Mãe Terra 2° Ed

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Ao Leitor

O seguinte conto, narra um


lamento da Mãe Terra, um lamento
que precisamos escutar...
Há muito tempo, em um universo vasto e silencioso, uma
luz emergiu da escuridão primordial. Ela era uma entidade
antiga, sábia e carregava consigo a responsabilidade de
sustentar a vida. Seus mares eram como veias que
irrigavam os continentes, e suas montanhas, como ossos
que sustentavam o mundo.

A Mãe Terra observava com olhos tristes enquanto os


seres humanos surgiam. Eles eram criaturas curiosas,
dotadas de inteligência e ambição. Mas também eram
portadores de uma ferida profunda: a ganância. O homem
ansiava por mais, sempre mais. Mais terras, mais recursos,
mais poder.

A Mãe Terra, em sua sabedoria, tentou manter o equilíbrio.


Ela ofereceu frutos, água e abrigo. Ela dançou com os
ventos e cantou com as estrelas. No entanto, os filhos da
terra não estavam satisfeitos. Eles cavaram profundamente
em suas entranhas, extraindo minerais e metais preciosos.
Derrubaram florestas antigas, despejaram toxinas nos rios
e envenenaram o ar.

Cada árvore que tombava era uma lágrima da Mãe Terra.


Cada animal extinto era um suspiro de dor. Ela assistia
impotente enquanto suas criaturas mais amadas eram
sacrificadas no altar da ganância humana.
Os mares se aqueciam, os glaciares derretiam e as
tempestades rugiam com fúria.

A Mãe Terra se tornou um mártir silencioso. Ela suportou


terremotos, furacões e secas. Ela aceitou a dor como parte
de sua missão. Mas havia momentos em que sua tristeza
transbordava. Ela chorava em forma de tsunamis e
deslizamentos de terra. Ela rugia em vulcões em erupção,
clamando por justiça.

Os homens, cegos por sua própria ambição, não ouviam


seus lamentos. Eles construíram arranha-céus de concreto
sobre os ossos da Mãe Terra. Poluíram os céus com
fumaça e ignoraram os sinais de sua agonia. A Mãe Terra,
cansada e ferida, começou a definhar.

Ela sussurrou para os ventos: "Eu sou a guardiã da vida,


mas também sou mortal. Meu coração está cansado, e
minhas entranhas estão exauridas. Os homens me matam
aos poucos, e eu me curvo sob o peso de sua indiferença."

E assim, a Mãe Terra se tornou uma lenda triste. Ela se


transformou em montanhas desgastadas, rios
envenenados e florestas devastadas. Seu último suspiro foi
um vento suave que varreu a superfície, levando consigo a
esperança e a memória de um mundo que poderia ter sido.
Hoje, quando olhamos para o céu, vemos apenas uma
sombra do que a Mãe Terra costumava ser. Ela se tornou
um eco distante, uma lembrança de um tempo em que a
harmonia reinava. E enquanto os homens continuam a
explorar e destruir, a Mãe Terra permanece como um
mártir silencioso, esperando que um dia eles despertem
para sua verdadeira natureza e a redimam.

“Cuide da terra, como cuida da sua mãe.”

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