Constituição Federal 02
Constituição Federal 02
Constituição Federal 02
EDUCACIONAIS
Professora Ma. Elisângela Ricardo
Aula 2
IMPLICAÇÕES DO CARÁTER POLÍTICO DA
EDUCAÇÃO PARA A ADMINISTRAÇÃO DA
ESCOLA PÚBLICA
Vitor Henrique Paro
https://www.scielo.br/j/ep/a/TdvrjFR7CfYwx9w3M3Mwqkg/?format=pdf&lang=en
Artigo 205
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988
Artigo 205
No artigo 205, é possível observar que o Estado promove um duplo movimento em relação à
educação na medida em que se coloca, por um lado, como provedor da educação pública e, por
outro, responsabiliza também a família e a sociedade, deixando claro que a família – no que diz
respeito à educação –tem o dever de partilhar responsabilidades. Santos (2012) revela que o
artigo que abre a seção sobre educação possui esse teor, e que “se apresenta como um
presságio do período que viria e que, durante vários anos, caracterizaria a área de Educação sob
a égide dessa política de responsabilização” (SANTOS, 2012, p. 17). Também merece destaque o
fato de a CF/1988 vincular a educação à qualificação profissional, princípio relacionado à Teoria
do Capital Humano, a qual concebe a educação como propulsora do desenvolvimento
econômico.
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Artigo 206
O artigo 206 da Constituição (BRASIL, 1988) fala que o ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988
Artigo 206
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade;
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública,
nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Parágrafo
único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da
educação básica e sobre fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus
planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988
Artigo 206
•No que diz respeito à igualdade, Machado e Cunha (2016, p. 1082) afirmam que:
A igualdade – um dos fundamentos básicos inerentes à própria noção de República (art., 1º da CF) e,
portanto, do estado democrático de Direito, pois não é possível falar em dignidade da pessoa
humana sem o respeito à igualdade e à liberdade – tratada neste inciso, vem a ser a relação de
paridade, ou uniformidade, a relação de igualdade entre todas as pessoas para que possam usufruir
as mesmas condições de ensino. Afinal, quando os homens se propuseram a formar uma república,
fizeram-na desde que sob um Estado que outorgasse a si mesmo, por intermédio de uma
Constituição, instituições que respeitassem a igualdade, vista como postulado básico à própria
formação do regime republicano.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988
Artigo 206
No que diz respeito à “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber” (BRASIL, 1988), podemos observar que todos possuem o direito e a
liberdade de fazer o quiserem. A palavra liberdade, em sentido amplo, vem a ser a ausência
de constrangimento alheio, ou seja, é livre o homem que faz aquilo que quer e não o que o
outrem determine que faça.
O homem, segundo esse princípio, não deve sofrer nenhum tipo de constrangimento social
quando estiver aprendendo, ensinando, pesquisando e divulgando o seu pensamento, sua
arte e o seu saber (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1083).
Artigo 206
No inciso IV do art. 206, que trata da gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais, podemos compreender que o Estado está proibido de realizar qualquer cobrança de
valores relacionados à oferta da educação escolar básica.
As escolas públicas são escolas pagas com os impostos cobrados da população, mas não
são privadas, isto é, não visam ao lucro, mas a atender uma demanda social. O direito ao
ensino público e gratuito não foi afastado daqueles que podem pagar pela prestação de
serviços educacionais, pois se de outra forma ocorresse seria discriminação, mas aqueles
que podem pagar pelo ensino têm recebido uma educação de melhor qualidade, já que o
Estado tem se afastado de sua obrigação de empreender ações capazes de ampliar tanto o
oferecimento como a qualidade da educação escolar, nos termos constitucionalmente
estabelecidos (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1084-1085).
Artigo 206
O inciso V, trata “da valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma
da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, aos das redes públicas” (modificado na data de 19 de dezembro de 2006, através da
Emenda Constitucional nº 53)
O princípio democrático é aquele que assegura aos cidadãos o pleno direito de participação
nas tomadas de decisão, e essas noções devem ser difundidas no ensino público e permear
o cotidiano dos educandos. A adoção desse princípio pode significar a introdução de
eleições diretas para reitores e todas as demais autoridades universitárias, assim como a
participação paritária de estudantes, funcionários e professores em órgãos colegiados,
configurando a participação de todos na questão educacional (MACHADO; CUNHA, 2016, p.
1085).
Artigo 206
O inciso VIII, trata do “piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal” (BRASIL, 1988). Este inciso também foi
acrescentado pela Ementa Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006.
Conforme Machado e Cunha (2016, p. 1086), “este novo inciso, em verdade, quer assegurar o
caráter nacional do piso salarial dos profissionais da educação. Tal previsão, que pelo
caráter peremptório do texto, revela ser um princípio e demonstra uma conquista dos
profissionais da educação”.
Piso Salarial Profissional Nacional do magistério público da educação básica para o exercício de 2024
terá reajuste de 3,6%. Novo valor mínimo é de R$ 4.580,57 (https://www.gov.br/mec/pt-
br/assuntos/noticias/2024/fevereiro/divulgado-novo-valor-do-piso-salarial-dos-professores)
Artigo 206
Chegamos ao parágrafo único do art. 206, no qual “a lei disporá sobre as categorias de
trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo
para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (BRASIL, 1988).
Artigo 207*
“Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
pedagógica, administrativa e de gestão financeira e
patrimonial, e obedecerão aos princípios de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”
(BRASIL, 1988).
Artigo 207
Neste artigo apresentam-se questões relativas à autonomia, palavra
que denota a liberdade de trabalho em todos os âmbitos
universitários. Cabe aqui uma ressalva, antes da Constituição de
1988, as universidades, em nosso país: [...] surgiram por
iniciativa do poder do Estado e por muito tempo estiveram sob sua
ingerência, principalmente durante a Ditadura Militar de 1964 ao
início dos anos 1970, para atender objetivos estratégicos dos
militares, o que nos faz concluir que as universidades eram muito
mais estatais que públicas, já que nesse período houve um êxodo de
profissionais do ensino por razões de perseguição política,
principalmente dos que quiseram manter autonomia de sua cátedra
(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988
Artigo 208
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram
acesso na idade própria;
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
O artigo 208, encontram-se os deveres que o Estado possui com a educação escolar
pública.
Artigo 208
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 1988).
Artigo 208
O Plano Nacional de Educação – PNE desenvolvido no Brasil, contempla como
educação básica a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
Abrão (2016, p. 1089) ressalta que:
[...] a educação Infantil compreende a faixa etária de 0 a 6 anos, porém, em nosso país
há tratamento diferenciado entre as faixas etárias de 0 a 3 anos e de 4 a 6 anos para a
pré-escola; além disso as creches deverão adotar objetivos educacionais,
transformando-se em instituições de educação, segundo as Diretrizes Curriculares
Nacionais emanadas do Conselho Nacional de Educação. Essa determinação segue a
melhor pedagogia, pois é nessa idade, precisamente, que os estímulos educativos têm
maior poder de influência sobre a formação da personalidade e o desenvolvimento da
criança. Trata-se de um tempo que não pode ser descurado ou mal orientado.
Artigo 208
No que diz respeito ao inciso II, que trata da progressiva universalização do ensino
médio gratuito, podemos determinar que este dá a possibilidade de continuidade
dos estudos de maneira gratuita aos adolescentes. Conforme Abrão (2016, p. 1090):
[...] atendendo o princípio estabelecido no art. 206, I, do texto Maior, o qual prevê ‘a
igualdade de condições ao acesso e permanência na escola’. Entretanto,
estabeleceu o constituinte com tal inciso que o Estado não deve ficar inerte em
relação ao prosseguimento do ensino dos educandos [...] e deverá construir
escolas e oferecer condições necessárias para atender o maior número possível de
educandos no ensino médio, sempre considerando a realidade de cada ente
federado.
Artigo 208
O inciso III, apresenta como dever do Estado o “atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino” (BRASIL, 1988).
Mesmo possuindo todos estes direitos com as leis, cabe ao estado dar condições
tanto pedagógicas como físicas para que os profissionais da educação e as
crianças a serem atendidas possuam condições dignas de trabalho e de
permanência nos espaços escolares.
Artigo 208
No que diz respeito ao inciso “V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”; e ao inciso “VI
– oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando” (BRASIL,
1988); observamos que a cada indivíduo é dado o direito de participar ou acessar a
universidade, a pesquisa, que muito se fala na atualidade, como uma das
necessidades mais presentes na esfera educacional e das criações artísticas.
Conforme Abrão (2016, p. 1091-1092): “[...] tal direito será conferido àqueles que
demonstram capacidade de acordo com os mecanismos de aferição que lhes forem
impostos”.
Artigo 208
Artigo 209
“Cabe também ao Poder Público realizar avaliações, em que ele
“poderá revogar a autorização caso verifique que atitudes contrárias
ao interesse social, como ensino de baixa qualidade e preços de
mensalidades extorsivos, estão sendo praticados” (ABRÃO, 2016, p.
1095).
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Artigo 210
O artigo 210, trata de uma temática de extrema importância, que assim se
apresenta: “Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino
fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito
aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988).
Este artigo demonstra um respeito e cuidado com relação ao pluralismo
cultural. Conforme Abrão (2016, p. 1095), “o pluralismo representa hoje
uma necessidade, pois a história nos mostrou a tragicidade das
tentativas de uniformização e hegemonização culturais, raciais,
ideológicas, religiosas etc.”.
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Artigo 211
O “Art. 211 – A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios organizarão em regime
de colaboração seus sistemas de ensino”
(BRASIL, 1988).
Artigo 211
Ao falar sobre competência é necessário esclarecer que o Brasil é um Estado
Federal e o constituinte, no art. 1º, configurou sua formação da seguinte maneira:
União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios. As características
essenciais de um Estado federal são: os Estados-membros possuem autonomia
para autogovernar-se, há uma descentralização legislativa, administrativa e
política e esses Estados participam do governo central por meio de seus
representantes no Congresso Nacional. A proposta do constituinte de 1988 foi
pela tentativa da maior descentralização de decisões, fortalecendo os Estados e
os Municípios. Desse modo ficou a União com a elaboração de normas gerais,
sempre levando em consideração a realidade local (ABRÃO, 2016, p. 1097).
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Artigo 212
•O Artigo 212 traz as questões relativas ao financeiro,
ficando assim sua leitura: “A União aplicará, anualmente,
nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da
receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino” (BRASIL, 1988).
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Artigo 213
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas
em lei que:
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros
em educação; II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de
encerramento de suas atividades.
Artigo 213
Parágrafo 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a
bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os
que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando,
ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua
rede na localidade. Parágrafo 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de
estímulo e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por
instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio
financeiro do Poder Público (BRASIL, 1988, grifo nosso).
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Artigo 214
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em
regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de
implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do
ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações
integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que
conduzam a:
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Artigo 214
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade de ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País;
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do produto interno bruto (BRASIL, 1988, grifo
nosso).
ANALFABETISMO
A TAXA DE ANALFABETISMO CAIU NO BRASIL. EM 2019 ELA ERA DE 6,1%, E EM 2022 RECUOU
PARA 5,6%.
APESAR DA QUEDA, O BRASIL AINDA TEM QUASE 10 MILHÕES DE PESSOAS COM 15 ANOS
OU MAIS QUE NÃO SABEM LER NEM ESCREVER. MAIS DA METADE DESSES ANALFABETOS
VIVEM NO NORDESTE E SÃO IDOSOS.
A pesquisa também traz outros dados sobre educação. Pela primeira vez, 53% da população de 25 anos
ou mais havia concluído, pelo menos, o ensino médio.
A diferença racial também se mostra na população de 18 a 24 anos, os jovens. Quase 71% dos pretos e
pardos nessa idade não estudavam nem tinham concluído o nível superior. Entre os brancos, este
percentual foi de 57%.
A necessidade de trabalhar foi a principal justificativa dos jovens com 14 a 29 anos de idade para
abandonarem a escola.
Entre as pessoas de 15 a 29 anos de idade do país, 20% não estavam ocupadas nem estudando em 2022.
Simulado CF
https://forms.office.com/r/833qTP7p8q
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-jbmb6PxXjY