Santana Monteiro - 2016.1

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OS SIGNIFICADOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA NA EDUCAÇÃO

INFANTIL: O QUE DIZEM OS PAIS E EQUIPE PEDAGÓGICA

Danielle Francisca de Santana¹


Ana Márcia Luna Monteiro²

RESUMO

Escola e família representam dois contextos fundamentais para o desenvolvimento


desde a infância. Deste modo, o objetivo do presente trabalho é compreender os
significados da relação família-escola e sua importância para o desenvolvimento das
crianças na educação infantil, a partir da perspectiva de pais e da equipe pedagógica, de
uma escola da rede privada no município de Jaboatão dos Guararapes. Para isso, realizei
uma pesquisa de caráter qualitativo. No presente estudo destacam-se considerações
sobre a influência desta relação visando facilitar o processo de desenvolvimento integral
desde a educação infantil. Os resultados da pesquisa revelam que a participação da
família no âmbito escolar tem um significado positivo, desde que sejam respeitadas as
peculiaridades de casa segmento, e que isso só fortalece os sentimentos de confiança e
segurança nas crianças, enriquecendo ainda mais o trabalho pedagógico.

Palavras-chaves: Educação infantil; família/escola; desenvolvimento;

INTRODUÇÃO

Diante das muitas transformações sofridas pela sociedade ao longo do tempo,


tais como política, cultural, religiosa e econômica, vem mudando a maneira de pensar e
interagir das pessoas. É possível observar também importantes mudanças, tanto na
composição quanto nas relações da família, da escola, bem como na relação entre uma e
outra.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a relação entre pais e filhos vem sendo
modificada, uma vez que a família não é mais a única responsável pelo
desenvolvimento e educação das crianças, uma vez que as instituições educativas
também assumem um papel importante na formação desde a infância.

___________________________

¹ Concluinte do curso de Pedagogia em 2016.1 – Centro de Educação – UFPE. da-


[email protected]
² Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e Orientação Educacional – Centro de
Educação – UFPE. [email protected]
Silva e Varani (2009, p.1716), de acordo com Duarte (1991), afirmam que a
abertura do mercado de trabalho para as mulheres auxiliou nessa mudança e que “[...]
foi uma das molas propulsoras, nas zonas urbanas, para a criação de instituições de
educação infantil específicas. [...] com a criação dessas instituições, as famílias deixam
de ser o único núcleo protetor das crianças”. Sendo assim, optam por colocar suas
crianças mais cedo e por mais tempo nas escolas. Atualmente, independente das mães
ou responsáveis exercerem ou não atividades remuneradas, a inserção na educação
infantil é um direito da criança e dever do Estado garantir a matrícula gratuita às
crianças de até 5 anos de idade (BRASIL, 9394/96).
Em muitos casos os pais ou responsáveis não dispõem de tempo suficiente para
acompanhar o processo de desenvolvimento e as aprendizagens dos seus filhos. Esses
são alguns dos fatores que alertam para a necessidade de fortalecer e estreitar a relação
entre família e escola e entre pais e professores.
O desejo de estudar sobre o tema surgiu no ano de 2014, quando realizei minha
PPP 6 (Pesquisa e Prática Pedagógica), uma disciplina de carga horária obrigatória do
curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco. O estudo desta disciplina
foi realizado na área da educação infantil. Foi a partir das observações feitas no período
da pesquisa, no campo de estudo, que pensei sobre a importância da presença dos pais
no cotidiano escolar dos filhos e de como a relação entre família e escola poderia refletir
no processo de desenvolvimento e no desempenho escolar das crianças, segundo relatos
e conversas informais com as professoras. Pensando um pouco sobre como as outras
escolas, que também já tive contato através de pesquisas, contemplam a importância
desta relação, tive a impressão de que enquanto algumas abrem as portas, literalmente,
para receber os pais dos alunos, outras mantêm muros enormes entre essa relação. Essa
inquietação se transformou em tema do Trabalho de Conclusão de Curso, no qual busco
compreender como se constitui a relação família e escola, a partir de uma experiência na
educação infantil, com base nas perspectivas de pais e equipe pedagógica.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação é assegurada a participação dos
familiares e/ou responsáveis no processo escolar de seus filhos. No artigo 12 (incisos VI
e VII), a LDB/96 determina que:

Art. 12º. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as


do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
[...] VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola; VII - informar os pais e responsáveis
sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de
sua proposta pedagógica (BRASIL, 1996).

Mesmo o direito a essa relação, escola/família, sendo reconhecido por lei, não é
o suficiente para que esse contato aconteça de forma favorável em algumas instituições.
Segundo Heloísa Szymanski (1997, p.213), “trata-se de uma relação muito delicada e
que, às vezes, impede uma troca que poderia favorecer imensamente ambas as partes”.
A partir dessa discussão surgem meus questionamentos de pesquisa: Como se
concretiza essa relação família e escola no cotidiano escolar de uma escola de educação
infantil? Como os pais e a equipe pedagógica vêm essa relação? E como essa relação
reflete no desenvolvimento das crianças segundo seus pais e equipe pedagógica?
Considero pertinente este estudo pelo fato de que durante anos a educação foi
voltada apenas para os conhecimentos práticos, as crianças eram vistas como adultos em
miniaturas e tinham que aprender o que lhes ia ser útil na fase adulta (ARIÉS, 1978
APUD SILVA E VARANI, 2009). Atualmente, a configuração e as características das
famílias vêm mudando e traz também como consequência mudanças no
comportamento, desenvolvimento e aprendizado escolar que contribuem para a
formação dos sujeitos. Na escola também se consolidam aspectos culturais, sociais e
afetivos. Os professores, bem como a equipe pedagógica da escola têm, entre outras
responsabilidades, o papel de, a partir das observações diárias, orientar a família sobre a
formação integral de cada criança. Não apenas em reuniões programadas pela escola,
mas a partir de uma relação mais próxima que envolva a família no processo formativo
dos seus filhos.
Para tanto, elencamos como objetivo geral compreender os significados da
relação família-escola e de sua importância para o desenvolvimento das crianças na
educação infantil, em uma escola da rede particular, a partir da perspectiva de pais e da
equipe pedagógica. E como objetivos específicos: (1) Conhecer as estratégias usadas
pela escola para motivar pais e familiares a participar do cotidiano escolar de suas
crianças; (2) Conhecer os significados dessa relação para pais e equipe pedagógica; (3)
Perceber, a partir das respostas de pais e equipe pedagógica, os reflexos dessa relação
no desenvolvimento das crianças.

DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Durante séculos a educação das crianças foi de responsabilidade,
exclusivamente, da família e era no meio familiar, observando e participando, que elas
aprendiam as normas e regras da sua cultura. Segundo Bujes (2001), as crianças eram
vistas como adultos em miniaturas e sua educação era garantida pelo que aprendiam
junto aos adultos
(...) a criança aprendia a se tornar membro deste grupo, a participar das
tradições que eram importantes para ela e a dominar os conhecimentos que
eram necessários para a sua sobrevivência material e para enfrentar as
exigências da vida adulta. Por um período na história da humanidade, não
houve nenhuma instituição responsável por compartilhar esta
responsabilidade pela criança com seus pais e com a comunidade da qual
estes faziam parte (p. 13).

Não havia a preocupação com a educação escolar, ou seja, com os


conhecimentos pedagógicos, pois o que importava era aprender alguma profissão ou
serviço doméstico que constituía uma forma de educação para as crianças. Como
afirmam em seu estudo Silva e Varani (2009) ancoradas em Ariès (1978):
(...) as crianças, aproximadamente, aos sete anos de idade, eram mergulhadas
na sociedade e ingressavam na grande comunidade dos homens, sua
educação era garantida pela aprendizagem junto aos adultos e ministrada por
uma outra família. E o ensino era voltado para a experiência prática. (p.
1716)

A educação das crianças passou e passa por várias transformações, desde ser
responsabilidade exclusiva das famílias, a necessidade de surgimento de instituições
com objetivo de cuidar e educar, até a criação de políticas públicas para a educação
infantil.
Antes do surgimento das creches, ainda no período colonial, existiram no Brasil
instituições com o caráter assistencialista para cuidar das crianças que eram
abandonadas pelas suas famílias. A roda dos expostos como eram chamados esses
lugares, recebiam esse nome pelo fato de se tratar de um local onde algum membro da
família deixava a criança num mecanismo que “[...] era composto por uma forma
cilíndrica, dividida ao meio por uma divisória e fixado na janela da instituição[...]”
(PASCHOAL E MACHADO, 2009, p. 82), onde ao girar para o lado de dentro da
instituição as amas (as cuidadoras), recebiam a criança e davam os devidos cuidados
para sua sobrevivência. De lá, essa criança ou era adotada por uma família de classe
favorecida, ou era instruída para o trabalho. O fim dessas instituições se deu no início
do século XX, a partir de movimentos contrários que objetivavam diminuir o abandono
e a mortalidade infantil.
A I e II Guerra mundial foram momentos decisivos para a entrada da mulher no
mercado de trabalho. Quando os homens iam para os conflitos era as mulheres tinha que
assumir os negócios da casa e cuidar da família, sendo assim a mão de obra feminina
ganhou espaço nas fábricas, e a necessidade das mães de deixarem os filhos para
poderem trabalhar crescia. Os operários iniciaram um movimento de reivindicação por
melhores condições de trabalho e assistência para seus filhos. Foi então que surgiram as
creches de caráter privado, ou seja, eram mantidas por doações das fábricas. Sobre essa
discussão, Oliveira (2011) chama a atenção que mesmo existindo as creches, a
responsabilidade pela educação das crianças ainda era exclusivamente da família.
A creche, historicamente vista como refúgio assistencial para a população
infantil desprovida de cuidados domésticos, tem definido a infância como
uma questão de ordem privada e não tem considerado devidamente a
comunidade maior como corresponsável pela educação dos pequenos. Nessa
ótica, o peso recai todo sobre a família (p. 43).

O caráter assistencialista da educação infantil demorou um pouco para ser


modificado, mesmo algumas instituições ainda se enquadram nesse perfil, atualmente.
Com o crescimento da demanda para pré-escola, houve a necessidade de o governo se
responsabilizar também por essa modalidade de ensino.

Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para


várias questões que vão muito além dos aspectos legais. Envolve,
principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever
concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, as
responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças
pequenas (RCNEI, 1998, p17).

Nos anos 60, após a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (Lei 4024/61), foi apontada a inclusão da pré-escola no sistema de ensino.
Ainda assim, a família tinha sua responsabilidade por garantir esse acesso às crianças.
Assim dispunha essa lei:

Art. 23 – “A educação pré-primária destina-se aos menores de até 7 anos, e


será ministrada em escolas maternais ou jardins de infância”.
Art. 24 – “As empresas que tenham a seu serviço mães de menores de sete
anos serão estimuladas a organizar e manter, por iniciativa própria ou em
cooperação com os poderes públicos, instituições de educação pré-primária”
(OLIVEIRA, 2011, p. 102).

Em seguida, em meados dos anos 90 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDBEN – 9394/96), determina a Educação Infantil como a primeira etapa da
educação básica, acreditando sanar algumas questões sobre o fracasso no ensino
fundamental, desenvolver os aspectos físicos, psicológicos e sociais das crianças até os
seis anos de idade. Esperava-se que tendo as crianças o direito à pré-escola, garantido
pelo Estado, elas não chegariam tão inexperientes no primeiro grau. A lei garante o
seguinte:

Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação
da família e da comunidade.
Art. 30º. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade (BRASIL,
1996).

Destaca-se ainda a divulgação pelo Ministério da Educação, no final da década


de 1990, do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),
documento orientador do trabalho a ser desenvolvido nas creches e pré-escolas, com
apresentação de objetivos e conteúdos a serem trabalhados nessa etapa educacional e
com orientações didáticas, e relativas à avaliação do desenvolvimento da criança.

Nessa perspectiva, o uso deste Referencial só tem sentido se traduzir a


vontade dos sujeitos envolvidos com a educação das crianças, sejam pais,
professores, técnicos e funcionários de incorporá-lo no projeto educativo da
instituição ao qual estão ligados (RCNEI, 1998, p 14).

Portanto, a Educação Infantil deve ser entendida em amplo sentido,


proporcionando um trabalho pedagógico que tome como ponto de partida a realidade e
os conhecimentos prévios das crianças. As atividades devem ter um significado real na
vida das mesmas. Deste modo é importante haver uma preocupação em contribuir para
o desenvolvimento tanto pedagógico quanto social e afetivo desses sujeitos.
A partir do olhar da educação infantil sobre o desenvolvimento das crianças,
estas devem ser consideradas como sujeitos completos, ou seja, sem separar os aspectos
cognitivos, motores, afetivos e culturais. A educação de 0 à 5 anos de idade tem a
necessidade de oferecer um atendimento qualificado, que tenha como objetivo o
desenvolvimento integral das crianças.
Vokoy e Pedrosa (2005), baseadas nas teorias de Wallon (1934), afirmam que a
proposta da educação infantil é englobar os aspectos tanto funcionais quanto relacionais
para o desenvolvimento das crianças.

(...) a criança deve ser estudada na sucessão das etapas de desenvolvimento


caracterizadas pelos domínios funcionais da afetividade, do ato motor e do
conhecimento, entendidos como sendo desenvolvidos, primordialmente, pelo
meio social (p. 96).
A escola, um ambiente que reúne uma diversidade de pensamentos e
comportamentos em relação ao desenvolvimento infantil, tem um papel importante na
construção dos laços afetivos e na preparação para a inserção na sociedade.

A construção de significações, a gênese do pensamento e a constituição de si


mesmo como sujeito se fazem graças às interações constituídas com outros
parceiros em práticas sociais concretas de um ambiente que reúne
circunstâncias, artefatos, práticas sociais e significações. Ao interiorizar
formas de interação social já vivenciadas, o indivíduo se apropria de
estratégias para memorizar, narrar, solucionar problemas, etc., criadas pelos
grupos humanos com os quais ele partilha experiências (OLIVEIRA, 2011).

O desenvolvimento na infância é base para toda a vida do indivíduo, esse


desenvolvimento engloba desde o crescimento físico, até as aprendizagens que são
adquiridas através da relação com o outro e com o mundo. As aprendizagens são sempre
motivadas por situações externas ao sujeito, admitindo o comportamento do sujeito
sobre o meio mediante as experiências. Baseada nas ideias de Vygotsky (1984), Oliveira
afirma que:

Os signos não são criados ou descobertos pelo sujeito, mas o sujeito deles se
apropria desde o nascimento, na sua relação com parceiros mais experientes
que emprestam significações a suas ações em tarefas realizadas em conjunto.
As interações adulto-criança em tarefas culturalmente estruturadas, com seus
complexos significados, criam “sistemas partilhados de consciência”
culturalmente elaborados e em contínua transformação (2011, p. 132).

A zona de desenvolvimento proximal – conceito desenvolvido por Vygotsky –


nos faz entender que com a ajuda do outro a criança terá possibilidades de produzir mais
do que produz sozinha. Esse conceito leva em consideração o meio físico, o estímulo e
o uso de signos auxiliares no processo de desenvolvimento. Para Vygotsky, o indivíduo
é constituído socialmente, todas as suas funções psicológicas têm origem social. Suas
interações com o meio são construídas a partir de suas experiências socioculturais. A
família, a escola, a comunidade, professores, colegas, amigos, fazem parte desse
universo histórico-cultural e servem de elo intermediário entre o sujeito e o objeto de
conhecimento. Vygotsky (1984) apud Costa (2006) determina que

Um processo interpessoal (entre pessoas) é transformado num processo


intrapessoal (no interior da pessoa). Todas as funções no desenvolvimento da
criança aparecem duas vezes: primeiro no nível social, e, depois, no nível
individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica) e, depois, no interior da
criança (intrapsicológica). Isso se aplica igualmente para a atenção
voluntária, para a memória lógica e para a formação de conceitos. Todas as
funções superiores originam-se das relações reais entre indivíduos humanos
(COSTA, 2006).

Sobre a importância das trocas no processo de formação da personalidade da


criança, Wallon define o ser humano como geneticamente social, sendo assim, não
podem ser separados, o desenvolvimento biológico do desenvolvimento social. E é
através da emoção que se estabelecem as relações entre o organismo (psicológico) e o
meio.

Estudos realizados por Wallon com crianças entre 6 e 9 anos mostram que o
desenvolvimento da inteligência depende essencialmente de como cada uma
faz as diferenciações com a realidade exterior. Primeiro porque, ao mesmo
tempo, suas ideias são lineares e se misturam - ocasionando um conflito
permanente entre dois mundos, o interior, povoado de sonhos e fantasias, e o
real, cheio de símbolos, códigos e valores sociais e culturais. [...] a proposta
walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais
humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo.
Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se
encontram num mesmo plano (SANTOS, 2011).

Na educação infantil é necessário compreender que a criança precisa estar em


um ambiente favorável ao seu crescimento e desenvolvimento. Essa etapa da educação
permite que a criança se desenvolva de forma espontânea e o professor se torna, na
maioria das vezes, como alguém da família. Por isso, é relevante que se entenda que o
trabalho realizado em sala de aula vai muito além de apenas cuidar, o profissional
procura formas pedagógicas para apresentar os conteúdos aos seus alunos, fazendo com
que a criança ganhe autonomia na construção do seu conhecimento e de maneira
satisfatória.
A família e a escola são instituições de suma importância para o
desenvolvimento infantil, as duas instituições são de certa forma responsáveis pela
construção do conhecimento tanto social e cultural quanto psicológico. A família
representa o primeiro contato do sujeito, onde são transmitidos valores, crenças e
culturas, aspectos esses que vão ser diferentes em cada formação familiar. Sobre o
desenvolvimento das crianças, a família tem forte influência no seu comportamento e
relação com o outro, no modo de ver e pensar sobre o mundo. A escola por sua vez é
considerada por muitas famílias uma extensão da casa, porém por outro lado esse
pensamento é desmistificado quando as famílias tem o reconhecimento que escola e
família (casa) são instituições diferentes, onde cada uma possui um espaço na formação
dos sujeitos. É nesse espaço que as crianças externam seus conhecimentos prévios e
socializam com outros colegas, professores e equipe pedagógica em geral, é onde elas
têm a oportunidade de apreender aspectos já transmitidos pelos familiares, e perceber
outras formas de pensar sobre a sociedade.

RELAÇÃO ESCOLA/FAMÍLIA
Mesmo a sociedade passando por várias transformações, é na família que se dá o
primeiro contato social da criança. É nessa instituição que se constroem os primeiros
laços afetivos, culturais e sociais. É importante perceber que o entrosamento da família
com a escola pode favorecer a formação integral do sujeito desde a educação infantil.
Neste sentido Schimidt (1973), apud Soares (2010, p.14), afirma que

(...) cumpre aos pais assegurar a si mesmo e aos filhos desenvolvimento


pleno físico, emocional, mental, social e espiritual. Conhecer a
interdependência desses vários planos: o estudo, por exemplo, depende muito
da afetividade, do estímulo recebido em casa, e não apenas da aptidão para
compreender. É preciso também saber levar os filhos a integrar os valores
positivos do trabalho, da televisão, das leituras, dos companheiros. Criar
ambiente-crescimento no lar, de modo a permitir o desenvolvimento pleno do
grupo, e de cada pessoa dentro do grupo[...] (p. 11-12).

Por outro lado a correria do dia-a-dia acaba provocando a transferência de


responsabilidades que seriam dos pais para outras pessoas e instituições como a escola.
Devido às jornadas excessivas de trabalho muitos pais não dispõem de tempo para
acompanhar o desenvolvimento escolar de seus filhos. Isso afeta de forma importante o
papel da família na educação das crianças e faz com que a família acabe transferindo
esta responsabilidade. A favor da participação dos pais na escola Macedo (1994), apud
Soares (2010, p.), diz que

Com a participação da família no processo de ensino aprendizagem, a criança


ganha confiança vendo que todos se interessam por ela, e também porque
você passa a conhecer quais são as dificuldades e quais os conhecimentos da
criança (p.199).

A escola por sua vez, tem o dever de abrir “as portas” para a participação da
família e desmistificar o pensamento equivocado de que exista um modelo padrão e
adequado de família, que é considerado pela sociedade. Atualmente, existem vários
tipos de famílias e de configurações familiares e cabe à escola saber respeitar a
peculiaridade de cada uma.

(...) as famílias independente da classe social a qual pertencem se organizam


das mais diversas maneiras. Além da família nuclear que é constituída pelo
pai, mãe e filhos, proliferam hoje as famílias monoparentais, nas quais apenas
a mãe ou o pai está presente. Existem, ainda, as famílias que se
reconstituíram por meio de novos casamentos e possuem filhos advindos
dessas relações. Há, também, as famílias extensas, comuns na história
brasileira, nas quais convivem na mesma casa várias gerações e/ou pessoas
ligadas por parentescos diversos. É possível ainda encontrar várias famílias
coabitando em uma mesma casa. Enfim, parece não haver limites para os
arranjos familiares na atualidade (RCNEI, 1998, p.76).

A educação é um direito de todos e tem como um de seus objetivos contribuir


para a formação de sujeitos autônomos e participativos. Para que o processo de
aprendizagem seja harmonioso, é importante que a escola considere que a família
exerce um papel fundamental no processo de construção de conhecimentos
significativos e de socialização da criança. Os pais por sua vez, devem manter a
comunicação constante com a escola, para conhecer os trabalhos e objetivos
desenvolvidos pela equipe pedagógica.
Nesse sentido, a relação escola e família, na medida em que considera a
realidade social e cultural dos sujeitos envolvidos e respeita os diferentes modos de agir
e de pensar, funciona como um importante alicerce no processo de desenvolvimento das
crianças, desde a educação infantil. A criança vivencia dois contextos diferentes desde
muito pequenininhas, um na escola e outro na família, portanto, estes contextos
precisam ao menos ter uma relação de proximidade no que se refere aos aspectos
afetivos, de cuidado, de atitudes e de valores. Essa relação não pode se resumir a
reuniões eventuais, se faz necessário que os segmentos responsáveis pelo
desenvolvimento integral das crianças estejam sempre buscando juntos, meios para
superar as dificuldades e auxiliar nas aprendizagens e no desenvolvimento integral das
crianças.
Cunha (2008), sobre essa relação de via dupla, deixar entender que além de
colaborar para as aprendizagens do educando, auxiliam na formação de da
personalidade.
Família e escola constroem no indivíduo os universos de sua auto-estima,
confiança, emoções, sentimentos e atributos que personificam suas estruturas
pessoais e seus vínculos afetivos. Escola e família não podem estar
dissociadas uma da outra, pois são ligadas pelos veios afetivos do educando.
Portanto os processos de aprendizagens não se bastam sem a colaboração de
ambas as partes (p.96).
A confiança, o afeto e o respeito são aspectos imprescindíveis nessa relação.
Quando as crianças chegam na escola elas trazem reflexos de dimensões afetivas e
emocionais de experiências anteriores. E é na escola que elas aprendem ainda mais
sobre família, cidadania e valores humanos, e esse cotidiano escolar produz sentimentos
que podem ser positivos ou negativos ao seu desenvolvimento.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa segue uma abordagem qualitativa que, segundo Oliveira (2008),
trata-se de um processo de reflexão e análise que deve ser apresentado de forma
descritiva, podendo assim trabalhar “[...] com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo
das relações, dos processos [...]” (MINAYO, 2001, p. 22). E a mais adequada para
alcançar meus objetivos por ter a possibilidade, com esse tipo de pesquisa, de considerar
dados significativos e relevantes para melhor compreensão do estudo. Segundo Godoy
(1995)
(...) o pesquisador vai a campo buscando “captar" o fenômeno em estudo a
partir da perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando todos os
pontos de vista relevantes. Vários tipos de dados são coletados e analisados
para que se entenda a dinâmica do fenômeno (p. 21).

Este tipo de pesquisa permite delinear esse trabalho como um estudo de caso,
caracterizado pelo estudo em profundidade, de forma a permitir conhecimento amplo e
específico que proporciona certa vivência da realidade, tendo por base a discussão do
campo estudado. Segundo Gil (2002), esse tipo de pesquisa

é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo


estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e
interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente
conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagem
e fotografias (p. 53).

A pesquisa foi realizada nas quatro turmas de educação infantil de uma escola da
rede particular do município de Jaboatão dos Guararapes, situada no bairro de Candeias.
A escolha dessa escola se deu pelo fato de ser uma instituição que permite a entrada de
estudantes para pesquisas. Foi onde realizei minha PPP 6, na área da educação infantil,
e acredito, pelas minhas observações, que através dessa escolha possa apresentar no
meu trabalho uma experiência positiva, sobre a relação família e escola.
Em um primeiro momento fiz uso da observação durante quatro dias alternados,
nos quais pude perceber a caracterização e o funcionamento da escola no período da
manhã. É uma escola que atende a uma comunidade das classes A e B. Oferece turmas
do maternal ao 5° ano. Seu espaço físico dispõe de uma secretaria, biblioteca e sala de
informática, laboratório, três parques infantis de areia, uma quadra poliesportiva, área
coberta com palco para socialização de atividades, cozinha, banheiros e as salas de aula,
uma para cada turma. Existem quatro turmas de educação infantil – maternal, infantil I,
infantil II e infantil III – respectivamente com 7, 16, 14 e 15 alunos. As salas não
possuem portas grandes para serem totalmente fechadas, mas um portãozinho para
facilitar o controle da professora sobre entrada e saída das crianças. Em cada sala existe
um jardim com árvores de pequeno porte e flores plantadas pelos próprios alunos, nessa
parte não há coberta de telha e pude observar que é um dos lugares que as crianças mais
gostam de ficar. No piso da sala é desenhado um círculo para facilitar a organização das
crianças quando é necessário realizar alguma atividade mais direcionada, na própria sala
de aula também há prateleiras com materiais e brinquedos para uso dos alunos. A escola
apresenta uma proposta pedagógica sócio-construtivista, valorizando a interação entre
os membros. Sobre os princípios sócio-construtivista, além da valorização da interação,
o professor atua como mediador entre os conhecimento que o aluno já possui e o que ele
não é capaz de aprender sozinho. A coordenadora diz que muitas famílias quando
chegam à escola e não conhecem sobre a proposta acham que se trata de um ambiente
liberal, onde as crianças podem fazer tudo. “Ah! Porque uma escola sócio interacionista,
construtivista, que é uma escola mais liberal, e não é assim” (COORDENADORA).
Segundo o projeto político pedagógico da escola, a partir dessa teoria que tem como
referência Piaget e Vygotsky, as aprendizagens só terão êxito com a participação ativa
dos estudantes e de toda comunidade escolar. Segundo Vygotsky apud Rego (2002), na
abordagem Sociointeracionista o desenvolvimento humano acontece nas relações de
trocas entre parceiros sociais, através de processos de interação e mediação. Processos
de interação são processos onde o indivíduo interage com a sua cultura e a do outro.
Mediação é o processo que pode ocorrer também entre os membros de uma
comunidade, em suas trocas comunicativas, através dos bens materiais e simbólicos. A
compreensão desse tipo de mediação é altamente relevante para a Educação, é ela que
permite ao aprendiz perceber a ligação do signo com as ideias veiculadas em sua
comunidade de prática (Oliveira, 2011).
Durante as observações foi possível ver que os pais, assim que chegam na escola
levam seus filhos até a sala. A arquitetura permite essa liberdade, é uma escola muito
aberta, sem corredores. Quando chegam antes do horário que as aulas começam alguns
costumam conversar com outros pais, no parque, ou com alguma professora que se
encontre disponível. Quando chegam “atrasados”, após o toque do sinal e todos já estão
dentro das salas, os pais deixam seus filhos no portão com o zelador. Se houver a
necessidade de falar com a professora, eles têm a permissão para entrar e ir até a sala.
Poucas crianças chegam de condução, e quando chegam são levadas pelas auxiliares ou
pelas professoras até suas salas. Pais de crianças novatas têm a permissão de ficar na
escola, fora da sala de aula, para observar a adaptação do filho. Ao meio dia quando os
pais chegam para ir buscar as crianças os portões são abertos e os mesmos têm a
liberdade de irem pegar seus filhos na sala de aula, ou no parque, se a turma estiver fora
da sala. Nesse momento, muitos aproveitam para conversar com a professora, sobre o
referido dia.
Para o desenvolvimento desta pesquisa entrevistei as 4 professoras da educação
infantil, a psicóloga (que também atua como coordenadora na escola), a diretora (que
também é proprietária) e 8 mães, o que significa nesse caso que foram entrevistados
duas mães de cada turma. A seleção dessas mães aconteceu a partir da indicação de cada
professora, levando em consideração a disponibilidade das mesmas em responder a
pesquisa.
Para identificar as mães participantes usei a letra ‘M’ e uma numeração aleatória
de 1 a 8, acompanhada da turma na qual seu filho está matriculado atualmente. E as
participantes da equipe pedagógica são identificadas com a função exercida na
instituição. No caso das professoras acompanha uma numeração de 1 a 4, devido às 4
turmas pesquisadas. Essa decisão foi tomada com o objetivo de preservar a identidade
dos que participaram da pesquisa.
Segundo Minayo (2001) a entrevista é um procedimento muito utilizado nas
pesquisas de campo.
Através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos atores
sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que
se insere como meio de coleta dos fatos relatados pelos atores, enquanto
sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que
está sendo focalizada (p. 57).

Essas entrevistas foram divididas em duas seções (segue anexo). A primeira


parte traz perguntas com o objetivo de construir um perfil dos entrevistados. Na
segunda parte foram apresentadas algumas perguntas sobre o tema em estudo, ou seja –
os significados da relação escola e família e sua importância para o desenvolvimento
das crianças, na Educação Infantil.
Para analisar os dados utilizarei a análise de conteúdo de Bardin, segundo
Farago e Fonfoca (2013), baseados nas ideias de Bardin (2009), “a análise de conteúdo,
enquanto método, torna-se um conjunto de técnicas de análise das comunicações que
utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens”. Segundo Bardin (1979), apud Minayo (2007), esse conjunto de técnicas
indica várias maneiras de analisar os conteúdos de materiais de pesquisa: a análise
representacional, a análise de expressão, a análise de enunciação e a análise temática.
No presente estudo se fará uso da análise de expressão que supõe a correspondência
entre o tipo de discurso e as características do entrevistado e de seu meio. Nesse caso, é
necessário conhecer traços pessoais de quem fala.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

Sobre os resultados e as discussões dos dados referentes às entrevistas busquei


responder meus objetivos já descritos acima, sobre essa relação escola e família e a
interpretação que ambos os segmentos fazem. Nesta primeira parte de análise dos meus
resultados tratarei de discutir sobre o significado da relação família e escola, na
perspectiva de pais e equipe pedagógica. Com relação a esta questão é possível observar
que tanto os pais quanto equipe pedagógica raciocínios semelhantes e enfatizam a
afetividade em suas respostas. A seguir se destacam as falas de dois sujeitos que
formam a equipe pedagógica da escola.

[...]Eu acho que deve ser uma relação de confiança, ne? Entre a família e a
escola. Que a partir do momento que os pais colocam seus filhos aqui, eles
precisam confiar no trabalho da escola, né? Qualquer dúvida a gente procura
sempre esclarecer para que não interfira no crescimento do aluno. Então, assim,
a gente sempre está procurando conversar com esses pais, quando vem
conhecer a escola, mostrar qual é a proposta da escola, para que eles confiem.
Deixem as crianças aqui acreditando que essa é a melhor escola para eles.
Então, a partir daí tudo vai ficar mais fácil, sabe? Todo trabalho que é realizado
aqui a gente conversa com os pais, a gente pede opinião, sugere que eles
participem de alguma forma[...] (COORDENADORA)
A família e a escola têm que ter uma parceria, onde haja muita confiança nessa
troca, nessa relação, para que possa ter um bom andamento é.... nos trabalhos
desenvolvidos[...] (PROFESSORA 2)

Sobre a construção desse sentimento de confiança, como mencionado no


referencial teórico, Cunha (2008) afirma ser um dos requisitos básicos para uma boa
relação. É nesse relacionamento entre pais, professores e alunos, que são construídos
vínculos afetivos, e a família deixa de ser única e exclusivamente responsável sobre o
que pensam as crianças ou sobre o controle delas, a escola passa também a ser
participante da formação dessas crianças. Ambos os segmentos, pais e escola, precisam
estar numa sintonia favorável ao desenvolvimento da criança. Sobre isto, os pais
entrevistados também concordam que nessa relação, a afetividade construída ao longo
do processo educacional com a equipe pedagógica, auxilia no desenvolvimento,

[...] tenho plena consciência de que essa relação é essencial. Se não há esse
vínculo, realmente, compromete demais a aprendizagem da criança. Não só do
lado cognitivo, mas do lado afetivo também. Que a afetividade certamente
interfere muito na aprendizagem. E se não tem essa relação entre família e
escola o aprendizado se dá, mas com muito mais dificuldade (M3 - INFANTIL
3).

Partindo dessas respostas pude reconhecer alguns dos significados, tanto para
pais quanto equipe pedagógica, sobre a relação de ambos, que de forma geral se
configura através de uma relação de confiança e segurança. O fator afetivo nessa relação
é de grande importância, como já afirmado anteriormente por Szymanski (1997), e as
diferenças encontradas no espaço escolar podem ser tratadas a partir da afetividade e do
respeito entre os segmentos envolvidos, pois deve ser levada em consideração a
influência que um sujeito exerce sobre o outro. Neste caso, a influência que tanto a
família quanto a escola exercem sobre os educandos, podem potencializar ou atrapalhar
o desenvolvimento dos mesmos.

Há um distanciamento porque eu imponho isso. Acho que são profissionais e


eu sou mãe, cada um tem o seu lugar. Não há uma barreira, mas há um respeito
muito grande e eu acredito realmente na proposta da escola (M3 –
INFANTIL3).
[...] como qualquer relação de intimidade, como um casamento, você tem os
limites. Então você tem que montar esses limites. Até onde eles podem vir, até
onde eu posso ir também, invadindo a privacidade deles. Delimitar isso para o
outro (pai) é importante. Ai existe uma certa dificuldade pela visão de cada um.
Mas isso é um ou outro, porque a gente sensibiliza, traz conversa, por isso que
é uma escola pequena, porque fica mais fácil de resolver isso (DIRETORA).

Nesse caso, as respostas revelam que o respeito é um fator importante na relação


que se dá entre os participantes da comunidade escolar. Delimitar o espaço do outro nas
ações que interferem no desenvolvimento das crianças é essencial, os participantes
acreditam que esse aspecto é o que dá qualidade a relação.
Partindo do pressuposto que a escola é um espaço que reúne vários modos de
pensar, agir, vários tipos de pais/familiares, a equipe que compõe esta instituição precisa
fazer uso de estratégias para aproximar essas famílias. Sobre isso, foi possível notar que
os eventos, as reuniões e os encontros promovidos pela escola são ações que valem a
pena e apresentam bons resultados, de acordo com as mães.
[...] é, especialmente a coisa que eu mais gosto é esse tempo que a gente tem
com os professoras, ela escreve a avaliação que já é ótima, porque ela é toda
bem escrita assim [...]É, fora esse negócio escrito que já é massa. Tem as
pontuações frente a frente que a professora faz com você, né? E isso também é
incrível. Então a escola se preocupa muito (M1 – INFANTIL I).
[...] Promove reuniões individuais, encontros periódicos para discutir e
apresentar eventos e projetos. Estão sempre disponíveis para conversarmos
sobre os nossos filhos. O teatro dos pais e a preparação dos livros são
momentos especiais em que a escola fortalece esses laços. Nós entramos na
escola e mostramos às nossas crianças o quanto aquele espaço é importante
(M5 - MATERNAL).
Não só de encontros eventuais ou reuniões são compostas as estratégias
utilizadas pela escola para integrar os pais. As avaliações que os professores fazem
sobre as crianças, citado por uma mãe acima, é uma prática que aproxima os pais da
escola e do crescimento dos seus filhos. Quando a avaliação é feita de maneira
formativa o professor pode ajudar a família a perceber e promover práticas que
contribuem para o avanço dos alunos, dialogando sobre aspectos observados no dia-a-
dia. Sobre isto, o Referencial Curricular da Educação Infantil (RCNEI, 1998) defende a
avaliação formativa, de modo que, espera-se que a partir do acompanhamento realizado
pela equipe pedagógica, sejam sinalizadas situações, oportunidades e experiências onde
seja possível identificar se favorecem ou não o desenvolvimento das crianças. Sendo
assim, essas avaliações dão subsídios para os familiares buscarem participar da vida
escolar dos seus filhos. O olhar cuidadoso dos professores para com as crianças,
transmite para a família não só competência, os pais reconhecem que a escola presta
atenção e se preocupa com o desenvolvimento dos seus filhos. Essa forma de relatar a
rotina dos alunos no corpo de uma avaliação escrita para cada criança, onde são
apontados aspectos desde as relações sociais até o que se costuma comer na hora do
lanche, considero uma prática positiva na relação que a escola mantém com a família.
Destacando ainda as estratégias usadas pela escola para motivar os pais a
participar do cotidiano escolar, os eventos realizados pela escola são momentos que
oportunizam o diálogo e favorecem a participação. A integração dos familiares na
escola é vista como uma dinâmica de interação, e oferece condições para envolver e
estimular as crianças. Além disso, a diretora (em um momento de observação no qual
conversamos sobre o espaço físico da instituição) chama a atenção, mais uma vez, para
a arquitetura da escola, que favorece o encontro de pais, professores e crianças. Percebi
que não existem muros ou paredes que impeçam esse encontro de acontecer, as famílias
se sentem à vontade para participar.
Macedo (1994) apud Soares (2010), a favor dessa participação da família no
espaço escolar, ajuda a compreender que a escola deve favorecer e possibilitar esses
encontros com os familiares. Juntos, a família e a escola têm o papel de resgatar valores
e informações que fazem parte da construção da personalidade e do desenvolvimento
desde a infância. É preciso que a escola seja capaz de construir coletivamente uma
relação de diálogo mútuo, onde cada parte envolvida tenha o seu momento de fala e
participação, num processo de troca facilitando assim o processo educacional de forma
integral, democrática, onde todo o desenvolvimento é valorizado.
De modo a enriquecer meus dados estive presente em uma manhã de sabores e
pude verificar que havia uma grande quantidade de pais. O objetivo era discutir o tema
da feira de conhecimentos pedagógicos. Nesse evento foi servido um café da manhã
coletivo e as crianças participaram se colocando como voluntários para servir as frutas
para os pais. Em seguida, os pais ficaram reunidos com as respectivas professoras de
seus filhos e discutiram a proposta inicial do projeto, elaborada pela equipe pedagógica,
e eles (os pais) tiveram a oportunidade de opinar e auxiliar na elaboração do programa
de cada sala.
A prática da “manhã de sabores” é bem valorizada pelos que compõem a escola,
evento que tem o objetivo de trazer os pais para dentro da escola, para que sejam
discutidos em conjunto, planejamentos de atividades extras.

A gente começou com essa coisa da manhã de sabores, que a gente traz eles
para participarem dos projetos, a gente faz isso mensalmente. Fora isso essa
arquitetura que promove isso mesmo. Semana das crianças que tem as
apresentações dos pais, que eles se sentem bem próximos, porque não é só o
dia da apresentação, mas tem toda a preparação. Eles são nossos amigos e a
participação enriquece nosso trabalho (DIRETORA).
.... a gente faz um trabalho que é a manhã de sabores, onde eles vêm pra cá, a
gente explica qual é o projeto que vai ser realizado naquele momento. E eles
sugerem algumas coisas e a gente pede também alguma participação deles
nesse sentido, pronto! (COORDENADORA)

Um termo que se destacou na entrevista com um dos sujeitos que compõe a


equipe pedagógica foi parceria. Segundo o dicionário Michaelis online um dos
significados desta palavra é “reunião de pessoas por interesse comum”. Nesse sentido, é
de fundamental importância que ambos os segmentos sigam a mesma direção para
atingir o mesmo objetivo, que gira em torno do desenvolvimento integral das crianças.
Meus parceiros. Eu acho que a gente não consegue fazer um trabalho
sozinho, tem que ser com eles e a gente consegue muitas coisas com os pais
sendo nossos parceiros, a gente vê a diferença de uma criança que o pai
participa e de outra que não, a gente sente a diferença [...] (DIRETORA).

Essa prática reforça a ideia de que existem muitas maneiras de os pais


participarem deste processo de formação de seus filhos, e muitas das contribuições por
parte da família se tornam mais relevantes do que se imagina, como por exemplo, o
auxílio nas tarefas escolares, o incentivo à leitura e o seu envolvimento nos eventos
pedagógicos ocorridos na escola, são ações que corroboram a teoria de Vygotsky de que
o desenvolvimento se constrói de fora para dentro (Rego, 2002).
Sem dúvidas. Até você participando, da forma que você trata alguma situação
você pode interferir na criança. Tipo, na hora de uma lição a paciência que
você vai ter, e que muitas vezes a criança tem dificuldade em fazer, daí grito
e tudo é bem diferente de quando você vai explicar. Acho que influencia
totalmente e se você não participar influencia mais ainda. Sobre uma má
relação eu acho que ele ia sentir, porque ele ia ver que os pais não
participariam dos eventos e isso ele ia comparar com os pais dos outros
amiguinhos que participam (M8 – INFANTIL II).
Relação família/escola é muito importante para acompanharmos o
desenvolvimento dos nossos pequenos na escola, pois tem pais que entregam
seus filhos na escola e acham que educação é apenas dever da escola, não é
bem assim, escola é um complemento só que temos que dar continuidade em
casa (M6 – INFANTIL I).

Com base nas observações e falas apresentadas até o momento, percebo que os
pais e profissionais desta instituição têm uma visão positiva da importância da relação
escola e família. Os dois segmentos demonstram ter consciência que a responsabilidade
de educar e instruir não é apenas da escola, mas envolve toda as relações construídas
socialmente, a começar pela família. Assim, é possível perceber que a integração entre
escola e família, se constitui um fator de grande importância para o desenvolvimento
educacional, comportamental e social da criança.
Vale destacar que quando perguntada sobre barreiras ou desafios a serem
superados pela escola para enriquecer ainda mais essa relação a diretora destaca que a
escola ainda precisa abrir as portas para a comunidade vizinha, trazendo alunos de
outras escolas para interagir com seus alunos. E que isso atrairia ainda mais as relações
tanto com as famílias quanto com a comunidade onde a escola está situada.
Ainda está no papel (risos), mas temos planos para um projeto onde
queremos trazer alunos de outras escolas vizinhas, escolas públicas, para
dentro da escola. Essas crianças que participam de projetos que as escolas
oferecem, quero trazer para que eles mostrem o que sabem aos meus alunos.
Acredito que isso seja muito interessante e aproxime as famílias pra escola
(DIRETORA).

Uma das mães entrevistadas também respondendo sobres alguns aspectos que
atrapalha a relação, considerou que a opção da escola não usar uma agenda eletrônica
para comunicar eventos ou reuniões interfere nessa comunicação. Ela explica que não
considera exatamente um ponto negativo, mas uma sugestão que acrescentaria à escola.

As vezes sinto falta de uma comunicação mais antecipada e organizada. Tipo


se houvesse uma agenda eletrônica mensal facilitaria até nos encontros. Não
quero que entenda isso como uma ponto negativo, mas acho que se fosse
enviado por email, por exemplo, nós (família) teríamos acesso mais rápido e
acho até mais prático. É uma sugestão que daria (M2 – INFANTIL I).

Partindo para o ultimo objetivo desta pesquisa, que visa identificar o que os pais
e equipe pedagógica compreendem acerca da importância desta relação para o
desenvolvimento das crianças, foram feitas perguntas para ambos os segmentos.

Eu acho que essa aproximação dos pais com a escola, com a coordenação,
com a parte psicopedagógica é importante. Porque a gente pode achar que
nosso filho está tendo uma dificuldade e achar que a criança não é esforçada,
ela pode está com outros problemas ali, por trás da criança em si, ligados a
problemas com a família (M7 – MATERNAL)
Sem dúvida. Não só deles como para o meu desenvolvimento também. Essa
relação que se cria, né? Esses laços que se criam. Faz a gente aprender
também. Eu acho que influenciaria sim no desenvolvimento uma boa ou má
relação. Não deveria influenciar porque o aprendizado e o tratamento em sala
de aula deve independer da relação que se estabelece de antipatia ou de
empatia com os pais. Mas influencia com toda certeza (M3 – INFANTIL III).
Se não há esse vínculo realmente compromete demais a aprendizagem da
criança. Não só do lado cognitivo, mas do lado afetivo também. Que a
afetividade certamente interfere muito na aprendizagem. E se não tem essa
relação entre família e escola o aprendizado se dá, mas com muito mais
dificuldade (M8 – INFANTIL II).

Mesmo a pergunta sendo a mesma para as participantes acima, pude perceber


três respostas que se diferenciam. São destacadas questões como a sintonia que a família
precisa ter com a escola e vice-versa, para que seja possível a observação minuciosa das
dificuldades que a criança apresenta em algum momento. É apontada também a
influência que esta relação exerce sobre o acolhimento das crianças na instituição.
Ressalta-se mais uma vez, o desenvolvimento afetivo a partir das relações que se
constroem dentro da instituição. Levando em consideração que o termo
desenvolvimento neste estudo é visto não só como uma questão de aprendizagem, mas
também de formação de autonomia, segurança no espaço escolar e confiança nos
profissionais, há uma articulação nos diferentes aspectos citados pelas entrevistadas
acima.
Sobre esse mesmo objetivo a equipe pedagógica já nos apresenta outra visão de
desenvolvimento e como essa relação influencia na formação dessas crianças.
Facilita esse desenvolvimento da criança e essa aproximação maior para que
eu possa compreender a família com que eu trabalho, porque cada criança
representa essa família, e eu acho que é muito importante, muito significativo
ter confiança para a criança se desenvolver bem. E quando essa família não
traz esse retorno de confiança, de empatia com o professor isso interfere de
várias formas até mesmo na questão da segurança que a criança sente de estar
nesse ambiente com essa pessoa, onde os pais transferem uma insegurança
para eles (PROFESSORA 2).
Que na escola o trabalho só evolui, a criança só cresce também se a família
também tiver ajudando, né? Tiver participando. Qualquer dificuldade que
tenha na escola a gente está sempre levando para eles. Também a parte
emocional porque é algo que está acontecendo em casa, que está dificultando
a questão de aprendizagem dela na escola, entendeu? Assim a gente tem...
família e escola tem que está sempre ligadas para que haja o crescimento no
aluno, né? Para que haja a evolução dele tem que ser uma parceria
(PROFESSORA 4.).

Mesmo a equipe pedagógica ampliando um pouco mais a noção de


desenvolvimento das crianças a partir da relação escola e família baseada nos aspectos
de confiança e segurança, percebo que a instituição transfere a responsabilidade desses
aspectos para os pais dos alunos. A escola também tem a função de passar confiança,
segurança e pela evolução das crianças (Oliveira, 2011). Segundo RCNEI (1998), “é
preciso combinar formas de comunicação para trocas especificas de informações”. E
para que isso aconteça de maneira favorável a instituição deve abrir diálogos com a
família, promovendo encontros entre pais e professores para que se conheçam e
trabalhem juntos pela evolução da criança.

Considerações finais

Com base nas pesquisas que fiz para elaborar este estudo percebi que as ações
educativas da escola e da família apresentam diferenças quanto aos contextos de
aquisição de saberes. A família oferece ao sujeito a oportunidade de aprender e se
desenvolver dentro de uma cultura mais delimitada, na escola este mesmo sujeito tem a
oportunidade de socializar e experienciar culturas distintas a partir de trocas e relações
diversificadas. Por isso, considero oportuna a relação da escola com a família,
favorecendo ainda mais esse desenvolvimento.
Neste estudo meu interesses foi trazer uma prática positiva desta relação escola e
família, que funciona e dá certo, segundo olhares dos participantes envolvidos e como
isso se concretiza no cotidiano escolar. Pude compreender como ações realizadas em
conjunto contribuem para o fortalecimento do interesse e entusiasmo das crianças na
educação infantil. Sabendo que nos dias atuais o papel da escola é o de formar sujeitos
críticos e desenvolver o aluno preparando-o em todas as suas dimensões: afetiva,
cognitiva e social, a parceria com a família é de suma importância.
As falas tanto dos pais quanto equipe pedagógica apontam para uma perspectiva
positiva de suas trajetórias escolar. Indicam a importância do diálogo mútuo no trabalho
pedagógico e social dos alunos e que ambos os segmentos têm responsabilidades no
desenvolvimento da criança e no seu processo de formação. E que segundo eles, a falta
desse relacionamento, pode causar problemas ou desânimo no cotidiano escolar. Tanto a
família quanto a escola interfere na “bagagem” do educando, mas cabe considerar que
sem a parceria e o diálogo os valores, comportamentos e princípios, tornam-se bem
mais difícil de serem internalizados pelas crianças. Os significados da relação tanto para
os pais quanto equipe pedagógica levam em consideração o respeito de um sobre o
espaço do outro, a parceria no desenvolvimento das crianças, a afetividade construída
tanto com as crianças quanto com pais e a equipe da escola. Pude compreender também
que as estratégias para aproximar as famílias da rotina escolar influenciam no modo de
como os pais veem a escola e se sentem confortáveis em irem buscar diálogo e parceria
com a equipe pedagógica de modo a favorecer o desenvolvimento das crianças.
Deste modo, espero que este estudo contribua para a reflexão e prática daqueles
que se interessem pelo tema, e que também inspire estudos futuros acerca da temática.
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Acessado em: 15 de novembro de 2015.
ANEXO
ROTEIRO DAS ENTREVISTAS
PAIS OU RESPONSÁVEIS DOS ALUNOS

1- Você participa da vida escolar do seu filho? De que forma você participa?
2- O que você pensa sobre a relação entre a família e a escola? Como você
acredita que deve ser esta relação?
3- Com que frequência você costuma ir à escola para conversar aspectos
relacionados à educação de seu filho? Você costuma procurar a escola
espontaneamente ou espera que a escola lhe chame?
4- Você acha que esta escola se preocupa em promover este encontro? De que
forma?
5- Como é sua relação com a(s) professora(s) de seu filho?
6- E com a equipe pedagógica em geral? (Diretora, Coordenadora e Auxiliares)?
7- Existe alguma dificuldade nessa relação que você gostaria de destacar? Qual?
OU: Você poderia destacar pontos positivos e negativos dessa relação?
8- Teria alguma sugestão que a escola possa desenvolver no sentido de favorecer a
relação da família com a escola?
9- Você acha que sua relação com a escola traz efeitos para o desenvolvimento
dos seus filhos? Poderia dar alguns exemplos?
10- Você acha que uma boa ou uma má relação entre a família e a escola poderia
interferir no desenvolvimento das crianças?

PROFESSORES

Identificação
Sexo:
Idade:
Formação/ ano:
Tempo de experiência na área:
A educação infantil foi uma escolha? Por quê?
Ou: Como a educação infantil entrou em sua vida?
Tempo na instituição:
Quais aspectos positivos você destaca em seu trabalho nesta escola?
Pesquisa
1- O que você pensa sobre a relação entre a família e a escola? Como você acredita que
deve ser esta relação?
2- Com que frequência você costuma chamar os pais à escola para conversar aspectos
relacionados à educação dos alunos?
3- Você acha que esta escola se preocupa em promover este encontro? De que forma?
4- Como é sua relação com os pais dos seus alunos?
5- Que estratégias desenvolve para aproximar os pais da escola? E da rotina escolar de
seu filho?
6- Existe alguma dificuldade nessa relação que você gostaria de destacar? OU: Você
poderia destacar pontos positivos e negativos dessa relação?
7- Teria alguma sugestão que a escola possa desenvolver no sentido de favorecer a
relação da família com a escola.
8- Você acha que sua relação com a família traz efeitos para o desenvolvimento dos
seus das crianças? Poderia dar alguns exemplos?
9- Você acha que uma boa ou uma má relação entre a família e a escola poderia
interferir no desenvolvimento das crianças?

COORDENADORA E OU DIRETORA DA ESCOLA

Identificação
Sexo:
Idade:
Formação/ ano:
Tempo de experiência na área:
A educação infantil foi uma escolha? Por quê?
Ou: Como a educação infantil entrou em sua vida?
Tempo na instituição:
Pesquisa
1- O que você pensa sobre a relação entre a família e a escola? Como você acredita que
deve ser esta relação?
2- Com que frequência você costuma chamar os pais à escola para conversar aspectos
relacionados à educação dos alunos?
3- Você acha que esta escola se preocupa em promover este encontro? De que forma?
4- Como é sua relação com as famílias?
5- Que estratégias desenvolve para aproximara a família da escola e da rotina escolar
de seus filhos?
6- Existe alguma dificuldade nessa relação que você gostaria de destacar? OU: Você
poderia destacar pontos positivos e negativos dessa relação?
7- Teria alguma sugestão que a escola possa desenvolver no sentido de favorecer a
relação da família com a escola?
8- Você acha que sua relação com a família traz efeitos para o desenvolvimento dos
seus das crianças? Poderia dar alguns exemplos?
9- Você acha que uma boa ou uma má relação entre a família e a escola poderia
interferir no desenvolvimento das crianças?

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