dessas pessoas. Ora, será que Deus precisa aparecer
sobrenaturalmente em cada dificuldade? Temos nós cultivado uma fé tão rasa a ponto
de ser guiados apenas por sentimentos e não por convicção? Possivelmente você
conheça alguém que sofra da síndrome de Gideão. Caso seja uma pessoa próxima você,
ajude-a a entender que devemos agir pela fé, sempre avante, confiando que Deus nos
guia mesmo nos momentos mais sombrios e escuros de nossa vida.
Deus usa o trabalho pessoal como poderosa ferramenta. Devemos fazer a nossa
parte e confiar que a conversão é obra do Espírito:
O Senhor deseja que a verdade se aproxime bem do povo, o que só pode ser feito pelo
trabalho pessoal. Muito se acha compreendido na ordem: "Sai pelos caminhos e atalhos e
força-os a entrar, para que a Minha casa se encha." Luc. 14:23. Há a fazer nesse sentido uma
obra que ainda não se fez. Ensinem os obreiros de Deus a verdade nas famílias, aproximando-
se bem daqueles por quem trabalham. Caso eles assim cooperem com Deus, Ele os revestirá de
poder espiritual. Cristo os guiará em seu trabalho, entrando nas casas do povo juntamente com
eles, e dando-lhes palavras que penetrarão profundamente no coração dos ouvintes. O Espírito
Santo abrirá corações e mentes para receberem os raios vindos da fonte de toda luz. Review
and Herald, 29 de dezembro de 1904.
Deus ordenou que eles atacassem o acampamento midianita, mas caso ainda
houvesse medo em Gideão, que ele fosse espiar com seu servo chamado Pura.
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Chegando, pois, Gideão, eis que certo homem estava contando um sonho ao seu
companheiro e disse: Tive um sonho. Eis que um pão de cevada rodava contra o arraial
dos midianitas e deu de encontro à tenda do comandante, de maneira que esta caiu, e
se virou de cima para baixo, e ficou assim estendida.
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Respondeu-lhe o companheiro e disse: Não é isto outra coisa, senão a espada de
Gideão, filho de Joás, homem israelita. Nas mãos dele entregou Deus os midianitas e
todo este arraial.
Deus, antes mesmo de Gideão vacilar diante do desafio, já tinha dado o sonho
para o inimigo. Deus sabia que aquele homem temeria, duvidaria mais uma vez e de
antemão preparou o caminho. Se Deus fosse um mortal como nós somos, possivelmente
estaria muito chateado, pensando “poxa, ele não confia em mim mesmo, depois de tudo
que eu fiz e mostrei para esse ingrato”, ou “quanta teimosia! Quer saber? Daqui para
frente cada um com seus problemas, não quer minha ajuda mesmo...”.
Mas não se preocupe, porque o Senhor tem uma paciência tremenda com a raça
humana. Não olhe apenas para Gideão, olhe para a sua vida, reflita em quantas vezes
temos confiado mais em nós mesmos do que na Providência Divina. Você se lembra
daquela vez que o Espírito Santo queimou seu coração para algo desafiador e você
recuou? Geralmente, quando recusamos os desafios que Deus coloca no nosso coração,
buscamos desculpas, justificativas, razões para diminuir o peso na consciência. Se
Gideão tivesse desistido, muitos o suportariam, afinal, ele estava assim livrando sua
pele de uma missão suicida.
Mas irmãos, nesse sábado missionário, gostaria de incentivá-los a agir pela fé.
Naquele dia Gideão entrou para a galeria dos heróis da fé, não por seu mérito, mas por
misericórdia divina.
Por quantas vezes mais precisaremos ser impelidos pelo “sonho do ímpio”?
Gideão confiou mais na voz do inimigo, do que na voz do próprio Deus. Ele duvidou e
o Senhor precisou humilhá-lo. Estaríamos nós na mesma condição? Realmente você
precisará ouvir uma voz diferente da do Espírito Santo para enfim ousar em sua ação
missionária, para ser fiel independentemente da situação?
Naquela noite, não foram 300 soldados que derrotaram os midianitas, foi o poder
de Deus. Querido irmão e querida irmã, talvez você fique chateado em situações que
acontecem na igreja. Quando há uma convocação para formar duplas missionárias,
grupos de visitação, fazer classe bíblica, e vemos tão pequeno apoio dos irmãos, lembre-
se que “o pouco com Deus é muito”. Não se desespere se poucos estão ativos na
pregação do evangelho enquanto um lanche ou pipoca numa noite de sábado reúne
quase toda a igreja.
Em nome de Jesus continue fazendo a sua parte, porque assim como Deus
transformou 32 mil em 300, para Ele um homem seria suficiente para toda obra
missionária na Terra.
Pode ser que você veio ao culto hoje e sente incomodado com a atual situação de
sua vida espiritual. O conselho de amor é: não espere ter que ouvir “a voz do ímpio”,
basta ouvir a voz de Deus e confiar. Deus quer usar inclusive você que não é batizado
na igreja adventista para a Sua obra. Deus não precisa, mas quer usar cada um de nós,
para que levemos salvação a outros e ao nosso próprio coração também. Ouse em nome
de Jesus, trabalhe em nome de Jesus.
Será você contado entre os 31700 que desistiram? Terá você medo de ouvir a
voz de Deus? Hoje ele nos convida, cada um de nós, para uma obra mais excelente.
Apelo para que você ouça a voz de Deus, e cumpra o chamado que Ele tem para a sua
vida. E não se esqueça: “o pouco com Deus é muito”. Amém.