O Conto

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O conto A mulher do Batola- a patroa

Sempre é uma companhia, de Manuel da Fonseca


O título remete para a vantagem da
introdução de um novo meio de comunicação
numa pequena e isolada aldeia alentejana, na
primeira metade da década de 40 do séc. XX
-As personagens
António Barrasquinho- o batola

Fisicamente
≫ Alta, séria “grave”
≫ Rosto ossudo e olhos negros.
Personalidade (antes da telefonia)
≫ Serena na forma de ser e de estar (“um
sossego de maneiras”).
≫ Dinâmica, é uma trabalhadora
incansável, assumindo a gestão quer
Fisicamente da lida da casa quer do negócio da
venda.
≫ Baixo, “atarracado”, com “pernas ≫ Dominadora e autoritária, impõe a sua
arqueadas” e mãos grossas. vontade inibindo a do marido
≫ “cara redonda” ≫ Não se lhe conhece o nome, mas
contrasta bastante com o marido.
Personalidade (antes da telefonia)
Personalidade após a telefonia.
≫ Preguiçoso, passivo, indolente e
conformado com a sua situação de ≫ Confusa e surpreendida com a
vida vazia de sentido. determinação e afronta na tomada de
≫ Fraco- bebe para ultrapassar a decisão do batola.
frustração da sua vida, pois é infeliz e ≫ Submissa, quando pede ao marido
solitário. para ficarem com a telefonia
≫ Nostálgico- refugia-se nas recordações ≫ Quase afetuosa, na forma como se
do seu passado com rata. dirige ao marido.
≫ Agressivo, bate na mulher quando
bebe.
Personalidade após a telefonia
≫ Determinado, enfrenta a mulher e
assume a compra da telefonia.
≫ Responsável e diligente, encarrega-se
do governo do negócio.
≫ Animado e sociável, anseia pelo
convívio e pelas notícias trazidas pela
telefonia.
O casal barrasquinho. Os ceifeiros e demais habitantes de Alcaria-
as figurinhas.

≫ A relação matrimonial é marcada por


um aparente vazio e pela tristeza. ≫ Antes da telefonia: vivem em
≫ Vive em estado de tensão ira e revolta condições difíceis o que faz com que
≫ O mal-estar origina violência- Batola não tenham muita esperança numa
agride a mulher vida melhor, sentem-se impotentes de
≫ A chegada da telefonia atenua a escapar a uma vida monótona, pobre e
relação de contraste e conflito isolada do resto do mundo, vivem
exaustos presos á rotina e à ignorância.
O velho rata- o mendigo. ≫ Depois da telefonia: mostram
entusiamos e curiosidade, começam a
conviver na venda de batola, ouvem as
notícias, discutem, dançam, sentem-se
menos sós e mais conscientes do
mundo.
Caracterização do espaço.

Espaço Espaço
Espaço físico
psicológico sociopolítico
Alentejo rural
dos anos 1940- o
Alentejo- as isolamento, a
planícies Antes da miséria, a
solitárias, a telefonia- A opressão e
≫ Pedinte vive numa vida de pobreza e clausura negatividade do ignorância.
irremediável, a espaço físico
de mendicância pelo Alentejo
imensidão que opressor, Segunda guerra
≫ Companheiro de conversa do Batola, aprisiona. entranha-se nas mundial- as
traz novidades do que se passa fora da Alcaria- a personagens. notícias chegam
pequena aldeia a Portugal
Alcaria. perdida no Depois da através da rádio,
≫ Viajante, contrastando com o Alentejo, com telefonia- todos o acesso á
“quinze casinhas se tornam mais informação
imobilismo de Batola, percorre o desgarradas e próximos, a possibilita uma
Alentejo e traz notícias do que se passa nuas” comunicação tomada de
A venda de leva a uma posição e um
fora da aldeia. batola- um mudança de compromisso
≫ Suicida-se de modo a libertar-se da espaço de perspetiva sobre com a luta contra
prisão de não poder andar á qual a sua desleixo, de o espaço- torna- o nazi-fascismo.
decrepitude e se libertador.
doença o condenou. sujidade. Estado novo-
ditadura civil de
Portugal.
Solidão e convivialidade.
- Solidão inicial.

O sentimento de solidão inicial, potenciado pela


imensidão do espaço, pelo isolamento e pelo
silêncio de uma pequena aldeia alentejana,
acompanha e intensifica os sentimentos de vazio,
miséria e inércia, vividos pelas personagens.

É por esta razão que os dias tinham o “tamanho


de anos” e “o mundo parece que vai ficar sempre
naquela magoada penumbra”.

- Convivialidade

A venda de batola que era um espaço pouco


frequentado uma vez que maior parte da
população da Alcaria trabalhava no campo,
transforma-se num espaço privilegiado de
convivialidade: a telefonia revoluciona os hábitos
e os comportamentos de uma sociedade isolada
social e geograficamente.

A importância das peripécias iniciais e finais.

Estrutura temporal que se articula à volta de um


antes e de um depois: transformação de uma
pequena aldeia alentejana, que, de um tempo de
estagnação, marasmo e solidão passa para um
novo tempo, potenciado pela chegada e
experiência de um mês com a telefonia.

Peripécia inicial Peripécia final


Um inesperado
Um “extraordinários acontecimento, vai
acontecimento” vai ser alterar para sempre a
o responsável pela vida em Alcaria:
rutura: a chegada a contra todas as
alcaria de um expectativas, a pedido
vendedor de da mulher de Batola, a
telefonias telefonia mantém-se
na venda

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