Geologia e Pedologia 2

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Geologia

e Pedologia
Identificação de Rochas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Edson Victor de Souza

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Identificação de Rochas

• Os Minerais – Definições;
• Propriedades Físicas e Químicas dos Minerais;
• Rochas.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar definições e propriedades dos minerais;
• Estudar as propriedades, os tipos e a classificação das rochas.
UNIDADE Identificação de Rochas

Os Minerais – Definições
Por definição, os minerais são compostos ou elementos químicos maciços, que pos-
suem composição estabelecida, cristalizados e constituídos a partir de processos inorgâ-
nicos ou provenientes de asteroides ou meteoritos que alcançaram a Terra.

Os minerais encontram-se nas rochas que, por consequência, são um conjunto de


minerais aglutinados.

Na Geologia, o estudo e o entendimento das características dos minerais é funda-


mental, pois possibilita conhecer os diferentes tipos de rochas e sua formação.

Além disso, permite estudar as formas de relevo e os diversos usos de tais minerais
em atividades econômicas.

Importante!
Os minerais que são extraídos para fins econômicos são chamados de minérios.

Um mineral caracteriza-se como um elemento ou composto químico que geralmente


é cristalino e que é decorrente de processos geológicos ocorridos ao longo do tempo.
O termo “cristalino”, como usado normalmente em mineralogia, consiste em uma
classificação numa escala que expressa um padrão indexável de difração (isto é, com
índices de Miller) quando uma substância é atravessada por uma onda com um compri-
mento adequado (Raios-x, elétrons, nêutrons etc.).
No entanto, certas substâncias de ocorrência natural não são consideradas cristalinas.

Essas substâncias estão divididas em duas categorias:


• Substâncias amorfas: que nunca foram cristalinas;
• Substâncias metamictas: que já foram cristalinas, mas que tiveram a cristalinidade
destruída por radiação.
Alguns mineralogistas não aceitam substâncias amorfas como sendo minerais de-
vido à impossibilidade de caracterizá-las completamente. Mas, deve-se ressaltar que a
CNMMN (Commission on New Minerals and Mineral Names) aceita essas substâncias
como minerais, tendo, por exemplo, a calciouranoita e o georgiaito.

Importante!
CNMMN: Commission on New Minerals and Mineral Names. A CNMMN que, em português,
significa Comissão de Novos Minerais e Nomes de Minerais, é uma Comissão Internacional
ligada à IMA (Associação Mineralógica Internacional), estabelecida em 1959, com o
intuito de controlar a nomenclatura mineral.

Podem ser citados, ainda, alguns casos especiais de substâncias não cristalinas de
ocorrência natural.

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A água é um exemplo dessa situação, pois, em sua forma líquida, em condições nor-
mais de temperatura e pressão, não é considerada cristalina, mas, em contrapartida, sua
forma sólida, o gelo, é considerado.

Outro exemplo é o mercúrio, que é definido como um mineral, mesmo não ocorren-
do em estado cristalino na Terra.

Assim, de maneira geral, tem-se que um mineral possui:


• Características de um sólido homogêneo (com relação às suas propriedades físicas
e químicas), tendo variações sistemáticas restritas;
• Composição química definida, possuindo variáveis dentro de certos limites;
• Estrutura cristalina, ou seja, estrutura reticular, possuindo ordem atômica tridimen-
sional dos seus átomos, denominado de estrutura do cristal;
• Origem inorgânica;
• Ocorrência natural na crosta terrestre.

No entanto, deve-se destacar, ainda, as seguintes situações consideradas especiais na


conceituação de uma substância como “mineral”:
• Substâncias extraterrestres como meteoritos, pedras da lua etc.;
• Substâncias antropogênicas, ou seja, aquelas produzidas pelo homem;
• Substâncias antropogênicas modificadas geologicamente. Por exemplo: laurita;
• Substâncias biogênicas, ou seja, compostos químicos produzidos inteiramente por
processos biológicos sem nenhum componente geológico.

Uma substância inserida no rol de situações especiais pode vir a ser caracterizada
como mineral, desde que aprovada e catalogada pela CNMMN.

Propriedades Físicas e
Químicas dos Minerais
Propriedades físicas dos minerais
As propriedades físicas e morfológicas de um mineral são consequentes de suas com-
posições químicas e estruturas cristalinas.

Basicamente, elas são as principais propriedades físicas dos minerais: cor, brilho,
traço (ou risca), clivagem e dureza.

Além dessas propriedades físicas, os minerais também apresentam outras caracterís-


ticas, tais como densidade, tenacidade, magnetismo, peso específico, sistema cristalino,
asterismo, cheiro, compressibilidade, condutividade elétrica, condutividade térmica, dia-
faneidade, fluorescência, fosforescência e sabor.

Na sequência, são descritas as principais propriedades físicas dos minerais.

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Cor
Esta propriedade é uma das mais importantes nos minerais, pois, muitas vezes, pode
apresentar uma cor característica e peculiar.
A cor é uma propriedade que pode resultar da presença de alguns elementos na
composição química do mineral, da presença de defeitos na estrutura cristalina ou da
ocorrência de impurezas no mineral.
Apesar de ser uma das principais propriedades físicas, alguns minerais apresentam
cores muito semelhantes e que podem levar a confundir uns aos outros.
Um exemplo desse tipo de semelhança é a pirita (FeS2, dissulfeto de ferro), chamada,
inclusive, de “ouro dos tolos”, justamente por conta de sua cor dourada e reluzente, que
lembra o ouro.
Outro exemplo no qual nem sempre a cor é utilizada como forma de identificação é
o quartzo, pois esse mineral pode apresentar muitas variações, sendo incolor, branco,
róseo e amarelo, entre outras cores.
Assim sendo, tem-se as características associadas às cores, nas quais os minerais
podem ser idiocromáticos (uma única cor) ou alocromáticos (apresentam diversas cores).

Brilho
Esta é uma das propriedades por meio da qual se pode identificar mais facilmente
um mineral.
O brilho depende, fundamentalmente, da absorção, da refração ou da reflexão da luz
pelas superfícies do mineral.
Como classificação geral, quanto ao brilho, os minerais podem ser metálicos ou não
metálicos (ou vulgar).
Um mineral que possui brilho metálico apresenta a aparência brilhante do metal sen-
do opaco à luz (temos como exemplos pirita e galena, entre outros).
Os minerais que apresentam brilho não metálico caracterizam-se por ser translúcidos
ou transparentes (por exemplo, quartzo, feldspato, turmalina e mica, entre outros).
Ainda quanto ao brilho, os minerais podem ter as seguintes classificações adicionais:
• Baços: são os minerais que não apresentam brilho;
• Vítreo: que apresenta um brilho semelhante ao vidro. Por exemplo: quartzo;
• Sedoso: com aparência semelhante a seda. Por exemplo: gipsita;
• Resinoso: com a aparência da resina. Por exemplo: âmbar.

Traço (ou risca)


O traço de um mineral é uma importante característica física de identificação, pois
permite distinguir materiais com cores e brilhos similares.
O traço pode ser determinado raspando o mineral numa placa de porcelana branca
não polida. Deve-se destacar que esse procedimento somente pode ser utilizado em
minerais com uma dureza inferior à placa de porcelana.

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Essa é uma propriedade empregada com frequência no reconhecimento de minerais,
pois, raramente, ocorre uma variação na mesma espécie mineral.

Clivagem
Essa propriedade caracteriza-se como sendo a tendência que um mineral possui de
se partir (quebrar) de acordo com os planos relacionados com a estrutura molecular in-
terna, conforme sua estrutura cristalina.

Em termos gerais, regularmente, a clivagem pode ser descrita de acordo com o nú-
mero de direções de planos de clivagem ou de acordo com sua qualidade.

Quanto às direções de planos de clivagem, os minerais podem ter:


• 3 direções. Por exemplo: calcita, galena;
• 2 direções. Por exemplo: feldspato;
• 1 direção. Por exemplo: micas, talco;
• Ausente. Por exemplo: quartzo, turmalina.

Em relação à qualidade de clivagem, os minerais podem ser classificados como:


• Perfeita: ocorre quando o cristal se separa em placas de superfície de forma per-
feita. Por exemplo: micas;
• Boa: nessa situação, a separação ocorre em certas direções, frequentemente for-
mando superfícies em formato de degraus. Por exemplo: calcita, cianita;
• Distinta: neste caso, ocorre a formação de superfícies iguais e desiguais. Por exem-
plo: feldspatos, hornblenda;
• Imperfeita: quando as superfícies de clivagem apresentam formatos irregulares. Por
exemplo: berilo;
• Ausente: para aqueles materiais que não apresentam plano de clivagem. Por exem-
plo: quartzo.

Dureza
Essa é a propriedade de um mineral quanto à sua resistência ao cisalhamento, sendo
uma terminologia mineralógica que indica o quanto esse mineral é resistente à abrasão
ou ao risco.
A dureza de um mineral pode ser avalizada por meio de escalas, nas quais pode ser
avaliado e comparado o grau de dureza de cada material.
A mais conhecida e utilizada é a Escala de Mohs (desenvolvida pelo mineralogista
alemão Friedrich Mohs, em 1824), que classifica os minerais quanto à sua dureza de
maneira relativa e crescente, variando de 1 a 10.
Além da Escala de Mohs, existe também a escala absoluta de dureza, apresentando
um grau de crescimento exponencial, comparando os minerais de maneira absoluta,
diferente da escala de dureza relativa, que possui uma graduação linear.
A Tabela 1 apresenta a Escala de Dureza de Mohs, com exemplos de minerais e sua
correspondência com a escala de dureza absoluta.

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Tabela 1 – Minerais de acordo com a Escala de Dureza de Mohs


Escala de Dureza de Mohs Exemplode Mineral Dureza Absoluta
1 Talco (Figura 1) 1
2 Gipsita (Figura 2) 2
3 Calcita (Figura 3) 14
4 Fluorita (Figura 4) 21
5 Apatita (Figura 5) 48
6 Ortoclásio (Figura 6) 72
7 Quartzo (Figura 7) 100
8 Topázio (Figura 8) 200
9 Corindon (Figura 9) 400
10 Diamante (Figura 10) 1500
Fonte: Adaptada de MUKHERJEE, 2012

Figura 1 – Talco Figura 2 – Gipsita Figura 3 – Calcita


Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons

Figura 4 – Fluorita Figura 5 – Apatita Figura 6 – Ortoclásio


Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons

Figura 7 – Quartzo Figura 8 – Topázio Figura 9 – Corindon


Fonte: Wikimedia C ommons Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons

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Figura 10 – Diamante
Fonte: Wikimedia Commons

Propriedades químicas dos minerais


Além das propriedades físicas, os minerais também podem ser classificados de acor-
do com sua composição química, sendo:
• Silicatos: que são ricos em sílica;
• Carbonatos: contém o íon carbonato (CO3)2–);
• Sulfatos: contém o íon sulfato (SO4);
• Haloides: caracterizam-se pela combinação dos íons halogênicos eletronegativos
(Cl–, B–, F– e I–) com metais e metaloides;
• Óxidos: são compostos que contém o íon O2–;
• Fosfatos: apresenta-se distribuído de maneira abundante no Planeta, ocorrendo
sob a única forma estável, como íon ortofosfato (PO4)3–;
• Elementos nativos: aqueles que não tem íon dominante.

Existem alguns minerais que tem a mesma composição química, mas com estru-
tura diferente.

Por conta dessas características, são denominados polimorfos. Exemplos de minerais


considerados polimorfos: diamante e grafite.

Rochas
Principais minerais formadores de rochas
Os minerais são os principais elementos constituintes das rochas e, dentre os conhe-
cidos, pouco mais de 40 são aqueles que constituem as rochas, sendo, dessa forma,
denominados minerais formadores de rochas ou minerais petrográficos.

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UNIDADE Identificação de Rochas

De maneira geral, os minerais formadores de rochas são classificados em minerais


silicatos e não silicatos.

De acordo com Frazão (2002), eles ainda podem se classificar em:


• Essencial: são aqueles que definem a natureza da rocha;
• Varietal: mineral que está presente em quantidades consideráveis em uma rocha,
distinguindo a variedade entre as rochas;
• Secundário: são aqueles formados a partir da alteração de minerais preexistentes.

A Tabela 2 apresenta, de maneira sintética, os principais minerais formadores de rochas.

Tabela 2 – Principais minerais formadores de rochas


Tipo Características principais
Quartzo Tem a forma cristalina da sílica (SiO2).
São os minerais essenciais mais importantes das ro-
Feldspatos
chas ígneas e metamórficas.
Pertencem à família dos feldspatos (feldspato calco-
Plagioclásio
-sódico).
Pertence ao grupo de minerais essenciais nas rochas
Micas
Minerais ígneas ácidas e nas metamórficas.
Silicatos Piroxênios Contém ferro, magnésio e cálcio.
São semelhantes quimicamente aos piroxênios, mas
Anfibólios
possuem água na sua composição
São semelhantes quimicamente aos feldspatos, po-
Feldspatoides
rém, com menor conteúdo de sílica.
Olivina Contém ferro e magnésio.
Talco É um silicato hidratado de magnésio.
Minerais Calcita É carbonático de composição CaCO3
não Silicatos Dolomita É carbonático de composição CaMg(CO3)2

Tipos e classificação de rochas


As rochas podem ser classificadas em três tipos principais: rochas magmáticas (ou
ígneas), rochas sedimentares e rochas metamórficas.

Rochas magmáticas
As rochas magmáticas ou ígneas são resultantes do resfriamento de um magma.

Podem ser classificadas como vulcânicas, derivadas a partir das erupções na superfí-
cie da terra, ou plutônicas, formadas a partir do resfriamento e da cristalização a fundo.

Formação das rochas vulcânicas


Ao entrar em atividade, os vulcões lançam, na superfície terrestre, um material com
característica pastosa, sendo uma espécie de “rocha derretida”.

Esse material lançado na superfície é o magma, vindo das camadas mais profundas
da Terra.

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O material fluido que sai através da cratera de um vulcão recebe o nome de lava,
podendo ter diversidade de tamanhos e formas diferentes.

O resfriamento e a solidificação desse material originam uma grande diversidade de


rochas vulcânicas.

A maior parte do magma vem da fusão parcial da rocha que constitui a parte superior
do manto, também conhecida como Peridotito. Essa fusão acontece quando parte da
rocha derrete, originando um líquido de propriedade basáltica.

Depois, ocorre um agrupamento desse material no nível de grandes bolsões ou reser-


vatórios magmáticos antes de ser lançado na superfície. Por fim, como descrito, ocorre
o arrefecimento do material lançado, formando as rochas vulcânicas.

No caso de resfriamentos ocorridos de maneira muito rápida, a lava não tem tempo
suficiente para cristalizar, congelando na forma de vidro e formando as obsidianas.

A rápida solidificação de uma lava que possui uma grande quantidade de gases em
sua composição pode dar origem a uma rocha que contém grande quantidade de
vazios em seu interior (uma espécie de vacúolo).

As rochas vulcânicas mais importantes e conhecidas são basaltos, andesitos, traquitos


e riolitos.

Figura 11 – Rochas vulcânicas mais importantes e conhecidas


Fonte: Adaptada de Getty Images e Wikimedia Commons

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Formação de rochas magmáticas plutônicas


As rochas magmáticas plutônicas caracterizam-se por serem granulosas, apresentado
cristais visíveis. Sua formação ocorre a partir da solidificação de um magma em profun-
didade, por meio de resfriamento lento.

As rochas plutônicas mais comuns são granitos, dioritos e gabros.

Os granitos são encontrados com maior frequência em altas montanhas, colinas ou no


litoral, tendo em sua composição três minerais diferentes: mica, feldspatos e quartzo.
Apresenta diferentes cores, tais como rosa, cinza, azul e branco.

Os dioritos apresentam textura granular, caracterizada pela abundância de plagioclásio.

É um tipo de rocha intermediária, saturada, sódico-cálcica, metaluminosa a peralcalina,


com caráter subalcalino (cálcio-alcalino) ou alcalino.

Você Sabia?
Diorito é a rocha utilizada para a famosa escultura do Código de Hammurabi, atualmente
exposto no museu do Louvre, em Paris. Essa escultura é uma estrutura monolítica de
2,23m de altura em diorito preto.

Gabros é uma rocha de coloração escura, holocristalina, apresentando consolida-


ção profunda.

Caracteriza-se, também, por ser um representante plutônico do basalto.

Figura 12 – Rochas magmáticas plutônicas


Fonte: Adaptada de Getty Images e Wikimedia Commons

Rochas sedimentares
As rochas sedimentares afloram na superfície da Terra, sendo formadas pela depo-
sição e pela compactação de sedimentos ao longo de milhões de anos, como consequ-
ência da ação de intemperismo, a partir de processos mecânicos, químicos e biológicos
que ocasionam a transformação das rochas em sedimentos.
As rochas sedimentares estão presentes em apenas 5% do volume da crosta terrestre,
mas com cobertura em torno de 75% de sua superfície.
Essas rochas são regularmente amontoadas umas sobre as outras, retendo em sua
estrutura sinais de sua origem, por conta dos sucessivos depósitos de sedimentos.

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Você Sabia?
Os fósseis são frequentemente observados em rochas sedimentares.

A formação de rochas sedimentares


Quanto à formação das rochas sedimentares, há as seguintes possibilidades de origem:
• Processo mecânico: ocorre na formação das rochas sedimentares clásticas (ou
detríticas), a partir da alteração e da erosão de rochas preexistentes, tendo na se-
quência a deposição e a consolidação de sedimentos. Exemplos: conglomerados,
brechas, arenitos, siltitos e argilitos;
• Processo químico: ocorre na formação das rochas sedimentares não detríticas ou
quimiogênicas, a partir da precipitação química de sais. Exemplo: calcário e evaporito;
• Processo biológico: ocorre na formação das rochas sedimentares não detriticas
ou biogênicas, a partir de sedimentos de restos de organismos em decomposição.
Exemplo: guano e carvão.

Figura 13 – Exemplos de rochas sedimentares


Fonte: Adaptada de Getty Images e Wikimedia Commons

Rochas metamórficas
As rochas metamórficas são formadas a partir de transformações ocorridas por qual-
quer tipo de rocha preexistente que foi submetida a algum processo termodinâmico (va-
riação de pressão e de temperatura), resultando em novos minerais com novas texturas.

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Esse fenômeno também é conhecido como metamorfismo, do grego meta (mudança)


e morpho (forma).

Importante!
Metamorfismo significa a modificação mineralógica e estrutural que sofrem as rochas
quando são submetidas a condições químicas e físicas diferentes daquelas de sua for-
mação original.

O fenômeno do metamorfismo, que gera uma rocha metamórfica, pode ser:


• Metamorfismo de contato (ou termal): surge pela ação de um magma em relação
às rochas vizinhas. Exemplo: lava derramada nas imediações de um vulcão;
• Metamorfismo regional (ou dinamotermal): surge em massas de rocha que se
encontram enterradas e submetidas a determinadas situações de pressão e tempe-
ratura. Quando a temperatura é superior à faixa de 700/800°C, as rochas tendem
a se fundir, resultando em um magma. É também denominado “geral”, pois afeta
regiões de grandes dimensões. Exemplo: xistos e gnaisses;
• Metamorfismo dinâmico (ou cataclástico): ocorre em zonas nas quais as deformações
são estreitas e com intenso deslocamento. Exemplo: granulito, cataclasitos, milonitos;
• Metamorfismo de impacto: ocorre a partir do impacto de um meteorito. Exem-
plo: condritos.

Figura 14 – Exemplos de rochas metamórficas


Fonte: Adaptada de Getty Images e Wikimedia

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A Tabela 3 apresenta uma relação das principais classes de rochas metamórficas, de
acordo com a textura.

Tabela 3 – Principais rochas metamórficas, de acordo com sua textura


Rochas Características de acordo
Metamorfismo
Metamórficas com sua textura
Hornfels Metamorfismo
Rochas sem foliação.
(cornubianitos) de contato
Foliação tabular perfeita, mas
Ardósias sem faixas.
Metamorfismo Regional

Xistosas, de granulação fina, às ve-


Filitos zes com faixas incipiente.
Metamorfismo Regional

Acentuadamente foliados, com


Xistos grãos que permitem fácil identifi- Metamorfismo Regional
cação dos principais componentes.
Foliação menos nítida que nos xis-
Anfibolitos tos típicos.
Metamorfismo Regional

Granulação grossa, bandas irregu-


Gnaisses lares, com foliação menos visível.
Metamorfismo Regional

Granulitos Sem foliação nítida. Metamorfismo Regional


Mármores Geralmente pouco foliados. Metamorfismo Regional
Aumenta a deformação, surgindo Metamorfismo
Cataclasitos faixas e listras, passando a milonitos. Dinâmico
Metamorfismo
Milonitos Têm aspecto de sílex.
Dinâmico
Aspecto semelhante ao de filitos, Metamorfismo
Filonitos formadas como os milonitos. Dinâmico

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UNIDADE Identificação de Rochas

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert (UNESP – Rio Claro)
https://bit.ly/3sG0Bs9

Vídeos
Museu de Geologia – Porto Alegre
https://youtu.be/zL-vUX27x4k
Museu de Geociências da UnB
https://youtu.be/Lvu_Rskcd1U
Museu de Geologia – UEM
https://youtu.be/vM1wA8NZZ3o

Leitura
Dicionário de Mineralogia e Gemologia
https://bit.ly/3sMzMCm
Mapa do Campus do Vale da UFRGS
https://bit.ly/3nezqn2

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Referências
DANA, J. D. Manual de Mineralogia Tradução de Rui Ribeiro Franco. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos, 1986.

FLINT, E. Princípios de Cristalografia. Moscou: Paz, 1965.

FRAZÃO, E. B. Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental.


Tecnologia de rochas na construção civil. São Paulo: ABGE, 2002.

KLEIN, C.; DUTROW, B. Manual de Ciência dos Minerais. 23.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012.

LAMAGUTI, A. P. S. Manual de rochas ornamentais para arquitetos. Rio Claro:


Universidade Estadual Paulista, 2001.

MUKHERJEE, S. Applied Mineralogy: Applications in Industry and Environment.


Índia: Springer Science & Business Media, 2012.

WERNICK, E. Rochas magmáticas conceitos fundamentais e classificação modal,


química, termodinâmica e tectônica. São Paulo: UNESP, 2004.

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