4 - Fatores Climáticos

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Fatores climáticos

Profa. Daniela de Souza Onça


Climatologia – Geografia – 2ª. Fase
Universidade do Estado de Santa Catarina

Foto de fundo: Thiago Silveira


Elementos e fatores
climáticos
• Elementos: propriedades físicas da
atmosfera, expressas quantitativamente
– temperatura, umidade e pressão
• Fatores: entidades da natureza que
interferem na quantificação dos
elementos climáticos
– latitude, relevo,
continentalidade/maritimidade, correntes
marítimas, cobertura vegetal, ação humana
Latitude
• Diferença, em graus, entre um ponto na
superfície da Terra e a linha do
equador; varia de 0º a 90º N e S
• Fator primordial para definição do nível
de insolação e temperatura de cada
local
• Também influencia na precipitação e
pressão
• Quanto maior o ângulo de incidência
da radiação solar, maior a área coberta
pela mesma quantidade de energia =
menos energia por área
Incidência de radiação solar

Maior diferença
entre o verão e o
inverno
conforme
aumenta a
latitude
• Na faixa 40º N – 40º S, ocorre superávit
energético anual, enquanto no restante
ocorre déficit
– Não ocorre aquecimento ou resfriamento permanentes em
virtude dos mecanismos de transporte de energia

• Isso permite-nos dividir a Terra em


zonas climáticas (Aristóteles)
Zona polar do norte

Zona temperada
do norte

Zona tropical
ou intertropical

Zona temperada
do sul

Zona polar do sul


• Zona intertropical: permanente
superávit energético anual
• Zona temperada: superávit energético
sazonal
• Zona polar: permanente déficit
energético anual

• Nomenclatura atual: latitudes baixas,


médias e altas
Relevo
• Altitude: favorece resfriamento (dissipação
energética na atmosfera a partir de baixo)
– Gradiente adiabático médio: -0,6ºC a cada
100m
• Posição ou sentido: latitudinal ou
longitudinal: favorece ou desfavorece o
percurso das massas de ar
• Andes (N-S): canaliza as frentes frias provenientes
da Antártida, mas dificulta a chegada da umidade do
Pacífico
• Himalaia (L-O): dificulta a chegada das chuvas de
monções ao interior da China
• Orientação: vertentes de diferentes
orientações terão luminosidade,
temperatura e umidade diferentes em
cada estação ou horário
– Leste: sol pela manhã
– Oeste: sol pela tarde
– Norte: sol no verão e sombra no inverno (HN); sol
no inverno e sombra no verão (HS)
– Sul: sol no verão e sombra no inverno (HS); sol
no inverno e sombra no verão (HN)

• Declividade: potencializa ou ameniza o


ângulo de incidência da radiação solar
90o

0o
Efeitos de barlavento e sotavento
• Elevações no
terreno
induzem a
parcela de ar a
subir
• Maior
precipitação na
vertente a
barlavento
• Responsável
pelas chuvas
orográficas e
inversões
térmicas
Maritimidade e continentalidade
• Resultado da presença de água e da
diferença do calor específico da terra
(menor) e da água (maior)

Brisa marítima Brisa terrestre


Maritimidade: maior umidade e
amenização das amplitudes térmicas
sazonais

Continentalidade: menor umidade e


intensificação das amplitudes
térmicas sazonais
Distribuição de continentes e
oceanos
Proporção entre continentes e
oceanos

Com exceção das faixas 50-70oN e 70-90oS, toda a Terra


apresenta predomínio de oceanos
HN: oceano no polo
HS: continente no polo
- Diferentes comportamentos climáticos entre os hemisférios
Hemisfério norte
• menor controle térmico exercido pelos oceanos;
• amplitude térmica maior entre verão e inverno
durante o ano terrestre;
• distribuição heterogênea de precipitação no interior
dos extensos continentes;
• a configuração dos continentes não facilita a
circulação atmosférica na troposfera;
• o mesmo se aplica para as correntes oceânicas de
menor escala.
Hemisfério sul
• maior controle térmico exercido pelos oceanos;
• amplitude térmica menor entre verão e inverno
durante o ano terrestre;
• efeito da continentalidade é perceptível somente nas
áreas mais afastadas do litoral;
• a configuração dos continentes facilita a circulação
atmosférica na troposfera;
• o mesmo se aplica para as correntes oceânicas;
• permite circulações geofísicas intensas e fechadas
por grandes setores globais.
Correntes marítimas
• Trazem para outros locais as características de
seus locais de origem
• Correntes quentes: instabilidade atmosférica -
maior aquecimento e maior precipitação
– Ex: Brasil, Golfo
• Correntes frias: estabilidade atmosférica - maior
resfriamento e menor precipitação (formação de
desertos)
– Ex: Benguela (deserto do Kalahari), Humboldt
(deserto do Atacama)
• Litorais ocidentais dos continentes: mais
secos (atingidos por correntes frias)
• Litorais orientais dos continentes: mais
úmidos (atingidos por correntes quentes)
• Áreas de ressurgência: reafloramento de
correntes frias em função do formato do
litoral (ex: corrente das Falklands em Cabo
Frio – RJ)
Cobertura vegetal
• Interfere no sombreamento, na umidade do
solo, na velocidade do vento
– Em menor grau: nebulosidade
• Floresta Amazônica: cerca de 50% da
precipitação é “reciclada” pela floresta
– Quase toda a sua área apresenta precipitação na
faixa de 2000 a 4000 mm anuais...
• Pesquisa sobre as chuvas no Estado de São
Paulo (Sant’Anna Neto): aumento de 10% da
precipitação durante o século XX, paralelo à
perda de 90% da Mata Atlântica
Ação humana
• Escalas topo e microclimáticas (escala local
somente em grandes metrópoles)
• Supressão de áreas úmidas e vegetadas: menor
umidade e maiores amplitudes térmicas
• Alteração da geometria do terreno (edificações):
aprisionamento de energia – maior aquecimento e
redução da amplitude térmica sazonal;
sombreamento – redução da insolação
• Alteração do albedo (asfalto e edificações):
aprisionamento de energia – maior aquecimento
• Redução da velocidade do vento: menor
dissipação de energia
• Impermeabilização do terreno: maior
escoamento superficial e menor absorção de
água pelo solo
• Maior carga de material particulado: por-do-sol
mais vermelho, mais neblina e concentração
da precipitação em eventos menos frequentes
e mais intensos
• Presença de diversos microclimas dentro da
cidade (Tarifa e Armani, 2000)
• Ritmo semanal dos elementos climáticos
(Azevedo, 2001)
Até a próxima,
pessoal!

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