Cartilha Protegendo A Infância

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VAMOS FALAR SOBRE O


ABUSO SEXUAL INFANTIL?
Fernando Gustavo Filho
Graduando do oitavo período de
Psicologia na Faculdade
Pernambucana de Saúde (FPS).

Maria Eduarda Gois da Rocha


Graduanda do oitavo período de
Psicologia na Faculdade
Pernambucana de Saúde (FPS).

Maria Luísa Veras Vasconcelos Bastos


Graduanda do oitavo período
de Psicologia na Faculdade
Pernambucana de Saúde (FPS).
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 4

2. VAMOS FALAR SOBRE A PRIMEIRA INFÂNCIA 5

3. QUAL A DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA? 5

4. QUAIS OS TIPOS MAIS COMUNS DE VIOLÊNCIA? 6

4.1. Violência física 6

4.2. Violência sexual 6

4.3. Exploração sexual 6

4.4. Violência psicológica 7

4.5. Negligência ou abandono 7

5. A VIOLÊNCIA SEXUAL SÓ ACONTECE COM MENINAS? 8

6. SINAIS DE VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL 9

6.1. Indicadores físicos 10

6.2. Indicadores comportamentais 10

7. QUEM É O AGRESSOR E COMO ELE SE COMPORTA? 11

8. COMO PODEMOS AJUDAR? 12

9. ENSINANDO QUE NÃO DEVEM TOCAR EM SEU CORPO 15

10. SEMÁFOTO DO TOQUE 16

9. REFERÊNCIAS 18
APRESENTAÇÃO
As informações contidas nessa cartilha são decorrentes
de uma revisão da literatura acerca da temática.
Durante a leitura você vai conhecer um pouco mais
sobre a primeira infância, violência e seus tipos, seus
indicadores, como se comporta o agressor e algumas
maneiras de ajudar as crianças diante de tal situação.

Apresentamos este produto técnico educacional no


formato de cartilha de orientação, com o objetivo de
auxiliar pais e responsáveis a desenvolver estratégias de
prevenção da violência sexual na primeira infância.

É nosso dever enquanto sociedade proteger as nossas


crianças. Vamos nessa juntos?
Vamos falar sobre a
PRIMEIRA INFÂNCIA?

É o período da vida que vai desde o nascimento até os 6


anos de idade, fase que a criança se encontra mais
receptiva aos estímulos do ambiente. Explorar e
interagir com o meio, através do seu corpo, é importante
para o desenvolvimento das suas habilidades - como
andar e brincar - e formas de expressão - como na fala,
escrita, interpretação.

E qual a definição de
VIOLÊNCIA?
A violência é entendida como o uso intencional da
força ou do poder, podendo ser real ou em ameaça,
contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra
um grupo ou uma comunidade, que acabe ou tenha
possibilidade de acabar em lesão, morte, dano
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou
privação. A violência ocorre em todas as idades e
grupos sociais, inclusive, de forma intensa, na
primeira infância, impactando no desenvolvimento
físico, psicológico e individual da criança.
Quais são os tipos mais
comuns de violência?
Violência física: Toda ação intencional voltada à
criança que tenha o objetivo de ofender sua
integridade ou saúde corporal, ou que lhe cause
dor, sofrimento, lesão ou destruição; exemplos:
beliscões, cintadas, chineladas, puxões de orelha,
uso da força física ao tocar na criança.

Violência sexual: Qualquer ato que constranja a


criança a praticar ou presenciar atos de conotação
sexual, aproveitando do grau de ingenuidade, da
pouca autonomia ou do vínculo afetivo do agressor
à vítima, e que se baseia numa relação de poder.
exemplos: manipulação da genitália, exploração
sexual, ato sexual com ou sem penetração,
atividade sexual que envolva toque carícias ou
exposição da genital.

Exploração sexual: Envolve a utilização de


crianças para fins sexuais, geralmente com fins
lucrativos ou alguma forma de ganho pessoal. Isto
pode incluir a prostituição infantil, a produção de
pornografia infantil e o tráfico de crianças para
fins sexuais. Neste contexto, podemos ver que a
exploração sexual de crianças envolve
frequentemente uma rede de exploração em que
os adultos lucram com a exploração sexual de
crianças.
Quais são os tipos mais
comuns de violência?
Violência psicológica: Qualquer ação ou situação
recorrente em que a criança é exposta e que tenha
o potencial de comprometer o seu
desenvolvimento psíquico e emocional, como:
rejeição, desrespeito, xingamentos, depreciação,
atos de alienação parental, cobranças excessivas.

Negligência ou abandono: Envolve a falta dos


cuidados básicos e de proteção à criança e frente a
agravos que podem ser evitados, possuindo como
consequência, o não atendimento de necessidades
físicas e emocionais prioritárias. exemplos:
ausência de cuidados médicos pelo não
reconhecimento, ou admissão, permissão para o
uso de drogas e álcool, ausência de alimentação,
cuidados de higiene, roupas, proteção às alterações
climáticas, abandono e expulsão da criança de casa
por rejeição.
A violência sexual
só acontece com meninas
Tanto meninas, quanto meninos podem ser vítimas
desse tipo de violência. É importante abordar o
tema com sensibilidade, reconhecendo que
qualquer pessoa independente do gênero, pode ser
afetada.

Muitas vezes, os casos envolvendo meninos são


subnotificados devido aos esteriótipos de gênero,
dificultando que estes expressem suas
vulnerabilidades, e assim, não realizando a
denúncia necessária.

Por isso, a conscientização e o apoio são


fundamentais para o combate do problema e
promoção de um ambiente seguro para todos.
sinais de
violência sexual
Mudanças de comportamento podem indicar
se uma criança ou adolescente está vivendo
uma situação de violência. Os sinais físicos
são mais fáceis de perceber do que os sinais
emocionais, porém nem sempre estão
visíveis.

As famílias, as escolas e as comunidades


desempenham um papel muito importante
na monitorização destas mudanças. A partir
desse contexto é importante pontuar alguns
indicadores físicos e comportamentais que
podem acarretar na criança em situação de
violência.
sinais de
violência sexual
INDICADORES FÍSICOS:

Lesões genitais;
Dor ou desconforto ao urinar ou defecar;
Infecções uninárias frequentes;
Sangramento;
Dificuldades gástricas;
Sintomas de estresse;
Mudanças no comportamento alimentar;
Problemas no sono.

INDICADORES COMPORTAMENTAIS:

Mudanças drásticas de comportamento,


como o isolamento ou agressividade;
Evitar contato físico em geral ou com
pessoas específicas;
Comportamentos mais infantilizados;
Praticar autolesão;
Conhecimento excessivo sobre sexo e
comportamento sexualmente inadequado
para a idade;
Medo de participar de atividades específicas.
Quem é o agressor
e como ele se comporta
Os agressores sexuais infantis podem ter
características diversas, e não há um perfil único
que se aplique a todos. No entanto, alguns padrões
de comportamento comuns incluem o
conhecimento sobre a vítima, a manipulação
emocional, o isolamento dessa criança e as
ameaças direcionadas a elas.

Muitas vezes eles se aproveitam da confiança dos


responsáveis da criança para praticar os abusos,
pois em grande parte dos casos, fazem parte do
convívio social da criança, como citado
anteriormente.

É importante lembrar que nem


todos os agressores exibem todos
esses comportamentos e que a
violência sexual infantil pode
ocorrer de diversas maneiras. A
prevenção e a conscientização são
fundamentais para proteger as
crianças e garantir que casos de
abuso sejam relatados e tratados
adequadamente.
Como nós podemos
ajudar as crianças
A prevenção da violência sexual infantil é crucial e
envolve esforços em níveis individuais, familiares
e sociais. Aqui estão algumas estratégias que
podem ajudar:

Comunicação aberta: Estabeleça uma


comunicação aberta com as suas crianças desde
cedo. Ensine a elas sobre o corpo dela e do
outro, privacidade, limites e a importância de
falar sobre seus sentimentos.

Educação sobre o corpo e consentimento:


Ensine às crianças sobre partes do corpo,
limites pessoais e o conceito de consentimento
desde cedo. Mostre que elas têm o direito de
dizer "não" e que seus corpos são privados.

Ensino sobre segurança online: Dado o papel


crescente da tecnologia, é essencial educar as
crianças sobre segurança online, incluindo o
perigo de compartilhar informações pessoais e
o que fazer se algo parecer errado.
Como nós podemos
ajudar as crianças
Promoção de ambientes seguros: Crie
ambientes seguros para as crianças, tanto em
casa quanto em outros lugares que frequentem.
Isso inclui saber com quem as crianças estão
interagindo e garantir que haja supervisão
apropriada.

Conscientização sobre sinais de abuso: Eduque


pais, cuidadores, professores e outros adultos
sobre os sinais de possível abuso sexual em
crianças. Isso pode incluir mudanças de
comportamento, regressão a comportamentos
mais infantis, medo de certas pessoas, entre
outros.

Denúncia: Encoraje um ambiente onde as


crianças se sintam à vontade para relatar
qualquer desconforto ou abuso. Informe sobre
linhas diretas de denúncia e recursos de apoio.
Como nós podemos
ajudar as crianças
Capacitação de adultos: Ofereça treinamento
para pais, professores e outros adultos que
lidam com crianças sobre a prevenção da
violência sexual e como responder a possíveis
casos.

Supervisão adequada: Certifique-se de que as


crianças estejam sempre sob supervisão
adequada, especialmente em ambientes nos
quais possam ser mais vulneráveis.

A prevenção eficaz da violência sexual infantil


requer uma abordagem abrangente e colaborativa,
envolvendo famílias, escolas, comunidades e
instituições. Ao criar um ambiente seguro e
educativo, podemos ajudar a proteger as crianças
contra a violência sexual.
E como ensinar uma
criança que ninguém pode
tocar no seu corpo?

Mostre que o corpo é Nomeie as partes do


dele (a) e que ninguém corpo corretamente e
deve tocar sem sua diga que ninguém
permissão! pode tocar em suas
partes intimas

O ensine a Encoraje-o a recusar


dizer NÂO em carinhos indesejados,
mesmo que de
situações de
familiares.
desconforto.

Ensine que entre


crianças e adultos não
há segredos e que ela
pode contar tudo para
você!
SEMÁFORO
DO TOQUE
NÃO, É PROIBIDO!

ATENÇÃO, CUIDADO!

PODE TOCAR, MAS


SEMPRE COM O SEU
CONSENTIMENTO!
ESSE É O
NOSSO DEVER
REFERÊNCIAS
MARTINS, C. B. G.; JORGE, MELLO, M. H. P. A violência
contra crianças e adolescentes: características
epidemiológicas dos casos notificados aos Conselhos
Tutelares e programas de atendimento em município do
Sul do Brasil, 2002 e 2006. Epidemiol. Serv. Saúde,
Brasília , v. 18, n. 4, p. 315-334, dez. 2009 .

NUNES, A. J. S.; VITORINO, M. C. Violência contra crianças


no cenário brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva [online].
2016, v. 21, n. 3 [Acessado 3 Outubro 2023], pp. 871-880.

PELISOLI, C.; PICCOLOTO, L. B. Prevenção do abuso


sexual infantil: Estratégias cognitivo-comportamentais
na escola, na família e na comunidade. Revista Brasileira
de Terapias Cognitivas, 6(1), 108-137 (2010).

SACRAMENTO, L.; REZENDE, M. Violências: lembrando


alguns conceitos. Aletheia, n.24, p.95-104, jul./dez. 2006.

SANCHES, L. C.; ARAUJO, G.; RAMOS, M.; ROZIN, L.;


RAULI, P. M. F. Violência sexual infantil no Brasil: uma
questão de saúde pública. Revista Iberoamericana de
Bioética, (9), 1-13 (2019).

SPAZIANI, R.; MAIA, A. Educação para a sexualidade e


prevenção da violência sexual na infância: concepções
de professoras (2015).

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