Empowerment Monografia - Leticia - Ferreira - de - Carvalho
Empowerment Monografia - Leticia - Ferreira - de - Carvalho
Empowerment Monografia - Leticia - Ferreira - de - Carvalho
EMPOWERMENT:
CONSELHEIRO LAFAIETE/MG
2012
LETICIA FERREIRA DE CARVALHO
EMPOWERMENT:
CONSELHEIRO LAFAIETE/MG
2012
LETICIA FERREIRA DE CARVALHO
EMPOWERMENT:
Banca Examinadora:
meu irmão, Leandro, pela amizade; ao meu marido, Jeferson, pelo carinho e a minha
A Deus pela oportunidade, força e saúde que me concedeu ao longo destes dois
anos de aprendizado.
The health promotion is a field of knowledge in the history of the public health that is
on the boil. In the last 20 years, we have seen exponential growth of this area, which
has deeply highlighted the concepts and the public practices in the sector. The aim of
this work is to approach the applicability of the empowerment in the health promotion
through a brief chronology of the emergence of the health promotion, the description
of concepts related to the theme and a non-systematic review of the literature on
health promotion and empowerment. Journals, electronic texts and articles, made
available online through databases with credibility in academia, served as a source of
search. The databases used were Lilacs, SciELO and Medline, accessed through
portals Bireme, Google Scholar and Capes. Thus it could be seen that the
empowerment is a method in which individuals or a group of people develop potential
and skills to improve their quality of life, in other words, through it people gain greater
control over decisions and actions that affect their health. This is an effective
process, as it helps to have high self-esteem, creates organization, determination,
cooperation, integration and autonomy among the group in question, allowing them
to handle and overcome the identified problems. Furthermore, one of its focuses is
the continuity that is observed in the majority of the interventions. In Brazil, the
initiatives aimed at improving the health conditions of specific groups through the
development of the empowerment have not been developed continuously. However,
for many people, these are the only way to change and transform. Therefore, we are
in need of policies and actions in health promotion and also of scientific research that
suggests appropriate and suitable strategies to each context. The health promotion
actions demand in other sectors, beyond the health sector. Therefore it is necessary
coordinated action among all stakeholders: government, social sectors, economic,
political, public, private, voluntary organizations and non-governmental organizations,
local authorities, industry, media and institutions. Involving individuals, families,
communities and health professionals.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................10
2 JUSTIFICATIVA .........................................................................................................12
3 OBJETIVOS................................................................................................................13
4 METODOLOGIA .........................................................................................................14
6 DISCUSSÃO ..............................................................................................................45
REFERÊNCIAS ............................................................................................................52
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1 INTRODUÇÃO
promoção de saúde preocupa-se com ações que defendam todos estes fatores, que
são múltiplos e interativos, tais como renda, condição social, educação, emprego,
condições de trabalho, acesso a serviços de saúde e ambientes adequados, pois,
em conjunto, criam diferentes condições de vida que influenciam a saúde (WHO,
1998).
A aplicabilidade do empowerment em promoção de saúde é um processo
através do qual as pessoas ganham maior controle sobre decisões e ações, que
afetam a qualidade de vida. Pode ser definido como um método social, cultural,
psicológico ou político, por meio do qual, indivíduos e grupos sociais são capazes de
exprimir suas necessidades, suas preocupações atuais e conceber estratégias para
a participação na tomada de decisões. Por meio dessa atuação existe uma
correspondência mais estreita entre os objetivos e como atingi-los, e uma relação
entre esforços e resultados. Empowerment significa, também, o aumento do poder e
da autonomia pessoal e coletiva de indivíduos e grupos sociais, nas relações
interpessoais e institucionais, principalmente daqueles submetidos a relações de
opressão, discriminação e dominação social. Um de seus aspectos fundamentais diz
respeito às possibilidades de que a ação local fomente a formação de alianças
políticas capazes de ampliar o debate da opressão no sentido de contextualizá-la e
favorecer a sua compreensão como fenômeno histórico, estrutural e político. O
trabalho comunitário, baseado nesse modelo, contribui para o surgimento de um
tecido social fortalecido e, essencialmente, confere poder aos sujeitos envolvidos
(BECKER et al, 2004).
Diante do exposto, pretende-se abordar a aplicabilidade do empowerment em
promoção de saúde. Para tal, este estudo se fundamentou em um breve histórico
sobre o surgimento da promoção de saúde, na descrição de conceitos pertinentes
ao tema e na análise de revisões de literatura e pesquisas, que avaliaram
intervenções cujo alvo é promover saúde através do desenvolvimento do
empowerment.
12
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
5 REVISÃO DE LITERATURA
5.1.1 Histórico
segurança social, relações sociais, alimento, renda, direito de voz das mulheres, um
ecossistema estável, uso sustentável dos recursos, justiça social, respeito aos
direitos humanos e equidade. E colocou a pobreza como a maior ameaça a uma
vida sadia. Mostrou também que as tendências demográficas tais como
urbanização, aumento no número de pessoas idosas, prevalência de doenças
crônicas, comportamento mais sedentário, resistência a antibióticos e a outros
medicamentos disponíveis, aumento do uso abusivo de drogas e violência civil e
doméstica ameaçam a saúde e o bem-estar de centenas de milhões de pessoas. As
prioridades estabelecidas para o século XXI foram: promover a responsabilidade
social para com a saúde; aumentar os investimentos para fomentá-la; consolidar e
expandir parcerias em prol dela; aumentar a capacidade comunitária e dar direito de
voz ao indivíduo e conseguir uma infraestrutura adequada. Fez ainda
recomendações para a ação, entre as quais está o apoio à criação de atividades de
colaboração e de redes para o desenvolvimento sanitário (WHO, 1997).
Na Cidade do México, por ocasião da Quinta Conferência Global sobre
promoção de saúde, denominada “Das Ideias às Ações”, foi elaborada a Declaração
do México. Esta mostrou um aumento significativo no nível de consciência em
relação aos serviços de saúde de muitos países, mas ainda há prejuízo no
desenvolvimento social e econômico que merecem soluções equitativas em termos
de saúde e bem-estar. Este encontro constatou a necessidade urgente de abordar
os determinantes sociais, econômicos e ambientais, sendo preciso fortalecer os
mecanismos de colaboração para a promoção de saúde em todos os setores e
níveis da sociedade. Concluiu que a promoção deve ser um componente
fundamental das políticas e programas públicos em todos os países
(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2000).
A sexta Conferência Global, realizada em Bangkok, firmou quatro
compromissos determinantes para alcançar a promoção de saúde como: a
promoção de saúde deve ser um componente primordial e mundial; todos os níveis
de governo possuem responsabilidade essencial no seu desenvolvimento; deve ser
um objetivo fundamental das comunidades e da sociedade civil e um requisito das
boas práticas empresariais (WHO, 2005).
A sétima Conferência Internacional, que foi realizada em Nairobi, no Quênia,
em outubro de 2009, teve uma significado especial por ocorrer em território africano
e destacou a promoção de saúde e o desenvolvimento como temática central. A
20
Segundo Costa (1998), à medida que nos últimos anos, avançou no Brasil o
debate a respeito da reforma sanitária, têm aparecido referências genéricas aos
"movimentos sociais" como interlocutores das tentativas de desenvolvimento de um
novo padrão de serviços públicos de saúde. O aspecto positivo deste fato é que
esta preocupação tem permitido discutir, na área, a ação dos distintos grupos e
classes na definição das políticas sociais. Destacou que, de alguma maneira, as
propostas sobre a reorganização dos serviços de saúde deixam de ser tratadas
como questão administrativa ou de interesse puramente técnico e começam a
considerar o papel que as demandas coletivas exercem na definição da utilidade e
amplitude das políticas sociais.
No Brasil, a partir da Oitava Conferência Nacional de Saúde, realizada pelo
Ministério da Saúde em 1986, muito tem sido falado sobre promoção de saúde.
Embora a mesma esteja assinalada na Lei Orgânica e encontre ancoradouro nos
encaminhamentos da Nona Conferência Nacional de Saúde, políticas e ações não
têm sido implementadas no cotidiano dos serviços. Observa-se, com frequência, o
uso inadequado do termo, geralmente confundido com práticas de prevenção,
educação e comunicação (MELLO et al., 1998).
Mello et al. (1998) estudaram uma comunidade rural no município de
Quixadá, Ceará, com o objetivo de fortalecer as ações organizadas da comunidade
23
sociedades com melhores níveis de saúde são as mais igualitárias e com alta
coesão social e não as mais ricas (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
5.2 Empowerment
pessoal seja fundamental, cria uma força em nossas comunidades para fazer o bem
e perseguir a justiça social.
O termo empowerment tem sido traduzido pelos neologismos de
apoderamiento (espanhol) e “empoderamento” (português, espanhol), sem
significado dicionarizado na língua portuguesa. O termo introduz o paradoxo de que
categorias que dispõem de poder possam criar condições para que grupos excluídos
socialmente venham a adquiri-lo. Empowerment, contudo, não é visto como meio de
fortalecer a ação coletiva contra as estruturas de poder. Para expressar a teoria
social implícita, é um método de construção de consenso que exige negociação e
ajuste social. O papel dos “empoderadores” pertencentes aos serviços públicos é o
de estabelecer uma mediação entre as demandas dos grupos de pessoas menos
favorecidas ou “excluídas” e os interesses de grupos situados em posições mais
favorecidas na sociedade. Assim, a melhoria na qualidade dos serviços e ações de
saúde, preventivas ou de promoção, só é possível com a participação efetiva da
população, pois somente ela pode mostrar os problemas e as soluções que atendam
às suas necessidades (STOTZ; ARAÚJO, 2004).
Porém, no Brasil, a dificuldade de sobrevivência, o déficit educacional, a baixa
renda per capita e a desconfiança mútua não contribuem para a mobilização popular
em prol de um bem comum, gerando uma pequena capacidade de organização da
sociedade civil. Mesmo assim, durante os últimos dez anos, as associações de
pacientes têm crescido, explicitando objetivos que vão desde a defesa dos direitos
dos pacientes até a busca por mais informação, maior autonomia e responsabilidade
pela própria saúde. Os grupos voltados às questões do HIV/AIDS, os quais reúnem
pacientes, familiares, amigos e profissionais de saúde, têm se destacado no cenário
das associações. Portanto, os “promotores de saúde” - especialistas, técnicos,
profissionais, lideranças – deveriam ser aliados dos movimentos populares nos
conflitos em curso na sociedade. Esses “promotores” poderiam, então, superar a
concepção tradicional de promoção que ainda orienta as suas práticas (STOTZ;
ARAÚJO, 2004).
A proposição de mudanças no estilo de vida, que podem influenciar o
princípio da autonomia das pessoas, tem de ser esclarecida e discutida com os
indivíduos em questão. As decisões e deliberações destes têm de ser respeitadas,
pois, em certas circunstâncias, decisões tecnicamente satisfatórias podem não ser
33
democracia. Este tem sido tema recorrente no discurso político mundial, nas últimas
décadas, e uma de suas expressões tem sido a implantação de conselhos gestores
nos diversos níveis governamentais em vários países. A criação destes conselhos
foi a partir de 1988 e suscitou diversas experiências participativas, embora ainda
predominem práticas autoritárias que inviabilizam a participação e o empowerment
(WENDHAUSEN; BARBOSA; BORBA, 2006).
O objetivo dos autores em seu estudo foi mapear recursos/participação, em
quatro conselhos gestores municipais de Itajaí, Santa Catarina, para a saúde,
assistência social, segurança alimentar e nutricional e para o conselho do idoso. Os
conselheiros foram questionados acerca de suas redes de apoio, a quem recorrem
para algum tipo de ação ou reivindicação. Chamou a atenção que, de todos os
pesquisados (53), somente três, ou seja, 5,66% citaram diretamente a comunidade e
sete, 13,2%, a entidade que representam. Quanto ao perfil dos participantes,
constaram que a maioria concentra-se na idade adulta, é do gênero feminino, possui
um alto grau de escolaridade e trabalha no setor público. Detectou-se a presença de
um elevado número de pessoas ligadas à Igreja, as quais se concentram na
representação usuária e/ou não governamental. A maior parte dos entrevistados
está em sua primeira gestão e foi indicada, sem processo eletivo. Um terço dos
participantes relatou possuir algum tipo de formação sobre a função que exerce,
porém não conseguiu explicitá-la (WENDHAUSEN; BARBOSA; BORBA, 2006).
Concluíram que a atuação nesses conselhos deve “desmonopolizar” o poder
e o saber, tornando-o um espaço de diálogo e articulação dos envolvidos, o que
pressupõe habilidades específicas que poderiam ser garantidas através de
capacitação ou educação permanente e formativa. Os momentos de capacitação
devem se tornar cotidianos e com metodologias ativas, fundamentadas numa
concepção crítica das relações humanas, inspirando uma prática educativa
transformadora e participativa, centrada na construção do conhecimento e na
aprendizagem de conteúdos vivos, significativos e atualizados, que levam ao
empowerment, passando a ser o papel de gestão, parceria e responsabilidade que
cada ator social assume, junto com o Estado, na acepção de tomar rumos para
influenciar no destino dos recursos públicos e na formulação de políticas públicas
que representem a necessidade e a vontade dos cidadãos (WENDHAUSEN;
BARBOSA; BORBA, 2006).
35
6 DISCUSSÃO
profissional de saúde, mas não temos muito claro como, onde e o que fazer. Um dos
começos possíveis seria a realização de pesquisas empíricas que pudessem
esclarecer as representações sociais dos profissionais e dos indivíduos. Isso
ajudaria muito no desenho do conteúdo e da forma destes processos
“empoderadores”.
Um novo caráter é assumido pela gestão pública, no Brasil, a partir de 1990,
por meio da criação de Conselhos Gestores, com a pequena participação da
comunidade. Assim, a atuação nos conselhos gestores deve “desmonopolizar” o
poder e o saber, tornando-o um espaço de diálogo e articulações dos envolvidos, o
que pressupõe habilidades específicas que poderiam ser garantidas através de
capacitação ou educação permanente e formativa (KLEBA; COMERLATO;
COLLISILLI, 2007; WENDHAUSEN; BARBOSA; BORDA, 2006).
A avaliação do empowerment, no Brasil, confirma que a boa-fé e a esperança
ainda existem em indivíduos e em instituições, visto que bons trabalhos vêm sendo
realizados tanto em pequena quanto em grande escala (FETTERMAN, 2004). No
entanto, Zancan e Adesse (2004) afirmaram que existe um grande número de
iniciativas em desenvolvimento, mas são poucas as experiências que têm
conseguido tirar do papel e levar à prática os conceitos de desenvolvimento humano
sustentável, promoção da saúde, particularmente em territórios complexos como são
as grandes cidades.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS