Aula 1
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ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES
E FATORES COMPETITIVOS
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dirigir. Ele acrescenta que “uma empresa sem estratégia é, no mínimo, uma
empresa míope, pois enxerga apenas aquilo está muito próximo a ela, tendo uma
visão reduzida do todo, para um período limitado” (Campos, 2016, p. 22).
Campos (2016) também aponta que a empresa pode optar por algumas
alternativas estratégicas quanto ao seu posicionamento de mercado. São elas:
• oferece uma direção, aponta um caminho, uma visão coletiva para todos
da empresa;
• quando todos trabalham numa mesma direção, os ganhos são
potencializados e esforços desnecessários são evitados;
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• permite que a organização tenha controle sobre seu desempenho,
verificando se está ou não conforme o esperado;
• as pessoas se sentem mais motivadas a alcançar os objetivos da
organização, uma vez que enxergam como parte de algo maior;
• oferece importantes informações para a tomada de decisão dos gestores,
sobre o futuro da organização.
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TEMA 2 – GESTÃO ESTRATÉGICA DE OPERAÇÕES
• Por meio das operações é possível obter vantagens competitivas, uma vez
que é a área responsável pela qualidade das mercadorias ou serviços que
o cliente adquire.
• A área de operações também se destaca por concentrar a maior parte dos
recursos humanos e de capital financeiro da empresa.
• Sua importância também é percebida na medida em que o custo de um
produto ou serviço é definido por essa função, afetando o preço final de
venda e, consequentemente, a margem de lucro.
• Além disso, a área de operações ainda determina a capacidade de entrega
dos produtos e serviços da empresa.
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Além disso, as estratégias de operações precisam estar alinhadas à diretriz
estratégica maior da empresa. “O objetivo da estratégia de operações é garantir
que a função do gerenciar os processos de produção e a entrega de valor ao
cliente sejam totalmente alinhadas com a intenção estratégica da empresa quanto
aos mercados a que pretende servir” (Corrêa; Corrêa, 2012, p. 38).
Mas para Slack et al. (2018), uma estratégia de operações não pode se
limitar em verificar se os recursos e processos de uma empresa são coerentes
com sua estratégia geral. Ela também pode e deve fornecer a base para o
melhoramento ou aperfeiçoamento do desempenho da produção no atendimento
de seus clientes. Esse melhoramento pode levar a organização a três cenários:
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3.1 Posicionamentos estratégicos
Características de
desempenho a Vantagens que operações de manufatura devem oferecer
serem enfatizadas
Despesas gerais baixas
Equipamentos e instalações para fins especiais
Eficiência de custo Utilização elevada da capacidade
Controle rigoroso de materiais
Alta produtividade e baixo valor de salários
Profissionais especializados
Precisão adequada de equipamento
Qualidade
Motivação pelo orgulho ao trabalho
Comunicação eficaz de padrões ou tarefas requeridas
Sistema eficiente de planejamento
Poucas falhas de equipamento
Confiança Baixo absenteísmo e rotatividade, sem greves
Alto investimento em estoques
Comprometimento do pessoal para agir conforme o estabelecido
Fornecimento seguro e rápido
Reserva de capacidade
Profissionais multiespecializados que podem ser alocados
Flexibilidade Controle efetivo de fluxo de trabalho
Equipamento versátil de processamento
Pouco tempo de ajuste de processos e baixo custos
Integração de projeto e produção
Fonte: Elaborado com base em Certo et al., 2005.
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Nesse sentido, Slack et al. (2018) lembram que, a curto prazo, as
operações não podem atingir desempenho notável em todos seus objetivos
operacionais. As organizações precisarão lidar com trade-offs entre esses
objetivos. Por exemplo, uma organização pode desejar melhorar sua eficiência
em custo, decidindo reduzir a variedade de produtos ou serviços oferecidos aos
clientes. Mas ao se deparar com essa variedade de possibilidade de
posicionamentos, a empresa optará por um deles e deverá tornar essa direção o
mais claro possível para toda a organização. Isso evitará que cada departamento
se mova em diferentes direções, prejudicando o rumo da empresa como um todo.
Lelis (2014) alerta que as escolhas sobre a prioridade competitiva não são
aleatórias. Existe uma série de etapas que antecedem as estratégias de
operações e que vão construindo a força competitiva da organização:
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TEMA 4 – MATRIZ IMPORTÂNCIA X DESEMPENHO
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4.1 Avaliando a importância para os clientes
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4.3 Zonas de prioridades na Matriz Importância X Desempenho
A melhoria que cada fator competitivo deve receber pode ser definida
comparando sua importância e seu desempenho. A Figura 1 demonstra um
exemplo de matriz de importância-desempenho, dividida em zonas de prioridades
de melhoria para determinado fator competitivo:
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• Área de capacidade/demanda: envolve decisões sobre acréscimos de
capacidade (escala, momentos), gestão da demanda, ajustes de
quantidades, prazos.
• Área de força e projeto de trabalho: envolve nível de qualificação, de
autonomia, polivalência, recrutamento, seleção, treinamento,
remuneração, motivação.
• Área de qualidade: envolve políticas de prevenção e recuperação de
falhas, garantias dos serviços, padrões de serviço.
• Área de organização: envolve nível de amplitude de controle gerencial,
estilos de liderança, estrutura organizacional.
• Área de filas e fluxos: envolve políticas de disciplinas de priorização e
configurações das filas, fluxos produtivos puxados ou empurrados.
• Área de sistema de planejamento, programação e controle da
produção: envolve tipo e natureza de sistema, grau de automatização, de
integração; tipos de sistemas de previsão e de controle.
• Área de sistema de informação: envolve nível de integração, de acesso,
de troca com fornecedores e clientes.
• Área de redes de suprimentos: envolve políticas de estoques e de
ressuprimento, lógica geral de relacionamento com fornecedores, decisões
de comprar ou fazer.
• Área de gestão de relacionamento com o cliente: envolve política quanto
à fidelização, retenção, relacionamento, comunicação.
• Área de medidas de desempenho: envolve métricas e frequência de
mensuração.
• Área de sistemas de melhoria: envolve políticas de aprendizado, gestão
do conhecimento, políticas de melhoramento contínuo e reengenharia.
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A autora sugere uma comparação com a parte de hardware e software de
um computador. O hardware define os limites para o que o computador pode fazer.
E dentro dos limites impostos pelo hardware, o software determina o grau de
eficácia real da máquina. Ou seja, o computador mais potente apenas funcionará
com todo o seu potencial se seu software for capaz de explorar esse potencial.
No caso da gestão das operações, compreendemos que as melhores e
mais caras instalações, máquinas e tecnologias somente poderão ser eficientes
se a produção também tiver uma infraestrutura adequada, que controle a forma
como a produção funcionará no dia a dia.
Na Tabela 4 a seguir, Slack et al. (2018) apontam alguns exemplos de
decisões estratégicas estruturais e infraestruturais nas operações:
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REFERÊNCIAS
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