Livro U3
Livro U3
Livro U3
UNIDADE 3
Psicologia
escolar e
educacional
Psicologia Escolar
Institucional
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Psicologia Escolar
Institucional
Convite ao estudo
A Unidade 3 foi organizada de modo que você identifique
o papel do psicólogo em contexto escolar e compreenda os
cargos, as funções e atribuições desse profissional na escola.
Ao final, você será capaz de compreender as possibilidades
de atuação do psicólogo escolar na escola e fora dela.
Tal competência ainda permitirá que você elabore um
relatório analítico discorrendo sobre o trabalho do psicólogo
escolar. A apresentação dos conteúdos ao longo da unidade
oferecerá suporte para a criação do referido relatório e para o
desenvolvimento das competências relevantes ao seu futuro
desempenho como psicólogo escolar.
Pesquise mais
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou, em 2013, um
documento intitulado Referências técnicas para atuação de
psicólogas(os) na Educação Básica, produzido a partir da metodologia
do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas
(Crepop). Nesse trabalho, dois eixos vão ao encontro da proposta desta
seção, sendo:
Reflita
Como o psicólogo escolar pode auxiliar no processo de inclusão escolar
rompendo com as práticas excludentes? De que maneira enfrentar o
preconceito com relação aos indivíduos com deficiência ou grupos
minoritários?
Resolução da situação-problema
Entre as formas de atuação emergentes apresentadas por
Martínez (2010) está a contribuição do psicólogo para a coesão da
equipe de direção pedagógica e para sua formação técnica, a qual
possivelmente atenderá a necessidade de Maria Luiza.
Vem sendo considerado de extrema relevância o trabalho
em grupo nas instituições educacionais, devido à complexidade
dos processos educativos e à exigência de ações coerentes e
sistêmicas por parte da equipe escolar.
Diante disso, cabe ao psicólogo escolar executar ações como
o desenvolvimento de grupos, a partir da utilização de estratégias
e técnicas, a iniciar pela equipe de direção, e ao longo do trabalho
atingir todos os outros funcionários presentes no contexto escolar.
A proposta é contribuir para a formação técnica da equipe de direção
não somente em temas da Psicologia que sejam importantes para
o trabalho educativo, mas também focar o desenvolvimento de
habilidades e competências cruciais para o exercício de direção
pedagógica, como ações de crescimento profissional, de qualidade
de vida (motivação, relações interpessoais e prevenção ao estresse)
e a colaboração em atividades organizacionais (participação de
processos de seleção e intervenções em mediação de conflitos).
Vale ressaltar que a integração e coesão da equipe escolar,
a definição coletiva de funções e o processo de negociação e
(...) o aluno não pode mais ser visto como sujeito dotado
de problemas, como um ente separado do sistema
relacional (família e escola), mas como um sujeito
relacional. O psicólogo educacional não mais possui
hipóteses verdadeiras sobre os problemas do aluno,
tampouco se faz neutro na escola e nas relações que ali
estabelece (...). Além disso, precisa aceitar a ideia de que
uma dificuldade de aprendizagem pode estar exercendo
alguma função em um dos sistemas no qual o aluno vive.
(CURONICI; MCCULLOCH, 1999, p. 198)
Pesquise mais
Carol Dweck estuda temas como motivação e perseverança desde
a década de 1960 e, recentemente, descobriu que professores que
reforçam o empenho e o esforço favorecem o desempenho dos alunos.
A pesquisa concluiu que incentivar o esforço das crianças com estratégias
eficazes ajuda a direcioná-las para o sucesso na vida acadêmica e pessoal.
Desse modo, os educadores precisam valorizar o processo de conquistas
em todas as situações de ensino-aprendizagem. Para conhecer mais
sobre a teoria da autora, assista ao vídeo The power of believing that you
can improve (O poder de acreditar que se pode melhorar). Disponível
em: <https://www.ted.com/talks/carol_dweck_the_power_of_believing_
that_you_can_improve>. Acesso em: 14 ago. 2017.
Avançando na prática
Atuação sistêmica e interdisciplinar
Descrição da situação-problema
Antônia, que leciona Educação Física, procura Maria Luiza para
solicitar uma intervenção psicológica em sua turma do 5º ano.
Segundo a professora, seus alunos não sabem se comportar, são
“agitados” e “agressivos” e não concluem uma atividade em grupo
até o final devido às oposições entre pares. Diante dos problemas,
ela relata que separa os colegas que estão causando conflitos,
isolando-os, porém mesmo assim não consegue terminar as
atividades propostas.
Resolução da situação-problema
Maria Luiza sugere à professora observar inicialmente suas
aulas para então depois discutirem e pensarem juntas em uma
7. Escuta psicológica.
8. Atuação crítica.
Pesquise mais
Como vimos brevemente nesta seção, o contexto de debates sobre
Psicologia, Religião e Direitos Humanos remete aos desafios enfrentados
pelo psicólogo escolar em situações de discriminação religiosa na escola
e outras instituições educativas. Para conhecer mais sobre a intervenção
do psicólogo escolar e a interface com a religião, conheça a Coleção
do CRP-SP sobre Psicologia, laicidade e as relações com a religião e a
espiritualidade. Disponível em: <http://www.crpsp.org/fotos/pdf-2016-
06-21-18-16-42.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2017.
Avançando na prática
O psicólogo escolar diante da diversidade
Descrição da situação-problema
Amanda, professora de História do 3º ano do ensino
fundamental, ao tomar conhecimento da presença da psicóloga
Maria Luiza na escola, solicita seu auxílio. Ela explica a Maria Luiza
que sempre se deparou com inúmeras situações de deboches
Resolução da situação-problema
A princípio, é preciso considerar que num país como o nosso,
multiétnico e plurirracial, nos deparamos o tempo todo e em
diferentes situações com a ocorrência de vários eventos como o da
professora Amanda, denotando assim a urgência de atuação nessa
direção. Para ajudar Maria Luiza nesse desafio, vamos apresentar
alguns pontos principais para possibilidades de trabalho.
O primeiro passo é sensibilizar os integrantes da escola, incluindo
alunos, professores, gestão e funcionários, discutindo os pontos
de vista sobre tais temáticas (diversidade étnico-racial e religiosa)
e, conjuntamente, pensar em maneiras de enfrentar o problema
apresentado, bem como apurar o olhar para as manifestações e,
sobretudo, o reconhecimento de novos episódios dessa natureza.
O grupo operativo é uma das alternativas mais viáveis, porém
é importante que ele seja constituído por integrantes da direção
da escola, coordenador pedagógico, professores e alunos. Isso irá
permitir que questões de intolerância sejam trabalhadas não só
entre os alunos, mas também entre professores e equipe escolar
perante os estereótipos já criados. É necessário, ainda, a adoção
de práticas que incluam a valorização e a diversidade, além de
incentivar a convivência entre as diferentes etnias, raças e religiões.