Relatório Das Aulas Teóricas de Introdução Ao Direito
Relatório Das Aulas Teóricas de Introdução Ao Direito
Relatório Das Aulas Teóricas de Introdução Ao Direito
Germano
É comum olhar para o Direito como um conjunto de normas e várias são as vezes que vimo-
lo definido deste jeito. Porem, e se tratasse apenas de um conjunto de normas, seriamos como
robôs, seguindo apenas ordens e trabalhando como máquinas. Sendo que este semestre nos
concentraremos em falar do sentido geral do direito, que por sua vez consubstancia-se e versa
em matéria sobre a ordem jurídica, veremos que o seu surgimento se deve a necessidade de
socialização do homem. Assim, não sendo o homem uma máquina, desenvolvendo-se em
sociedade com dinâmicas próprias, suas culturas, hábitos, há uma necessidade de aplicar-se
estas normas conforme os casos, pois nas relações humanas existem sempre situações
imprevisíveis e muitas vezes não regulamentadas pelas normas, o que faz com que o Direito
não se resuma em conjunto de normas e vai alem disso. Devemos atentar ainda que “Ubi
societas ibi modis” deve ser interpretado de forma diferente (e é diferente) de “Ubi societas
ibi ius”. Onde há sociedade não há necessariamente ius como direito em sentido de ordem
jurídica, mas onde há sociedade sempre existirá modos, sejam estes suas regras, culturas, suas
maneiras de se relacionarem uns com os outros.
O direito na perspetiva normativa se diferencia de outras perspetivas que lhe são externas:
-Na perspetiva filosófica, vimos que o filosofo reflete especulativamente um ligeiro sentido
na ordem jurídica, mais concretamente da normatividade mas não se envolve na sua
concretização. Com que bases, que razão, fundamentos ordem jurídica nos atribui deveres e
responsabilidades?
-Na perspetiva sociológica, falamos um pouco do Direito como fenómeno social vimos que
diferente do que acontece no Direito, o sociólogo não está intrinsecamente comprometido
com o seu objeto de estudo.
-Na perspetiva epistemológica, vimos que o epistemólogo olha o direito como uma mera
ciência e, na tentativa de descrever o Direito nos seus conceitos e reduzi-los a certos
referentes, pode chegar a elaborar uma ciência do Direito sem o Direito.
A Perspetiva Normativa, perspetiva o Direito como “conteúdo” a conhecer e compreender
internamente enquanto ponto de partida para a resolução de problemas de “quid iuris”,
recusando a distinção entre os problemas de Direito (quid iuris) e os problemas do Direito
(quid ius).
Vimos que o Jurista deve procurar compreender a especificidade do Direito e dos seus
problemas, não se esquecendo das questões éticas que o ajudam na determinação do “dever
ser”, devendo ter uma atitude técnico-profissional ou uma atitude criticamente comprometida.
Aluno: a21700745 Lana B.P. Germano
2ª Aula 25/09/2023
Nesta aula falamos sobre o sentido geral do Direito e a estrutura da ordem jurídica.
Na primeira parte, a abordagem versou sobre uma reflexão à citação do Professor Dr. Bronze
em seu manual, na pg.33. Vimos que dada a nossa natureza e necessidade de viver em
sociedade, há uma necessidade do Direito regular as relações sociais, ora atribuindo direitos,
ora impondo deveres a cada um. Aqui, fica claro que o nosso “eu” pessoal perde relevância
pois o que importa é o “eu” social.
Existem várias ordens, mas falaremos da ordem jurídica pois ela envolve o Direito como um
cosmo.
A ordem jurídica é composta por uma função primária ou precetiva e uma função secundaria
ou organizatória.
-Função primária: a que condiciona o nosso comportamento, fazendo com que surja o
princípio da ação (a ordem jurídica estabelece o que é permitido ou proibido) e o critério da
sanção (a ordem jurídica estabelece as consequências do primeiro, ou seja sanções para o não
cumprimento do comportamento previamente estabelecidos);
-Função secundaria ou organizatória: a ordem jurídica volta-se a si mesma com o objetivo de
auto-organizar-se de modo que consiga assegurar a natureza humana, criando órgãos com
poderes próprios para assegurar esta auto-organização.
A função primaria é a que mais lidaremos pois é a mais próxima do individuo.
A estrutura da ordem jurídica, segundo o professor, é como que um triangulo, mas que não
uma figura geométrica exata, em que na sua linha de base, encontra-se as relações entre os
indivíduos, pautadas nos valores e liberdade e igualdade. É aqui onde encontramos as
relações jurídicas mais importantes do ramo do Direito privado (como o Direito Civil, Direito
Comercial, Direito do Trabalho, entre outros), pois os indivíduos se encontram numa situação
de paridade. Quanto ao tipo de justiça que aqui prevalece, é a justiça comutativa, isto é, uma
justiça de troca, onde o individuo cumpre, mas exige do outro também um cumprimento. Na
segunda linha, encontramos as relações das partes com o todo (com a sociedade). Aqui, os
valores servem para salvaguardar a autonomia do individuo quando estão postas em causa
valores como a liberdade e responsabilidade social e, abrange ramos do Direito publico
(Direito Fiscal, Penal e Militar). O tipo de justiça que aqui predomina é a justiça geral (aquilo
que em nome de todos se pode exigir a cada um, e aquilo que cada um pode exigir ao todo) e
a justiça protetiva (o Direito é chamado a institucionalizar formalmente, limitar e controlar o
poder, garantindo as situações dos particulares que com ele se confrontam. Por fim, numa
terceira linha, encontramos as relações do todo com as partes. Nesta linha, a sociedade é uma
entidade atuante que tem um plano estratégico para atingir os seus fins, porém, dentro dos
termos em que o Direito o permita. Aqui predominam a justiça distributiva (uma atuação de
recolha e redistribuição dos meios por parte do estado para corrigir problemas e
desigualdades) e a corretiva.
Aluno: a21700745 Lana B.P. Germano