Caderno Mapeado - CNU - Administração Pública Federal
Caderno Mapeado - CNU - Administração Pública Federal
Caderno Mapeado - CNU - Administração Pública Federal
Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.
Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca Cesgranrio.
Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: [email protected] e WhatsApp.
Bons Estudos!
Rumo à Aprovação!!
Pessoal!
CONTEÚDO
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Considerações iniciais
Toda ciência, para produzir seus efeitos de maneira equitativa a todos os interessados, necessita de
postulados fundamentais que sustentem sua atuação. O Direito Administrativo não foge a essa regra.
Portanto, os princípios podem ser definidos como as normas fundamentais que baseiam toda a
atuação da Administração Pública para alcançar seus objetivos.
Conforme sugere seu próprio nome, os princípios têm a característica de serem o "início", a "base",
a "pedra fundamental". É por meio deles que todo o ordenamento jurídico se organiza, conferindo
à Administração uma série de prerrogativas e sujeições que devem ser respeitadas para assegurar
o bem-estar da coletividade.
A doutrina majoritária entende que os princípios, por serem normas gerais e dotados de alto grau
de abstração, possuem uma hierarquia superior, inclusive em relação às demais normas jurídicas.
Segundo o STF, violar um princípio é mais grave do que violar uma lei, visto que desrespeitar um
princípio significa desobedecer a todo o ordenamento jurídico vigente.
3) Princípios expressos
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:(...)
Este dispositivo constitucional é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma
vez que apresenta os princípios da Administração Pública.
•Legalidade
L
•Impessoalidade
I
•Moralidade
M
•Publicidade
P
•Eficiência
E
O princípio da legalidade não exclui a atuação discricionária do agente público, uma vez que a lei
não pode prever todas as situações na atuação administrativa. Em determinadas circunstâncias, é
possível realizar uma análise de conveniência e oportunidade para escolher a conduta mais
adequada ao caso concreto, respeitando, é claro, os demais princípios administrativos,
especialmente a razoabilidade e proporcionalidade.
É importante ressaltar que o conceito de legalidade difere entre o agente público e o cidadão
comum. Para este último, também há o princípio da legalidade, indicando que suas ações são
permitidas desde que não proibidas por lei.
Aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei. É dizer: o particular
pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia da vontade)
À Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão
legal (princípio da legalidade estrita).
Importante!
Vedação à promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado. Assim, não
poderá haver pessoalização ou promoção pessoal dos agentes nos atos praticados.
Validação dos atos dos agentes de fato: entende-se como agente de fato aquele cuja
investidura no cargo ou seu exercício esteja maculada por algum vício.
Ex.: Agente que não possui formação universitária exigida em cargo público, etc.
Diante disso, o princípio da moralidade visa prevenir comportamentos que possam ser legalmente
aceitáveis, mas que, do ponto de vista ético, são reprováveis. Ele destaca a importância de uma
gestão pública transparente, íntegra e que promova o bem comum, contribuindo para a construção
de uma sociedade mais justa e ética.
Ex.: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para contratar
pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral.
Dentro do princípio da moralidade, precisamos no atentar a Súmula Vinculante 13, que tem o
propósito de coibir o nepotismo no serviço público, estabelecendo critérios e restrições específicas
para as nomeações em cargos de confiança.
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Observações:
O cargo de Conselheiro de Tribunal de Contas não é considerado político, mas sim técnico, sendo,
portanto, sujeito à aplicação da Súmula Vinculante 13.
Esta súmula veda expressamente o nepotismo cruzado, entendido como as designações recíprocas entre
autoridades nomeantes ou servidores de uma mesma pessoa jurídica.
O princípio da publicidade diz respeito a divulgação dos atos praticados pela Administração
Pública, pois o poder público tem o dever de agir com transparência para que a população tenha
ciência de todos os atos praticados. A publicidade não constitui um elemento formador do ato; ao
contrário, é um requisito essencial para sua eficácia e observância da moralidade. Nesse sentido, a
publicidade é uma condição necessária para a produção de efeitos do ato, uma vez que sua
divulgação pelo órgão oficial é indispensável sempre que a lei assim determinar.
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Além do mais, existe a possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais
e justificadas: quando o sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para
intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF).
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles “a eficiência é um dos deveres da Administração Pública, se
impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento
funcional”. O princípio da eficiência passou a ser um direito com sede constitucional.
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Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a
coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as
metas estabelecidas.
Segundo Alexandre de Moraes, o princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta
e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas
competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre
em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor
utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior
rentabilidade social.
Momento da Questão
a) Princípio da eficiência.
b) Princípio da legalidade.
c) Princípio da moralidade.
d) Princípio da impessoalidade.
e) Princípio da publicidade.
Gabarito: Letra A.
Comentário: A contratação direta, sem a devida licitação, fere o princípio da eficiência, que
busca garantir que a administração pública alcance resultados positivos de forma célere e utilizando
os recursos de forma otimizada. A licitação é um instrumento que promove a concorrência,
contribuindo para a escolha da opção mais vantajosa para a administração pública.
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1) Introdução
Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Aspectos Iniciais
Este modelo, que consiste na organização administrativa dividida entre Administração Direta e
Indireta, será examinado a seguir. É crucial destacar que, atualmente, a atividade administrativa pode
ser desempenhada não apenas por entidades inseridas na estrutura da Administração Pública, mas
também por pessoas jurídicas sujeitas a regime privado. Estas fornecem serviços públicos, como
concessionárias ou permissionárias de serviços públicos, ou colaboram com o Estado na consecução
de seus objetivos, como os entes de cooperação, por meio de diversos vínculos jurídicos. Este
aspecto também será explorado em momento oportuno.
As entidades políticas são os entes federativos, compondo a Administração Direta, assim, detém
uma parcela de poder político, sendo regidas pelo Direito Constitucional. As entidades que
compõem a Administração Direta são: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
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Capacidade de
Auto-organização
autonomia política
Autogoverno
Este tópico é um dos assuntos mais relevantes do Direito Administrativo, pois ele serve de base para
o entendimento da maior parte da disciplina. A prestação da atividade administrativa refere-se às
maneiras como o Estado realiza suas funções e fornece serviços à sociedade. Existem diversas
formas de prestação da atividade administrativa, cada uma com características específicas, são elas:
Centralização
Formas de Prestação da Atividade
Administrativa
Descentralização
Concentração
Desconcentração
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Ocorre quando a entidade política (Administração Direta) realiza a execução das tarefas
administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos integrantes da administração
direta.
Ex.: Órgãos de segurança, como: polícia civil, polícia militar, guarda municipal, bombeiro; e órgãos
de arrecadação, como: secretaria da receita federal, secretaria das receitas estaduais e municipais.
4.2) Descentralização
outorga delegação
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4.3) Concentração
4.4) Desconcentração
Criam Órgãos Públicos. É uma técnica de distribuição interna de competências. Esses Órgãos não
possuem Personalidade Jurídica Própria e possuem relação de subordinação e hierarquização.
Denominando-se, assim, as chamadas Secretárias.
O = Ó
5) Órgãos Públicos
Órgãos públicos são centros de competências – sem personalidade jurídica – instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica
a que pertencem. Órgãos públicos estão organizados em uma estrutura hierárquica e podem estar
sujeitos a relações de subordinação. A hierarquia facilita a coordenação e o controle das atividades
administrativas.
Cada órgão público possui competências e atribuições específicas, definidas por lei. Suas funções
estão relacionadas às atividades do respectivo poder ou entidade a que pertencem.
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Órgãos públicos
O jurista alemão Otto Gierke, estabeleceu uma analogia entre o Estado e o corpo humano,
concebendo o Estado como uma entidade com personalidade e os órgãos como componentes
intrínsecos do Estado.
De acordo com Gierke, os órgãos representam centros de competência com a finalidade de exercer
funções públicas, estando diretamente vinculados à pessoa jurídica à qual pertencem.
Consequentemente, toda conduta dos agentes é imputada ao órgão, que, por sua vez, está associado
à entidade (responsável civilmente).
A criação e extinção de órgãos na administração pública são processos regulados por normas legais
e administrativas. Esses procedimentos são essenciais para adequar a estrutura administrativa às
demandas e mudanças nas políticas públicas, garantindo eficiência na prestação de serviços.
A criação dos órgãos ocorrem através da desconcentração. Dessa forma, a criação e extinção de
órgãos demandam a edição de uma lei; contudo, para regulamentar a estrutura e operação, é
possível utilizar um instrumento normativo de hierarquia inferior à lei: o decreto.
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Há diversos critérios que tratam da classificação dos órgãos públicos. No entanto, a mais utilizada
nas provas de concursos públicos é a classificação dada por Hely Lopes Meirelles, um dos principais
doutrinadores do Direito Administrativo no Brasil.
O referido autor classifica órgãos públicos quanto à: composição, estrutura, posição estatal e
atuação.
I) singulares (unipessoais): são aqueles que atuam, ou são integrados, através de um único agente.
Ex.: cargo de Presidente da República.
II) colegiados: também conhecidos como órgãos pluripessoais, são aqueles formados por vários
agentes e as decisões são tomadas por meio de uma deliberação coletiva. Ex.: Conselho Nacional
de Justiça, Poder Judiciário, dentre outros.
Quanto à sua estrutura os órgãos públicos podem ser classificados como simples (ou unitários) e
compostos:
I) simples: possuem um único centro de competência, não possui outro órgão em sua estrutura que
o auxilie na aplicação de suas funções. Esses órgãos contam com estruturas simplificadas, sem
subdivisões, como acontece em órgãos maiores.
II) compostos: são formados pela união de diversos órgãos menores. Sob a supervisão de um órgão
chefe, as suas incumbências são distribuídas por outros centros de competência. São bons exemplos:
Ministérios de Estado, Secretarias Estaduais e Municipais.
Hely Lopes Meirelles, ao classificar os órgãos da administração pública quanto à posição estatal ou
hierárquica, destaca a distinção entre órgãos superiores ou centrais e órgãos subalternos ou locais.
Essa classificação leva em consideração a posição de cada órgão na estrutura hierárquica da
administração.
I) independentes: são os órgãos que decorrem diretamente da Constituição, sem que tenham
subordinação hierárquica a qualquer outro. Cúpula dos poderes. Ex.: parlamentos, tribunais, MPs.
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IV) subalternos: são os órgãos comuns dotados de atribuições meramente executórias. Ex.:
portarias, seções de expediente e protocolos.
II) locais: atuam apenas em parte do território como é o caso das Delegacias de Polícia.
Este tema é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma vez que a base da
Administração Indireta.
Por isso, anote esse mnemônico: F – A – S – E (Isso vai te salvar na hora da prova).
•Fundações Públicas
F
•Autarquia
A
•Empresas Públicas
E
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
6.1) Autarquias
As autarquias são entidades da administração pública indireta que possuem personalidade jurídica
própria e autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Elas são criadas por lei específica para
desempenhar atividades de interesse público que demandam uma gestão mais flexível e
especializada. A principal característica das autarquias é a descentralização de funções do Estado,
permitindo uma atuação mais eficiente em determinadas áreas.
20
Importante!
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Agências reguladoras e agências executivas são tipos de entidades governamentais com funções
específicas e características distintas.
I) agências reguladoras
Além disso, essas agências detêm autonomia técnica, permitindo-lhes tomar decisões
fundamentadas em critérios técnicos, em detrimento de considerações políticas. Isso assegura
imparcialidade em suas ações. Essas entidades são essenciais para promover a eficiência,
transparência e conformidade nas áreas específicas que regulamentam
A agência executiva é uma autarquia ou fundação pública que recebe uma qualificação jurídica
para alcançar maior autonomia, sendo um título atribuído pelo governo federal. Esta qualificação é
aplicável a autarquias, fundações públicas e órgãos que celebram contrato de gestão para ampliação
de sua autonomia, mediante a fixação de metas de desempenho. A qualificação é estabelecida por
meio de Decreto do Presidente da República ou portaria do Ministro de Estado.
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6.2) Fundações
Na Administração Indireta, as fundações são entidades que fazem parte do conjunto de instituições
criadas para atuar em nome do Estado, mas com certa autonomia em relação à Administração Direta.
A característica central das fundações reside na personificação do patrimônio, com a finalidade é
não lucrativa. Compete à lei complementar estabelecer as áreas de atuação específicas dessas
entidades. As Fundações públicas podem ter natureza jurídica de direito privado ou de direito
público.
Quando são de direito público, podem, também, ser chamadas de fundação autárquica, são
efetivamente criadas por lei. Dessa forma, elas ganham a personalidade jurídica no momento da
vigência da lei instituidora.
No que diz respeito aos bens, as fundações públicas de direito público se distinguem por possuírem
bens públicos. Consequentemente, desfrutam dos benefícios da impenhorabilidade,
imprescritibilidade e inalienabilidade.
Por outro lado, as fundações Públicas de direito privado recebem autorização legislativa para
criação, mas dependem do registro do ato constitutivo no registro civil de pessoas jurídicas para
que adquiram a personalidade jurídica. As Fundações públicas de direito privado não fazem jus à
isenção das custas processuais, somente as entidades com personalidade de direito público.
As fundações públicas de direito privado geralmente detêm bens de natureza privada. Entretanto,
caso esses bens estejam sendo diretamente utilizados na prestação de serviços, podem adquirir
certas prerrogativas associadas aos bens públicos, como, por exemplo, a impenhorabilidade.
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natureza
A Lei n.º 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, estabelece normas específicas para a
governança, a transparência e a gestão das empresas públicas, sociedades de economia mista e de
suas subsidiárias no Brasil. A Empresa Pública é uma pessoa jurídica de Direito Privado, seu capital
é exclusivamente público, além disso, poderá ser constituída em qualquer forma das modalidades
empresariais.
Já a Sociedade Economia Mista é uma estatal com capital misto, contudo, a maior parte do capital
deverá pertencer a um ente da Administração Pública. Além disso, por determinação legislativa a
SEM deverá ser constituída na forma de Sociedade Anônima (SA).
Ambos os tipos de empresas desempenham atividades de natureza econômica, e, por isso, estão
sujeitos ao regime aplicável às empresas privadas, abrangendo obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributárias.
Dessa forma, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, nesses casos, não têm o
privilégio de usufruir de benefícios fiscais não estendidos ao setor privado. No entanto, ao
prestarem serviços públicos, essas empresas predominam sob regras de direito público.
No que diz respeito à imunidade tributária, empresas públicas, sociedades de economia mista e suas
subsidiárias que prestam serviços públicos constituem uma exceção à regra, podendo, nesses
casos, usufruir de benefícios fiscais.
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As sociedades estão obrigadas a realizar licitações, mas têm a capacidade de estabelecer, por meio
de lei própria, as condições para o cumprimento dessa obrigação. Em resposta a essa possibilidade,
a Lei n.º 13.303/2016 regulamentou o procedimento licitatório para essas empresas.
As Sociedades de Economia Mista são entidades jurídicas de direito privado, sendo, portanto,
criadas mediante autorização legal. Geralmente, essas sociedades têm a capacidade de se envolver
na exploração de atividades de natureza econômica em geral e, em determinadas circunstâncias, na
prestação de serviços públicos.
Ao contrário das empresas públicas, que podem adotar diversas formas jurídicas, as sociedades de
economia mista são constituídas como sociedades anônimas. Nesse formato, a maioria das ações
com direito a voto deve pertencer à União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou a entidades da
administração indireta.
As Empresas Públicas são entidades de direito privado, criadas mediante autorização legal e
podendo adotar qualquer forma jurídica adequada à sua finalidade. Elas têm a prerrogativa de
exercer atividades de natureza econômica em geral, e em determinadas circunstâncias, realizar a
prestação de serviços públicos.
O patrimônio das empresas públicas é integralmente pertencente à União, Estados, Distrito Federal
e Municípios. Contudo, é admissível a participação de outras pessoas jurídicas de direito público
interno. A composição do patrimônio de uma empresa pública, por exemplo, pode envolver a União,
um Estado e uma autarquia.
Exemplificando, temos Empresas Públicas notáveis, como os Correios, a Caixa Econômica Federal e
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacando a presença dessas
entidades no cenário institucional brasileiro.
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Essas duas formas de entidade pública indireta possuem algumas características peculiares que
podem te confundir durante os estudos. Dessa forma, para facilitar a fixação do conteúdo, fizemos
o quadro comparativo abaixo:
Por fim, agora que você já estudo todas as entidades da administração indireta, vamos resumir as
principais características:
Natureza Direito Público Definição por lei: Direito privado Direito privado
Jurídica direito público
(autárquicas) ou
privado.
Criação Criada por lei Fundação pública - Autorizada por lei Autorizada por lei
específica Criado por lei
Fundação privada –
autorizada por lei
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Regime de bens Direito Público: Direito público: Direito privado. Direito privado.
impenhoráveis, impenhoráveis, bens são Bens são
inalienáveis e inalienáveis e penhoráveis penhoráveis
imprescritíveis. imprescritíveis.
Forma jurídica Autarquias comuns, Fundação de Direito Sempre será Qualquer forma
agências Público (autárquica) sociedade
reguladoras, ou direito privado anônima
agências executivas
(contratos de
gestão)
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b) Técnicas administrativas.
c) Órgãos públicos.
e) Departamentos setoriais.
Gabarito: Letra D.
Comentário: A discussão sobre a criação de uma nova entidade para gerenciar projetos
educacionais indica uma reflexão sobre as entidades da administração indireta, que são aquelas que
possuem autonomia administrativa e, muitas vezes, têm relação com o setor privado. Esse aspecto
está relacionado à descentralização da gestão pública, conforme previsto no Decreto-Lei nº
200/1967.
AGENTES PÚBLICOS
1) Introdução
Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
1 – Agentes públicos: considerações iniciais; Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/1990 e suas
alterações).
2) Considerações Iniciais
Os agentes públicos são pessoas que desempenham atividades em nome do Estado. Essas
atividades podem variar desde funções administrativas até o exercício do poder de polícia ou
prestação de serviços públicos.
Agente público é toda pessoa que presta serviço ao Estado. A Lei 8.429/1992, conceitua agente
público, vejamos:
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Tome Nota!
É importante lembrar que agente público e servidor público não são sinônimos. O servidor público
é uma das espécies de agente público.
Neste tópico iremos incluir durante os estudos, os principais dispositivos constitucionais referente
aos servidores públicos, descritos no Capítulo VII: Da Administração Pública, como cobrado em
seu edital.
A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias federais, incluindo as em regime especial e das fundações públicas federais.
Na lei são encontradas disposições que definem os direitos e garantias, além dos requisitos para o
exercício dos servidores federais estatutários.
Além disso, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os agentes públicos,
apenas aos servidores públicos civis federais, ou seja, os empregados públicos federais, regidos pela
CLT, não estão incluídos.
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A linha do tempo do serviço público possui as seguintes fases: concurso, provimento, posse,
exercício, estágio probatório, estabilidade e vacância.
Vacância
Estabilidade
Estágio
Probatório
Exercício
Posse
Provimento
Concurso
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O concurso público é um processo seletivo utilizado pela administração pública para preencher
cargos efetivos ou empregos públicos. Ele é regido por princípios constitucionais e legais, visando
garantir a igualdade de oportunidades, a impessoalidade e a seleção dos candidatos mais
qualificados para ocupar os cargos públicos.
A principal finalidade do concurso público é assegurar que o acesso aos cargos públicos seja
realizado de forma transparente e meritocrática, baseado no princípio da igualdade de condições a
todos os concorrentes. Isso significa que qualquer pessoa que preencha os requisitos estabelecidos
em edital pode participar do concurso, desde que atenda aos critérios de qualificação e realize as
etapas de seleção previstas.
Conforme consta o art. 37, III da CF, a validade do concurso público será de dois anos, podendo
ser prorrogado uma única vez e por igual período. Lembre-se o mero surgimento de novas vagas
dentro do prazo de validade do concurso público não gera o direito líquido e certo (ou direito
subjetivo à nomeação) do candidato aprovado dentro do cadastro reserva, ou seja, o candidato tem
mera expectativa do direito.
Importante!
O art. 37, IX da CF, dispõe que a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Existem algumas exceções
específicas para a contratação temporária: casos excepcionais, com prazo de contratação pré-
determinado assim como a necessidade do cargo deve ser temporário, de forma que o interesse
público é excepcional.
Além disso, o exercício do cargo temporário não pode ser para atividades típicas do estado, quais
sejam: área da saúde, educação e assistência jurídica.
Também é desnecessária a realização de concurso público para o “Sistema S” (Senai, SESI, SENAC
SESC – autonomia da entidade).
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Em relação aos estrangeiros ocuparem o cargo público, a Constituição traz a seguinte regra:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Além disso, o art. 8º da Lei n. 8.112/1990 estabelece algumas formas de provimento de cargo
público, são elas:
I – nomeação;
II – promoção;
III – Revogado;
IV – Revogado;
V – readaptação;
VI – reversão;
VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
IX – recondução.
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4.3) Posse
A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser
alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
Contados da publicação do
POSSE Prazo de 30 dias
ato de provimento
4.4) Exercício
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Exclusivas de servidores ocupantes de cargo Podem ser preenchidos sem concurso público,
efetivo. desde que respeitados os percentuais mínimos a
serem preenchidos por servidores de carreira.
O exercício do cargo público ocorre em diferentes fases, que podem variar dependendo das
características do cargo e da estrutura organizacional da instituição.
A partir do momento que o servidor entra em exercício inicia-se o estágio probatório, o qual é
um período de avaliação onde são analisados alguns fatores para verificar a aptidão e a capacidade
do agente público.
O estágio probatório é uma fase específica do exercício do cargo público destinada a avaliar o
desempenho e a aptidão do servidor durante os primeiros anos de sua nomeação. Ele é aplicado aos
servidores efetivos, ou seja, aqueles que passaram por concurso público e foram nomeados para
ocupar cargos públicos permanentes.
O estágio probatório tem como objetivo verificar se o servidor possui as qualificações necessárias
para o pleno exercício do cargo, avaliando sua capacidade técnica, ética, disciplina, responsabilidade
e adaptação ao ambiente de trabalho.
4.6) Estabilidade
A estabilidade é uma garantia constitucional, disposta no art. 41 da CF, concedida aos servidores
públicos efetivos após o período de estágio probatório, com base no princípio da segurança no
emprego. Ela assegura que o servidor não poderá ser demitido sem justa causa, oferecendo-lhe uma
maior proteção contra possíveis arbitrariedades ou pressões políticas.
Para adquirir a estabilidade, o servidor público deve cumprir o período de estágio probatório, que
geralmente tem a duração de três anos. Durante esse período, o servidor é avaliado quanto ao seu
desempenho, comportamento, assiduidade, produtividade e outros critérios definidos pela
legislação específica.
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Mas se atente, em caso de servidor em estágio probatório, este será desligado do serviço público.
Por fim, como condição de aquisição da estabilidade, é necessário o preenchimento dos requisitos
objetivos (3 anos de efetivo exercício) e subjetivos (avaliação especial de desempenho).
4.7) Vacância
A vacância de um cargo público desencadeia um processo para que ele seja novamente ocupado.
Esse processo pode envolver a abertura de um novo concurso público para provimento do cargo, a
nomeação de um servidor aprovado em concurso público anteriormente realizado, a redistribuição
de servidores de outros órgãos ou a designação temporária para a função.
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demissão
promoção
aposentadoria
falecimento
Momento da Questão
a) Fase de Posse, marcando o início formal do vínculo entre o servidor e a administração pública.
d) Etapa de Estágio Probatório, período de avaliação intensiva do servidor após sua posse.
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Gabarito: Letra D.
5) Remoção
A remoção pode ocorrer por diversos motivos, tais como por pedido do próprio servidor, por
motivo de saúde, por permuta entre servidores, por processo seletivo interno, entre outros. Além
disso, a remoção poderá ocorrer por solicitação do servidor ou por solicitação da administração
pública.
Tome nota!
A remoção é um procedimento simples, mas que precisa da sua atenção nos estudos. Dessa forma
fizemos um quadro esquematizando os principais tópicos sobre o assunto:
Remoção
Manifestação O servidor interessado em ser removido deve manifestar seu interesse junto à
de interesse administração pública, geralmente por meio de requerimento formal. É importante
37
A administração pública, por meio dos setores de recursos humanos, é responsável por
coordenar e conduzir o processo de remoção. Isso pode envolver a análise dos requisitos,
Processo de
a verificação da existência de vaga, a avaliação de critérios de prioridade, a elaboração
remoção
de lista de classificação, a negociação com os órgãos envolvidos e a formalização da
remoção por meio de ato administrativo.
Ao ser removido para outro órgão ou entidade, o servidor passa a exercer suas atividades
Efeitos da
no novo local de trabalho. Podem ocorrer alterações na remuneração, benefícios e
remoção
vantagens, dependendo das regras estabelecidas para o novo órgão ou entidade.
A remoção é uma forma de movimentação dos servidores públicos que visa a atender às demandas
da administração pública e promover a eficiência na distribuição de recursos humanos, considerando
as necessidades e interesses tanto da instituição como dos servidores envolvidos.
6) Redistribuição
Redistribuição
Motivos para a A redistribuição pode ocorrer por diferentes razões, como reestruturação administrativa,
redistribuição extinção ou fusão de órgãos, necessidade de pessoal em outro órgão ou entidade,
adequação do quadro de servidores, entre outros motivos de interesse público.
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Além disso, a redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho
às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
entidade.
A redistribuição é uma medida adotada pela administração pública com o intuito de promover a
otimização dos recursos humanos, ajustar o quadro de pessoal e atender às necessidades e
interesses da instituição. Ela contribui para a eficiência e a qualidade dos serviços prestados pela
administração pública.
7) Substituição
Substituição
39
Designação A designação para substituição é feita por meio de ato administrativo, geralmente
emitido pela autoridade competente. Nesse ato, são especificados o período de
substituição, as atribuições a serem desempenhadas e outros detalhes relevantes.
O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de
cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular,
superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que
excederem o referido período.
Os servidores regidos pela lei possuem uma série de prerrogativas que regem a sua vida
profissional, visando garantir condições adequadas de trabalho, valorização profissional e bem-
estar no exercício de suas atividades. Vejamos os direitos e vantagens que o servidor público civil
federal poderá ter:
40
indenizações
gratificações e adicionais
Direitos e vantagens do
servidor público férias
licenças
concessões
direito de petição
A remuneração pode variar de acordo com o cargo, a jornada de trabalho, os níveis salariais, as
classes e os padrões de progressão previstos para cada categoria de servidores. Geralmente, a
remuneração é definida em uma tabela salarial, que estabelece os valores básicos para cada cargo
ou nível hierárquico.
Tome nota!
Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário-mínimo, assim dispõe o art. 41, §5º da
Lei n. 8.112/90.
Vencimento: O vencimento, por sua vez, é a parcela básica da remuneração do servidor. Ele
representa a parte fixa do salário, sem considerar as demais parcelas adicionais, como gratificações
e benefícios. O vencimento é calculado com base no cargo, a qualificação e a jornada de trabalho
do servidor.
O vencimento é o elemento principal da remuneração, pois é o valor base que serve de referência
para os cálculos e para a progressão do servidor dentro da tabela salarial. É importante destacar que
o vencimento é o valor mínimo garantido ao servidor, sem considerar eventuais adicionais ou
benefícios a que ele possa ter direito.
TETO REMUNERATÓRIO
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CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Os demais membros do poder judiciário terão subsídios escalonados segundo os padrões da carreira,
sendo que a diferença entre uma e outra não poderá ser inferior a 5% nem superior a 10%, nem exceder
95% dos Tribunais Superiores.
A regra do teto remuneratório se aplica a administração direta, autárquica e fundacional, e, caso recebam
recursos públicos para custeio, também alcança as Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas e
suas subsidiárias.
Importante!
O servidor perderá a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado ou a
parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as
concessões de que trata o art. 97 da Lei 8.112/90, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de
compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia
imediata.
Além disso, as faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. Salvo
por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
provento.
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8.2) Indenizações
Indenizações
Ajuda de Custo É uma verba com caráter compensatório. A ajuda de custo destina-se a compensar as
despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício
em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo
pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro
que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
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Será concedido auxílio-moradia quando o servidor atender os requisitos descritos no art. 60-B da
Lei:
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário,
promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde
for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos
doze meses que antecederem a sua nomeação;
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze
meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se
prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para
cargo efetivo.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor
estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V.
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Além do vencimento e das vantagens previstas no estatuto federal, os servidores poderão ter
gratificações e adicionais, vejamos:
gratificação natalina
adicional noturno
adicional de férias
A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fazer
jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. A fração igual ou superior a 15
(quinze) dias será considerada como mês integral.
Além disso, a gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano. A
gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
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Os servidores que desempenham suas funções de forma regular em ambientes insalubres ou que
mantenham contato constante com substâncias tóxicas, radioativas ou apresentem risco à vida têm
direito a um acréscimo no salário referente ao cargo efetivo.
Haverá um controle contínuo das atividades dos servidores em operações ou locais considerados
penosos, insalubres ou perigosos.
No que diz respeito à concessão dos adicionais de atividades penosas, insalubres e perigosas, o
adicional de atividade penosa será concedido aos servidores em serviço em zonas de fronteira
ou em localidades que justifiquem devida consideração, conforme estabelecido nos
regulamentos, termos e limites aplicáveis.
Os locais de trabalho e os servidores que lidam com Raios X ou substâncias radioativas serão
continuamente monitorados, garantindo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem os
limites máximos estabelecidos na legislação correspondente.
O serviço extraordinário será remunerado com um aumento de 50% (cinquenta por cento) em
relação à hora normal de trabalho. A prestação de serviço extraordinário só será permitida para
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitando-se o limite máximo de 2 (duas)
horas por jornada.
O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e
5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
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Participar de banca examinadora ou comissão para exames orais, análise curricular, correção
de provas discursivas, elaboração de questões de provas ou julgamento de recursos interpostos por
candidatos;
9) Das Férias
O direito de férias não é um privilégio dos servidores públicos, ela é direito de todos os
trabalhadores. As férias no contexto do serviço público referem-se ao período de descanso
remunerado a que os servidores têm direito após determinado tempo de trabalho. O objetivo das
férias é proporcionar o descanso necessário para a recuperação física e mental, promovendo o
bem-estar e a qualidade de vida dos servidores.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos,
no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Para
o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
no interesse da administração pública.
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V - para capacitação;
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada uma de suas prorrogações
serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei.
§ 2º Revogado
A lei do regime jurídico dos servidores públicos da União estabelece que, durante o período de
licença por motivo de doença em pessoa da família, é proibido ao servidor exercer qualquer
atividade remunerada. Essa restrição visa garantir que o servidor possa dedicar-se integralmente
ao cuidado do membro da família enfermo, sem a distração ou comprometimento de suas
responsabilidades com outras atividades remuneradas.
Além disso, a norma especifica que a concessão de uma nova licença por motivo de doença em
pessoa da família, dentro de 60 dias após o término de uma licença anterior do mesmo tipo,
será considerada uma prorrogação. Essa regra busca evitar possíveis abusos, assegurando que as
licenças para o mesmo motivo, concedidas em curto intervalo de tempo, sejam tratadas como uma
continuação, em vez de licenças independentes.
É uma licença que poderá ser concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica
oficial, assim dispõe o art. 83 e parágrafos da lei.
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É uma licença que poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para
o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. Além disso, a licença será por
prazo indeterminado e sem remuneração.
O servidor convocado para o serviço militar receberá licença, seguindo as disposições da legislação
específica. Após completar o serviço militar, o servidor terá um período de até 30 (trinta) dias sem
remuneração para retornar ao exercício de suas funções no cargo.
Conforme estabelece a legislação, o servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o
período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e
a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça
cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir
do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia
seguinte ao do pleito.
A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
A lei estabelece que após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse
da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até
três meses, para participar de curso de capacitação profissional.
A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde
que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo
de até três anos consecutivos, sem remuneração.
É importante destacar que a licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do
servidor ou no interesse do serviço.
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O artigo 92 da lei 8.112/90 estabelece que é assegurado ao servidor o direito à licença sem
remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de
classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da
profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa
constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros.
Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em
perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
A servidora gestante terá o direito a uma licença de 120 (cento e vinte) dias consecutivos, com
remuneração integral, conforme estipulado pelo art. 207 da Lei:
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias
consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação
por prescrição médica.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias
de repouso remunerado.
Para a servidora lactante que precisa amamentar seu próprio filho até os seis meses de idade, será
concedido, durante a jornada de trabalho, um intervalo de uma hora para descanso, podendo esse
tempo ser dividido em dois períodos de meia hora.
No caso de adoção ou obtenção da guarda judicial de uma criança com até 1 (um) ano de idade,
a servidora terá direito a uma licença remunerada de 90 (noventa) dias.
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Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço. Configura acidente
em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou
imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
11) Afastamentos
Os afastamentos dos servidores públicos federais podem ocorrer por diversas razões, as quais vamos
estudar abaixo, de acordo com o que estabelece a lei:
a) Afastamento para servir em outro órgão ou entidade: Nesta hipótese, o servidor poderá ser
cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade, desde que para o desempenho de alguma
das seguintes atribuições: I – para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou, no caso
de serviço social autônomo, para o exercício de cargo de direção ou de gerência; II – em casos
previstos em leis específicas.
b) Afastamento para o exercício de mandato eletivo: Caso o servidor público seja eleito para o
desempenho de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração;
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Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
c) Afastamento para estudo ou missão no exterior: o servidor não poderá ausentar-se do País
para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos
do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
período, será permitida nova ausência.
Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para
tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a
hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
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De acordo com a Lei n. 8.112/1990, o servidor público federal poderá se ausentar do serviço, sem
desconto na sua remuneração. As concessões referem-se à autorização ou permissão formal dada
por uma autoridade competente para que algo seja realizado, usufruído ou obtido. Essas
autorizações podem abranger diversas áreas e situações. Iremos nos aprofundar, no quadro
esquematizado, os seguintes casos descritos no art. 97:
Concessões
O direito de petição do servidor público federal refere-se à prerrogativa concedida aos servidores
para formalizar solicitações, requerimentos, reclamações, denúncias ou pedidos junto à
administração pública federal. Esses pleitos são endereçados à autoridade competente para
análise e são encaminhados por intermédio daquela à qual o requerente está imediatamente
subordinado.
O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido
a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. O recurso será
encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o
requerente.
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Cabimento do Recurso
O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.
13.1) Prescrição
A prescrição do direito de petição refere-se ao prazo legal estabelecido para que uma pessoa exerça
o seu direito de apresentar uma petição ou requerimento junto à administração pública. No contexto
jurídico, a prescrição é o instituto que determina o tempo máximo durante o qual um direito pode
ser exercido, após o qual esse direito é considerado extinto ou "prescrito".
Prescrição
em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência
pelo interessado, quando o ato não for publicado. O pedido de reconsideração e o recurso,
quando cabíveis, interrompem a prescrição. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
relevada pela administração. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo,
salvo motivo de força maior.
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a) Deveres
Conforme estabelecido no estatuto federal, os servidores públicos regidos por essa norma estão
sujeitos a uma série de deveres. É importante destacar que a lista de deveres apresentada não é
exaustiva, mas sim exemplificativa. Portanto, o servidor não pode alegar o não cumprimento de
alguma obrigação com base na ausência de previsão expressa no texto normativo que governa sua
categoria funcional.
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b) à expedição de certidões
atender com presteza: requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de
levar as irregularidades de que tiver ciência em razão interesse pessoal
Deveres dos Servidores
b) Proibições
As proibições impostas ao servidor público são elencadas como condutas vedadas, visando
garantir a ética, a eficiência e a integridade no desempenho das funções públicas. Segue uma
descrição detalhada das proibições:
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Delegar Atribuições a cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
Pessoas Estranhas desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado
Nomeação de Parentes manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil
Uso Indevido do Cargo valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em
para Proveito Pessoal detrimento da dignidade da função pública
Atuação como Procurador atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,
ou Intermediário salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais
de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro
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Delegação de Atribuições cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,
Estranhas ao Cargo exceto em emergências e transitórias
Atividades Incompatíveis exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do
com o Cargo e Horário de cargo ou função e com o horário de trabalho
Trabalho
Recusa em Atualizar Dados recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado
Cadastrais
c) Acumulação de Cargos
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d) Responsabilidades
De acordo com as disposições da Lei 8.112/1990, os servidores públicos federais estão sujeitos a três
esferas de responsabilidade:
Responsabilidades
A responsabilidade civil surge quando o servidor, seja por ação ou omissão, intencional ou
negligente, causa prejuízo ao erário ou a terceiros. Abrangem-se nesse conceito todas as ações ou
omissões do servidor que, ao agir em nome da administração, resultem em danos a particulares ou
ao próprio Poder Público. Nesse contexto, a teoria da imputação faz com que as ações do servidor
sejam atribuídas ao órgão ou entidade em que ele exerce suas funções. Inicialmente, a
responsabilidade pelos danos causados cabe ao Poder Público, que pode, após indenizar o particular
prejudicado, propor uma ação regressiva contra o servidor. Se condenado, o servidor deve restituir
os cofres públicos, podendo ser parcelado o pagamento, desde que as parcelas não sejam inferiores
a 10% de sua remuneração, pensão ou proventos.
Por fim, a responsabilidade administrativa decorre de ato, seja por ação ou omissão, praticado
pelo servidor no desempenho de seu cargo ou função. As três esferas de responsabilização são
independentes, o que significa que é possível acumular duas ou mais delas, sendo atribuídas ao
servidor conforme as circunstâncias e a gravidade da conduta.
e) Penalidades
De acordo com a Lei n. 8.112/1990 são as seguintes as penalidades passíveis de aplicação aos
servidores públicos federais:
Penalidades
cassação de É uma penalidade aplicada aos servidores inativos, que tenham se aposentado
aposentadoria ou ou estejam em disponibilidade, quando cometem infrações disciplinares graves.
disponibilidade A cassação de aposentadoria ou disponibilidade implica na perda dos benefícios
e vantagens decorrentes da inatividade.
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Importante!
As penalidades são um rol taxativo, ou seja, não poderão ser aplicadas outras penalidades além
dessas mencionadas na lei.
As penalidades descritas na lei dos servidores públicos federais estão pautadas no art. 37, §4º da CF,
o qual apresenta as sanções dos atos administrativos, de forma que, para que nunca mais esqueça,
anote o macete: O servidor foi para PARIS! (Isso vai te salvar na hora da prova).
•Ressarcimento ao erário
R
Tome nota!
Os servidores em geral, agentes políticos e estagiários, exceto o Presidente da República (art. 85,
V da CF), se sujeitam às punições previstas no §4º deste inciso.
Momento da Questão
Questão inédita – Maria é uma servidora pública federal exemplar, conhecida por seu
comprometimento e dedicação ao trabalho. No entanto, em um determinado período, ela
enfrenta situações pessoais desafiadoras que afetam temporariamente seu desempenho. Em
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a) Maria deve ser imediatamente demitida, visto que suas ações violaram as normas estabelecidas,
independentemente de seus problemas pessoais.
d) A administração deve oferecer a Maria a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos,
possibilitando sua defesa e considerando possíveis medidas corretivas, como um plano de
acompanhamento.
e) Maria deve ser transferida para outro setor, evitando assim possíveis conflitos e mantendo seu
histórico funcional sem registros disciplinares.
Gabarito: Letra D.
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar (PAD), assegurada
ao acusado ampla defesa.
A apuração de irregularidade por solicitação da autoridade poderá ser promovida por autoridade
de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante
competência específica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo
Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais
e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade,
preservadas as competências para o julgamento que se seguir à apuração.
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Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia
será arquivada, por falta de objeto.
Os princípios que regem o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) dos servidores públicos
federais são fundamentais para garantir a legalidade, justiça e transparência na condução desse tipo
de procedimento. Vamos estudar os três principais:
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa: O servidor deve ser sempre ouvido e ter
oportunidade de se defender ao longo de todo o processo.
Princípio da Imparcialidade: A comissão responsável pelo PAD deve agir de forma imparcial na
condução do processo.
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É fundamental ressaltar que o PAD deve ser conduzido de forma imparcial, assegurando ao servidor
o direito ao contraditório e à ampla defesa. O processo deve observar o devido processo legal,
garantindo o respeito aos prazos, a produção de provas, a análise fundamentada dos fatos e a
observância das normas legais e regulamentares aplicáveis. A Comissão exercerá suas atividades com
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da administração.
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo,
quando as circunstâncias o exigirem.
O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por
igual período, a critério da autoridade superior.
O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis
designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do art. 143, que indicará,
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
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