Pórticosssss

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

5.2.

1 - Pórticos
Pórticos planos são estruturas lineares planas com solicitações
coplanares. Podemos generalizar os pórticos planos para pórticos espaciais,
cujas barras se dispõem em planos diversos.
Na figura 1 está ilustrado o sistema estrutural do tipo pórtico composto
que é formado pela composição de vários pórticos simples. As cargas que um
pórtico plano recebe, são consideradas co-planares ao pórtico.
Os pórticos, em conjunto com os elementos secundários, formam o
esqueleto resistente do sistema construtivo, onde são fixados os elementos de
cobertura e vedação lateral.
Os Pórticos são estruturas formadas por barras, formando quadros entre
si. Existem quatro tipos fundamentais de quadros isostáticos planos, que
associados entre si formam os chamados quadros compostos. Os elementos
pré-fabricados de concreto com sistema estrutural de pórticos são altamente
aplicáveis por apresentar boa funcionalidade e competitividade econômica.
Figura 50 – Exemplos de pórticos mais comuns.

No caso de pórticos metálicos A inclinação da cobertura influi


significativamente no comportamento do mesmo, já que as inclinações
menores favorecem um telhado mais plano, ideal para grandes áreas sem
calhas, mas reduzem a eficiência do pórtico, exigindo seções maiores para as
colunas e vigas. Já as inclinações maiores, favorecem o comportamento dos
pórticos, mas podem exigir um maior número de calhas. As bases podem ser
rotuladas, mais convenientes para as fundações, ou engastadas, favorecendo
a rigidez e a estabilidade da estrutura. Tal opção deve ser feita de forma a
obter a melhor solução para o conjunto da edificação. Os tipos de pórticos
metálicos mais comuns são os seguintes

5.2.1.1 – Pórticos simples de alma cheia


São estruturas simples e simétricas com vão livre entre 15 e 45 metros e
altura entre 5 e 12 metros. A inclinação média varia entre 5 e 20 graus.

Figura 51 – Pórtico simples de alma cheia.


5.2.1.2 - Pórtico com cobertura em arco

Os pórticos com cobertura em arco são utilizados principalmente em


função de necessidades arquitetônicas. Para vãos grandes são necessárias
ligações nas vigas, que devem ser cuidadosamente detalhadas.

Figura 52 – Pórtico em arco.

5.2.1.3 - Pórtico com tirantes


Com a colocação de tirantes, consegue-se reduzir os deslocamentos
horizontais e os momentos nas colunas. Esses pórticos são indicado para
inclinações maiores que 15º.

Figura 53 – Pórtico com tirantes.

Na Unicamp, um exemplo de pórtico foi encontrado no prédio que está


em construção em frente ao CEL – Centro de Estudos de Linguagem. Trata-se
de vários pórticos bi-apoiados retangulares feitos em concreto armado, cuja
construção ainda está sendo concluída.

Figura 54 – Exemplo de pórtico no campus da Unicamp.


5.2.1.4 - Consideração da rigidez das ligações na análise estrutural de
pórticos
Através da decomposição do pórtico pelos nós, tem-se elementos retos
(vigas e pilares). A união destes elementos normalmente é considerada na
forma de ligações perfeitamente rígidas ou de ligações perfeitamente
articuladas. Entretanto, as ligações entre elementos pré-moldados de concreto
se comportam, normalmente, de um modo mais realista, como sendo ligações
deformáveis. Segundo Soares1 e Hanai2 a consideração da deformabilidade
das ligações é muito importante para que a análise estrutural esteja o mais
próximo possível do comportamento real da estrutura. Os mesmos autores
defendem estudos mais intensivos e aprofundados a respeito das ligações
entre elementos pré-moldados, pois com o crescimento vertiginoso da
utilização de tais estruturas, cresce também a responsabilidade dos
fabricantes, construtoras, e principalmente dos projetistas que devem
considerar a parcialidade da rigidez das ligações entre os elementos pré-
moldados durante o cálculo estrutural.
5.2.1.5 - Relevância econômica
Os elementos pré-fabricados de concreto, com sistema estrutural de
pórticos, têm sua ampla aplicabilidade, atualmente, por apresentar muito boa
funcionalidade e competitividade econômica, que podem ser considerados
alguns dos fatores que justificam a implantação destes elementos nas
edificações.

5.2.2 - Arcos
Constituem-se de barras curvas. Os esforços solicitantes principais são
as forças normais de compressão que podem agir simultaneamente ou não
com momentos fletores.
De maneira simples, os arcos representam barras em formato curvo,
onde a parte central é mais alta do que as extremidades. A forma da curva que
define o arco é função do tipo de material a ser utilizado,da disponibilidade do

Anamaria Malachini Miotto Soares, Engenharia de Estruturas, EESC-USP;


2

Professor Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP


mesmo e dos esforços atuantes na estrutura. Os materiais mais utilizados
atualmente na construção de arcos são o aço e o concreto protendido, já que
oferecem maiores possibilidades para que se utilizem arcos com maiores vãos
e também mais agradáveis esteticamente.
Em geral, os arcos estão submetidos à esforços de compressão, porém
podem existir carregamentos que não correspondam ao perfil definido para o
arco, ou seja, carregamentos que não causem somente esforços de
compressão. Este tipo de carregamento, que faz com que surjam força cortante
e momento fletor é chamado de carregamento não balanceado, que deve ser
também suportado pelo arco. Quanto mais alto o arco, maior o vão, maior o
peso e maiores serão as reações de apoio.

Figura 55 – Exemplo de esforços atuando em um arco.

5.2.2.1 - Classificação dos arcos


Relativo à forma , os arco podem ser classificados em parabólicos e
circulares (mais utilizadas), podem ter também formas elípticas ou catenária.
Quanto a estabilidade podem ser classificados em isostáticos ou hiperestáticos.
Os arcos isostáticos possuem dois apoios fixos com uma articulação
(rótula) entre os apoios (arcos triarticulados).

Figura 56 – Arco isostático.


Os arcos hiperestáticos podem ser:

Biengastado: é vinculado com engastes nas extremidades e é três vezes


hiperestático.

Figura 57 – Arco biengastado (3 vezes hiperestático).

Biarticulado: É vinculado com apoios fixos nas extremidades, e é uma vez


hiperestático.

Figura 58 – Arco biarticulado (1 vez hiperestático).

Atirantado: possui um apoio fixo e um apoio móvel, conectados por uma barra
tracionada denominada tirante. O arco atirantado é uma vez hiperestático.

Figura 59 – Arco atirantado (1 vez hiperestático).


Com uma articulação: biengastado com uma articulação intermediária.

Figura 60 – Arco com uma articulação.

5.2.2.2 - Vantagens e desvantagens dos arcos


Em geral os arcos hiperestáticos são mais econômicos que os arcos
isostáticos, porém os esforços solicitantes dos arcos hiperestáticos são
bastante sensíveis a recalques de apoio e à variação de temperatura, podendo
sofrer alterações significativas.
Dentre os arcos hiperestáticos o mais econômico é o engastado.
Entretanto os arcos engastados são aconselháveis quando não são previstos
recalques de apoios. Quando há recalques de apoio os arcos triarticulados ou
atirantados são os recomendáveis. A presença de recalques de apoio
provocam podem provocar grandes alterações na distribuição dos esforços
interno ao longo da estrutura do arco.
Quando são previstos pequenos recalques é aconselhável o emprego de
arcos biarticulados ou atirantados.
O arco atirantado é bastante empregado devido ao fato de possuir as
vantagens das estruturas isostáticas e hiperestáticas simultaneamente, pois
comporta-se como uma estrutura hiperestática internamente, e apresenta um
comportamento similar ao de estruturas isostáticas em relação aos recalques
de apoio.
A escolha entre arco atirantado e triarticulado, normalmente é atribuída a
opção de ocorrer ou não a presença de vão livre.
Figura 61 – Arco treliçado atirantado.

Na Unicamp, uma estrutura em arco foi encontrada no prédio do Instituto


de Química – IQ. Trata-se de um arco parabólico, atirantado e com um apoio
fixo e outro móvel, conforme a figura acima, porém diferenciando-se pela altura
do tirante. Nota-se que o arco está apoiado em pilares de bloco de concreto,
que tem função estrutural.

Figura 62 – Arco parabólico biapoiado.

Os arcos com uma articulação não são utilizados nas construções por
possuírem as desvantagens dos arcos isostáticos e hiperestáticos.

Você também pode gostar