Teoria Do Caos
Teoria Do Caos
Teoria do Caos
Autor(es): ~GullsonFire
Sinopse
Em uma Seul dominada pelo crime e pelo caos, várias organizações criminosas disputam pelo
poder. Doze homens, esquecidos pelos deuses e abandonados à própria sorte, se dividem em
dois grupos, arriscandose nesses jogos em que apenas os fortes sobrevivem... Porém, quando
os dois grupos têm seus destinos cruzados, a vida dos doze rapazes toma um rumo que
nenhum deles pode controlar ou parar.
Aviso Legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das
situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratandose esta obra, de
uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade
intelectual. História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de denegrir
ou violar as imagens dos artistas.
Índice
1 Prólogo A Teoria
2 O Início do Caos
3 Olho por Olho
4 Missão Cumprida
5 Ledo Engano
6 Efeito Dominó
7 Matar ou Morrer
8 Sensata Loucura
9 Mal Necessário
10 Fúria e Fleuma
11 Mudança de Planos
12 Fora de Controle
13 Amarga Culpa
14 Jogo Voraz
15 Contagem Regressiva
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 1/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
16 O Preço da Traição
17 Sorte ou Azar
18 Equilíbrio Instável
19 Fogo Cruzado
20 Fim da Linha
21 A Sombra no Horizonte
22 Epifania
23 Epílogo Metamorfose
1. Prólogo A Teoria
Notas do Autor
Antes tarde do que nunca! Teoria do Caos, finalmente, está sendo postada!
Esse é um projeto que começou a ser pensado em outubro do ano passado (antes de qualquer
outro projeto nosso) e foi por causa dessa fanfiction que nós, Gulls, começamos a escrever...
Então sejam gentis, por favor...
TdC é uma LONGFIC, a ideia é que a estória tenha em média 20 capítulos.
Os personagens, como já dissemos anteriormente, foram todos inspirados no gifset feito pela
donalducks (link nas notas finais) com a permissão da mesma, porém todo o resto: conceito,
história e desenvolvimento é pertencente às Gulls.
Avisos (prestem atenção nisso, por favor): Violência, Homossexualidade, Tortura, Sexo,
Assassinato, Crime Organizado, Drogas, Canibalismo, Linguagem Pesada, Insinuação de
Vários Casais.
Lembrando também que a estória se passa em um universo alternativo, em um recorte
temporal que poderia ser um futuro não muito distante do nosso atual presente.
Se você, depois de todos esses avisos, ainda quiser acompanhar TdC, se sinta a vontade para
mergulhar em um universo alternativo e caótico, onde o crime compensa! (ou não lol)
Boa leitura e POR FAVOR, leiam as notas finais!
TEORIA DO CAOS
PRÓLOGO – A TEORIA
_________________________________________
A Teoria do Caos é uma das leis mais importantes do Universo, presente na essência
de quase tudo o que nos cerca. A ideia central dessa teoria é que uma pequena alteração no
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 2/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
_________________________________________
A sociedade passa por um período conturbado; uma crise econômica global que durara
mais tempo que o previsto trouxera consigo tempos difíceis – até mesmo para as pessoas
desonestas.
✘✘✘
A Coreia do Sul enfrenta uma situação difícil em tentar controlar seu país, tendo em
vista que o governo já vinha sendo parte do domínio de algumas organizações poderosas do
crime organizado, e a única opção para que a situação econômica e militar do país pudesse se
normalizar seria tentar fixar um tratado de paz – e em seguida, união – entre as duas Coreias,
há tanto tempo separadas.
Porém, essa união enquanto seria útil para algumas empresas do crime, para outras
seria um caos. O futuro de uma pessoa – ou de um país inteiro – poderá ser determinado
apenas por um erro... E esse é o pequeno erro do qual a Teoria do Caos trata.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 3/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Ninguém pode determinar qual será o futuro. O futuro é incerto, inconstante. Há todo
momento ele muda, se modifica, se altera e se transforma. É impossível fazer com que o
futuro seja como você deseja. O futuro é dono de si próprio, é dono de tudo. As pessoas são
seus meros brinquedos, incapazes de decidirem o rumo de suas vidas, cegas quanto ao seu
chamado destino.
✘✘✘
Notas finais
Bom, com o prólogo vocês ficaram sabendo o que é a teoria que dá nome à estória e
conheceram um pouco da sociedade em que todos os fatos vão se desenrolar~~
PORÉM, o prólogo, além desse cap., é formado também por uma série de drabbles chamada
de "O Que Precede o Caos":
http://animespirit.com.br/fanfics/historia/fanfictionidolosexooqueprecedeocaos540152
"O Que Precede o Caos" conta um pouco da vida de cada um dos 12 personagens cerca de 3
anos antes que Teoria do Caos comece, de fato. É recomendável ler cada drabble porque é de
extrema importância que se conheça o passado dos personagens para entender o seu presente
e tentar adivinhar qual será o seu futuro.
Personagens da estória baseados no gifset: http://gayoppaisgay.tumblr.com/tagged/Teoria
doCaos
Criadora dos gifset: http://donalducks.tumblr.com/
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 4/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
E, caso estejam interessados, o teaser da fanfic: http://www.youtube.com/watch?
v=skxyPAQpV9I
Em 7 dias postaremos o primeiro capítulo, e vamos seguir essa linha, >toda< sexta terá
atualização!
Esperamos que gostem dessa longfic, até mais! ?
PS: Caso vocês não saibam, a borboleta é o símbolo da teoria do caos, por isso ela está na
capa do prólogo <3
2. O Início do Caos
Notas do Autor
Olá <3 É bom que vocês tenham lido as drabbles de "O que Precede o Caos" que são o
prelúdio de TdC, porque senão vão ficar sem entender alguns pontos da estória, viu?
Enfim, queríamos agradecer todo o carinho que nos tem sido dado por causa dessa fanfic (e
por causa das outras também!) Muito obrigada, vocês são os melhores leitores que existem
<3
Boa leitura!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO UM – O INÍCIO DO CAOS
Desde seu nascimento, Joonmyun tinha uma única certeza na vida: a diversão dos
deuses era brincar com seu destino, apostando para ver quando ele iria morrer de fome ou ser
morto por alguém, jogando dados e rolando roletas para determinar qual seria o próximo
desafio na vida do garoto pobre, antecipando qual seria sua reação ao problema.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 5/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Joonmyun, ou Suho, como passara a ser chamado nos dias atuais, nasceu em um
bairro marginalizado e esquecido pelo resto da população de Seul, vivendo a mercê da
violência e da corrupção. Fora criado pelo povo do bairro mesmo, nunca parando em uma
casa só. Nunca pertencendo a uma família.
Suho achava incrível como algumas coisas aconteciam por acaso e acabavam se
tornando peça chave para mudar completamente o futuro. Um bom exemplo disso aconteceu
há muito, muito tempo. Joonmyun era apenas um garoto, deveria ter menos de dez anos,
quando uma pequena organização criminosa – entre as tantas existentes – de seu bairro estava
recrutando crianças para o grande grupo. O jovem, embora novo, sabia muito bem que os
meninos que eram recrutados não sobreviviam muito tempo. O mundo do crime sempre fora
perigoso demais para corpos tão frágeis e mentes tão fracas.
Quando a criança órfã negou o pedido da organização, eles lhe ofereceram comida e
diversão. “Temos filmes, você vai gostar, prometo,” ou “Não é tão perigoso quanto parece,
por que não vem lá dar uma olhada?” Joonmyun negava e dizia que já tinha bastantes
problemas, embora seu estômago faminto o implorasse para seguir os adolescentes e adultos
que o aliciavam.
“Nós somos uma família e precisamos de mais membros. Você não gostaria de fazer
parte da nossa família?”
Família...
Por que eles tinham que tocar nesse assunto, Joonmyun pensava enquanto os seguia.
Embora negasse dizendo que estava feliz da maneira que vivia, a criança implorava antes de
dormir, para os deuses, que eles lhe mandassem uma família...
Quando chegaram ao ‘QG’ da facção, Joonmyun fora encaminhado até uma sala
grande e espaçosa, onde havia uma televisão pequena. Estavam passando filmes de ficção
para as crianças e o garoto não achou que – pelo menos até aquele determinado momento –
fosse tão ruim assim estar ali. Alguns minutos depois ele entendeu o enredo do filme e o que
se passava: era uma estória sobre máfias.
Foi amor à primeira vista... Joonmyun com o sistema de máfias. Primeiramente porque
máfias nada mais eram do que o crime organizado em família, – e o garoto achara a ideia
incrível – e por segundo, todo aquele luxo, roupas e chapéus caríssimos, mansões, joias e
carros grandes enchiam os olhos da pequena criança que, naquele mesmo dia, aceitara
participar da organização criminosa de seu bairro.
E naquela mesma noite, antes de dormir, Joonmyun prometeu para si mesmo que um
dia seria líder de sua própria máfia.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 6/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Quase dez anos depois Joonmyun saíra de seu bairro. Embora fosse um membro
importante da facção da qual fazia parte, o rapaz sentira que perdera amigos demais e que a
organização criminosa não estava mais tão organizada como deveria. Um motim contra o líder
estava próximo e a cada dia o grupo ficava mais instável. Embora deserção não fosse algo
tolerável na família que Joonmyun pertencia, naquele momento seu próprio líder o aconselhou
a fazer isso, alegando que faria o mesmo. O medo da morte estava eminente nos olhos
covardes de seu líder, Joonmyun pensara anojado.
Não demorou nem vinte e quatro horas para Joonmyun deixar seu antigo bairro e seus
antigos companheiros. Realmente, ele deveria pensar no seu próprio futuro. Alugou um
apartamento pequeno perto da universidade onde cursava administração e pesquisou ao
máximo tudo o que podia sobre a história da máfia italiana, a mais conhecida e respeitada do
mundo, sobre organizações criminosas em geral – incluindo a família Wu na China, um
exemplo de máfia para si –, sobre julgamentos e, claro, sobre condenações. Joonmyun achou
que valia o risco e sorriu ao pensar em ser líder de algo tão poderoso.
Quando cursava o colégio (que embora fosse público, lhe deu uma educação decente)
Joonmyun aprendeu – no grupo criminoso que participava – e passou a confeccionar e vender
identidades falsas para seus colegas. Isso lhe rendia mais dinheiro do que ele esperava e,
mesmo após terminar o ensino médio, ele continuou a falsificar documentos de todos os tipos
para seus colegas de universidade. Para praticamente todo aluno daquela universidade, para
ser bem sincero consigo mesmo.
Foi nesse momento que Joonmyun achou importante se auto apelidar de Suho, um
nome fácil de se decorar, de ser passado de boca em boca, para assim conquistar mais
clientela. Além disso, dessa maneira ele colocava um tipo de máscara em frente à sua
verdadeira identidade para se manter anônimo para as pessoas que não conhecia e nem queria
conhecer.
DIAS ATUAIS
Tóquio, Japão.
Suho olhou para o homem morto à sua frente. Um tiro rápido e certeiro fora dado em
seu cérebro com uma arma com silenciador, para não causar tanta bagunça. O homem era uma
das vítimas de Suho, um diplomata jovem e solitário, sem mulher ou família próxima, que
vivia sozinho no Japão e estava indo até a Coreia do Sul para ajudar na negociação de um
acordo de paz entre as duas Coreias – separadas por diferenças políticas e econômicas há
tempos.
Suho sorriu, contente consigo mesmo. Ele realmente adorava seu trabalho na
Organização K: além de líder, ele roubava a identidade de suas vítimas para promover grandes
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 7/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Quando a organização criminosa liderada por Suho ficou sabendo, através de seus –
poucos, porém confiáveis – informantes, que o diplomata renomado que participaria da
reunião de paz entre as Coreias havia sido substituído de última hora por um novato que
ninguém fora do Japão sequer conhecia o rosto, tudo pareceu ser uma brincadeira. Estava fácil
demais. Suho ficou muito empolgado quando chegou ao Japão e encontrou com o tal
diplomata. Fingindo ser um agente do governo sulcoreano, conseguiu informações preciosas
com sua vítima sobre o local da reunião, os participantes e o assunto a ser debatido antes de
assassinálo.
Sua missão era tecnicamente fácil, entrar, participar da reunião, e matar tantos quanto
pudesse, antes de fugir. Um parceiro de grupo colocaria uma grande quantidade da
combinação de oxigênio com óxido nitroso – gás do sono – no sistema de arcondicionado do
prédio público e Suho já estava levando consigo uma máscara para poder respirar sem
problemas. Seria divertido, ele pensou.
Claro, havia seus riscos, mas quem desconfiaria de um jovem diplomata novato?
Ninguém, claro.
O líder pegou os documentos do homem morto e começou seu trabalho. Tudo deveria
ficar perfeito para ninguém jamais desconfiar do pobre senhor...
“Shoji Nishijima?” Suho leu alto o nome do homem, enquanto sorria de canto. “Até
que combina comigo...”
Enquanto falsificava os documentos, Suho olhou para o relógio. Eram quase dezoito
horas e seu voo sairia em três. Decidiu ligar para seu melhor amigo.
“Fala, líder!” Chanyeol exclamou do outro lado da linha, empolgado como sempre.
“Já abati o alvo e estou no meio do processo de falsificação. Vou pegar o voo das
vinte e uma horas. Lá pelas vinte e três eu chego em Seul e me hospedo no hotel que o Shoji
ficaria.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 8/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu sei, é só para você não acabar esquecendo, e, por favor, esteja presente na
reunião, já estou cansado das suas escapadas com o Baekhyun... Lá pela meianoite, no
máximo, eu ligo. Estejam no meu apartamento.”
Ele estava com Chanyeol. Os dois já eram amigos há alguns – poucos – anos, desde
que Suho entrara no curso de administração e Chanyeol trabalhava no bar perto da
universidade, local favorito dos alunos após as aulas estressantes. Suho sabia da condição do
rapaz e achava que o mesmo seria um membro muito importante de sua nova família, caso
aceitasse participar.
O problema é que quando Suho falou sobre a organização criminosa ele esperava que
Chanyeol ao menos risse de sua cara, e não que aceitasse na hora.
“Claro que eu quero!” Gritou o mais novo dos dois, assustando algumas pessoas à
volta. Suho o chutou por debaixo da mesa. “Auch! Desculpa!”
“Você tem alguma noção do que eu acabei de propor a você?” Suho olhou para o
amigo.
“Tenho.”
“Você anda se drogando, não anda?” Suho mais afirmou do que propriamente
perguntou e Chanyeol deu uma risada gostosa.
“Não, não ando.” O mais alto respondeu, inspirando o ar com força e ficando sério.
“Mas você tem noção de como é gostar de colocar fogo nas coisas e ter que me controlar? Eu
estou ficando louco, cara.” O ruivo suspirou, olhando para os lados de modo nervoso. “Daqui
ha pouco eu coloco fogo em alguém inocente.” Chanyeol falou ficando mais sério a cada
palavra dita.
“Então você está comigo nessa?” Suho perguntou, levantando uma sobrancelha e
estendendo o seu copinho de tequila. A quarta dose da noite.
“Pode apostar!” Chanyeol disse quase em um grito, chocando sua própria dose de
tequila com a do amigo. Os dois beberam ao mesmo tempo, para fechar o ‘contrato’.
Suho ainda se lembra dos eventos que ocorreram depois. Em cinco meses eles já
estavam com a organização completa e haviam conseguido um ótimo lugar para todos
viverem juntos. O dinheiro provindo da família rica de Chanyeol ajudou muito na reforma do
prédio em que eles viviam atualmente. “Meus pais mandam uma mesada para mim todo mês.
Como eu não uso, o dinheiro fica no banco rendendo uma grande quantidade de juros”.
Chanyeol falou sorrindo, entregando várias maletas de dinheiro para Suho apenas uma semana
depois da conversa entre os dois.
“Você não precisava ter tirado o dinheiro do banco...” Suho falara naquela ocasião,
querendo rir da certa inocência do amigo quanto à questão monetária.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 9/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Realmente, depois de algum tempo, ficou fácil roubar dinheiro sem nem sair de casa.
Eles eram uma organização denominada de “K”, uma família (como Suho gostava de frisar)
extremamente nova – ainda faltava alguns meses para que eles completassem um ano – mas
eram extremamente ricos e bem sucedidos.
A sua nova família tinha como nome uma única letra, até para ser mais difícil a
identificação da mesma por parte da polícia. Uma letra pode não ter muito significado para as
pessoas no geral, mas para Suho significava muita coisa. O “K” simbolizava o “Kim” de seu
próprio sobrenome, já que ele se denominava como sendo o pai da família.
Suho pegou suas malas e deu uma última olhada em volta da sala onde estava, para se
lembrar dos detalhes de uma casa em que esteve por menos de cinco horas. Ele havia
colocado o corpo do diplomata que assassinara dentro de um armário, enrolado em sacos de
lixo para não correr o risco de alguém passar na frente do imóvel e sentir o cheiro
desagradável do cadáver lá dentro, que certamente iria começar a se decompor com o passar
dos dias.
Saiu da casa e pegou o táxi que havia chamado, seu voo partia em quarenta e cinco
minutos.
✘✘✘
“Perfeito,” disse o menor dos rapazes, já puxando seu parceiro pelos ombros e o
empurrando de forma violenta e urgente contra uma das paredes que os cercavam.
O barulho surdo do crânio do maior se chocando contra a parede mal fora ouvido.
“Droga, Baekhyun! Vai com calma, porra,” grunhiu o mais alto dos dois, esfregando
com veemência o lado posterior da cabeça, onde uma dor intensa, causada pelo impacto
anterior com a parede, latejava.
Baekhyun parou abruptamente o que estava fazendo e se agachou até ficar de joelhos
em frente à Chanyeol, fazendo o mesmo sorrir ao perceber suas intenções. Baekhyun usava
suas mãos para abrir o cinto que prendia a calça de Chanyeol tão rente ao corpo e antes de
abaixar a roupa íntima que seu parceiro de grupo usava, Baekhyun deslizou o dedo indicador
por cima do tecido de algodão, sentindo a rigidez do membro do mesmo.
Chanyeol gemeu em reprovação e Baekhyun deu uma risada gostosa antes de dar ao
outro o que ele queria. Alguns segundos depois o maior gemeu baixo, agora de prazer, ao
sentir os lábios finos de Baekhyun tocarem a ponta de seu membro, para logo em seguida
abocanhálo por completo, com uma urgência visível da necessidade que sentia pelo corpo do
outro.
“Porra, Baek... ah,” Chanyeol gemeu desviando o olhar do outro e olhou para cima,
mirando o céu negro, antes que ficasse louco.
Baekhyun sorriu enquanto passava a língua, mais uma vez, por toda a extensão do
membro do mais novo.
“Em que parte do inferno você aprendeu a fazer um oral tão gostoso assim!?”
Chanyeol perguntou com um sorriso malicioso, por impulso, ao sentir o orgasmo se
aproximar, segurando os cabelos do menor com força, como se tivesse medo que o mesmo
parasse o que estava fazendo...
“Que merda, Baekhyun!” Chanyeol gritou irritado, levando uma mão ao próprio
membro que agora pulsava mais pela dor do que pela excitação, em uma tentativa de aliviar o
latejamento causado pela mordida. Ajeitou seu membro dentro da roupa íntima e abotoou
novamente as calças, com um bico nos lábios em forma de protesto pelo falo dolorido e pelo
orgasmo interrompido.
“Em que merda você estava pensando? Quer me deixar aleijado? Você sabe que se eu
ficar aleijado quem vai sair perdendo é voc—“ Chanyeol parou de falar bruscamente, não
terminando seu discurso, quando viu a expressão séria no rosto de Baekhyun, que havia se
afastado do maior alguns passos para trás.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 11/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chanyeol conhecia bem seu parceiro de organização a ponto de saber que ele estava
mentindo. E o mais alto não iria aceitar um “nada” como resposta para o que acabara de
acontecer. Chanyeol deu passos rápidos, seguindo Baekhyun pelas passagens estreitas, e
quando o alcançou o segurou abruptamente pelos braços, empurrando o mais velho com
veemência contra uma parede próxima. Dessa vez, foi Baekhyun quem gemeu de dor quando
sentiu a cabeça bater contra a parede fria. Chanyeol não se desculpou.
“Baekhyun, olha para mim.” Chanyeol falou sério, segurando o rapaz baixo à sua
frente.
“Já falei que não foi nada. Vamos voltar.” Baekhyun murmurou, ainda olhando para o
chão, evitando contato visual com Chanyeol.
“Não. Nós vamos ficar aqui até você me contar porque você está assim.” Chanyeol
continuava sério. Usando seus dois braços para encurralar Baekhyun contra a parede, ao
mesmo tempo em que forçava a entrada de sua perna esquerda entre as coxas do menor, não
dando espaço para que este tentasse fugir.
“Você me perguntou em que parte do inferno eu aprendi a chupar, não é?” Baekhyun
fez a pergunta retórica com um sorriso triste, mas irônico nos lábios. Ele ainda não olhava
Chanyeol nos olhos. “Se você quer tanto saber, Chanyeol... Foi no inferno mesmo.”
Baekhyun levantou um pouco sua cabeça, para seu olhar encontrar com o do outro.
Chanyeol não entendeu o que o menor queria dizer com aquela frase e decidiu deixar o
mesmo continuar a explicar.
“Você sabe que quando eu era mais novo eu não tive uma vida fácil. Antes de te
conhecer eu não fiz muitas coisas boas...”
“Eu sei,” Chanyeol disse sério, embora quisesse esboçar um sorriso ao pensar que os
dois ainda não faziam coisas muito boas.
“Quando eu tinha treze anos, eu... Sabe, eu estava morrendo de fome, e a única
alternativa que eu encontrei para poder conseguir algum dinheiro para comer era roubando,”
Baekhyun falou se encolhendo involuntariamente. “Mas como eu era estúpido, logo na minha
primeira tentativa eu fui preso. Claro que eu não fui para a cadeia, eu era uma criança
praticamente... Eles me mandaram para um reformatório.”
“Lá era o inferno. Existia um grupo que comandava o lugar, e os guardas se divertiam
com o caos. Eu era um novato, você sabe que ninguém é exatamente amigável com novatos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 12/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Eles faziam coisas horríveis com alguns alvos fáceis, eles atacavam em grande número, não
tinha exatamente muito o que eu pudesse fazer...” Baekhyun fez uma careta, como se algo
ruim invadisse suas lembranças. “E é graças a eles que hoje eu sei fazer o melhor sexo oral
que um dia você vai receber, seu idiota.” Baekhyun murmurou, sua voz com um tom irônico
demais, dando uma risada forçada logo em seguida e desviando o olhar novamente para o
chão.
Ele não queria derramar nenhuma lágrima na frente de Chanyeol, não queria que o
maior tivesse pena de sua história.
Mas já era tarde demais. Chanyeol queria se matar por ter feito Baekhyun se lembrar
desta parte de seu passado. O maior envolveu o outro em um abraço apertado, afundando seu
rosto contra o pescoço de Baekhyun, o molhando com algumas lágrimas que escapavam.
“Vamos nos vingar.” Chanyeol disse sério. “Você lembra o nome de algum deles? O
Sehun pode achálos, você sabe.” Baekhyun negou com a cabeça.
“Alguns anos depois eu e minha antiga organização, aquela que eu entrei depois de
fugir do reformatório, conseguimos matar alguns deles. Os outros acabaram morrendo em
brigas de gangues ou por uso de drogas.” Baekhyun disse. “Só tem uma pessoa de quem eu
ainda não consegui me vingar. Eu observo a casa dele às vezes, pensando em quando eu vou
conseguir retribuir todo o sofrimento que ele me causou.”
“Quem é ele?” Chanyeol perguntou já abrindo um sorriso de canto. Ah, como ele
adorava vinganças.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 13/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Baekhyun retirou a enorme mochila que carregava nas costas e entregou à Chanyeol.
Os dois haviam passado em um posto de combustível no caminho e comprado uma grande
quantidade de gasolina, pois Chanyeol queria dar ao juiz uma sensação prévia de como seria o
verdadeiro inferno, antes de mandálo para lá, apropriadamente.
Os dois rapazes estavam há quase trinta metros de distância de uma casa grande, de
dois andares, construída em estilo europeu, sem grades em volta e aparentemente sem
cachorros ou seguranças. Chanyeol olhou para Baekhyun e deu uma risada anasalada.
“Você está pronto?” Chanyeol perguntou segurando uma das mãos de Baekhyun. O
mais velho apenas assentiu, apertando a mão do mais alto em resposta.
“Eles estão acordados. É uma terça à noite em um bairro de gente rica e escrota que
pensa que o mal jamais irá atingilas.” Chanyeol disse abrindo a porta por fim. “Eles jamais
ligam o alarme antes de ir dormir. Eu já morei em um lugar assim, lembra?”
Baekhyun sorriu ao lembrar que o próprio Chanyeol vinha de uma família de classe
alta antes de ser afastado pelos seus pais devido ao seu pequeno problema. O menor
murmurou um ‘obrigado por fazer isso’ e selou rapidamente seus lábios aos de Chanyeol, se
separando logo em seguida para os dois continuarem seu trabalho.
“Ele tem um filho adolescente e uma mulher.” Baekhyun sussurrou fechando a porta
atrás de si. Os dois agora estavam no que parecia ser a cozinha. Estava muito escuro no andar
de baixo da casa.
“Vamos pegar primeiro o garoto,” Chanyeol disse, abrindo a mochila onde havia
gasolina e pegando fita tape cinza para amarrar as vítimas, dando um rolo para Baekhyun e
ficando com outro para si. “Vamos?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 14/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
deveria ser o quarto do filho. Baekhyun deu uma última olhada para Chanyeol, este de guarda
há alguns metros atrás de si, e recebeu um aceno com a cabeça.
Alguns segundos se passaram e Baekhyun não obteve resposta. Ele pegou a pistola
com silenciador, que carregava para todo lugar, de dentro da barra da calça e abriu a porta de
leve, espiando para dentro. Um adolescente estava sentado em frente a uma escrivaninha,
usando fones de ouvido grandes demais e jogando algum jogo em um computador. Baekhyun
agora entendia que a música baixa que ouviu do lado de fora do quarto do rapaz provinha dos
fones que ele usava. O adolescente não estava ouvindo nenhum som que não fosse a música
barulhenta.
Baekhyun sorriu.
Os dois rapazes se apressaram em amarrar com força o adolescente, usando a fita tape.
Taparam a boca do mesmo, passando três camadas de fita, só para garantir. Depois
colocaram uma camisa, retirada do próprio armário do filho do juiz, para lhe tapar a cabeça.
Sorrindo satisfeitos consigo mesmos, os dois saíram do quarto com cautela e seguiram até o
final do corredor para o único outro cômodo do andar de cima em que haviam luzes ligadas.
Eles bateram na porta de leve e ouviram uma voz feminina chamar.
“Pode entrar, filho!” A mulher disse em um tom feliz, mal sabendo o que havia do
outro lado de sua porta.
“Mãos para cima! Gritem e morrem aqui mesmo!” Chanyeol falou alto e em um tom
sério, porém calmo. O casal estava com os olhos arregalados e não se moviam de cima da
cama, levantando os braços rapidamente quando perceberam as armas. Baekhyun reconhecia
o rosto gordo e feio do juiz que lhe mandou para o inferno.
“Os dois, quero que vocês se ajoelhem no chão, cada um de um lado da cama!”
Baekhyun se pronunciou, aproximandose do lado da mulher, que fazia o que lhe fora
mandado. Chanyeol foi até o lado do juiz, ainda lhe apontando a arma já engatilhada.
O quarto entrou em um quase silêncio absoluto. Era possível apenas ouvir o choro
baixo da mulher, que provavelmente implorava pela vida. Os dois rapazes armados estavam
há alguns centímetros de distância de suas vítimas, Baekhyun com a mulher e Chanyeol com
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 15/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A mulher olhava para o chão, mas o homem insista em olhar direto nos olhos de
Chanyeol.
“Está tentando gravar o meu rosto, é?” Chanyeol sorriu e chutou com toda sua força o
rosto do juiz, que fora jogado para trás, caindo sobre a cabeceira da cama, inconsciente e com
o nariz quebrado. A esposa dele olhou para o ocorrido e guinchou, apavorada. Baekhyun a
mandou calar a boca.
“Por favor” Implorou a mulher. “Peguem tudo, mas não nos machuque. E, por favor,
não machuquem meu filho!”
“Tudo bem, minha senhora... Ninguém vai se machucar.” Ele mentiu antes de acertar
com sua arma o crânio da mulher, usando mais força que o necessário para deixála
inconsciente.
✘✘✘
Ao contrário do que era visto por fora, o prédio por dentro estava em perfeitas
condições. Mesmo que no andar de baixo, por não ser usado, houvesse bastante poeira e teias
de aranha, era inegável que uma reforma havia sido feita há algum tempo. Jongin subiu os
lances de escadas até o quarto (e último) andar do prédio, enquanto assoviava de leve uma
música que ouviu sua vítima do dia cantarolando.
A porta de seu apartamento estava à sua frente quando Jongin sorriu ao pensar no que
encontraria lá dentro...
comerem.
O rapaz de pele morena arrumou um pouco os cabelos e sentiu o cheiro de sua camisa.
Estava fedendo a um perfume que não era seu. Pertencia a uma mulher, sua vítima do dia.
Teria de tomar um banho antes de se aconchegar com Kyungsoo no sofá ou na cama, não
queria magoar o seu companheiro de apartamento.
Quando abriu a porta de casa chamou por Kyungsoo em um tom leve, apenas para
informar que já havia chegado, mas não obteve resposta. Jongin estava tirando o seu casaco
quando olhou para o chão, no local onde os sapatos sempre eram depositados quando alguém
adentrava o apartamento.
Havia algo errado. Um par de tênis estava jogado ali, um par pertencente à uma
criança.
Jongin desesperouse.
“Kyungsoo!?” Jongin gritou, ainda sem se mover. Ele fez o máximo de silêncio que
pôde para tentar ouvir algum ruído, mas tudo estava silencioso demais. Foi então que suas
narinas enfim captaram o cheiro.
Cheiro de sangue.
Jongin começou a caminhar depressa pelo corredor, indo até a sala, gritando o nome
de Kyungsoo mais algumas vezes. Seus passos eram rápidos e seu coração pulsava depressa,
nervoso, enquanto olhava para os lados procurando o seu pequeno colega de apartamento. Ao
chegar à sala percebeu que a mesma estava vazia e, com um suspiro, virouse para ir até o
quarto, mas parou de caminhar ao ouvir um chamado.
“Estamos aqui...” Uma voz que ele conhecia falou em um tom arrastado e feliz. Era a
voz de Kyungsoo, mas, ao mesmo tempo, não era.
Jongin fez uma careta involuntária enquanto corria até a cozinha, abrindo a porta com
força, pois ele já imaginava o que encontraria. E, infelizmente, ele estava certo. Sentado à
mesa estava Kyungsoo, de avental e cabisbaixo, enquanto comia aparentemente seu jantar.
Quando Kyungsoo levantou o rosto, mostrando os lábios manchados com um líquido
vermelho, Jongin sentiu seu coração falhar. Não era Kyungsoo que estava ali.
Era D.O.
“Ah, até que enfim você nos achou. Quer um pouco?” O rapaz sentado à mesa
perguntou apontando para o seu prato. Agora já era possível identificar bem o que estivera
comendo... Era um coração. Humano. “Está um pouco mal passado porque não consegui me
conter, estava morrendo de fome, mas está delicioso!”
Jongin sentiu que iria vomitar ali mesmo vendo o rosto de Kyungsoo rindo tão à
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 17/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
vontade com todo aquele sangue em volta de seus lábios. Mas aquele não era Kyungsoo e
Jongin sabia muito bem disso. Ele foi até a mesa e, antes que o outro pudesse ao menos largar
os talheres que segurava, agarrou a gola da camisa de botões do homem sentado à mesa e o
puxou para que os rostos dos dois ficassem a apenas alguns centímetros de distância.
“Coragem?” D.O riu, um sorriso irônico estampado em sua face. “Não era questão de
coragem ou não, eu estava faminto. Você tem ideia de há quanto tempo eu não tinha uma boa
refeição? Eu estava me contendo porque eu sou uma pessoa legal, mas sabe... O Kyungsoo
também estava com fome de carne, então eu pensei, por que não juntar o útil ao agradável? E
eu nunca havia provado uma criança e acredite, realmente, elas são deliciosas...”
Jongin ergueu seu punho, pronto para socar o homem à sua frente. D.O não estava
mais sorrindo.
“Você sabe que fazendo isso só irá ferir o Kyungsoo, não sabe?” Jongin conteu um
grunhido e abaixou seu punho, derrotado. “Agora seja um bom menino e me largue, sim?”
O moreno não viu outra opção a não ser deixar o mais velho. D.O olhou para a própria
camisa que agora, além de suja de sangue, estava abarrotada. Kyungsoo ficaria louco quando
percebesse.
“Não... Quero dizer, acho que não.” Ele sorriu olhando para a expressão apavorada de
Jongin. “Eu estou brincando, seu idiota. Kyungsoo estava fazendo compras no supermercado
e essa criança estava em um beco por perto, provavelmente era órfã, você deveria ter visto o
estado dela... Precisei alimentar ela e lhe dar um banho antes de abatêla.”
“Eu sinto nojo de você, D.O,” Jongin disse, amaldiçoando o outro. Ele ainda estava
em pé na frente do mais velho, que permanecia sentado à mesa. Mas agora D.O não estava
virado para sua refeição, todo seu corpo estava de frente pra Jongin e a raiva era visível em
seu rosto.
“Nojo? De mim? Não sou eu que estou fedendo ao perfume nojento de alguma puta.
Com quem você estava Jongin? Era alguma de suas vítimas acéfalas de quem você rouba
dinheiro através de presentes ou cartões de crédito? Ou será que era só diversão mesmo?” D.O
cuspiu as palavras e Jongin não se conteve e lhe deu um tapa forte com as costas da mão
direita.
Um silêncio pesado decaiu sobre os dois enquanto Jongin respirava com dificuldade,
atordoado. D.O acariciou a própria bochecha – que formigava e começava a ficar rosada – e
sorriu, irônico. “Pobre Kyungsoo... O Jongin bateu nele...”
“Você sabe que é só trabalho! Você sabe que eu jamais faria algo para ferir o
Kyungsoo!” Jongin gritou, com o rosto se contorcendo em arrependimento pelo tapa
desferido.
“Você o arrastou para dentro dessa organização criminosa nojenta e, eu devo admitir,
até que é bem divertido observar vocês cinco brincando de serem malvados e de roubar
dinheiro alheio, mas se isso ficar perigoso para o Kyungsoo ou se você trair a confiança
dele...”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 18/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu jamais farei isso, você sabe,” Jongin disse rapidamente e, enquanto olhava nos
olhos de Kyungsoo, tudo que ele podia ver era a maldade de D.O. “Como você pode existir?
Eu odeio você...” disse num murmúrio.
“Não diga isso. Você sabe que eu sou o Kyungsoo e viceversa, não tem como você
amar ele e me odiar. Nós somos o mesmo, sabe?” D.O perguntou retoricamente – já que era
óbvio que Jongin sabia disso – e limpou os lábios com a manga da camisa. Kyungsoo já iria
surtar ao ver o resto de suas roupas de qualquer maneira, mais uma sujeirinha não faria mal.
“Nós vamos nos livrar de você... Logo.” Jongin disse pegando D.O pelo braço e o
levando a força até o quarto principal do apartamento médio em que viviam.
“Ah, por favor, tente... Isso será muito divertido.” D.O disse enquanto Jongin o
forçava a sentarse na beirada da cama. O moreno arrancou o avental do mais velho de
qualquer maneira e começou a abrir os botões da camisa do mesmo. D.O sorriu
maliciosamente. “Vai abusar de mim agora? Você finalmente vai admitir que gosta mais
dessa personalidade do que a parte que é o Kyungsoo, que só fica choramingando e fingindo
ser inocente?”
“Cale a boca, porra.” O mais novo disse jogando a camisa do outro no chão. “Não
quero que o Kyungsoo saiba que isso aconteceu. Vou jogar essas roupas fora, arrumar tudo e
vamos fingir que você não matou ninguém... De novo.”
Jongin parou o que fazia e olhou de esguelha para D.O, que sorria de canto, para logo
em seguida desviar o olhar. Apenas quando Jongin sentiu D.O parar de afagar seus cabelos e o
ouviu dar uma risadinha, ele soube que a segunda personalidade de Kyungsoo tinha algo em
mente.
“Espera! Ainda nã!” Antes que Jongin conseguisse terminar sua frase, D.O revirou
os olhos e caiu na cama com um baque. Jongin, desesperado, se levantou e pegou as roupas
jogadas no chão, que antes estavam no corpo do mais velho, e saiu do quarto às pressas, as
jogando no quarto de visitas. Quando voltou, menos de um minuto depois, seu colega de
apartamento estava sentado na cama, cabisbaixo.
Jongin foi até ele e se agachou em sua frente, segurando seu rosto com as duas mãos,
apertando de leve as bochechas coradas.
“Eu fiz de novo, não fiz?” Kyungsoo murmurou com a voz fraca e Jongin sorriu.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 19/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Jongin o abraçou.
“Não, você não fez nada... Está tudo bem.” Jongin sussurrou, apertando o abraço e
afundando ainda mais seu rosto contra o pescoço de Kyungsoo. O corpo do menor, que estava
quase que completamente despido, usando só roupas íntimas, estremeceu. E o que fez todos os
seus músculos tremerem não foi o frio que fazia.
“Não minta para mim, Jongin.” Kyungsoo se afastou do outro, o empurrando de leve.
“Eu apaguei quando estava no mercado. E eu consigo sentir o gosto de sangue na minha boca.
É óbvio que eu fiz de novo... Quem foi dessa vez? E, por favor, não me diga que era alguém
conhecido...” Enquanto falava, Kyungsoo sentia sua visão embaçar devido às lágrimas e seu
rosto começara a ficar quente por causa da vergonha.
“Foi uma criança.” Jongin confessou e Kyungsoo o olhou assustado. “Era uma criança
de rua, aparentemente. Mas você sabe que não foi você.” Kyungsoo começou a chorar
baixinho, enterrando seu rosto entre suas mãos.
“Me desculpe, eeu nnão cconsigo me cocontrolar mais,” Jongin sentiu seu coração
falhar uma batida. Em uma única investida, puxou os braços de Kyungsoo, para que o mesmo
revelasse seu rosto. Ainda havia vestígios de sangue em volta de seus lábios e seus olhos
estavam vermelhos e úmidos.
“Olhe para mim, Kyungsoo.” Jongin disse em tom sereno, mas autoritário. O mas
velho obedeceu. “Você não tem culpa de isso acontecer, me entendeu? Eu estou aqui. Nós
estamos juntos e eu vou te proteger dele ou de qualquer outra coisa, entendeu?”
Kyungsoo mordeu com força seu lábio inferior e acenou levemente. Não tem como
você me proteger de mim mesmo era o único pensamento que rondava sua cabeça, mas ele
ficou em silêncio, querendo acreditar no que o mais novo lhe dizia.
A sensação de ser protegido o agradava, Jongin lhe passava uma segurança que ele
precisava sentir.
Jongin deslizou seus dedos pela pele do mais baixo diretamente para as mãos do
mesmo e as apertou delicadamente enquanto inclinava seu corpo para selar seus lábios aos
alheios.
O gosto de sangue incomodava Jongin, mas ele não se importou com isso antes de
incitar o outro a beijálo.
Aquilo para eles não era novidade e Kyungsoo apenas suspirou brevemente antes de
beijar Jongin de volta. O beijo foi calmo e terno. Durante todo o tempo as mãos dos dois se
mantiveram unidas, os dedos entrelaçados, com o calor das mãos de Jongin se chocando
contra o frio das mãos de Kyungsoo. Ao separarem seus lábios Jongin encostou sua testa na
de Kyungsoo.
Kyungsoo negou com a cabeça. “Deve ter muito sangue, deixa eu te aj—”
“Não.” Jongin disse sério e Kyungsoo entendeu que não deveria discutir. “Descanse
um pouco. Assim que eu terminar eu volto e deito com você... Temos uma reunião hoje com o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 20/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
resto do pessoal, mas podemos ficar juntos na cama um pouco antes de ir para a reunião, eu
prometo.”
O mais velho dos dois acenou com a cabeça. Jongin correra até a cozinha e lhe
trouxera um copo de água para tirar o gosto de sangue da boca. Além disso, usara um pequeno
lenço umedecido com água para limpar os lábios vermelhos do menor. Kyungsoo se deitou na
cama e se tapou com os lençóis. Jongin acariciou os cabelos do mais velho e lhe deu um beijo
na testa antes de se dirigir à saída do quarto.
“Me desculpe.” Kyungsoo sussurrou da cama e Jongin o olhou mais uma vez antes de
fechar a porta.
“Não tem por que se desculpar.” Disse, mais para si mesmo do que para o outro.
O moreno abriu a porta do cômodo e viu a criança. O pequeno ser humano parecia não
ter mais do que oito anos, estava deitada no chão, nua, e quando Jongin olhou para seu rosto
poderia jurar que ela estava apenas dormindo, não fosse pelo fato de que um buraco estava
aberto em seu peito, exatamente no lugar onde seu coração uma vez pulsara.
O rapaz mordeu com força seu lábio inferior, anojado, e pegou seu celular no bolso,
discando o número do único que poderia lhe ajudar naquela situação.
CONTINUA
Notas finais
Opa! Chegamos ao final do primeiro capítulo <3
A estória ainda mal começou, mas acho que já deu para perceber mais ou menos como as
coisas funcionarão, né? <3
Esperamos que tenham gostado do início de TdC! Porque o futuro... O futuro é caótico.
Até a próxima semana, queridos! <3
Notas do Autor
Olá!
Este segundo capítulo é a continuação direta do primeiro, então vocês vão conhecer o resto
da organização K e alguns assuntos pendentes do primeiro capítulo serão resolvidos!!
Eu escrevi isso em novembro/2012, e tentei arrumar a escrita para ela não ficar tão diferente
de como escrevo hoje em dia, mas não creio que consegui fazer um bom trabalho...
O nome do capítulo vem da expressão "olho por olho, dente por dente" então dá pra ter uma
ideia sobre o que se trata a maior parte do cap. não é? lol
Enfim, gostaria de agradecer o carinho de todos e desejar à vocês uma boa leitura! ?
PS: nos primeiros capítulos os horários/lugares são descritos no início de cada cena para ligar
os fatos com o tempo que transcorre no dia (e para eu não me perder na hora de escrever)
mas isso não durará para sempre, ok..? Falo isso porque sei que é meio zzz mas enfim... Boa
leitura!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO DOIS – OLHO POR OLHO
Terçafeira, 21 horas
“Até que enfim, Bela Adormecida.” Baekhyun falou, se colocando em frente ao juiz,
que abria os olhos e piscava com dificuldade, devido, provavelmente, à forte dor que ainda
existia pelo chute anterior desferido por Chanyeol. O homem arregalou os olhos ao olhar para
sua família e Baekhyun o chutou de leve na perna, chamando sua atenção.
“Você se lembra de mim, juiz Cho?” Baekhyun começou a falar, mantendo os braços
cruzados. “Provavelmente não. Nós não nos vemos faz quase dez anos!” Nesse momento
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 22/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Achei álcool na cozinha e no banheiro, coloquei um pouco por tudo para garantir!”
Chanyeol disse ainda não percebendo que a principal vítima estava acordada. Ele parecia uma
criança feliz ao ganhar algum brinquedo novo. Afinal, fogo era, sem dúvida, o brinquedo
favorito de Chanyeol. “Ah, ele acordou?”
“Sim.” Baekhyun disse sorrindo para o maior. “Mas parece que ele não se lembra de
mim...” Falou com falsa tristeza.
Chanyeol foi até Baekhyun, circundando o sofá e parando na frente do juiz. A sala era
grande e espaçosa, além das duas poltronas e do sofá de três lugares, havia alguns pufes
espalhados pela mesma e uma televisão gigantesca pendurada na parede em cima de uma
lareira. Para completar, uma mesinha de centro ocupava o meio do cômodo, estando há um
metro atrás dos dois rapazes armados.
“Você não se lembra do Baekhyun, juiz Cho? Há nove anos você o condenou a ir para
um reformatório, não lembra?” Chanyeol perguntou, inclinando a cabeça para o lado, como
um cachorro faz quando não entende algo.
“Eu fui pego tentando assaltar uma inocente velhinha.” Baekhyun começou a falar, o
juiz nem ao menos tentava murmurar, sabia que era inútil devido a grande quantidade de fita
sobre sua boca. “Sabe por que eu tentei roubar ela? Eu estava com fome. Mas não era
desculpa, certo? Você me mandou para aquele pedaço de inferno que vocês chamavam de
centro de reabilitação de menores, quando na verdade era praticamente um centro de
prostituição e drogas.”
Baekhyun sorriu amarelado, anojado com suas lembranças. Ele deu meiavolta e
caminhou até o filho do juiz.
“Será que eu devia mostrar para o senhor o que eu aprendi lá?” Baekhyun começou a
falar, acariciando o peito do rapaz desacordado. O juiz arregalou os olhos e Baekhyun quase
gargalhou ao sentir a raiva que o homem emanava.
“Melhor, Baek. Faça o garoto aprender o que você aprendeu.” Chanyeol brincou,
lambendo os lábios e olhando para o juiz, apenas para não perder sua reação. O mesmo
balançava a cabeça negativamente, murmurando e arfando, em desespero.
“Ah, não, juiz Cho?” Baekhyun perguntou, formando um bico em seus lábios finos.
“Tudo bem, então. Sem diversão para o garoto aqui.” Baekhyun falou sorrindo, apertando o
gatilho da arma que segurava, acertando o rosto do rapaz, que ainda tinha uma camisa branca
lhe cobrindo as feições.
O juiz urrou, mas tudo que se ouviu fora algo parecido com um grito preso na
garganta, tentando sair a todo custo. Ele sacudia a cabeça, tentando negar o que havia
presenciado. Chanyeol circundou novamente o sofá, dessa vez ficou atrás do juiz, segurando
com força os lados de sua cabeça, forçando o mesmo a ver o que estava acontecendo.
Baekhyun foi até a esposa do juiz e, sem esboçar um sorriso ou fazer qualquer
piadinha infame, apertou o gatilho pela segunda vez naquela noite. A camisa que cobria o
rosto da mulher também se tornou vermelha em alguns segundos. Chanyeol fazia uma força
gigantesca para manter a cabeça do homem ereta, ele se debatia muito e Baekhyun sorriu
compadecidamente ao ver lágrimas rolando livremente pelo rosto do mesmo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 23/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Antes de largar a cabeça do juiz, que agora parara de se debater, Chanyeol sussurrou
em seu ouvido.
“Isso também é uma vingança pela mordida que o Baekhyun me deu antes.”
Chanyeol subiu as escadas pulando de três em três degraus. Quando chegou ao topo,
pôde ouvir o barulho da arma, abafado pelo silenciador. Baekhyun deu, pelo menos, três tiros
no juiz. Sua vingança estava completa.
Quase.
Enquanto o fogo avançava, seguindo o caminho de gasolina que Chanyeol deixou pela
casa, o maior correu até a sala, onde Baekhyun estava sentado cabisbaixo ao lado do corpo
morto do juiz.
Chanyeol deslizava suas mãos pelo corpo esguio de seu parceiro. O calor do ambiente
estava ficando quase insuportável, mas os dois rapazes não estavam pensando exatamente
sobre o fogo ao seu redor no momento. Baekhyun gemeu alto quando Chanyeol passou uma
de suas mãos pelo seu membro e, ainda que estivesse de calças, Baekhyun era extremamente
sensível em sua região íntima. O mais velho mordeu de leve seu lábio inferior para conter um
novo gemido.
“Você gosta disso, Baekhyun?” Chanyeol falou próximo ao seu ouvido, fazendo
Baekhyun estremecer. O mais alto dos dois mordeu de leve e chupou o lóbulo da orelha de
Baekhyun e, para não gemer novamente, o menor mordeu os próprios dedos, passando a
língua entre eles de leve, pensando no que viria a seguir.
Os movimentos dos dois eram urgentes. Eles realmente não tinham muito tempo antes
de a casa do juiz aposentado cair em cima de suas cabeças. O fogo já dominava quase todo o
lugar e alguém provavelmente já deveria ter chamado à polícia. Tinham no máximo dez
minutos antes de todo o lugar cair por cima deles e matálos. Ou pior, a polícia chegar e
prendêlos.
Chanyeol deu um sorriso de canto vendo a reação de Baekhyun, mas se deixou levar
pela brincadeira. Ele agora fazia movimentos de vai e vem com a cabeça e usava a língua com
vontade, lambuzando toda a extensão do membro do mais velho com sua saliva.
Baekhyun gemia e arfava e Chanyeol gostava do que via e ouvia. O mais velho dos
dois gemia cada vez mais alto e Chanyeol entendeu que ele estava perto do êxtase. Quando
voltou à ponta do membro de Baekhyun, Chanyeol pôde sentir o gosto do prégozo e sorriu
satisfeito. Um quadro que estava na parede caiu – em chamas – há alguns metros de distância
dos dois e o mais alto achou melhor parar com o que estava fazendo. Baekhyun gemeu em
reprovação.
“Como você p—“ Antes que Baekhyun pudesse continuar sua reclamação, Chanyeol o
puxou para perto e o beijou. Não havia tempo algum para romantismo. Chanyeol mordeu o
lábio inferior do menor antes de forçar sua língua para dentro da boca do mesmo. As línguas
se chocaram e Baekhyun se sentiu derreter. Os movimentos eram intensos e Baekhyun fazia
questão de sugar a língua de Chanyeol sempre que o mais alto tentava sair do beijo. Enquanto
Baekhyun desfivelava o cinto que o outro usava e acariciava seu membro já pulsante,
Chanyeol não pôde mais resistir e afastou Baekhyun de seu próprio corpo, olhando no fundo
dos olhos do mesmo.
“Vira.” Chanyeol ordenou com um olhar sério, mas com um sorrisinho sádico nos
lábios.
Baekhyun segurou Chanyeol pelo queixo, deslizando a língua sobre os seus próprios
lábios e os alheios em seguida, em uma espécie de beijo. “Até que enfim.”
O mais baixo se virou de costas para o outro e se apoiou na mesa de centro da enorme
sala de estar. Tudo ainda estava queimando. Tudo acontecia depressa demais. Baekhyun
odiava ser apressado, mas odiaria ainda mais morrer ou ser preso, pois essas duas opções o
separariam de seu amante.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 25/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu gosto tanto de você...” O mais alto murmurou, parecendo ler os pensamentos de
Baekhyun.
“Você quer com ou sem emoção?” Chanyeol, agachado novamente e com os dedos
lambuzados de saliva, perguntou dando uma mordida leve na nádega esquerda de Baekhyun,
que apenas gemeu alto.
Chanyeol depositou alguns beijos no final das costas e nas nádegas de Baekhyun e,
em seguida, tocou de leve o membro do mesmo, outrora esquecido. Antes mesmo que
Chanyeol fechasse o punho em volta de seu falo, Baekhyun começou a gemer de prazer,
praticamente se esquecendo da dor que sentia. Sua boca estava aberta e seus olhos
semicerrados, enxergando com dificuldade os corpos mortos sentados nas cadeiras. Um fio de
saliva escorria de sua boca.
“Chanyeol... Por favor...” Baekhyun disse com dificuldade. O maior sorriu antes de
retirar seus dedos de dentro de Baekhyun e se posicionar na entrada no mesmo. Os corpos
estavam suados e suas camisas grudadas em seus troncos, não se sabia se todo esse suor era
por causa das preliminares ou pelo calor intenso que emanava de todos os lugares da casa em
chamas.
Baekhyun forçou sua entrada contra o membro de Chanyeol, que sorriu malicioso,
indo um pouco para trás para privar o mais velho do prazer iminente. Chanyeol desferiu um
tapa contra as nádegas de Baekhyun por ser um garoto mal criado e voltou a se posicionar na
entrada deste. Porém, antes de fazer qualquer movimento, se inclinou novamente sobre o
corpo do menor e sussurrou em seu ouvido.
“Como se diz, Baekhyun?” O menor quase gritou de raiva. Odiava quando o outro o
provocava tanto. Ele estava a ponto de enlouquecer.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 26/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Antes que conseguisse sequer pensar em seu desejo de vingança, Baekhyun sentiu seu
interior ser preenchido pelo membro de Chanyeol. Lágrimas escorreram de seus olhos e ele
arqueou as costas sem intenção. Chanyeol começou a se movimentar de leve, ao mesmo
tempo em que voltava a masturbar Baekhyun. Aquela era uma das melhores transas que eles
já haviam tido desde que se conheceram. Baekhyun estava a ponto de desmaiar e Chanyeol se
divertia vendo o mais velho se contorcer em suas mãos, ao mesmo tempo em que o ambiente
que estavam pegava fogo. Afinal, Chanyeol era, inegavelmente, um piromaníaco pervertido.
Enquanto falava ao telefone, o mais alto brincava, sem prestar muita atenção, com o
membro de Baekhyun. O mais velho sentia que iria explodir a qualquer momento, isso se não
matasse o mais novo antes. Baekhyun ainda não havia gozado sequer uma vez naquele dia e
Chanyeol não parava de abusálo.
“Preciso de uma ajuda... Você está em casa?” Chanyeol ouviu Kai perguntar do outro
lado.
“Não, mas chego em pouco tempo. O que você quer queimar dessa vez?” Baekhyun
sentiu que Chanyeol voltava a se movimentar dentro de si e quase agradeceu aos céus por
isso. “Não me diga que é um corpo,” continuou o mais alto ao telefone, com um pequeno
sorriso no rosto ao perceber o estado de Baekhyun.
“Não. São só umas coisas que eu e o Kyungsoo decidimos jogar fora...” Kai mentiu.
Chanyeol amaldiçoou o amigo mentalmente “Já passa das nove, não quer fazer isso
amanhã?”
“Não precisa ser agora, mas tem que ser hoje. Vai me ajudar ou não?” respondeu um
Kai sem paciência.
“Tudo ótimo! Vejo você em alguns minutos!” Chanyeol desligou o telefone e o jogou
no sofá atrás de si, acertando o corpo desfalecido do juiz. “Agora... Deixeme terminar com
você, sim...” Chanyeol sussurrou enquanto levava suas mãos até o tórax de Baekhyun, o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 27/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
puxando e o forçando a ficar com o tronco ereto, sentindo o membro de Chanyeol ser
enterrado dentro de si cada vez mais fundo. O tórax de Chanyeol estava grudado às costas de
Baekhyun, enquanto os dois se moviam rapidamente, fazendo com que a fricção entre os dois
corpos beirasse a loucura.
Baekhyun não conseguia emitir nenhum som que sequer parecesse uma palavra. Tudo
o que saía de sua boca eram sons incompreensíveis, carregados de luxúria. Chanyeol acelerou
o movimento das estocadas para o mesmo ritmo em que masturbava o membro de Baekhyun.
O mesmo jogou os braços para trás, buscando os cabelos do maior, os apertando e puxando,
enquanto gemia tão alto que se os vizinhos não chamassem a polícia por causa do incêndio,
chamariam por causa do barulho.
“Goza para mim, Byun Baekhyun,” Chanyeol sussurrou no ouvido do menor enquanto
o masturbava lentamente e o estocava com força. Baekhyun simplesmente odiava quando
Chanyeol sussurrava assim em seu ouvido, ainda mais quando o chamava pelo nome
completo. Sem nem conseguir amaldiçoar Chanyeol em voz alta, Baekhyun gozou. Os gritos
dele ecoaram pela casa já com uma coloração preta e com cinzas em vários lugares, com o
fogo ainda comendo o que via pela frente. Chanyeol sentiu o interior de Baekhyun tensionar
se contra seu membro e com um gemido rouco, Chanyeol se desfez dentro do mais velho,
enquanto apertava o corpo do menor contra o seu.
Eles realmente queriam apenas se jogar no chão e dormir, mas não era hora para isso.
Chanyeol saiu de dentro de Baekhyun e virou o mesmo para que os dois ficassem de frente
um para o outro.
“Eu juro que vou te fazer sofrer tudo que eu sofri hoje, seu idiota torturador”
Baekhyun amaldiçoou Chanyeol e sorriu lhe dando um breve beijo. Os dois vestiram
novamente as calças, Chanyeol pegou seu celular e eles correram para fora da casa, escapando
por uma janela. Baekhyun já corria até a moto dos dois, mas Chanyeol não pôde resistir à
tentação de jogar mais um pouco de gasolina dentro da casa e na janela pela qual escaparam,
até para evitar deixar evidências de que os dois estiveram ali.
Para o rapaz, o fogo era a coisa mais maravilhosa que a natureza já criou. O fogo
proporcionava calor nos dias frios, cozinhava os alimentos e ainda queimava tudo em
questões de segundos quando desejasse, até não sobrar prova física da existência de quem
estava ali em seu caminho.
Os dois fugiram pela rua em alta velocidade, em direção ao prédio abandonado que a
família K usava como esconderijo. E, embora Baekhyun não admitisse, estava extremamente
feliz por ter se vingado e por estar com Chanyeol.
Para Chanyeol, a noite havia sido perfeita. Fogo e sexo juntos, simultaneamente. Suas
duas coisas favoritas no mundo...
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 28/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Terçafeira, 21 horas
O relógio parecia brincar com Oh Sehun. Era a terceira vez em meia hora, pelos seus
cálculos, que ele olhava para o aparelho preso à parede e os ponteiros marcavam nove horas
da noite. A classe estava lotada e todos os alunos estavam concentrados em seus exercícios,
assim como Sehun deveria estar. Estando no terceiro ano do colegial, com o exame nacional
batendo à porta e os pais pressionando, os colegas de Sehun chegavam a ficar até meianoite
na escola algumas vezes. Sehun achava isso loucura. Olhou para suas mãos e pensou que
ficaria louco se não saísse daquela sala logo.
Olhou para o relógio de novo. Não havia passado nem cinco minutos.
Sehun bufou irritado. Estava cansado de agir como se fosse um aluno normal,
interessado e preocupado em decorar fórmulas matemáticas ou expressões em inglês. Sehun
não iria fazer o exame nacional para a entrada em universidades. O rapaz era diferente de
todos ao seu redor.
Eram nove horas e dez minutos agora. Sehun não aguentava mais afundar suas unhas
na própria pele, nem a dor estava ajudandoo a se acalmar. O jovem suspirou mais uma vez
naquela noite interminável e levantou da cadeira com violência, fazendo a mesma deslizar
vários centímetros para trás. Ele pegou seus materiais e os jogou sem cuidado na própria
mochila antes que alguém falasse consigo.
Ninguém falou nada quando Sehun passou entre as carteiras, saiu da sala, bateu a
porta com força e correu depressa pelos corredores em direção à saída... Nem mesmo o
professor.
Oh Sehun era um rapaz de dezoito anos e cursava o último ano do ensino médio
escolar. Não tinha muitos amigos próximos dentro da escola, seus pais jamais foram presentes
em sua vida – afinal, advogados criminalistas tendem a ser muito ocupados – e,
aparentemente, era um jovem normal.
Aparentemente.
Sehun detinha um QI muito mais elevado que o resto da população. Para ele, era
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 29/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
extremamente fácil aprender coisas novas e consideradas difíceis pelos outros. O adolescente
se entediava facilmente e perdia o interesse pelas pessoas, por assuntos ou por hobbies rápido
demais. Seus pais não entendiam o porquê de seu filho ser tão diferente dos outros e não
hesitaram em aceitar quando Sehun pediu para ser emancipado e morar sozinho ha dois anos
atrás. A única coisa que deixava o rapaz de pouca idade interessado eram computadores.
Redes de computadores, para ser mais exato.
Há dois anos ele estudava fervorosamente tudo que podia sobre programação e
eletrônica, primeiramente fazendo isso apenas por diversão, mas agora era questão de
trabalho.
Sehun era um black hat. Sua função dentro da família que Suho montara há quase um
ano era de hacker e cyberstalker. Sendo um adolescente ainda, sua entrada na organização
fora muito questionada pelo próprio líder, mas quando Suho viu a necessidade que se tinha em
ter algum membro da equipe com conhecimentos avançados em informática e presenciou a
competência com que Sehun poderia transferir ilegalmente dinheiro de contas bancárias ou
derrubar sites, não houve outra alternativa a não ser aceitálo.
O jovem rapaz fora o único membro da família que pediu para entrar. Primeiro, como
sendo um novo hobbie, uma diversão. Mas quando Sehun percebeu que, pela primeira vez em
sua vida, ele estava se sentindo realmente bem fazendo alguma coisa, não pensou sequer uma
vez em abandonar sua nova família que, para ele, era composta pelos caras mais estranhos que
conhecera em toda sua vida.
Sehun ainda estava com as mãos tremendo quando entrou em uma loja de
conveniência perto de sua escola. O relógio do estabelecimento mostrava que eram quase
nove e meia da noite quando o jovem caminhou entre as prateleiras e chegou até onde
estavam depositados dezenas de preservativos, de vários sabores, tamanhos e marcas
diferentes. Sehun olhou para toda aquela variedade e não soube o que escolher. Decidiu ligar
para quem iria experimentálos junto de si.
Passou os olhos pelas opções e achou um preservativo de uma marca boa e com gosto
de morango. Seu ‘parceiro’ detestava morango. Sorriu quando estendeu a mão para pegar dois
pacotinhos daquilo que certamente faria o outro rapaz ficar extremamente irritado consigo,
mas ele não teria outra opção.
“O que você quer, Sehun?” O jovem rapaz foi surpreendido quando uma voz
impaciente atendeu o telefone.
“Por que não me atendeu antes?” Sehun perguntou estreitando os olhos e fazendo um
bico com os lábios. Era impressionante como agia infantilmente quando interagia com o
outro.
“Não é da sua conta, você sabe disso.” A voz embora mostrasse impaciência, tinha
um leve tom de humor. Sehun sabia que o outro estava sorrindo.
“O que ele fez com você?” O garoto perguntou, frustrado, enquanto sentava em um
banco em frente à uma cafeteria que vendia os melhores bubble tea que ele já havia tomado.
“Sehun, você não vai querer saber. Vá para casa descansar, sim?”
“Xiao... Eu quero ver você.” Sehun disse sentindo os músculos de seus dedos se
tencionarem sozinhos. A necessidade estava lembrando Sehun de sua existência.
“Não me chame assim, eu já falei. E você sabe que nosso dia não é hoje, só sexta
feira. Vá dormir, você deve estar cansado da aula, e ainda por cima tem o exame naci—”
Sehun não deixou o outro terminar de falar, aumentando seu tom de voz e apertando o
telefone entre os dedos enquanto implorava.
“Você não está entendendo. Eu preciso ver você. Xiao... Por favor.”
“Se você quiser me ver em um dia não combinado no nosso termo, eu tenho que
cobrar o dobro, você sabe.” O outro disse depois de suspirar irritado, vendo que Sehun não
desistiria.
“Sim, eu sei.”
“Amanhã então.”
“Amanhã então... No mesmo lugar de sempre. Às quatro horas da tarde? Vou sair
mais cedo da aula...” Sehun disse enterrando suas unhas afiadas, embora curtas, na pele de seu
ombro. O ciúme estava o consumindo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 31/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Estarei te esperando.” Sehun pensou que o outro iria desligar, mas fora surpreendido
pela segunda vez naquela noite pela voz de quem tanto necessitava. “Ah sim, amanhã tem
como você trazer um bubble tea para mim?”
“Claro,” Sehun falou sorrindo de canto e relaxando os dedos tensionados contra seu
ombro.
“Só não traga de morango... Você sabe que eu odeio morango.” Sehun sorriu
largamente ao pensar em sua pequena vingança.
✘✘✘
Terçafeira, 22 horas
Quando Jongin terminou de falar com Chanyeol e desligou o telefone, ele sentiu uma
pontada de culpa por não contar a verdade ao seu parceiro de equipe. Mas Jongin realmente
não poderia fazer muita coisa sobre isso... Nem Chanyeol, nem ninguém da família poderia
sequer desconfiar da condição de Kyungsoo.
Ele foi até a cozinha pegar as ferramentas para dividir o corpo e sacos de lixo para
embalar o mesmo. Não era a primeira vez que ele se livrava dos restos de um jantar de D.O,
mas Jongin ansiava que fosse a última.
Já fazia quase um ano que ele e Kyungsoo haviam entrado na organização que o líder
deles insistia em chamar de família. Mas Jongin, ou Kai, como é chamado pelos outros
membros, conhecera Kyungsoo já fazia quase três longos anos e seu primeiro encontro
ocorrera de um modo nada convencional. Na verdade, Jongin conheceu primeiramente D.O, já
que foi ele, tecnicamente, quem salvou sua vida. Mas foi por Kyungsoo que o rapaz de pele
morena se sentiu atraído, pelo seu jeito delicado e inocente, muito diferente do pervertido e
sádico D.O.
Quando Jongin fora descoberto por Suho e convidado a entrar na família, ele já havia
conquistado muito dinheiro devido aos seus trabalhos; e apenas quando o líder da organização
aceitou, a contragosto, que Kyungsoo também se juntasse a eles é que Jongin disse o esperado
‘sim'. Agora, eles tinham uma vida relativamente melhor do que há alguns anos e estavam
juntos.
Era tudo o que importava para ambos. Jongin ainda trabalhava com fraudes contra
esposas ricas e solitárias e Kyungsoo trabalhava sendo um tipo de cozinheiro e caseiro do
imóvel que a família mantinha tanto como moradia, quanto QG. Os dois eram felizes desse
jeito e a única coisa que transtornava a felicidade deles era D.O, que nunca saciava sua fome
por carne humana.
Jongin terminou de limpar todo o sangue e colocar em sacos tudo o que possuía
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 32/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
ligação com o crime que ocorrera. Ele passou as mãos pelo rosto de modo preocupado e levou
os sacos para fora, os jogando dentro do seu portamalas. Não havia ninguém mais na rua do
bairro ermo. Já passava das vinte e duas horas e não havia muito tempo a perder antes que o
líder ligasse para os membros da organização para comunicar o próximo passo que eles
dariam.
✘✘✘
Sehun sabia que não deveria estar naquele bar àquela hora, mesmo que Suho tenha lhe
falsificado uma carteira de identidade para o menor poder frequentar esse tipo de lugar. Ele
tinha uma reunião em menos de uma hora no prédio onde morava com os outros membros da
organização criminosa que mantinham e ele era um membro importante demais para faltar.
Mas Sehun já estava em seu limite e ele, no final das contas, sabia que “não deveria” muitas
outras coisas, então já estava no fundo do poço de qualquer maneira.
Primeiramente, Sehun não deveria ter ligado para o garoto de programa que ele vê
com mais frequência que o saudável já há longos sete meses. Ele não deveria se meter nos
negócios do outro, pois eles não tinham ligação nenhuma que não fosse o sexo. E, o pior,
Sehun sabia que não deveria estar gostando tanto da presença, da voz e do toque do outro.
Sehun estava ficando louco, ele tinha certeza. Além de toda sua vida falsa de estudante
aplicado, e sua vida noturna de membro de uma organização, Sehun tinha duas necessidades
que ele não podia controlar. Uma delas era ter Luhan para si pelo menos uma vez por semana.
Quando Sehun ficava sem seu pequeno estoque de pílulas, a única coisa que lhe
acalmava, por hora, era Luhan, mas como o mesmo o ignorara esta noite, Sehun não teve
outra opção a não ser encontrar seu segundo fornecedor para refazer seu estoque.
O primeiro fornecedor de Sehun era um estudante de sua escola, que vendia várias
substâncias ilícitas para os alunos se manterem acordados durante mais tempo para estudarem.
O problema é que com a chegada dos exames semestrais e o grande exame nacional, o estoque
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 33/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
de seu fornecedor acabara rapidamente e Sehun se vira obrigado a ir se encontrar com sua
última esperança.
“Você está com uma cara horrível” O fornecedor número dois riu ao olhar Sehun,
quando o mesmo sentou ao seu lado no bar. O fornecedor era um homem mais baixo que o
jovem Oh, aparentando ser até mais novo que o mesmo. Seu cabelo hoje estava com uma
franja caída sobre os olhos, o que o deixava com cara de um préadolescente inofensivo,
pensou Sehun.
“Cale a boca,” O estudante disse passando a mão pelos cabelos e entregando dinheiro
para o barman, lhe pedindo um shot de tequila.
“Ei ei! Você vai tomar dois de uma vez? Com tequila? Você é retardado?” O
fornecedor de Sehun perguntou segurando o mesmo pelo pulso, o impedindo de tomar as
pílulas.
“Eu te pago pelos comprimidos, não pelos conselhos.” O garoto falou dando um meio
sorriso e o homem fez o mesmo.
Sehun já estava perto da porta de saída quando ouviu o fornecedor – que jamais
soubera o nome – gritando para si.
“Espero que você faça as pazes com seja lá quem você esteja de mal!” Sehun nem
olhou para trás antes de sair do bar. Tinha um sorriso no rosto, a tequila e o ecstasy já estavam
fazendo efeito.
✘✘✘
Suho desembarcou de seu avião sem nenhum problema, e como havia trazido apenas
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 34/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
uma mala de mão e uma bolsa masculina a tira colo, passou reto pelas esteiras onde as pessoas
se amontoavam para pegar suas bagagens. Com o passaporte já carimbado e um sorriso nos
lábios, Suho adentrou o grande saguão do aeroporto, onde dezenas de pessoas esperavam por
seus parentes ou conhecidos que ainda se debatiam atrás de suas bagagens há alguns metros
atrás de Suho.
O jovem ‘diplomata’ deu uma olhada nas pessoas e algo chamou sua atenção. Um
rapaz, aparentemente sendo da mesma idade de Suho, usando um terno e quepe preto,
segurava um cartaz com os dizeres: “Diplomata Shoji Nishijima, vindo de Tóquio”. Suho não
lembrava nada de sua vítima ter dito algo, antes de ser morta, sobre alguém lhe esperando no
aeroporto. Decidiu ir conversar com o rapaz.
“Na verdade, o comitê da reunião decidiu de última hora que os convidados vindos do
exterior seriam levados de carro até seus hotéis.” Jongdae parou de caminhar e Suho o imitou,
os dois estavam agora em frente a um Lincoln Town preto. Após Jongdae ter colocado a
bagagem de Suho dentro do portamalas com cuidado, foi até o mesmo e abriu a porta
traseira, se curvando levemente e indicando com a mão espalmada que o ‘diplomata’ poderia
adentrar.
“E por que eles decidiram isso de última hora?” Suho perguntou entrando no carro.
“Seul está cada vez mais perigosa, senhor.” Jongdae falou com um sorriso, fechando a
porta do carro logo em seguida.
CONTINUA
Notas finais
Alô~
Avisos básicos:
Sim, terão casais na fanfic, tem yaoi, tem relacionamentos... Quando dissemos que a fanfic
não teria como enredo central o romance muitos leitores pensaram que não teria _nada_,
então quero deixar claro que sim, o romance entre alguns personagens faz parte da estória,
mas >não< é o foco principal, ok?
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 35/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Para quem ficou com dúvidas sobre a duplapersonalidade do Kyungsoo, vale a dica de
pesquisar sobre esse transtorno na internet (pode ser até na wikipedia) para que vocês
conheçam um pouco mais sobre esse distúrbio que é sério e nem um pouco felizinho!
Mais uma curiosidade do que um aviso, na real, essa cena de sexo entre baekyeol nesse
capítulo foi a primeira que escrevi em toda minha vida (sim, sério... foi feita lá em novembro
e tal) então peguem leve, sim?
4. Missão Cumprida
Notas do Autor
Olá!
Essa semana temos o capítulo "Missão Cumprida". Que missão será essa? rçrç
Este capítulo a Anna também escreveu ha muito tempo, então talvez ainda estranhem a forma
da escrita.
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO TRÊS – MISSÃO CUMPRIDA
Wu Yifan não havia pedido a vida que tinha. Ele não teve exatamente muita escolha
sobre a carreira que seguiria na fase adulta, já que nascera em uma família poderosa que
honrava os bons costumes e o fato de os filhos continuarem os negócios dos pais.
Não apenas em uma família mafiosa, mas na mais poderosa de toda a China. Durante
três gerações os Wu foram considerados indestrutíveis e até mesmo o governo, que sabia da
existência dos negócios da família, nada fazia, pois não conseguia reunir provas o suficiente
para incriminálos.
Há quase cinco anos Kris liderava cinco rapazes e mais dezenas de subordinados na
Coreia, comandando uma família mafiosa que ele criara com seus companheiros que o
ajudaram a fugir da China. Sua família agora se chamava M. Apenas uma letra, sendo a
mesma o W de Wu – seu sobrenome – virado de cabeça para baixo.
Kris só estava na Coreia com o objetivo de se tornar poderoso o suficiente para voltar
à China e tomar o que era seu por direito. Kris tinha como objetivo futuro se vingar e se tornar
o líder da família Wu.
TerçaFeira, 15 horas
“Merda, só para variar.” A voz de Lay soou irritada do outro lado. “Algum idiota
hacker que seu autodenomina Oh derrubou o meu melhor site de apostas! Não sei o que fazer,
tinha muito dinheiro envolvido naquilo e agora tudo se perdeu: as apostas, o dinheiro, os
clientes... E, por favor, quem usa um nome desses para se apelidar?”
“Ter até tem, mas precisamos encontrar um outro hacker para fazer isso... Quer que
eu procure algum?” Lay perguntou.
“Não, procure alguém para refazer o site antes que os clientes migrem totalmente para
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 37/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
algum concorrente. Se esse cara voltar a nos atrapalhar me avise que eu mesmo o encontro.”
Wu Yifan conhecia Lay – Zhang Yixing, seu verdadeiro nome – desde que os dois
eram crianças, pois as duas famílias eram sócias no ramo criminal. Lay era o braço direito de
Kris e sempre que o mais velho tinha alguma dúvida sobre o que fazer com algum traidor ou
com um inimigo, ele olhava para Lay, procurando por um sinal de positivo com a cabeça.
Os cinco rapazes que trabalhavam com Kris eram seu portoseguro, seus homens de
confiança. Alguns Kris conhecia fazia mais de dez anos, alguns se juntaram ao grupo pouco
tempo antes do assassinato de seu pai. Quando o rapaz traído se viu obrigado a fugir da China,
seus cinco amigos o ajudaram e o acompanharam, prometendo permanecer com Kris até que o
mesmo obtivesse sua vingança.
✘✘✘
TerçaFeira, 16 horas
Lay estava muito contente consigo mesmo. Embora ele ainda estivesse profundamente
irritado pelo fato de algum idiota ter derrubado o seu site de apostas, por outro lado, ele havia
facilitado a vida de sua organização quando, com esse mesmo site que agora não existe mais,
envolveu um famoso diplomata do Japão – que ele descobriu ser um apostador viciado – com
os jogos de azar.
“Por que você está sorrindo? Está parecendo um idiota.” Chen falou colocando alguns
rolos de fita tape cinza dentro da mochila.
“Porque eu sou um gênio.” Lay falou convencido, fazendo com que Chen revirasse os
olhos, irritado.
“Olha, eu agradeço que você tenha trocado o diplomata velho, famoso e gordo por um
novato que deve ter a nossa idade, mas eu falei que você não precisava se envolver. Essa
missão era minha.” Chen comentou fechando a mochila e a jogando dentro do portamalas do
carro.
“Agora a missão é nossa. Foi o Kris mesmo que disse.” Lay verificou a pequena arma
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 38/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Só não me atrapalhe, certo? Fique longe e apenas quando eu entrar no carro é que
você entra. Nós já passamos o plano.” Chen falou suspirando e entrando no carro, sendo
seguido por Lay.
“Sim, eu sei. Mas quando foi que eu te atrapalhei?” Lay perguntou irônico, se
ajeitando no banco ao lado do motorista.
Chen estreitou os olhos enquanto olhava para frente, tentando se lembrar de alguma
vez que o mais velho havia o atrapalhado, mas não estava tendo muito sucesso no momento.
“Você realmente está se dando ao trabalho de pensar nisso?” Lay perguntou rindo e
colocando a mão sobre uma das coxas de Chen.
“Sim.” Chen respondeu sincero antes de se inclinar, selando seus lábios nos de Lay.
“Você tem o melhor primo do mundo, Kim Jongdae. Deveria me agradecer por
existir.” Lay falou rindo enquanto se afastava do outro.
Na verdade, Chen tinha realmente muito que agradecer a Lay. A família Kim fora à
falência na Coreia quando ele era apenas uma criança, e seus pais – juntamente consigo –
precisaram fugir de seus cobradores e inimigos para a China, sendo recebidos de braços
abertos pelo irmão de sua mãe, seu tio, o patriarca da família Zhang. Chen conviveu com Lay
durante muitos anos e os dois – embora fingissem não se gostar – se davam bem longe dos
olhos dos outros, entrando na adolescência juntos e experimentando novas sensações também
juntos, entre as quatro paredes do quarto.
Os dois não tinham nenhum envolvimento sério, longe disso. Lay e Chen tinham até
gostos muito diferentes quando o assunto eram mulheres – ou alguns homens, às vezes – e
tentavam não se meter nos assuntos um do outro. Aquele beijo trocado não havia significado
nada romântico entre os dois, até estava mais para uma piada sarcástica trocada entre ambos.
Lay já era amigo de Kris quando conheceu Chen, e fora ele quem apresentara ambos,
fazendo com que os três passassem muito tempo juntos nas mansões das famílias Zhang e
Wu. Se Chen hoje em dia estava dentro da M, era tudo por causa de Lay. Os dois estavam no
grupo que havia fugido da China juntamente de Kris, lhe jurando lealdade e amizade eternas.
“Morra.” Chen falou rindo, brincando obviamente – já que ele jamais iria realmente
desejar algo assim para alguém de sua própria família – ligando o carro e saindo da garagem.
Eles teriam uma longa viagem até o aeroporto de Incheon.
“Eu trouxe um kit de primeiros socorros caso o cara seja raquítico e acabe tendo
alguma reação aos dardos.” Lay falou distraído quando o carro entrou na avenida.
“Eu espero que ele seja bonito.” Chen comentou com um sorriso nos lábios.
✘✘✘
O líder estava em seu quarto, trocando o seu terno por uma roupa mais confortável,
quando recebeu uma nova ligação.
“O que foi, Chen?” Kris perguntou, abotoando a camisa branca que acabara de
colocar.
“Só para informar que está tudo certo para hoje à noite! Eu e o Lay vamos levar a
vítima para a casa de campo, ok?”
A casa que Chen se referia era um imóvel construído no estilo chinês e localizado fora
de Seul, em uma região sem muitos habitantes e com algumas pousadas nas redondezas, era
para lá que a família ia para passar com frequência os fins de semana ou esconder algo
importante.
Ou alguém.
“Sim, só não o mate, certo?” Kris perguntou ao terminar de abotoar sua camisa.
“Claro que não, líder, está achando que é a primeira vez que eu faço isso?”
Kris riu. Ele sabia muito bem que não era a primeira vez que Chen raptava alguém.
“Não seja tão meloso, líder!” Chen ainda ria, achando engraçada sua própria piada.
“Tchau!” A ligação ficou muda e Kris atirou o telefone contra a cama, antes de sentar sobre a
mesma e tirar as calças que vestia.
Chen era o membro mais sarcástico e inconveniente, mas fazia sempre um trabalho
impecável. Embora Chen aparentasse ter a mesma idade de Kris e ser maduro, ele era o
segundo mais novo entre eles e às vezes agia com mais infantilidade que o próprio membro
mais novo, Zitao.
Tao...
Logo quando o líder começou a pensar no mais novo, ele ouviu duas batidas fracas em
sua porta. Kris já havia terminado de se vestir e nem se incomodou em ir até a porta atender a
mesma.
“Entre.” Ele disse em um tom sério e alto o bastante para quem quer que estivesse
atrás daquela porta ouvisse. Kris estava com um sorrisinho no rosto quando a mesma se abriu,
porque era bastante óbvio quem se encontrava atrás da mesma.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 40/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chen estava com Lay indo até o aeroporto de Incheon buscar – sequestrar, na verdade
– o diplomata, Xiumin estava no centro de Seul distribuindo ordens pra os seus subordinados
do tráfico de drogas e Luhan chegaria de um cliente em uma hora, no mínimo. Então a pessoa
atrás da porta só poderia ser...
“Taozi.” Kris falou o apelido infantil, confirmando seu pensamento, quando o mais
novo do grupo colocou a cabeça para dentro do quarto, como se quisesse ter certeza de que
Yifan estava ali dentro. “Entre.”
“Líder...” Zitao falou, de modo manhoso, se aproximando cada vez mais do loiro.
“Duizhang...”
Kris deu um sorriso de canto, ele sempre gostava quando o mais novo o chamava de
líder falando em chinês, o lembrando inconscientemente de sua nacionalidade. Ainda
sorrindo, Yifan bateu de leve na própria perna. Zitao sorriu, entendendo o pedido silencioso
do outro e seguindo até a cama, para logo em seguida sentar no colo do mais velho, de frente
para ele, apoiando seus joelhos nas laterais do líder, sobre a cama.
“O que você quer, Taozi?” Kris perguntou calmo, enquanto o menor pousava suas
mãos em seu rosto.
Zitao não respondeu e aproximou seu rosto ao do líder, quase selando seus lábios aos
do outro. Os dois se olhavam intensamente quando Kris passou seus braços em torno do mais
novo, o envolvendo em um abraço e o forçando a se aproximar mais, o beijando.
Zitao levou suas mãos até a nuca do líder, o puxando para mais perto, aprofundando o
beijo que até aquele momento não passava de um roçar de lábios. Kris mordeu com certa
força o lábio inferior de Zitao, o obrigando a se separarem em um gemido sofrido. O líder
apertou o abraço e invadiu a boca do menor com a língua, começando a abusálo, o deixando
sem ar.
Os lábios de Zitao já estavam inchados e ele respirava com dificuldade quando a boca
de Kris desceu para o seu pescoço, sugando sua pele, o beijando e lambendo, fazendo com
que o menor tremesse em seu colo.
“O que você quer, Tao?” Kris repetiu contra a pele do menor, que estremeceu,
mantendo os olhos fechados.
“Preciso saber se tenho algum trabalho para hoje...” Tao falou com dificuldade devido
à sua respiração falha. Kris arranhou suas costas por cima da camisa e desceu suas mãos até
alcançar as nádegas do mais novo, as apertando de leve.
“É isso mesmo que você quer?” Kris perguntou e Tao abriu os olhos, mirando o
sorriso malicioso de seu líder.
“Sim...”
O moreno se curvou para beijar Kris mais uma vez quando o líder deslizou as duas
mãos para dentro dos bolsos traseiros da calça jeans que o mais novo usava. Kris desviou do
beijo e retirou um papel de dentro do bolso de Tao, lhe mostrando logo em seguida.
“Eu coloquei no seu bolso hoje de manhã, achei que tinha visto.” Kris falou com um
sorriso de canto, enquanto balançava o papel em frente aos olhos de Tao, como se ele não
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 41/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Mas o q—” O mais novo começou de modo indignado, mas Kris o interrompeu.
“É um juiz aposentado, nesse papel tem o endereço dele. Dessa vez não é para matar,
só roubar alguns documentos de uma investigação que tenho certeza de que ele está
envolvido... E que nós somos o alvo.”
Tao pegou o bilhete e o olhou. Kris estava falando a verdade, realmente aquelas
informações estavam anotadas com a letra de seu líder.
Kris sorriu e empurrou o menor de leve, se levantando e obrigando Tao a sair de seu
colo.
“Você disse que queria saber qual era sua próxima missão... Está aí.” Kris falou de
modo cômico andando até a porta de seu quarto, com Tao o seguindo.
“Mas... Duizhang!” Tao sussurrou, tentando alcançar o outro com a mão. “Eu queria
outra coisa...”
Kris sorriu, se virando para o menor, que o olhava desolado. Kris levou sua mão até os
cabelos do outro, afagandoos.
“Você é maligno, Kris.” Tao murmurou, formando um bico em seus lábios, antes de
sair do quarto.
A relação que ele tinha com Zitao poderia ser considerada íntima. Até demais.
Eles se conheciam ha quase dez anos, quando Zitao fora comprado pelos seus pais de
uma organização de assassinos, lhe dizendo que aquela criança de apenas treze anos seria seu
guardacostas, sendo que, na época, Yifan tinha dezesseis anos. Kris odiou Tao com todas as
suas forças no início e detestava ter aquele fedelho – era assim que ele chamava o mais novo
quando estavam sozinhos – no seu encalço o dia todo.
Tao permanecia sempre em silêncio, sabendo que tinha um trabalho a fazer, que
deveria proteger o futuro líder da família Wu e jamais contestava qualquer ofensa que o mais
velho lhe dirigisse.
Somente quando Kris começara a se sentir cansado de ofender o mais novo e odiálo
sem motivo é que eles começaram a conversar. Lay e Chen convenceram Kris a entender que
Tao não tinha culpa por ser o que era – e o lembraram com bastante veemência de que aquela
criança, querendo ou não, era treinada para matar – e o primogênito dos Wu conformouse,
passando a tentar ser mais educado com o mais novo.
Kris descobrira que era fácil conversar com Tao quando o mesmo se sentia seguro
para isso. Descobriu que Tao gostava de doces – principalmente de bolos de chocolate – e que
poderia ser muito ingênuo, acreditando em qualquer coisa que Kris lhe contava, já que ele
estando perto daquele que deveria proteger era a primeira vez que Tao entrava em contato
com o mundo exterior além das paredes do lugar que o treinaram e criaram durante a infância.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 42/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Tao começou a se sentir mais a vontade na presença do outro e com o tempo passou a
se considerar amigo do mesmo, esquecendose do seu propósito de protegêlo de qualquer
perigo. Apenas quando Kris sofrera um atentado aos dezessete anos e quase morrera foi que
Tao, enfim, se lembrou de porquê vivia.
Eles estavam no parque, em um passeio, e fora uma tarde de sábado quando Kris
quase perdera a vida, recebendo um tiro do lado direito de seu peito, que acabou por perfurar
seu pulmão. Tao chorara – a primeira vez na vida – quando pensou que o outro havia morrido,
enquanto gritava por socorro e via a ambulância levar Kris para longe de si. Ele fora treinado
para não ter sentimentos e ele não entendia porque água escorria de seus olhos enquanto sua
garganta se fechava e os gemidos altos saíam de sua boca aberta.
Kris não morrera, óbvio, mas Tao jamais se perdoaria por falhar. Ele pediu para a
família para ser executado pela sua incompetência e se não fosse por Yifan ter impedido que o
desejo do mais novo fosse, de fato, aceito, Tao estaria morto há muito tempo.
Embora, sim, no início a relação dos dois tivesse, de fato, sido conturbada, com os
anos eles se tornaram amigos, quase como irmãos. Tao passara a agir de modo mais carente
com Kris depois do atentado – embora quando saíssem de dentro da residência dos Wu ele
sempre se mantivesse alerta caso alguma ameaça aparecesse – e Kris muitas vezes precisava
abrir a porta de seu quarto durante a noite, o mais novo alegando querer saber se ele estava
bem, pedindo para dormir consigo. Tudo esteve em perfeita ordem entre os dois durante
algum tempo e os problemas só voltaram a aparecer quando Kris começou a se sentir estranho
perto de Zitao, querendo tocálo de modo mais íntimo ao sentir sua respiração perto de seu
rosto durante a noite.
De fato... Se hoje Lay era o braço direito de Kris, Zitao era seu coração.
✘✘✘
“Sim, Luhan?” Kris perguntou irônico, irritado pelo modo como o mais baixo invadiu
seu escritório.
“Como?” Kris perguntou, pensando se deveria ou não atirar a caneta que estava em
sua mão na face do outro, como punição pelo modo como estava agindo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 43/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Nojento. O cliente de hoje a tarde era nojento... Como você pode querer se relacionar
com pessoas assim?” Luhan desabafou coçando o próprio pescoço, onde havia uma marca
vermelha.
“Desculpe, Luhan. Mas os piores clientes são os melhores sócios.” Kris disse,
compadecido. “E você é a melhor maneira de trazêlos até nós. Ele não iria aceitar uma das
suas garotas ou garotos... Ele queria você.”
“Eu sei.” Luhan falou com um sorriso cínico. “Mas ele era realmente nojento. E olha
que eu já tive muitos clientes durante a minha vida... Você até foi um deles, não é?”
Kris se lembrava.
O loiro havia sido um cliente fixo – por alguns meses – de Luhan ha muito tempo
atrás, quando ambos tinham apenas dezessete anos. Kris estava tentando se livrar das ânsias
que sentia em tocar Zitao, tocando Luhan ao invés do outro. E Luhan precisava de dinheiro
para alimentar seu vício.
“Como eu poderia esquecer?” Kris falou com um meiosorriso. “Caso contrário você
não estaria aqui, certo?”
Fora Luhan quem muitas vezes aconselhara a Kris como ele deveria agir –
principalmente quando o assunto era o até então guardacostas três anos mais novo que o
mesmo. Fora também Luhan quem colocara um ponto final nos encontros dos dois, mas fora
Kris quem pedira para que ambos continuassem sendo amigos.
Os dois haviam se tornado tão próximos que o membro da família Wu até mesmo
comprara Luhan da casa de prostituição em que vivia e trabalhava. Luhan poderia ter sido
comprado por Kris, mas também havia ganhado sua liberdade por sua causa. Kris lhe disse
que o prostituto não era um objeto e jamais seria, que ele não era seu dono e que Luhan
poderia fazer o que quisesse, até mesmo ir embora ou sumir, se fosse essa a sua vontade.
Kris também ajudara Luhan em muitas outras coisas, como a se livrar de seus vícios e
tristezas, além de lhe apresentar às melhores pessoas que ele poderia conhecer.
Luhan seguiu Kris quando o mesmo fugiu para a Coreia porque nada lhe prendia à
China. Não tinha família, nem um único amor, todos que conhecia e sentia algum carinho
estavam ao lado de Kris quando o mesmo fora obrigado a fugir de sua própria família, que lhe
acusava de um crime que não cometeu.
Luhan amava Kris como seu líder, como um irmão, como amigo. Jamais o trairia ou
agiria contra as suas ordens, pois sabia que tudo o que o loiro fazia era pelo bem de todos.
“Ah sim, tenho uma má notícia para você.” Kris falou e Luhan fez uma careta logo
em seguida, pensando que não deveria ter elogiado o outro mentalmente por ter sido sempre
tão bom consigo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 44/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Não me diga.” Luhan falou sarcástico antes de Kris retirar uma pasta da primeira
gaveta de sua mesa e lhe entregar.
“Marquei um cliente para você hoje à noite. Ele tem informações preciosas para nós e,
além disso, pode se tornar um ótimo sócio. Trate ele bem.” Kris falou enquanto Luhan olhava
para as informações do cliente, contidas na pasta.
Luhan olhou irônico para Kris antes de se levantar da cadeira e caminhar em direção à
porta.
“Eu sempre trato meus clientes bem.” Luhan falou rindo, mas parou por um momento,
como se pensasse. “Kris, o que eu faço com um cliente que é semanal, mas parece estar
começando a... Você sabe...”
“Não me diga que tem algum cliente apaixonado por você de novo.” Kris murmurou
revirando os olhos.
“Não. Quero dizer, acho que não.” Luhan mentiu, tentando mais se convencer de que
o adolescente do qual falava não gostava de si do que tentando convencer o seu líder
propriamente dito. “O problema é que ele tem me ligado e pedido para me ver mais vezes que
o normal...”
“Quer que eu mande o Tao eliminálo?” Kris perguntou sério, achando que estavam
falando de algum stalker lunático, que acarretaria em perigo para a vida de Luhan.
“Corte o mal pela raiz, Luhan, antes que o problema se agrave.” Kris falou sério, mas
pareceu pensar por um segundo. “A não ser que ele pague muito bem, porque se assim for,
você pode brincar um pouco com ele.”
Luhan acenou com a cabeça e saiu do escritório, fechando a porta com delicadeza.
Kris sorriu ao pensar em como tudo estava ocorrendo bem em seu dia. E a semana
estava apenas começando...
✘✘✘
Luhan não gostava de ser garoto de programa. Ele preferia cuidar dos prostitutos mais
novos, lhes dar conselhos e marcar encontros com clientes para os seus subordinados. Luhan
achou que vindo para a Coreia junto de Kris e dos outros não precisaria mais se entregar a
desconhecidos.
Kris o convencera dizendo que ele era a melhor arma que a família M tinha, pois sexo
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 45/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
comprava qualquer coisa no mundo do crime, até mesmo parcerias. O loiro aceitou porque
ainda era uma melhor opção se prostituir – para alguns clientes selecionados – na Coreia a
mando de Kris do que voltar para a China, onde ele não tinha mais nada. Além de que
prometera lealdade à Kris quando fugiram juntos de sua terra natal e tinha plena confiança no
outro como líder.
Seu cliente dessa noite era um homem alguns anos mais velho e infelizmente tinha
tendências sadistas. Luhan estava sentindo dores por todo seu corpo e tinha certeza de que os
vergões em sua pele clara logo se tornariam marcas arroxeadas. Ele queria matar Kris por lhe
dar esse tipo de cliente.
Luhan permanecia deitado na cama, ainda nu e com seu corpo coberto de suor e
sêmen, enquanto seu cliente estava no banheiro tomando um banho. O rapaz ouviu seu celular
vibrar no criadomudo ao lado da cama e o pegou, já prevendo quem o ligava.
Era Sehun.
Já era a segunda vez que o cliente mais fervoroso de Luhan ligava. Da outra vez
Luhan não pôde atender porque estava embaixo de um desconhecido, sendo estocado de modo
cruel e sádico. Ele fez uma careta ao lembrarse disso quando atendeu ao telefone, fingindo
irritação.
“O que você quer, Sehun?” Luhan perguntou sério, mas com um pequeno sorriso nos
lábios.
Sehun era cliente de Luhan há cerca de sete meses e o garoto de programa ainda se
lembra do dia em que se conheceram. Sehun entrou na casa de prostituição que Luhan
administrava e pediu a pessoa mais cara que eles tivessem ali, alegando poder pagar a quantia
que fosse. As duas garotas mais velhas que tomavam conta dos negócios enquanto o loiro
estava ocupado correram até o pequeno escritório do mesmo nos fundos da casa e o
chamaram, o informando que um jovem bonito e jamais visto ali antes queria a pessoa mais
cara do lugar.
A pessoa mais cara era uma garota de origem europeia, mas a mesma já estava
atendendo um cliente e Luhan achou o pedido estranho e repentino demais, querendo ir
verificar ele mesmo o que estava acontecendo. Luhan fora até a entrada e achou estranho
encontrar um jovem com uma expressão séria, usando roupas escolares, fazendo tal pedido.
Interessado e confuso, o chinês decidiu ele mesmo atender ao estudante.
Depois daquela noite, ele via Sehun uma vez por semana, pelo menos.
“Você estava com algum cliente?” Sehun perguntou, depois de algum tempo
conversando.
“Estava.” Luhan disse a verdade. “Na verdade ainda estou. Ele está no banheiro se
arrumando para ir embora. Aliás, o que você quer, Sehun?”
Luhan não deveria, mas gostava de como Sehun se preocupava consigo e lhe ligava
algumas vezes por semana querendo saber como estava. O chinês sabia muito bem que não
podia se envolver afetivamente com seus clientes, e ele dizia a si mesmo toda vez que se
encontrava com o estudante que era apenas sexo. A relação deles não passava de sexo.
“Xiao... Eu quero ver você.” Sehun gemeu do outro lado da linha e Luhan estremeceu.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 46/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O apelido – que significava ‘pequeno’ em chinês – que o estudante havia dado para Luhan o
irritava, o fazia se sentir frágil.
“Se você quiser me ver em um dia não combinado no nosso termo, eu tenho que
cobrar o dobro, você sabe.” Luhan falou suspirando, tentando fazer o mais novo mudar de
ideia.
Em vão.
Sehun era seis anos mais novo que Luhan, mas não parecia se sentir incomodado com
isso em todas às vezes que eles passaram pelo menos três horas por semana juntos. Luhan já
tentara afastar Sehun de si diversas vezes, desmarcando encontros na última hora e cobrando
preços absurdos por algumas poucas horas, mas tudo o que fazia acabava sendo em vão.
Luhan sorriu ao desligar o telefone e se virou para olhar seu cliente, que já estava de
volta ao quarto há algum tempo.
“Que bom.” O homem falou sorrindo e Luhan o olhou confuso. “Se ele fosse seu
namorado iria ficar irritado com as marcas que deixei em você.”
“Diga ao Kris que ligarei até o fim da semana para marcarmos uma reunião. Foi um
prazer passar algumas horas com você, Luhan.” O cliente falou apertando a mão de Luhan e
saindo do quarto logo em seguida.
O chinês se jogou de costas no colchão e ficou olhando para o teto durante algum
tempo. Era realmente branco, assim como a pele alva de Oh Sehun... Luhan riu ao pensar no
que Sehun diria quando visse os machucados em sua pele. Provavelmente ele ficaria irritado e
iria amaldiçoar o outro cliente de Luhan por toda a eternidade, mesmo que eles não fossem
namorados.
✘✘✘
Zitao ainda estava irritado com Kris enquanto pilotava sua moto em direção à casa do
juiz aposentado. Como o líder tinha a coragem de provocar o menor e depois deixálo de mãos
abanando? Depois que Tao completasse o trabalho ele iria ter uma longa conversa com Kris
sobre o seu comportamento e iria torturálo durante longas horas, o fazendo implorar por
perdão.
O assassino sorriu de canto, pensando no que faria ao maior, quando adentrou o bairro
que o juiz morava. Saber que a família M estava sob investigação deixava Tao com muita
raiva e ele só não mataria toda a família daquele homem da lei porque Kris havia sido bem
claro quando disse que o menor deveria apenas roubar alguns documentos marcados com um
símbolo da polícia de Seul, que estariam em seu escritório no andar de baixo da casa. Kris
havia lhe ordenado que, caso Tao não encontrasse as pastas desejadas, deveria iniciar um
pequeno incêndio no escritório, sem chamar muita atenção.
Porém, quando Zitao olhou para o céu e viu uma fumaça negra, ele teve um mau
pressentimento. Ele acelerou a moto e seguiu a fumaça andando pelas ruas vazias daquele
bairro familiar.
Não foi surpresa para o chinês quando ele encontrou a origem do fogo como sendo a
casa que ele teria que invadir. Isso se ainda tivesse alguma casa ali. Haviam dois caminhões
de bombeiros, repórteres, curiosos e a polícia. O fogo ainda queimava, mas só havia
destroços.
Zitao parou a moto alguns metros de distância da multidão e pegou seu celular.
“Ligue a televisão, em qualquer canal que esteja dando as notícias.” Zitao pediu e
esperou alguns segundos enquanto Kris ia até a enorme sala do apartamento. “Ligou?”
“Estão mostrando alguma coisa queimando, era isso que você queria que eu visse?”
Kris perguntou confuso.
“Foi você que fez isso?” Kris falou alto, quase gritando. “Tao, eu mandei você colocar
fogo no escritório, não na casa inteira!”
“Não fui eu.” Tao se defendeu. “Acabei de chegar. Alguém esteve aqui antes de
mim.”
Kris ficou calado por alguns instantes, observando o que a repórter falava na televisão.
“Ah,” Suspirou. “Desculpa ter gritado.” Kris falou se arrependendo de ter perdido o
controle. “Eu só quero saber quem foi o desgraçado que fez isso. A repórter está falando que
foram encontrados três cadáveres com aparentemente fita em volta dos corpos. Esse fogo não
foi acidental.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 48/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“A polícia não vai achar que fomos nós, não é?” Tao perguntou mordendo o seu lábio
inferior.
“Não.” Kris respondeu, confiante. “Nós sempre fomos silenciosos, não somos
incendiários, chama muita atenção queimar uma casa inteira e a polícia vai desconfiar disso.
Provavelmente encontrarão alguma prova de quem realmente fez isso, não se preocupe.” Kris
falou tentando acalmar o mais novo. “Venha para casa, vou te dar sua recompensa.”
“Mas, Duizhang... Eu não completei minha missão.” Tao falou com falsa inocência,
sorrindo maliciosamente.
“Venha logo antes que eu mude de ideia.” Kris falou encerrando a chamada.
Tao deu um sorriso de canto antes de voltar a colocar o capacete e ligar a moto.
✘✘✘
TerçaFeira, 22 horas
Kris havia entrado em sua vida no colégio, eles frequentavam a mesma escola
particular – a qual os avós de Minseok haviam conseguido uma bolsa de estudos para o
mesmo, por conhecerem o diretor desta – e não era novidade para ninguém que o coreano
vendia substâncias ilícitas para os seus colegas quando isso era requisitado. Kris era seu
colega de turma e certo dia, quando ambos tinham dezessete anos, lhe pedira algo para
acalmar seus hormônios.
Xiumin sorriu ao lembrarse de seu discurso para Yifan – assim chamado na época –,
lhe falando que era normal ter ânsia de fazer sexo e que não deveria se conter. A situação
parecia mais complicada e o primogênito da família Wu insistira, mas o negociante de drogas
lhe disse que o que ele vendia só aumentava aquilo que Kris queria evitar.
Fora então que Luhan entrara na história. O prostituto era amigo e um cliente assíduo
de Minseok e o mesmo o indicou para Kris, já que já havia provado que o garoto que morava
na casa de prostituição mais famosa de Pequim era realmente bom no que fazia. O revendedor
das drogas não havia pagado pelo serviço porque Luhan lhe pagara certa vez com o corpo
pelas drogas que precisava quando não tinha dinheiro em mãos, mas ele tinha feito questão de
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 49/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Claro que Xiumin não imaginava que Kris o procurasse mais vezes, mas para
conversar e não para comprar drogas. O coreano com cara de chinês também não imaginava
que seu envolvimento com Luhan se desenvolvesse da maneira que se desenvolvera e que
Kris e Luhan se tornariam amigos próximos, assim como o próprio Xiumin era de Luhan.
Minseok achava engraçado como sua vida fora cruzada com a de Luhan, de Kris e em
seguida com os outros membros da M. Kris lhe chamara para o seu grupo – até então era
apenas um grupo de amigos e não um grupo criminoso – e quando o loiro fugira da China,
Minseok o acompanhou, deixando para trás seus avós que tanto amava.
Kris tinha como objetivo principal de vida voltar para a China e Minseok realmente
acreditava que ele conseguiria alcançar seus objetivos. Tudo era uma questão de tempo até
que ele pudesse retornar para casa.
O traficante suspirou.
Xiumin sorriu ao reconhecer aquele cliente que já havia encontrado algumas vezes ao
longo dos meses daquele ano. O jovem estudante costumava comprar com um dos
subordinados de Xiumin que trabalhava em uma das maiores escolas de Seul, mas estava ali
agora, isso significava que algo estava acontecendo.
“Você está com uma cara horrível.” Xiumin brincou e seu cliente lhe olhou com ódio.
O estudante mandou o traficante calar a boca e Xiumin riu, começando uma conversa
com o mesmo. Como aquele estudante não era um cliente fixo seu e só o procurava quando
seu outro fornecedor estava sem nada no estoque, Xiumin não sabia o nome do mesmo. Mas
se lembrava do que ele sempre pedia: ecstasy.
O traficante sabia que essa droga era comum entre estudantes, pois aumenta o estado
de alerta, o interesse sexual e eleva a capacidade física e mental, retardando a sensação de
cansaço e fadiga. Mas ele ficava imaginando por que aquele jovem precisava tanto assim da
droga para vir até ele a procurando, de modo desesperado.
O estudante pediu uma tequila para o barman e quando Xiumin pensou em perguntar
para o jovem qual era o seu nome, viu que o mesmo levava dois comprimidos de ecstasy até a
boca. Xiumin alcançou o pulso do garoto, o impedindo de tomar a droga.
"Ei ei! Você vai tomar dois de uma vez? Com tequila? Você é retardado?” Ele
perguntou erguendo uma sobrancelha em descrença. Ele jamais se preocupava com seus
clientes, mas aquele cara ao seu lado estava pedindo para ter uma parada cardíaca.
A noite já estava acabando para o traficante, logo mais ele voltaria para o apartamento
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 50/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Já mandei não me chamar assim, Luhan.” Xiumin apertou as próprias têmporas,
irritado pelo apelido que o outro insistia em lhe chamar. Ser chamado de ‘pão’ em chinês
realmente desagradava o coreano.
“Baozi, onde você está?” Luhan ignorou seu pedido e fazia uma voz manhosa. Xiumin
suspirou, sabendo que o amigo queria alguma coisa.
“Estou no bar, mas já estou saindo. O que você quer?” Xiumin suspirou, saindo pela
porta do estabelecimento para poder ouvir melhor a voz de Luhan.
“Pelo jeito o dia foi péssimo, então” Xiumin riu, entrando em seu carro.
“Nem me fale. Hoje tive um cliente nojento, outro masoquista e o outro ligou
querendo me ver.”
“Esse outro que ligou é o adolescente que você está criando? Aquele que não larga do
seu pé?” Xiumin brincou, rindo da desgraça alheia, já que ele e os outros membros sabiam do
cliente de pouca idade do prostituto e gostavam de fazer piadas quanto a isso. “Você é um
pedófilo mal sucedido, Luhan! A criança é que fica atrás de você!”
“Cale a boca, Baozi!” Luhan falou em um quase gemido, cansado. “O Sehun já tem
dezoito anos e ele é apenas um cliente, certo? E se você tivesse que fazer o que eu faço
também iria querer se embebedar.”
“Sei.” Xiumin falou sarcástico, não acreditando em uma palavra sequer de Luhan
quando o assunto era esse tal de Sehun. “Vou comprar algumas cervejas, alguma comida de
fastfood e chego em casa daqui uma hora.”
Xiumin ligou o carro e suspirou cansado. Além de ter um dia estressante, teria que
servir de ombro amigo quando chegasse em casa.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 51/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Embora Chen tenha nascido na Coreia – com o nome de Jongdae –, ele fora morar
com a família de Lay na China quando tinha sete anos, depois que o negócio – não tão dentro
da Lei assim – de seu pai faliu. Através de Lay ele conhecera Kris e os outros e acabara por
voltar à sua terramãe depois de tantos anos.
No início Lay se mostrou ser alguém tímido e introvertido, mas com o passar do
tempo, Chen foi descobrindo novos lados do primo mais velho. Na adolescência, com os
hormônios à flor da pele, eles começaram a experimentar coisas quando ficavam acordados
até tarde no quarto de Lay. E embora cada um tenha a sua vida, seus problemas, seus amores e
desamores, eles ainda são próximos o bastante.
Chen até mesmo se culpava pelo outro ter se tornado alguém tão sarcástico e piadista
com o passar do tempo, já que quando criança era tão tímido e inocente.
“Que horas chega o voo?” Lay perguntou entediado, sentado dentro do carro, ao lado
de Chen.
“Já chegou.” O coreano falou olhando para o relógio. “Eu vou lá para dentro e você,
bom... Se misture com a multidão.”
Chen saiu de dentro do carro e quase se esqueceu do cartaz que havia trazido com o
nome do diplomata. Lay lhe alcançou o cartaz enrolado e saiu do carro também, o
acompanhando até a porta.
“Não esqueça de se curvar, sorrir e todas essas merdas. Diplomatas são um saco.” Lay
comentou colocando um quepe preto de motorista na cabeça de Chen.
“Sim, eu sei. Te vejo depois.” Chen falou tirando alguns fios de cabelo da frente dos
olhos e entrando no aeroporto. Lay se encostou na parede ao lado da porta e esperou.
Chen foi até a saída de passageiros de voos internacionais e esperou alguns minutos.
Tinha realmente muitas pessoas esperando naquela área ao seu lado e ele ergueu um pouco
mais o cartaz, com medo que o diplomata não o visse. O homem com certeza não estaria o
esperando, já que não deveria ter nenhum motorista ali para lhe pegar.
O cronograma era que o diplomata pegasse um táxi até o hotel onde passaria a noite,
mas Chen sabia que tinha apenas essa oportunidade no aeroporto para fazer seu trabalho.
A primeira pessoa que saiu pelas portas de vidro parecia não ser muito mais velho que
o próprio Chen e quando o mesmo parou à sua frente, com um sorriso, Chen não podia
acreditar que aquele homem era o diplomata.
“Quem é você?” O homem em sua frente perguntou e Chen voltou ao mundo real,
sacudindo um pouco a cabeça.
O sequestrador oficial da família M disse ao outro seu nome verdadeiro, Kim Jongdae,
e inventou uma história rápida para atrair o diplomata até o seu carro. Com muitos sorrisos,
Chen levou o japonês até o carro, passando por Lay no caminho.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 52/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Lay deixou seu queixo cair quando Chen passou com a vítima. Quando ele e Chen
haviam comentado que queriam que o diplomata fosse bonito, ele não achou que suas preces
fossem ser ouvidas. O diplomata era apenas um dedo mais baixo que Chen – sendo que este
era realmente baixo se comparado com Lay – e tinha um sorriso realmente bonito. Quando os
dois pararam em frente ao carro preto, Lay pensou por um momento se esse realmente era o
diplomata deles.
Quando Chen guardou a única mala do diplomata no portamalas ele viu sua mochila
cheia de rolos de fita tape e deu um suspiro e sorriu, lembrandose de sua missão.
“E por que eles decidiram isso de última hora?” O diplomata lhe perguntou quando
Chen mentiu que os motoristas foram mandados de última hora para buscar os participantes
da reunião.
“Seul está cada vez mais perigosa, senhor.” Chen falou sorrindo, fechando a porta do
carro.
“Quem é ele?” O homem perguntou um pouco assustado. Chen olhou para trás,
observando o rapaz, mas sem lhe responder. “Jongdae? O que está havendo?”
“Eu sou Lay, muito prazer.” Lay comentou, olhando para trás e sorrindo.
O chinês retirou a arma de dentro do cós da calça e com velocidade disparou duas
vezes contra o diplomata. Os dardos tranquilizantes perfuraram a camisa fina que o mesmo
usava, acertando seu abdômen. O diplomata tentou falar alguma frase, mas o tranquilizante já
circulava em seu sangue e fazia efeito, fazendo as palavras se embaralharem em sua língua
dormente.
O diplomata cada vez parecia mais tonto e cansado, caindo de lado no banco logo em
seguida.
“Bemvindo à Coreia do Sul, senhor.” Lay falou sorrindo para o homem desacordado,
enquanto Chen ria e ligava o carro.
Missão cumprida.
CONTINUA
Notas finais
E finalmente a M mostrou as caras. O que acharam? O que será que vem pela frente?
Um pouco mais do passado de Kris, um pouco mais da relação entre os primos Jongdae e
Yixing, pudemos ver também um pouco da relação entre TaoRis e percebemos que as duas
organizações estão mais ligadas do que poderiam um dia imaginar!
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 53/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O líder da K foi sequestrado, o que o resto da família fará quando descobrir? Quanto tempo
demorarão para dar por falta do querido líder? Essas, e outras questões, serão resolvidas nos
próximos capítulos e
Obrigada aos que nos acompanham em mais uma aventura. Obrigada àqueles novos no
pedaço, sejam bem vindos!
Nos vemos em sete dias cuidado com a Samara e nnn
Dúvidas, sugestões, dinheiro, xingamentos, amor, gatinhos para a adoção, maridos ricos,
fiquem à vontade::::: http://ask.fm/GullsOnFire
5. Ledo Engano
Notas do Autor
E chegamos a mais uma sextafeira.
Ainda é estranho estarmos postando essa fanfic, por conta de toda sua loonga trajetória e
tretas e desafios e jacarés e pôneis que nos trouxeram até aqui.
Boa leitura!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO QUATRO – LEDO ENGANO
Quartafeira, 03 horas
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 54/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Suho não havia chegado até o hotel, o que deixou Chanyeol preocupado.
“Ele é o nosso líder, ele sabe se cuidar... Ele deve estar bem.” Baekhyun falou olhando
preocupado para o parceiro. “Vamos para casa e amanhã continuamos procurando, certo?”
Kyungsoo e Jongin não tiveram sorte ao procurar por Sehun, já que não sabiam que
lugares o mais novo poderia ir em uma madrugada que deveria estar em casa ajudando o
grupo. Kai decidiu dar uma passada na frente do colégio de Sehun e na loja de doces e bubble
tea que ele já ouvira o mais novo falar algumas vezes. Mas estava tudo fechado, devido ao
horário, e eles ficaram sem opções de onde procurar o mais novo do grupo.
“Ele está bem, Kyungsoo... Provavelmente está perdido em algum lugar com alguém.”
Kyungsoo fez uma cara irritada e deu um tapa leve no braço do outro.
“Não brinque com isso, Jongin. De manhã vamos continuar procurando por ele.” O
mais alto assentiu com a cabeça enquanto continuava dirigindo.
Jongin havia levado o corpo da criança para longe de onde eles moravam e o
queimado em um terreno baldio, usando bastante gasolina para acabar com qualquer vestígio
que poderia remanescer. Havia um forno antigo no restaurante do primeiro andar do prédio
usado como moradia da organização, que eles usavam para queimar provas ou entulhos,
porém Jongin achou arriscado demais queimar um corpo lá dentro. Ainda mais que isso faria
os outros fazerem perguntas.
Perguntas que ele não saberia responder sem acabar incriminando Kyungsoo de algo
que ele não fez.
Kyungsoo pareceu ponderar por algum tempo sobre o que deveria responder ao mais
alto.
“Sim, estou melhor. Não vai se repetir, eu prometo.” O menor falou se encolhendo no
banco.
“Por favor, não prometa o que você não pode cumprir, Kyungsoo.” O moreno
murmurou. “Você sabe que não é você quem faz aquelas... Aquele tipo de coisa com as
pessoas.” Jongin falou olhando para o menor de relance.
“Eu sei, eu sei.” O mais velho murmurou, com o olhar triste e distante.
D.O sempre acabava sendo o assunto em suas conversas com Jongin, fazendo com
que eles acabassem discutindo, atrapalhando o relacionamento que tinham.
✘✘✘
Quartafeira, 09 horas
Chen estava terminando de vestir seu terno, enquanto Lay permanecia sentado na
cama, cutucando a bochecha do homem desacordado.
“Ele não parece japonês. Ele não é um diplomata do Japão?” Lay comentou olhando
para Chen, que enfiava os pés nos sapatos desconfortáveis que teria que usar para sua futura
reunião.
“Talvez a mãe dele não seja japonesa, sei lá...” Chen comentou caminhando até a
cama e olhando para o homem, seus olhos estavam cobertos por uma venda preta e suas mãos
estavam atadas em frente ao corpo com fita tape. “O que será que o Kris fará com ele?”
“Interrogálo, tirar tudo o que puder de informações e depois pedir ao Tao que o
elimine... Normal, como sempre faz.” Lay respondeu passando a ponta de seu dedo pelos
lábios finos do prisioneiro desacordado.
Lay olhou para Chen e o mesmo deu um sorriso de canto antes de pegar sua mão e
apertála.
“Kris bem que poderia deixar nós nos divertirmos com o diplomata antes de matálo,
não é?” Brincou, não perdendo a piada.
Lay deu uma risada, se levantando e ajeitando a gravata do mais baixo. O plano que o
líder Yifan havia lhes mandado executar era muito simples: após raptarem o diplomata, Chen
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 56/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Você é sempre muito sensível, não é, Jongdae?” Yixing comentou irônico, voltando
a se sentar na cama.
“Você sabe que sensibilidade não é meu forte.” Jongdae comentou pegando a pequena
maleta preta – cheia de explosivos C4. “Nunca foi.”
“Cuidado para não se explodir junto.” O maior dos dois falou ainda sentado na cama e
Jongdae deu uma risada.
Chen suspirou fundo e caminhou em direção à saída do quarto. Seu cabelo estava
impecavelmente bem penteado, com a franja caindolhe muito bem sobre parte da testa. A
identidade falsa já estava em seu bolso e ele agora se chamava Shoji Nishijima, um diplomata
japonês extremamente jovem e talentoso que iria participar de uma reunião para definir o
futuro das duas Coreias.
Claro que ele iria explodir tudo, mas isso não era necessário ser comentado.
“Ah, Lay...” O mais baixo comentou ao colocar os óculos escuros sobre os olhos, já
com seu corpo metade para fora do quarto. “Se você se divertir com o diplomata sem mim, eu
te mato.” Brincou novamente, sorrindo.
A porta se fechou com força e o chinês deu uma risada gostosa que ecoou pelo
cômodo.
✘✘✘
Sehun não estava na escola, onde ele deveria estar, não estava na sua confeitaria
favorita e não estava em nenhum bar que Jongin já o ouvira comentar. Os dois rapazes
estavam ficando sem alternativas de onde procurar pelo mais novo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 57/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ei, Jongin...” Kyungsoo murmurou olhando para fora da janela do carona. “Não é o
Sehun ali deitado naquele banco?”
O moreno pisou no freio de leve e estacionou em uma vaga que havia em frente ao
pequeno parque do cento de Seul. Haviam bancos brancos bem conservados espalhados por
todos os lugares, a grama estava bonita e bem aparada e os ramos das árvores se mexiam
lentamente de acordo com o vento fraco. Sehun estava deitado em um dos bancos com a boca
aberta e baba lhe escorrendo por entre os lábios.
“Seu idiota!” Kai falou chutando a perna do mais novo, o fazendo dar um pulo no
banco, acordando assustado.
Levou alguns segundos para Sehun recobrar totalmente a consciência. Ele sentou com
dificuldade no banco e escondeu o rosto entre as mãos, gemendo de dor. Sua cabeça estava
latejando.
“Onde você se meteu durante a noite toda, seu idiota? Por que não apareceu na
reunião?” Jongin gritou cutucando a cabeça do mais novo, o fazendo gemer de dor.
“Você está bem?” Kyungsoo perguntou segurando seu rosto e o olhando preocupado,
fazendo Jongin revirar os olhos.
“Você tem alguma noção de como deixou todo mundo preocupado, seu irresponsável?
O que você fez a noite toda?” Sehun gemeu quando Kai lhe deu um tapa no topo da cabeça
enquanto gritava.
Sehun ficou calado tentando se lembrar de onde passara a noite. Ele se lembrou de que
havia conversado com Luhan e ficado com raiva do mesmo por não receber atenção, depois
ele foi ao bar comprar mais ecstasy, pois seu estoque tinha acabado e depois...
Depois...
Sehun abriu sua boca em espantado quando lembrou. Ele havia ido a um clube – ou
boate, como preferir – para extravasar um pouco de sua frustração. Ele pensou em ficar lá
apenas por uma hora e em seguida comparecer à reunião, mas Sehun se lembrava vagamente
de ter visto um rapaz muito parecido com Luhan, embora os olhos não fossem tão bonitos ou
os lábios tão macios.
O cabelo tingido de loiro e a voz macia na verdade eram as únicas características que
lembravam Luhan, mas Sehun – bêbado e alterado pela droga – não pareceu se importar com
isso quando envolveu o outro em um beijo urgente no meio da multidão que dançava.
A parte mais triste para o adolescente é que mesmo que Luhan descobrisse o que
Sehun fez, não esboçaria reação. Porque Sehun não era nada mais que um cliente.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 58/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu não lembro.” Sehun mentiu e os dois à sua frente suspiraram decepcionados.
“Pois saiba que estamos com um problema.” Kai falou irritado e Sehun o olhou
confuso. “O líder sumiu.”
“Suho? Sumiu? Como assim, ele fugiu?” Sehun perguntou, ainda processando a
informação, se levantando com dificuldade do banco.
“Não, claro que não.” Kyungsoo falou olhando para Kai, querendo receber uma
confirmação de volta.
“Estamos achando que ele pode ter sido pego pela polícia ou sequestrado por algum
grupo rival. O Chanyeol e o Baekhyun estão procurando por ele nesse momento.”
Kai terminou de explicar o ocorrido e Sehun ficou alguns segundos quieto enquanto
todos se dirigiam ao carro do moreno. Quando o garoto finalmente se deu conta de que ele
poderia estar atrasado para o seu encontro com Luhan, ele se desesperou.
“Que horas são?” O mais novo perguntou em pânico quando se sentou no banco
traseiro do carro.
“Quase onze e meia, por quê?” Kai falou ligando o carro e Sehun suspirou aliviado,
respondendo uma desculpa para o rapaz de pele mais morena.
Seu encontro com Luhan começaria apenas às quatro horas da tarde... Se bem que
encontro não seria a palavra adequada para o que eles teriam.
✘✘✘
Quartafeira, meiodia
Chanyeol estava naquele prédio onde aconteceria a reunião entre os líderes das duas
Coreias, diplomatas e grandes empresários. O piromaníaco implorava para que a recepcionista
do edifício lhe deixasse passar, mas a mesma já havia negado tantas vezes que acabara por
chamar os seguranças quando a situação saiu de controle.
Baekhyun estava do lado de fora, do outro lado da rua, esperando seu parceiro. O
rapaz podia ouvir os gritos de onde estava, mas sabia que se fosse até lá só deixaria Chanyeol
mais furioso. Baekhyun entendia o desespero do outro em encontrar o líder, mas não podia
evitar um bico pequeno nos lábios, de ciúmes.
Será que Chanyeol ficaria tão desesperado assim se ele desaparecesse? Baekhyun
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 59/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
duvidava.
O mais alto dos dois saiu pela porta da Embaixada Coreana com raiva, quase
esbarrando em um homem engravatado e com cara de chinês, usando um terno bem alinhado
e a franja arrumada com gel sobre metade da testa. Ele foi até o outro lado da rua e recebeu
uma sobrancelha erguida em troca de seu suspiro pesado.
“Vamos esperar, talvez ele apareça.” Baekhyun murmurou olhando para o mais alto.
“Por que ele não atende o telefone?” Chanyeol perguntou mesmo sabendo que o outro
não tinha uma resposta para sua questão.
“Vamos esperar.” Baekhyun repetiu, pegando o maior pela mão e o levando até o
carro que haviam usado para chegar até ali.
Os dois sentaram nos bancos da parte dianteira do carro e esperaram. Chanyeol pegou
um maço de cigarros esquecido no portaluvas do veículo e acendeu um destes com um
isqueiro achado dentro do bolso da calça; seus dedos trêmulos fazendo o pequeno fogo surgir
e queimar o tabaco, enquanto sua mente preocupada o deixava irriquieto. O cigarro o
acalmava em momentos de tensão, onde o fogo alto, ardente e perigoso não poderia ajudálo.
O rapaz inspirou fundo a fumaça, deixandoa passar por seus pulmões antes de soltala
pela boca em direção à rua, pelo vidro aberto ao seu lado.
✘✘✘
Já dentro do prédio, Chen estava com muito desconforto e calor, já que ele realmente
detestava usar ternos. Além disso, antes de entrar no edifício um maluco alto quase esbarrou
em si e Chen chegou a suar frio pensando no que teria acontecido se sua maleta contendo C4
fosse ao chão. Explosivos são objetos muito sensíveis.
A secretária olhou sua identificação e sorriu ao indicar que a reunião seria na sala
trezentos e um, no terceiro andar. Chen deu um sorriso e agradeceu em um inglês defeituoso,
fingindo que não sabia falar coreano. Afinal, no momento, ele era um diplomata japonês.
O elevador tocava uma música irritante e o rapaz achou que morreria ali dentro,
tamanho o desconforto que sentia dentro daquele terno. Assim que chegasse em casa, pediria
para Lay lhe fazer um pouco de massagem em suas costas e pés.
Mesmo que isso só fosse causar uma disputa de piadas sarcásticas, no fim das contas.
“Senhor Nishijima?” Um homem de idade perguntou quando Chen abriu a porta com
um sorriso.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 60/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Havia muitos líderes criminosos ali entre os homens que trabalhavam no governo e
todos, absolutamente todos, eram inimigos da M. Eles não conheciam o rosto de Chen e nem
desconfiavam que ele estava ali com o único propósito de assassinar a todos à mando de Kris.
O líder da M já estava farto de algumas das pessoas ali sentadas, conversando sobre
banalidades e formalidades. Kris fora bastante conciso quando lhe dera as ordens, lhe falando
que desestruturar tanto o governo quanto às outras facções só seria possível se o sequestrador
conseguisse alcançar seus objetivos.
O falso diplomata deu um sorrisinho antes de levantarse de sua cadeira e avisar que
iria ao toalete e já voltava, passando pelo segurança parado na porta e acenando com a cabeça
de leve.
Nenhum dos homens importantes na sala se opôs quando o rapaz saiu e fechou a porta
de leve. Chen caminhou rapidamente até o elevador e apertou o botão que o levaria até à
recepção. Novamente, ele pensou na dor que sentia nos pés e desejou estar usando um sapato
de um número maior.
Quando as portas da máquina se abriram, Chen caminhou pelo hall até alcançar a
porta de entrada. Quando passou pela recepcionista a avisou que esquecera um documento
importante no carro e logo voltaria, ela sorriu e o ‘diplomata’ saiu do prédio.
Ele ligou o automóvel e o preparou para arrancar. Chen deu um último sorriso antes
de apertar o único botão do aparelho em sua mão.
E então o edifício onde ele esteve até alguns minutos atrás explodiu.
✘✘✘
tragava naquele dia voando para algum canto do veículo. Logo após o choque inicial, um
silêncio tomou conta da rua por alguns milésimos de segundos... Tempo este que serviu para
que todos compreendessem o que havia acontecido antes que o primeiro grito estridente
ressoasse no ar.
Fora então que começara a gritaria geral e os pedidos de ajuda por todos os lados;
fazendo o maior tirar as mãos de cima de sua cabeça, olhando para fora.
“Foi o Suho?” O menor falou, quase gritando para fazer sua voz se sobressair entre
tantos gritos, olhando assustado para o outro.
“Não, ele não mexe com explosivos. Ele iria atirar em todo mundo depois que eu
colocasse o gás com sonífero no sistema de dutos de ar.” Chanyeol respondeu, se
aproximando de Baekhyun e o envolvendo com um braço, aconchegando o corpo pequeno
perto do seu, o protegendo da fumaça e poeira.
“Então quem foi? Onde está o Suho?” Baekhyun gemeu, pegando na mão do maior.
“Vamos embora. Você dirige.” Chanyeol falou, se dirigindo até a entrada do carona.
Baekhyun não entendeu o porquê do outro não querer dirigir, mas não contestou. O
menor ligou o carro e eles se foram, deixando o caos para trás.
“Rezar para aquele bosta atender o telefone. Ele não poderia estar no prédio, ele não
pode estar morto.” Chanyeol falou nervoso e suas mãos tremiam. Ele estava com o celular no
ouvido, esperando o líder atender.
✘✘✘
Quartafeira, 13 horas
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 62/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O chinês estava sentado ao lado do refém enquanto lia um livro sobre fraudes em
jogos quando ouviu um barulho que parecia ser a vibração de um telefone celular. Ao se
aproximar da cama ele passou suas mãos de leve pelo corpo do homem deitado e sentiu o seu
peito vibrar e, como Lay esperava, um celular estava chamando no bolso interno do paletó que
o diplomata vestia.
“Suho? Seu filho da puta, é você?” Lay ouviu uma voz grave e exasperada do outro
lado da linha falando sem parar. “Onde você está? Está tudo bem? O prédio que o diplomata
teria aquela reunião explodiu! Explodiu, cara! Sério, achamos que você tinha sido sequestrado
ou morto, seu filho da puta! Por que não atendeu antes?”
Lay ficou calado durante algum tempo, tentando processar o que acabara de ouvir. Ele
olhou para o homem deitado e um pensamento muito, muito ruim passou pela sua cabeça.
“Chefe? Líder? Sério, cadê você? Não descobriram que você é um diplomata falso e
você teve que se esconder, não é? Eles acharam o corpo do verdadeiro? Chefe? Fala alguma
coisa, pelo amor de Deus!” O homem começara a gritar e Lay desligou o aparelho assustado.
Ele havia entendido certo? Não, claro que não... Aquele homem que ligara
provavelmente havia discado o número errado e falado aquelas coincidências sobre um prédio
explodindo, sobre um diplomata morto e um diplomata falso por... Pura coincidência não?
Ah, céus...
“Ei!” Lay gritou, dando tapas fortes no rosto do homem desacordado. “Acorda!”
O chinês tirou a venda que cobria o rosto do suposto diplomata e o viu abrir os olhos,
confuso. O homem piscou algumas vezes e abriu a boca como se fosse falar, mas não saiu
som algum.
“Qual é o seu nome?” Lay perguntou, mais calmo, vendo o homem olhar para os
lados, ainda meio grogue por causa do sedativo.
“Ei!” Lay repetiu, apertando as maçãs do rosto do homem com a palma das mãos.
“Está tudo bem, qual é o seu nome?”
“... Suho?” O homem murmurou incerto, tentando identificar onde estava. “O que está
acontecendo?”
“Suho? Seu nome é Suho?” Lay perguntou aumentando a pressão que suas mãos
faziam contra as bochechas do outro.
“Então onde está Shoji Nishijima?” A pergunta direta de Lay não foi respondida e o
homem ficou o olhando por alguns segundos.
“Nãão!” Suho gemeu tentando se mexer e se afastar de Lay, mas seus braços e pernas
estavam atados com fita tape, o impedindo de se mexer. “Eeu sou Shoji. O ddiplomata.”
“Não, você não é.” Lay falou estreitando seus olhos e se levantando da cama. “Agora
me diga quem você é e o que fez com o verdadeiro diplomata, do contrário você vai ter uma
morte lenta e dolorosa.”
Suho engoliu em seco, sua cabeça doía e ele não conseguia pensar direito. Seu corpo
ainda estava mole e sua língua formigava, tornando a fala difícil. “Você vai me matar de
qualquer maneira.”
“Apenas fale.” Lay murmurou pegando Suho pela gola da camisa social, o puxando
até que ficasse sentado. “E eu posso garantir que pelo menos lenta a sua morte não será.”
O líder da família K engoliu em seco novamente e piscou seus olhos, incerto sobre
qual decisão deveria tomar.
✘✘✘
Quartafeira, 16 horas
Seus pais jamais saberiam disso porque era uma das primeiras vezes que o jovem não
ia à escola aquele ano e o instituto de ensino não ligaria para eles para avisar da falta do filho.
Era o que ele esperava, pelo menos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 64/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Outro motivo que fazia o jovem continuar com essa farsa estudantil, conversando
apenas por obrigação com seus colegas ou fingindo interesse no que os professores diziam,
era um rapaz seis anos mais velho que o próprio Sehun.
“Achei que você se atrasaria.” A voz suave murmurou, saindo da boca pequena,
agraciada com lábios cheios e rosados.
“Eu nunca me atraso.” Sehun falou sincero, estendendo o copo de plástico com bubble
tea de sabor chocolate, já que o que Luhan mais gostava estava em falta. “Desculpe, tive que
trazer um de chocolate.”
“Tudo bem.” O loiro falou com um pequeno sorriso, se aproximando do mais alto e
pegando o copo de suas mãos, para em seguida sugar o líquido pelo longo canudo.
Sehun sentiu uma pontada de culpa por estar ali, naquele pequeno quarto de motel,
quando deveria estar junto dos outros membros da organização K atrás do paradeiro de seu
líder, Suho. O jovem fez uma nota mental para si, de que no dia seguinte começaria a pensar
em uma maneira de encontrar o líder e de proteger os seus companheiros.
Ele também se sentia culpado por ter feito sexo com um desconhecido quando sua
mente lhe pregara uma peça lhe falando que aquele rapaz era parecido com Luhan o bastante
para que Sehun fingisse que era o corpo que tanto amava abaixo de si naquela cama, no quarto
privado da boate que ele nem ao menos devia ter entrado.
Não que Luhan fosse se importar caso descobrisse sobre isso, era o que Sehun
pensava consigo.
“Desligue seu celular.” Luhan falou firme e Sehun o obedeceu, pegando o aparelho e
desligandoo, para em seguida o colocar em cima de um balcão que havia no pequeno quarto.
Luhan vestia apenas um robe de cor vinho e a pele alva de seu tórax se revelava pela
leve abertura entre o tecido. Sehun sentia seu coração pulsar enquanto o menor brincava com
o canudinho do bubble tea em sua boca, o rodando com a língua, sem beber o líquido.
O coração de Sehun também batia rápido porque ele havia tomado um comprimido de
seu pequeno vício. Fazia menos de duas horas que ele havia ingerido uma balinha de ecstasy
junto com um pouco de café para se acordar após um banho e sua visão estava um pouco
embaçada.
Mas mesmo assim, com a visão turva, ele conseguia ver a beleza de Luhan.
“Não comece com isso, por favor.” Luhan se mantinha na defensiva, usando um tom
de voz mais firme do que estava acostumado. Ele caminhou até onde Sehun estava e
depositou o copo ainda quase cheio com o bubble tea em um móvel próximo e encarou os
olhos do mais alto. “Por que você está parado com essa cara de cachorro sem dono? Nós não
temos muitas horas, você sabe.”
Sehun engoliu em seco. Ele odiava quando Luhan fazia questão de lembrar que aquilo
que mantinham eram programas e nada mais. Sehun odiava pensar que outras pessoas
tocavam no corpo do menor, que o marcavam ou que o possuíam até que lágrimas
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 65/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Sehun tinha medo de que Luhan algum dia quisesse forçalo a parar de vêlo. O menor
era como um vício para o estudante e pensar em nunca mais o ver o machucava.
“Eu estou com alguns problemas na família.” Sehun falou de repente, não se referindo
aos seus genitores, mas sim à organização criminosa a qual considerava mais família do que
seus pais.
“O que você quer que eu faça?” Luhan falou sério, encarando os olhos tristes do mais
alto. Embora sua vontade fosse de afundar Sehun em seus braços e embalálo, lhe
perguntando o que estava acontecendo, ele sabia que não poderia.
“Você poderia me abraçar.” Sehun falou, abrindo um pequeno sorriso. “Ou isso
também você não pode fazer?”
Luhan abriu um meio sorriso, enquanto desatava o nó que prendia o robe ao seu
corpo. A cor rubra se contrastava com sua pele clara enquanto o tecido escorregava
vagarosamente para baixo, revelando seu corpo magro.
“Vou te dar algo muito melhor que um abraço.” Luhan murmurou, malicioso,
deslizando seus dedos pelo seu próprio tronco.
O mais novo sempre ficava admirado quando observava Luhan nu. O mais velho era
mais baixo e magro e tinha feições delicadas, sim, mas continuava sendo um homem. O corpo
masculino era perfeito na visão de Sehun.
“Eu tenho um presente para você.” Sehun falou, malicioso, se referindo à sua
vingança saudável e prazerosa – bom, pelo menos para ele seria um prazer.
Um sorriso pequeno estava estampado no rosto do menor enquanto ele ficava parado
ao lado da cama, não tendo vergonha alguma de sua nudez.
Sehun tirou sua camiseta sem pressa antes de obedecer ao menor e caminhar até
próximo da cama.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 66/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
“Estou falando, pegaram ele. Não sei como descobriram quem ele era e o pegaram,
mas depois que alguém atendeu o telefone e eu falei com a pessoa, depois que eu dei todas as
informações que qualquer inimigo gostaria de ter, eu percebi que não era o Suho na linha.”
Chanyeol falou com a voz amargurada, irritado consigo mesmo. “E onde está o merda do
Sehun?”
Kai e Kyungsoo se olharam, pensando em como contar que o mais novo simplesmente
havia dito que precisava sair e, sem dar ouvidos aos gritos de Kai, falando sobre a
responsabilidade que tinha com o grupo, bateu a porta ao sair do carro e sumir pelas ruas de
Seul.
“Ele disse que tinha algo a fazer.” Kyungsoo falou em um tom baixo, muito diferente
do tom alto usado por Chanyeol. “Saiu sem dar muitas explicações, mas deve voltar em breve,
acho.”
“Você acha!?” Chanyeol gritou e Kyungsoo se encolheu em seu lugar, mas Kai se
levantou da cadeira e interveio.
“Abaixe o seu tom quando falar com o Kyungsoo.” O moreno falou sério, encarando o
mais alto dos quatro homens presentes na cozinha.
“Certo, desculpe ter gritado com você, Kyungsoo...” O mais alto falou em um tom
baixo e arrastado e Baekhyun achou melhor tomar as rédeas da situação.
“Já tentaram ligar para o Sehun?” Baekhyun perguntou e Kai assentiu com a cabeça.
“Antes ele só não atendia, mas agora está com o aparelho desligado.” Kyungsoo falou
e Chanyeol soltou o ar pela boca, frustrado.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 67/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Não tem nada que possamos fazer agora. Quando o Sehun chegar vamos pensar em
uma maneira de tentar localizar o Suho pelo celular, algo assim. Não podemos nos exaltar.”
Baekhyun falava calmo, olhando durante alguns segundos para cada um, pousando seu olhar
em Chanyeol, por último. “Principalmente você, se acalme.”
“Se o Suho morrer o que faremos?” Kai perguntou preocupado e todos o olharam,
assustados, ficando em silêncio. Ninguém se atreveu a dizer nada durante longos segundos.
Kyungsoo respirou pela boca e falou em um quase sussurro, incerto de suas próprias
palavras. “Ele não vai morrer.”
✘✘✘
“Você vai morrer.” Lay falou com uma expressão assustada no rosto, depois que Suho
lhe confirmou não ser seu diplomata, confessando que havia assassinado o homem japonês.
Yixing tirou a bateria do celular de Suho e a jogou em algum canto do quarto, impedindo o
mesmo de tentar se comunicar com seus parceiros.
Lay havia deixado o prisioneiro sozinho por algumas horas depois da descoberta para
pensar no que deveria fazer, enquanto esperava Chen chegar.
O chinês estava de volta ao quarto do prisioneiro, pois havia voltado para alimentar o
homem preso entre fitas. Ele não evitava rir da desgraça de Suho, pensando no que Kris faria
quando soubesse que o homem raptado na verdade era um impostor, que havia matado o
diplomata verdadeiro e—
“Fique quietinho que eu tenho que descobrir como sair dessa.” Lay falou batendo de
leve nos cabelos do prisioneiro,
“O que foi?” A voz soava entediada do outro lado da linha. “Eu sei que estou
demorando para voltar, já estou no caminho, dirigindo. É que aproveitei e passei em algumas
lojas para comprar algumas coisas para a casa, que você tinha pedido a um tempo atrás e—”
“O que aconteceu?” Lay ficou em silêncio, tentando pensar em como contar. “Fala
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 68/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Estamos fodidos.” O chinês falou, nervoso, com a voz alguns décimos acima do
normal. “O Kris vai nos matar.”
Lay olhou para o prisioneiro na cama, que o encarava de volta com os olhos
arregalados.
“É, você tem razão.” Chen murmurou de volta no celular, engolindo em seco.
“Estamos fodidos.”
CONTINUA
Notas finais
Bom, missão cumprida não significa missão bem sucedida não é? rç
O pequeno líder da K foi sequestrado, Chanyeol acendeu sua chaminé, Baekhyun em crise de
ciúmes, Sehun pior que coelho da Alice com medo de se atrasar, Chen e Lay com suas vidas
por um fio... O que será que o futuro nos aguarda porque o futuro ele é incerto e
Dúvidas, sugestões, uma lambidinha de amor, um tapinha pra aquecer este inverno:
http://ask.fm/GullsOnFire
6. Efeito Dominó
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 69/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Notas do Autor
Ora, ora, ora, se não chegou mais uma sextafeira!
Isso tá passando rápido demais, já estamos no capítulo cinco meudeus.
A essa altura já temos algumas coisas acontecendo com diversos membros das duas
organizações.
Sehun negligenciando a procura por seu líder pra ir catar o chinês no motel;
Chanyeol entregou o ouro pro bandido, revelando informações demais sobre Suho;
Então temos nossa dupla, Chen e Lay, que sequestraram o cara errado.
O que será que se responderá com este capítulo? O que ainda ficará no ar?
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO CINCO – EFEITO DOMINÓ
“Você não vai falar nada sobre os machucados?” Luhan perguntou com um tom
irônico, enquanto sustentava um pequeno sorriso no rosto.
Sehun levou seus dedos até a pele marcada do menor e deslizou os mesmos sobre a
tez, sentindo as ondulações dos machucados sob seus dígitos. Luhan observava a ação do mais
alto com cuidado, mantendo um sorrisinho no rosto.
“Se eu falar qualquer coisa sobre isso, você ficará bravo.” Sehun murmurou baixo,
tentando esconder a ânsia que sentia de assassinar seja lá quem tenha feito isso com o menor.
“Não vou ficar bravo.” Luhan falou, dando um passo para frente, colando seu corpo
ao de Sehun. “Você só deveria parar de se preocupar comigo, eu não sou feito de porcelana.”
“Eu sei que não é.” Sehun levou seus dedos até a face do menor e acariciou suas
bochechas levemente coradas. “Você deveria deixar eu tirar você dessa vida, Luhan. Você não
merece isso.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 70/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Tente me explicar.” Sehun sussurrou, deslizando seus lábios pela tez macia do rosto
do mais velho.
“No momento vamos nos preocupar com coisas mais importantes, sim?” Luhan falou
em um tom arrastado, carregado de malícia, tentando desviar a atenção de Sehun para suas
mãos, que percorriam o tronco do mesmo, arranhando de leve o tecido da camisa fina que
usava.
Não demorou muito antes que as mãos impacientes do menor deslizassem por baixo
da camisa de Sehun, arranhando de leve sua pele enquanto selava beijos demorados em seu
pescoço. A camisa do mais alto fora arrancada de si sem cerimônias antes que o mesmo
segurasse Luhan pelos pulsos e começasse a caminhar para frente, obrigando Luhan a dar
passadas confusas para trás, até que suas costas encontrassem a parede fria.
Luhan gemeu baixo quando sentiu o gelado do concreto se chocar contra a quentura
de sua pele, enquanto Sehun deslizava suas mãos pelo seu corpo e beijava seu pescoço, o
marcando de leve entre chupões delicados.
“Lembrese que eu não beijo na boca.” Luhan murmurou antes de lamber seus
próprios lábios, sentindo Sehun deslizar os dedos e apertar seu membro sem força.
“Você diz isso toda vez.” Sehun sussurrou em um tom sério, próximo ao ouvido do
menor, antes de abrir um pequeno sorriso malicioso. “Mas toda vez, é você quem me beija.”
Luhan arfou e soltou o ar pelo nariz, em um quase riso. “Isso não vai acontecer hoje.”
“Veremos.” O mais novo murmurou, antes de morder sem força e sugar o lóbulo da
orelha do mais velho, o ouvindo gemer baixinho enquanto era estimulado em dois pontos
sensíveis.
Sehun sorriu quando viu que Luhan desafivelava o cinto de sua calça e deslizava os
dedos, sem cuidado algum, para dentro de sua roupa íntima, massageando seu membro.
O mais novo até poderia estar dizendo ao garoto de programa para que ele se
acalmasse, mas a verdade era que Sehun já estava pulsando por Luhan há vários minutos, seu
íntimo implorando para possuílo. E toda essa excitação, Sehun tinha certeza de que não vinha
só pelo ecstasy consumido.
A verdade era que Luhan apenas com seu sorriso já deixava todo o corpo de Sehun
fora de controle.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 71/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O mais novo retirou suas calças e sorriu para o menor quando viu que este já se
encontrava excitado. Luhan não tentava esconder sua ereção ainda inicial e se insinuava para
Sehun lambendo seus próprios lábios de modo malicioso.
O maior soltou um suspiro com a cena e não precisou falar nada antes que Luhan se
aproximasse e o tomasse em seus braços, enquanto mordia sem força seu pescoço e o
conduzia para a cama. Os dois caíram sem cuidado sobre o colchão e Luhan se deitou por
cima de Sehun, colando seu quadril ao do mais novo e roçando sua ereção contra a intimidade
coberta do mesmo.
Sehun arfava baixo sob Luhan, já que o mesmo fazia movimentos circulares com o
quadril sobre si, o deixando mais excitado do que ele já estava.
Luhan sempre avisava Sehun que não beijava os clientes durante os programas e, de
fato, ele não estava mentindo exatamente... Sehun era a única pessoa que podia sentir a língua
quente do garoto de programa invadindo sua boca.
“Achei que você tinha dito que não beij—” Sehun murmurou com um sorriso, mas foi
calado pelos lábios cheios e já avermelhados do mais velho. A língua de Luhan o invadiu e o
cliente se viu extasiado.
Não demorou muito tempo até que Luhan se livrasse das roupas íntimas de Sehun e o
olhasse com um sorriso malicioso, o massageando.
“Espera!” Sehun murmurou quando Luhan ia lhe beijar novamente. “Meu presente.”
Luhan ergueu uma sobrancelha e Sehun deu uma risada interna, embora em seu rosto
só esboçasse um sorriso.
“Você só pode estar brincando.” Luhan murmurou, sem expressão, pegando entre os
dedos o preservativo de sabor morango.
“Uma pequena vingança porque você não me atendeu ontem.” Sehun falou com seus
olhos inexpressivos, embora os cantos de seus lábios estivessem levemente curvados para
cima. “Vamos lá, Luhan, eu estou pagando. Você me lembra disso a todo o momento, então
faça o dinheiro que eu estou gastando com você valer a pena.”
Dizer aquilo doía em Sehun, mas ele queria fazer Luhan entender como ele se sentia:
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 72/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
usado. Sim, Sehun se sentia usado por Luhan, porque aquele vício que ele sentia pelo
prostituto o consumia e o mesmo lhe tratava com uma indiferença maldosa, que o feria. Sehun
tinha a certeza, bem no seu íntimo, de que o garoto de programa também tinha pelo menos
algum tipo de sentimento por si, embora o mesmo negasse isso com veemência.
Luhan entreabriu seus lábios, pensando em alguma forma de xingar o mais novo, mas
percebeu que era isso que Sehun queria e decidiu apenas sorrir. O cliente estava certo.
“Pare com isso.” Sehun falou com um sorriso, enquanto se sentava na beirada da
cama. “Não precisa ficar bravo.”
“Não estou bravo.” Luhan falou com uma irritação evidente na voz trêmula. “Abra
mais as pernas.”
“Morango não é tão ruim.” Sehun murmurou com um sorriso, levando seus dedos até
os cabelos loiros de Luhan, fazendo um carinho.
“Só não te mordo porque você é cliente, mas se continuar me provocando eu juro que
faço você gritar, Sehun.” O mais velho murmurou antes de sorrir.
Sehun apenas ergueu as duas sobrancelhas e deu de ombros, antes que Luhan
entreabrisse os lábios e colocasse sua língua rósea para fora, alcançando o membro do maior.
Um arrepio cruzou a coluna do cliente quando o garoto de programa levou os dedos até o seu
membro e começou a massageálo enquanto, ao mesmo tempo, sugava sua extremidade.
Luhan já havia feito sexo oral mais vezes do que poderia sequer lembrar. Ele já havia
usado sua língua em pessoas que preferia esquecer e já havia visto expressões e ouvido
gemidos de todos os tipos possíveis. Mas algo incomodava Luhan. Incomodava o chinês o
fato de Sehun ser diferente de todos os clientes que já teve na vida.
Sehun suspirava baixo enquanto Luhan o estimulava. Um sorriso era contido em seus
lábios por seus dentes ou sua língua, que o impediam de sorrir com clareza. Seus olhos
sempre encaravam os de Luhan com desejo enquanto seus dedos afundavam entre os fios do
menor, ditando – mesmo sem perceber – o ritmo em que seu falo entrava e saía da boca do
mesmo.
Sehun era diferente dos outros clientes de Luhan porque ele mostrava carinho a todo o
momento. Luhan odiava ser tratado assim por Sehun porque não poderia agir do mesmo
modo.
O membro de Sehun deslizou mais uma vez para dentro da boca de Luhan e o mesmo
o sugou com força, ouvindo um gemido baixo e contido em resposta. O gosto artificial de
morango enjoava o mais velho, mas – para sua surpresa – ele estava se sentindo excitado
apenas com o prazer que ele podia sentir se esvaindo pelos poros de Sehun. Nem o gosto do
morango incomodando o seu paladar parecia importar para si naquele momento em que toda a
atenção do adolescente era sua, e exclusivamente sua.
Luhan abandonou o que fazia com um estalo causado pela saliva contra a intimidade
do maior. O mais velho mordeu seus lábios e Sehun sorriu.
“Morango não é tão ruim assim, é?” Sehun murmurou dando uma pequena risada e
Luhan revirou os olhos, se erguendo do chão e selando seus lábios ao do outro. O forçando a
sentir o gosto artificial e enjoativo do morango.
As línguas tiveram uma breve batalha dentro do beijo antes que Luhan mordesse com
força os lábios do maior, ouvindo um pequeno gemido de reprovação em resposta. Luhan
sorriu satisfeito e se afastou, indo até o criado mudo ao lado da cama e pegando de dentro de
uma cestinha, estrategicamente colocada ali, um tubo de lubrificante.
“Pegue.” Luhan falou antes de jogar o tubo no colo de Sehun, o assustando. “Você
sabe o que fazer.”
Sehun não poderia negar que ele estava muito ansioso para tomar Luhan para si, desde
a noite anterior quando ficara – por alguns momentos – sem nenhum de seus vícios. Ele sentia
seus dedos tremerem e seu coração pulsar rapidamente enquanto Luhan se apoiava na parede
ao lado do criadomudo, esperando ser invadido, o olhando por cima do ombro.
Sehun engoliu em seco enquanto abria o tubo de lubrificante e colocava uma grande
quantidade na palma de sua mão. Ele estava ansioso e não tinha nada a ver com seu vício nas
balas brancas e lisas.
A culpa de toda essa ansiedade era de Luhan que era, de longe, seu vício favorito.
Sehun expirou o ar com força antes de jogar o tubo em cima da cama. O maior
espalhou o fluido viscoso em ambas as mãos e dedos e se aproximou de Luhan à passos
lentos, se colocando atrás do menor. Sehun levou uma de suas mãos ao membro até agora
negligenciado de Luhan e o masturbou lentamente, ouvindo pela primeira vez na noite os
gemidos baixos do mesmo.
Sehun mordeu sem força o pescoço exposto do menor e abandonou o seu membro,
ouvindo um gemido baixo em reprovação. O maior sorriu e passou a outra mão melada com
lubrificante sobre seu membro rijo e coberto pelo preservativo já úmido.
“Luhan... Xiao Lu,” Sehun falou em meio a um suspiro, antes de perceber que o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 74/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
mesmo usava as próprias mãos para separar suas nádegas, como se o convidasse para invadi
lo.
“Vamos logo, Sehun... Não aguento mais.” Luhan sentia todo o seu corpo pulsar em
desejo pelo mais novo. Desejo esse que era desconhecido pelo chinês que fora – e ainda é, de
certo modo – obrigado a se prostituir.
Sehun levou uma de suas mãos até o quadril do menor e com a outra guiou seu falo
até a entrada do mesmo. Luhan gemeu alto e fechou seus olhos com força, encostando a
cabeça contra a parede ao se sentir ser invadido. Sehun o preencheu aos poucos, arfando a
cada centímetro que deslizava facilmente para dentro do mais velho.
Luhan ainda não havia se recuperado totalmente da noite anterior. Seu corpo ainda
doía e seu interior não rejeitou o falo de Sehun quando o mesmo o invadiu. Sehun deslizou as
mãos pelas costas de Luhan antes de pegar os pulsos do mesmo e puxálo, o obrigando a se
curvar um pouco mais, fazendo com que sua bochecha ficasse prensada contra a parede.
“Se você falar agora, eu te mato.” Luhan murmurou com dificuldade, arfando
pesadamente. “Só me fode logo.”
Sehun decidiu não contrariar o mais velho e, ainda o segurando firmemente pelos
pulsos, começou a mover seu quadril, dando um suspiro pesado enquanto sentia seu membro
sair demoradamente de Luhan, só para estocálo rapidamente depois. Luhan se contorcia à sua
frente e movia como podia seu quadril, ajudando nos movimentos.
Embora Sehun quisesse dizer para Luhan as coisas presas em sua garganta, se conteve
em apenas gemer baixo toda vez que sentia o interior do mesmo se contrair sobre si. Luhan
mantinha os olhos fechados e gemia alto enquanto o maior o observava o tempo todo.
Palavras desconexas, entendidas como um “Mais rápido!” pelo maior, saíram por
entre os lábios do menor, já vermelhos de tão judiados pelas mordidas que infligia em si
mesmo. Sehun obedeceu e largou os pulsos de Luhan, segurando com força em seu quadril e o
movendo sem cuidado contra si.
O choque entre os dois corpos causava sons eróticos demais para ouvidos
desacostumados. Sehun sentia sua visão embaçar e sua lucidez se perder enquanto estava com
Luhan. O mais baixo forçava seu corpo contra Sehun e se segurava contra a parede à sua
frente como podia.
Sehun sorriu pensando em como o interior de Luhan ficaria com gosto de morango,
sendo que o próprio odiava esse sabor. Para falar a verdade, o jovem pensou que o ecstasy
estava fazendo efeito só naquele momento porque tudo parecia mais bonito, mais excitante e
mais delicioso. O interior de Luhan se apertava contra si em cada estocada e ouvir os quase
gritos de Luhan quando sua próstata era acertada sem dó pela extremidade do membro de
Sehun, fazia o mesmo quase gozar antes da hora.
“Sehun, eu vou gozar...” Luhan gemeu baixo, levando a própria mão até seu membro,
se tocando de maneira rápida, acompanhando os movimentos do mais alto.
escorregar cada vez mais fundo para dentro de Luhan, o ouvindo gemer arrastado.
Sehun se retirou de Luhan, o assustando com sua ação repentina. O menor iria
perguntar o que aconteceu quando fora virado a força e sentiu as mãos grandes de seu cliente
envolvendo suas coxas e o erguendo. Luhan só teve tempo de passar os braços em volta do
pescoço de Sehun, como em um abraço, antes de ser invadido novamente.
Luhan contraiu até mesmo os dedos de seus pés enquanto enlaçava suas pernas em
volta de Sehun e gemia alto em seu ouvido, sentindo o mesmo o segurar com força nas coxas,
o forçando a subir e descer sobre seu membro. O membro de Luhan estava praticamente
sendo esmagado entre os dois corpos durante os movimentos.
“Olha para mim, Luhan.” Sehun gemeu contra a bochecha do mais velho e o mesmo o
ignorou. Luhan preferiu beijar Sehun a ter que encarálo.
As línguas se chocavam de modo violento enquanto Luhan gemia entre o beijo. Sehun
aproveitava esses momentos de distração do menor para sugar e morder seus lábios, estes já
com gotas de sangue saindo de pequenos machucados.
Luhan enfiou as unhas na pele de Sehun e escondeu seu rosto contra o pescoço do
mesmo quando seu orgasmo chegou. O garoto de programa se desfez entre os corpos e seus
gemidos arrastados poderiam ser comparados à quase um choro baixinho enquanto Sehun
também chegava ao limite.
Luhan não sentiu seu interior ser preenchido pelo gozo de Sehun por culpa do
preservativo, mas sentiu o olhar do mesmo o encarando quando Sehun o prensou contra a
parede. Luhan continuava com as pernas em volta do quadril de Sehun e não havia escapatória
para o mesmo.
“Olha para mim, Luhan.” Sehun murmurou, ofegante. “Eu estou mandando.”
Luhan fazia força para manter seus olhos abertos devido ao êxtase que sentia, mas
decidiu parar de ignorar o mais novo e o encarou.
“Viu? Não é tão difícil, é?” Sehun perguntou, antes de lamber seus lábios e sorrir.
Luhan sentiu um aperto no coração. Ele já estava cruzando muitas linhas proibidas
com Sehun e ele tinha certeza de que havia transpassado mais uma. De repente ele sentiu
vontade de socar o mais novo por ser tão... Tão carinhoso consigo.
“Cale a boca, Sehun.” Luhan murmurou, ainda respirando com dificuldade. “Cala a
boca e me beija.”
Sehun abriu um sorriso, um largo sorriso, antes de atender ao pedido do mais velho e
tomar seus lábios para si em um beijo que beirava a paixão.
E que os levava a cruzar uma linha que desconheciam. Sem saber que ambos faziam
parte de organizações criminosas inimigas e que isso jamais poderia acabar bem.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 76/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Wu Yifan estava em Seul, na capital, no luxuoso apartamento que dividia com o resto
da organização M, quando teve um pressentimento ruim.
O chinês estreitou seus olhos enquanto estava sentado na cadeira confortável de seu
escritório. Já passava das seis horas da tarde e ele sabia que Tao estava perambulando pela
casa, pois podia ouvilo cantarolando alguma música popular, mas Kris não tinha certeza se
algum outro membro da família já havia chegado de suas respectivas funções.
Claro, Lay e Chen com certeza estavam com o diplomata raptado, que Kris em breve
iria entrar em contato, para conseguir alguma informação útil sobre o suposto tratado de paz
entre as duas Coreias. O problema é que Kris sabia que seus pressentimentos, bons ou ruins,
sempre estavam certos e achou melhor sair do escritório e ir até a sala de estar, ligar a
televisão, sem nem ao menos saber o motivo pelo qual estava fazendo isso.
“Você vai assistir televisão?” Zitao perguntou com tanta comida na boca que suas
bochechas estavam infladas. “Mas você odeia.”
“Eu sei, mas algo me diz que devo assistir ao jornal da noite.” Kris murmurou com um
pequeno sorriso, enquanto se sentava no confortável sofá de couro. Zitao piscou algumas
vezes e sorriu quando percebeu a mão do mais alto batendo de leve sobre o assento, lhe
convidando a se sentar ao seu lado.
“Quem você acha que foi? Que queimou a casa do juiz?” Zitao murmurou, inseguro,
com um pequeno bico nos lábios.
“Não faço ideia. Pelo que eu saiba só nós éramos os alvos dele... Pode ter sido um
assalto seguido de assassinato,” O mais alto falou, encarando o rosto do rapaz mais jovem.
“Ou pode ter sido alguém querendo ser nosso aliado e que para isso destruiu um inimigo
nosso, ou então...”
“Ou?”
“Ou foi algum inimigo que desconhecemos que fez isso.” Kris completou. “De
qualquer modo, quem fez isso precisa ser eliminado. São uma ameaça para nós. Todos fora da
M são uma ameaça para nossa segurança.”
Zitao engoliu em seco e suspirou, pensando na casa em chamas de onde ele deveria ter
furtado alguns documentos.
“Não se preocupe.” Kris falou antes de levar seus dedos até os cabelos negros do
menor e bagunçálos. “Eu protegerei todos nós. Eu vou proteger você.”
Tao passou lentamente a língua sobre seus lábios antes de abrir um sorriso.
Kris ergueu as duas sobrancelhas e riu em escárnio antes de atacar aqueles lábios
pequenos e cheios que tanto amava.
Ele mal sabia que a primeira peça do dominó já havia sido derrubada e estava fazendo
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 77/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
com que todas as outras, antes alinhadas, desmoronassem. Ele mal sabia que Chen e Lay
haviam sequestrado a pessoa errada e estavam desesperados no menor quarto da casa
tradicional que mantinham fora de Seul, se perguntando como ligar para o líder e contar sobre
a novidade.
✘✘✘
“Não me chame assim, Sehunah.” Luhan falou sério, sentindo o aperto dos braços de
Sehun aumentar em torno de si. “Me faz parecer frágil.”
“Aos meus olhos você é.” O mais alto murmurou antes de selar um beijo leve no
ombro à sua frente. “Você é forte, Luhan, mas precisa de alguém para te dar apoio. É por isso
que eu estou aqui.”
Luhan suspirou, irritado. Ele odiava esses momentos em que Sehun era romântico.
“Não se preocupe, você não foi rude antes quando fizemos sexo, você nunca é.”
Luhan falou se ajeitando em frente à Sehun e apoiando sua nuca no ombro do mesmo,
recebendo um beijo na bochecha. “Você até é muito gentil comigo, deveria parar com isso.”
“Nunca.” O maior respondeu e Luhan deixou o ar lhe escapar pelo nariz, em uma
risada abafada. “Se não está bravo comigo, então por que está tão silencioso?”
“Estou irritado, mas o motivo não é você. Estou irritado porque, você sabe, eu não
tenho muitos clientes fixos, é só você e mais dois...” Luhan falou em tom baixo e Sehun
decidiu ficar calado, esperando o mesmo terminar sua explicação. “Desses meus clientes fixos
um é você, outro é um empresário e uma mulher jovem, com muito dinheiro e tempo livre... O
resto dos programas eu só faço a mando do meu chefe e nunca passam de uma noite.”
Sehun apertou de leve o abraço em torno de Luhan, colando ainda mais as costas dele
em seu peito.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 78/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Essa mulher rica, a senhora Nah Yonghee, bom... Ela hoje me ligou e disse que não
precisará mais dos meus serviços, pois arranjou um namorado que tem a pele morena e que é
o pecado em pessoa de tão bonito.” Luhan falou com uma voz aguda e infantil, em uma
tentativa de imitar o tom da mulher.
“Ela é casada, porra.” Luhan falou, irritado. “Além disso, ela era a minha melhor
cliente e eu a perdi para algum cara que ela mal conhece.”
“Pensei que eu fosse seu melhor cliente...” O mais novo murmurou, com um bico
involuntário nos lábios.
Luhan se deixou dar uma risada alta antes de virar seu tronco e encarar Sehun.
“Eu pago mais então.” O mais alto murmurou, parecendo chateado e o loiro riu alto
mais uma vez.
Luhan não poderia não achar adorável como Sehun era inocente e infantil quando se
tratava de alguns assuntos em específico. Sehun ainda era uma criança aos olhos do garoto de
programa. Uma criança que precisava de atenção e que havia encontrado essa atenção, de uma
maneira um tanto não convencional, em Luhan.
O loiro achou que não precisava responder ao que Sehun havia dito. Achou melhor
capturar os lábios alheios aos seus em um beijo terno e delicado, que durou menos tempo do
que Sehun gostaria.
O garoto de programa sabia que Sehun era inteligente, o mais alto havia lhe contado
certa vez que seu Q.I. era bastante alto se comparado ao das outras pessoas e o chinês se
certificou de obrigar o adolescente a provar sua intelectualidade de todas as formas que pôde
pensar. O mais adorável, aos olhos de Luhan, era como o mais novo podia ser tão esperto
quanto às contas matemáticas ou conhecimentos não compreendidos pela maioria, mas era
uma criança inocente quando o assunto eram suas próprias emoções.
“Luhan, eu acho que eu...” Sehun murmurou, ainda mantendo os olhos semicerrados.
“Eu gost—”
“Xiao Lu...” Sehun falou em um suspiro. “Você sempre evita esse assunto. Você vai
mentir que não gosta de mim também?”
“Pare, Sehun.” Luhan falou, sério, antes de morder rapidamente seu lábio. “Desde a
primeira vez em que você se deitou comigo eu lhe disse que não passaria de sexo, e ainda por
cima sexo pago. Eu sou um michê caso você tenha se esquecido e, por favor, vá embora, já
passou da sua hora e daqui há pouco o Kris vai me chamar.”
Sehun ficou em silêncio, olhando fixamente para Luhan, pensando em lhe dar um
soco por ser tão fechado em relação aos seus sentimentos.
“Meu chefe.” Luhan não mentiu sobre o fato de Kris ser seu líder, mas mentiu quando
disse que o mesmo lhe ligaria se ele ficasse mais tempo em um programa do que o previsto.
Kris confiava em Luhan e jamais atrapalhava seu trabalho.
E esse era o problema. Aquilo entre Luhan e Sehun era trabalho, era prostituição. Não
deveria jamais existir sentimentos, muito menos algo mútuo.
Sehun parecia irritado enquanto colocava suas roupas e nem ao menos se despediu do
loiro antes de bater a porta com força ao sair. Luhan se sentou na cama macia e suspirou,
pensando se não seria melhor parar de ver Sehun.
Embora seu coração doesse só com a ideia de nunca mais sentir Sehun sobre si, de
sentir seus dedos deslizarem sobre sua pele, ou de vêlo gargalhar por causa de alguma piada.
Luhan sabia que o certo a se fazer era cortar qualquer contato com o garoto seis anos mais
novo que si. Essa relação que mantinham não estava fazendo bem para nenhum dos dois.
✘✘✘
“Você liga.” Lay falou, com os olhos um pouco arregalados, entregando seu celular
para Chen.
Os dois estavam discutindo há mais de uma hora sobre como contar ao líder a respeito
do pequeno probleminha que havia acontecido na hora de sequestrar o diplomata. Suho
observava toda a movimentação pensando em como os seus companheiros deviam estar
reagindo a tudo isso.
Ele imaginava que Chanyeol, por ser seu amigo há mais tempo, estaria desesperado
para encontrálo, enquanto os outros estariam confusos sobre o que fazer. A verdade era que a
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 80/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Mas que merda,” Chen xingou, irritado. “Deixa que eu ligo!” Falou alto, bufando
quando viu o sorriso de vitória no rosto de Lay. “Eu vou me vingar, Lay.”
“Isso se não morrermos antes.” O chinês respondeu e deu um meio sorriso, fazendo
com que uma pequena covinha surgisse em uma de suas bochechas. “Ei, falso diplomata, vou
te levar no banheiro. Faz tempo que você não vai, não é? E depois vamos para a cozinha, vou
arranjar algo para você comer.”
“É, eu sei que ele não é nosso animal de estimação, nem nada disso. Mas ele ainda é
uma pessoa, não é?” O chinês de cabelos castanhos falou, parecendo irritado antes de se
dirigir até o prisioneiro, o pegando pelos ombros e o puxando da cama. “Não tente fazer
nenhum besteira, certo, Suho? Senão, serei obrigado a te matar.”
Suho arregalou os olhos e teria aberto sua boca se a mesma não estivesse bloqueada
pela fita tape grossa. Lay havia o ameaçado e mesmo assim mantinha um sorriso angelical no
rosto. Suho se perguntou com que tipo de psicopatas ele acabou se metendo.
Quando os dois saíram do quarto, Chen revirou os olhos antes de discar o número do
líder.
“E aí, Kris, tudo bem?” Chen perguntou, sorrindo forçadamente, embora o outro não
conseguisse ver seu rosto através do telefonema.
O que Chen não via era que Kris estava ocupado naquele momento. Tao estava entre
suas pernas lhe lançando olhares divertidos enquanto brincava com sua intimidade usando a
língua. A televisão ainda estava ligada e o jornal da noite estava passando.
“Fale logo o que você quer porque eu estou ocupado.” Kris suspirou e ouviu uma
risadinha abafada vindo do seu baixoventre. Ele olhou para Tao com uma sobrancelha
erguida, irritado, e pensou em murmurar para que o mesmo continuasse o que fazia, mas não
foi preciso, já que Zitao não parara um momento sequer de usar sua língua e seus lábios em
Kris.
Kris levou os dedos de sua mão livre aos cabelos do menor e pediu para que Zitao
parasse de sugálo quando percebeu sobre o que se tratava a reportagem na televisão. O menor
limpou seus lábios de forma delicada e se virou para o aparelho, encarando as imagens que
passavam na tela.
Chen não tinha como saber que, naquele exato momento, seu líder estava assistindo na
televisão uma reportagem sobre um diplomata encontrado morto em sua casa no Japão pela
sua empregada. Um diplomata chamado Shoji Nishijima, que iria para a Coreia participar de
uma reunião importante. E, o pior, um Shoji havia aparecido na reunião, mas era algum
impostor que sumiu e a polícia não conseguira localizar. As imagens das câmeras haviam sido
perdidas devido à explosão no prédio governamental e os sobreviventes do atentado ainda
estavam em estado de choque para tentar fazer um retrato falado do suspeito.
“Bom... E se, vamos supor, nós tivéssemos pegado o cara errado?” Chen murmurou
mais uma vez e Kris apertou as têmporas.
“Shoji Nishijima está morto, não é?” O líder perguntou, arrumando suas calças e
levantandose do sofá. “Está passando uma reportagem falando que esse cara está morto e que
acabaram de encontrálo, mas vocês pegaram alguém, quem é?”
Chen engoliu em seco, pensando se essa era uma boa hora para se desculpar pelo erro
cometido na missão.
“Esse é o problema, não sabemos quem ele é e decidimos falar com você antes de
tomar qualquer decisão.”
Kris olhou para Zitao e fez um sinal negativo, indicando que eles não poderiam
continuar com o que pretendiam. O menor assentiu com a cabeça, pois não entendia bem o
que acontecia, mas sabia que algo havia dado muito errado.
“Ligue para os outros e peça para que todos estejam na casa de campo amanhã de
manhã.” Kris exigiu para Chen, que concordou. “Não façam nada com o refém, eu quero falar
com ele pessoalmente.”
Kris desligou o telefone sem esperar resposta. Ele agora estava com uma dor de
cabeça latejante e estava muito, muito irritado.
Seja lá quem fosse esse impostor... Bom, Kris faria ele se arrepender de ter entrado em
seu caminho.
CONTINUA
Notas finais
Então, valeu a espera? Esperamos que sim ;u;
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 82/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A relação entre Sehun e Luhan não é fácil, como alguns podem pensar que seja. Será que
pode se complicar mais?
Wu Yifan, a Mãe Diná de Teoria do Caos. O moço simplesmente sente o cheiro da merda à
distância.
Kim Jongdae e Zhang Yixing além de sequestrarem o cara errado ainda ligam na hora errada.
Terá a sorte de Lay acabado?
Finalmente Kris soube que seus companheiros sequestraram o cara errado, e ele não está
nada, nada feliz com isso. Que fim isso terá? Bom, vamos ter que esperar pelas próximas
sextasfeiras para saber (:
7. Matar ou Morrer
Notas do Autor
Olar!
O que será que aconteceu após a ligação de Chen para Kris? O que o líder da máfia do pastel
de flango fará agora que sabe que sequestraram o japonesinho errado?
Boa leitura
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO SEIS – MATAR OU MORRER
milhões de pensamentos corroíam cada um deles, confusos pelos últimos eventos ocorridos.
Chanyeol não entendia quem e porque haviam sequestrado Suho, já que a família K
era um grupo criminoso relativamente novo, mal tinham um ano para falar a verdade. Que
tipo de ameaça eles poderiam oferecer à outra organização para que raptassem o amável líder?
Suho não estava com a polícia e isso já havia ficado bem claro para Chanyeol quando a pessoa
atendeu ao telefone parecendo confusa ao invés de investigativa.
Baekhyun achou que seria impossível acalmar os ânimos de Chanyeol para que eles
pudessem dormir. O rapaz de cabelos castanhos precisou fazer para o outro um chá e lhe dar
um calmante até que conseguisse o fazer pegar no sono. O menor jamais vira o mais alto tão
nervoso e isso lhe causava um sentimento estranho. Claro que Baekhyun estava preocupado
com seu líder. Suho era uma pessoa especial para todo o grupo, mas... Mas Chanyeol estava
exaltado demais.
“Vai ficar tudo bem, Jongin.” Kyungsoo sussurrou, no meio da madrugada, mais para
si do que para o outro, recebendo um abraço apertando e um consentimento silencioso.
Sehun havia chegado tarde em casa, mesmo que tivesse saído relativamente cedo do
motel em que passara algumas horas com Luhan. O jovem agradeceu aos Céus por não ter
ninguém lhe esperando acordado no apartamento quando chegou de madrugada. Ele havia ido
até um pub calmo para poder pensar em seus próximos passos, tanto em relação à K quanto à
Luhan.
Sehun faria de tudo para encontrar Suho, que lhe dera a oportunidade de usar seus
conhecimentos em informática para algo muito maior do que o jovem pensou que participaria
algum dia. Suho havia tirado Sehun de uma vida de tédio na classe média alta e o adolescente
lhe devia muito para ficar apenas parado esperando que o destino fizesse o que quisesse com o
líder.
E sobre Luhan... Bom, Sehun ainda não sabia ao certo o que faria. Já fazia meses que
o que ele sentia não era mais apenas excitação ao olhar o garoto de programa. Fazia meses
que Sehun começara a reparar em cada detalhe de Luhan, desde as marcas de expressão em
volta de seus olhos quando ele sorria ou em como o cabelo escuro nascia de mansinho na raiz
dos fios loiros, descoloridos.
Sehun não sabia o que faria com o que sentia por Luhan. Mas ele teria apenas um dia
para decidir, já que na sextafeira ele e Luhan teriam mais algumas horas juntos, em um novo
programa. Sehun não tinha certeza se queria ir.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 84/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Mas Sehun tinha uma certeza. Ele não queria se magoar mais.
✘✘✘
Chen e Lay ainda estavam um pouco aflitos, não sabendo exatamente qual seria a
reação do líder quando chegasse à casa de campo – como chamavam entre si o imóvel para o
qual levavam as vítimas de sequestro –, onde estavam junto do refém. Claro que Yifan deveria
estar querendo cometer um assassinato já que seu plano perfeito de raptar o diplomata japonês
e Chen explodir o prédio governamental havia saído errado.
Claro, Chen havia conseguido assassinar quem Kris queria que morresse dentro
daquele prédio, mas ter o diplomata japonês vivo em suas mãos era essencial para que a M
conseguisse informações preciosas para si.
Xiumin e Luhan foram avisados de súbito por seus colegas de grupo sobre o ocorrido.
Os dois não entendiam muito bem o que se passava e não sabiam muito bem como reagir.
Eles foram avisados que estivessem no dia seguinte, logo pela manhã, na casa grande, porque
haveria uma reunião e um interrogatório.
Xiumin confiava no líder e sabia que ele tomaria boas decisões para o grupo e foi o
único deles que conseguiu dormir durante algumas horas, sem ter ideia do tamanho do
problema que enfrentavam.
Já Luhan... O rapaz estava com a cabeça cheia. Sua vontade era de ligar para Sehun e
pedir desculpas pelo seu comportamento, mas claro que ele não poderia fazer isso.
Além do mais, ele agora precisava se preocupar com o novo refém da organização,
que poderia trazer problemas ou boas informações para a M, dependendo de quanto tempo ele
ficasse vivo.
Sempre havia algum problema novo e isso já estava incomodando Luhan, que queria –
para variar – viver um dia de paz, sem se preocupar em matar ou morrer. Sua única felicidade
era que na sextafeira veria Sehun novamente...
Kris estava estressado. Ele desejava muito ter aquele diplomata japonês em suas mãos.
Haviam muitas informações valiosas que um diplomata desse tipo teria preso em seu cérebro,
que Kris concederia muito dinheiro para saber. Bom... Dinheiro ou tortura, dependendo de seu
humor.
O líder se perguntava quem diabos era esse impostor e se o fato de ele ter se passado
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 85/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
pelo diplomata tinha alguma coisa a ver com os planos da M de explodir o prédio
governamental ou se havia sido apenas uma infeliz coincidência e que outra pessoa – ligada
ao crime, óbvio – tinha algo a ganhar com isso .
“Você acha que ele pode ser um policial, Tao?” Kris murmurou, incerto, para o breu
do quarto que dividia com o assassino do grupo.
Um silêncio se fez presente durante alguns segundos e o líder pensou que o menor
estivesse dormindo.
“Não.” Zitao murmurou, parecendo ter certeza do que falava. “O diplomata verdadeiro
está morto, você mesmo viu na notícia do telejornal. A morte do diplomata não pode ter a ver
com a polícia. Provavelmente quem o assassinou foi o próprio impostor, antes de roubar a sua
identidade.”
Kris pensou durante alguns instantes, absorvendo aquilo que o outro falava. “Ele é um
inimigo, isso é certo.”
“Sim.” Zitao sussurrou, procurando no escuro a mão de Kris, para apertála entre a
sua.
“E você sabe o que precisamos fazer, não é?” O líder sussurrou. Ele precisava ouvir as
palavras saindo de entre os lábios do companheiro. Precisava saber que estava fazendo o certo
para a organização.
Estava tão escuro dentro do quarto que apenas as trevas foram testemunha do pequeno
sorriso que transpassou pelos lábios do loiro.
✘✘✘
Quintafeira, 09 horas
Suho estava com um semblante calmo, embora por dentro estivesse desesperado.
Claro, ele jamais mostraria sua real fraqueza para aqueles que o raptaram e
provavelmente o matariam, mas – secretamente – ele desejava acordar desse pesadelo e ver
que estava de volta ao prédio em que vivia com os membros da K. Que ao acordar ele
encontraria Sehun o chamando para tomar o café da manhã que Kyungsoo preparara no
apartamento dele e de Kai, que Chanyeol já estaria fazendo bagunça e que Baekhyun não
estava exatamente o impedindo.
Suho desejava que nada daquilo, toda aquela história de ser sequestrado, realmente
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 86/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
estivesse acontecendo.
Claro que seu desejo não se tornou realidade quando ele fechou os olhos com força e
os abriu logo em seguida. Seus olhos continuavam observando Chen e Lay – ele havia ouvido
os nomes vezes o bastante para decorar – saindo e entrando no quarto, conversando baixinho,
enquanto Suho continuava sentado na cama, ainda preso em montes e mais montes daquela
maldita fita adesiva cinza.
“Kris chegará em breve.” Chen falou baixo e Lay assentiu. “É melhor colocarmos ele
em uma cadeira para falar com o líder. Será meio estranho se ele chegar e o refém estiver
sentado na cama, não é?”
Lay assentiu mais uma vez, olhando diretamente para o diplomata impostor sentado à
cama.
“Vou pegar mais fita... E talvez uma venda.” Lay falou baixo, saindo do quarto.
Agora que Suho parara para pensar, um aroma estranho estava no ar... E não vinha de
seu corpo, mesmo que ele não estivesse cheirando a um mar de rosas, já que não tomava
banho fazia quase dois dias.
“Para ser mais fácil para você, feche os olhos.” O sorriso ainda permanecia estampado
na expressão cínica de Jongdae enquanto este observava o rosto do outro fazer uma careta em
confusão.
Tudo o que ele viu a seguir foi um punho se aproximar muito rápido de seu rosto e
acertarlhe em algum ponto entre sua bochecha e seu olho esquerdo. Ele estava zonzo quando
algo lhe cobriu metade da face. Um cheiro forte embriagou rapidamente seus sentidos, o
fazendo se perder aos poucos. Tudo o que ele ouviu antes de tudo ficar escuro foi uma risada
fraca, mas divertida.
✘✘✘
Quintafeira, 09 horas
“Você não vai para a aula hoje? Já não foi ontem...” Kyungsoo murmurou baixo perto
de Sehun, enquanto o mesmo digitava algum comando no teclado à sua frente sem ao menos
olhálo, seu rosto estava vidrado na tela.
Chanyeol e Sehun haviam discutido naquela manhã. Os gritos foram o que acordaram
Jongin e Kyungsoo, mesmo que eles estivessem em seu próprio apartamento, com todas as
portas fechadas. Ninguém se meteu no caminho de Chanyeol enquanto o mesmo falava para o
mais novo sobre sua falta de responsabilidade com a organização.
Sehun ficara quieto o tempo todo enquanto Chanyeol falava, pois sabia que o mais
alto tinha razão. Ele, na verdade, estava quieto desde então, não tendo trocado palavra
nenhuma com os outros membros. Apenas seus dedos pareciam conversar com o computador
à sua frente, que respondia aos seus comandas com alguns sons.
“Deixa ele, Kyungsoo.” Jongin respondeu chamando o menor para perto de si. “Nossa
prioridade agora é achar o Suho.”
“Eu escolhi isso, mas você não.” Jongin falou, sério, observando Chanyeol e
Baekhyun conversarem baixinho em outro canto do cômodo. “Não se veja em Sehun, ele é
bem diferente de você.”
Kyungsoo sentiu um pulsar forte em seu peito e inspirou o ar com força, pois parecia
que algo esmagava seus pulmões, o deixando sem ar. “Eu sei que ele é diferente de mim.”
Kyungsoo sussurrou, derrotado. “Todos são.”
Todos se aproximaram do mais novo do grupo. A tela mostrava algo que parecia ser
um mapa.
“Isso é Seul.” O mais novo murmurou. “Estou tentando localizar o celular do líder,
mas até agora não tive sucesso, você já tentou ligar para ele, Chanyeol?”
“Você pode parar com isso, Chanyeol. Eu sei que ontem eu devia ter ajudado a
procurar o líder, que fui irresponsável e tudo o mais, mas já chega, você precisa parar com a
infantilidade.”
“Ele está certo, Chanyeol, já chega.” O rapaz de cabelos castanhos falou, irritado.
“Nós vamos encontrar o Suho, pare de agir assim. Você só está assustando todo mundo
agindo dessa maneira.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 88/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chanyeol bufou, irritado, e se sentou em uma cadeira desconfortável que estava perto
de si.
“Nós não vamos conseguir localizar o Suho se o celular dele estiver sem sinal. Não
consigo encontrálo, devem ter retirado a bateria.” Sehun falou conclusivo, olhando para o
mapa que o fundo preto e as linhas formavam em um verde claro. “Tudo o que podemos fazer
por hora é esperar que quem o raptou seja burro o bastante para ligar novamente o celular ou
então nos ligar pedindo algum tipo de resgate.”
“Como assim nós só podemos esperar?” Chanyeol falou em um tom baixo. “Ele pode
estar sendo torturado nesse momento!”
“Eu não faço mágica, por incrível que pareça, Chanyeol.” Sehun falou com um
semblante sério e um clima tenso se instalou entre eles.
“Inútil. Não temos pista alguma de onde ele está, teremos que esperar.” Sehun disse se
ajeitando na cadeira em que estava sentado. “Eu fiz um aparelho parecido com o da polícia,
que poderá rastrear de onde uma ligação está sendo feita caso os sequestradores nos liguem.”
“Vamos rezar para que eles só queiram dinheiro de nós, então.” Kai falou e todos
olharam para ele. “Se eles quiserem dinheiro, não machucarão o Suho, certo?”
“Você tem razão, Kai.” Sehun disse em tom de brincadeira, embora seu rosto estivesse
sem expressão. “Melhor começarmos a rezar.”
✘✘✘
Tudo estava escuro e a cabeça de Suho doía. Ele tentou se mover, mas como não
funcionou, ele tentou voltar a dormir, em vão.
“Não sabíamos se o Kris ia querer que ele visse nossos rostos.” Parecia Chen ou Lay
respondendo, Suho não tinha certeza.
“Mas ele já viu o de vocês, não?” Uma nova voz falou irônica.
Silêncio.
“Bom, é... ”
“Vocês deveriam têlo vendado desde o início.” Uma nova voz, dessa vez mais tenra,
falou.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 89/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Como eu ia saber que ele era um diplomata falso, Luhan? Não sou adivinha!”
“Espera, vocês também estão sentindo um cheiro ruim?” A voz que parecia entediada
voltou a falar e uma risadinha foi ouvida logo em seguida.
“Adoro sua delicadeza, Xiumin.” O timbre de voz não era desconhecido e Suho
tentava identificar se era Chen ou Lay falando. “Deve ser o refém, Suho é o nome dele se não
me engano... Nós estávamos tão nervosos por causa do Kris que acabamos o deixando sem
banho.”
Mais silêncio.
Suho aguçou seus ouvidos, tentando identificar o que acontecia, mas algo em frente
aos seus olhos – uma venda, provavelmente, como haviam falado na conversa – o impedia de
olhar o que acontecia.
“Kris chegou.” Uma das vozes falou tão baixo que Suho quase não conseguiu ouvir.
Mais silêncio.
“É ele?” Uma nova voz, dessa vez densa e profunda, murmurou, e houve um
consentimento geral. “Tirem a venda dele.”
Suho achou que seus olhos queimariam pela claridade quando a mesma invadiu sua
retina. Ele já havia se acostumado com a escuridão e não esperava que lhe tirassem a venda
com tanta rapidez quando a ordem fora dada.
“Bom dia.” Suho piscou muitas vezes até se acostumar com a luz, identificando um
homem loiro à sua frente, cercado de outros cinco rapazes, ouvindo todos os outros também
lhe cumprimentarem, mesmo sem vontade. Apenas um deles não disse nada, um moreno com
olheiras que se mantinha escorado ao lado da porta, o observando. “Espero que Chen e Lay
tenham te tratado bem durante esse tempo que ficou aqui.”
Sarcasmo.
“Ótimo. Eles foram ótimos.” Suho devolveu a ironia usada pelo outro com um sorriso
cínico no rosto. Era difícil falar com tanta saliva acumulada na boca, mas também estava
sendo difícil engolir o líquido espesso, sua garganta estava seca e parecia inchada.
“Acho que isso não é da sua conta.” Suho não estava exatamente em posição de agir
dessa maneira, e por dentro ele estava desesperado, pensando em uma maneira de fugir. Claro,
não existia jeito algum de escapar. Ele só não estava pronto para admitir para si mesmo que
morreria em pouco tempo.
Suho engoliu em seco, com dificuldade, e começou a reparar nos outros homens
presentes na sala. Os dois que o raptaram, um loiro magricelo que tinha várias marcas
avermelhadas no pescoço, um baixinho com uma expressão entediada, o cara alto com um
olhar assustador perto da porta e o loiro sentado à sua frente.
“Vocês são um grupo só de seis? Nossa, achei que seriam mais para querer raptar
alguém tão importante como um diplomata.” Suho falou, tentando passar a ideia de que pouco
se importava se morreria ou viveria, mas tremeu ao observar o homem perto da porta – o com
olheiras – estreitar seus olhos.
“Nós somos muitos mais, meu caro.” O loiro falou, parecendo calmo. “Temos mais
pessoas trabalhando para nós do que você sequer imagina. O que você está vendo aqui é só o
que você pode considerar como os chefes de uma organização.”
“Isso mesmo.” O tom usado pelo loiro era calmo, mas Suho sentiase nauseado, como
se ele esperasse ter a cabeça explodida por uma bala a qualquer momento, embora não tivesse
visto nenhum dos homens segurando algum armamento. “Agora me diga, quem é você?”
O refém suspirou.
“Não é educado perguntar o nome de uma pessoa sem que se apresente primeiro,
sabe?”
Todos no quarto pareciam surpresos com a audácia do refém atado à cadeira e Suho
sabia, sabia que estava brincando com a própria sorte. Mas ao contrário do que imaginou que
aconteceria – um soco ou pelo menos um xingamento – tudo o que ele recebeu fora um sorriso
de canto.
“Isso não é um nome de verdade, é um apelido.” Kris falou sério. “E eu quero saber
seu nome verdadeiro, de nascença.”
“Meu nome não é Suho assim como o seu não é Kris, com toda a certeza.” O refém
não era o primeiro a agir daquela maneira, mas esse tipo de comportamento, de confiança
fajuta para encobrir o medo quase transparente, era o que mais irritava Zitao no mundo.
“Está tudo bem, Tao.” Kris falou sem olhar para seu subordinado. Seu olhar estava
cravado sobre o homem sentado na cadeira à sua frente. “Muito bem, vamos deixar de
brincadeiras, Suho. Vamos agir como os bons cavalheiros que somos e vamos nos apresentar
de maneira decente.” Kris se levantou da cadeira em que estava e Suho se viu obrigado a
erguer o queixo para poder encarar o rosto do homem demasiadamente alto. “Meu nome é Wu
Yifan, mas acredito que Kris seja um nome mais apropriado para mim aqui na Coreia. Eu sou
líder do que você pode chamar de M e essa organização é muito mais poderosa do que você
pode sequer ter noção. Então tome cuidado com as suas palavras, sim?”
“Wu... Por que esse sobrenome me soa tão familiar?” Suho murmurou mais para si
mesmo do que para qualquer um dos seis homens dentro daquele quarto junto consigo. “Wu
Yifan...”
Chen e Lay trocaram olhares rápidos. Xiumin pigarreou baixinho, parecendo abalado
pela primeira vez desde que entrara no cômodo e Luhan olhou para Zitao com uma expressão
séria. Kris se mantinha neutro, encarando o rosto do que parecia ser o refém mais difícil de se
conseguir uma informação que ele já havia capturado.
“Lembrei!” Suho falou mais alto do que pretendia, engolindo a saliva que havia em
sua boca, antes de continuar. “A família Wu é organização mais poderosa da China! Enquanto
estava na faculdade eu era obcecado pelo crime organizado perfeito que os Wu mantinham!
Céus, se você pertence aos Wu e está aqui na Coreia ao invés de estar na China... Isso só pode
significar que você é o filho primogênito que matou o patriarca da famíl—”
O som alto de um tapa dado com as costas de uma mão ecoou pelo quarto.
Suho estava tão distraído em sua teoria – que parecia perfeita – que nem percebeu
quando Zitao surgiu ao seu lado e acertou sua bochecha direita com as costas de sua mão.
Lágrimas surgiram nos olhos do líder da K sem que ele pedisse enquanto o assassino da
organização M envolvia uma das mãos em seu pescoço e o segurava com força no maxilar
com a outra.
“Nunca mais se atreva a usar essa boca imunda para se dirigir dessa maneira ao líder.”
Zitao falou entre os dentes e Kris suspirou atrás de si, ainda em pé.
“Tao... Zitao.” Kris falou sério e o assassino voltou a si, largando o refém como se ele
estivesse queimando suas mãos. “Está tudo bem, se acalme.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 92/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O chinês de cabelos pretos voltou à sua posição original, perto da porta, e Kris
suspirou pesadamente, entediado.
“Eu pensei em lhe contar o porquê dessa acusação ser falsa, mas percebi que se eu sou
inocente ou não desse assassinato realmente não importa. Não para você, pelo menos, já que
não lhe devo explicação alguma.” Kris voltou a se sentar na cadeira em frente à Suho e voltou
a encarálo com um sorrisinho.
“E por que eu devo explicações de quem sou para você, huh?” Suho mantinha um tom
sarcástico em sua voz, mesmo que seu coração estivesse acelerado e sua bochecha formigando
de dor.
“Kim Joonmyun.” Suho falou sério. “Meu nome é Kim Joonmyun. Eu vou morrer
logo, mas quero que grave esse nome porque eu sou líder de algo que você não faz ideia do
que seja e, acredite, você deveria temer.”
✘✘✘
Sehun saiu da sala onde ficavam seus computadores e seu material de trabalho e foi
até a cozinha do apartamento que dividia com Suho. O jovem levou seus dedos até o bolso de
sua calça e tirou de lá o pequeno aparelho de celular. Ele havia passado muitas horas
pensando no que poderia fazer para ajudar sua organização e apenas uma ideia passou por sua
cabeça.
Mas, para isso, ele teria que conversar algo com Luhan.
“Sehun?” Luhan atendeu aos sussurros na segunda chamada. “Não posso falar agora,
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 93/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Xiao Lu? Luhan? O que está acontecendo? Está tudo bem com você?” Sehun
perguntou, preocupado, apertando o celular contra seu ouvido para poder captar melhor o som
vindo do outro lado do aparelho. “Quem está apanhando? Alguém te fez mal?”
“Eu estou bem, Sehunah. Mas realmente não posso falar, o líder não gosta que nós
deixemos a reunião enquanto ela não estiver terminada.”
“Não minta para mim, Luhan. Estavam batendo em alguém!” Sehun falou exasperado
e ouviu um novo suspiro do outro lado da linha.
“Isso não é da sua conta, Sehun, sério. Mas se você me ligou só para isso então vou
desligar—”
“Não, espera! Eu preciso falar com você.” O rapaz mais jovem mordeu seus lábios, já
um pouco arrependido do que diria. “Não vamos poder nos ver amanhã, Luhan. Eu sei que
para você tanto faz, mas eu decidi avisar.”
Sehun esperou que o outro falasse algo ou apenas desligasse o telefone, mas Luhan
ficou mudo do outro lado da linha por longos segundos.
Embora esse fosse o certo a se fazer, não era isso que nenhum dos dois rapazes queria.
Sehun mordeu com força seu lábio inferior, seu coração pulsando em ouvir a voz do outro
parecendo preocupada.
“Não.” Sehun falou com um sorriso. “É só por essa semana, Xiao. Estou com uns
problemas na... família, e vou precisar de alguns dias para arrumar algumas coisas, mas
semana que vem podemos nos ver, se estiver tudo bem para você.”
Luhan e Sehun trocaram algumas palavras antes que o mais velho acabasse desligando
primeiro a chamada. Sehun olhou para os lados e viu que nenhum de seus colegas parecia
estar saindo de dentro do quarto, então levou seus dedos até o bolso traseiro da calça e retirou
um pequeno pacotinho lá de dentro.
Sehun ficaria sem Luhan, seu primeiro vício... Ele precisaria se contentar com sua
outra pequena obsessão.
A pequena bala de ecstasy rolava pela sua língua enquanto o rapaz brincava com a
mesma em sua boca, quando ouviu um chamado vindo do cômodo onde os outros membros
da organização K estavam.
✘✘✘
“Você é mesmo muito teimoso.” Kris murmurou com um meio sorriso, enquanto
limpava sua mão suja de sangue em uma flanela que tirara do bolso de seu paletó. Suho mal
respirava à sua frente.
“Líder...” Lay começou a falar e Kris o olhou, parando de encarar o homem preso à
cadeira e que babava sangue. “Eu lembrei do celular do... hm, refém, e coloquei a bateria de
volta nele, caso você queira dar uma olhada.”
“Tinha algum documento com Suho quando o pegaram?” O loiro perguntou, levando
seus dedos até o pequeno aparelho, apertando as teclas para ir até a caixa de mensagens.
“Nada que não fosse do diplomata japonês.” Chen falou sério, com uma expressão que
misturava culpa e repulsa pelo estado do homem sentado na cadeira.
Suho tinha vários cortes em seu rosto, feitos pelo anel que Kris usava em seu dedo. Os
socos haviam sido dados com força demais e os detalhes da joia arrancavam filetes da pele de
Suho sem dó, fazendo com que, em poucos minutos, sua face estivesse coberta de sangue e
marcas roxas e inchadas.
Sangue escorria de sua boca cortada e ele cuspia algumas vezes, para não acabar se
afogando com sua própria saliva rubra e espessa pelo líquido que escorria dos cortes. Seus
olhos estavam fechados e sua cabeça latejava como nunca, parecendo que explodiria a
qualquer momento.
“Não tem nada no celular, só muitas chamadas perdidas e uma recebida...” Kris
murmurou, com uma sobrancelha erguida.
“Um cara ligou para o Suho, acho que era alguém do grupo dele.” Lay explicou e Kris
sorriu.
✘✘✘
Sehun digitava sem parar no teclado, tentando descobrir com certeza onde Suho
estava.
“Não dá para saber com certeza! Meu sistema tem um alcance limitado, tudo que dá
para saber agora é que ele está fora de Seul.” O mais novo da organização falou desesperado,
tentando de maneira rápida aumentar o alcance do localizador.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 95/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Claro! Como somos estúpidos... Kyungsoo, você é um gênio!” Sehun falou com um
sorriso e o outro rapaz arregalou seus olhos, já grandes. “Chanyeol, liga para ele!” O mais
novo praticamente gritou enquanto enfiava com pressa um cabo na entrada USB do celular do
mais alto do grupo.
Eles só não esperavam que o celular começasse a tocar antes que Chanyeol pudesse
completar a chamada.
Todos ficaram em silêncio enquanto o pequeno aparelho vibrava nas mãos grandes do
mais alto entre todos.
“Rastreando.” Sehun falou baixo, enquanto olhava para o novo programa aberto em
seu computador. Uma barra semelhante à de download estava aparecendo e o mais novo
mordia seu lábio inferior, nervoso.
“Quem é?” Chanyeol falou rouco ao telefone, não sabendo o que esperar ouvir em
resposta.
“Nós sabemos que vocês estão com o Suho. O que vocês querem para nos devolvê
lo?” Chanyeol perguntou sério, encarando os outros membros da K.
“Primeiro eu quero que você diga quem são, o que pretendiam com o plano do falso
diplomata e o que sabem sobre nós.” A voz grave respondeu, calma porém firme.
Chanyeol arregalou seus olhos, confuso, e olhou para Sehun que pediu, através de
gestos, que a ligação continuasse para que ele conseguisse rastrear o líder.
“Vocês? Nós não sabemos nada sobre vocês... Só queremos nosso líder de volta.”
Chanyeol falou. “E por que eu lhe diria qualquer coisa sobre nós?”
“Porque é o seu líder que está sangrando na minha frente e com uma arma apontada
para a cabeça nesse momento.”
Chanyeol paralisou. Ele sabia desde o início os riscos de se trabalhar com o crime
organizado, mas nunca passara pela sua cabeça que um dia algo assim aconteceria. Suho
estava próximo de sua morte e a K não iria – não poderia – suportar isso.
Baekhyun era quem estava mais próximo do rapaz ao telefone e, percebendo que o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 96/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Meu nome é Baekhyun. Eu quero saber o que você quer para nos devolver o Suho.”
Todos agora encaravam o rapaz de cabelos castanhos e olhos delineados, que parecia mais
calmo para fazer a negociação.
“O que aconteceu com o outro com quem eu estava falando antes?” A voz soou
desconfiada.
“Chanyeol não pode falar agora. Sou eu quem vai negociar com você daqui pra
frente.” Baekhyun revidou.
“Comece falando sobre quem vocês são e o que queriam quando seu líder se passou
pelo diplomata japonês... A propósito, pode me chamar de Kris.”
Baekhyun suspirou e colocou a ligação no viva voz, para que todos pudessem ouvir o
que era falado.
“Então... Kris, você pode nos chamar de K, somos uma organização provavelmente
como vocês, somos novos, nem temos um ano de funcionamento e não, não sabemos quem
são vocês, não somos seus inimigos. Suho se passava pelo diplomata porque a reunião que ele
participaria seria a primeira de muitas para tratar de um possível acordo de paz entre as duas
Coreias e isso seria ruim para os nossos futuros negócios, além de que haviam inimigos que
precisavam ser eliminados. O plano era ele entrar na reunião e, com a nossa ajuda, assassinar
todos os participantes. Mas vocês o pegaram antes e, por incrível que pareça, parece que
tínhamos o mesmo objetivo, já que vocês também assassinaram as pessoas no prédio do
governo quando explodiram o terceiro andar.”
“Converse pelo menos mais cinco minutos, Baek.” Sehun sussurrou, “O download da
localização de Suho ainda está em 60%.”
“Suho falou que nós da M deveríamos temer vocês, que são uma ameaça... Mas vocês
são crianças que nãos sabem com o que estão lidando.” Kris falou sarcástico, dando uns
tapinhas nos cabelos desgrenhados do refém.
“Você irá nos devolver ele? Não somos inimigos, não é? Vai nos devolver o Suho?”
Baekhyun falou esperançoso e todos da K pareciam apreensivos, encarando o aparelho.
“Escute Baekhyun... É Baekhyun, não é?” Kris falou e recebeu uma afirmação em
resposta. “No mundo do crime, todos nós somos inimigos, é matar ou morrer, vocês sendo
novatos ou não. Óbvio que não vou devolver o líder de vocês. Então se cuidem, certo? Porque
quando vocês se encontrarem conosco, não terão nem tempo de rezar para pedir perdão
pelos pecados.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 97/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Nos devolva o Suho, seu filho da puta!” O mais alto gritou para o aparelho e recebeu
apenas silêncio de volta durante alguns segundos.
“Eu até deixaria vocês dizerem adeus para o líder de vocês, mas ele não está em
condições de falar...” Kris falou calmo, em um tom quase divertido, do outro lado da linha e
Chanyeol gritou mais alguns xingamentos.
“O que vocês estão fazendo com ele?” Chanyeol falou alto, colocando o telefone em
seu ouvido, embora ele estivesse no viva voz. “Fala!”
Chanyeol continuou gritando para o aparelho celular, mas já não havia mais respostas.
Baekhyun olhou rapidamente para a tela do computador e Sehun já a encarava, desacreditado.
“O que vai acontecer com o Suho? Como vamos encontrálo?” Kai perguntou
preocupado, enquanto Chanyeol se sentava em uma cadeira e segurava com força seus
cabelos.
“Vão matálo, não é óbvio?” Chanyeol falou baixo, com a voz embargada.
Mais silêncio.
Ninguém sabia o que eles fariam a seguir. Não havia como determinar, naquele
momento, qual seria o futuro da organização K.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 98/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
CONTINUA
Notas finais
As coisas estão ficando mais e mais tensas nas duas organizações e entre elas.
Segundo Tao, a política da M envolve eliminar seus inimigos. Conseguirá Suho quebrar esta
tradição da família? rç
Quando fui revisar não lembrava que o Chen dava um soco no Suho juro que berrei na hora e
achei demais e eNFIM.
As organizações entraram em um contato direto, líder com líder, líder de uma com membros
da outra. O que vem pela frente não me parece muito cor de rosa, acho que está mais para
vermelho.
8. Sensata Loucura
Notas do Autor
Hoje começamos a postagem com um
[AVISO]
O semestre começou, nosso tempo acabou.
Não, não morremos, mas estamos entrando em "hiatus". O que significa que não
conseguiremos responder aos comentários por um tempo (mas leremos à todos como sempre
fazemos) e vamos manter provavelmente só atualizações de "Teoria do Caos" por um bom
tempo. Sem projetos novos ou atualizações de "Inesperado".
Sejam bem vindos cocotinhas e piriquitos que chegaram até aqui. O que será que essa
aventura lhes reserva para esta semana?
Vão ler porque não sou paga pra dar spoiler e
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 99/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO SETE – SENSATA LOUCURA
Chanyeol olhou para a mão de Sehun, suspirando. “Você realmente acredita que o
Suho pode estar vivo?”
“Bom, eu tenho que ter esperanças de que a K não vai acabar, não é?” Sehun falou
com um sorriso triste. “Não sei para vocês, mas não pretendo abandonar tudo o que fizemos
durante quase um ano, não abandonarei o Suho.”
“Mas pelo jeito que o Kris falou...” Kyungsoo murmurou, aflito. “Ele parecia bastante
sádico.”
“Bom, de qualquer maneira, tenho quase certeza de que de algum modo eles tentarão
nos encontrar e nos eliminar.” Sehun dizia, enquanto suas sobrancelhas se tencionavam. “O
único modo que achei de nos dar alguma garantia de segurança é com esses localizadores.”
Sehun tinha em suas mãos cinco objetos pequenos, aparentemente acessórios normais:
dois anéis de prata com um símbolo K gravado, duas pulseiras feitas de uma tira também de
prata com um pequeno K gravado e um colar com um pingente parecendo uma moeda.
Sehun não estava acostumado a mexer com experimentos desse tipo como fez durante
os últimos dois dias, mas pedira ajuda no fórum de eletrônica e hack do qual era membro há
anos para poder aprender a construir um programa de localização e ativálo em objetos que
parecessem normais, os sincronizando com o programa em seu computador. Não fora
exatamente difícil, mas exigiu muita concentração do adolescente, o deixando cansado,
fazendo com que o mesmo tirasse algumas sonecas durante as aulas, já que ele não poderia
faltar na escola como desejava profundamente.
Cada membro da organização K pegou o que lhe foi dado para usar e colocaram logo
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 100/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
em seguida. Chanyeol entregara o anel para Baekhyun e o mesmo sorriu olhando para seu
dedo médio, pensando que seria cômico se não fosse trágico que o mais alto lhe dera algo para
colocar no dedo – como normalmente os casais faziam quando o relacionamento que tinham
passava a ser mais sério.
Kyungsoo ajudara Jongin a fechar a pulseira em seu pulso e sorriu quando o moreno o
ajudou a fazer o mesmo.
Sehun pegou o colar que sobrara e prendera em seu pescoço, o escondendo dentro da
camisa.
“Caso algum de nós seja pego pela M, caso alguém suma por um dia sequer, nós
podemos encontrar a pessoa aqui por esse computador.” Sehun falou com um semblante sério,
apontando para o seu computador de trabalho. “Vou ensinar todos a mexer no programa e
vocês verão como é fácil aprender a localizar, então prestem atenção.”
Todos ficaram calados enquanto o mais novo – e mais inteligente – explicava como
funcionava o sistema de localização. Eles precisavam ter consciência de que qualquer um
deles poderia ser alvo da M, incluindo o próprio Sehun, então todos precisavam saber como
localizar os outros membros.
Durante a semana que se passou, Sehun voltou a manter sua vida dupla, indo para a
escola, fazendo as tarefas estudantis e sorrindo de má vontade para seus colegas de classe e
professores. Baekhyun e Chanyeol deixaram seus trabalhos programados para trás – de
colocar fogo em algumas empresas e praticar pequenos assaltos à mão armada – e ficaram
durante todos os dias perto do prédio governamental que fora explodido, tentando descobrir
quem explodira o local, já que a pessoa que provocou isso provavelmente era a mesma que
raptara Suho.
Sehun hackeava os sistemas da polícia atrás de pistas de quem poderia ter sido o
homem que tomara o lugar de Suho e se passara pelo diplomata japonês, mas as autoridades
sabiam tanto quanto a K: nada.
Kyungsoo se mantinha no apartamento que dividia com Kai e às vezes ajudava Sehun
como podia, enquanto o mesmo passava horas afinco no computador, tentando descobrir
alguma pista, Kyungsoo lhe trazia comida ou acionava alguns códigos no notebook que ficava
ao lado do grande computador de trabalho do mais novo.
Kai parecia o menos preocupado com a situação da K. Pelo menos era isso que
passava aos outros, já que ele continuava com o seu trabalho normalmente, visitando as
mulheres casadas – e apaixonadas – conquistandoas cada vez mais.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 101/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Nela, o remetente lhe perguntava o que ele achava que havia acontecido – de fato –
com o líder, se Kyungsoo acreditava realmente que ele poderia estar vivo. O rapaz de pele
alva decidiu ignorar a carta, pois não sabia como responder. Ele não sabia o que pensar.
Nos dias seguintes, Kyungsoo fora recebendo mais cartas. Toda vez que ele era
deixado sozinho no apartamento, ele encontrava uma perto de onde passaria o seu tempo –
fosse na cozinha, na sala de estar e até mesmo na sala de trabalho de Sehun ele encontrou um
pequeno pedaço de papel com uma letra conhecida lhe falando sobre coisas que ele não queria
pensar.
Por que você acha que ele ainda está com você?
Kyungsoo não sabia como responder a essa pergunta e ficou horas pensando em uma
resposta. Para procurar um motivo para Jongin ainda mantêlo por perto, Kyungsoo precisou
vasculhar fundo na sua mente e se lembrar de como conhecera Jongin.
Já fazia três longos anos desde que os dois se conheceram por acaso, de modo nada
natural. Kyungsoo estava escondido em um motel na beira de uma rodovia que levava à Seul,
já que o remetente das cartas havia assassinado mais uma pessoa. Kyungsoo tentava cochilar
quando ouvira gritos femininos vindo do quarto ao lado e ouvira o disparo de três tiros, o
apavorando. O rapaz se agachou no chão e quando ouviu mais gritos – dessa vez vindos do
exterior do quarto do pequeno motel de um andar –, ele olhou para fora por uma fresta na
janela.
Seu coração estava batendo tão rápido que ele pensou que fosse desmaiar. Por que
aquele rapaz estava sofrendo aquele ataque? Por que aquele homem queria matálo? Isso
não era justo, não é justo tirar vidas assim, sem remorso algum.
Kyungsoo se lembrava muito bem das palavras que sua boca proferiram naquele
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 102/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
segundo que vira o homem apontar a arma para a cabeça do rapaz caído no chão. Kyungsoo,
pela primeira vez em sua vida, estava implorando baixinho para que o remetente de todas as
cartas que recebera em sua vida aparecesse.
Não que Kyungsoo se lembrasse do que acontecera em seguida, já que ele apagou e
quando acordou novamente estava ensanguentado com sangue que não era seu, em um carro
que também não era seu, estacionado em algum lugar desconhecido, ainda por cima sentado
na poltrona do motorista. Jongin – o rapaz que fora salvo – lhe contara com os olhos
assustados que Kyungsoo havia atirado uma faca de açougueiro nas costas do marido da
mulher com quem Jongin estava no quarto do motel e que depois havia pegado a faca e
desferido vários golpes certeiros no homem até que ele não se mexesse mais.
Jongin lhe explicou que Kyungsoo havia corrido até o quarto, pegado uma mochila
grande e o havia arrastado até o carro, fugindo antes que a polícia chegasse. A mulher havia
sido morta ainda na cama e Jongin levara um tiro na perna, que precisava ser tratado.
“Você não tem medo de mim?” Kyungsoo se lembra de ter perguntado isso ao rapaz
moreno no segundo dia em que estavam juntos, em um quarto alugado em Seul. “Eu sou um
monstro, eu mato pessoas.”
“Você me salvou. Bom, não diretamente você, sua outra personalidade...” Jongin
respondeu e Kyungsoo se lembra de que ele estava sorrindo. Ele não deixara de sorrir nem
mesmo ao entender a situação complicada que Kyungsoo enfrentava. “Eu lhe devo minha
vida e você parece um cara legal... Se você quiser, me deixe cuidar de você. É perigoso que
você viva sozinho tendo esse pequeno, hã, problema.” Jongin estava com a perna enfaixada,
Kyungsoo havia cuidado do ferimento e o menor lembra de que o moreno estava febril
naquela ocasião. “Podemos formar uma dupla, que tal?”
“Mas o que eu posso fazer para ajudar?” Kyungsoo perguntara triste. “Eu não sei fazer
nada... E duplas normalmente só existem e funcionam quando as duas partes se ajudam, não?”
Kyungsoo se lembra de uma pequena ruga ter surgido na testa de Jongin enquanto ele
pensava.
“Você sabe cozinhar?” Jongin perguntara, rindo. “Eu sou péssimo nisso e às vezes
passo fome só comendo porcaria.” Kyungsoo se lembrava vagamente de ter assentido com a
cabeça, Jongin sorria ao apertar a sua mão, marcando o início da dupla.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 103/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Por que você acha que ele ainda está com você?
A sua própria voz ecoou em sua mente e Kyungsoo acordou de seus devaneios. Ele
não sabia nomear o tipo de relação que mantinha com Jongin e não sabia exatamente o que
significava para o outro.
Era sextafeira e fazia uma semana e um dia desde que a organização K fizera contato
com os sequestradores de Suho.
Sua mente pareceu ficar nublada e seus olhos pareciam mortos quando sua mão se
dirigiu sozinha até o faqueiro em cima do balcão da cozinha, seu punho se fechou sobre o
cabo de uma faca de corte afiado e uma voz parecia sussurrar em seus pensamentos o quão
faminto estava.
“Kyungsoo?” Uma voz macia soou e o rapaz pareceu acordar. A faca fora largada
como se estivesse pegando fogo e o bilhete no chão fora escondido pelo pé do menor, que
olhava Jongin entrar na cozinha, sorrindo. “Desculpe a demora, me tomaram mais tempo do
que o necessário.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 104/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Jongin.
“Você não acha,” Kyungsoo começou a falar, correndo atrás do mais alto, que ia
caminhando pela casa e largando as peças de roupa pelo chão. “que deveria parar de, hm,
trabalhar um pouco e dar atenção à procura pelo líder, como o resto da organização?” Kai
parou de andar e encarou o menor. “Sabe, o Chanyeol e o Baekhyun estão dando tudo de si
para descobrirem quem é o sequestrador do Suho... E o Sehun também! Mesmo ele sendo tão
novo e ainda sendo um estudante...”
“Eu não posso parar de ver minhas vítimas, você sabe.” Kai falou em um tom calmo,
quase entediado. “Você sabe que mesmo que eu queira procurar o líder, eu preciso trabalhar.
As mulheres são sensíveis demais, precisam que eu diga a elas que as amo
incondicionalmente toda vez que as vejo e preciso ver elas pelo menos uma vez por semana
para que elas não se esqueçam de como eu sou diferente do marido ausente delas.”
Kai retirou a última peça de roupa em frente ao banheiro e adentrou no mesmo, sem
fechar a porta. Kyungsoo ficou encarando o outro enquanto ele entrava no boxe que separava
o chuveiro do restante do cômodo. O menor observou o sedutor trapaceiro da organização dar
um suspiro alto quando sentiu a água chocarse contra seu corpo.
Kyungsoo engoliu em seco, pronto para começar uma conversa que tem sido evitada
há quase três anos.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 105/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“De imediato...” Chanyeol murmurou, irritado. “Já faz mais de uma semana que essa
porra explodiu. Eles deviam ter pelo menos um retratofalado pronto ou alguma filmagem
resgatada.”
Os dois logo estavam dentro do carro novamente, longe dos policiais e da imprensa.
Baekhyun encarava o movimento da rua enquanto Chanyeol olhava para o seu celular,
esperando por uma ligação que jamais receberia.
“Baek...” O mais alto murmurou baixo, fazendo com que Baekhyun o encarasse.
“Você acha que o Suho pode estar morto mesmo?”
O silêncio tomou conta do carro enquanto o mais baixo pensava em uma resposta.
“Se eu dissesse que sim... Como você reagiria?” Os anéis prateados encaixados nos
dedos anelares direito de cada um dos rapazes brilhava de leve devido a luz solar. Por dentro,
o sistema de localização funcionava o tempo todo, pronto para dizer para quem mexesse no
computador de Sehun onde os dois estavam.
“Não é óbvio?” Baekhyun falou com um meio sorriso. “Você será nosso novo líder e
nós, de alguma maneira, nos vingaremos daqueles que tiraram a vida do Suho.”
Chanyeol engoliu em seco, aquela não era a resposta que ele queria ouvir e Baekhyun
entendeu o silêncio do mais alto.
“Mas, por outro lado, se o Suho estiver vivo, nós o encontraremos cedo ou tarde. E,
daí sim, nos vingaremos de quem o sequestrou.” Baekhyun consertou o que falara e recebera
um sorriso largo do mais alto.
Chanyeol levara sua mão até a gola da camisa polo que Baekhyun usava e o puxou
para um beijo rápido.
“Obrigado, Baek.” O mais alto sussurrou. “Obrigado por ficar ao meu lado.”
Chanyeol se separara depressa do mais velho e voltara sua atenção para a rua,
vigiando o movimento dos policiais e da imprensa local. Ele não viu, mas Baekhyun mantinha
um sorriso largo estampado no rosto enquanto o encarava, o olhando com uma quase
admiração.
✘✘✘
“Como?” Jongin perguntou, achando ter entendido errado o que o mais velho
murmurara.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 106/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“O que eu sou para você?” Kyungsoo repetira, caminhando até o vaso sanitário,
fechando a tampa e se sentando sobre ela, encarando a figura desfocada do moreno, enquanto
o mesmo tomava banho.
“Por que pergunta isso? Aconteceu alguma coisa?” Jongin parara de se ensaboar e
deixava a água correr livre pelo seu corpo enquanto tentava enxergar qual era a expressão de
Kyungsoo por trás do vidro embaçado que os separava.
“Não,” Kyungsoo mentiu. “Mas acho que precisamos conversar sobre isso... Nós nos
conhecemos há quase três anos e, Jongin, às vezes eu penso que estamos juntos porque você
tem pena de mim porque sou maluco ou—”
“Ter uma outra pessoa dentro de mim, uma pessoa ruim, bom... Eu considero isso
loucura.” Kyungsoo murmurou triste. “E quando eu não penso que você tem pena de mim,
penso que você me mantém por perto, me protege de mim mesmo como um débito pelo D.O
ter salvado a sua vida quando nos conhecemos.”
“Não é besteira, você sabe.” Kyungsoo falou baixo, evitando encarar o mais alto, não
repreendendo o mesmo por ter o puxado para baixo do chuveiro sendo que ele ainda estava
com roupas. “O que nós estamos fazendo, afinal? Brincando de sermos criminosos?” Os
olhares se encontraram e Kyungsoo engoliu em seco. “Há quase um ano, quando você
conheceu o Chanyeol em um bar e depois o Suho e foi convidado para entrar na K, eu pensei
que você acabaria me abandonando, Jongin, mas não... Você insistiu que eu entrasse, insistiu
que me aceitassem, pois só assim você também aceitaria entrar. Por quê? Por que você me
mantém por perto, Jongin?”
O mais alto deslizou o polegar pelo rosto do rapaz de pele alva. As roupas de
Kyungsoo já estavam encharcadas pela água do chuveiro que os molhava sem parar. Os
olhares estavam fixos um no outro e o menor sentia suas bochechas quentes – embora ele já
tivesse visto Jongin como veio ao mundo muitas vezes, um rubor sempre tomava conta de
suas bochechas quando o mesmo ficava nu sem pudor algum.
Não era isso que Kyungsoo queria ouvir. Ele desviou o olhar, envergonhado, e
suspirou baixo, tentando achar as palavras certas para dizer o que pensava.
“Amigos não fazem o que fazemos.” Kyungsoo rebateu após alguns segundos,
sentindo Jongin deslizar os dedos por baixo de sua camisa molhada. “Amigos não se beijam,
Jongin.”
O maior deu um sorrisinho de canto e segurou o menor pelo queixo, aproximando seu
rosto e selando os lábios levemente.
“E por que não?” Jongin perguntou aos sussurros, sarcástico, beijando sem pressa o
pescoço do menor várias vezes. Kyungsoo respirou fundo, sentindo que o maior lhe roubava
toda a atenção da conversa importante.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 107/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Amigos não fazem sexo também.” O sussurro saiu fraco da boca do menor quando
seu olhar encontrou o do mais alto.
Kai mordeu sua língua sem força, mostrando os dentes em um sorriso. “E quem disse
que não?”
Não que Kyungsoo não tivesse tentando continuar a conversa com Jongin. O menor
realmente, realmente tentara continuar o assunto, tentara descobrir qual seria a nomenclatura
certa para a relação entre os dois. Kyungsoo queria respostas para as suas dúvidas, queria
saber o que os dois fariam caso a K afundasse em seus próprios problemas, em suas próprias
angústias.
Mas tudo o que Kyungsoo soube é que Jongin o despira sem pressa alguma, enquanto
mordiscava a pele alva ainda sem marcas, deixando rastros avermelhados por onde seus
dentes passavam, obrigando o menor a esquecer de tudo o que queria falar. Kyungsoo acabou
cedendo, acabou enroscando seus dedos nos cabelos castanhos do mais alto enquanto seus
gemidos baixos ecoavam pelo banheiro, ocasionados pela sensação de prazer ao ser tocado em
todos os seus pontos sensíveis, para mais tarde ser invadido sem cerimônias.
Jongin e Kyungsoo eram amigos. Amigos que se beijavam, que invadiam o espaço
pessoal um do outro, que se tocavam de modo inapropriado e que gostavam um do outro.
Kyungsoo estava satisfeito com a resposta silenciosa do mais alto, feita entre toques e
gemidos incoerentes, sobre o que os dois eram um para o outro. Algumas palavras foram
sussurradas de modo cruel em seus ouvidos, um dizendo ao outro coisas maliciosas demais
para que as excitações presentes pudessem aguentar por muito mais tempo.
Kyungsoo não respondeu, mas sorriu em resposta e afundou seu rosto contra o
pescoço do mais alto, encarando seu pulso, onde o localizador que Sehun havia feito se
encontrava.
O menor, secretamente, queria que D.O fosse embora, pois não havia mais motivos
para o mesmo ficar. A outra personalidade de Kyungsoo fora criada – sem que isso fosse
pedido – para proteger o mesmo, fraco em sua vida miserável, mas não havia mais motivos
para ele existir... Afinal, Jongin estava lá, Jongin protegeria Kyungsoo de si mesmo e dos
outros.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 108/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Já passava das oito horas da noite quando Sehun entrou no quarto do pequeno motel
que visitava pelo menos uma vez por semana para se encontrar com um garoto de programa.
Ele havia ficado praticamente o dia todo na escola e apenas passado em seu
apartamento para tomar um banho e então já estava ali, sentado na cama, adiantado. Oh Sehun
não gostaria de admitir, mas estava ansioso para se encontrar com Luhan. Já fazia mais de
uma semana que eles não se viam – por opção de Sehun, que quisera um tempo longe do mais
velho para montar os localizadores para a K – e o estudante conseguia sentir sua animação
como se fosse borboletas em seu estômago.
Para aliviar seu estresse Sehun havia tomado seu copo de café matinal e sua pílula de
ecstasy, mas a tarde havia sido tão estressante, com seus colegas estúpidos e matérias
ridículas, que ele não resistiu a ir ao banheiro e se trancar em um dos boxes apenas para
colocar abaixo da língua mais dois pequenos comprimidos brancos.
O jovem olhou para baixo e pegou entre os dedos o pingente do colar que usava. Uma
pequena marca de um K estava gravada e Sehun pensou por um segundo que o localizador o
atrapalharia na hora de roçar seu corpo ao do menor, mas a ideia de retirar o localizador logo
sumiu de sua mente ao se lembrar de que ele mesmo havia alertado todos os membros da K
que nunca deveriam ficar longe de seus acessórios.
“Sehunah?” O estudante ouviu seu nome ser chamado e olhou em direção à porta
com um sorriso. “Você está adiantado ou eu estou atrasado?” Luhan perguntou em um tom
quase sarcástico, pois sabia a resposta de sua própria pergunta.
Luhan arregalou os olhos e empurrou de leve o maior, separando seus lábios. “Eu não
beijo, Sehun.”
O mais novo riu em escárnio. “Cala a boca, Luhan.” Os dedos de Sehun afundaram
nos cabelos loiros do menor, enquanto ele o trazia para perto novamente, roçando os lábios de
leve. “Eu senti sua falta...”
Luhan revirou os olhos em desagrado pelo que o mais novo falara, mas logo cedeu aos
toques quando sentiu a língua quente do outro umedecer seus lábios, praticamente o
obrigando a beijálo.
A verdade era que a semana de Luhan estava sendo péssima e ver, tocar em Sehun
aliviaria suas tensões e o distrairia de suas preocupações. Não demorou muito para que as
mãos do garoto de programa deslizassem para dentro da camisa do mais novo e arranhassem a
pele de leve, o ouvindo gemer baixo em resposta.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 109/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Luhan deslizou seus dedos pelo rosto de Sehun e sua expressão antes de luxúria se
tornara de preocupação em questão de segundos. O mais velho se separou do estudante e
sentou sobre o colchão.
“Senta.” Luhan ordenou e Sehun obedeceu. O mais velho retirou a franja sobre a testa
do estudante e espalmou sua mão sobre a mesma. “Você está ardendo em febre, Sehunah.”
Sehun desviou o olhar do outro e entrelaçou seus dedos em frente ao corpo. A verdade
é que seus músculos estavam sofrendo vibrações e espasmos involuntários e ele se sentia
quente.
“Você está tremendo também, está doente?” Luhan perguntou preocupado e o mais
novo suspirou.
Sehun poderia ser muito inteligente, mas se tinha algo que o deixava completamente
fora de si, desorganizando seus pensamentos, eram seus dois vícios.
“Não estou doente, vamos logo Xiao Lu...” Sehun murmurou tentando beijar o mais
velho novamente, sentindose arder em excitação.
Luhan o empurrou. “Para, Sehun!” Seus olhos estavam sérios e todo o clima ameno
havia ido por água abaixo. “Até você me contar o que está acontecendo não faremos nada.”
Sehun engoliu em seco e desviou seu olhar para um ponto fixo no colchão abaixo de si
e algo passou pela cabeça de Luhan. Ele só desejava que estivesse errado.
“O que você tomou, Sehun?” O mais velho perguntou diretamente e soube que estava
certo quando o estudante o encarou com os olhos arregalados. “O que você tomou e há quanto
tempo vem fazendo isso, Oh Sehun?”
“Ou você me fala ou vai embora e nunca mais apareça.” Luhan falou sério. Se ele
sabia de algo sobre os sintomas visíveis em Sehun era de que ele estava tomando alguma
medicação ou droga.
Luhan sabia muito bem dos sintomas porque ele mesmo já fora um viciado.
“Sehun...” Luhan murmurou, em tom de ameaça. “Me conte a verdade, aonde você
consegue a droga?”
O adolescente mordeu seu lábio inferior com força, não querendo contar a verdade
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 110/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
para Luhan, mas o mesmo o segurara com força no queixo, o obrigando a olhálo, e –
consequentemente – acabando com suas defesas.
“Baozi,” Luhan começou ao celular. “Eu quero que você pare de fornecer drogas para
as escolas de Seul.”
“Quê?” O outro perguntou, pego de surpresa. “Sério, não me chame assim, vou
acabar te matando algum dia por esse apelido ridículo, Luhan. E, olha, eu sei que somos
amigos, mas você não pode me mandar fazer uma coisa dessas... Tem ideia do lucro que as
escolas nos dão?”
“Eu só recebo ordens do Kris, você sabe, Luhan...” Xiumin, o traficante, murmurou,
parecendo entediado. “Convença ele que eu dou um jeito, mas para que você quer que as
escolas fiquem limpas?”
“Quem é Baozi?” Sehun perguntou com uma sobrancelha erguida e Luhan ignorou
sua pergunta.
“Quero que você pare de tomar essas merdas ou então nós vamos parar de nos ver.” O
mais velho exigiu e Sehun arregalou seus olhos, atordoado.
Luhan estava querendo que Sehun escolhesse entre seus dois vícios e, para Sehun, a
resposta era óbvia do que ele preferia, mas tinha um porém.
“É difícil eu parar com o ecstasy, Luhan... Eu preciso me manter alerta durante o dia
por causa do colégio, para eu pelo menos não dormir enquanto os professores falam e à noite
e nos fins de semana eu, bem, eu preciso trabalhar...”
O garoto de programa estreitou os olhos. “O que você quer dizer com trabalhar?
Achei que você fosse só estudante, Sehun...”
“Sehun, ou você fala de uma vez o que você está escondendo de mim ou não volte
mais aqui e me esqueça.” Luhan esbravejou. “Eu sei que tecnicamente você não é obrigado a
me contar nada da sua vida porque é apenas um cliente, mas você não se considera só isso,
não é? Como você quer ser algo a mais para mim se não me conta as coisas?”
Luhan era bom. Luhan sabia fazer chantagens emocionais e sabia que Sehun iria
ceder.
Foi o que aconteceu. Sehun mordeu com força seu lábio inferior, tentando conter as
palavras, mas as mesmas saíram como uma avalanche, misturandose a sentimentos
reprimidos e lembranças vivas em sua mente. Sehun contou que conhecera Suho em um bar
há quase um ano, que o ouvira falar de abrir uma máfia com o barman sorridente e maluco.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 111/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Sehun contou que seguiu Suho, que pedira para fazer parte da organização por ter uma
inteligência alta demais para desperdiçar em uma vida simplória e sem aventuras.
Sehun contara que todo dia tomava no mínimo uma pílula de ecstasy e que seu
trabalho na organização era de hacker, coisa que ele sabia fazer muito bem, embora não fosse
tão emocionante quanto roubar identidades ou seduzir mulheres. O adolescente tinha lágrimas
nos olhos e sua voz estava embargada, ele não conseguia controlar sua língua enquanto falava,
despejando tudo o que podia e não podia para o garoto de programa.
Sehun não sabia se o que fazia ele contar aquelas coisas era a droga fazendo efeito em
seu cérebro ou se era o estresse misturado à vontade imensa de desabafar todas as suas
angústias.
“Eu estou com tanto medo, Luhan...” Sehun murmurou por fim, passando os dedos
nos olhos, retirando qualquer rastro de lágrimas nos mesmos.
Luhan ficou em silêncio, a expressão vaga se mesclando ao terror que crescia em seus
olhos enquanto o mais novo lhe contava coisas que só saberia se realmente estivesse falando a
verdade.
“Sehun, deixe essa organização.” Luhan murmurou, falando baixo e encarando o outro
nos olhos. “Você não sabe no que está se metendo, você ainda é uma criança e precisa
abandonar eles antes que a situação piore.”
Sehun franziu a testa e fungou, não entendendo porque o outro lhe falava isso.
“Não vou largar nada, Luhan. Fazer parte da K tem sido um dos únicos motivos para
eu acordar toda manhã, lá eu me sinto útil e me sinto parte de alguma coisa.” Sehun falava
calmo, mas Luhan insistia que ele deveria fugir, voltar para a casa de seus pais ou até mesmo
se mudar da cidade, o que fez o adolescente ficar irritado. “Pare, Luhan!” Sehun vociferou.
“Não vou deixar a K. Você pode me pedir para largar o ecstasy, eu posso fazer isso... Mas não
me peça para abandonar o único grupo em que, estranhamente, eu me encaixo. Eles precisam
de mim para acharmos nosso líder e vou fazer isso nem que acabe morto.”
“Bom, falando em ecstasy... Vou ligar para o meu chefe e pedir para ele cortar o
fornecimento em sua escola.” Luhan parecia desnorteado quando entrou no banheiro e fechou
a porta com força, deixando um Sehun confuso para trás, lhe chamando.
Luhan ficou alguns minutos dentro do banheiro apenas olhando para o seu celular.
Sehun fazer parte da K era algo ruim. Muito ruim.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 112/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Ele não sabia o que fazer e decidiu realmente ligar para seu líder, Kris, mas não para
falar sobre as substâncias ilícitas vendidas no colégio, como comentou que iria.
“Qual o problema?” Kris parecia ter um radar de problemas, sempre sabia que quando
algum membro da M o ligava, era porque algo havia dado errado.
“Kris, temos um problema...” Luhan começou, afoito. “Um problema enorme, gigante,
e eu estou desesperado e não sei o que fazer.”
“Fale.”
“Eu estou fazendo um programa e...” A respiração de Luhan estava pesada enquanto
ele permanecia sentado no chão, em frente à privada, abraçando suas pernas com força. “E eu
estou com um membro da K. A organização do Suho, lembra?”
Kris ficou alguns segundos em silêncio e Luhan praticamente o viu erguer uma
sobrancelha e dar um sorrisinho.
“Claro que me lembro da K... Quem é? Você não ia ver aquele cliente... O garoto
estudante obcecado por você? Aquele que o Lay e o Chen chamam por apelidos?”
“Sim, eu estou com o Sehun... Ele é um membro da K.” Luhan falou, impaciente. “O
que eu faço?”
“Você tem certeza absoluta de que ele é um membro da K?” Kris perguntou calmo.
“Certeza absoluta?”
Luhan mordeu seus lábios e sentiu um bolo em sua garganta. “Sim, ele sabe coisas
que só alguém de dentro saberia. Ele me contou tanta coisa, Kris... Ele sabe sobre o Suho,
sabe sobre a M e sabe o seu nome.”
Um suspiro pesado foi ouvido do outro lado da linha e Luhan sentiu seu coração parar
quando a ordem foi dada.
“Mateo.”
“Qquê?” Luhan murmurou e Kris voltou a repetir a ordem. “Nnão Kris, tem que ter
outra solução... O Sehun é inteligente, podíamos convencer ele a entrar na M, a nos dizer onde
os outros da K estão, aí poderíamos eliminar eles e—”
“Kris...” Luhan falou com a voz embargada. O rapaz se lembrou de sua infância e
adolescência em um prostíbulo horrível de Pequim e lembrouse de como Kris o ajudou a sair
de lá, o acolheu e cuida de si até hoje. Luhan não tinha outra opção, ele precisava fazer o que
era o certo. “Irei fazer o ordenado, líder... Até logo.”
Luhan mal havia desligado a chamada quando ouviu Sehun bater de leve na porta,
perguntando se estava tudo bem. O mais velho levantou com dificuldade do chão e passou os
dedos nos olhos, limpando qualquer lágrima que poderia estar atrapalhando sua visão.
Quando a porta foi aberta, Luhan não encarou Sehun e fora direto para perto da porta
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 113/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
de saída do quarto. Em cima da pequena mesa de descanso estava sua mochila, onde ele
depositou seu celular em um bolso e enfiou a mão dentro para pegar o que assassinaria Sehun.
“Luhan, eu sei que você está bravo comigo, e eu pensei bem enquanto você estava no
banheiro e mesmo que você não consiga parar o fornecimento no meu colégio, bom... Eu vou
parar com qualquer droga e até de beber se for preciso. Eu não quero perder a melhor coisa
que aconteceu na minha vida por causa de um vício.” Sehun falou sorrindo, em pé, perto da
cama, mas Luhan não o encarava.
“E qual é a melhor coisa da sua vida? A sua organização K?” Luhan falou baixo,
pegando entre os dedos finos um pequeno revólver – presente de Kris, caso algo desse errado
com qualquer cliente.
“A K?” Sehun perguntou, rindo um pouco. “Não, seu bobo... Estou falando de você.”
Luhan suspirou pesadamente, com a voz embargada, e Sehun percebeu que o mesmo chorava
baixinho. “Xiao Lu... O que houve?”
Luhan se virou para Sehun, com os olhos molhados e os lábios já vermelhos de tanto
serem mordiscados com força. A arma fora apontada para o peito de Sehun, que arregalou os
olhos, sem entender o que acontecia.
“Seu idiota, por que, por que você foi me contar que pertencia à K?” Luhan
murmurou e se desesperou quando percebeu que Sehun se aproximava a passos lentos. “Fique
de joelhos e não tente nada, Sehun!” A voz de Luhan saiu em um quase grito, irritado com o
outro, irritado consigo mesmo...
Luhan contou a Sehun tudo, sobre sua vida na China, sobre a ajuda de Kris e dos
outros... Contou sobre como foram obrigados a fugir para a Coreia, como criaram uma família
que denominaram de M. Contou como foram eles que raptaram Suho e contou à Sehun o que
parecia ser até brincadeira do destino.
“Não chore, Luhan... Você fica muito mais bonito sorrindo.” Sehun disse baixo e
Luhan mordeu seu lábio com força, tentando respirar pelo nariz já trancado – e rosado. “Por
favor, pare com isso...”
“Eu não posso!” Luhan gritou e viu o outro se encolher um pouco quando a arma
bateu de leve contra sua testa. “Escute, Sehun...” Sua voz voltara a ficar macia enquanto
encarava o outro ajoelhado em sua frente. “Obrigado por tudo, certo? Desde as melhores
transas que eu já tive até pelo carinho que muitos poucos demonstraram como você
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 114/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Sehun deu um pequeno sorriso enquanto ainda soluçava. Ele nunca pensou que
morreria tão cedo, ainda mais pelas mãos de quem tanto queria bem.
“Xiao, por favor...” Sehun murmurou, percebendo que o outro engatilhara a arma e
poderia atirar a qualquer momento. “Quando meus companheiros perceberem que sumi vão
mandar alguém atrás de mim... Eles não vão descansar até me encontrar e encontrar quem me
assassinou. Por favor, fuja. Eu não quero que você se machuque.”
“Como você pode me falar isso?” Luhan perguntou, com o dedo tremendo em frente
ao gatilho. “Como pode se preocupar comigo em uma hora dessas?”
Sehun parara de chorar, seus olhos estavam embaçados, mas não escorria mais
nenhuma lágrima. “Você sabe o porquê...”
“Cale a boca Sehun...” Luhan falou, implorando. “Por favor, não fale.”
Sehun ergueu sua mão de leve, enquanto sorria. “Luhan, eu amo voc—”
O barulho ecoou por todo o motel, assustando a todos, que em poucos segundos
começaram a correr para fora dos quartos e gritar por socorro.
Luhan apenas ficou parado, sentindo as lágrimas escorrerem de seus olhos, molhando
suas bochechas, enquanto ele olhava para o corpo caído de Sehun à sua frente.
A arma escorregou da mão de Luhan e ele fora ao chão, caindo sobre seus joelhos.
CONTINUA
Notas finais
Sehun finalmente dando uma bola dentro pra depois errar umas vinte cobranças de pênaltis,
opa! Mas calma gente, uma hora ele acerta... Acho.
Enfim o encontro de Jongin e Kyungsoo que tantos ansiavam. Ou seria Jongin e D.O?
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 115/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
D.O decidiu tirar o cu da cama e reaparecer pra atormentar Kyungsoo. Que os jogos
comecem. Ou seria que as DRs comecem?
9. Mal Necessário
Notas do Autor
Olá!
Lembrando que continuamos em [hiatus] e seguiremos por um bom tempo apenas com as
atualizações semanais de TdC.
Sem muitas delongas nesta noite chuvosa e com um frio de renguear cusco aqui no Sul,
vamos ao capítulo!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO OITO – MAL NECESSÁRIO
Era sextafeira à noite, o céu já estava negro e as luzes das lâmpadas estavam acesas
para que quem andasse por dentro da casa não tropeçasse em seus próprios pés.
Já era tarde da noite e Kris, o líder, havia os informado através de uma ligação que no
dia seguinte todos deveriam estar à tarde na mansão para que uma reunião fosse feita, sobre os
próximos passos que dariam no mundo do crime. Na verdade era do conhecimento de todos
que o líder gostava de reunir todos os membros do grupo nos fins de semana na grande casa
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 116/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chen chegou até um dos banheiros do segundo andar da casa e forçou a maçaneta,
descobrindo que esta estava trancada, exatamente como ele deixara. A chave continuava na
fechadura e tudo parecia silencioso dentro do cômodo. O rapaz abriu um sorriso fácil e colou
o ouvido na porta, não escutando o ruído da água do chuveiro se chocando contra o chão
como esperava ouvir.
“Você já está pronto?” Chen murmurou com um pequeno sorriso e esperou alguns
segundos, sem receber resposta alguma em retorno. “Terminou seu banho?” Mais silêncio.
Chen passou a língua sobre os lábios e sorriu mais uma vez, forçando a chave na
fechadura para que a porta destrancasse. Sua mão girou a maçaneta e a porta se abriu
lentamente.
Chen sorria enquanto abria a porta. “Você precisa parar de ser teimoso e me responder
quando eu converso com voc—” Sua voz ficou no ar quando um pedaço de vidro segurado
por uma mão humana cruzou a sua frente, se chocando contra a parede, causando um barulho
irritante. Chen arregalou seus olhos e desviou mais uma vez do vidro que passara perto
demais de sua bochecha.
O agressor tinha lágrimas nos olhos, provavelmente causadas pela dor em sua mão
que segurava o vidro quebrado, que rasgava sua pele devido à força com que o segurava.
Chen olhou rapidamente para o lado visualizando o espelho acima da pia quebrado em
pedaços e se culpou pela estupidez de deixar o refém sozinho, mesmo que fosse para que o
mesmo tivesse alguma privacidade enquanto tomasse banho.
Chen segurou o braço do rapaz que mantinha o vidro com uma das mãos quando o
mesmo investiu novamente contra si e o chutou com força no estômago, fazendoo cambalear
para trás até que suas costas se chocassem contra o vidro do boxe que separava o chuveiro do
resto do banheiro.
“Joonmyun, quantas vezes mais você vai tentar me matar para fugir?” Chen perguntou
em um tom quase entediado, observando o outro abraçando seu próprio corpo e tossindo,
devido à dor que sentia. O rapaz de cabelos pretos fechou a porta do banheiro com força e se
aproximou do refém caído, se agachando em sua frente. “Nunca mais vou deixar você
sozinho, olha só a bagunça... Quebrou o espelho, se cortou e encheu o banheiro com o seu
sangue e, além disso, me obrigou a te chutar.”
O vidro estava no chão e Chen o pegou com cuidado antes de jogálo para longe. Os
olhares dos dois se encontraram e Chen quase sentiu pena de Suho. Seu estado era quase
deplorável e o mesmo não parecia ter forças para tentar cometer outra tentativa de assassinato.
“Você há dias não aceita a comida que o Lay te leva, mal bebe água e nunca fala nada.
Você vai acabar morrendo dessa maneira e você sabe que não é isso que queremos.” Chen
murmurou em um tom quase preocupado, desviando seus olhos do rosto do refém para sua
mão que sangrava devido aos cortes feitos pelo vidro. Já haviam alguns coágulos pelo
machucado e Chen sentiu certo remorso por deixar o refém sozinho.
“O que vocês querem de mim?” Suho murmurou aquelas palavras com dificuldade,
sentindo sua garganta arranhar por falta de uso. Ele estava cansado. Seus olhos ardiam pelas
lágrimas presentes e a mão cortada pulsava dolorosamente.
“No momento eu quero que você pare de tentar se matar. Você está a semana toda
tentando fazer com que eu me irrite e acabe te matando, mas isso não vai acontecer. Desculpa
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 117/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
acabar com as suas expectativas, mas eu não perco a paciência rapidamente.” Chen murmurou
baixo encarando os olhos inexpressivos do refém. “Agora deixe de ser patético e me deixa te
ajudar, Joonmyun.”
Suho odiava o modo como era tratado pelo outro. Ele tentou empurrar Chen para
longe de si, mas sentiu uma fisgada em sua mão e tudo o que pôde fazer fora choramingar
baixinho. Seu rosto doía e ainda estava marcado pelos socos que recebera de Kris há uma
semana atrás, e a fome lhe consumia em um nível que o deixava impotente.
“Não se preocupe, nós já fizemos isso antes.” Chen falou em um tom sereno. “Eu
pensei em te deixar sozinho hoje para tomar banho com privacidade, mas não vou mais
cometer esse erro.”
Suho ficou em silêncio durante todo o tempo, sem encarar o rosto do outro. Chen o
pegou sem força pelo antebraço e o levou até dentro do boxe, abrindo a torneira do chuveiro
até que a água morna caísse sobre o corpo nu.
“Se lave.” Chen falou em um ultimato. “Ficarei aqui sentado até você terminar e
depois farei um curativo em você.”
Suho olhou para o chão, observando a água já em tom avermelhado, devido ao seu
sangue, escorrer pelo chão até sumir no ralo. Sua mão latejava muito e sua cabeça doía tanto
que o deixava tonto. Suho pensou por um momento se havia alguma maneira de fugir dessa
situação, mas ao virar o seu rosto para o lado viu que Chen o encarava enquanto estava
sentado na tampa da privada. Suho suspirou e, com dificuldade, começou a se lavar usando a
mão esquerda – já que a direita estava inutilizável – obedecendo à ordem do homem que o
havia raptado.
A semana naquela mansão havia sido como um pesadelo para Suho, que não entendia
o porquê de ainda estar vivo. Depois do interrogatório que o líder da M fizera consigo na
quintafeira passada, que o rendeu roxos e hematomas em todo o seu rosto, Suho pensou que a
arma que estava presente na sala seria o seu fim, que uma bala cruzaria seu cérebro e em
milésimos de segundos ele não estaria mais vivo.
O que aconteceu foi que Kris, o líder sádico da M, lhe deu alguns tapinhas em sua
cabeça, sorrindo, e pediu para que Lay e Chen ficassem na mansão durante os próximos dias,
cuidando de si para que não fugisse e não morresse – ou acabasse se matando. Ninguém da
organização M pareceu ter entendido o porquê de o líder querer que um inimigo ficasse vivo e
quando Suho se deu por conta, ele estava trancado em um quarto, recebendo comida quatro
vezes ao dia, tendo que tomar banho sempre com alguma companhia no banheiro lhe
observando, e quando precisava atender às suas necessidades fisiológicas precisava ir a um
lavabo conectado ao quarto em que estava e que continha apenas um vaso sanitário e uma
pequena pia.
Suho não entendia o porquê de estar sendo mantido como refém já que Chen e Lay
nem ao menos tentavam arrancar respostas de si sobre sua organização, mas apenas puxavam
assuntos sem importância como o tempo abafado que fazia ou que tipos de comida Suho
gostaria que Lay cozinhasse no dia seguinte.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 118/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Vai parar de agir como idiota agora?” Chen perguntou passando uma pomada
analgésica nos hematomas amarelados no rosto de Suho. Os dois estavam sentados na cama
do quarto com as janelas vedadas em que Suho passava seus dias. Suho já vestia uma roupa
que Chen havia lhe entregue e sua mão não sangrava mais, embora ainda doesse. “Se você
não está morto existe um motivo e você deveria nos agradecer por estarmos sendo legais.”
Suho ficou em silêncio enquanto Chen tratava do machucado de sua mão, o segurando
com delicadeza enquanto passava um antisséptico líquido e uma pomada que agiria como
cicatrizante. Algumas camadas de gaze e, por fim, uma atadura fora enrolada na mão cortada,
terminando os curativos.
“Pare de me chamar pelo meu nome verdadeiro como se me conhecesse.” Suho falou
em um tom sério, desviando o olhar penetrante que o encarava. “Não vou agradecer você por
cuidar desse machucado e não vou agradecer sua organização como você disse que devo só
por terem me deixado vivo. Eu sei que assim que eu deixar de ser útil serei morto, então não
me peça para ficar grato pelo que vocês estão fazendo comigo.”
Chen ficou em silêncio e mordeu seu lábio inferior, pensando em como puxar algum
assunto que não envolvesse a morte de ninguém.
“Sabe, Joonmyun, hoje é sextafeira... Me diga o que você estaria fazendo se não
estivesse aqui.”
“Acho que isso não é da sua conta, sabe.” Suho falou com um sorriso irônico. “Mas
saiba que se eu saísse com alguém para me divertir com certeza não seria alguém do seu tipo.”
“Isso que eu gosto!” Chen falou rindo, afagando o cabelo do refém. “Prefiro ironia ao
silêncio...”
Suho piscou algumas vezes e desviou seu olhar, visivelmente atordoado pelo que o
outro estava fazendo. Chen estava pronto para começar algum outro assunto e tentar fazer
com que o clima ruim que sempre havia entre os dois sumisse um pouco, mas fora
interrompido quando Lay entrou no quarto, com um celular nas mãos.
“Já está brincando sem mim?” Lay perguntou irônico e Chen revirou seus olhos. “A
propósito, ligação do líder para você. Seria bom se você começasse a andar com seu celular
sabe, seu idiota, o Kris sempre acaba tendo que me ligar para conversar conosco.”
“Só vou perguntar o que o nosso refém quer comer... Aliás, tentar convencêlo a
comer algo.” Yixing disse entediado.
“Diga que se ele não comer, nós vamos começar a tomar banho com ele.” Chen falou
rindo, em brincadeira. “Aposto que ele dará o braço a torcer.”
Chen ficou encarando enquanto Lay entrava no quarto e atendeu ao telefone, com um
tom de voz feliz. “Fala, líder!”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 119/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Não precisa agir como um cachorrinho feliz quando me atende, sabe.” Kris falou em
um tom carregado de sarcasmo, que fez o moreno rir. “Como está o refém?”
“Tentou me matar hoje... De novo.” Chen respondeu, suspirando. “Ele faz isso porque
está assustado com o que podemos fazer com ele. Acho que ele pensa que se ele tentar me
matar muitas vezes e acabar me irritando de verdade, ele possa ser morto e se livrar de nós...
Ou se me matar mesmo, conseguirá fugir e voltar para a organização dele.”
“Bingo.” Kris murmurou com um sorriso óbvio até mesmo para Chen, que não o
enxergava através da ligação.
“Espera.” Chen murmurou. “Acho que eu entendi errado... Você quer que ele me
mate?”
“Claro que não.” Kris falou com um riso. “Quero que vocês se aproximem dele ao
ponto que ele pense que abaixou a guarda de vocês. E então eu quero que vocês o deixem
fugir, sem que ele perceba que foi por querer.” Kris parecia orgulhoso enquanto falava, o que
deixava Chen receoso. Afinal, os planos de seu líder eram sempre infalíveis – tirando o plano
do diplomata falso, que fora o que trouxera Suho até eles. “Depois que ele fugir nós o
seguiremos até o covil de sua organização medíocre, para que nos livremos de todos de uma
vez só.”
“Matar todos de uma vez só...” Chen murmurou sem esboçar qualquer reação e Kris
apenas concordou, pedindo mais uma vez que se aproximasse do refém e o fizesse pensar que
são amigos, antes de desligar a ligação.
Chen encostou suas costas na parede do corredor e manteve seu olhar perdido em um
ponto qualquer até que viu Lay se aproximar. “Então ele finalmente te contou o plano?”
“ ‘Não se apegue’ foi um aviso que você me deu quando trouxemos o Suho para cá,
mas dessa vez serei um bom amigo e lhe darei o mesmo conselho. Não se apegue a ele, você
sabe o que acontecerá de uma maneira ou de outra.” Yixing falou sério e esperou o mais baixo
concordar com a cabeça. “E boa notícia! Suho realmente achou que eu estava falando sério
sobre nós o obrigarmos a tomar banho conosco, então ele aceitou comer, vou fazer comida
japonesa, vai querer também?”
O rapaz de cabelos negros concordou e viu o mais alto sorrir e sumir escada abaixo,
indo – provavelmente – em direção à cozinha. Chen suspirou fundo até as batidas de seu
coração se acalmarem.
Durante toda aquela semana ele tentou se aproximar do refém porque achou que era o
certo a se fazer, mas agora, ouvindo o plano de Kris tudo parecia errado demais.
✘✘✘
se passou com uma lentidão maldosa, como se cada dia servisse para lhes lembrar de que o
líder deles estava sumido, para a organização M a semana passou como qualquer outra,
normal e rápida.
Kris continuara sua liderança nas sombras de seu escritório; Luhan continuara dando
assistência para seus garotos e garotas de programa, já que naqueles dias Kris não o
encaminhara para nenhum cliente importante que precisasse de um serviço diretamente seu.
Tao fora enviado para algumas cidades vizinhas para assassinar alguns membros de
organizações rivais da M, que estavam atrapalhando os serviços de Xiumin, que, aliás, durante
a última semana havia recebido um grande carregamento de drogas e feito uma reunião com
seus subordinados, lhes mandando serem cautelosos com a polícia que a cada dia estava mais
atenta ao tráfico de drogas.
Lay e Chen foram os únicos que não retomaram aos seus trabalhos como de costume.
Lay mexia em seu site de apostas da mansão, mas não visitara cassino algum; enquanto Chen
não recebera nenhuma ordem de Kris para raptar alguma pessoa nova e havia passado seus
dias na mansão cuidando para que Suho não tentasse escapar ou se matar.
Claro que Chen não sabia que a ideia era que Suho conseguisse escapar, já que
aparentemente seu líder queria que alguns dias passassem até ter certeza de que seu plano
poderia dar certo. A M havia tido uma semana de bastante trabalho e nos dias seguintes,
sábado e domingo, teriam muito o que discutir.
✘✘✘
Luhan encarava Xiumin, que estava parado à sua frente, dividindo sua atenção entre
olhadas que direcionava à Luhan e ao corpo deitado no chão.
“Quando você me ligou me falando que precisava de mim urgentemente não achei que
fosse isso.” Xiumin murmurou com certa ironia e Luhan bufou.
“Sério, Luhan, não me chame assim.” Xiumin pediu. “Pode me chamar de Minseok,
se quiser, mas não de—”
“Baozi...” Luhan repetiu com uma voz chorosa. “Não sei o que devo fazer.”
Xiumin suspirou, irritado. Ele estava dando alguns conselhos para alguns traficantes
novatos que estavam sob sua responsabilidade quando Luhan o ligou em um choro
compulsivo, lhe indicando o lugar em que deveria vir buscálo, sem lhe dizer o motivo de suas
lágrimas.
Claro que Xiumin não esperava encontrar um rapaz deitado e inconsciente no chão na
frente de um Luhan sentado e encolhido com uma arma ao lado de seu corpo. Luhan lhe
explicara o ocorrido e o traficante de drogas estava ha alguns minutos tentando pensar no que
os dois deveriam fazer com aquele pequeno problema.
“Espera...” Xiumin murmurou, virando o rapaz no chão usando um de seus pés. “Eu
conheço ele! É um garoto que às vezes comprava ecstasy direto de mim e—”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 121/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Você vendia para ele?” Luhan perguntou em um tom ofendido e Xiumin sorriu.
“Lu, eu sou o chefe de quase todos os traficantes dessa cidade... Eu venderia drogas
para ele de uma maneira ou outra, mesmo que indiretamente. Como é o nome dele?”
“Eu não tenho intimidade com meus clientes, ao contrário de você.” Xiumin falou
com um meio sorriso irônico e recebeu um olhar reprovador em resposta. “Mas certo, Kris
mandou você matar esse garoto porque ele é da K... Ainda não posso acreditar que esse
adolescente participa de uma organização criminosa, e o pior: ele tinha uma ligação comigo e
com você.”
“Bom, podíamos jogar o corpo em algum lugar e rezar para ninguém encontrálo e—”
Xiumin falava em tom de brincadeira, mas vendo a expressão de seu amigo, decidiu que não
era a hora. “Você tem duas opções e uma delas você não vai gostar...”
“Você deixa eu tomar conta dessa bagunça e vai para a mansão, já que amanhã o Kris
quer se reunir conosco.” Xiumin disse calmo, esperando receber um sorriso em resposta ou
até mesmo um abraço por ser um amigo tão prezado.
“Nem pensar.” Luhan falou irritado. “Não vou deixar você fazer o que quiser com o
Sehun...”
“Não, Baozi.” O michê falou alto, em um tom firme. “Me diga o outro plano...”
O traficante de drogas suspirou. “A outra opção... A que você não vai gostar e eu
também não gosto, é levar Sehun até a mansão e explicar para Kris o que houve.”
“Você precisará explicar para o Kris o porquê de não conseguir matálo, assim como
explicou para mim. Você terá sorte se tudo aconteceu como você disse... Quem poderia
imaginar que alguém aqui perto do motel dispararia uma arma bem quando o Sehun estava na
mira da sua arma? Se aproveitar do barulho que o distraiu e dar uma coronhada nele foi uma
boa opção, mas você sabe que não era essa a ordem do líder.” Xiumin falou em um tom baixo.
“O garoto não está morto e eu garanto que o líder não gostará nada disso.”
Luhan suspirou. “E se ele souber por outra pessoa que eu falhei e ignorei as suas
ordens, quem acabará morto sou eu, pelas mãos dele ou pelo Tao.”
“Não pense isso do Kris, Luhan.” Xiumin falou sério. “Você sabe que ele só é daquele
jeito para nos proteger.”
“Sehun é só um adolescente, não existe motivos para matálo.” Luhan engatinhou até
o corpo inerte no chão e retirou a franja caída sobre a testa.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 122/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ele não é meu inimigo, Baozi.” Luhan respondeu, olhando para o seu amigo com os
olhos marejados. Seu rosto estava inchado e seu nariz rosado devido ao choro intenso de até
alguns minutos atrás.
Xiumin sorriu. No fim, ele sempre acabava fazendo o que Luhan pedia com seu olhar
que transbordava uma inocência mentirosa. Os dois membros da M, com certa dificuldade,
levaram o adolescente desacordado até o carro de Luhan, estacionado em frente ao motel, o
colocando dentro do portamalas.
Xiumin se afastou e foi até seu carro, voltando alguns segundos depois com uma
seringa cheia de um líquido transparente em sua mão.
“É um calmante que as pessoas injetam para ficarem relaxadas... Vou dar uma
quantidade maior para ele acabar dormindo por bastante tempo.”
“Ele vai acordar, não se preocupe.” Xiumin disse com um sorriso, enfiando a agulha
da seringa em uma visível veia do pescoço do adolescente desacordado. O traficante precisou
puxar de leve a corrente do colar que Sehun usava para alcançar sem problemas a pele pálida.
Xiumin injetou todo o líquido e jogou a seringa dentro da mochila que levava na mão.
O mais alto dos dois fechou a tampa do carro e olhou para o amigo.
“Obrigado por vir...” Luhan falou sincero e abraçou o amigo mais baixo. “Baozi.”
Completou, em um tom de provocação.
“Algum dia invento um apelido ofensivo para você também, seu idiota.” Xiumin riu e
recebeu uma risada em resposta.
“Você não pode considerar o apelido Baozi como uma ofensa! É fofo!” Luhan se
defendeu e recebeu um xingamento em resposta.
Já passava da meianoite quando cada um dos dois entrou em seu próprio carro e
rumaram em direção à casa de arquitetura tradicional chinesa da organização M, que ficava há
algumas horas longe de Seul. Eles chegariam lá de madrugada e precisariam esconder Sehun
em algum dos quartos, para que ninguém o visse até que Kris chegasse com Tao, na parte da
tarde do sábado.
Luhan teria problemas para explicar para o líder o que havia acontecido.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 123/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Por outro lado, Baekhyun e Chanyeol ficaram nas ruas de Seul até bem tarde da
madrugada, tentando achar alguma pista de onde o líder sumido poderia estar. Eles voltaram
para casa quando o sol já nascia e já passava das duas da tarde quando ambos acordaram de
modo preguiçoso na cama de casal que dividiam no pequeno apartamento do prédio
aparentemente abandonado.
Chanyeol foi o primeiro a abrir os olhos e a primeira coisa que viu foram as costas
nuas e alvas de Baekhyun se movendo pouco enquanto ele respirava pesadamente em meio ao
sono. Nas costas do rapaz, perto de seu ombro, era possível ver com clareza uma cicatriz
grande provocada por uma queimadura com fogo. Chanyeol piscou seus olhos algumas vezes,
forçando sua visão a focar na pele deformada e levou seus dedos até a tez rosada e seca,
acariciando de leve as ondulações.
“Pare com isso.” Baekhyun murmurou ainda de costas para Chanyeol, o assustando.
“Sério,” Baekhyun murmurou irritado, virando seu corpo e encarando o mais alto.
“Você precisa parar de se culpar pelo que aconteceu, foi um acidente.”
“Você sabe que não, eu já respondi essa pergunta milhares de vezes e a resposta
sempre será a mesma.” Baekhyun ainda mantinha o olhar severo, mas não esperava ser
envolvido em um abraço repentino.
“Eu nunca mais vou deixar nada acontecer com você, Baek.” O maior sussurrou em
um tom manhoso e o menor ficou em silêncio.
Chanyeol estava feliz demais com todo o fogo ao seu redor, queimando a fábrica de
um excolega de Suho, para perceber quando Baekhyun ficara preso entre alguns escombros
que caíram do teto, ainda pegando fogo. A máscara que ambos usavam para ajudar na
respiração dificultava a comunicação e as costas de Baekhyun o protegeram de danos maiores
que o fogo poderia ter lhe causado.
Mas Chanyeol jamais se esqueceu do erro que cometeu. A culpa não lhe deixava
esquecer.
Ele se sentia responsável por todos os membros da K, pois seu pensamento infantil lhe
dizia que como ele era o mais alto, ele tinha o dever de proteger a todos. Eles eram como uma
família e Chanyeol faria qualquer coisa para protegêlos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 124/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Vamos tomar um banho e ver com o resto do pessoal se querem nos ajudar a procurar
pelo Suho? Talvez as autoridades tenham mais notícias do falso diplomata que também deve
ser o sequestrador do Suho, provavelmente...” Baekhyun perguntou com um pequeno sorriso,
se surpreendendo ao ser abraçado fortemente pela segunda vez desde que acordara.
“Obrigado por estar comigo, Baek.” Chanyeol sussurrou, feliz por ter o menor ao seu
lado, como um pilar que sustentava sua sanidade e mantinha acesa a chama de sua esperança.
Já fazia quase um ano que eles se encontraram pela primeira vez. Era uma noite fria de
inverno, quando o maior, andando até o seu carro estacionado depois de comprar alguns
cigarros, fora abordado por um garoto muito mais baixo que segurava uma arma e exigia que
ele lhe entregasse o carro.
Chanyeol não sabia para que o rapaz queria seu carro e seu dinheiro, na época
acreditara que fosse por causa de drogas, e como o piromaníaco realmente não podia se dar ao
luxo de perder o horário para concluir o trabalho que Suho lhe dera, resolveu conversar com o
assaltante.
Baekhyun estava com o físico e o emocional tão abalados que não tardou em contar
para Chanyeol, que conversara consigo como se fosse algum velho conhecido, como seu
antigo grupo de ‘amigos’ havia o traído e lhe deixado para trás depois de roubar dinheiro de
um chefe do tráfico do bairro que morava. Baekhyun disse que era o bode expiatório dos
traidores e que precisava de dinheiro ou acabaria morto. O rosto inchado coberto de
ferimentos, cortes e hematomas era uma prova de que o que ele falava era verdade.
Chanyeol se compadeceu da história do rapaz baixo e pensou que não seria má ideia
trazer mais uma pessoa para a organização que existia há meros dois meses e estava recém
batizada de K. Até o momento tinham cinco integrantes e mais um não seria má ideia.
“Se você me ajudar com uma coisa, eu te ajudo a se livrar de todos os seus inimigos.”
Foi a frase que Chanyeol usou para convencer Baekhyun a abaixar a arma trêmula em suas
mãos.
“Eu tenho muitos inimigos...” A resposta vaga tentava convencer o mais alto a desistir
da loucura de ajudar um assaltante e apenas lhe entregar o que ele queria antes que acabasse
morto.
“Para uma pessoa como eu a quantidade não importa.” Chanyeol disse num tom de
voz suave e recebeu um pequeno sorriso em resposta, confirmando sua vitória.
Naquela mesma noite, com o restante das bombas caseiras que Chanyeol levava no
carro, os dois foram até o bairro de Baekhyun e explodiram o casebre que o grupo do tráfico
que ameaçava a vida de Baekhyun usava como esconderijo. Baekhyun olhava o casebre
queimar e as pessoas correrem com o fogo sobre seu corpo com os olhos arregalados e só
sentiu seu coração se acalmar quando sua mão pequena fora envolvida pela do mais alto, que
a segurava como uma demonstração de conforto, lhe dizendo em silêncio que tudo ficaria
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 125/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
bem.
Baekhyun acabou sendo levado até o prédio que a organização usava como quartel
general e, em apenas uma noite, ele e Chanyeol acabaram se tornando íntimos e o menor
nunca mais saiu do seu lado, se tornando um tipo de parceiro nos incêndios e, aos poucos, se
consolidando como parte da família K.
“No que você está pensando?” Baekhyun perguntou enquanto ensaboava lentamente o
peito do maior à sua frente.
“Nada.” Chanyeol mentiu e abriu um grande sorriso, para logo em seguida colar os
dois corpos e beijar os lábios pequenos à sua frente.
✘✘✘
Esconder Sehun em um dos quartos da mansão durante a madrugada fora uma tarefa
fácil.
Luhan depois de colocar o corpo desfalecido sobre a cama, com a ajuda de Xiumin,
prendeu seus pulsos e seus tornozelos com bastante fita tape grossa, para que o mesmo não se
soltasse quando acordasse. Luhan retirou a bateria do celular do adolescente e vasculhou seus
pertences atrás de algo que pudesse ser perigoso para a M, não encontrando nada.
Quando Kris chegou à mansão acompanhado de Zitao, na parte da tarde, Luhan pediu
para que o mesmo o acompanhasse até um dos quartos e, ao contrário do que garoto de
programa pensara, o líder não perdera a cabeça quando viu um adolescente desacordado e
amarrado em cima de uma das caras camas que pertenciam à organização.
“Alguém sabia que ele estava com você?” Kris perguntou depois de alguns segundos
de silêncio angustiantes enquanto encarava o rosto do rapaz desacordado.
“Não.” Luhan falou com um tom de certeza. “Sehun sempre me garantiu que não
contava a ninguém que me via... Até seria um pouco desagradável, provavelmente, dizer que
ele via um prostituto uma vez por semana, não é?”
Luhan ria de sua conclusão, mas o líder não o acompanhou. “Escute, Luhan. Você é
um membro valioso para a nossa família e sem você nós não estaríamos onde estamos hoje, eu
quero que você entenda isso,” Kris disse, com um olhar sério. “Mas eu quero que até amanhã
à tarde você tenha enfiado uma bala na cabeça desse garoto ou o assassine do modo que você
achar menos doloroso para você.”
“Mas Kris,” Luhan falou, temeroso. “Eu o trouxe para que você visse como ele é
inofensivo, Kris, nós não precisamos matálo por—”
“Você vai matálo dentro de vinte e quatro horas Luhan.” Kris disse em um ultimato.
“Você não quis obedecer uma ordem direta minha ontem, mas fará isso de uma maneira ou
outra. Se você não matar esse garoto eu mandarei o Tao fazer isso e você sabe como não será
uma morte nada agradável para o seu... cliente.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 126/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Mas—” Luhan tentou discutir, porém fora calado com apenas um olhar de seu líder.
“Você irá matálo e, fazendo isso, irá provar de que lado sua lealdade está.” Kris falou
em um tom calmo demais para quem estava decidindo o futuro trágico de um adolescente de
apenas dezoito anos. “São dezesseis horas agora. Eu lhe dou vinte e quatro horas para se
despedir e fazer o que quiser com o garoto antes de matálo. Hoje à noite teremos uma reunião
e amanhã de tarde nós voltaremos a conversar sobre isso.”
“Eu devo contar para alguém que ele está aqui?” Luhan murmurou com a voz
embargada e Kris pensou por alguns segundos.
“Eu explicarei a situação a todos amanhã, na reunião, não se preocupe.” Kris falou
com um pequeno sorriso e afagou os cabelos loiros do prostituto. “Entenda, Luhan, que isso
que você fará é para proteger a todos... Eu, mais que todo mundo, quero ver você feliz, mas
isso é um mal necessário a se fazer.”
“Eu sei...” Luhan sussurrou, derrotado, antes de se agarrar ao homem bem mais alto à
sua frente, em um abraço desesperado. “Eu sei, líder...”
Kris ouviu o choro baixinho de Luhan durante alguns minutos enquanto se mantinham
abraçados. A mão do maior acariciando os cabelos loiros e macios em sua frente, enquanto
sussurrava em seu ouvido que tudo acabaria dando certo no final, que o destino lhes guardava
coisas boas e que todo o sofrimento que Luhan passara em sua vida seria recompensado.
Mais do que qualquer coisa no mundo, Luhan gostaria de acreditar nas palavras
suaves de seu líder. Mas encarando o rosto do adolescente desacordado, nada parecia estar
nem perto de estar certo.
Quando Kris deixou o quarto e Luhan secou suas lágrimas e se sentou na cama,
observando Sehun acordar aos poucos algum tempo depois, assustado e confuso, o destino
não parecia feliz.
✘✘✘
“Como assim você não lembra como achar nesse programa os localizadores de cada
um de nós?” Baekhyun falou alto, indignado, enquanto Chanyeol digitava com cautela no
teclado do computador de Sehun, tentando fazer o programa funcionar.
“Você fala isso como se você lembrasse como localizar cada um de nós!” Chanyeol
respondeu em um tom de voz ainda mais alto, irritado.
Já era sábado à noite e os dois passaram as últimas horas procurando por Suho e por
Sehun na cidade, já que o mais novo parecia ter desaparecido do mapa. O mesmo não atendia
ao telefone e não estava nos pontos urbanos que normalmente ia.
“Você vive brigando com o Sehun,” Baekhyun falou quase gaguejando, tentando se
defender. “Achei que pelo menos iria prestar atenção na explicação dele de como encontrar os
localizadores!”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 127/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chanyeol não respondeu e bufou, quando na tela de plasma recebeu uma notificação
de falha.
“Saia daí, eu vou dar um jeito!” Baekhyun falou irritado, tentando empurrar com o pé
a cadeira de rodinhas em que o maior estava sentado. “Porra, sai! Você é pesado!”
“Nenhum sinal do Sehun? E o telefone dele?” Kai falou de repente, entrando na sala
que Sehun usava como um tipo de escritório.
“Nada... O telefone está totalmente fora do ar e não temos sinal do Sehun faz quase
um dia inteiro. E ainda por cima, esse estúpido do Chanyeol não lembra como localizar nesse
programa que o Sehun ensinou!” Baekhyun falou irritado e logo ele e o incendiário
começaram a discutir novamente em voz alterada.
A verdade é que nenhum deles achou que algum deles realmente acabaria sumindo.
“Kyungsoo!” Chanyeol falou com um quase brilho nos olhos, pulando da cadeira que
estava disputando com Baekhyun e correndo até o rapaz de cabelos negros e olhos grandes.
“Soo, me diz que você foi inteligente o bastante para prestar atenção na explicação do Sehun e
se lembra de como localizar essas merdas!” Chanyeol retirou o anel localizador de seu próprio
dedo e mostrou para Kyungsoo com impaciência.
“Não sei como não percebemos que ele sumiu assim...” Baekhyun falou baixo, se
sentindo culpado.
“Bom, não é a primeira vez que ele faz isso, certo? E se ele estiver na casa de algum
amigo?” Kai perguntou incerto e Chanyeol suspirou, observando Kyungsoo digitar sem parar
no teclado à sua frente.
“Se o Sehun estiver na casa de alguém se divertindo, ele vai desejar ter sido raptado
porque eu o mato por nos preocupar dessa maneira.” Chanyeol falou, mantendo as
sobrancelhas franzidas.
“Então quando nós os encontrarmos, eles vão desejar não terem entrado em nosso
caminho.” Chanyeol respondeu com um pequeno sorriso.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 128/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Achei!” Kyungsoo exclamou e todos correram para frente da enorme tela. “Ele está
fora de Seul, nesse ponto em vermelho aqui, piscando.” O rapaz de cabelos negros apontou
com o dedo o ponto exato em que o colar que Sehun usava denunciava sua localização.
“O Sehun não iria sair de Seul sem nos avisar...” Kai murmurou incerto e recebeu um
murmúrio afirmativo de todos.
“Isso só pode significar que ele está lá contra a vontade dele.” Baekhyun falou com
certeza, enquanto Kyungsoo imprimia o mapa com a localização para a mesma ser passada
para o GPS de um dos carros da organização.
“Pessoal, se preparem hoje à noite,” Chanyeol falou com um sorriso largo no rosto.
“Porque amanhã nós iremos, muito provavelmente, encontrar aqueles caras que estão com o
Sehun e talvez até com o Suho.”
CONTINUA
Notas finais
TADADADAAAAAAAAAAM, mais um capítulo chega ao fim.
Eeeeentão, acho que esse é o momento em que o pessoal faz a gente ajoelhar e pedir perdão
pelo susto da semana passada. SÓ QUE ASSIM, SABE, ninguém disse que o Sehun tinha
meeesmo morrido sabe, então, né, vocês precisam ser mais calmos e
Suho está ficando impaciente e agindo de modo perigoso para si. Até quando durará a
paciência de Chen? Quem perderá a paciência primeiro? Globo Repórter é sexta não?
E vejam só, temos mais uma revelação:::::: Como BaekYeol se encontrou nesta vida bandida,
awn ?
Muitos dizem não saber o papel do Kyungsoo na K, por que ele está ali, como ele é inútil.
Mas agora mE DIGAM, MEUS QUERIDOS, o que seria do líder e do 9vinho tinhoso se não
fosse nosso pequeno e squishy Do Kyungsoo? Pois é, graças a ele o dia foi salvo (
http://i683.photobucket.com/albums/vv191/Kakah
chan/powerpuffysooohwhy_zps3995568c.jpg?t=1377301418 )
Ah, e, pois é, o Kis, sim, ele é um bosta nessa história (: Mas eu ainda amo ele e tal.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 129/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Notas do Autor
Opa, e aí galera!
Estamos aqui, em mais uma sextafeira, porque sextafeira é dia de atualização e é claaaro
que não esqueceríamos de passar aqui e, né, atualizar :D
Na verdade agradeçam à Cassie pela atualização porque a gente meio que tava assistindo
GoT e esquecemos da vida, mas enfim, estamos aqui e yay!
Boa leitura ?
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO NOVE – FÚRIA E FLEUMA
Sehun perguntara a Luhan por que não o assassinara no motel como ameaçara fazer...
Por que o trouxera para aquele lugar, por que o prendera em uma cama e por que agia agora
com carinho consigo, quando nada mais importava. Nada poderia ser como era antes, eles não
poderiam mais fingir ser apenas prostituto e cliente. Eram inimigos e isso fazia o adolescente
se sentir tonto, enjoado, e triste. Ele amava Luhan mais do que suportava, mas o que acontecia
consigo naquele momento lhe parecia uma demonstração clara de que o michê não o
correspondia.
Sehun sentia que iria morrer e pensou estar errado quanto ao que acontecera com
Suho. Imagens criadas passavam em sua cabeça e ele tinha a certeza de que o líder da K já
estava morto – assim como ele próprio estaria em breve.
Ele não estava acostumado a tirar vidas com as próprias mãos, mas entendia o porquê
de o líder lhe mandar fazer isso. Luhan precisava provar sua lealdade e Sehun era um
empecilho que poderia atrapalhar os planos da organização.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 130/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“E o Suho? Por que ele está vivo e o Sehun precisa morrer, líder?” Luhan perguntou
aos sussurros no corredor, antes de entrar novamente no quarto em que o adolescente estava.
“Para o Suho tenho outros planos. Planos dos quais você ficará sabendo hoje à tarde,
na reunião.” Kris respondeu também em tom baixo. “Faça o que mandei, Luhan. Será o
melhor para todos nós.”
Era domingo e o meiodia se aproximava. Luhan sabia que provavelmente Lay estava
na cozinha preparando algo para que os membros da organização comessem, mas não sentia
fome alguma. Ele havia passado a noite no quarto com Sehun, tentando lhe explicar o que
acontecia, mas o outro pareceu lhe ignorar até cair no sono.
O adolescente segurava com uma de suas mãos o pingente de seu colar, o pequeno
localizador funcionando dentro do mesmo, pensando se seus colegas de organização já
haviam notado sua ausência e se, por deus, algum deles tinha prestado atenção em sua
explicação sobre como localizálo.
“Você quer comer alguma coisa?” Luhan perguntou, fechando a porta atrás de si e a
trancando. Sehun o ignorou e permaneceu em silêncio enquanto largava o pingente de seu
colar, com receio de que Luhan pudesse desconfiar de algo. “Até quando você vai me ignorar
e ficar em silêncio, Sehunah?”
Sehun suspirou. Seu pulso doía onde a algema estava presa e seu estômago se
contorcia de fome.
“Até você parar de fingir que nada aconteceu entre nós.” O adolescente murmurou,
encarando – pelo que parecia ser a primeira vez em muito tempo – os olhos de Luhan. “Até
você parar de fingir que eu era apenas um cliente e nada mais, que minha vida não vale nada e
que você vai me matar porque lhe foi ordenado isso. Por que não tirou a minha vida no motel?
É porque você não consegue, não é? Pare de fingir—”
“Eu não estou fingindo nada.” Luhan falou, desviando o olhar. “Se eu pensasse que
você não é nada para mim eu teria tirado a sua vida naquele quarto de motel.”
“E que diferença isso fez?” Sehun perguntou, irônico. “Você precisa acertar uma bala
na minha cabeça nesse quarto... Nada mudou. Só vai mudar quando você admitir que não
conseguirá me matar.”
“Eu não quero fazer isso, não quero, Sehun...” Luhan murmurou, o pequeno revólver
estava no cós de sua calça, escondido pela camisa comprida que usava, o cano da arma
roçando em sua pele era como um lembrete de qual era a sua missão.
“Não faça, então.” Sehun pediu, sentindo um fio de esperança para si. “Vamos fugir
juntos, só eu e você, por favor, Luhan... Você pode distrair quem mais estiver nesse lugar e
nós podemos fugir e ficar juntos, longe de tudo isso... Eu não quero que você acabe se
machucando... Eu sei que pedi para você fugir, mas outro plano para nós, se você quiser, é de
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 131/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
voltarmos para Seul, para a K, tenho certeza de que eles irão te aceitar quando eu explicar
tudo... Nós podemos—”
Sehun parara de falar quando vira que suas palavras não fariam diferença.
Luhan não parou de caminhar e saiu do quarto, fechando a porta e a trancando. Sehun
sentiu lágrimas invadirem seus olhos e o desespero invadir todos os seus poros como se um
tapa lhe fosse dado, lhe mostrando qual era a sua realidade.
Ele iria morrer. Pelas mãos de quem amava e de quem pensou que o amava de volta.
✘✘✘
“Por que eu não posso ir junto?” Kyungsoo perguntou em um tom ofendido, enquanto
Chanyeol, Baekhyun e Jongin se preparavam para entrar no carro reserva da organização, um
modelo popular que passaria despercebido em meio à multidão.
“Kyungsoo, vai ser perigoso, nós talvez tenhamos que entrar em confronto direto com
eles...” Jongin murmurou, segurando o rosto do menor com as duas mãos, apertando de leve
suas bochechas.
“E você quer que eu fique aqui parado enquanto vocês vão lá se matar?” Kyungsoo
perguntou, olhando de esguelha para Baekhyun, que verificava se uma de suas armas estava
carregada. “Eu não quero ficar aqui sozinho, Jongin...”
“Pelo menos comam alguma coisa antes de ir, Jongin...” Kyungsoo pediu, mas
recebeu um sorriso de volta, enquanto o mesmo entrava no carro e fechava a porta.
“Comeremos algo no caminho, não se preocupe!” Jongin falou e Kyungsoo quase não
o escutou quando o carro fora ligado.
Vai ficar tudo bem. Jongin disse, mas Kyungsoo não conseguiu o escutar e teve que
ler as palavras saindo por entre seus lábios.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 132/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A verdade era que eles não sabiam se, de fato, Sehun havia sido sequestrado pela
organização chamada M, mas era a única teoria que vinha nas mentes dos quatro rapazes
enquanto estes pensavam nas probabilidades do que poderia ter acontecido com Sehun para
ele estar há tantos quilômetros de distância e com seu celular desligado.
Seria uma viagem de pelo menos três horas até o local onde Sehun estava e os três
membros da organização K estavam armados com o – precário – armamento que a
organização dispunha e com o plano de que se percebessem que o território era hostil demais
chamariam a polícia, alegando que um rapaz fora sequestrado e estava sendo mantido como
refém naquele local. Local este que eles nem ao menos sabiam se era uma casa, um edifício
ou apenas uma construção precária no meio do nada.
“O líder deles, Kris, se não me engano, falou para nós naquela ligação que eles
estavam há bastante tempo no ramo do crime, então para onde estamos indo deve ser algum
lugar grande e bem difícil de chegar...” Baekhyun comentou, quando o carro já andava há
alguns minutos, deixando a paisagem borrada enquanto as rodas se moviam em alta
velocidade pelas ruas.
“Vamos primeiro só ficar olhando para ver como é, depois decidimos o que fazer.”
Jongin falou, sentado no banco de trás enquanto encarava as nucas de Chanyeol e Baekhyun.
“Minha vontade era de colocar fogo em tudo.” Chanyeol murmurou, com o cenho
franzido, enquanto dirigia.
“Nós não sabemos com o que estamos lidando, não seja precipitado.” Baekhyun disse,
ajeitando a arma de pequeno porte no cós da calça. “Nem sabemos se a M é quem está por trás
do sumiço do Sehun... Talvez ele só esteja se divertindo com alguém.”
“Mas foi você mesmo, Baek, que falou sobre a M e sobre o que o líder deles havia
dito naquela conversa telefônica...” Jongin murmurou, confuso.
“Se for irresponsabilidade do Sehun que sumiu e não nos avisou eu coloco fogo nele.”
Chanyeol brincou, rindo de leve. “Mas eu espero mesmo que seja a M que esteja com o
Sehun, porque assim poderemos encontrálos pessoalmente.”
“E depois atear fogo em tudo,” Chanyeol disse, sorrindo. “Só para garantir, sabe.”
✘✘✘
16 horas
Kris estava com algumas pastas em mãos que diziam os números que determinavam a
quantia de dinheiro que a organização M possuía, guardados em diversos bancos espalhados
tanto pela Coreia, como no exterior. A reunião que eles teriam dentro de alguns minutos
definiria o que fariam com o dinheiro depositado em um dos bancos centrais coreanos, já que
o objetivo era que ainda naquele ano eles se mudassem para a China com nomes diferentes
usando a identidade de “investidores” e o dinheiro gasto para isso seria muito.
Kris estava confiante de que em menos de dois anos ele reconquistaria o seu lugar na
máfia chinesa e assumiria a liderança que, por direito, era sua na família Wu.
“Onde o Luhan está?” Yixing perguntou enquanto mastigava um doce que encontrou
na cozinha, sentado em uma das extremidades da mesa comprida. “Não podemos começar a
reunião sem ele...”
“O Chen também não está aqui...” Zitao observou, enquanto seus olhos rolavam em
suas órbitas, procurando Jongdae em algum canto da sala de reuniões em que eles estavam.
“Nem o Minseok.”
“O Chen está com o diplomata impostor e logo mais deve descer para a reunião,”
Yixing disse, antes de morder novamente o doce em suas mãos. “E o Minseok deve estar atrás
de comida em algum canto da casa.”
“Você fala como se você não estivesse mastigando nesse exato momento.” Zitao deu
um meio sorriso e Yixing riu de leve, concordando e dando de ombros.
“Tenho algo a contar para vocês,” Kris começou, apoiando o queixo em uma das
mãos, como se pensasse. A atenção dos outros fora direcionada para si. “Luhan não está aqui
porque está concluindo uma missão que lhe foi dada... Que eu lhe passei. Em um dos quartos
dessa casa tem um outro membro da K e Luhan está eliminando ele nesse exato momento.
Minseok sabe disso e provavelmente está com Luhan para lhe dar apoio.”
“Outro membro da K?” Yixing falou em um tom alto demais. “Como assim outro
membro da K?”
“Líder,” Tao interviu e olhou de esguelha para Yixing, em um pedido mudo para que
o mesmo se acalmasse. “Há quanto tempo tem outro membro da K aqui e por que você não
nos contou antes?”
“Vocês sabem o cliente de Luhan que era um adolescente?” Kris perguntou, embora
soubesse a resposta.
“O garoto que eu dizia para o Luhan que devia feder a leite?” Yixing perguntou,
descrente. “Ah, não acredito...”
cinco anos atrás. “Mas Luhan me garantiu que o garoto sabe muito sobre a K e o pior, sabe
muito sobre o próprio Luhan. Ele precisa ser eliminado e é isso mesmo que está acontecendo
nesse momento.”
“Não será necessário, o Suho já está vivo para nos levar até a K, mais um garoto só
atrapalharia.” Kris respondeu, suspirando.
“Lay tem razão... Não é melhor que eu faça isso, líder?” Zitao perguntou
compadecido. “O Luhan não é um assassino.”
“Todos nós precisamos estar preparados para tirar a vida de alguém, inclusive o
Luhan.” Kris suspirou. “Ele ficará bem.”
Yixing bateu com o punho na mesa de leve, para que a atenção recaísse sobre si.
“Podemos discutir o fato de que o Suho também faz parte da K, mas está vivo – por
enquanto – só para nos levar até o local que a K usa como esconderijo... Para daí sim poder
morrer lá com todos?” Yixing perguntou, irritado. “Desde quando ficamos tão cruéis, Kris?
Sei que nesse mundo é matar ou morrer, mas não estamos sendo sádicos fazendo isso com o
coitado? Além disso, você está sendo um filho da puta mandando o Luhan matar aquele
garoto que você sabe que o Luhan é apegado... Mandando o Lu o matar por si mesmo é
errado, tão errado... E você sabe que eu estou certo!”
“Ele está certo, Tao.” Kris disse, dando de ombros. “Mas não mudarei minha decisão,
porque sei que isso será o melhor para todos.”
“Você está errado.” Yixing murmurou. “Eu respeito você como líder e como meu
amigo, mas você está errado.”
Mas estava.
✘✘✘
“É... Uma casa.” Baekhyun murmurou, se segurando com força usando os braços para
poder observar sobre o muro alto feito de pedras. “Uma casa feita em estilo chinês. É grande e
bonita, mas parece ser uma casa de alguma família rica e não de uma organização do crime
organizado.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 135/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Jongin coçou sua nuca. Ele ainda estava no chão, observando seus colegas de
organização pendurados no muro e pensando porque diabos aceitara entrar naquilo que Suho
insistia em chamar de “família”.
“Nós vamos ficar observando até saber quantas pessoas tem lá dentro?” Jongin
perguntou, entediado.
Jongin percebeu que agradecia aos céus pela sua relação com Kyungsoo ser muito
mais sutil e imperceptível ao olhar, porque Baekhyun e Chanyeol nem tentavam esconder que
se viam mais do que como amigos.
“Nós temos que ter certeza se é realmente aqui...” Baekhyun grunhiu, quase sem ar, já
que seus pulmões estavam sendo esmagados contra o muro por causa da força com que ele se
segurava no mesmo. “Saber se o Sehun está aqui ou se erramos de casa...”
“Não erramos, o sinal do localizador do Sehun vem daqui.” Jongin falou, encarando o
GPS em sua mão. “Com certeza é aqui.”
“E como vamos saber que não tem vinte homens aí dentro prontos para atirarem na
nossa cara quando entrarmos?” Jongin perguntou e viu Baekhyun se soltar do muro e cair de
pé no chão ao seu lado. Chanyeol também se soltou e surgiu ao seu lado.
“Tem apenas quatro carros estacionados ali dentro no pátio, não dá vinte pessoas.
Mas, do mesmo, damos conta de vinte pessoas, acho, e a casa é grande sim, mas acho que não
caberiam trezentas pessoas lá – o que sim seria um problema matar.” Chanyeol disse sorrindo
e Jongin suspirou.
“Se cada carro tiver vindo até aqui com carga máxima dá vinte pessoas, sabe, cinco
por carro, cinco vezes quatro...” Jongin murmurou, pensativo, com uma de suas sobrancelhas
erguidas e um meio sorriso.
Chanyeol revirou seus olhos. “Você é matemático agora, Kai? Pegue uma arma e
vamos entrar.”
Jongin apavorouse. “Achei que iríamos só observar, eeu não mato, meu trabalho é
seduzir e conquistar, vocês sabem disso.”
Baekhyun entregou a Jongin uma pistola 9mm e riu quando o viu arregalar seus olhos
ao pegar a arma de fogo.
“Não há outra opção no momento, Kai.” Chanyeol suspirou, cansado. “Você não vai
poder entrar lá e seduzir seja lá quem for nosso inimigo. Sexo não vai salvar ninguém.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 136/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Jongin entreabriu seus lábios, mas as palavras não saíram, pois ele não conseguia
pensar em um argumento para contradizer o outro.
“E então,” Baekhyun começou a falar, irônico. “Como vamos entrar, Chanyeol, Rei
das Ideias? Vamos bater na porta da frente e nos convidar para tomar chá?”
✘✘✘
“Você tem prazer em vir ver meu estado deplorável ou você só gosta de vir aqui
observar meu rosto bonito?” Suho perguntou, irônico, já cansado de ficar calado depois de ter
Chen no quarto ha dez minutos, este que permaneceu também em silêncio sepulcral durante
todo o tempo que estivera ali.
Suho estava com uma venda nos olhos, mas sabia que Chen estava em seu quarto,
pois já sabia distinguir seu modo de respirar, mais pesado, do que os outros que iam até seu
quarto. Além disso, o sequestrador tinha um perfume natural muito agradável que suas narinas
já haviam aprendido a identificar.
A verdade era que Kris havia dito para Chen que havia chegado a hora. Naquela tarde
ele deveria dar chances para que o prisioneiro escapasse. O plano era deixar Suho fugir para
que a M pudesse rastreálo e assim chegar até o restante dos membros da K.
Chen só não sabia como fazer isso... ainda. Ele sabia que assim que deixasse o
prisioneiro ter sua liberdade, também estaria assinando sua sentença de morte.
“Você tem sido um bom cativo,” Chen começou a falar, com o seu sorriso costumeiro
estampado no rosto, mas uma culpa lhe devorando por dentro. “Tirando a parte de querer me
matar, de tentar fugir e de querer se matar, você tem sido ótimo! Lhe dou meus parabéns,
Joonmyun.”
“Não me chame pelo nome como se fôssemos amigos.” Suho pediu, se mexendo na
cama e se sentindo desconfortável com seus olhos vendados e seus pulsos atados fortemente.
O sequestrador levava uma tesoura em seu bolso e usara a mesma para cortar a fita
larga que mantinha os pulsos do refém rentes um ao outro. Suho ainda estava com seus olhos
vendados, mas sabia que Chen estava muito próximo de si, pois conseguia sentir a respiração
do mesmo chocarse contra sua pele.
“Prontinho,” Chen disse, retirando a venda escura que fazia com que Suho estivesse
imerso na escuridão. “Bem melhor, não?”
em seu rosto, embora ele não estivesse mais com vontade alguma de sorrir. “Que eu posso
libertar você?”
✘✘✘
“Está tudo bem, Baozi, você pode ir para a reunião.” Luhan murmurou, parado na
porta.
“Você vai ficar bem?” Xiumin perguntou, olhando por cima do ombro de Luhan para
o adolescente que tinha os dois pulsos algemados atrás de suas costas e seus olhos vendados.
Seria pior se ele visse o que acontecia. “Eu posso fazer isso, você sabe.”
“Não, se o Kris descobrir que foi você e não eu, nós dois teremos problemas.” Luhan
falou, mordendo seu lábio inferior e aspirando o ar com força pelo nariz.
“O Kris que se foda, Lu.” Xiumin sussurrou. “Eu entendo o que ele pensa que está
fazendo, mas—”
“É melhor você ir.” Luhan pediu, sorrindo sem vontade enquanto fechava a porta,
deixando seu amigo com os lábios entreabertos e uma expressão confusa no rosto.
Luhan suspirou enquanto segurava seu revólver calibre 38, pequeno em suas mãos,
mas que faria um grande estrago na vida de Sehun quando fosse acionado.
“Não é melhor amordaçar minha boca também?” Sehun perguntou, irônico. “Eu não
pretendo implorar pela minha vida porque percebi que não valho nada para você, mas nunca
se sabe o que eu acabarei fazendo nos últimos segundos da minha existência.”
“Não fale essas coisas, Sehun.” Luhan pediu, se aproximando da cama. “Não diga
essas palavras porque você sabe que são mentiras.”
Sehun sorriu, embora seus olhos – fechados devido à venda – estivessem cheios de
lágrimas. Seus dedos tremiam e ele não sabia se era devido à abstinência de sua dose diária de
ecstasy ou se era o terror que o invadia por saber que uma arma estava sendo apontada para o
seu crânio... De novo.
Ele era novo demais para morrer... Ele só queria se divertir quando entrou para a K.
“E então estamos novamente assim, não é? Você e eu, juntos...” Sehun começou, sua
voz embargada contra a sua vontade. “Pena que, novamente, você com uma arma na minha
cabeça.”
Luhan não respondeu. Ele decidiu que não falaria nada, não machucaria ainda mais
Sehun e não mais machucaria a si mesmo. Era medonho o pensamento de que assim que ele
acionasse o gatilho, Sehun jamais falaria consigo de novo, jamais o xingaria por ser distante
ou o beijaria enquanto o abraçava.
Sehun fazia parte da vida de Luhan e em breve não faria nem mais parte desse mundo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 138/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Nenhuma palavra mais foi dita antes que os dedos trêmulos do mais velho
destravassem a arma e encontrassem o gatilho.
✘✘✘
Xiumin estava descendo os últimos degraus da escada quando ouviu três batidas na
porta da frente da casa em que a organização M estava reunida. A casa, embora por fora
tivesse o estilo de uma construção chinesa antiga, por dentro lembrava muito uma casa
europeia e até hoje Xiumin lembra com clareza de todos da M discutindo para decidirem
como mandariam construir aquela casa que seria muito, muito útil para os trabalhos da
organização.
Reuniões eram feitas naquele local quase que semanalmente. Lá também era usado
como um tipo de “desligamento do mundo” quando algum dos membros precisava relaxar.
Além disso, todas as vítimas de sequestro sempre eram levadas até ali, já que mantêlas em
Seul era perigoso demais.
Xiumin se perguntou quem seria. Primeiro havia pensado na possibilidade de que Lay
tivesse ordenado pizza para comerem durante a reunião, mas decidiu que essa ideia seria
ridícula demais, o que levou até a segunda possibilidade: alguém saiu para fazer algo e acabou
se trancando do lado de fora.
O rapaz baixo e de bochechas salientes sorria enquanto abria a porta. “Se for você,
Lay, que esqueceu as chaves e se trancou do lado de fora de novo, vou fazer piadinhas até
usando o nome da sua mã—”
A fala fora cortada abruptamente quanto Xiumin sentiu o cano gelado de uma arma
tocar em sua testa.
“Grite e eu atiro.”
✘✘✘
Chanyeol segurara com força Xiumin, enquanto o virava de costas para si e abria
passagem para que Baekhyun e Jongin entrassem logo atrás de si.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 139/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“E agora?” Baekhyun perguntou aos sussurros. Em cada uma de suas mãos, uma arma
de fogo de pequeno porte, das quais ele já estava acostumo ao uso. “Nos separamos e
procuramos o Sehun?”
“Você conhece o Sehun? Ele está aqui?” Baekhyun perguntou para Xiumin, enquanto
Jongin olhava atento ao redor, com a arma trêmula em suas mãos.
“Vocês são da K?” O menor perguntou, desacreditado, embora a arma em sua cabeça
fosse bem real. “Não acredito... Só pode ser brincadeira.”
“Nossos companheiros.” Chanyeol murmurou, irritado. “Eu sei que vocês estão com o
Suho e é bom que ele esteja vivo, entendeu?”
Naquele exato momento em que Xiumin sugou o ar com força pela boca, pronto para
gritar para que os outros membros viessem até onde ele estava, com a desculpa de que havia
recebido uma ligação de um de seus subordinados lhe dizendo que um problema havia surgido
em Seul, uma pessoa começou a descer as escadas correndo.
Era Suho.
O líder da K parou de descer os degraus e seus lábios se abriram, chocado pela cena
que via no hall de entrada da casa.
“Pessoal! Nós temos um problema!” Xiumin gritou a plenos pulmões, sua voz
ecoando por toda a casa enquanto Baekhyun lhe chutava com força no estômago, o fazendo
cair de joelhos.
✘✘✘
O caos começara.
Chen ouvira o grito e correra atrás de Suho, se amaldiçoando por têlo deixado fugir
sem primeiro se certificar de que nenhum membro da M estaria no caminho. Primeiro, Chen
pensou que esse fosse o motivo para Xiumin ter gritado, mas ao chegar na escada viu que
Suho estava logo à sua frente parado, enquanto Xiumin estava no chão, se contorcendo de dor.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 140/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chen não pensou duas vezes antes de puxar Suho pelo colarinho e colar os corpos,
segurando a tesoura que ainda estava em suas mãos contra o pescoço do rapaz de cabelos
levemente avermelhados.
“É o Suho!” Chanyeol murmurou, olhando para Baekhyun. “Ele está aqui, está vivo!
Eu sabia!”
“Não comemore ainda, olhe para o pescoço dele.” Baekhyun sussurrou e Chanyeol
percebeu que uma tesoura pontiaguda estava quase atravessando a pele da jugular do líder da
K.
Kris, Zitao e Lay se assustaram e pararam com a reunião que haviam começado há
pouco, correndo até onde o grito fora dado e se amaldiçoaram por estarem desarmados quando
armas foram apontadas para si, enquanto Chanyeol gritava para que ninguém se mexesse ou
acabaria atirando.
“Traga o Sehun ou todos morrem!” Chanyeol gritou, apontando sua arma para
Xiumin, ainda abaixo de si, enquanto Baekhyun e Jongin apontavam suas armas para os
outros rapazes em pé.
No quarto, Luhan já estava com a arma engatilhada quando gritos começaram a ecoar
pela casa. Seus olhos estavam fechados, pois ele não queria ver o momento em que Sehun
morreria por suas mãos, mas os gritos altos lhe causaram um susto e ele se desesperou,
deixando a arma cair no chão. Um tiro fora disparado e o mesmo gritou muito alto, assustando
todas as pessoas dentro da casa, já com os níveis de ansiedade altos.
Sehun ainda estava com os olhos vendados e o medo lhe tomou, pensando que Luhan
havia atirado em si mesmo sem querer, seu coração batia rápido contra seu peito e ele chamou
pelo menor diversas vezes, ficando aliviado quando percebeu que o mesmo lhe puxara pelo
braço.
“Estão pedindo por você...” Luhan sussurrou, enquanto tirava Sehun da cama e o
deixava em pé. “São vozes que não conheço.”
“Eu ouvi, Luhan...” Sehun murmurou, percebendo que o menor se agachara no chão,
provavelmente para pegar sua arma caída. “Tenho quase certeza que é a voz de um dos meus
colegas de organização, é loucura, mas acho que eles estão aqui e querem me resgatar. Se
esconda e não saia daqui, por favor.”
“Se esconda, Lu,” Sehun pediu de novo e o mais velho pediu silêncio.
“Não vou ficar parado aqui enquanto eles ameaçam atirar na minha família.” Luhan
falou, exasperado. “Vamos.”
Em menos de um minuto, Luhan estava com Sehun ao seu lado, a arma travada (mas
ninguém precisava saber disso) encostada em seu pescoço. O adolescente ainda estava com
suas mãos atadas em suas costas e seus olhos vendados e caminhava com dificuldade, sendo
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 141/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
guiado por Luhan. A cena chocou os membros da organização K que percebiam agora que
tinham dois companheiros seus como reféns no topo da escada, enquanto existiam quatro
homens no hall de entrada junto deles, desarmados, mas mesmo assim perigosos.
“Não queremos que ninguém morra!” Baekhyun gritou. “Só queremos nossos
companheiros de volta, assim como vocês querem que nós não atiremos em nenhum de vocês,
não é?”
“Eu sou o líder e me chamo Kris, mas vocês já me conhecem... Bom, pelo menos nos
conhecemos via telefonema.” O loiro falou, dando um passo à frente. “E vocês devem ser,
com certeza, a K, certo?”
Chanyeol olhou de esguelha para o topo da escada e percebeu que haviam marcas de
contusões no rosto de Suho e sua mão direita estava enfaixada. “Vocês torturaram o Suho?” O
rapaz de cabelos acobreados perguntou, aos gritos. “Vocês tocaram no Sehun também, seus
filhos da puta? Ele tem só dezoito anos, vocês sabiam disso?”
“Eu que pergunto se você sabe que aquele garoto é uma criança,” Kris questionou
irônico, levantando de leve seus dedos, em um pedido mudo para que nem Lay e nem Zitao
tentassem nada. “O mundo do crime não tem lugar para crianças, o que obviamente é o que
todos vocês são... Invadindo uma casa dessa maneira, com um armamento fraco, gritando
feito animais, e o que ganham? Dois dos de vocês estão com a vida por um fio no topo
daquela escada.”
“Vocês também estão, caso não tenha percebido.” Chanyeol respondeu, rindo em
escárnio. “Façam qualquer coisa com o Sehun ou com o Suho e eu juro que atiro em cada um
de vocês.”
“Como vocês nos encontraram, aliás?” Kris perguntou, ainda com um sorriso irônico
nos lábios. “Devo admitir que por isso eu lhes devo parabenizar, se bem que a entrada de
vocês fora tão frustrada que não sei se devo lhes criticar ou sentir pena.”
“Chanyeol, calma! Vai ficar tudo bem!” Baekhyun pediu e, percebendo que Xiumin
— ainda no chão — tentava se levantar, o chutou novamente.
“Chen,” Kris chamou, ainda sorrindo. “Enfie a tesoura na garganta do, como é o nome
dele, Suho?”
“O que foi, Kai?” Chanyeol respondeu aos gritos, olhando – finalmente – para Jongin.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 142/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Estamos com problemas.” Jongin falou, apontando para a janela e então todos
ouviram.
Eram sirenes.
“Atenção,” Uma voz do lado de fora ecoou através de um megafone. “Todos dentro da
casa, vocês tem dois minutos para saírem com as mãos para o alto antes que nós entremos. O
território está cercado e não adianta tentar escapar.”
✘✘✘
Kyungsoo estava nervoso, ele estava com um pressentimento ruim enquanto roía suas
unhas e andava de um lado para o outro no apartamento esperando que alguém lhe ligasse
para avisar se estava tudo bem ou não.
Baekhyun havia lhe pedido para que não ligasse, pois eles não sabiam o que os
aguardava e provavelmente precisariam se manter no mais absoluto silêncio, mas a falta de
notícias estava deixando o rapaz de cabelos negros cada vez mais nervoso e cenas horríveis se
construíam em sua cabeça enquanto ele imaginava o que poderia estar acontecendo há tantos
quilômetros de si.
Porém, ao abrir a porta, Kyungsoo não encontrou Jongin o olhando com o seu
costumeiro sorriso e seu cabelo bagunçado.
“Ooi!” A mulher falou, parecendo surpresa que a porta se abrira. “O Kai mora aqui?”
“Ah, desculpeme,” A mulher riu sozinha, achando algo muito engraçado. Algo que
Kyungsoo não conseguia identificar o que era. “Eu sei que é errado, mas da última vez que me
encontrei com Kai eu o segui na volta até aqui para descobrir onde ele morava e,
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 143/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
sinceramente, que lugar horrível que vocês vivem! Mas, ah, sim... Meu nome é Nah Yonghee,
eu sou uma... Bom, sou uma amiga do Kai, não sei se ele já falou de mim para você?”
Aquela mulher era uma das conquistas de Kai, as quais ele chamava de ‘vítimas’.
“Nnão, ele não me fala muito sobre sua vida...” Kyungsoo murmurou, sentindose
nauseado. “Amorosa.”
“Ah, me desculpe,” Kyungsoo falou, sentindo vontade de vomitar por estar perto de
uma das mulheres com quem Jongin dividia uma cama pelo menos uma vez por semana. A
ideia de que aquela mulher tocara em Jongin lhe causava repulsa. “Eu estou ocupado.”
“Espere!” Ela pediu, impedindo a porta de ser fechada. “O Kai está? Se ele não estiver
e você puder ligar para ele eu agradeço, porque eu e ele discutimos no nosso último encontro
sobre a possibilidade de fugirmos juntos e, bom, ele foi contra, mas como eu falei para todos
da minha casa que ia viajar com uma amiga, posso sumir por alguns dias e pensei se ele não
gostaria de pelo menos passear comigo em algum outro país por pelo menos uma semana,
sabe?”
Kyungsoo se perdeu nas palavras enquanto a mulher pronunciava uma a uma como se
o que estivesse dizendo não beirasse o ridículo. O rapaz se sentiu cambalear e deu um passo
para o lado, se segurando firme na porta para não cair.
“Eeu vou ligar para ele e avisar que você está aqui, um minuto, ssenhora...”
Kyungsoo mentiu, fechando a porta.
“Nah Yonghee, querido, Yonghee é meu nome!” Ela ainda sorria quando a porta fora
fechada com um baque.
Kyungsoo caminhou com dificuldade até a sala de estar e se sentou em uma das
poltronas, abraçando suas próprias pernas enquanto afundava o rosto entre seus joelhos.
Lágrimas estavam acumuladas em seus olhos enquanto ele se lembrava de como Jongin falava
de suas conquistas, como se fossem apenas fonte de dinheiro, fazendo com que Kyungsoo se
esquecesse de que eram seres humanos...
“O que eu faço?” Kyungsoo murmurou para si mesmo, mordendo com força seu lábio
inferior, até sentir o gosto ferroso de sangue em sua boca.
Pedir para que seu outro lado aparecesse nunca era a primeira ideia que surgia na
mente de Kyungsoo quando ele estava com algum problema ou situação de perigo. A única
vez em que ele chamara por D.O fora quando ele e Jongin nem ao menos se conheciam e o
moreno estava praticamente com a sentença de morte assinada quando um homem lhe
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 144/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kyungsoo não chamava mais por D.O porque Jongin estava consigo para lhe proteger,
lhe ajudar.
“Não a mate, por favor,” Kyungsoo pediu entre o choro. “Apenas faça ela
desaparecer daqui.”
O rapaz de repente sentira seus olhos pesarem e não viu mais nada.
“Ah, querido!” Ela gemeu, sorrindo. “Achei que tivesse se esquecido de mim...”
“Nunca, senhora,” O rapaz sorriu, abrindo a porta, dando passagem para que a mulher
entrasse. “Aliás, senhorita, não é? Você é bonita demais para ser uma senhora.”
A mulher tapou sua própria boca e riu, lisonjeada. “Não fale assim, querido! Me deixa
encabulada.”
“Liguei para o Kai, ele deve estar vindo, pode se sentir à vontade.” O rapaz ainda
segurava a porta enquanto a mulher olhava admirada para o apartamento.
“Incrível como por fora esse lugar parece cair aos pedaços, mas por dentro é
adorável!” A mulher disse, animada.
“Bom, eu vou cozinhar o jantar, quer me ajudar?” O rapaz perguntou passando suas
unhas curtas pela porta de madeira maciça, animado.
“Claro que quero!” Yonghee respondeu, rindo e batendo de leve suas mãos uma na
outra e andando na direção que pensava ser a cozinha. “Ah, a propósito querido... Qual o seu
nome?”
CONTINUA
Notas finais
PANAN PAM!
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 145/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Se vocês achavam que tudo se resolveria assim que as famílias se encontrassem, é aí que
vocês se enganam.
Notas do Autor
Ei, ei, ei, antes tarde do que nunca é o que vovó já dizia, não? Então.
Primeiramente, desculpa o atraso de menos de 24h pra atualização, mas é que passamos o dia
com as gurias de POA e chegamos em casa MORTAS. Não ligamos notebook nem nada,
deitamos na cama, sofremos por OTPs e dormimos.
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO DEZ – MUDANÇA DE PLANOS
O silêncio reinou por alguns segundos, enquanto todos pareciam processar a nova
informação.
Toda a situação havia mudado. Não era mais uma questão pessoal, não era mais só a
organização K contra a M... Haviam policiais do lado de fora da mansão e todos eram alvos
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 146/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
fáceis.
“Kai, foi você que chamou a polícia?” Chanyeol perguntou descrente, com uma voz
alguns oitavos superiores à sua voz normal, devido à irritação e ansiedade.
“Eu?” Kai falou alto, apontando para si mesmo, ofendido. “Claro que não, porra, o
plano era chamar a polícia só se nós não entrássemos aqui, acha que sou estúpido?”
As armas ainda estavam sendo apontadas uns para os outros porque, na realidade,
ninguém havia se mexido, tanto que Suho ainda estava com uma tesoura pontiaguda em seu
pescoço.
“Mas como eles chegaram até aqui? Quem foi que os chamou então?” Baekhyun
perguntou, mordendo seu lábio inferior, nervoso. “Será que foram eles?” Seu olhar percorreu
sobre os membros da organização M, parando em Kris – o líder – que apenas ergueu uma
sobrancelha em resposta.
Claro que não fomos nós, pensara Kris, de certa forma ofendido. Por que ele chamaria
a polícia para a sua própria casa? Por que ele arriscaria perder tudo o que tem? Certo que a M
tinha muitos contatos e subordinados, além de ser poderosa e fazer parte das maiores
organizações criminosas de Seul... Mas deter o controle da polícia? Isso estava fora de
cogitação.
“Não importa quem foi,” Kai falou alto, afastandose da janela onde era possível ver
os carros de polícia parados. O homem da lei ainda falava no alto falante, dizendo que eles
tinham cinco minutos para deixar a residência antes que a mesma fosse invadida e avisando
que, se necessário, eles abririam fogo. “Precisamos sair daqui! Senão, vamos todos ser
presos!”
“Ninguém se mexe!” O grito de Chanyeol fez com que todos prestassem atenção em
si, o encarando com os olhos arregalados. “Não importa quem chamou a polícia, nós temos
que dar um jeito de fugir ou acabaremos todos presos...” O olhar do incendiário da
organização K se prendeu no topo da escadaria, onde Suho ainda estava em perigo, com a
tesoura em seu pescoço, segurada por Chen – o sequestrador da M. “Ou mortos.” Chanyeol
completou temeroso.
Kris olhou para os seus próprios pés enquanto pensava. O líder da M sentiu seu
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 147/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
mundo perfeito desmoronar sobre sua cabeça em questão de minutos com a chegada da K e,
agora, com a chegada da polícia. Seu plano de voltar para a China passandose por um
investidor havia, com toda a certeza, ido por água abaixo e todo o seu grupo corria um risco
que ele não podia aceitar.
Yifan mordeu com força seu lábio inferior, crente de que o que ele iria fazer era pelo
bem do grupo, embora não passasse de uma loucura. Seu cérebro processou as informações
em questão de segundos até que ele finalmente encaixasse novamente as peças de seu quebra
cabeça para que a imagem do que ele teria que fazer se tornasse nítida em sua mente.
Suspirou, atordoado. Ele não tinha escolha, ele precisava agir e colocar esse novo
plano em prática, querendo ou não.
“Escute,” O líder da organização M começou a falar, dando um passo para frente, mas
parando de andar quando percebeu que Chanyeol apontava a arma para si, com o dedo no
gatilho. “Espera, não tome nenhuma ação precipitada que você sabe que vai se arrepender
depois. Primeiro escute o que eu vou falar... Temos pouco tempo, então, você vai abaixar a
arma e se acalmar... Ameaçar todos de morte não vai ajudar em nada aqui.” Falando isso, Kris
pareceu perceber o que ainda acontecia no topo da escada da mansão. “Chen, pode abaixar a
tesoura, e Luhan pode abaixar a arma, não há mais motivos para isso. Tragam os dois aqui
para baixo, o cárcere terminou.”
Kris sabia que o que estava fazendo era o certo no momento, mas ao mesmo tempo
não queria fazer. Abrir mão de seu presente e futuro perfeitos era algo que doloroso para si,
mas necessário.
Em sua mente traçou todos os possíveis novos futuros que suas próximas ações
determinariam, e rezou – mesmo que secretamente – para que ele estivesse certo quanto às
imagens – tão vívidas – que passaram em uma cabeça como uma lembrança de algo que ainda
nem acontecera. O futuro poderia ser caótico ou sem saída.
Chen pareceu desacreditado quando o líder lhe deu a ordem. Luhan sorriu brevemente
antes de guardar a pequena arma de que detinha em mãos no cós de sua calça e abrir as
algemas que atavam os pulsos de Sehun às suas costas. O adolescente mal acreditou quando
viu quase toda a sua organização parada perto da porta quando seus olhos foram desvendados.
“Eles realmente vieram...” Ele murmurou ao olhar para cada rosto conhecido,
parando por último em Suho que descia as escadas com Chen em seu encalço. “O Suho está
mesmo vivo...”
Sehun pareceu despertar de seu transe quando Luhan o puxou pelo braço para
começar a descer as escadas. O líder da M assistiu seus subordinados trazerem os reféns para
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 148/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
o andar térreo da casa sem causar mais ameaça alguma aos mesmos e ergueu uma sobrancelha
para Chanyeol, fazendo com que o mesmo abaixasse sua guarda e travasse sua arma, a
guardando, pedindo logo em seguida que Baekhyun e Kai fizessem o mesmo.
“Vamos nos ajudar.” Kris murmurou, controlando sua respiração já que não tinha
como controlar os batimentos descontrolados de seu coração. Se por fora seu semblante era
sério e calmo, por dentro ele estava em chamas, assustado. “Melhor esquecermos nossas
pequenas desavenças e conseguirmos fugir disso do que acabarmos todos presos, ou – como
você disse – mortos.”
Suho e Sehun se viram abraçados com força pelos membros de sua organização
quando foram libertados por Chen e Luhan quando Kris deu a ordem com um gesto com as
mãos. Chanyeol perguntara incessantemente se eles estavam bem e eles assentiam, embora os
dois não parecessem muito bem fisicamente.
“E você?” Zitao perguntou, aflito, quebrando o pequeno silêncio que se fez depois de
Kris dar a ordem. “O que você vai fazer? Não vou te deixar sozinho, meu trabalho é proteger
você, Kris.”
“Não, Tao, seu trabalho não é mais me proteger... Agora o nosso trabalho é proteger
todos da M.” O líder disse, em um ultimato. “Quero que me ouça como líder nesse momento e
me obedeça. Eu vou ir logo atrás de vocês, só preciso fazer algo primeiro.”
“Promete?” Tao pediu, seu coração batendo depressa contra seu peito, desejando ficar
ao lado do loiro, mas sabendo que não poderia. Kris assentiu com a cabeça, tentando lhe
confortar.
“Espera,” Chanyeol murmurou, vendo Kris dar as últimas ordens para Lay de como
deveria proceder. “Por que está nos ajudando?”
Kris suspirou. “Se não nos ajudarmos, acabaremos todos presos, como eu já disse. E
eu quero proteger a minha família, assim como sei que quer proteger a sua.” Um sorriso
estampou os lábios do loiro e ele voltou falar. “Agora vão antes que a polícia invada a casa.”
Parecia que a polícia sabia o que os rapazes dentro do imóvel tramavam. Um som alto,
estridente, e logo em seguida uma voz soou, ameaçadora.
“Vocês tem dois minutos para saírem da residência ou vamos entrar.” O policial
gritou, sério, sua voz ecoando por causa do megafone.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 149/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A palavra certa para descrever o que acontecera a seguir seria: caos. Lay gritara para
todos o seguirem e no momento seguinte eles corriam para um cômodo que ficava escondido
abaixo da escadaria central da casa. Todos corriam afobados enquanto ouviam – ao longe – a
polícia gritar que eles tinham menos de dois minutos para se renderem.
A escadaria que levava até o subsolo era íngreme e a luz era pouca, mas os rapazes
não pararam de correr um segundo sequer. Eles conversavam um com o outro para saber onde
cada um estava exatamente, temerosos de acabarem se perdendo ou deixando alguém para
trás.
Ao chegarem no ambiente plano, respiraram fundo. Lay explicou que eles precisariam
andar em um ritmo rápido durante alguns quilômetros por baixo da terra – o que daria um
pouco mais de trinta minutos pelo caminho subterrâneo que se estendia na frente deles – e, ao
sair pela escotilha, precisariam caminhar por uma trilha acima do solo, para enfim poderem
chegar até a garagem de apoio que ficava há alguns quilômetros da residência onde estavam.
O túnel era reforçado com tijolos e o chão era de terra. Havia um sistema de luzes
precário demais e quase não se enxergava lá dentro. O ar era rarefeito e o lugar não era muito
espaçoso, causando uma sensação incômoda de claustrofobia até nos rapazes mais baixos.
“Por que estamos fazendo isso?” Sehun perguntou, parando de caminhar. “Até alguns
minutos atrás estávamos com armas apontadas para o rosto uns dos outros e agora vamos
fingir que somos amigos?”
“Agora não é hora para isso, Sehun, precisamos fugir da polícia.” Kai bradou,
segurando sem força o braço do mais novo.
“E nós não somos amigos, nem estamos fingindo ser, só estamos nos ajudando por
hora porque nosso líder pediu.” Tao explicou, olhando para o caminho que deixaram para trás
com uma expressão preocupada, como se esperasse que Kris aparecesse há qualquer
momento.
“E o que garante que vocês não vão nos matar assim que chegarmos até essa garagem
de apoio?” Sehun perguntou. “Afinal, o Luhan estava com uma arma apontada para minha
cabeça até alguns minutos atrás...”
“Não é hora para isso, os policiais podem invadir há qualquer momento!” Lay gritou,
começando a caminhar na frente do grupo, os demais o seguindo de forma rápida, mas
hesitante.
“E quanto ao Kris?” Tao perguntou, “Não podemos deixar o Yifan para trás...”
“Ele nos deu uma ordem, precisamos seguir o que ele ordenou, Tao.” Chen disse, sem
olhar para trás.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 150/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Ainda estava escuro e eles caminhavam há o que parecia ser alguns minutos, embora
estivesse tão escuro que eles não conseguissem descobrir quanto tempo já havia se passado
olhando para os relógios em seus pulsos.
“Aliás, como vocês descobriram onde era nosso esconderijo?” Xiumin perguntou
incrédulo, caminhando mais à frente, uma de suas mãos agarrada à de Luhan, enquanto a
outra estava sobre seu abdômen, ainda dolorido.
Chen sorriu. “Certo, mas falando no Joonmyun... Por que ele está tão quieto?”
Silêncio.
“Suho?” Chanyeol chamou, olhando para trás. Todos pararam de caminhar, olhando
para os lados, tentando enxergar o rapaz baixo no breu.
✘✘✘
Na verdade, ele nunca havia sequer descido com os outros nove rapazes para o
subterrâneo da mansão, e muito menos chegado até o caminho secreto que os levaria até longe
da polícia.
Suho ainda estava dentro da residência, com Kris o puxando pelo antebraço até seu
escritório.
“Não que eu esteja reclamando,” Suho começou a falar. “Embora eu esteja, de fato,
reclamando... Por que não me deixou ir junto dos outros?”
Kris sorriu quando largou o braço do mais baixo e caminhou até a parede, abrindo um
pequeno compartimento de metal. “Eu só te segurei para que você não fosse, mas você
poderia ter gritado e pedido ajuda e não o fez... Eu te puxei porque preciso de você para uma
coisa, mas você ficou porque quis e sabe disso.”
Suho ergueu as duas sobrancelhas, abrindo um meio sorriso irônico. “Na verdade eu
queria ver o que você iria fazer já que disse aos seus subordinados que tinha um plano e logo
os seguiria. No nosso último encontro você não parecia ter muitos planos e acabou dando uma
surra em um cara que nem podia se defender porque estava amarrado e, oh, esse cara era eu.”
Enquanto Suho falava Kris ia digitando uma senha em um sistema que estava dentro da caixa
metálica. “Ah, o seu plano era o quê? Ligar o alarme da casa? Nossa, que ótimo plano
mesmo.”
“Você é minha garantia de que seus companheiros da K não farão nada contra os
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 151/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
meus rapazes.” O loiro murmurou ainda com seus dedos apertando freneticamente os
números. “Por isso não te deixei ir com eles.”
Kris sorriu, terminando de digitar a longa senha, ao mesmo tempo em que a voz do
policial que falava ao megafone voltava a soar de maneira estridente.
“E agora nós saímos da casa pela porta da frente.” Kris murmurou, puxando Suho
pelo braço para que eles se dirigissem à porta de entrada da casa.
“Mas—“ Suho tentou falar, mas sua voz sumiu no momento em que percebeu que
uma contagem regressiva de um minuto estava acontecendo no aparelho que Kris havia
ativado.
Suho então percebeu que aquilo, definitivamente, não era o alarme da casa.
✘✘✘
“Onde está o Suho?” Chanyeol gritou, olhando para os lados. “Suho? Líder!?”
Após perceberem que um membro do grupo estava faltando, todos pararam de seguir
o caminho e voltavam alguns passos, chamando por aquele que estava perdido.
“Ele estava junto quando descemos? Não lembro de ele ter falado algo.” Lay disse
tentando fazer com que todos mantessem a calma.
“Pensei que o Joonmyun estivesse com o pessoal dele,” Chen explicou “Por isso não
verifiquei se ele estava aí, até porque, afinal, ele é responsabilidade de vocês da K.”
“Como assim?” Chanyeol falou alto, estreitando os olhos para enxergar no escuro.
“Vocês raptam ele, machucam ele, deixam ele naquele estado deplorável e a culpa de ele ter
sumido é nossa? Eu juro que eu vou—”
“Nós temos que voltar!” Sehun pediu, tentando evitar um confronto direto entre
Chanyeol e Chen.
“Nós não podemos voltar!” Xiumin falou alto, irritado. “Se ele está com o líder, ele
está bem, vai ficar tudo bem, não precisam se preocupar.”
Todos ficaram em silêncio, esperando que uma resposta surgisse... Mas no fim, eles
apenas ficaram mergulhados no silêncio, já que ninguém sabia exatamente do que se tratava o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 152/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
plano.
✘✘✘
1 minuto.
A porta de entrada foi aberta com cautela. Suho arregalou seus olhos ao ver no
mínimo dez viaturas paradas, com muitos policiais próximos aos carros, apontando armas
diretamente para onde ele e Kris estavam.
“Você realmente está falando sério?” Suho perguntou aos sussurros, caminhando atrás
de Kris.
“Não atirem!” Kris pediu, erguendo seus braços para cima em sinal de rendição. Suho
entreabriu seus lábios, incrédulo por esse ser o plano do líder da M e acabou por também
levantar seus braços quando ouviu os policiais gritando para que as mãos de ambos fossem
erguidas.
30 segundos.
“Você é um filho da puta mesmo.” Suho sussurrou, irritado consigo mesmo e com o
outro por estar na situação em que se encontrava. Todo o seu plano de vida estava indo por
água abaixo por culpa de um homem que ele mal conhecia, mas que já havia transformado sua
vida pacata – criminosa, mas pacata – em um verdadeiro caos, impossível de sair.
15 segundos.
“O que vai acontecer com os que fugiram?” Suho sussurrou, ignorando os gritos dos
policiais que o mandavam se manter em silêncio enquanto os dois se aproximavam das
viaturas.
“Eles vão ficar bem,” Kris disse com um meio sorriso. “Eles é que vão nos tirar da
cadeia, aliás.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 153/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
10 segundos.
“Como?” Kris perguntou, com um sorriso, embora uma arma estivesse apontada
diretamente para o seu rosto. O líder apenas desejava que os outros estivessem longe o
suficiente.
5 segundos.
2 segundos.
E então aconteceu. Suho não olhara para trás quando ouvira um barulho absurdamente
alto ecoar em seus ouvidos a ponto de parecer que seus tímpanos iriam estourar. Os dois
líderes das organizações rivais foram ao chão, tapando seus ouvidos com força e fechando
seus olhos por puro impulso, se encolhendo contra o solo, em uma tentativa de se proteger dos
pedaços de escombros que voavam para todos os lados.
A casa, a grande mansão, havia explodido. E dentro do fogo que tudo queimava, uma
parte de tudo que incriminava Kris como líder de uma organização criminosa se extinguia.
✘✘✘
O chão tremeu.
Não só o chão, como todo o subsolo pareceu que iria cair quando um barulho oco, mas
ensurdecedor, se estabeleceu onde nove rapazes discutiam fervorosamente sobre o que
deveriam fazer. Os corpos foram ao chão quando um vento forte passou por eles e o cheiro de
fumaça já os atingira.
“Não acredito que esse era o plano daquele filho da puta...” Chen falou alto, irritado.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 154/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O sistema feito juntamente com a construção da grande casa era conhecido por todos
os participantes da M, mas eles jamais pensaram que o sistema seria acionado algum dia – de
fato. Mas eles também jamais imaginavam que a polícia bateria à sua porta, então eles não
estavam exatamente em posição de discutir algo.
“Mas não podemos deixálo para trás!” Zitao falou alto, se referindo a Kris, tentando
voltar atrás pelo caminho que já haviam percorrido, mas tendo seu pulso segurado por Lay.
“Não temos certeza do que pode ter acontecido com ele.”
“Mas aconteceu mesmo? Como podem ter certeza?” Sehun perguntou alto, ignorando
os murmúrios de todos que tentavam falar.
“Pelo barulho horrível é óbvio,” Chen disse. “E se ele nos mandou usar essa saída fica
mais óbvio ainda.”
“Claro que não, ele não é idiota!” Tao respondeu irritado, puxando seu braço e
tentando voltar pelo caminho que vieram, mas sendo novamente barrado por Lay.
“Precisamos voltar, Lay!”
“Não tem como voltar! A casa explodiu. Isso quer dizer que a entrada explodiu e não
tem mais volta!” Lay explicou. “Ou ficamos aqui e morremos asfixiados por essa fumaça aos
poucos, ou corremos até a garagem de apoio e esperamos.”
“Kris e Suho.” Chen explicou. “Kris disse que nos alcançava depois, lembram? Eles
devem ter dado um jeito de fugir, mas não podemos os esperar aqui, precisamos ir agora!”
“O que você acha?” Chanyeol murmurou para Baekhyun. Todos os outros já corriam
pelo túnel, os passos rápidos fazendo um barulho alto enquanto os pés tocavam o chão.
“Não podemos ficar aqui,” Baekhyun falou, puxando Chanyeol pela mão para que o
mesmo corresse ao seu lado. “Não podemos deixar o líder para trás, mas também não
podemos esperar aqui, com risco de desmaiarmos por falta de ar.”
Chanyeol mordera seu lábio inferior e, como os outros, cobrira seu rosto com a mão
livre enquanto corria em direção à saída do túnel, rezando para que – de fato – o líder da
organização K estivesse bem, como haviam dito.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 155/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Quando a porta da escotilha fora aberta e todos subiram a pequena escadaria colada à
parede, os nove rapazes sentaram no chão, respirando fundo e tossindo, sentindo o ar puro
adentrar em seus corpos, tomando o lugar da fumaça que antes os sufocava pouco a pouco.
Eles sabiam que ainda estavam perto demais de onde a mansão ficava e após uma
breve discussão sobre o que fariam, decidiram por fim que era melhor seguir a trilha não
demarcada (que apenas os membros da M conheciam) e chegar até a garagem antiga, usada
como apoio para a organização esconder materiais e o antigo furgão de sequestro de Chen.
“Não acredito ainda que o líder explodiu a casa...” Xiumin murmurou, quebrando o
silêncio. “Aquele lugar era como um templo para ele.”
“Deve ter sido muito difícil para o Yifan fazer isso, até porque todos os nossos
pertences, futuros planos, muitos documentos... Tudo estava lá.” Luhan completou,
desanimado. “Ainda lembro quando ele veio com o projeto para a construção da casa, dizendo
que queria que por fora ela tivesse um estilo chinês como a sua casa na China...”
“Nós vamos ir para o apartamento em Seul?” Xiumin perguntou e Chen negou com a
cabeça.
“Não deve ser seguro ir para lá...” O sequestrador da M falou. “Provavelmente vamos
ter que nos esconder em algum lugar.”
Tao olhou para trás, encarando os membros da organização rival. Seus olhos se
encontraram com os de Chanyeol e ele ergueu uma sobrancelha, em um aviso mudo para que
o mesmo não tentasse fazer nada com a arma que ainda estava em sua cintura. Tao sabia que
os membros da K ainda tinham armas, mas ele não iria pestanejar em quebrarlhes o pescoço
em questão de segundos se eles lhe parecessem perigosos para seus companheiros.
Chanyeol assentiu com a cabeça. Parecia que o mais alto havia entendido o recado e
não iria tentar nenhuma besteira. Todos estavam cansados demais, suas cabeças doíam pela
fumaça aspirada e pela adrenalina em demasiado liberada em sua corrente sanguínea durante
tempo demais. A pele exposta nos corpos e as roupas estavam cobertas por uma fina camada
de fuligem.
A caminhada pelo local desconhecido e tomado pela vegetação pareceu ter durado
horas, sendo que os rapazes sabiam que não fazia tanto tempo assim que caminhavam, já que
a cada minuto acabavam por olhar em seus relógios de pulso que hora era, devido ao
nervosismo que sentiam em querer informações do que acontecera, de fato, na mansão.
“Chegamos!” Chen falou alto, rindo, enquanto corria mais à frente de todos.
Quando, enfim, avistaram a garagem todos suspiraram aliviados. Não era possível
ouvir o barulho das sirenes, mas eles sabiam que a polícia ainda estava nas redondezas. Chen
foi o primeiro a chegar até a entrada da garagem em meio à vegetação que parecia
abandonada.
“Qual é a senha mesmo?” Chen perguntou olhando para Lay com um meio sorriso,
abrindo a pequena caixa metálica ao lado da porta fechada. O chinês de covinhas encarou o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 156/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kyungsoo não atendeu. O celular ficara colado ao ouvido de Kai, ele esperando que o
outro atendesse para ao menos ouvir sua voz e dizer que estava tudo bem – razoavelmente
bem –, mas a ligação chamara até cair. Enquanto todos entravam na garagem, Kai ficara
alguns minutos para trás, tentando mais algumas vezes ligar para seu colega de apartamento.
Em vão.
O moreno mordeu seu lábio inferior, com um mau pressentimento rondando sua
mente.
Ao puxar a porta que fora fechada e entrar na garagem onde todos já estavam, Jongin
descobriu que uma – nova – discussão acontecia. Seus olhos pareceram revirar sozinhos, de
tédio, ao se dar conta de que os outros discutiam por qualquer coisa e em poucos segundos já
estavam praticamente aos gritos.
“O que vocês querem dizer com devemos ficar juntos?” Chanyeol perguntou, irritado.
“Vocês sequestram membros da nossa família e depois querem se juntar a nós?”
“Não é isso,” Chen explicou. “Mas o mais óbvio que vá acontecer se nosso líder e o
de vocês conseguiu fugir é que eles vão querer nos encontrar no esconderijo de vocês.”
“Aqui ainda é perto demais da nossa casa, seria perigoso eles andarem por essas
redondezas e se arriscarem a vir até a garagem.” Lay disse, tentando acalmar os ânimos.
“Aliás, é perigoso que nós fiquemos aqui. Entendam, se eles vierem até aqui, vão pegar um
dos carros e ir até o lugar mais óbvio para nos encontrar.”
“O Kris sabe como trabalhamos,” Xiumin disse, tirando uma carteira amassada de
cigarro do bolso e um isqueiro. “Ele vai saber que nós fomos junto de vocês, até porque ir
para o nosso apartamento em Seul pode ser arriscado demais, já que não sabemos o porquê da
polícia ter aparecido, o quanto eles sabem de nós e se eles já sabem do nosso imóvel central,
eles podem ter invadido nosso apartamento ou estarem esperando que nós apareçamos para
fazer uma emboscada e nos prender.”
“Tenho o meu antigo furgão de sequestrado aqui, podemos colocar todos dentro e
irmos para o apartamento, casa ou seja lá onde vocês moram, que tal?” Chen perguntou,
impaciente, enquanto procurava as chaves do carro estacionado bem ao fundo da garagem.
O local era abarrotado de caixas lacradas e haviam dois carros estacionados mais ao
fundo. O furgão preto de Chen e um carro popular praticamente novo, que passaria
despercebido nas ruas de Seul.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 157/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
em que estavam.
“Eu não quero que eles venham conosco.” Sehun quebrou o silêncio, murmurando alto
o suficiente para que todos ouvissem.
“Escute Sehun,” Baekhyun disse. “Eu sei que eles te sequestraram e provavelmente
foram uns merdas com você, mas não é o momento para nos vingarmos, certo? Precisamos
deles para podermos sair daqui já que o carro é deles e o líder deles, querendo ou não, está
com o nosso líder.”
“Mas você não entende!” Sehun falou alto, afastando a mão de Baekhyun que tentou
alcançar seu braço. “Eles são cruéis e são criminosos—”
“E vocês são bonzinhos, por acaso? São os mocinhos da história?” Xiumin perguntou
irônico. “Nada disso teria acontecido se vocês não tivessem se metido no nosso caminho.”
“Ah, não?” Sehun perguntou irônico, passando seus olhos por todos os presentes na
garagem. “E nós da K vamos simplesmente deixar eles entrarem na nossa vida dessa maneira?
E quem nos garante que eles não vão nos matar a qualquer momento?”
“Desculpe, mas são vocês que estão com as armas.” Zitao disse, irônico. “E nós
realmente não temos tempo para discutir essas trivialidades agora, precisamos agir... Ao que
sabemos o Kris e o Suho podem estar em qualquer lugar nesse momento.”
“E se eles foram presos?” Kai perguntou, falando pela primeira vez desde que entrara
na garagem.
“Aquela explosão deve ter distraído os policiais e dessa maneira eles conseguiram
fugir, não se preocupem.” Chen falou, mexendo em uma caixa e tirando uma chave de dentro
dela. “Achei a chave do furgão... Vamos?”
“Não acredito que vocês concordam com isso...” Sehun ainda estava inconformado,
olhando para Luhan e lembrandose de como o mesmo passou por cima de seus sentimentos,
ignorando o que – Sehun sabia – ambos sentiam, se obrigando a cumprir uma ordem que
achava errada... Aceitando matar aquele que o amava.
“Sehun, não é o momento,” Chanyeol pediu. “Enquanto o Suho está fora eu sou o
líder e você sabe disso, então sou eu que decido o que acontecerá e eu concordo com eles.
Não quer dizer que gosto deles, porque você sabe que os odeio mais do que qualquer pessoa
aqui por tudo o que eles fizeram, mas, por favor, pense no Suho.”
Xiumin estreitou seus olhos e deu um passo em direção ao mais novo, mas Luhan o
segurou pela mão, pedindo para que não se intrometesse.
“Luhan, sabe, eu até me pergunto se do jeito que você é, quem aqui ainda não fodeu
você...” Sehun disse em um tom retórico, cruel, mas ouviu uma risadinha em resposta por
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 158/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Sehun continuou encarando cada um dos membros da M que ali estavam, em sua
frente, mas ninguém mais ergueu sua mão. Isso só poderia significar que...
“Olha, não é da sua conta,” Xiumin disse, com um meio sorriso. “Até porque você é
uma criança praticamente e nem deveria entender desses assuntos, mas o Lu e eu meio que
nos conhecemos porque eu tinha algo que ele queria e ele me pagou como podia. Mas desde
então viramos amigos, não é Lu?”
Sehun encarou Chen e Lay, que estavam perto do furgão, esperando que eles
explicassem o que na verdade nem era direito do adolescente saber. “Ah, só... Aconteceu,”
Lay disse coçando a nuca, de modo nervoso. “Foi depois de uma festa, nós três estávamos
bêbados, mas acho que você realmente não vai querer saber da história, não é?”
“Além disso, faz bastante tempo.” Chen adicionou e Xiumin e Lay concordaram.
“Aliás, foi com o Luhan que o Kris perdeu a virgindade, lembram? Bons tempos...”
Sehun arregalou seus olhos e Luhan apertou suas têmporas, irritado. “Chega de falar
da minha antiga vida sexual, por favor. Nós temos muito mais coisas com o que nos
preocuparmos.”
“Espera, então eu realmente fui o único que não dividiu uma cama com o Luhan?”
Tao perguntou, com uma sobrancelha erguida.
“Não que eu esteja interessado, Luhan, por favor.” Tao disse com um pequeno sorriso,
entrando no furgão logo atrás do garoto de programa. Xiumin os acompanhou e entrou logo
em seguida na parte de trás do automóvel.
Sehun virara para Chanyeol, Baekhyun e Kai e começara a argumentar dizendo que
eles deveriam se separar da M porque não era seguro, mas apenas recebia um olhar
reprovador do mais alto entre eles, que já avisara qual era a sua decisão final.
“E o nosso carro? Ele está por aí, estacionamos ele perto da mansão, podemos ir com
ele....” Kai disse, tentando ficar ao lado de Sehun na conversa, mas sua ideia logo fora
descartada.
“Claro que não, Kai, a polícia ainda deve estar por lá.” Chanyeol disse irritado. “Nós
precisamos é rezar para que naquele carro não tenha nada que faça a polícia nos ligar à M,
isso sim.”
“Vocês vão ficar aí discutindo ou vão vir conosco?” Chen perguntou com uma
sobrancelha erguida, olhando para os membros da organização rival, que ainda estavam
parados no meio da garagem. “Nós vamos todos nesse furgão para deixar esse carro aí caso o
Kris e o Joonmyun apareçam.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 159/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Sehun fora deixado para trás quando os membros da K passaram por si e entraram na
porta traseira do furgão, sentando no chão de carpete do automóvel ao lado dos membros da
M. O mais novo suspirou frustrado e correu até eles, sentandose também, evitando a qualquer
custo encarar Luhan. Chanyeol fora o único que não entrou pela traseira do veículo, sentando
se no banco do passageiro na parte da frente do automóvel, para que fosse mais fácil explicar
para o motorista onde ficava o lugar em que a organização K se mantinha.
“Você vai atrás, Lay, porque o nosso amigo aqui, Chanyeol, vai me mostrar o
caminho para a casa deles.” Chen explicou, colocando a cabeça para fora da janela, rindo.
“Nunca!” Chanyeol gritou alto e os dois integrantes da M riram alto. Lay correu até a
traseira do furgão e entrou no mesmo, fechando a porta com força logo em seguida.
✘✘✘
Já passava das dez horas da noite quando o furgão parou em frente ao prédio
aparentemente abandonado. Todos saíram do automóvel e pararam alguns segundos
observando o ambiente.
“Nossa, é bem... Rústico, huh?” Chen murmurou com um meio sorriso e Chanyeol
revirou seus olhos, desgostoso.
“Pelo menos temos uma casa, não é?” Baekhyun disse caminhando mais à frente,
seguindo em direção à porta de entrada do lugar. “E por dentro é legal, vocês vão ver.”
As coisas haviam tomado um rumo totalmente diferente e agora Chen achava que era
quase impossível que Kris desse a ordem para que a K fosse eliminada, e isso o alegrava de
certo modo, embora ele não entendesse bem o motivo. Chen só sabia que a ideia de matar
Joonmyun não lhe agradava. Parecia injusto.
E agora parecia injusto matar qualquer membro da K quando eles estavam lhe
oferecendo – mesmo que a contragosto – um abrigo.
“Éé um carro que comprei para o Kyungsoo.” O moreno mentiu. “Eu não comentei
com vocês? É para ele ir fazer as compras que precisa sem precisar pedir carona para nenhum
de nós...”
“Parece o carro de uma excliente minha...” Luhan sussurrou para Xiumin que
caminhava ao seu lado.
“É, deve ser...” Luhan respondeu, inquieto, enquanto seguia os outros e entrava pela
porta do prédio aparentemente abandonado à mercê do tempo.
Kai passou correndo por todos que subiam as escadas vagarosamente, observando a
construção por dentro, bem conservada, enquanto avisava a todos que deveriam se reunir no
apartamento de Sehun e Suho, enquanto ele iria verificar como Kyungsoo estava e chamálo
para a reunião.
“Para decidir se vamos atrás dos líderes ou esperamos por eles.” Zitao explicou, como
se fosse óbvio. “Precisamos decidir o que vamos fazer a seguir.”
Kai parara de ouvir o que os outros conversavam, pois subira os degraus da escadaria
rapidamente até chegar ao quarto e último andar, onde os apartamentos reformados ficavam.
Ele correu até a porta do que ele e Kyungsoo costumavam chamar de lar e a abriu de supetão.
Kai estreitou seus olhos e entrou no apartamento, fechando a porta logo em seguida.
Seus tênis sujos foram deixados na entrada e ele estava tão cansado que caminhou pela casa
arrastando os pés, olhando para os lados procurando algum sinal de que alguma coisa estava
errada.
Porque, afinal, aquele carro estacionado em frente ao prédio era um sinal claro de
problemas.
O telefone celular de Kyungsoo estava em cima da mesa central da sala, o que era
estranho já que o mesmo sempre levava seu celular para todos os cantos da casa.
Parecia o barulho de um talher caindo no chão... O som vinha da cozinha, com toda a
certeza. Kai girou em seus calcanhares e correu até o cômodo, o abrindo com violência.
Ao abrir a porta, Kai sentiu seu interior congelar. O rapaz com quem dividia o
apartamento estava sentado em uma cadeira, com os braços cruzados sobre a mesa, sua cabeça
escondida entre estes. Ele parecia chorar baixinho até perceber que a porta havia sido aberta.
“Kyungsoo?” Kai chamou com incerteza, temeroso de quem poderia estar ali.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 161/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Eles queriam fazer uma reunião sobre o que deveria ser feito, mas estavam cansados.
As veias em suas cabeças latejavam dolorosamente, implorando em um silêncio torturante
para que eles tomassem um banho, se alimentassem e descansassem.
Haviam ao total oito pessoas na sala de estar do apartamento que Sehun dividia com
Suho – este ainda desaparecido com Kris – e enquanto esperavam Kai aparecer com
Kyungsoo para conseguirem começar a reunião, decidiram se apresentar e tentar, ao menos
um pouco, amenizar o clima ruim que existia entre eles.
Eram inimigos, sem dúvida, mas o fato de que os líderes de ambas as organizações
estavam desaparecidos os fazia esquecer brevemente de que até algumas horas atrás um grupo
queria a morte do outro. Os nomes foram ditos, idades e o que faziam na organização,
informações importantes, mas não exatamente detalhes cruciais, até porque não havia
confiança alguma entre os dois grupos.
“O Kris e o Suho não deviam ter chegado já?” Luhan perguntou com a boca cheia,
mastigando com vontade algumas bolachas que haviam lhe dado de comer.
Xiumin se ajeitou no sofá e, incomodado por algo abaixo de si, enfiou sua mão entre o
sofá e encontrou o controle da televisão, ligandoa logo em seguida e mudando os canais de
modo aleatório.
“Provavelmente eles não conseguiram ir até a garagem de apoio e tiveram que fugir de
alguma outra maneira.” Lay disse confiante.
“A merda é que eles estão sem os celulares...” Chanyeol disse, antes de morder com
força seu dedo indicador, tentando descontar sua frustração em sua própria pele.
“É, se vocês não tivessem invadido nossa casa daquela maneira talvez nada disso
tivesse acontecido, não é?” Chen perguntou irônico e Chanyeol revirou seus olhos, cansado de
discutir.
“Eles já devem estar chegando...” Tao disse, crente em suas palavras. “Vamos esperar
mais um pouco e se eles não vierem, amanhã os procuraremos.”
“Pessoal...” Xiumin chamou e todos o encararam, esperando que ele falasse. “Acho
que os líderes não vão vir não...”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 162/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
CONTINUA
Notas finais
Chegamos ao décimo capítulo!
Gostaria de agradecer a todos que nos acompanharam até aqui, e àqueles que esperaram tanto
tempo pelo início das postagens.
E no vucovuco o pequeno grande líder da K foi esquecido, mas apenas um dia normal na
vida dessa turminha do barulho e
Mas o que farão as duas organizações agora? A M está pior que Sem Terra, a K já estava
mais perdida do que cusco em tiroteio com o líder sequestrado e agora este se encontra preso.
Sehun está de mal com Luhan, o pessoal se encontra receoso, podem mesmo confiar uns nos
outros?
Ah, se o Kris tem merda na cabeça? Me pergunto o mesmo às vezes, pois é.
E Jongin, caíra nas graças de Kyungsoo ou de D.O ao chegar em casa?
Nos vemos em duas semanas, mais uma vez obrigada por acompanharem! ?
Notas do Autor
Olá olá,
Estamos de volta depois de uma curta pausa de duas semanas pra pôr a vida em ordem. Não
se preocupem com hiatus assim porque a fanfic já terminou de ser escrita ha meses, então
sim, a postaremos até o final.
Sem mais delongas, vamos ao que interessa, vamos falar de como fez calor nesse inverno
vamos Ok, vamos ao capítulo!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO ONZE – FORA DE CONTROLE
Silêncio.
Esperando para ver qual dos dois – Kyungsoo ou D.O – estava ali.
O menor levantou a cabeça devagar, o rosto – antes escondido entre seus braços –
estava rosado e molhado denunciando que chorara. Seus olhos inchados encararam o moreno
perto da porta durante alguns segundos antes da voz se desprender, rouca, de entre seus lábios.
“Jongin?” O menor chamou, tentando sorrir.
E então Jongin suspirou, de certa forma aliviado... Porque era Kyungsoo quem estava
ali.
O moreno deu passos rápidos até o rapaz alvo e o puxou delicadamente pelo braço
para um abraço. Kyungsoo mordeu seu lábio inferior e soluçou, começando a chorar
novamente, abraçandose no maior, sem se importar com que o corpo de Jongin estivesse
coberto de fuligem e suor.
“Eu que pergunto,” O moreno murmurou, ignorando a pergunta do mais baixo. “O que
houve com você?” Perguntou aos sussurros, agarrandose ao corpo franzino à sua frente.
“Uma mulher apareceu... Ela disse,” Kyungsoo soluçou, não conseguindo controlar o
choro, lembrandose das cenas frescas em sua memória. “Nah Yonghee, era o nome dela... Ela
disse que era sua amiga e como você não estava, eeu não sabia como agir... Ela disse que
queria fugir com você, que ninguém sabia que ela estava aqui e que era o momento oportuno
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 164/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
para vocês fugirem,” Kyungsoo se afundou ainda mais no abraço e escondeu seu rosto contra
o peito de Jongin. “Ela queria levar você para longe, desculpe, Jongin, desculpe, eu o
chamei...”
“Onde ela está?” Jongin perguntou contra o pescoço do menor, de maneira firme e
direta.
“Eeu não sei... Acordei há pouco tempo, me desculpe...” Kyungsoo respondeu ainda
tentando esconder seu rosto contra o corpo do mais alto, embora o mesmo tentasse afastar o
menor de si, delicadamente.
“Olha para mim,” Jongin pediu, sua voz séria assustando o outro. “Kyungsoo, olha
para mim.” O menor o obedeceu e seus olhos se encontraram. Jongin não gostaria de
demonstrar, mas o pavor que sentia era visível em sua voz, trêmula. Nada estava bem. “Onde
ela está? O que houve exatamente?”
Kyungsoo engasgouse com a própria saliva, assustado, dando alguns passos para trás
até encontrar a parede. Não demorou muito para que o maior se aproximasse de si, o
encurralando contra a superfície gelada da cozinha.
“Me fala o que aconteceu.” Jongin pediu mais uma vez, fazendo Kyungsoo suspirar,
temeroso.
Normalmente, quando algo assim acontecia, Jongin o acolhia em seus braços e lhe
dizia que tudo ia ficar bem. Ele pediria para que Kyungsoo não pensasse nisso e que ambos
fingissem que nada aconteceu, muito diferente do que estava acontecendo agora. O mais baixo
tremia, tentando forçar sua memória a lembrar do que havia acontecido, mas tudo o que ele
sabia era que ele havia se desesperado com a ideia de ser deixado por Jongin e que havia, por
isso, chamado D.O.
“Desculpe, Jongin,” Kyungsoo murmurou, assustado. “Eu pedi para ele não machucá
la, eu pedi, mas eu... Ele, não sei o que ele fez. Ele só deixou um bilhete dizendo que ela
nunca mais voltaria a nos atrapalhar, mas o carro dela ainda está aí estacionado e eu não sei
—”
Kyungsoo apontou para a mesa e Jongin viu. O bilhete estava onde os braços de
Kyungsoo antes permaneciam apoiados, provavelmente o menor estivera chorando porque
encontrara o papel. Jongin engoliu em seco antes de caminhar depressa até a mesa e pegar o
bilhete em mãos.
O pedaço de papel dizia exatamente aquilo que Kyungsoo havia descrito, a caligrafia
era trêmula, como se tivesse sido escrita enquanto a pessoa estava com as mãos tremendo,
nervosa, e havia uma marca no papel – uma marca vermelha.
Sangue.
“Eu acho que o D.O se livrou do corpo porque a procurei por todo o edifício e não a
encontrei... Nada, nem marcas de sangue... Nada.” Kyungsoo explicou e Jongin voltou para
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 165/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Jongin segurava o mais baixo pelos braços, apertando – mesmo sem intenção – a pele
alheia sob seus dedos. “O que você tinha na cabeça quando chamou ele? Para que você fez
isso?” Kyungsoo arregalou seus olhos, assustado, e gemeu de dor quando a força com que o
mais alto o segurava já cortava a circulação de sangue em seus braços.
“Desculpe Jongin, desculpe, eu sinto muito... Eu não, eu... Eu não estava pensando
quando fiz isso, não é minha culpa...”
“Não é? Tem certeza?” O mais alto perguntou, a ironia deixando seus lábios mesmo
contra sua vontade. “Kyungsoo, tem uma grande diferença entre matar pessoas ruins ou
inimigas e matar crianças, pessoas inocentes e uma das minhas vítimas... A mulher que você
matou... Eu estava vendo ela há meses, Kyungsoo, ela era influente e tinha muito dinheiro, iria
ser muito útil para nós. Se o resto do pessoal descobrir as coisas que você faz, Kyungsoo, não
vai ser nada bom, você entende? Eu sempre fiquei ao seu lado quando a situação saía de
controle, mas agora você—”
“Mas não sou eu!” Kyungsoo gritou, tentando forçar o mais alto a soltálo, em vão.
“Não sou eu que faço isso, Jongin, por favor, não fique com raiva de mim...”
“Eu não estou com raiva de você, mas...” Jongin aliviou o aperto nos braços do mais
velho e levou suas mãos até o pescoço do mesmo para acariciálo. Seus dedos tremiam
quando tocaram na pele alva. “Kyungsoo, isso precisa parar, ele está voltando com mais
frequência, não vai demorar muito até que alguém desconfie, até que alguém descubra... E se
isso acontecer, eu não sei o que pode acontecer.”
“Não!” Kyungsoo falou rápido, segurando a camisa do mais alto. “Não, isso não vai
mais acontecer, eu prometo! Eu vou ser bom, não vou mais deixar essas coisas aconteceram,
ele nunca mais vai aparecer, eu—”
“Mentira!” Jongin gritou, socando a parede que servia de apoio para as costas de
Kyungsoo. O mais baixo se encolheu e Jongin voltou a usar seu tom de voz calmo. “Você
sabe que é mentira, Kyungsoo, isso não vai parar até que saibamos o que ele quer. Ele vai
continuar aparecendo e nos atormentando, vamos continuar nesse inferno para sempre.”
Inferno. Kyungsoo sentiu seu coração falhar uma batida ao perceber que Jongin
acabara de admitir que viver consigo, que a vida conjunta dos dois, era horrível e deplorável o
bastante para ser comparada ao lugar que os humanos mais temiam.
“Eele faz isso para me proteger... Para nos proteger, Jongin...” Kyungsoo murmurou,
sua voz embargada demais para que as palavras soassem perfeitamente.
“Proteger? Você sabe as merdas que ele me fala? Sabe como ele me trata? Kyungsoo,
ele acha que eu vou acabar com a sua vida, tudo o que ele mais quer é me ver morto!”
“Nnão, Jongin!” Kyungsoo gaguejou, negando com a cabeça o que o mais alto havia
falado. “Você deve ter entendido errado, eu nunca... Ele nunca ia querer seu mal.”
“Qquê?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 166/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Chama ele, Kyungsoo, eu quero falar com ele.” O mais alto pediu, seu tom de voz
impaciente deixando claro que não estava brincando. “Eu quero saber por que ele insiste em
aparecer, em nos atormentar.”
O mais baixo arregalou seus olhos e um frio cruzou sua espinha só com a ideia de
fazer o que o mais novo pedia, um encontro desse modo entre D.O e o Jongin não poderia
resultar em nada bom. “Nnão...”
“Não, Jongin! Eu não quero, não... Por favor, não me peça isso.”
“Não quer chamar ele? Mas quando a minha vítima apareceu ao invés de mandála
embora você o chamou, não foi? Não foi!?” Jongin perguntou retoricamente, aos gritos,
socando a parede novamente. Toda aquela situação estava indo longe demais. “Você
conversou com ela um pouco ou nem deixou ela falar antes de matála?”
“Ppare, Jongin, eu não—! Não sou eu, você que sempre me dizia que não era eu
quem fazia essas coisas, por que você está agindo assim agora, por quê?” Kyungsoo se
encolhia cada vez mais contra a parede e evitava olhar para o mais alto, a vergonha e a
humilhação fazendo seu rosto ruborizar violentamente.
“Eu tento ajudar você, Kyungsoo, e o que você faz? Estava tudo em paz e o que você
faz, huh?” O mais alto perguntou retoricamente, sabendo que o mais velho não responderia
sua pergunta. “Você o chama. Você pediu que ele aparecesse e agora diz que se arrepende?”
“Eu não estava pensando, Jongin, por favor...” Kyungsoo insistiu, as lágrimas
brotando de seus olhos enquanto seu coração pulsava depressa contra o seu peito.
“Não quero!”
“Agora você não quer? Antes não teve problema em chamar ele, não é?”
Kyungsoo chorava baixinho quando Jongin suspirou, desistindo. Seu coração pulsava
violentamente contra o peito e seu estresse estava em níveis tão elevados que ele sabia, em
parte, que estava passando dos limites com Kyungsoo. Sua intenção jamais fora acusar o
menor dessa maneira, mas a raiva por tudo dar sempre errado consigo o consumia de uma
maneira incontrolável.
“Eu vou lá conversar com os outros, os membros da organização rival estão aqui,”
Jongin começou a falar, deixando Kyungsoo confuso sobre o que estava acontecendo, já que o
mesmo ainda não fazia ideia do que havia se passado nas últimas horas. “Vou ver o que eles
resolveram. Não se preocupe, não vou deixar ninguém desconhecido entrar aqui, não quero
ver mais mortes.”
“Mas Jongin, como assim tem integrantes da outra organização aqui no prédio? O que
aconteceu?”
deixara com uma sobrecarga de tensão... Mas ele não queria descontar todas as suas
frustrações em Kyungsoo, no fim das contas Jongin sabia que o menor era inocente.
“Jongin, espera! Por favor, eu quero ajudar!” Kyungsoo falou alto, em um tom
desafinado, manhoso, enquanto arrastava seus pés de modo desengonçado pelo chão de
madeira lisa atrás do maior. “Por favor, não me deixa aqui sozinho, não fica com raiva de
mim, Jongin!”
Jongin parou na porta, capturando a chave entre seus dedos e olhando para Kyungsoo.
“Fique aqui, depois conversamos, eu só... Preciso de um tempo, eu já volto.”
“Já ajudou o bastante, não acha?” Jongin perguntou de maneira sarcástica e fria, não
olhando diretamente nos olhos arregalados e vermelhos do seu colega de apartamento. “E vá
tomar um banho, você ainda está fedendo a sangue.”
Kyungsoo sentiu suas forças se esvaírem quando a porta do apartamento fora fechada
com força, o barulho da chave girando na fechadura logo em seguida, o trancando dentro do
lugar que dividia com Jongin e chamava de lar.
Seus joelhos tocaram no chão e alguns segundos depois todo o seu corpo estava
encolhido e tremendo, deitado no piso gelado enquanto sua garganta produzia sons baixos e
tristes, seus olhos não se incomodando mais em tentar evitar que as lágrimas grossas caíssem
sem parar.
Jongin jamais havia agido daquela maneira consigo e Kyungsoo não sabia o que fazer,
como suportar a dor e muito menos como ele poderia olhar para o mais novo quando este
retornasse.
Porque, no fundo, Kyungsoo sempre soube, mas tentava se enganar, se iludir... Ele
sempre pensou sobre isso e ele tinha agora a certeza de que Jongin o considerava um monstro.
✘✘✘
Quando Jongin entrou no apartamento que Suho e Sehun dividiam no prédio que a
organização K usava como moradia e local de trabalho, ele não conseguia dizer quem falava
mais alto. Havia oito pessoas discutindo sobre algo que ele não conseguia distinguir – mas
imaginava o que seria.
“Não tem como isso ter acontecido—” A maioria dos rapazes falava, em um tom de
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 168/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Você sabia que esse era o plano do líder?” Minseok perguntou para Lay, que negou
com a cabeça.
“Ninguém sabia.” Zitao falou, ainda sentado no sofá, parecendo atordoado com a
notícia. “Mas não adianta nos desesperarmos agora. Se está feito, está feito... Nós só
precisamos fazer algo para reverter a situação.”
“O que você quer dizer com isso?” Baekhyun perguntou, não entendendo.
“Se o líder se deixou ser preso é porque ele sabia que não havia um modo seguro de
escapar.” Lay explicou com calma, observando todos ficarem em silêncio enquanto falava.
“Ele, de certo modo, se sacrificou por nós... Se ele não tivesse deixado a polícia o prender,
provavelmente todos nós estaríamos atrás das grades.”
“Salvar nossos líderes, óbvio.” Minseok disse, rindo do que considerava ser estupidez
vinda dos membros da organização rival que arregalaram seus olhos, parecendo assustados.
“Não me digam que pretendiam deixar o líder de vocês ser condenado à prisão por umas boas
décadas...”
“Cclaro que não!” Chanyeol disse, exasperado. “Mas como vocês pretendem fazer
isso?”
“Espera... Nós vamos fingir que somos todos amigos agora?” Sehun perguntou, seu
tom de voz entediado, mas a raiva óbvia borbulhando em seu interior. “Vocês realmente
querem esquecer as diferenças e todas as merdas que aconteceram e fingir que somos um
bando de amigos que tomam chá juntos?”
“Não é essa a questão,” Chen disse, coçando sua nuca. “A questão é que vocês querem
tirar o Joonmyun da cadeia e nós queremos fazer o mesmo com o Kris. Nós temos um
objetivo em comum e vamos nos ajudar para conseguir alcançálo.”
“E depois que isso terminar...” Sehun murmurou, seu cenho se franzindo enquanto ele
procurava o olhar de uma certa pessoa. “Cada organização seguirá sua vida e nunca mais
precisaremos nos ver, é isso?”
Sehun encarava Luhan e o loiro negou de leve com a cabeça, embora não tenha
chegado a produzir algum som para negar a pergunta que o mais novo entre todos fez.
“É exatamente isso.” Lay disse, parecendo satisfeito. “Pelo menos esse é o plano.
Depois que tudo terminar, nós podemos nos separar e cada organização segue o seu caminho
ou, se preferirem, podemos acertar nossas diferenças, embora – eu garanto – essa segunda
opção não será bonita de se ver.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 169/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Os presentes engoliram em seco enquanto pensavam. Chanyeol era aquele que mais
queria se vingar da M, mas ele não podia deixar de concordar com o que Lay havia falado...
Acertar as contas que as duas organizações tinham uma com a outra com certeza não acabaria
bem e alguém com certeza sairia perdendo. Uma coisa era eles terem assassinado todos na
casa, quando a M estava desarmada e fora pega de surpresa, mas em um confronto direto...
“Claro que é, não?” Jongin perguntou, incerto, pronunciandose pela primeira vez
desde que entrara no apartamento. “Afinal, só temos a K porque ele e o Suho começaram
tudo...”
Todos da K acenaram de leve com a cabeça, concordando com o que o moreno havia
comentado. Sehun estreitou seus olhos, percebendo que a presença de alguém estava faltando.
Jongin engoliu em seco antes de mentir. “Dormindo... Eu não quis acordálo. Amanhã
explico tudo para ele.”
Eles nunca haviam pensado sequer na possibilidade de determinar que alguém fosse o
líder da organização quando Kris não estivesse por perto porque, bem, Kris estava sempre por
perto. Wu Yifan era quem havia unido todos os membros, quem havia iniciado a amizade
entre os seis e, o mais importante, era por causa dele que todos haviam deixado a China para
trás e iniciado uma nova vida na Coreia.
“Temos que ter um líder novo, pelo menos por enquanto...” Luhan murmurou, calmo,
já desgastado com toda a situação. “Precisamos de alguém para nos manter juntos, para não
perdermos o foco e para termos alguém em quem nos apoiar. Além disso, não sabemos o que
pode acontecer, não é?”
“Cala a boca, Luhan, não fica falando essas coisas com esse tom fúnebre...” Minseok
disse, rindo, tentando aliviar a tensão no ar. “Vai dar tudo certo.”
“Temos que decidir um novo líder, então.” Chen murmurou, com um meio sorriso
desgostoso.
“Claro que sim,” Lay respondeu, observando Zitao erguer sua mão por fim.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 170/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A pergunta que fora lançada era sobre quem apoiava Lay para ser o líder provisório.
Ele era aquele que conhecia Kris há mais tempo entre todos e, segundo ele mesmo, poderia
agir de acordo como um bom líder até que tudo voltasse aos eixos.
Todos estavam com as mãos erguidas, dispostos a aceitar Lay como novo líder.
Quando todos ainda davam uma leve risada da piada, Zitao se sobressaltou no sofá.
Levando sua mão até o bolso de sua calça, o chinês pegou seu celular – que vibrava – e
atendeu a chamada com um alô breve, não reconhecendo o número.
“É o Kris.”
✘✘✘
Delegacia de Gangnam
Seul, 22 horas
“Vocês tem direito a uma ligação cada um,” O oficial falou entrando de supetão pela
porta, com o seu cenho franzido, olhando para Kris e Suho – estes sentados lado a lado em
uma pequena sala de testemunho. “O promotor teve um contratempo e só poderá falar com
vocês amanhã, então vocês passarão a noite em uma cela. Antes de irem para lá vamos passar
na secretaria onde vocês poderão fazer uma única ligação de dois minutos para seus
advogados ou familiares, caso queiram.”
Kris e Suho, enquanto estavam sozinhos na sala, conversaram muito pouco devido ao
receio de estarem sendo gravados pela polícia, mas a vontade que Suho tinha era de socar o
mais alto – muito mais alto – por estar passando por essa situação.
Kris fora o primeiro a pegar o telefone na secretaria quase vazia da delegacia. Havia
só uma mulher na recepção e a mesma rumou para outro cômodo quando os acusados
chegaram, e o oficial que os acompanhava ficou alguns metros distante deles enquanto
ligavam.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 171/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu vou ligar primeiro e ver como meu grupo está,” Kris murmurou para Suho, que
assentiu. “Se tudo tiver saído como planejei, nossos grupos estarão juntos e escondidos em
algum lugar.”
“Você e seus planos,” Suho murmurou, irritado. “Como você pode ainda sorrir com
tudo o que está acontecendo? E qual é o propósito disso tudo, huh? Ser preso, unir nossos
grupos? Até algumas horas atrás você queria me matar, não?”
“Ainda quero.” Kris brincou, e recebeu um olhar sério em resposta. “Esse não era o
plano inicial, mas temos que nos virar com o que temos, não? E eu tenho meus motivos para
sorrir,” O mais alto respondeu com um meio sorriso antes de virarse de costas para o mais
baixo, discando o número no telefone ultrapassado, esperando a chamada ser completada.
“Oi, Taozi.” O chinês loiro murmurou no tom mais baixo que pôde, esperando uma
resposta que não veio. Kris sorriu ao conseguir ouvir a voz de Luhan ao fundo perguntando o
que havia acontecido e a resposta do mais novo, trêmula, respondendo.
Kris pôde ouvir alguns gritos surpresos por parte de seu grupo, um barulho alto do
telefone caindo no chão e em seguida era Chen quem berrava consigo na ligação.
“Líder, você está preso mesmo!?” Chen gritou no telefone, fazendo o loiro afastar o
aparelho do ouvido.
“O Suho? Ele está sim, mas me conte brevemente o que aconteceu depois que vocês
partiram,” Kris pediu. “Temos apenas dois minutos para conversar e quero dar algumas
instruções.”
“Sim, claro,” Chen assentiu, respirando fundo para começar a falar. “Basicamente
fugimos junto com a K e nos instalamos no prédio que eles usam como esconderijo.
Estávamos discutindo como encontrar vocês que estavam desaparecidos, quando a notícia de
que vocês estavam presos chegou e, claro, ficamos preocupados. Aí decidimos que nos
ajudaríamos de um jeito ou de outro mesmo que sejamos inimigos... Ah, eu tirei o telefone do
Tao quando você ligou porque ele começou a choramingar – só para variar, você sabe como
ele é – mas ele está bem... Querendo arrancar algumas cabeças e estourar os miolos de quem
te prendeu, mas está bem, ele quer o telefone agora, mas não temos tempo para melosidad—
Sai Tao!!!... Todos estamos bem, na verdade. Bom, na medida do possível.”
Kris não evitou um sorriso ao ouvir o que o membro de sua equipe contava. “Coloque
a ligação no alto falante.” Chen ficou alguns segundos em silêncio, antes de concordar e
apertar o botão no celular de Zitao, fazendo a voz de Kris ecoar pela sala silenciosa.
“Olá,” Kris falou, olhando no cronometro e vendo que faltava apenas um minuto para
a ligação ser encerrada. “Fico feliz que todos estejam bem. Aqui dentro ficarei
impossibilitado, então quero dar uma última ordem para vocês: Minseok, você será o líder
enquanto eu estiver ausente, você é o mais velho do grupo e já tem controle de parte do tráfico
de drogas em Seul, já sabe como ser um líder. Quero que você ajude a M a me tirar daqui e
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 172/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Mas Kris, tínhamos decidido que o Lay seria o líder,” Chen murmurou, incerto.
“Lay,” Kris falou num suspiro. “Yixing, você sabe que eu confio minha vida a você,
mas você também sabe o quanto é impulsivo e se deixa levar pela sorte. Eu preciso de alguém
mais centrado para poder me substituir, entende?”
“Sem problemas, Yifan!” Kris ouviu a voz de Lay soar ao fundo, risonha. “Nem queria
ser líder mesmo, deve dar muito trabalho!”
“Seu idiota, quer nos matar do coração!? Se eu soubesse que isso ia acontecer não
teria acreditado nas suas palavras... Duizhang,” Kris ouviu Zitao reclamar, a voz levemente
embargada. “Nunca mais fique para trás, entendeu? Nós vamos tirar você daí. Não se
preocupe.”
“Está tudo bem, Taozi.” Kris murmurou e ouviu o mais novo fungar contra o celular.
“Não chore...”
“Eu não estou chorando!” Zitao falou alto e o telefone foi novamente disputado,
caindo nas mãos de Luhan.
“Kris, nós vamos tirar você daí, a K vai nos ajudar.” Luhan murmurou e Kris
assentiu.
“Só... Sejam discretos, tudo bem?” O líder da M perguntou e ouviu todos assentirem,
percebendo que o telefone continuava no modo altofalante.
Kris não conseguiu se despedir antes que a ligação caísse. Seus dois minutos haviam
acabado.
Quando Suho pegou o telefone e ligou para o celular de Chanyeol não esperava uma
reação menos acalorada. Os membros de sua pequena organização lhe perguntaram dezenas
de vezes se ele estava bem, se não estava ferido e aproveitavam e lhe pediam desculpas.
“Desculpa não ter visto que você não estava conosco, líder,” Chanyeol choramingou
no telefone, cansado de ter que tomar uma postura firme diante de todos. “Se eu tivesse
percebido...”
“Está tudo bem, você vai cuidar bem de todos enquanto eu estiver aqui.” Suho
murmurou, feliz por ver que ninguém havia se ferido na fuga. “Eu sei que vocês já decidiram
cooperar com a M, mas tomem cuidado com eles, sim?”
Suho sorriu ao perceber que Kris erguera uma sobrancelha ao ouvir sua advertência
para os membros.
“Como está o Sehun?” Suho perguntou, lembrandose que o mais novo estava cativo
na mansão da organização M assim como ele próprio.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 173/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Fica calmo, Suho, vamos explodir a delegacia e tirar você daí!” Chanyeol gritou ao
fundo.
“Não, nada de explosões,” Suho falou rápido. “Baekhyun, controle o Chanyeol, pelo
amor...”
“Pode deixar, líder, seremos discretos.” Baekhyun respondeu com uma pequena
risada antes de a ligação ser cortada.
✘✘✘
Edifício da organização K
23 horas
Após as ligações serem encerradas, todos decidiram que era hora de dormir, porque
naquele momento não havia mais condições para que eles pudessem conversar sobre algum
plano final parar livrar os líderes da cadeia. Durante meiahora os rapazes – sentados pela sala
de estar – conversaram sobre possibilidades levianas do que poderia ser feito. Os líderes
haviam sido bem diretos quanto à ordem de discrição, então explodir a delegacia estava
completamente fora dos planos.
Todos permaneceram na sala até que Chanyeol deu a ordem para que fossem dormir.
“Alguém pode ficar no seu apartamento, Kai?” Sehun perguntou olhando para o
moreno que negou com a cabeça veementemente, seus olhos levemente arregalados.
“Certo...” Sehun murmurou, dando de ombros. “Aqui tem o quarto do Suho que tem
uma cama de casal e a sala também.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 174/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu e o Minseok vamos para o outro apartamento, vocês podem ficar aqui.” Zitao
falou, bagunçando levemente o cabelo de Luhan, recebendo um pequeno tapa e uma risada,
antes de dar boa noite e sair.
“Amanhã começaremos tudo, boa noite pessoal!” Minseok falou, acenando de leve.
“Tchau líder,” Chen brincou, rindo ao perceber que o mais velho revirara os olhos.
Luhan, Lay e Chen acenaram com a cabeça enquanto Sehun se levantava e seguia pelo
corredor. “Não mexam em nada que não devem e não tentem me matar, certo?”
“Sem problemas,” Lay respondeu, suspirando quando a porta do quarto fora fechada
no corredor. “Quem vai tomar banho primeiro?”
“Eu,” Chen falou rápido, correndo em direção ao quarto indicado, desesperado para se
livrar de suas roupas fedidas. Lay gritou para que o mesmo esperasse, dizendo que por ser o
mais velho tinha direito de tomar banho primeiro e Luhan revirou seus olhos, ainda sentado
no sofá, enquanto ouvia os dois discutindo ao longe.
O loiro mordeu seu lábio inferior e suspirou fundo, decido a conversar com Sehun
assim que tomasse um banho e se livrasse da dor de cabeça que sentia.
A dor de cabeça permanecia, mesmo depois de Luhan ter tomado um banho e comido
um lanche rápido. A dor aguda parecia mais psicológica do que física, já que pensar em Sehun
fazia com que suas veias pulsassem furiosamente em suas têmporas, o fazendo ter ânsias.
Luhan respirou fundo, erguendo sua mão de encontro à porta, mas sem bater na
mesma. Seus olhos rolaram para os lados, procurando motivos para manter seu punho ainda
estendido no ar, sem coragem de encontrar a madeira da porta do quarto de Sehun. O
prostituto da organização M sabia que conversar com o membro mais novo da K seria um
desafio. Luhan sabia que depois de tudo o que havia acontecido seria difícil reconquistar a
confiança de Sehun.
Mas Luhan precisava fazer as pazes com o mais novo. Tanto para o bem dos líderes
presos e dos futuros planos para tirálos de lá, quanto para o seu próprio bem estar.
Um suspiro pesado foi dado antes que o jovem abrisse a porta, sem bater antes.
Luhan não obteve resposta ao chamado, mas prendeu a respiração ao ver o que o mais
novo tinha em mãos. Uma pequena pílula era segurada entre os dedos finos e longos, próxima
aos lábios rosados de Sehun, este aparentemente forçandose a lhe ignorar enquanto pretendia
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 175/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Sehun! O que você está fazendo!?” Luhan falou alto, fechando a porta com força
atrás de si e correndo até o mais novo, o segurando pelo braço.
Sehun se desvencilhou e bufou, irritado. “Me deixa em paz, Luhan! Não vê que já
acabou comigo de todas as maneiras que podia?” O adolescente mantinha o cenho franzido
enquanto olhava para o mais baixo, seus dedos se aproximando de sua boca – pronto para
ingerir o comprimido.
“Para!” Luhan gritou, enfiando suas unhas na pele do mais novo, o ouvindo gemer de
dor, aproveitando a oportunidade para lhe tirar o comprimido dos dedos. “Não toma essa
porcaria, Sehun!”
Sehun puxava os braços do mais velho, tentando fazer com que o mesmo lhe
devolvesse o ecstasy – mais pela raiva e orgulho ferido em ver Luhan tentando controlálo do
que porque necessariamente Sehun queria aquele comprimido. Em cima de sua cama havia
um pequeno frasco cheio de comprimidos, mas a visão de Luhan agindo como se se
importasse consigo deixava Sehun fora de si.
“Me dá essa merda, Luhan!” Sehun gritou. “Não basta você ter fodido a minha vida,
agora quer me controlar?”
“Eu estou tentando te ajudar, Sehun!” Luhan falou alto, seu punho fechado
escondendo a pílula. “Nós somos do mesmo time agora, precisamos nos ajudar, nos importar
um com o outro...”
“Nos importar um com o outro?” Sehun perguntou irônico, sua voz aumentando de
tom enquanto falava. “Qual é a sua, huh? Entra na minha vida, fica meses se encontrando
comigo em encontros pagos, onde eu pagava muito dinheiro só para poder passar algumas
horas com você... E ao invés de você agir só como um prostituto, não... Você ficava me
fazendo gostar de você, me apegar a você... Luhan, mas que merda, você apontou uma arma
para mim! Duas vezes! Eu pensei que você gostasse de mim, mas eu quase morri mais vezes
do que posso contar e tudo por sua culpa!”
“Sehun, eu não queria...” Luhan murmurou, cansado. “Eu expliquei para você, era
meu dever, mas eu não consegui... eu nunca conseguiria te matar, por favor...”
“Para de fingir que se importa comigo, isso é ridículo. Eu só quero que você saia desse
quarto e nunca mais tente fingir que sente algo por mim, entendeu?” Sehun empurrou o mais
velho para longe de si, fazendo Luhan dar alguns passos para trás, desconcertado. “Me deixa
sozinho e não se atreva a se meter mais nos meus assuntos, sério! Se eu quiser tomar todas
essas merdas de pílulas e ter uma overdose e morrer, você não tem nada a ver com iss—”
A mão de Luhan ainda se encontrava no ar e sua palma ardia, mas com certeza não
mais que a bochecha de Sehun, já tomando uma cor rosada devido ao tapa recebido.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 176/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Para de falar besteiras, por favor... Nunca mais repita isso de ter uma overdose e
morrer, Sehun,” Luhan pediu, as memórias de quando ele próprio era um viciado tomando
seus pensamentos. “Você não sabe do que está falando, não brinque com isso... Eu pedi para
você parar de tomar essas merdas, não pedi? E não me peça para não me importar com você
porque eu me importo, sim.”
A pílula de ecstasy que Luhan segurava foi ao chão quando seu pulso foi agarrado
com força e seu corpo jogado contra o colchão da cama. Suas costas mal haviam afundado
contra a espuma quando o mais alto subiu sobre si, segurando com força seus braços ao lado
de sua cabeça.
Luhan arfou, mas seu olhar se manteve fixo no mais novo, mesmo quando Sehun
estava sobre si, o olhando com raiva.
“Você não se importa!” Sehun grunhiu entre seus dentes. “Nunca se importou.”
Luhan não queria admitir, mas não havia outra maneira de acalmar o mais novo. O
prostituto havia mentido para si mesmo por tempo demais, havia mentido para o próprio
Sehun por tempo demais. Eles não tinham mais uma relação de cliente e michê, nada mais era
como um dia foi e Luhan já estava com as palavras presas em sua garganta por tempo demais.
“Eu me importo mais do que você pode sequer imaginar, Sehun...” Luhan falou em
um tom calmo, tentando controlar o temperamento do mais novo, tentando controlar o seu
próprio coração. “Você estava certo quando disse que eu não conseguiria te matar porque eu
sentia algo por você... Acha que se eu não me importasse eu não teria atirado contra a sua
cabeça na primeira oportunidade que eu tive? Por deus, Sehun, você não tem ideia das coisas
que passaram pela minha cabeça quando o Kris pediu para que eu me livrasse de você...”
Os olhos de Luhan brilhavam devido às lágrimas que se acumulavam, mas ele não se
permitiria chorar. Não naquele momento, não na frente de Sehun.
“Por que não poderia ser diferente?” Sehun perguntou de modo quase retórico. Sua
voz embargada dificultando sua voz de sair clara. “Porque não poderíamos ter nos encontrado
de modo normal, ter um relacionamento normal, uma vida normal?”
“Porque não somos normais, Sehun... Você sabe disso.” Luhan respondeu, não
evitando um pequeno sorriso quando o aperto em seus braços cessara. “Nós escolhemos os
caminhos que nos trouxeram até aqui e não podemos voltar atrás.”
Sehun inclinara seu corpo, abraçandose ao corpo magro abaixo de si. “Eu tenho tanto
medo...” A voz embargada sendo abafada contra o pescoço de Luhan. “Xiao...”
Nas tantas outras vezes que Sehun lhe pediu carinho, Luhan o ignorou. Luhan o
impediu de se aproximar, rejeitou seus abraços, o fez esquecerse dos seus problemas com
sexo ou fingiu não se importar.
Agora Luhan não queria mais fingir, não queria mais mentir.
Luhan queria cuidar do mais novo como sempre desejou no seu íntimo.
contas.”
“Mas fui eu que sempre disse que te protegeria...” Sehun murmurou, algumas lágrimas
escapando de seus olhos enquanto ele aconchegava seu corpo contra o outro.
“Você falava isso para me conquistar, seu babaca,” Luhan brincou, arrancando uma
risada anasalada do mais novo. “Nós vamos conseguir passar por tudo isso, prometo...”
“Me prometa que nunca mais vai apontar uma arma contra a minha cabeça,” Sehun
pediu, também em um tom de brincadeira. “Aliás, contra nenhuma parte do meu corpo...”
“Eu jamais te machucaria,” Luhan murmurou. “Mas você tem que jurar que não vai
mais usar.” Os olhos de Sehun rolaram para o lado, encontrando o frasco ainda sobre o
colchão há alguns centímetros de onde ambos estavam. “Sehun?”
Os dedos de Luhan acariciaram a bochecha de Sehun com delicadeza. “Me deixa ser
sua necessidade, seu vício, Sehun.... Deixa eu ser aquilo que te tranquiliza ou te mantém
acordado, deixa eu ser aquilo do qual você não pode ficar longe por muito tempo... Por
favor.”
Sehun sorriu, unindo sua testa a de Luhan, fazendo com que seus olhares ficassem há
centímetros um do outro. “Você já é meu vício, Luhan... Faz muito tempo.”
“Deixa eu ser seu único vício, então.” Luhan pediu e Sehun sorriu, concordando.
Sehun estava de olhos fechados, seus lábios se partindo durante o beijo, quando
prometeu em seu íntimo que faria Luhan sentir por si tudo que o próprio Sehun sentia.
E quando, mais tarde, Luhan jogou todos os comprimidos de ecstasy na privada e deu
a descarga, Sehun apenas segurou sua mão com força, sem falar nada.
Afinal, já não havia nada para falar. Só havia uma curta noite para ser dormida, um
novo – antigo – vício para ser aproveitado sob os lençóis e a esperança de que o dia de
amanhã não fosse tão turbulento como os passados.
✘✘✘
“Por que ele me deixou como líder?” Minseok perguntou pela trigésima vez à Zitao,
que estava deitado ao seu lado na cama de casal. Os dois tentavam dormir naquele quarto
desconhecido – no apartamento de Baekhyun e Chanyeol – mas parecia difícil quando os
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 178/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Nem mesmo você acredita nessas palavras, Xiumin...” Zitao murmurou cansado.
“Você controla parte dos traficantes de drogas dessa cidade, o quão mais difícil pode ser
liderar cinco pessoas?”
“Para onde vamos quando isso acabar?” Minseok mudou de assunto, cansado de tentar
impor empecilhos para sua liderança. A verdade era que mesmo que Kris fosse mais novo que
si, Minseok o respeitava com todo o seu coração, e jamais havia conhecido alguém que
liderasse melhor do que ele.
“Depende de como tudo vai terminar.” Zitao disse pensativo. “Espero que tudo só
volte ao normal.”
“Isso o Kris é quem vai decidir.” Zitao disse, em um quase ultimato, remexendose na
cama.
“Você acha que ele vai querer eliminálos?” Minseok perguntou, receoso. “Um
daqueles garotos é um cliente meu, eu vendia drogas diretamente para ele, o coitado não faz
ideia de onde está se metendo... Morrer tão cedo é tão injusto.”
“Você sabe quem vai ter que matálos caso o Kris decida que a vida deles não vale
mais de nada para nós, não é?” Minseok perguntou, sabendo o que o outro lhe responderia.
Um pequeno suspiro escapou dos lábios do líder temporário da organização antes que
o silêncio se abatesse sobre ambos.
✘✘✘
Não exatamente o corpo, mas as cinzas dentro do forno feito de pedras, grande e
antigo, localizado no primeiro andar daquele prédio, onde o que seria um restaurante havia
sido construído junto do prédio há algumas décadas. A organização K não tinha o costume de
usar aquele local e não havia nada no que seria a cozinha do lugar, mas a quentura que saía do
recinto, o cheiro de queimado, o plástico preto de sacolas derretidas e as cinzas naquele lugar
denunciavam o que havia acontecido.
dinheiro esse que ele gastava, principalmente com Kyungsoo. No piso haviam algumas
manchas avermelhadas e Jongin sabia ser sangue que secara no chão de pedra por tempo
demais e nem as tentativas de removêlo – o que D.O provavelmente tentara fazer – removera
completamente.
Kyungsoo jamais pensara que D.O queimaria o corpo dentro do forno do restaurante,
por isso não deve ter procurado ali, era o que Jongin pensava enquanto afundava seu rosto
contra os joelhos, cansado.
Kyungsoo não pensara que chamando sua outra personalidade estaria condenando
mais uma pessoa a morte. “Eu pedi para ele não machucála...” A voz de Kyungsoo ecoou na
cabeça de Jongin.
Não chorou porque a mulher morrera, já que ele não nutria nenhum tipo de sentimento
por ela, mas chorara por Kyungsoo. As lágrimas escorreram de seus olhos em abundância
porque era sua culpa que Kyungsoo estava vivendo aquela vida cheia de perigos, que o menor
não merecia viver.
Jongin se culpava por ter feito Kyungsoo gostar de si mais do que era saudável e se
culpava por – no fundo – gostar do menor da mesma forma. O moreno engasgouse com a
própria saliva enquanto murmurava xingamentos para si por ter gritado com aquele que lhe
era tão especial, por têlo acusado de algo que ele não conseguia controlar, por têlo
machucado tantas vezes sem querer.
Jongin decidiu consigo mesmo enquanto chorava que Kyungsoo não era culpado. O
menor não tinha controle de suas ações e se ele chamara o outro era porque Nah Yonghee
devia têlo assustado de alguma forma. Jongin decidiu que protegeria Kyungsoo de si mesmo
com todas as suas forças e que jamais o deixaria matar outra pessoa.
Jongin, enquanto voltava para o seu apartamento, ainda chorando, decidiu que faria
D.O sumir.
✘✘✘
Bom, na verdade era Chanyeol quem não conseguia dormir – o que fazia com que o
menor também ficasse acordado.
O líder temporário da K fumava sem parar na janela do quarto, olhando para fora com
um olhar perdido, enquanto repassava o que havia acontecido nas últimas horas e as ordens
dadas por Suho. Algumas ideias invadiam sua cabeça de como livrar Joonmyun daquela
situação, e até algumas frases prontas se formavam em sua cabeça enquanto ele pensava em
como convencer que a organização deveria deixar Seul para trás.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 180/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A cada dia novas empresas do crime surgiam e o policiamento ficava mais pesado
tentando combatêlas, viver sob aquelas condições estava se tornando mais estressante do que
o jovem alto e normalmente sorridente pensou que seria.
Baekhyun suspirou, cansado. Seus lábios se partiram, mas sua voz morreu antes que
ele começasse a falar.
Ele sabia que falaria sozinho a não ser que obrigasse o mais alto a ouvilo.
“Me deixa fumar,” Chanyeol murmurou, tragando mais uma vez, recebendo um olhar
de reprovação em resposta. “Estou precisando, Baek...”
O mais velho sabia que quando Chanyeol se estressava havia apenas uma coisa que o
acalmava por completo: queimar coisas. Baekhyun não se importava com essa pequena
obsessão do mais alto, enquanto isso não afetasse nada na vida dos dois, mas Baekhyun
também sabia que desde o acidente que deixara uma cicatriz em suas costas – de quando sua
pele derreteu em meio ao fogo descontrolado – Chanyeol havia tentando controlar seus
desejos piromaníacos, com medo de que algo de ruim acontecesse novamente.
Havia alguns poucos meses que Chanyeol – quando ficava sob estresse – havia
trocado suas saídas para queimadas por uma cartela de cigarros, tentando fazer com que a
nicotina o acalmasse da mesma forma como as labaredas e o cheiro de queimado o
acalmavam.
“Vamos dormir, por favor.” Baekhyun pediu e Chanyeol virou de costas para si,
tentando terminar a conversa. “Não faça assim, vamos, você está fumando demais
ultimamente, por favor...”
“Eu não pedi por isso,” Chanyeol murmurou e Baekhyun franziu seu cenho.
“O quê?”
“Ser líder,” Chanyeol explicou, dando uma última tragada em seu cigarro, o jogando
pela janela logo em seguida. “Eu sei que eu sou o mais próximo do Joonmyun, mas eu não
vou conseguir manter o grupo unido... E se começarmos a desbandar? E se alguém desistir?”
Chanyeol pegara a carteira de cigarros e prontamente acendera mais um, nervoso. “E se não
conseguirmos fazer nada e o Suho ficar preso?”
O mais alto puxou seu braço e se afastou do menor, distanciandose do mesmo alguns
passos. “Me deixa!”
“Me dá o seu cigarro.” Baekhyun pediu, estendendo a mão, vendo Chanyeol o olhar
desconfiado. “Eu quero fumar, me dá ele.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 181/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O mais alto ergueu sua mão e entregou o cigarro aceso para Baekhyun, achando
estranho que o mais baixo quisesse fumar, já que ele mesmo era contra fumar dentro de casa.
Chanyeol arregalou seus olhos quando Baekhyun jogou o cigarro no chão e pisou em cima.
“O que você está fazendo?” O mais alto perguntou, assustado com a atitude repentina do
outro. “Vai estragar o carpete!”
“Baek...”
“Park Chanyeol!” Baekhyun falou em tom firme, segurando o mais alto pelas
bochechas. “Pare de ficar se torturando com seus próprios pensamentos, seu idiota!” Os
narizes estavam quase se tocando já que o mais baixo obrigara Chanyeol a dobrar de leve seus
joelhos, nivelando suas alturas. “Se você está estressado, converse comigo. Se você precisa
relaxar, me peça alívio, se quiser discutir alguma ideia, faça isso comigo, mas não fique
discutindo consigo mesmo na sua cabeça!”
“Como você—?”
“É óbvio que você fica pensando demais e acaba ficando estressado, Chanyeol, eu sei
que tudo o que está acontecendo é problema atrás de problema, mas eu estou aqui, entendeu?
Fumar não vai adiantar, não dessa maneira como você está fumando, parece uma chaminé...”
“Você sempre muito carinhoso,” Chanyeol murmurou contra a pele macia antes de
depositar vários beijos no rosto de Baekhyun. “Obrigado, Baek.”
“Agora vamos dormir, por favor?” Baekhyun pediu com um tom manhoso e cansado,
não dando a Chanyeol sequer a oportunidade de recusar. O mais alto apenas concordou,
sorrindo.
“Que horas vamos acordar amanhã?” Baekhyun perguntou quando os dois já estavam
aninhados embaixo dos lençóis.
“Cedo.”
“Eu não menti tanto assim,” Chanyeol respondeu, um meio sorriso estampando seus
lábios rosados. “Menti?”
Baekhyun negou com a cabeça veementemente antes de fechar seus olhos. Dormiu
com o pensamento de que talvez, só talvez, tirar Suho da cadeia fosse ser mais divertido do
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 182/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Mas só talvez.
CONTINUA
Notas finais
Então, a moça veio pro chá e acabou ficando para o churrasco. Só que ela virou o carvão. E
que tal falarmos sobre Jongin prendendo Kyungsoo na masmorra?
Sehun com seus tits not calm querendo barraco querendo levar Luhan e a M pro Casos de
Família. Mas não ha tempo de se ligar a TV quando seus líderes estão encarcerados
precisando do Chapolin Colorado.
Juro que Sílvio Santos não está nos pagando por publicidade.
DR HunHan porque alguém precisa acalmar as tetas do Sehun e quem conhece melhor essas
tetas do que nosso querido prostituto não é galera.
Enquanto Luhan acalma as tetas de Sehun, Baekhyun acalma a chaminé do Chanyeol. A
situação ela não está muito boa.
O que será deles agora. As organizações por fim se uniram, mas irá essa união dar certo?
Notas do Autor
Boa tarde galeros.
Como vocês tiveram de esperar duas semanas pelo capítulo anterior, que tal postarmos este
mais cedo? Obrigada a todos que esperaram e compreenderam a pausa necessária.
Chegamos a metade da história e a um grande ponto de virada. A história acabou de
começar, então esperamos que estejam gostando dela até aqui e que possam aproveitar o que
tem por vir.
curvas da delegacia!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO DOZE – AMARGA CULPA
Seus olhos estavam cegos pela escuridão envolvente e ele sentia frio enquanto
caminhava sem rumo pelo que pareciam ser corredores desconhecidos. Ele ouvia ao longe a
risada alta de Chanyeol, mas o eco que se propagava tornava difícil a localização exata de
onde seu amigo estava.
“Está perdido?”
Suho, por um breve segundo, sentiu a escuridão se esvair da frente de seus olhos e um
sorriso fácil e bonito se tornara claramente visível diante de si. Seu coração pareceu sofrer um
solavanco e o ar lhe escapou enquanto a figura conhecida sorria para si.
“Eu vou ajudar você,” A voz soou suave, calma, funcionando quase como um
tranquilizante injetado direto na veia de Joonmyun. “Confie em mim.”
“Eu não confio,” Suho falou e ouviu uma voz que não era a sua sair de entre seus
lábios.
Quando seus olhos se abriram novamente, depressa, seu coração continuava pulando
no peito, descompassado e dolorido. Seus olhos encontraram o teto de sua cela e ele enfim
entendera que tudo não passara de um sonho.
“Sonho ruim?” Ele ouviu uma voz grave perguntar, a reconhecendo como sendo Kris,
seu colega de cela e principal razão para ele estar lá em primeiro lugar.
Ambos haviam sido colocados na mesma cela – pequena – na noite anterior e, embora
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 184/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kris não parecesse ser do tipo conversador, Suho conseguira lhe arrancar algumas palavras
em uma semiconversa antes que cada um deitasse em sua cama pequena e desconfortável.
Kris não havia pedido desculpas pelo que acontecera com Suho – toda a questão do
sequestro, da tortura e tudo o mais –, mas lhe explicou – sem sarcasmos dessa vez – o que
pretendia com o plano do diplomata e a explosão do prédio governamental, lhe contou sobre
quais eram seus inimigos que haviam sido mortos e contou como caos no governo era
propício para os negócios prosperarem e eles passarem despercebidos pelas autoridades
enquanto cometiam mais e mais ilegalidades.
O loiro também lhe explicou sobre sua família na China e como ele havia sido
acusado de algo que não fizera, o obrigando a fugir, mas dissera que pretendia voltar para lá
em breve, para retomar o poder que pertencia a si.
Suho perguntara se Kris não tinha outros desejos, se ele realmente queria isso para si,
mas ficou sem palavras quando o loiro lhe fez a mesma pergunta. Suho não poderia negar que
ter uma pequena organização criminosa em sua mente parecia ser mais divertido do que era na
realidade, mas não poderia negar também que sua família era tudo o que ele pedira aos céus
quando criança e não os trocaria por nada no mundo.
Embora os cinco rapazes que trabalhassem consigo fossem todos completamente fora
dos padrões.
“Péssimo.” Suho respondeu ao sentarse no seu próprio colchão duro. “Um dos seus
estava no meu sonho.”
“Um dos seus homens.” Joonmyun explicou, esfregando seus olhos e bocejando,
tentando lembrarse de todos os detalhes que podia de seu sonho estranho e escuro demais.
Ambos estavam com os olhos pesados e com os músculos doloridos. O dia de ontem
não parecia ter tido fim, já que logo após fazerem as ligações para suas organizações, os dois
líderes passaram por vários processos de identificação na delegacia antes de serem liberados
para suas celas. Seus números de segurança social foram procurados no sistema e suas digitais
foram coletadas por um aparelho eletrônico. Joonmyun quase mostrou surpresa ao ver seu
nome na tela do computador do oficial, não esperando que o sistema policial fosse tão
eficiente.
Ele tinha a ficha limpa, o que para ele não era uma surpresa já que para a sociedade
ele era um bom moço.
Kris pareceu ser uma dor de cabeça para os investigadores já que o número de
segurança social que dera não existia – pertencia a uma mulher de trinta e quatro anos,
aparentemente – e suas digitais não foram encontradas no sistema. Ele fora ameaçado de ser
deportado para a China, lugar de onde ele vinha, já que não estava morando na Coreia do Sul
de modo regular, mas a ameaça não pareceu afetálo.
Suho decidiu que sentia uma leve pontada de medo do loiro. Kris não parecia se afetar
com nada que acontecia, como se tudo estivesse acontecendo de acordo com o seu desejo.
Fotos de ambos foram tiradas e eles conseguiam ouvir um vozerio do lado de fora,
onde a imprensa estava querendo saber de todos os detalhes do que estava acontecendo.
Aparentemente a explosão de um casarão e o aprisionamento de dois acusados de
participarem de uma organização criminosa cruel era um bom assunto e muitos repórteres
estavam querendo um furo de reportagem.
Seus objetos pessoais foram recolhidos e colocados em sacos plásticos e ambos viram
seus relógios serem recolhidos, fazendo com que perdessem a noção de tempo.
O guarda responsável pelos dois lhes dizia as horas e já passava das duas da manhã
quando Kris e Suho foram levados até os banheiros para tomarem um banho rápido, o que não
adiantou muito já que eles ainda precisavam usar as roupas sujas e mal cheirosas que já
estavam em seus corpos antes.
“Por que você está sorrindo?” Suho perguntou para Kris enquanto ambos esperavam
em uma sala milimetricamente quadrada e quase vazia – apenas uma pequena mesa e três
cadeiras estavam dispostas no meio da mesma – esperando o promotor principal do caso vir
falar com eles e, aparentemente, acusálos formalmente de seus crimes.
O relógio na parede marcava nove da manhã, o sono fazia a cabeça de ambos pesar e
seus pulsos doíam devido às algemas colocadas – mas consideradas desnecessárias pelos dois
já que nenhum deles tinha a intenção de atacar ninguém.
“Nós estamos presos, eu não diria que isso é o ápice da felicidade que se pode sentir,
sabe?”
Kris passara praticamente a noite toda pensando no novo plano e, incrivelmente, para
si nem tudo estava perdido. Ele sentira a garganta se fechar e seus olhos arderem ao sentir o
ódio lhe invadir pela sua preciosa casa – o bem material que mais amava na Coreia – ter sido
destruída daquela maneira, mas ainda haviam esperanças.
Além do mais, os seus amigos estavam bem, e no fim, era tudo o que importava para
si.
Ele sabia que não poderia, de toda maneira, se apegar ao que havia na Coreia, já que
seu futuro estava na China.
“Toda a China já deve estar sabendo que fui preso,” Kris murmurou e Suho estreitou
seus olhos. “As notícias correm e a família Wu, a minha família, já deve estar ciente de tudo.”
“Está brincando?” Kris perguntou, um sorriso sarcástico em seus lábios. “É mais fácil
eles pagarem algum guarda para me assassinar aqui dentro. Esqueceu que acham que
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 186/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
assassinei meu pai, o líder? Se me lembro bem você até mesmo fez piada com isso e ganhou
um tapa do Tao em resposta.”
“Então por que está feliz que eles saibam que você está preso?” O líder da K
perguntou, tentando continuar o assunto.
“Porque daí eles vão saber que estou vivo e em um país mais próximo do que eles
imaginaram que eu estaria quando fugi.” Kris respondeu, um sorriso macabro estampando
seus lábios.
Suho franziu o cenho, ainda não entendendo por que isso era motivo de felicidade
para o outro. Por um momento pensou que estivesse preso com um louco, mas não teve tempo
de perguntar mais nada antes que a porta se abrisse e um homem alto vestindo um terno, com
os cabelos bagunçados e uma expressão de quase tédio entrasse por ela, dando um bom dia
arrastado.
“Sou Lee Sunghwan.” Ele disse, ajeitandose na cadeira. “Acho que temos muito o
que conversar, não é?” O promotor sorria.
✘✘✘
O moreno havia escondido o carro da vítima de sua sedução – esta assassinada por
D.O – dentro do estacionamento do prédio. O local já era utilizado pelos membros da K para
guardar seus próprios carros, mas Jongin sabia que teria que sumir com aquele veículo o
quanto antes, já que aquilo incriminaria Kyungsoo pelo desaparecimento da jovem rica caso –
por alguma travessura do destino – a polícia conseguisse localizar o carro ali.
Jongin ainda tinha os olhos ardidos e seus músculos doíam – mesmo depois de tomar
um banho –, e embora quisesse apenas se desculpar com Kyungsoo e dormir, ele se sentiu na
obrigação de contar para mais baixo tudo o que havia acontecido. Ele se sentia, de fato,
culpado. Deixar Kyungsoo sozinho nunca resultava em nada bom e ele deveria ter imaginado
que algo assim poderia acontecer algum dia.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 187/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O menor sentira que o outro sentara ao seu lado antes de começar a lhe explicar o que
havia acontecido. “Eu sei que você não está dormindo.” Jongin lhe dissera e Kyungsoo se vira
obrigado a abrir seus olhos. Seu companheiro de moradia parecia mais calmo e explicava toda
a situação para si, desde a descoberta de que Sehun estava sendo mantido refém junto de Suho
até o fato dos líderes das duas organizações terem sido presos.
“Sehun está aqui?” Kyungsoo perguntara, sentindo seus olhos arderem novamente
devido às lágrimas. Ele se preocupava com o mais novo do grupo como se ele fosse um irmão
mais novo e a notícia de que ele estava bem lhe causava grande alívio. Por outro lado, a
notícia do líder deles ter sido preso o chocava.
“Não é hora para tentarmos resolver nossos próprios problemas,” Jongin lhe dissera,
evitando o olhar diretamente. O moreno gravara em sua mente o fato de que ele faria D.O
sumir de qualquer maneira, mas não queria assustar Kyungsoo lhe contando esse fato em um
momento em que ele estava tão abalado emocionalmente. “Primeiro nós temos que ajudar o
grupo como pudermos e tentar manter todos unidos. O pessoal da M não parece estar
mentindo, mas eles ainda não podem ser considerados amigos... Eles são perigosos e não
confiáveis. Nós precisamos deles para libertar o Suho, mas você tem que tomar cuidado com
eles, está bem?”
“Nós vamos dar um jeito nisso.” Jongin murmurou, se referindo à outra personalidade
de Kyungsoo e suas vontades. “Eu vou ajudar você, mas você também tem que me ajudar.
Quando você se sentir estranho, sentir qualquer coisa que possa estar relacionada a ele, você
vai me contar para eu poder fazer algo a respeito, certo? Me prometa isso.”
Kyungsoo o olhou, sem responder, sentindo seu coração doer por estar afundando
Jongin junto de si em todos os seus problemas relacionados à sua personalidade decadente.
“Ah, mas não vai mesmo.” Lay disse e o assassino da M estreitou seus olhos. “Não
me olhe assim, Tao, você sabe que não é uma boa ideia você ir, pensando na sua relação com
o líder. Você não poderia ajudar muito se estivesse ocupado demais o xingando por ter sido
preso ou fazendo coisa pior.”
“Além disso, você precisa se manter em anonimato, não é como se a polícia pudesse
ficar sabendo como é o seu rosto.” Luhan murmurou, incerto. “Seria arriscado demais deixar
você ir na delegacia...”
“Lay e Luhan têm razão,” Minseok, o líder provisório da M falou. “Tao, nesse
primeiro momento acho que você deve ficar aqui, até porque você pode vir a ser útil mais para
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 188/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
frente e a polícia não pode, de maneira nenhuma, saber como é seu rosto e o ter gravado nas
câmeras de segurança, entende?”
“Tao é nosso assassino, ele pode matar você sem que você sequer perceba.” Minseok
explicou e Baekhyun olhou assustado para o chinês moreno, não acreditando que alguém tão
normal aparentemente pudesse ter essa capacidade que Minseok havia falado. “E um
assassino deve permanecer em anonimato, principalmente da polícia.”
“Dá próxima vez você vai, Tao.” Chen disse, sorrindo. “Nós colocamos uma peruca
loira em você e um óculos escuro e te levamos junto, que tal?”
O chinês de pele morena sugou o ar com força pela boca para responder à piada, mas
fora interrompido novamente.
“Não posso.” O líder atual da M falou. “Uma vez fui pego com uma pequena
quantidade de drogas em um bar e fui fichado na polícia, eles nunca vão acreditar que sou um
advogado.”
“Eu vou,” Chen falou e todos o olharam depressa, surpresos. “Lembram que uma vez
namorei uma garota estudante de advocacia por uns quatro meses?” Os membros da M
concordaram, pensando. “Então, vocês realmente acharam que eu estava namorando ela só
porque ela era bonitinha? Eu aprendi um bocado enquanto ajudava ela a estudar para as
provas do semestre e posso me passar por um advogado se precisar.”
“Então estamos sem advogados, em outras palavras.” Sehun disse e Chen o lembrou
de que ele tinha uma noção boa de como um advogado age.
“Faço isso sem problemas,” Sehun disse, acenando com a cabeça enquanto tomava
uma batida de frutas que Luhan havia preparado para os dois quando acordaram, insistindo
que o adolescente precisava se alimentar melhor agora que ficaria limpo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 189/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Acontece que eu e o Lay somos bons nisso também... Na verdade qualquer um pode
fazer isso, vocês que são frouxos e deixavam esse trabalho só para o Joonmyun,” Chen
explicou com um sorriso no rosto, não percebendo que chamara Suho pelo seu nome
verdadeiro, era uma mania que ele não conseguia controlar. “Enquanto vamos providenciando
isso, Chanyeol, já que você vai comigo, dê um jeito nesse cabelo ruivo e escureça ele. Você
não parece um advogado, de maneira alguma, com o cabelo descolorido.”
“O que tem de errado com meu cabelo?” Chanyeol perguntou, pegando uma mecha
aloirada com os dedos.
“Está loiro. Você quer se passar por um advogado coreano e tem os cabelos loiros.”
Chen disse irônico. “Preciso dizer mais alguma coisa?”
“Mas Chen,” Luhan murmurou, o cenho franzido enquanto pensava. “Quando você se
passou pelo diplomata sua imagem não foi gravada?”
Lay negou com a cabeça. “As imagem foram perdidas devido à explosão, os circuitos
fundiram devido ao fogo e todas as imagens foram perdidas.”
Luhan concordou com a cabeça, seus lábios entreabertos como se quisesse dizer mais
alguma coisa.
“Então estamos esperando o quê?” Chanyeol falou alto, levantandose. “Vamos tirar
nossos líderes da cadeia!”
✘✘✘
“Wu Yifan,” O promotor falou, olhando os papéis de uma pasta que depositara em
cima da mesa. “Chinês, filho do antigo patriarca da família Wu, morto há alguns anos...”
“Cinco anos,” O promotor repetiu. “Sim, claro. Você estava desaparecido esse exato
tempo também... Sabia que a polícia chinesa quer você? Está sendo acusado lá por matar seu
pai.”
“Pois bem, Yifan, nós realmente queríamos deportálo para seu país de origem o mais
depressa possível, mas parece que você andou aprontando aqui também. Nós estamos
investigando seu grupo faz um bom tempo, embora não saibamos exatamente quantas pessoas
fazem parte e nem o nome de todos os membros... Por enquanto.” O promotor falou, dando
ênfase nas últimas duas palavras. “Para ser franco, eu até mesmo duvidava que você fosse o
líder, a polícia de toda a Ásia acreditava que você estava morto.”
capturados, está sendo acusado formalmente desses crimes...” O promotor explicou, narrando
uma lista de, no mínimo, dez crimes diferentes, de leves a hediondos. Suho ergueu as duas
sobrancelhas para Kris, de certa forma chocado pela quantidade de ilegalidades cometidas,
mas apenas viu que o loiro ainda sorria, como se estivesse se divertindo.
“Os detetives, de fato, estavam tendo problemas em localizar a sede do seu grupo, mas
após algumas fatalidades do destino a investigação ganhou mais patrocínio da prefeitura e
descobrimos onde sua casa fora de Seul ficava, isso há menos de um mês, mas estávamos
recolhendo mais provas contra o seu grupo antes de prender vocês, de fato.” Kris e Suho
permaneciam em silêncio enquanto o promotor lia os relatórios. “Você sabe o que é isso?
Quem são essas pessoas?”
Três fotos foram dispostas sobre a mesa para que os dois presos pudessem vêlas
claramente. Em cada foto um corpo queimado era o foco, todos os três estavam deitados em
macas. As expressões estavam distorcidas, a pele enegrecida e derretida, tornando impossível
o reconhecimento.
“Na foto do meio é o juiz Cho Jinsoo e dos lados são a mulher e o filho dele.” O
promotor falou, apontando para as fotos. “Eles foram brutalmente assassinados e logo em
seguida queimados há algum tempo. Mas você deve os conhecer.”
Kris conhecia. O juiz aposentado Cho estava ajudando na investigação que o líder da
M sabia que estava acontecendo, mas não entendia o porquê daquelas fotos estarem sendo
mostradas.
“Foi o seu grupo que o matou, temos certeza.” O promotor disse. “Nós iríamos
continuar a investigação contra vocês por pelo menos mais meio ano, mas a morte de uma das
cabeças da investigação foi a gota final. Muitos documentos importantes, que incriminavam
você diretamente, estavam na casa do juiz quando a mesma fora queimada, ele estava
terminando alguns relatórios e nos entregaria sua cabeça – modo de falar, claro – em uma
bandeja no dia seguinte, se não tivesse sido morto à seu mando. Os documentos se perderam,
mas a investigação tomou outro rumo e começamos a investigar a fundo as transições de
dinheiro e compra de bens por parte de contas bancárias que sabíamos ser suas.”
Kris prendeu a respiração. Como a polícia teve acesso às suas contas bancárias?
“Nós precisávamos deter você o quanto antes.” O promotor disse, já cansado de tanto
falar. “Sua liberdade estava nos custando muito dinheiro e de um modo ou de outro, uma parte
da população já pensava que seu grupo de criminosos e outros tantos estavam controlando
Seul, que a polícia jamais o prenderia, que o caos venceria no final. A explosão da Embaixada
foi considerada um atentado, mas a população esperava que alguém fosse preso por isso
também.” O promotor suspirou. “E, pois bem, Yifan... Aqui está você. Nós conhecemos a M,
sabemos que vocês são uma ramificação não autorizada da Wu.”
Kris franziu seu cenho ainda pensando no juiz assassinado. Ele se lembrava de ter
mandado Tao roubar alguns documentos na casa do juiz, mas se lembrava melhor ainda do
assassino lhe ligar assim que chegara ao local, avisando que a casa estava em chamas.
“E você, Kim Joonmyun,” O promotor disse, olhando para o líder da K pela primeira
vez desde que entrara na sala. “Não temos nenhuma prova concreta para lhe incriminar, por
enquanto, mas só o fato de você estar com ele já o incrimina bastante, não acha?”
Suho suspirou. A polícia não fazia ideia de que a organização K existia e isso aliviava
sua tensão.
“Acho que não, senhor.” Suho respondeu, cínico. “E se eu bem entendo de leis, creio
que você não poderia estar tendo essa conversa conosco sem a presença dos nossos
advogados.”
“Certo...” O homem falou, rindo consigo. “Não tenho culpa dos seus advogados não
estarem aqui, mas tem razão, vamos manter essa conversa só entre nós, certo?”
“Você só queria jogar na nossa cara que tem algumas supostas provas contra nós, não
é?” Kris perguntou, um meio sorriso marcando sua expressão firme.
“Supostas, não, garoto.” O promotor falou, parando de sorrir. “Nós vamos fazer vocês
mofarem na cadeia e pode ter certeza de que vamos capturar todos os seus parceiros, um a um.
Aliás, você tem sorte se ficar preso aqui, Yifan, se voltar para a China, sua família vai
arrancarlhe a cabeça de seu pescoço. Você pode pensar que a polícia é idiota, mas todos
sabem do que a Família Wu realmente sobrevive e parece que você seguiu bem o caminho,
embora tenha sido pego, o que jamais aconteceu com vocês na China.”
“O que minha família faz ou deixa de fazer não é mais assunto meu.” Kris disse,
dando de ombros. “E sobre arrancar minha cabeça do meu pescoço, bom... Eles que tentem.”
Suho se sentia tenso. Era como se ele não estivesse ali, o assunto nem de longe tinha
algo a ver com ele diretamente, a guerra de palavras era somente entre o chinês e o promotor.
Fazia horas que eles estavam presos naquela sala e seu estômago se retorcia de fome.
“Se vocês confessarem seus crimes suas sentenças podem diminuir um pouco, Yifan.”
O promotor disse, em um quase pedido. “Se formos a julgamento você sabe o que vai
acontecer... Nós não vamos deixar você escapar. O que me diz?”
“Desculpe,” Kris disse, irônico. “Mas eu só responderei mais perguntas quando nossos
advogados chegarem.”
O promotor franziu o cenho e abriu sua boca para retrucar, mas nesse momento ouviu
se batidas na porta e a mesma foi aberta cautelosamente.
“Bom dia,” Um homem conhecido pelos líderes disse. Seu sorriso fácil e bonito fez
Suho estremecer ao lembrarse de seu sonho. “Meu nome é Kim Joohee e esse é meu sócio
Suh Sangkyun, somos os advogados dos senhores Wu Yifan e Kim Joonmyun. Você seria...?”
óculos grande de grau escondendo parte de sua expressão. O outro advogado era bem mais
alto, seus cabelos estavam castanhos e bem penteados, uma expressão séria marcava seu rosto.
Ambos vestiam ternos bonitos e bem alinhados, um cartão de identificação preso ao peito de
ambos com seus nomes identificava cada um.
“Eu tentei parálos, senhor,” O guarda falou, exasperado. “Eles não quiseram me
ouvir.”
“Espero que você não tenha intimidado nossos clientes, senhor Lee.” Chen falou
sorrindo enquanto o promotor passava por eles, sem lhe responder.
A porta fora fechada e Kris não evitou que uma pequena risada lhe escapasse ao ficar
a sós com seus advogados.
“Kim Joohee e Suh Sangkyun?” Kris perguntou sem acreditar. “Que nomes são
esses?”
“São bonitos, não?” Chen perguntou sorrindo, enquanto depositava sua maleta sobre a
mesa. Chanyeol trazia uma sacola de roupas em suas mãos e comida de fastfood que haviam
comprado no caminho.
“Trouxemos roupas limpas e comida, sabíamos que vocês deviam estar passando
necessidades.” Chanyeol explicou, mordendo seus lábios.
Suho franziu o cenho. “Ninguém vai comentar o fato do Chanyeol ter pintado o cabelo
e de você,” Olhou para Chen. “Estar com um óculos que poderia ter pertencido ao meu avô?
Aliás, o que você faz aqui?”
“Delinquentes...” Kris murmurou, não evitando que uma risada lhe escapasse. Suho
não conseguiu achar graça.
“O Baekhyun pintou para mim,” Chanyeol explicou, apontando para o seu cabelo.
“Ficou bonito, não é?”
Suho revirou seus olhos, mas concordou com um aceno mesmo assim.
“Pensei que tinham desistido de nós,” Kris falou em tom de brincadeira, olhando para
o relógio grudado à parede, denunciando que a tarde já se iniciara.
“Nunca, líder.” Chen disse, sentandose na cadeira. “Acha que eu quero o Xiumin
como meu líder para sempre? Você é ruim, mas ele é pior ainda.”
Chen já se preparava para lançar sua próxima piada quando um barulho alto de osso se
chocando contra osso foi ouvido. Seus olhos não acreditaram no que viam ao perceber que
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 193/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chanyeol havia desferido um soco contra o rosto de Kris do mais absoluto nada, assustando
todos os presentes na pequena e vazia sala.
Suho mantinha seus olhos arregalados observando o loiro ao seu lado manter a cabeça
baixa, sem reclamar da dor que com certeza estava sentindo. Chanyeol sacudia sua própria
mão enquanto olhava para o líder da M.
“Não,” Chanyeol falou. “Você ser um péssimo líder não é um elogio, com certeza.”
“Por que fez isso?” Chen perguntou, levantandose depressa e tirando o mais alto de
perto do líder, ainda sentado.
“Por tudo.” O agora moreno respondeu. “Principalmente por ter raptado e torturado o
Suho, e ter nos metido nessa merda toda. Um soco não é o bastante para lhe devolver toda a
dor que nos causou, Yifan...”
“Cala a boca, idiota,” Chen disse, obrigando Chanyeol a sentar na cadeira que ele
mesmo estava sentado antes. “Se era para isso que você queria ter vindo, que não viesse.
Depois que libertarmos os dois você se resolve com o Kris, embora eu tenha certeza de que se
ele não estivesse algemado poderia ter dado uma boa resposta ao seu soco. Não faça mais
isso, idiota.”
“Tudo bem, Chen,” Kris murmurou, limpando o pequeno filete de sangue que escorria
de seu lábio inferior. “Talvez eu tenha merecido isso.”
“Chanyeol...” Suho chamou. “Eu falei para você não nos meter em encrencas, não
falei?”
“Você me disse para ser discreto, apenas.” Chanyeol disse enquanto retirava a comida
fastfood de dentro da sacola.
“E um advogado socar a cara do seu cliente é ser discreto?” Joonmyun perguntou alto,
ironicamente, não recebendo resposta alguma. As orelhas de Chanyeol estavam quentes, de
raiva e de vergonha, mas ele não iria pedir desculpas.
“Eu estou bem, não é como se um soco fosse mudar alguma coisa,” Kris falou
ajeitandose na cadeira. Sua língua se movia dentro da própria boca e acariciava a bochecha
internamente, onde a mesma havia se rasgado devido ao choque contra seus dentes – choque
esse causado pelo soco. “Temos assuntos mais importantes a tratar.”
“Certo,” Chen disse. “Comam sua comida enquanto nos contam o que o promotor
disse, não pode ter sido coisa boa. Eu pedi o habeas corpus para vocês, mas pelo modo como
o pedido foi recebido acho pouco provável que seja aceito.”
Suho tentava não olhar para Chen enquanto comia, se sentia desconfortável com a
presença do mesmo na pequena sala – já que este estivera em seu sonho estranho daquele
mesmo dia. Kris suspirou, sem tocar na sua comida, antes de começar a contar o que lhes fora
dito pelo promotor.
Chen e Chanyeol ouviram tudo atentamente, Chen até mesmo anotava algumas coisas
para que usasse quando necessário. Kris bebia seu refrigerante para acalmar a garganta
irritada, mas não parava de falar as palavras ainda frescas na memória.
“Como eles sabiam onde era nosso esconderijo? Achava mais fácil eles descobrirem
onde era nosso apartamento em Seul do que nossa casa no interior. E o pior, da onde sabem
das contas bancárias?” Chen perguntara, confuso.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 194/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Nós pensávamos que sim, por isso fomos diretamente para o esconderijo da K, sem
nem ao menos ir para o centro da cidade” Chen explicou. “Aliás, nos receberam bem, seus
homens são ótimos, Joonmyun.”
“Eu sei que são.” Suho respondeu, sem olhar para o seu antigo sequestrador e, agora,
advogado.
“Bom, vamos verificar o que aconteceu com nosso apartamento, pode deixar
conosco.” Chen deu a certeza para o líder da M, sorrindo.
“E sobre as contas bancárias, estou cego quanto a isso, seria bom vocês investigarem.
Provavelmente todas as nossas contas devem estar bloqueadas ou sob a mira da polícia, não
façam a besteira de retirarem dinheiro algum de qualquer que seja a conta, entendido?”
“O fato de a polícia ter acesso às nossas contas bancárias...” Chen murmurou, seu
estômago embrulhando de repente. “Acha que temos um traidor no nosso meio?”
“Duvido muito, conheço bem todos vocês para depositar minha vida nas mãos de cada
um.” Kris respondeu, sincero. “Mas alguém passou essas informações para a polícia e temos
que descobrir como isso aconteceu.”
“O interessante,” Kris falou sorrindo, embora não estivesse com vontade. “É que o
assassinato do juiz Jinsoo é que fora a causa de terem formado o cerco contra nós tão cedo.
Lembra que comentei que aquele juiz estava ajudando na investigação contra nós e que
tínhamos que roubar alguns documentos dele?”
“Claro, lembro.” Chen respondeu, não percebendo o quanto Chanyeol havia ficado
tenso.
“Eles foram assassinados e queimados pelo que o promotor falou, e a polícia tinha –
aliás, tem – a certeza de que somos os culpados, por isso nos prenderam tão depressa.” O loiro
coçou sua nuca. “O promotor disse que se não fosse por isso teriam levado meses até a polícia
e seus detetives terem a certeza de que poderiam dar o próximo passo contra nós... E se não
fosse por isso nós teríamos conseguido concluir o plano de começarmos o próximo ano já
instalados na China”
“E quem matou o juiz?” Chen perguntou. “Nós nem ao menos temos o costume de
usar o fogo para limpar as provas, não é do feitio de ninguém do grupo...”
“Não foi a M...” Suho disse, olhando para Chanyeol. “Não é, Kris?”
“Não, não fomos nós.” Kris pegou sua comida e deu uma mordida, aproveitando que
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 195/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
sua bochecha havia parado de latejar. “Foi alguém que não conhecemos, mas que acabou nos
colocando em problemas.”
“Se eu descobrir quem foi, eu juro que mato.” Chen falou, sacudindo a cabeça em
frustração, falando mais sério do que costumava.
“Chanyeol?” Chen chamou, assustando o mais alto. “Você está bem? Parece que viu
um fantasma, está pálido...”
“Pois bem,” Suho disse, tentando afastar o assunto acerca de Chanyeol. “O que vamos
fazer?”
“Primeiro temos que esperar o pedido do habeas corpus receber uma resposta
afirmativa ou negativa. Fiz um pedido liminar e pedi urgência no caso, por isso demoramos
tanto para chegar aqui na delegacia. Isso e o fato de termos que forjar os documentos e o
gigante ter que pintar o cabelo.” Chen explicou, Chanyeol o olhando abismado, ofendido pelo
apelido. “A resposta deles pode demorar um pouco, então é bom já pensarmos no que fazer,
pensar na defesa ou em algum outro plano... Fugir é uma opção, também.”
Chen suspirou, cansado. “Certo, líder. Mas então precisamos do número dos
advogados que você tem contato. Não vou conseguir tirar vocês daí sem ajuda.”
Kris olhou para o teto, com vontade de rir. A situação a todo o momento parecia estar
se complicando mais e mais, o que para si parecia bastante engraçado, já que durante todos os
anos morando na Coreia do Sul tudo estava acontecendo de modo fácil, como se os deuses
gostassem de si.
“Tenho o contato deles no meu escritório da casa de campo, que por acaso explodiu.”
Kris disse, dando de ombros. “Tenho também no meu celular, mas o meu celular também foi
pelos ares.”
Kris negou com a cabeça. “Na verdade eu tenho o contato deles no nosso apartamento.
Muitos documentos da organização estão lá, algumas cópias dos originais que ficavam
guardados na mansão também... Sugiro que vocês vão para lá o mais rápido possível, mas
com cuidado, se a polícia souber da existência do apartamento, ela deve estar esperando que
vocês vão até lá para que sejam presos. Sejam rápidos e ao sair apaguem qualquer prova de
que vocês existem.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 196/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Como estão todos?” Kris perguntou quando eles já se preparavam para sair da sala
devido às batidas dos guardas da delegacia na porta, alegando que o tempo para que os
advogados conversassem com os acusados acabara.
“O Tao está bem, Kris.” Chen disse, sabendo que era isso que o líder queria saber.
“Ele queria ter vindo, mas não permitimos, você sabe como ele é emotivo de uma maneira
errada.”
Chanyeol despediuse de Suho com um abraço apertando, sufocando o líder que não
tinha como se defender devido às mãos unidas pela algema. “Vou tirar você daqui, Suho,
prometo.”
Kris já havia sumido pelos corredores com os guardas e Suho ia fazer o mesmo
quando seu ombro fora tocado, o assustando. Ao virarse pensou que encontraria Chanyeol
querendo lhe dar outro abraço, mas o incendiário da K já havia sumido de perto deles e era
Chen que o olhava, sorrindo.
“Está tudo bem?” Chen perguntou e o líder da K concordou. “Estão te tratando bem
aqui?”
“Sim,” Suho respondeu, incerto, sem querer olhar o outro nos olhos.
“Não se preocupe, Joonmyun, vamos te tirar daqui.” Chen sorria enquanto seus dedos
invadiam sem permissão os fios do mais baixo, os bagunçando.
“O quê?” Chen perguntou sem entender, até olhar para sua mão, ainda nos cabelos do
outro. “Ah, isso? Eu gosto.”
Suho sentiu um arrepio cruzar sua espinha ao lembrarse dos dias que permaneceu
como refém, os dedos de seu sequestrador algumas vezes lhe acariciando nos cabelos,
enquanto o sorriso fácil, parecendo falso, sempre aparecia no rosto.
“Eu não gosto.” Suho disse, afastandose, ficando aliviado quando os guardas
pegaram seu braço, o levando para longe.
“Você vai ser solto!” Chen falou alto, observando a silhueta do líder da K se afastando
de si. “Confie em mim.”
Suho não respondeu. E embora seus lábios tenham se mexido, sem produzir som,
formando as palavras Eu não confio, seus pensamentos lhe diziam o contrário.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 197/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Assim que Chen e Chanyeol voltaram ao prédio que a K usava como esconderijo,
todos se reuniram novamente na sala do apartamento de Sehun e Suho, para saberem as
novidades.
Chen explicava tudo o que ocorrera, mas Chanyeol se sentia impaciente, quase como
se algo o sufocasse.
“Vem comigo.” Ele pediu para Baekhyun, o pegando pelo pulso e o puxando para fora
do apartamento, alguns olhares lhes sendo lançados enquanto saíam pela porta.
“O que houve?” Baekhyun perguntou, sendo puxado pelo mais alto, seu pulso doendo
entre os dedos que lhe apertavam forte demais. “Chanyeol, o que aconteceu? Você está me
machucando!”
A porta do apartamento de ambos fora fechada com força e Chanyeol soltara o menor.
“Desculpe,” Ele murmurou.
Baekhyun estremeceu. “Claro que lembro, Cho Jinsoo, como eu iria esquecer algo
assim?”
“Ele estava investigando a organização M, Baek, ele era uma das cabeças da
investigação e a morte dele acelerou todo o processo de investigação e, por Deus, não
devíamos ter o matado.”
“Por quê?” Baekhyun perguntou, confuso. “Ele me fez mal e nós fizemos ele pagar
por isso, o que aconteceu para você dizer que não devíamos têlo matado?”
“Baek, você não entende? Ele estava investigando a M!” Chanyeol falou alto,
segurando o menor pelos ombros.
“E o que isso tem a ver conosco?” Baekhyun perguntou de volta, embora – de algum
modo – ele já soubesse a resposta.
“Suho estar preso e todas essas coisas ruins que nos aconteceram,” Chanyeol
murmurou, sua voz embargada. “Tudo isso, Baek, é nossa culpa.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 198/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
CONTINUA
Notas finais
Esse Suho sonhando com o inimigo, ou nem tão inimigo assim? Kris curioso pra saber se não
tava sonhando com seu cocotinho. Aiai esses líderes.
Chanyeol e Chen se tornaram advogados. Juro que isso não tem nada a ver com bias list...
Sério... é sÉRIO CARA! Está tudo explicado, então vocês podem ver que ninguém foi
beneficiado aqui u_u
Vamos falar sobre como Joonmyun tremeu na base ao ver quem seria um de seus advogados
e da felicidade do Chanyeol por ter tido seu cabelo pintado por Baekhyun.
Será que a M ainda tem um lar? O quão seguro é ir ao apartamento buscar por documentos.
Teria a M sido traída por um de seus homens?
E, por fim, agora todos sabem o que iniciou o caos. A "Teoria do Caos" nos mostra sua cara e
Baekhyun e Chanyeol se encontram numa saia justa.
Notas do Autor
Boa noite galerinha do mal.
Estamos aqui reunidos para mais um capítulo da história dessa turminha da pesada que acha
que manja dos crime organizado. Bom, uns realmente manjam e outros, bem, só acham
mesmo.
[AVISO] Nas notas finais vai ter um link para a planta baixa do estacionamento, para deixar
mais clara certa cena do capítulo.
Sem mais delongas, que de longo já tem o capítulo, vamos ao que interessa.
Bom, se você clicou aqui, pelo menos, creio que seja o que interessa...
eNFIM!
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 199/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO TREZE – JOGO VORAZ
“O que você quer dizer com isso?” Baekhyun perguntou, engolindo em seco, não
querendo acreditar nas palavras do mais alto.
“Tudo é nossa culpa.” Chanyeol repetiu, seus dedos tremendo de leve enquanto
seguravam os braços de Baekhyun. “Quando assassinamos o juiz e a família dele, e depois
queimamos tudo... Baek, a polícia ligou isso à M, achando que eles eram os responsáveis.”
“Fomos nós, nós somos os culpados de tudo...” Chanyeol falou, antes de morder com
força seu lábio inferior, lágrimas grossas invadindo seus olhos. “O pior é que eu acho que o
Suho desconfia que fomos nós, você devia ter visto o modo como ele me olhou na delegacia
quando falamos disso, céus, ele ficaria tão decepcionado se tivesse a certeza de que fizemos
isso. Ele nos disse, nos disse, naquela noite para que não nos metêssemos em problemas, você
lembra?”
O maior coçou seus olhos, tentando impedir que as lágrimas caíssem, tentando evitar
que o outro percebesse o quanto estava abalado. Em vão, já que era bem óbvio para Baekhyun
que nariz do maior já começara a formigar pelo choro – fazendo Chanyeol o coçar com as
costas das mãos – o fazendo se tornar rosado.
“Mas nós teríamos enfrentado a M de qualquer maneira, eles terem raptado o Suho
não foi culpa nossa...” Baekhyun murmurou preocupado. Ele sabia que era normal o mais alto
ser emotivo, mas aquelas lágrimas não eram as mesmas – bobas – de sempre, Chanyeol estava
sofrendo muita pressão de todos os lados, tendo que agir como um líder, coisa que ele na
verdade nem detinha força psicológica o suficiente para ser, e agora sua preocupação estava o
fazendo sofrer.
“Não chora, por favor.” Baekhyun pediu, seu cérebro tentando achar algumas palavras
que pudessem animar o maior. “Eu sei que é horrível eles estarem presos, mas o que teria
acontecido na mansão se a polícia não tivesse chegado? Você já pensou nisso?”
“Alguém poderia ter morrido,” Baekhyun sussurrou. “Nós poderíamos ter morrido.”
Chanyeol engoliu em seco, apertando mais o abraço, como se precisasse sentir que o
menor estava são e salvo entre seus braços.
“O que foi feito, bom... Já foi feito, não temos como mudar o passado.” Baekhyun
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 200/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
falava com calma, fazendo carinho nos cabelos castanhos recémpintados do maior. Ele
estava tão assustado quanto o próprio Chanyeol por causa de tamanha coincidência que havia
acontecido com eles, ligando seus atos impulsivos com o futuro de suas organizações, mas ele
não se deixaria abalar por causa de suas preocupações. Não enquanto Chanyeol estivesse pior
que si, precisando de seu apoio. “Eles vão entender.” Afirmou, mesmo sem ter certeza.
“Não!” Chanyeol arregalou seus olhos, tenso. “Não, se contarmos que a merda da
polícia apareceu por culpa nossa eles nunca mais vão confiar em nós! O pessoal da M pode
até querer se vingar e fazer alguma coisa de ruim conosco, com você...” Estremeceu só de
pensar. “Eu não vou deixar.”
“E não vai ser pior se eles descobrirem sem que seja por nós?” Baekhyun perguntou
sério. “Eu não me arrependo de ter matado aquele juiz e a família dele, não me arrependo nem
um pouco, Chanyeol, você sabe porque eu precisava fazer isso.”
“Eu sei,” Chanyeol voltou a abraçar o menor com força, querendo protegêlo das
memórias de seu passado no reformatório “Eu sei.”
Chanyeol parara de tremer e seus olhos não estavam mais úmidos pelas lágrimas. Ele
sabia que precisava deixar de lado qualquer emoção que o pudesse fazer parecer um fraco
perante os outros membros das organizações. Ele precisava agir como um líder e, em sua
concepção, líderes não choravam.
“Você quer contar agora?” O menor perguntou, com um leve sarcasmo na voz.
“Não.” Chanyeol respondeu, um pequeno bico infantil em seus lábios, enquanto suas
sobrancelhas se mantinham franzidas, como se ele pensasse seriamente sobre o assunto.
“Então vamos esperar até você achar que o momento certo chegou.” Baekhyun disse e
Chanyeol não se conteve, o beijando na testa.
“Obrigado.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 201/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Você sabe.”
Baekhyun sabia. Chanyeol podia ser bem direto quanto aos seus sentimentos, mas
algumas vezes ele preferia guardar seus pensamentos para si, fazendo com que Baekhyun se
irritasse – já que a parte ‘que não consegue demonstrar seus sentimentos’ da dupla era ele e
não Chanyeol. Mas naquele momento, Baekhyun soube que Chanyeol o estava agradecendo
por tudo e por nada ao mesmo tempo.
✘✘✘
As organizações K e M, unidas por mero acaso do destino – e por alguns erros não
admitidos –, tinham como objetivo atual entrar no apartamento luxuoso da M que ficava no
centro de Seul para eliminar qualquer prova de que aquele lugar pertencia à organização
criminosa cujo líder era Yifan; mas durante sete dias tudo pareceu os impedir de que fizessem
isso.
Não só a polícia estava patrulhando mais fortemente as ruas, como também os dez
rapazes – já que seus líderes estavam na cadeia – acharam insensato ir até o apartamento sem
saber se a polícia sabia ou não da existência do mesmo.
“Provavelmente eles sabem,” Tao disse quando a discussão estava em pauta. “Se já
conseguiram um mandato para entrar lá é outra história.”
“Mas você realmente acha que corruptos do jeito que estão,” Baekhyun falou com
pouca certeza do que falava, encostando seu queixo nos joelhos, as pernas dobradas contra seu
corpo. “Eles vão realmente esperar um mandato de busca para invadir o apartamento?”
“Antes de mais nada, nós precisamos dos nossos carros de volta.” Minseok
murmurou, sério. “Não podemos nos dar ao luxo de andar com esses poucos carros que vocês
da K dispõem, precisamos de mais veículos, até para não começarmos a ficar suspeitos.
Provavelmente vamos ter que clonar as placas dos nossos quando os recuperarmos, mas isso
eu consigo fácil com meus subordinados.”
“Levaria um certo tempo para isso, não é tão fácil assim e, além disso, não podemos
esperar. E quanto mais eu devo a eles, mais eles me cobram.” Minseok respondeu, coçando
seu pescoço, preocupado.
“Além de que nosso orgulho está nos carros apreendidos.” Tao murmurou. “A polícia
simplesmente invadiu nosso lar, nos obrigou a explodir tudo o que tínhamos, aprisionou nosso
líder – e o de vocês – e ainda apreendeu nossos carros como se fossem deles. Nós vamos
recuperar o que é nosso.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 202/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Todos pareceram assentir. Um novo objetivo, mais urgente do que a coleta das
informações dos advogados da M, havia sido traçado.
Outro motivo para o atraso para que qualquer plano fosse executado fora as últimas
ocorrências na delegacia envolvendo Joonmyun. O líder da K havia ficado em maus lençóis
dentro do lugar e Chen – caracterizado como seu advogado – precisou ir até lá tentar acalmar
os ânimos do promotor.
Mais uma prova contra Joonmyun havia sido encontrada e o promotor parecia
satisfeito. Enquanto isso, o habeas corpus de ambos os líderes parecia ser um sonho ainda
mais distante.
O mundo pareceu se abrir sob os pés de Joonmyun naquele momento, quando seu
coração pareceu parar.
O desespero tomara conta de seu ser. Ele jamais havia imaginado que encontrariam o
diplomata tão cedo, morto e escondido em um armário de sua própria casa – maldita
empregada que abrira o armário onde o corpo estava escondido –, quanto mais que a polícia
verificaria o sistema de segurança dos aeroportos.
Joonmyun chamou Jongdae com urgência para vir até a delegacia e lhe pediu ajuda. O
sequestrador da M – se passando por advogado – pouco pôde fazer. Chen até mesmo precisou
chamar Chanyeol para ficar em seu lugar na delegacia quando algumas testemunhas, que
trabalhavam no prédio governamental quando o mesmo explodira com alguns líderes de
estado – e de organizações criminosas poderosas – ainda dentro, apareceram para tentar fazer
o reconhecimento de Joonmyun como sendo o diplomata falso que armara a bomba dentro da
sala de reuniões.
Porque Chen sabia que alguma daquelas pessoas podia lhe reconhecer como sendo o
diplomata dos explosivos.
No fim, as testemunhas não reconheceram Suho, obviamente, já que não havia sido
ele que entrara no prédio governamental e implantara a bomba, mas sim Chen. Porém, as
câmeras de segurança dos aeroportos não mentiam. A imagem de ele se passando pelo
diplomata estava gravada e não havia como ser apagada.
Claro, não tinha como o promotor saber que a troca de advogados não havia sido
planejada do modo como ocorreu, porque ele não fazia ideia de que não se tratava de um
plano arquitetado pela M, mas sim de um erro que ocorreu – e que uniu as organizações K e a
M, de uma maneira boa ou ruim.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 203/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A M não era uma organização puritana, claro que não, mas entre o crime organizado e
a corrupção dos políticos e da polícia, poucas eram as diferenças. A maior delas, com certeza,
seria o fato de que os criminosos – que participam de máfias – aceitam e admitem seus
interesses e não escondem sua tendência a praticar o mal; enquanto os homens corruptos
vestem ternos e sorriem em frente às câmeras, dando beijos em crianças e prometendo um
futuro próspero para o povo, quando na verdade o futuro próspero só existe para si, de
maneira egoísta.
Suho agradecera aos deuses que tanto o odiavam porque nas filmagens do aeroporto
de Incheon o rosto de Chen – quando o mesmo fora lhe buscar, aliás, sequestrar – havia
ficado coberto pelo seu quepe, sendo impossível identificálo naquela distância em que as
câmeras se encontravam.
O problema é que se antes Chen pensava que pelo menos para Suho ele conseguiria
um habeas corpus, tudo agora havia ido por água a baixo. Haviam provas circunstanciais – e
até mesmo provas materiais – demais e a polícia não iria abrir mão dos acusados, os deixando
livres até o julgamento.
“Não podemos deixar eles irem para a prisão,” Chen disse para Chanyeol,
preocupado. “Enquanto eles ficarem na delegacia podemos nos comunicar facilmente e passar
as informações. Precisamos tirálos daí antes que a prisão preventiva acabe, porque se eles
forem para a prisão tudo só tende a piorar... Se eles forem presos estarão longe do nosso
alcance – e longe do alcance de toda a mídia que tende a exigir um julgamento justo – e
poderão fazer o que quiserem com eles dentro do presídio.”
Todos os membros das duas organizações ficaram durante aquela uma semana
preocupados com suas próprias tarefas. Minseok e Luhan precisavam comandar suas redes de
tráfico e prostituição e colocar ordem nos ânimos exaltados já que o líder geral de toda a
organização havia sido capturado.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 204/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Tao precisava esconder sua identidade de qualquer câmera que pudesse chegar até as
mãos da polícia – afinal, um assassino não pode ter seu rosto revelado, ainda mais quando sua
habilidade poderia vir a ser tão útil.
Ele, por esse motivo, estava proibido de sair do apartamento e passava os dias relendo
a pequena carta que Kris lhe escrevera com sua letra horrível, lhe dizendo que o mais novo
precisava manter a cabeça fria quanto a tudo que acontecia e que sentia saudades embora as
palavras usadas não fossem as mais românticas já inventadas, claro – Tao amava quando o
líder tentava ser carinhoso, sempre parecendo desconfortável, já que Yifan, definitivamente,
não havia nascido como uma pessoa dotada de meiguice.
Tao sentia saudades imensas de Kris. Ele não era tão próximo de nenhum membro da
M como era de Kris, até porque fora através do loiro que ele entrara para a organização. Tao
se sentia sozinho.
Kyungsoo era apenas o caseiro da organização e nada podia fazer a não ser ficar entre
as paredes do edifício aparentemente em ruínas. Ele ainda sentia muito receio em se
aproximar, e ficou surpreso ao ver que Tao – o temeroso assassino da M – era mais novo que
si.
Zitao poderia parecer – e, de fato, era – assustador a primeira vista, mas ele estava
solitário sem ter com quem conversar à vontade, fazendo com que em poucos dias que passara
junto de Sehun e Kyungsoo, Tao já havia lhes contado parte de seu próprio passado e o
porquê de ser o assassino da organização. Kyungsoo se sentira tocado e tentou explicar para o
chinês de olheiras permanentes o quanto a K era importante para si, e como havia ingressado
nela com a ajuda de Kai.
Claro, Kyungsoo omitiu o pedaço de sua história em que ele teria de contar que parte
de sua personalidade era um assassino canibal, afinal, ele e Tao não eram tão próximos assim.
Nem mesmo os membros da K sabiam sobre D.O, por que um membro da M teria que ficar
sabendo, certo?
Kai havia pedido para Kyungsoo ser cuidadoso, e por mais que quisesse ficar por
perto para ter certeza de que tudo ficaria bem, ele não poderia se dar ao luxo de não ajudar os
outros no que precisavam. Dessa maneira, ele sempre saía de manhã com Chanyeol e
Baekhyun – ou com Lay, em outros dias – e voltava tarde da noite quando Kyungsoo já estava
dormindo; mas sempre lembrando Kyungsoo de tomar cuidado com suas palavras e ações
enquanto eles estavam trabalhando com a M.
O assassino já ingressara no mundo das máfias quando fora comprado pelos pais de
Kris para ser seu guardacostas, quando mal havia entrado na adolescência. Para ele nada era
novidade e ele sabia dos riscos de tudo que o cercava – o que Kyungsoo e Sehun, e maioria
dos outros membros da K, aparentemente desconheciam.
Alguns dias Zitao e Sehun passavam as tardes, ou até mesmo as noites– quando os
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 205/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
membros estavam sumidos em suas próprias tarefas – sozinhos no apartamento que pertencia
ao mais novo e ao líder da K, conversando e se conhecendo melhor, descobrindo assim que
eram os mais novos de cada organização e percebendo que, apesar de serem muito diferentes,
não era tão difícil achar algum assunto para se conversar e passar o tempo.
Tao contou para Sehun sobre o passado da M, principalmente sobre Luhan. Sehun
passara a admirar ainda mais o chinês loiro, que teve uma vida mais difícil do que ele poderia
sequer imaginar. Ser obrigado a se prostituir com apenas quatorze anos... Sehun se culpara por
estar jogando videogames e reclamando de tédio com essa idade enquanto na China, outras
pessoas tocavam em Luhan contra sua vontade – e pagavam por isso.
Sehun prometera para si mesmo que protegeria Luhan e o faria sair do mundo da
prostituição assim que fosse lhe dada essa oportunidade. Assim que Luhan deixasse de vêlo
como criança.
“Você não vai fazer isso,” Luhan lhe dissera em um ultimato e Sehun suspirara,
cansado.
“Não tem nada mais que eles possam me ensinar, Xiao,” Luhan estremecera ao ouvir
o apelido carinhoso que o outro voltara a usar quando os dois estavam sozinhos. “É perda de
tempo, preciso ajudar as organizações no máximo de tempo possível e a escola só atrapalharia
isso. Você sabe como um hacker é importante nessas horas...”
“A questão não é essa,” Luhan disse irritado. “Você não pode, aliás, não vai, largar a
escola. Faltam só alguns meses para o término do semestre e você receberá seu diploma.
Depois que terminar o ensino médio, você pode sair disso, dessa vida Sehun, e conseguir algo
diferente para si.”
Não quero algo diferente, Sehun pensara consigo mesmo, mas não falara em voz alta.
Ele jamais havia sentido tanto prazer em algo na sua vida. Fazer parte daquela organização,
daquela família, lhe era muito importante e ele não queria se ver livre disso, jamais.
“Você realmente fez sexo com quase todos seus colegas de organização?” Sehun
perguntara, sua voz carregando um tom manhoso forçado, apenas para encerrar por hora o
assunto sobre a escola.
Luhan revirara os olhos e lhe estapeara no braço sem usar força. “Já lhe expliquei os
motivos, é passado... E não tente mudar de assunto quando estamos falando sobre algo tão
importante quanto seus estudos.”
Luhan continuara falando, mas Sehun pouco lhe ouvia, ocupado demais em admirar a
beleza do chinês que chegava a ser incômoda aos olhos do mais novo. “Você está me
ouvindo?” Luhan perguntara e Sehun assentira, rindo, recebendo um novo tapa no braço –
dessa vez, mais forte.
Sehun ainda sorria ao ver o outro virando as costas e saindo do cômodo que usava
para seu trabalho de hacker, seu computador zunindo enquanto processava algumas
informações importantes do governo que seus amigos de um importante fórum formado por
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 206/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O mais novo não podia evitar sorrir ao ter Luhan ao seu lado. O chinês sempre
agarrava a mão do mais novo quando a mesma começava a tremer de leve, seu corpo lhe
alertando que precisava de uma pequena bala de ecstasy para se manter ativo. Luhan sempre
lhe trazia café e o beijava ternamente quando seu antigo vício lhe lembrava de sua existência.
Sehun tinha agora apenas um vício, ele se forçava a lembrar. Seu vício era Luhan e
apenas ele.
“Você é inteligente, Sehun, é mais inteligente que todos aqui...” Luhan lhe disse em
uma das pequenas discussões que eles tinham quase todo dia. “Mas isso não quer dizer que é
maduro ou que pensa como adulto. Você ainda é infantil e sabe disso.”
Sehun lhe respondera em silêncio, apenas com um pequeno bico nos lábios, provando
sem intenção que Luhan estava certo no que havia dito.
“Você precisa de um adulto por perto para tomar conta de você... Até porque seus
colegas de organização parecem mais perdidos que você.” Luhan explicou, não evitando
sorrir.
“E quem vai ser esse adulto?” Sehun perguntou, irônico. “Meus pais estão fora de
questão, eu não quero nada que tenha a ver com eles.”
Minseok e Sehun eram ligados por Luhan e pelas drogas que um vendia e o outro
comprava. Eles não conversavam sempre, mas era fácil manter um assunto, ainda mais
quando Sehun passava informações importantes que descobrira das ilegalidades e planos da
polícia em relação ao tráfico para o líder temporário da M.
Chen, Chanyeol e Baekhyun pareciam começar a se dar bem, já que os três tinham um
senso de humor parecido, embora algumas vezes os dois primeiros começassem a discutir por
não concordarem em algo sobre a prisão de Suho e Kris; Baekhyun era obrigado a separálos
e acalmar os ânimos.
Lay e Kai também começaram a se dar bem, o primeiro até mesmo ensinara o segundo
a jogar cartas enquanto ambos ficavam observando o movimento na delegacia de polícia
durante os dias que faziam os turnos juntos para saberem se algo saísse de controle no lugar
em que Suho e Kris estavam presos. Para passar o tempo, Kai contava suas táticas para
conseguir conquistar as mulheres – já que esse era o seu trabalho na organização – e Lay
explicava como ganhar da casa nos cassinos, caso o moreno tivesse uma sorte parecida com a
sua.
Todos pareciam querer se aproximar, já que as cartas que seus líderes lhe enviaram
por Chen e Chanyeol eram bem claras quanto ao trabalho em equipe que ambos os grupos
deveriam exercer. Se eles continuariam a ser ‘amigos’ depois que os líderes fossem soltos era
outra história.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 207/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Baekhyun fora um daqueles que ficara durante uma semana observando o depósito,
até mesmo andando por dentro do local dizendo que procurava o carro de um amigo e fazendo
um mapa mental para logo em seguida passar a imagem fixa em seu cérebro para um papel,
para ser mais fácil encontrar a localização dos automóveis quando eles adentrassem o
estacionamento.
O local era retangular e feito em uma área aberta longe do centro da cidade, era como
se fosse um grande estacionamento ao ar livre. O lugar era cercado por postes de luz e
proteção de tela metálica, sendo que a única entrada se encontrava ao lado de uma cabine
onde um único senhor – um servidor público – ficava para ajudar as pessoas que vinham
procurar seus veículos, trazendo o papel comprovando que a ‘fiança’ pelo automóvel estava
paga.
As chaves ficavam na parede e Baekhyun notou que existiam mais de cem ao todo,
com toda a certeza.
“O certo é irmos à noite, para nos esgueiramos com mais facilidade pelos corredores
de carros.” Baekhyun explicou para Minseok enquanto eles tramavam os últimos detalhes de
como o plano seria posto em prática.
Lay também estava sem a chave do seu carro apreendido, já que a mesma ficara na
casa quando a mesma foi pelos ares. Ele se culpou por têla ‘esquecido’ no meio da confusão
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 208/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Mas como eu ia lembrar de uma chave quando eu estava fugindo da polícia?” Lay
tentou se explicar, em vão.
O carro de Kris também seria recuperado, já que o mesmo falara para Chen que suas
chaves foram recolhidas pela polícia quando ele fora preso, as mesmas sendo levadas para
longe de si, muito provavelmente para o depósito de carros apreendidos.
“Sehun, você é imprescindível que venha.” Minseok pediu, todos reunidos na sala de
estar, prestando atenção no plano. “Precisamos que você bagunce o sistema com a localização
dos carros depois que pegarmos aqueles que nos pertencem, a polícia não deve saber que eles
sumiram. Você vai precisar dar um jeito no sistema de câmeras também... Acha que
consegue?”
Sehun formou um bico nos lábios enquanto pensava. Ele nunca havia mexido com
câmeras, mas não deveria ser difícil aprender em uma tarde nos fóruns que ele frequentava
com seus colegas hackers. Decidiu assentir com a cabeça, confirmado que poderia fazer o que
lhe pediram.
“Eu vou também,” Luhan disse. “Meu carro está entre os apreendidos e quero ele de
volta.”
Baekhyun pegou a prancheta em mãos e limpou sua garganta. “Nós pensamos nas
seguintes pessoas para irem ao depósito: eu, Sehun, Luhan, Minseok, Chanyeol, Lay e
Kyungsoo.”
“Você vai ser a isca, precisamos de alguém que pareça inocente para dar conta do
vigilante enquanto nós pegamos os carros.” Baekhyun explicou. “E ninguém melhor do que
você para isso.”
Kai engoliu em seco. Ele não podia deixar que Kyungsoo ficasse sozinho com todas
aquelas pessoas. O que poderia acontecer se D.O resolvesse aparecer?
“Está tudo bem, Jongin,” Kyungsoo murmurou, com um pequeno sorriso. “Eu quero
ajudar.”
A questão não era essa, Kai quis dizer, não teria como Kyungsoo – que sempre
cuidara do apartamento e dos membros, e não participara de nada criminoso propriamente dito
(excluindo as coisas que D.O fazia) – sair em missão assim, sozinho.
“Eu vou junto, então.” Kai exigiu, Minseok e Baekhyun se entreolharam. “Posso ir no
lugar do Chanyeol, até porque não seria nada bom que alguém reconhecesse o advogado do
Suho e do Kris, certo?”
Chen assentiu. “Kai tem razão, eu e o Chanyeol não podemos ser vistos roubando
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 209/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Certo, então vem comigo e com o Baekhyun: Luhan, Sehun, Kai e Kyungsoo.”
Minseok disse, olhando na prancheta que Baekhyun segurava. “E Lay, você nos leva até lá
com a van antiga do Chen.”
“Certo, chefe.” Lay respondeu com um pequeno sorriso, acenando com a cabeça.
“Vamos levar só dois revolveres e algumas lanternas pequenas, mas temos que ser
discretos.” Minseok explicara enquanto o resto do pessoal o ouvia. “Iremos depois de amanhã,
lá pelas onze horas da noite, que é uma hora antes da troca de turnos, segundo o que
Baekhyun observou enquanto estava de tocaia. Nós vamos aproveitar que o vigilante já vai
estar cansado depois de trabalhar sete horas e será mais fácil persuadilo a sair de seu posto.”
“Além disso,” Baekhyun disse, confiante. “O vigilante desse horário já é meio velho,
ele não parece ser uma grande ameaça para nós, de qualquer maneira.”
“O que eu tenho que fazer?” Kyungsoo perguntou, uma ânsia crescendo dentro de si...
Algo parecido com felicidade. Ele realmente iria ser útil para a organização pela primeira vez
desde que entrara na mesma, ele mal podia acreditar!
“Mais tarde vou te dizer exatamente o que você precisa fazer, não se preocupe.”
Minseok explicou, sentandose em um banco – já que até então ele estava em pé. “Alguma
outra pergunta?”
“Você sabe que não pode sair, Tao...” Minseok disse, suspirando.
“Não é isso,” O assassino da M falou, mordendo seus lábios. “Queria saber se tem
como vocês verificarem se minha moto também foi apreendida.”
“Sim, e se vocês descobrirem se minha moto está ou não apreendida vocês ficam
sabendo se o apartamento já foi invadido ou não, não é?” Tao perguntou, incerto.
“Wow,” Chen murmurou, em tom de brincadeira. “Não sabia que você era tão
inteligente, Tao!”
“Mas ele tem razão,” Minseok falou, pensativo. “Bem pensado, Tao.”
“Eu fiz um mapa do lugar, vamos traçar um plano e decidir quem pegará cada carro,”
Baekhyun disse abrindo o mapa que fez em cima da mesa de centro da sala de estar.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 210/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
23 horas
Seu coração pulsava dolorosamente contra suas costelas quando ele saiu da van
estacionada na esquina da rua pouco movimentada. Os outros membros do grupo estavam
dentro da mesma, lhe desejando boa sorte enquanto ele caminhava em direção ao depósito de
carros apreendidos pela polícia. Ele vestia uma roupa casual e seu celular estava em mãos, o
número de Kai já discado para que quando ele tirasse o vigilante de seu posto precisasse
apenas apertar o botão de chamada, dando o aviso aos outros.
Ele passou em frente à cancela – fechada – que Baekhyun dissera ser a única entrada e
saída do local e logo ao lado viu a grande cabine. Havia uma persiana sobre o vidro e um
cartaz em um canto, avisando que o horário de atendimento só ia até às 18 horas, Kyungsoo
ignorou aquelas palavras quando bateu sem força cerca de cinco vezes no vidro.
“O que é?” Um homem baixo e gordo perguntou, aparecendo entre as frestas que seus
dedos abriram na persiana.
“Oi, boa noite,” Kyungsoo disse, nervoso, se apresentando com o nome falso que
haviam lhe instruído a falar. “Eu procuro o carro do meu amigo que foi apreendido hoje pela
manhã.”
Baekhyun lhe disse que aquele vigia era do turno da noite e não tinha como saber
quais carros haviam sido apreendidos no turno que não era seu e por isso teria que checar no
sistema, abrindo o mesmo e poupando Sehun do trabalho de ter que descobrir a senha para
abrir o programa.
“Desculpe, rapaz, estamos fechados, volte amanhã.” O senhor falou, já indo retirar os
dedos que abriam a fresta na persiana, quando Kyungsoo o impediu.
“Espera! Lá dentro está minha aliança! Eu tenho certeza de que perdi ela dentro do
carro,” Kyungsoo explicou, mentindo. “Eu estava com esse meu amigo de manhã quando ele
foi abordado pela polícia, eu não sabia que ele estava dirigindo com a carteira vencida!”
“E o que você quer que eu faça?” O homem perguntou com um quase tédio na voz.
“Por favor, me ajude só a chegar até o carro e a pegar minha aliança de volta, se eu
aparecer em casa sem a aliança no dedo minha noiva vai fazer um escândalo,” Kyungsoo
forçou uma expressão digna de pena e o homem o estudou por alguns segundos. “Por favor...”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 211/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Mas tem certeza de que essa é a placa do carro?” O homem perguntou, verificando
no sistema de placas, em seu computador, as letras e números que Kyungsoo havia lhe dado,
uma sequencia que Baekhyun vira em um carro apreendido naquela manhã, porém
embaralhada.
“Tem algo parecido com isso no corredor C, chegou hoje de manhã.” O senhor
murmurou, coçando o queixo com a barba por fazer. “Qual é o modelo?”
Kyungsoo olhou para a tela do computador sem que o homem percebesse sua
proximidade. “Só sei que é cinza, não sou bom com nomes de carros.” Ele disse, verificando
todos os detalhes sobre o carro no sistema. “Ah, e tem um adesivo chamativo colado no vidro
de trás, é fácil identificálo.” Mentiu com uma facilidade que desconhecia existir em si para
contar falsos testemunhos.
Seu nervosismo inicial passara e agora Kyungsoo só estava ansioso para que a missão
terminasse logo e ele pudesse respirar mais tranquilo. Estava tudo sob controle, ele pensava
para si mesmo diversas vezes.
O senhor tentou insistir mais algumas vezes para que Kyungsoo voltasse no dia
seguinte, mas o rapaz sorriu e lhe lembrou de sua amável noiva que ficaria muito nervosa se
ele não aparecesse em casa com a aliança no dedo. O maço de dinheiro foi parar na mão do
vigilante e ele pareceu criar uma vontade imediata de ajudar o próximo.
“Então vamos até o corredor CA4A, rapaz, acho que lá está o carro do seu amigo.” O
vigilante murmurou, guardando o dinheiro no próprio bolso do casaco, se encaminhando até o
outro canto da cabine em que trabalhava, para pegar uma das chaves dispostas na parede, em
pequenos ganchos. Cada chave tinha um pequeno código colado logo acima, que Kyungsoo
sabia ser o código do carro apreendido, segundo Baekhyun e Sehun haviam lhe informado.
Os cinco companheiros, todos vestindo preto dos pés a cabeça – inclusive luvas pretas
para não deixarem nenhuma digital – e com pequenas lanternas presas em correntes no
pescoço, saíram rapidamente da van assim que receberam o chamado de Kyungsoo.
“Fique aí até voltarmos, caso algo dê errado!” Minseok pediu e Lay assentiu, sentado
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 212/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Assim que os cinco entraram na cabine vazia – deixada destrancada pelo senhor a
pedido de Kyungsoo, já que ambos ‘voltariam logo’ – Sehun logo se sentou na cadeira em
frente ao computador que controlava as câmeras de segurança. Ele havia pedido ajuda para
seus amigos hackers para descobrir se algum deles sabia como desconfigurar um sistema
simples de câmeras de segurança e quando um dos seus conhecidos lhe enviou um programa
que faria isso por ele, Sehun pensou que poderia gritar de alegria.
Seu pendrive fora conectado no computador que cuidava das câmeras de segurança e
o vírus começara a agir, Sehun digitava alguns códigos que faziam as imagens de até uma
hora atrás serem apagadas e substituídas por um loop sequencial de imagens da noite anterior.
“Vai continuar esse loop até quando?” Kai perguntou, olhando para os dedos rápidos
de Sehun que digitavam no teclado.
“Até eu retirar meu pendrive e o vírus parar de funcionar. Tem cinco câmeras nesse
lugar e todas elas estão seguindo meus comandos.” Sehun explicou. “Vou ficar aqui cuidando
de tudo enquanto vocês pegam os carros, quando terminarem eu retiro o pendrive e entro no
carro do Luhan para irmos embora.”
“E a câmera aqui da frente?” Kai insistiu, nervoso porque a câmera que ficava junto
da cancela com certeza filmara Kyungsoo conversando com o vigilante.
“Luhan, você pega seu carro,” Minseok disse lhe entregando um pedaço de papel com
a localização exata do New Beetle do michê, estacionado no corredor CB2B; o loiro chinês
sumindo pela porta logo em seguida com o papel em mãos. “Kai, você pega o meu carro, no
corredor CC2C, e eu pego o carro do Kris no CB1B.”
“Deixamos a van para trás então,” Baekhyun murmurou. “Temos a van antiga, do
mesmo jeito.”
“Conto com você para bagunçar o sistema das placas e não deixar pistas de que
entramos aqui,” Minseok murmurou para Sehun e o adolescente assentiu, apertando uma
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 213/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kyungsoo estava suando frio, já faziam longos quinze minutos que ele e o vigia
andavam pelo corredor CA4A e até mesmo 4B, procurando pelo carro. Quando o
encontraram, o homem abriu a porta, mas estranhou a falta de adesivo.
“Ah, ele deve ter tirado sem que eu percebesse...” Kyungsoo murmurou, rindo
nervoso.
O rapaz de cabelos pretos sorriu amarelo antes de entrar no carro e começar a fingir
que procurava. “Você pode me ajudar?” Kyungsoo perguntou e o homem o olhou,
desacreditado.
“Eu já o deixei entrar sem permissão, não me peça mais nada, garoto.” O vigilante
respondeu mal humorado, encostandose ao carro. Kyungsoo percebeu a pequena pistola e o
cassetete presos em um cinto em seu quadril e engoliu em seco, rezando para que os outros
membros logo terminassem de recuperar os carros. O plano é que eles iriam ligar para o rapaz
assim que todos saíssem do depósito de automóveis em segurança, mas aquela demora estava
preocupando Kyungsoo.
“Acho que não está ali, melhor você fechar o carro, talvez seja o carro errado, senhor,
está me ouvindo?” Kyungsoo falava rápido, atropelando as palavras.
O vigilante o mandou calar a boca e fazer silêncio porque alguém invadira o lugar, lhe
dizendo que era normal alguns adolescentes delinquentes fazerem isso para tentar roubar
algum carro, mas que sua arma servia para assustálos. Enquanto o homem mais velho dava
passos e se distanciava de Kyungsoo, o rapaz sentiu seu sangue congelar.
A vozinha soou na cabeça de Kyungsoo e ele comprimiu seus olhos, tentando fazer o
outro sumir de seus pensamentos.
Você tem que matálo, você precisa. Ou quer decepcionar a todos? Quer decepcionar
o Kai? Decepcionar o seu Jongin?
Kyungsoo respirava com dificuldade, andando atrás do vigilante que tinha a pequena
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 214/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
arma já em punhos enquanto andava. A voz em sua cabeça não parava de falar e Kyungsoo
não sabia se era ele mesmo falando consigo ou sua outra parte, aquela que ele sentia ânsia de
pedir por socorro naquele exato momento.
Mata ele.
“Por favor...” Repetiu aos sussurros, cada vez mais perto do vigilante.
Mata.
Os últimos passos que Kyungsoo dera foram rápidos, sua mente estava limpa quando
ele gritou pedindo socorro, assustando o vigilante. Quando o mesmo virou, com a arma em
punhos e seus instintos aguçados, mal teve tempo de ver o que acontecia antes que o rapaz de
aparência frágil roubasse com destreza o cassetete de seu cinto, o acertando na mão para que a
arma voasse longe, caindo abaixo de um carro estacionado na fileira mais próxima.
Mas havia um pequeno detalhe, algo havia mudado. Algo que fazia toda a diferença
naquela situação... Porque quando o sangue começou a deslizar para fora da ferida aberta na
têmpora do vigilante não era Kyungsoo quem sorria.
Era D.O.
Kai engolira em seco. Eles já estavam do lado de fora do local, os carros estacionados
perto da van de Lay, prontos para saírem, mas Baekhyun e Kyungsoo ainda estavam sumidos
dentro do depósito.
“Se eles demorarem mais cinco minutos nós os procuramos.” Minseok murmurou
parado ao lado da cancela aberta manualmente por Sehun ao apertar o botão de dentro da
cabine.
“A moto do Tao não está aqui,” Sehun murmurou para Luhan, que estava parado ao
seu lado enquanto seu carro já se encontrava estacionado na rua, do lado de fora.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 215/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ou sabem e não conseguiram fazer as buscas ainda.” Sehun murmurou, incerto.
“Ainda.”
“Onde eles estão?” Kai perguntou para Sehun, querendo que o mesmo procurasse pelo
mais baixo nas imagens de segurança, se esquecendo de que as câmeras estavam funcionando
em loop e os cinco televisores pequenos não mostravam onde Kyungsoo estava. Kai sabia, ele
sentia que algo ruim havia acontecido. “Vamos procurálos!”
“Ei, gente!” Uma voz soou e Kai se assustou, olhando para trás. “Vamos logo! O vigia
está desmaiado, vamos antes que ele acorde!” Baekhyun os chamou, sorrindo, sentado no
banco do motorista do carro escuro – pertencente à Minseok – que ele havia recuperado
dentro do depósito.
Antes que o moreno pudesse perguntar qualquer coisa, Baekhyun deu a partida no
carro e saiu pela rua, alguns segundos depois Luhan e Sehun puxaram Jongin para começar a
correr com eles em direção aos outros carros. As câmeras tinham voltado a funcionar, o
pendrive de Sehun já estava em seu bolso e a cancela já estava abaixada.
Era como se eles nunca tivessem estado naquele lugar. Tudo estava em perfeita
ordem.
Baekhyun omitira alguns fatos quando contara como ele havia encontrado Kyungsoo
no depósito.
“Tudo ótimo.” O rapaz de cabelos pretos lhe respondeu, ainda com o cassetete em
mãos, começando a se aproximar.
“Oo que vai fazer com isso, Kyungsoo?” Baekhyun perguntou se afastando alguns
passos.
“Não vamos deixar isso aqui com as minhas digitais impressas nele.” O outro
respondeu. “Vamos?”
“Não sei, acho que não.” O outro respondeu, se aproximando novamente do homem
caído no chão, empurrando o corpo com o pé. “Não está morto não, mas foi tão forte que ele
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 216/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
provavelmente nem se lembrará do seu nome amanhã.” Baekhyun jamais vira Kyungsoo agir
daquela maneira, tão fria, e sabia que o mesmo não era do tipo agressivo. O mais certo seria
que Kyungsoo estivesse apavorado por ter se visto obrigado a machucar alguém inocente.
“Está tudo bem?” Perguntou e o rapaz de cabelos negros enrugou sua testa, ainda
sorrindo.
Baekhyun engoliu em seco antes de negar com a cabeça e ficar em silêncio, indo até
onde havia escondido o carro para que ambos pudessem embarcar e ir embora, sendo seguido
de perto pelo outro.
O dinheiro que Kyungsoo dera ao vigia ainda estava escondido em seu bolso enquanto
o mesmo continuava desmaiado, caído no chão, sangrando.
✘✘✘
“Minha moto não estava lá?” Ouviuse a voz de Tao, animada, perguntar.
“O Sehun pode beber?” Outra voz em meio a tantas outras, de Chen provavelmente,
perguntou.
“Pessoal,” Chanyeol chamou, pedindo a atenção de outros. “Preciso contar algo para
vocês.”
Baekhyun que sorria, com uma garrafa de champanhe em suas mãos, arregalou seus
olhos ao perceber que o mais alto queria contar aos outros sobre o fato de que eles eram os
responsáveis por a polícia chegar até a M de modo mais rápido. Chanyeol estava bêbado ou
apenas louco? Aquela não era a hora certa.
“Chen, você disse que mataria a pessoa que assassinou o juiz Cho e colocou fogo na
casa, lembra?” Chanyeol, perguntou, sorrindo embora não estivesse com vontade alguma, o
gosto amargo do álcool já impregnado em sua boca. “Lembra? Aquele juiz que era um dos
chefes da investigação contra a organização de vocês.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 217/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu sou esse homem, Chen,” Chanyeol murmurou, apontando para si mesmo. “Eu
matei o juiz.”
E o coração de todos pareceu parar de bater quando um barulho alto fora ouvido.
CONTINUA
Notas finais
O link da planta baixa que prometi nas notas iniciais
http://img703.imageshack.us/img703/5060/ip4n.jpg
D.O assumiu o controle sem ser sua vez de jogar, na próxima ele fica duas rodadas sem jogar
e, não, péra, não estamos falando de vídeogame? Ah, foi mal.
E Chanyeol, seu timing está tão péssimo quanto o teu cabelo nas promoções de Wolf. Foram
maus tempos, tão maus quanto o teu conceito de "bom momento para contar que é tudo meio
que culpa minha e do meu macho os líderes estarem presos com perigo de serem arrombados
na prisão após deixarem cair o sabonete". Porque, claro, esse é o maior dos perigos por lá.
Por hoje é isso, esperamos que estejam aproveitando. Qualquer coisa, visitem o ninho das
gaivotas http://ask.fm/GullsOnFire quem sabe não fazemos também um clubinho do chá e
falamos sobre a vida sexual ((dos outros, claro)).
Notas do Autor
Então galera, mais uma vez aqui cedinho para a alegria de uns e tristeza de outros.
Sem muito o que dizer por aqui hoje. Chegamos ao capítulo 14 muito contentes com a boa
recepção que a fanfic está tendo. Isso significa muito para nós e eu sei que alguns entendem
o quanto. Por isso, mais uma vez, quero agradecer vocês que nos acompanham, que sofrem e
se divertem, obrigada <33
Boa leitura!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO QUATORZE – CONTAGEM REGRESSIVA
O silêncio se abateu sobre a sala enquanto todos encaravam a origem do som alto,
seus corações batendo acelerados contra o peito devido ao susto repentino e ao momento que
viviam.
Todos encaravam Kyungsoo que, em mãos, tinha uma garrafa de champanhe recém
aberta, a rolha que estourara – e rolava pelo chão naquele momento – era aquilo que causara o
terror que perdurara por alguns segundos entre os ali presentes – pensando que Chen havia
disparado arma.
“O que foi?” Ele perguntou, piscando os olhos algumas vezes enquanto encarava os
nove rostos preocupados que o olhavam. “Eu estou com sede.”
Kai era aquele quem olhava com mais afinco para o menor, parecendo ler seus reais
pensamentos, embora sua face estivesse neutra, com um leve sorriso que ele considerava
inocente o bastante.
Kai sabia.
O moreno sabia que por detrás dos olhos aparentemente ingênuos e das ações
aparentemente inconscientes, o menor não era o seu Kyungsoo. Aquele que abrira a garrafa no
momento em que uma arma estava apontada entre o grupo, causando um barulho alto que
assustara a todos, só pelo simples fato de se divertir em ver a reação de cada um ao som,
bom... Aquele não era Kyungsoo.
O sequestrador da M suspirou.
“Acabou toda a graça,” Chen murmurou, guardando a arma, fazendo todos franzirem
o cenho, em desentendimento.
“Acabou a graça,” Chen repetiu. “Eu queria te assustar com essa arma que, veja bem,
não está nem carregada, mas o barulho que o...”
A voz de Jongdae ficara no ar enquanto ele tentava lembrar o nome daquele membro
da K com quem não tinha tanto contato. “Kyungsoo,” Chanyeol completou, impaciente.
“Isso, Kyungsoo!” Chen disse, voltando a sorrir. “O barulho que ele fez quando abriu
a garrafa acabou com a brincadeira. Eu ia te assustar e ameaçar só para causar um clima de
tensão e a gente poder rir disso depois, mas o barulho da rolha saindo fez todo o trabalho...”
Suspirou, desgostoso.
“Mas você não estava agindo seriamente quando apontou a arma para mim?”
Chanyeol perguntou, de certa forma irritado. “Você ouviu o que eu falei? Eu matei o juiz,
aquele que era um dos comandantes da investigação contra vocês; aquele que a morte acabou
acelerando tudo e acabou fazendo com que Suho e o líder de vocês fossem presos.”
“Eu ouvi, claro que ouvi,” Chen disse, dando de ombros ao se sentar em uma poltrona
e se servir com vinho. “Não sou surdo, sabe.”
“Chanyeol estava com medo de que vocês ficassem com raiva de nós,” Baekhyun
murmurou, engolindo em seco, ainda no sofá sentado perto de Kyungsoo. “Foi minha culpa
nós termos assassinado aquele juiz, mas nós... Eu tinha motivos... Não me arrependo.”
“Foram vocês que colocaram fogo lá?” Tao perguntou, caçando em suas memórias o
dia que fora até a casa do juiz, em chamas. “Estava uma loucura lá quando cheguei, eu
precisava roubar alguns documentos, mas a casa já estava vindo abaixo por causa das
chamas...”
“Nós tínhamos os nossos motivos,” Chanyeol disse, intervindo, antes que que
Baekhyun pudesse contar sobre o seu passado desagradável. O mais alto não queria que ele
tivesse que se expor dessa maneira, e o protegeria das mentes curiosas de seus parceiros de
organização e dos outros. “E nossos motivos eram bons o bastante.”
“Certo, certo,” Chen disse, tomando seu vinho. “Não importa os motivos, importa que
vocês fizeram merda e que agora estamos pagando por isso... Talvez se vocês não tivessem
feito isso, nós não estaríamos aqui hoje e nossos líderes estariam soltos, mas o futuro que não
aconteceu não importa mais, importa?”
“Poderíamos estar até pior,” Lay disse, dando de ombros. “É melhor nem pensar nisso
e se concentrar no que temos, na realidade que estamos vivendo.”
champanhe de Yixing. “Não vamos chorar pelo leite derramado e nem por águas passadas,
somos parceiros agora, querendo ou não.”
“Eu vou contar, embora eu ache que ele já suspeite. Meu maior medo era que ele se
decepcionasse comigo e não voltasse a confiar em mim.” Chanyeol murmurou, arranhando a
pele do próprio pescoço, nervoso. “Preciso que ele confie em mim... E por incrível que pareça,
também preciso que o líder da M – o Kris – confie em mim, senão de nada adiantará tudo o
que estamos fazendo.”
“Ah,” Chen disse, agitando sua mão. “O Kris já te odeia o bastante, não se preocupa
que isso do juiz nem vai fazer cócegas no que ele sente em relação a você.”
“Mas foi legal vocês terem nos contado.” Luhan murmurou, chamando a atenção de
todos. “Dá mais motivos para confiarmos na honestidade de vocês.”
Chanyeol sorriu, achando que o chinês loiro talvez fosse o único que se salvasse entre
todos os membros da M.
“Mas por que estamos tendo essa conversa tão desagradável, hein?” Chen perguntou,
suas bochechas já coradas pelo álcool – não que a maioria presente na sala estivesse muito
diferente de si. “Achei que estávamos comemorando.”
“Não se precipite, Chen,” Minseok alertou, embora seus lábios estivessem vermelhos
e dormentes devido ao álcool presente no vinho que bebia. “Não vencemos a guerra ainda.”
“Mas uma batalha, pelo menos, sim.” Jongdae disse, dando de ombros. “Já pensamos
no próximo plano, agora só falta pensarmos nos últimos detalhes para colocarmos ele em
prática o mais depressa possível. Mas isso podemos fazer amanhã, agora é hora de
esquecermos os problemas.”
“Amanhã também vamos até a delegacia para contarmos aos líderes o que o Chanyeol
nos contou aqui hoje.” Chen falou, dessa vez sendo sério. “Aí o poste pode contar a verdade,
se desculpar e limpar sua consciência para poder seguir em frente.”
Chanyeol abrira sua boca para retrucar o apelido, mas fora calado quando o
sequestrador da M perguntou, enquanto balançava seu copo vazio, sorrindo. “Tem mais
vinho?”
O piromaníaco se perguntou por que, pelos deuses, não havia sido Chen a pessoa a ser
presa no lugar de Suho. Chanyeol teria prazer em deixálo lá na delegacia, mofando.
“Sehunah, seus pais não são advogados criminalistas ou algo assim? Porque não
pedimos ajuda para eles?” D.O perguntou, sua voz arrastada e seu olhar ora preso ao mais
novo do grupo, ora preso ao conquistador da K – perito em proporcionar felicidade para as
esposas solitárias de Seul.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 221/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Você está louco, Kyungsoo?” Sehun perguntou, fazendo uma careta. “Nem se eu
estivesse preso eu ia querer pedir ajuda para os meus pais. E você acha que eles ajudariam um
bando de criminosos a tirar seus líderes da cadeia? Se eles descobrissem que faço parte da K,
eles me matariam, isso sim... Iriam falar que eu sou uma decepção e todo esse blábláblá
óbvio.”
Luhan sentarase perto de Sehun e começou a conversar com o mesmo sobre os seus
pais, já que o michê sabia – parcialmente – os problemas que o hacker tinha com seus
familiares, mas o adolescente meio bêbado se recusava a ter aquele tipo de conversa no
momento, e tentava a todo custo capturar os lábios do loiro entre os seus próprios.
D.O lançava sorrisos irônicos para Jongin enquanto bebia uma mistura de vinho com
champanhe em sua taça, sua cabeça se escorava em Baekhyun e algumas vezes ele chegara a
se abraçar aos outros membros, fingindo estar bêbado, apenas para provocar o moreno que o
encarava. O canibal se divertia em ver o olhar do outro sobre si.
✘✘✘
Kris não era muito de conversar, mas Suho não aguentaria mais ficar em silêncio por
muito tempo.
“Quê?”
“Você está me olhando há, no mínimo, meia hora.” Kris disse, simplório. “O que me
leva a crer que você quer alguma coisa.”
Suho suspirou, tomando coragem para perguntar o que ele se questionava há tempos.
“Você pretendia me matar?”
“Não vou negar,” Ele disse por fim. “Seria hipocrisia minha se eu negasse.”
“Engraçado, não?” Suho perguntou, encostando sua cabeça na parede fria e olhando
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 222/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
para o teto de concreto, onde uma lâmpada fluorescente estava acesa, iluminando a cela feita
de vidro reforçado. “E nós só entramos um no caminho do outro porque, de certo modo,
tivemos o mesmo objetivo com o plano do diplomata, queríamos a mesma coisa e acabamos
colidindo nossos passos.”
“E tudo isso porque queríamos eliminar alguns inimigos e impedir que as duas
Coreias se unissem...” O líder da K, suspirou. “Você acha que elas vão acabar se unindo?”
“No futuro, distante, se puder palpitar, é provável que sim.” Kris respondeu, dando de
ombros. “Os países estão se unindo uns aos outros para controlar a população – e a nós,
organizações do crime – usando mais armamento e leis mais pesadas, é bem claro que as duas
Coreias não vão aguentar mais por muito tempo estando separadas... Ainda mais que a Coreia
do Norte precisa dos alimentos que a Coreia do Sul tem a oferecer e esta precisa do
armamento pesado que a primeira possui. Nós só conseguimos atrasar o processo, o que teria
sido ótimo se a polícia não tivesse nos capturado, já que meus planos estariam indo pelo
caminho certo.”
Joonmyun franziu o cenho, confuso, e Yifan explicou. “Eu não ficaria na Coreia do
Sul por mais muito tempo. Eu só precisava que as duas Coreias se mantivessem separadas por
mais alguns meses, enquanto eu me prepararia para ir para a China.”
“O que você acha que vai acontecer conosco?” Suho perguntou em voz baixa. “Digo,
sério, o que você acha que acontecerá se continuarmos aqui?”
Kris sorriu, dando de ombros. “Tenho fé nos meus parceiros assim como sei que você
deve ter nos seus... Mas na pior das hipóteses, seremos presos, até conseguirem nos resgatar
na prisão.”
“Você sabe que se nos prenderem, nós não vamos ficar presos tempo o suficiente para
sermos resgatados, não é?” Suho questionou, um bolo se formando em sua garganta.
“Por quê?”
“Vamos ganhar pena de morte.” Suho sussurrou. “Faz pouco tempo que implantaram
esse sistema aqui no país, menos de dois anos, acho, mas a situação está cada vez pior em
relação a isso... Eles não hesitariam em usar esse meio para se livrar de nós. Além disso, a
população vai querer uma resposta pelos nossos atos... Você sabe como a morte de um
criminoso é sempre considerada como um tipo de diversão sádica, não é? Vamos servir como
bode expiatório, enquanto o governo controla o povo, lhes dando diversão – que seria a nossa
morte – os poderosos obtém cada vez mais controle sobre a massa.”
“Isso é quase uma teoria de conspiração,” Kris riu. “Você acha que vão nos matar?”
Suho assentiu. “Não seremos os primeiros... E nem os últimos. Além disso, é uma
conspiração.”
“Então temos que rezar para que eles consigam nos tirar daqui, não?” O líder da M
perguntou, voltando a pegar sua revista, mas Suho não terminara a conversa.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 223/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Curiosidade.” Suho disse, dando de ombros. “Você ainda pretende retomar o controle
da China, não?”
“Pretendo.” Kris respondeu. “Meu plano inicial era voltar para lá em breve, mas tive
que atrasar tudo por causa dessas férias forçadas aqui.”
“Não,” Kris disse, suspirando. “O promotor estava blefando, achando que eu iria ficar
assustado. Na China as coisas não funcionam como aqui na Coreia... Lá a polícia não se mete
nos negócios da Família Wu, assim como os Wu não se metem nos assuntos da polícia. Tem
sido assim há décadas e vai continuar sendo. O governo sabe que a Família é influente demais
e detém muito poder.”
“Os únicos que desejam a minha morte são alguns membros da minha própria família,
e eles são os únicos que poderiam, de fato, tirar a minha vida.” O Wu contou, parecendo
entediado. “Embora para eles seja um alívio que eu esteja aqui preso e – se acontecer como
você diz – com a sentença de morte já préassinada.”
“Como você pretende retomar o poder?” Suho perguntou, confuso. “Eu estudei muito
sua família, quando eu estava na faculdade vocês eram um exemplo para mim de como o
crime, se bem organizado, compensa.”
Kris riu.
“Não são todos os membros da minha família que acreditam que sou culpado, tenho
certeza. Quando eu voltar para lá, a primeira coisa que farei será obrigar meu primo bastardo a
admitir a culpa pela morte de meu pai.” Kris falou, engolindo em seco, seu olhar perdido em
memórias. “Quando ele admitir o que fez perante minha mãe, eu vou matálo com as minhas
próprias mãos e retomar o lugar que é meu, por direito.”
Suho estremeceu. “Por que seu primo faria isso? Matar seu pai, digo.”
“Ele não é meu primo de verdade... Nós não temos o mesmo sangue, o que torna ainda
mais uma afronta o que ele fez comigo.” Kris explicou, irritado. “Há algumas décadas a
família Wu tinha uma grande rival, a família Cheng. Como um acordo de paz entre as duas
famílias, eles casariam algum membro das famílias entre si, mas como aquilo não era possível
na época – já que não havia solteiros com a idade certa em ambas as famílias para fazer isso –
minha família acolheu como convidado um membro de baixaescala da família Cheng.”
Kris deu de ombros. “Ele não estava lá contra a sua vontade. Sabia que havia sido
dado como um presente para a minha família, jurando ser o braçodireito de meu pai, que na
época não passava de um adolescente.”
“O que aconteceu?” Suho perguntou, ansioso, quando Kris deu uma longa pausa na
conversa.
“Meu pai se esquecera de que o convidado – ou refém, como você prefere chamar –
era, ainda, um inimigo e acabou se apegando a ele de tal modo que passou a chamálo de
‘irmão’. As famílias Wu e Cheng pareceram satisfeitas e selaram um acordo de paz, e assim
que meu avô morreu e o poder passou para as mãos de meu pai, já adulto, o convidado deixara
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 224/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
de ser alguém estranho para se tornar parte da família... Passei a chamálo de tio.”
Kris se deitou na cama e começou a olhar para o teto, sentindose cansado. Cansado
de lembrar.
“Meu tio teve câncer e morreu quando eu era apenas adolescente, mas tivera um filho
que fui obrigado a considerar como sendo meu primo. Cheng Leesun é o seu nome. Ele é um
pouco mais velho que eu e parece que fora bem educado pelo seu pai para – quando tivesse
idade adulta – pudesse assassinar o líder da Wu e tomar o poder que não lhe pertencia.”
Suho arregalou seus olhos, pensando. “Você acha que a família rival planejou isso?”
“Não tenho certeza,” Kris respondeu. “Mas, de todo modo, ele vai me pagar. Todos
vão me pagar.”
“E você tem só cinco homens para te ajudar nisso?” Suho perguntou, incerto, também
deitandose na cama quando a luz fora desligada automaticamente, lhes ditando o horário para
dormir.
“É o bastante.” Kris respondeu, seus olhos ainda abertos, encarando o escuro. “Eles
são o bastante.”
✘✘✘
“Que merda você estava pensando?” Kai falou alto, entre os dentes, enquanto
segurava o menor com força, o empurrando contra a parede do corredor – já dentro do
apartamento que ambos dividiam.
“Calma,” D.O pediu, sua expressão beirando a inocência e confusão. “Não é como se
alguém tivesse reparado que o Kyungsoo não era exatamente o Kyungsoo. Estavam todos
felizes demais para prestarem atenção em mim... Pode me soltar agora.”
Kai retirou as mãos dos braços do menor, como se ele pegasse fogo, mas continuou o
encarando com raiva. “Há quanto tempo?”
“Há quanto tempo você está no controle?” O moreno questionou, seguindo de perto o
outro pelo corredor. “Há quanto tempo você está se passando pelo Kyungsoo?”
“Não,” D.O respondeu. “Não vou mentir que ele parecia apetitoso, embora fosse
gordo e velho demais. Mas como eu não estava com tanta fome e o Baekhyun apareceu para
atrapalhar, eu decidi mantêlo vivo e apenas desmaiado.” Um sorriso cruzou sua face ao
inclinar a cabeça de leve para o lado. “Viu como fui um bom menino?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 225/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kai engoliu em seco. “Por que matou a Nah Yonghee? Sabe o que isso pode nos
causar? Se alguém descobrir—”
“Do que tem tanto medo, Kai?” D.O perguntou, irônico. “Que descubram que o
Kyungsoo não é tão inofensivo quanto aparenta? Que ele come pessoas no jantar?”
D.O revirou seus olhos, pulando da cama e andando em direção à saída do quarto,
novamente sendo seguido pelo moreno. “Vocês adoram colocar a culpa em mim, esquecendo
se que sou apenas a válvula de escape que o Kyungsoo criou para fugir de sua própria
realidade. Sou tão inocente quanto o Kyungsoo,” D.O murmurou, entrando no banheiro,
encarando Kai e sorrindo. “Kyungsoo é tão culpado quanto eu.”
“Ela ameaçou levar você para longe e o Kyungsoo se desesperou.” D.O explicou,
tirando a própria camisa. “Ele ainda é muito dependente de você, a ideia de você abandonálo
o apavorou. Ele, nós, não somos muito estáveis emocionalmente falando, você sabe disso, não
sabe?”
“Aquela vagabunda estava certa de que você a amava, e para piorar a situação fazia a
questão de falar isso de dois em dois minutos. Além disso, ela sabia onde era a sede dessa
organização, já que te seguiu um dia,” D.O suspirou, em seu corpo apenas uma roupa íntima
remanescia. “Você só pode ser estúpido para deixála te seguir até aqui.” Disse, irônico. “Eu
fui obrigado a matála, ela sabia como chegar até aqui, isso poderia acarretar em perigo para
nós, em perigo para o Kyungsoo.”
“Mas você—” Kai quis perguntar, mas não conseguira terminar o questionamento,
sentindo seu estômago embrulhar.
“Se eu comi alguma parte dela?” D.O perguntou, rindo. “Não, claro que não. Você
acha que eu como porcaria?”
O moreno estremeceu. “O que você quer de nós? Seja sincero. Você já nos causou
problemas demais, já matou demais, já magoou o Kyungsoo demais... Não está na hora de
sumir?”
“Sumir?” D.O perguntou manhoso. “Admita, se eu sumisse, você sentiria minha falta,
não sentiria?”
Kai entreabriu seus lábios para negar, mas ficara em silêncio quando o menor se
despira por completo e entrara no box, ligando o chuveiro.
“Você não pode mais fazer isso, tomar o controle de Kyungsoo e nos causar
problemas,” Kai falou, sentindo um arrepio cruzar sua espinha enquanto o menor o olhava
envolto em fumaça e água. “Já estamos com problemas demais.”
“Serei um bom menino, se você também for.” D.O murmurou, passando a mão pelo
seu próprio corpo. “Aliás, você não quer tomar banho comigo, Jongin?” Falou, imitando o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 226/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
modo de Kyungsoo falar, sua voz saindo mais suave de sua boca do que de costume.
Kai estremeceu e não respondeu antes de virar de costas e sair do banheiro, fechando a
porta com força.
✘✘✘
Fazia três dias que os carros haviam sido recuperados e todos decidiram que a melhor
maneira de chegar até o apartamento seria se passando por outras pessoas, já que a polícia
poderia já saber suas identidades. Sehun fora requisitado para a tarefa porque ele precisaria
retirar o HD do computador de Kris, que ficava em seu escritório no apartamento, tudo
precisava acontecer na maior discrição e um HD era pequeno o bastante para ser colocado no
bolso de um casaco ao passo de que o gabinete do computador teria que ser carregado em
mãos ou então em uma mochila grande demais, o que poderia parecer suspeito aos olhos dos
vigilantes do prédio, ainda mais que a missão teria que acontecer durante a madrugada.
Era de manhã e todos os dez rapazes estavam espalhados pela cozinha do apartamento
de Kyungsoo e Jongin, se alimentando antes de saírem para suas devidas tarefas.
“Mas isso é C4.” Sehun murmurou, inquieto, olhando para o objeto retangular que
parecia insignificante, mas era um explosivo extremamente perigoso. “Não sei mexer com
bombas.”
“Não tem que saber mexer.” Chen explicou, tomando um gole de café. “Eu vou
acionar o contador para vocês, e tudo o que precisarão fazer é colocar ele na cozinha, perto do
fogão – onde, aliás, vocês ligarão o gás em todas as bocas, para a explosão ser maior – e daí
sair de lá o mais rápido possível antes que a contagem regressiva termine.”
“Mas vocês querem explodir a casa de vocês...?” Baekhyun perguntou, incerto. “De
novo?”
“Lá existem muitas provas e já ficou bem claro que precisamos sumir com tudo antes
da polícia conseguir chegar até nós.” Xiumin disse, inquieto. “Se eu pudesse escolher, claro
que não iria querer me desfazer de nada, mas não temos muita escolha.”
“Além disso, tudo o que é material, nós poderemos reaver.” Lay disse, recebendo um
aceno em concordância de seus colegas.
“Eu só queria minhas roupas de volta,” Chen murmurou, insatisfeito. “Usar essas
roupas que vocês compraram para nós é estranho. Eu jamais usaria essa estamp—” O rapaz de
maxilar firme parou de falar, vendo que sua piadinha não agradava aos demais. “Certo, seus
semgraça.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 227/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“A missão vai acontecer hoje à noite, depois da meianoite, porque o neném do grupo
precisa estudar.” Lay disse, usando um tom de voz forçado, olhando de Sehun para Luhan,
que revirou seus olhos.
“Mas espera...” Sehun disse. “O Chen falou vocês? Achei que eu iria sozinho.”
“Eu vou junto até lá, mas vou entrar pela garagem só para pegar a moto do Tao de
volta.” Xiumin disse, erguendo a mão, antes de voltar a comer seu café da manhã.
“Tao não pode ir e o Chen também não, seria arriscado demais.” Lay murmurou,
tomando ar para se candidatar ao trabalho.
“Eu vou,” Luhan disse, o interrompendo, e todos o olharam. “Acho que eu era um dos
que passava mais tempo naquele apartamento, sei até mesmo onde estão algumas pastas de
Kris que podem ser importantes para nós.”
“Certo, o Luhan e o Sehun farão isso, então.” Chen disse, batendo as mãos, feliz.
“Mas onde você conseguiu o C4, Chen?” Luhan perguntou. “Pensei que você tinha
usado ele apenas para explodir a embaixada coreana e que não o usasse com mais frequência.”
“E não uso,” Chen respondeu. “Mas Kris nos mandou eliminar as provas e o fogo é
um bom método, como o nosso amigo Chanyeol nos mostrou bem ao queimar a casa do juiz.”
Falou sarcástico e Chanyeol – sentado em um banquinho, ao fundo da cozinha – revirou seus
olhos.
“Foram os meus homens que conseguiram.” Xiumin explicou. “Eles podem nos
conseguir de tudo com seus contatos, se for em pequena quantidade. É arriscado, mas foi o
único modo que consegui pensar de arranjarmos C4. Na vez do diplomata foi um contratado
pelo próprio Kris que nos conseguiu os explosivos, mas não sei se seria uma boa ideia
contatálo novamente. A polícia deve estar se perguntando – e investigando – da onde vieram
os explosivos que destruíram a embaixada e o traficante que nos vendeu eles não deve estar
feliz com isso.”
“Eu levo ele para a aula de carro,” Tao murmurou e todos o olharam. “Que foi? Só
quero sair um pouco, não é como se isso fosse crime.”
“Eu sempre tomo,” Tao disse, sorrindo, saindo do apartamento logo em seguida.
Luhan terminava de tomar seu café quando vira o olhar irônico de Chen cair sobre si.
“O que foi?” O chinês loiro perguntou, desconfiado.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 228/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Acho que você não entendeu a parte do precisamos disfarçar quem é da M para
entrar no prédio sem ser reconhecido. O Sehun ninguém conhece, mas seu rosto já é
conhecido...” Chen disse e até mesmo Lay o olhou confuso. O sequestrador da M suspirou. “É
melhor você ligar para as suas meninas, Luhan, e avisar que vai pegar algumas coisas
emprestadas com elas hoje à tarde.”
“Por quê?” Luhan perguntou, ainda sem entender o que o outro queria dizer. O que
suas garotas de programa tinham a lhe oferecer de empréstimo que poderia ajudar na missão?
“Porque quem vai entrar com o Sehun no prédio não vai ser você, propriamente dito.”
Chen disse, um sorriso debochado marcando sua expressão
✘✘✘
Era quase uma da madrugada e Chen, Luhan, Sehun e Xiumin haviam ido com um
carro para perto do edifício em que o apartamento da M se localizava. A troca de turnos dos
guardas deveria acontecer em breve e Sehun e Luhan precisariam aproveitar esse tempo de
distração para entrar sem serem notados, ainda mais Luhan que poderia ser reconhecido pelos
vigias mesmo estando... Disfarçado.
“Você está se divertindo com isso, não está?” Luhan perguntou para Sehun, saindo do
carro que Chen estacionara há um quarteirão do edifício chave da missão.
“Por que você acha isso?” Sehun perguntou, sorrindo, também saindo do carro e
parando ao seu lado.
“Eu estou!” Chen respondeu, armando a bomba enquanto ainda permanecia sentado
no banco do motorista.
Vestido.
Luhan se recusava a acreditar que ele realmente – realmente – estava vestido como
uma mulher para que não fosse reconhecido. Um vestido preto e pouco justo cobria seu corpo
até o meio das coxas, uma meiacalça preta escondia suas pernas não femininas e em seus pés
ele usava um sapato scarpin também preto. Seus cabelos curtos e descoloridos estavam
escondidos por uma peruca com uma cor que lembrava caramelo e seu rosto estava carregado
de uma maquiagem que suas garotas de programa haviam feito com tanto prazer.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 229/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Todos – inclusive suas meninas – pareciam estar se divertindo com a sua desgraça.
“Você está muito bonito, Luhan,” Sehun elogiou e o michê o socou com força no
braço, recebendo um muxoxo em resposta.
“Vocês se cuidem lá dentro,” Xiumin pediu, tentando não olhar nos olhos de seu
amigo, para não rir dos cílios postiços que ele usava.
“Certo,” Chen disse, chamando a atenção dos dois rapazes. “Coloquei a contagem em
quarenta e cinco minutos, deve ser o bastante para vocês entrarem lá, pegarem tudo e saírem
despercebidos. Luhan, me dá a sua bolsa.”
O rapaz vestido de mulher entregou a pequena bolsa que carregava – também pega
emprestada das meninas que trabalhavam sob suas ordens – e viu o sequestrador da M colocar
com cuidado o objeto explosivo dentro da mesma.
Luhan bufou quando pegou sua bolsa novamente e engatou seu braço ao de Sehun,
que ainda sorria. “Não esqueça de sorrir, você é minha namorada e está feliz ao meu lado,
lembra?”
“Me explica como você sabe caminhar tão bem de salto, Lulu?” Chen perguntou,
ainda dentro do carro, já o ligando para estacionar em um parque perto dali para esperar que
os dois rapazes retornassem da missão.
Luhan não respondeu e nem ao menos virou sua cabeça para trás quando mostrou
apenas seu dedo médio para Chen, que deu uma risada alta.
“Por que não é você que está vestido de mulher?” Luhan murmurou, irritado. “Você
tem um rosto mais feminino que o meu—”
Sehun não evitou uma risada fraca enquanto eles caminhavam a passos rápidos – o
mais rápido que Luhan poderia, usando aqueles saltos infernais. “Não acho, além disso, é
você que precisa esconder sua identidade dos guardas, não eu.”
Luhan grunhiu, se sentindo envergonhado por usar uma roupa como aquela. “Saiba
que isso nunca mais vai se repetir.”
“Se eu quisesse uma mulher, em primeiro lugar não teria comprado os seus serviços
quando nos conhecemos,” Sehun murmurou, sério. “Você não é uma mulher, e eu não quero
uma.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 230/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Luhan olhou para Sehun e afastou uma mecha da peruca que usava da frente de seu
rosto, analisando a expressão de Sehun, onde havia um pequeno resquício de um sorriso.
“Você ainda está sorrindo, seu idiota.”
“Sorria e finja que me ama,” Luhan pediu, começando a sorrir quando a porta se abriu.
Sehun ergueu uma sobrancelha ao puxar o menor para mais perto de si. “Eu não
preciso fingir.” Sehun segredou contra o pescoço de Luhan e o mesmo engoliu em seco,
caminhando o mais parecido que podia com uma mulher enquanto os vigias conversavam
dentro da cabine, se preparando para a troca de turno.
“Queria te lembrar que há algum tempo, quando seu grupo invadiu a casa de campo da
M e nós tivemos que fugir junto da polícia... Você disse que me odiava.” Luhan murmurou,
olhando para frente, evitando dessa maneira ver a reação de Sehun quanto ao que falara.
“Você sabe que era mentira.” Sehun disse, apertando seus dedos contra a cintura fina
de Luhan. “Falei sem pensar quando estava com raiva, mas você sabe que não é o que eu
sinto.”
Luhan negou com a cabeça, pigarreando, querendo que o assunto fosse encerrado
antes que o adolescente acabasse falando algo que não deveria ser verbalizado – como seus
sentimentos incômodos pelo prostituto, por exemplo.
Ao chegar aos elevadores, os dois entraram em uma das máquinas e Luhan apertou o
botão que os levaria até o último andar, onde o apartamento da M ficava. Os dois relaxaram
quando começaram a subir, devagar.
“Como as mulheres aguentam vestir isso?” Luhan perguntou, tentando aliviar a tensão
no ar, ajeitando o vestido no quadril.
“O que você está olhando?” Luhan perguntou, desconfiado e Sehun desviou o olhar,
começando a encarar os números que apareceriam na tela pequena na parede do elevador.
“Nada,” Ele respondeu, envergonhado por estar tão encantado com a beleza de Luhan.
O chinês desferiu um tapa contra o braço do mais novo, que não sentiu nada devido ao
casaco que usava. “Se não tivéssemos uma missão e um tempo determinado para sair daqui
antes que tudo exploda, eu iria te foder aqui mesmo, Sehun, só para você não esquecer de que
eu sou homem.”
Sehun riu, passando a língua pelos seus lábios. “Podemos conversar mais sobre isso
em casa, sem problemas.”
Luhan entreabriu seus lábios, abismado pelo fato de Sehun ter levado a sério o que ele
falara, mas as palavras não chegaram a se formar em sua boca antes de as portas do elevador
se abrirem, mostrando que haviam chegado ao seu destino.
Não era tão costumeiro o fato de Luhan ser o ativo na cama, nem mesmo com Sehun,
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 231/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
embora eles já tivessem tido essa experiência mais vezes que ele pudesse lembrar. O fato do
mais novo estar se insinuando daquela maneira para si naquele momento o fazia se perguntar
se era por causa dos hormônios da adolescência ou o fato de que Luhan estava vestido como
mulher.
Ambos entraram e fecharam a porta, depressa. Luhan retirou seus sapatos – para poder
se mover melhor – e pegou o adolescente pela mão, começando a caminhar com pressa pelo
apartamento grande e espaçoso. Os olhos de Sehun se perderam nos detalhes daquele lugar,
em que ele se viu imaginando Luhan morando antes de conhecêlo. Não parecia ser um
apartamento com um estilo muito familiar, parecia mais um apartamento de luxo de um hotel.
Durante quinze minutos Luhan mexera nas pastas do líder da M, achando os mais
diversos arquivos, inúteis para as reais necessidades deles. Sua procura se estendeu até um
arquivo chaveado que ele lembrava ter visto o líder da M guardando papéis importantes. O
chinês procurou a chave nas gavetas da escrivaninha onde Sehun ainda trabalhava,
encontrando o pequeno objeto de metal quando já pensara em desistir.
Luhan sorriu, sua respiração acelerada ao abrir a pequena bolsa que carregava,
observando faltar menos de vinte minutos para que a bomba explodisse.
“Vou implantar a bomba e te espero na porta, já vou ligar o gás também.” Luhan
avisou, chamando a atenção de Sehun, que trabalhava com cuidado para não estragar
nenhuma peça. “Falta muito?”
“Dois minutos,” Sehun disse, sem olhar para o mais velho, que acenara com a cabeça
antes de sair do escritório.
Luhan caminhara a passos rápidos pelo apartamento, até chegar à sala. Seu olhar se
perdeu por um momento e ele se despediu em silêncio daquele lugar que um dia chamara de
‘lar’. Ele gostaria de ir até seu próprio quarto se despedir de seus bens, mas não havia tempo.
Seu verdadeiro lar era onde seus companheiros estavam, de qualquer maneira. Aquele
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 232/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Luhan recolocou seus sapatos, enquanto se apoiava em Sehun, que sorriu, levando os
dedos até a peruca do loiro, arrumando a mesma. “Estava torta,” Sehun se explicou e Luhan
revirou seus olhos.
Quando a porta se abriu, ambos saíram de mãos dadas. Luhan com a pequena bolsa a
tiracolo, agora vazia, e Sehun com o HD do computador de Kris escondido no bolso interno
de seu casaco, juntamente com as pastas que estavam fixadas ao seu corpo pelo cinto que ele
usava.
Ambos não olharam para o vigia que parecia entretido com a pequena televisão dentro
de sua cabine quando saíram, e quando estavam longe o suficiente passaram a correr ao invés
de caminhar, para chegar mais rápido ao carro estacionado há algumas quadras de onde
estavam.
Luhan mantinha os sapatos em uma mão enquanto a outra era firmemente segurada
por Sehun, que corria mais na frente. Os dois não sorriam, ainda nervosos com o que
aconteceria. Eles não conversaram e não emitiram nenhum som que não fosse a respiração
pesada e descompassada até enxergarem o carro preto de Chen, estacionado na praça.
“Vocês chegaram bem em tempo, quase comecei a ficar preocupado...” Chen disse,
olhando para o seu relógio. “Conseguiram?”
Chen fez uma expressão que lembrava desagrado. “Falta só dez segundos, não querem
ficar para verem a explosão?”
“Vamos!” Luhan e Sehun pediram e Chen suspirou, ligando o carro e acelerando pela
rua.
“Bem na hora.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 233/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Luhan sumira para dentro do quarto de Sehun para se trocar, mas o mais novo já
trabalhava, instalando o HD em um dos seus computadores para ter acesso às informações que
o líder da M escondia naquele pequeno aparelho.
Sehun digitava sem parar, burlando o sistema de senhas que o HD de Yifan tinha,
acessando as pastas de seus arquivos. “Está tudo aqui.” O hacker da K disse e todos
suspiraram, aliviados.
“Ryu Suyeong e Han EunJung,” Lay murmurou, depois de cinco minutos em silêncio,
procurando os nomes dos advogados que os ajudariam a tirar Yifan e Joonmyun do cárcere na
delegacia.
“Assistam por nós e nos contem qualquer novidade, certo?” Lay pediu, parando
momentaneamente de ditar os números de telefones dos advogados e Kyungsoo assentiu,
voltando para a sala de estar, onde alguns membros do grupo estavam assistindo à televisão.
“Como são os nomes dos advogados?” Sehun perguntou, estreitando seus olhos ao
olhar para a tela.
“Ryu Suyeong e Han EunJung.” Lay repetiu devagar os nomes ainda não decorados
pelo seu cérebro, olhando na tela do notebook os nomes descritos no arquivo de texto de Kris.
Sehun mordera seu lábio inferior e digitara em seu teclado mais algumas vezes, o
mouse entre seus dedos se movia rapidamente e ele clicava com fúria, tentando acessar
algumas informações escondidas.
“Algum problema, Sehun?” Chanyeol perguntou, sentindo que algo estava errado.
“Tem um local que eu não tinha me dado conta de existir aqui no sistema da polícia
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 234/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
que fala sobre esse caso.” Sehun murmurou, seus olhos se tornando pequenas fendas enquanto
lia as palavras na tela do aparelho eletrônico. “Consegui acesso a ele agora, mas ele está muito
protegido... Essas pessoas, esses nomes...”
“O nome deles consta nesse sistema.” Sehun disse, apoiando suas costas no encosto da
cadeira, suspirando cansado. “Aqui diz que eles que liberaram a maioria das informações que
incriminam vocês da M... ”
“Em outras palavras, eles são testemunhaschaves para o caso.” Sehun disse. “Eles
traíram vocês.”
CONTINUA
Notas finais
Primeiro de tudo: BRUNA EU JURO QUE FOI NECESSÁRIO não nos mate nós te amamos
senpai <33
Por favor gente o Chen não ia sujar o chão da sala, vai que mandam ele limpar. Jongdae não
nasceu pra ser Cinderela, ele só queria ser o Serginho Malandro da noite.
D.O cada vez mais provocando Jongin. Triângulo amoroso com dois corpos e três mentes é
meio complicado. Como vai rolar puxão de cabelo e tapa na cara se D.O e Kyungsoo
compartilham do mesmo corpo e parecem querer compartilhar do corpo caboclo também.
E o que dizer desse Luhan que pouco conheço, mas que anda melhor num salto alto do que
eu. E como bons companheiros, seus amigos não poderiam deixar a zoeira de lado.
Pobre Julihan, como diria a Zumbi....
E mais uma explosão, mais uma treta e os traidores foram revelados. O que nos espera na
próxima semana? Mistéério ~ n
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 235/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Notas do Autor
Boa noite amiguinhos e amiguinhas.
Semana passada a gente não atualizou porque meio que o meu notebook E o da Anna foram
pra manutenção juntos........... Pois é, acontece...
Mas hoje estamos aqui reunidos, irmãos e irmãs, para mais este capítulo desta história da
turminha mais explosiva de Seul e, tá, enfim.
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO QUINZE – O PREÇO DA TRAIÇÃO
Fazia horas que os dez homens discutiam sobre a traição, e a madrugada já dava lugar
ao dia quando os ânimos foram finalmente se acalmando.
“Por que eles fizeram isso?” Fora a pergunta que Luhan fizera, mas que já invadia os
pensamentos de todos, em geral.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 236/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A principal meta do governo era de se livrar dos líderes mais poderosos do crime
organizado porque os próprios políticos – esses já corruptos demais – se sentiam ameaçados.
Os políticos tinham o poder sim, controlavam a política e a política interna do país, e a única
ameaça para eles eram os líderes das empresas do crime que obtinham poder, dinheiro e não
tinham nenhuma restrição quanto ao fato de tirar vidas.
Não era segredo para ninguém que alguns líderes e membros do baixo escalão de
organizações menores já haviam sido presos (e não demoraria muito até que os mesmos
fossem executados – afinal, o governo não poderia se dar ao luxo de dar alguma brecha para
seus inimigos fugirem enquanto permaneciam na palma de sua mão).
“Não importa os motivos, nós temos que nos vingar.” Tao disse alto, enquanto todos
discutiam os possíveis motivos que levaram os advogados a traílos, segurando com firmeza
no sofá, descontando sua raiva no estofado ao enfiar suas unhas curtas no mesmo.
“Nós vamos nos vingar.” Minseok lhe disse, o acalmando. “Não importa de que modo
vejamos isso, sempre que alguém comete algum tipo de traição em meio aos meus homens do
tráfico, não há volta e não há perdão. Só há uma coisa a se fazer.”
“Mas sem os advogados nós estamos fodidos.” Lay falou, coçando seu queixo
enquanto pensava. “Não vamos conseguir tirar os líderes das garras da polícia sem ter alguém
do nosso lado.” Chen o olhou e Lay deu de ombros. “Você sabe que eu estou certo, nem
minha sorte e nem os seus sorrisos poderiam convencer a polícia a libertar os dois.”
Chen suspirou antes de concordar. “Você tem razão, nossa última opção eram os
advogados, não temos como tirar o Kris e o Joonmyun da cadeia. Não mais nos conformes
dentro da lei.”
“Lei?” Baekhyun murmurou, rindo. “Essa lei não passa de uma palavra que os
poderosos inventaram para terem completo controle sobre a população. Nós estamos acima
disso. O juiz Cho, aquele que eu e Chanyeol assassinamos, ele achava que a lei dele o
protegia, achava que ela era certa, mas nós sabemos que não é.”
“O que você quer dizer com isso?” Minseok perguntou, seu cenho se franzindo
levemente.
“A lei,” Baekhyun disse, suspirando. “Não vale de nada para nós. Na verdade, não
entendo por que estávamos tentando tirar os líderes da cadeia seguindo as normas de dentro
dela.”
“Por mim teríamos colocado fogo na delegacia e tirado eles de lá a força.” Chanyeol
deu de ombros, apoiando.
“A vida não funciona assim,” Minseok explicou de modo sério. “Vocês são novatos e
podem não entender, mas a discrição no mundo do crime é essencial para a sobrevivência.
Vocês acham que eu não gostaria de entrar fortemente armado na delegacia e libertar o Kris e
o Suho do meu jeito? Claro que eu gostaria, mas isso só nos causaria mais problemas,
chamaria muito a atenção para nós.”
“Xiumin tem um ponto.” Chen disse. “O próprio Kris, e até mesmo o Joonmyun,
pediram discrição e para isso precisamos ter paciência. Precisamos nos manter nas sombras.”
“Mas agora tudo mudou, de novo, não?” Sehun perguntou e todos concordaram. “Não
podemos mais confiar em ninguém que não seja em nós mesmos.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 237/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chen ergueu as duas sobrancelhas. “Falou o menino que disse que não confiava em
nós quando fugimos juntos da polícia, hein?”
“Eu faço o trabalho.” Tao disse alto, fazendo a atenção de todos se virarem para si.
“Tenho todas as informações dos advogados de que preciso – inclusive o endereço – e posso
fazer um trabalho rápido e limpo, eliminando os dois.”
Minseok negou com a cabeça. “Não podemos... Não assim, Tao. A polícia vai
desconfiar quando acontecer, e não podemos lhes dar motivos para terem a certeza de que a
morte dos dois advogados é nossa culpa. Nós ainda estamos jogando o jogo deles.”
“Temos que ser discretos então. Ainda.” Lay falou, sua cabeça acenando enquanto
pensava.
“Tanto que foi por isso que Luhan e Sehun ligaram o gás no apartamento antes de
explodilo, entende?” Chen perguntou retoricamente para Tao, que assentiu, mesmo a
contragosto. “Para despistar – pelo menos um pouco – a polícia e dificultar o trabalho dos
policiais forenses.”
“Como pretendem fazer isso? Assassinar os traidores, eu digo.” Kai perguntou, mas
Chanyeol levantouse do sofá em que estava, parecendo cansado.
“Isso não tem nada a ver conosco,” O incendiário da K disse, sério. “Se vocês querem
se vingar dos advogados, ótimo, mas isso não nos diz respeito e não vamos ajudar vocês. Nós
já temos problemas o bastante, problemas esses causados em grande parte por vocês.”
“Como assim não vão ajudar?” Chen perguntou sarcástico. “Você tem noção de que se
os advogados viverem eles vão só dificultar mais e mais nossa vida? Eles vão depor contra os
líderes e daí, meu caro amigo, pode dizer adeus para o Joonmyun porque, aí sim, ele jamais
será libertado. E caso você não saiba, Chanyeol, agora a chance de alguém ganhar punição de
morte por liderar o crime organizado está alta demais, não podemos arriscar.”
“Não vamos obrigar vocês a nos ajudar,” Minseok disse, sério. “Mas você como líder
provisório deveria entender que isso é importante demais para vocês virarem as costas para
nós agora.”
“Não vejo porque não podemos ajudar,” Sehun disse, dando de ombros. “Como eu já
disse, estamos—”
O sorriso no rosto do rapaz de olhos borrados com delineador preto fez Chanyeol
suspirar. “Até você, Baek?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 238/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Certo,” Chanyeol falou por fim, suspirando. “Mas como faremos isso?”
“Primeiro,” O líder provisório da M disse, com uma voz calma. “Precisamos seguir os
dois advogados e conhecer sua rotina. Até porque é bastante provável que ambos estejam sob
proteção da polícia... E embora o sistema de proteção à testemunhas seja bastante falho, não
podemos nos dar ao luxo de não sabermos de nada antes de executarmos os dois.”
“Temos também que dar a notícia aos líderes, principalmente ao Kris...” Chen disse,
parecendo temeroso, afinal, contar ao seu líder sobre um plano falho nunca era uma tarefa
fácil. “Ele não vai gostar nada de saber sobre a traição.”
“Yifan precisa ouvir a noticia e acho mais sensato que ele a ouça saindo da minha
boca,” Tao disse, sério. “Até porque é bastante óbvio qual será o destino dos traidores e a
minha função na organização será importante... Quero ouvir o que o líder ordenará que eu
faça.”
“Tao, eu sou o líder por enquanto.” Minseok disse, parecendo cansado. “Sei que você
quer ver o Kris, mas não é uma boa ideia, não vejo como você pode entrar na delegacia sem
passar despercebido.”
“Um assassino deve permanecer sem rosto, Tao.” Chen disse e Lay, sentado ao seu
lado, concordou. “Não podemos deixar a polícia saber que você tem qualquer ligação com o
Kris, como já te explicamos antes.”
“Acho que sei como fazer o Tao entrar na delegacia sem que a presença dele seja
notada.” Sehun disse e todos o olharam. “Quero dizer, notado ele vai ser, mas vão achar
normal e ninguém vai questionálo... Só talvez vou precisar de alguns dias para ajeitar as
coisas.”
✘✘✘
Dois dias foram o suficiente para o plano de Sehun ser colocado em prática.
Dois dias também foram o suficiente para que mais alguns empecilhos fossem
colocados no caminho dos doze rapazes. No caminho mais precisamente do próprio Oh
Sehun. O estudante havia deixado de ir à escola durante aqueles dias para trabalhar em
período integral para as organizações – por enquanto unidas – mas o destino parecia têlo
ouvido discutir com Luhan nas diversas vezes que o michê da M o repreendia por faltar às
aulas, e parecia ter ficado ao seu lado (de um modo um pouco irônico).
Fora Kyungsoo que o avisara. Era o segundo dia seguido que Sehun estava
vasculhando sem descanso o sistema da polícia atrás de uma brecha em que pudesse mexer
sem que fosse percebido, incluindo o nome que Tao usaria para poder entrar na delegacia sem
maiores problemas, quando o caseiro da K entrou em sua sala de trabalho e o puxou pelo
pulso até a sala de estar, lhe mostrando a notícia que passava na televisão.
Sehun quase não pudera acreditar quando vira seu nome no noticiário. Aparentemente
as câmeras de segurança de dentro do edifício – em que o apartamento da M ficava e que
Luhan e Sehun haviam sido enviados para explodir – haviam parado de funcionar com a
explosão, mas as câmeras do lado de fora haviam capturado sua imagem com precisão.
“Um casal que o vigilante diz não se lembrar de morar nos apartamentos fora visto
saindo do edifício minutos antes que a explosão acontecesse. O vigia disse que no momento
não deu importância ao casal porque ambos sabiam a senha para entrar e sair do edifício,
mas as imagens exteriores não deixam dúvidas de que os dois entraram e saíram do prédio
em um período de tempo considerado, no mínimo, suspeito. Enquanto a mulher ainda
permanece sem identificação, o rapaz fora identificado como sendo Oh Sehun, estudante—”
“Meus pais com certeza vão ir até o endereço que dei para eles como sendo meu
apartamento.” Sehun disse, respirando com dificuldade. “Quando eles não acharem nada lá,
vão começar a me procurar... Merda.”
“Ah, merda.” Sehun se deixou afundar no sofá enquanto escondia seu rosto com as
mãos.
“O Tao já ligou para o Luhan e ele está vindo.” Kyungsoo avisou, sentandose ao lado
de Sehun.
“A culpa foi nossa, em todo o caso, não se culpe.” Tao – que também estava no
apartamento naquele momento – disse, sentandose na poltrona e olhando para o mais novo.
“Esquecemos as câmeras... Mas isso é o de menos para se preocupar agora.”
“De menos?” Sehun perguntou, sentindo um bolo se formar em sua garganta. Era
verdade que ele queria deixar a escola há tempos, mas desistir de sua liberdade? Isso não
estava em seus planos. “Eu não vou mais poder sair na rua!”
“Mandei o Luhan trazer algo para que possamos mudar seu visual, para que você pelo
menos não fique igual ao que foi gravado pelas câmeras.” Tao disse e Sehun deslizou seus
dedos pelo cabelo castanho escuro e sem corte.
“Vai dar tudo certo, Sehun, não se preocupe.” Kyungsoo murmurou e Sehun suspirou.
“Bom, pelo menos eu terminei aquilo para você, Tao,” O hacker da K falou, tentando
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 240/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
acalmar seu coração acelerado pela notícia de que estaria a partir daquele momento sendo
procurado pela polícia. “Você vai poder ver o seu líder.”
Mas só talvez.
✘✘✘
Suho e Kris estavam jogando cartas – que conseguiram pegar emprestado com outros
detidos na hora do almoço, que acontecia todo dia às onze da manhã no refeitório – quando o
guarda, que cuidava da área em que a cela que ambos dividiam se encontrava lhes chamou a
atenção.
Kris e Suho largaram as cartas – viradas com os naipes para o colchão, afinal, depois
eles continuariam o jogo – e saíram pela porta de vidro quando o oficial os permitiu. Cada um
deles fora algemado em seus próprios pulsos (por precaução, o guarda sempre dizia) e em
alguns minutos já caminhavam pelos corredores da grande delegacia.
“Eu vou ficar aqui fora esperando?” Kris perguntou, descrente de que fora tirado de
sua cela para ficar parado em frente à uma porta, mas o guarda negou.
“Você ficará esperando o seu advogado na outra sala,” Kris se viu ser empurrado sem
força até a porta ao lado da que ele se encontrava parado em frente.
Antes que o guara preguiçoso que acompanhava Kris pudesse alcançar a maçaneta da
porta, porém, a mesma se abriu de supetão e Kris sentiu seu coração parar de pulsar contra
suas costelas.
Tao se curvou levemente ao se apresentar, dando ao outro o nome que Sehun havia
escolhido para si. “Eu sou do distrito de Yongsan e vim aqui pegar alguns documentos com o
delegado, mas ele está almoçando... O secretário dele me pediu esse favor de ficar com o
detento, já que você precisa voltar para as celas e cuidar dos presos, certo?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 241/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Não havia sido difícil achar as salas privadas – usadas para encontros entre advogados
e detentos – e havia sido menos difícil ainda convencer o policial faminto que cuidaria de Kris
para que o mesmo fosse almoçar, o deixando sozinho na sala enquanto esperava o loiro ser
trazido de sua cela.
Quando a porta se fechou e Yifan e Zitao ficaram sozinhos, o loiro ainda não podia
acreditar em seus olhos.
Somente quando o menor alcançou seus braços e depois o agarrou com força,
afundando o rosto contra o seu pescoço e o chamando por duizhang, foi que Kris realmente se
deu conta de que não estava sonhando.
O quepe que Tao usava caiu no chão com um baque surdo quando os lábios se
encontraram.
✘✘✘
“Por que você está aqui e não o Chanyeol?” Suho perguntou, desconfiado, enquanto
sentava de frente para Chen, que sorria.
“Quem?” Suho perguntou confuso e Chen suspirou, coçando sua nuca e pensando em
como contar tudo o que acontecera nos dias em que ambos ficaram sem se ver.
Decidiu por começar a contar sobre a revelação que Chanyeol fizera no dia em que
eles haviam conseguido fazer o resgate dos carros apreendidos pela polícia. Tentou contar da
maneira mais gentil que o incendiário da K, juntamente com Baekhyun, havia assassinado o
juiz que a M estava sendo acusada de matar, e que haviam sido eles também que haviam
colocado fogo na casa.
“Não me surpreende...” Suho murmurou, suspirando. “Por que eles fizeram isso?”
“Tinham os seus motivos, e deviam ser bons para fazer jus ao estrago que fizeram no
lugar e na família do cara.” Chen falou, dando de ombros. “Não perguntei detalhes porque não
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 242/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
me interessava, não faria diferença, o que está feito, está feito... O Chanyeol queria te contar
pessoalmente, mas como comentei antes, ele está com Baekhyun vigiando alguém.”
Chen pigarreou, limpando sua garganta, antes de contar para o líder da K – que
provavelmente pouco iria entender sobre essa parte da história – sobre o fato de os advogados
da M terem cometido o grave erro de trair a confiança de Yifan, ajudando a policia a prender
os líderes de ambas as organizações.
“Mas não eram esses advogados que nos tirariam daqui?” Suho perguntou confuso e
Chen assentiu.
“É, esse plano meio que está – completamente – fora de cogitação agora, teremos que
pensar em outra coisa... Mas não se preocupe, pensaremos em algo, só não garanto que vamos
continuar a ser discretos, porque pelo jeito certo e dentro das regras da discrição a coisa toda
não está dando resultado, vamos ter que mudar um pouco as táticas.”
“Não vamos pegar tão leve a partir de agora.” Chen respondeu, apoiando suas costas
no encosto da cadeira em que estava sentado e ajeitando o óculos sem grau que usava.
“Começando pelo fato de que vamos eliminar os traidores. Sem eles o caminho fica mais
limpo para enxergarmos o horizonte e prevermos nossas futuras ações.”
“Analogia bonita, porém mórbida.” Suho murmurou e Chen riu, mostrando seus
dentes brancos.
Suho também riu, não podia deixar de se sentir desconfortável com o outro perto de si
– ainda mais sozinho em uma sala fechada como aquela –, mas o sorriso de Jongdae era
realmente bonito, ele não podia negar.
“Quando você era nosso cativo,” Chen explicou, escolhendo bem que palavras usar.
“Bom, quando você estava conosco, o Kris tinha planos para você... Não exatamente planos,
mas você fazia parte de algo que eu não achava certo.”
“Eu se—” Suho começara a falar, tentando explicar que – de certo modo – já havia
conversado com Yifan sobre isso, mas fora interrompido.
“Eu me aproximei de você e tentei me tornar seu amigo por escolha minha, mas após
alguns dias em que você estava conosco, o líder me contou o plano. Eu deveria fazer você
confiar em mim e se tornar próximo o bastante para acreditar nas minhas palavras. Eu deveria
deixar você escapar quando houvesse a oportunidade e deveria ir atrás de você, localizando
assim o local em que sua organização se mantinha. Tudo isso para que quando você chegasse
até o local nós o invadíssemos e matássemos a todos.”
Chen falou tudo de uma vez, sem respirar entre as frases, tamanha era a ansiedade que
sentia de contar a verdade ao outro.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 243/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Suho pigarreou, pensando no que diria. Kris não havia lhe contado detalhes de como
pretendia matálo quando Joonmyun era seu cativo, mas como Chen havia se dado ao trabalho
de contar tudo, até os mínimos detalhes, ele decidiu fingir que não sabia de absolutamente
nada.
“Eu não concordava, nunca concordei. E fico de certa forma feliz que o plano não
tenha dado certo, porque agora ele está fora de cogitação, tudo mudou e eu não vou deixar
ninguém ferir v—”
“Foi por isso que no dia que a polícia fez o cerco na casa que vocês da M me
mantinham preso, você tentou me deixar fugir?” Suho perguntou, mantendo seu cenho
franzido. “Você me deixaria fugir e me mataria assim que tivesse a oportunidade?”
“Não!” Chen falou depressa, mas parou para pensar por alguns segundos. “Bom... Era
a ordem de Kris, mas eu não achava certo.”
“O que eu quero dizer é que: confie em mim. Eu sei que parece impossível que isso
possa acontecer, mas confie em mim. Eu vou tirálo daqui porque me comprometi a fazer isso,
porque nossos caminhos se cruzaram e o destino me obrigou a fazer isso como uma forma de
– talvez – compensar as coisas ruins que fiz para você.” Jongdae engoliu em seco, se sentindo
mal. “Desculpe os socos que te dei e por não ter feito nada quando Kris te machucou.”
Suho não o olhava, seu olhar se perdeu em algum ponto da mesa enquanto parecia
sentir fisgadas em sua pele, nos lugares onde Yifan havia lhe desferido socos na primeira vez
que se encontraram.
“Joonmyun, por favor, se você nunca mais quiser me ver depois disso, tudo bem. Mas
saiba que, por enquanto, eu não posso e nem vou sair de perto de você.”
“Como?”
“E como eu vou saber que depois que isso acabar vocês da M não vão assassinar a
mim e aos meus rapazes?”
“Você acha que se fizéssemos mesmo isso eu lhe contaria o que contei?” Chen
perguntou, desnorteado. “Por favor, mesmo que o líder quisesse fazer isso, e eu tenho certeza
de que não quer, eu não deixaria. Ninguém deixaria. Nós formamos um bom time, vocês da K
e nós da M. Seus rapazes são bons conosco. Meio rebeldes e cabeçadura, mas legais.”
Suho sorriu, intrigado pelo modo como Chen agia consigo, sem saber como deveria
agir com o mesmo.
Porém, quando Jongdae deslizou os dedos pelo tampão da mesa e alcançou suas mãos,
que descansavam rente uma à outra devido a algema, Joonmyun não recuou. O líder da K não
se afastou nem mesmo quando o seu sequestrador lhe chamou pelo nome verdadeiro,
apertando suas mãos delicadamente e sorriu para si, pedindo atenção.
Nem mesmo quando seu próprio coração pulsou forte contra seu peito, Joonmyun não
se afastou.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 244/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Kris e Tao ficaram em silêncio depois de compartilharem um beijo que tinha gosto de
saudade e nostalgia. O líder da M queria poder retribuir o abraço, mas as algemas o impediam
de envolver o corpo magro à sua frente como desejava.
Seus dedos deslizaram pelo rosto do mais novo, enquanto seus olhos captavam cada
expressão que Tao fazia. As olheiras costumeiras estavam mais profundas e o loiro se
perguntou há quantos dias o menor não dormia direito.
“Você está bem, Taozi?” Sua voz saiu menos séria do que gostaria, mais densa e
carregada de saudade do que desejava demonstrar.
O assassino fechou seus olhos e suspirou, aproveitando o carinho do qual sentia falta,
mas que não sabia ao certo como retribuir sem parecer necessitado demais. Tao não era muito
bom em demonstrar seus reais sentimentos ou em ser sociável como desejava. Ele fora
treinado na infância para não ter emoções, para ser um assassino silencioso e rápido... E ele
provavelmente ainda seria assim se Kris não tivesse despertado em si ao longo dos anos os
mais diversos tipos de sentimentos, desde a raiva por ser ignorado no início, até mesmo a
dependência que Tao até hoje sente pelo seu líder.
“Da próxima vez que você me disser que estará vindo logo atrás eu juro que te pego
pelo pescoço e te faço desmaiar, só para te carregar junto comigo.” Tao respondeu, meio sério
e meio choroso, fazendo o loiro rir. “Não ria! É sério, nunca mais acredito em você!”
“Você estava com saudades?” Kris perguntou – em um tom que levava uma pitada de
sarcasmo – e o menor bufou.
O líder da M riu, pegando o mais novo pela mão e unindo novamente seus lábios, em
um carinho prolongado que aos poucos se tornou um beijo discreto e sincero. “Senti sua
falta.” Tao segredou, aos sussurros, contra o ouvido de seu líder, e sabia que o mesmo sorrira
em resposta antes de beijar o seu pescoço diversas vezes.
Tao riu, insinuante, deslizando as mãos pelo corpo coberto pelo uniforme de policial.
“Legal, não é? Não te deu ideias?”
Kris negou com a cabeça, sorrindo, embora o outro tivesse lido a sua mente.
“Queria vir te ver desde que você foi preso, mas não me deixaram.” Tao disse,
parecendo desapontado. “Eles tinham medo que a polícia pudesse identificar meu rosto, e
como minha função dentro da M é importante e delicada de se lidar...”
“E o que os fez mudar de ideia? Como estão as coisas com a K? Eles são tão
inofensivos como aparentam ser?”
Tao assentiu. “Eles são bons, tem nos ajudado bastante... Eles são bastante impulsivos
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 245/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
e estúpidos porque são novatos e pensam que tudo é muito fácil quando se trata do crime
organizado, mas com o tempo eles aprenderão como as coisas funcionam realmente...”
Kris sorria enquanto olhava o menor, que continuou a falar. “Eles não são inimigos,
não como pensávamos. Tudo aquilo que o Suho disse quando o raptamos, de que a K era
grande e ameaçadora... Bom, aquilo foi o maior blefe que já ouvi.” O assassino deu uma
risada ao lembrarse de como Sehun não parecia nada ameaçador enquanto Luhan tingia seu
cabelo de loiro para que o mesmo pudesse mudar a aparência que a polícia conhecia devido
aos registros da câmera de segurança fora do prédio no centro de Seul em que o apartamento
da M ficava.
Tao ficara alguns segundos em silêncio antes de contar sobre os traidores, sua mente
tentava formular a melhor maneira de contar a notícia para seu líder, mas não haviam palavras
macias para contar a verdade. O assassino contou tudo, desde quando Luhan e Sehun foram
até o apartamento e pegaram o HD do computador de Kris, explodindo a casa que era deles
antes de irem embora, até o fato de Sehun descobrir que os mesmos nomes dos advogados que
estavam descritos nos documentos do líder da M constavam no sistema da polícia como sendo
testemunhaschave do processo contra Yifan.
Kris ficara sem falar por algum tempo depois que Tao contara tudo. Ele ainda estava
sentado na cadeira, mas não olhava para o mais novo. Suas mãos tremiam de leve e seus olhos
estavam vidrados no chão, enquanto ele parecia absorver tudo o que lhe fora dito.
Kris não poderia acreditar que aquilo estava acontecendo. Parecia até piada.
“Kris?” Tao se apoiara no chão com um joelho, aproximando seu rosto do loiro.
“Yifan?”
“Não sabemos, ainda.” Tao murmurou, fazendo o seu líder o olhar. “Mas eles vão
pagar, você sabe que vão.”
“Como eu não pensei que algo assim poderia acontecer... Como...” Kris se perguntou,
encostando suas costas no encosto da cadeira, olhando para o teto. “O que nós vamos fazer
agora?”
“É só mais um empecilho, calma. Nós vamos conseguir passar por cima disso.” Tao
assegurou, sério. “Não é como se nunca tivéssemos tido que lidar com traidores. O próprio
Minseok já teve algun—”
“É diferente, Taozi.” Kris disse, rindo amargurado. “Aqueles advogados sabiam tudo
sobre nós. Só não conheciam onde eram nossas propriedades porque eu nunca lhes dei a
informação, mas as contas bancárias, até mesmo alguns planos... Meus planos de voltar para a
China, tudo...”
“Sei que vão,” Kris disse, olhando para o assassino. “Mas o problema é que eu não sei
o que fazer agora, não sei como agir. Eles eram uma ótima maneira de fazer com que eu saísse
daqui, mas agora...” O líder sacudiu a cabeça, frustrado. “Estou cansado de sorrir, Taozi, de
sorrir e fingir que tenho o controle sobre tudo... Cansado de fingir que sei o que faço, porque
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 246/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Tao segurou o líder pelas bochechas, as apertando com força. “Ei, ei, olha pra mim...
Sem desespero porque isso não combina com você.”
“Vamos por partes... Qual é a primeira coisa que nós devemos fazer, líder?”
“Mostrarlhes qual é o preço que se paga por traição.” Kris respondera calmo.
Sentindo seu coração martelar contra o seu peito. Tao sorriu para si.
“Nós vamos nos ver em breve.” Tao murmurou, selando rapidamente seus lábios aos
do mais velho. “E quando nós nos vermos de novo, você vai estar livre dessas merdas de
algemas.”
“Qual é o meu objetivo final?” Kris perguntara para Tao quando as bocas se
separaram em busca de ar. “Me diga.”
“Você sabe qual é...” O assassino murmurara, manhoso, selando beijos rápidos no
maxilar de seu líder, sabendo que Chen poderia entrar na sala a qualquer minuto. “Primeiro a
vingança, e depois... A reconquista daquilo que é seu; do poder da família Wu.”
✘✘✘
Kai olhou para a garrafa de vodca na mão do barman antes de o mesmo lhe servir
outra dose do coquetel. Lá fora chovia e estava frio, mas dentro do clube noturno em que o
conquistador da K estava fazia calor, uma música tocava em outra parte do lugar e devia estar
alta pelo volume que chegava até os ouvidos do moreno, tão distante da pista de dança.
Era tarde da noite e seus olhos ardiam de sono, mas Kai tinha um trabalho a fazer
antes que pudesse descansar.
Seus olhos desviaram do corpo à sua frente e encararam a mulher sentada em outra
parte do balcão, também bebendo. Sua vítima pareceu notar seu olhar e Kai sorriu quando a
mesma o encarou de volta por alguns segundos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 247/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Ela não era feia, mas também não era bonita. Seu rosto era comum, seus cabelos
estavam soltos e eram escuros e de um liso escorrido. Não havia nada de especial nela que
chamasse a atenção de Jongin, mas ele reconhecia bem o rosto que vira durante os dias em
suas vigias e pelas fotografias que os membros do grupo insistiam em lhe mostrar para que ele
‘não errasse o alvo’.
Kai deslizou a língua pelo seu lábio inferior depois de beber todo o conteúdo do seu
coquetel e se dirigiu até a mulher, que pelas pequenas marcas de expressão ao redor dos olhos,
aparentava ser alguns anos mais velha.
“Olá.” O sorriso de canto – a marca de Kai – estava presente quando o moreno chegou
perto da vítima.
Ah, como era fácil o trabalho de conquistar mulheres para Kim Jongin. Cheio de
sorrisos e com uma conversa fácil e aparentemente banal, o moreno conseguiu arrancar
algumas risadas da mulher adulta. Pagandolhe alguns drinques conseguiu a deixar feliz
demais para pensar, e com alguns toques conseguiu a deixar com desejos.
“Qual seu nome?” Ela perguntou perto do ouvido do moreno, que sorriu, ao se
apresentar como sempre se apresentava.
“Sou Kai, mas posso ser quem você quiser que eu seja.” A risada dela era alta demais,
talvez fosse por causa da bebida, Jongin não sabia. Ele só queria convencêla logo a sair dali
com ele.
“Sou Eunjung,” Ela murmurou. “E você é muito sedutor, Kai, mas eu tenho marido.”
Han Eunjung era a advogada que traíra a M. Durante alguns dias toda a rotina dela
fora vigiada de perto por Jongin e Yixing, que permaneciam por perto em todos os lugares que
ela frequentava. Não era o modo mais prático de se ter acesso às informações que ela sabia,
mas Kai e Lay haviam descoberto que ela saía quase todo dia – depois do trabalho – para
beber em um clube que ficava na rota de volta para sua casa.
Ela não bebia muito, mas como era sextafeira, ela parecia estar mais adepta ao álcool
e não foi difícil fazêla ceder aos encantos de Kai. O moreno havia sido instruído a conquistá
la e fazêla sair do clube em um horário específico, para que Chen pudesse fazer o seu
trabalho.
A polícia que deveria cuidar do bem estar da testemunha aparentemente fazia isso só
durante o período em que ela ficava em casa, já que havia um carro da polícia estacionado na
frente da mesma todo o tempo. Enquanto a mulher não estivesse em casa, ela estaria fora de
segurança. E era aí que Kai entrava.
O moreno riu sozinho, se sentia uma viúvanegra, seduzindo para levar uma pessoa
para seu destino final. Mas Kai não se importava com ela, não queria saber o que iriam fazer
com ela. Ele só estava obedecendo ordens.
“Você tem marido?” Kai perguntou, uma sobrancelha se erguendo, fingindo surpresa.
“Não se preocupe, eu não sou ciumento.”
Ela deu uma risada alta e sua mão fora depositada na coxa do moreno, apertando o
tecido jeans que cobria a mesma. Esse fora o sinal para que Kai percebesse que ela já estava
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 248/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
sob o efeito do que o rapaz gostava de chamar de “Efeito Kai”, comum quando seu sorriso e
sua lábia faziam as mulheres sorrirem demais e lhe tocar sem necessidade aparente, para logo
em seguida se aproximarem para beijálo. Ele já estava acostumado com isso e seu corpo não
sofreu alteração alguma quando seus lábios se tocaram.
“Por que se interessou por mim?” A mulher perguntou, sorrindo, enquanto Kai a
levava para fora do clube.
A hora que Jongdae determinara como sendo a certa para executar o plano já havia
chegado.
“Achei você diferente das outras,” Kai mentiu, sorrindo, enquanto a levava pela
calçada. “Diferente e especial.”
A advogada franziu seu cenho, confusa. Ela mal percebeu que Kai a segurava com
força pelos pulsos quando Chen – o sequestrador da M – puxou seus cabelos compridos e
lisos e forçou sua cabeça para trás. Ela pensou em gritar, mas seu rosto foi coberto com força
por uma flanela encharcada com clorofórmio. O cheiro a deixou tonta e embriagou seus
sentidos, fazendoa se debater durante alguns segundos, antes de fechar seus olhos e se deixar
cair nos braços dos homens ao seu redor.
“Bom trabalho, Kai.” Chen disse enquanto os dois carregavam a mulher depressa para
uma rua pequena entre dois prédios, onde a colocariam no portamalas do carro estacionado –
que usariam para levar a vítima até o edifício abandonado que a K usava como moradia. Chen
já entrava no carro quando o casaco vermelho que a advogada usava fora retirado por Kai com
cuidado, e a pequena bolsa da mesma fora capturada por sua mão.
“Pode me dar isso,” Uma voz calma soou e o moreno virou seu rosto, encontrando
Luhan acompanhado de uma mulher desconhecida. O michê da M pegou os pertences da
advogada desmaiada e entregou para aquela ao seu lado. Era uma de suas prostitutas. “Seu
nome até sair do país é Han Eunjung. Fique algumas semanas fora e quando for voltar é só
avisar as meninas que elas buscam você no aeroporto.”
“Eu devia ir com ela,” Luhan murmurou encarando a prostituta que caminhava em
direção ao carro de Eunjung, estacionado há alguns metros de onde eles estavam, suspirando.
“Mas ela sabe se cuidar.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 249/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kai viu a garota que trabalhava sob as ordens de Luhan entrar no carro. Ela se passaria
pela advogada para sair do país, sem deixar rastros. Lay e Chen haviam lhe falsificado
documentos e Sehun havia lhe dado acesso ao cartão de crédito da verdadeira advogada. A
prostituta ficaria em algum país europeu por algumas semanas e quando retornasse para a
Coreia ela voltaria como ela mesma. Han Eunjung sumiria na Europa e ninguém jamais a
encontraria.
Han Eunjung, a verdadeira advogada, abriu seus olhos com dificuldade, mas logo
voltou a fechálos, as pálpebras pesadas demais para manteremse abertas. Antes de voltar a
adormecer, porém, ela viu o sorriso gentil de Kai virar para si novamente antes que o porta
malas se fechasse.
✘✘✘
“Desculpe pelo chute.” Baekhyun murmurou para Minseok, parado perto de si, ambos
escondidos atrás de um carro.
“Lembra que quando invadimos a casa de vocês, fora de Seul, eu chutei você?”
Baekhyun perguntou de modo quase retórico, dando de ombros. “Queria pedir desculpas. Para
não ficar nenhum mal entendido entre nós, sabe?”
“Não precisa se preocupar com isso... Mesmo.” Minseok falou, sorrindo. “Somos um
time único, por enquanto. O que é passado fica no passado até alcançarmos nossos objetivos.”
Baekhyun engoliu em seco, incerto se aquilo que o outro falara era uma boa ou uma
má notícia. Parecia dúbio demais o modo como Minseok se referia ao futuro de ambas as
organizações. Eles continuariam amigos...? Se tornariam inimigos...?
Não era hora de pensar sobre isso, o plano precisava ser posto em prática.
Baekhyun respirou fundo antes de puxar o gorro de cor preta que cobria grande parte
de seu rosto, deixando apenas seus olhos de fora. Ryu Suyeong estava trabalhando até muito
tarde naquele dia, mas Chanyeol o havia ligado para avisar que o homem de terno e maleta
saíra do prédio em que sua associação de advogados se situava, se dirigindo até o
estacionamento externo em que o carro se encontrava.
“Vai pra casa, eu e o Xiumin vamos de moto para aí.” Baekhyun murmurou ao
telefone ao final da ligação, ouvindo o seu colega de organização resmungar baixinho,
querendo participar do que acontecia.
Minseok estava perto de si, também com o rosto coberto pelo gorro e uma arma em
mãos, só para caso houvesse uma emergência. O estacionamento era grande e moradores de
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 250/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
prédios vizinhos deixavam seus carros ali, fazendo com que o local estivesse praticamente
lotado de veículos – embora fosse madrugada –, mas os dois rapazes sabiam onde esperar o
homem que teriam que assassinar.
Minseok fez sinal para que o rapaz de olhos delineados se preparasse e Baekhyun
prendeu a respiração ao ouvir o homem se aproximando do carro que lhe pertencia. Ambos
estavam escondidos pelas rodas do carro e Minseok mantinha a cabeça rente ao chão,
observando o que o advogado fazia.
“Ryu Suyeong?” Baekhyun ouviu Minseok murmurar e sabia que esse era o sinal para
agir. Levantandose depressa, ele apontou a arma para o homem que mantinha as mãos
erguidas no ar, enquanto o traficante da M fingia cometer um assalto.
O tiro não fez um barulho alto, graças ao silenciador, e acertou as costas do advogado.
O traidor não emitiu mais que um guincho antes de cair no chão frio e Baekhyun suspirou,
pensando se ele estava, de fato, morto.
“Vamos pegar a carteira dele e fingir que foi um assalto,” Minseok murmurou,
pegando a carteira do bolso do advogado e a entregando para Baekhyun. “E algo para
confundir os peritos...” O traficante murmurou ao pegar um pequeno pacote de heroína de
dentro do seu próprio bolso e colocar entre as roupas do advogado.
Minseok arregalou os olhos e se afastou, vendo que o outro falava a verdade. O traidor
ainda estava vivo.
Ryu Suyeong entreabriu seus lábios para falar, mas a bala de Baekhyun
provavelmente furara seu pulmão já que ele cuspia sangue pela boca... O líquido vermelho
que escorria de suas costas manchava o chão, e Minseok por um momento ponderou a ideia de
deixálo morrer por perda de sangue.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 251/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O buraco de onde o sangue escorria em sua testa não deixava dúvidas disso.
✘✘✘
Doía.
“Queimei alguns entulhos há alguns dias.” Uma voz, dessa vez que lhe parecia
familiar, murmurou em resposta.
Ela pensou que recobraria completamente a consciência, mas seus olhos voltaram a se
fechar completamente e tudo ficou escuro novamente.
Seus olhos se abriram como se ela acordasse de um pesadelo, a luz pareceu queimar
sua retina e sua cabeça ainda doía. Ela abriu sua boca para pedir água, mas sua voz parecia ter
sumido. Em sua frente havia homens que conversavam entre si, homens que ela jamais havia
visto.
“Ah, até que enfim... Eu já estava pensando em acordála jogando um balde de água.”
O mais baixo entre aqueles homens parados murmurou, sua voz tinha uma leve ironia. “Bom
dia, Han Eunjung.”
“Você não deve nos conhecer, não por rosto ou nome, pelo menos.” A atenção da
mulher fora focada no homem que falava. Parecia ser novo demais para estar ali. “Nós somos
membros da M. Isso lhe diz alguma coisa?”
Os olhos da mulher se arregalaram e sua voz começou a sair de sua boca, negando o
que, levando em conta sua expressão, estava bastante óbvio. Ela sabia o que aquilo
significava.
“Não, eu não—” Ela murmurou, enquanto sua garganta seca era arranhada pela sua
voz.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 252/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Então você está dizendo que não é Han Eunjung, advogada, que tem trabalhado com
muitas organizações do crime porque, aparentemente, lhe rende bem mais dinheiro do que
trabalhar para as pessoas dentro da lei?” O homem baixo, que ela não sabia que se chamava
Minseok, murmurou com uma voz calma, porém impaciente. “Está dizendo que não é você
que fora contratada por Yifan, líder da M, e que não foi você que ajudou a polícia na
investigação contra nós?”
Ela negava com a cabeça, de seus olhos brotando lágrimas de desespero enquanto
Minseok continuava a listar algumas coisas que deixavam claro qual era a identidade dela.
“Estranho que em sua carteira havia documentos que diziam que você se chama Eunjung.
Mais estranho ainda é que nós temos te observado durante dias, só para termos certeza de que
é você quem fez merda para o nosso lado, mas não nos entenda mal por estar aqui nessas
condições, nós só estamos limpando a sua sujeira.”
“Eu—Eu não fiz nada!” Ela gritou, tentando se soltar da cadeira, gritando por socorro
algumas vezes, na esperança de que alguém a ouviria.
“Ninguém vai ajudar você.” Tao murmurou, se aproximando da mulher. Seus dedos se
emaranharam no cabelo dela e ele puxou com força os fios, arrancando um grito de dor da
mulher. “Agora pare de gritar antes que eu me irrite.”
Era de manhã já, mas a luz natural não entrava naquele lugar vedado. Eles estavam no
que era para ser a cozinha do restaurante feito no primeiro andar do prédio que a família K
usava como esconderijo. Quando trouxeram o corpo desacordado da advogada, Chanyeol lhes
deu permissão para usar aquele espaço como queriam e alguns membros da K até ficaram com
eles durante algumas horas enquanto esperavam a advogada acordar, embora tenham desistido
e ido para seus aposentos quando entenderam que aquele não era espaço para eles.
Luhan não queria participar, mas Minseok pediu para que ele ficasse. O michê estava
sentado no balcão ao lado de Lay e Chen, encarando a traidora se contorcer na cadeira
enquanto Tao puxava uma última vez seus cabelos, sem delicadeza, antes de soltálos.
“Se negar de novo eu peço para o Tao, esse rapaz que está ao seu lado, trazer a cabeça
da sua mãe em uma bandeja... Ou em uma estaca.” Minseok disse, sério. Ele havia cansado de
brincar de ser bonzinho. “E se continuar negando, nós vamos continuar trazendo corpos e
também vamos obrigar você a fazer coisas desagradáveis, entende?”
A advogada tremeu, sua voz explodindo em sua garganta enquanto os gritos deixavam
sua boca. “Eu fui obrigada! Foi ideia do outro advogado, Suyeong! Ele me disse que o
governo estava pagando muito bem por informações contra o crime organizado, ele me disse
que seria seguro, ele—!”
“Ele está morto.” Minseok disse sério, pegando de seu bolso o celular que havia
pegado emprestado de um de seus subordinados do tráfico. “Vê?” Perguntou, mostrando a
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 253/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
foto do homem caído no chão, o homem de quem ele tirara a vida há algumas horas. “Está
morto, ele pagou pela traição do mesmo modo que você pagará.”
Tao, o assassino da M, olhou para Minseok, que suspirou. Ele odiava ver mulheres
chorando.
“Pode começar a falar o que sabe.” Minseok disse e a mulher começou a falar.
Ela não sabia muito, na verdade. Fora o outro advogado que entrara em contato com a
polícia e que oferecera os serviços de ambos. Segundo ela, algumas vezes fora o próprio
promotor que falara pessoalmente ou por telefone com eles e que esses encontros já
aconteciam há quatro meses, no mínimo.
“Quando o juiz Cho, que ajudava nas investigações, foi morto, o promotor pensou que
vocês poderiam saber de alguma coisa, por isso que a polícia fora atrás de vocês usando nossa
ajuda. Antes nossas informações eram usadas só como complemento, mas quando
assassinaram Cho Jinsoo e queimaram a casa dele, muitos arquivos se perderam e eles usaram
as contas bancárias para chegar até vocês...”
“Ela está falando a verdade.” Chen confirmou, pigarreando. “O promotor falou algo
sobre isso com o Kris e com o Joonmyun e eles me passaram essa informação na delegacia.”
“Viu?” Han Eunjung perguntou, rindo de modo histérico. “Eu não estou mentindo!”
A advogada parou de rir quando encarou Tao, que se mantinha ao seu lado, sério.
“É só isso que você sabe?” Minseok perguntou e ela arregalou seus olhos.
“Nnão, tem mais!” A advogada falou, olhando para os lados, como se ainda
procurasse por socorro – o que não encontraria.
Ela contou dos planos que o governo tinha em limpar primeiramente a cidade de Seul
do crime organizado, para poder retomar o poder que era seu – por um direito falso e egoísta.
Seus olhos pareciam vidrados enquanto de sua boca saíam palavras quase fiéis às ditas
provavelmente pelo promotor do caso.
“Lee Sunghwan me disse que o Estado está dando ordens diretas para os comandantes
do poderpúblico e da polícia de que devem encarcerar os líderes das organizações do crime
com ou sem provas o suficiente, aliás, que devem executálos o mais depressa possível. Eles
disseram que quando encontrassem vocês, iriam eliminálos e que nós não deveríamos nos
preocupar, mas de algum modo a imprensa descobriu e apareceu quando a polícia fez o cerco
em volta do esconderijo de vocês, ah céus, era para eles terem matado a todos...”
“Mas nós fugimos e nosso líder foi preso.” Tao murmurou, sério.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 254/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ssim,” A advogada falou, tensa. “O promotor entrou em contato conosco e disse que
a prisão, o julgamento, tudo está sendo uma farsa, que só servirá para atrair a atenção da
imprensa e da população, para todos pensarem que a justiça contra os malfeitores está sendo
feita.”
“Farsa?” Chen perguntou preocupado, sua voz saindo alta o bastante para que a refém
ouvisse.
“Sim,” Eunjung disse, fungando. “Depois que o julgamento for feito e aqueles que
estão presos irem para a prisão em definitivo, eles serão mortos lá. Se no julgamento o
ministério público não conseguir fazer com que a punição seja a morte, para fazer com que
ninguém ache errado ou estranho demais uma punição tão extrema, então aqueles que forem
presos vão morrer por um acidente ou briga dentro das paredes da prisão federal.”
Xiumin olhou para Chen. O que eles temiam era real... A lei não estaria do lado deles
no dia do julgamento, ela nunca esteve, na verdade.
“É tudo o que sei...” A traidora falou, exasperada. “O julgamento não vai demorar a
acontecer e não importa o que vocês fizerem, eles não vão deixar ninguém ser livre.”
Minseok esfregou suas mãos, já que fazia frio dentro do lugar feito de paredes de
concreto.
“Bom, se é só isso que você sabe... Devo lhe agradecer pelas informações.” O líder
provisório falou, sorrindo. “Obrigado pela ajuda, foi um prazer conversar com você,
Eunjung.”
“Ee agora?” A advogada perguntou, achando que seria solta para que fugisse do país.
Ela não se importava de ter que sair do lugar em que nasceu e viveu a vida toda, ela só não
queria perder a vida que tinha.
“Ccuidar?” Ela perguntou, seus olhos se arregalando ao olhar para o assassino ao seu
lado. “Nnão! Você me disse que eu seria livre, que vocês me deixariam fugir se eu ajudasse!”
“Disse, por favor!” A mulher berrou, vendo Tao se afastar alguns passos, retirando o
casaco que usava. No cós de sua calça era possível ver uma faca comprida e, ao lado, um
revólver. “Você disse, disse!”
“Ah, eu disse mesmo,” Minseok murmurou, sua voz carregada de uma falsa inocência.
“Desculpe, eu menti.”
“Não quero seu dinheiro.” O assassino falou calmo. “Não estou fazendo isso por
dinheiro, estou fazendo isso por vingança.”
“Não! Por favor,” Ela implorou, cuspindo sangue. “Eu tenho família, eles vão sentir
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 255/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ninguém vai procurar por você.” Tao explicou, se aproximando da mulher, com a
faca em mãos. “Para eles você vai estar na Europa, provavelmente com algum amante,
curtindo a vida.”
“Não!” Ela gritou, chorando enquanto negava com a cabeça a sua realidade. “Não, por
favor, minha família...”
Tao suspirou antes de puxar o cabelo da mulher, forçando sua cabeça para trás,
apontando a faca para o seu pescoço.
“Eu também tenho uma família. Sabe os homens que estavam aqui conosco? Então,
eles são minha família. Wu Yifan, que está na cadeia, aquele que você traiu, ele também é
minha família. Você tentou destruir a minha família, mas como eu sou uma boa pessoa não
vou destruir a sua, embora eu devesse matálos na sua frente. Mas não, eu vou apenas me
vingar de você. Então acho melhor você agradecer ao invés de chorar.”
Tao estava acostumado a ouvir pessoas implorarem na hora da morte. Nas primeiras
vezes em que tirara a vida de alguém seu estômago embrulhava e ele pensava se o que fazia
era certo... Mas ele ainda era só uma criança quando esses pensamentos pararam de passar por
sua cabeça; quando seu treinamento fora ficando mais intenso.
Ele fora treinado para obedecer e para matar. Mas aquilo que ele fazia naquele
momento não era uma ordem dada por alguém. Ele fazia aquilo por Yifan, fazia aquilo por
sua família.
Quando ele assassinou aquela mulher ele fazia aquilo por si mesmo.
O cadáver ainda estava quente quando foi jogado dentro do forno antigo construído no
restaurante. Chanyeol descera até o local e o ajudara a colocar fogo no corpo e os dois ficaram
em silêncio enquanto assistiam, por uma pequena janela no forno, a carne ficar negra
enquanto era queimada sem piedade pelas chamas. A fumaça subia pelo cano que levaria a
mesma para fora do prédio, mas o cheiro estava lá.
“Agora nós paramos de brincar.” Tao respondeu, voltando a colocar seu casaco,
ignorando o sangue no chão. “Agora nossos inimigos vão sentir o que é o verdadeiro
desespero.”
Chanyeol sentiu um arrepio cruzar seu corpo, mas não comentou nada sobre isso
quando assentiu com a cabeça ao que o outro falara, nem mesmo quando um mal pressentindo
caiu sobre si quando seguiu o mais alto para fora do lugar onde o corpo ainda queimava.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 256/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
CONTINUA
Notas finais
Sehun finalmente se rende a confiar na M porque é o que tem, o que é um peido para quem
está cagado, não é, caros amigos? E a turminha aqui já está nadando num mar de bosta, o que
é uma freadinha de bicicleta na cueca num momento desses.
AVISO: não, não vamos vestir o Sehun de mulher para disfarçálo, pintar o cabelo é o
suficiente.
E esse TaoRis todo trabalhado nos fetiches, cadeia, preso, fantasiado de policial, uns pegas
na delegacia. Sabese lá que passado esses dois tinham na China hmmmm
Esse Jongdae só pode ser brasileiro (nordestinocabeçachata,masenfim) porque o cara não
desiste _nunca_. O cara ta perseguindo o Joonmyun até em sonho, mas o doce, o doce não
sai daquele cu.
Notas do Autor
Olá pessoal, como vão vocês nesta segundafeira chuvosa em alguns lugares, ensolarada em
outros?
Mas, segundafeira? Teoria do Caos? Teoria do Caos numa segundafeira?
Então, meus cabritinhos, ficamos de sexta à domingo brincando de ter vida social e
acabamos por esquecer/ficarsemtempo de atualizar TdC. Como não foi algo planejado, não
vamos esperar até sexta, mas, sim, atualizar hoje para não atrasar ainda mais as postagens.
Essa semana não respondemos os comentários porque estamos sem tempo devido a
faculdade. Mas sempre lemos todos e nos divertimos lol Serão devidamente respondidos
assim que pudermos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 257/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO DEZESSEIS – SORTE OU AZAR
Apenas alguns dias depois das testemunhas serem eliminadas, a morte do advogado
Ryu Suyeong, aparentemente causada por latrocínio, fora anunciada em um jornal local. Mas
o sumiço da advogada Han Eunjung não saíra na imprensa, embora todos tivessem a certeza
de que a polícia sabia que ela não seria mais vista.
O caos tomou conta do apartamento em que todos se encontraram para uma reunião
quando Chen deu a notícia.
“Não tem como pedir para adiarem?” Lay perguntou, não acreditando no que o outro
contava.
“E o habeas corpus?” Minseok murmurou e Chen negou com a cabeça, falando que
não lhe deram uma resposta e nem dariam porque o julgamento estava próximo.
“Filhos da puta...” Baekhyun murmurou, anojado. “Eles sabem que estamos fazendo
de tudo para tirar os líderes de lá.”
“Vamos ter que fazer do seu modo, Tao.” O líder provisório da M disse e o assassino
o olhou. “Você tinha razão, acabou a brincadeira.”
“O que você quer dizer com isso?” Sehun perguntou, estreitando os olhos, confuso.
“Mas é um bom plano.” Lay disse, acenando com a cabeça. “Eu e o Tao podemos
cuidar disso... O Sehun pode descobrir quem é o juiz, não?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 258/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O mais novo concordou com a cabeça. “Não importa o quanto de proteção a polícia
coloque em cima das informações do caso, eu posso descobrir... Com um pouco de
paciência.”
“Certo, mas o que faremos depois?” Kai perguntou, confuso. “Sempre falamos de tirar
os líderes da cadeia, mas não podemos contar com a lei, já que os advogados foram mortos
por serem traidores e o Estado não vai deixar que nada tire o Suho e o Kris do poder deles...
Como vamos resgatar os líderes?”
“Não é óbvio?” Tao perguntou, um pequeno sorriso crescendo em seu rosto. “Vamos
resgatálos no julgamento... À força.”
“Não vai ser fácil, vamos precisar de armamento pesado e um plano muito, muito bem
detalhado.” Tao murmurou, encarando Minseok, que concordara consigo. “Eu e o Xiumin
estamos pensando nisso há alguns dias, e acho que já está na hora de conversarmos... Não
existe outra maneira de fazermos isso. Não tem como entrar na delegacia e é ainda mais
impossível invadir a prisão, caso os líderes sejam mandados para lá.”
“E como vamos conseguir esse armamento pesado?” Luhan perguntou, franzindo seu
cenho.
“Vamos ter que falar com o Kyoh.” Minseok disse, dando de ombros, mas fazendo
uma leve careta em sua expressão. “Ele é um velho aliado, vai nos ajudar se dermos o que ele
quer.”
“E o que ele quer?” Sehun perguntou, seu olhar rolando do traficante para o michê da
M.
“Primeiro, ele vai querer dinheiro, muito.” Minseok murmurou. “Você vai ter um
trabalho importante, Sehun, terá que desviar bastante dinheiro para uma conta bancária
fantasma que vamos manter como um grupo unido, entendeu?”
“Luhan vai falar com ele e ver o que ele pode nos oferecer.” Minseok disse. “E ver o
que mais ele vai querer por isso.”
“Um aliado,” Chen respondeu. “A M o ajudou a tomar o poder de uma cidade vizinha
a um ou dois anos atrás e desde então somos, de certo modo, aliados. Ele tem muito dinheiro e
poder, tudo o que atualmente não temos... Ele pode conseguir qualquer coisa.”
“Vou falar com ele amanhã, ver o que ele pode nos oferecer.” Luhan murmurou.
“Mas, pessoal...” Kyungsoo murmurou incerto, chamando a atenção para si. “O que
faremos depois?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 259/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Uma coisa de cada vez...” Chen disse, erguendo as mãos espalmadas. “Primeiro o
juiz, depois o plano para libertar os líderes, e daí pensamos no que fazer depois.”
“Isso aqui está pior que um jogo,” Lay comentou estalando seu pescoço. “A cada
rodada vai ficando mais difícil, mas sempre temos que esperar nossa vez para fazermos o
próximo movimento.”
Lay riu consigo mesmo. “Só espero que não seja um jogo de azar, não é...?”
✘✘✘
Não demorou dois dias para que o próximo movimento fosse feito.
Sehun descobrira os dados do juiz que presidiria o julgamento e não tardou para que
Lay e Tao começassem a vigiar seus movimentos. Lay descobriu, com gosto, que o homem
fazia parte de seu website de apostas graças ao hacker da K que descobriu seu IP por algumas
apostas que ele fizera.
Lay não conteve a surpresa quando vira que o nome de hacker de Sehun era Oh...
Exatamente o nome do hacker que havia derrubado seu site de apostas há pouquíssimos
meses. Ele se conteve em perguntar se Sehun era o mesmo hacker Oh que Lay conhecia
porque naquele momento aquilo não importava mais.
Yixing e Tao também não demoraram a descobrir que o juiz apreciava cassinos e o
trapaceiro da M teve prazer em mandar uma notificação para o juiz – através do site que
administrava – o convidando a ir até um cassino aberto há poucos meses no distrito oeste de
Seul. Sua satisfação só aumentou quando o juiz agradeceu ao convite, pensando que o mesmo
havia sido feito a todos os participantes do site de apostas, e confirmou presença no local em
um sábado que seria servido coquetéis gratuitos até às vinte e duas horas.
Algo que os rapazes perceberam era que o juiz não era tão velho como eles esperavam
enquanto o seguiam em sua rotina, então o plano para eliminálo teria que ser muito bem
pensado. Lay e Tao combinaram o que fariam e pediram para Luhan uma ajuda que seria
considerada valiosa e de extrema importância.
“Por que vocês querem uma prostituta minha?” Luhan perguntou, estreitando seus
olhos, mas relaxou aos poucos enquanto ouvia o plano contado por Lay.
Após pensar um pouco, não seria de todo modo tão difícil eliminar o juiz e Lay se
sentiu feliz por saber que poderia, em breve, frequentar novamente um cassino, como sentia
saudades de fazer.
Afinal, jogar com a sorte e o azar era, de fato, uma de suas paixões.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 260/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ele vai querer que eu me encontre com ele no sábado.” Luhan murmurou, “Contei
tudo o que aconteceu e ele me disse que vai nos ajudar, já que nos deve, de certo modo, um
favor. Porém, já vou precisar levar uma parte do pagamento e alguém da K terá que vir
comigo.”
“Eu vou então,” Sehun disse, levantandose do sofá, fazendo todos ali presentes
olharem para si.
“Nem pensar,” Luhan respondeu, rindo. “Você não vai de maneira alguma.”
“O que você quer dizer com seduzir?” O moreno perguntou e Luhan o olhou.
“Temos que fazer ele ficar de bom humor para que ele se sinta a vontade o bastante
para nos ajudar.” Luhan respondeu, dando de ombros. “Não é difícil, faço isso há anos e já o
conheço de algumas vezes passadas.”
“Deixa eu ir—” Sehun pediu novamente e Luhan mais uma vez negou com
veemência, fazendo o adolescente se sentar no sofá, cruzando os braços e fazendo uma careta
em desagrado.
“O lugar lá é hostil, de qualquer maneira, você fica aqui ajudando o pessoal, Sehun.”
Luhan murmurou, não deixando de pensar nos carregamentos de todos os tipos de drogas que
Kyoh mantinha em um galpão perto do lugar onde ficava a sede de sua organização. Não seria
bom deixar Sehun se aproximar de algo assim, não quando fazia pouco tempo que havia
parado de tomar entorpecentes. “Além disso, você está sendo procurado pela polícia,
esqueceu?”
Sehun olhou para cima, vendo a franja loira caindo sobre a testa. Ele odiava ver seus
fios loiros daquela maneira, mas Luhan havia o convencido de que tingir seu cabelo era
importante para que ele não fosse reconhecido facilmente caso tivesse que sair na rua. Loiro,
Sehun se sentia ainda mais novo do que já era; além disso, parecia que os outros membros
gostavam de lembrálo desse fato, enquanto faziam piadas sem graças. “Não esqueci.”
conquistar. O que terei que fazer com esse Kyoh não vai ser diferente do que eu já faço com
as esposas infelizes...”
“Ótimo,” Luhan murmurou, batendo as palmas de sua mão uma única vez. Sehun
continuava com a expressão de mauhumor e o michê da M sentouse ao seu lado, usando os
dedos para fazer um carinho abaixo do queixo do mesmo, como se Sehun fosse um gato.
O adolescente pedira para que o outro parasse, mas ao menos sorrira no processo, o
que era o objetivo do mais velho. Luhan sabia que Sehun se preocupava consigo, mas aquela
não era a hora para preocupações banais como os ciúmes que o mais novo sentia.
O moreno suspirou e sorriu, coisa que Kyungsoo não entendeu. “Está tudo bem, não
se preocupe...” O moreno beijou os cabelos de Kyungsoo, como se encerrasse o assunto.
✘✘✘
Sábado, manhã
Seul
“Você não pode ir!” Kyungsoo murmurou enquanto Kai jogava alguns alimentos
industrializados e garrafas de água dentro de uma mochila que havia encontrado no quarto
vazio do apartamento. Luhan havia dito que a viagem até a cidade onde Kyoh, líder do tráfico,
– e que os ajudaria a conseguir armamento pesado em grande quantidade e outros suprimentos
para o resgate dos líderes – se situava ficava ha algumas horas de viagem, o pedindo para que
levasse comida na bagagem para não perderem tempo parando em algum restaurante no
caminho.
“Não vamos discutir sobre isso, por favor.” Kai pediu, não encarando o menor parado
há alguns metros de si. “Não de novo.”
Durante todos os dias posteriores da decisão de que Kai iria com Luhan se encontrar
com um líder de uma organização aliada, Kyungsoo havia tentado o convencer a desistir, a
deixar outro ir em seu lugar.
“Eu não sou um prostituto.” Jongin murmurou, olhando para o menor e sorrindo. “Sei
que o meu trabalho pode parecer isso, mas não sou. Vou evitar qualquer coisa desse tipo lá...
Só vou fazêlo gostar de mim o bastante para nos ajudar por um preço acessível.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 262/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eu sei o que vai acontecer se não conseguirmos a ajuda que precisamos.” Jongin
falou, jogando a mochila nas costas. “Não temos muito tempo até o julgamento e só esse
Kyoh pode nos oferecer o material que precisamos para resgatar os líderes. Uma vez que eles
forem para a prisão federal nós os perderemos, não tem como entrar lá, não sem sermos
presos também – ou mortos.”
“Não.” Jongin disse sério, parando em frente ao mais velho, que o olhava com os
olhos grandes de maneira triste. “Sei que você se preocupa comigo e também sei que quer
ajudar, mas não pode. Não há nada que você possa fazer, Kyungsoo.”
Kyungsoo deixou seu queixo cair, desconcertado, sem saber o que responder.
Jongin depositou um beijo na testa do menor. “Você vai ficar bem, nós vamos ficar
bem... Ah, céus, eu vou ficar bem, não se preocupe... Luhan disse que voltaremos de noite,
então me espere acordado, certo? E, olha, se tudo der certo lá eu vou voltar com ótimas
notícias para todos. Podemos comemorar daí, certo? Só eu e você, que tal?”
Kyungsoo acenou com a cabeça, não encontrando voz para responder ao outro. O
mais alto o abraçara de leve e beijara seu pescoço brevemente antes de sair de perto de si.
Kai saíra pela porta se despedindo brevemente com um “Até a noite!”, fechando a
porta do apartamento com certa força, já que o barulho foi ouvido da cozinha, onde Kyungsoo
estava. O rapaz de pele alva já começava a ganhar uma coloração rosada enquanto fazia certa
força para não chorar. Seus dentes cravaramse em seus lábios quando seu nariz começou a
lhe incomodar, formigando desconfortavelmente.
Não demorou muito até que as lágrimas começassem a escorrer pelo seu rosto.
Nem mesmo o carinho que Jongin lhe fizera, ou as palavras bonitas que sussurra,
querendo passar algumas horas com o menor à noite, como há tempos eles não faziam,
conseguiram tirar os pensamentos ruins da mente de Kyungsoo.
O rapaz de pele pálida sabia que era fraco, sabia que não podia contribuir em nada
com a organização, mas por que Jongin precisava lembrálo disso sempre que podia? Por que
ninguém podia acreditar que o frágil Kyungsoo poderia ser útil?
Ainda era de manhã, mas Kyungsoo não sentia fome alguma. Seu corpo já estava mais
magro, na verdade, já que faziam algumas semanas que ele não se alimentava direito. Os
problemas com Jongin e com a organização o deixavam sob um nível de estresse muito alto e
ele não podia comer nada em uma quantidade considerada normal sem vomitar tudo logo
depois.
Jongin aparentemente não havia notado isso, já que passava a maior parte dos dias
fora do edifício, ajudando a organização como podia, ou então indo até alguns encontros com
vítimas que, segundo ele, não poderiam ser deixadas de lado.
Kyungsoo caminhara a passos rápidos até o quarto que dividia com o mais novo e
abriu o armário em que estavam dispostas as roupas dos dois. Seu lado estava
meticulosamente ajeitado, por tamanho e cor, mas o lado de Jongin estava bagunçado,
desajeitado.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 263/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O rapaz de pele alva não evitou um sorriso em meio ao choro quando percebeu a
diferença gritante entre os dois. Por que ele abrira o armário? Ele se perguntou, olhando para
suas roupas. Kyungsoo sabia a resposta porque sabia que pretendia fugir, mas algo dentro de
si o impediu que continuasse a pensar assim.
Afinal, sem Jongin ou a organização ele acabaria morto em meio àquele país tão
corrompido. Kyungsoo se perguntou se não havia uma maneira de fazer Jongin notar que ele
poderia ser útil, mas o próprio rapaz riu em escárnio, enquanto as lágrimas molhavam seu
rosto, pensando que, no fundo, nem ele mesmo acreditava em sua utilidade para o grupo.
Kyungsoo não passava de um caseiro para a K, algo inútil, uma farsa que Jongin
obrigara o líder Suho a aceitar na organização, de outro modo o rapaz de olhos grandes jamais
teria chances de participar de algo dessa magnitude.
Kyungsoo jamais seria aceito em lugar algum, na verdade não havia lugar para ele.
Seus olhos ardiam e sua boca estava seca enquanto ele prendia um grito na garganta.
Seus dedos tremiam enquanto seguravam a lâmina pequena que encontrara no banheiro. Fazia
muito, muito tempo que ele não se machucava assim, mas ele já estava se sentindo cansado
demais para continuar tentando...
Tentando o quê?
Ah sim... Viver.
Kyungsoo não sabia se, de fato, estava tentando cometer suicídio, embora a lâmina
tenha se afundado com certa força em sua pele, fazendo o sangue vermelho brotar por entre a
tez partida. Ardia, ardia como o inferno e o rapaz não evitou chorar alto, engasgandose com a
própria saliva algumas vezes, enquanto se mantinha sentado na tampa da privada, se ferindo
na região próxima ao pulso.
Jongin não o perdoaria se descobrisse que Kyungsoo havia feito aquilo, mas
Kyungsoo não se importava. Naquele momento, o sangue brilhante que escorria e pingava no
chão era só o que lhe importava.
✘✘✘
Sábado, noite
Seul
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 264/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Não seu carro, exatamente, já que seu carro continuava no poder da polícia de Seul,
mas o automóvel caro de Kris era bonito o bastante para ser usado para ir até o cassino.
Era o início da noite ainda, embora a Lua já brilhasse no céu. O cassino não deveria
estar movimentado há essa hora, mas seria errado pensar isso porque, afinal, cassinos estão
sempre cheios. O outono já estava na metade e o frio começava a dar indícios de que o
inverno se aproximava vagarosamente.
Ajeitando seu paletó preto, o rapaz deu uma gorjeta para o manobrista jovem
contratado pelo cassino quando o mesmo estendera a mão para receber a chave de seu carro
para estacionálo cuidadosamente. Lay sorria quando começou a caminhar em direção às
portas abertas do local. Sua franja estava ajeitada de modo meticuloso acima da cabeça, mas
Lay não se conteve em deslizar seus dedos pelos fios, só para lhe dar um ar despreocupado
enquanto caminhava pelo salão grande e movimentado.
Seus olhos rolavam em suas órbitas procurando pelo seu alvo enquanto ele ia até o
caixa trocar seu dinheiro por fichas. O dinheiro havia lhe sido emprestado pela K, lhe dizendo
que aquela era a única quantia física que eles tinham em mãos, e que o trapaceiro da M não
deveria perdêlo da maneira alguma.
Com as fichas já em mãos – não muitas, já que ele não tinha exatamente muito
dinheiro – Lay começou a caminhar pelos corredores, procurando aquele que ele deveria
agraciar com sua conversa fácil. Ao passar por uma máquina caçaníquel vazia, porém, Lay
não se conteve em jogar contra o aparelho. As fichas foram colocadas e sua mão puxou a
alavanca com vontade, esperando um bom resultado.
As fichas – que nada mais eram do que o seu prêmio – caíram da máquina em grande
quantidade no suporte abaixo do banquinho confortável em que o rapaz estava sentado, mas
Lay não se deu ao trabalho de juntálas antes de voltar a caminhar pelos corredores. Alguma
pessoa que não fosse tão sortuda como ele próprio as pegaria em seu lugar. O trapaceiro
pensou que deixar as fichas ali para algum pobre coitado viciado em jogos seria como sua boa
ação do dia.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 265/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Seus olhos rolaram de um lado para o outro enquanto sua língua umedecia seus lábios.
Seus passos não faziam barulho enquanto ele caminhava, e a primeira vez que a voz saiu de
boca foi para agradecer uma funcionária especialmente bonita que passara por si com uma
bandeja cheia de drinks preparados especialmente para deixar os jogadores felizes e abertos
para mais e mais apostas.
Com uma taça em mãos e um drink descendo quente por sua garganta, Yixing
enxergou aquilo que procurava.
Não exatamente seu alvo em questão, mas uma das meninas que trabalhava à serviço
de Luhan. Ela estava sentada no bar, e fora para lá que o trapaceiro se dirigira, caminhando
devagar. A prostituta era mais bonita do que ele se lembrava de ter visto há algumas horas
atrás, mas com certeza era devido à maquiagem e o vestido vermelho e decotado, ou então o
drink forte já fazendo um leve efeito em sua percepção.
“Viu ele?” Ela perguntou de modo baixo sem olhálo, as maçãs de seu rosto rosadas
em demasiado e seus lábios vermelhos faziam Yixing se lembrar das antigas gueixas que
agraciavam o Japão com sua beleza.
“Boa noite,” Lay disse para o bartender, pedindo um drink logo em seguida. Apenas
quando o uísque desceu pela sua garganta e o homem que trabalhava servindo as bebidas se
afastara fora que ele respondera a mulher, sem olhála. “Estou procurando ainda.”
“Está lá,” Ela murmurou em um tom quase inaudível, virando seu corpo como se fosse
sair da cadeira para começar a andar pelo salão, porém permanecendo sentada. “Na mesa de
Pôquer.”
Lay pigarreou antes de se levantar. Ele não voltou a olhar para a prostituta antes de
começar a caminhar em direção à mesa que fora indicada como sendo o local onde seu alvo se
encontrava. De fato, lá estava a careca que o chinês tivera o – não tão – prazer de ver durante
os dias em que seguira a rotina do juiz juntamente de Tao.
Juiz Kim Shindae. O juiz que daria a martelada final para dar o veredito já pré
estabelecido para os líderes das organizações K e M estava jogando pacientemente o jogo,
com uma expressão que beirava a tranquilidade. Ele usava roupas normais e se Lay não o
tivesse visto vezes o suficiente para gravar o seu rosto, ele passaria despercebido como
qualquer outra pessoa ali presente.
Quando se está dentro do cassino, não importa quem você é, qual é o seu emprego ou
se você é bom ou mau aos olhos da sociedade. A única coisa que importa é quanto dinheiro
você pode gastar – ou, no caso, perder para a Casa.
Lay sorria quando se sentou ao lado do juiz. Seriam longas horas em que eles
jogariam os mesmos jogos, conversariam sobre futilidades e beberiam até que o juiz não
pensasse mais de maneira sensata. Lay estava acostumado a ser um bajulador quando se
sentava para jogar em algum cassino e não se importava em ter que elogiar quem não merecia
ser elogiado ou em conversar sobre coisas que não lhe interessavam com pessoas ainda menos
interessantes.
A única coisa que o incomodava era o fato de ter que perder propositalmente.
O juiz não parecia muito adepto ao falatório intenso enquanto jogava, mas bastou
Yixing lhe pagar algumas bebidas e dizer o quanto o considerava um bom jogador – mentira,
mas ninguém precisava saber disso – para o homem que aparentava já ter seus cinquenta anos
ou mais começar a sorrir e a responder as perguntas do rapaz.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 266/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Qual seu nome, garoto?” O juiz lhe perguntou lá pela quinta rodada que jogavam
lado a lado, tentando ganhar da Casa.
“Lay, senhor, pode me chamar de Lay.” O chinês respondeu, sua voz saindo mais
gentil do que o normal.
“Pois então, Lay,” O juiz disse, rindo, colocando as cartas que tinha em mãos na mesa,
mostrando um Full House. “Preparese para perder.”
O trapaceiro olhou sua mão, mirando uma Sequência Real – algo raro de se conseguir
e que lhe daria a vitória na jogada. “Ah, tem razão, senhor,” Lay disse, rindo, colocando as
cartas viradas de cabeça para baixo sobre a mesa, não mostrando sua mão. “Realmente perdi...
O senhor tem sorte.”
Enquanto o homem ria, Lay sentiu pena do mesmo e olhou para a prostituta que
trabalhava sob as ordens de Luhan, ainda sentada em uma das cadeiras confortáveis do bar do
cassino.
Ela sorria enquanto o encarava de volta, esperando sua hora de entrar em ação.
✘✘✘
Ele estava deitado na cama que toda noite dividia com Jongin, mas estava sozinho. O
quarto estava com a luz ligada e a janela estava fechada, não lhe dando ideia de que horas
eram. O rapaz tentou se lembrar de como saíra do banheiro e chegara até o quarto, mas seus
olhos se arregalaram quando se lembrou do que fizera em si mesmo.
Seu braço ferido estava enfaixado fortemente e pulsava. Ele pensou que poderia ter
sido encontrado por Jongin no banheiro e que o mesmo havia cuidado de si, o trazendo para o
quarto, mas uma sensação ruim em seu interior lhe dizia o contrário.
“Jongin...?” Ele murmurou incerto enquanto empurrava a porta da cozinha. “Você está
aí...?”
Seu coração parou ao ver a parede branca coberta de um líquido vermelho. Sua
respiração foi trancada enquanto ele lia a palavra escrita com algo que ele sabia ser sangue.
Inútil.
A única palavra estava escrita na parede de forma desajeitada, trêmula e o modo como
fora feito não deixava dúvidas de quem era o responsável por aquilo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 267/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kyungsoo sentiu seu estômago se revirar com aquela verdade cruel e mórbida, mas
tudo pareceu piorar quando seus olhos captaram o sangue no chão.
Detrás da bancada havia sangue que trilhava um caminho pelo chão, manchando o
piso branco. Kyungsoo tapou sua boca e seu nariz depressa antes que vomitasse e seus olhos
grandes se encheram de lágrimas grossas.
Kyungsoo poderia suportar que o outro usasse sangue de algum animal para lhe
mandar uma mensagem na parede; mas D.O não havia usado sangue de animal algum... Era
uma pessoa que estava estendida no chão de sua cozinha.
Quem era ali...? Kyungsoo se aproximou alguns passos, tentando evitar olhar para o
líquido vermelho que se espalhava no piso, mas seus olhos pareciam presos na cor vibrante. A
mão da pessoa estava estendida acima de sua cabeça e seu corpo estava virado para baixo. O
sangue provavelmente saía de sua garganta já que a maior concentração da poça se fazia
presente naquela região.
“Jongin?” Kyungsoo murmurou, negando com a cabeça. Não, não, D.O não poderia...
O choro se tornou mais intenso quando o rapaz se ajoelhou no chão, chamando pelo
nome daquele que amava. Kyungsoo sentiu um aperto em seu coração, e chorou alto enquanto
amaldiçoava sua outra personalidade.
“Não, não...” Kyungsoo sussurrou, tossindo algumas vezes enquanto chorava, a ânsia
de vômito o fazendo passar mal enquanto segurava com firmeza o corpo desfalecido o girando
para encarar seu rosto.
O rapaz de pele alva se levantou com dificuldade do chão e olhou ao redor, ainda
chocado com a cena que via. Em cima da bancada, porém, havia algo que ele não havia
reparado até então.
Um bilhete.
Era D.O, óbvio, isso não chocara Kyungsoo de modo algum. O que o fizera sentir seu
coração parar eram as palavras contidas naquela página meio amassada e respingada de
sangue.
Gostou do presente e da mensagem na parede? Considere isso como uma punição por
você ter se machucado propositalmente, Kyungsoo. Eu já lhe disse para não fazer isso, não
disse?
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 268/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Vê o corpo no chão?
Kyungsoo arregalou seus olhos enquanto lia a carta. Suas mãos tremiam enquanto as
palavras eram lidas. Sua personalidade cruel e insana lhe dizia que aquele rapaz era um
mochileiro estrangeiro que passava pelo bairro que ficava ha meia hora de distância de onde o
prédio abandonado se encontrava. D.O dizia nas palavras que depois de cuidar dos ferimentos
de Kyungsoo fora caçar usando, ironicamente, o carro da mulher que ameaçara levar Kai para
longe deles.
D.O contou que encontrou o jovem e lhe ofereceu uma carona até um posto de
gasolina próximo, mas que o caminho havia sido modificado quando o jovem disse que estava
faminto. D.O lhe oferecera um almoço em seu apartamento e o mochileiro, ingênuo, aceitou.
Uma pausa fora feita entre os parágrafos da carta... Kyungsoo imaginava se o outro não
estivera rindo enquanto escrevia com as mãos trêmulas. As palavras continuaram mais uma
vez, voltando a criticar Kyungsoo pelo seu ato impensado e irresponsável, lhe dando sua
punição.
Kyungsoo tremeu ao perceber que o outro havia se passado por si e falado com seus
membros de organização. E se alguém tivesse notado a diferença?
Claro que o rapaz inocente não sabia que sua outra personalidade já havia tomado
conta de seu corpo na frente de seu grupo uma outra vez... Jongin não havia lhe contado esse
fato.
Kyungsoo deixou o bilhete cair no chão. Seus olhos já haviam lido as últimas linhas,
mas ele não se atrevia a acreditar no que havia acabado de ler. D.O lhe instruía a usar a carne
de uma pessoa, aquele rapaz morto em sua frente, para cozinhar o jantar que serviria a todos
do grupo no apartamento ao lado do seu. E como se isso já não fosse loucura o suficiente, D.O
lhe dissera com todas as palavras que se Kyungsoo se recusasse a fazer isso, o outro faria duas
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 269/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
coisas:
Primeiro, eu vou contar para todos sobre o nosso pequeno segredo. Eles vão
descobrir o quão monstruoso você é, o quão doentio o nosso pequeno Kyungsoo pode ser.
Mas se nem isso o convencer a me obedecer, bem, você no fundo sabe o que eu vou fazer, não
sabe? Não é a toa que você pensou que fosse o seu precioso Jongin que estava morto aqui no
chão. Você sabe que se eu quiser, posso matálo, não sabe? Kyungsoo, me obedeça... Você
sabe que eu vou saber caso você não faça exatamente o que eu mandei, você não pode
esconder nada de mim.
Os olhos de Kyungsoo pareciam mortos quando ele voltou a pegar o bilhete do chão
para colocálo novamente sobre a bancada, o relendo sem expressão. Seu coração não pulsava
mais violentamente e seu olfato já havia se acostumado, mesmo sem querer, com o cheiro de
sangue.
A ideia de comer carne humana anojava Kyungsoo embora ele mesmo já tivesse feito
isso inúmeras vezes enquanto consciente. Ele pensou que não era de todo mal fazer isso já que
ele era, sim, um monstro... Mas alimentar seus companheiros com a carne de uma pessoa lhe
parecia errado demais.
Kyungsoo chorou enquanto suas mãos se enchiam de sangue, enquanto a faca cortava
a carne e enquanto ele olhava para o rosto da pessoa morta.
Ele só parou de derramar lágrimas quando colocara o corpo em um saco plástico preto
e o guardara na dispensa. Seu nariz não escorria mais e sua garganta não parecia mais se
fechar, o sufocando, enquanto ele picava os pedaços levemente endurecidos de carne ou
quando fazia o molho.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 270/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Não só no sentido de estar bêbado – embora estivesse – mas também porque estava
ganhando mais do que jamais ganhara em um cassino. Em sua frente haviam mais fichas do
que seus dedos curtos poderiam carregar e os drinks não paravam de aparecer em sua frente,
todos eles patrocinados pelo rapaz chinês que se sentia levemente frustrado por ter que perder
tantas vezes seguidas.
“Você me dá sorte, rapaz.” O juiz disse, rindo, e apontando para Lay. “Nunca ganhei
tanto!”
Também pudera, Lay pensara consigo mesmo. O trapaceiro havia dado todas as
chances para que Kim Shindae ganhasse várias rodadas consecutivas, mas o homem era tão
estúpido que se deixava perder algumas vezes por pura desatenção. Lay já havia perdido a
conta de quantas vezes poderia ter vencido porque não valia a pena contar.
“Só não vá roubar minhas fichas, certo?” O homem falou, rindo alto, e Lay riu junto
dando uma discreta olhada para a prostituta da qual ele não conseguia lembrar o nome, por
mais que forçasse sua memória.
Ela o encarava de volta, pois sabia que, em breve, deveria começar a agir.
No Black Jack as cartas continuaram a ser dadas e o juiz continuou feliz, enquanto
ganhava algumas rodadas. Porém, o nível de álcool em seu sangue já era alto o suficiente para
que ele nem ao menos ficasse irritado quando perdia. Ao invés de se sentir incomodado ao ver
suas fichas sendo recolhidas pelo crupiê, o juiz Kim dava gargalhadas altas e tapas amigáveis
no braço de Lay, como se quisesse chamar sua atenção para a desgraça que lhe acontecia.
“Cassinos são uma merda, não é?” O juiz perguntou, rindo, enquanto bebia seu
uísque, esperando o crupiê lhe dar as cartas para a próxima rodada. “Mas não canso de jogar,
é como um vício.”
“Entendo bem o senhor.” Lay respondeu, sorrindo. “Mas se é um vício ruim ou não é
tudo uma questão de sorte, não é?”
“Não, não,” O juiz disse, sua expressão tomando um ar sério, mas logo voltando a se
contorcer em uma risada. “É questão de habilidade, rapaz, e isso eu tenho de sobra.”
“Boa noite, rapazes,” Uma voz feminina murmurou entre as tantas outras ao redor da
mesa – aparentemente mulheres gostavam de Black Jack, ou talvez dos homens que jogavam
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 271/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Lay encarou a prostituta que trabalhava para Luhan e ficou agradecido por ela
aparecer. Ele já não aguentava mais o velho juiz.
“Boa noite,” O juiz respondeu, parecendo animado. “O que uma moça bonita como
você faz sozinha por aqui?”
Ela deu uma risada ensaiada antes de inventar uma desculpa qualquer. Lay também
sorria e seguia os olhares da garota não muito mais velha que si, fazendo tudo como o
combinado. Apresentouse como devia e a ouviu lhe dizer seu nome, porém o trapaceiro tinha
a certeza de que esse não era o nome que ouvira Luhan dizer a algumas horas atrás.
A moça não jogou sequer uma vez, mas sentouse ao lado do juiz enquanto lhe dizia
palavras de elogios que ele queria ouvir e o incentivava a jogar mais e mais. Lay também
sorria, tendo que admitir para si mesmo que a prostituta sabia bem o que fazia, era bem
treinada na arte de seduzir.
Suas pernas estavam à mostra devido ao vestido e seus toques nos braços do juiz eram
discretos, mas provocativos.
“Você é muito bom no jogo, senhor Kim.” A mulher disse, discretamente lançando
um olhar para Yixing, que acenou com a cabeça.
“Já falei pode me chamar de Shindae, querida,” O juiz disse, lançando um braço ao
redor do corpo esguio da mulher. O plano finalmente estava andando. “Acho que o rapazinho
ali, Lay, me dá sorte!”
Lay negou, rindo consigo mesmo pelo fato de que o destino seria cruel para o juiz. A
sorte não estaria ao seu lado até o fim da noite.
“Aonde vai, rapaz?” O juiz perguntou, com um tom triste enquanto Lay se levantava
da cadeira.
“Já perdi muito dinheiro,” Lay respondeu sorrindo, mas fingindo certa tristeza. “Vou
tentar a sorte nos caçaníqueis.”
“Ah,” O juiz murmurou, pensativo. “Mas se for por isso eu lhe empresto dinheiro,
veja, tenho fichas para dar e vender!”
O olhar de Yixing cruzou com o da prostituta, que sorria para si. “Muita gentileza de
sua parte, senhor Kim, mas o senhor já está em ótima companhia, acho que já está mais do
que na hora de eu me retirar.”
O juiz tentou insistir mais algumas vezes, mas Lay recusou a todas com muita
educação, podendo suspirar aliviado somente quando se afastou muitos metros, livrandose de
seu martírio. O trapaceiro estava com menos de dez fichas nos bolsos e pretendia recuperar
todo o seu dinheiro com as mesmas, mas deveria primeiramente esperar que o juiz e a
prostituta saíssem do cassino em direção ao hotel que nada mais era que um anexo grande e de
bom gosto, onde aqueles que se cansavam dos jogos poderiam descansar com conforto –
desde que pudessem arcar com as despesas do lugar.
Lay se endireitou na cadeira em que estava sentado e pegou seu celular. Ele já havia ganhado
algumas vezes no caçaníquel que jogava, mas o tédio já tomava conta de seu ser, não se
divertindo nada ao vencer um jogo contra uma máquina.
“Já estão subindo?” A voz de Tao soou no mínimo tediosa do outro lado da linha e
Lay se sentiu levemente ofendido.
“Sim, estão. Em menos de cinco minutos eles vão estar aí, esteja pronto no local
combinado.”
Tao riu brevemente do outro lado da linha. “Eu sempre estou pronto, Lay.”
Claro, ficar mais de três horas em um quarto de hotel, esperando que o alvo
aparecesse para ser assassinado provavelmente não era nada divertido, mas Tao deveria
entender que ganhar a confiança das pessoas, embebedálas e fazêlas ganhar em jogos em
que são péssimas era algo, de fato, demorado.
Tao esperaria o juiz na escadaria do segundo andar, pois a prostituta havia sido
instruída a dizer ao homem que tinha claustrofobia e se recusava a pegar o elevador e, com
um pouco de paciência e sedução, ela o convenceria a subir degrau por degrau com ela até o
terceiro andar, onde o quarto alugado por si há algumas horas ficava.
As escadas não tinham sistema de vigilância, Tao já havia feito o trabalho de verificar
isso; e não seria exatamente difícil abater um alvo tão fácil como o juiz.
Lay havia perguntado ao assassino como ele faria o ato em questão e Tao tentou lhe
explicar o que faria usando palavras enroladas que o trapaceiro entendeu escassamente. Em
sua mente, Lay imaginou que Tao seguraria o juiz com força pelos braços, os forçando para
que os mesmo ficassem atrás de seu pescoço; com a violência necessária, Tao forçaria os
braços do juiz para frente, empurrando o pescoço do juiz no processo até que este se
quebrasse, asfixiando o homem aos poucos pela falta de ar. O assassino também havia dito
que esse movimento poderia cortar o fornecimento de fluido espinhal para o cérebro,
causando danos cerebrais ou morte, mas Lay realmente não se interessara nessa parte da
explicação.
Quando o trapaceiro ouviu um murmúrio alto vindo da parte em que ficava a junção
do hotel e do cassino, ele soube que estava feito. Tao quebraria o pé do juiz e o empurraria
para que o mesmo caísse um lance de escadas ou dois, antes que, enfim, o assassino subisse
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 273/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
até o último andar depressa, para não ser pego. A prostituta provavelmente olhara para o
corpo do juiz por alguns minutos antes de forçar o choro e começar a descer até o andar térreo
do hotel pedindo por ajuda, afirmando que o juiz havia tropeçado e caído pela escada, estando
desacordado.
Ela iria ser levada até a delegacia onde daria um testemunho rápido antes que Luhan a
fizesse sumir. Ela iria ser mandada para outra cidade, outro país, isso não importava muito na
verdade. Lay só sabia que nunca mais veria aquela mulher em sua vida.
“Estou pensando em como ainda vai demorar algumas horas para que eu consiga
recuperar o dinheiro que perdi e conseguir mais um pouco... Sem chamar muita atenção,
claro.” Lay disse, sorrindo, enquanto recebia mais cartas do crupiê.
Tao fez uma pequena careta, mas suspirou, pegando algumas cartas para si mesmo.
“Vou jogar algumas partidas, beber um pouco no bar e ir embora com a minha moto... Não
gosto desse lugar.”
“Não se preocupe, ninguém vai saber que você esteve lá no hotel.” Lay murmurou,
sorrindo ao ver as cartas que tinha em mãos, um bom jogo se iniciara.
“Eu sei, é só que não gosto desses jogos.” Tao sussurrava, tentando entender o que as
cartas que tinha em mãos significavam.
“Isso porque você não é sortudo como eu.” Lay respondeu, sorrindo, e Tao o olhou
com uma sobrancelha erguida.
O sorriso de Yixing só sumiu quando o moreno lhe lembrou que para pessoas como
ele, a sorte não significava nada. Lay fora obrigado a concordar.
✘✘✘
Já era tarde porque Kyungsoo demorara a preparar a comida, e ele precisara afastar os
outros de dentro de seu apartamento, alegando que não queria e não precisava de ajuda.
Yixing e Tao ainda estavam no Cassino, por isso não se encontravam sentados na
mesa improvisada que Baekhyun e Sehun haviam arrumado no apartamento que o líder da K e
o mais novo do grupo dividiam. Luhan e Jongin ainda não haviam retornado de sua missão na
cidade vizinha e seus lugares também estavam vagos.
Claro que eles não sabiam que quem havia conversado com eles havia sido D.O, e não
Kyungsoo.
“A comida está ótima, hyung.” Sehun murmurou, enquanto mastigava. Kyungsoo viu
de relance a carne entre os dentes do mais novo e seu estômago se revirou em seu interior.
E quando a mesma se abriu pela segunda vez, depois do que parecera ser uma
eternidade, o coração de Kyungsoo dera um salto em seu peito. Jongin estava parado no vão
aberto, com o rosto pálido, seus olhos rolando em suas órbitas até encontrar o menor, o
encarando.
O bilhete que D.O havia escrito jazia amassado entre seus dedos.
CONTINUA
Notas finais
Como eu disse anteriormente, o que é um peido para quem está cagado. Aposto que ninguém
mais ali se surpreende quando um novo peidinho molhado surge.
Falou em pedir ajuda pra uma de suas meninas o Luhan já vê flashes de salto alto, cílios
postiços e perucas e treme na base com medo de virar moça novamente.
"Kyungsoo não passava de um caseiro para a K" isso é tão Cine Band Prive que eu vou parar
por aqui. Não que eu assistisse, eu só ouvi falar.......
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 275/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
DESCULPA, mas o OTP mais real de TdC é o Yixing e a prostituta desse capítulo. Beijos.
Tao finalmente pôs a mão na massa nessa história. E também no pescoço do juiz, mas enfim.
D.O curtiu dar sustinho no galeros e decidiu ser o Serginho Malandro da noite mais uma vez.
Porém, show exclusivo para o Kyungsoo.
E a suruba está feita, doze caras convidados para se juntarem e comerem o pobre rapaz, não,
péra... Muito cuidado ao passearem pela sessão de carnes em promoção no mercado, dica.
Por hoje é isso pessoal. Mais uma vez, desculpa o atraso e nos vemos na sexta, bonitinho
como combinado :D
Notas do Autor
Olar irmãos, olar irmãs, esxtamosx aqui reunidosx para maisx um capítulo de TdC.
Mas disso vocês já sabem então vamos ao que importa.
Os capítulos vão ser postados às sextas como sempre, não se preocupem. Apenas imprevistos
podem quebrar este ciclo sem fim, que nos guiará e, tá, menos Rei Leão, mais ação.
Boa leitura!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO DEZESSETE – EQUILÍBRIO INSTÁVEL
O moreno abrira a porta do carro depressa, sua mochila com a tira caída no ombro
balançando enquanto ele caminhava apressado e entrava pela porta do prédio, sendo seguido
de perto pelo loiro, integrante da M.
Eles haviam saído pela manhã e chegaram ao destino no início da tarde, onde
encontraram aquele que procuravam lhes aguardando em um escritório bonito, mas abarrotado
de livros, sentado atrás de uma grande mesa, os olhando com um sorriso no rosto.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 276/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O líder daquela organização não parecia ser mais velho do que eles mesmos e seu
sorriso pareceu se alargar ao ver que Luhan era quem entrara no escritório primeiro, sendo
seguido por Jongin e mais dois homens que faziam a guarda do lugar.
Jongin se sentira desconfortável durante todo o tempo, mas mantivera sua expressão
neutra, com um discreto sorriso sempre presente enquanto ouvia Luhan falar ou o homem
chamado Kyoh rebater as propostas.
O conquistador da K sabia fazer bem o seu trabalho e sua lábia fizera tudo no
momento que precisara para encantar aquele homem desconhecido para si. Mulheres eram
muito mais vulneráveis, mas qualquer pessoa poderia ser conquistada, se as palavras e ações
fossem bem colocadas nos momentos certos. Luhan também fizera bem o seu trabalho, as
palavras pareciam fluir de entre seus lábios como se fossem deleite para os ouvidos dos
presentes.
Com a promessa de que em dois dias eles poderiam vir com quantos carros quisessem
e pegassem tudo o que precisassem – desde que trouxessem uma quantia exorbitante de
dinheiro junto, o valor combinado previamente e que não parecia afetar Luhan tanto quanto
afetara Jongin –, o acordo estava selado.
O homem não queria só dinheiro, mas ao contrário do que Jongin pensara – porque,
querendo ou não, Luhan deixara subentendido que eles pagariam os favores recebidos com
sexo – Kyoh não queria eles. Claro, o líder daquela organização desconhecida para Jongin
dissera que seria um prazer ter Luhan sob seus lençóis novamente, mas que não poderia, tendo
em vista que ele estava prestes a se casar com a filha do líder da organização antes
considerada rival, para unir as duas famílias.
“Não demorará muito até que tenhamos que nos unir de uma maneira ou de outra para
não perecermos,” Jongin lembrava bem daquelas palavras, aquele rapaz era jovem, mas falava
como um velho experiente, deixando o moreno curioso sobre sua vida. “Vocês já tiveram que
se unir e estão pedindo a minha ajuda. Chegará um momento em que não poderemos mais
ficar em silêncio e precisaremos agir, pôr um fim em algumas vidas que são significantes o
bastante para privar nossas noites de um bom sono.”
Jongin não questionara sobre quem o outro falava, porque era bastante óbvio que se
tratava de algumas personalidades chaves dentro do governo, talvez até mesmo incluindo o
presidente. Um golpe de estado não seria o bastante para tomar o poder, – poder este que
aparentemente todas as organizações do crime queriam deter.
O conquistador da K só queria uma vida pacífica. Ele se perguntava o que faria após o
resgate dos líderes... Até quanto tempo ele poderia ficar com Kyungsoo naquela situação. Não
era nada seguro, o menor sabia quando aceitou ficar ao lado de Jongin, ele até mesmo dissera
que estando por si mesmo também não seria seguro, nem para o próprio Kyungsoo e nem para
ninguém ao seu redor.
Com esse pequeno pensamento o moreno sentiu um arrepio frio e cruel cruzar sua
espinha, como se ele já soubesse o que o esperava em seu apartamento – aquele que ele
costumava chamar de lar, que dividia com Kyungsoo como se fossem irmãos, o lugar onde
passava algumas tardes de domingo embaixo dos lençóis comendo algum bolo que o menor
preparara, os dois deitados lado a lado fingindo serem pessoas completamente normais.
Fazia quanto tempo que ele e Kyungsoo não ficavam assim, dessa maneira? Fazia
algum tempo que a relação dos dois parecia ter decaído e isso preocupava Jongin. Ele não se
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 277/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
perdoaria se deixasse o menor lhe escapar por entre seus dedos, não depois dos três anos que
ficaram juntos, dois destes anos sozinhos em Seul, dividindo um pequeno quarto em uma
pensão. Foram tempos bons excluindo as vezes quando Jongin saía para conquistar mais
vítimas, deixando o mais velho sozinho e perdido em si mesmo.
“Vou para o apartamento do Sehun,” Luhan murmurou, feliz. As vozes vindas de lá,
parecendo animadas, denunciavam que havia uma reunião acontecendo – os dois só não
imaginavam que a reunião se tratava de um jantar.
Jongin concordou com a cabeça, se afastando pelo corredor até chegar à porta do
apartamento que ele dividia com Kyungsoo. Ele precisava ver o menor. O moreno sabia da
preocupação do outro quanto à sua ida até o líder da organização aliada.
Sua mão forçou a maçaneta da porta e ele entrou, chamando pelo mais velho. Jongin
não tinha o costume de chamar o outro de modo respeitoso, mesmo que Kyungsoo
inevitavelmente fosse o mais velho, mas o próprio havia dito que preferia ser chamado apenas
pelo nome quando eles mal se conheciam ainda.
Em seu rosto havia um pequeno sorriso. Ele mal esperava poder ver o corpo pequeno
à sua frente, para lhe abraçar e lhe dizer que não houve nada demais no que acontecera no dia
que se passara, que eles haviam se preocupado a toa. Seus lábios formigavam já em
antecipação, a vontade de tomar o outro para si o fazendo perder o controle aos poucos.
Jongin estava com saudades de Kyungsoo. Já era hora para que ambos conversassem
sobre alguns assuntos. Jongin sabia muito bem que precisava parar de atrasar a conversa sobre
alguns tópicos considerados tabus, mas ele não poderia evitar que o medo tomasse conta de si
quando o mais velho queria conversar sobre seu pequeno distúrbio.
Jongin desprezava D.O com todas as suas forças, não conseguia acreditar que um ser
tão cruel e cínico fazia parte de Kyungsoo. Ele, de fato, não acreditou plenamente sobre a
dupla personalidade que afligia o mais velho durante algum tempo em que eles viveram juntos
no primeiro ano de convivência. Jongin precisou encontrar aquele que considerava ser a
pessoa mais gentil que já vira em vida com uma mão desconhecida entre as suas.
A mão estava desconectada de qualquer braço e Kyungsoo mordia os dedos com certa
força, como se tivesse prazer em mastigar como se fosse uma goma de mascar a carne que
tinha uma cor rosada, demonstrando estar mal passada.
Com essa lembrança o assolando, Jongin caminhou até a cozinha, esperando encontrar
Kyungsoo lá, já que o mesmo não estava em nenhuma outra parte do apartamento. Encontrou
o lugar vazio e um pressentimento ruim o invadira.
Havia um odor de limpeza impregnado no chão da cozinha, muitas panelas sujas sob o
fogão e um bilhete em cima do balcão que Kyungsoo usava para cortar os legumes – e que
algumas vezes ambos usavam como superfície de apoio para outras coisas.
Tudo aconteceu muito rápido quando Jongin pegou o papel amassado entre as mãos.
Ele reconhecia a letra apressada e torta que traçara as palavras e reconhecia ainda melhor as
marcas vermelhas respingadas sob a superfície branca, esta feita de fibras de celulose.
A assinatura de D.O e sangue pareciam sempre andar juntos, como se fossem amigos
inseparáveis, fora o que Jongin pensara ao contrair seus dedos, amassando ainda mais a carta
destinada para Kyungsoo. Seus pés correram pela casa, procurando o corpo, e quando o
encontrara na pequena dispensa, dentro de um saco negro, faltandolhe pedaços de carne nas
coxas principalmente, seu estômago se revirou dentro de si.
A porta da dispensa bateu com força atrás de si e ele nem ao menos se importara em
dar boa noite para as pessoas sentadas na mesa de jantar improvisada onde os membros da K e
da M comiam quando adentrou no apartamento em que a reunião acontecia.
Seu coração pareceu parar de pulsar contra o peito ao ver seus companheiros, seus
amigos, comendo a carne humana e rindo, contando as novidades, felizes por tudo, enfim,
estar dando certo para eles.
Seus olhos se encontraram com os de Kyungsoo e Jongin rezou, por tudo que era mais
sagrado para si, ele rezou para que fosse D.O quem estivesse ali, para que Kyungsoo não
tivesse obedecido àquela maldita carta e que não fosse o responsável pela cena desagradável
que acontecia ali.
Seus olhos aflitos, as sobrancelhas tensionadas como se ele soubesse, e ele sabia, da
monstruosidade que havia feito, todo o seu rosto se contorcia levemente em uma expressão de
tristeza, culpa e surpresa enquanto encarava Jongin.
O conquistador da K sabia que não poderia, de maneira alguma, falar a verdade sobre
de onde provinha a carne que o grupo usava para se alimentar naquele momento, aquilo
poderia causar algo que Jongin não podia sequer imaginar.
“Tao e Lay chegarão daqui ha pouco, senta aí e coma conosco, Kai, está ótimo!”
Chanyeol falara, mas o outro sequer o olhara.
Kyungsoo, de certo modo, pensava que deveria ser punido pelo que fizera. E o que
melhor para uma punição do que dor?
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 279/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“O que você fez!?” Jongin falou alto ao fechar a porta do apartamento que amos
dividiam, empurrando o mais velho contra a primeira parede que encontrara. “Kyungsoo, por
quê? Por quê?”
Kyungsoo não respondera. Não havia nada que ele pudesse falar em sua defesa. Além
disso, Jongin havia lido a carta. Ela jazia no chão, aos pés dos dois, enquanto o moreno
segurava o menor com suas mãos, com força.
“Responde!” Jongin gritou. “Mas que merda, eu pedi, eu implorei para que o D.O não
fizesse nada, mas daí você faz!? Você deu aos nossos amigos carne...” Uma pausa fora feita
enquanto a expressão do moreno se contorcia em nojo. “Você deu a eles a porra da carne de
uma pessoa, tem ideia de o quanto isso é doentio? Nojento?”
Kyungsoo não queria olhar o maior nos olhos. Ele pensara que Jongin não chegaria a
tempo para ver o jantar, mas agora que ele já vira não havia o que fazer.
“Desculpe, eu...”
Os olhos do rapaz de pele clara começaram a ficar úmidos quando seu nariz passara a
formigar aos poucos, indicando que ele começaria a chorar. “Eu acordei e—ah, Jongin, o
corpo já estava na cozinha, foi horrível... E tinha sangue e a carta, eu não podia...”
“Não podia negar?” Jongin perguntou, apertando os braços pequenos entre seus dedos.
“Como você pode dizer isso? Por que não me esperou chegar? Por quê?”
Kyungsoo engasgou no próprio choro. “Eu não sabia quando você voltaria!” A voz do
mais velho aumentou de tom, enquanto ele se desesperava aos poucos ao se lembrar do que
havia escrito na carta. “E ele disse... Disse que contaria aos outros e que mataria...” A voz do
pequeno se perdeu, ele não conseguia terminar a frase.
Ele não poderia aceitar que D.O poderia tirar a vida daquele que era importante para
si.
“Eu quero falar com ele,” Jongin exigiu, chacoalhando o corpo pequeno entre seus
dedos. “Aparece!”
Kyungsoo tremeu, negando com a cabeça. “Você sabe que não é assim que
funciona...!”
Kyungsoo não tentava mais se defender e apenas chorava quando começara a receber
mais xingamentos do que jamais fora acostumado, Jongin não parava de chamar o outro com
raiva, querendo pôr um fim naquela situação que viviam. Jongin não poderia mais suportar
que D.O existisse, que destruísse a vida de ambos aos poucos.
“Aparece, merda! O que você quer? O que você quer de mim, desgraçado!?” Jongin
gritou uma última vez e Kyungsoo fechou seus olhos com força, querendo que aquilo tivesse
fim.
Quando Jongin viu o menor abrir seus olhos novamente seu cenho franzido relaxou.
Mas quando a voz soou grave e calma, todo o seu corpo tremeu.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 280/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Não precisa gritar... Eu não sou surdo, sabe?” D.O murmurou, puxando seu braço
para que Jongin relaxasse o aperto, obtendo sucesso, já que o moreno o largara como se a pele
alva pegasse fogo. “Ah, você só sabe fazer o Kyungsoo chorar...”
Jongin entreabriu seus lábios, não acreditando que o outro realmente tivesse aparecido
por vontade própria para falar consigo. D.O olhou para cima enquanto passava os dedos pelo
rosto, limpando os rastros das lágrimas que haviam escorrido pela pele.
“Terminou o show? Posso ir?” D.O perguntou irônico, com um meio sorriso nos
lábios, antes de começar a caminhar para longe de Jongin.
O moreno pareceu acordar e puxou o outro pelo pulso enfaixado, arrancando um grito
de dor do mesmo. “Eu não disse que você podia ir.” Jongin falou entre os dentes cerrados e
D.O contorceu seu rosto em dor enquanto o outro ainda segurava seu pulso ferido –
previamente rasgado por Kyungsoo, em uma tentativa ridícula de suicídio.
Jongin tirara os dedos de em torno de seu pulso, mas capturara seus ombros, o
empurrando novamente contra a parede, recebendo um gemido de dor em resposta.
“Você disse que não ia mais fazer essas coisas... Por que, D.O, por que fez isso?”
Jongin perguntou, seus dedos apertando a pele do outro com força por cima da camiseta fina
que usava.
“Prometi que ficaria em silêncio enquanto você fosse um bom garoto. O que, de fato,
não aconteceu. O Kyungsoo ficou triste e eu fiz o que era necessário, Kai...” D.O murmurou,
seu rosto sem expressão alguma enquanto ele olhava o outro com seus olhos maliciosos. “Não
só eu, como o Kyungsoo também... Ou você queria que tivesse sido você o prato principal,
huh?”
Jongin chacoalhou uma única vez o corpo à sua frente e o empurrou novamente contra
a parede, ouvindo a voz rouca e grave xingar alto, coisa que Kyungsoo nunca faria.
“Eu não fiz nada!” Jongin gritou, seus olhos se enchendo de lágrimas. “Eu sei que o
Kyungsoo pensou que alguma coisa... Ah... Ruim aconteceria, mas nada aconteceu! Ninguém
tocou em mim, eu... Ah, céus, se isso fizer você parar de aparecer eu juro que nunca mais me
encontro com as mulh—”
“Eu não estou falando sobre você dar ou não para aquele cara que você e o loiro da M
foram encontrar, seu idiota. E nem das suas putas.” D.O murmurou, revirando seus olhos.
“Você é um idiota mesmo.”
Um sorriso largo rasgou a expressão até então séria de D.O e Jongin suspirou,
cansado. “O que eu vou ter que fazer para você sumir? Sério, o que você pretende, huh?” O
tom de voz do moreno agora se mantinha instável, mas rígido. “Para que você existe?”
“Por que eu existo?” Ele perguntou, erguendo uma sobrancelha. “Ah, sim... O
Kyungsoo deve ter te contado da infância e adolescência conturbada dele... Mas sabe o que é
Kai? O Kyungsoo não se lembra das coisas realmente ruins... Ele não se lembra de nem
metade das coisas e sabe por quê? Eu o fiz esquecer.”
Jongin estreitou seus olhos. Kyungsoo realmente havia lhe contado sobre algumas
coisas, alguns abusos que sofreu por parte de colegas, que terminaram quando D.O surgiu.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 281/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Mas a personalidade cruel não falava das mesmas coisas que o moreno sabia...
“O Kyungsoo não faz ideia das coisas realmente ruins que aconteceram. Ele não se
lembra de se perguntar tantas vezes quando era criança: ‘Por que o papai me machuca? Por
que ele me toca desse jeito? Dói... Por que ele me morde e me faz sangrar? Por que a mamãe
finge não escutar o meu choro? Os meus gritos... Por quê?’”
Jongin recuou um passo para trás, deixando de segurar o menor pelos ombros, não
conseguindo acreditar no que ouvia.
“Ah, a história não é tão bonita quanto aquela em que havia um coleguinha malvado
que eu assassinei, não é?” D.O perguntou, rindo em escárnio. “Foi o que eu contei para ele por
carta, foi o que eu fiz ele lembrar... Ele não lembra de se perguntar tantas vezes: ‘Por que os
valentões do colégio gostam de ver minha pele se partir devido aos socos que desferem em
mim sem motivo algum?’”
A voz que D.O fazia era forçadamente fina, em uma tentativa de imitar o modo como
Kyungsoo falava. “Por que as pessoas apreciam a visão do sangue escorrendo? Por que
papai me faz sangrar também às vezes e prova do meu sangue como se fosse algo bom?
Sangue é bom? Carne é bom? Carne humana é boa?”
Jongin chacoalhou a cabeça enquanto se afastava, mas D.O fora atrás de si, o
segurando pelo braço.
“Você me perguntou o porquê de eu existir, Kim Jongin. Pois bem, eu nasci, eu fui
criado, porque o Kyungsoo não foi feito para sofrer, ele não foi feito para aguentar tudo o que
ele era obrigado a passar... Ele não foi feito para ser louco, Jongin, eu fui.” Os olhos de D.O
pareciam negros e fundos, como se fossem um poço do qual Jongin jamais poderia escapar
caso caísse dentro. “Você quer saber o que eu sou? Eu sou a loucura de Do Kyungsoo.”
“Não pode? Seu pai também não era um alcoólatra? Você contou isso para o
Kyungsoo... Qual é a garantia de que se seu pai não estivesse o tempo todo caindo pelos
cantos de tão podre pela bebida ele não tentaria tocar em você, huh?” D.O perguntou,
puxando o mais alto, o obrigando a olhálo. “Eu existo há muito tempo, aguentei tudo em
silêncio... Até que pensei que já era hora do Kyungsoo saber da minha existência.”
“Quando eu surgi eu sabia qual era o meu propósito, sempre soube. E quando eu achei
que já era a hora, eu disse para o Kyungsoo que eu estava com fome... Mas não era fome de
carne humana, não, era fome de vingança, fome de liberdade, fome de algo que nós não
poderíamos ter enquanto estivéssemos presos naquela realidade. Eu nada mais sou do que
uma válvula de escape, Jongin, eu sou aquilo tudo que o Kyungsoo não pode ser, não tem
como ser.”
O sorriso sarcástico tão costumeiro de D.O não estava mais lá. Nenhum deles sorria,
ambos tinham os olhos úmidos, na verdade.
“Eu assassinei, Jongin, matei um por um daqueles que faziam mal para ele, eu o fiz
fugir daquilo, disse que os pais dele ficariam bem, mas ah, não ficaram, eu juro para você que
não ficaram...” D.O riu sem vontade. “Eu só salvei você porque ele pediu, porque o lado bom
dele pediu.”
O moreno deixou sua mente o levar até as lembranças do dia que conhecera D.O e
Kyungsoo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 282/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Você quer saber de verdade o que aconteceu naquele quarto de hotel de beira de
estrada?” D.O perguntou, mas não esperou que o outro respondesse. “O Kyungsoo não
conseguia suportar muitas coisas das quais eu fazia e ele tentava pôr um fim em mim... Em
nós.”
“Não...” Jongin murmurou, mas o outro continuou, não lhe dando ouvidos.
“O Kyungsoo quis morrer... Ah, quantas vezes ele tentou acabar conosco, acabar com
a sua própria vida para fazer com que eu parasse de matar. Jongin, ele não consegue cometer
suicídio porque eu não deixo, eu não vou o deixar morrer, não fácil dessa maneira... Não
enquanto eu não quiser deixálo. Ah, sim, ele tentou acabar com a própria vida algumas vezes
antes de conhecer você, ele tentou se matar tomando alguns remédios naquele mesmo dia
antes de conhecer você... Irônico, não?”
D.O encostou suas costas na parede e olhou para cima, rindo. “Eu não deixava ele
terminar, eu sempre o impedia. Daquele vez em particular eu o fiz vomitar aqueles remédios
que fariam ele morrer. Ele tentava dormir depois de tanto chorar quando ouviu os gritos da
mulher que você chamava de vítima, ah, ele ouviu seus gritos também...”
Jongin se lembrou da cena e um frio percorreu sua espinha enquanto D.O continuava a
falar. “Ele me pediu para salválo e eu o fiz... Eu o deixei te seguir porque pensei que talvez,
só talvez, você pudesse vir a ser algo bom para o Kyungsoo. Mas pelo visto você não foi
muito bom, já que ele voltou a se machucar hoje, depois de tanto tempo...”
D.O ergueu o pulso ferido e Jongin arregalou os olhos, parecendo entender o que
acontecera. “Não, não...” O moreno murmurou, pegando o braço do outro entre seus dedos,
enquanto alisava o curativo manchado de sangue do ferimento superficial que voltara a ser
aberto há pouco tempo. “Por quê...?”
“O Kyungsoo é fraco, mas ele não precisa ouvir isso da sua boca.” D.O murmurou,
não puxando seu braço enquanto Jongin fazia carinho, arrependido. “Entenda que somos
doentes... Entenda que, por mais que eu odeie isso, você é importante para o Kyungsoo. Você
é a sanidade dele, enquanto eu sou a loucura.”
Jongin ergueu seu olhar para o outro e esperou encontralo rindo de si, mas tudo o que
encontrou fora um olhar sofrido o encarando de volta. Como se D.O estivesse tão cansado
como ele próprio.
“Por que... Por que você matou todos aqueles inocentes? Foram tantos... E eles não
fizeram mal—”
D.O sorriu. “Eu admito que perdi o controle muitas vezes, perdi aos poucos meu
propósito enquanto eu só queria ser livre... Queria... Eu só procurava a sanidade. E quando
você entrou no nosso caminho, eu precisava que você me enxergasse, me visse como eu
realmente sou... Ver como Kyungsoo é em seu interior.”
O moreno soltou o braço ferido de Kyungsoo, mas não se afastou enquanto o outro
continuava a falar.
“Jongin, eu não quero ir embora... Mas eu quero, ah... Eu sou...” D.O suspirou,
parecendo irritado consigo mesmo. “Tudo o que o Kyungsoo sente eu sinto o dobro, ou mais
até. A raiva que ele sente em você não admitir seus sentimentos – porque não me venha com
essa merda de que vocês são apenas bons amigos, pode até funcionar com o Kyungsoo, mas
não funciona comigo –, o desespero em não querer ser um estorvo, a tristeza por se sentir
inútil... E o amor...” D.O fez uma pausa, comprimindo seus lábios, como se tivesse falado
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 283/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
demais. “Ah, eu o forço, Jongin, forço ele a tentar ser forte, eu o machuco, o manipulo para
que ele não precise de mim...”
Jongin passou as costas das mãos sobre seus olhos, tentando sumir com qualquer
rastro de lágrimas que pudessem estar presentes. Ele não poderia dar ao outro o prazer de vê
lo chorar.
“O que você quer?” Jongin perguntou, engolindo em seco. “Perguntei isso e você não
respondeu... Você sabe que eu posso cuidar dele, eu prometo cuidar dele... Por que não vai
embora?”
D.O deu de ombros, sorrindo, chacoalhando o pulso ferido, para lembrar Jongin do
que acontecera naquele mesmo dia. “Não é tão simples assim dizer adeus, sabia? E eu quero
muitas coisas, na verdade, mas uma delas tenho certeza de que você sabe o que é. Sempre
soube... Não?”
“Não.” Jongin mentiu, já estava bastante óbvio há algum tempo o que D.O queria
consigo, o quanto o provocava de todas as maneiras possíveis.
“Você vai ser meu.” D.O murmurou. “Vai provar da minha loucura e poderá até
mesmo tentar me curar com a sua sanidade, tente se for capaz.”
Jongin engoliu em seco ao sentir os dedos ágeis do outro adentando sua camisa
enquanto o abraçava. “Você vai embora, então?” Perguntou, fechando seus olhos ao sentir os
lábios de Kyungsoo lhe beijando no pescoço com uma malícia que não pertencia a ele,
somente a D.O.
“Eu não vou sumir, se é isso que você quer saber, não ainda.” Os beijos se tornaram
leves mordidas na pele nua do pescoço de Jongin e o mesmo prendeu a respiração.
D.O riu soprado contra a pele do outro. “O Kyungsoo não foi feito para matar, ele não
consegue. Mas você sabe que eu consigo... Quer brincar comigo? Quer brincar com a vida do
Kyungs—”
D.O não chegara a terminar sua ameaça antes de seus lábios serem cobertos pelos de
Jongin. As carnes macias se esbarraram de modo desajeitado durante alguns momentos,
parecendo se conhecer pela primeira vez. As línguas mal tocaramse antes do contato ser
desfeito, Jongin afastandose para sussurrar contra a pele daquele que amava e ao mesmo
tempo, odiava.
Ou pensava odiar.
“Quando o Kyungsoo acordar, você pedirá desculpas. Você cuidará dele e ele cuidará
de você como ele puder. Se você agir dessa maneira, se amálo como ele merece ser amado,
então eu vou ser um bom menino, vou ficar ausente enquanto minha presença não for
necessária. A loucura vai permanecer quieta enquanto a sanidade permanecer por perto.”
Jongin suspirara antes de voltar a se aproximar, mas D.O rira, girando seus corpos e o
empurrando contra a parede, rindo contra seus lábios.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 284/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Mas eu tenho que te alertar, Jongin... Eu não vou ser delicado como o Kyungsoo, não
vou ser amoroso e muito menos romântico.” D.O sorria ao deslizar seus dedos por baixo da
camiseta de Jongin, o arranhando e o trazendo mais para perto de si. “Eu te odeio demais,
odeio o fato do Kyungsoo te amar...”
E quando os lábios voltaram a se chocar e um novo beijo se iniciara, dessa vez mais
grosseiro e menos desajeitado, D.O suprimiu o pensamento de que odiava ainda mais Jongin –
e a si mesmo – pelo simples fato de ele próprio o amar.
D.O não poderia amar Jongin porque Jongin amava Kyungsoo... E por mais difícil que
pudesse ser aceitar, D.O jamais seria Kyungsoo. Eles sempre seriam como pessoas diferentes
dividindo o mesmo corpo; o corpo que de início pertencera somente à Kyungsoo.
Jongin também pertencia somente à Kyungsoo. Mas apenas por aquela noite, ele
pertenceria à D.O.
Eram as pontas dos dedos de Kyungsoo que deslizavam pela pele de Jongin, mas era a
força de D.O que forçava a tez contra as unhas curtas, arranhando, machucando e arrancando
gemidos fracos de dor do moreno. Eram os lábios de Kyungsoo que beijavam Jongin, mas era
o desejo de D.O que estava conduzindo sua língua enquanto abusava da boca alheia, e depois
do pescoço, e depois de toda a pele que poderia alcançar para que pudesse marcar com seus
dentes...
Era a voz de Kyungsoo, mas com o tom de D.O, que ressoava ao ouvido do moreno
enquanto o despia, enquanto o pedia para que o tocasse de volta. O pedido não passava de
uma ordem camuflada por sussurros baixos e risadinhas maliciosas. D.O podia sentir pela
primeira vez que toda a atenção de Jongin era apenas sua, a pele quente do mesmo era
marcada por si sem carinho, como se fizesse questão de dizer que o maior o pertencia.
Mas D.O esqueceuse de que era uma mentira quando tomou o outro para si, somente
para si. O sorriso em seu rosto aumentara quando viu Jongin chorar baixinho de dor por ser
invadido sem preparação, o virando para si para ver as lágrimas que escapavam de seus olhos,
D.O se perguntando se Jongin chorava devido à dor pelo sexo grosseiro ou por se sentir sujo
por fazer aquilo com um psicopata.
Não chore, D.O quis dizer enquanto beijava o pescoço do outro. Chore, ele repensava
enquanto mordia a pele alheia.
Jongin não queria chorar, e os soluços ficaram presos em sua garganta, embora as
lágrimas escorressem livres pelos cantos de seus olhos. A cama se movia junto dos corpos e
Jongin não evitava gemidos abafados em seu próprio braço quando o outro começara a lhe
tocar, o incitando a ter prazer quando ele não queria ter.
D.O sabia que Jongin o odiava e o estava odiando naquele momento, mas pensou –
em seus pensamentos mais profundos e obscuros – que era aquilo que ele queria. Se Jongin o
odiasse o bastante, D.O poderia passar a odiálo de modo recíproco, como sempre falara que
odiava. D.O poderia amar somente à Kyungsoo, como sempre amou.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 285/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Jongin sentiu um alívio quando o outro se desfez, mas a dor não passou. Quando ele
próprio se desfez, manchando o lençol, o moreno se sentiu sujo – mais do que se sentira em
todos os anos que partilhara uma cama com suas vítimas.
Quando D.O o beijou sutilmente na testa, e pediu para que Jongin – na manhã
seguinte – se livrasse do corpo escondido na cozinha, logo depois de se aninhar para dormir
ao seu lado, o moreno não evitara um murmúrio arrastado, esperançoso, enquanto saía do
quarto em direção ao banheiro, sentindo suas coxas úmidas pelo gozo do outro e pelo próprio
sangue que escorria de si.
D.O sorriu deitado à cama, mas não abriu seus olhos. “Você ama o Kyungsoo?”
Jongin não respondeu, não achou que o outro merecia ouvir uma verdade que nem o
próprio Kyungsoo ainda havia ouvido.
E somente antes que D.O perdesse a consciência e desse espaço para que Kyungsoo
sonhasse em seu lugar, fora que ele percebera que passara a chamar o moreno pelo nome
verdadeiro e não pelo apelido imbecil que todos os companheiros de organização chamavam.
D.O chamara o mais novo do mesmo modo como Kyungsoo o chamava sempre.
E antes de cair na escuridão, D.O pensou se algum dia ele poderia ser chamado de
Kyungsoo por Jongin.
✘✘✘
Algumas pessoas inocentes ficariam sem dinheiro, mas Sehun parara há tempos de se
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 286/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
preocupar com os outros. Afinal, era sua família que precisava daquilo e ele não se importava
com ninguém fora da K.
Mas Sehun também não poderia negar que começara a se importar com alguns outros
membros da M. Principalmente quando Chen fazia piadas com Chanyeol, deixando o mesmo
furioso; ou quando Tao o ajudava a passar códigos para os programas em seu computador;
quando Lay jogava cartas consigo para passar o tempo ou quando Minseok lhe perguntava
como ele estava sem o ecstasy – e, por Deus, o traficante sabia bem dos vícios de Sehun, já
que fora o próprio Minseok quem vendera as pequenas pílulas para Sehun muitas vezes.
O mais novo quase não pudera esconder seu contentamento em saber que Luhan não
fora obrigado a se deitar com o líder da organização aliada para conseguir os materiais que
eles precisariam dispor no resgate, mas mesmo assim o adolescente manteve uma expressão
séria enquanto o mais velho contava o que havia acontecido com um sorriso nos lábios
durante o jantar, logo depois de Jongin puxar Kyungsoo para fora do apartamento.
Luhan fora junto com o grupo pegar as armas e materiais para o resgate, enquanto
Sehun ficara no apartamento dormindo, sendo acordado apenas por Kyungsoo quando o
almoço ficara pronto.
Kyungsoo não lembravase de nada do que havia acontecido e Jongin lhe disse que
D.O havia aparecido, que eles haviam conversado e que a parte ruim de Kyungsoo não
voltaria a aparecer. O rapaz pálido quis questionar o que havia acontecido exatamente, já que
Jongin tinha os olhos vermelhos e inchados ao acordar no dia seguinte ao jantar.
Kyungsoo, na verdade, quis perguntar muitas coisas, inclusive onde estava o corpo
que sumira da dispensa. Quis perguntar se Jongin o odiava, se algo ruim havia acontecido...
Mas o moreno o segurou pelo pulso e tirou suas questões da garganta quando lhe pediu para
que nunca mais se ferisse. O pulso do menor ainda estava enfaixado e ficaria assim por um
tempo, embora o corte não houvesse sido profundo.
Dos lábios de Kyungsoo saíram poucas palavras, nada mais que desculpas e um
sussurro baixo que Jongin quase identificara como um “Eu te amo”.
“Legal, não é?” O mais alto entre todos perguntou apontando para Sehun sem intenção
e Tao revirou seus olhos, abaixando o cano da arma.
De dentro das caixas saíram também coletes a prova de balas, bombas de gás,
máscaras de oxigênio, bananas de dinamite e alguns artefatos que Chen explicou serem
bombas de C4, o mesmo tipo de explosivo que eles haviam usado para explodir o apartamento
que a M usava como moradia no centro de Seul.
“Esse resgate não vai ser nada pacífico, não é?” Jongin perguntou com uma
sobrancelha erguida enquanto ajudava a levar as caixas de madeira com palha e as armas para
dentro do que seria um restaurante pequeno se o edifício tivesse, algum dia, sido habitado por
alguém que não fosse a K.
“Não exatamente,” Jongin admitiu. “Mas como vamos entrar antes que a polícia nos
mate? Você sabe que eles não vão hesitar, não é?”
“Ah,” Chanyeol murmurou com uma máscara de gás cobrindo o rosto. “O pessoal da
M pensou em um plano e nos contou enquanto íamos pegar esses materiais... Mais tarde nós
vamos nos reunir e discutilo.”
“O Sehun precisa conseguir uma planta baixa do tribunal onde vai acontecer tudo...”
Baekhyun murmurou, carregando a arma com balas retiradas de um saco plástico específico.
“O Luhan vai pedir para ele agora e assim que ele conseguir isso nós discutimos o plano.”
“Eu disse tentamos não matar ninguém.” Chanyeol deu de ombros, guardando a
máscara com a qual brincava.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 288/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Três assuntos foram debatidos na reunião que se seguiu na mesma noite em que os
materiais para o resgate chegaram às mãos dos integrantes da K e da M: o julgamento, os
líderes e o que seria feito após o resgate.
O plano para entrar no tribunal e sair de lá sem chamar muita atenção fora descrito por
Minseok com a ajuda de Tao, enquanto os dedos do mais baixo deslizavam pela planta
impressa que Sehun havia conseguido em um site aberto. Aparentemente, era um direito
público ter acesso às plantas de lugares em que a Lei era cumprida – onde, ironicamente,
várias leis seriam descumpridas.
Jongin entreabriu seus lábios para protestar, porque para ele era descabida a ideia de
que Kyungsoo e Sehun participassem da ação, mas quando se lembrou das palavras de D.O e
da dor que ainda sentia, decidiu ficar calado e apenas assentir. Kyungsoo segurou sua camisa
sem força, chamando sua atenção, e sorriu de canto para si, como se lhe dissesse para que o
maior não se preocupasse.
Mas parecia impossível não se preocupar enquanto ouvia o plano ser narrado pela
boca do traficante da M.
O próprio Chanyeol perguntara ao resto se era válido pensar no plano sem pedir a
opinião dos líderes, mas todos pareceram concordar de que não havia outra solução e de que
Kris e Suho precisariam aceitar que aquele era o plano, independente se eles gostassem ou
não.
“Eu vou em breve até lá contar parte do plano para eles,” Chen disse, acalmando
Chanyeol. “O Kris queria ser discreto, mas acho que não tem mais como ser.”
“Nós temos pessoal o suficiente para dar conta do plano, mas vou pedir a ajuda de
alguns dos meus subordinados para nos dar cobertura no dia do julgamento, provavelmente.”
Minseok murmurou, enquanto riscava a planta baixa com uma caneta encontrada jogada pela
sala de estar em que estavam. “Vou pedir também as roupas para eles... Precisamos entrar e
sair os mais despercebidos possíveis.”
“Eles conseguirão isso em menos de quinze dias?” Luhan perguntou com o cenho
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 289/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
franzido e o mais velho acenou com a cabeça, enquanto coçava seu pescoço.
“Lembra que eu disse que eles poderiam conseguir o que quiséssemos desde que fosse
em pouca quantidade e lhe déssemos alguns dias?” Minseok perguntou com um meio sorriso.
“Eles conseguem sim... Temos contatos com alguns distritos que vão nos ajudar.”
“Vamos vir para cá?” Sehun perguntou. “Certo que o lugar não é muito grande, mas
poderíamos ficar todos juntos até vocês acharem outro lugar para se instalar.”
Tao não evitou rir. “É bondade sua querer nos acolher Sehunah, mas as coisas são um
pouco mais complicadas do que aparentam ser.”
“O que quer dizer com isso?” Chanyeol perguntou, enquanto acendia um cigarro.
“Nós vamos ter que fugir de Seul,” Chen disse, como se fosse óbvio. “Não só de Seul,
mas da Coreia do Sul.”
“Fugir?” Kai perguntou o que Chanyeol procurava ar para questionar. “Fugir para
onde?”
✘✘✘
Joonmyun estava com tanto tédio que pensou se não seria uma boa ideia pedir para
que Chanyeol, da próxima vez que o visitasse na delegacia, trouxesse uma gaita de boca para
que ele pudesse tentar se distrair. Ele já havia perdido a noção de há quanto tempo estava
naquele lugar, mas pensava que seria pior se estivesse, de fato, na prisão federal ao invés de
estar em uma delegacia de Seul.
Seu colega de cela, Yifan, parecia quase mais entediado que ele próprio, olhando para
suas unhas enquanto parecia pensar.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 290/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Suho suspirou. “Você sempre acha que eu quero alguma coisa... Mas na verdade estou
só olhando para você.”
Suho pensou em puxar algum assunto, seu cérebro tentava pensar em algo que eles
ainda não haviam conversado. Porque o fato é que quando se está preso junto de uma pessoa e
não se tem muitos meios de diversão, conversar acaba se tornando uma boa maneira de passar
o tempo – e acabar por se conhecer melhor.
Yifan não parecia muito interessado em saber do passado e vida atual de Joonmyun,
mas ficou sabendo até mesmo dos detalhes sórdidos. Suho tinha um pequeno problema de não
segurar sua língua quando sentia que precisava falar, ou se explicar, e todo o seu passado –
triste, sujo e solitário – fora contado para quem jamais entenderia o que é viver nas ruas em
constante perigo.
Não que Kris não tivesse se compadecido da história do outro, ou achado de certa
forma nobre os seus motivos para criar um pequeno grupo ao qual pudesse chamar de família.
Kris pensou que Suho não era, de fato, muito diferente de si. Porque ambos foram criados na
imensidão do mundo do crime – com ou sem o glamour do dinheiro em demasia – e era só
isso que ambos sabiam fazer.
Suho poderia falar demais, mas também era um bom ouvinte, e ouviu Kris contar
alguns fatos que achava interessante sobre algumas missões que distribuíra para os membros
da M ou fatos que lhe aconteceram tanto na China como na Coreia do Sul. Os líderes
souberam mais de cada membro das organizações e sentiam como se não fossem tão
diferentes um do outro, já que ambos os grupos desejavam ascender economicamente e viver
bem, embora os objetivos da M fossem bem menos modestos do que os da K. Afinal, tomar o
poder da família Wu, que controlava parte da China, era algo que parecia inalcançável para
Suho, mas não para Kris, sendo que esse era o seu objetivo de vida.
“Não,” Kris respondeu, dando de ombros. “A China ainda mantém a política do filho
único... E como eu fui o primeiro a nascer e sou homem, meus pais não pensaram em ter mais
filhos para conduzir a Wu pela próxima geração.”
“É, mas agora...” Suho começou a falar, pensando naquele que havia tomado o poder
que seria de Kris, mas algo lhe fez se calar e o ar se prender em seus pulmões.
O promotor do caso estava em frente ao vidro da cela que ambos os líderes dividiam,
sorrindo.
A resposta era óbvia. Claro que os dois presos lembravamse de Lee Sunghwan, o
promotor que vinha lhes visitar de forma recorrente só para comentar como o processo
decorria cada vez mais rápido, como o governo estava contente pela prisão deles e de como a
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 291/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
mídia estava acompanhando tudo de perto, colocando pressão para que o julgamento
acontecesse o mais depressa possível.
“Vou admitir uma coisa,” Sunghwan murmurou, seu sorriso morrendo aos poucos
enquanto sua expressão se tornava entediada. “Os parceiros de vocês são bons, são ótimos na
verdade.”
Kris deu um meio sorriso, mas não respondeu. Suho sentira suas mãos começarem a
suar frio, enquanto parava para pensar em todos os perigos que seu grupo havia enfrentado – e
que ainda iriam enfrentar. Por um momento o líder da K desejou poder se encontrar com todos
para se certificar de que estavam bem.
“Qual é, Yifan?” O promotor murmurou, retórico. “Vai se fazer de mudo agora? Você
acha que vou acreditar que uma testemunha sofreu um assalto e morreu, que outra foi viajar
para algum país pequeno da Europa e sumiu do mapa... Que os carros foram roubados
aleatoriamente por ladrões e que o apartamento explodiu por conta do gás de cozinha?”
Kris não evitou erguer uma sobrancelha. Ele tinha absoluta certeza de que havia sido
seu grupo que fizera aquilo com o juiz, mas não esperava que o homem de fato saísse vivo.
“Espero que ele se recupere logo.” Kris murmurou com um pequeno meiosorriso e o
promotor bufou.
“Certo, claro que você quer.” O promotor Lee comentou, rindo. “A mulher que estava
com ele, uma prostituta, disse que ele tropeçou nos próprios pés e caiu, e foi liberada logo
depois que deu o testemunho na delegacia porque não poderíamos prendêla sem provas.
Estamos esperando o juiz acordar para saber o que houve exatamente...”
Suho estreitou seus olhos enquanto pensava, até que algo veio em sua mente. “Sem
juiz não há julgamento, não? Vai ser adiado?”
Suho pensou em ficar satisfeito, mas decidiu frear sua felicidade já que o promotor
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 292/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“O poder executivo interveio, porém, e conseguiu um juiz substituto que já está com a
papelada em mãos, lendo sobre o caso, para poder dar o veredito final depois que o júri
popular der o veredito deles... Mas todos nós sabemos como isso vai terminar, certo? A prisão
os aguarda, e na prisão algo não muito agradável espera por vocês. Os líderes do crime não
tem sido poupados, sabiam?”
O promotor sorria enquanto falava, e não parou de sorrir mesmo depois das palavras
pararem de sair de sua boca.
“Isso não é justiça,” Suho murmurou, sem olhar para o promotor. “Está mais para uma
carnificina imposta pelo governo.”
O promotor cutucou algumas vezes o vidro, chamando a atenção dos dois detentos.
“Deixa eu contar uma coisa para vocês,” Ele sussurrou, o tom de voz tão baixo como o sibilar
de uma cobra. “Isso não é mais uma democracia, não como costumava ser... Então o que é a
justiça senão algo que fará o governo e o poder público ficarem bem vistos pelo povo?”
Kris sorriu. “Em outras palavras, isso não se trata de justiça, mas também não é uma
carnificina...” O promotor ergueu a sobrancelha, mas sorriu ao ouvir as palavras do loiro. “É
um circo para desviar a atenção do povo das coisas que realmente importam.”
“Não é como dizem?” O promotor – este mais corrupto do que Kris e Suho pensaram
que era, vendido ao governo por dinheiro e poder, provavelmente – perguntou de modo
retórico. “Dê pão e circo ao povo e será amado?”
“Vocês são os caras maus...” Lee Sunghwan falou por fim, já começando a se retirar
de perto da cela reforçada com vidro grosso e blindado. “Eu só estou fazendo o meu
trabalho.”
Suho ergueu uma sobrancelha, não entendendo onde o loiro queria chegar.
“Eu já lhe disse, não? Que quando fui preso dei minha localização para minha família
na China,” Kris murmurou, suspirando. “Lhes mandei uma mensagem indireta de que estava
vivo.”
“Sim,” Suho falou, lembrandose do que o Wu falara. “Eu até perguntei se não iriam
mandar alguém te assassinar...”
“Pois quando nós conseguirmos escapar, eu vou ir até a China, retomar o poder que é
meu... Alguns poucos que confiam em minha inocência devem estar aguardando a minha
volta agora que sabem que estou vivo e vão me ajudar a retomar aquilo que é meu.” Kris
murmurou, olhando para Suho com os olhos brilhando. Um brilho enigmático e frio que
lembrava a lâmina afiada de uma faca. “E quando eu retomar o poder, vou me vingar de todos
que tentaram nos ferir, inclusive esses filhos da puta do governo coreano.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 293/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Você quer matar o presidente?” Suho perguntou em tom de piada, seu sorriso
morrendo aos poucos ao ver a expressão séria de Kris.
“Por que deter apenas o poder da China,” O loiro perguntou, um sorriso rasgando sua
expressão aos poucos enquanto o júbilo escorria em suas palavras. “Se podemos deter o poder
da Coreia do Sul também?”
Alto demais.
✘✘✘
“Ainda acho que é loucura.” Chanyeol grunhiu, coçando sua nuca e subindo seus
dedos até os mesmos se emaranharem nos fios rentes à raiz curta, os puxando em nervosismo.
“Não isso,” Chanyeol murmurou, fazendo uma careta. “Idiota, estou falando da
Tailândia.”
Uma semana parecia pouco para que os membros da K pudessem processar o que
havia sido decidido na mesma reunião que fora planejado o modo como os líderes seriam
resgatados do julgamento. Parecia difícil pensar em deixar tudo o que conheciam para trás,
todos os sonhos que criaram e toda a realidade que conheciam; mas era como se não houvesse
outra alternativa.
Minseok havia sido sincero quando lhes dissera que não havia mais como eles
permanecerem na Coreia – não depois do julgamento. Suas palavras doeram como se fossem
flechas rasgando e penetrando na carne macia quando dissera que eles seriam caçados como
fugitivos e mortos sem que tivessem a mínima chance de se defenderem.
Não havia como eles se vingarem daqueles que lhes queriam fazer mal, a morte deles
mesmos era a única visão ao horizonte – pelo menos por enquanto.
“Não vamos obrigar vocês a fazerem nada.” Chen disse, olhando em volta para ver se
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 294/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
ainda estavam sozinhos. Eram quase quatro horas da manhã e ninguém passava pelo pátio em
que estavam – perto demais da sede de uma organização pequena, mas inimiga. “Vocês
podem ficar aqui se quiserem, mas como vocês nos ajudaram pensamos que não seria nada
legal deixarmos vocês morrerem aqui depois de tudo.”
Chanyeol deixou um meio sorriso esboçar em sua face. “Certo, nós vamos... Mas você
comunicou aos líderes?”
Chen riu. “Você acha que eu sou louco? Certo que o plano era contar a eles o que
aconteceria, mas Lay e eu conversamos por um tempo e vimos que seria, de fato, loucura
fazer isso. Kris não aceitaria, ele é muito fixado na ideia de ir para a China, e o Joonmyun...
Bem, você mesmo disse que ele é muito apegado a esse país, às lembranças e sonhos que
construiu.”
Chanyeol grunhiu. “Ainda acho... Ah, não sei... Eu nem sei falar tailandês...”
O mais alto olhou para Chen como se ele tivesse feito uma piada.
“Não é loucura se você parar para pensar que será caçado como se fosse um animal
selvagem se continuar aqui depois do julgamento.” Chen disse dando de ombros. “Precisamos
sumir do mapa por algum tempo, nos fortificar e só então voltarmos... Mesmo se ficarmos em
alguma cidade do interior aqui na Coreia, as chances de que eles nos encontrem ainda
existirão. Precisamos sair do país onde eles não podem nos alcançar e, acredite, não existe
lugar melhor do que a Tailândia.”
“Por quê?” Chanyeol perguntou com uma sobrancelha erguida. Ele não conhecia nada
no mundo que não fosse parte da Coreia do Sul, onde nasceu, viveu os vinte e dois anos que
tinha e pensou que morreria. “O que tem lá de tão bom?”
“Primeiro que o Minseok se mistura fácil com o tráfico, ele já conhece alguns
coreanos que moram por lá e vai ser bastante útil para conseguirmos um lugar para vivermos e
maneiras de nos sustentarmos quando chegarmos lá.” Chen disse, enumerando com os dedos
as razões, em um gesto infantil.
“Nós vamos ficar juntos lá?” Chanyeol perguntou confuso, tirando a carteira de
cigarros do bolso.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 295/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Morrer... Chanyeol deu uma risada baixa ao pensar como era, na verdade, muito fácil
morrer. Em uma semana seria o julgamento e caso algo desse errado eles estariam a um passo
da morte – não que eles já não tivessem estado em uma posição parecida tantas outras vezes.
Chen olhou em seu relógio, esperando dar o horário cheio para que o plano fosse
finalizado, quando Chanyeol voltou a falar.
“É uma boa ideia dar armas para aqueles que nunca mexeram com isso?”
Chen suspirou. “O Tao está ensinando eles todos os dias...” Uma risada baixa se
desprendeu de sua garganta enquanto o sequestrador da M lembravase de Sehun gritando e
deixando a arma cair quando dera o primeiro tiro. “Ensinando em latinhas paradas há alguns
metros de distância, mas mesmo assim...”
“Deviam,” Chen concordou. “Mas ainda não é tarde, eles vão aprender ao menos
como se segura uma arma e como se atira em um alvo... Vai ser útil para nós.”
O cigarro entre os dedos de Chanyeol fora aceso e em seguida colocado entre seus
lábios, enquanto ele tragava a fumaça provinda do tabaco.
Chen suspirou, parecendo satisfeito. “Quatro e meia da manhã, finalmente... Uma boa
hora para irmos para casa, não?”
“Raptar o Joonmyun e o Sehun, você diz?” Chen perguntou, sorrindo. “Achei que já
tínhamos superado isso, meu caro amigo... Além disso, todos nós fizemos merda em algum
momento, então vamos deixar as desavenças para lá e ir dormir, não aguento mais manter os
olhos abertos.”
“Ei,” Chen chamou, fazendo o mais alto o olhar. “O seu namoradinho não tinha dito
para você parar de fumar? Você está se matando, Chanyeol!” Chen afinou a voz em uma
tentativa de imitar o tom que ouvira ecoar pelo apartamento em que os membros das
organizações se reuniam todas as noites. “Eu juro que ouvi ele brigando com você por causa
disso há uns dias...”
Chanyeol engasgouse com a fumaça, tossindo alto e recebendo tapas nas costas
enquanto se recuperava. “Baekhyun não é meu namoradinho... Não que eu tenha que te dar
satisfações do que eu faço.”
Chen riu, pegando um isqueiro de seu bolso e brincando ao acendêlo. “Certo, não me
importo com isso, de qualquer maneira... Mas e o cigarro?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 296/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chen suspirou quando viu a gasolina pegar fogo devido à ponta incandescente do
cigarro e se virou em direção ao carro que os aguardava há alguns metros, estacionado.
“Vamos para casa.” Chen murmurou, ignorando o pedido anterior de Chanyeol para
que não chamasse o edifício dessa maneira.
Chanyeol suspirou ao pensar que o lugar que Chen chamara de casa, lugar onde ele
morara menos de um ano, em breve não passaria de uma lembrança em seu cérebro, quando
eles deixassem tudo para trás.
O galpão ainda queimava quando o carro sumiu no escuro, sendo engolido pelas
trevas do mesmo modo como todos os seresvivos serão quando a morte chegar. Porque no
fim, tudo o que há não passa de trevas e escuro, envolvendo o sono eterno do qual ninguém
jamais escapará.
Tudo o que há, no fim das contas, é o silêncio que envolve o caos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 297/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
CONTINUA
Notas finais
Então o Kyoh não queria nada, apenas observar as coisas belas da vida. E vocês aí pensando
sacanagem né, que feio.
D.O contador de histórias, o que acharam do conto de hoje crianças? Espero que muita coisa
tenha se esclarecido e que os comentários sobre inutilidade de uns e utilidade de outros sejam
revistos e pensados melhor antes de serem feitos :D
Os preparativos estão sendo feitos, as armas foram dadas para as crianças, o plano está
montado e as férias estão garantidas em Acapulco, quer dizer, Tailândia.
Nos vemos semana que vem, com mais uma dose de caos.
Notas do Autor
Boa noite pequenos e grandes gafanhotos.
Estamos aqui mais uma vez atrasadas porque a vida ela não é facio, mas aqui chegamos, aqui
estamos.
Estamos chegando na reta final, agora ou as coisas se resolvem ou tudo fode de uma vez, ou
vai ou racha, etc.
Mas, sim, sem mais delongas, vamos ao capítulo!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO DEZOITO – FOGO CRUZADO
serem levadas até o aeroporto irregular e ilegal – aquele onde um avião para a Tailândia os
aguardava – antecipadamente.
Claro que o abandono dos líderes de cada pequena parte do que era o reinado da M na
Coreia, o tráfico de drogas e a prostituição, não fora bem quisto pela maioria, mas os novos
líderes, aqueles em quem Minseok e Luhan mais confiavam, fariam um bom trabalho na
substituição. Os planos em si não foram divulgados – até porque confiança demais nunca era
algo bom – mas os subordinados da M tinham a real noção de que seus comandantes
deixariam o país e que se retornassem seria em um futuro não muito próximo, já que eles
precisavam deixar que os ânimos se acalmassem depois de concluírem o plano que vinham
planejando em segredo para resgatar os líderes.
Além disso, uma conta bancária no banco central de Bangkok, capital da Tailândia,
fora feita em nome de um membro fantasma do grupo para que dinheiro fosse desviado para
essa mesma conta – fazendo com que eles não tivessem que começar do zero no novo país.
Tao e Baekhyun foram encarregados de ensinar aqueles que não tinham conhecimento
sobre armamento a como segurar e atirar (usando pistolas ou fuzis) e assim fizeram até que
todos aprendessem o básico, principalmente para caso de defesa.
Lay e Minseok foram alguns dias até o aeroporto pequeno, para tratarem de fazer a
transação de informações e pagamento do transporte, conseguindo até mesmo que alguém
estivesse os esperando no novo país para que os levasse em segurança até um hotel.
A fuga não seria fácil, então o plano era que, diariamente, durante os sete dias que
separavam a realidade atual deles do julgamento, a ordem pública fosse desmantelada e que
eles – como líderes do que chamavam entre si de K/M – dessem ordens para que seus
subordinados causassem pânico e desordem nas ruas.
Cada dia um novo foco de caos surgiria, causando a distração da polícia que eles
precisavam para que fosse possível que eles escapassem com mais facilidade.
Sehun bagunçou como pôde o sistema da polícia, infiltrando vírus que misturavam
dados; e derrubando alguns sites do governo com a ajuda de alguns hackers que participavam
de um pequeno grupo anônimo que se proclamavam como sendo antigoverno.
Minseok subiu o preço de todas as substâncias ilícitas que seus subordinados vendiam
– e o fato de Chanyeol e Chen terem colocado abaixo um galpão cheio de drogas de uma
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 299/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
organização rival ajudou muito – fazendo com que o aumento de saques e roubos aumentasse
absurdamente já que os viciados precisavam conseguir rapidamente mais dinheiro para
comprarem seus entorpecentes, já que o vício sempre falava mais alto do que a razão.
Dois dias antes do julgamento, Minseok dera a ordem para que o abastecimento de
drogas em Seul fosse cortado completamente. Não demorou nada antes que vários focos de
disputas entre gangues menores – principalmente nas comunidades ao redor da grande cidade,
mais pobres e esquecidas pelas autoridades – surgissem, obrigando a polícia a enviar
“comandos de paz” para aqueles locais. Organizações pequenas começavam a disputar
montantes de entorpecentes que ficavam guardadas em pequenos estoques, cada grupo
querendo ser responsável pela venda das drogas para os viciados, querendo dessa maneira
conquistar mais dinheiro.
Os dez membros das organizações criminosas outrora rivais, mas que se mantinham
unidas por um objetivo comum, observavam o caos na televisão todos os dias, tendo um
sentimento de ansiedade lhes invadindo em cada poro de seu ser cada vez que o julgamento se
aproximava mais.
Nenhum dos líderes fazia ideia do que os aguardava, mas era melhor assim...
✘✘✘
Quartafeira, Seul
Dia do julgamento
Não era de seu feitio ficar nervoso – até porque Tao já estava acostumado com a
morte, até demais – mas aquela missão em especial não se tratava apenas de um assassinato.
Não seria um trabalho rápido, limpo e ele não voltaria para os braços de Yifan no fim da noite
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 300/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Não havia mais apartamento, Yifan em breve estaria dentro daquele prédio esperando
seu julgamento começar e tudo que ambos viveram com a M naquela cidade ficaria na
lembrança depois daquelas horas de tensão que ainda se sucederiam.
O rosto de Tao era – de fato – conhecido pela polícia, já que ele visitara Yifan na
delegacia uma mísera vez, mas não era por isso que o assassino se mantinha escondido atrás
das cortinas finas e de cores claras dentro de um quarto de um hotel pequeno, mas
incrivelmente de três estrelas, há duas quadras do prédio onde o julgamento aconteceria.
Suas mãos alcançaram a mochila grande que trouxera consigo e as partes da arma
começaram a ser retiradas com cuidado, sendo colocadas sobre a cama de solteiro que ele nem
ao menos usara. Um suspiro escapou de seus lábios enquanto ele montava o fuzil de longo
alcance. Não era o mesmo modelo de sniper que ele estava acostumado a usar em missões da
M, mas ele havia a testado vezes o suficiente para que se acostumasse com a mesma.
Outro suspiro escapou de seus lábios quando o celular comprado apenas para esse dia
– o último dia que passaria em Seul – tocou.
“Estou aqui já.” A voz de Sehun soou do outro lado, parecendo nervosa.
Tao foi até a janela e entreabriu a cortina, olhando para baixo rapidamente antes de
levar até perto de seus olhos a lente da arma, observando um aglomerado de pessoas – menos
de cinquenta – paradas em frente às grandes portas do tribunal.
“Estou vendo você,” Tao murmurou contra o telefone. “Se misture a esses
manifestantes e esteja pronto para quando o secretário de justiça chegar.”
“Eu sei.” Sehun sussurrou do outro lado da linha, parecendo aborrecido. “Tente não
me acertar.” Brincou.
Tao ressoou baixinho, dando uma risadinha. “Não se preocupe com isso.”
A ligação fora encerrada depois que Sehun se despedira, lançando um boa sorte no ar.
Tao normalmente recusava palavras assim, mas naquele momento não parecia ser tão ruim, já
que o sucesso de tudo não dependia apenas dele.
Tao abateria o secretário quando o mesmo estivesse para entrar no prédio e faria o
mesmo com qualquer segurança ou policial que se aproximasse dali. O caos seria instalado
para que Sehun agisse.
✘✘✘
O jovem rezava para não ser necessário usar a arma, já que ele tinha plena certeza de
que não havia nascido para utilizar armas de fogo. Tao havia ensinado a si como montar a
arma, atirar e recarregar, mas Sehun sabia que latinhas e alvos imóveis eram completamente
diferentes de pessoas.
Sehun estava acostumado a perseguir pessoas ou roubálas, mas tudo isso enquanto se
mantinha sentado em frente a um computador. Ele era um hacker e não um assassino.
Sehun não gostava de conversar com estranhos, mas se forçou a iniciar uma conversa
com uma garota para fingir interesse pelo que todos protestavam.
Em sua mente a imagem de seus pais, de cenho franzido, surgiu e ele riu consigo
mesmo enquanto conversava com a desconhecida, pensando que provavelmente seus pais – os
dois advogados – ficariam no mínimo irritados se descobrissem que o mesmo estava
“participando de uma manifestação”.
Não que Sehun soubesse de notícias dos mesmos, já que ele havia se mantido dentro
do pequeno edifício abandonado que a K usava como moradia desde que a polícia o
identificara nas filmagens feitas pelo sistema de segurança do prédio em que a M vivia antes
das duas organizações acabarem se colidindo. Sehun sabia que provavelmente jamais veria
seus pais novamente, mas realmente não conseguia fingir se importar.
Durante a infância ele fora criado praticamente o tempo todo por diferentes babás e a
adolescência passara solitariamente preso em seu quarto, tentando descobrir meios de acabar
com o tédio e a solidão que sentia, se tornando problemático enquanto seu cérebro – com um
QI acima da média – processava as informações de modo acelerado demais o deixando
sempre há muitos passos à frente de outras pessoas.
Para Sehun, os outros estavam há muitos degraus abaixo de si. Era difícil se relacionar
quando não havia nada que prendesse a atenção do rapaz que saía, aos poucos, da
adolescência. E a falta de apoio e cuidado de seus pais fora, com certeza, uma das muitas
chaves que o fizeram se tornar fechado da maneira que era.
Ele pensara que não encontraria amizade alguma até encontrar os membros da K, que
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 302/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
pareciam lunáticos e sonhadores demais aos seus olhos, mas que, definitivamente, eram as
pessoas mais divertidas que ele encontraria em sua vida... Sendo como uma família que Sehun
não sabia como era o sentimento de ter.
E toda a sua carência excessiva, causada pela solidão durante a vida, que ele sempre
tentara esconder, fora por água abaixo quando ele conhecera Luhan.
“Sehun.” Ele se apresentou com seu verdadeiro nome para a garota ao seu lado
quando ela perguntou, achando desnecessário fingir ser alguém que não era naquele momento.
Em pouco tempo ele já se misturava aos manifestantes, seu rosto com algumas
palavras pintadas – feitas pela garota com quem ele conversava, tentando parecer amigável.
Ele não tinha muito o que fazer a não ser esperar sua hora de agir.
O secretário de justiça seria assassinado por Tao e Sehun largaria uma bomba de
fumaça para dispersar as pessoas. Enquanto o caos aconteceria ele precisaria correr até onde
Luhan e Lay o aguardariam, apenas para esperar os outros chegarem. O celular estava em seu
bolso, esperando notícias ou mudanças de planos que a qualquer momento poderiam
acontecer.
Seus olhos capturaram a imagem de dois guardas do lado de fora do prédio e mais
dois pelo lado de dentro. Seus lábios se comprimiram ao pensar que provavelmente nenhum
deles sairia com vida dali.
Um barulho chamou sua atenção, a garota com a qual ele conversara estava o
avisando que mais polícia havia chegado, e seus olhos se arregalaram de leve ao perceber os
rostos conhecidos chegando em um carro.
Sehun levantou seu boné e passou a mão pelos cabelos antes de voltar a esconder os
fios.
“Hoje vai ser um dia daqueles.” A manifestante com a qual Sehun conversara
murmurou, se referindo provavelmente ao fato de que o julgamento acarretaria em muitos
acontecimentos.
“É,” Sehun concordou, segurando com força a bolsa a tiracolo que usava sobre o
ombro, a bomba esperando ser acionada e arremessada em meio à multidão e a máscara de
oxigênio esperando ser usada para que ele respirasse enquanto fugisse do local. “Vai mesmo.”
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 303/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
As algemas incomodavam.
O carro em que eles estavam era uma viatura normal, pequena demais para as
proporções de Yifan, que ficava com o corpo parcialmente esmagado no banco de trás, com
suas pernas apertadas pelos bancos dianteiros ocupados por guardas da delegacia – sem contar
Suho, que também sofria devido ao pouco espaço.
Ao chegarem perto do local, Kris pensou que sua entrada no prédio seria feita pela
frente, onde haveriam civis e jornalistas esperando sua chegada – juntamente de Suho,
apelidado pela mídia como seu braçodireito – mas o carro desviou da pequena multidão e
estacionou na lateral do prédio, onde havia um pequeno estacionamento próprio para os
servidores públicos que trabalhavam naquele local.
Kris suspirou fundo quando as portas traseiras foram abertas e ele fora puxado para
fora com certa força. Os guardas estavam com pressa para voltarem para a delegacia de
Gangnam – que ficava em um distrito longe de onde estavam no momento – pois eles
precisavam do maior número de pessoas para ajudar nos problemas que vinham ocorrendo
durante aquela semana, principalmente os saques a lojas – estes acontecendo em massa.
O líder da M olhou para o lado enquanto se aproximava da porta lateral que os levaria
para dentro do prédio onde o julgamento aconteceria e viu um furgão estacionado, com dois
policiais dentro, vestindo quepes e com os rostos escondidos.
“Aquele é o veículo que levará vocês para o presídio.” O guarda que caminhava atrás
de Kris lhe deu um pequeno empurrão e o chinês voltou a andar, ouvindo Suho conversar com
o outro agente da polícia, perguntando se eles ficariam ali e recebendo uma resposta negativa.
“Vai logo,” O guarda rabugento murmurou, empurrando Kris para dentro do prédio
onde seu futuro seria traçado, dependendo de um plano que ele mal sabia a respeito – Chen
havia afirmado que quanto menos os líderes soubessem melhor seria para todos.
Por um ínfimo momento, Yifan olhou novamente para o furgão estacionado – aquele
que os levaria para o presídio Federal caso o ‘plano’ de seu grupo desse errado – e viu o
policial sentado ao volante erguer sua cabeça.
Por esse ínfimo segundo, Yifan pensou que o guarda era Lay... Mas isso seria
impossível.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 304/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Não seria?
✘✘✘
Baekhyun e Kyungsoo entraram no prédio mostrando uma identificação falsa que Lay
havia lhes feito com a ajuda de Sehun, que conseguira hackear o modelo usado pelos policiais
do distrito de Nowon, local esse descrito como sendo a origem dos dois policiais que haviam
sido enviados para ajudar na segurança de onde o julgamento aconteceria.
Dos pés à cabeça estavam fardados como policiais – graças aos traficantes de drogas
subordinados de Minseok que conseguiram os uniformes de última hora com contrabandistas
– e os seus passos faziam sons surdos causados pelos coturnos que vestiam. Em suas cabeças
haviam quepes que escondiam seus cabelos rebeldes e com fios compridos e sem corte,
enquanto seus olhos atentos observavam o que acontecia ao redor.
“Não muito,” Kyungsoo mentiu, puxando as tiras da mochila que ele próprio
carregava – contendo bombas de fumaça e máscaras de oxigênio.
Ele estava feliz de poder estar sendo útil de alguma maneira, mas carregar uma arma e
invadir um julgamento não parecia combinar consigo. A pequena carta que havia recebido
naquela manhã, lhe pedindo para tomar cuidado e levar uma faca de corte consigo também
não havia ajudado em nada.
Desde o jantar – aquele que Kyungsoo fora obrigado a preparar para os seus colegas
de grupo utilizando carne humana como um dos ingredientes – D.O havia parado até mesmo
de parecer sussurrar em seus pensamentos. Kyungsoo pudera quase se esquecer de que havia
uma segunda personalidade assassina e cruel em si. Jongin dizia que tudo ficaria bem, que
eles estavam livres do outro e que o menor não precisava mais se preocupar com isso.
Kyungsoo não se atreveu a comentar com Jongin que havia recebido uma pequena
mensagem em um pedaço de papel naquela manhã, onde D.O lhe dizia com todas as palavras
para levar consigo uma faca afiada de corte e para que tomasse cuidado, tentando não chamar
muita atenção para si.
Ele não sabia porquê obedecia, mas acreditava que, de certo modo, era porque que
ainda acreditava que D.O só agia da maneira cruel que costumava por querer protegêlo.
“É por aqui,” Baekhyun sussurrou, olhando a plantabaixa do prédio que Sehun havia
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 305/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kyungsoo mordeu seu lábio inferior com força e acelerou o passo, seguindo
Baekhyun pelos corredores, e se perguntando secretamente como estaria Jongin, este que
havia ficado furioso quando soubera que ambos ficariam separados na missão, cada um com
uma dupla.
Vai ficar tudo bem, Kyungsoo pensou consigo, sorrindo ao se lembrar do que ele
próprio havia dito a Jongin antes que eles deixassem para sempre o edifício que a K usara
como moradia por quase um ano inteiro.
✘✘✘
Luhan queria mantêlo ligado para uma fuga rápida, mas Lay o tranquilizou – ou ao
menos tentou – dizendo que isso só acabaria gastando gasolina à toa, e que eles precisavam
ficar preparados para quando todos do grupo entrassem no veículo em que eles estavam para
poderem escapar quando a hora certa chegasse.
“Pare de pensar,” Lay pediu, ajeitando o quepe em sua cabeça. “Você pensa muito
negativo, Lu... Esqueceu de que quem está dirigindo isso aqui tem muita sorte? Vai que a sua
negatividade é contagiosa e me afeta? Deixe a sorte agir.”
Luhan revirou seus olhos, entediado. Yixing sempre jogava em sua cara a sorte que
tinha, sendo que o prostituto da M de longe era a pessoa mais azarada que conhecia. Desde o
fato de ser filho de uma prostituta e ter sido criado em um prostíbulo de Pequim, até o fato de
ter feito – sem querer – um cliente ainda adolescente se apegar a si de um modo inadequado.
“Essa não é a questão de você ter sorte ou não.” Luhan murmurou, olhando para os
lados, achando tudo aquilo que faziam loucura demais. “Se algo der errado e alguém morrer
ou for deixado para trás...”
“Não vamos deixar o Sehun para trás.” Lay murmurou, rindo. “E, além disso, ele vai
ser um dos primeiros a entrar aqui no furgão, não se preocupe.”
Luhan bufou. “Eu não estava falando do Sehun... Estou falando de todos, de qualquer
um.”
Luhan ainda achava loucura o que eles estavam fazendo naquele momento. Na
verdade, achava tudo uma loucura, desde o início da manhã, quando o furgão com dois
guardas da prisão estadual fora interceptado na rodovia que levava à Seul por Tao – vestido de
policial – com a sua moto estacionada há alguns metros de si, com um giroflex em suas mãos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 306/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Luhan achou uma loucura observar Tao conversar com os guardas, fingindo ter sido
mandado para lhes dar instruções de como trafegar por Seul e o chinês de fios descoloridos
achou loucura quando o assassino da M disparou contra o motorista e o caroneiro de maneira
rápida e fria, enquanto ambos estavam distraídos, olhando para o GPS embutido no painel do
furgão provindo do presídio.
Os uniformes que Lay e Luhan vestiam tinham alguns vestígios de sangue – pouco, já
que os projéteis disparados pela arma de Zitao haviam se alojado no crânio dos guardas e não
os atravessado, o que se tivesse acontecido, causaria uma grande bagunça.
“Vai demorar muito ainda?” O loiro murmurou, olhando para fora, tentando ignorar o
leve cheiro de sangue que se desprendia de suas roupas. “Para o julgamento começar, eu
digo.”
“Começa às duas horas da tarde, se não me engano.” Lay respondeu, olhando para o
relógio em seu pulso. “Não vai demorar muito.”
Luhan engoliu em seco, tentando ignorar seu nervosismo (e tentando ignorar também
o fato de que os corpos dos dois guardas – despidos – estavam na parte detrás do furgão,
mortos).
✘✘✘
Minseok e Jongin estavam parados em uma sala ao lado do tribunal do júri, em suas
mãos as armas já montadas enquanto eles mantinham a porta levemente aberta para poderem
visualizar o que acontecia dentro do salão em que o julgamento ainda não havia iniciado, mas
que todos chegavam aos poucos – menos o novo juiz designado para presidir a sessão, que
ainda não aparecera em lugar algum.
Não havia ninguém naquela sala que seria usada pelo júri para discutir o caso, e
Jongin e Minseok haviam entrado pela lateral do prédio, se dizendo policiais que foram
mandados para ajudar na segurança do julgamento. Seus corpos estavam cobertos pela mesma
farda que Baekhyun e Kyungsoo também usavam, os torsos protegidos por coletes a provas de
balas e a cabeça coberta por um quepe – que logo seria trocado por uma máscara de oxigênio.
“Quando vai ser a nossa hora?” O moreno perguntou, sentindose culpado por não ter
insisto mais para ser a dupla de Kyungsoo. Afinal, deixálo sozinho nunca acabava bem.
“Em breve, eles estão fazendo as acusações e essas coisas, não vai demorar mais
muito tempo até que o Baekhyun entre.” Minseok respondeu, falando o mais baixo possível,
enquanto tentava enxergar na grande sala algo que não fosse o promotor e os réus,
acompanhados de seus advogados falsos.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 307/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kai arregalou seus olhos e se aproximou da porta com a fresta aberta, se ajoelhando e
olhando para fora também. “Como assim?”
“Tem dois guardas... Quando eles entrarem teremos que lhes dar cobertura, ou alguma
merda pode acabar acontecendo.”
“No quê?”
“Matar pessoas, agir criminosamente... Eu só queria uma vida fácil, entende? Queria
ganhar bastante dinheiro sem ter que me esforçar.” O moreno suspirou baixo, sentindo sua
garganta se fechar de nervosismo. “Eu acho que não sirvo para isso, mas se tiver que fazer
qualquer coisa, eu faço. Ainda mais que agora não tem como voltar atrás, não é? Nossos
líderes que estão lá no meio do que não é nada mais que um fogo cruzado, e eu fui quem
trouxe o Kyungsoo para isso e agora ele está lá, armado, tendo que se meter nessa merda
toda...”
Minseok parou de rir, mas o sorriso continuava em seu rosto. “Tudo bem se sentir
nervoso. Vocês estão nisso de crime organizado há muito pouco tempo, e vou admitir que até
eu estou nervoso... Invadir julgamentos não é algo que faço com frequência, sabe.”
“Mas vai dar tudo certo.” Kai murmurou, mais para si mesmo do que para o outro.
✘✘✘
Kris ainda engolia em seco, mesmo que estivesse sentado em seu lugar fazia tempo.
Suho não estava muito diferente de si, observando tudo com os olhos levemente arregalados.
Quando os réus entraram na grande sala que aconteceria o julgamento, não sabiam que
o local já estaria cheio.
Havia em torno de trinta pessoas no que Suho considerava como sendo a plateia do
pequeno teatro – ou circo, como o promotor chamara – que aconteceria, o júri já estava
sentado em seus devidos lugares, o promotor Lee Sunghwan mexia em alguns papeis
enquanto estava sentado no lugar que provavelmente ficaria durante todo o julgamento; e até
mesmo Chanyeol e Chen já os esperavam quando eles entraram e se sentaram nas cadeiras
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 308/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
estofadas e confortáveis.
“Até que enfim vocês chegaram,” Chanyeol murmurara quando os réus chegaram,
abraçando Suho e lhe dando breves tapinhas nas costas.
“Como vocês estão?” Chen perguntou dando tapinhas leves no ombro e Kris, e em
seguida em Suho. “Logo logo isso tudo vai terminar, prometo.”
Suho entreabriu os lábios para murmurar que estava com fome, mas Yifan
interrompeu seus pensamentos quando sussurrou antes de si, irritado. “Vocês realmente não
vão nos contar nada?” Sua voz saíra em um tom baixo perto de Chen e Chanyeol, mas Suho
não se conteve em olhar em volta para ver se ninguém havia ouvido.
“Nós vamos ganhar,” Chen falou alto, batendo suas palmas, chamando a atenção do
promotor. “Não se preocupem, a nossa defesa está infalível.”
Chanyeol poderia ter amadurecido muito nesses últimos meses, mas continuava a ser
espalhafatoso demais para o seu próprio bem.
“Por favor?” Chen chamou o guarda, fazendo sinal com a mão, falando com uma
quase ironia. “Meus clientes vão permanecer algemados?”
“Foram as ordens.” O guarda respondeu, dando de ombros e Chen o olhou com uma
expressão ofendida.
Os olhares dos dois réus e dos advogados caíram sobre o promotor que se mantinha
concentrando enquanto anotava algumas coisas no papel. Lee Sunghwan pareceu se sentir
incomodado com os olhares e girou sua cabeça levemente para o lado, dando um pequeno
sorrisinho ao ver que era observado.
Seus lábios abriram de leve, embora som nenhum tivesse saído dos mesmos.
Eles já não sabiam se a questão de tudo, que faria eles serem livres ou presos, viverem
ou morrerem, dependia da sorte ou não.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 309/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Mas ao chegarem ao local indicado na planta do prédio feita em baixa escala que
Sehun havia entregado para cada membro, não encontraram nenhum obstáculo que os
impediria de entrar na corte do júri no momento que desejassem.
Quando o rapaz de pele pálida demais e lábios cheios fora deixado sozinho em frente
à sala do tribunal seu coração sofreu um aperto por detrás de suas costelas. Ele conseguia
ouvir o que acontecia atrás da porta e não parecia bom. Nada lhe parecia exatamente bom,
para falar a verdade.
Kyungsoo respirou fundo e guardou seu quepe na bolsa, já que a ideia era entrar na
sala usando as máscaras de gás sobre a cabeça para que fosse mais fácil ajeitálas sobre o
rosto quando as bombas de gás lacrimogênio fossem atiradas na hora em que eles fugissem.
Tudo deveria acontecer muito rápido e as armas seriam usadas mais para assustar do que para,
de fato, se defender, já que não haviam policiais ao redor.
Seus pensamentos estavam perdidos enquanto ele repassava o plano em sua cabeça
pela trigésima vez, se decidindo a ficar atrás de Baekhyun, apenas calado, sem chamar
atenção alguma para si para que no final das contas nada desse errado.
Um frio gelado percorreu sua espinha e pareceu congelar as entranhas de seu corpo
quando uma voz desconhecida soou atrás de si perguntando quem ele era. Kyungsoo
arregalou seus olhos antes de virar para trás.
Uma arma engatilhada estava apontada para si e um guarda, que ele não havia visto no
prédio, nem durante todo o caminho que ele fizera com Baekhyun até chegar onde eles
estavam naquele momento, lhe questionava quem era e o que fazia ali. O rapaz parecia ter a
mesma idade que o próprio Kyungsoo. Seus cabelos pretos estavam cortados rentes à raiz e
seus olhos eram pequenos, mas estavam arregalados.
“De qual distrito você é? Quem é seu chefe? O que está fazendo aí parado à porta do
julgamento? Você parece suspeito... Sabia?” O policial perguntou, ainda apontando a arma
para Kyungsoo. “Eu nunca vi você por aqui antes, quem é você?”
Kyungsoo não conseguia tirar os olhos do pequeno furo na ponta da arma, por onde
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 310/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
uma bala poderia ser disparada a qualquer momento. A faca presa em sua cintura parecia lhe
chamar enquanto em seus ouvidos ele parecia poder ouvir o bombear forte, porém lento, de
seu coração.
Uma mistura de terror e calma lhe invadia de modo dúbio e confuso, e quando seus
lábios se abriram para que ele se apresentasse, para que dissesse seu nome como o outro havia
lhe ordenado, apenas três palavras ecoavam em sua cabeça.
Quem eu sou? Ele pensou enquanto o outro dizia que chamaria ajuda caso Kyungsoo
não lhe desse uma resposta decente.
O rapaz de pele pálida deu um passo para trás quando o outro avançou em sua direção,
parecendo nervoso, como se tivesse sido avisado que haviam pessoas suspeitas no prédio que
precisavam ser eliminadas. Kyungsoo não conseguiu pensar com coerência enquanto o perigo
da arma de fogo apontada para si era real demais. Para a pergunta que lhe fora feita apenas
uma resposta ecoava em sua mente.
Um nome que não era propriamente seu fora sussurrado em seus pensamentos quando
a mão fora de encontro à faca que ele usava presa ao cinto em seu quadril...
“Tudo bem amigo,” A voz que saía dos lábios de Kyungsoo soara alguns tons mais
baixo, calma. “Sou do distrito de Nowon... Vamos conversar com seu chefe de equipe, você
obviamente não sabe quem eu sou, mas vamos resolver isso sem violência, sim?”
O outro pareceu aliviarse, suspirando, parecendo não perceber que a mão do rapaz de
lábios fartos continuava sobre sua faca no cinto.
“Qual seu nome?” O policial novato perguntou novamente, abaixando a arma aos
poucos, ainda incerto.
Apenas um nome ecoava na cabeça do rapaz pálido, sua pele gelada enquanto ele
suava frio, quando o mesmo sorriu – um sorriso de canto, sarcástico – e respondeu.
✘✘✘
Sehun parara de gritar havia um tempo. Ele não entendia como aquelas pessoas do
manifesto em prol dos direitos humanos tinham tanta força para gritar por tanto tempo
seguido. O lado mais cético de Sehun até mesmo se perguntou – em uma discreta luta interna
– se a pena de morte era realmente tão ruim assim.
Claro, para o seu líder Suho era inaceitável algo assim – e para Kris também,
tecnicamente, mesmo que Sehun definitivamente não gostasse muito dele, já que fora Kris
quem dera a ordem para que Luhan assassinasse Sehun, duas vezes – e todas essas águas
passadas que o adolescente não conseguia esquecer. Mas eliminar bandidos (os outros) era
algo realmente tão ruim?
Sehun ainda era inocente demais e não entendia completamente todos os males que
causava – não só ele como toda e qualquer organização criminosa. Mas ele entendia com
clareza que as pessoas, os seres humanos em si, eram egoístas por natureza e não poderiam
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 311/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
jamais ser determinadas (ou separadas em grupos) como más ou boas. Todos eram ruins, de
um modo mais ou menos evidente, todos os seres humanos eram os vilões de alguma história.
“Não,” Luhan respondeu do outro lado da linha. “Queria saber se está tudo bem por
aí.”
Sehun não evitou um pequeno sorriso. “Está tudo bem, mas eu tenho que desligar... A
qualquer momento pode... Você sabe.”
Luhan assentiu do outro lado da linha. “Só... Tome cuidado. E venha para cá assim
que o secretário for morto, tome cuidado e venha correndo para cá. Você sabe onde estamos,
não é?”
“Sei sim, Xiao,” Sehun afirmou, tentando ignorar os olhares da garota com quem ele
conversara até pouco tempo atrás, que no momento parecia mais interessada em sua conversa
no telefone do que em gritar pelos direitos humanos. “E você repetiu duas vezes para que eu
tomasse cuidado, está parecendo uma mãe.”
Sehun pensou em responder, mas nessa hora um carro luxuoso estacionou próximo a
eles, em frente ao prédio governamental.
Ele não conseguia ver a arma ou Tao, mas Sehun sabia que o assassino estava a
postos.
✘✘✘
Ao abrir uma fresta na porta e vendo que se tratava de um guarda que usava o
mictório, Baekhyun deixou as armas dentro do box quadrado e se aproximou do homem .
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 312/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Baekhyun sabia ser amigável. Sabia começar algum assunto comum, sabia sorrir e
sabia fazer com que os outros lhe dissessem o que ele queria saber. O rapaz ainda usava o
quepe – que escondia seus cabelos coloridos com um marrom chocolate – quando se parou ao
lado do guarda desconhecido, fingindo que também precisava urinar e começou a conversar.
Baekhyun mentiu que era de um guarda da delegacia central de Nowon e que havia
sido enviado para levar os réus (“o líder da M e seu braçodireito”) para a prisão caso fossem
condenados; e o guarda respondeu com uma voz tediosa, murmurando que ele também estava
relacionado com esse mesmo caso e que teria que substituir um dos policiais que se
encontrava lá dentro da corte, já que o turno do mesmo estava acabando.
“Sim, eu e meu colega vamos mudar de turno com eles, na verdade.” O guarda
murmurou, dando de ombros enquanto lavava as mãos. “Provavelmente meu colega já está lá
na porta me esperando.”
Baekhyun sentiu um frio cruzar sua espinha ao pensar em como Kyungsoo reagiria
sozinho se tivesse que se explicar para um guarda. O rapaz de olhos delineados não pensou
duas vezes antes de se afastar alguns passos do homem, apenas para, logo em seguida, tirar a
arma de sua cintura e desferir uma coronhada forte e certeira na nuca do guarda que nem ao
menos havia dito seu nome.
O homem não desmaiou, mas Baekhyun se aproveitou de sua tontura e o jogou dentro
do box onde estavam as armas montadas. Seu revólver quando disparou fez um barulho surdo,
mas ele não prestou atenção no estrago que fizera no peito do guarda – de onde brotava
sangue – antes de pegar as armas montadas, o walkie talkie preso na cintura do homem
desfalecido e fechar a porta do banheiro com força, correndo até onde Kyungsoo estaria.
✘✘✘
O juiz batia com o martelo de madeira algumas vezes no suporte sobre sua mesa
gigantesca e imponente enquanto o promotor falava porque, Kris precisava admitir, Lee
Sunghwan era bom. O promotor se apresentava e falava sobre o caso de maneira eloquente,
chamando a atenção do júri popular e da plateia presente, como se estivesse literalmente
encenando uma peça de teatro.
Yifan não evitava olhar para os lados e perceber as expressões de Jongdae e Chanyeol
enquanto o homem falava. Chen parecia calmo e mantinha um sorrisinho no rosto como se
cantasse vitória antes do veredito final, já Chanyeol mantinha uma expressão séria, com o
cenho franzido e os lábios comprimidos, como se pensasse seriamente em todas as palavras
que o promotor falava com sua voz dissimulada.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 313/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O olhar de Yifan caiu também sobre Joonmyun, que se mantinha sentado ao seu lado
com uma expressão fechada, enquanto olhava ao redor de modo discreto, como se tentasse
adivinhar qual era o plano que os membros da K e da M haviam planejado juntos, para tentar
entender e prever o que aconteceria naquele salão até o final do julgamento.
Kris odiava não saber das coisas, ele não era o líder por acaso. Tudo na M sempre
precisou passar por sua aprovação para ser executado ou aceito, mas naquele momento Yifan
se sentia completamente no escuro, perdido.
“Espero que eles não explodam o local...” Suho murmurou tão baixo que Kris duvidou
que tivesse sido para ele, mas respondeu mesmo assim.
Por cuidados devidos, a população não sabia – mas Yifan e Joonmyun tinham certeza
– o promotor se referia ao fato de que os líderes da K e da M seriam mortos ‘acidentalmente’
em uma briga entre prisioneiros, o que seria realmente uma pena.
“Wu Yifan, membro da família chinesa Wu,” O promotor disse, segurando uma pasta
em mãos, que continha folhas as quais Lee Sunghwan anteriormente estava lendo, enquanto o
escrivão digitava rapidamente no notebook ao lado do juiz. Ao mencionar o nome da família
de Kris, o promotor olhou nos olhos do acusado e sorriu, sabendo que o afetaria.
“Você está sendo acusado pelos seguintes crimes até o dia de hoje: Assassinato de
Cho Jinsoo, o juiz que ajudava no inquérito contra sua pessoa e sua organização, nominada e
conhecida pelas outras organizações criminosas como M; sonegação de impostos; tráfico
ilícito de entorpecentes, drogas e armas leves; crime organizado – óbvio,” O promotor riu
baixinho, mas pigarreou e voltou a ler as palavras impressas. “Lavagem de dinheiro; esquema
de prostituição e jogos; corrupção; falsificação de documentos, assassinato de Shoji Nishijima
– o diplomata japonês que auxiliaria no acordo de paz entre as duas Coreias; extorsão de
dinheiro; terrorismo contra a Coreia do Sul...”
Suho não evitou um riso abafado e Kris o olhou com uma sobrancelha erguida.
“Você parece ter estado bem ocupado, Kris.” Suho murmurou baixinho e o chinês
assentiu.
“Como assim até terrorismo?” Chen perguntou mais para si mesmo do que para os
outros. “Ele não incluiu isso nos papeis que foram entregues para mim, eu não me preparei
para defender isso!”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 314/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Eles realmente sabem de tudo ou estão blefando?” Chen murmurou para Kris, que
deu de ombros.
“Diria que estão blefando, já que eles nem ao menos sabem os nomes de vocês e
muito menos o fato de que fazem parte disso tudo.” Yifan respondeu e os outros assentiram.
“Pelo menos não falaram sobre sequestro, o que faz com que eu me sinta um pouco
melhor.” Chen disse, ajeitando os óculos falsos que usava e Kris revirou seus olhos, ignorando
completamente o fato de o promotor ainda estar falando.
“Esqueceuse de que foi você quem se passou pelo Nishijima, o diplomata japonês, e
explodiu a embaixada?” Kris perguntou, não evitando rir baixo. “Tecnicamente, o terrorista é
você e não eu.”
Chen fez um bico com os lábios entreabertos, mas não se atreveu a negar.
“Mas você é o líder, então não muda nada... Tecnicamente é culpado de tudo.” Suho
interveio e todos o olharam com uma sobrancelha erguida, inclusive Chen. “O que foi?”
Yifan suspirou, virando sua cabeça para trás para procurar por pessoas conhecidas na
plateia, para tentar entender do que se tratava o ‘plano’. Não encontrou ninguém, nem mesmo
um par de olhos de um negro profundo, marcados por olheiras de nascença que ele tanto
amava.
✘✘✘
Baekhyun pensou em gritar pelo colega quando o viu de costas – embora isso pudesse
atrair atenção desnecessária –, porém, quando ele chegou até Kyungsoo seus lábios se
partiram e nenhum som saiu de sua boca.
Kyungsoo estava agachado no chão, onde era possível ver um corpo caído e sangue
brotando deste e escorrendo. Baekhyun fez uma careta, mas não se anojou, o sentimento que
caiu sobre si fora preocupação.
“O que houve...?” Baekhyun perguntou, mantendo sua coluna rígida enquanto o outro
– levemente mais baixo – se aproximava. “O que aconteceu com você...?”
Os lábios de Kyungsoo estavam úmidos com um líquido vermelho e uma faca em sua
mão estava ensopada do mesmo líquido que Baekhyun conhecia bem – até demais. O sangue
pingava no chão quando o rapaz de pele alva arregalou seus olhos – já grandes – e passou os
dedos pelos seus lábios.
“Ah...” Respondeu, rindo descontraído, mas de um modo que fazia Baekhyun sentir
calafrios. “Eu estava limpando minha faca... Esse merda apareceu e pensou que me assustaria
com essa arma, mas nem ao menos estava engatilhada, acredita? Ele nem teve tempo de gritar
antes de se afogar no próprio sangue.”
Baekhyun não era inocente. Ele já havia tirado a vida de mais pessoas do que se
lembrava e poucas foram as vezes em que ele não usara de requintes de crueldade para fazer
isso. Baekhyun tinha a certeza de que ele não era uma boa pessoa, mas Kyungsoo – por outro
lado – sempre pareceu o epítome da caridade para si.
Porém, antes que o outro pudesse responder, o walkie talkie chiou e uma voz
perguntou se o guarda estava pronto para mudar de turno, dizendo que dentro do julgamento
os ânimos estavam calmos e a hora para a mudança era propícia. Baekhyun arregalou seus
olhos e balançou sua cabeça, tentando evitar pensamentos desnecessários sobre seu colega de
organização.
Baekhyun explicou rapidamente para Kyungsoo – que limpava a faca em suas vestes –
o que havia acontecido no banheiro, enquanto capturava o walkie talkie entre suas mãos, o
ouvindo ainda chiar baixo.
“O que estamos esperando, então?” A voz Kyungsoo murmurou depois que Baekhyun
lhe explicara a situação, embora o seu tom não parecesse o mesmo de sempre, doce e gentil.
“Chama logo esse guarda aqui para fora.”
Um sorriso cruel estava estampado no rosto gentil que Baekhyun pensara conhecer tão
bem. Ele pensara em depositar sua mão na testa de Kyungsoo para ver se o mesmo não estava
febril – o que não justificaria seu comportamento estranho, em todo o caso –, mas não havia
tempo para isso. Os outros membros precisavam deles para continuar o plano de fuga.
Quando o guarda respondeu ao chamado no pequeno rádio sem fio e colocou seus pés
para fora da porta Baekhyun suspirou aliviado pelo fato de que a sala em que acontecia o
julgamento ficava tão afastada de tudo dentro do edifício. Não havia sequer uma alma viva
perto de onde eles estavam, o que era conveniente pensando no fato de que havia naquele
momento dois corpos – ambos guardas – em frente à porta e mais sangue banhando o chão já
que, aparentemente, Kyungsoo achara interessante apunhalar as pessoas, mesmo quando
Baekhyun dissera que não era necessário.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 316/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Baekhyun negou com a cabeça, não acreditando no que ouvia. Aquele em sua frente
definitivamente era Kyungsoo, mas estava agindo de um modo diferente – e estranho –
demais. “Kyungsoo, você está bem?”
“Por que você continua perguntando isso? Está tudo ótimo...” D.O disse, rindo, mas
parando para pensar um pouco.
“Só vamos dizer que o Kyungsoo não está ativo no momento.” A voz saíra dos lábios
em um sussurro enquanto sorria, mostrando os dentes levemente manchados de vermelho. “A
propósito, pode me chamar de D.O, certo?” Decidiu se apresentar, já estava na hora, aliás.
Era hora de todos conhecerem o que o próprio D.O chamava de o lado mais
interessante de Do Kyungsoo.
Baekhyun não compreendeu o que o outro dissera, mas não teve tempo de fazer mais
questionamentos antes que a porta que separava eles do interior do salão em que acontecia o
julgamento fosse aberta de supetão pelas mãos daquele que ele conhecia como Kyungsoo.
✘✘✘
“Ele não está atendendo, merda.” Kai sussurrou irritado enquanto mantinha o celular
grudado ao ouvido.
“Tenta o Baekhyun.” Minseok deu a ideia, mantendo a arma perto de seu peito. “Ou
vamos ter que entrar assim mesmo... Já está ficando tarde e o Tao me ligou avisando que um
jornal local na televisão anunciou que o secretário de justiça está chegando, quando ele chegar
ao prédio e for abatido pelo Tao será a distração perfeita e precisaremos já estar indo embora.”
Kai murmurou mais alguns palavrões enquanto tentava ligar para Baekhyun, mas
Minseok o impediu, sussurrando para que o moreno se aproximasse da porta e visse pela
fresta o que acontecia.
“Um guarda está saindo...” Kai sussurrou, observando aquilo que Minseok queria que
ele visse. “Será que é nossa hora?”
“Ou é isso, ou algo deu errado.” Minseok se afastou da porta e vasculhou a mochila
atrás das bombas caseiras de fumaça que eles haviam trazido junto, anexando as mesmas ao
cinto que usava, e de uma máscara grande de oxigênio que colocou sobre a cabeça. “Se
arrume, porque não temos mais tempo para esperar.”
corredor de acesso restrito que levaria eles diretamente para fora do prédio.
“Mas o quê...?” Minseok murmurou, não entendo o que acontecia, mas bastou que Kai
se aproximasse da fresta por onde o mais baixo olhava para dentro do grande salão e desse
uma olhada rápida na expressão de Kyungsoo, que mal havia acabado de aparecer por detrás
da porta, para ele perceber o que havia acontecido.
“Não...” O moreno sussurrou, sabendo que todo e qualquer plano que eles tinham,
havia ido por água abaixo.
✘✘✘
“Boa tarde, pessoal,” D.O murmurou com a arma em punhos, o rosto descoberto e um
sorriso repuxando sua face. As pessoas se viraram para encarálo e logo alguns gritos
histéricos começaram enquanto aqueles mais próximos de si se abaixavam. “Ahah, silêncio,
ssshhhh...” Ele murmurou, enquanto apontava a arma para o policial parado ao lado da mesa
que o juiz – este estático e assustado – permanecia. “Não vamos fazer nenhuma besteira que
eu realmente não estou com vontade de ouvir gritos desnecessários, sim?”
Um sorriso grande se apossava dos lábios de D.O enquanto ele olhava em volta.
Baekhyun surgiu atrás de si, logo após fechar as portas e trancálas com uma corrente grossa
que trazia na bolsa. Ninguém entraria ou sairia dali.
Chanyeol e os outros, sentados na mesa dos réus, arregalaram seus olhos, não
entendendo o que acontecia. O plano estava diferente. Kyungsoo estava diferente.
“Já mandei não me chamar assim!” D.O murmurou, irritado, virando seu corpo para
Baekhyun.
Um tiro fora ouvido e os civis presentes soltaram um grito baixo, alguns se jogando no
chão de medo, mas D.O – ao contrário dos presentes – apenas ergueu uma sobrancelha e
mirou a origem do som alto. O guarda que estava parado perto do juiz jazia morto no chão e
Minseok e Jongin saíam a passos rápidos pelo salão, também com as armas em mãos, pedindo
silêncio.
Baekhyun andara até a frente e contara o que estava acontecendo para Chanyeol e os
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 318/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
outros. Contara sobre os guardas mortos em frente às portas do julgamento; sobre o guarda
que ele tirara a vida no banheiro; sobre a situação em frente ao prédio e terminara sua fala
rápida e ansiosa tentando explicar para os outros que havia percebido algo de errado em
Kyungsoo.
D.O ergueu as duas sobrancelhas, mas sua expressão relaxou em um sorriso quando
Jongin chegou perto de si, o agarrando pelo braço.
“Você é louco?” O moreno perguntou, irritado. “Aquele guarda quase atirou em você
quando você abaixou sua guarda e virou de costas...”
“Você disse que não ia mais nos incomodar!” Jongin sussurrou, tentando ignorar o
fato de que D.O tinha um fuzil em mãos apontando para um ponto qualquer do salão.
“Ocorreu um probleminha e eu tive que decidir entre deixar o Kyungsoo correr risco
de vida ou aparecer e quebrar nosso pequeno e sagrado acordo.” D.O riu, dando pequenas
palmadas no ombro de Jongin. “Aliás... Ainda dói?”
Mais à frente, Baekhyun e Minseok pediam silêncio a todos, garantindo que ninguém
se machucaria caso todos ficassem calmos.
Chen e Chanyeol foram até a sala secreta do júri e se vestiram propriamente, pegando
máscaras e colocando estas sobre suas cabeças. Quando voltaram até o salão, em suas mãos
haviam armas para intimidar as pessoas.
“Vamos?” Chanyeol perguntou alto. Chen retirava as chaves do cinto do guarda morto
e olhava em volta, vendo o juiz se esconder embaixo da mesa e o escrivão fazer o mesmo.
“Esse era o plano?” Kris perguntou e Chen deu de ombros, com um sorriso sem graça.
“Tecnicamente não,” Chen sussurrou. “Mas por enquanto está tudo bem... Não?”
“Não é hora para isso!” Chen disse sem entender o que acontecia. “Esqueceuse do
plano...?”
“Kyungsoo, o que—” Chanyeol murmurou, mas recebera como resposta o fuzil que
D.O segurava em mãos apontado para si.
“Me chama mais uma vez de Kyungsoo que eu juro que abro um rombo no meio da
sua barriga.” D.O murmurou, já sem um sorriso marcando seu rosto.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 319/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Não... Não...!” Jongin pediu, se aproximando, mas o fuzil nas mãos do rapaz de pele
alva parecia dançar em suas mãos enquanto achava novos alvos para ameaçar.
“Já que isso aqui é praticamente um showzinho particular do governo para prender
aqueles bons moços ali,” D.O disse, irônico, apontando para Yifan e Joonmyun. “Acho que
eu, como um bom personagem desse show devo me apresentar, não?” Uma risada curta se
desprendeu de seus lábios. “Claro que isso não foi uma pergunta e quem for contra isso vai
ficar sem alguma parte do corpo – provavelmente o rosto – mas isso não vem ao caso.”
Claro que nenhum dos presentes, além de Jongin, tinha a menor ideia do que estava
acontecendo verdadeiramente. Ninguém tinha real noção do mal com o qual lidavam... Com o
que Kyungsoo era, na verdade.
CONTINUA
Notas finais
O julgamento enfim chegou. Agora não tem mais volta.
Sdds protestos nas capitais, tropa de choque, bombas de gás, bala de borracha, quem aí se
identificou com o Sehun levanta a mão e
Minseok insensível não ta pra psicóloga de colega arrependido. Tome jeito Jongin, se isso é
momento pra desabafo com traficante de drogas.
Luhan mamãe gansa preocupado com o Sehun ligando pra saber como ele ta. Só faltou
aquele amigo zoeiro gritando "AWN, SEHUN, VOLTA PRA CAMA" com voz de pornô da
Band. Mas não se pode ter tudo né.
E treeeta, treta, teta OPS, treta.
D.O resolveu dar as caras novamente e ele não me parece muito afim de ajudar a galera não.
Agora é esperar pra ver o fim que esse showzinho surpresa terá.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 320/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Notas do Autor
Olá gente!
Demorou, mas voltamos. Desta vez não por esquecimento nem por compromissos. Nosso
perfil foi banido de novo, mas como da outra vez, nos provamos inocentes e estamos de
volta!
Estamos na reta final, após este, temos mais dois capítulos e o epílogo. Como a "pausa" de
duas semanas não estava no nosso "cronograma", vamos dar um jeito e Teoria do Caos
terminará junto do mes de dezembro, junto do ano de 2013.
Então, sim, TdC se conclui este ano ainda.
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO DEZENOVE – FIM DA LINHA
“Começou.” Lay sussurrou, se curvando sobre o volante para tentar enxergar algo, o
mínimo que fosse, do que acontecia, embora fosse impossível do lugar onde eles estavam com
o furgão estacionado.
Os dois, Luhan e Lay, sentados dentro do furgão do presídio federal, não sabiam se o
que mais ouviam eram tiros ou os gritos desesperados. Lay franziu o cenho e alcançou a mão
de Luhan, pegandoa entre seus dedos, sentindo o mesmo apertálo em resposta.
Quando a fumaça invadiu a rua, ambos souberam que Sehun fizera sua parte. A
fumaça esbranquiçada fez as pessoas se dispersarem e correrem para todos os lados; e Luhan
ficou procurando entre o caos onde Sehun estava.
Mais alguns tiros foram ouvidos e os gritos continuaram, dessa vez mais dispersos,
quando o corpo magro tão conhecido por Luhan surgiu entre a fumaça. O rosto estava coberto
por uma máscara de oxigênio, mas era definitivamente Sehun.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 321/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O adolescente correu até onde o furgão estava e fez a volta, abrindo as portas traseiras
e adentrando o veículo. Sehun não conteve um grito assustado, abafado pela máscara que
usava.
“Mas... Mas tem...!” Sehun murmurou, retirando a máscara que protegia o seu rosto
do gás que ele mesmo lançara, olhando para o chão do furgão.
“Sua camisa tem sangue...” Luhan observou, com o cenho franzido. Sehun olhou para
baixo e viu que era verdade, sangue que provavelmente respingara em si quando um projétil
lançado por Tao acertou em cheio a cabeça de um policial que estava perto demais.
O policial se aproximara de Sehun ao perceber que o mesmo tirara uma bomba caseira
de sua mochila, mas Zitao o silenciou antes que o mesmo pudesse fazer mal ao adolescente.
“Fodase que tem sangue,” Sehun murmurou, apontando para o canto do furgão.
“Tem...”
“São os guardas da prisão que estavam dirigindo esse furgão.” Luhan disse,
observando Sehun pela janela gradeada que separava a parte dianteira da traseira do veículo.
Sehun não verbalizou seu nojo, mas sua expressão fizera um bom trabalho.
“Boa distração, hein, Sehun,” Lay dissera, chamando a atenção do rapaz que olhava
para os corpos vestindo poucas roupas. “O Tao fez seu trabalho também, creio eu?”
“Por que sua cara está pintada?” Luhan perguntou, com uma sobrancelha erguida e
Sehun deu de ombros.
“Para de olhar.” Luhan pediu e Sehun virou o rosto, anojado, para em seguida
observar a expressão do chinês para si. “Logo tudo isso vai acabar.”
E vendo a morte tão perto de seus olhos, que tudo acabasse era – secretamente – tudo
o que Sehun mais desejava.
✘✘✘
D.O ainda apontava seu fuzil sem destino, procurando um alvo qualquer, irritado com
Kyungsoo, querendo descontar sua frustração em qualquer pessoa – qualquer uma.
Kyungsoo não tinha o chamado dessa vez, muito pelo contrário. O rapaz de boa índole
pensara com todas as forças que poderia ele mesmo dar conta do problema quando o guarda
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 322/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
apareceu do nada e lhe apontou uma arma, ameaçando atirar. Ele não havia sequer pensado
em D.O, quando o mesmo ficara sussurrando em sua mente para chamálo. Kyungsoo, na
verdade, não pensara em D.O durante aqueles dias, ignorara sua fome que assolava, de certo
modo, a ambos, e D.O até achara um milagre quando Kyungsoo o obedecera e levara a faca
que a segunda personalidade – esta de má índole – pedira pela manhã.
D.O estava irritado, Kyungsoo estava querendo ignorar sua existência. Claro que, de
fato, D.O e Jongin haviam feito um pequeno tratado de paz, mas Kyungsoo não tinha nada a
ver com a história, ele não deveria ignorar D.O.
Kyungsoo não poderia ignorar aquele que o protegeu de tudo, de todas aquelas
pessoas ruins, de todos os problemas do mundo.
“Meu nome é D.O, muito prazer.” Ele repetiu, em voz mais alta, para que todos o
ouvissem. Para que todos lembrassem.
O rapaz disse, se curvando levemente, sorrindo. “Eu estive pensando nesses últimos
dias, enquanto fiquei em silêncio, sobre o que eu deveria fazer com o meu descontentamento
com o Kyungsoo e – vamos ser sinceros – com alguns de vocês... E como o plano é fingirmos
sermos uma grande família feliz, achei que seria interessante que todos soubessem com o que
estão, verdadeiramente, lidando.”
“Não, por favor, D.O...” Jongin pediu, mas fora ignorado. As pessoas do júri, embora
amedrontadas, tentavam observar o que acontecia. Até mesmo o juiz se segurava na mesa com
a ponta dos dedos, olhando para baixo para ver quem era aquele que falava.
Eles não faziam a mínima ideia de quem era D.O... Mas logo ficariam sabendo.
Os olhares daqueles que conheciam Kyungsoo caíram sobre Jongin, que se encolheu,
negando com a cabeça, em uma fala muda pedindo para que conversassem sobre isso em
outro momento.
D.O olhou para trás, observando os olhos esbugalhados do juiz o observando e soltou
uma risada fraca, parecendo se divertir. O rosto gordo da autoridade máxima naquele
julgamento se contorceu em uma careta de horror, mas não voltou a se esconder, com medo
de que qualquer movimento seu fosse considerado uma ameaça pelo criminoso.
“Está com medo, Excelência?” D.O perguntou, erguendo uma sobrancelha e pegando
o revólver de seu cinto, apontando para o homem da Lei, mas mantendo seu fuzil apontando
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 323/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
de modo aleatório pelo salão. “Ou é Vossa Excelência? Como devo lhe chamar?... De porco,
talvez?”
“Sabe juiz, acho que poderíamos sair algum dia juntos,” D.O falou, usando um tom de
brincadeira ácido e irônico. “Eu realmente gosto de carne, veja bem, acho que eu faria bom
proveito do senh—”
“Mas por quê?” D.O perguntou de maneira infantil, seus olhos caindo sobre os
membros da K e da M que o olhavam com expressões confusas ou preocupadas, ao mesmo
tempo em que tentavam controlar os civis que sussurravam ou guinchavam de medo pelas
armas. “Parem de me olhar assim, não é como se eu fosse louco.”
Certo, D.O era louco... Ele era a loucura de Do Kyungsoo, mas ele ainda iria chegar
nessa parte.
Suho respirou fundo, sabendo que teria que intervir. “Kyungsoo, o que acontec—”
“Líder,” D.O falou em tom arrastado, suspirando. “Você é um dos únicos que eu gosto
dentro dessa bostinha que você insiste em chamar de família, enquanto fingem serem
criminosos corruptos. Seja gentil, então, já que eu já pedi para que me chamassem pelo meu
nome.”
“Não façam mal a ele,” Jongin pediu, em tom de súplica. “Ele está doente, não está
fazendo nada por mal.”
“Ele está falando a verdade, Kai?” Chanyeol perguntara, engolindo em seco, enquanto
os outros também murmuravam ao seu redor, tentando entender o que acontecia. “O que está
acontecendo com o Kyungsoo?”
D.O pigarreou sentado no banco das testemunhas quando pegou a Bíblia em mãos,
chamando a atenção dos membros da K e da M.
Folhando as páginas com interesse fingido enquanto todos o observavam, D.O sorriu.
“Não matarás... Esse é um dos dez mandamentos, certo? Sempre me perguntei a que isso se
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 324/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
refere. Os animais precisam matar para se alimentar ou se proteger. Por que com nós humanos
seria diferente, não? Nós temos que fazer o que for preciso para sobreviver... Inclusive matar
uns aos outros. É a lei do mais forte, vocês não acham?”
D.O ergueu as duas sobrancelhas e aplaudiu de leve, se divertindo com o que via. Dos
membros da K, D.O sempre achara Chanyeol como sendo bonzinho e até de certo modo
submisso demais... Era interessante vêlo daquele modo, ameaçador. “Mata ele, Chanyeol!”
Incentivou, querendo ver um pouco mais de sangue ser derramado.
Chanyeol tirou o celular das mãos do promotor e jogou o aparelho longe, no chão. A
arma estava apontada, mas ele não iria atirar.
Um dos jurados, sentado muito perto de onde Kyungsoo estava em pé, se levantou de
súbito, pedindo um basta no que acontecia. “Se vocês querem fugir, vão! Ninguém está
impedindo vocês! Já tiraram a vida desse guarda,” O homem disse apontando para onde o
homem da lei estava estirado. “E já ameaçaram muitas pessoas, por Deus, o que querem?”
“Eu quero me divertir um pouco. Quero que você se lembre do meu rosto quando
estiver tendo algum pesadelo.” Sua expressão se tornou leve enquanto ele parecia pensar.
“Não, espera...” D.O andou até perto de onde o homem que aparentava já ter mais de
cinquenta anos estava, e apontoulhe a arma. “Você está dando uma de herói, não está...? Ah,
não seja estúpido, heróis não existem.”
O jurado fechou os olhos com força e guinchou, de certa forma já abraçando a morte
que lhe parecia estar próxima demais. Seus olhos só voltaram a se abrir quando um barulho
surdo, de um corpo caindo ao chão fora ouvido.
D.O estava inconsciente, no chão, enquanto Baekhyun ainda mantinha a arma no ar, a
coronha para baixo, indicando que ele havia acertado a cabeça do mais baixo com força, o
fazendo desmaiar.
“Se alguém fizer um ruído sequer, eu juro que atiro em quantas pessoas for necessário
até que fiquem em silêncio!” Baekhyun gritou irritado. A situação fugira demais de seu
controle – e, ah céus, como ele odiava quando a situação fugia de seu controle.
“Já era hora.” Minseok murmurou enquanto Jongin corria até o corpo, tirando o fuzil
de perto e o entregando para Baekhyun.
“Que merda foi essa?!” Chen perguntou, exasperado. “O colega de vocês é louco?”
“Não é hora de falar sobre isso. Temos que ir.” Jongin murmurou, pegando o corpo
pequeno entre seus braços, começando a andar em direção à porta da sala dos jurados, que os
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 325/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kris pedira uma arma para Chen durante a intervenção de D.O, e ficara para trás
enquanto todos colocavam as máscaras de oxigênio e pegavam em mãos as bombas. A porta
de entrada estava sendo forçada e eles não queriam ficar para descobrir quem era.
“Líder, vamos!” Chen chamou, jogando para Kris uma máscara que ele prontamente
colocou sobre a cabeça como se fosse um boné.
Kris deu o que ele pensou que seria uma ultima olhada para o promotor que tanto o
queria destruir antes de começar a seguir os outros em direção à porta – todos ainda gritando
para que os civis ficassem quietos, as armas apontadas em direções opostas, ameaçando atirar.
“Você pode escapar, Wu, mas não pense que isso acaba aqui!” O promotor gritou, seu
rosto vermelho, irritado. Em sua cabeça a polícia chegaria a qualquer instante e acabaria com
aquele fiasco, prendendo Yifan e seu grupo de criminosos; o que ele não sabia era que a
polícia que fora enviada até o local estava ocupada demais cuidando dos feridos em frente ao
prédio e eram civis que trabalhavam no prédio que tentavam forçar a porta, em vão.
Ninguém da polícia sabia o que acontecia dentro das quatro paredes do grande salão
de julgamentos.
“Eu ia ir embora promotor Lee, mas como você chamou...” Yifan bradou, irônico, se
aproximando do promotor que continuava sentado em sua cadeira de acusador do caso. “Vim
me despedir.”
Kris sentia raiva, uma raiva imensa de qualquer pessoa que colocasse a sua vida em
risco. Mas a maior raiva que ele sentia era das pessoas que tentavam destruir seu grupo, sua
organização, sua família.
Além disso, o promotor Lee Sunghwan tratara com descaso demais o plano de vida de
Yifan, durante as semanas em que o líder da M estivera aprisionado, o promotor passara todo
o tempo que podia ofendendo os Wu ou falando de como Kris seria morto.
Yifan pensou em deixar tudo aquilo para trás. Mas eles já estavam atrasados de
qualquer maneira, e como ele não fazia ideia de onde eles iriam após a fuga, ele pensou que,
sim, ele poderia se dar ao luxo de se despedir dignamente de um inimigo seu.
“Claro que eu vou morrer... Espero morrer com oitenta anos em uma cama bem
confortável, enquanto durmo, aliás.” Yifan sorria, mas o sorriso morreu em seu rosto quando
continuou a falar. “Até porque, sim, todo mundo morre.” O líder da M murmurou, ignorando
os gritos dos seus companheiros que o chamavam, seu rosto se tornando sério enquanto ele
erguia a arma e a apontava para aquele que não hesitaria em tirar sua vida. “Até mesmo você.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 326/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Vários gritos femininos foram ouvidos quando a arma fora disparada e o promotor
corrupto foi morto. A bala fora alojada em seu peito, perfurando seu pulmão e coração, o
tirando do mundo dos vivos quase que instantaneamente. Sangue jorrou de sua boca quando a
morte lhe abraçou enquanto o coro que o levava ao céu ou ao inferno não passava de gritos
agoniados das pessoas que pensavam serem as próximas vítimas.
O corpo pesado e morto nem havia caído no chão quando Kris colocou a máscara de
oxigênio sobre o rosto, caminhando depressa em direção à porta que os levaria até a saída,
dando assim a confirmação para que as bombas de fumaça e gás lacrimogênio fossem
lançadas entre as pessoas causando pânico e empurraempurra.
Alguns tiros para cima foram disparados para causar mais pânico enquanto os
membros da K e da M corriam até a sala que os jurados usariam para debater o caso, a
trancando para impedir que qualquer pessoa saísse do salão onde o julgamento acontecera – e
fora interrompido de modo abrupto. Os passos que os guiaram até o corredor privado – que os
levaria até a porta usada como saída de emergência – eram rápidos e ninguém se atreveu a
conversar até que estivessem fora do prédio.
Yifan e Joonmyun não sabiam o que fazer e apenas seguiram a todos, entrando na
traseira do furgão preto – com os dizeres Prisão Estadual pintados na lateral – que os
aguardava na saída.
Quando todos entraram Chen gritou um “Vamos embora!” e Lay nem ao menos deu
as boasvindas para os recémchegados antes de ligar o automóvel e pisar fundo no
acelerador, saindo em disparada por uma das principais avenidas daquele distrito de Seul.
Alguns carros de polícia e bombeiros passaram reto por eles, sem saber que ali naquele furgão
estavam dois fugitivos – que escapavam de seu julgamento – e seus grupos criminosos.
“Tem gente morta aqui!” Chen gritou lá do fundo do furgão quando os ânimos se
acalmaram, se referindo aos dois guardas da prisão Federal que foram mortos por Tao e
jogados na traseira do furgão, onde nove homens se amontavam, já que Tao não estava entre
eles.
“O que aconteceu? Como foi lá?” Sehun perguntou exasperado, preocupado por ver
Kyungsoo desmaiado parcialmente deitado no chão, com os braços de Kai ao seu redor. A
cabeça de Kyungsoo estava ferida e manchava a mão do moreno de vermelho enquanto ele a
segurava de modo gentil.
“É, que merda aconteceu lá?” Baekhyun perguntou, confuso. “Kai, o que deu no
Kyungsoo? Quem é D.O?”
“Kai, o que aconteceu com o Kyungsoo?” Suho perguntou, engolindo em seco, sua
garganta arranhando enquanto falava, de tão sedento de água que se encontrava.
Jongin pensara em contar a condição do mais baixo, ainda inconsciente, quando a voz
de Kris se fez presente, o interrompendo.
“Não é hora para isso,” Yifan disse, olhando de relance para o rapaz baixo e de
aparência infantil, que ele jamais havia visto. Kyungsoo, na verdade, era o único membro da
K que Yifan jamais havia visto sequer o rosto, mas não era difícil constatar que ele,
definitivamente, tinha algum problema psicológico. “Sei que algo estava errado com o amigo
de vocês, mas agora precisamos nos focar... Para onde estamos indo? Vocês não contaram
nada do plano para o Suho ou mesmo para mim, nos deixaram completamente cegos... Preciso
saber qual é o próximo passo.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 327/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Todos ficaram em silêncio, mas Joonmyun concordou, se sentindo tão perdido quanto
o próprio Yifan.
“E onde está o Tao?” O líder da M perguntou, estreitando seus olhos, procurando pelo
rosto do mais novo, que tanto ansiava ver entre os presentes, mesmo sabendo que não o
acharia.
“O Tao foi na frente, deve estar nos esperando já.” Lay gritou lá da frente, dirigindo o
mais rápido que podia.
“Quem conta?” Chen perguntou, olhando para todos com um sorriso afetado.
O sequestrador engasgouse com a própria saliva, virandose depressa para olhar para
a nuca de Yixing, pensando seriamente em assoprar a pele à mostra só para ver o outro se
desesperar – mas então Chen se lembrou de que o outro dirigia e de que eles poderiam acabar
sofrendo um acidente caso Lay se distraísse.
“Eu conto.” Minseok se dispôs, revirando seus olhos, criticando a postura dos outros
em silêncio. “Como fui o líder na sua ausência, Kris, acho que é responsabilidade minha
contar o que foi decidido entre todos.”
Chen interveio. “Mas não se desespere! E nem fique louco antes que o Minseok pare
de falar!”
O líder da M não sabia o que deveria pensar, então decidiu apenas ouvir. “Vamos
andar com esse furgão até sairmos da fronteira de Seul e iremos até Anyang. Deixamos ontem
os carros nos limites de Anyang, perto de um posto de gasolina, onde alguns subordinados
meus tem contatos a quem pagamos para que cuidassem dos veículos. Quando chegarmos lá
vamos nos dividir nesses carros e abandonar o furgão para que não nos achem facilmente; e
de lá vamos até um pequeno aeroporto clandestino que fica em Suwon. Todos já conhecem o
caminho, só vocês, líderes, que precisarão ficar no carro com pessoas que sabem como chegar
lá.”
“O que nós vamos fazer no aeroporto?” Suho perguntou o óbvio quando Kris ficou em
silêncio, já entendendo o que se passava.
Minseok suspirou antes de contar o plano. Ele sabia que deixar a Coreia e ir para um
país que não fosse a China não seria uma ideia bem recebida por Kris, mas Minseok não
poderia deixar de achar que esse era o melhor plano que eles tiveram em meses. Ficar na
Coreia significava perseguição e morte... Ir diretamente para a China significava perigo
demasiado, já que eles haviam perdido todo o poder que tinham como máfia e não teriam
força alguma para derrubar o comando da família Wu.
Minseok explicou, parte por parte do que eles fariam ao chegar ao novo país,
prometendo para Kris que em alguns meses, se fosse do seu desejo, eles poderiam rumar para
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 328/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Vocês concordaram com isso?” Suho questionou seus membros, atônito. “Vamos
deixar a Coreia? Sehun você nem tem dezenove anos ainda, como pode aceitar isso?”
Sehun explicou os fatos. Explicou que ele estava sendo procurado pela polícia, que se
ficasse acabaria sendo achado e acusado de explodir o apartamento que a M usava como
moradia. Lembrou também ao seu líder o fato de que seus pais não eram exemplos de amor
familiar e explicou que ele tivera uma longa conversa com Luhan sobre isso e que não voltaria
atrás em sua decisão.
“Luhan está sendo como um guardião do Sehun.” Baekhyun falou sem maldade, já
que era assim que ele via a relação dos dois rapazes que pareciam irmãos – tanto no modo de
se tratar (em público) quanto na aparência.
Luhan gritou um “Eu ouvi isso!” lá da frente e Minseok revirou seus olhos, esperando
uma resposta de Yifan, que se mantinha em silêncio.
“E nossas coisas?” Suho perguntou, de certo modo desapontado em saber que o lugar
que chamara de lar, que amara com todas as suas forças, seria abandonado.
“Está tudo dentro do avião já, levamos nossas coisas para lá durante a semana.”
Chanyeol respondeu animado. “Sei que é estranho tudo isso, mas líder, vamos começar uma
vida nova, e se você quiser nós podemos voltar para a Coreia em algum tempo... Mas agora é
arriscado demais. Ficaremos em um campo minado se continuarmos aqui.”
“Todos concordaram com isso?” Suho questionou, sabendo que deveria ouvir a
opinião dos membros de seu grupo. Ao ver todos concordando com a cabeça, não evitou um
sorriso. “Certo, mas prometam que vamos continuar unidos nesse novo lugar, vamos proteger
uns aos outros e vamos continuar sendo uma família.”
Joonmyun não havia levado a sério o que Kyungsoo – ou seja lá quem fosse que
falava por ele – dissera dentro do julgamento. Para si, sua família era tudo e nada e ninguém o
faria pensar o contrário.
“Sim, papai.” Baekhyun disse, a piadinha carregada de sarcasmo. “Você sabe que
vamos continuar juntos.”
Yifan não evitou concordar com a cabeça, olhando para cada um de seus membros por
algum tempo. “Vocês também concordaram com isso? Querem ir para lá?”
“O que nos resta na Coreia?” Chen perguntou, dando de ombros. “Minseok e Luhan
deixaram ordens para os seus subordinados, deixamos tudo na mais absoluta ordem, para que
nada ficasse fora do lugar na nossa ausência. A M não acabou na Coreia, só passamos o
comando para outras pessoas no nosso lugar, enquanto – digamos assim – vamos abrir nossos
horizontes e conquistar novos espaços.”
Lay deu uma risada lá da frente. “Falando assim, parece que somos uma empresa.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 329/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Kris não evitou sorrir. “Mas nós somos...” Ele não seria contra todos os seus
companheiros. Eles iriam para a capital da Tailândia, Bangkok, começar um novo capítulo de
suas vidas não tão dentro da lei assim. “Somos uma empresa do crime.”
✘✘✘
Quando Kyungsoo acordou não foi por causa dos pequenos tapas que recebia no rosto
ou pelo chamado de Jongin.
Seus olhos se abriram depressa quando um grito alto cortou o ar. Ele estava perdido,
não sabia onde estava e nem o que acontecia, tudo o que vira com seus olhos embaçados fora
Jongin, com o rosto preocupado, percebendo que o menor acordara e o puxando pelo pulso
para correrem.
“O que aconteceu?” Kyungsoo se ouviu perguntar, embora sua voz soasse fina e
angustiada, diferente do normal. Sua cabeça doía na parte de trás e ele levou seus dedos até o
local dolorido, assustandose ao ver a pele vermelha ao recolher a mão e olhála. “Jongin, o
que houve?” Perguntou de novo, sentindo seu estômago embrulhar em pavor pelo som das
sirenes.
Jongin não respondeu enquanto eles corriam por um lugar que Kyungsoo conhecia
vagamente, perto dos carros que eles deixaram estacionados próximo a um posto de gasolina
que ele se lembrava ter estado antes.
“Como eles nos acharam!?” Kyungsoo ouviu Lay gritar alto, durante a correria e o
desespero. O furgão havia sido abandonado há alguns metros atrás e todos os doze homens
corriam em duplas ou trios até os veículos que os tirariam daquele lugar.
✘✘✘
Não tinha como Lay saber que o furgão tinha um sistema de rastreamento.
Certo, o furgão era de domínio do Estado, pertencente ao presídio Federal e não seria
lógico que ele não tivesse algum sistema de segurança que dissesse aos donos do mesmo onde
ele estava – ainda mais que aquele veículo servia para transportar presos e pessoas perigosas.
Mas nenhum dos membros da K ou da M se deu conta desse fato. Nenhum deles
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 330/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Lay corria mais à frente de seus companheiros quando ouviu um grito assustado às
suas costas, ao mesmo tempo em que um som de tiro rompendo carne pôde ser ouvido. Até
então os disparos pareciam apenas cortar o ar, ou acertar os carros estacionados.
O chinês não sorria e sua covinha costumeira estava longe de aparecer quando ele
olhou para trás, vendo Kai caído e Kyungsoo tentando o ajudar a levantar. O trapaceiro – e
sortudo – da M pensou seriamente sobre o que deveria fazer, mas seus pensamentos duraram
pouco tempo, já que ele correu até o moreno caído e o puxou com todas as suas forças para
cima, o arrastando – com a ajuda de um Kyungsoo assustado – para dentro do automóvel mais
próximo deles, o jogando no banco de trás.
Lay olhou ao redor e suspirou aliviado quando viu que todos já estavam protegidos –
parcamente – pela lataria dos carros e vidros quebradiços do parabrisa, e apenas berrou um
“Nos encontramos no aeroporto!” para que todos pudessem ouvir – ou ao menos ele pensava
que ouviriam – para logo em seguida ligar o automóvel e pisar fundo no acelerador, os pneus
levantando poeira no chão terroso enquanto ele pensava em uma rota de fuga que levasse até o
aeroporto clandestino, localizado há alguns bons quilômetros de distância.
O colete a prova de balas que todos usavam de nada adiantaria se um disparo fosse
efetuado contra o crânio.
“Ele está sangrando!” Kyungsoo falou alto, estancando o sangue, não compreendendo
bem o que acontecia. “Meu deus, ele está sangrando muito! Jongin, por favor, por favor...”
“Ele está vivo, não está?” Lay questionou alto, enquanto dirigia, observando alguns
carros da polícia o perseguindo.
“Ssim...! Mas a bala abriu a carne, está feio, está aberto e sangrando...!” Kyungsoo
grunhiu, apavorado.
“Usa qualquer pano para estancar o sangue!” Lay falou, tentando se manter calmo.
“Não se preocupe, ele vai ficar bem!”
“Porque vocês estão comigo.” Lay respondeu, sorrindo enquanto olhava para o rapaz
pálido através do espelho retrovisor. “E eu sou o cara mais sortudo que eu conheço.”
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 331/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Baekhyun e Chanyeol foram os primeiro que deixaram o furgão quando Lay observou
os carros de polícia ao longe, os seguindo. O furgão mal havia sido parado – há alguns metros
do posto de gasolina – quando os dois rapazes saíram às pressas, chamando os seus colegas e
lhes dizendo que os veículos estavam próximos demais e que eles poderiam correr até lá.
Chanyeol tinha as pernas mais compridas e conseguia avançar uma distância maior do
que Baekhyun em um mesmo espaço de tempo, por isso mantinha seus dedos firmemente
agarrados à mão direita do mais velho enquanto corria.
Os coletes à prova de balas que ambos usavam e as armas os deixavam mais lentos,
mas quando os tiros começaram, Chanyeol agradeceu por estar usando uma proteção no
tronco.
“O que você está fazendo?” Baekhyun faltou alto, em um quase grito, quando
Chanyeol alcançou a sua moto – deixada estacionada junto dos carros já que o plano inicial
era ir com ela até o aeroporto. “Não é seguro ir com a moto!”
“Eu só trouxe um!” Chanyeol falou em resposta, ligando a moto, ignorando o falatório
da polícia, que usava um megafone para mandálos se render. Os dois rapazes na moto
ouviram quando Lay gritara – sua voz sendo abafada pelos tiros – para que todos eles se
encontrassem no aeroporto.
“Mas e você!?” Baekhyun perguntou, sua voz sendo abafada pelo capacete rígido que
apertava suas bochechas.
“Eu vou ficar bem enquanto você estiver.” Chanyeol falou com um tom alegre,
escondendo seu terror, antes de acelerar a moto, fazendo a mesma roncar alto antes de
começar a se mover depressa.
Baekhyun sabia que, de alguma forma, Chanyeol mentia. Mas não o questionou
quando o vento começou a zunir ao passar por eles, deixando seus companheiros e a polícia
para trás.
✘✘✘
Quando Tao avistou o furgão chegando, um sorriso grande surgiu em seu rosto sem
que ele pedisse por isso, enquanto seu coração martelava contra seu peito de forma
descompassada, ansiosa. Ele havia saído imediatamente do hotel depois de ter cumprido sua
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 332/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
parte do plano, indo até o local combinado por todos com sua preciosa moto – que, de uma
maneira ou outra, seria deixada para trás.
Ele estava com o celular em mãos e pensara em ligar para os outros para descobrir
onde eles estavam quando os viu surgir no horizonte, o deixando ao mesmo tempo aliviado e
ansioso. Mas quando seus ouvidos captaram um som similar a sirenes ao longe seu sorriso
morreu.
Sua desconfiança de que a polícia tivesse seguido seus companheiros se mostrou bem
real quando alguns carros surgiram no horizonte, depressa, se aproximando cada vez mais
rápido. O furgão parou há algumas dezenas de metros de onde ele estava, bem próximo ao
posto de gasolina deserto, quando todos saíram depressa de dentro do veículo, correndo em
sua direção.
O assassino estava com seu fuzil sniper desmontado dentro da mochila grande e
pesada que carregava, mas, ao perceber o perigo, pegou um rifle de longo alcance – que
contava com uma mira em lupa – e começou a atirar contra os policiais, mirando nos pneus
que giravam depressa no solo coberto pelo asfalto.
Os tiros não acertavam com facilidade o alvo devido ao movimento brusco que os
carros faziam, mas quando um disparo acertou a borracha de um pneu, Tao sorriu ao ver os
veículos se chocando e causando um estrondo alto.
Tao pensou que seria sensato montar em sua moto para escapar daquele local
depressa, mas seu corpo fora agarrado com força por braços conhecidos por si. “Você é
louco?” Kris falou alto, com os olhos levemente arregalados, se referindo ao fato de que Tao
queria fugir usando a moto como veículo sendo que ele nem ao menos usava um colete a
prova de balas.
“Duizhang.” Tao murmurou, agarrando o outro em um abraço apertado, que Kris não
permitiu que durasse muito tempo.
“Temos que ir.” Kris falou, puxando Tao para o carro que o próprio líder usava – com
muito orgulho – quando estava em Seul. O carro era caro, bonito, mas alcançava boa
velocidade e Kris sabia como dirigilo.
Ele só não contava que Tao fosse quem sentaria no banco do motorista.
“Eu sei onde é o aeroporto, você não sabe.” O mais novo falou rápido antes que o seu
líder o contestasse. Kris se deu por vencido e entrou no automóvel, rezando para que as balas
não fizessem um estrago muito grande no mesmo – embora isso não fizesse mais diferença
alguma.
Eles ouviram Lay gritar para que eles se encontrassem no aeroporto antes de entrar no
carro com dois membros da K que Yifan não conhecia nada bem. Um deles, o moreno
baleado, Kris apenas vira em sua casa de campo, quando a organização novata a invadiu em
busca de seus companheiros – até então reféns da M – e o outro, o branquelo que tinha os
olhos vermelhos de chorar, mas que no tribunal do júri havia agido de forma inescrupulosa e
aterrorizante, Kris não se lembrava de já ter o visto.
“Lay vai ir com membros da K.” Kris observou quando Tao ligava o carro. O
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 333/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
assassino virou a cabeça para olhar de relance enquanto o colega de organização começava a
dirigir.
“Ciúmes?” Tao perguntou irônico e Kris deu uma risada curta, olhando para trás,
observando a polícia se aproximar.
“Eles, o pessoal da K, parecem meio estranhos, só isso.” Kris respondeu. “Vai! Eles
estão chegando!”
Tao olhou pelo espelho retrovisor e viu que Kris falava a verdade. Pisando no
acelerador, o carro saiu em disparada pelo asfalto, fazendo a poeira do chão subir.
“Eles tem suas peculiaridades, mas são legais.” Tao murmurou, colocando o cinto
enquanto dirigia rápido, ultrapassando alguns carros na rodovia, pensando em despistar a
polícia com velocidade ao invés de usar rotas alternativas de fuga.
“Você? Achando alguém legal?” Yifan perguntou, olhando nervoso para o espelho
lateral do carro, observando a polícia se afastar. “Então eles devem ser alguma coisa mesmo.”
Tao deu de ombros, seu coração batendo acelerado devido ao nervosismo, mas seu
interior de certo modo quente em ouvir aquela voz que o agradava tanto adentrar em seus
ouvidos como se fosse uma música bonita.
“Quando tudo isso terminar,” Kris sussurrou, querendo tocar em Tao, mas evitando
qualquer contato para que o mais novo não se distraísse. “Vou querer umas férias. Sério.”
Tao sorriu ao concordar. “Todos nós tiraremos algum tempo de férias, Duizhang...
Merecemos isso.”
Eles só precisavam primeiro chegar ao aeroporto, com a polícia atrás deles e seus
companheiros se dispersando em várias rotas diferentes.
✘✘✘
O chinês de cabelos tingidos de um loiro mel fora quem avisara Lay e os outros de
que eles estavam com problemas. Fora Luhan também quem avisara que eles estavam
próximos do lugar onde os carros que pertenciam a eles foram deixados, fazendo com que
Chanyeol gritasse para que Lay parasse o furgão. Momentos depois, fazendo com que todos
saíssem e corressem até os veículos estacionados.
Luhan amaldiçoou Chanyeol por fazêlos parar, mas não conseguiu pedir para que
todos ficassem no veículo antes que os rapazes afoitos o deixassem. O loiro abriu a porta e
correu o mais rápido possível, vendo Tao atirar contra os carros que se aproximavam.
Minseok estava logo à frente, entrando no carro do qual ele tinha as chaves na mão.
“Baozi!” Luhan gritou, chamando a atenção do amigo, que destravou a porta para que Luhan
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 334/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
adentrasse.
Antes de se aproximar do carro, porém, Luhan viu Sehun parado no meio do caminho,
olhando para Kai, que sangrava. O prostituto da M engoliu em seco, pensando que o pior
poderia ter acontecido com aquele moreno que nada de ruim havia feito para si. “Sehun!”
Luhan chamou alto, o adolescente o olhando, assustado. “Vem cá!”
“Sim, eu só caí enquanto corria...” Sehun respondeu, parecendo não reagir bem à
situação que enfrentavam, olhando para o carro onde Lay, Kai e Kyungsoo estavam. “Meu
joelho dói...”
“Sehun!” Luhan chamou de novo, puxando o mais novo e o empurrando para dentro
do carro.
“O Kai!” Sehun disse, olhando para os lados, parecendo sair do choque de ver seu
amigo ser baleado. “Ele levou um tiro!”
Luhan entrou no carro, ao lado de Minseok, e fechou a porta. “Ele vai ficar bem.”
Luhan garantiu enquanto o automóvel começava a se movimentar depressa, primeiro de ré e
para frente após fazer uma curva violenta. Minseok engoliu em seco antes de fazer o carro
tomar um rumo diferente dos seus colegas, entrando em uma rua paralela que os levaria por
dentro de um pequeno bairro até o aeroporto ilegal.
“Se abaixe, Sehun!” Luhan pediu ao ver pelos espelhos que a polícia os seguia,
disparando algumas vezes. Minseok desviava dos carros de família como podia, a velocidade
não chegando aos cento e vinte quilômetros por hora.
“Vamos fazer muitas curvas, se segurem.” Minseok avisou. Ele conhecia todo o cerco
e sabia que poderia despistar a polícia naquelas ruelas dentro do bairro pouco povoado, mas
também sabia que teria que ser rápido e cuidadoso.
Luhan engoliu em seco, sensibilizado pelo adolescente. Sehun não passava de uma
criança que havia escolhido um caminho errado. Ele tivera a opção de sair, de deixar tudo
para trás, mas ele ficou, ele escolheu ficar.
“Coloque o cinto, Sehun.” Luhan pediu, sorrindo ao ver o olhar lacrimejado do outro
para si. Sehun era, definitivamente, uma criança. Uma criança que ele teria que proteger.
“Coloque o cinto.”
✘✘✘
Não exatamente tão para trás assim, mas acabaram se atrasando e ficando bem
distantes do resto do grupo por uma série de motivos. Primeiro porque Suho não sabia onde
eles estavam e só seguiu a todos quando começou a correr, de forma levemente tensa, olhando
para trás sempre que podia para ver se a polícia o atropelaria – ou algo assim.
Chen já estava perto dos carros da M quando parara, vendo Kai ser levado
ensanguentado para dentro de um dos veículos. Seu estômago embrulhou quando olhara para
trás e vira que Suho passava por maus bocados e não sabia para onde ir, chocado em ver o
sangue de um dos seus homens no chão.
Além do carro que sobrara para que eles pudessem fugir, havia também a moto de
Zitao, mas Jongdae definitivamente não gostava de motos.
“O Kai, ele—” Suho tentou falar, mas Chen o empurrou para dentro do carro, o
sentando no banco do carona e batendo a porta com força antes de fazer a volta na dianteira
do automóvel, entrando pelo banco do motorista.
“Ele vai ficar bem.” Jongdae falou com uma voz que não incitava certeza alguma.
Suho piscou algumas vezes, parecendo perceber com quem estava. “Eespera! Eu não
quero ir no carro com você—”
O sequestrador da M abriu sua janela para olhar para fora, vendo que alguns carros de
polícia passavam por eles, os ignorando e indo atrás de seus companheiros. Outros, porém,
estavam vindo diretamente em direção a eles. “Ah, merda... Coloca o cinto que nós vamos ter
que ultrapassar alguns limites de velocidade o—” Chen sussurrou, ligando o carro, mas parou
ao olhar para Suho, o vendo com um pequeno revólver apontado para si.
“Joonmyun,” Chen murmurou, desacreditado. “Nós vamos ter que passar por isso
novamente? Já pedi para você confiar em mim.”
“Se me matar vai acabar preso...” Chen falou, se referindo aos policiais que aos
poucos os cercavam. “Vai acabar morrendo, Joonmyun...”
Suho engatilhou a arma. O carro já estava ligado, mas Chen não se atrevia a acelerar.
“Abaixa.” Suho pediu e Chen franziu o cenho, não compreendendo. “Abaixa!” O líder
da K gritou dessa vez e quando Jongdae o obedeceu, um barulho alto ecoou por dentro da
lataria do carro, se repetindo duas vezes. Quase que instantaneamente um som surdo de algo
pesado indo contra o chão se fez presente.
Chen arregalou seus olhos e abriu sua boca em formato oval ao olhar para fora, vendo
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 336/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Vamos logo!” Suho gritou e Chen o olhou, vendo que mais policiais se aproximavam
da janela do carona. O rapaz de maxilar quadrado sentiu seus dentes trincarem de tensão
quando acelerou o carro, o pneu derrapando na areia antes que, de fato, eles entrassem na
rodovia e começassem sua fuga.
Os policiais a pé dispararam vezes demais para tentar parar o carro, acertando a lataria
e quebrando os vidros.
Chen gritou e riu alto, parecendo se divertir e Suho o olhou, abismado. “Você é
louco?” Perguntou assustado, sentindo seu coração pulsar dolorosamente contra o peito.
Jongdae o olhou, ainda rindo. “Aproveita a viagem, Joonmyun! Aposto que vai ser
mais alucinante que uma volta em uma montanha russa!”
Suho franziu seu cenho, achando a comparação feita ridícula demais, mas aos poucos
um sorriso também foi se formando em seus lábios e uma risada se desprendeu dos mesmos,
só sendo cessada quando o espelho lateral ao seu lado fora acertado por uma bala, lhe
lembrando do perigo.
✘✘✘
A bala deveria ter acertado o furgão e se estilhaçado, já que o rapaz – mais pálido do
que nunca – percebera, olhando com mais calma para o ferimento, que não era uma bala
inteira que havia acertado Jongin, pois havia pequenos fragmentos de um projétil presentes
em sua carne.
Uma veia havia sido rompida e Jongin ficara fraco enquanto Kyungsoo pedia para que
ele se mantivesse acordado. “Você vai ficar bem, você vai ficar bem.” Kyungsoo repetia em
voz quase nula, enquanto mantinha a cabeça abaixada, com medo de que algum disparo que
efetuavam contra o carro acabasse os acertando.
Eles estavam dirigindo há, no mínimo, meia hora e já haviam perdido de vista os
outros companheiros. Lay havia entrado em algumas rodovias menores e se perdido pelas
mesmas, abrindo um mapa em seu celular ao mesmo tempo em que tentava dirigir. O celular
fora dado para Kyungsoo, que dizia as coordenadas que o outro deveria seguir, sua voz
trêmula e angustiada, sendo um martírio para os ouvidos de Yixing, não acostumado com o
sofrimento.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 337/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O cheiro de sangue não incomodava Kyungsoo que já estava acostumado até mesmo
com o gosto do líquido vermelho e viscoso, mas ele tremeu quando Yixing lhe entregou uma
arma. “A polícia está próxima demais, estão nos alcançando!” Lay gritou enquanto dirigia,
após ter entregado a arma de qualquer jeito para o rapaz mais novo. “Atira neles para
tentarmos ao menos fazêlos diminuir a velocidade!”
Kyungsoo tinha a arma em mãos e Jongin pálido e fraco em seus braços. Seus dedos
escorregavam na arma, melecandoa de sangue enquanto tentava se lembrar de como atirar.
“Não precisa fazer isso...” Jongin sussurrou e Kyungsoo o olhou, assustado. “Eu faço.”
Kyungsoo recuou sua mão, impedindo Jongin de alcançar a arma. “Não.” O menor
murmurou, se abraçando no maior. “Não se force, por favor, ou você não vai aguentar.”
Ver Jongin sangrando lembrava Kyungsoo da primeira vez que o vira, de costas,
sangrando na perna, enquanto um homem gritava consigo, lhe ameaçando com uma arma.
Jongin precisou ser salvo daquela vez e precisava ser salvo novamente.
Kyungsoo não sabia o que fazer e pensou em D.O. Para Kyungsoo era bastante óbvio,
mesmo depois de pensar por pouco tempo – devido aos fatos que aconteceram desde que ele
acordara –, que sua outra personalidade havia tomado o controle no tribunal onde o
julgamento acontecia, já que se lembrar do que havia acontecido lá dentro era impossível. A
última coisa que se lembrava era de tentar criar um pequeno plano em sua cabeça para distrair
o guarda que o ameaçava com uma arma.
D.O havia aparecido sem seu pedido, mesmo depois que Jongin havia lhe garantido
que D.O não apareceria mais. Kyungsoo estava com raiva de sua outra personalidade e jurou a
si mesmo que tentaria deixálo adormecido para sempre, que pararia de pensar em si, que não
o deixaria tomar o controle novamente.
Se D.O era quem havia salvado a vida de Jongin na primeira vez que o moreno
apareceu na vida de Kyungsoo; dessa vez seria Kyungsoo quem o salvaria.
“Continue apertando.” Kyungsoo pediu, levando uma das mãos do moreno até o
pedaço da própria camisa – que o mais velho rasgara com uma força que não sabia que tinha –
enrolado ao pescoço de Jongin.
Kyungsoo respirou fundo antes de olhar pelo vidro retrovisor – vidro este que havia
sido quebrado ao ser atingido há algum tempo, fazendo com que os estilhaços arranhassem a
pele de todos dentro do carro. Uma viatura os seguia de perto, um policial dirigia enquanto o
outro mantinha a arma apontada, assustando Kyungsoo quando percebeu que um tiro seria
disparado.
A arma ficava pequena nas mãos de Kyungsoo e escorregava de leve, embora ele
tivesse passado a mão sobre a camisa e a calça que usava várias vezes, tentando limpar o
sangue. Ele disparou uma, duas, três vezes cegamente contra o carro de polícia, ouvindo um
barulho de freio logo depois.
“Muito bem, Kyungsoo!” Lay gritou lá da frente, rindo. “Mostra para eles quem
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 338/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
manda! Falei que ia dar tudo certo, vocês estando comigo, estão com Deus!”
Lay gritou, pedindo para que todos se segurassem enquanto tentava frear o carro em
alta velocidade. Um dos pneus do carro em que estavam havia sido atingido por um disparo e
o furo largo fez com que o veículo ficasse desgovernado, girando pela pista uma, duas, três
vezes... A fumaça esbranquiçando tudo enquanto se fazia presente.
Kyungsoo esticou suas mãos tentando alcançar Jongin, mas por estar sem cinto fora
arremessado contra a porta e depois contra o banco do motorista, o deixando tonto. Seus
lábios se chocaram com força contra o estofado e seus dentes romperam a pele, o fazendo
sangrar.
Jongin estava caído entre os bancos dianteiros e traseiros e não se mexia. Kyungsoo se
desesperou, o pegando pelos braços e o puxando para cima enquanto chamava pelo seu nome
diversas vezes, tentando fazêlo recuperar a consciência.
O pano ainda estava em volta do pescoço do moreno e Kyungsoo não saberia dizer se
o ferimento ainda sangrava, mas algo lhe dizia que sim. Ele estava em pânico.
Lay fora interrompido por uma voz que não pertencia a nenhum dos três feridos
dentro do carro. “Saiam do veículo com as mãos para cima!” A voz robótica – devido ao
efeito do megafone – soou alta e Kyungsoo arregalou seus olhos, de onde lágrimas grossas
escorriam.
A polícia os havia alcançado. Mais do que isso... Eles haviam sido pegos.
“Você ia dizer o quê? Que vai ficar tudo bem?” Kyungsoo perguntou à Lay, irritado,
antes de olhar para o moreno inconsciente em seus braços. “Temos que levar ele ao hospital...
Talvez os policiais possam—”
“Acho que não.” Lay murmurou, olhando para fora com cuidado, vendo os policiais
com as armas em punhos, se aproximando. “Acho que não...”
A sorte de Lay, que ele tanto se gabava em ter, parecia ter se acabado.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 339/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Não que eles tivessem sido pegos pela polícia, presos ou a ponto de morrer. Os dois
rapazes estavam perdidos no sentido de perdidos geograficamente, já que eles não sabiam
exatamente onde estavam – no caso, Joonmyun não fazia ideia de onde eles haviam se metido,
mas Jongdae insistia em falar que sabia, provavelmente, onde eles estavam.
“Há quanto tempo estamos rodando sem parar?” Suho perguntou, olhando para fora,
vendo que a paisagem beirava ao ermo, já que haviam poucas casas, parecendo ser um bairro
marginalizado.
“Devemos estar perto.” Jongdae garantiu, se arrependendo por ter feito um desvio sem
pensar, mas realmente não havia tempo para pensar quando a polícia os seguia de perto. Eles
haviam pegado um caminho errado, completamente oposto dos seus companheiros.
Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, observando o lugar, tentando encontrar
alguma indicação de que estavam perto de Suwon, porque era lá que o aeroporto clandestino
ficava – próximo a entrada da província, escondido por alguns quilômetros de floresta densa
ao redor da construção feita irregularmente – e a memória de Chen os ajudaria a chegar lá
assim que visse alguma placa mostrando que eles estavam por perto.
“Estamos perto de Yongin.” Suho murmurou, apontando para uma placa na estrada.
“Se virarmos para a esquerda entramos em Yongin... Isso te diz alguma coisa?”
Chen fez um bico com os lábios, não sabendo exatamente como responder. “Talvez...
Acho que se virarmos aqui à direita e continuarmos reto chegaremos à Suwon.”
“Pelo menos você não está mais preso, não é Joonmyun?” Chen perguntou, rindo,
dando alguns tapinhas no ombro de Suho, que o olhou com o cenho franzido.
“Estou preso a você, então...” Suho começara a falar, embora não soubesse como
terminar sua fala ácida de uma maneira adequada. Chen o olhou com uma sobrancelha erguida
e Suho arregalou seus olhos, percebendo que sua frase ficara, de certo modo, ambígua e de
caráter duvidoso. “Eu não—!”
Suho parou de falar quando Chen gritou. “Já sei onde estamos!” O líder da K ergueu
as sobrancelhas e olhou ao redor. A paisagem já havia mudado e havia uma longa estrada pela
frente – pouco movimentada – cercada pelo que parecia ser uma mata fechada de plantas que
lembravam muito pés de marijuana (embora Suho desacreditasse que as autoridades
deixariam que a planta que origina a maconha fosse cultivada legalmente – se bem que o mais
certo era que a essa altura Suho não poderia desacreditar em nada do que vinha das
autoridades corruptas do país).
“Nada...” Falou baixinho, envergonhado ao perceber que ficara pensando com a boca
aberta e os olhos perdidos em um ponto qualquer.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 340/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ohoh o quê?”
Chen não precisou responder quando Suho percebeu que o carro parara de se
movimentar. Os dois rapazes se olharam, assustados, e Chen tentou ligar o veículo novamente
e novamente e novamente, mas um barulho irritante sempre enchia os ouvidos dos dois e
depois o carro morria, sem aparente força para se locomover.
O sequestrador da M ficou em silêncio por mais de três minutos e Suho (que havia
contado o tempo em sua cabeça), se sentindo ignorado, saiu do carro procurando pelo outro.
“Chen?” Chamou, sem o ver. “Chen?... Jongdae?”
“Aqui!” Chen exclamou e Suho foi até a traseira do carro, olhando para o rapaz de
cabelos pretos agachado com uma expressão séria.
“Quer a boa ou a má notícia?” Chen perguntou, com um sorriso torto. “Aliás, más
notícias.”
“Estamos sem gasolina.” Chen disse, apontando para o carro enquanto se erguia do
chão. “Os filhos da puta conseguiram acertar o tanque e fazer vários furos nele. Então sem
chance conseguirmos andar de carro.”
Suho se apoiou no carro e passou as mãos pelo rosto. Seu azar não acabava nunca?
“Tem mais... Tentei ligar para o pessoal, mas ninguém atende, não sei se a ligação não
está completando ou se eles realmente decidiram me ignorar.”
Suho suspirou, não evitando rir. “Tem mais notícias ruins ou podemos ir para a boa?”
Chen também riu. “Agora a boa... Quando tentei ligar para os outros lembrei que o
Sehun colocou um mapa da região no celular de cada um caso as pessoas se perdessem, mas
óbvio que não ouvi metade do que ele falou e tive que ficar mexendo nessa merda até
encontrar o mapa,” O celular fora balançado em frente à Suho, que olhava descrente para o
mais novo. “E encontrei ele e estamos há uns três quilômetros do aeroporto.”
“E como vamos chegar lá?” Suho perguntou, olhando para o carro sem gasolina.
Chen deu de ombros e fez uma careta, incomodado pela obviedade da resposta. “A pé,
claro.”
✘✘✘
Havia duas viaturas da polícia os seguindo até mesmo pelas ruas não principais,
arriscando até alguns tiros, quando nenhum civil estava por perto, contra os dois que fugiam
de moto. Baekhyun perdera as contas de quantas vezes todo o ar deixou seus pulmões e uma
dor forte caiu sobre si quando as balas atingiam suas costas, barradas pelo grosso colete a
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 341/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
prova de balas.
Ele se mantinha encolhido contra Chanyeol, se segurando com força, temendo a hora
em que um tiro acertasse suas pernas ou a região de seu pescoço e ombros, não protegidos
pelo colete.
“Estamos quase chegando,” Chanyeol faltou alto, mas Baekhyun não ouviu. Ele há
algum tempo já não ouvia nada que não fosse o vento zunindo, seus ouvidos de certo modo
filtrando qualquer som para que pudesse se concentrar no barulho alto dos tiros que às vezes
cortavam o ar.
Baekhyun ouviu mais um tiro e se encolheu achando que seria acertado. Quando seu
corpo não sofreu nenhum choque ele se aliviou e ergueu a cabeça.
Seus olhos se arregalaram ao ver o sangue respingar na viseira de seu capacete. Sua
boca se abriu para chamar pelo nome do mais alto, mas Baekhyun não conseguiu fazer isso
antes que a moto perdesse velocidade bruscamente, pendendo para o lado.
Baekhyun gritou.
A voz do rapaz saiu abafada, mas ele gritou mesmo assim. Gritou porque Chanyeol
havia sido acertado na lateral de sua cabeça, gritou porque o mais alto perdeu o controle da
moto – e talvez a consciência – fazendo com que os dois fossem ao chão com a moto ainda
em movimento. Baekhyun fora jogado para longe e rolou pelo chão de asfalto, seu corpo
perdendo a mobilidade quando parou de rolar.
Chanyeol rolara pelo asfalto e só parara quando chegara ao meiofio coberto por uma
grama verde e não aparada. O tom verde se misturando ao vermelho do sangue derramado.
Baekhyun tossiu algumas vezes tentando respirar. O sol não brilhava mais tão forte no
céu, mas sua mão se ergueu no ar mesmo assim, tentando não alcançar o astrorei, mas sim
Chanyeol. Os lábios se partiram enquanto Baekhyun o chamava baixo, sem resposta, antes
que sua mão caísse com um baque surdo no asfalto, sem forças.
CONTINUA
Notas finais
E que a fuga das galinhas comece, não, péra–
O barraco foi armado, o circo pegou fogo, os porcos ensebados escorregam por entre os
dedos da polícia. A situação não está nada bem por aqui.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 342/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O que será dessa turminha do barulho que viveu altas aventuras durante estes meses?
Quantos chegarão bem até o avião no aeroporto clandestino? ((ou quantos chegarão vivos,
sla))
Notas do Autor
E aí galeros, nos reunimos aqui mais uma vez de novo para mais um capítulo de TdC. O
penúltimo capítulo de TdC.
Semana que vem postaremos o capítulo final e então o epílogo antes do ano terminar ainda.
O capítulo anterior terminou meio tenso então chega de blablabla e vamos ao que interessa;
Boa leitura!
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO VINTE – A SOMBRA NO HORIZONTE
Não no sentido literal da palavra, não que ele odiasse Jongdae como pessoa... Bom,
não mais.
Joonmyun se fosse comodista poderia até dizer que a culpa de tudo que acontecera
consigo era de Jongdae.
O que acontecia para que Joonmyun se sentisse irritado naquele momento era que
parecia que desde que o rapaz de cabelos pretos e olhos amendoados entrara em seu caminho,
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 343/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Está pensando alguma coisa ruim de mim?” Chen perguntou, rindo. “Ou talvez
pensando em como me matar e deixar meu corpo aqui no meio do mato para apodrecer (ou ser
comido por animais) enquanto você foge de avião com os meus – e o seus, claro –
companheiros?”
Suho franziu seu cenho, pensando se deveria responder ou apenas ignorar. Jongdae
não estava tão errado assim em sua dedução, mas Joonmyun jamais admitira que estava
pensando aquelas coisas.
Então decidiu responder com outro assunto, um mais importante do que o passado que
não poderia ser alterado. “Não estou pensando nada... Só quero saber se estamos perto.”
Chen acenou com a cabeça. “Não devemos estar longe. Só precisamos nos apressar, a
polícia não vai demorar a descobrir que abandonamos o carro e o lugar óbvio por onde
tentaríamos fugir é por aqui.”
Suho decidiu não contestar, ignorando o fato de que seu estômago reclamava de fome,
seus músculos doíam, e sua cabeça estava perdida em um turbilhão de pensamentos que iam
desde as lembranças de o que o fizera entrar para esse mundo, seguiam por teorizações dos
motivos que o levaram a ter cruzado seu caminho com Chen e os outros membros da M e
terminavam em preocupações, pensando em como estavam os membros de sua própria
família.
Kim Joonmyun não conseguia ver sua vida fora de Seul, mas era ainda mais difícil
imaginar seus dias sem o barulhento Chanyeol, o piadista Baekhyun, o calmo Jongin, o doce
Kyungsoo e o reclamão Sehun. Eles estavam juntos como organização não fazia nem um ano,
mas fora extremamente fácil se apegar a todos, cada um tendo o seu modo de agir e se
expressar, sendo únicos, como se fossem irmãos para o líder – que esperou a vida toda para ter
uma família.
Família era um assunto sério para Joonmyun, e ele se pegou pensando se seria
possível uma união entre as duas... Não, era impossível. Era certo que ambos os grupos
estavam trabalhando juntos, mas era apenas por uma questão de princípios, para ajudarem um
ao outro a conquistarem seus objetivos e se livrarem de seus problemas – problemas esses que
de certo modo ligaram as duas organizações de maneiras nada convencionais.
“Se seguirmos esse caminho vamos chegar lá em breve.” Chen disse quando eles
chegaram ao que parecia ser uma pequena rua de chãobatido. “Tem vários desses caminhos,
mas tenho quase certeza de que é só chegarmos ao meio que eu lembrarei como chegar no
aeroporto. Se algum avião ou helicóptero decolar ou pousar vamos conseguir enxergar daqui
também, tem menos árvores bloqueando a visão. Não podemos estar mais tão longe.”
Chen sorria o tempo todo e parecia tranquilo enquanto caminhava, chutando algumas
pedras e contando piadas, em uma tentativa falha de aliviar o clima entre ambos. Não que ele
ainda precisasse fazer isso, claro. Mas sua tranquilidade fez Suho se questionar o porquê do
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 344/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Como?”
“Me preocupo.” Chen respondeu por fim. “Mas eles sabem se cuidar, não somos
novatos, sabe...? E meus amigos vão cuidar dos seus companheiros também, não se preocupe
tanto. Nós da M sempre ajudamos quem um dia nos ajudou... E mesmo que o objetivo inicial
das organizações não fosse ajudar uma a outra, acabamos do jeito que estamos, afundados até
o pescoço em dívidas uma com a outra... E você sabe que não estou falando de dívidas
financeiras, certo? Todos vão ficar bem, sei que vão.”
Suho concordou com a cabeça, mas Chen ainda não havia terminado de falar. “Eu
também sei me cuidar muito bem, mas você, Joonmyun, é um exemplo bem do contrário
disso, tendo em vista que foi sequestrado por mim, depois foi preso pela polícia, depois
acabou perdido no meio da correria, e eu tive que pegar você pelo pulso e praticamente forçar
você a entrar no mesmo carro que eu durante a fuga...”
Suho entreabriu seus lábios, abismado pela audácia do outro. “Eu não tive culpa
nenhuma em nada disso! Foram fatos que eu não consegui evitar acontecerem... Primeiro que
você se fez passar por um choffer para me sequestrar, certo que eu deveria ter desconfiado de
alguma coisa, mas mandar alguém buscar um diplomata no aeroporto de um país que ele não
conhece seria o mais provável que um governo faria, não? Então, no fim, eu estava certo em
confiar em você, mas daí você me sequestrou, você e o Lay se aproveitaram da minha guarda
baixa...”
Suho continuou seu pequeno discurso. “Depois o Kris me fez ser preso junto dele.
Veja bem, ele me segurou para que eu não fugisse com vocês, mas eu decidi, em partes, ficar
para ver qual seria o grande plano que ele tinha em mente já que ele sempre parecia se achar
muito esperto. Mas como eu ia adivinhar que ele iria explodir a casa de vocês? Eu não tive
muitas opções, certo? Ou eu ficava na casa e explodia ou eu era preso junto do seu líder.”
Jongdae tentava segurar o riso como podia enquanto Joonmyun caminhava ao seu lado
falando de modo sério – muito sério – sobre os motivos de porque ele não tinha culpa das
coisas ruins que lhe aconteceram, tentando provar que ele poderia sim cuidar de si mesmo.
“E por último, então, você pegou meu pulso e me forçou a entrar no mesmo carro que
você, mas eu não estava perdido, eu estava preocupado com o Jongin, céus, você viu o
pescoço dele... Tinha muito sangue, como você não queria que eu ficasse preocupado e
atordoado com a visão de um membro da minha família naquele estado...”
“Ele é seu primo ou algo do tipo?” Chen perguntou, erguendo uma sobrancelha e
Suho o olhou confuso.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 345/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Nnão,” Respondeu, atordoado. “Eu chamo a minha organização de família. Eles são
como irmãos para mim... Por quê? Isso é estranho?”
Chen riu, negando com a cabeça. “De modo algum... Eu também vejo todos da M
como se fossem irmãos, embora Yixing seja, de fato, meu primo.”
“Mas enfim,” Suho disse, pigarreando. “Depois de tudo o que falei, você vê? Sou uma
vítima do acaso ou dos outros – estes sim culpados pelos desastres que aconteceram nesses
últimos tempos.”
Chen riu, dando pequenos tapinhas no ombro do outro. “Certo, certo... Se você diz.”
Suho não evitou um sorriso triste antes de pigarrear, achando que sua voz sairia
embargada quando ele voltasse a falar. “Você falando essas coisas me faz pensar que sou um
péssimo líder...”
“Nnão!” Chen arregalou seus olhos e negou com a cabeça. “Eu não quis dizer isso!
Céus, eu passei semanas com seus rapazes, sei que eles acham você o máximo! Até porque se
você fosse um líder ruim seu grupo não o respeitaria tanto quanto eles respeitam—”
Chen parou de falar e Suho logo entendeu o porquê. Um som que lembrava o zunido
de uma moto foi ouvido, acusando que alguém se aproximava. O líder da K agarrou o braço
de Jongdae. “Será Chanyeol e Baekhyun? Eles fugiram de moto, eu vi! Será que são eles?”
Perguntou, mas o outro o ignorou.
“Mas o qu—” Suho tentou perguntar, mas seus lábios foram cobertos pela mão do
outro enquanto ele os escondia entre as folhagens.
“Não são amigos.” Chen murmurou, com uma certeza que Suho não sabia de onde
vinha.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 346/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Eles estavam no meio do nada, se olhassem para frente ou para trás enxergariam
apenas a rua comprida, cercada por uma mata não cuidada, mas duvidosamente virgem. Não
era uma rodovia, muito pelo contrário, parecia ser uma rua pouco utilizada já que não havia
carro algum passando por perto.
Os policiais não estavam em um grande grupo, haviam três pelo que Lay contara
quando colocara a cabeça para fora do vidro quebrado rapidamente, apenas para enxergar o
que lhes aguardava. Ele não era insano de sair do carro – sua única proteção – mesmo que os
policiais os mandassem sair, estes parecendo ainda por cima chamar reforços pelo que Lay
conseguia ouvir.
Eles precisavam dar um jeito de escapar antes que os reforços chegassem. Porque se
três policiais eram um problema, uma frota inteira seria a morte certa. Até porque Lay
duvidava que eles seriam presos. A morte – limpa e explicada como necessária – era o destino
que lhe parecia mais certo naquele momento. Bastava os homens da Lei falarem aos seus
superiores e à imprensa que os criminosos haviam reagido que a morte deles não seria
questionada.
Nem mesmo lágrimas falsas seriam derramadas, na verdade. Afinal, quem chora pelos
vilões da história, não é mesmo?
Haviam pouquíssimas opções, Lay pensou rápido, enquanto engolia em seco e tentava
ignorar a dor latente em sua cabeça, o sangue pulsando enquanto escorria em pequenos fios de
sua testa, onde a pele havia sido rompida ao se chocar contra o volante (bom, pelo menos ele
estava de cinto e não voou para fora do carro, sua prudência – e não sua sorte – o salvara
nesse quesito).
Eles poderiam fugir para a mata, mas aquele plano era inegavelmente falho tendo em
vista que Jongin estava inconsciente no banco detrás devido ao impacto que sofrera com o
acidente – e o ferimento em seu pescoço não ajudava em nada, na verdade. Além disso,
Kyungsoo estava alterado enquanto tentava reanimar o seu parceiro de organização, que não
reagia.
Lay suspirou rapidamente, sentindo seu coração pulsar rápido, desesperado. Ele estava
sem mais muita munição – até mesmo o revólver que ele havia jogado no banco do carona
estava com a munição escassa – e não havia muito o que ele poderia fazer.
Lay respirou fundo, pegando a arma entre as mãos e pedindo para que Kyungsoo
ficasse agachado e em silêncio, já que ele chorava alto e chamava por Jongin diversas vezes,
tentando fazêlo recobrar a consciência. Era possível ouvir os policiais gritando para que eles
se rendessem, caso contrário abririam fogo; coisa que o trapaceiro da M sabia que aconteceria
em breve, caso eles se rendessem ou não.
O carro em que estavam não tinha mais condições de se locomover, mas eles estavam
há menos de cinco quilômetros da estrada que os levaria até o aeroporto, ele não poderia – e
nem iria – desistir naquele momento.
“Eu vou derrubálos,” Lay sussurrou, usando o tom mais baixo e ameno que
conseguiu encontrar em si, olhando para Kyungsoo que tentava estancar o sangue que escorria
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 347/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
de seu lábio partido e segurava Jongin para que o mesmo mantivesse a cabeça erguida, para o
sangue não se acumular na extremidade superior do corpo – já que o pescoço ainda estava
com um ferimento aberto.
Kyungsoo negou com a cabeça, certo de que aquele era um plano suicida. “Vou abater
eles e nós roubamos a viatura.” Lay murmurou convicto, enquanto engatilhava a arma entre as
mãos trêmulas. “Kai não vai conseguir se mover sozinho, vamos ter que leválo para dentro
do carro e daí vamos para o aeroporto, certo?”
“Não vai dar certo.” Kyungsoo murmurou, a voz saindo embargada e falha devido ao
choro que ele prendera na garganta depois do pedido de Lay para que ele permanecesse em
silêncio. “Não vai...”
“Vai sim,” Yixing garantiu, sorrindo, embora seu coração doesse contra o peito, suas
mãos estivessem tremendo e o indício de lágrimas chegassem até seus olhos, aflito pela visão
que tinha. Yixing tinha um pequeno problema em se sentir sensível com a tristeza alheia, na
verdade. “Eu sou sortudo, lembra?”
Sua sorte não poderia têlo abandonado por completo, Lay se recusava a acreditar
nisso.
“Eu vou nos tirar dessa.” O chinês murmurou, fazendo um sinal de ok para Kyungsoo
enquanto sorria, mostrando sua covinha na bochecha direita. Kyungsoo não queria concordar,
realmente não queria, mas acabou assentindo do mesmo jeito. Haviam outras opções? Não,
não haviam. Decidiu ceder, ainda segurando a pequena arma ensanguentada que Lay havia lhe
dado anteriormente.
Yixing soprou o ar com força para fora de sua boca. Seus olhos estavam parcialmente
cobertos pela franja comprida que estava grudada na testa devido ao suor e sangue de um
pequeno ferimento aberto na região acima da têmpora, mas ele não se atreveu a mexer um
músculo sequer quando ouviu os policiais se aproximando, dando a volta no carro enquanto
mantinham as armas em punho. Era possível ouvir o som do vidro quebrado sendo pisado
enquanto os guardas se aproximavam e Lay fechou os olhos por um momento, se preparando
para dar continuidade ao seu plano.
Ele ouvira o barulho de rodas contra o asfalto, ficando claro que mais um carro
chegava, provavelmente outra viatura. Pensou também que se os deuses fossem bons poderia
ser que os policiais haviam desistido de matálos e estavam indo embora – o que era
completamente improvável, mas ele poderia sonhar, não?
Certo, mais sons de passos, dessa vez mais rápidos e Yixing soube que haviam mais
pessoas por perto.
Sua mão abriu o trinco da porta e seu corpo se colou ao banco ao encolher a perna
direita, pronto para chutar aquilo que o separava do exterior do carro. O plano seria
basicamente se jogar no chão e sair rolando enquanto atirava – tentando mirar nos policiais.
Era bem ridículo, Yixing tinha que admitir, mas ele deveria acreditar que sua sorte não o
tivera deixado por completo... Pelo menos era o que ele dizia para si mesmo.
travou quando ele caiu no chão de asfalto – coberto de estilhaços de vidros – e não disparou
uma vez sequer – como seu plano mandava.
Ao parar de rolar Lay gritou um “Merda!” enquanto tentava destravar a arma, mas já
era tarde. Ele fechou os olhos ao ouvir vários tiros sendo disparados, pensando que aquele era,
definitivamente, o seu fim.
Yixing continuou com os olhos cerrados com força, esperando, no mínimo, sentir uma
dor insuportável antes de uma morte violenta – já que, afinal, balas deveriam ter lhe atingido
em várias partes de sua carne – mas não houve nada. Ele moveu seus olhos, embora suas
pálpebras se mantivessem fechadas, com receio de abrilos e encontrar a morte à sua frente.
“Lay, abra os olhos.” Uma voz conhecida murmurou e o trapaceiro pensou se, talvez,
ele já não estivesse morto e estaria encontrando um velho amigo no Céu – ou no Inferno, mais
provavelmente.
“Ele desmaiou ou o quê?” Uma segunda voz perguntou e Lay franziu o cenho, abrindo
os olhos com cautela, primeiro um e depois o outro.
Kris e Tao o olhavam de cima com uma sobrancelha erguida cada. O que eles estavam
fazendo ali? Yixing se perguntou, observando o céu azul logo acima deles. Eles estavam
todos mortos?
“Você está bem?” Kris perguntou, estendendo a mão para Lay, que prontamente a
pegou, se erguendo do chão. “Está sangrando, Yixing...”
O chinês de covinhas mantinha sua boca entreaberta enquanto olhava ao redor. Os três
policiais que antes se aproximavam do carro se encontravam agora no chão, mortos, e não
havia mais do que uma viatura ali perto, ainda ligada.
“Eu não estou morto...” Lay murmurou, dando uma pequena risada nervosa enquanto
passava a mão pela cabeça, que pulsava dolorosamente. “Eu não morri...”
“Foram vocês que chegaram...” Lay murmurou, se referindo ao barulho de pneus que
ouvira antes de sair do seu carro.
“Sim... Pegamos eles com a guardabaixa, já que eles estavam prontos para ferir
vocês.” Kris respondeu, simples. “E que ideia foi essa de pular para fora do carro?”
“Plano idiota.” Lay murmurou, dando de ombros, olhando em volta. “Mas eu estava
sem opções.”
Tao riu, mas parou quando o seu olhar caiu sobre o carro com a lataria amassada
devido ao choque contra a mureta e franziu o cenho. “O que houve com o carro? São os
membros da K que estavam com você, não? Estão lá dentro?”
Lay finalmente sentiu a paisagem macabra parar de girar ao seu redor. Seus olhos,
antes fixos nos policiais estirados no chão se voltaram para o carro batido. Engolindo em seco,
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 349/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
o chinês correu até o carro, abrindo a porta traseira, revelando um Kyungsoo ferido, com o
rosto ensanguentado e um Jongin desacordado.
“Sinceramente, que bom que vocês chegaram.” Lay murmurou, mostrando para Kris e
Tao os dois feridos. “Precisamos de ajuda.”
✘✘✘
Baekhyun recuperava sua consciência aos poucos, mas tinha medo de abrir os olhos.
Uma voz o chamava insistentemente e ele sentia um aperto nos ombros, como se alguém o
segurasse, tentando o erguer do chão. Sua via respiratória parecia, de certo modo, entupida e o
oxigênio parecia pouco, o fazendo respirar com dificuldade por falta de ar.
Seu braço doía tanto que ele tinha certeza de que o quebrara, assim como alguma
costela. A dor latente e contínua, que parecia sofrer picos de pressão, fazia os olhos do rapaz
se encherem de lágrimas mesmo contra sua vontade.
Baekhyun parara de tentar decidir o que doía mais, se eram os ossos provavelmente
quebrados ou sua pele – que mesmo protegida pela roupa – queimava pelos arranhões e cortes
causados pelo asfalto enquanto ele rolara por causa do impacto da queda da moto.
Quando seus olhos finalmente se abriram, encontrou Sehun sobre si, o rosto
preocupado e os olhos aguados lhe encarando, parecendo aterrorizado.
O que Sehun fazia ali? Fora o que Baekhyun se perguntara, enquanto tentava ouvir
com clareza o que o adolescente praticamente gritava. Onde está o Chanyeol? Fora a segunda
pergunta que se passara pela cabeça do rapaz, que abriu seus lábios rachados e secos, forçando
sua voz a sair de sua boca, o som reverberando no ar.
Sehun reprimiu seus lábios e gritou para Luhan – parado perto do carro –, avisando
que Baekhyun acordara e pedindo ajuda para levantálo.
“Eu pedi para você não tirar o capacete dele!” Luhan falou alto, correndo até eles e
segurando Baekhyun por baixo do braço enquanto Sehun fazia o mesmo do outro lado, pronto
para erguer o menor dos três. “Consegue levantar?” Ele perguntou para Baekhyun que só
concordou, querendo saber o que aconteceu.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 350/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Além de não receber uma resposta, o rapaz gritara alto quando fora erguido, podendo
sentir todas as fraturas em seu corpo pulsarem em uma dor que ele não lembrava já ter
sentido. As fisgadas por seu corpo aconteceram todas de uma vez, o fazendo desejar desmaiar
novamente para que não sentisse a dor. Baekhyun chorou e amaldiçoou até mesmo as mães
daqueles que o ajudavam a se levantar, perguntando em seguida o que havia acontecido.
“Onde está o Chanyeol? Cadê ele?” Perguntou, impaciente, querendo correr até onde ele via a
moto caída no chão, o pneu ainda rodando devagar.
Luhan e Sehun ainda seguravam Baekhyun quando o primeiro abriu a boca para falar.
“Nós pegamos uma rota diferente de vocês e entramos em um bairro para despistar as viaturas
que nos perseguiam, mas no fim vimos a moto de vocês passar e decidimos ir atrás para
ajudar. Mal tínhamos entrado nessa via – estávamos logo atrás dos policias que seguiam vocês
– quando a moto perdeu o controle e vocês caíram. O Chanyeol freou bastante a moto, mas
mesmo assim perdeu o equilíbrio e vocês foram ao chão...”
“Os policiais nem saíram da viatura quando vocês caíram, o Xiumin não deixou.”
Sehun sussurrou, enquanto ele e Luhan se esforçavam para levar Baekhyun até o carro deles,
estacionado há alguns metros de onde a queda ocorrera. “Os policiais ficaram muito
assustados e chamavam reforços quando o Xiumin cuidou deles.”
Baekhyun engoliu em seco e olhou para a viatura parada, vendo sangue respingado no
vidro da frente, onde os policiais provavelmente haviam sido assassinados. O motor do carro
ainda estava ligado – juntamente do giroflex que piscava sem parar – mas algo ainda o
incomodava. E não era a dor latente em seu corpo. “E o Chanyeol? Cadê ele?”
Sehun e Luhan trocaram um olhar rápido e Baekhyun soube na hora que aquilo não
poderia ser um bom sinal. “Cadê ele?” Repetiu, sentindo um nervosismo esmagador tomar
conta de si.
“Sinto muito, Baek...” Sehun murmurou, mordendo seu lábio inferior com força.
“Vocês caíram da moto quase ao mesmo tempo, enquanto você saiu rolando ele se segurou
um pouco e depois se soltou, mas não foi só isso... Ele levou um tiro.”
Era o desespero.
Baekhyun viu Sehun indicar o carro com a cabeça e se desvencilhou dos braços
daqueles que o ajudavam a se manter em pé, caminhando depressa até o veículo e pedindo
para que Minseok, este parado em frente à porta traseira, saísse da frente. O mais velho entre
todos, traficante de drogas da M, estava de costas e parecia mexer em algo e Baekhyun sentiu
seu estômago embrulhar com medo de pensar no quê.
Chanyeol tinha que estar bem... Ele havia dito que ficaria bem enquanto Baekhyun
também estivesse.
Quando Minseok saiu da frente, Baekhyun levou as mãos em frente à boca. Chanyeol
estava deitado no banco traseiro do carro, ocupando todo o mesmo com o tamanho de seu
corpo. Seu peito subia e descia, mas parecia fazer isso de modo tão devagar que Baekhyun se
perguntou se ele realmente estava vivo.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 351/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Não sabemos...” Minseok murmurou, sentindo pena em ver aquela cena. “Ele ainda
respira e protegeu a cabeça quando caiu como pôde com os braços, mas mesmo assim a queda
pode acabar... Pode acabar o fazendo sofrer algum tipo de traumatismo ou coisa pior...”
“Precisamos levar ele para algum hospital.” Baekhyun sussurrou, deslizando os dedos
pelo rosto do maior desacordado. “Precisamos...”
Sehun mordeu com força seu lábio inferior e prendeu um soluço enquanto chorava
baixinho. Ele e Chanyeol não eram um exemplo de proximidade pacífica, mas vêlo assim
deixava o mais novo abalado demais.
“Não dá.” Minseok respondeu o que nem Luhan e nem Sehun teriam coragem de
dizer. “Precisamos ir, o avião não vai demorar a partir e ainda tem policias na redondeza.”
Baekhyun sentiu a costela machucada doer tanto que parecia rasgar sua carne por
dentro, mas nem a dor evitou um grito deixar sua garganta. “Se não o levarmos em um
hospital ele vai morrer!”
Luhan sabia o que se passava na mente de Minseok. Sabia que o caso de Chanyeol era
complicado e que o traficante iria preferir disparar um tiro contra a cabeça do rapaz
desacordado, para pouparlhe o sofrimento da semivida.
Mas Luhan também sabia que Minseok entendia que Baekhyun e Sehun não iriam
aceitar aquilo. Porque aquele que o prostituto gostava de chamar de Baozi jamais deixaria
alguém da M ser sacrificado em nome de um bem, aparentemente, maior.
Minseok suspirou, dando uma olhada rápida para Luhan, como se soubesse o que se
passava na mente do mais novo. “Vamos para o aeroporto, no avião com certeza tem um kit
de primeiros socorros e, por deus, se for possível pedimos para o piloto nos indicar algum
lugar conhecido para pedirmos socorro médico, mas Baekhyun, não podemos ficar mais aqui.
Se ficarmos não só o Chanyeol, como todos nós vamos morrer. Ele não iria querer isso, iria?
Precisamos ir. Agora.”
Baekhyun sugou o ar com força e tossiu algumas vezes, chorando. Era óbvio que
Chanyeol não iria querer que ninguém se ferisse... Que Baekhyun se ferisse. Havia sido por
isso que o maior colocara o capacete no pequeno e não em si.
Embora estivesse com esse pensamento, Baekhyun se sentiu péssimo quando ergueu a
cabeça de Chanyeol e se sentou no banco de trás, apertando o curativo contra a lateral da
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 352/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
cabeça do maior para que o sangue parasse de sair. Sehun se sentou na outra ponta,
descansando as pernas de Chanyeol sobre as suas com cuidado.
“Vamos ficar bem, Baek...” Sehun sussurrou, estendendo a mão para que Baekhyun a
pegasse. Quando seus dedos foram apertados por Sehun, fora que o mais baixo percebera que
o adolescente chorava, as lágrimas embaçando seus olhos enquanto o nariz e as bochechas
estavam avermelhados, assim como seus lábios, estes inchados. “O Chanyeol vai ficar bem...”
O mais novo prometeu e Baekhyun engoliu um soluço ao olhar para o mesmo.
Idiota, Baekhyun pensou, Mil vezes idiota. Por que Chanyeol sempre tinha que insistir
para que eles fizessem loucuras? Por que Baekhyun aceitava? Idiotas, eram ambos idiotas,
Baekhyun amaldiçoava o mais alto e a si mesmo.
Quando Minseok deu a partida no carro, eles se dirigiram por um caminho que
Baekhyun nem ao menos se dava ao trabalho de prestar atenção. Seus olhos estavam fixos na
figura de Chanyeol, sem expressão e pálida em seu colo.
Baekhyun amaldiçoava Chanyeol a cada minuto, a cada segundo, por ser tão estúpido,
mas amaldiçoava ainda mais a si mesmo por deixar o maior agir tão impulsivamente. Se
aquele fosse o fim de Chanyeol, o menor não se perdoaria.
A cicatriz que ele detinha nas costas, a marca na pele causada pelo fogo – marca esta
que Chanyeol se culpava pelo menor ter, já que fora seu descuido e fascínio pelo fogo que
fizeram o mais velho ficar preso entre alguns escombros que queimavam – pareceu formigar,
como se debochasse de Baekhyun... Como se o lembrasse dos momentos que Chanyeol era
uma completa criança, que agia de modo inocente e direto em relação ao que sentia.
O som do carro andando pela rua de chãobatido era alto, mas Baekhyun estava tão
absorto na figura frágil em seu colo, a mão repousada sobre o peito de Chanyeol, que ele só
conseguia se concentrar nas batidas do coração do maior.
Enquanto seu coração pulsasse ele estaria bem... Enquanto ele respirasse ainda haveria
tempo para Chanyeol.
✘✘✘
“Você realmente acha que é uma boa ideia nós irmos até o aeroporto por aqui? O
pessoal vai passar por aquela rua, não?” Suho perguntou enquanto desviava de um galho
particularmente grande.
“Eu não estava com um bom pressentimento quanto aquela moto, certo?” Chen falou,
se explicando pelo que ele contava como sendo a oitava vez de porque os escondeu. “Não
queria nos colocar em uma situação de perigo.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 353/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Ah,” Suho murmurou, irônico. “Porque andar no meio de um mato desconhecido não
é uma situação de perigo.”
Chen parou de andar, fazendo o mais velho quase esbarrar em si. Suho piscou algumas
vezes, tentando entender o que se passava quando Jongdae se virou e o pegou pelos ombros,
seu rosto com uma expressão tensionada, irritada.
“Confia em mim, Joonmyun.” Chen pediu, embora seu pedido soasse mais como uma
ordem. “Eu sei que eu fiz bastante merda, mas ninguém é cem por cento inocente, certo?
Então para de criticar tudo por um segundo e só faz o que eu mandar, pode ser?”
Suho deixou seu queixo cair, mas não respondeu, ponderando o que havia acabado de
escutar.
“Se eu falar que sim podemos continuar a caminhar?” Suho perguntou, um meio
sorriso surgindo em seus lábios. “Eu não quero ser deixado para trás e tal.”
Chen concordou com a cabeça, sorrindo ao ver que o mais velho estava – finalmente –
disposto a manter a paz entre eles, mesmo com um leve desgosto. Porém, o sorriso no rosto de
Jongdae morreu assim que seus ouvidos captaram o som de um galho sendo quebrado há
alguns metros de onde eles estavam. Seus olhos rolaram rápido para a origem de onde ele
percebera uma movimentação entre a mata fechada, perto demais deles.
Mal um segundo passara quando não só um como quatro disparos foram dados e Suho
gritou.
Jongdae murmurou em tom alto e urgente para que Joonmyun se abaixasse enquanto
ele próprio empurrara com força o mais velho contra uma árvore de tronco grosso, vendo o
mesmo escorregar até o chão, sem ar.
Joonmyun tentou gritar para Jongdae, mas sua voz saiu falha, e mãos cobriram seus
lábios quando ele tentara fazer sua voz soar alto. Jongdae estava agachado em sua frente, com
uma expressão de dor e irritação marcando as linhas de expressão em seu rosto.
“Porra,” Chen sussurrou, colocando a mão sobre a coxa direita, de onde podia se ver
um pequeno furo na calça que ele usava, de onde saía um pouco de sangue. “Esse merda
conseguiu me acertar.”
“Eu sei, eu sei,” Chen murmurou em resposta, pedindo para que o outro ficasse em
silêncio, os fazendo se esconder sob o tronco enquanto passos podiam ser ouvidos próximos.
Eles podiam ouvir com clareza aquele que efetuara os disparos se aproximar e a voz do
mesmo soar – provavelmente contra um rádio, chamando reforço. “Você está com uma arma,
não está?” Sussurrou para o líder da K, que engolira em seco.
Chen havia ficado sem armas quando entregara a sua para Kris dentro do julgamento.
Merda, ele pensou, sentindo a perna latejar e o coração pulsar rápido, alertando todo o seu
corpo do perigo que corria.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 354/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Suho concordou, pegando o objeto em mãos. “Eu vou atirar e você vai correr?”
“Estamos mais para vamos atirar até que o filho da puta morra.” Chen respondeu, com
um pequeno sorriso no rosto. “Ainda mais que eu meio que não estou em condições de correr,
acho.”
Suho olhou para a pequena arma em mãos e sorriu. A folhagem alta os escondia dos
olhos do provável policial que se aproximava, mas não os esconderia para sempre. “Você já
matou alguém antes?” Chen perguntou aos sussurros, fazendo caretas enquanto tentava se
manter ajoelhado sem colocar peso sobre a perna ferida.
“Provavelmente mais pessoas que você.” Suho respondeu, se tornando sério. Jongdae
não sabia de nada sobre o seu passado e provavelmente o julgava como sendo alguém que
pouco viveu o terror de uma sociedade fragilizada e tomada pelo crime. Mas Joonmyun não
era inocente.
“Fique aqui escondido, eu cuido disso.” Joonmyun sussurrou, sorrindo de canto para
Jongdae, que arregalou os olhos.
Chen tentou negar o que o outro pedira, mas Suho já havia se agachado e saído de
perto de si, tentando não fazer barulho enquanto se aproximava do desconhecido. Jongdae
olhava para os lados, aguçando seus ouvidos para tentar saber o que acontecia ao seu redor,
mas só havia silêncio e depois do silêncio só havia barulhos de passos.
Seu coração pareceu parar quando ouviu alguns tiros serem dados. Jongdae viu alguns
pássaros se afastarem do local, batendo as asas depressa e um terror tomou conta de si. E se
quem fora baleado havia sido Joonmyun? Pensou atônito. Tentando se mover rápido para
procurar pelo líder da K, Chen quis levantar, mas sua perna baleada o impedira.
“Joonmyun!” Falou mais alto, quase gritando, quando aquele que chamava finalmente
apareceu.
“Não grita, ainda pode ter alguém por perto.” Suho falou, seu cenho franzido
denotando sua preocupação quando surgiu por detrás de uma árvore com a copa baixa. “E não
era um policial.”
“Não sei... Talvez exista a base de alguma gangue por perto e pertencesse a ela?
Talvez ele pensou que éramos da polícia?” Suho mais se questionou do que a Chen, que
mantinha sua boca aberta, em surpresa.
“Meu deus e se ele for alguém que trabalha no aeroporto e estava fazendo ronda?”
Chen perguntou assustado, e Suho deu de ombros.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 355/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
“Que seja então, ele atirou primeiro.” O líder da K tinha um sorriso no rosto quando
ergueu uma de suas mãos. “E olha só o que eu achei.” Em seu dedo havia pendurado uma
chave.
“Não acredito que você roubou as chaves dele depois de matálo.” Chen murmurou,
mas Suho o ignorou.
“Eu demorei pra voltar porque segui os passos que ele deu até a rua de chãobatido.”
Suho explicou, tentando ajudar o outro a levantar sem colocar o peso em cima da perna ferida
do mesmo. “Tem uma moto estacionada lá, vamos pegar ela e ir para o aeroporto.”
“Você matou alguém e roubou as chaves do cara e não está nem arrependido?”
Jongdae perguntou, não sabendo que o líder da K poderia agir daquela maneira. Joonmyun
sempre pareceu ser tão... Tranquilo? Armas não pareciam combinar consigo, muito menos
mortes sangrentas.
“Quer que eu reze por ele?” Suho perguntou sarcástico, franzindo o cenho. “Eu disse
para você que eu não era indefeso, não disse? Ele estava tentando nos matar, então matei ele
primeiro e não vou me arrepender disso. E quem é você para falar alguma coisa? Você me
sequestrou e tinha como plano me matar, lembra?”
Chen revirou seus olhos. “Vamos falar disso de novo? E, por favor, eu nunca
concordei com o plano de tirar a sua vida ou a dos membros da K.”
Suho riu, segurando com firmeza a cintura de Chen, o ajudando a caminhar. “Aliás,
roubei a arma dele também. Tem três balas, mas pode ser útil, quem sabe...”
Chen fez uma careta enquanto caminhava com dificuldade, passando perto do corpo
desfalecido do desconhecido, que estava deitado no chão de bruços. “Você disse que ele tem
uma moto?” Perguntou, desgostoso.
“É, moto.” Suho concordou. “Eu não sou um exímio piloto, mas vai ter que servir.”
Chen detestava motos por vários motivos – que incluíam sua adolescência na China,
uma motoneta e Yixing aprendendo a dirigir –, ainda mais estar na garupa de uma, mas ele
não tinha muitas opções tendo em vista sua perna machucada e que ele não iria a lugar algum
a pé. Por isso, quando Suho subiu em cima da garupa da moto e o ajudou – há muito custo – a
também subir, Chen pensou que talvez não fosse tão ruim.
Mas quando Joonmyun deu a partida e saiu em disparada pelo chão irregular, Jongdae
reprimiu um gemido angustiado e se agarrou na cintura do mais velho, o ouvindo rir enquanto
pilotava – de um modo nada competente – o veículo que os levaria até o aeroporto.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 356/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Apressado, estacionou o veículo de qualquer jeito e saíra depressa deste, ele e Tao
ajudando os outros a saírem, carregando o moreno inconsciente nos braços e ajudando Lay a
caminhar, este que começara a ficar tonto devido ao ferimento na cabeça causado pelo
impacto contra o volante do carro.
Jongin ainda estava inconsciente quando fora colocado dentro do avião, o copiloto
ajudando a fazer um curativo apressado no ferimento no pescoço do mesmo. Ele não sangrava
mais, o sangue coagulado obstruíra os pontos de sangramento, mas Kyungsoo não parava de
falar consigo, pedindo para que Jongin aguentasse até que eles estivessem seguros.
Kris acertara os últimos detalhes com o piloto, que lhe explicara que a viagem duraria,
em média, quatro horas e quarenta minutos até a Tailândia, mas que ele tinha suprimentos o
suficiente em alimentos e água dentro do aeroplano para quando o resto dos integrantes das
organizações chegassem. Além disso, as malas que eles haviam trazido durante a semana
estavam todas no compartimento de carga e eles teriam acesso a elas quando desejassem. O
homem ainda lhe deu alguns nomes de com quem falar no país desconhecido, lhes afirmando
que os ajudariam caso fossem bem pagos para isso.
Yifan afirmara que dinheiro jamais seria problema e que o próprio piloto receberia
uma quantia proveitosa pela ajuda que estava lhes dando, ainda mais do que já recebera
previamente. Claro que Kris não sabia quanto o piloto havia recebido e nem tinha ideia de
como pagálo já que as contas que ele detinha estavam trancadas pelo governo, mas ele não
poderia se dar ao luxo de não falar tudo o que viesse à mente para o homem desconhecido. Ele
precisava que o piloto confiasse em si e estivesse disposto a ajudálos como pudesse.
“Não podemos esperar mais muito tempo,” O piloto murmurou quando vira a agitação
dentro do compartimento do avião enquanto tratavam os feridos. “Um subordinado me
chamou no rádio e avisou que achava ter visto alguns policiais nas redondezas, mas perdi
contato com ele faz alguns minutos. Se acharem esse lugar que seja vazio e sem nenhum
rastro de nós, ou você sabe...”
O homem riu. “Nem isso, rapaz... Não sabe que os caras maus são sempre cortados da
história?”
Nem sempre, Yifan quis responder, mas seria perda de tempo. E entrar naquele
assunto e admitir que ele era, de fato, um cara mau, um vilão, não estava entre seus tópicos
favoritos a ser debatido com uma pessoa que ele nunca vira na vida – e provavelmente nunca
mais veria quando eles desembarcassem em Bangkok.
Além disso, se Yifan era um vilão ou não, o que isso tornava seus companheiros? E
pior: o que os seus inimigos eram?
Ele preferiu não pensar na resposta, achando mais importante procurar algum celular
para ligar para aqueles que faltavam aparecer.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 357/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
O carro que Minseok dirigia não tardou a aparecer. Eles haviam pegado um caminho
mais longo que Kris para despistar qualquer carro da polícia que poderia vir a aparecer, mas o
grupo no carro vermelho não demorara muito para cruzar a entrada aberta da propriedade
cercada com uma tela de baixa qualidade, estacionando de qualquer jeito perto do carro
prateado pertencente à Yifan – este já parado há algumas dezenas de metros do avião bimotor.
Yifan estava com o celular de alguém – que ele nem sabia como havia conseguido –
em mãos e tentava ligar para seus companheiros, mas desistiu quando viu que Luhan pedia
por socorro enquanto ajudava todos a saírem do carro. Se eles achavam que o estado de Kai
era ruim, o de Chanyeol parecia muito pior.
Subir com o mais alto pelas escadas acopladas na parte de dentro da porta da aeronave
fora complicado, três pessoas foram necessárias para fazer o serviço, e quando ele fora
finalmente colocado em um tipo de maca dentro do avião, ao lado de Jongin, todos ficaram
em volta, observando enquanto o copiloto ajudava Luhan a limpar a ferida e a fazer um
curativo decente para cobrir o ferimento exposto.
“Nós temos que ir,” Baekhyun pedia, segurando a mão do maior, este ainda
desacordado. Seu braço quebrado – ou ao menos deslocado – e suas costelas estavam o
matando de dor, mas ele não conseguia parar de pensar que Chanyeol precisava de cuidados
rápidos, do contrário poderia não mais acordar. “Por favor, vamos...”
“Quem falta?” Yifan perguntou quando algumas pessoas o olharam, querendo uma
ordem do que seria feito a seguir.
“O Suho também.” Sehun murmurou, sentado com as pernas coladas ao corpo, logo
em frente aonde os corpos de Jongin e Chanyeol descansavam. Kyungsoo e Baekhyun
permaneciam do lado dos mesmos, ambos pareciam tremer embora não estivesse fazendo
muito frio, até porque o vento não entrava em grande quantidade dentro de onde eles estavam
no avião. “Nós não podemos ir sem ele.” Afirmou, não querendo nem pensar na possibilidade
de deixar Joonmyun para trás... O líder já havia ficado afastado da K por tempo demais.
“Nós temos que ir!” Baekhyun falou sem pensar, desesperado, olhando de relance
para Kyungsoo, tentando conseguir apoio. “Eles precisam de um hospital, caso contrário...”
Engoliu em seco, sem conseguir terminar a sentença. “Nós precisamos... Onde está o Suho...
Precisamos ir!”
“Eles vão ficar bem, Baekhyun.” Tao murmurou, se sentando próximo de onde os
feridos estavam, se sentindo sensibilizado.
“Duizhang...?” Tao chamou, pedindo que uma escolha fosse feita, embora seus olhos
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 358/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
dissessem com clareza para Kris qual era decisão que deveria ser tomada.
O loiro grunhiu e foi até a porta da aeronave, olhando para fora, observando que o
tempo parecia mudar e o Sol que antes brilhava no céu agora era tapado por algumas nuvens e
um vento forte, que zunia ao passar pelo metal do avião, fazia as árvores ao redor do
aeroporto clandestino perderem as folhas.
Lay arregalou seus olhos, juntamente dos outros membros da M. “Não podemos! E o
Chen!?”
“Ele está vindo.” Kris falou sorrindo, apontando para fora. “Luhan peça para o piloto
se preparar, estamos prontos para irmos.”
Ele podia ver o rosto pouco conhecido do líder da K e atrás do mesmo, erguendo os
braços e gritando “Não atire!” Chen, com uma careta.
Tao riu satisfeito e passou a arma para quem mais quisesse ver quem se aproximava.
Eram realmente aqueles que faltavam em cima de uma moto desconhecida, que cortavam o
vento e se aproximam a uma velocidade consideravelmente alta do avião. Sehun e alguns
membros da M desceram da aeronave e correram até a moto quando a mesma fora
estacionada.
Tao e Minseok ajudaram Chen a se erguer quando viram que o mesmo estava com a
perna ferida e o levaram para dentro, enquanto Suho estava ocupado demais sendo esmagado
pelo corpo de Sehun que o abraçava e lhe contava desesperado o que havia acontecido com
Jongin e Chanyeol. Suho sentiu sua felicidade momentânea pela fuga estar sendo bem
sucedida se esvair quando entendera que parte de sua família não estava bem e correu para
dentro do avião.
Eles nunca souberam se a polícia chegara perto da aeronave antes de a mesma decolar,
porque as portas haviam se fechado assim que o último membro da equipe entrou por estas.
Eles não paravam de falar, de contar o que havia acontecido a cada um e todos tentavam se
dar apoio, dizendo que tudo ficaria bem.
Todos ficaram em silêncio quando o avião decolou, deixando a Coreia do Sul para
trás. Nada material do que havia sido deixado para trás parecia importar para aqueles que
tanto tinham apego aos seus carros, suas moradias ou coisas caras que o dinheiro roubado
havia lhes comprado. Nada importava mais do que a vida dos doze.
Joonmyun e Yifan sentaram lado a lado contra a parede oposta aos outros no avião e
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 359/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Yifan suspirava aliviado em ver sua família bem, muitos com ferimentos não só
físicos, mas emocionais, mas, acima de tudo, bem.
Joonmyun se perguntava o que aconteceria agora que tudo o que conheciam havia
sido deixado para trás. Ele praticamente podia ouvir Chanyeol gritar em seu ouvido, lhe
dizendo que a família sempre seria a mesma, não importando o lugar onde eles estivessem.
Vendo Baekhyun segurar a mão de Chanyeol – desacordado – entre a sua fez com que
Suho desejasse ouvir mais uma vez a voz do gigante amigável gritando.
Porque o futuro era incerto, era uma sombra a mais no completo escuro do que as
pessoas insistiam em chamar de destino. E a incerteza do que viria, a incompreensão do que
os aguardava logo mais à frente era o que Joonmyun mais temia.
CONTINUA
Notas finais
Abaixo MAPA da rota de fuga das organizações até o aeroporto, para aqueles que talvez se
sentiram um pouco confusos e talvez perdidos!
http://i683.photobucket.com/albums/vv191/Kakah
chan/MAPAPRONTO_zps7eb08f37.png~original
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 360/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
22. Epifania
Notas do Autor
Olá gafanhotos, aqui estamos finalmente para compartilhar com vocês o último capítulo de
Teoria do Caos.
Se a fanfic começou atrasada, por que não terminar atrasada também né galera rç ((atraso de
um dia, nem foi tão mal assim))
Sei que muitos não lêem as notas, mas ainda assim vou fazer os devidos agradecimentos nas
notas finais, e gostaria que lessem.
O que são algumas palavrinhas após o final para quem já leu 155690 até aqui, não? Então,
por favor, pensem com carinho <33
TEORIA DO CAOS
CAPÍTULO VINTE E UM – EPIFANIA
BANGKOK
3 anos depois
Minseok olhou em volta, procurando algum rosto conhecido entre as pessoas que
conversavam e bebiam no bar em que estava. Pegou entre os dedos a cartilagem da própria
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 361/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
orelha e começou a brincar com ela, apertando de leve e acariciando a pele macia enquanto
tentava ocupar sua mente com algo que não fosse o tédio que sentia.
Ainda era cedo e não haviam muitas pessoas naquele lugar pequeno – mas muito bem
quisto pelos usuários – quando alguns conhecidos entraram pela porta, sentandose no bar e
pedindo drinks leves. Minseok se espreguiçou e saiu da cadeira onde estava sentado,
caminhando a passos lentos até o balcão onde o casal de conhecidos estava.
“Olá,” Ele falou, usando o idioma local. “Vocês tem alguma coisa para mim?”
O homem e a mulher de rosto comum, e que ele bem sabia ser quem eram, assentiram
antes de lhe entregar uma maleta preta. O homem murmurou algumas palavras que o ouvido
de Minseok – acostumado ao enrolado idioma – captou e prontamente entendeu. Ele havia
liderado uma entrega de cocaína e yaba – substância essa conhecida como droga da loucura
entre os tailandeses – e aqueles eram os subordinados daqueles para quem Minseok havia
feito o trabalho.
A maleta fora aberta com discrição e o montante de dinheiro foi observado com
clareza em uma fração de segundos pelos olhos atentos do traficante. Minseok agradeceu ao
fechar a tampa do objeto, saindo do bar a passos rápidos.
O Sol ainda ardia no céu, ao contrário do que o traficante pensara. Minseok até
mesmo se obrigou a colocar um óculos escuro enquanto caminhava pelas ruas movimentadas
de Bangkok, indo até o estacionamento onde sua moto estava parada, segura contra os assaltos
sempre frequentes no centro da cidade considerada por muitos como sendo a Capital sem
Leis.
Bangkok era muito diferente de Seul. A capital da Tailândia era mais incontrolável,
mais intensa e de longe mais perigosa. E Minseok gostava da sensação de perigo.
Sorriu ao passar por um grupo de jovens com a pele dos braços coberta de tatuagens,
que pareciam ocupados demais para perceber o coreano enquanto fumavam seus maços de
marijuana. Os jovens rebeldes não lembravam sua própria juventude, já que ele sempre teve
que agir de modo sério demais para proteger aqueles que amava, mas ele gostava de imaginar
como seria sua adolescência em um universo paralelo onde sua vida não fosse tão complicada.
Minseok já tinha vinte e sete anos e não poderia mais se dar ao luxo de ficar pelas ruas
fumando e rindo das pessoas como aqueles adolescentes faziam. Ele não era mais uma criança
– não que sua vida tenha lhe dado muita oportunidade de agir como uma. Seus pais traficantes
que foram assassinados e as dívidas de seus avós que lhe obrigaram a entrar no tráfico de
drogas se certificaram disso.
Seu cabelo estava curto há algum tempo, mas um pequeno hábito fez com que ele
passasse os dedos de leve entre os fios quando seu celular tocou.
“Você vai ir?” Ouviu a voz de Luhan perguntar do outro lado da linha. “Faz tempo
que não nos reunimos...”
“Mesmo assim!” Ouviu o chinês murmurar do outro lado, impaciente. “Você sabe o
que eu quero dizer... Acho que hoje a reunião será importante.”
“Você vem então?” Luhan perguntou e Minseok assentiu com a cabeça, esquecendose
que o outro não estava o vendo.
“Vou,” Disse por fim. “Quer que eu passe aí para te dar uma carona?”
“Não precisa, eu tenho algumas coisas ainda para resolver, mas daqui ha pouco
estou indo também.” Luhan parecia mais animado do outro lado da linha e Minseok decidiu
não questionar os motivos.
“Kris pediu para que todos comparecessem... Todos.” Um suspiro longo foi dado.
“Mas você sabe que ultimamente cada um tem sua própria rotina e faz o que quer.”
“Vamos sair para beber depois, que tal? Chamamos os outros também se o clima
estiver favorável.”
Luhan riu do outro lado e concordou com o que o traficante de drogas falara. Mais
algumas palavras foram trocadas antes de uma despedida rápida ser feita, e então a ligação
fora finalizada.
Ao chegar perto de sua moto, Minseok ainda com seu celular em mãos, pensou em
ligar para o seu líder, mas decidiu que era melhor conversar com ele pessoalmente. E, de
qualquer maneira, eles se encontrariam muito em breve.
Quando o avião bimotor pousou, a três anos atrás, no lugar desconhecido por todos,
Minseok pensou que aquilo era definitivamente o fim para eles. Que a vida criminosa seria
abandonada e eles seriam forçados a viverem como pessoas normais, apenas obedecendo ao
sistema governamental e social.
A maldade jamais abandona aqueles que são considerados os vilões da história pela
sociedade, no fim das contas.
Fora Minseok quem primeiro descobrira que ele próprio estava errado, na verdade. O
submundo das substâncias ilícitas sempre precisa de apoio e o coreano não tardou em se
misturar nesse meio novamente, ainda mais com a larga experiência que tinha com todas as
substâncias conhecidas e com todos os tipos de clientes. O traficante da M em pouco tempo
retomara o trabalho que ele deixara para trás na Coreia do Sul – embora ele constantemente se
comunicasse com seus subordinados, querendo saber como andavam os negócios.
O sistema do tráfico de drogas em Bangkok não era muito diferente do que ele estava
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 363/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
acostumado em Seul – até porque muitas das substâncias que eram importadas para a capital
sulcoreana vinham diretamente da Tailândia. Ao conseguir contatos, Minseok começou a
trabalhar em um baixo patamar na hierarquia do tráfico tailandês, para ao longo dos meses
conseguir, aos poucos, ganhar respeito dentro daquele novo lugar.
Minseok sabia que pelas contas de Kris, eles, na Tailândia, não tinham nem metade do
poder que usufruíam na Coreia do Sul – e nem um terço dos bens materiais também – mas ao
longo dos anos também era inegável que eles foram ganhando espaço e formando alianças
com pessoas e organizações bem posicionadas no crime organizado. A maioria dos membros
ajudava Minseok em seu trabalho – até porque o tráfico de drogas era um modo mais discreto
de ganhar dinheiro e tudo o que eles precisavam era de discrição – e ele gostava de viver
desse modo, mais seguro.
A M não era conhecida por esse nome e nem era temida como quando mantinha sua
sede em Seul, mas Minseok incrivelmente gostava de se manter por baixo dos panos. Gostava
da tranquilidade que se misturava à adrenalina que sentia em Bangkok, um lugar tão exótico –
mesmo para quem já está acostumado com a paisagem, pessoas e costumes –, perigoso e
viciante como aquele era um bom lugar para se viver em sua opinião.
Ainda mais pelo fato de que o governo não se metia nos negócios criminosos, como
acontecia com frequência em Seul.
A maleta fora jogada dentro do compartimento de carga de sua moto e o capacete fora
colocado sobre sua cabeça para a proteção básica antes que ele desse a partida e saísse em
disparada pela avenida lotada de carros parados no trânsito caótico.
Eles teriam uma reunião importante no pequeno escritório alugado por Yifan dentro
de pouco tempo. Minseok não gostaria de chegar atrasado.
✘✘✘
“Por que você quer conversar sobre isso? Agora?” Kris perguntou, ajeitando a gravata
em volta do colarinho da camisa, observando Tao deitado na cama, sobre os lençóis.
Tao fez um pequeno bico com os lábios. “Quando você se casar nós vamos parar de...
Sermos assim?”
Kris umedeceu os lábios com a ponta da língua e suspirou antes de responder. “O que
você quer que eu responda? Você sabe a resposta, Taozi... E, outra coisa, não tem porque
pensar nisso agora. Não é como se eu já estivesse de casamento marcado ou algo assim. Eu
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 364/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
nem sei quando essa hora vai chegar, não tem porque pensar nisso agora.”
“Tem sim, você sabe que sim.” Tao respondeu, se ajoelhando na cama e abotoando os
botões da camisa de Yifan, que estavam desalinhados. “Você vai ser o sucessor da Wu, vai
precisar ter um herdeiro e para isso vai precisar ter uma mulher.”
Kris pegou as mãos do mais baixo entre as suas. “Eu não tenho a Wu em meu poder,
ainda. E você também poderia pensar em se casar e ter filhos no futuro... Você tem vinte e
quatro anos, Taozi, mas eu já tenho vinte e sete... Não sou mais tão novo.”
“Não quero ter uma mulher... E muito menos filhos.” Tao murmurou, fazendo um bico
com os lábios. “O mundo não precisa de mais assassinos.”
Kris sorriu, compadecido. “Você sabe que está falando algo nonsense, não sabe?
Seus filhos serão o que você quiser que eles sejam... Até eles chegarem na idade de pensar por
si próprios, pelo menos.”
“Não quero.” Tao disse convicto, Kris sabendo que ele bateria o pé no chão se não
estivesse ajoelhado sobre a cama. “Não preciso disso... Assassinos não precisam de mais de
uma família. E eu já tenho a minha... Já tenho você.”
O líder da M mordeu seu lábio inferior, freando um suspiro e algumas palavras que se
formaram em sua garganta. Palavras românticas demais que ele preferia não verbalizar.
Kris continuava sendo o líder e ficava a maior parte dos dias trancafiado no escritório
alugado em um prédio comercial no centro de Bangkok, resolvendo problemas ou
conseguindo contatos não só na Tailândia, como em outros países próximos – e outros não tão
próximos assim. Reconquistar o poder não era uma tarefa fácil, mas depois de três anos, ele
não poderia reclamar do que adquirira no novo local em que eles trabalhavam e moravam.
“E se eu prometer que nada vai mudar, você acredita em mim?” Kris questionou e Tao
fez uma careta, pensando. “É sério, Taozi, você acha que eu estaria com você todo esse tempo
se pretendesse te deixar de lado quando alcançasse os meus objetivos?”
“Não sei...” Tao murmurou e Kris riu, o abraçando e selando alguns beijos no pescoço
desnudo do mais novo.
“Pare de ser bobo, você não tem mais idade para ficar fazendo esses joguinhos
comigo, tem?” O hálito quente de Yifan contra a pele do mais novo fez o mesmo estremecer e
fechar os olhos, entorpecido.
“Eu só não quero que as coisas mudem.” Tao sussurrou. “Algumas coisas mudaram
aqui e quando você tomar a frente da Wu outras coisas vão mudar...”
“Se fôssemos sempre a mesma coisa a vida seria desinteressante, não?” Kris
questionou, mas não esperou resposta antes de depositar um beijo rápido nos lábios do mais
novo. “Mudanças são necessárias, mas você sabe que vou sempre querer o melhor para você...
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 365/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Para todos.”
“Eu sei.” Tao murmurou, olhando de canto para alguns postit em cima do criado
mudo ao lado da cama.
“Isso vai parar em breve, eu prometo.” Kris murmurou, sabendo que ser um assassino
de aluguel incomodava o seu companheiro. “Tudo vai mudar em breve, não vamos precisar
nos esconder mais e você não precisará mais fazer nada que não queira.”
“Você acha que vão concordar... Com o que você for propor?”
Kris sorriu, empurrando o mais novo para trás, o fazendo cair sobre a cama. Tao
grunhiu e xingou, mas logo seu corpo fora imobilizado quando o mais alto ficou sobre si, o
olhando de cima, enquanto aproximava os rostos. “Você concorda?”
“Estou com você em tudo, você sabe...” Tao sussurrou. “Até nessa idiotice de
casamento.”
Kris riu. “Para de pensar nisso! É só para continuar a família.” O limite entre os lábios
fora alcançado e ambos se beijaram por alguns segundos curtos antes que o mais velho
separasse o beijo e roçasse os lábios pela bochecha do outro. “Você sabe como eu me sinto
em relação a você...”
“Você me ama.” Tao murmurou, rindo, ao ouvir o outro engasgarse. Não era do feitio
de ambos falarem sobre essa pequena palavra, considerada um tabu entre eles. “Eu sei porque
eu também amo você.”
“Vamos conversar mais sobre isso no futuro.” Kris sussurrou, não deixando claro se
ele se referia ao fato de que ele se veria obrigado a casar com alguma herdeira de outra família
poderosa da China – quando retomasse o poder que era seu por direito – para continuar a
linhagem dos Wu ou sobre o fato de que ambos compartilhavam do mesmo sentimento em
relação um ao outro.
Yifan sempre prometera muitas coisas a Zitao, mas jamais descumprira suas
promessas. A felicidade jamais era plena, mas o mais velho se esforçava ao máximo para dar
ao outro a segurança que ele precisava para continuar ao seu lado. Era por isso que o mais
novo sempre acreditaria nas palavras de seu líder.
Kris deixara seu alter ego pretensioso de lado há anos. Não havia mais como agir de
modo impulsivo e precipitado, ele passara a agir ha tempos com mais cautela e paciência. Ele
não era mais jovem e irresponsável; ele já era adulto, era feito sob a base de certezas e
convicções. Certeza de que retomaria o seu lugar na China e a convicção de que todos os seus
companheiros estariam ao seu lado.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 366/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
✘✘✘
Sehun caminhava depressa pela rua que ele tão bem conhecia. Em suas costas ele
carregava uma mochila pesada, levando o notebook que seria usado na reunião que Suho
avisara que aconteceria em pouco tempo. Ele pensara em ir diretamente para lá depois da aula
chata do curso de informática avançada que ele fazia para agradar primeiramente ao seu líder,
o pai da família, que dissera que Sehun ainda era muito jovem e precisava preencher seu
tempo com estudo e não só trabalho.
Sehun tinha vinte e um anos, não se considerava tão jovem assim como o líder
gostava de falar, mas como não havia sido apenas Suho quem pedira para que ele fizesse um
curso de longa duração (que já estava acabando, graças aos céus) na área da informática, o
jovem não reclamou – muito – antes de aceitar.
Em seus dedos havia um cigarro de marijuana, droga essa que ele havia pegado com
Minseok – depois de muita insistência – no início da semana para tentar relaxar do estresse
que vinha tendo com algumas contas internacionais criadas em nome da organização. Sehun
não tinha costume de fumar, ele na verdade havia ficado longe de qualquer substância
entorpecente depois de parar de tomar as pílulas de ecstasy, mas a erva não era de todo ruim já
que era basicamente algo natural e praticamente inofensivo, então naquela semana ele se
permitiu usála.
Quando chegou em frente ao que à noite funcionava como uma casa noturna de alta
qualidade, Sehun fez a volta no estabelecimento e tocou a campainha da porta dos fundos –
permitida apenas para funcionárias – sorrindo ao ver a mesma ser aberta por uma conhecida.
“Dá para sentir?” Ele perguntou desgostoso, cheirando a gola da camisa. Ele havia
jogado fora o cigarro antes de tocar a campainha, mas parecia que o cheiro forte da marijuana
não queria deixálo.
“Eu estou estudando aqui por perto, saí agora da aula e queria saber se ele não me dá
uma carona para um lugar que precisamos ir os dois, de qualquer maneira.” Sehun explicou,
seguindo a mulher pelos corredores do que funcionava como uma casa noturna – e um
prostíbulo – à noite, mas durante o dia era apenas um bar comum.
“Achei que vocês haviam brigado,” A mulher falou em um tom arrastado, parando de
caminhar próximo à escadaria que levava até o terceiro andar – andar este privado apenas para
funcionários – do estabelecimento já que Sehun sabia o caminho para chegar até o outro.
“Não,” Ele murmurou, sorrindo para a moça que trabalhava no estabelecimento como
garçonete – e prostituta provavelmente. “Nós só... Demos um tempo.”
sorte antes de se afastar e descer as escadas para o primeiro andar, provavelmente para voltar
a atender as pessoas que esperavam bebidas no bar.
Sehun sorriu consigo mesmo, passando os dedos pelos cabelos para tentar afastar o
nervosismo incômodo que surgira aparentemente do nada em seu interior. Subindo a pequena
escadaria, ele respirou fundo, para logo em seguida bater de leve algumas vezes na porta de
madeira de cor escura, esperando o outro responder. “Entre.” Ele ouviu a voz suave murmurar
do outro lado e, engolindo em seco, entrou.
Sehun pensou que Luhan perguntaria o que ele estava fazendo ali, ou que ao menos o
olharia de modo estranho pela sua presença repentina. Mas Luhan tinha o poder de contrariar
suas expectativas.
Sehun ainda estava loiro, não porque gostava daquele tom mais do que gostava de ter
os cabelos castanhos escuros, mas sim porque se mantendo loiro ele poderia pedir para Luhan
que o ajudasse no tingimento, alegando que não conseguia fazer isso sozinho, mesmo depois
de tanto tempo. Sehun tinha certeza de que Luhan sabia que era uma desculpa para que eles
pudessem se ver de mês em mês, mas como Luhan não questionava ou era contra, Sehun
também fingia não estar mentindo.
Os dois namoraram – poderia se dizer assim – durante alguns meses quando chegaram
à Bangkok e até pensaram em morar juntos em um certo momento do relacionamento. Ambos
permaneceram juntos – no sentido mais literal possível da palavra – enquanto a situação
naquele país desconhecido era assustadoramente nova, fazendo o futuro ser incerto; e fora
Luhan quem cuidara de Sehun todas as vezes em que a tensão que o cercava se tornava
esmagadora, o tentando a se afundar novamente em seu vício ilícito – as pequenas balinhas
que eram tão comumente usadas pelos jovens tailandeses não só em festas como no diaadia.
Sehun sabia – no fundo sabia – que havia coisas mais importantes a fazer do que se
deixar levar pelos problemas, mas Luhan o ajudara a abrir os seus olhos quanto a isso muitas
vezes, o tratando mais como se fosse um irmão mais novo do que um namorado, propriamente
dito.
Não havia passado nem um ano que eles estavam em Bangkok quando ambos se
afastaram, parando de rotularem a relação que tinham como se fosse algo além de uma
amizade. A cama de Sehun passara a ceder só sob o seu peso.
Luhan era um vício de Sehun que o mais novo não conseguia esquecer, mas eles não
se viam mais com tanta frequência, não tanto como Sehun desejava. Luhan se envolvera
novamente com a prostituição e Sehun não pôde aguentar isso, mesmo que o mais velho lhe
garantisse que ele trabalhava como um gerente na casa noturna de um conhecido e não como
um michê qualquer.
Fora Luhan quem terminara o relacionamento. Mas ele não impedia Sehun de se
encontrar consigo algumas vezes mesmo que fosse apenas para que eles conversassem – ou só
se olhassem por alguns momentos. Não evitava atender seus telefonemas e nem recusava os
convites do outro para que fosse ao seu pequeno apartamento – em que Sehun vivia sozinho,
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 368/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
perto dos outros membros de sua organização – para que o ajudasse com seu cabelo ou outras
desculpas.
Sehun até mesmo namorara uma garota que conhecera no curso de informática que
fazia, mas não durou tempo o suficiente para que ele pudesse se apegar intensamente a ela –
embora ela fosse boa para si. O mais novo jamais falara sobre isso com Luhan, mesmo que ele
tivesse certeza de que o mesmo sabia sobre este fato.
Até porque Sehun se negava a ter qualquer conversa com Luhan que envolvesse o fato
de eles terem se envolvido com outras pessoas depois do fim do relacionamento deles. Sehun
não queria saber com quem Luhan saía e do mesmo modo não tinha interesse em falar sobre
os seus próprios casos.
Luhan sabia que Sehun se desapegaria de si em algum momento. Que o que ele sentia
era mais carência do que amor e que ambos poderiam seguir caminhos distintos, mas isso não
precisava acontecer tão rapidamente. O que eles sentiam um pelo outro era forte, não
precisava acabar como se nunca tivesse existido, até porque nenhum deles queria que
realmente acabasse.
Sehun engoliu em seco, sabendo que o outro estava pensando que ele voltara a usar
drogas. “Minseok me deu alguns cigarros, mas é só para essa semana, aconteceram algumas
merdas na transferência de dinheiro e eu quase perdi uma quantia alta... Fiquei estressado.”
“Porque não tinha nada a ver com você, Luhan...” Sehun falou sem maldade, sendo
sincero. “E não é tão ruim, na verdade. É melhor do que tomar algum remédio para me
acalmar... E não me olhe assim, chá não serve de nada para me deixar menos estressado.”
“Vou dar uma surra no Baozi por ter te dado esses cigarros.” Luhan murmurou,
fazendo um bico e Sehun riu.
“Sabe?” Luhan questionou, sentindo uma leve ansiedade crescendo dentro de si.
Sehun concordou com a cabeça, mas Luhan sabia que ele mentia quando o abraçou,
afundando o rosto na curvatura entre seu pescoço e ombro, o trazendo cada vez mais perto de
si, embora fosse impossível unir mais os dois corpos.
“É uma recaída.” Sehun murmurou contra a pele do mais velho, se referindo ao fato
de Luhan ser um vício para si. “Não se preocupe, vai passar.”
Luhan acariciou os cabelos do mais novo, se sentindo secretamente feliz pelo contato
repentino. “Você quer uma carona para a reunião? Ou só queria me ver?”
“A carona...” Sehun sussurrou, se separando devagar. “Mas acho que a segunda opção
não está totalmente errada.”
“Vamos.” Luhan murmurou, correndo até sua mesa e pegando seu celular e as chaves
do carro. Sehun sentiu um arrepio cruzar sua espinha quando a mão pequena do mais velho
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 369/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Sehun concordou, olhando para as mãos unidas enquanto caminhava logo atrás do
mais velho, se perguntando se Luhan o odiaria se ele tivesse mais recaídas...
✘✘✘
Yixing deu uma pequena risada ao ver Joonmyun conversando com um dos gerentes
do cassino, sorrindo animado, apertando mãos e sendo simpático de um modo que poderia ser
considerado até mesmo forçado.
O chinês detentor de uma covinha na bochecha direita mordeu seu lábio inferior
quando puxou a alavanca da máquina caçaníquel, esperando ganhar algumas fichas. Aquele
cassino era novo – um dos primeiros a ser aberto depois da nova lei que permitia jogos dentro
do país após anos de proibição – e Lay gostaria de saber detalhes dos donos de todos os
cassinos que abririam em Bangkok, até para poder entrar nestes sem maiores problemas
quando quisesse algum dinheiro para a organização.
Afinal, Yixing era apenas um jogador sortudo – e trapaceiro. Nada mais, nada menos.
Naquele país parecia, Lay se deu conta após um tempo morando lá, que quanto mais o
governo tentava impor limites na população, mais irregularidades surgiam. Irregularidades
estas, que as organizações criminosas patrocinavam, claro.
Não era a toa que Bangkok era conhecida entre algumas organizações como a Capital
sem Leis.
“Perdi nessa porcaria... De novo.” O chinês respondeu desgostoso. “Esse país não me
deixa ter minha sorte, a cada três vezes que jogo, uma eu perco.”
Suho riu, dando pequenos tapinhas no ombro do outro. “Você continua tendo mais
sorte que a maioria, pode ter certeza.”
Suho gostava de ajudar o chinês indo até os cassinos, ainda mais porque se passar por
pessoas havia sido parte do seu trabalho na Coreia, então não era de todo modo difícil inventar
uma história nova, uma vida nova para seus personagens que ele tão bem interpretava.
Através de seu trabalho, ele conseguia informações preciosas para Yixing, que as usava do
modo como queria em seus negócios com jogos legais – e ilegais.
Joonmyun não entendia tudo o que o chinês fazia, mas se sentia recompensado ao ver
o dinheiro entrando na conta da organização e de praxe ele ainda ganhava alguns drinks
gratuitos no cassino – seja pago pelos gerentes dos lugares ou pelo próprio Yixing como
agradecimento pela ajuda.
“Onde está o Chen?” Suho perguntou, fingindo desinteresse, enquanto ele próprio
jogava uma rodada na máquina caçaníquel – perdendo, claro.
“Em uma missão, acho,” Lay respondeu, rindo quando ganhara a rodada contra a
máquina. “Ele deve estar chegando para nos buscar. Temos a reunião com o Kris hoje.”
“Sobre o que você acha que ele vai falar?” Suho perguntou e o outro deu de ombros.
“Já tivemos a reunião mensal para avaliar os lucros e prejuízos... O que vamos discutir
hoje pode ser o de sempre, só para ele dar algumas notícias, ou então vai ser sobre... Aquilo.”
Suho pigarreou e deu um meio sorriso ao ver uma pessoa que definitivamente pesava
mais de cento e vinte quilos se sentar próximo a eles para jogar uma rodada em um caça
níquel.
“E você acha que é uma boa ideia?” Suho perguntou, desviando seu olhar da pessoa
que chegara e observando a máquina em sua frente que apitava baixo, como se pedisse para
ele jogar outra partida.
Suho se surpreendeu quando sentiu uma mão em seu ombro, assim como Lay, que
pulou no banco onde estava sentado.
Chen sorriu largamente ao ver os dois assustados com sua aparição repentina. “Vocês
estão prontos? Vamos?”
Lay fora o primeiro a concordar, saindo da cadeira e se dirigindo até a porta de saída,
mas passando antes no caixa para trocar as fichas que tinha em mãos. Suho havia perdido
todas as fichas que tinha – afinal, ele era um inegável azarado – e começou a caminhar ao lado
de Chen enquanto o mesmo contava o que havia feito nas últimas horas.
Chen falava sem parar, animado, e Suho não o pedira para ficar em silêncio, já que
estava acostumado com sua animação – e até mesmo gostava de ouvir sua voz. Mesmo que
Jongdae houvesse prometido que se afastaria de Joonmyun quando – e se – eles chegassem à
Tailândia sãos e salvos, o mais novo não fizera esforço algum para cumprir sua promessa.
Não que Suho ainda quisesse que Chen se afastasse de si. Era inegável que ambos
haviam se conhecido de um modo nada casual e que os fatos que ligavam os dois enquanto
estavam na Coreia não fossem regados à felicidade ou amizade, mas Suho precisava admitir
que o outro havia ganhado muitos pontos consigo quando levou um tiro na perna tentando o
proteger. Jongdae não tivera sequelas do tiro em sua coxa, apenas uma cicatriz que Joonmyun
insistiu para que o mesmo mostrasse certa vez.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 371/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Mas sim, ainda falando sobre os pontos... Chen havia ganhado muito mais pontos
também porque ajudara a K a se instalar em Bangkok e fora o primeiro a lhes dar apoio
quando fora necessário nos primeiros meses de adaptação – e em alguns momentos críticos e
caóticos dos primeiros dias em solo tailandês.
“Por que você está sorrindo?” Chen perguntou para Suho com um meio sorriso. “Está
pensando alguma coisa boa de mim?”
Suho riu, negando com a cabeça enquanto eles encontravam Lay e se dirigiam para
fora do cassino. O chinês de covinhas se sentara atrás, como era o costume quando estavam
eles três dentro de um carro, e Suho se sentou no banco da frente enquanto Chen dirigia.
“Vamos para a reunião?” Yixing perguntou, contando o dinheiro que havia ganhado
por brincadeira dentro do cassino.
“Vamos.” Chen respondeu, dando uma olhada significativa para Suho. “Já está na
hora.”
✘✘✘
Kim Jongin estacionou o carro na frente do pequeno prédio. Ele poderia colocar o
carro no estacionamento privado, mas como ele teria que sair novamente para se dirigir a uma
reunião, achou melhor deixar o automóvel estacionado no espaço público mesmo.
Seu olhar desviou dos arredores e se dirigiu para onde ele morava. O prédio tinha oito
andares e Jongin tinha um pequeno apartamento no terceiro, este sem grandes regalias.
Embora o moreno preferisse um estilo de vida mais arrojado e menos humilde, ele não
poderia reclamar daquele lugar, que era bom o bastante para os dois.
Kyungsoo também morava lá. Fora através da ajuda dos membros da M que os
novatos no mundo do crime organizado – os que se denominavam membros da K –
conseguiram pequenos apartamentos para viver em um bairro familiar da capital, muito perto
de onde a organização comandada por Yifan também conseguiu moradia. Era bastante
discreto, mas era disso que eles precisavam.
Com o passar dos meses cada membro fora para um lugar diferente, até mesmo Sehun
– sendo que, durante um tempo, ele próprio também morou com Jongin e Kyungsoo quando
chegaram a Bangkok sem perspectiva de um lugar para ficar ou o que fazer.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 372/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Jongin ainda se perguntava em seus pensamentos mais obscuros como Kyungsoo não
tivera uma recaída e chamara por D.O quando pensou que o perderia para a morte.
Jongin chegou a Bangkok inconsciente e só acordou três dias depois no hospital, com
Kyungsoo dormindo no sofá ao seu lado. Mesmo três anos depois ele ainda tinha uma cicatriz
no pescoço, o lembrando do que acontecera, e não havia nada no mundo que aliviasse a culpa
que sentia por não ter cuidado do menor como deveria quando ele mais precisara.
Kyungsoo fora quem contara para todos o que acontecia consigo – sobre sua segunda
personalidade – quando questionado, enquanto Jongin estava inconsciente e sem condições de
protegêlo. Fora o pequeno e indefeso Kyungsoo que tivera que aguentar os olhares de seus
companheiros de organização sobre ele, o questionando e interrogando, confusos sobre um
transtorno psicológico que eles nem ao menos sabiam realmente existir. Ter uma segunda
personalidade que controla o corpo de alguém parecia ser algo irreal para aqueles que
Kyungsoo tentara explicar de maneira clara e concisa sobre D.O.
Não era sua culpa, Kyungsoo continuava dizendo, ele não tinha controle sobre a
personalidade criada para protegêlo dos abusos que sofrera na infância e adolescência –
abusos estes que Kyungsoo não lembrava nem da metade, D.O jamais o deixaria lembrarse
das monstruosidades que faziam consigo.
Suho fora quem iniciara a conversa com Kyungsoo, lhe perguntara sobre o que
acontecia consigo e lhe contara em detalhes o que havia se passado no salão do júri, deixando
Kyungsoo envergonhado pelas ações que o outro cometera. Mas claro, Kyungsoo não tinha
como entender os motivos de D.O.
Kyungsoo jamais entenderia o desejo de D.O de ser lembrado, de ser mais do que uma
sombra em sua personalidade. Jamais entenderia o desejo do outro de ser amado como o
próprio Kyungsoo era.
Quando Jongin acordou e ficou sabendo que Kyungsoo contara – até mesmo a parte
de que D.O era um assassino, omitindo a parte sobre alimentarse das pessoas as quais
matava, todavia – para os membros tanto da M quanto da K, ele tentara explicarse para os
outros, inventar desculpas e até mesmo fez pedidos para que não fizessem nada com o menor.
“Nós não vamos fazer nada contra o Kyungsoo, Jongin.” Suho lhe disse na época.
“Estou decepcionado que você não contou nada e o fez esconder isso de nós, mas somos uma
família, no fim das contas, não somos? Queremos ajudálo.”
E ajudaram.
isso jamais quis que ele fosse a um psiquiatra ou que consumisse remédios para se controlar.
O que era normal acontecer, segundo o que o psiquiatra falara pra Jongin.
Porém, nada poderia preparar o moreno para o que D.O fizera naquela mesma noite,
depois de permanecer no controle do corpo de Kyungsoo já por dezoito horas – seu recorde.
D.O chorara em frente à Jongin quando tentara lhe falar um discurso decorado,
deixando o moreno perplexo enquanto circundava os braços em torno do corpo pequeno, o
abraçando e tentando confortálo. D.O sabia que seria deixado de lado, sabia que não havia
mais propósito para si e sabia que jamais poderia viver como queria, afinal, ele era uma
personalidade criada pelo psicológico de Kyungsoo para protegêlo.
Era Kyungsoo que deveria poder viver uma vida feliz, e não D.O.
“Cuida dele...” D.O murmurou, em um pedido (ou uma ordem, Jongin não sabia
realmente diferenciar).
Jongin prometera que cuidaria de Kyungsoo e faria isso o tempo que fosse necessário.
Depois daquela noite, D.O aparecia raras vezes para reclamar de fome, obrigando
Jongin a comprar carne no mercado próximo ao apartamento, para que ele pudesse cozinhála
fingindo ser carne humana. D.O fingiu continuar odiando o moreno que dividia apartamento
com Kyungsoo, mas já não o xingava com tanta frequência. Seu desejo por carne humana
jamais diminuiu, mas sua fome já não atingia Kyungsoo, que o controlava com remédios e
sessões com o maldito psiquiatra Nantakarn.
“Cheguei!” Jongin falou alto, entrando pela porta, sem nem ao menos tirar seus
sapatos na entrada como era o costume no pequeno apartamento. “Kyungsoo? Está pronto?
Precisamos ir...”
“Estou aqui na cozinha...” Kyungsoo falou alto e Jongin seguiu a passos rápidos até o
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 374/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
cômodo, dando de cara com o mais velho saindo pela porta, quase esbarrando em si.
“Você veio me buscar?” Kyungsoo perguntou e Jongin olhou para baixo, sentindo um
arrepio transpassar sua espinha. Havia algumas gotas de um líquido vermelho e espesso no
queixo do menor.
“O que é isso...?” O moreno perguntou, levando seus dedos até o rosto do mais baixo,
tocandolhe no local sujo. “Kyungsoo não me diga que...?”
O mais velho piscou algumas vezes, tentando entender do que o outro falava. Ele
passou seus dedos no próprio queixo e olhou o líquido vermelho, deslizando a língua
vermelha pela ponta dos dígitos para sentir o gosto. “É calda de cereja... Eu terminei de fazer
um bolo para o fim de semana.”
“Achou que era sangue...?” Kyungsoo perguntou e o moreno não pôde negar.
D.O não cometia mais nenhuma atrocidade desde que Kyungsoo começara a tomar
remédios contra a depressão e a se consultar, mas Jongin não poderia dizer que não tinha
medo de que a fome atroz de D.O pudesse obrigar Kyungsoo a fazer algo que ele não queria.
“Eu estou bem, é sério.” Kyungsoo murmurou, um pequeno bico se formando em seus
lábios, descontente. “Você precisa confiar em mim.”
“Eu confio.” Jongin sussurrou, abraçando o corpo pequeno. “Só fiquei assustado.”
“Vamos para a reunião?” Kyungsoo perguntou, olhando para o maior com seus olhos
grandes. “Estou com saudades de ver todos reunidos.”
“Não vai trabalhar hoje à noite?” Jongin perguntou e Kyungsoo negou. O mais baixo,
três vezes por semana, trabalhava fazendo drinks na casa noturna em que Luhan era gerente,
já que o psiquiatra havia indicado que Kyungsoo conseguisse algo em que trabalhar e assim se
sentir útil, ocupando sua mente com assuntos diversificados e não só com pensamentos ruins.
Kyungsoo fechou os olhos ao sentir o maior dar um beijo terno em sua testa antes de
assentir, os levando para fora do apartamento.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 375/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
A sacola fora largada na mesa da cozinha sem delicadeza, seus dedos se embrenhando
dentro da sacola e pegando um maço de cigarros recémcomprado. Seus pés o levaram através
do pequeno apartamento, tão pequeno que em alguns passos já estava dentro do cômodo com
uma cama e um armário, o isqueiro esquecido em cima de uma cômoda grudada à parede.
Não havia ninguém na casa a não ser o próprio Baekhyun, mas não era como se ele
esperasse companhia naquele final de tarde. Seu corpo descansou quando ele se sentou na
cama não arrumada, seus dedos segurando um cigarro e o depositando entre seus lábios finos.
O isqueiro em suas mãos fora acionado uma, duas, três vezes, mas a pequena chama não
aparecia na extremidade superior do pequeno objeto por mais que ele tentasse ligálo.
“Idiota...” Baekhyun sussurrou, desgostoso, enquanto tentava, mais uma vez, fazer o
isqueiro funcionar.
O fogo o lembrava das tantas vezes que ele e Chanyeol viram lugares inteiros
incendiarem, sucumbirem às labaredas vermelhas e amareladas, a fumaça intoxicando seus
pulmões até que eles fugissem a tempo do local, para algum lugar em que pudessem respirar o
oxigênio puro novamente. Sua cicatriz nas costas pareceu sofrer uma fisgada, mas ele tinha a
certeza de que deveria ser apenas impressão, já que o machucado causado pelo fogo não o
incomodava fazia três anos.
A última vez em que a cicatriz pareceu lhe lembrar sua existência fora ainda dentro do
avião bimotor, enquanto todo o seu corpo doía, mas seus pensamentos estavam unicamente
voltados para Chanyeol, inconsciente em sua frente.
Baekhyun riu irônico ao lembrar que Chanyeol sempre se culpara pela cicatriz que
havia em suas costas, embora a culpa não fosse – totalmente – sua. “Idiota...” O rapaz de
cabelos curtos e castanhos murmurou novamente, irritado, jogando o isqueiro inútil na cama.
“O que faz aqui?” Baekhyun perguntou, o cenho franzido enquanto pegava novamente
o cigarro e o colocava entre os lábios.
“Você me fez parar de fumar e agora vai começar?” Chanyeol perguntou e Baekhyun
engoliu em seco. “É por causa dos pesadelos?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 376/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Baekhyun suspirou e negou com a cabeça, não querendo admitir que Chanyeol estava
certo. Os pesadelos não eram frequentes, mas sempre vinham... A fuga da Coreia do Sul
sempre era tema daqueles sonhos ruins que sempre terminavam da mesma maneira: Chanyeol
sempre morria.
“Olha para mim.” Chanyeol pediu, segurando o queixo do mais baixo, o forçando a
olhálo. “Eu estou aqui.”
Os olhos de Baekhyun rolaram de um lado para o outro, sua atenção sendo fixada pela
cicatriz lateral no rosto de Chanyeol. Os fios de seu cabelo castanho escuro estavam
compridos o bastante para cobrir parte do estrago que o disparo provocou em si, mas
Baekhyun não podia parar de se sentir culpado pelo que acontecera.
“Eu sonho que você morre.” Baekhyun murmurou, deslizando os dedos pelas
cicatrizes que a bala deixou ao passar de raspão na pele do rosto de Chanyeol. A orelha
esquerda fora tocada pelos seus dedos, mas seu corpo não estremeceu como sempre fazia no
início, quando ainda não era acostumado àquela aparência do piromaníaco. “Tenho medo de
acordar e ver que você realmente se foi... Por isso odeio quando você sai com o Chen para
fazer algum trabalho.”
Chanyeol não evitou sorrir, abraçando o mais baixo. Jongdae e ele algumas vezes
saíam para fazer algumas cobranças de pessoas que deviam dinheiro para a organização –
principalmente quando o assunto envolvia drogas ou armas – e embora não fosse um trabalho
tão perigoso, não era raro ver Chanyeol voltar com alguns ferimentos para o aparamento.
Chanyeol negou com a cabeça. “Você ajuda o Suho e o Lay já, com esses negócios
dos jogos... Não quero que você se envolva com delinquentes que devem dinheiro.”
Não era frequente, mas Baekhyun jamais negava ajuda à Suho quando o líder o
requisitava, fosse em um cassino ou fosse no apartamento de Sehun, para que fosse resolvido
algum problema de finanças.
Baekhyun bufou alto. “Tenho mais experiência com armas do que você.”
“Eu sei, mas você fica melhor em um terno fingindo ser filho de algum empresário e
ajudando o Suho do que usando um capuz sobre seu rosto e com uma arma em mãos.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 377/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Chanyeol riu, se aproximando e lhe roubando um beijo. “Sei que você fica preocupado
comigo, mas eu vou sempre voltar para casa.”
“Para de tentar ser romântico.” Baekhyun pediu, não evitando que o riso lhe
escapasse, enquanto pegava mais uma vez o cigarro esquecido sobre o colchão. “Você não
nasceu para isso.”
“Você vai fumar mesmo assim?” Chanyeol perguntou, erguendo uma sobrancelha, e
Baekhyun assentiu.
“Eu fumo às vezes e eu sei que você também fuma, não finja que não.” Baekhyun deu
de ombros e colocou o cigarro entre os lábios, erguendo uma sobrancelha para o outro.
Chanyeol estalou a própria língua contra o céu de sua boca, se dando por vencido
enquanto pegava o isqueiro de seu bolso, acendendo o cigarro preso entre os lábios de
Baekhyun. O fogo surgiu brilhante por alguns segundos e a extremidade do cigarro branco se
tornou avermelhada enquanto Baekhyun sugava a fumaça, para logo depois expelir a mesma
aos poucos para baixo, sem olhar para o mais alto.
Chanyeol ergueu o queixo do mais velho e o beijou, ignorando a fumaça entre o beijo
e os protestos de Baekhyun, que não duraram por muito tempo, até que ele se acalmasse e se
rendesse ao contato. Baekhyun gostava da segurança que o mais alto lhe passava, mas
desejava em certos momentos que Chanyeol deixasse de pensar que era invencível.
O beijo fora separado e a fumaça do cigarro ainda se fez presente por um breve
segundo entre ambos antes de desaparecer no ar. O cigarro que Baekhyun segurava quase foi
ao chão devido ao estado trêmulo de seus dígitos.
“Nós ainda vamos conversar mais sobre isso, entendeu?” Chanyeol perguntou
retoricamente dando um beijo nos cabelos do mais baixo, o abraçando desajeitadamente. Não
só sobre os pesadelos, ele quis dizer. Ainda havia muitas coisas que eles precisavam
conversar, coisas que eles sempre tentavam discutir durante aqueles anos em que estavam
juntos, mas que sempre acabavam em opiniões contrárias, em gritos e depois em beijos afoitos
e toques regados à uma raiva fugaz que desaparecia quando ambos cansassem do contato
entre os corpos.
Baekhyun sorriu, mas não teve tempo de responder antes de ser puxado da cama.
O cigarro fora tirado de sua mão pelo mais alto que o levou até sua própria boca,
fumando em frente à Baekhyun depois de tanto tempo. Chanyeol o obrigou a andar pelo
apartamento a passos apressados, não dando tempo para que o menor o xingasse por roubar
seu cigarro. “Vamos logo que já estamos atrasados.” O mais alto disse, se referindo à reunião
marcada há alguns dias.
Baekhyun grunhiu pelo cigarro que lhe pertencia, mas suas reclamações foram
cessadas com mais um beijo envolto na fumaça.
✘✘✘
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 378/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Os doze estavam sentados pelos sofás e cadeiras espalhados pelo escritório pequeno
que Yifan usava como local de trabalho para fazer a administração da organização e conseguir
informações do que acontecia com a Coreia do Sul em sua ausência. Além disso, contatos e
reuniões – fosse entre eles mesmos ou entre Yifan e terceiros – eram sempre feitas ali, entre
aquelas quatro paredes da sala número oito daquele edifício cheio de escritórios de advocacia,
administração, contabilidade e até alguns detetives particulares.
A M, como retribuição pela ajuda que a K havia lhes oferecido na Coreia, os ajudara a
se estabelecer no novo país, na capital Bangkok, e em troca Sehun lhes havia entregado uma
das contas bancárias que ele próprio administrava sob um nome falso. Ambos tinham
membros feridos quando chegaram ao destino e ficaram juntos no hospital que um contato
deles os havia indicado, para que conseguissem atendimento sem maiores problemas.
Mesmo com suas enormes diferenças, tanto em linha de trabalho, quanto ao fato de
que as duas eram inimigas na Coreia do Sul, ambas as organizações decidiram manter a paz
naquele novo local, chegando a um acordo para que o passado fosse deixado para trás, já que
o que havia acontecido havia sido fruto de um trabalho mal executado somado ao fato de que
ambos os grupos tinham objetivos em comum.
Não havia culpados ou vítimas, todos ali eram os vilões da história pública e os
mocinhos de suas próprias histórias pessoais.
Yifan e Joonmyun nunca oficializaram uma união das duas organizações, e era por
isso mesmo que Yifan havia chamado a todos para uma reunião completa – como costumava
acontecer uma vez por mês para discussões sobre o funcionamento das missões, planos e
encontros para integração entre os membros que não se viam com tanta frequência.
“Boa noite,” Kris saudou a todos, olhando para os rostos com quem tinha certa
convivência, reconhecendo os olhares sérios e os sorrisos, lembrandose até de algumas
cicatrizes visíveis nos braços e rostos de alguns membros, causadas durante a fuga da Coreia
do Sul.
Todos lhe responderam à saudação, enquanto prestavam atenção no que ele falaria, já
que ele era o único em pé.
“Sei que muita coisa aconteceu em todo esse tempo que estivemos juntos.” Kris disse,
a voz calma saindo de entre seus lábios em uma sinceridade pesada enquanto ele olhava para
os membros da K. “Sei que no início nos odiávamos e sei que todos nós sofremos mudanças
drásticas em nossas vidas desde que nossos caminhos se cruzaram... Mas também sei que sem
o apoio mútuo nenhum de nossos grupos estaria hoje a salvo.”
Jongdae abriu um meio sorriso e pensou em fazer uma piada, mas como o momento
era sério, guardou a comédia apenas para si, recebendo uma olhada rápida de Joonmyun, que
o agradecia em silêncio por não ter arruinado o momento.
“O que eu quero dizer é que... A hora chegou.” Yifan murmurou, engolindo em seco.
“A hora que eu tenho esperado desde os meus dezenove anos finalmente chegou...”
Minseok comprimiu seus lábios, seus pensamentos se perdendo em sua antiga vida,
sua antiga casa, em seus avós... Será que eles ainda estariam vivos depois de tanto tempo?
Depois que Minseok os abandonara para seguir à Kris?
Luhan era o único que não estava ansioso pelo que Kris falaria, embora fosse bem
óbvio. Não havia nada que o fizesse ter uma vontade insana de voltar para a China, já que de
lá poucas eram as memórias boas que ele tinha.
“Eu vou voltar para a China.” Kris disse, por fim, surpreendo a poucos, já que não era
mistério algum suas intenções como líder da M. “Desde que ficaram sabendo do meu
paradeiro na Coreia do Sul, depois que fui preso, eu sabia que alguém tentaria me encontrar,
que alguém dentro da Wu acreditaria na minha inocência e tentaria me contatar para que eu
voltasse. Há quase um ano eu finalmente consegui entrar em contato direto com um dos ex
seguranças de meu pai – que acredita na minha inocência – e ele vai me ajudar a retomar o
poder. O que eu quero é que vocês venham junto comigo.”
O líder da K sabia que Kris voltaria para Pequim em um momento ou em outro, mas
não pensava que ele os convidaria para que fossem junto.
“Suho,” Kris falou, se sentando sobre a mesa de seu escritório, se esquecendo das
boas maneiras, enquanto seu cérebro trabalhava no texto que ele já havia preparado para
convencer a K a lhe seguir. “Escute, nossas organizações são amigas, nós trabalhamos, de
certo modo, juntos desde que saímos da Coreia, e acho que ficou bastante claro que
trabalhamos melhor unidos do que separados, entende? Eu vou precisar de ajuda e de homens
que confio na China e se vocês vierem comigo, nunca mais precisarão se preocupar com nada.
Tem ideia do quanto eu serei poderoso quando tomar o poder dos Wu? Eu posso destruir
qualquer inimigo seu, posso lhe dar o poder também e posso proteger seus homens.”
Joonmyun ponderou, olhando para os membros de sua família. “Escute... Isso é muito
repentino. Certo, nós sabíamos que chegaria o dia que você iria para a China, porque
conhecemos sua história de vida, mas querer nos levar junto? Isso me pegou desprevenido e é
muito precipitado—”
“Eu vou.” Sehun disse direto e todos o olharam. “Não vejo muito futuro aqui na
Tailândia e a China tem um polo econômico bem maior, mais oportunidades e mais diversão
culturalmente falando. Cansei de me esconder aqui nesse país e fingir que sou só um cidadão
normal, quero coisas novas.”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 380/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Suho abriu seus lábios, chocado com o mais novo. “Mas, Sehun—”
Chanyeol se inclinou para perto de Suho, eles já haviam conversado há algum tempo
sobre essa possibilidade, mas fora descartada quando o líder da K dissera que os laços entre as
duas organizações não eram fortes o bastante para que isso acontecesse.
Claro, essa conversa havia acontecido há dois anos e desde lá muitos eventos haviam
ocorrido. As duas, K e M, haviam começado a trabalhar não só como duas organizações
separadas, mas muitas vezes faziam uma união de associação de interesses. E, céus, não era
raro também as vezes em que eles se reuniam em doze e saíam apenas por diversão, já que
sair para beber juntos (e lembrar o passado embaraçoso que uniu os caminhos de todos)
também fazia parte das reuniões mensais.
“O que nós temos a perder? Líder, pense... Temos um futuro aqui?” Chanyeol
perguntou a Suho, que não soube responder.
Jongin olhou para Kyungsoo, que sorria, acenando com a cabeça em concordância. O
tratamento poderia continuar em qualquer lugar que eles estivessem e separar a família nunca
seria uma boa ideia, fora o que o mais baixo sussurrara perto do ouvido atento do moreno, que
assentiu. Ele protegeria Kyungsoo onde quer que eles estivessem, essa era a única certeza que
ele tinha.
“Vocês querem ir?” Suho perguntou de modo geral, recebendo confirmações. “Ah,
céus...”
“Luhan, você não parece feliz? Você não vem?” Sehun sussurrou perto do mais velho,
que o fitou por alguns segundos, como se o analisasse.
“Eu não vou fugir.” Sehun murmurou, querendo pegar a mão do mais velho entre a
sua, mas segurando seu impulso. “Eu quero ficar junto de todos, não quero que nos
separemos.”
“Você vai voltar.” Sehun respondeu após pensar alguns segundos, sorrindo
minimamente. “Você não gosta de ficar sozinho... E se você ficar aqui, quem vai cuidar de
mim?”
Luhan riu com a audácia do outro, dando um pequeno tapa no ombro do mais alto.
Sehun o conhecia bem demais para o seu próprio bem. A verdade era que o chinês pensara
que o mais novo ficaria na Tailândia, lhe dando um motivo para ficar, mas se todos voltariam
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 381/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
para a China... Isso só poderia significar que já era hora de encarar pesadelos antigos.
“Vamos para a China ao que parece...?” Suho falou em tom de dúvida, mas arregalou
os olhos ao ouvir os membros da M batendo palmas em comemoração. Por um breve
momento seu olhar caiu sobre Chen, que mantinha um sorriso bonito no rosto.
“Quando vamos, Duizhang?” Tao perguntou, não hesitando na escolha em seguir seu
líder onde quer que fosse.
Para os membros da K seria uma nova aventura, um novo mundo a ser descoberto.
Seria um novo lugar onde descobririam novas possibilidades e novas maneiras de adquirirem
dinheiro, poder e felicidade através do que a família Wu poderia lhes oferecer. Era um futuro
incerto e envolto em trevas, que poderia ser uma nova tempestade ou uma calmaria necessária
depois de tantos acontecimentos perturbadores que os envolveram por todos aqueles anos.
Como uma epifania, Joonmyun se perguntou se esse não era o destino lhe aguardava
desde o início. Desde o início, quando ele era apenas uma criança que pensava que os deuses
gostavam de jogar consigo, o odiando apenas por existir.
Para Kris, o seu retorno para Pequim era uma certeza, era sua última missão como
líder da M.
Em breve ele seria líder da Wu. Wu Yifan seria líder de todos os subordinados que um
dia foram de seu pai e que por enquanto obedeciam ao traidor – este que em breve sucumbiria
ao seu poder. Kris prometera a si mesmo que seria um líder ainda melhor do que seu pai fora,
prometera a si mesmo que protegeria a todos que o ajudaram, a todos que seus amigos
amavam – isso incluía até mesmo os membros da K, que naquele momento já eram
considerados como se fossem sua própria família, mesmo que em vias anormais.
Tudo, finalmente, estava andando como o planejado. O futuro era certo para Wu
Yifan, era perfeito.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 382/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Notas finais
E "Teoria do Caos" chegou ao seu final. Ainda postaremos o epílogo no dia 30/12, mas o
capítulo final é este aqui mesmo.
Queremos agradecer do fundo dos nossos corações a quem nos acompanhou até aqui. "Teoria
do Caos" foi o que nos fez começar a escrever fanfics, tivemos a ideia e começamos a tomar
nota de tudo, a história de cada personagem, como eles se ligariam, etc.
Escrevemos então "Café com Leite" com o pensamento de "poxa, talvez assim TdC tenha
pelo menos dois ou três leitores", pois queríamos MUITO que ao menos alguém lesse nossa
história.
No fim acabamos conseguindo muito mais do que dois ou três leitores para TdC. E não falo
da quantidade de favoritos que a história tem. Conseguimos momentos de alegria, diversão e
tristeza. Conseguimos colocar toda nossa criatividade pra fora e criar várias histórias para
compartilhar com vocês.
Mas, acima de tudo, conseguimos grandes amigos. Amigos estes que não nos deixaram
desanimar perante tempos difíceis, onde tudo parecia ir contra nós e querer nos fazer desistir.
Nada foi, é ou será mais importante do que isso.
E claro, um obrigada muito especial à Barbie (@pandaeyes), nossa bombonzinho linda que
nos ajudou MUITO com a parte referente à prisão dos líderes. Sem ela poderíamos ter feito
muitos absurdos com a parte judiciária. Obrigada Barbie <33
Então é isso. Foi um longo caminho até aqui e estamos muito felizes com os resultados que
tivemos. Foi um prazer ter cada um de vocês como leitores e os esperamos nos nossos
projetos futuros ((e, claro, no epílogo dia 30/01 q))
Notas do Autor
Bom, nos encontramos aqui pela última vez então, hein.
Foi um longo caminho para chegarmos até aqui.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 383/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Como já fiz os devidos agradecimentos no capítulo final, vamos logo ao que interessa <33
TEORIA DO CAOS
EPÍLOGO – METAMORFOSE
Pequim
Os doze rapazes estavam espalhados pelo interior do carro, sentados nos bancos de
couro, a maioria deles bebericando uma taça de champanhe enquanto conversavam
animadamente, seus corpos cobertos por ternos caros e bonitos. Seus cabelos estavam
perfeitamente arrumados e seus rostos estampavam sorrisos enquanto risadas ecoavam no
meio das conversas.
Ainda faltavam alguns minutos para que eles chegassem ao destino final da noite.
A prestigiada família Wu estava dando uma festa na mansão central – o maior bem
residencial da família – que ficava em um bairro nobre da capital chinesa, para convidados
seletos, comemorando os ótimos negócios feitos naquele ano. Já era dezembro e em breve um
novo ano se iniciaria, era tempo de comemorar os bons resultados adquiridos nos últimos
meses, claro.
Wu Yifan não tinha seu nome na lista. Na verdade nenhum dos doze rapazes sentados
naquela limousine alugada tinha permissão para entrar na festa feita para poucas e seletas
pessoas – prestigiadas tanto na sociedade intelectual quanto no crime organizado. Para os Wu,
o crime não passava de um negócio e eles eram uma família empresária, que ganhava dinheiro
às custas dos outros, como em qualquer tipo de negociação.
Porque como qualquer negócio, alguém sempre sairia ganhando e alguém sempre
sairia perdendo, como era de se esperar.
Yifan não estava na lista, mas iria comparecer assim mesmo. O seu contato dentro da
família – o exsegurança de seu pai, que acreditava em sua inocência e vinha há meses o
encontrando em reuniões secretas, o ajudaria a provála a todos os membros e subordinados
da Wu. O contato estaria o esperando no local, com alguns homens de confiança para lhe dar
cobertura enquanto Yifan ficaria frenteafrente com aquele que se dizia ser o líder da Wu,
aquele que o fez ficar quase dez anos longe de casa.
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 384/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Joonmyun estava sentado ao seu lado, rindo de uma piada que Jongdae havia contado
– piada levemente ruim, digase de passagem –, quando Yifan se curvou para perto do líder da
K, sussurrando perto de si para que a conversa se mantivesse em particular.
Yifan negou com a cabeça. “Muito pelo contrário. Quero que saiba que depois que o
poder for meu novamente, nós faremos os chefes de estado do governo coreano pagarem...
Todos eles.” O líder da M tinha um pequeno brilho no olhar que fez com que o mais baixo
sentisse um calafrio. “Eles tentaram nos matar... Pois bem, nós os mataremos.”
“Não será tão fácil assim, Kris, você sabe.” Joonmyun murmurou, olhando para Tao,
sentado do outro lado de Yifan. O rapaz moreno tinha os cabelos para trás com gel e parecia
disperso do assunto enquanto degustava algum doce que havia encontrado em uma cesta
acima do bar da limousine.
“Para quem é o líder da Wu, nada é impossível... Nós tomaremos parte do controle da
China, você entende isso?” Yifan perguntou, sorrindo. Eles já estavam na China – os doze –
há alguns poucos meses, se acostumando com o lugar que, para os membros da M, havia
mudado tanto depois de oito anos. Pequim estava muito diferente do lugar que há tanto tempo
eles haviam deixado para trás.
A maioria dos membros da M havia achado melhor não comunicar suas famílias de
seu retorno e ficaram escondidos na grande casa que fora alugada para eles com a ajuda do
contato de Yifan dentro da família Wu. O único que havia entrado em contato com seus
parentes fora Minseok, que descobrira que sua avó falecera há dois anos e seu avô morava em
um asilo público. O dinheiro que Minseok havia deixado para seus avós fora usado em grande
parte para bancar a estadia de sua avó no hospital, meses e mais meses, e depois para o funeral
da mesma.
Minseok chorou ao reencontrarse com seu avô, lhe prometendo que o tiraria daquele
asilo público o mais depressa possível e que cuidaria de si. O rapaz só precisava ajudar Yifan
nessa última missão, que daria ao Wu poder e riqueza o suficiente para que o avô de Minseok
fosse bem tratado pelo resto de sua – pouca – vida.
Yifan olhou de relance para Minseok, que sorria ao ouvir o que Sehun e Yixing
contavam animadamente. “Eu vou ajudar todos que me ajudaram...” O futuro líder da Wu
murmurou, cúmplice. “Vocês estão inclusos nisso, claro.”
“E depois?” Joonmyun perguntou. “Depois que você tomar o poder, o que acontece
conosco da K?”
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 385/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
Suho engoliu em seco ao ouvir as palavras saírem da boca do outro, mas Kris
continuou seu pequeno discurso, não dando tempo para que o líder da K pensasse sobre uma
resposta definitiva sobre sua decisão do que faria. Até porque ainda havia outras opções... Não
havia?
“Depois que a Wu eliminar os líderes daquele governo nojento vocês estarão livres
para ter o domínio da antiga cidade de vocês. Sei que sair de Seul foi um choque para você e o
seu grupo... Se quiserem podem voltar para lá, eu dou a minha palavra de que ajudarei no que
for preciso.”
Joonmyun decidiu ponderar a proposta, ficando calado enquanto Kris tomava fôlego
para continuar falando.
“Porém, a outra opção é bastante clara. Vocês da K nos ajudaram muito durante todo
esse tempo, tanto na Coreia em Seul, quando nós dois fomos presos e etc, quanto em
Bangkok, na Tailândia... Vocês sabem que podem ficar aqui conosco em Pequim, se se
aliarem à Wu e ficarem conosco estarão protegidos e bem situados economicamente, isso eu
posso garantir. Além disso, a China não sofre tanto com os problemas sociais que a Coreia
vem enfrentando, muito menos os econômicos. Seria mais seguro ficar, não acha? Além disso,
somos um grupo bom, trabalhamos melhor juntos...” Yifan engoliu a saliva em excesso em
sua boca, sorrindo logo em seguida. “O que me diz?”
Joonmyun suspirou. “Nós da K temos pensado nisso, se devemos voltar para a Coreia
ou ficarmos com vocês aqui na China...”
Seu olhar, antes cravado no futuro líder da Wu, se perdeu entre os membros sentados
de modo espalhado pela limousine. Luhan gargalhava de alguma piada que Minseok havia
contado, enquanto Sehun se encostava em seu ombro, tapando a boca e rindo junto; Joonmyun
sorriu ao ver a mão do mais novo apertada de leve contra os dedos finos do exmichê da M
(Luhan havia convencido Kris de que não queria mais isso para si, ainda mais na China).
Tao conversava baixo com Yifan, perto de onde uma bolsa comprida e da cor preta
estava parada, esta guardando as armas que eles usariam para entrar na festa e fazerem uma
pequena surpresa ao anfitrião.
Joonmyun então olhou para Yixing, que tinha uma carta saindo do bolso externo de
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 386/389
03/06/2015 Imprimir Fanfic Teoria do Caos Spirit Fanfics
seu paletó, uma carta que ele havia dito, algumas horas atrás, ser sua carta da sorte, para que
nada desse errado durante a execução do plano que os doze vinham conjecturando há meses
(mas Joonmyun duvidava muito que ele estivesse falando a verdade – sobre a carta em
questão dar sorte, já que o que acontecia era que Lay era sortudo sempre, com ou sem a carta).
Yixing e Jongdae conversavam animadamente, fazendo planos do que fariam quando suas
famílias os vissem.
Jongdae enquanto ria olhou para Joonmyun e piscou o olho de forma brincalhona, ao
mesmo tempo em que mordia a própria língua de leve. O líder da K desviou o olhar,
transtornado, mas não evitou um sorriso ao encarar novamente aquele que havia sido o seu
sequestrador. Aquele que havia mudado completamente sua vida e dos doze membros.
Yifan batia palmas, animado. “Vamos lá, pessoal, o caos nos aguarda.”
Tao puxou a bolsa preta para o centro da limousine e cada um dos membros pegou
uma arma, prontos para usarem caso fosse necessário. A ideia era que a entrada fosse surpresa
e que o traidor – atual líder da Wu – não tivesse chances de revidar antes que ficasse frentea
frente com Yifan.
Quando a porta do carro comprido e espaçoso se abriu, Yifan estava com o celular em
mãos, confirmando sua chegada com o seu contato dentro da festa, que lhe disse que estava
tudo pronto para sua entrada, lhe lembrando de que haveriam pessoas que o protegeriam
quando ele adentrasse na festa.
“Seu nome, por favor?” Um segurança, parado em frente à porta fechada da mansão,
perguntou olhando para Yifan de relance e em seguida para um tablet em suas mãos –
provavelmente contendo a lista dos convidados. Já era possível ouvir o som da música
clássica vindo de dentro do salão da mansão e o burburinho baixo de conversas.
Yifan mal podia esperar para adentrar o local. “Kevin Li.” Yifan falou o nome falso
que ele usava na Tailândia, vendo o segurança deslizar o dedo pela tela do tablet, procurando
o nome dito.
“Não encontro seu nome senhor...” O segurança falou, ainda olhando para o tablet. As
armas de pequeno porte estavam escondidas sobre os paletós dos rapazes de boa aparência,
enquanto as armas de calibre alto eram escondidas pelo número de pessoas, sendo mantidas
com Tao, Baekhyun e Minseok mais atrás do grupo.
“Tente como Kris Wu, então.” Yifan pediu e o segurança voltou a procurar, enquanto
o líder da M olhava seu grupo sob o ombro, lhes acenando com a cabeça, para que se
preparassem.
“Deve ter acontecido algum erro na lista, vou entrar em contato com—” O segurança
falou, mas fora interrompido por Yifan, que sorria, deslizando a mão para dentro do paletó
que usava, em busca de seu revólver.
homem voltou a procurar na lista por alguns segundos, até se dar conta de qual nome o rapaz
havia lhe dado.
Os olhos do homem se arregalaram e ele levou a mão direita rapidamente até o ponto
em sua orelha, enquanto a outra se dirigia até a arma presa em um cinto em seu quadril, porém
Yifan não o deixara nem ao menos tocar no objeto prata antes que acertasse a lateral da
cabeça do segurança com o cabo da arma que segurava em sua mão.
O homem ficou tonto e Yifan lhe deu uma nova coronhada em sua cabeça, o fazendo
perder a consciência.
“Não há motivos para assassinar quem será meu subordinado dentro de pouco tempo.”
Yifan respondeu, sorrindo. Era óbvio que aqueles que fossem contra sua liderança seriam
eliminados, mas ainda era cedo demais para que uma carnificina fosse feita. Primeiro ele teria
que assumir o seu lugar na família.
Atrás daquela porta era onde ele havia sofrido traição e onde ele se vingaria do
assassinato de seu pai. Era lá que ele retomaria o poder que era seu por direito, poder esse que
lhe daria condições de eliminar seus inimigos e proteger seus aliados. Em pouco tempo, o
destino tomaria um novo rumo – ou apenas seguiria pelo caminho planejado para Yifan desde
o início.
Os doze rapazes se mantinham unidos, lado a lado, quando Yifan girou as maçanetas
duplas e empurrou as portas, fazendo com que a luz forte do salão iluminasse os doze como se
fossem raios quentes de Sol. O calor que sentiam na pele, entretanto, vinha do interior de seus
próprios corpos, todos ansiosos pelo que viria a seguir.
Era hora de se vingar daqueles que haviam tentando eliminar a presença deles do
mundo... Hora de o crime se organizar e se transformar ao modo como eles desejavam.
Notas finais
E chegamos ao fim definitivo. Daqui pra frente a história é incerta, o futuro indefinido.
Conseguira Yifan retomar aquilo que lhe fora arrancado ainda tão jovem? Ou mais uma vez
os doze rapazes teriam problemas e algo daria errado?
Adoraríamos ouvir suas teorias q
Os japoneizinhos depois de muita batalha finalmente chegaram à China. Agora o xing ling ta
completo, pacote de dez cuecas pois dois pila e o pastel de flango fervendo no óleo quente.
E a dupla que mais causou sofrimento aos corações dos leitores, sem trocarem sequer uma
bitoquinha entre si: Suho e Chen! Porque a vida é assim, o cu doce pode ser um grande
empata foda na vida das pessoas.
E o que é nome na lista quando se tem uma mão do tamanho da de Wu Yifan, não é meus
caros?
Bom, mais uma vez obrigada a todos que chegaram até aqui. Foi um prazer têlos lendo
nossa estória, esperamos que tenham se divertido!
https://socialspirit.com.br/fanfics/imprimir/886299 389/389